filosofia espírita - volume i (psicografia joão nunes maia - espírito miramez)

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    FILOSOFIA ESPRITA - VOLUME 1 JOO NUNES MAIA

    DITADO PELO ESPRITO MIRAMEZ

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    NDICE Nota da Editora Prefcio CAPTULO 1 = A Suprema Inteligncia CAPTULO 2 = A Grandeza do Infinito CAPTULO 3 = Definio Incompleta CAPTULO 4 = Existncia de Deus CAPTULO 5 = Intuio Divina CAPTULO 6 = Produto da Educao CAPTULO 7 = A Matria Efeito CAPTULO 8 = O Que o Acaso CAPTULO 9 = O Orgulho e o Egosmo CAPTULO 10 = A Natureza de Deus CAPTULO 11 = O Mistrio da Divindade CAPTULO 12 = Pensamentos Puros CAPTULO 13 = As Qualidades de Deus CAPTULO 14 = Unidade do Criador CAPTULO 15 = Visualizao do Homem CAPTULO 16 = Deus Esprito CAPTULO 17 = No Permitido CAPTULO 18 = O Vu se Levanta CAPTULO 19 = A Cincia Humana CAPTULO 20 = Revelaes Espirituais CAPTULO 21 = Atividade de Deus CAPTULO 22 = Extenso da Matria CAPTULO 23 = O Que Esprito? CAPTULO 24 = Atributos do Esprito CAPTULO 25 = Independncia do Esprito CAPTULO 26 = Esprito Livre CAPTULO 27 = Duas Foras e Um Comando CAPTULO 28 = A Misso da Palavra CAPTULO 29 = Propriedade da Matria CAPTULO 30 = Formao da Matria CAPTULO 31 = Modificaes da Matria CAPTULO 32 = Substncia Primitiva CAPTULO 33 = A Fora de Deus CAPTULO 34 = Forma Molecular CAPTULO 35 = Segredo do Espao CAPTULO 36 = O Vcuo No Existe CAPTULO 37 = Deus e o Universo CAPTULO 38 = Criao do Universo CAPTULO 39 = Formao dos Mundos CAPTULO 40 = Viajantes Siderais CAPTULO 41 = Renovao CAPTULO 42 = Idade dos Mundos CAPTULO 43 = Os Seres Vivos CAPTULO 44 = De Onde Vieram? CAPTULO 45 = Origem dos Elementos

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    CAPTULO 46 = Espontaneamente CAPTULO 47 = Origem do Homem CAPTULO 48 = Aparecimento do Homem CAPTULO 49 = Do Grmen ao Homem CAPTULO 50 = O Primeiro Homem CAPTULO 51 = Tronco de Raa

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    Nota da Editora Por isso, estudar Kardec para conhecer e divulgar o Espiritismo,

    o compromisso de hoje, que nos devemos impor os encarnados e desencarnados.

    Como toda revelao gradativa, as lies Kardequianas quanto mais estudadas melhor se fazem compreendidas em face do maior entendimento de quem as examina.

    Bezerra de Menezes

    (do livro Seara do Bem, psicografado pelo mdium Divaldo Pereira Franco, captulo 22).

    Este o primeiro de uma srie de vinte livros, em que Miramez comenta

    as perguntas de O Livro dos Espritos, objetivando orientar-nos no estudo dessa obra mpar, sem qualquer pretenso, a no ser fornecer subsdios para melhor entend-la e trilhar com segurana o caminho da Luz.

    Por recomendao do autor, as perguntas e respostas no foram transcritas, pois a consulta direta obra se torna indispensvel em qualquer poca. O que ele pretende no decodificar O Livro dos Espritos para o leitor, mas apresentar-nos alguns pontos para nossa meditao, a respeito de cada pergunta.

    Para facilitar a leitura, esclarecemos que o nmero da pergunta de O Livro dos Espritos (LE) analisada, est abaixo do ttulo, em cada captulo.

    Rogando a Jesus que continue a abenoar o nosso humilde propsito de servir em Sua seara, entregamOS a voc mais essa colaborao, esperando que, atravs da leitura destas pginas, possa entrar em sintonia com a bondade e a paz que so emitidas pelo Amor Maior.

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    Prefcio Em quase tudo que falamos, partimos de um ponto que muito nos

    sensibiliza: a caridade, nos dois pontos da existncia. Este livro uma frao de caridade da sabedoria. O nosso companheiro Miramez comenta. as perguntas e respostas de O Livro dos Espritos, desde a primeira at a de nmero cinqenta e um, com grande simplicidade, nos mostrando a amplitude dos ensinamentos da Codificao.

    A literatura medinica, principalmente no Brasil, portadora de um acervo enorme de conhecimentos espirituais, que antes se encontrava escondido nas dobras do tempo e que as mos dos benfeitores da vida maior tornaram conhecido como celeiro inesgotvel dos preceitos imortais. No entanto, ainda existem os cegos e aqueles que no querem ver.

    As pginas de luz esto espalhadas por toda a nao brasileira, como convites a todas as criaturas, indicando caminhos e traando deveres, instruindo pessoas e educando homens, para que o amanh no perca seu grande objetivo, o de ser o verdadeiro paraso, onde haja abundncia do mel da fraternidade e do leite do amor. Ns outros estamos trabalhando neste pas em cujo futuro o Cristo confia sobremodo, refletindo a sua luz benfazeja por todas as outras naes, cujos Espritos, ali estagiados, so nossos irmos em Jesus. Aproximam-se as provas redentoras e coletivas da humanidade, como que um vestibular, no sentido de passar para outro curso, onde poder-se- aprender com mais profundidade o que a benevolncia e o amor de uns para com os outros.

    Este livro um pequeno curso para despertar no estudante valores morais e espirituais. Ele pode abrir caminhos para que a caridade se solidifique nos coraes dos leitores, ampliando o saber em seqncias admirveis, pois as linhas dos livros que se baseiam na Doutrina dos Espritos so assistidas pelo grande rebanho empenhado em difundir o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nesta ptria abenoada, com reflexos no mundo inteiro.

    Queremos, pelo querer de Jesus, que todos os filhos de Deus se dem as mos, e em um cntico da mais alta harmonia, compreendam os deveres mais urgentes da amizade, aquela que no pode esquecer o perdo, do perdo que no pode esquecer a fraternidade e da fraternidade que jamais poder esquecer o Amor!

    Meu companheiro, este livro o primeiro de uma srie, na mesma seqncia de conhecimentos, para que o princpio da Doutrina avance na estrutura de conceitos luz da razo, buscando no mais alm o que podes suportar. Se j fazes muitos tipos de caridade, concitamos-te a mais uma: a caridade do Livro. Com base no Evangelho, o livro desperta no corao o que nele dorme de mais sagrado e os domnios dos sentimentos do bem crescem e se abastecem na prpria cincia da vida.

    Se j conheces a Doutrina dos Espritos, enriquecers teus conhecimentos com esta obra e, se ainda no a conheces, procura l-la conjuntamente com o livro que fez nascer a Doutrina Esprita. Assim, o teu entendimento aflorar-se-, como uma luz que estava apagada, por falta de oportunidade.

    O Livro dos Espritos um sinal das leis universais. Quem nele estuda, meditando em seus ensinamentos, e com a ajuda de outros livros que lhe do seqncia, passa a compreender que os sinais so frases e que as frases so

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    foras indicativas para a libertao da alma. Estamos confiantes nos homens que dirigem as naes e nos que

    trabalham nos sentimentos das criaturas, porque Deus Esprito, e em esprito e verdade Ele comanda tudo e todos que saram das Suas mos santas e sbias.

    Que Jesus abenoe mais este esforo do nosso companheiro que faz do tempo uma matemtica inesgotvel, e do pequeno espao deste livro um fenmeno, de onde refletir muita Alegria.

    Bezerra de Menezes

    Belo Horizonte, 17 de dezembro de 1982.

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    A Suprema Inteligncia O primeiro interesse de Allan Kardec foi saber dos Espritos que era Deus e eles responderam dentro da maior simplicidade, mas com absoluta segurana: Deus a Inteligncia Suprema, causa primria de todas as coisas. No poderemos nos sentir seguros onde quer que estejamos, sem pelo menos alimentar a idia de uma fonte criadora e imortal. O estudo sobre o Senhor nos d um ambiente de f que corresponde, na sua feio mais pura, vontade de viver. Sentimos alegria ao entrarmos em contato com a natureza, pois ela fala de uma inteligncia acima de todas as inteligncias humanas, de um amor diferente daquele que sentimos, de uma paz operante nos seus mnimos registros de vida. O Deus que procuramos fora de ns est igualmente no centro da nossa existncia, porque Ele est em tudo, nada vive sem a sua benfeitora presena. O Criador estabeleceu leis na sua casa maior, que cuidam da harmonia na manso divina, sem jamais esquecer do grande e do pequeno, do meio e dos extremos, para que seja dado, a cada um, segundo as suas necessidades. No existe injustia em campo algum de vida, pois cada Esprito ou coisa se move no ambiente que a sua evoluo comporta; da resulta o porqu de devermos dar graas por tudo o que nos colocado no caminho.

    justo, entretanto, que nos lembremos do esforo individual, e mesmo coletivo, de sempre melhorar, como sendo a nossa parte, para alcanarmos o melhor. Aquele que acha que tem f em Deus, mas que vive envolvido em lugares de dvida, com companheiros que no correspondem s suas aspiraes de esperana, ainda carece da verdadeira f, iluminada pela temperatura do amor. a confiana que requer reparo.

    Assim sucede com todas as virtudes conhecidas e, por vezes, vividas por ns.

    Estudemos a harmonia do Universo, meditemos sobre ela, pedindo ao Mestre que nos ajude a compreender esse equilbrio divino, porque se entrarmos em plena ressonncia com a Criao, sanar-se-o todos os problemas, sero desfeitas todas as dificuldades e todos os infortnios cessaro. Somente depois disso, pelas vias da sensibilidade e pelo porte espiritual que escolhemos para viver, que teremos a resposta mais exata sobre que Deus.

    Conhecer e Amar so duas metas que no poderemos esquecer em todos os nossos caminhos. Estes dois estados dalma abrir-nos-o as portas da felicidade, pelas quais poderemos viver em pleno cu, mesmo estando andando e morando na Terra. A Suprema Inteligncia est andando conosco e falando constantemente aos nossos ouvidos, em todas as dimenses do entendimento, porm, ns ainda estamos surdos aos seus apelos e passamos a sofrer as conseqncias da nossa ignorncia. Todavia, o intercmbio entre os dois mundos acelera uma dinmica sobremodo elevada a respeito das coisas divinas, para melhor compreenso daqueles que dormem, e o Cristo, como guia visvel atravs das mensagens, toca os clarins da eternidade anunciando novo dia de libertao das criaturas, mostrando onde est Deus e que Deus, que nos espera, filhos do seu Corao, de braos abertos, como

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    Pai de Amor.

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    A Grandeza do Infinito O infinito, como que desconhecido para todos ns, a casa de Deus, cujas divises escapam aos nossos sentidos, mesmo os mais apurados. O Pai Celestial est, por assim dizer, no centro de todas as coisas que existem e, ainda mais, se encontra onde achamos a permanncia do nada.

