fitness business 67

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SET/OUT 2013 N O 67 É PRECISO GUERRILHAR MARKETING NO ENTORNO É FUNDAMENTAL PARA GARANTIR SOBREVIVÊNCIA OCUPE SEU LUGAR ACADEMIAS REVELAM COMO TIRAR VANTAGEM DO POSICIONAMENTO DE MARCA FITNESS BUSINESS SET/OUT 2013 Nº 67 DO COOPER AO LOHAS Bem-estar veste a roupagem da SUSTENTABILIDADE E A INDÚSTRIA TODA COMEÇA A SE MOVIMENTAR! ALAN LEACH: PROPRIETÁRIO DA REDE DE ACADEMIAS IRLANDESA WEST WOOD CLUB VEM AO BRASIL CONTAR COMO CONTORNOU A CRISE EUROPEIA CRESCENDO 64% EM 2012 O CONSUMIDOR DIGITAL descolado, mulmídia e conectado 24 horas, ele passou a ser o grande alvo das academias e por isso constui um dos principais focos de debate da 14 TH IHrsa FItNess BrasIL. Como agradá-lo e conquistá-lo? o que esse indivíduo e as tribos às quais pertence têm a nos ensinar sobre customização de serviços? Consultores e palestrantes esclarecem!

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Page 1: Fitness Business 67

set/Out 2013 nO 67

É preciso guerrilhar Marketing no entorno é fundaMental para garantir sobrevivência

ocupe seu lugar acadeMias revelaM coMo tirar vantageM do posicionaMento de Marca

fitness bu

siness set/o

ut 2013 nº 67

Do cooper ao lohas Bem-estar veste a roupagem da sustentabilidade e a indústria toda coMeça a se MoviMentar!

alan leach: proprietário da rede de acadeMias irlandesa West Wood club veM ao brasil contar coMo contornou a crise europeia crescendo 64% eM 2012

O cOnsumidOr digital

descolado, multimídia e conectado 24 horas, ele passou a ser o grande alvo das academias e por isso constitui um dos principais focos de

debate da 14th IHrsa FItNess BrasIL. Como agradá-lo e conquistá-lo? o que esse indivíduo e as tribos às quais pertence têm a nos ensinar

sobre customização de serviços? Consultores e palestrantes esclarecem!

Page 2: Fitness Business 67

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Page 3: Fitness Business 67

06 Termômetro Bastidores da indústria,

inaugurações e lançamentos 20 Caso de Sucesso Edson de Castro e Silva22 Carreiras A importância do coaching 24 Gestão/RH Programas de estágio em academias28 Inovação

Bike indoor e seus valores agregados30 Inovação Serviços que encantam36 Internacional Por que apostar em franquias?39 Pilates em foco A vez dos pequenos e

médios empreendedores46 Vitrine Bolsas para academia48 Equipamentos & Cia Simuladores de remo50 Websurf52 Entrevista Amir Klink54 Artigo

Como escolher o franqueador Por José Carlos Fugice Júnior

capa 14th IhRSA FItNESS BRASILDe olho no consumidor digital, cada vez mais conectado às tendências, evento debaterá a customização dos serviços na indústria do bem-estar. Trade show promete movimentar mais de R$ 100 milhões em negócios

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gesTÃoOcupe seu lugarAcademias contam como tirar vantagem do posicionamento de marca para fidelizar clientes e aumentar receita

MercaDo & TenDÊnciasDo cooper ao LOhASIndústria fitness veste a roupagem da sustentabilidade e começa a gerar novas modalidades de negócios e parcerias

sumário

enTreVisTaAlan LeachProprietário da rede de academias irlandesa West Wood Club revela as estratégias implementadas para contornar a crise europeia e crescer 64% em 2012

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MarKeTingA estratégia da guerrilhaSurpreender e entrar na rotina das pessoas com ações breves e criativas se consolida como uma forma econômica de fazer publicidade e ampliar a influência da academia na região onde está localizada

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Uma linha do grupo Johnson Health Tech | 19 2107 5300 | [email protected] | www.johnsonhealthtech.com.br

APRESENTAMOS A NOVA

LINHA VERSA

SET/OUT 2013 | FITNESS BUSINESS 3

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o finalzinho de julho, o Progra-ma das Nações Unidas para o De-senvolvimento (Pnud) divulgou

o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013”. Segundo o estudo, o Índice de Desenvolvimento Humano Munici-pal (IDHM) do País cresceu 47,5% entre 1991 e 2010.

Embora os indicadores de renda e qua-lidade de vida tenham dado um salto con-siderável, a desigualdade entre as regiões brasileiras ainda é grande.

A cidade com o IDHM mais elevado é São Caetano do Sul (SP), o que não repre-senta nenhuma novidade. Mas, às vésperas da maior feira de negócios do bem-estar na América Latina - 14th IHRSA FITNESS BRASIL - o que chamou mesmo minha atenção foi a evolução de alguns municípios das regiões Norte e Nordeste, sobretudo, no quesito “renda”.

Considerando apenas tais indicadores, das dez cidades que registraram maior evo-lução entre 1991 e 2010, quatro são do Nor-te e seis do Nordeste.

Talvez você deva estar se perguntando: o que isso pode impactar o futuro da indústria fitness nacional?

A resposta parece-nos bastante óbvia e simples: é preciso que nosso setor passe a olhar o Brasil, com suas dimensões conti-nentais, de forma mais capilar e abrangente. Não podemos mais tomar como base para análises apenas grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo, para traçarmos planos de expansão de negócios ou desen-volver novas parcerias. Redes de academias e fabricantes de acessórios e equipamentos devem estar atentos a isso.

Há um imenso contingente populacio-nal no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e até no Sul do País que ainda se encontra fora

no que o iDh tem a dizer

editorial

dessa curva, carente de informações sobre hábitos ligados à qualidade de vida. Isso sem falar na deficiência de mão de obra qualifica-da em diversas praças.

A verdade é que muitos municípios não gozam de profissionais capacitados, capa-zes de acompanhar esse ritmo de expansão da economia dita “inclusiva”, a qual coloca mais e mais consumidores dentro de certos nichos de negócios que, há 10 ou 15 anos, seriam consideráveis inatingíveis por classes socioeconomicamente menos favorecidas.

Esta edição da Fitness Business, inclu-sive, traz cases interessantes de academias e estúdios de Pilates em “Floripa”, Brasília e outras cidades fora do eixo RJ-SP, com estra-tégias eficazes de negócios, principalmente atreladas a pequenos e médios empreendi-mentos, os quais, para muitos consultores de nosso setor, representam os segmentos com os maiores potencial de crescimento.

Esperamos que o intercâmbio de boas práticas seja uma atitude cada vez mais pre-sente na indústria fitness e na mentalidade de nossos empresários, gestores, coorde-nadores de academias, educadores físicos e demais profissionais. É preciso ouvir novas experiências e miscigenar práticas bem--sucedidas. Afinal, esse é um dos maiores legados de nosso Brasil.

Boa leitura, grande abraço.

Waldyr SoaresPresidente da Fitness Brasil

conselho eDiTorialWaldyr soares, Leo Yamada, gustavo almeida, diogo Cardone e Nádia Fuzinato - Fitness BrasilJacqueline antunes e Jay ablondi - ihrsa

Fitness Brasil contato:gustavo de [email protected]

ihrsa contato:Jacqueline [email protected]

projeTo eDiTorial e reDaçÃo

rua sud menucci, 154 – vila marianaCep: 04017-080 – são paulo – sp – Brasiltel./Fax: (11) 5080-9100

Diretora de redação:Leila [email protected]

editora-chefe:Helen [email protected]

editor responsável:adriano Zanni – mtB [email protected]

reportagens:Carlos padeiro, gabriel mayer e michel Baptista

Projeto gráfico e diagramação:Fabiana santos e priscila roxo

revisão e traduções:gisele C. Batista rego (Istárion)

para assinar e/ou anunciar:[email protected]: (11) 5112-0101, ramais 102 ou 118

impressão: duograf

a Fitness Business é uma publicação bimestral do Instituto Fitness Brasil em parceria com a International Health, racquet & sportsclub association (IHrsa). É editada pela trama Comunicação que não se responsabiliza por informações, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. Tiragem: 5 mil exemplares

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revista Fitness Business

Fitness Business | set/Out 2013 4

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A Bio Ritmo-Smart Fit fechou 2012 com faturamento de US$ 110 milhões, um salto de 267% em relação a 2008, quando a receita era de US$ 30 milhões. O acréscimo de US$ 80 milhões em cinco anos posicionou a empresa na lista das dez academias que mais cresceram no mundo no período. “Em faturamento, somos a 18ª maior do planeta. Na lista das 25 maiores academias mundiais, a Bio Ritmo é uma das duas brasileiras que aparecem no ranking IHRSA Global 25”, diz Edgard Corona, fundador e presidente.

De olho na expansão, a rede também aposta suas fichas na gestão de compra dos equipamentos. Para tanto, a Bio Ritmo contratou Thiago Somera para um cargo inédito, de diretor de Supply Chain. O profissional deixa a Matrix para atender a cadeia de compras,

manutenção e pós-venda de equipamentos. “As expectativas são as melhores possíveis, pois estamos em um ritmo de expansão muito forte. Nosso parque industrial cresce de maneira exponencial”, conta Thiago.

Para aumentar a presença no mercado, a Runner começará a apostar em octógonos (ringues usados para MMA) para abrigar competições. A marca está prestes a inaugurar dois: um em São Paulo e outro em Belo Horizonte. Isso simboliza uma vertente da estratégia de expansão da Runner: manter presença relevante nas grandes cidades e explorar a crescente popularidade das lutas esportivas.

O Kangoo Jumps já virou uma verdadeira febre no Brasil. No ano passado, a empresa faturou R$ 3,9 milhões no País e os planos para este ano são ainda maiores: R$ 9 milhões. Esse faturamento é da marca para o varejo. Do varejo para o consumidor, a previsão é dobrar a receita, o que significa que, se o volume esperado for vendido até o final do ano, os brasileiros desembolsarão R$ 18 milhões com o produto.

O Brasil, inclusive, passou os Estados Unidos e tornou-se o maior mercado para a Kangoo Jumps. No ano passado, a marca fechou parceria com a Netshoes e as vendas aumentaram 800%. Agora, a empresa busca parceiros para venda off-line, e não somente on-line.

As academias licenciadas Body Systems têm agora um novo aliado: o serviço de assessoria de imprensa. A nova ferramenta, oferecida gratuitamente para todo Brasil, tem como principal objetivo divulgar os eventos das academias parceiras na mídia local. A iniciativa traz diversos benefícios, principalmente, para as academias menores que, muitas vezes, não têm como investir em uma assessoria própria.

A rede de academias Runner promoveu o diretor de Expansão da companhia, Dilson Mendes, a CEO de Licenciamentos. “Nosso objetivo é chegar a 100 unidades licenciadas nos próximos cinco anos. A área de licenciamentos deve fechar 2013 com cerca de R$ 2,5 milhões de faturamento e esperamos que esse número suba para, pelo menos, R$ 3,5 milhões em 2014”, afirma Mendes. No total, há nove unidades licenciadas em operação. Até o final do ano, o número deve chegar a 13.

O grupo Unique Fitness nasceu em 2009, com o lançamento da primeira academia da cidade com o conceito “clube”: a Unique Fitness. Desde então, a rede não para de crescer. Recentemente, a marca abriu uma nova unidade em um dos maiores centros de compras de Brasília. O projeto arquitetônico é assinado pela arquiteta Patrícia Tortaro, especializada em projetos fitness.

O espaço ocupa, aproximadamente, 1,3 mil metros quadrados, em um investimento de R$ 10 milhões. São diversas modalidades que farão parte da nova academia, entre elas a ginástica, yoga, boxe, spinning, running, Kangoo Jumps, entre outras. Serão, aproximadamente, 80 funcionários na nova unidade. Com isso, o Grupo Unique passa a contar com cerca de 400 colaboradores diretos.

termometro

Erramos!

1 2Na edição 66, na coluna Termômetro, página 7, o percentual de alunos da Ecofit Club que participa do Programa Ecomaster (voltado para a terceira idade) está entre 15% e 20% e não apenas 6,5% conforme havíamos divulgado em nota.

Na seção Mercado & Tendências, na matéria intitulada “Sempre cabe mais um”, sobre franquias e licenciamentos (página 12), divulgamos que o faturamento da rede de academias Runner em 2012 havia sido US$ 72 milhões, quando, na verdade, somou R$ 72 milhões.

set/out 2013 | fitness business 7Fitness Business | set/Out 2013 6

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alan Leachentrevista

m 2008, uma forte recessão atingiu em cheio a Irlanda. Uma desastrosa crise bancá-

ria “derrubou” o país, obrigando o governo a pedir um resgate financei-ro de 67,5 bilhões de euros à União Europeia. Os preços das residências caíram 57% e uma vasta quantida-de de jovens migrou para outros lugares da Europa. Além disso, a taxa de desemprego, que girava em torno de 4,5%, chegou a 14,8% no final de 2012.

No entanto, apesar da situação econômica devastadora, a rede de academias premium West Wood Club não para de crescer. Com quatro uni-dades, registrou recordes expressi-vos de novos membros nos últimos anos. Apenas em janeiro de 2013, o número de clientes subiu 64% em re-lação a 2012.

De acordo com Alan Leach, geren-te regional da empresa e palestran-te da 14TH IHRSA FITNESS BRASIL, o alicerce dessa história de sucesso começou a ser construído em 2006, quando a West Wood Club passou a promover a implementação rápida de uma nova cultura em toda a em-presa. “A partir de uma estratégia focada em vendas e marketing, nos esforçamos para ser a academia que as outras gostariam de copiar”, disse Leach à Fitness Business.

Qual é o diferencial da West Wood Club em relação às demais academias da Irlanda?Alan Leach – É uma academia premium, com instalações diversifi-cadas voltadas a toda a família. Ela oferece algo muito diferente de seus concorrentes, reconhecidos por ofe-recer apenas um espaço para a prá-tica de exercícios físicos. Já a West Wood “sai da caixa”, nesse sentido, pois é vista mais como um verdadei-ro clube, com atrações para públicos diversificados. Esta é uma das prin-cipais razões que a leva a atrair no-vos membros, assim como é um dos

o sEgrEdo da WEst Wood ClubMesMo coM uMa forte recessão que levou ao auMento de 250% na taxa de deseMprego, a rede de acadeMias irlandesa bateu seguidos recordes de novos MeMbros. alan leach, gerente regional da eMpresa e palestrante da 14th ihrsa fitness brasil, revela as estratégias para atingir resultados tão expressivos diante de situações adversas

e

maiores motivos pelo qual ela man-tém seus clientes. Seus principais diferenciais são as instalações e a atmosfera social.

