flora e vegetacao granja dos serroes

U N I V E R S I D A D E

D E

V O R A

Curso de Cincias do Ambiente Ramo Ecologia Aplicada

Flora e Vegetao da Granja dos Serres

Trabalho de Fim de Curso realizado por: Ana Rita Parcelas Neto

vora 2 0 0 8

Os habitats naturais e semi-naturais da Granja dos Serres. Medidas de gesto e conservao.

Artigo 9. Tarefas fundamentais do estado () e) Proteger e valorizar o patrimnio cultural do povo portugus, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do territrio () Constituio da Repblica Portuguesa (Stima reviso constitucional 2005)

me e ao pai

NDICE GERAL

INTRODUO...............................................................................................................1

CAPTULO I CARACTERIZAO BIOFSICA DA REA DE ESTUDO

1.1. ENQUADRAMENTO GEOGRFICO............................................................4 1.2. CLIMA DA FREGUESIA DE MONTELAVAR.....5 1.3. BIOCLIMA...6 1.4. BIOGEOGRAFIA...11 1.5. GEOLOGIA.14 1.6. ACO ANTRPICA ....16

CAPTULO II COBERTO VEGETAL

2.1. FLORA ..19 2.1.1. Elenco florstico ...............................................................................21 2.1.2. Espectro biolgico................................................................................44 2.1.3. Consideraes sobre a flora local.......................................................45 2.1.3.1. Espcies vegetais de interesse comunitrio ...45 2.1.3.2. Endemismos...............................................................................46 2.1.3.3. Plantas exticas com risco ecolgico .46

2.2. FITOSSOCIOLOGIA..47

2.2.1. Esquema sintaxonmico.. 47 2.2.2. Descrio das unidades fitossociolgicas............................................51 2.3. SINFITOSSOCIOLOGIA...81 2.5.1. Anlise da dinmica da vegetao......................................................81

CAPTULO III HABITATS NATURAIS E SEMI-NATURAIS

3.1. DIRECTIVA HABITATS 92/43/CEE ...89 3.1.1. Habitats presentes na rea de estudo .89 3.1.2. Caracterizao dos habitats e o seu estado de conservao..91 3.1.3. Principais ameaas flora e vegetao....98 3.1.4. Medidas de gesto.98 3.2. PERCURSOS PEDESTRES.100

CONSIDERAES FINAIS..101

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................................................104

ANEXOS...111 Anexo I Decreto-Lei 393/91 de 11 de Outubro .112 Anexo II Mapa dos percursos pedestres ....116

ndice Temtico

ndice de FigurasFigura 1 Ilustrao de Pedra Furada por FLEURY (1917).1 Figura 2 Localizao geogrfica da Granja dos Serres, adaptado de Atlas do Ambiente.4 Figura 3 Grfico da participao, em percentagem, dos fittipos da Granja dos Serres.44

ndice de FotografiasFotografia 1 Exemplo dos megalapis da Granja dos Serres..16 Fotografia 2 Antirrhinum majus L. ..22 Fotografia 3 Arum italicum Miller....22 Fotografia 4 Cistus crispus L. .26 Fotografia 5 Crataegus monogyna Jacq. .27 Fotografia 6 Daphne gnidium L. .....28 Fotografia 7 Euphorbia characias L. ..29 Fotografia 8 Lonicera implexa Aiton ..32 Fotografia 9 Olea europaea var sylvestris (Mill.) Rouy ex Hegi ....33 Fotografia 10 Papaver rhoeas L. .34 Fotografia 11 Papaver somniferum L. .....35 Fotografia 12 Phagnalo saxatile (L.) Cass ..35 Fotografia 13 Rhamnus alaternus L. ...37 Fotografia 14 Rosa sempervirens L. ....38 Fotografia 15 Rubus ulmifolius Schott 38

Fotografia 16 Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy ....43 Fotografia 17 Resqucio de sobreiral de Asparago aphylli-Quercetum suberis .86

ndice de QuadrosQuadro 1 Mucizonio hispidae-Galietum vallantiae .....52 Quadro 2 Polypodietum cambrici .54 Quadro 3 Inuletum revolutae ....56 Quadro 4 Galactito tomentosae-Cynaretum humilis ....57 Quadro 5 Bartsio asperae-Origanetum virentis ...60 Quadro 6 Phlomido lychnitidis-Brachypodietum phoenicoidis 62 Quadro 7 Trifolio resupinati-Holoschoenetum ....64 Quadro 8 Mentho suaveolentis-Juncetum inflexi .65 Quadro 9 Lavandulo luisieri-Ulicetum jussiaei ...68 Quadro 10 Ulici airensis-Ericetum scopariae...69 Quadro 11 Rubo ulmifoliae-Prunetum insititioides .71 Quadro 12 Ficario ranunculoidis-Fraxinetum angustifoliae ...73 Quadro 13 Viti viniferae-Salicetum atrocinereae..74 Quadro 14 Arisaro-Quercetum broteroi ..77 Quadro 15 Asparago aphylli-Quercetum suberis..79 Quadro 16 Melico arrectae-Quercetum cocciferae...80 Quadro 17 Dinmica da srie Arisaro-Querco broteroi sigmetum ..83 Quadro 18 Dinmica da srie Lonicero implexae-Querceto rotundifoliae sigmetum ..84 Quadro 19 Dinmica da srie Asparago aphylli-Querco suberis sigmetum ....85 Quadro 20 Dinmica da srie Ficario ranunculoidis-Fraxineto angustifoliae Sigmetum ...87 Quadro 21 Dinmica da srie Viti viniferae-Saliceto atrocinerae sigmetum ...88

Tabelas

Tabela 1 Tipos e subtipos de continentalidade simples reconhecidos na Terra 8 Tabela 2 Horizontes termtipos do macrobioclima mediterrneo .9 Tabela 3 Ombrtipos dos horizontes bioclimticos reconhecidos no Macrobioclima Mediterrneo.....10 Tabela 4 Valores dos parmetros e ndices bioclimticos calculados...10

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que sempre apoiaram as minhas decises, e foram os grandes patrocinadores deste curso. tia Rosa e ao tio Raul que me deram um carro, e mesmo depois deste se avariar a caminho de Sintra, num dia de chuva, ainda me emprestaram outro para ir para a Granja e para a biblioteca de Sintra. Ao Csar por fazer brilhar o Sol. Aos manos por me darem, quase sempre aquilo que lhes pedia, boleias para vora, carros emprestados Carolina, Alexandra, Sara Bolo, Cladia, Becas, e Vanessa, por me terem acolhido em vora, e de uma forma ou de outra, tornaram as minhas estadias mais confortveis, e terem aturado alguns desatinos meus. Carolina e Alexandra um grande agradecimento, obrigada por tudo e mais alguma coisa! Belita, Vanessa e ao Carlinhos por me terem acompanhado ao campo. dr. Manuela Marcelino, e eng. Lia do PNSC por todo o acompanhamento. Aos vigilantes do PNSC que me acompanharam Granja dos Serres, especialmente o vigilante Manuel Doria. D. Rita do departamento de Ecologia da Universidade de vora, por me ajudar sempre, e at me ensinou a cor prpura. Maria Canha e Cludia Bilu, que mesmo longe, respondiam sempre s minhas dvidas. E claro, ao Professor Doutor Carlos Pinto-Gomes por todo o conhecimento transmitido ao longo do curso, e orientao que me deu neste trabalho, o meu muito obrigada!! E a tantos outros amigos e colegas de curso que tornaram este caminho acadmico numa aventura pelo bosque cenrio de muitas aventuras, e que em qualquer caminho que se escolha, nunca se v o seu final!

INTRODUO

Pedra Furada uma regio lapiria considerada por I.P.P.C. (1986) uma zona com elevado interesse geolgico e paisagstico. Anteriormente, FLEURY (1917) num trabalho intitulado Notes sur lrosion en Portugal descreveu os lapis calcrios situados a Norte do rio Tejo e dirigiu-se a esta regio como certainement la plus belle du Portugal, este trabalho contm ainda desenhos elaborados pelo prprio, que mostram a paisagem de outrora (Figura 1).