    Se acreditamos somente naquilo que vemos e que tocamos, somos os mais infortunados dos seres, pois, desta forma agem tambm os animais. A razo nos diz, e a cincia confirma pelas inmeras experincias dos prprios homens, que o desconhecido tem maior realidade. O que as almas encarnadas no vem e no podem tocar definem a existncia de fora energtica, seno inteligncia exuberante, capaz de nos mostrar a verdadeira grandeza do infinito em todas as direes do macro e do microcosmo.

    Se sentimos dificuldade para definir o que a vida, certamente no sabemos explicar o que o infinito, que est configurado na ordem dos mistrios de Deus. Compete a ns outros darmos as mos em todas as faixas da existncia e alistarmo-nos na escola do Senhor sem perda de tempo, sem desprezar o espao a ns oferecido, por misericrdia do Criador.

    Estamos situados em baixa escala, no pentagrama evolutivo. Falta-nos a capacidade de discernir certas leis que regem o universo, como as leis menores que nos sustentam todos em plena harmonia, como microvidas nos cus da Divindade. Devemos estudar constantemente, cada vez mais, no grande livro da natureza, cujas pginas somente encontraremos abertas, pela viso do amor. Nada errado existe na lavoura universal, o erro est em quem o encontra.

    Basta pensarmos que o perfeito nada faz sem o timbre da sua perfeio, para crermos que tudo se encontra onde deve estar e onde a vontade do Senhor desejar.

    Vivemos em um mundo de duras provas, de reajustes em busca da harmonia. O Cristo a porta dessa felicidade, nos ensinando a conquistar este estado dalma com as nossas prprias foras, porque Deus sempre faz primeiro a sua parte em nosso favor, em favor de todos os seus filhos. Ningum rfo da Bondade Suprema.

    O infinito infinito para ns; para Deus o seu Lar, onde vibra o amor e onde o perfume exalante a alegria na sua pureza singular. de ordem comum nos planos superiores, que devemos comear pelas lies mais elementares, que nos despertam o corao, primeiramente, para a luz do entendimento.

    Querer buscar entender o profundamente desconhecido, sem se iniciar nos rudimentos da educao espiritual, perder tempo e andar nas perigosas e escuras estradas da ignorncia.

    Se queremos conhecer alguma coisa, no que se refere ao infinito, principiemos na auto-educao dos costumes, observando quem j fez este trabalho, e copiemos suas lutas, que os cus da nossa mente abrir-se-o e as claridades da sabedoria universal nos banharo com o esplendor da conscientizao da Verdade.

    Quem deixa para depois o conhecimento de si mesmo e tenta a

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    sabedoria exterior, desconhece a verdadeira porta da felicidade. Cada Esprito um mundo, um universo em miniatura, onde mora Deus e vibram todas as suas leis, em ao compatvel com o tamanho da individualidade. Assim, para entender o infinito da Criao, necessrio se faz comear a entender o infinito da alma.

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    Definio Incompleta A Suprema Majestade do Universo , por dignidade prpria, o Inconcebvel e o Incomparvel. No digno de um raciocnio apurado dizer que Deus infinito. Se no sabemos o que o infinito, por faltar, ainda que seja uma abstrao, sentido para tal, na mente dos povos, e mesmo dos Espritos, ele passa a ter a sua existncia; e, se ele existe, foi criado. No pode ser, nem ter os mesmos valores do seu Criador. A deduo formulada surge, certamente, da pobreza de linguagem, nunca para diminuir a personalidade central de todas as coisas. Nada se pode comparar ao Arquiteto Universal; da sua vida estuante e vigorosa saem vidas com a marca do seu amor incomparvel. Somos todos filhos do Amor. Ns, os Espritos encarnados e desencarnados, devemos nos contentar em sentir Deus em todas as coisas, sem pretender o conhecimento completo da sua magnnima natureza. Somente Ele conhece a Si mesmo A nossa evoluo, ou despertar, gradativa em todas as circunstncias. O saber sobre o Senhor nos vem pela fora do progresso, que no-lo entrega pelas mos do tempo. Se a natureza no d saltos em campo algum de vida, comecemos a estudar a ns mesmos com grandes vantagens em relao ao conhecimento de Deus e, se quisermos avanar mais, entremos na escola do Amor, que ele poder nos transmitir as primeiras lies sobre os atributos da Divindade.

    Somos Espritos imortais. Estamos inseridos, se assim podemos dizer, no bojo do infinito, cujo movimento lembra a inspirao e expirao que nos sustenta todos. Usamos de todos os meios disponveis que j conhecemos para conhecer o desconhecido, pois a razo, a cincia, a filosofia e a prpria religio, que nos induzem a isso; no entanto, somente o amor mais puro que nos faz sentir o nosso Pai mais prximo de ns, a pulsar dentro dos nossos coraes e a nos dizer: A paz seja convosco, que traduz toda a felicidade na brandura e suavidade do seu calor espiritual.

    Se o infinito passar a existir e for conhecido pelas almas com seus variados mistrios, no poderemos tom-lo como a causa primria de todas as coisas e, sim, como atributo da Inteligncia Maior. Todas as comparaes que fazemos de Deus, todos os relevantes postos que a Ele atribumos O diminuem em vista da nossa pobreza de linguagem, porque Ele , em essncia, Incomparvel.

    Deus infinito nas suas perfeies, nas qualidades inerentes a sua personalidade que se irradia em todas as direes, que sustenta e d existncia a todas as dimenses do existir.

    Ele o Todo que se v e, muito mais, tudo o que os nossos sentidos no alcanam.

    Ele Esprito e importa, sim, que O adoremos em Esprito e verdade. Ele est presente nas claridades do mximo e na luz do mnimo.

    Ele vibra nas formas das estrelas e canta nos movimentos dos tomos. Ele faz mover todas as constelaes e harmoniza todo o ninho csmico.

    Ele sorri para ns atravs das flores, e nos d as mos pelas mos dos nossos benfeitores.

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    Deus ternura, na ternura do seu corao. Sabemos que toda definio, se referindo a Deus, incompleta; todavia,

    vamos transcrever a do Apstolo Joo, por no encontrarmos outra melhor: Deus Amor. Ainda assim, entendemos que o Amor atributo da Divindade.

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    Existncia de Deus

    A existncia de Deus se expressa cada vez mais, com tonalidades fulgurantes, em toda a literatura humana, mostrando e fazendo sentir a todos os povos que o Criador se encontra mais perto de ns do que ns uns dos outros. Ele a razo do nosso viver e, ainda se conclui, que Ele no tem forma definida e capaz de tomar todas as dimenses, na proporo das necessidades de cada criatura. Deus est no mximo, mas desce ao mnimo, desde que haja urgncia na evidncia de suas qualidades aos sentidos mais apurados da alma.

    O Senhor a ponte de comando de todas as religies, na feio em que estas podem se expressar, onde foram chamadas a servir. Ele vigia os vus que regulam o saber dos homens ante a prpria cincia, para que o equilbrio se manifeste, Os grandes missionrios registram em tudo a sua presena infalvel. Todas as filosofias falam da sua presena divina, pelos recursos que a linguagem alcanou, e o progresso o seu agente revelador em todos os quadrantes do mundo.

    No existe algum na face da Terra que no creia em Deus. Existem, sim, alguns que ainda no perceberam a sua paternidade, por orgulho ou ignorncia, o que no deixa de ser a mesma coisa. Ele vibra em tudo e pronuncia a mesma mensagem em tudo que ocupa um lugar no seu corpo ciclpico, na imensido universal. E cada um, em cada coisa existente, registra a sua presena insupervel, de acordo com o seu porte evolutivo; eis a a justia, o prprio Amor.

    Computando valores e somando idades, na cronologia peculiar aos homens, a cada dia que passa, a cada ano que corre na tela do nosso tempo, o Arquiteto Divino fica mais presente na nossa viso e nos fala mais de perto, pelos registros dos nossos sentidos. No que o Senhor se encontre mais ou menos longe. Ele est no mesmo lugar; ns outros que, pelo despertar dos valores espirituais, vamos gradativamente abrindo as portas do entendimento, pelas mos da maturidade espiritual.

    Nenhuma pessoa, nenhum Esprito, nem algo que exista, rfo da misericrdia, da bondade e da presena de Deus, que nos comanda todos. Essa a grande esperana e a grande alegria que nos impulsiona a viver.

    Se no h efeito sem causa, no precisamos de maiores explicaes para provar a existncia de Deus; basta levantarmos os olhos para a extenso infinita dos mundos, que bailam nos espaos, para a mecnica das galxias, que viajam em velocidades incrveis na grande casa universal, para a vida dos sis, para a harmonia do universo, e sentiremos constrangimento no centro da conscincia, em negar a existncia dAquele que fez tudo isso, e a ns tambm, por bondade e alegria.

    E quando se fala na microvida, que so caminhos diversos do macro, apresentando os mesmos roteiros do infinito? Como negar aquilo que existe mais do que ns prprios? Ns, em Esprito, ainda estudamos os princpios da funo biolgica dos homens. O corpo fsico a sntese do universo, a cpia perfeita do macrocosmo, que dever funcionar em plena harmonia com a Divindade, quando o homem se conscientizar dos seus deveres perante a

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    natureza. A maior maravilha da Terra, em se falando das coisas materiais, o soma humano.

    E os corpos espirituais a ele interligados, para que o Esprito se manifeste? E o Esprito, essa gema divina? E a harmonia de tudo o que existe?

    Como no crer no Criador de todas essas coisas? Comea, meu irmo, a pensar pelo menos no sol que d vida e sustenta o ambiente em que moras e no ters outro caminho a no ser aceitar um Criador que tenha, na linguagem comum, a Suprema Inteligncia.

    Repitamos o que afirmou O Livro dos Espritos: Procurai a causa de tudo o que no obra do homem, e a vossa razo

    vos responder.

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    Intuio Divina A telepatia entre os homens um fato constatado. Constitui-se em experincias de todos os reinos do saber. J se conhece as suas causas e seus efeitos, com largos exemplos, nos quatro cantos do mundo. J se sabe que cada criatura pode transmitir as suas idias aos seus semelhantes, por vezes sem estar consciente desse ato, comum a todos os seres. Muitos buscam a perfeio ou melhoramento nas transmisses dos seus pensamentos, atravs de escolas, ou exerccios especficos no silncio das coisas que se operam na vida. E nessa verdade que encontramos outra mais sutil: se os encarnados podem se comunicar entre si, pelos fios dos pensamentos, os desencarnados igualmente o podem, e com mais propriedade, por se encontrarem livres das cadeias da carne. E, se os homens trocam suas idias, na serenidade das vibraes, asseguradas por leis que sustentam a harmonia, e se esses mesmos homens desencarnados continuam esse processo de comunicao recproca, como no pensar nas possibilidades de os desencarnados transmitirem seus pensamentos aos encarnados pelo mesmo mecanismo? Eis a a Mediunidade, que se estende em todas as direes, pelos caminhos da sensibilidade, na regncia da lei do Amor, onde a fraternidade abriu caminhos por meios da Caridade. Os homens sensveis, querendo, podem negar, pois tm livre escolha nas suas atitudes, porm, eles conhecem quando os pensamentos nascem da sua prpria mente e quando procedem de fontes espirituais, dado o peso magntico das suas vibraes. A conscincia registra todos os valores e d a conhecer mente instintiva e atuante a procedncia da conversa mental.