Qual é a situação do setor fit-ness na Irlanda hoje? Como foi o desempenho da West Wood Club em 2012?Alan Leach - Em 2010, como resul-tado da pior recessão da história da Irlanda, uma das maiores redes de academias do país deixou o negócio. Em março de 2011, outra das gigan-tes também deixou de existir. Além disso, o mercado passou a ver, cada vez mais, academias oferecendo ade-sões a partir de 10 euros por mês. Já a West Wood Club realizou 47% mais de vendas em 2012, do que no período de boom econômico da Irlanda, vivenciado entre 2001 e 2005. Em janeiro de 2013, o número de novos membros cresceu 64% em relação ao ano anterior.

Quais são os desafios para in-tegrar vendas a um plano de marketing e aumentar as vendas em apenas um ano?Alan Leach - Os dois maiores desa-fios para a integração de um plano de vendas e marketing são a “imple-mentação” e “cultura de empresa”. Uma coisa é saber que essas estra-tégias devem ser implementadas. Outra, completamente diferente, é ter estas táticas implementadas a cada dia. O treinamento de vendas é importante, mas não traz benefí-

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alan Leachentrevista

da receita das academias ainda é oriunda dos planos. As pessoas ain-da querem frequentar as academias. O segredo é conquistá-las antes dos concorrentes.

Por que o posicionamento é tão importante para vencer a guerra com a concorrência?Alan Leach - Porque é isso que faz uma marca ocupar uma posição dis-tinta em relação às marcas concor-rentes, na mente do cliente. Feliz-mente, para mim, a West Wood Club já estava posicionada como uma aca-demia premium, com serviços de alto padrão, antes de eu chegar à empresa. Portanto, o segredo é construir esse posicionamento e não enfraquecê-lo pela queda de preços. Isso seria um desastre para qualquer negócio.

Pesquisas de mercado mostram que a marca West Wood Club é bem--vista por alunos e pelos que não fre-quentam as academias da rede. Os usuários são leais e cultivam um re-lacionamento forte e profundo com a marca. Os que não são clientes veem na marca algo de alta qualidade que eles aspiram.

Existe um período mais van-tajoso para colocar em prática as estratégias de marketing da aca-demia. Qual é e por quê?Alan Leach - As academias pre-cisam implementar seu plano de marketing 365 dias por ano. Venda

pessoal, prospecção, gestão de banco de dados, web marketing, publicidade exterior e retenção.

Há, naturalmente, as campanhas sazonais grandes que fazemos nos períodos de pico, em janeiro, feverei-ro, setembro e outubro, mas o segre-do é aproveitar, nesses momentos, todas as estratégias de marketing e táticas que você tem em curso ao lon-go do ano.

O Brasil possui o segundo maior mercado de academias do mundo, mas tem taxa de penetração de apenas 3,7%? Por que isso ocorre e o que deve ser feito para mudar esse cenário?Alan Leach - Eu não sou um especia-lista em promoção da saúde em âmbi-to nacional. O que posso dizer é que a Irlanda tem um bom sistema de ensi-no. A maioria dos jovens vai para a fa-culdade. Há uma forte correlação entre os níveis de educação e a realização de atividades físicas. A Irlanda também tem uma tendência a seguir os Estados Unidos em tudo, incluindo a participa-ção no fitness.

A economia continua ruim em meu país, mas graças aos sistemas de bem- estar social, a maioria das pessoas ain-da pode se dar ao luxo de ser membro de uma academia. Eu acredito que a boa notícia para o Brasil é que esse merca-do tende a crescer. A intervenção do governo na forma de programas educa-cionais pode ajudar nesse sentido.

cio algum se não for pautado por um planejamento sólido.

Se o proprietário, o gerente e todos os colaboradores estão 100% comprometidos em implementar as melhores estratégias de vendas e de marketing na empresa, então se torna relativamente fácil aumentar drasticamente a receita e os lucros.

A West Wood Club cobra dez ve-zes mais que o concorrente mais próximo. Qual é o segredo para maximizar as vendas sem preci-sar reduzir preços?Alan Leach - Eu sempre acreditei que o maior concorrente para qual-quer academia sempre foi ela mes-ma. A competição não pode ser o fator único para decidir como tocar o negócio. As outras redes de acade-mia não decidem que tipo de treina-mento fornecer a sua equipe, quem contratar, assim como não determi-nam como sua empresa deve se posi-cionar no mercado. Mas quando você deixa a competição ditar a forma como vai operar seu negócio, com certeza enfrentará problemas.

Além disso, se o único diferen-cial de uma academia premium for seu alto custo, então ela terá proble-mas com academias mais acessíveis. Mas se o preço elevado se reflete em um serviço superior, então ela vai sobreviver e, até mesmo, prosperar diante de concorrentes com preços mais baixos.

Qual é a fórmula para aumen-tar a receita mesmo diante de forte recessão? Alan Leach - Nunca acredite que o sucesso do negócio está garantido, mesmo quando tudo estiver indo de vento em popa. Aprenda tudo sobre vendas, retenção e marketing na web. Torne as habilidades nes-sas áreas sua maior vantagem com-petitiva. Na Irlanda, cerca de 90%

Se o proprietário, o gerente e todoS oS colaBoradoreS eStão 100% comprometidoS em implementar aS melhoreS eStratégiaS de vendaS e de marketing na empreSa, então Se torna relativamente Fácil aumentar draSticamente a receita e oS lucroS

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Mercado & Tendênciasdo cooper ao LoHasMercado & Tendências

agora, é a vez do lohas. guarde essa sigla!adoção de práticas saudáveis coM vistas à Melhoria da saúde e do bem-estar das pessoas tem incentivado eMpresas do Mundo todo a Mudar o foco de seus negócios. busca por estilo de vida baseado no tripé da sustentabilidade abre boas oportunidades de cresciMento, ainda pouco exploradas pelo setor fitness

Mercado rentávelpara academias

m 1931, nascia, nos Estados Unidos, Kenneth H. Cooper, médi-co reconhecido mundialmente por

ter emprestado seu sobrenome a uma das atividades mais praticadas nos quatro cantos do planeta: o cooper.

Bastante difundido nos anos 70 e 80, esse exercício foi defendido pelo médico como um fator importante para a saúde. Ele foi a primeira pessoa a fazer uma relação di-reta entre a prática do exercício e a saúde das pessoas, visando principalmente pre-

e

venir as cardiopatias. Seus estudos, inclu-sive, renderam um livro, o Aerobics.

Desde então, a preocupação com o tema só cresceu, acompanhada de pesquisas acadêmicas. Alguns anos mais tarde, per-cebeu-se que qualquer atividade aeróbica com regime de frequência cardíaca mais alta por um período, também beneficiava a saúde das pessoas.

Assim, quase paralelamen-te ao cooper, surgiu,

então, a ginástica aeróbi-ca. Essa modalidade foi incentivada por muitas pessoas, entre as quais se desta-ca Jane Fonda, atriz norte-americana, considerada uma das precursoras da

modalidade. Pela televisão, no programa intitulado Workout, ela fez muito suces-so e difundiu a prática para milhares de atletas. Baseada em estudos científicos, a ginástica estimula os praticantes a man-ter uma boa qualidade de vida.

Esta evolução não parou. Ao contrário, prosseguiu de uma forma inovadora e surpreendente, ramificando a ginástica aeróbica em muitas outras atividades, como o step training. “As pessoas esta-vam precisando de novidades, que sur-

giam para moti-var os alunos a voltarem para a academia. Com esses treinos, quase sem nenhum impacto, também era possível atingir os mesmos resultados, e isso logo se po-

pularizou”, detalha Leo Yamada, diretor da 4fit.

No entanto, mes-mo com o avanço de diferentes aulas e exercícios, o mercado começou a se preocu-par não apenas com a atividade física em si, mas com o estilo

de vida e bem-estar das pessoas. Era o início do

que se convencionou chamar de indústria wellness.

A comunidade científica percebeu com isso que, para emagrecer, era mais im-portante, por exemplo, regular a comida

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Mercado & Tendênciasdo cooper ao LoHasMercado & Tendências

e o estilo de vida do que aderir a pro-gramas intensos de atividade física. “É como se existisse uma linha do tempo, iniciada pela prática de exercícios para evitar doenças do coração, até chegar a um conceito mais amplo, de bem-estar. E não para por aí, agora vem o LOHAS”, conta Yamada.

TenDÊncia De MercaDoLOHAS é o acrônimo de Lifestyle of

Health and Sustainability ou, em portu-guês, estilo de vida de saúde e sustenta-bilidade. “O tema da sustentabilidade evoluiu de um fator apenas de risco para uma visão de oportunidade de negócios. As empresas despertaram para a opor-tunidade de, em vez de investir apenas em ações filantrópicas, trazer o conceito para projetos ligados a seu core business. Esta é uma evolução muito importante, porque traz a ideia para o centro do ne-gócio, e não algo a ser tratado como uma atividade paralela ou acessória”, defende Cassius Schymura, diretor de Cartões e Adquirência do Banco Santander e pós-graduado em Administração de Empre-sas, pela Fundação Dom Cabral.

Mas o que o LOHAS tem a ver com a in-dústria fitness?

“Em nossa linha do tempo, LOHAS é maior que wellness e, consequentemen-te, fitness. Muita gente não faz acade-mia, mas tem um estilo de vida saudá-vel, caminha, come alimentos orgânicos, preocupa-se com o meio ambiente. Elas querem um estilo de vida tanto saudável quanto sustentável, do ponto de vista amplo (econômico, ambiental e social). Isso é LOHAS, que se une ao nosso se-tor com uma força muito grande. É uma tendência violenta no mercado”, aposta Yamada.

Tanto isso é verdade que, em 2006, o segmento de mercado LOHAS foi estimado em US$ 300 bilhões, cerca de 30% do mercado

consumidor dos Estados Unidos.

Ainda, um estudo realizado pelo Institu-to de Marketing Natural mostrou que, em 2007, 41 milhões de norte-america-nos foram incluídos no LOHAS demo-gráfico. No Japão, cerca de 17 milhões de adultos, ou 12% da população, são consumidores com esse mesmo perfil.

Isso mostra que, de fato, as empre-sas estão mais ligadas a esse assunto. Nos Estados Unidos, inclusive, a ado-ção da prática LOHAS já é vista no meio empresarial.

No país, a rede de supermercado que mais cresce é a Whole Foods, respon-sável pela venda de produtos natu-rais e serviços sustentáveis. De olho na demanda do mercado, a Whole Foods comprou a Gaiam Yoga, voltada à prática do exercício com foco no estilo de vida das pessoas. A Gaiam, por sua vez, já havia adquirido a Spri, que vende acessórios fitness. “Esse é um exemplo de cadeia sustentável e estilo LOHAS”, defende Yamada.

“A sustentabilidade sempre foi um tema importante, mas é inegável que a pres-são da sociedade por uma postura mais responsável por parte das organizações cresce a cada momento. De um lado, aumentam as punições a empresas que cometem crimes ambientais ou descum-prem leis trabalhistas; ao mesmo tempo, são mais visíveis os ganhos de imagem daqueles que se antecipam às cobranças e adotam conceitos sustentáveis em suas práticas de negócios. Esse movimento ajuda a explicar a relevância conquistada pela sustentabilidade nos dias de hoje”, ressalta Schymura.

geranDo Valor De MercaDoA prática de sustentabilidade de uma

empresa, baseada no tripé social, eco-nômico e ambiental desse conceito, au-menta o valor da marca da companhia.

“Isso não só protege o valor, ao mitigar os riscos de operação da empresa e per-mitir reduções de gastos com insumos, como gera valor ao permitir o acesso a novos mercados e a melhora do índice de engajamento dos funcionários”, comen-ta o diretor do Santander.

Para ele, a ideia essencial desse con-ceito é promover benefícios para todos os stakeholders, desde o acionista, que é recompensado com o aumento do valor da companhia, até o funcionário, que tem maior índice de engajamento.

“Sem contar a cadeia de fornecedo-res, que se desenvolve, e o meio ambien-te, que também se beneficia com as boas práticas da empresa. E o setor fitness tem um papel essencial ao estimular as pessoas a investir em sua saúde, bem- estar e equilíbrio.”

De acordo com os consultores, esse cenário é muito favorável às academias. “Um indivíduo equilibrado tende a fazer escolhas de consumo mais conscientes. Essa consciência, portanto, deve estar presente, em primeiro lugar, nas empre-sas que atuam no setor, porque elas se-rão avaliadas por clientes cada vez mais exigentes. Vender conceitos sustentá-veis e não ter a prática estritamente li-gada ao negócio pode ser um tiro pela culatra”, ressalta Schymura.

Para tanto, a sustentabilidade deve estar no dia a dia e fazer parte do ne-gócio, extrapolando as questões apenas de marketing. “O consumidor torna-se cada vez mais consciente e começa a despertar para o papel e o poder que ele tem na indução de boas práticas nas em-presas. O principal desafio é a conscien-tização dos próprios empreendedores, que devem ter sempre em mente que a aplicação de conceitos de sustentabilida-de aos negócios não é mais uma opção ou um diferencial – é pré-requisito para ser bem-sucedido”, conclui Schymura.

Fitness Business | set/Out 2013 14

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14th ihrsa fitness brasilcapa

o consumidordigital

ele será uM dos principais pontos focais da 14th ihrsa fitness brasil. outros teMas coMo conectividade e custoMização de serviços taMbéM serão debatidos. coM Mais de 130 expositores nacionais e internacionais e expectativa de receber 25 Mil visitantes durante três dias, evento deve MoviMentar Mais de r$ 100 Milhões

ntre os dias 5 e 7 de setembro, a 14th IHRSA FITNESS BRASIL Latin American Conference &

Trade Show deve atrair aproximadamen-te 25 mil visitantes. Com o tema “Conec-tividade”, a expectativa é de movimentar mais de R$ 100 milhões em negócios, além de promover uma ampla discussão

sobre os temas que devem definir os rumos do se-tor nos próximos anos.

O evento terá como palco novamente o Transamerica

Expo Center, na zona sul de São Paulo.

Além de grandes nomes da indústria fitness, representan-

tes das áreas de marketing, finanças e recursos humanos apresentarão mais de 70 palestras, debates, mesas- redondas e workshops. O evento deve

e contar ainda com a participação de 1,5 mil conferencistas.

