fichamento bretton woods

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Fichamento: O dinheiro do mundo- Bretton Woods - Michael Moffit Karen Susan da Rosa “Embora naquele momento ninguém soubesse, o encontro de Paris iria acionar uma das maiorias especulações cambiais da historia. O alvo da especulação era o dólar americano. O dólar fora forte nos mercados da moeda desde 1974, mas ao chegar o fim da década já estava sendo tratado como outra moeda que perde sua hegemonia” (pg.135). “Em Paris, as discussões giraram em torno da chamada Teoria Locomotiva... De acordo com a Teoria Locomotiva, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão tinham de estimular suas economias, através de gastos governamentais, para salvarem o resto do mundo da recessão” (pg. 136). “Os alemães – que em 1923 haviam sofrido muito com a maior inflação do século- argumentavam que a economia alemã não podia evoluir mais rapidamente sem expor o país ao risco de criar mais inflação, e para evita-la dispunham-se a crescer num ritmo mais lento. Os japoneses por sua vez, contentavam-se em ajudar a recuperação mundial com suas exportações de Toyota e Sony para o resto do mundo.” (pg. 136). “Mondale acusou os japoneses de manipularem os mercados de moeda para manter o iene com valor baixo, fazendo com que os produtos japoneses ficassem mais baratos nos mercados mundiais” (pg.136). ““ Os ajustes nas taxas de cambio devem desempenhar seu papel apropriado” para aliviar o déficit comercia americano e equalizar as relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros. Isso só podia significar que o secretario do Tesouro acreditava que o dólar americano menos valorizado iria restaurar a margem competitiva americana em relação aos automóveis japoneses, o aço alemão e os pneus franceses” (pg.137)

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Trabalho de padrões monetários internacionais

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Page 1: Fichamento Bretton Woods

UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA

Fichamento: O dinheiro do mundo- Bretton Woods - Michael Moffit

Karen Susan da Rosa

“Embora naquele momento ninguém soubesse, o encontro de Paris iria acionar uma das maiorias especulações cambiais da historia. O alvo da especulação era o dólar americano. O dólar fora forte nos mercados da moeda desde 1974, mas ao chegar o fim da década já estava sendo tratado como outra moeda que perde sua hegemonia” (pg.135).

“Em Paris, as discussões giraram em torno da chamada Teoria Locomotiva... De acordo com a Teoria Locomotiva, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão tinham de estimular suas economias, através de gastos governamentais, para salvarem o resto do mundo da recessão” (pg. 136).

“Os alemães – que em 1923 haviam sofrido muito com a maior inflação do século- argumentavam que a economia alemã não podia evoluir mais rapidamente sem expor o país ao risco de criar mais inflação, e para evita-la dispunham-se a crescer num ritmo mais lento. Os japoneses por sua vez, contentavam-se em ajudar a recuperação mundial com suas exportações de Toyota e Sony para o resto do mundo.” (pg. 136).

“Mondale acusou os japoneses de manipularem os mercados de moeda para manter o iene com valor baixo, fazendo com que os produtos japoneses ficassem mais baratos nos mercados mundiais” (pg.136).

““ Os ajustes nas taxas de cambio devem desempenhar seu papel apropriado” para aliviar o déficit comercia americano e equalizar as relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros. Isso só podia significar que o secretario do Tesouro acreditava que o dólar americano menos valorizado iria restaurar a margem competitiva americana em relação aos automóveis japoneses, o aço alemão e os pneus franceses” (pg.137)

“A compra e venda de moedas tornou-se um grande negocio para os grandes bancos americanos e estrangeiros. Os volumes transacionados são enormes. Num típico dia de negócios, os duzentos e tantos bancos que fazem parte do mercado de cambio internacional” (pg.138).

“A compra e venda de moedas é um exemplo clássico da lei da oferta e da procura. As moedas que as pessoas querem adquirir mas são escassas tendem a subir, ou seja, sofrer uma apreciação em seu valor. Aquela s cuja oferta excede a demanda tendem a ser depreciadas em seus valores. ”(pg.139)

“Numa era de produção, finanças e marketing internacionais, as grandes empresas multinacionais têm-se tornado cada vez mais dependentes de seus banqueiros, preocupados

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que estão em gerenciar bem sua posições em moedas estrangeiras. Os bancos competem ativamente pela administração da carteira de moedas das grandes empresas, especialmente das importantes multinacionais para as quais prestam uma variedade de outros serviços.” (pg.140)

“... quando uma empresa estreita seus laços com um determinado banco, o operador desse banco pode se oferecer para ir ao mercado pela firma, com a promessa de que tentara obter a melhor cotação desejada pela empresa. Naturalmente, as grandes firmas multinacionais tem melhores condições para obter os melhores serviços de câmbio.” (pg.142)

“Segundo Keynes, Lênin teria dito que “o melhor caminho para destruir o sistema capitalista é desestruturando a moeda”. Entretanto, no final da década de 70, não eram os discípulos de Lênin que estavam enfraquecendo o dólar, mas sim os próprios capitalistas. Dentre os maiores especuladores que deferiam golpes contra o dólar estavam os bastiões do capitalismo americano, os poderosos bancos americanos.”(pg. 145)