    Usamos as comparaes acima citadas, para te dizer de algo excelente, para te dizer do avano da razo, aprimorada na seqncia do tempo e pelas bnos de Deus: queremos falar da intuio, que ser a faculdade comum do futuro, por enquanto latente em todos os seres. E ela o veculo divino capaz de orientar todas as criaturas e fazlas felizes, filha do progresso espiritual, nascida no amanhecer das almas, ao despertarem para a luz, para o entendimento das leis espirituais. Essa intuio, no seu princpio se chamava instinto, dominando animais e homens nos seus primeiros passos. E se os homens primitivos j possuam em suas conscincias a idia de Deus e viviam em tribos espalhadas pela Terra, sem condies de comunicao entre si, qual a origem dessa conscincia de um Poder Supremo? E se no existe causa sem efeito, nem efeito sem causa, essa causa ser, certamente, esse Deus que tanto amamos, que fala a tudo e a todos da sua existncia, pelos processos compatveis com os que devem e precisam escutar a sua voz dentro da alma. A certeza da existncia de Deus a de que Ele existe. No h outra lgica no mundo das dedues humanas e espirituais, e tudo que vive canta louvores ao Criador, na dimenso que lhe prpria; e ns, j na condio de Esprito humano, como sendo as flores da grande rvore plantada por Deus no jardim csmico, cantemos juntos, encarnados e desencarnados, o hino de gratido ao Supremo Senhor do Universo, pelo que somos e atingimos na

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    escala da vida! Esse cntico deve ser manifestado pela vida reta, mesmo nas estradas tortuosas onde nos situamos. Busquemos a intuio divina, para que a Divina Intuio nos ampare e nos desperte para a verdade que nos far livres!

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    Produto da Educao A educao nos estimula para as coisas mais nobres da vida, sabemos

    disso; no entanto, ela gradativa, de acordo com a nossa evoluo espiritual. O modo de assimilao da educao nos meios em que se estagia diferente de uns para os outros, de acordo com os dons despertados em cada criatura. A conscincia de cada alma seleciona o que recebe, como produto do meio em que vive e d condies inteligncia, para que esta amplie os seus valores na pauta da sua existncia, e recusa o que no lhe serve, por condies que j atingiu no avano espiritual.

    Toda herana relativa, respeitando a posio do herdeiro na vida. Consultando as grandes vidas na Terra, a razo certificar-nos- dessa verdade. Os Espritos, mesmo os chamados primitivos, quando reencarnam em um meio mais evoludo, no assimilam o produto da educao oferecida, por no terem capacidade de entendimento na altura dos seus progenitores, das escolas e livros. A assertiva de que somos o produto do meio no encontra segurana nas leis da evoluo. Podemos ser ou no esse produto, dependendo da faixa em que nos situemos, com aqueles com quem convivemos. E perguntamos: onde aprenderam os primeiros mestres? Qual a escola?

    O aprendizado mais atuante surge das trocas de experincias entre pessoas e naes; entretanto, o surgimento do verdadeiro aprendizado das almas vem pelos processos de despertar das qualidades que, por vezes, dormem em todos os seres. Da que dizemos, como j falaram todos os profetas, que Toda sabedoria vem de Deus. Todo amor parte da sua magnnima personalidade.

    A idia de Deus, na grande populao indgena que viveu na Terra e da qual ainda restam uns poucos elementos, uma prova irrefutvel de que Ele existe e que no foi produto do meio. Foi revelao dos prprios Espritos que circundavam e protegiam esses elementos, nas seqncias evolutivas em que a vida os colocou.

    Muitos dos senhores de engenho que dominaram o Brasil por muito tempo, alimentavam e divulgavam a idia de que a vida terminava no tmulo e que escravos eram animais de carga. Todavia, mesmo de posse do poder da situao e da fora, no tiravam dos cativos a crena da existncia de Deus e das almas, que utilizavam nos batuques, os corpos dos sensitivos, para os animarem nas suas provaes. Onde fica o produto do meio e da agresso? Quanto mais sofre o Esprito, mais despertam suas qualidades espirituais, mais a verdade o conduz para os caminhos da luz!

    Certamente que no vamos parar no exerccio sublime da educao e da instruo em todas as faixas de vida e da vida, porque nessa persistncia humana e divina que fazemos a nossa parte, junto j feita por Deus.

    Os sentimentos ntimos que todos temos, quanto imortalidade da alma e existncia de nosso Pai Celestial, foi a primeira coisa divina colocada em nossos coraes espirituais pelas mos do Criador, em forma de luz que nos ilumina a vida. Essa certeza no se vende, no se d, ningum tira: nosso patrimnio, que brilha em ns com alegria e esperana, a nos falar da felicidade eterna. A meta mais inteligente educar e instruir. Por esses meios

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    todos os talentos desabrocham e a vida para ns passa a ser uma vida em Cristo, na presena de Deus.

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    A Matria Efeito Indubitavelmente que a matria tem vida. No seu seio mais ntimo notar-se-o fenmenos que por vezes escapam inteligncia humana. H, pois, obedincia s leis sutis que governam e sustentam toda a Criao. Tudo isso que notamos na matria e que a observao cientfica comprova so efeitos da Grande Inteligncia, que denominamos, com toda satisfao, Deus. Ns, no mundo espiritual, e na ao que nos cabe pesquisar, continuamos em estudos profundos sobre o Criador. Assistimos, em lugares apropriados, a luminares da eternidade expondo conceitos que j puderam comprovar sobre o Grande Foco, sua vida e sua interferncia em todas as direes da sua casa universal. E eis que, para passar aos encarnados o que ouvimos necessrio que obedeamos a certas regras da comunicao com os seres, ainda envolvidos nos fludos da carne. Deus realidade absoluta; o que podemos dizer que Ele vibra em tudo que existe. Falando na mesma freqncia dos homens, Ele personalidade distinta no centro das suas criatividades. Repitamos novamente: Ele Esprito. Se assim podemos dizer, o Criador nico, porm, no seu gesto de trabalho se faz binrio, O que podemos observar na extenso infinita que Ele aparece e desaparece entre duas respiraes do seu dinmico poder de viver, e seu hlito divino interpenetra todas as coisas, marcando a sua presena, semeando vida e dinamizando foras.

    Somente poderemos conhecer um pouco do Grande Esprito pelos seus atributos. Avanar mais, onde os nossos sentidos no alcanam, perda de tempo e falta de compreenso e obedincia a determinadas leis, que marcam os limites do nosso saber. Se queres entender mais, a meditao, depois do trabalho honesto, um caminho excelente para o conhecimento mais acentuado do Criador, Ns O conhecemos mais, no pelos nmeros, nem por ouvir falar; sentimos sua presena quando a conscincia se apia no dever cumprido. Os Espritos puros sentem Deus na profunda sensibilidade e expressam uma tranqilidade imperturbvel no corao.

    A matria a mais baixa vibrao da Divindade, caminho criado por Ele para o despertar dos seus filhos, que saem das suas mos luminosas e voltam para o ser ntimo de vida. Essa viagem um tanto ou quanto extensa, competindo a cada criatura fazer a sua parte, na aquisio da sua prpria paz espiritual. Os sentidos dos homens, mesmo dos mais elevados, em comparao com a pureza espiritual dos benfeitores da humanidade, so apagados, pois se distanciam milhes de anos entre uns e outros na escala evolutiva, mas, alegramo-nos em dizer que eles tambm passaram por onde estamos, como estamos avanando para o reino onde eles permanecem trabalhando.

    Voltando ao assunto inicial, dignamo-nos a responder que, no ntimo da matria poders encontrar Deus, porque as propriedades da matria falam dEle, da sua grandeza espiritual, desde que tenhamos sentido para tal pesquisa. Porm, esses fenmenos no so o Criador; so efeitos da Causa Primria, manifestando-se nas formas transitrias. Pulsa na matria a vida

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    universal, o fludo csmico vibrante, dirigido pela mente do Criador e obediente aos seus sentimentos. Ele sabe de tudo e est em tudo, atravs dos seus atributos espirituais.

    A matria, por mais evoluda que seja, no demonstra inteligncia. Ela movida pela Inteligncia Suprema. Em se falando da Terra, somente no homem comea a despertar a razo, que conseqncia do princpio inteligente, mesmo assim, sob o comando da Inteligncia Maior, Deus.

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    O Que o Acaso O orgulho nos faz esconder Deus, pela fraqueza do entendimento,

    colocando-O como acaso, palavra que nada expressa na linguagem dos homens. E quem O desmerece esconde os seus prprios valores, porque dependemos da sua iluminada presena e da sua magnnima existncia espiritual. Se o acaso no existe, como compar-lo a um ser que existiu sempre e que tem mais existncia do que toda a criao junta? Absurdo dos absurdos!

    Nada se faz por acaso. Para tudo existem leis que nos pedem obedincia. Para que a harmonia se faa, justo que observes o mundo em que vives. No se pode viver sem que se tenha leis para obedecer, e ao infrator vem logo a corrigenda. As coisas espirituais obedecem s mesmas regras e o Comando Divino vigilante, operando em todos os sentidos para que estas leis sejam cumpridas, no sentido de estabelecer a paz e o bem-estar em todas as direes da vida.

    A alma j moralizada obediente; ela estuda e compreende o que deve ser feito e respeita todos os direitos alheios; por isso que vive em paz com a conscincia. Enquanto no trabalharmos os caminhos traados e vividos por Jesus, permaneceremos em guerra em ns mesmos e sofreremos as conseqncias da nossa ignorncia.

    A prpria cincia dos homens desmente o acaso, porque para tudo tem uma explicao lgica. A gestao de um filho no ventre de sua me ou a formao de um fruto e de uma flor era debitada na conta dos mistrios, atribuda ao acaso, por no se saberem os fundamentos da prpria vida estuante e vigorosa em toda a criao. Entretanto, agora, no sculo vinte, na hora da luz, quando os Cus se aproximam dos homens, ou quando os homens abrem os coraes ante outras dimenses da vida, no se deve falar em acaso, por esse assunto marcar ou reavivar os caminhos da ignorncia espiritual. O acaso, ainda que tivesse existido, teria morrido por falta de alimento.

    Se todo efeito tem uma causa, na deduo comum entre os homens, eis que os efeitos invisveis esto apoiados em causas mais sutis do que pensas. Em tudo, repitamos, existe um Comando Inteligente que de nada esquece, uma Oniscincia operando para a harmonia de todas as coisas. Isso certamente nos d muita alegria, e a esperana cresce para a dimenso do amor.

    O respeito a Deus deve ser o primeiro ato de cada dia, como que uma orao de agradecimento por tudo que recebemos do seu imensurvel amor, e esse ato nos colocar mais prximo da sua ao benfeitora. Cumpre-nos esclarecer que Deus est presente em nossa vida e faz o nosso viver, deixando a nossa parte para que a faamos com as nossas prprias foras. Mesmo assim, a sua misericrdia tamanha que, se pedimos ajuda, alm da que Ele nos d naturalmente, pela sua inestimvel bondade e o seu inesgotvel amor a todos os seus filhos, Ele nos atender. Porm, no nos faamos surdos s suas leis, para que no venhamos cair em novas e piores tentaes.