“Esperamos promo-ver um debate relevan-te sobre os rumos que tomará o setor. As fa-bricantes de equipa-mentos que utilizarem a tecnologia disponível para oferecer mais e me-lhores informações, visando à saúde dos usuários, levarão van-tagem. Já as academias precisam compreender que há um imenso arsenal de produtos a ser explorado com esse mesmo fim. Hoje, 80% das pessoas que frequentam uma acade-mia estão em busca de um melhor padrão de vida no que diz respei-to à saudabilidade”, afirma Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil.

a tendência da tecnologia é padronizar, maS o conSumidor não quer isso. Para agradá-lo, é Preciso tratá-lo como um indivíduo Singular com uma perSonalidade únicaWaldez luiz ludWig, paleStrante da 14th ihrSa FitneSS BraSil

O consumidor digital

As transformações que o mundo digital promove no mercado de con-sumo também estarão em pauta du-rante as conferências. Em palestra que será realizada na manhã do dia 7, o consultor em gestão empresarial e um dos palestrantes do evento, Waldez Luiz Ludwig, promoverá um amplo debate sobre os efeitos que a conexão permanente a ferramen-tas tecnológicas está provocando no consumidor contemporâneo.

Para ele, as empresas precisam compreender que hoje, graças aos instrumentos oferecidos no mun-do digital, não há mais consumidor despreparado. “Mesmo que ele não assista a propagandas, se ele quer adquirir um produto ou serviço, ele entra no site da empresa, visita a fábrica virtualmente e co-nhece tudo”, explica Ludwig.

A possibilidade de comparar recursos e serviços é outra arma à disposição dos clientes. “Antigamen-te, não era possível frequentar duas academias, por

exemplo, a não ser que você as visitasse. Hoje, é viável fazer tudo isso sem sair de casa e aí decidir pela aquisição do serviço ou produto”, diz Ludwig.

Para o consultor, o desafio das empresas do se-tor é montar uma estratégia para cada indivíduo, evitando a padronização. “A tendência da tecnolo-gia é padronizar, mas o consumidor não quer isso. Para agradá-lo, é preciso tratá-lo como uma pessoa ímpar, com personalidade única. Customização é tudo nesse novo modelo de negócios”, explica.

Singularidade é diferencial

Engana-se quem pensa que apenas o cliente deve ser enxergado de maneira individual pelos empreen-dedores do setor. Em palestra que será apresentada na manhã do dia 7, o consultor organizacional e edu-cacional Eduardo Carmello mostrará que o contato singular com cada colaborador pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de um negócio.

“Toda organização com chances de crescer pre-cisa de líderes capacitados para conquistar eficácia na execução, por meio do desenvolvimento in-dividual e coletivo de sua equipe”, explica Carmello.

Segundo o especialista, o mundo da generalização e da superficialidade está perdendo espaço para o mundo da especificidade. “Nesse contexto, é preciso maximizar os resultados da organização, construindo estratégias exclusivas para talentos em níveis diferenciados de performance, enga-

jamento e conhecimento”, diz.

Carmello explica que a falta de treinamento customizado aos funcionários afeta diretamente na satisfação dos clientes. “Se a academia não ca-pacita seus funcionários de forma específica, terá, provavelmente, 20% de seus talentos desengaja-dos. Essa parcela de colaboradores atenderá mal os clientes ou ficará digitando no celular durante o treino, quando deveria dar atenção plena aos alu-nos. Pessoas insatisfeitas não voltam, e falam mal da marca”, complementa.

toda organização com chanceS de creScer preciSa de lídereS capacitadoS para conquiStar eFicácia na execução, por meio do deSenvolvimento individual e coletivo de Sua equipeeduardo carmello, paleStrante da 14th ihrSa FitneSS BraSil

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14th ihrsa fitness brasilcapa

Sobrevivendo ao PRIMEIRO ano

Já Mauricio Galhardo, sócio-diretor da consul-toria Praxis Business, ressaltará a importância da gestão financeira nas academias, em palestra que será realizada na tarde do dia 5. O número de em-presas que fecham no primeiro ano de vida chega a 15%, segundo o Instituto Brasileiro de Planeja-mento Tributário (IBPT), mas para o palestrante, a quantidade é ainda maior.

“Hoje, há um grande número de empresas que quebram, mas isso não é documentado. Outra situação bastante comum no Brasil é não encer-rar essa empresa, já que o processo para que isso ocorra é muito moroso e pode levar até dois anos”, afirma Galhardo.

Durante a feira, o consultor explicará que, para evitar o naufrágio de negócios com excelente po-tencial, os empreendedores devem priorizar a es-pecialização. “Há muitos profissionais de fitness que, durante a formação, estudaram tudo sobre saúde, bem-estar e o corpo humano, mas não se prepararam para abrir um negócio”, diz.

“É preciso buscar conhecimentos de economia, finanças, gestão de pessoas, direção de marketing. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) realiza um trabalho muito bom nesse sentido, com valores muito acessíveis. A instituição oferece uma infinidade de treinamentos para quem deseja se aperfeiçoar como empresário”, completa.

Oriente-se pelo trade show

Durante a 14TH IHRSA FITNESS BRASIL, mais de 130 expositores devem apresentar as maiores novida-des e as tendências do mercado para o próximo ano.

Para Marco Corradi, supervisor de marketing da Movement, que também é uma das patrocinadoras do evento, além da conectividade, o mercado de equi-pamentos para musculação deve tender para a pratici-dade do uso, além da necessidade de driblar a escassez de espaço e de tempo nas academias.

“As máquinas devem ser versáteis como os trei-namentos mais avançados, mas devem ser fáceis de operar. Além disso, o uso racional dos espaços é pri-mordial para o crescimento sem perder em qualidade do serviço”, afirma.

Para ele, o treinamento com base na manutenção diária da saúde está sendo substituído, pouco a pouco, por treinamentos mais direcionados e amparados no desempenho em curto espaço de tempo.

“Eles estão se adaptando em todas as suas modali-

dades para atender à natureza hedonista do ser huma-no, prestando um treino seguro, eficiente e, acima de tudo, rápido”, afirma.

Para Enrico Ferrari, diretor comercial e de marketing da Metalife, a busca pela integração en-tre diversas atividades físicas também deve marcar essa edição do evento. “As empresas do setor alme-jam oferecer ao mercado as ferramentas adequa-das para um treino, ao mesmo tempo, intenso e seguro”, afirma.

A empresa apresentará duas novidades durante o trade show. Uma delas é o Five Konzept, linha de equipamentos e metodologia indicados para a finali-zação de treinos, como Pilates e musculação.

Outra é a parceria com a Mormaii, confecção de sportswear. “Além de equipamentos diferenciados e exclusivos no Brasil, desenvolvidos pela Metalife, a empresa lançará na feira um novo método, que in-tegra o treinamento funcional e o Pilates original, unindo a postura com a força”, conta Ferrari.

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Vem aí a 13a Fitness Brasil Bahia

Já estão abertas as inscri-ções. O evento será realizado no período de 4 a 6 de outubro, no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, e contará com a presença de mais de 50 expositores, entre fabricantes de equipamentos es-portivos, suplementos alimentares e moda fitness.

Durante a feira, cerca de 60 cur-sos serão oferecidos aos visitantes com foco em musculação, bem- estar, treinamento funcional, car-reira e negócios e fisioterapia, entre outros temas. Além disso, no even-to, os participantes poderão acom-panhar três palestras gratuitas.

A feira é a maior de fitness e bem-estar no Nordeste do País, região que apresenta avanços eco-nômicos e de qualidade de vida su-

periores aos alcançados pelo res-tante do Brasil nos últimos anos. De 1991 a 2005, o Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) da região aumentou 16,3% na região, ante os 10,9% do Sudeste e apenas 8,5% do Sul, conforme levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvol-vimento (PNUD).

O Produto Interno Bruto (PIB) dos três principais estados do Nordeste também alcançou índices superiores à média nacio-nal em 2012. O Ceará registrou crescimento de 3,7%, seguido pela Bahia, 3,1% e por Pernam-buco, com 2,3%. No País, o cres-cimento da economia não ultra-passou 0,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

SERVIÇOInscreva-se: www.fitnessbrasil.com.br/salvador

Data: 4 a 6 de outubro

Local: Centro de Convenções da Bahia, Salvador (BA)

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No coração do centro-oeste

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empresário Edson de Castro e Silva nasceu na cida-de de Cristalina, no interior de Goiás, mas foi na capi-

tal do estado que ele fez sucesso no mundo dos negócios. Proprietário da Flex Academia, uma das “gigantes” de Goiânia, ele aposta no potencial de crescimento econômico da região para prosperar.

De acordo com o último Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, indicador que serve de parâmetro para avaliar o ritmo da economia do Brasil, a região Centro- Oeste cresceu 6% em 2012. A pes-quisa revela ainda que parte do cres-cimento é alavancada pelo estado de Goiás que, sozinho, viu sua economia aumentar em torno de 12%, o dobro da média. Goiás é hoje a 9ª maior eco-nomia do País.

Com 52 anos, Edson também pas-sou alguns períodos morando nos Estados Unidos, aperfeiçoando sua formação. Lá, aproveitou para estu-dar técnicas de treinamentos per-sonalizados e gestão de negócios. A fórmula parece ter dado certo. A Flex Academia já existe há 22 anos, com duas unidades abertas em regiões pri-vilegiadas da capital goiana.

o

edson de Castro e silvacaso de sucesso

sonhos realizaDosSempre gostei de exercícios físicos e

enxergava muitos benefícios, tanto na prática de esportes, quanto no empre-endedorismo desse setor. Por sete anos, morei nos Estados Unidos e realizei um sonho de viver fora do Brasil. Foi lá tam-bém que desenvolvi a ideia de ter minha própria academia. Para isso, estudei ges-tão de negócios e fiz um curso técnico de treinamento personalizado. Foi uma óti-ma experiência.

o reTorno À “Terrinha”Logo que voltei ao Brasil, decidi que

era hora de abrir o que eu chamo de pri-meira versão do meu negócio. Minha pri-meira academia era pequena e eu tinha um sócio, Ricardo Barros. Foi uma grande realização para ambos.

No início, nosso negócio começou de maneira bem simples, mas, com o tem-po, percebi que precisava investir mais se quisesse crescer. Depois de alguns meses, porém, meu sócio voltou a morar nos Estados Unidos e eu segui em “carreira solo”. Meu foco sempre foi o crescimento da academia.

Como minha família também estava em Goiânia, resolvi continuar investindo aqui. A capital é uma cidade com pes- soas que gostam de atividades físicas ao

após Morar nos estados unidos, onde se especializou eM gestão de negócios ligados ao fitness e ao bem-estar, o empreendedor edson de Castro e silva, colhe os frutos da flex acadeMia e seMeia novos projetos. planejaMento rígido, consultoria e investiMentos eM qualificação profissional coMpõeM sua receita

ar livre e, ao contrário do que alguns acre-ditam, isso favorece muito nosso negócio.

MercaDo aQueciDoEmbora a gente esteja passando por

um bom momento, acredito que o su-cesso de minha carreira esteve sempre baseado em três preceitos que levo para toda a vida: simplicidade, honestidade e transparência.

Já estamos no mercado há 22 anos e, desde então, acumulamos bons resul-tados. Temos duas unidades atualmente. Uma delas, no setor Bueno, tem 2,5 mil metros quadrados, com 2,9 mil alunos. Já a nova unidade, construída em Alphaville, tem 10,6 mil metros quadrados, com grande potencial de número de alunos.

DesaFios e QualiFicaçÃoDe qualquer forma, sei que tenho al-

guns desafios pela frente, entre os quais posso destacar a gestão de pessoas e a cultura da prática dos exercícios físi-cos. Embora eu tenha em minha equipe profissionais muito sérios, comprome-tidos e competentes, sei que gerir pes-soas é algo delicado. Evitar a rotativi-dade de clientes e fazê-los permanecer em nossas academias será sempre um objetivo constante.

Sobre a cultura dos brasileiros a res-

peito da prática dos exercícios, acho que o Brasil tem evoluído muito nesse ponto, mas ainda temos bastante a crescer. Nos-so País precisa de campanhas mais positi-vas para aumentar, mais e mais, o número de praticantes.

Em relação aos últimos anos, meu próprio negócio prosperou muito. Tenho acompanhado as inovações do mercado mundial de perto e isso me motiva a con-tinuar fazendo o melhor. Estou sempre presente nos principais eventos nacionais, como a IHRSA FITNESS BRASIL, e inter-nacionais. Meu principal foco é sempre in-vestir no que for melhor para meus clien-tes e funcionários, sem deixar de ouvi-los, regra básica que aprendi com grandes “gu-rus” da indústria.

planejaMenTo e acoMpanhaMenTo

Tenho uma preocupação muito grande com a profissionalização de meu quadro de funcionários. Todos os anos, minha equipe vai a Santos, na Fitness Brasil Internacional, e também aos Estados Unidos, na IHRSA, para reali-zar networking, workshops e ver novi-dades em metodologias de treinamento e equipamentos.

Acredito que esse seja um importante investimento, pois assim desenvolvemos uma cultura mais globalizada. A equipe fica muito motivada e amadurece, profis-sionalmente, com rapidez.

Além disso, invisto na contratação de consultorias especializadas, que fazem o acompanhamento diário das unidades. Nomes como Patrícia Totaro e Fabio Saba são parceiros estratégicos de nossos negócios. Se fosse para dar uma receita, diria que é importante dar um passo de cada vez, com tranquilidade, mas muito foco. Os planos são bem arrojados, mas, em tempos de volatilidade do cenário econômico, é preciso planejar e com os pés no chão.

a FlEx aCadEmia22 anos dE mErCadoduas unidadEs Em goiânia (go)sEtor buEno: 2,5 mil m2 E quasE 3 mil alunosalphavillE (rECém-inaugurada): 10,6 mil m2

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a importância do coachingcarreiras

Direcionamento com focosessões de coaching focaM eM alteração de pensaMentos e coMportaMentos para Melhorar perforMance de profissionais e organizações. setor fitness ainda recorre pouco à Metodologia

mercado de trabalho cada vez mais acirrado tem levado ges-tores e profissionais a buscar

diferentes maneiras de desenvolver suas habilidades. Uma delas é o coaching, méto-do que reúne conhecimentos, ferramen-tas e técnicas de diversas ciências, como a administração, psicologia e antropologia, para tornar as pessoas mais eficientes.