Figura 1 Ilustrao de Pedra Furada por FLEURY (1917)

Hoje, a paisagem significativamente diferente, restando apenas dois ncleos representativos desse tipo de relevo, uma vez que os outros foram destrudos, sobretudo pela indstria de explorao de pedra, que a actividade predominante nesta regio. A fim de evitar a destruio e a degradao destes dois campos de lpias, um situado na Granja dos Serres e o outro em Negrais, em 1991 foram qualificados pelo Decreto-Lei 393/91 de 11 de Outubro (em anexo) como Sitio Classificado. Como o Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC) o representante local do Instituto da Conservao da Natureza e Biodiversidade (ICNB), ficou responsvel pela gesto e ordenamento deste Stio Classificado. Deste modo o PNSC props duas aces de gesto para o Sitio Classificado da Granja dos Serres: o ordenamento do coberto

vegetal, de forma a permitir a observao do patrimnio geolgico; e a implementao de percursos pedestres com interpretao geolgica e de habitats. Perante este contexto e face necessidade de realizar um trabalho de fim de curso, para a obteno de grau de licenciado, o regresso s origens saloias foi uma deciso natural, especialmente depois de uma pesquisa bibliogrfica onde se verificou que apesar de existirem estudos sobre a Granja dos Serres, como tude de la morphologie karstique a Pedra Furada de Carlos Romariz e A. Galopim de Carvalho realizado em 1971 e Recuperao e requalificao dos campos de lapis da Pedra Furada e envolvente, o relatrio do trabalho de fim de curso de Arquitectura Paisagista realizado por Ana Mafalda Baracho da Silveira e Lorena em 2004, nenhum deles visava os habitats desta rea. Assim, o objectivo deste trabalho conhecer a flora, a vegetao e os habitats da Granja dos Serres, avaliar o estado de conservao dos habitats e propor algumas medidas de gesto e conservao; bem como propor percursos pedestres que possibilitem a visualizao do patrimnio geolgico e dos habitats da Granja dos Serres sem o prejuzo destes. Este trabalho divide-se em 3 captulos. No primeiro captulo faz-se uma breve caracterizao biofsica da rea de estudo, so descritos os principais aspectos biofsicos considerados determinantes na disposio das comunidades vegetais. O segundo captulo dedica-se ao estudo do coberto vegetal e para conhecer a flora existente elabora-se um elenco florstico, ordenado por ordem alfabtica dos gneros, onde se indicam: a famlia, o fittipo, o nome comum e a ecologia para cada espcie. Seguidamente fazem-se umas breves consideraes sobre a flora, onde se destacam plantas endmicas e plantas exticas. Posteriormente, para o estudo e anlise da vegetao recorreu-se ao mtodo fitossociolgico da escola sigmatista (de SIGMA:

Station International de Gobotanique Mditerranene et Alpine), so ento descritas as principais comunidades vegetais detectadas, e apresentados os quadros de inventrios fitossociolgicos. Depois so abordadas as sries de vegetao presentes na rea estudado, para o reconhecimento e diagnstico do estado actual da vegetao. No terceiro e ltimo captulo deste trabalho, faz-se uma breve introduo Rede Natura 2000 e depois identificam-se os habitats detectados na Granja dos Serres, procedendo-se depois sua caracterizao e avaliao do seu estado de conservao. Finalmente propem-se medidas para a gesto conservao ou recuperao dos habitats.

CAPTULO I CARACTERIZAO BIOFSICA DA REA DE ESTUDO

1.1. ENQUADRAMENTO GEOGRFICO

A Granja dos Serres encontra-se na regio lapiria de Pedra Furada, assim apelidada por FLEURY (1917). Este autor distinguiu nesta regio quatro grupos segundo os pontos cardeais, sendo no grupo Oeste, onde se situa a zona de estudo. Em termos administrativos a rea de estudo localiza-se no centro-litoral de Portugal Continental, na provncia da Estremadura, mais concretamente no limite norte do concelho de Sintra, na freguesia de Montelavar (Figura 2).

A RRUDA DOSV

MAFRA

LO URES

SINTRA

O DIVELAS

AM ADO RA

LISBO A CASCAIS O EIRAS

ALMADA

Figura 2 Localizao geogrfica da Granja dos Serres, adaptado de CUNHA (1980).

A Granja dos Serres apresenta uma rea de cerca de 50 ha, e enquadra-se num conjunto de 19 prdios rsticos, onde as actividades agrcolas so praticamente inexistentes. As populaes mais prximas desta rea so Pro-Pinheiro, Pedra Furada e Maceira.

1.2. CLIMA DA FREGUESIA DE MONTELAVAR

O clima o conjunto de fenmenos meteorolgicos que ocorrem num determinado local, durante um longo intervalo de tempo, considerado entre os especialistas, um perodo de 30 anos. A precipitao e a temperatura so os principais factores na caracterizao de um clima, e estes afectam directamente a vegetao (MEAZA et al, 2000). O clima do litoral Norte da regio de Sintra caracterizado por temperaturas amenas, devido ao efeito do mar, (temperatura mdia anual de 14,6C) e por uma precipitao mdia anual de 860 mm (MENDES et al., 1991). O vento tambm um factor climtico a ter em conta na caracterizao do clima, na freguesia de Montelavar est presente durante todo o ano, toma predominantemente a direco norte e de fraca intensidade (BALTAZAR & MARTINS, 2005).

1.3. BIOCLIMA

A bioclimatologia uma cincia ecolgica que estuda a relao entre o clima (Fsica) e os seres vivos (Biologia) (RIVAS-MARTINEZ, 1987 & 2005). Esta cincia progrediu de forma a auxiliar a Fitossociologia, aumentando assim, o conhecimento sobre as comunidades vegetais e a sua distribuio. Recorre principalmente a dados termopluviomtricos, pois estes so os principais factores determinantes da distribuio das comunidades vegetais (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Segundo RIVAZ-MARTNEZ (2005), na classificao bioclimtica da Terra, reconhecem-se cinco macrobioclimas, vinte e oito bioclimas e cinco variantes bioclimticas. Neste sistema de classificao, o macrobioclima a maior unidade tipolgica, e os existentes na Terra denominam-se por: Tropical, Mediterrneo, Temperado, Boreal e Polar. Dentro destes, distinguem-se os bioclimas, que so um espao fsico com caractersticas climticas e tipos de vegetao prprios. Para a anlise bioclimtica da Granja dos Serres utilizaram-se os dados termopluviomtricos do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofsica (MENDES et al., 1991), referente estao Sintra/Granja, que se encontra a 130 metros de altitude, num perodo de observao de 30 anos, e seguiram-se os trabalhos de RIVAS-MARTNEZ (2004 & 2005) e RIVAS-MARTNEZ et al. (2002) para calcular os parmetros somatrios e os ndices bioclimticos.

Parmetros somatrios: Precipitao positiva (Pp): Soma da precipitao mdia (em milmetros) dos meses cuja temperatura mdia seja superior a zero graus centgrados.

Temperatura positiva anual (Tp): Soma, em dcimas de graus centgrados, das temperaturas mdias dos meses de mdia superior a zero graus. O valor de Tp obtm-se atravs da multiplicao da temperatura mdia anual (T), expressa em dcimas de grau, pelo nmero de meses (12): Tp=Tx12.

ndices bioclimticos: ndice de continentalidade simples (Ic): traduz a amplitude anual da temperatura de um determinado territrio e exprime a diferena, em graus centgrados, entre a temperatura mdia do ms mais quente (Tmax) e a temperatura mdia do ms mais frio do ano (Tmin). O grau de continentalidade directamente proporcional amplitude calculada, e em sentido contrrio utiliza-se o termo oceanidade. Ic = Tmax - Tmin Segundo RIVAS-MARTNEZ et al. (2002), so reconhecidos 3 tipos bioclimticos na Terra, apresentados na Tabela 1.

ndice de termicidade (It): pondera a intensidade do frio invernal, que um factor limitante para muitas plantas e comunidades vegetais. Define-se como a soma (em dcimas de grau) da temperatura mdia anual (T) com a temperatura mdia das mnimas do ms mais frio do ano (m) e a temperatura mdia das mximas do ms mais frio do ano (M). It = (T+m+M) 10

Nas zonas extratropicais da Terra (ao norte e ao sul dos paralelos 23 N e 23 S, respectivamente) recorre-se ao ndice de termicidade compensado (Itc), este ndice pondera o excesso de frio ou de temperana dos territrios de clima continental ou

hiperocenico acentuados, para que estes valores de temperatura possam ser comparados. Itc = It + C

Quando o Ic est compreendido no intervalo entre 8 e 18, o Itc considera-se igual a It. Mas se o Ic < 8 ou Ic > 18, compensa-se o ndice de termicidade adicionando ou subtraindo um valor de compensao (C), respectivamente para climas continentais e ocenicos. Na Tabela 2 apresentam-se os horizontes termtipos do macrobioclima mediterrneo segundo RIVAZ-MARTNEZ (2005).

Tabela 1 Tipos e subtipos de continentalidade simples reconhecidos na Terra, segundo RIVAZ-MARTNEZ (2005). Tipos Subtipos e nveis Ultrahiperocenico acentuado Ultrahiperocenico moderado Euhiperocenico acentuado Euhiperocenico moderado Hiperocenico acentuado Hiperocenico moderado Semihiperocenico acentuado Semihiperocenico moderado Euocenico acentuado Euocenico moderado Semicontinental moderado Semicontinental acentuado Subcontinental moderado Subcontinental acentuado Eucontinental moderado Eucontinental acentuado Hipercontinental moderado Hipercontinental acentuado Ic 0-2.0 2.0-4.0 4.0-6.0 6.0-8.0 8.0-10.0 10.0-11.0 11.0-13.0 13.0-14.0 14.0-16.0 16.0-17.0 17.0-19.0 19.0-21.0 21.0-24.0 24.0-28.0 28.0-37.0 37.0-46.0 46.0-56.0 56.0-66.0

Hiperocenico (Ic 0-11)

Ocenico (Ic 11-21)

Continental (Ic 21-66)

Tabela 2 Horizontes termtipos do macrobioclima mediterrneo de acordo com RIVAZ-MARTNEZ (2005). Horizontes trmotipos inferior Inframediterrneo superior inferior Termomediterrneo superior inferior Mesomediterrneo superior inferior Supramediterrneo superior inferior Oromediterrneo superior inferior Criomediterrneo superior It, Itc 515-580 450-515 400-450 350-400 285-350 220-285 150-220 (120)-150 Tp: Ic 21, Itc 2600 2400-2600 2250-2400 2100-2250 1800-2100 1500-1800 1200-1500 900-1200 675-900 450-675 190-450 1-190

ndice ombrotrmico anual (Io): o quociente entre a soma da precipitao mdia, em milmetros, dos meses cuja temperatura mdia superior a zero graus centgrados (Pp) e a soma das temperaturas mdias mensais superiores a zero graus centgrados, em dcimas de grau (Tp). Io = (Pp/Tp) x 10

Apresentam-se na Tabela 3 os ombrtipos dos horizontes bioclimticos reconhecidos no macrobioclima mediterrneo segundo RIVAS-MARTNEZ et al. (2002).