    Esqueamo-nos do nada e lembremo-nos do Tudo. Esqueamo-nos da

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    inrcia e lembremo-nos do trabalho. Trabalhando, esqueamo-nos do dio e abracemo-nos, vivendo o amor, porque essa disposio verdade nos garantir a paz espiritual e a alegria permanente no corao.

    Vamos nos lembrar de Jesus com todo o carinho, Ele que veio anunciar para todas as criaturas o Reino de Deus, lembrando-nos que nenhuma das suas ovelhas se perderia, e que no existe rfo na casa do Pai. Isso significa esperana para todos ns, encarnados e desencarnados, pela presena da F. E bom que deixemos bem claro que todas as combinaes da matria so foras de Deus na luz do teu entendimento.

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    O Orgulho e o Egosmo

    O Esprito orgulhoso, encarnado ou desencarnado, se supervaloriza, criando assim em torno de si, o seu prprio mundo, de sorte a querer desconhecer os valores que no lhe pertencem e, principalmente, a Fonte Criadora de todas as coisas. O orgulho est sempre ligado ao egosmo, estado deprimente daqueles que o possuem. Ns, os moradores da casa terrena nos dois planos de vida, estamos fechando o crculo de provaes e comeando a perceber o fim do materialismo. Graas a Deus, est morrendo essa poca de descrer da Paternidade Universal.

    Compete aos prprios homens erguerem seus pensamentos s alturas espirituais, reconhecendo e fazendo com que os outros encontrem a segurana de todas as seguranas, que conhecer Deus dentro e fora de si e ouvir sua palavra a nos educar por todos os meios e mtodos de que Ele dispe, pelas formas visveis e invisveis da sua majestosa criao.

    O egosmo contrai todas as foras do Esprito e atrofia as sensibilidades, fazendo-as perderem o contato com os agentes da Divindade, que nos trazem as notcias de vida em todos os planos da vivncia espiritual. Ns podemos dizer, pelos meios de que dispomos, que nada existe sem vida, mesmo a matria que chamamos inerte. Em tudo manda a vida como vida de Deus.

    O ser orgulhoso deixa de conhecer os seus prprios poderes, inerentes sua personalidade. O ser egosta facilita condies para a sua angustiosa solido e sempre portador desses dois carrascos. No desconfia de que est andando para o abismo sem o perceber.

    Se queremos ser livres, procuremos educar-nos e instruir-nos, e o caminho mais acertado Jesus Cristo. Ele o Pastor Inconfundvel de todos ns; o seu amor nos sustenta desde o princpio, nos abenoando em todos os caminhos e nos dando vida em todas as circunstncias.

    Meu filho, no duvides mais da existncia de Deus. Se queres reconhecer seu valor, olha sua obra. Se tudo est em plena harmonia, certamente que o seu Criador perfeito em todos os seus aspectos. Negar o Senhor nos dias que correm, assinar o atestado de ignorncia calculada, que desvincula o amor do corao e separa a f do ambiente em que se vive. No lugar do orgulho, constri a fraternidade, e na rea do egosmo, conquista o amor.

    No s diferente dos que j se realizaram na vida espiritual, e no existem outros caminhos que no sejam os delineados pelos grandes missionrios da Caridade. Falar no bem e viver no bem a meta do Esprito inteligente, que no se esqueceu da educao.

    Quando admiramos uma pintura famosa, a primeira coisa que desejamos saber quem foi seu autor. Pois bem, a natureza universal, de cujos benefcios desfrutamos, a mais bela pintura, a mais engenhosa construo que podemos contemplar. Faamos o mesmo, busquemos o seu autor. Encontraremos esse Deus de que sempre falamos com toda a nossa alegria, com toda a gratido. A obra reflete a inteligncia de quem a fez. Se ainda duvidas da nossa fala, procura-O nas diversas literaturas espiritualistas, busca meditar sobre Ele, que a sua presena tornar-se- visvel s tuas

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    sensibilidades, bem como ao teu raciocnio. E Ele passar a ser teu companheiro permanente, porque abriste o corao procura da sua benfeitora luz.

    J procuraste observar o teu prprio corpo e o seu funcionamento inteligente? Foi o acaso que o fez? Se desconheces o teu prprio corpo, foi algum mais capacitado que o planejou; procura esse algum, que O encontrars sorrindo para ti, ajudando-te a desvendar os mistrios que existem em muitos outros ngulos da vida. Livra-te do orgulho e do egosmo, que encontrars as bnos do entendimento, encontrars Deus dentro de ti.

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    10 0010 / LE

    A Natureza de Deus

    A natureza ntima de Deus escapa aos sentidos humanos, em toda a sua trajetria evolutiva. Somente Deus se conhece. E o que no acontece conosco; ns no nos conhecemos. Os mistrios a desvendar so infinitos, em relao Divindade. Na profundidade, ainda desconhecemos a prpria matria que nos serve de veculo e, portanto, estamos longe de conhecer o seu criador. Parar de estudar a sua personalidade majestosa desconhecer o valor do progresso, que sempre nos convida para avanar; porm, dar saltos incompatveis com as nossas foras quebrar a tnica da nossa capacidade.

    A ansiedade de conhecimento pode nos levar aos extremos, no entanto, o bom senso nos chama a ateno para a harmonia que dever nos guiar em todas as seqncias evolutivas.

    Basta, por enquanto, saber que Ele existe e aprender algo mais sobre seus atributos, que o tempo, impulsionado pela nossa vontade, dar-nos- ambiente favorvel de sentirmos a Divindade em ns, o que j representa um grande avano na esteira dos evos.

    Se os homens ainda no se libertaram de muitos hbitos extravagantes e vcios perniciosos, como querer conhecer a natureza ntima de Deus? Cada vcio uma porta fechada em direo s belezas imortais da alma. Cada hbito inconveniente uma tranca ajustada porta, impedindo a inspirao superior de chegar ao corao humano.

    Estamos muito apegados s coisas de criana, pela fora do nosso tamanho evolutivo. A mente cresce no ritmo que as leis determinarem, sem com isso perturbar o andamento da ponderao. No devemos entregar os nossos deveres a Deus. Ele est sempre presente pelos meios que acha conveniente; entretanto, a nossa parte temos de fazla, e, ainda mais, aprender a faz-la bem. Enquanto permanecermos na ignorncia, sofreremos as suas conseqncias. A justia vibra em toda a criao como agente de Deus, acompanhada pela misericrdia do seu amoroso corao, que bate dentro do infinito, no ritmo da Luz.

    Quando nos faltam sentidos para conhecer alguma coisa a mais dos nossos conhecimentos, o que fazer? Torna-se necessrio estudar na rea em que nos compete agir, procurar aprimorar os conhecimentos j adquiridos, fortificar em nossas vidas todas as qualidades nobres que comearam a se despertar em nossos coraes. O trabalho imenso, a lavoura grande, sem que saiamos do nosso prprio convvio ntimo. Esquecer esse labor, perder os princpios da verdadeira sabedoria. Vamos ainda gastar milhes de anos para conhecermos o comeo das lies eternas. Como avanar agora para reas cujos registros os nossos sentidos no suportam?

    Se a luz do Sol fsico, para chegar Terra, passa por muitas filtragens e se divide em raios incontveis para nos beneficiar todos, o que dizer da luz do Sol espiritual? A razo nos diz que ela tem infinitas modificaes para ajudar, servindo de estmulo a todas as vidas.

    Toda verdade relativa ao ambiente a que deve chegar. Quem desconhece as leis naturais que vigoram no mnimo movimento dos tomos nos mundos que bailam nos espaos, no poder conhecer essas mesmas leis

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    que regulam a harmonia do seu prprio corpo, ou dos corpos que servem ao Esprito, para se expressar onde se encontra. Procuremos, pela meditao, entender quem nos governa e sejamos obedientes a essa fora universal, que tudo se tornar sereno em nosso ntimo e ao nosso derredor.

    Se queremos principiar o estudo da natureza ntima de Deus, necessrio termos a pureza de corao, que indica as primeiras letras dessa sabedoria do conhecimento de si mesmo. Os caminhos so infinitos, como infinitos so os nossos destinos ante o Todo Poderoso, que nos fez por Amor.

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    11 0011 / LE

    O Mistrio da Divindade

    O mistrio da Divindade est distante da compreenso humana, por faltarem ao homem sentidos para tal. As seqncias misteriosas dos Espritos a Deus so infinitas e os caminhos so igualmente sem fim. O crescimento da alma vai lhe dotando de poderes, de sorte a conhecer mais profundamente o mundo espiritual e as leis que governam toda a criao divina; todavia, essas leis so agentes movidos pela sua poderosa mente, que abrange toda a extenso Universal.

    No estgio em que nos encontramos, encarnados e desencarnados, no devemos pensar em conhecer a intimidade de Deus. , pois, querer saltar para o inconcebvel, desrespeitando a harmonia da gradatividade, da sabedoria maior. Alguns homens inexperientes afirmam que no existem mistrios para os espiritualistas. Como se enganam esses nossos irmos! Quanto mais nos conhecemos, mais sabemos que nada sabemos, em se falando das dimenses que se escondem nas dobras da escala evolutiva e nos segredos da Divindade. Os que dizem conhecer tudo, nada sabem; so pseudo-sbios diante da sabedoria maior e lhes falta humildade e as primeiras chaves do conhecimento das regras de viver em harmonia consigo mesmo. Certamente que o orgulho se movendo em seus sentimentos e a vaidade egosta iludindo seus coraes.

    Quando Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, afirma que fora da caridade no h salvao , est nos mostrando que o ambiente da benevolncia prepara e nos ajuda a despertar os talentos internos, de maneira a observarmos outras nuances das leis que at ento no tenhamos percebido. A caridade, em todas as suas feies, fora divina no divino aprendizado de todos os Espritos. luz nas mos de quem deseja ser iluminado, chave que abre muitas portas do saber, porque a caridade , por excelncia, Amor. Quem quiser conhecer mais um pouco dos mistrios de Deus, que faa e viva a caridade, que ela dotar esse trabalho de poderes para essa viso interna, de sentidos apropriados para compreender os efeitos das leis divinas.

    Outra coisa valiosa que recomendamos para todas as criaturas o exerccio da orao. No devemos esquecer a prece em todas as circunstncias. Ela desata e desenvolve os fios dos pensamentos, impulsionando-os em todas as direes, de acordo com os sentimentos que os geraram, tem a capacidade de recolher os frutos na mesma dimenso em que foram emitidos. Ns somos mundos com imensurveis qualidades a se desenvolverem, dependendo do que quisermos fazer delas, do nosso esforo e f nas nossas realizaes para o bem prprio e da coletividade.