Antes de optar pela realização do coaching, é preciso conhecer as principais caracterís-

o ticas do método, que pode ser realizado de forma individual ou em grupo e depende do comprometimento dos participantes para apresentar resultados.

“Em um processo de coaching, as sessões são customizadas e visam a atender a ne-cessidade de cada organização de forma única. O início acontece com o levanta-mento de informações e o diagnóstico das demandas de desenvolvimento hu-mano, as quais a empresa ou profissional

necessita”, afirma José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).

Marques explica que, ao contrário da con-sultoria, que é feita por um especialista de determinada área e por meio de um treinamento convencional, o intuito do coaching é transformar pensamentos e comportamentos, em busca de uma me-lhor performance, além de maior engaja-mento e comprometimento. “Hoje, o ca-pital humano é extremamente valorizado nas organizações. Desenvolvê-lo faz que a empresa mantenha-se viva no mercado”, comenta Marques.

A ferramenta de aperfeiçoamento tem atraído empresas na fase de criação ou em períodos de readequação ao mercado, como a transição para outro segmento, de acordo com Marques. O perfil dos profis-sionais também é distinto e varia dos re-cém-formados aos mais experientes, que estão em busca de reciclagem.

“Muitas pessoas que procuram o proce-dimento querem deixar uma situação de estagnação, trabalhar os limites, as crenças negativas e até mesmo bloqueios pessoais”, diz Marques. “Há também os que desejam mudar de carreira, conquis-tar uma posição mais elevada ou obter motivação para realizar seus planos de ação”, completa.

relações huManasO personal trainer Wendell

Fontana interessou-se pelo procedimento de coaching após receber a recomendação de uma de suas alunas. “Ela passou pelo pro-cesso e adorou os resultados. Fui pesquisar do que se tratava, pois me interessei pela possibilidade de crescimento humano e, consequentemente, profissional”, conta.

Na profissão há 16 anos, Fontana des-taca como principal benefício da experi-ência o aperfeiçoamento das relações pes-soais. “A forma como enxergo as pessoas

ficou mais apurada. Independentemente do que esteja acontecendo, tanto no tra-balho, quanto na vida privada, consigo manter o controle e quase sempre achar a solução para aquele momento de dúvida ou de inquietação”, conta.

Wendell também relata que passou a atender seus clientes com um olhar vol-tado para as necessidades reais de treino. “Aprendi a ouvir mais meus clientes e a prestar atenção a sua essência. Isso contri-bui para a realização de um trabalho com resultados mais satisfatórios.”

MenTe aBerTaPara que o procedimento de coaching

dê resultado, a empresa ou o profissional devem estar abertos e prontos para rea-lizar mudanças em busca do alcance de seus objetivos.

“Antes de entrar em um processo de coaching, é preciso deixar de lado algumas convicções. As sessões não são impositivas, mas oferecem suporte para que o empreen-dedor tenha uma visão sistêmica de como deve agir, o que deve mudar, eliminar, de-senvolver e aprimorar para chegar aonde deseja”, afirma Marques.

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a Forma como enxergo aS peSSoaS Ficou muito maiS humana e apurada. independentemente do que eSteja acontecendo, tanto no traBalho quanto na vida peSSoal, conSigo manter o controleWendell Fontana, perSonal trainer

O investimento nas sessões varia de acordo com o mercado de atuação, além da região do País, entre outros aspec-tos. Embora não haja um tabelamento de preços, os valores variam de R$ 150 a R$ 1.000 para profissionais. Já para em-presas, o custo depende da quantidade de pessoas participantes.

proFissionais E EmprEsas quE busCam sEssõEs dE CoaChing têm Como objEtivo:

trabalhar limitEs, CrEnças nEgativas E bloquEios pEssoais E proFissionais

sEr rEConhECido por si mEsmo E pElos outros

obtEr motivação para rEalizar planos dE ação E alCançar objEtivos

rEalizar planos E Estratégias EFiCiEntEs

dEixar a zona dE ConForto

sair da Estagnação

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programas de estágio em academiasgestão/rh

santos de casainvestir eM prograMas de estágio pode custar relativaMente caro, poréM, representa uMa boa saída para acadeMias que desejaM forMar Mão de obra segundo as particularidades de seu próprio negócio. Mas atenção: fique de olho na lei antes de contratar estagiários!

mercado fitness é um campo fértil para programas de estágio. Há vagas não só para futuros

profissionais de educação física, mas tam-bém para os de administração, marketing, nutrição, fisioterapia, entre outros.

Entretanto, os gestores devem to-mar alguns cuidados na hora de definir quais serão as funções dos jovens es-tudantes. Uma das preocupações é em relação a estagiários que são utilizados como mão de obra barata, principal-mente os de educação física nas aulas de ginástica e natação ou mesmo nas salas de musculação.

A mais recente Lei de Estágio, san-cionada em 2008, obrigou as empresas a preservarem o caráter pedagógico da iniciativa e fomentou a participação da instituição de ensino na definição e apro-vação do plano de atividades do estudante no ambiente de trabalho. Dessa forma, as academias não podem responsabilizar estagiários por tarefas que seriam exerci-das por profissionais graduados. É neces-sário um acompanhamento para garantir a aprendizagem.

“É comum, em alguns casos, o es-tágio ser aplicado como economia na folha de pagamento, principalmente em academias menores que apresen-tam, dentro de seu centro de custos, maior dificuldade em remunerar bem. Ter estagiários pode ser estratégico no dia a dia, porém não vejo vantagem em contratá-los apenas para preencher la-cunas de atendimento”, avalia Cristina Santos, coach e especialista em gestão de pessoas.

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Talvez o principal desafio seja, para usar uma linguagem bastante popular, não “queimar a largada” com o jovem gra-duando. A relação com o público deve ser restrita e supervisionada, no intuito de desenvolver corretamente essa modalida-de de capacitação prática do estudante.

É o que busca a Ecofit, academia localizada na zona oeste de São Paulo, em seu programa de estágio. “Durante os dois primeiros meses, o indivíduo fica em treinamento. Há pouco contato com os clientes. O conhecimento inicial ocorre com uma passagem por todas as áreas da empresa para promover uma visão sistêmica do negócio. A partir daí, segue para o departamento ao qual foi contratado, sempre acompanhado por um profissional responsável, que chamamos de padrinho”, explica Toni Gandra, diretor.

José Carlos Barbagli, proprietário da academia Dandi, localizada na zona leste de São Paulo, afirma que a nova lei dificul-tou a contratação de graduandos.

“Antigamente, visitávamos as fa-culdades e colocávamos cartazes ofe-recendo vagas de estágio. Agora, é mais complicado, porque só podemos contar com alunos dos últimos anos. Isso dificulta a captação por conta pró-pria, então, acionamos os serviços de uma empresa especializada no ramo”, explica Barbagli.

Distribuída em cinco unidades, a Dandi conta com 80 profissionais de edu-cação física, sendo 15 estagiários. O nú-mero é condizente à proporção definida pela lei: empresas com mais de 25 empre-gados podem manter até 20% de estagiá-rios. No caso da academia de Barbagli, o máximo seria 16.

Presente no dia a dia do mercado fitness como consultora para a seleção de funcionários, Cris Santos acredita que, para muitas academias, não compensa investir em programas dessa natureza.

você SaBia?empreSaS com maiS de 25 empregadoS podem manter até 20% de eStagiárioS

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“O cliente é exigente, a maioria não quer ser atendida por um estagiário. Mesmo em academias que praticam uma mensa-lidade mais baixa, o aluno valoriza o aten-dimento de qualidade. O estagiário ainda está em fase de preparação e atua como um substituto do professor, realizando tarefas menos desejáveis, como preencher fichas de treino e ligar para alunos”, expli-ca a diretora da Brainfit.

plano De carreiraUma etapa importante é a efetiva-

ção quando se encerra o período de es-tágio e o estudante finaliza a graduação. Cristina Santos alerta para a importân-cia de analisar a situação do candidato a funcionário contratado.

“É fundamental saber se este profis-sional poderá trabalhar no segmento, pois se ele for licenciado não terá permis-são. Precisa ser bacharel”, explica.

Outro fator determinante é a capaci-tação pela qual passou o recém-formado. “Tem de ter certeza de que o estagiário recebeu o treinamento adequado. Um bom recurso seria oferecer escolas de treinamento dentro da própria acade-mia, as chamadas escolas de excelência, que funcionam como programa de está-gio e ajudam na formação. Se o estudan-te não for aproveitado ali, será lançado ao mercado com mais qualidade. Isso en-riquece a mão de obra futura”, aconselha a coach.

As academias entrevistadas pela Fitness Business informaram que

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mantêm um alto índice de efetivação após o estágio.

“Falando por cima, seguramos apro-ximadamente 80% dos estagiários, porque nossa empresa investe bastan-te no treinamento. Priorizamos o aten-dimento e o relacionamento do aluno com o clube, porque a parte técnica ele traz da faculdade. O estudante adqui-re o DNA da empresa, e percebemos uma mudança notória”, comenta Toni

é o número de eStagiárioS do grupo bodytech-Fórmula. No total, ambas contam com 4,2 mil FuncionárioS

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obrigaçõEs dos EmprEgadorEs

Normas importantes estabelecidas pelo governo precisam ser respeitadas para não causar problemas às empresas. As principais são:

1. O estagiário deve estar cursando do sexto semestre em diante.

2. O período de estágio não pode ultrapassar dois anos.

3. A carga horária não pode ser superior a 6 horas diárias e 30 horas semanais.

4. Após um ano, o colaborador tem direito a 30 dias de férias remuneradas.

5. Um supervisor será designado para acompanhar um número máximo de dez estagiários e enviar uma avaliação semestral à instituição de ensino.

6. Em nenhuma hipótese, o estagiário poderá dar aulas sozinho.

Gandra, da Ecofit. São 105 funcionários em todos os setores da companhia, sendo 16 estagiários.

alTa procuraGrandes redes de academia são vistas

como o sonho de consumo para graduan-dos de Educação Física que planejam dar aula de musculação, ginástica e natação. Por isso, a procura é alta por progra-mas de estágio, como no caso do grupo Bodytech-Fórmula.

“Temos vários programas de estágio, principalmente para alunos de Educação Física. É um trabalho contínuo de capa-citação e posicionamento no mercado. De nossos 4,2 mil colaboradores aproxi-madamente em toda a rede, 8% são esta- giários, mais ou menos 300. Trata-se de uma grande porta de entrada”, pontua Luiz Urquiza, sócio-diretor da empresa.

programas de estágio em academias

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Bike indoor e seus valores agregadosinovação

o que essas pedaladas têm a acrescentarfabricantes de bikes indoor aMpliaM inovações eM suas linhas de produtos para atender novas deMandas de redes de acadeMias e condoMínios. prograMas de certificação para profissionais do fitness é outra aposta dessas eMpresas

s primeiros traços da existência da bicicleta, tal como ela é conhe-cida nos dias de hoje, foram ob-

servados em projetos do renomado inven-tor italiano Leonardo da Vinci, por volta de 1490. Desde então, a famosa “magrela” passou por diversas modificações e rein-ventou, inclusive, sua utilidade.

Se antes era utilizada como meio de transporte e lazer, de lá para cá, a bicicle-ta assumiu o posto de melhor amiga de quem deseja ficar em boa forma. Mi-grou, também, para espaços fechados, como acade-mias e condomínios.

o Independentemente do estilo de pe-daladas, a Shwinn®, uma das marcas mais famosas do mercado, comemora os bons indicadores que atestam o crescimento nos negócios. A empresa norte-americana existe há mais de 100 anos e já se tornou sinônimo de categoria em todo o mundo, tanto para o ciclismo street quanto para o indoor. É representada exclusivamente no Brasil pela Wellness.

Aproveitando a presença da mar-ca na 14TH IHRSA FITNESS BRASIL,

em São Paulo (SP), a fabrican-te apresenta ao mercado a nova bike AC Performance Plus+, com design inovador e muitas funcionalidades.

Seu principal diferencial em rela-ção ao modelo anterior está exatamen-

te no novo painel echelon, o primeiro do mercado, que apresenta informações, como carga em watts, velocidade, distân-cia, cadência, tempo, calorias e batimento cardíaco e é compatível com todos os pro-dutos Schwinn® da Série AC – AC Sporte, AC Performance e AC Performance Plus+.

Além disso, a tela é de LCD retroi-luminada, em tamanho maior, indica-dor do nível de resistência (item opcio-nal) e maior durabilidade da bateria.

Além disso, é de fácil instalação e dispensa sincronização.

prograMa De cerTiFicaçÃoAlém de fabricar equipamentos de ci-

clismo de qualidade, a marca elaborou um programa de educação global de Instru-tores Master Schwinn®, que ensinam mi-lhares de instrutores ao redor do mundo, durante todo o ano. “O nosso comprome-timento é o desenvolvimento de progra-mação de ponta e com o fornecimento de ferramentas que possam ajudar qualquer instrutor a elevar sua experiência em clas-se”, defende Marcia Marega, do Departa-mento de Marketing da empresa.

Além dos cursos níveis Bronze, Prata, Ouro e Educação Continuada, vol-tado para a formação dos profissionais, a Schwinn® Cycling também disponibiliza o Programa Schwinn® In Company, uma excelente forma de treinar a equipe e atualizar os professores com novos con-ceitos e tendências, aumentando a visibi-lidade do negócio na retenção e motivação dos clientes.

Para as academias interessadas em possuir instrutores certifica-dos pelo programa, a empresa po-derá usar a marca Schwinn® Cycling sem a necessidade de pagar taxa anual ou licença. Para mais informa-ções, acesse www.schwinncycling.com.br ou entre em contato com a Fitness Mais, pelo telefone (11) 2021-0890.

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serviços que encantaminovação

atenção, primeira classe,decolagem autorizada!

eralmente, a escolha de uma academia é uma experiência que passa sempre pelos mesmos fatores. Um breve tour pelo local tal-

vez seja suficiente para verificar a qualidade dos equi-pamentos, a infraestrutura das salas de ginástica e con-ferir outros itens essenciais antes de assinar o contrato da matrícula.

Na nova unidade da Bodytech, localizada no Shopping Iguatemi, em São Paulo, essa experiência, po-rém, ganha um novo significado. Fruto de um investi-mento de R$ 17 milhões, a 38ª unidade do grupo apos-tou em serviços inovadores para se destacar perante a concorrência.

Ao que tudo indica, acertou em cheio. Tanto que tem funcionado como estratégia de benchmarking, até mes-mo, para academias de outras regiões do Brasil focadas na

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“premiunização” de seus serviços.