Tabela 3 Ombrtipos dos horizontes bioclimticos reconhecidos no Macrobioclima Mediterrneo segundo RIVAS-MARTNEZ (2005). Ombrtipos Ultrahiperrido Hiperrido rido Semirido Seco Sub-hmido Hmido Hiperhmido Ultrahiperhmido horizontes inferior superior inferior superior inferior superior inferior superior inferior superior inferior superior inferior superior inferior superior ultrahiperhmido Io 0.0-0.1 0.1-0.2 0.2-0.3 0.3-0.4 0.4-0.7 0.7-1.0 1.0-1.5 1.5-2.0 2.0-2.8 2.8-3.6 3.6-4.8 4.8-6.0 6.0-9.0 9.0-12.0 12.0-18.0 18.0-24.0 >24.0

Aplicando os ndices bioclimticos, acima descritos, para a estao Sintra/Granja obtiveram-se os resultados apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 Valores dos parmetros e ndices bioclimticos calculados. Estao Sintra/Granja (N 3850 - S 920) T 14,6 M 14 m 5,8 Tp It Ic Io Pp 860,9

175,8 344 10,1 4,9

Tendo por base os ndices bioclimticos referentes Estao de Sintra/Granja a bioclimatologia da zona de estudo mesomediterrneo inferior, pouco hiperocenico, sub-hmido superior e seguindo a chave de RIVAZ-MARTINEZ (2005), o bioclima da zona de estudo mediterrneo pluvioestacional-ocenico.

1.4. BIOGEOGRAFIA

A Biogeografia uma disciplina que estuda a distribuio dos seres vivos e das suas comunidades na Terra, ou seja relaciona o meio fsico com o biolgico, sendo o seu objectivo estabelecer um modelo tipolgico hierrquico do territrio (COSTA et al, 1998). Segundo o mesmo autor, esta cincia um ramo da Geografia, que se baseia tambm noutras cincias como a Corologia Vegetal, a Geologia, a Bioclimatologia e a Fitossociologia. As unidades principais da Biogeografia, em ordem hierrquica decrescente so: Reino, Regio, Provncia, Sector, Distrito, Comarca (ou Mosaico local), Elemento de paisagem e Tessela; por vezes ocorrem agrupamentos (Superdistrito, Superprovncia, etc.), ou subdivises (Subdistrito, Subprovncia, etc) das unidades biogeogrficas (RIVAS-MARTNEZ, 2005). Seguindo o mesmo autor, PINTO-GOMES & FERREIRA (2005) e COSTA et al (1998) as unidades biogeogrficas definem-se do seguinte modo: Tessela a unidade biogeogrfica elementar, definida como um espao de extenso varivel, ecologicamente homogneo. Neste espao s poder existir um tipo de vegetao potencial e consequentemente apenas uma nica sequncia de comunidades vegetais de substituio, ou seja uma nica srie de vegetao;

O Distrito um territrio mais ou menos amplo que possui um conjunto de espcies e associaes peculiares, assim como uma utilizao tradicional do solo pelo Homem que o distingue dos Distritos adjacentes; O Sector um conjunto de Distritos, com entidade geogrfica, que apresenta taxa, associaes e sries de vegetao particulares, assim como geosries, clisries e geopermasries prprias, devido apenas existncia de comunidades climatfilas permanentes e subseriais endmicas; A Provncia um vasto territrio, que tem um grande nmero de endemismos, macrosries e macrogeosries particulares e tambm clisries altitudinais prprias; A Regio um territrio muito extenso, com espcies, gneros e at famlias endmicas, possui megasries e megageosries originais e consequentemente pisos bioclimticos prprios; O Reino, o nvel mais abrangente, a sua delimitao depende de consideraes taxonmicas e ecossistmicas, e tambm da origem da flora, da fauna, da gnese dos continentes, do bioclima, do paleoclima, etc. De acordo com RIVAS-MARTNEZ (2005) Granja dos Serres apresenta seguinte tipologia biogeogrfica: Reino Holrctico Regio Mediterrnea Sub-regio Mediterrnea Ocidental Provncia Lusitano-Andalusa Litoral Sub-provncia Divisrio Portuguesa-Sadense Sector Divisrio Portugus Distrito Olissiponense

Segundo RIVAS-MARTNEZ (2005), PINTO-GOMES & FERREIRA (2005) e COSTA et al. (1998) as caractersticas gerais destas unidades biogeogrficas so as seguintes: O Reino Holrtico engloba quase todo o hemisfrio Norte, onde se reconhecem duas grandes Regies, a Eurosiberiana e a Mediterrnea, existindo ambas na Pennsula Ibrica; A Regio Mediterrnea caracteriza-se, tradicionalmente, pela presena da oliveira (Olea europaea var. europaea). Observam-se tambm bosques e matagais de rvores e arbustos de folhas planas, pequenas, coriceas e persistentes, como Quercus coccifera, Quercus suber, Rhamnus alaternus, Phillyrea angustifolia, etc. Esta Regio rene quatro Sub-regies, a Mediterrnea Ocidental, onde se situa Portugal Continental, a Mediterrnea Oriental, a Canrio-Madeirense e a Mediterrnea Magrebi; A Provncia Lusitano-Andalusa Litoral encontra-se no ocidente meridional da Pennsula Ibrica. Trata-se de um extenso territrio marcado pelas superfcies calcrias, geralmente de carcter margoso e caracterizado pela presena de um nmero de taxa e sintaxa particulares como por exemplo: as sries da azinheira Rhamno oleoidis-Querco rotundifoliae Sigmetum; do zambujo Aro italici-Oleeto sylvestris Sigmetum; entre outras. Esta provncia engloba duas Subprovncias a Gaditano-Algarviense e a Divisrio Portuguesa-Sadense, onde est inserido o Sector Divisrio Portugus; O Sector Divisrio Portugus limitado a Norte pela Ria de Aveiro, prolonga-se para o interior pelo vale do Mondego at base da Serra do Aor, passa pelos calcrios Estremenhos at Tomar, atingindo a Lezria do rio Tejo. O relevo deste territrio aplanado, com algumas serras de baixa altitude. A vegetao muito particular, como por exemplo: os bosques de carvalho-cerquinho Arisaro-Quercetum broteroi; os

carrascais Melico arrectae-Quercetum cocciferae; os sobreirais Asparago aphylli-Quercetum suberis; os tojais Lavandulo luisieri-Ulicetum jussiaei, entre outras. O Distrito Olissiponense engloba os concelhos administrativos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Amadora, Loures, Mafra, parte de Vila Franca de Xira e Sintra. Trata-se de uma rea com grande diversidade geolgica, onde se encontram margas, calcrios e arenitos do Cretcico, rochas eruptivas do complexo vulcnico de Lisboa-Mafra, calcrios e arenitos do Jurssico, arenitos, conglomeratos e calcrios brancos do Paleognico e arenitos e calcrios margosos mioplistocnicos. O relevo ondulado devido presena de antigos cones vulcnicos que atingem no mximo 400 metros de altura. Na paisagem predominam pequenas hortas, pomares e searas separadas por sebes de Prunus spinosa subsp. insititioides (Lonicero hispanicae-Rubetum ulmifoliae prunetosum insititioidis). Este Distrito situa-se no termomediterrneo superior, de ombroclima sub-hmido, com a excepo de uma pequena rea que mesomediterrnea inferior.