    Se ests em busca de mistrios que muito te atraem, na verdade te dizemos que existem muitos mistrios no mundo ntimo de cada criatura e eis a a grande oportunidade de estudarmos a ns mesmos e nos deliciarmos com os nossos tesouros ntimos. O amor qual um sol que se divide em variadas virtudes. Vamos observar esse fenmeno maior dentro de ns, com honestidade nas boas obras, que os vus vo caindo em seqncias que suportamos e a serenidade dominar-nos- a conscincia. Esses so os mistrios menores, representando uma universidade onde deveremos

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    permanecer por um tempo que no podemos determinar. Despertemos para esse trabalho louvvel e dignificante, de nos

    conhecermos a ns mesmos, porque conhecer a Divindade como pretendemos somente ser possvel depois que nos tornarmos Espritos divinos, e, mesmo assim, vamos encontrar em nossos caminhos de luz, mistrios e mais mistrios a desvendar, o que haveremos de fazer com amor e alegria espiritual.

    Que Deus nos abenoe nesta jornada infinita do acordar para a Luz!

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    12 0012 / LE

    Pensamentos Puros

    A elevao moral dotar-nos- de pensamentos mais ou menos puros, capazes de perceber determinados mistrios, antes escondidos pela incapacidade humana. Ns, encarnados e desencarnados, estamos em uma grande escola de Deus, que converge os nossos sentimentos a depuraes necessrias e urgentes, no sentido de enriquecer todas as nossas qualidades espirituais.

    Quem est nos dando a honra de ler os nossos escritos e acompanha os nossos trabalhos no seio da coletividade, deve saber das nossas idias, no que se refere ao esforo prprio que mais incentivamos, que aquele intercalado com os dos nossos irmos em caminho conosco. Ningum pode realizar nada sozinho; do nosso dever trabalhar em conjunto, para que a fraternidade seja um facho da luz de Deus.

    Esprito algum est afastado da Divindade. Quando falamos que no podemos conhecer a natureza ntima de Deus, no quer dizer que estamos longe do Senhor, pelo contrrio, Ele est em ns, vibrando com todas as suas perfeies, e fora de ns, nos iluminando com todas as suas qualidades superiores. A nossa integrao com Ele depende da nossa disposio espiritual, pela fora do tempo. necessrio que entremos na senda do amor puro, para que a pureza nos alimente no raiar de todos os dias e no percurso de todas as nossas existncias.

    A evoluo espiritual, ou despertar, simboliza uma escada como a de Jac, referida no texto bblico. De vez em quando alcanamos um degrau, respeitando mais alm a fora indutiva, que nos leva ao conhecimento mais elevado. O homem comum desconhece a engrenagem filosfica do aprimoramento, pois faltam-lhe sentidos para perceber esse mistrio que somente a elevao espiritual pode conceber, O espiritualista, com idias universais da sabedoria divina, comea a adentrar no grande arcano e sentir um novo mundo de saber, pelas belezas incomparveis das sensibilidades do corao, e o santo, na verdadeira acepo da palavra, passa a perceber por meios que faltam aos demais, certas perfeies do Criador, sem por vezes ter condies de as transmitir aos que seguem os seus passos. No entanto, fala mais alto do que o verbo, a pureza da sua conduta, a vivncia daquilo que prega aos seus semelhantes sobre a vida e a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo.

    So poucos na Terra, mas existem alguns cujos pensamentos j afinizam com o reino das idias de grande pureza espiritual; e esses pensamentos lhes do aspecto de missionrios de Deus em exerccio no mundo das formas. Esto no corpo, porm, vivem no reino divino pelo ambiente de luz da conscincia. Este o futuro de toda a humanidade, da qual somos parte integrante.

    Podemos sentir com mais profundidade alguns atributos de Deus, e a porta desse aprendizado o pergaminho de luz que herdamos do Cristo. Jesus desceu dos altiplanos da Vida Maior para nos ajudar, abrindo a academia do Amor no plano em que habitamos, facilitando, assim, meios mais rpidos para o despertar dos nossos dons espirituais. Ele

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    nos convida por meios variados e nos chama por modos diferentes. necessrio conhecermos a sua voz e seguirmos as suas pegadas. A educao dos pensamentos na sua formao a base na aquisio de luz, para que o nosso celeiro de conhecimentos nos integre e nos livre de todas as temperaturas que podero advir nos caminhos tortuosos das trevas. Quem comeou a viver as virtudes disseminadas pelo Evangelho est se ligando por fios invisveis a algumas das perfeies do Senhor, e delas nunca mais se apartar, ouvindo sempre a voz do Comando Divino a dizer: Levanta-te e anda, que estarei contigo eternamente!

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    13 0013 / LE

    As Qualidades de Deus

    As qualidades de Deus so marcadas pelas nossas comparaes plidas, por no haverem outras em que possamos nos apoiar. Sujeitamos o Senhor s nossas fracas dedues em confronto com os nossos dons, colocando o nosso Pai Celestial dotado das nossas faculdades altamente aprimoradas. Que Ele nos perdoe as comparaes.

    Quando falamos que Deus a Suprema Inteligncia, porque no encontramos recursos na linguagem para destac-lO de outra forma. Inteligncia e razo ainda so posses do Esprito comum; o Criador est acima de todas as colocaes humanas, e mesmo espirituais, do nosso plano. Quando falamos que Deus Amor, certamente estamos diminuindo o Grande Foco de Luz que nos sustenta todos. O amor um dos seus atributos; Ele muito mais que o amor. Ele , pois, o Incomparvel.

    A ansiedade dos homens em conhecer Deus, seus atributos, sua intimidade, impulso dos primeiros passos da criatura na escala evolutiva, e isso vai se arrefecendo de acordo com a seqncia do despertar espiritual; no que os Espritos percam a vontade de conhec-lo, pelo contrrio: o que perdem o interesse de passar dos limites das suas foras. No desejando contrariar as leis, cumprem os seus deveres e esperam a sbia vontade dAquele que tudo conhece pela oniscincia dos seus valores.

    A magnitude de Deus ofusca todas as luzes e a sua bondade inspira todas as bondades do universo; o seu amor alimenta todo o amor da criao e o seu trabalho o exemplo que deveremos operar constantemente. muito bom falar de Deus, pensar em Deus e, se for o caso, escrever sobre Deus, porque neste ambiente que passamos a conhec-lo melhor e respeit-lo condignamente. Enquanto assim agimos, estamos condicionando idias elevadas acerca da sua inconfundvel personalidade. Este exerccio de alto valor para a nossa integrao com a Divindade, pois se processa uma operao de seleo de valores nas nossas intimidades, como no ntimo de quem, porventura, nos ouvir ou ler. tempo que o prprio tempo aperfeioar nas bnos do Comandante Maior.

    Uma coisa falamos com muita alegria: que as sementes dos atributos do Criador se encontram plantadas nas nossas conscincias, na profundidade do nosso ser e, se assim podemos dizer, a fora do progresso se encarregar de despert-las para a luz e faz-las crescerem para a fonte de onde vieram.

    Ningum foge desses caminhos delineados pela Grande Vida. A rea da nossa liberdade muito pequena para sabermos o de que verdadeiramente precisamos; tudo obedece vontade dAquele que nos criou, tudo vem dEle e vai para o seu seio fecundo e celestial.

    Quem deseja analisar a capacidade de Deus, que observe a sua criao, a harmonia e a mecnica do Universo. Tudo luz na sua feio divina, mesmo o que pensamos ser treva, por nos faltarem dons desenvolvidos na busca da intimidade das coisas.

    Oh! Homens que caminhais conosco, se quereis viver felizes, deixai

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    despertar as luzes que existem em vossos coraes, na conjuntura das vossas foras, agradecendo Divindade e tomando as mos do Cristo, que Ele vos libertar!

    Sejamos fortes na educao de ns mesmos todos os dias, porque na persistncia do trabalho e no esforo do dever, que beijamos as flores da sabedoria como se fossem a face do Criador, nos dignando para um novo amanhecer.

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    14 0014 / LE

    Unidade do Criador

    Deus uma unidade dinmica, no seu carter criativo e fecundo, mas nico na sua majestosa intimidade de valores incomparveis.

    Ele no produto das coisas e inteligncias, disseminadas por toda a criao, pois causa e efeito so duas coisas distintas uma da outra. Basta um pouco de raciocnio para podermos harmonizar estas idias, referentes ao Senhor de todas as coisas.

    Em todos os momentos que voltamos a pensar em Deus, os nossos sentidos passam a v-lo na sua unidade total, nico na sua posio de benfeitor universal. Dividi-lo contrariar a nossa conscincia e sentir insegurana sobre a verdadeira paternidade. Registramos nas nossas dedues mais apuradas, no mundo espiritual, a unidade do Criador, como ouvimos os grandes missionrios da luz, que descem at ns com as mesmas idias, os quais nos mostram a realidade pelos fatos da prpria natureza, engenhoso processo que reflete a presena da Grande Luz em todas as intimidades criadas.

    No nos preocupemos quando os homens pretendem adorar outros deuses, ou muitos deuses, como no passado. A verdade no se inquieta; ela se impe porque a verdade. No perpassar dos tempos, somente ela ficar de p, diante de todas as dedues humanas. O que temos a dizer, com toda a sinceridade do corao, que Deus uno, um ser individual, ligado por agentes sutis a toda a criao, e mais atuante na intimidade de todas as coisas.

    Quando o Esprito encontra a si mesmo, passa a sentir Deus com mais intensidade, por ser essa a senda, a porta de partida para novos conhecimentos sobre a Divindade. Comea, meu irmo, a estudar as tuas prprias reaes, a analisar teus prprios feitos, a corrigir os teus prprios deslizes, no silncio que prprio ao iniciante da verdade, que conhecers outras dimenses do saber. Estas sempre vibram ao nosso redor sem que as suas notcias nos atinjam por faltar o bater s portas da simbologia evanglica. Quando os nossos pensamentos se educarem na razo direta das qualidades superiores e a boca se esquecer de ferir, os olhos de perscrutar os erros alheios e as mos se tornarem somente instrumentos de ajudar, estabelecer-se- a harmonia em nossos coraes. Se Deus Unidade, de nosso dever criar a unidade do bem, do amor e da caridade em ns, para que possamos refletir a Divindade em todos os nossos passos. O homem inteligente procura no contrariar as leis naturais e, quando ele desencarna com essas mesmas intenes, sentir na profundidade o porqu desta obedincia. Ningum livre na totalidade da expresso. Somos todos servos do Senhor e essa deve ser a nossa imensa alegria, porque Ele sabe o que mais nos convm nas linhas do nosso despertar. O pantesmo foi uma verdade camuflada, por encontrar uma humanidade sem condies de senti-la face a face. A verdade se torna, pois, relativa em todas as suas nuances de claridades espirituais. Agora estamos

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    comungando com idias mais puras sobre a Divindade e a maturidade nos aproxima mais da Luz que nos alimenta e nos sustenta a vida. Por isso cremos na unidade de Deus, na sua justia cheia de misericrdia e de Amor. Quanto mais conhecemos o Senhor, mais notamos as nossas deficincias em conhec-lo, dada a sua grandeza de poderes e os seus atributos indescritveis. Cr, meu filho, em Deus, s obediente ao Comando Maior, que tudo vir ao teu encontro pelas linhas do teu merecimento e de acordo com a tua capacidade de suportar. No existe injustia em quaisquer dos acontecimentos da vida, essa a verdade.