Ao sair do elevador no nono e último andar do Shopping, o ambiente ganha, literalmente, um novo ar. Totalmente cli-matizada, a academia, com aproximada-mente 2,1 mil metros quadrados, faz es-quecer o clima do lado de fora, faça chuva ou faça sol.

Inaugurado no início de junho, o projeto tem a identidade visual assina-da por Isay Weinfeld, um dos mais re-nomados arquitetos brasileiros, com toques que a diferenciam das demais unidades da rede. Diferenciam-na tanto que, por exemplo, é a única da América Latina com uma sala exclusiva à prática de remo indoor.

Mas não são os equipamentos de úl-tima geração que conquistam os clientes que entram lá. O ambiente agrega valor à marca por oferecer atendimento e ser-viços com alto nível de personalização. Tão personalizados que a ideia inicial é que cada professor atenda a, no máximo, cinco alunos por vez. E para que os usuá-rios tenham aulas ainda mais adequadas a suas necessidades, a Bodytech limitou sua capacidade de atendimento a 1,2 mil clien-tes. Não mais que isso!

Os alunos têm ainda à disposição ava-liações com nutricionista e fisioterapeuta. Com relação à nutrição, os serviços tam-bém são bem pensados: água, sucos, isotô-nicos, frutas e barras de cereal à vontade. Uma verdadeira “mão na roda” para quem precisa dos nutrientes corretos entre um treino e outro.

Enquanto comem ou descansam, pu-demos observar os usuários se refrescan-do com as toalhas umedecidas, aromatiza-das com cheiro de eucalipto. Alguns diriam tratar-se de um luxo sem propósito, mas a adesão ao benefício é maciça. Outra opção é aproveitar o tempo de espera para aces-sar a internet, via conexão wi-fi.

Voo coM escalasEnquanto os aparelhos específicos para

a musculação ficam alocados em diferentes espaços da academia, há salas para outros exercícios e aulas em grupo que surgem ao caminhar pelo local. A sala “Mind”, por exemplo, específica para atividades de re-laxamento, possui climatização, luz mais fraca e músicas próprias para os exercícios. Impossível não relaxar no ambiente.

O marketing sensorial, aliás, parece ser uma ferramenta bem-explorada pelos só-cios do grupo, os empresários Alexandre Accioly, Luiz Urquiza, João Paulo Diniz, o técnico de vôlei Bernardinho e, mais re-centemente, o fundo de private equity do BTG Pactual. Na sala de spinning, a perso-nalização se repete: luz, música e ambiente propícios à prática da atividade. Seis salas compõem a estrutura do local.

Quase eM casaOutro ponto sensível para maior parte

das redes de academias são os banheiros e vestiários. Na Bodytech Iguatemi, não há do que reclamar. Há boxes para uma ducha rápida ou suítes individuais. Xampu, con-dicionador e sabonete também à vontade. E, para se secar, toalhas de algodão de fios egípcios. Nas gavetas, secador de cabelo e um kit de higiene pessoal.

é nessa tratativa que a rede de acadeMias bodytech decidiu investir em sua 38ª unidade, loCalizada no shopping iguateMi, eM são paulo. nossa reportageM passou uMa tarde no local, analisando, na pele de consuMidor, o que o espaço é capaz de proMover eM terMos de serviços diferenciados. a viageM leva os usuários da Marca a uM Mundo de sensações, eMbora isso tenha seu preço

Ambos os vestiários possuem um guarda-volume, monitorado por duas câmeras e um profissional dedicado a cuidar dos pertences dos alunos. En-quanto eles malham, inclusive, se for preciso, há um serviço exclusivo para passar roupas a vapor. Comodida-de total. E por falar em vapor, saunas para relaxar.

No banheiro das mulheres, outro serviço chama atenção. Trata-se de uma enorme sala de maquiagem, com um maquiador à disposição até das menos vaidosas.

A qualquer hora do dia, os alunos também podem aproveitar para tomar um café, gratuito, ou comer lanches saudáveis, feitos na hora – cobrados à parte.

Mas tudo isso tem lá seu preço. A mensalidade custa R$ 900,00 para pla-nos semestrais e anuais, e os alunos po-dem utilizar as demais unidades de São Paulo e Brasil. O estacionamento é gra-tuito durante as três primeiras horas. Custo certamente já embutido no preço da mensalidade!

Enfim, valeu a experiência naquela que se posiciona como uma espécie de Emirates – eleita a melhor e mais luxuo-sa companhia aérea do planeta em 2013. Em termos de diferenciação por serviços, a Bodytech Iguatemi, realmente, é um case mundial, se pensarmos bem. E se o dinheiro não compra felicidade, como di-zem, conforto e exclusividade estão, com certeza, no pacote dessa academia.th

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no vestiário feminino, clientes têm à disposição uma sala completa de maquiagem e profissionais qualificados

ambientes climatizados completam a lista de quem procura por serviços mais exclusivos na academia

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a importância do posicionamento de marcagestão

indicadores MostraM que acadeMias que esColhem assertivamente o públiCo-alvo coM o qual desejaM trabalhar e apostaM eM uM deterMinado serviço tiraM Maior vantageM do posicionaMento de Marca e largaM na frente da concorrência

IRHSA Latin America Report 2013, divulgado na edição 66 da Fitness Business, mostra que o

setor de bem-estar continua em alta no Brasil, com oportunidades de crescimento

para quem já está no mercado e também para novos investidores. Pesquisas re-

centes registram US$ 2,4 bilhões em receitas, mais de 23 mil aca-

demias espalhadas pelo País e 7 milhões de praticantes. E

ainda há espaço para cres-cer muito mais, garan-

tem os especialistas.

Nesse imen-so contingen-

te de clien-tes, um

o

ocupe seu lugar

thinkstock

dos segredos para obter êxito na prospecção é o posicionamento de marca. Antes de tudo, é necessário definir o público-alvo, divulgar o diferencial do serviço oferecido e conven-cer o aluno de que sua academia foi feita para

ele. Quem se-guir essa receita certamente marcará seu ter-ritório, tirará vantagens perante a concorrên-cia, reservando lugar de destaque no cenário.

“A marca é a representação dos valores e propósitos de um negócio. Se ela não deixar claro seu objetivo de mercado, seu público, seu preço, seu ambiente, certamente mor-rerá, assim como o próprio negócio”, alerta Vitor Patoh, especialista em Marketing e Branding e sócio-diretor da Yemni.

Alguns cases do setor fitness no Brasil evidenciam a importância de estabe-lecer um nicho no mercado a ser atingido. A Ecofit, localizada na zona oeste de São Paulo (SP) e voltada predominantemente às classes A-B, decidiu, por exemplo, apostar firme na terceira idade. E os resultados já começam a aparecer.

No programa Ecomaster, as modali-dades são planejadas para atender grupos formados por alunos com idades a partir de 60 anos. Há musculação, hidroginástica, dança, yoga e condicionamento físico, entre outras atividades, sob a orientação de pós-graduados em grupos especiais, dor crônica, dança e reeducação postural.

“É um desafio trabalhar com essa faixa etária da população, por isso boa parte das academias não abre espaço a esse público. Mas, a cada ano que passa, a população vai ficando mais longeva e surge uma deman-da grande para os serviços que oferecemos. E, do ponto de vista comercial, é um gru-po que tem tempo e condições financeiras para desfrutar”, explica Vall Santos, gerente geral da Ecofit.

Segundo o empresário, o número de matriculados na academia varia de 2,7 mil a 3 mil. Desse total, 15% a 20% integram o Ecomaster. Com uma mensalidade de R$ 400 (ticket mais baixo), calcula-se um fa-turamento mensal entre R$ 160 mil e R$ 240 mil somente com alunos acima dos 60 anos.

“Geralmente, o mercado define oportu-nidades para um negócio, como no exem-plo da Ecofit, que identificou um grande potencial no público da terceira idade”, pondera Vitor Patoh, mencionando um exemplo prático.

susTenTaBiliDaDe: ouTra BanDeira

Outra estratégia adotada pela Ecofit para cativar clientes é investir em práticas ecologicamente corretas. “Nossa academia, dentro de um conceito de ser um clube para receber a família, tem um foco grande em sustentabilidade, com ambientação, reapro-veitamento de água da chuva, aquecimento solar, coleta seletiva de lixo e educação am-biental. Investimos em marketing, temos parcerias com ONGs e essa é uma forma de fazer as pessoas olharem para a nossa cau-sa”, comenta Vall Santos.

Cria-se, dessa forma, a “essência da marca”, com valores ligados ao negócio, aos sócios e ao ambiente interno, como explica o especialista em Marketing e Branding. “A marca precisa falar a mesma linguagem para criar vínculos emocionais e proporcio-nar o entendimento claro do negócio. Esse será o norte para todo o discurso, seja no lançamento de novos produtos ou serviços, seja pelo comportamento em seus ambien-

geralmente, o mercado deFine oportunidadeS para um negócio, como no exemplo da ecoFit, que identiFicou um grande potencial no púBlico da terceira idadevitor patoh, Yemni conSultoria

tes”, complementa Vitor Patoh.

“Porém, é preciso embutir o conceito no DNA de toda a organização. Ou seja, não se pode correr o risco do apelo sustentável fi-car apenas no discurso e na ambientação da academia. É preciso extrapolar e trabalhar isso sob a perspectiva da cultura organiza-cional, com os colaboradores. Do contrário, corre-se o risco de os consumidores enxer-garem o slogan da marca como algo fake, uma história pensada apenas do ponto de vista da retórica e não da prática”, diz Helen Garcia, diretora da Trama Comunicação.

De olho eM nichos eMergenTesOutra tendência em renomados gru-

pos nacionais do setor fitness, que obti-veram êxito com grandes infraestrutu-ras destinadas ao perfil de alta renda, é transferir sua excelência para academias de menor porte e com uma gama reduzi-da de serviços. Atingem-se, assim, outros públicos, principalmente a classe média emergente. É o que têm feito com êxito a Bodytech e a Bio Ritmo que gerenciam, respectivamente, as bandeiras Fórmula e Smart Fit.

Enquanto a Bodytech adota um po-sicionamento de sofisticação voltado para o público de alta renda, com espa-

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ços que variam de mil a 10 mil metros quadrados e ticket médio de R$ 300, a Fórmula faz uso de uma oferta simplifica-da ao mercado, com infraestruturas entre 400 e 1,2 mil metros quadrados e ticket médio de R$ 130.

“Na Bodytech, buscamos ser algo mui-to além do que uma tradicional academia de ginástica e musculação. Atendemos desde bebês de seis meses até idosos, desde uma pessoa que intenciona a hiper-trofia (crescimento muscular), até uma situação mais complexa de saúde, ou seja, alunos sob recomendação médica. Temos um profissional para cada dez alunos, no máximo, e todas as academias são pró-prias”, explica Luiz Urquiza, sócio-diretor do Grupo Bodytech - Fórmula.

“Em nossa segunda marca, a Fórmula, temos pequenas e médias academias pró-prias e também unidades franqueadas, direcionadas para atividades de cárdio e musculação e de olho no público adulto. O cliente se autosserve, não precisa do apoio de um professor nem de prescrição médica. É um leque de serviço inferior ao oferecido pela Bodytech, em termos de quantidade. Porém, o posicionamento tem sido bem aceito pelo mercado”, acres-centa Urquiza.

A rede conta atualmente com 56 ope-rações, sendo 40 academias com a marca Bodytech, 13 com a marca Fórmula e três clubes sociais em São Paulo (SP). Em me-nos de dois anos de vida, a Fórmula res-ponde por 5% do faturamento total do grupo e por pouco mais de 10% do núme-ro de alunos.

A empresa prevê arrecadar R$ 325 milhões em 2013 e fechar o ano com 105 mil alunos. Portanto, R$ 16 milhões terão como fonte os cerca de 12 mil alunos ins-critos na Fórmula. “No prazo de três anos, acreditamos que um quarto do nosso fa-turamento virá da Fórmula, que ainda é uma marca nova, mas está crescendo”, informa Urquiza.

iMporTaçÃo De Boas práTicasA Bio Ritmo existe desde 1996 e oferece

um serviço diferenciado para as classes A-B, a um ticket médio de R$ 180. Sua mais nova “cria”, a Smart Fit, foi fundada em 2009 e abrange, predominantemente, a classe C, com mensalidades a partir de R$ 51. “Na Bio Ritmo, disponibilizamos 200 aulas por semana, com o programa Face 2 Face. Já a Smart Fit é uma academia de muscula-ção no conceito mais tradicional”, descreve Edgard Corona, presidente do Grupo.

Segundo Corona, hoje a Smart Fit já é responsável por 50% do faturamento de todo o Grupo. Por ser uma marca que exige uma estrutura menor e menos profissio-

a importância do posicionamento de marcagestão

olhamoS lá Fora o que acontece. Se Faz Sentido para o BraSil, trazemoS e adaptamoS. tamBém é Fundamental entender a neceSSidade do conSumidoredgard corona, gruPo bio ritmo-smart Fit

nais, é mais fácil expandi-la, e, praticamen-te, já há o triplo de unidades em relação à “irmã mais velha”.

“Fechamos 2012 com R$ 200 milhões de faturamento, sendo 60% vindos da Bio Ritmo. Hoje, a Smart Fit já nos oferece 50% do valor total. Em relação a unidades, pla-nejamos finalizar 2013 com 130, sendo 30 da Bio Ritmo e 100 da outra bandeira”, diz.

Em um aspecto, tanto especialistas do setor quanto empresários concordam: a pesquisa de mercado é essencial para estabelecer o posicionamento da marca. “O investimento nesse processo é o pri-meiro passo para estruturar o planeja-mento do negócio”, diz Vitor Patoh.

O Grupo Bio Ritmo–Smart Fit fez a lição de casa: observou iniciativas em outros países adaptáveis à realidade bra-sileira. “Olhamos lá fora o que acontece. Se faz sentido para o Brasil, trazemos e adaptamos. Também é fundamental en-tender a necessidade do consumidor”, avalia Corona.

O sucesso na segmentação já faz a companhia desenvolver um terceiro mo-delo de negócio, que será lançado futu-ramente. “Procuramos atingir o mercado em diversas frentes. Teremos novidades em modelo de negócios logo mais, po-rém, por enquanto, isso é tudo que pode-mos adiantar”, destaca Corona.

na ecofit, o programa ecomaster, voltado à 3ª idade, já responde por cerca de 20% do número de alunos

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por que apostar em franquias?internacional

s e no Brasil, assim como noti-ciou a edição anterior da Fitness Business, as redes de franquias e licenciamentos crescem a todo

vapor, nos Estados Unidos o cenário não é diferente, com a recuperação da econo-mia. O que será que grandes executivos norte-americanos têm a ensinar sobre esse vantajoso nicho de negócios?