1.5. GEOLOGIA

O concelho de Sintra pertence Orla Meso-Cenozica Ocidental, constituda essencialmente, por rochas sedimentares (calcrios, margas, arenitos e argilitos) e rochas eruptivas dos macios eruptivos de Sintra e do complexo vulcnico de Lisboa (ABREU, 1999 in MARTINS, 2006). A rea de estudo desenvolveu-se sob camadas calcrias do Cenomaniano superior (Cretcico) (LORENA, 2004), que sofreram recristalizaes, metamorfizaes, e deformaes devido s presses realizadas pelas intruses vulcnicas vizinhas

(FLEURY, 1917). Estas camadas calcrias encontram-se, divididas por um complexo sistema de fendas denominadas por diclases, que se formaram, por exemplo, devido a variaes bruscas de temperatura (BRAK-LAMY, 1951). Estas fissuras das rochas provocam a infiltrao da gua, reduzindo a circulao superficial, ou seja a regio seca, mas existe a pouca profundidade um aqufero que alimenta poos e algumas pequenas fontes (FLEURY, 1917). Sendo calcrios constitudos por carbonato de clcio, prontamente atacvel por cidos, mesmo por cidos fracos, as guas de escorrncia enriquecidas por dixido de carbono, dissolvem as rochas calcrias (BRAK-LAMY, 1951; BLAIR, 1997) e como estas camadas apresentam ainda uma ligeira inclinao (FLEURY, 1917), as guas exercem tambm uma aco mecnica (BLAIR, 1997) aumentado assim a intensidade deste processo crsico. A eroso continuada ao longo do tempo nas rochas calcrias foi alargando as fendas restando apenas alguns blocos, os lapis e um resduo argiloso, corado de vermelho pelos xidos de ferro, a chamada a terra-rossa (BRAK-LAMY, 1951). A paisagem lapiria da Granja dos Serres caracterizada por blocos bem recortados de dimenso elevada e sempre enraizados no solo, apresentando variadas formas, as que mais impressionam so os megalapis (Fotografia 1), que como o nome indica so lapis de grandes dimenses (6 m de altura) (LORENA, 2004).

Fotografia 1 Exemplo dos megalapis da Granja dos Serres.

1.6. ACO ANTRPICA

Como de conhecimento geral, e referido por TAIT et al (1999) a aco antrpica um factor importante na modelao da paisagem, foi a partir do Neoltico que essa aco se passou a sentir, uma vez que de recolector o Homem passou a ser agricultor e pastor. A ocupao da Granja dos Serres comeou no Neoltico e prolongou-se at ao Calcoltico Final (ou Idade do Cobre) (I.P.P.C., 1986). Os povoados desta poca encontravam-se sobretudo em substrato calcrio, pois este tipo de rocha era o principal recurso para a produo de variados artefactos funcionais. Como na Granja dos Serres seria difcil encontrar parcelas cultivveis devido rea de lapis, as principais actividades desenvolvidas seriam a pastorcia, a caa e o uso florestal (SOUSA, 1998).

Os Homens da Idade do Bronze e do Ferro, j no se fixaram nesta zona, apenas a percorriam (I.P.P.C., 1986) pois habitavam nas proximidades, como por exemplo no Monte da Pedranta, uma aldeia a Nordeste de Negrais, onde foi encontrada uma runa de uma habitao, que foi atribuda cronologicamente Idade do Ferro (numa fase j avanada V ao III a.C.) devido tipologia dos esplios encontrados (SERRO, 1980). Mais tarde, na poca romana, a actual freguesia de Montelavar pertencia zona Oeste do Municpio Olissiponense, pois dependia de Olissipo, a actual Lisboa. Esta regio de terras frteis era conhecida popularmente como a regio saloia e estaria subdividida em mltiplas villae do tipo latifundirio que abasteciam Lisboa principalmente com produtos agrcolas (RIBEIRO, 1982-1983). Muito perto da Granja dos Serres, nas actuais povoaes de Lameiras e Arms exploravam tambm em grande escala, as pedreiras de mrmore (RIBEIRO, 1982-1983). Os ocupantes da Granja dos Serres, que deixaram como testemunho arqueolgico uma vila, eram indgenas romanizados, e teriam eventual origem nas Beiras, o mais conhecido foi Lucius Julius Maelo Caudicus, nasceu na Granja dos Serres, a 10 a. C. e tornou-se sacerdote do culto imperial da regio de Lisboa, possivelmente atingiu o topo da carreira honorfica dentro do Municpio sacerdote do divino Augusto (MENDANHA, 1994). A vila romana encontrada compreendia uma zona habitacional, com cozinha, uma rea de armazenamento e uma oficina de mosaicos. Esta oficina leva a crer que a actividade principal dos habitantes desta vila seria explorao de pedreiras e a transformao da pedra (MENDANHA, 1994). A economia rural, e a explorao de pedreiras so ainda as principais actividades desta freguesia (ROBERTO & PAISANA, 1993). Embora, especificamente, na Granja dos Serres, no ocorre qualquer actividade agrcola, existindo apenas um campo de treino de ces.

CAPTULO II COBERTO VEGETAL

2.1. FLORA

A Flora a base fundamental para o conhecimento das formaes vegetais (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005), assim para conhecer o elenco florstico da Granja dos Serres realizaram-se herborizaes em diferentes pocas (desde Dezembro de 2007 at Maio de 2008) e em diferentes percursos. Para a identificao e determinao do material herborizado e inventariado recorreu-se, sobretudo, s floras: CASTROVIEJO et al. (1986, 1990, 1993, 1993a, 1997, 1997a, 1998, 1999, 2000, 2001, 2003), FRANCO (1971, 1984) e VALDS et al. (1987). O catlogo florstico obtido compreende um total de 168 taxa, ordenados por ordem alfabtica dos gneros, repartidos por 137 gneros, distribudos por 56 famlias botnicas. Alm do nome cientfico seguido de autoria e da famlia, para cada taxon apresentam-se, os seguintes campos: Nome vernculo, fittipo, ecologia e em alguns casos a fotografia. Os nomes vernculos so apresentados segundo ROCHA (1996) e PINTO-GOMES & FERREIRA (2005) Para a designao do fittipo seguiu-se a classificao de RAUNKJAER (1934) in PINTO-GOMES & FERREIRA (2005), onde os principais tipos so:

Terfito Plantas com um nico ciclo vegetativo, propagam-se por semente e surgem na poca favorvel;

Criptfitos Plantas vivazes, cujas gemas de renovo se formam abaixo da superfcie do solo (gefitos), ou abaixo da superfcie da gua (hidrfitos), ou ainda abaixo da superfcie do solo e da gua (helfitos), o que corresponde a anfbias. Entre os gefitos podem-se distinguir os de rizoma (gefitos rizomatosos), de tubrculo (gefitos tuberosos) e de bolbo (gefitos bolbosos);

Hemicriptfitos Plantas vivazes ou bienais, com as gemas de renovo superfcie do solo. Dividem-se em proto-hemicriptfito, com caules folhosos, em hemicriptfitos subarrosetados, com preponderncia das folhas numa roseta basilar e hemicriptfitos arrosetados, com todas as folhas dispostas numa roseta basilar;

Camfitos Plantas vivazes com gemas de renovo a menos de 25 cm acima do solo. Distinguem-se em camfitos subarbustivos, de caules erectos que na estao desfavorvel secam at parte das gemas de renovo; camfitos decumbentes de caules moles e descados e camfitos pulvinados, de caules curtos e numerosos, formando almofada ou pulvneo;

Fanerfitos Plantas perenes com as gemas de renovo a mais de 25 cm acima do solo. Consoante a localizao das gemas de renovo, estes dividem-se em nanofanerfitos, com as gemas de renovo entre 25 cm e 2 m (subarbustos e pequenos arbustos); microfanerfitos, com as gemas de renovo entre 2 m e 8 m (arbustos arborescentes e pequenas rvores); fanerfitos, com as gemas de renovo geralmente entre 8 m e 30 m (rvores de porte mediano); megafanerfitos, com as gemas de renovo a mais de 30 m (grandes rvores); e fanerfitos escandentes, as trepadeiras lenhosas (lianas).

2.1.1. Elenco florstico da Granja dos Serres

Achillea ageratum L.

ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Macela-de-So-Joo. Camfito lenhoso de stios hmidos e incultos.

Agrimonia eupatoria L.

ROSACEAE

Agrimnia. Hemicriptfito de orlas herbceas dos azinhais e carvalhais, sobre solos profundos. Anacyclus radiatus Loisel. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Po-posto. Terfito ruderal, encontra-se em terrenos incultos, arrelvados e bermas de caminhos.

Anagallis arvensis L. Morrio. Terfito ruderal, encontra-se em terrenos incultos.

PRIMULACEAE

Anagallis monelli L. Morrio-perene. Camfito ruderal de locais secos e descampados. Adryala integrifolia L.

PRIMULACEAE


Alface-do-monte. Hemicriptfito de muros e stios pedregosos ou ridos.

Anemone palmata L.

RANUNCULACEAE

Anmona. Gefito rizomatoso encontra-se nas clareiras de matos e bosques.

Anogramma leptophylla (L.) Link

HEMIONITIDACEAE

Anograma-de-folha-estreita. Gefito de stios hmidos e sombrios, em fendas de rochas ou em muros. Anthyllis gerardii L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Hemicriptfito, encontra-se em stios secos, sobre solos calcrios descarbonatados.

Antirrhinum majus L.

SCROPHULARIACEAE

Boca-de-lobo. Camfito herbceo, encontra-se em fendas de muros e rochas calcrias.

Fotografia 2 Antirrhinum majus L. Aristolochia longa L. Erva-bicha. Gefito ou hemicriptfito ruderal.

ARISTOLOCHIACEAE

Arum italicum Miller Jarro-bravo. Gefito rizomatoso subnitrfilo de zonas hmidas e bosques.

ARACEAE

Fotografia 3 Arum italicum Miller

Arundo donax L.