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    15 0015 / LE

    Visualizao do Homem

    Certos homens vivem visualizando o seu prprio destino, colocando a prpria imagem nos caminhos dos deuses, unificando seus desejos para se tornarem um deus. Estes homens esto certificados dos poderes da Divindade, da sua existncia e do seu comando sobre todas as coisas, mas partem do princpio errneo de que podero algum dia, no tempo que se chama eternidade, ser um Deus, como, e certamente, o Senhor a quem eles respeitam e obedecem. tempo que se perde, cogitao vestida de sonhos irrealizveis.

    No quadro em que se encontra a humanidade, diante das suas necessidades mais prementes, o dever de cada criatura deveria ser o cultivo das virtudes assinaladas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que, mesmo com a sua gradao espiritual elevada, gastar sculos incontveis para harmonizar o planeta com as leis do Amor, virtudes essas que so reflexos dos atributos de Deus, recolhidas por Jesus pela sua sapincia, na universalidade iluminada dos cus, e entregue aos homens pela sua presena e vivncia daquilo que ensinou pela misericrdia divina, o que no deixa de ser a materializao do Amor na Terra.

    Apoiamos e incentivamos a visualizao dos poderes espirituais, na escala que iremos mencionar: a alegria nos nossos caminhos, o perdo junto aos que nos ofendem e caluniam, o trabalho na altura das nossas foras, a dignidade na altura dos nossos conhecimentos, a f que comporta os nossos coraes, a caridade bem situada e o amor bem compreendido. Eis o princpio da escala que devero percorrer as nossas visualizaes. Mas, nos compararmos com a Divindade dar vazo ao orgulho e voar com as falsas asas da vaidade. Mais ainda, estaremos indo de encontro s prprias leis que nos regulam o porte espiritual. a mesma coisa que pretendermos apagar o brilho de uma estrela com os dois dedos que costumamos segurar um palito de fsforo.

    Ganhemos tempo! Estamos na era da Luz; busquemo-la em todas as direes para que aquela que o Senhor colocou dentro de ns se acenda em todo o seu esplendor, nos libertando das trevas da ignorncia! O pretensioso, quando prepotente, atrofia suas prprias foras e deixa de alcanar no tempo o que deveria: a liberdade de compreender a verdade e viver o ambiente de paz da sua conscincia. Sejamos humildes em todos os entendimentos, respeitosos ante as ajudas para conosco, bons na frente dos que carecem de carinho e justos com quem caminha conosco, porque aquele que aprimora a si mesmo no tem tempo para devaneios e granjeia amigos por onde passa, encontrando amor por onde manifesta seus elevados interesses.

    Se os homens desejarem ser parte de Deus, como nos informa O Livro dos Espritos, na resposta nmero quinze, no muito melhor nos sentirmos sendo os seus filhos? Nunca faltaram, em tempo algum, as respostas s perguntas que formulamos ao Criador. Elas vm por muitos meios e cada vez que o tempo passa, o intercmbio se aperfeioa, nos colocando com mais segurana a saber da verdade no seu fulgor mais apurado. Quantos livros no existem na Terra, respondendo perguntas de toda a natureza?

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    Basta procurarmos para encontrarmos. Quantos homens dotados de certos poderes, que esto capacitados para responder sobre variados assuntos sobre as coisas do Esprito? Hoje, s no aprende quem no quer. Comea pensando, prossegue orando e avana para o encontro da verdade que ela te aparecer com os braos abertos para te libertar. Visualiza a Verdade e o Mestre, que Ele te instruir dentro das tuas necessidades de viver melhor, no ngulo em que podes viver bem.

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    16 0016 / LE

    Deus Esprito Se Deus perfeito e Esprito, no podemos compar-lo com as formas mutveis. E sob o empuxo do progresso, tudo que existe na imensido indescritvel do universo, do tomo ao ninho csmico, , pois, criao ideada pelo seu poder fantstico, que ainda no podemos perceber, por nos faltarem sentidos para isso. Estamos limitados, ou condicionados, no mnimo das nossas foras, que por enquanto dormem no centro da nossa conscincia, sem poder participar dos nossos mais profundos interesses.

    Somos crianas em comparao s grandes almas. Crivamos de perguntas, por vezes, de pouco interesse, aqueles que achamos situados em grau mais elevado do que ns, com fome e sede de saber, em se referindo s coisas do Esprito, e nem sempre avaliamos a luz que realmente suportamos, pelas trevas que ainda nos circundam. Se todo pedido uma orao, na filosofia do Esprito, a resposta no se faz esperar e vem gota a gota para nos conscientizar da existncia da bondade divina e do amor que Ele dispensa a todas as criaturas.

    J falamos muitas vezes, repetindo a fala dos benfeitores maiores, que Deus uma personalidade individual, e no o conjunto de todas as coisas criadas por Ele. Entretanto, Ele, a majestosa fora divina, est em toda parte por meios que desconheces, por se tratarem de fludos sutis operando em uma faixa que somente as grandes almas podero constatar, pelos poderes inerentes s suas perfeies.

    A primeira idia de se comparar a natureza como sendo diretamente Deus, que ela manifesta em todas as suas nuances, perfeita harmonia em todos os sentidos da sua atuao, porm, cabe a ns pesquisar e entender, descobrir e divulgar, que toda essa simetria participao das leis criadas por Ele, no vigor da sua mente incomparvel. pois, a sua imagem, como um canal de televiso que reflete no vdeo a perfeita estrutura do real, sendo que, no caso com a Divindade, a perfeio a tnica do ambiente. As imagens do Senhor so vivas e demonstram os seus mais puros atributos, nunca falhando nos seus mais delicados cinetismos, no sustentar da vida, O visual do infinito no Deus na sua unidade perfeita, como o quadro no o pintor. Comparando a obra com o autor, a primeira constitui um plido reflexo da sua personalidade, viva e distinta no lugar que ocupa.

    Parece que estamos falando muito sobre o Grande Arquiteto do Universo, mas esse o nosso interesse, porque falar de Deus e viver na sua vibrao constante a coisa mais sublime da vida. Admiramos muito o Deus lhe pague, o Deus lhe ajude, o vai com Deus e A paz do Senhor seja convosco, muito usados pelos homens. So mantras sagrados que nos cobrem de luz, quando pronunciados com amor e respeito. A Doutrina que faz de Deus um ser material, o faz por falta de notcias do mais alm, ou por medo de pesquisar a verdade e seguir as rotas do progresso, que faz carem os vus na gradao das foras humanas e espirituais. Nada devemos temer, desde que estejamos em planos de mutaes para o nosso prprio bem. O mundo espiritual que nos dirige, nos atende de acordo com as nossas

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    necessidades, e no deixa de guiar e instruir quem verdadeiramente deseja aprender. No devemos esquecer que Deus um sol de vida, que alimenta e dirige todas as vidas sadas das suas mos luminosas e perfeitas.

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    17 0017 / LE

    No Permitido

    No permitido ao homem conhecer o princpio das coisas na sua profundidade absoluta. Se o macrocosmo infinito diante dos sentidos dos seres humanos, o microcosmo igualmente o , na estrutura que lhe foi dada por Deus. O Esprito, na faixa em que se encontra na Terra, no desenvolveu sentidos ainda, para conhecer o que pretende, para pesquisar a infra-estrutura da matria e desvendar os seus segredos.

    A fora poderosa que se esconde na forma no poder, por enquanto, ser conhecida e dominada pelos homens, por lhes faltar amor no corao, o bastante para no usar sua expanso dinmica nas guerras fratricidas, e contra a prpria vida no planeta em que habitam. Basta o que j conhecem, como sendo uma misericrdia.

    A fome que se passa na Terra, as necessidades de veste e de instruo, no significam falta, na realidade. Tudo isso existe com abundncia em todos os pontos da casa terrena; somente o que falta a fraternidade entre os povos e a educao entre as criaturas. Quando o amor for uma fora dominante no seio dos homens, nada faltar, na sua expresso de todos os suprimentos. E a vida tomar nova feio em todos os ngulos do mundo, como sendo um reino de Deus florindo no reino dos homens.

    A revelao gradativa e o ser sempre. A evoluo cientfica deve acompanhar a moral, para que haja equilbrio em todos os pontos de elevao e despertar. justo que notemos, neste fechar de sculo, o interesse que os homens e Espritos desencarnados tm pela difuso do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e o esforo que se faz em todas as naes para a melhoria do homem, em todos os seus aspectos. S no d para se notar esse esforo com mais evidncia, por estar ele no comeo; no entanto, o terceiro milnio que se aproxima revelar essa verdade com acentuao expressiva, pois j existe uma preocupao de certos governantes na educao dos povos, no que se relaciona aos preceitos incomparveis da Boa Nova do Mestre. Sem o Evangelho no corao das criaturas, jamais haver paz no mundo, porque ele faculta a conquista da paz, em primeiro lugar, na intimidade de cada um.

    Podemos observar no ar que respiramos e na luz que nos d alegria de viver, o anncio do fim dos tempos, dos tempos de inquietaes, para que possa surgir o ambiente de verdadeira paz, aquele que deveremos conquistar juntamente com o Cristo frente dos nossos destinos. No permitido s almas recuarem no tempo e no espao. As leis de Deus estabelecem e comandam: a ordem somente de avano.

    A escola do conhecer infinita e livre na sua conjuntura educativa, entretanto, marca para todos os seres, conforme a sua escala evolutiva, pontos vermelhos, indicando basta, para que no venhamos a cair em novas tentaes, pois o conhecimento sem amor pode nos levar derrocada. De agora em diante o cerco est se fechando, para que possamos nos prevenir contra as grandes calamidades, pela fora da educao, e aumentar a nossa confiana pelo muito que devemos amar, O Evangelho deve ser conhecido por todos os povos e disseminado para todas as criaturas, porque ele fora que nos garante a paz nos caminhos que percorremos.

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    Quanto ao interesse de conhecer a intimidade da matria, no deve ser apagado, porm, esse saber vai surgindo pelo impulso da nossa evoluo e as necessidades que forem surgindo no nosso aprendizado. Oremos juntos, homens e Espritos livres da matria, para que o equilbrio no nos falte no nosso despertar para Deus.

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    18 0018 / LE

    O Vu se Levanta

    O vu se levanta medida em que o homem cresce espiritualmente. A natureza tem seus segredos em toda a conjuntura da sua ao benfeitora e eles no foram feitos para ficarem eternamente escondidos das criaturas; revelar-se-o no momento certo, em que o Esprito puder alcanar e suportar a luz da revelao.

    Os caminhos da vida so eternos aprendizados; cada passo que damos corresponde a uma lio. Nada se perde, mesmo o tempo que chamamos de perdido. Atrs de todo acontecimento existem leis revelando sabedoria, de que o Esprito se certificar por processos de osmose espiritual, que por vezes escapam ao nosso entendimento. Os vus se levantam em todas as direes do saber, pelos esforos de cada um, entretanto, ele tambm obediente fora do prprio progresso.

    A nossa participao acelera a evoluo, para que o despertamento surja com mais eficincia e fique em tudo, em relao ao nosso bem-estar, a nossa marca, como sendo a nossa conquista. Isso muito interessante na pauta das nossas obrigaes e compromissos.