Um deles é um veterano da in-dústria. O outro, um empresário

recém-chegado. Mas ambos concordam claramente

com uma coisa: as franquias do

fitness estão, mais uma vez, tornando-se promissoras em seu país.

O mais antigo deles, Mark Mastrov, fez sua marca, criou a empresa que ficou conhecida mundialmente como 24 Hour Fitness Worldwide, Inc. Depois de vender o negócio em 2005, ele e Jim Rowley, um ex-executivo, fundaram uma empresa de private equity, a New Ventures Evolution (NEV), e começaram a investir em empre-sas relacionadas à indústria do bem-estar.

Hoje, o portfólio da NEV encontra-se fortemente reforçado em termos de fran-quias e inclui marcas como Crunch, Mrs. Sporty, UFC Gym / LA Boxe, Hard Candy Fitness de Madonna e One Life Fitness, uma nova empresa em parceria com os ir-

mãos John e Kirk Galiani, ex-franqueados da Gold’s Gym e um dos proprietários da Gold’s Gym International.

Já o jovem David Long colocou sua aposta na franchising em março de 2010, quando a OrangeTheory abriu seu primei-ro estúdio em Fort Lauderdale, Flórida. Long é parceiro e CEO do negócio.

A fé de ambos os homens no futuro das franquias diz muito sobre a saúde e a vitalidade desse setor. “Houve um nú-mero incrível de visitas não solicitadas na Crunch, UFG Gym e Hard Candy Fitness”, lembra Rowley. “E, em um momento, nós dissemos: Basta! Vamos construir uma empresa de franquia multimarca e ficar atentos a essa nova oportunidade. Está

a “teMpestade perfeita” de fatores que fizeraM deste uM Modelo de negócios vitorioso a ser considerado na indústria fitness

mais do que provado ser um grande nicho de negócios.”

Long tem tido um sucesso similar. “Em março de 2012, tínhamos aproxi-madamente 30 estúdios premiados em mais de cinco estados e anunciamos que estaríamos expandindo para o Canadá também”, explica ele. Três meses depois, a OrangeTheory acrescentou três novas re-giões ao portfólio e, até o final desse ano, terá 35 unidades em solos norte-america-nos e uma no Canadá.

“Acabamos de concluir um acordo de exclusividade com David Lloyd Leisure para apresentar a OrangeTheory no Reino Unido”, relata Long. “O primeiro local será aberto em Londres, em agosto.”

Long definitivamente não pretende descansar sobre seus louros. Em cinco anos, diz ele, “nós queremos ter 500 es-túdios bem-sucedidos em todo o mundo”.

aliMenTanDo a TeMpesTaDeAs experiências de NEV,

OrangeTheory e outras do setor contam muito sobre o atual estado de aptidão da franchising. Apesar de, ao longo dos anos, algumas empresas terem falhado, não há uma semana sequer em que mais uma nova marca apareça no mercado, ou que um dos franqueadores estabelecidos não anunciem a chegada a um número recor-de de unidades. O clima de otimismo no setor, dizem os especialistas, pode ser atri-buído a uma série de fatores.

Entre eles, um modelo de negócio comprovado; a contenção de custos ini-ciais; o apoio contínuo do franqueador; uma curva de aprendizado bem-definida; sistemas de franquia cada vez mais sofisti-cados; a crescente compreensão da indús-tria e apreço para tal modelo de negócio; maior variedade de modelos de franquia; a proliferação e crescente popularidade das instalações no padrão boutique; o interesse internacional intenso; e o cres-

FranchisingFranchising expansão cente interesse do público em estilos de

vida saudáveis. “É tudo isso e muito mais”, observa Rowley.

Um dos fatores dessa lista que pode não vir imediatamente à mente é que as franquias, ao que parece, tendem a fazer melhor a lição de casa durante as crises econômicas, se comparadas a outras mo-dalidades de negócios. “É justo dizer que a franquia tem resistido às condições econô-micas difíceis dos últimos anos, melhor do que a economia como um todo tem feito”, observa Michael J. McDermott, editor de O Manual de Franquia.

A publicação Entrepreneur 2013 - Franchise 500, que destaca o melhor desempenho das empresas desse se-tor nos Estados Unidos, traz 15 ofertas de franquias no fitness como bastante vantajosas, incluindo Anytime Fitness, Jazzercise, Snap Fitness, Planet Fitness, Gold’s Gym e UFC Gym. Ou seja, bons ter-mômetros não faltam.

colhenDo os FruTosA recessão serviu como um catalisador

para a franchising, impactando o setor de duas formas principais: atraindo novos players e levando as empresas já estabele-cidas a capitalizar seu próprio patrimônio.

“A franchising oferece uma oportu-nidade real para as pessoas que não con-seguem encontrar empregos em uma

economia resistente”, diz Jon Canarick, o sócio-gerente da North Castle Partners, fundo de private equity que comprou uma participação substancial na Curves International, em agosto de 2012. “Isso é especialmente verdadeiro no caso das franquias, com um custo global mais baixo de inicialização. Algumas franquias, como McDonald’s, requerem um investimen-to significativo, enquanto outras, como Curves, Subway ou uma franquia de lim-peza a seco, são bem mais acessíveis.”

Outros franqueadores nos Estados Unidos oferecem uma avaliação seme-lhante. “As vendas de franquia, normal-mente, ocorrem bem em ambientes eco-nômicos onde muitas pessoas decidem que preferem ser seu próprio patrão, possuir seu próprio negócio”, reflete Ben Midgley, presidente da Franchise Crunch.

Desde que a marca optou por seguir a rota da franchising há três anos, ele já inscreveu mais de 200 franqueados, abriu 40 unidades nos EUA e na Austrália, e espera trazer mais 20 até o final do ano. “Eu não costumo fazer previsões”, diz Midgley. “Mas falando exclusivamente para o setor de franquias, eu gostaria de ver atingirmos 500 clubes nos próximos cinco ou dez anos.”

“A franchising permite que empresá-rios invistam seu tempo e capital em um modelo de negócio comprovado e que já

por jon Feldcom colaboração de JacqueliNe aNtuNes (ihrsa - eua)

(*) Matéria extraída da CBI Magazine, agosto de 2013.

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a vez dos pequenos e médios empreendedorespilates em foco

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pequenos e Médios estúdios que são referência pelo brasil indicaM o caMinho para suprir a expectativa dos clientes e sobreviver de forMa sustentável diante da forte concorrência

do sucessosegredo

m um mercado tão acirrado, como re-tratado na edição 66

da Fitness Business, quais devem ser as estratégias de sucesso quando se preten-de inaugurar um estúdio de Pilates, principalmente, de pe-quenas e médias proporções?

Localização, atendimen-to, formação profissional e equipamentos modernos são fatores essenciais, segundo empresários e uma consultora do ramo, ouvidos por nossa re-portagem. Um dos segredos é contar também com instruto-res diferenciados, que buscam se atualizar constantemente. Há, inclusive, a possibilidade de aprimoramento no exterior.

Foi o que fez Gláucia Adriana. A fisioterapeuta pode ser considerada uma das precursoras do Pilates no País, quando o método ainda era desconhecido dos brasileiros. “O mercado era absolutamente inexpressivo no Brasil. Após alguns meses pesquisando, resolvi morar fora e entrei em contato com várias abordagens antes de escolher minha primeira es-cola de certificação. Trabalhei no exterior por alguns anos, até que me senti madura o su-ficiente para voltar e abrir um estúdio”, diz a empresária.

Os primeiros dois anos fo-ram muito difíceis, segundo Gláucia Adriana. “Pois tive de li-

dar com a descrença das pessoas em relação a um método novo. Quase todos achavam que seria um modismo passageiro, que não havia embasamento cientí-fico no método. Aos poucos, fo-mos conquistando uma parcela considerável do mercado”, con-ta a proprietária do Fit Studio, localizado em Brasília (DF).

Como a prática do Pilates aumentou vertiginosamente no Brasil nos últimos anos, surgiram escolas que ofere-cem cursos rápidos de for-mação. Porém, aí reside um risco: a proliferação de pro-fissionais despreparados que, muitas vezes, ensinam algo parecido com a metodologia, mas não a propriamente dita.

e

por que apostar em franquias?internacional

foi concebido, o que vai ajudá-los a cons-truir seu patrimônio líquido”, acrescenta Guy Cammilleri, diretor-gerente da World Gym International.

“Com quase 50 anos de experiên-cia e 200 locais em 13 países ao redor do mundo, temos os recursos que nos-sos franqueados precisam para cumprir com êxito as necessidades de fitness de qualquer mercado.”

Tomando sua sugestão, talvez do pre-feito de Chicago, Rahm Emanuel, que uma vez disse a famosa frase, “Nunca deixe uma crise séria ir para o lixo”, várias marcas líderes colheram recompensas da recessão. Durante a crise, por exem-plo, a Anytime Fitness e a Hastings, rede baseada em Minnesota, investiram cons-cientemente em sua infraestrutura, re-desenharam seus clubes, reestruturaram suas dívidas, acrescentando inúmeros ser-viços aos franqueados.

“Em termos de apoio ao franqueado, reforçamos e reorganizamos nossa equipe de consultores e começamos a realizar ses-sões mensais, regionais, conhecidas como Vitals”, explica Chuck Runyon, cofunda-dor e CEO da Anytime Fitness. “O foco na acessibilidade e no maior valor agregado para os usuários de academias além do apoio constante para nossos franqueados ajudaram a nos manter competitivos e rentáveis.”

O desempenho de sua empresa cer-tamente inspira muitos aspirantes a em-preendedor a considerar a compra de uma franquia de fitness. Seus resultados em 2012 tornaram-se um fator dominan-te no mercado, conforme publicado no IHRSA Global 25 List. A rede está ocu-pando a 1a posição do ranking quanto ao número de alunos (1,6 milhão), em 7a quanto a receitas, em 3a no ranking de nú-mero de franquias (2015, além de 20 ins-talações de propriedade), em 2a quanto ao crescimento da receita anual (+33%) e 1a

em crescimento unitário anual (+15%), além de outros indicado-res apurados.

o FuTuroO setor não

é nada sem seus desafios, mas, bem analisadas as nuances, as franquias de fitness pare-cem atualmente um dos nichos da indústria mais segu-ros e promissores. A Curves, que viu seu número de unidades cair nos úl-timos anos, ainda é a maior rede de academias para mulheres no mundo, por exemplo.

Outros franqueadores veteranos são igualmente otimistas sobre o futuro. Ao longo dos últimos 45 anos, a Gold Gym International, com sede em Irving, Te-xas, tornou-se uma marca icônica que é praticamente sinônimo de “academia franchising”, e que não mostra nenhum sinal de desaceleração. Tim Hicks, vice- presidente sênior da empresa, ressalta que possui um núcleo forte de franqueados, dos quais 50% acompanham a marca aon-de quer que ela vá, o que tem lhe ajudado a impulsionar o crescimento dos negócios.

“Muitos de nossos franqueados princi-pais estão desfrutando de 20% a 30% de aumento anual em número de unidades. Da mesma forma, no plano internacional, estamos vendo de 20% a 30% de cresci-mento anual. Atualmente, temos 250 uni-dades e esperamos abrir cerca de 50 novas neste ano ainda”, relata.

“Franchising é um fator-chave para as marcas”, aponta Gene LaMott, que dei-xou o cargo de presidente e CEO do GGI

em 2006 e agora é o presidente e CEO da Total Woman Gym and Spa, com sede em Coto de Caza, Califórnia. “Um conceito é desenvolvido, refinado e comercializado, mas, em última análise, os franqueados são o ponto real da coisa. Eles são os úni-cos que executam as ações no nível que o cliente deseja. Eles também são proprie-tários, na verdade. A franquia coloca-os como proprietários individuais ou CEOs no comando de cada unidade”, diz.

E, se há alguma dúvida ainda so-bre a capacidade das franquias no setor fitness para perseverar e prevalecer em um ambiente econômico desafiador, basta considerar o que a Planet Fitness conquis-tou ao longo dos últimos cinco anos. Em 2008, com a recessão em seus calcanha-res, a empresa tinha 242 instalações. Em 2009, tinha 302, e, a cada ano, desde en-tão, o ritmo de crescimento está mais ace-lerado, com 87 novas unidades em 2010, outras 99 em 2011, e mais 118 novas em 2012. Hoje, a Planet Fitness possui um total de 658 instalações, das quais apenas 45 são próprias.

“Até o final deste ano, esperamos ter mais de 700 localidades”, diz McCall Gosselin, diretor de relações públicas da empresa. “E, em cinco ou dez anos, esse número será muito maior”, aposta.

a anytime fitness ocupa a 1ª posição do ranking mundial de redes de academias em número de alunos: 1,6 milhão

Fitness Business | set/Out 2013 38

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Apesar de já ter ocupado seu espa-ço e construído uma marca, Gláucia salienta que busca o aperfeiçoamen-to de forma contínua. “Vejo que mui-tos profissionais começam a errar no dia que acham que sabem tudo, ou que já dominam a técnica. Tenho os estúdios há 11 anos e, com exceção dos dois primeiros anos, de lá para cá não passei mais do que 60 dias sem uma viagem para fazer ou dar algum curso. O mercado de cursos de Pilates tomou proporções enormes e, mesmo com centenas de certifi-cações existentes no País, acho que apenas três ou quatro realmente po-dem ser levadas a sério”, ponde ra a empresária.

Dona do StudioFisio, em Londrina (PR), Vânia Correia e Silva endossa a opinião sobre a importância do apri-moramento rotineiro da equipe.

“Além de oferecer aulas de qua-lidade diferenciada, procuramos transformar a prática da atividade física em um momento de bem-estar e estilo de vida. Por isso, contamos com instrutores atualizados para atender às necessidades indivi- duais de cada aluno. Como incenti-vo ao aprendizado contínuo, pro-movemos anualmente uma semana de cursos proferidos por um ins-trutor norte-americano, mundial-mente reconhecido, que reforça os conhecimentos de nosso time e ga-rante nossa vantagem competitiva”, comenta Vânia.

mover a um estúdio de Pilates. Por isso, escolher um local estratégico é primordial para garantir visibilidade junto ao público-alvo.