POACEAE (GRAMINEAE)

Canas. Fanerfito naturalizado, oriundo da sia Central, encontra-se nas margens dos cursos de gua, preferindo os solos profundos.

Asparagus aphyllus L.

LILIACEAE

Espargo-bravo-menor. Nanofanerfito, sobre solos preferencialmente cidos, incultos e matos xeroflicos.

Asphodelus ramosus L.

LILIACEAE

Abrtea-da-primavera. Gefito rizomatoso em stios secos e termfilos, sobre solos argilosos.

Asplenium onopteris L.

ASPLENIACAE

Avenca-negra. Hemicriptfito que vive em stios hmidos e sombrios, por vezes em fendas de rochas ou muros de pedra solta.

Asplenium trichomanes L.

ASPLENIACEAE

Avenco. Hemicriptfito rizomatoso, encontra-se nas fendas das rochas e nos muros. Atractylis gummifera L. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Cardo-do-visco. Gefito tuberoso em solos ricos em calcrio activo. Bellis sylvestris Cyr. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Margarida-do-monte. Hemicriptfito de arrelvados e stios sombrios e hmidos.

Borago officinalis L. Borragem. Terfito ruderal de incultos e pousios.

BORAGINACEAE

Brachypodium distachyon (L.) Beauv.

POACEAE (GRAMINEAE)

Braquipdio. Terfito de stios secos e geralmente descampados. Brachypodium phoenicoides (L.) Roem. & Schult Braquipdio. Hemicriptfito de matos e terrenos incultos. Brachypodium sylvaticum (Hudson) Beauv. POACEAE (GRAMINEAE) POACEAE (GRAMINEAE)

Braquipdio. Hemicriptfito frequente em bosques ribeirinhos e em outros ambientes sombrios e hmidos. Briza maxima L. Bole-bole-maior. Terfito de prados e lameiros. POACEAE (GRAMINEAE)

Bryonia cretica L.

CUCURBITACEAE

Nora-branca. Fanerfito escandente, encontra-se em sebes e em matos. Calamintha baetica Boiss & Reuter LAMIACEAE (LABIATAE)

Erva-das-azeitonas. Camfito, que se encontra em sebes, taludes e stios secos. (Endmica da Europa) Calamintha nepeta (L.) Savi. Erva-das-azeitonas. Camfito de lugares hmidos. Calendula arvensis L. Erva-vaqueira. Terfito de campos incultos. ASTERACEAE (COMPOSITAE) LAMIACEAE (LABIATAE)

Calystegia sepium (L.) R.Br.

CONVOLVULACEAE

Trepadeira-das-balas. Proto-hemicriptfito escandente subnitrfilo.

Campanula rapunculus L.

CAMPANULACEAE

Rapncio. Hemicriptfito de prados, incultos e clareiras de matos.

Capsella bursa-pastoris L. Medicus Bolsa-de-pastor. Terfito ruderal. Carduus tenuiflorus Curtis

BRASSICACEAE


Cardo-azul. Terfito ou hemicriptfito de descampados secos e stios ruderalizados.

Carex arenaria L. Carex-das-areias. Gefito de terrenos incultos. Carlina corymbosa L.

CYPERACEAE


Cardo-amarelo. Gefito rizomatoso, em terrenos incultos, em arrelvados e clareiras de matos. Carlina racemosa L. Cardo. Hemicriptfito de stios secos. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Centaurium erythraea Rafn Fel-da-terra. Hemicriptfito de incultos, matos e arrelvados secos.

GENTIANACEAE

Centaurium pulchellum (Swartz) Druce

GENTIANACEAE

Fel-da-terra. Terfito de stios descampados, temporariamente encharcados e arrelvados hmidos.

Centranthus calcitrapae (L.) Dufresne Calcitrapa. Terfito ruderal de campos agrcolas.

VALERIANACEAE

Ceterach officinarum DC.

ASPLENIACEAE

Doiradinha. Hemicriptfito de fendas de rochas e muros preferencialmente bsicos, em lugares sombrios. Cheirolophus sempervirens (L.) Pomel ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Lavap. Camfito lenhoso de sebes ribeirinhas e clareiras de matas pereniflias. Cichorium intybus L. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Chicria-do-caf. Hemicriptfito ruderal de terras cultivadas e incultas.

Cistus crispus L. Roselha. Nanofanerfito em matos e solos muito degradados.

CISTACEAE

Fotografia 4 Cistus crispus L. Cistus monspeliensis L. Sargao. Nanofanerfito que se encontra em matos. Clinopodium vulgare subsp arundanum (Boiss.) Nyman LAMIACEAE (LABIATAE)

CISTACEAE

Clinopdio. Proto-hemicriptfito de matos com pouca sombra. Coleostephus myconis (L.) Reichenb. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Olho-de-boi. Terfito de arrelvados e das margens dos caminhos.

Conyza bonariensis (L.) Cronq.


Avoadinha-peluda. Terfito de terrenos incultos. Oriunda da Amrica tropical, subespontnea na regio mediterrnea. Cortaderia selloana (Schult.) Asch. & Graebn. POACEAE (GRAMINEAE)

Erva-das-pampas. Planta ornamental perene, originria do Sul da Amrica. Estabelece-se numa ampla variedade de solos, tolerando curtos perodos de seca.

Crataegus monogyna Jacq.

ROSACEAE

Pilriteiro. Microfanerfito de sebes e bosquetes prximos de cursos de gua.

Fotografia 5 Crataegus monogyna Jacq. Cynara humillis L. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Alcachofra-brava. Hemicriptfito de campos incultos e secos.

Cyperus eragrostis Lam.

CYPERACEAE

Juno. Gefito rizomatoso de lugares hmidos. (Originrio da Amrica tropical).

Cyperus longus L. Juna. Gefito rizomatoso de lugares hmidos.

CYPERACEAE

Dactylis glomerata L. Panasco. Hemicriptfito ruderal de terrenos incultos. Dactylis hispanica L.

POACEAE (GRAMINEAE)

POACEAE (GRAMINEAE)

Panasco-de-folha-estreita. Hemicriptfito de solos ricos em nutrientes. Daphne gnidium L. Trovisco-fmea. Nanofanerfito de matos e terrenos incultos.

THYMELAEACEAE

Fotografia 6 Daphne gnidium L. Daucus carota L. APIACEA (UMBELLIFERAE)

Cenoura-brava. Terfito, ruderal e nitrfilo, de terrenos incultos. Daucus muricatus (L.) L. Cenoura-brava. Terfito de stios secos descampados. Dipsacus fullonum L. APIACEA (UMBELLIFERAE)

DIPSACACEAE

Cardo-penteador. Terfito de matos e margens de cursos de gua e pousios. Dittrichia viscosa (L.) W. Greuter ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Erva-dificl-cheirosa. Camfito de solos profundos e ricos em nutrientes.

Doryenium rectum (L.) Ser. Camfito lenhoso de stios hmidos.

FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Echium plantagineum L.

BORAGINACEAE

Soagem-viperina. Terfito de campos incultos e margens de caminhos. Echium turbeculatum Hoffmanns & Link

BORAGINACEAE

Viperina. Hemicriptfito de meios secos mais ou menos descampados como as margens de caminhos, terrenos incultos ou pastagens xeroflicas.

Epilobium hirsuto L. Epilbio-eriado. Hemicriptfito de stios hmidos.

ONAGRACEAE

Erodium ciconium (L.) LHr. Bico-de-cegonha. Terfito ruderal. Eryngium dilatatum Lam.

GERANIACEAE

APIACEAE (UMBELLIFERAE)

Cardinho-azul. Hemicriptfito de stios secos e descampados.

Euphorbia characias L.

EUPHORBIACEAE

Trovisco-macho. Camfito, de locais secos, em matos clareados. Trata-se de uma espcie calccola.

Fotografia 7 Euphorbia characias L.

Ficus carica L.

ULMACEAE

Figueira. Microfanerfito caduciflio cultivado pelo figo e subespontneo sobretudo em regies secas e quentes. Foeniculum vulgare Miller Funcho. Hemicriptfito ruderal. OLERACEAE APIACEAE (UMBELLIFERAE)

Fraxinus angustifolia Vahl

Freixo. Fanerfito que vive nas margens da ribeira, sobre solos profundos e com o nvel fretico superficial. Galactites tomentosa Moench Cardo. Terfito ruderal e de pousios. Genista tournefortii Spach FABACEAE (LEGUMINOSAE) ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Nanofanerfito que se encontra em matos e sebes. uma espcie calccola.

Geranium purpureum Vill

GERANIACEAE

Erva-de-so-roberto. Terfito ruderal de campos incultos, sobretudo nos locais hmidos e sombrios.

Hedera maderensis L.

ARALIACEAE

Hera. Fanerfito escandente, sobre rvores, muros, e rochas, ou no cho de stios frescos.

Hypericum perforatum L.

GUTTIFERAE

Hiperico. Hemicriptfito caracterstico de stios hmidos e orlas de bosques e matos.

Hypochaeris radicata L. Leituga. Hemicriptfito de arrelvados hmidos.


Ionopsidium acaule (DC.)

BRASSICACEAE

Cocleria-menor. Terfito, encontra-se em clareiras, beira dos caminhos. Iris foetidissima L.