    No podemos nos esquecer daquilo que nos toca como co-criadores dos nossos destinos, na influncia de Deus pelas mos do Cristo. medida em que os vus vo se abrindo aos nossos olhos espirituais, se formar um campo de conhecimento apropriado na conscincia e o corao passar a trabalhar em plena concordncia com a inteligncia. Os dois, juntos, determinam o uso de todos os poderes adquiridos, na formao da prpria personalidade.

    Ningum pode crescer sem subir, nem subir sem esforo e sacrifcio juntamente com a dor, pelo menos na rea evolutiva a que pertencemos, no ambiente da Terra, e no grau que nos encontramos na escala dos valores espirituais. As experincias nos condicionam conhecimentos indispensveis a nossa libertao. Isso tambm so leis que nos regulam o crescimento espiritual e moral. Mesmo que queiramos ficar para trs e no aprender, no conseguimos. a mesma coisa que algum, que nunca tivesse visto o Sol, desacreditasse, por isso, da sua eficcia. Ele, o Sol, sempre iria existir e, ainda mais, continuaria ajudando, mesmo os que o negassem.

    Existem dois tipos de evoluo: aquela que obedece s leis do automatismo espiritual, que impulsiona a natureza fsica e animal para o progresso, sem a participao da vontade, e aquela que recebe como coadjuvante os esforos dos homens, onde a inteligncia tem sua grande participao. As faculdades dos Espritos vo se desabrochando na esteira infinita do tempo e se apurando de acordo com o seu despertamento, quando o oculto vai sendo conhecido.

    Diante dos mistrios desvendados, surgir, no mundo da alma, um ambiente diferente, onde floresce uma alegria apoiada pelas foras do amor. E a alma amadurecida passa a conhecer a si mesma e a cuidar das suas prprias deficincias, como o mdico que trata dos seus prprios desequilbrios. Porm, bom que nos cientifiquemos de que sempre encontraremos vus para serem desvendados e segredos para serem conhecidos. No constitui uma grande esperana termos sempre lies para

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    recebermos da bondade divina? O conhecimento total pertence a Deus, e conhecer a sua natureza ntima somente Ele o pode, por ser Onisciente.

    O nosso maior empenho deve ser o conhecimento do como ser melhor, trabalhando na fraternidade universal; preciso levantar o vu que empana a harmonia e sentir a vibrao da paz de Deus no corao, conhecer os segredos do amor e passar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ns mesmos. Torna-se importante descobrir a fonte da alegria pura e conquist-la na sua plenitude. Com os vus se levantando nesse ritmo, seremos felizes.

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    19 0019 / LE

    A Cincia Humana

    A cincia tem condies de ajudar a revelar certos segredos da natureza, porm, dentro dos limites que a evoluo humana comporta. Observando a prpria histria universal, nela encontraremos os grandes feitos e cientistas, por vezes, verdadeiros mensageiros do bem. Negar o valor da cincia e negar os prprios esforos dos homens por melhores dias, entretanto, Deus no est preso s limitadas condies dos seres humanos. Ele revela o que achar conveniente, pelos canais que desejar falar, e esses fatos so reconhecidos no mundo todo. Grandes descobertas surgem como se fossem por acaso e, pela roupagem abstrata do acaso, esplendem a fora e a inteligncia do Esprito. Eis a a mediunidade em funo benfeitora, a comunicao dos Espritos entre os dois mundos!

    Embora a razo apresente as suas faltas, ainda assim, em todos os campos de atividade ela quem move a cincia que em muitos casos aceita mentiras no lugar da verdade e vice-versa. Os seres encarnados, e mesmo os desencarnados, que vivem na mesma faixa evolutiva, no precisam se preocupar com a seleo das coisas verdadeiras, pois elas aparecem luz das boas intenes e no esforo permanente em busca do melhor.

    J falamos alhures que a verdade relativa ao tamanho espiritual de cada criatura.

    Deus, se quiser, poder fazer conhecer a verdade mais acentuada por pessoas ignorantes, que passam a ser o instrumento da verdade pela influncia do Senhor. Todavia, quando Ele acha conveniente, procura os meios cientficos, e adota a linguagem sofisticada para falar aos doutos, e lev-los a auxiliar os sofredores na retaguarda.

    Abenoemos a cincia humana, sem nos esquecermos do poder intuitivo das almas.

    Quando se aliam essas duas foras a servio da coletividade, aparece a luz beneficiando todos. As investigaes cientficas tm melhorado muito o homem. H como que um preparo para a luz do entendimento que tem consumido vidas e mais vidas em favor dos prprios homens e vai conduzi-los a uma lgica, que no deixa de ser igualmente uma grande cincia. Religio e cincia no so incompatveis. Elas, no fundo, gritam pela juno, porque o que falta em uma, a outra completa. O orgulho, a ignorncia e o fanatismo que fizeram os homens separarem a cincia da religio. Mas em futuro prximo iremos assistir unio destas duas foras da vida, para a melhoria das vidas que circulam na Terra.

    Os homens tm recebido ddivas em profuso no sentido da descoberta. Elas esto em suas mos. Necessrio se faz que aprendam a usar bem essas bnos de Deus, doadas humanidade por amor e misericrdia. As vias medinicas tm ofertado uma filosofia altamente espiritualizada, renovando todos os conceitos errneos que fogem das linhas do amor verdadeiro e da caridade promissora. Estamos cercados de grandes tesouros, que podemos usar em todos os caminhos que porventura trilharmos, para que se estabelea no mundo o reino de Deus.

    Usa da cincia, se isso for do teu agrado, e faze o bem. Usa da religio,

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    se te convier, e pratica a caridade. Usa do amor na sua plenitude e ilumina todo o instrumento da tua evoluo, que o Senhor sempre estar presente nas tuas investigaes e purificar a tua f.

    Nada existe que Deus no queira, mas, justo e elegante que te revistas de bom senso, para usares com equilbrio aquilo que foi colocado em tuas mos. At o prprio veneno, em doses vigiadas, remdio salutar, enquanto o ignorante faz trabalhos compatveis com a sua posio, na esfera das criaturas.

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    20 0020 / LE

    Revelaes Espirituais

    Os sentidos fsicos so valiosos recursos com que a natureza divina dotou o Esprito encarnado, para registrar as lies que poder receber por todos os meios que a cincia alcana. No obstante, os homens carregam consigo outros meios espirituais que lhes servem de canais, por onde podem vir e vm com freqncia notcias mais sutis do mundo espiritual, revelaes que escapam aos processos cientficos.

    A razo nos fala que devemos usar os dois meios para maior experincia daquilo que vamos aprender. Se ests no mundo da carne, justo que tenhas recursos materiais para o enriquecimento e compreenso de todas as leis que vibram e sustentam todas as formas e, se ests sujeito a ela, justo, tambm, que a respeites. O universo se congrega em camadas sobrepostas, como sendo um todo, apresentando em seu ntimo divises sem conta, at encontrar Deus.

    Um mundo pode se justapor a outro, mas em faixas diferentes e, por vezes, ocupando o mesmo lugar. So segredos a desvendar e quanto mais aprendemos, mais sentimos necessidade de aprender. A extenso do saber infinita, e o Senhor, nosso Pai Celestial, representa a fonte inesgotvel, centro de todas as cogitaes da sabedoria universal. A Terra , pois, um mundo de provaes; se assim no fora, j teriam cessado as guerras fratricidas e os dios milenares de nao contra nao, de homens contra homens.

    As variedades de revelaes, em se formando inmeras religies e filosofias espiritualistas, so provas irrefutveis disso. Quando a humanidade comear a apresentar traos de fraternidade de uns para com os outros, quando as criaturas se amarem mutuamente na verdadeira acepo da palavra, quando a gratido a Deus tornar-se um hbito de todos os dias, quando a caridade for um dever de todos os momentos, as religies iro se fundir pela fora da unidade dos sentimentos e haver um s rebanho e um s pastor.

    As divises e subdivises so o atendimento de Deus aos homens, pela ignorncia que persiste nos coraes dos Espritos inferiores. Quando permanecer a idia de que cada um est de posse da verdade, da verdade que ele suporta e no entregue a uma faco religiosa ou agrupamento filosfico ou cientfico, comearo a dominar os sentimentos de respeito e a prpria grandeza de Deus, que no se esquece de seus filhos, quaisquer que sejam os lugares em que estiverem vivendo. Ningum se perde, pois somos todos filhos do mesmo Pai!

    As revelaes espirituais e cientficas no escolhem lugar. A prova disso so os fatos, e nesse entendimento que deveremos despertar para a unidade de valores de todas as naes e de todas as criaturas, sem as barreiras que dividem os Espritos pelo orgulho, pelo egosmo, pela vaidade e pelo cime.

    Os sonhos so atestados de muitas revelaes. Eles, mesmo sem a compreenso dos seus arcanos, deixam na conscincia uma revelao que cresce cada vez mais, dando certeza alma de que a vida no termina no tmulo e, por vezes, revela ao Esprito encarnado algo das vidas anteriores que se encontra registrado na conscincia profunda.

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    E as intuies que escapam aos aparelhos materiais? Por onde vieram? Vieram por canais invisveis aos olhos fsicos, mas entendidos pelas sensibilidades espirituais da alma, e com tanta certeza que fogem aos meios de comunicao. A escrita no tem recursos para expressar o que entendemos por dentro.

    bom que usemos de todos os meios lcitos e possveis das revelaes, e que o bom senso nos acompanhe em todas as investigaes, para que no amanh nasa em nossos coraes a verdadeira paz, aquela que deve morar na conscincia.

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    21 0021 / LE

    Atividade de Deus

    Deus jamais ficou, fica ou ficar inativo. No podemos conceber um Deus sem ao permanente dentro da sua criao; Ele o sol espiritual de vida, mantenedor de todas as vidas e a Ele estamos ligados.

    Quando falamos que Deus criou o universo, por faltar em nossa linguagem o verdadeiro significado de criao. Na dialtica fraca dos homens, criao dar existncia, usar a mente e as mos para que algo tome forma ou feio. Escapa ao nosso raciocnio o que significa criar, no dicionrio da natureza divina. Se Ele criou, onde buscou o princpio da formao das coisas? Essa uma frmula que Ele no achou conveniente que os homens soubessem. Nesse campo profundo, somente os Espritos puros, altamente evoludos, tm notcias dessa cincia espiritual, estendendo falanges e mais falanges em toda a extenso infinita, operando na dimenso que lhes prpria.

    A matria existe, desde a eternidade, como Deus? Somente Ele o sabe, nos informa o O Livro dos Espritos. S podemos dizer que a idade da matria se perde para ns, na noite dos milnios incontveis, e que o seu cinetismo uma realidade, no que ela se movimente por si s mas porque se move por vontade dAquele que nunca fica sem atividade. H segredos que ficaro por muito tempo sem serem desvendados, por nos faltarem sentidos e capacidade para suportar as revelaes e saber fazer uso das belezas imortais, dos valores do Esprito.