Em Florianópolis, o Andai Pilates existe há cinco anos, com aproxima-damente 140 alunos, distribuídos em duas unidades. As sócias Andreia Fornaro e Daiane Paranhos explicam que o posicionamento dos estúdios ocorreu sob análise minuciosa.

já cheguei ao ponto de ter 16 inStrutoreS na equipe e, por eScolha própria, decidi manter uma média de 8. uma equipe grande me trazia muito maiS eStreSSe do que lucrogláucia adriana, Fit studio, brasília (dF)

O StudioFisio abrange cerca de 100 a 120 alunos por mês, em au-las individuais ou em duplas, com preços que variam entre R$ 350 e R$ 800. São quatro profissionais, to-dos com formação na Stott Pilates, marca reconhecida no ramo.

Na capital federal, o Fit Studio conta com duas unidades. Um dos desafios é lidar com a variação da clientela, pois muitas pessoas via-jam frequentemente. O público vai de 150 pessoas em um mês para 200 em outro, e a mensalidade gira en-tre R$ 400 para aulas em grupo até R$ 1,8 mil em aulas individuais.

Gláucia Adriana revela que priori-zou a qualidade, ao invés da quanti-dade. “Já cheguei ao ponto de ter 16 instrutores na equipe e, por escolha própria, decidi manter uma média de 8. Uma equipe grande me trazia muito mais estresse do que lucro, e a qualidade de atendimento, por me-lhor que fosse na época, nunca esta-va no nível que eu desejava.”

VisiBiliDaDeDificilmente uma pessoa vai per-

correr um longo trajeto ou fugir do itinerário trabalho-casa para se loco-

“Uma média de 50% dos nossos clientes moram próximo ao estú-dio e os outros 50% são moradores dos bairros aos arredores. Man-temos uma divulgação por e-mail marketing, flyer, site, Facebook e Google. Mas o segredo maior é um bom relacionamento com os clien-tes, competência profissional, qua-lidade de serviço e muito amor pelo Pilates. O valor de nossos serviços não é dos menores, nem queremos concorrer com isso, pois temos uma equipe profissional qualificada e que merece ser valorizada. Acredito que o famoso ‘boca a boca’ dos clientes satisfeitos faz que nossos estúdios sejam bem conceituados no merca-do”, pontua Andreia.

inFraesTruTuraOutros pontos devem receber a

atenção do empresário, desde a aqui-sição de equipamentos modernos até serviços mais básicos, como esta-cionamento, segurança, iluminação e limpeza.

pilates em focoa vez dos pequenos e médios empreendedores

“O local precisa ser seguro, além de todas as necessidades específicas, como boa acústica, equipamentos e acessórios de qualidade, móveis de apoio, piso e climatização”, orien-ta Rafaela Porto, que atua no ramo desde 2004 e, atualmente, é consul-tora técnica em diversos estúdios de médio e pequeno porte. “As pessoas que trabalham com você precisam estar bem treinadas e envolvidas com o projeto. A motivação está em mais do que um bom salário, as pessoas precisam se sentir parte do negócio”, acrescenta.

Rafaela também destaca a pes-quisa para desvendar o que os alu-nos buscam. “O ideal é atender as necessidades dos clientes, estar pró-ximo de pontos de interesse. Quem investe em um estúdio deve avaliar antecipadamente a cultura de consu-mo dos clientes da região. O que os levam a realizar a matrícula? É o pre-ço, a facilidade de pagamento, a qua-lidade de serviço, o atendimento, a marca? Tudo tem de ser ponderado.”

O ‘boca a boca’ citado anterior-mente tem efeito multiplicador quando se atingem outros profis-sionais da saúde. Em Brasília, o Fit Studio soube disseminar o método, o que contribuiu para a composição da clientela.

“A troca de informações com médicos e profissionais da área de saúde fez que muitos começassem a indicar nosso trabalho, o que rendeu excelentes resultados e, aos poucos, fomos construindo nosso nome na cidade. Costumo dizer que abri o estúdio na hora certa e tive a sorte de atingir os melhores clientes da cidade. Pelo menos 50% deles já fa-zem Pilates há 10, 11 anos, ou seja, me apoiam desde o início”, afirma Gláucia Adriana.

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o studiofisio, da empresária vânia Correia e silva, comemora o crescimento nos negócios: média de 120 alunos ao mês, com preços que variam de r$ 350 a r$ 800

SET/OUT 2013 | FITNESS BUSINESS 41Fitness Business | set/Out 2013 40

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a estratégia da guerrilhaMarketing

fitness business | jul/ago 201342

ataque ao alvo certo

surpreender e entrar na rotina das pessoas coM ações breves e criativas se consolida coMo uMa forMa econôMica de fazer publicidade e aMpliar a influência da acadeMia na região onde está localizada

s armas da guerrilha estão à disposição. Não é necessá-rio gastar cifras milionárias

nem apelar para as celebridades dos meios de comunicação. Basta fazer uma leitura da vizinhança, saber os locais que seu público-alvo frequen-ta e ser inteligente para cativá-lo.

Essa é a fórmula do marketing de guerrilha: praticar uma ação origi-

a

nal, sem grandes custos e que chame atenção das pessoas para a marca da empresa. O conceito amplamente divulgado no mundo da publicidade pode ser uma ferramenta eficiente para o mercado fitness.

A guerrilha surge como alternati-va para a propaganda convencional, considerada custosa para pequenas e médias academias. O segredo está em uma ideia criativa e na força do contato direto com o cliente. O ob-jetivo é gerar um ‘boca a boca’, o chamado “buzzmarketing”, entre os consumidores.

Por exemplo, na época do Natal uma academia do Rio de Janeiro saiu às ruas, na região onde está localizada, e distribuiu na porta de supermercados, padarias e bares mil panetones com a seguinte eti-

queta: “Neste Natal, consuma quan-tas calorias quiser e depois venha gastar com a gente”.

Outra iniciativa, voltada para uma academia de tênis: modelos, vestidos de tenistas, invadiram ba-res na Barra da Tijuca com raque-tes e desafiaram os consumidores a bater a bolinha sem deixá-la cair no chão, como no jogo de frescobol. Na sequência, brindes foram distri-buídos para convidar as pessoas a visitar a academia.

Essas duas ações foram produzi-das pelos Arqueiros – Consultoria de Desenvolvimento Estratégico. “A guerrilha atua como uma adaptação à realidade de cada academia. Ela não é tão cara, pois paga-se mil ou 1,5 mil reais para promoters brin-carem com as pessoas e entregarem

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a estratégia da guerrilhaMarketing

vas, sempre de olho na microrregião”, revela Edgard Corona, presidente da empresa cujo faturamento atingiu a casa dos R$ 200 milhões em 2012.

As iniciativas mencionadas por Corona não são dispendiosas e ser-vem para aproximar os consumido-res de uma marca já consolidada no mercado fitness. Um dos benefícios está em propagandear unidades recém-inauguradas.

“Quando a academia tem mais for-ça financeira, uma ideia criativa de guerrilha impacta bastante por onde as pessoas transitam. Funciona como uma espécie de blitz”, pondera o es-pecialista Alessandro Mendes.

Corona revela que os gestores das filiais da Bio Ritmo – Smart Fit cum-prem a tarefa de divulgar a marca nos locais de sua abrangência. “Damos essa liberdade aos nossos gerentes, com uma verba destinada a esse tipo de trabalho para tornar mais consis-tente nosso nome.”

O Grupo Bodytech – Fórmula também tem em sua mira a vizinhan-ça. Além da publicidade convencional nos mais importantes veículos de comunicação, o investimento é desti-nado à organização e participação de eventos, a cuidar e dar nome a praças, entre outras iniciativas.

O sócio-diretor Luiz Urquiza defi-ne como um marketing mais sutil. “O público das academias de ginástica é constituído em 80% ou 90% dos casos, conforme a localização, por quem re-side ou trabalha perto. Nossa atuação ocorre na zona primária, com a pre-sença na microrregião. Costumo dizer que a melhor estratégia de marketing é oferecer um serviço esplendoroso, e o boca a boca entre os clientes assegu-ra a atração de novas pessoas.”

algum material de divulgação. Um anúncio em jornal de bairro sairia cerca de 2 mil reais, mais mil reais de produção. A diferença está na cria-tividade e na interação. Há um con-tato direto com potenciais clientes, cria-se uma relação emocional. No jornal, a campanha é fria, não inte-rage”, explica Alessandro Mendes, líder dos Arqueiros.

“O mercado fitness tem pou-ca verba para investir em divulga-ção porque a maioria das acade-mias é de proprietário único e está fora de redes cujas marcas já estão consolidadas. A dificuldade está em construir grandes campanhas, como vemos em outros negócios. A guerrilha vira uma carta na man-ga, pois requer pouco investimen-to e faz que as ações perdurem”, acrescenta Mendes.

caSeS De sucessoNo portfólio dos Arqueiros cons-

tam ações de marketing de guerrilha realizadas pela Body Force, academia localizada em Jacarepaguá, zona oes-te do Rio de Janeiro. O proprietário Cleber Pitassi aprova o sucesso da pu-blicidade junto a moradores do bairro e separa uma quantia anual para esse tipo de investimento.

Pontos de ônibus, restaurantes e semáforos são os alvos de atua-ção dos promoters contratados pela Body Force. Em uma das ações, eles entregaram panfletos com a seguin-te mensagem: “Se você acha que correr atrás do ônibus é o melhor exercício que você faz durante o dia, pense melhor”.

Em outra ocasião, modelos exibi-ram aos carros que paravam no se-máforo um cartaz de conscientização sobre saúde e entregaram panfletos com os resultados obtidos por quem

já frequenta a academia.

“Os gastos não superaram mil reais. A promoção que fizemos no se-máforo, com as meninas segurando um acrílico parecido com aqueles que são utilizados por modelos entre um round e outro numa luta de boxe, nos rendeu uns 30 clientes novos. Vale a pena”, comenta Pitassi.

“Acredito que o marketing de guerrilha é mais incisivo porque tem como alvo as pessoas que o seu ne-gócio está buscando. Também é bem mais aceito pelo público e muito mais econômico”, conclui o proprietário da academia de médio porte.

granDes reDesA prática de ações promocionais

originais e inusitadas não é exclusi-vidade para pequenos e médios ne-gócios. Grandes redes de academia também sabem tirar proveito desse conceito de publicidade.

A Bio Ritmo – Smart Fit investe em dois tipos de marketing: o insti-tucional, com propagandas em re-vistas, cinema e outros meios de co-municação, e o de guerrilha, voltado mais para a região onde a academia está situada.

“Os anúncios institucionais têm efeito cumulativo. De tanto ficar ba-tendo, batendo, as pessoas se lem-bram da marca. Nosso outro alvo é atacar a vizinhança, com algum tipo de estratégia para se fazer presente. Já distribuímos bicicletas pela cida-de de Brasília com um cartaz da Bio Ritmo colado na garupa, uma espécie de outdoor ambulante. Promovemos corridas de rua que começam e aca-bam na porta de nossa academia que está para ser inaugurada. Empacota-mos jornais de bairro com nossa pu-blicidade. Há um arsenal de iniciati-

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CompanhEiras insEparávEisênis, nécessaires, toalhas, roupas, itens de higiene pessoal... a bolsa ou a mochila de academia leva o que há de mais importante para a malhação. Isso sem falar naqueles que se deslocam do trabalho diretamente para o local diário e “sagrado” voltado à prática das mais variadas atividades físicas. Nesses

casos, a bolsa torna-se, praticamente, uma verdadeira loja de departamentos ambulante!

Além do design, as fabricantes do acessório tão desejado, sobretudo pelas mulheres, têm investido maciçamente em novos materiais adaptáveis às necessidades dos usuários.

Como muitas redes de academias costumam distribuir bolsas e mochilas em ações promocionais para seus atuais e também futuros alunos, resolvemos dar uma olhada nas novidades lançadas

recentemente pelas principais marcas. Confira!

vitrine

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(*) Preços fornecidos pelas lojas www.netshoes.com.br e www.centauro.com.br

Descanso para os ombrosIdeal para ir à academia com segurança e estilo, a bolsa Oxer Cross Fit Fs é uma ótima opção. De poliamida, ela vem com alça manual e outra a tiracolo com descanso superior para ombros. Além disso, a bolsa da Oxer tem fechamento em zíper e amplo espaço interno para você transportar seus pertences, como roupas e calçados.Preço sugerido*: R$ 109,00

cool Training Vá para a academia com conforto e proteção, com a bolsa Adidas S Cool Training. Desenvolvida em poliéster, ela tem alças resistentes e reguláveis. Com fechamento em zíper, ela tem bolsa lateral para levar os calçados e bolsos externos em tela, além da qualidade Adidas.Preço sugerido*: R$ 159,90

elegância e praTiciDaDeA bolsa Adidas Shoulder Shenamel JRSY é

uma forte aliada das praticantes de atividades físicas. Com design totalmente moderno, é

espaçosa, e conta com dois compartimentos principais. A parte frontal possui

bolso com zíper e o logotipo Adidas confere originalidade à peça.Preço sugerido*: R$ 149,90

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simuladores de remoequipamentos & cia_

também pode ser constatado na mais re-cente unidade da Bodytech, inaugurada em junho de 2013, no Shopping Iguatemi, em São Paulo (SP). Com o objetivo de ofe-recer atividades diferentes e inusitadas, que pudessem atingir variados públicos, a rede investiu na primeira sala dedicada exclusivamente à prática de remo indoor. O espaço exigiu investimentos em torno de R$ 150 mil apenas para a aquisição de oito aparelhos, mas os resultados positi-vos não tardaram a aparecer.

“Na cidade de São Paulo, já há uma cultura de utilização do remo como es-porte e meio de atividade física. Por isso, acreditamos desde o início que, com o conceito de sala dedicada à modalidade es-portiva, aliado a um professor capacitado, com conhecimento técnico do assunto, as chances de êxito seriam enormes”, explica Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech.

Em apenas 45 dias de funcionamento da unidade, as 20 aulas de remo indoor realizadas semanalmente na academia passaram a ter 70% de ocupação. “No-tamos que a grande maioria das pessoas que experimentaram as remadas voltou a praticá-las. A modalidade é um dos

maiores sucessos da nossa nova unidade”, conta Netto.

O remo indoor atrai aqueles que, em algum momento, já remaram em um am-biente natural, seja com foco competitivo, seja com foco em melhor condicionamen-to físico. O público é composto por pesso-as de 25 a 45 anos, em média, e engana-se quem pensa que os homens são maioria. “A atividade física tem agradado tanto ao público masculino quanto ao feminino”, enfatiza Eduardo Netto.