IRIDACEAE

Lrio-ftido. Camfito encontra-se em bosques, mais ou menos sombrios, sobre solos hmidos.

Iris pseudacorus L.

IRIDACEAE

Lrio-amarelo-dos-pntanos. Helfito de margens de cursos de gua sobre solos hmidos.

Juncus inflexus L.

JUNCACEAE

Junco-desmedulado. Hemicriptfito caracterstico de juncais higrfilos, sobre solos profundos, argilosos, mais ou menos pisoteados. Lathyrus aphaca L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Ervilhaca-olho-de-boneca. Terfito de terrenos incultos.

Laurus nobilis L.

LAURACEAE

Loureiro. Microfanerfito subespontneo, encontra-se em locais sombrios.

Lavatera cretica L.

MALVACEAE

Lavatera. Terfito ruderal e nitrfilo, beira de caminhos e nos entulhos.

Lonicera implexa Aiton

CAPRIFOLIACEAE

Madressilva. Fanerfito escandente, em matos e orlas de bosques.

Fotografia 8 Lonicera implexa Aiton Lonicera periclymenum subsp. periclymenum L.

CAPRIFOLIACEAE

Madressilva-das-boticas. Fanerfito, preferencialmente de solos hmidos e sombrios. Lonicera periclymenum subsp. hispanica (Boiss. & Reuter) Nyman CAPRIFOLIACEAE Fanerfito escandente frequente no territrio, especialmente em lugares hmidos e sombrios que marginam a ribeira.

Malva hispanica L.

MALVACEAE

Malva-de-espanha. Terfito ruderal de terrenos incultos e bermas de caminhos. Melica magnolii Gren. & Godron Proto-hemicriptfito de arrelvados e matos. Mentha pulegium L. Proto-hemicriptfito de stios hmidos. Mentha suaveolens Ehrh. LAMIACEAE (LABIATAE) LAMIACEAE (LABIATAE) POACEAE (GRAMINEAE)

Mentastro. Proto-hemicriptfito ruderal muito abundante em locais hmidos.

Mucizonia hispida DC. ex Batt. & Trab. Gefito bolboso dos campos cultivados e incultos.

CRASSULACEAE

Muscari comosum (L.) Miller

LILIACEAE

Jacinto-das-searas. Gefito bolboso, encontra-se em campos cultivados e incultos.

Myrtus communis L. Murta. Microfanerfito, em matos e bosques. Narcissus bulbocodium L.

MYRTACEAE

AMARYLLIDACEAE

Campainhas-do-monte. Gefito de arrelvados, mais ou menos, submetidos a pisoteio, sobre solos calcrios descarbonatados, lugares secos e pedregosos, com encharcamento temporrio.

Nonea vesicaria (L.) Reichenb. Terfito de stios secos, incultos e margens de caminhos. Oenanthe crocata L.

BORAGINACEAE


Rabaas. Gefito vive no leitos e margens da ribeira, sobre substrato calcrio.

Olea europaea L. Oliveira. Mesofanerfito de matos em stios rochosos e secos. Olea europaea var. sylvestris (Mill.) Rouy ex Hegi Zambujeiro. Mesofanerfito de matos em stios rochosos secos.

OLEACEAE

OLEACEAE

Fotografia 9 Olea europaea var. sylvestris (Mill.) Rouy ex Hegi

Ononis repens L.


Unha-de-gato. Camfito de campos incultos e bermas de caminhos.

Orchis italica Poiret

ORCHIDACEAE

Flor-dos-macaquinhos-pendurados. Gefito tuberoso dos arrelvados, clareiras de matos, sobre substrato bsico seco e pedregoso. Origanum virens Hoffmanns. & Link LAMIACEAE (LABIATAE)

Orgo, Hemicriptfito rizomatoso, encontra-se em orlas herbceas de bosques, sobre solos calcrios descarbonatados e hmidos.

Ornithogalum pyrenaicum L.

LILIACEAE

Gefito bolboso das orlas de bosques, sobre solos calcrios descarbonatados.

Osyris alba L. Cssia-branca. Nanofanerfito de orlas de bosques, sebes e matos.

SANTALACEAE

Oxalis pes-caprae L.

OXALIDACEAE

Trevo-azedo. Gefito de campos incultos e outros stios descampados.

Papaver rhoeas L. Papoila-vermelha. Terfito de terrenos incultos.

PAPAVERACEAE

Fotografia 10 Papaver rhoeas L.

Papaver somniferum L. Papoila-dormideira. Terfito de campos incultos.

PAPAVERACEAE

Fotografia 11 Papaver somniferum L. Parentucellia viscosa (L.) Caruel

SCROPHULARIACEAE

Erva-peganhenta. Terfito caracterstico de arrelvados hmidos, sobre solos calcrios profundos descarbonatados.

Petrorhagia nanteuili (Burnat) P.W. Ball & Heywood

CARYOPHYLLACEAE

Terfito de arrelvados e clareiras de matos, sobre substratos bsicos. Phagnalo saxatile (L.) Cass ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Alecrim-das-paredes. Camfito lenhoso, presente nos muros e fendas de rochas.

Fotografia 12 Phagnalo saxatile (L.) Cass

Phalaris coerulescens Desf.

POACEAE (GRAMINEAE)

Alpista-da-gua. Hemicriptfito, encontra-se em arrelvados hmidos prximos da ribeira. Picris echioides L. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Raspa-saias. Hemicriptfito ruderal, prefere terrenos incultos e bermas de caminhos, hmidos e sombrios. Piptatherum miliaceum (L.) Cosson Talha-dente. Proto-hemicriptfito de stios secos. PLANTAGINACEAE POACEAE (GRAMINEAE)

Plantago coronopus L. Diabelha. Terfito ruderal.

Polygonum lapathifolium L.

POLYGONACEAE

Mal-casada. Terfito de locais hmidos e nitrificados como charcos e margens de cursos de gua.

Polypodium australe Fe

POLYPODIACEAE

Polipdio. Gefito rizomatoso, de muros, paredes e rochas em stios sombrios.

Polypodium serratum (Willd.) Saut. Polipdio. Gefito rupcola.

POLYPODIACEAE

Portulaca oleracea L. Beldroega. Terfito ruderal e nitrfilo. Prunus spinosa subsp. insititioides (Fic. & Coutinho) Franco

PORTULACACEAE

ROSACEAE

Abrunheiro. Microfanerfito calccola, encontra-se sobretudo em sebes.

Pulicaria odora (L.) Reichenb.


Monta. Hemicriptfito de clareiras de matos e bosques, sobre solos profundos, mais ou menos hmidos.

Quercus coccifera L.

FAGACEAE

Carrasco. Microfanerfito, encontra-se sobre todo o tipo de solos, formam matos procedentes da degradao dos carvalhais. Quercus faginea subsp. broteroi Coutinho) A. Camus Carvalho-cerquinho. Mesofanerfito de zonas hmidas.

FAGACEAE

Quercus suber L.

FAGACEAE

Sobreiro. Mesofanerfito, encontra-se sobre solos calcrios descarbonatados.

Reseda lutea L. Minhonete. Hemicriptfito de incultos.

RESEDACEAE

Rhamnus alaternus L. Sanguinho. Mircrofanerfito, de matos e sebes.

RHAMNACEAE

Fotografia 13 Rhamnus alaternus L.

Rosa canina L.

ROSACEAE

Rosa-canina. Nanofanerfito, encontra-se nos silvados, na proximidade da ribeira.

Rosa sempervirens L.

ROSACEAE

Roseira-brava. Fanerfito escandente sempre-verde, em subcoberto de bosques e matos sombrios.

Fotografia 14 Rosa sempervirens L. Rubia peregrina L.

RUBIACEAE

Raspa-lngua. Camfito escandente, encontra-se de sebes, matos e stios rochosos.

Rubus ulmifolius Schott

ROSACEAE

Silva. Fanerfito escandente, de orlas de bosques ribeirinhos e margens de campos incultos.

Fotografia 15 Rubus ulmifolius Schott

Rumex crispus L.

POLYGONACEAE

Labaa-crespa. Hemicriptfito ruderal e nitrfilo, encontra-se em cascalhos das margens do curso de gua.

Rumex pulcher L.

POLYGONACEAE

Labaa-sinuada. Hemicriptfito ruderal e nitrfilo, de bermas de caminhos e incultos.

Ruscus aculeatus L. Gilbardeira. Gefito rizomatoso, de matos e subcoberto de bosques.

LILIACEAE

Salix atrocinerea Brot.

SALICACEAE

Salgueiro. Mesofanerfito, encontra-se nas margens da ribeira, sobre solos profundos e hmidos. Salvia sclareoides Brot. LAMIACEAE (LABIATAE)

Salva-do-sul. Hemicriptfito que vive sobre solos calcrios.

Sambucus nigra L.

CAPRIFOLIACEAE

Sabugueiro-negro. Microfanerfito, encontra-se nas margens da ribeira, sobre solos hmidos e ligeiramente nitrificados.

Sanguisorba minor Scop. Pampinela. Hemicriptfito de arrelvados secos e terrenos rochosos.

ROSACEAE

Scabiosa atropurpurea L. Saudades. Hemicriptfito de stios secos, geralmente descampados.