    Se podemos dar a Deus uma mente, ou v-lo desta forma, ela tem uma corrente de idias contnuas no verdadeiro sentido do verbo. Cessando a sustentao, desmorona-se todo o universo. Sabemos que esse fludo csmico, ou hlito divino, desprendido da sua magnnima personalidade e incomparvel poder que nos d vida e mantm o nosso equilbrio espiritual. Somos dotados de sentidos apropriados, com valores desenvolvidos e a desenvolver, que transformam essa essncia oriunda do Senhor, em fludo animal ou magnetismo humano, energizando seu valor com os nossos sentimentos mais ou menos puros.

    O ter divino sensvel ao nosso carter, como tambm grava as nossas deficincias.

    O santo o usa na sua cndida feio, despertando os seus mais profundos valores, pela fora do amor e da caridade para ajudar, servindo todas as criaturas que carecem de amparo e de socorro, O ser humano, mesmo encarnado, compreendendo a cincia das mutaes, poder fazer prodgios, se souber lidar com esses segredos da natureza em favor do bem, deixando estender a f nos limites que ela pode socorrer os desfalecidos.

    Isso corresponde s atividades de Deus, onde Ele for respeitado e amado. Para tanto, Ele criou leis que regem todas as atividades menores e estabilizam o equilbrio de todas as coisas. bom e justo que pensemos que no existe nada separado de Deus, no entanto, melhor entender que a sua inconfundvel personalidade nica no seio de todas as formas surgidas pela sua majestosa vontade.

    Pormenorizar as atividades de Deus salientar a nossa ignorncia acerca dEle, pois, somente Ele se conhece e aos seus segredos mais profundos. Ns

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    ainda temos de adentrar as primeiras sendas do conhecimento de ns mesmos, ambiente infinito de sabedoria, para depois comearmos a pensar, estudar e compreender o livro, da natureza, onde os atributos da Divindade esto em evidncia. As portas pelas quais deveremos entrar para nos conhecer so ensinadas por Cristo, no seu Evangelho. A vivncia dos preceitos que Ele nos ofereceu nos faz compreender o que se deve pensar acerca de Deus e da sua criao.

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    22 0022 / LE

    Extenso da Matria

    A dimenso da matria sobremodo difcil de ser explicada na linguagem terrena, por escapar das mais puras dedues que o pensamento humano pode atingir. A matria bruta que podes apalpar, sentir e cuja forma podes ver , pois, a mais baixa vibrao que o agregado de energia pode tomar.

    As vezes, dois corpos materiais podem ocupar o mesmo lugar, por estarem cada um em uma dinmica vibratria. Uma est expressa na forma e a outra, como fludos sutis dentro da primeira. A cincia acabou provando que a prpria luz matria, pela curvatura que faz ao passar por corpos slidos e, se s matria atrai matria, ela no deixa de ser a prpria matria em outra dimenso, formando luz. Da podes partir para outros estados da matria na sua engenhosa purificao, sob o comando do progresso, que no deixa de ser trabalhada pelas mos santas de Deus. O prprio perisprito tem muito de matria. Mesmo dentro da sua sutileza espiritual, e para ser intermedirio do Esprito ao corpo, necessrio que tenha nuances de matria com antimatria.

    A escala da evoluo da matria muito extensa: o caminho conduzido pela evoluo de uma grandeza incomparvel, no campo da literatura espiritual. Tudo que existe concentrao de energia, tudo que falamos, no mundo das formas, ela a est concentrada por lei de afinidade, sob a ao da vontade de Deus. A cincia humana est procura do elemento primitivo, de onde partiram todos os outros, pelo avanar e recuar dos fatos; entretanto, este elemento primeiro est longe das cogitaes humanas. Se o macro infinito no seu avano csmico, o microcosmo tem o mesmo destino. As reas de estudo oferecem a todos os sbios interminveis lies, de maneira a mostrar a todos eles a sabedoria de Deus e a bondade de seu terno corao.

    Tudo no mundo material e espiritual se encadeia; uns esto ligados aos outros por fios tenussimos, imperceptveis pelos homens e que a prpria cincia desconhece. A matria, mesmo a que chamamos de forma impenetrvel, guarda segredos que os homens do amanh reconhecero. Ela tambm evolui, despertando algo dentro de si que a purifica, tomando novas dimenses e sensibilizando sua prpria estrutura. como, se pudssemos dizer, a matria se intelectualizando no perpassar do tempo e na extenso infinita do espao.

    A prpria aura que circunda os corpos fsicos matria quintessenciada, em vibraes tais, que chegam a causar luminosidade em torno dos corpos fsicos de onde ela promana. um empuxo do progresso das formas, que alcana outro estado de existncia. Da que devemos ter o maior respeito por tudo o que existe no universo, em todas as faixas que conhecemos, por se tratarem de vidas criadas em estados diferentes, pela bondade e misericrdia de Deus.

    Se nada existe sem a sua vontade, qual o nosso dever diante dela? Eis porque Jesus nos pede para amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ns mesmos. O nosso prximo tudo o que existe ao nosso derredor, porque nada h sem vida, e sempre dentro das formas vibra algo espiritual a convidar o seu corpo, seja ele qual for, para as linhas da perfeio,

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    para a grandeza espiritual. O Esprito desce na matria palpvel e visvel, em busca de seu

    desprendimento e, para tanto, usa como lao intermedirio a prpria matria purificada. Por que isso? Devemos responder que ainda segredo que se esconde, por respeito a nossa evoluo. O que podemos dizer, para que no fique sem resposta, que o Esprito reencarna porque Deus quer e acha conveniente.

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    23 0023 / LE

    O Que Esprito?

    Difcilmente se pode conceituar o Esprito. A sua estrutura ntima ento foge ao campo de sabedoria que j dominamos. Devemos nos dispor anlise dos atributos da alma, estudando suas reaes e certas leis que garantem a nossa existncia. Se ainda o corpo fsico um mistrio para ns outros, o que falar do Esprito? Para chegar a ele devemos percorrer vrios outros campos que a alma usa como roupagem, na grande caminhada evolutiva.

    Se existe a escola infantil para as crianas na Terra, a lei a mesma em se falando do aprendizado do Esprito sobre as coisas espirituais. A humanidade, diante da cincia da alma, est na escola primria, no justo que ela passe a freqentar a universidade de um momento para outro. Somente a idade regula essa necessidade. Sobe-se os degraus gradativamente.

    O Esprito est em faixa e dinmica diferente do que se pensa e que no ser justo violentar o modo de deduzir do ser humano. Todas as explicaes at ento dadas sobre o Esprito so equaes que fogem da realidade, porque os que escrevem, desconhecem muitas coisas sobre si mesmos, e no passam de analfabetos da alma.

    Conhecer o Esprito quase conhecer Deus. Ele foge totalmente s comparaes que se faz, usando os recursos materiais. No tiramos o esforo nem queremos anular as pesquisas cientficas acerca das coisas espirituais. No essa a nossa inteno. Somente pedimos a todos os nossos irmos encarnados que comecem pelo princpio, e no dem saltos nos caminhos cientficos da vida. Aprendamos primeiro a harmonizar os pensamentos, a dominar o verbo, a criar condies dentro e fora de ns, para que o amor possa ser o nosso ambiente de viver. Diante disso, notaremos o desabrochar em nossos coraes de outro tipo de conhecimento, que nos dotar de valores pelos quais a verdade nos revelar segredos at ento escondidos nas dobras do tempo.

    Como conhecer o Esprito, se ainda no sabemos o valor do perdo? E como dominar o perdo, se ainda no perdoamos nos moldes do

    esquecimento das faltas cometidas contra ns? E como conhecer a caridade, se ainda no vivenciamos essa caridade

    justa e proveitosa? Como conhecer o Esprito, se ainda no conhecemos o amor?

    E como conhecer o amor, se ainda no amamos na verdadeira acepo da palavra?

    Meditemos na distncia em que nos encontramos da conscientizao ntima da alma... Eis porque o Evangelho vem nos convidando para uma reforma nos nossos costumes em primeira mo, para depois sentirmos que somos necessitados de maiores conhecimentos!

    Meu irmo, mais lgico dar os primeiros passos na grande senda do aprendizado espiritual, com Jesus, para que possamos conhecer determinados segredos da natureza.

    O Cristo o Mestre Incomparvel; ouamo-lo! Todos os dias, a sua voz se faz ouvir por todos os meios que desejarmos, basta que haja interesse em

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    aprender com humildade. Livremo-nos do orgulho e do egosmo e abramos a mente para a

    verdade, que ela nos libertar. No queiramos saber o que o Esprito. Por enquanto, somente basta que saibamos que o Esprito vida, sustentado pela Vida Maior Deus. Nosso dever maior neste momento, e na fase em que nos encontramos, compreender as leis e obedec-las; ativar a harmonia dentro de ns. Estaremos sentindo, desta forma, Deus na alma e o Cristo em ns, e a luz nunca se apagar em nosso corao. Todas as vezes que surgir a idia de conhecer Deus e o Esprito, oremos com f, que logo veremos e sentiremos a resposta que for conveniente as nossas necessidades de saber.

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    24 0024 / LE

    Atributos do Esprito

    Na linguagem correta, a inteligncia atributo do Esprito e no sinnimo, por no ser igual fonte de onde promana. Os valores da alma so inmeros, por vezes incontveis, na rea do seu despertamento espiritual. As nossas comparaes so plidas, referindo-se ao Esprito. A realidade mais profunda e os arcanos esperam pelo tempo, para serem revelados, obedecendo s leis da relatividade que regulam os conhecimento de todos ns.

    Como bom conhecer a luz das regras e ter de ser dcil vontade dAquele cuja luz faz parte da prpria vida!

    O Esprito uma chama onde se concentram todos os requisitos para a felicidade. No centro de seu energismo divino, vibra um acervo de faculdades ainda desconhecidas pelos sbios. A alma foi feita com todos os atributos da perfeio, por ter sado sob o fulgor da perfeio maior:

    Deus. Assim, o que chamamos de evoluo, podemos chamar de despertamento. Se escrevemos e falamos sempre sobre a evoluo do Esprito, por nos faltar recursos na linguagem, mas, nunca empregada com tal sentido. Todos j nascemos perfeitos, bastando para isso o despertar das qualidades inerentes ao nosso mundo interno, que somente Deus conhece, e ns outros temos algumas notcias.

    Quando falamos da urgncia de conhecermos a ns mesmos, no sentido da educao dos hbitos arraigados, cuja permanncia em ns entorpece os nossos sentidos espirituais mais dignos de serem mencionados, e no do conhecimento ntimo do Esprito. A distncia a percorrer nos d vertigem, pois a razo, mesmo a mais apurada, mesmo a inteligncia mais lcida so incapazes de registrar o conhecimento integral do Esprito. Entreguemos isso ao tempo, que ele nos falar pela vontade de Deus, na hora certa, o que nos for mais conveniente.

    A vida , pois, uma eterna busca, por esse motivo que Jesus sentencia com propriedade: buscai e achareis. Nunca ficaremos sem resposta, jamais ficaremos sem o entendimento, na medida das nossas capacidades; no entanto, o esclarecimento vem, no atendendo a nossa vontade, mas, de acordo com a vontade do Senhor.

    Os homens geralmente confundem os efeitos pelas causas. As causas sempre se escondem no mais profundo, no silncio da sutilidade, na harmonia da prpria vida, e cantam em todas as dimenses