“A profunda recessão de 1974-75 causara significativa queda nas importações, acarretando um surpreendente superávit comercial de US$ 9 bilhões em 1975. Dois fatores ajudaram a fortalecer o dólar: as altas taxas de juros nos Estados Unidos e o excesso de cautela que tomou conta do mercado mundial de câmbio depois das traumáticas falências bancarias de 1974.” (pg.145)

“... com a chegada em Washington dos assessores keynesianos de Carter, a palavra de ordem passou a ser: crescimento da economia.” (pg.145)

“... Carter para que seus assessores aprendessem algo que os homens do mercado financeiro internacional há muito compreendiam: que uma economia americana forte e em expansão implica um dólar enfraquecido. Quando a economia começasse a crescer, as importações e a inflação também cresceriam.” (pg. 146)

““ Blumenthal deu a todos uma desculpa para se livrarem de seus dólares.” Naturalmente, os bancos tiraram vantagens disso . O impacto inicial da declaração de Blumenthal sobre as taxas de cambio em 24 de junho foi o de deprimir levemente o valor do dólar. Não obstante, ainda existia entre os banqueiros um resíduo de descrença em relação à tática do Tesouro americano” (pg.146)

“Nos 16 meses seguintes ao 24 de junho de 1977, tano os bancos americanos como os estrangeiros tomaram uma atitude de rejeição ao dólar americano.” (pg.146)

“Ao final de a977, o dólar já tinha perdido um quinto do seu valor em relação ao iene, 10 por cento em relação ao franco suíço e 7 por cento contra o marco.” (pg.146)

“Em meio a violentas criticas vindas da Europa a respeito de sua omissão, e com a OPEP iria elevar os preços do petróleo para se recuperar dos prejuízos consequentes ao declínio do dólar, o Tesouro teve que finalmente tomar uma posição ... o governo americano anunciou, no inicio de 1978, que o Tesouro iria permitir ao FED abrir sua “linhas swap” de moedas estrangeiras e intervir no mercado para estabilizar o dólar. ” (pg.147)

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“Para diminuir seus prejuízos, esses governos tiveram que fazer aquilo que os Estados Unidos se recusavam a fazer: intervir nos mercados de moeda para sustentar o valor do dólar. Quando os bancos despejavam dólares no mercado, os governos da Europa Ocidental e do Japão intervinham para neutralizar o excesso de oferta de dólares.” (pg.148)

“...um grande declínio no valor do dólar implica em aumento da competitividade dos produtos dos Estados Unidos e, cinsequentemente, numa queda das exportações europeias e japonesas.” (pg.149)

“Em 1977, os bancos centrais da Europa Ocidental e do Japão gastaram aproximadamente US$ 35 bilhoes para sustentar o dólar nos mercados de cambio. A ironia esta em que, ao sustentarem o dólar eles na realidade aumentaram suas dotações de dólares. Portanto, o papel internacional do dólar praticamente deu aos Estados Unidos um acesso irrestrito a uma ilimitada fonte de credito gratuito. A Europa e o Japão, por outro lado, estavam interrompendo esse enorme fluxo de credito. ”(pg.149)

“...o Citibank estava fingindo realizar transações com moedas estrangeiras para deslocar seus lucros de países europeus cujos impostos são altos para paraísos fiscais... segundo, o Citibank estava escondendo das autoridades locais suas posições de outras moedas que não o dólar para fins especulativos.” (pg.151)

“...os governos tipicamente adotam novos regulamentos sobre câmbio internacional para se adaptarem aos bancos, e não vice-versa.”(pg. 159)

“ Quando os bancos e outros especuladores fazem dinheiro, alguém tem que perder. Parte dos lucros que os bancos realizam ao transacionar com moedas estrangeiras advém dos prejuízos de outros especuladores privados. Porém, a fonte mais segura de lucros é a compra e venda de moedas contra os bancos centrais” (pg.164)

“... é que a intervenção dos Bancos Centrais é geralmente a única alternativa para evitar o caos generalizado no mercado de câmbio.”(pg.165)

“O pacote politico de 1º de novembro significou que, pela primeira vez, desde que os Estados Unidos estabeleceram o antigo sistema Bretton Woods em 1944, a politica econômica interna dos Estados Unidos estava sujeita a ratificação – e veto – por homens do mercado financeiro internacional.” (pg.166)

“... um colapso do dólar era uma possibilidade bastante real, levando talvez a uma crise financeira e uma pressão para remonetizar o ouro – algo a que os Estados Unidos se tinham oposto com tenacidade por mais de uma década. Só havia uma alternativa para impedir que isso acontecesse: fazer o que quer que fosse necessário para fortalecer o dólar.” (pg.197)

“ Os Estados Unidos mergulharam em uma profunda recessão no inicio de 1980, cabalearam através de uma “recuperação” durante doze meses- a mais breve do pós-guerra- e caíram ‘novamente em recessão em julho de 1981.” (pg.198)

“... as altas taxas de juros nos Estados Unidos foram rapidamente transmitidas para os outros países ... o resultado foi uma guerra mundial de taxas de juros.” (pg. 202)

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“A paralisia nos países industrializados deprimiu as exportações do Terceiro Mundo , levando a uma grande quantidade de atraso de pagamentos no mundo subdesenvolvido.” (pg. 203)

“As multinacionais tiveram acesso a todo credito de que necessitavam, enquanto os pequenos negócios, os compradores de imóveis e os consumidores tem passado um mau pedaço.” (pg. 210)