DIPSACACEAE

Scirpoides holoschoenus (L.) Sojak Juncos. Hemicriptfito de arrelvados hmidos e ripcolas.

CYPERACEAE

Scolymus hispanicus L.


Cardo-de-ouro. Hemicriptfito que ocorre em campos incultos.

Scrophularia scorodonia L.

SCROPHULARIACEAE

Escrofulria. Camfito herbceo, de stios frescos e sombrios, entulhos, preferencialmente sobre solos bsicos.

Sedum album L.

CRASSULACEAE

Arroz-dos-telhados. Camfito herbceo muito frequente em comunidades pioneiras, sobre rochas calcrias crsicas. Senecio foliosus Salzm. ex DC. ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Hemicriptfito subnitrfilo, encontra-se nas margens de campos incultos e em arrelvados hmidos. Serratula monardii Dufour ASTERACEAE (COMPOSITAE)

Gefito rizomatoso que vive em arrelvados e clareiras.

Silene alba (Mill.) E.H.L.Krause

CARYOPHYLLACEAE

Hemicritfito de campos agrcolas, clareiras de matos e incultos.

Smilax aspera L.

LILIACEAE

Salsaparrilha. Fanerfito escandente, de bosques, matos mais ou menos hmidos e sebes.

Smilax aspera var. altissima Moris & De No

LILIACEAE

Salsaparrilha-bastarda. Fanerfito escandente de bosques mais ou menos fechados.

Smyrnium olusatrum L.


Salsa-de-cavalo. Hemicriptfito de arrelvados densos em stios sombrios e hmidos. Sonchus asper (L.) Hill. Sarralha. Terfito dos campos incultos. Spartium junceum L. Giesta. Microfanerfito sobre solos calcrios. Stachys germanica subsp. lusitanica (Hoffmanns. & Link) Coutinho FABACEAE (LEGUMINOSAE) ASTERACEAE (COMPOSITAE)

LAMIACEAE (LABIATAE) Hemicriptfito subnitrfilo, de stios hmidos e sombrios, sobre solos calcrios na orla de bosques e matos. Stipa gigantea Link POACEAE (GRAMINEAE)

Baracejo. Hemicriptfito, encontra-se em stios secos, sobre solos calcrios pedregosos.

Tamus communis L. Uva-de-co. Fanerfito escandente de stios hmidos e sombrios.

DIOSCOREACEAE

Thalictrum flavum L. Ruibarbo-dos-pobres. Hemicriptfito de solos hmidos. Trifolium angustifolium L.

RANUNCULACEAE


Trevo-de-folhas-estreitas. Terfito ruderal, de stios secos. Trifolium campestre Schreber FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Trevo-amarelo. Terfito, subnitrfilo, em arrelvados e clareiras de matos, sobre solos calcrios descarbonatados.

Trifolium fragiferum L.


Trevo-morango. Hemicriptfito de solos ricos em nutrientes. Trifolium repens L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Trevo-rasteiro. Hemicriptfito arrelvados, sobretudo em solos bem drenados. Trifolium resupinatum L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Trevo-de-flores-reviradas. Terfito ruderal de terrenos incultos. Trifolium stellatum L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Trevo-estrelado. Terfito que vive em terrenos cultivados e incultos.

Tuberaria guttata (L.) Fourr.

CISTACEAE

Terfito que vive em arrelvados e clareiras de matos, sobre solos calcrios descarbonatados.

Typha angustifolia L. Tbua-estreira. Helfito, vive nas margens da ribeira.

TYPHACEAE

Typha domingensis (Pers.) Steudel Tbua-dos-foguetes. Helfito, encontra-se nas margens da ribeira. Ulex airensis Esprito Santo

TYPHACEAE


Tojo. Nanofanerfito de locais secos sobre substratos calcrios. Ulex jussiaei Webb FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Tojo-durzio. Nanofanerfito de matos e terrenos incultos. Endemismo do centro de Portugal.

Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy

CRASSULACEAE

Umbigo-de-vnus. Hemicriptfito muito polimorfo, encontra-se em muros, fendas de rochas e telhados.

Fotografia 16 Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy Verbascum sinuatum L.

SCROPHULARIACEAE

Verbasco-ondeado. Hemicriptfito de terrenos incultos, bermas de caminhos e escombreiras.

Verbena bonariensis L. Camfito herbceo, proveniente da Argentina e Sul do Brasil.

VERBENACEAE

Veronica anagallis-aquatica L.

SCROPHULARIACEAE

Vernica. Helfito, encontra-se nas margens e no leito da ribeira. Vicia benghalensis L. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Ervilhaca-vermelha. Terfito ruderal, virio e subnitrfilo encontra-se em terrenos cultivados, sebes e margens de caminhos. Vicia lutea L. Ervilhaca-amarela. Terfito de lameiros e incultos. FABACEAE (LEGUMINOSAE)

Vinca difformis Pourret

APOCYNACEAE

Vinca. Hemicriptfito, encontra-se nas bermas de caminhos e bosques abertos, mais ou menos, hmidos e sombrios. Vitis vinifera subsp. sylvestris (C. C. Gmelin) Hegi

VITACEAE

Videira-silvestre. Fanerfito escandente, vive na proximidade da ribeira, sobre solos hmidos.

2.1.2. Espectro biolgico

Analisando a Figura 3 relativa participao, em percentagem, dos fittipos da Granja dos Serres, verifica-se uma elevada variedade florstica desta rea. Permite tambm observar que os fittipos dominantes so os hemicriptfitos (31,0%) seguido dos terfitos (23,2%) e dos fanerfitos (21,4%); os criptfitos e o camfitos so os menos representativos, com 14,9% e 9,5% respectivamente. A predominncia de hemicriptfitos indica que os solos da rea de estudo so pouco mobilizados, pois trata-se de plantas vivazes ou bienais, com as gemas de renovo superfcie do solo.

criptfito; 14,9%

camfito; 9,5% hemicriptfito; 31,0%

camfito hemicriptfito terfito fanerfito criptfito

fanerfito; 21,4% terfito; 23,2%

Figura 3 Grfico da participao, em percentagem, dos fittipos da Granja dos Serres

2.1.3. Consideraes sobre a flora local

O catlogo florstico obtido fornece uma viso global da flora da Granja dos Serres proporcionando e justificando algumas consideraes sobre alguns dos taxa, seja pelo facto de serem espcies vegetais de interesse comunitrio, espcies endmicas ou ainda por serem espcies exticas com risco ecolgico.

2.1.3.1. Espcies vegetais de interesse comunitrio

Narcissus bulbocodium Planta vivaz que no excedem os 40 cm, e possui uma flor amarela. Conhecida popularmente como campainhas-do-monte. Esta espcie consta no anexo V da Directiva 92/43/CEE (Directiva Habitats), por considerada uma espcie de interesse comunitrio, cuja colheita na natureza e explorao pode ser objecto de medidas de gesto.

Ruscus aculeatus Arbusto pequeno, vulgarmente chamado por gilbardeira, possui uns frutos vermelhos, e por ser semelhante ao azevinho, esta planta era muito utilizada no Natal (CARVALHO & JORDO, 2002). considerada uma espcie de interesse comunitrio constando no anexo V da Directiva Habitats.

Ionopsidium acaule Endemismo lusitano que se distribui na zona costeira e na regio interior de Lisboa onde ocorre at altitudes moderadas (400 m.s.m.) (I.C.N., 2006). Na rea de

estudo foi identificado numa clareira do carrascal. Esta espcie consta no anexo II da Directiva Habitats, pois devido sua vulnerabilidade considerada uma espcie prioritria

2.1.3.2. Endemismos

Prunus spinosa subsp. insititioides Arbusto endmico do Divisrio-Portugus, encontra-se em bosques, margens de caminhos, e em sebes formadas frequentemente junto aos muros de pedra (SANTOS, 1999). Na rea de estudo tambm se encontrava junto da ribeira.

Ulex jussiaei Tojo endmico do Divisrio-Portugus (SANTO, 1999), muito utilizado, noutros tempos, para a cama dos animais. Encontra-se numa rea reduzida no Norte da Granja dos Serres.

2.1.3.3. Plantas exticas com risco ecolgico

Foram identificadas cinco espcies exticas na rea de estudo (Arundo donax, Conysa bonariensis, Cortaderia selloana, Cyperus eragrostis, Verbena bonariensis), no entanto a Cortaderia selloana a nica que apresenta risco ecolgico e considerada uma das 20 plantas exticas mais invasoras de Espanha (G.E.I.B.I., 2006). Cortaderia selloana Planta vivaz de grande porte facilmente identificada pelas suas plumas brancas. Foi introduzida em Portugal com fins ornamentais, mas devido sua capacidade de

adaptao a qualquer tipo de substrato e elevada produo de sementes, facilmente disseminas pelo vento, esta planta dispersou-se rapidamente (INVADER, 2005). Segundo o mesmo autor apresenta um comportamento invasor em vrias reas de Portugal Continental, no entanto na rea de estudo ainda pouco frequente.