A rede de academias planeja ampliar a instalação de salas exclusivas para remo

indoor no futuro. “Atualmente, oferece-mos o exercício na Bodytech do Lago Sul, em Brasília, e na Barra Cittá, que fica no Rio de Janeiro. No entanto, estudamos criar novos espaços dedicados apenas à prática da atividade em outras unida-des. Hoje, as aulas acontecem em áreas coletivas, ao contrário do que ocorre no Shopping Iguatemi”, afirma Netto.

Tecnologia eMBarcaDaPara atender a esse público heterogê-

neo e simular fielmente a prática da ati-vidade em um lago ou rio, as fabricantes de remo indoor investem em tecnologias inovadoras. Alguns equipamentos con-

mElhoras para o

CondiCionamEnto FísiCo

E para a rEntabilidadEaléM de pessoas que já praticaraM a atividade eM aMbiente natural, reMo “indoor” atrai queM está de olho eM exercícios físicos diferentes dos convencionais. Modalidade teM se Mostrado lucrativa para redes de acadeMias

fitness business | set/out 201348 set/out 2013 | fitness business 49

p raticado desde a antiguidade no Egito, o remo passou a ser consi-derado um esporte no século 18 e fez parte dos Jogos Olímpicos já

em sua primeira edição, na Grécia. Capaz de trabalhar diferentes grupos muscula-res, a atividade física promove o ganho de massa e o aumento da capacidade aeróbi-ca, além de queimar até 900 calorias em apenas uma hora. Por esses e outros mo-tivos, passou a chamar atenção de quem busca melhor forma física e maior quali-

dade de vida, disputando espaço com exercícios indoor tradi-

cionais nas academias, como a bicicleta e a esteira ergométrica.

A l g u m a s a c a d e m i a s têm, até m e s m o , promovido r e g u l a r -mente a

realização de campeo-

natos de remo indoor entre os

clientes. O crescimento

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tam com sistemas magnéticos e en-trada de ar em espiral, que minimiza o ruído e maximiza a sensação de con-trole durante o exercício. Já o Water Rower Indorow utiliza um sistema à água para simular a resistência das remadas e proporcionar ao usuário mais suavidade durante a execução dos movimentos.

Está pensando em investir na mo-dalidade e criar um ambiente dentro de sua academia propício às remadas? Então, confira os detalhes sobre este e outros modelos de equipamentos de ponta!

equipamentoFabricante descrição dimensões preço onde encontrar

indorow modelo d rower par 5500

sob consulta r$ 7.700,00 sob consulta r$ 5.988,00

Water rower concept 2 Matrix proteus

www.casadofitness.com.br www.concept2.com.br br.matrixfitness.com www.bodycenter.com.br ou www.voeil.com.br

Comprimento 212 cm x Largura 57 cm x altura 51 cm

Comprimento 63,5 cm x Largura 83,8 cm x altura 137,2 cm

Comprimento 269 cm x Largura 51 cm x altura x 102 cm

Comprimento 260 cm x Largura 49 x altura 80 cm

aparelho possui entrada de ar em espiral que

permite o ajuste do fluxo de ar para a prática da atividade. o design do equipamento minimiza

o ruído e maximiza a sensação de suavidade.

Conta com trilho em alumínio e sistema de

mola com correia poli-v para um funcionamento

silencioso.visor funciona à bateria

e permite liberdade de posicionamento na academia. tecnologia

de movimento giratório ventilado permite um movimento suave e

natural.

equipamento tem duplo sistema de resistência, magnético e a ar, o que proporciona ao usuário

uma sensação de realismo a cada remada.

possui 15 programas diferentes e é indicado para pessoas com até

150 kg.

utiliza um sistema de resistência à base de

água, que possibilita o movimento contínuo, sem trancos. Com isso, promete reproduzir a

remada em ambientes naturais.

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acesse as reDes sociais Da reVisTa!

@FItBusINessLa

WWW.facebook.coM/revistafitnessbusiness

O objetivo do aplicativo 2FIT é permitir um relacionamento mais estreito entre o aluno, o instru-tor da academia e/ou personal trainer. O sistema proporciona o compartilhamento de treinos, mensagens e o acompanhamen-to da evolução do usuário, en-quanto cria um arquivo de todas as atividades físicas realizadas. Além disso, torna possível a con-sulta a sugestões de exercícios de acordo com o grupo muscular que se deseja trabalhar. O apli-cativo está disponível para iOS. Acesse: www.2fit.me

A Rede de Academias Bodytech lançou uma nova ferramenta com o objetivo de melhorar a experiência de seus clientes durante o treinamento na sala de musculação. Com um investimento de R$ 600 mil, o Mobile Training foi desenvolvido com foco nas pessoas que desejam inserir a atividade física na rotina para aumentar a qualidade de vida. O software pode ser acessado por um tablet, proporcionando uma experiência diferenciada aos clientes durante o treinamento.

O www.gestaodeacademia.com.br oferece aos pequenos e médios em-presários diverso s planos de gestão on-line. Na web, são fornecidos tex-tos, vídeos e arquivos para download no esquema passo a passo, em cinco principais frentes: recepção e vendas, gestão estratégica, marketing e comu-nicação, atendimento e financeiro. A iniciativa conta com a expertise do consul-tor Almeris Armiliato e da Inner Consulting.

A consultoria Holus Marketing disponibilizou um livro digital sobre marketing para acade-mias. A publicação contém um resumo com as principais estratégias para precificação e campanha de vendas. Também apresenta dados sobre marketing on-line, com dicas so-bre o uso de redes sociais, website e e-mail marketing. O e-book pode ser baixado gra-tuitamente em: www.holusmarketing.com.br/e-bookmarketingparaacademias.pdf

Lado a Lado

MobiLe eM aLta

PLanos de gestão on-line

e-book

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palestrante da 14th ihrsa fitness brasil, amyr KlinK é autor de feitos notáveis em alto-Mar, coMo a travessia solitária a reMo do atlântico sul, que teve início no continente afriCano e foi ConCluída na bahia. o velejador Conta o que as aventuras em alto-mar podeM ensinar a eMpreendedores do setor fitness

e há alguém que conhece o mar é Amyr Klink. Com a ex-periência que adquiriu em

dezenas de expedições à Antártica, esse economista e administrador passou a projetar e construir suas próprias embarcações. Sua primei-ra e mais ousada aventura ocorreu em 1984.

Apenas com um barco a remo, par-tiu do continente africano e chegou ao litoral da Bahia, completando a primeira travessia solitária a remo do Atlântico Sul.

Para atingir este objetivo em pou-co mais de 100 dias, foi preciso remar dez horas diariamente. Isso sem falar

no planejamento e na dedicação que o projeto exigiu. Na época, não havia GPS ou outros instrumentos para navegação disponíveis hoje. Tampouco equipa-mentos para dessalinizar a água do mar.

Suas inúmeras experiências como ve-lejador foram retratadas em diferentes livros, como Cem dias entre Céu e Mar, As

Janelas do Parati e Linha D’Água. Tantos conhecimentos adquiridos e retratados em suas obras levaram o navegador a tornar-se uma espécie de coach tam-bém para o mundo dos negócios. Du-rante a 14TH IHRSA FITNESS BRASIL, Amyr ministrou palestra para donos de academias, gestores e coordenadores com o tema “Construindo um Projeto de Sucesso”.

Em entrevista exclusiva à Fitness Business, ele abordou algumas reflexões trazidas em sua apresentação para o pú-blico do evento e fez questão de apontar o que a experiência em alto-mar tem a contribuir com o cenário corporativo e a profissionalização dos educadores físi-cos e demais profissionais do bem-estar.

Sua formação é em economia e administração. Você chegou a atuar nessas áreas?

Eu atuei no início de minha ativida-de profissional. Trabalhei em um banco em São Paulo, na década de 1970. Mas era um Brasil diferente e eu não gostei da área. Vivíamos uma situação econô-mica com quatro dígitos de inflação e o papel do economista, naquela época, era extremamente burocrático.

Em que momento você decidiu que faria sua primeira viagem?

Foi um processo gradual. Comecei a me interessar pelos relatos de viajan-tes marítimos. Nessa mesma época, fui trabalhar em Paraty (RJ) e comecei a en-contrar alguns dos barcos sobre os quais eu tinha lido referências. Assim, foi sur-gindo um interesse específico pela nave-gação, que culminou com a travessia a

s

não BaSta o talento como navegador, Se você não tem competência para gerir uma empreSa do Setor. Seguramente no mundo do FitneSS é a meSma coiSa

remo do Atlântico Sul. Construí um bar-co a remo, um processo que durou dois anos. Em 1984, saí com essa embarca-ção da Namíbia, na África, e cheguei ao Brasil 100 dias depois.

A que você atribui o sucesso des-sa experiência?

À dedicação. Eu cuidei de todos os processos relacionados à viagem. Infe-lizmente, hoje, há poucas pessoas com dedicação autêntica. Posso garantir que o sucesso, no meu caso, só foi possível porque eu me dediquei de corpo e alma. Onde havia informação sobre a corrente marítima e sobre os barcos, eu fui atrás. Não fiquei esperando ajuda ou patrocí-nio. Atualmente, existe um processo de competição enorme e a informação está em todo lugar. Você não é melhor do que ninguém. Por isso, é indispensável uma carga muito grande de dedicação para alcançar o sucesso.

Quais foram as maiores dificul-dades da expedição?

Essa foi minha primeira experiência no mar e a parte burocrática foi muito complicada. A Namíbia era ocupada pela África do Sul e as autoridades lo-cais não gostaram da ideia de um bra-sileiro se lançar no mar. Achavam que eu poderia morrer ou me perder e isso poderia gerar custos com buscas, entre outros problemas.

Você acredita que a experiência prática é importante também no mundo dos negócios?

É fundamental. Senão, bastaria ter dinheiro e contratar um consultor. É importante a vivência prática porque

navegação orientada nos negócios

amyr Klinkentrevista

cada negócio tem suas particulari-dades. Os empresários estrangeiros muitas vezes vêm ao Brasil e não con-seguem seguir adiante. A prática é im-portante, pois ajuda a aguçar a sensibi-lidade do empreendedor, a habilidade para decifrar as particularidades ine-rentes a cada empreendimento.

Qual a maior lição que o mar te ensinou e que pode ser transmitida a empreendedores do fitness?

Aprendi que é preciso colocar o projeto em pé, o que é bem complica-do. Não basta o talento como nave-gador, se você não tem competência para gerir uma empresa do setor. Se-guramente, no mundo do fitness é a mesma coisa. Algo importante que percebi é que é mandatório buscar novos conhecimentos.

Como você vê os gestores das em-presas brasileiras hoje?

São todos heróis, sem exceção. Exis-te a visão no Brasil de que empreender é uma coisa criminosa. Há muitas difi-culdades. Temos um ambiente em que nada contribui. Por outro lado, temos uma classe empresarial que precisa se desenvolver. Talvez não por culpa pró-pria, pois não há tempo para se dedicar ao negócio e ela gasta 80% do tempo cui-dando da parte burocrática, trabalhista, tributária. Isso explica porque o País é marcado pela ineficiência. Isso nós ve-mos nos números. Um operário coreano fabrica com a mesma máquina duas ve-zes mais que um brasileiro. Então, creio que é preciso desburocratizar e liberar espaço na agenda para inovação, novos projetos. Só assim, daremos um salto!

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SET/OUT 2013 | FITNESS BUSINESS 53Fitness Business | set/Out 2013 52

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José Carlos Fugice JúniorArtigo

a o longo dos últimos anos, um deter-minado assunto tem chamado muito atenção dos franqueadores mais expe-

rientes. Trata-se do perfil ideal do franqueado. Mas será que existe também um perfil adequado para escolher um bom franqueador?

Em um jogo de tentativas e erros, muitos fran-queadores tiveram boas e más experiências com suas respectivas redes. Dentre as experiências ruins, no geral, chegou-se à conclusão de que o sucesso da franquia está ligado diretamente ao perfil do franqueado.

O franqueado gosta de pessoas? Já teve experiência anterior em atendimento de clien-tes? Possui a capacitação mínima necessária para gerir seu próprio negócio? Tem afinidade com o ramo de atuação?

Estes são alguns exemplos que refletem a reali-dade atual do processo seletivo de muitas redes franqueadas no fitness. Em suma, o processo seletivo tem se tornado cada vez mais importan-te no sucesso e na longevidade das operações, o que contribuiu para o aumento da rigidez na avaliação do perfil dos investidores interessados no negócio.

Que o perfil do franqueado é importante, não temos dúvida. Agora, a questão é: o quão im-portante é o perfil do franqueador? Ele está de fato comprometido com o resultado do fran-queado? Possui a estrutura necessária para dar suporte à rede? Envolve a rede franqueada nas decisões estratégicas?

Via de regra, no momento da pesquisa por uma franquia, o investidor está muito próximo de realizar este grande sonho e acaba negligenciando

o processo de seleção. Essa desatenção, digamos assim, pode refletir negativamente no bom anda-mento dos projetos. Nesse sentido, vale relacionar algumas dicas sobre o que todo empreendedor deve considerar na busca de sua franquia ideal.

1. Mais importante do que o aspecto financei-ro, busque uma franquia que se encaixe em seu perfil. Lembre-se de que você terá de trabalhar diretamente com a rede e se ela não tiver carac-terísticas e competências básicas tão valorizadas por vocês, pode comprometer a performance do negócio.

2. Ser cliente fiel de uma determinada marca não presume que você tenha afinidade para trabalhar com ela. Busque mais informações sobre o dia a dia da operação e do segmento em que irá atuar.

3. Converse com os franqueados atuais, pois eles poderão transmitir-lhe informações preciosas, desde o suporte dado pelo franqueador até o dia a dia da gestão deste negócio.

4. Questione o franqueador sobre os números apresentados. Informações sobre o retorno do investimento, lucratividade e rentabilidade da operação precisam estar bem embasadas!

5. Não tenha pressa. A afobação é o pior inimigo da racionalidade. Pense com calma e avalie todos os riscos e oportunidades deste novo negócio!

6. Identifique se os princípios e valores que o franqueador defende estão alinhados com os seus.

7. Por fim, lembre-se de que você é tão importan-te para o franqueador quanto ele é para você. É uma relação de mão dupla!

coMo escolher

o franqueador

josé Carlos fugice júnior é administrador de empresas especializado em franquias

e varejo, com mba em administração de empresas

pelo Ceag fgv/sp. tem experiência em mais

de 150 projetos de franquias. é sócio-fundador da goakira

Consultoria empresarial

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