2.2. FITOSSOCIOLOGIA

O estudo e anlise da vegetao da Granja dos Serres so necessrios para a identificao dos habitats presentes nesta rea. Para tal seguiu-se o mtodo da Escola de Zrich-Montpellier ou sigmatista proposto por BRAUN-BLANQUET & PAVILLARD (1928), seguido por TXEN (1937) e modificado por GHU & RIVAS-MARTNEZ (1981) in PINTO-GOMES & FERREIRA (2005).

O esquema sintaxonmico que seguidamente se apresenta est ordenado sequencialmente, de acordo com RIVAS-MARTNEZ et al. (2002).

2.2.1. Esquema sintaxonmico

A. Vegetao casmoftica, epiftica e de cascalheiras de encosta A. a) Vegetao casmfita (de fendas de rochas)

I PARIETARIETEA Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 + Parietarietalia Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 * Parietario-Galion muralis Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 1 Mucizonio hispidae-Galietum vallantiae Rivas Goday 1964

A. b) Vegetao casmocomoftica, epiftica e de cascalheiras de encosta

II ANOMODONTO-POLYPODIETEA Rivaz-Martnez 1975 + Anomodonto-Polypodietalia O. Bols & Vives in O. Bols 1957 * Polypodion cambrici Br.-Bl. in Br.-Bl., Roussine & Ngre 1952 ** Polypodienion cambrici Rivas-Martnez 2002 2 Polypodietum cambrici Br.-Bl. in Br.-Bl., Roussine & Ngre 1952

B. Vegetao antropognica de orlas sombrias de bosques e megafrbicas B. a) Vegetao antropognica

III ARTEMISIETEA VULGARIS Lohmeyer, Preising & Txen ex von Rochow 1951 - ONOPORDENEA ACANTHII Rivas-Martnez, Bscones, T.E. Daz, Fernndez-Gonzlez & Loidi 2002

+ Carthametalia lanati Brullo in Brullo & Marcen 1985 3 Inuletum revolutae O. Bols ex Rivas-Martnez 2002 * Onopordion castellani Br.Bl. & Bols 1958 4 Galactito tomentosae-Cynaretum humilis Rivas Goday 1964

B. b) Vegetao de orlas sombrias de bosques e megafrbicas

IV TRIFOLIO-GERANIETEA Mller 1962 + Origanetalia vulgaris Mller 1962 * Origanion virentis Rivas-Martnez & O. Bols in Rivas-Martnez, T.E.Daz, F. Prieto, Loidi & Penas 1984

** Stachyo lusitanicae-Cheirolophenion sempervirentis Capelo 1996 5 Bartsio asperae-Origanetum virentis C. Lopes, P. Gomes &Ladero 2008

C) Vegetao de prados C. a) Prados perenes, xerofticos e mesofticos

V FESTUCO-BROMETEA Br.-Bl. & Txen ex Br.-Bl. 1949 + Brachypodietalia phoenicoidis Br.-Bl ex Molinier 1934 *Brachypodion phoenicoidis Br.-Bl. ex Molinier 1934 6 Phlomido lychnitidis-Brachypodietum phoenicoidis Br.-Bl.,P. Silva & Rozeira 1956

C.b) Vegetao de pastagens antropizadas por corte ou pastoreio

VI MOLINIO-ARRHENATHERETEA Txen 1937 + Holoschoenetalia vulgaris Br.-Bl. ex Tchou 1948 * Molinio-Holoschoenion vulgaris Br.-Bl. ex Tchou 1948 **Brizo-Holoschoenenion (Rivas Goday 1964) Rivas-Martnez in RivasMartnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980

7 Trifolio resupinati-Holoschoenetum Rivas Goday 1964 + Plantaginetalia majoris Txen & Preising in Txen 1950 * Mentho-Juncion inflexi De Foucault 1984 8 Mentho suaveolentis-Juncetum inflexi Rivas-Martnez inSnchez-Mata 1989

D) Vegetao serial subarbustiva e arbustiva D. a) Vegetao serial subarbustiva

VII CALLUNO-ULICETEA Br.- Bl & Txen ex Klika & Hadac 1944 + Ulicetalia minoris Quantin 1935 * Ericion umbellatae Br.-Bl., P. Silva, Rozeira & Fontes 1952 ** Ericenion umbellatae Rivas-Martnez 1979 9 Lavandulo luisieri-Ulicetum jussiaei J.C. Costa, Ladero, T.E.Diz, M. Lous M.D. Esprito-Santo, Vasconcelos, T. Monteiro & A. Amor 1993

10 Ulici airensis-Ericetum scopariae Esprito-Santo, Capelo,Lous & J.C. Costa in Esprito Santo, Lous, J.C. Costa & Capelo 2000

D. b) Vegetao serial arbustiva e de orlas de bosques

VIII RHAMNO-PRUNETEA Rivas Goday & Borja ex Txen 1962 + Prunetalia spinosae Txen 1952 *Pruno-Rubion ulmifolii O. Bols 1954 ** Rosenion carioti-pouzinii Arnaiz ex Loidi 1989 11 Rubo ulmifoliae-Prunetum insititioides (Capelo, J.C. Costa& Lous1996) J.C. Costa, Capelo, Esprito-Santo & Lous 2002

E) Vegetao potencial florestal, pr-florestal, semi-desrtica e desrtica: E. a) Matagais e bosques palustres, quionfilos ou colonizadores ripcolas

IX SALICI PURPUREAE-POPULETEA NIGRAE (Rivas-Martnez & Cant ex RivasMartnez, Bscones, T.E. Daz, Fernndez-Gonzlez & Loidi 1991)

+ Populetalia albae Br.-Bl. ex Tchou 1948 *Populion albae Br.-Bl. ex Tchou 1948 ** Fraxino angustifoliae-Ulmenion minoris Rivas-Martnez 1975 12 Ficario ranunculoidis-Fraxinetum angustifoliae Rivas-Martnez & Costa in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980

13 Viti viniferae-Salicetum atrocinereae Rivas-Martnez & Costain Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980

E. b) Vegetao climatfila e edaffila mediterrnica e eurossiberiana

XX QUERCETEA ILICIS Br.-Bl. ex A. & O. Bols 1950 + Quercetalia ilicis Br.-Bl. ex Molinier 1934 * Quercion broteroi Br.-Bl., P. Silva & Rozeira 1956 em. Rivas-Martnez1975 corr. Ladero 1974

**Quercenion broteroi Rivas-Martnez, Costa & Izco 1986 corr. RivasMartnez 1987

14 Arisaro-Quercetum broteroi Br.-Bl., P.Silva & Rozeira 1956corr. Rivas-Martnez 1975

* Querco rotundifoliae-Oleion sylvestris Barbro, Quzel & RivasMartnez in Rivas-Martnez, Costa & Izco 1986 15 Asparago aphylli-Quercetum suberis J.C. Costa, Capelo,Lous & Esprito-Santo 1996

+ Pistacio lentisci-Rhamnetalia alaterni Rivas-Martnez 1975 * Asparago albi-Rhamnion oleoidis Rivas Goday ex Rivas-Martnez 1975 16 Melico arrectae-Quercetum cocciferae Br-Bl., P.Silva, &Rozeira 1956

2.2.2. Descrio das unidades fitossociolgicas

A. Vegetao casmoftica, epiftica e de cascalheiras de encosta A. a) Vegetao casmfita (de fendas de rochas)

I PARIETARIETEA Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 Vegetao constituda principalmente por casmfitos ou casmocomfitos nitrfilos, encontra-se em muros ou fendas de rochas (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005; RIVAS-MARTNEZ et al., 2002). Esta ordem distribui-se pela regio Eurossiberiana e Mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

+ Parietarietalia Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 Ordem nica da classe. Caractersticas territoriais: Ficus carica, Umbilicus rupestris, Antirrhinum majus.

* Parietario-Galion muralis Rivas-Martnez in Rivas Goday 1964 Aliana nica que agrupa associaes europeias ocidentais com distribuio mediterrnea ou eurossiberiana (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caracterstica territorial: Mucizonia hispida.

1 Mucizonio hispidae-Galietum vallantiae Rivas Goday 1964 Quadro 1 Mucizonio hispidae-Galietum vallantiae Rivas Goday 1964 (Parietario-Galion muralis, Parietarietalia, Parietarietea)

N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive() Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1

0,2 4015

Mucizonia hispidaCompanheiras:

3

Ceterach officinarum Centranthus calcitrapae Sedum album Musgos Geranium sp.

2 1 1 1 +

Associao, dominada por espcies anuais helifilas, colonizadoras de fissuras e afloramentos rochosos calcrios ricas em substncias nitrificadas (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Segundo os mesmos autores, trata-se de uma comunidade pobre em espcies e de fraca cobertura, caracterizada pela presena constante de Mucizonia hispida (como mostra o Quadro 1), encontra-se nos afloramentos calcrios dos

territrios Luso-Extremadurenses, em alguns sectores da Provncia Btica e nos territrios calcrios algarvienses.

A. b) Vegetao casmocomoftica, epiftica e de cascalheiras de encosta

II ANOMODONTO-POLYPODIETEA Rivaz-Martnez 1975 Vegetao epiftica e comoftica que preferem locais sombrios (RIVAS-MARTNEZ et al., 2002). Esta classe apresenta uma distribuio Mediterrneo-Atlntica (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

+ Anomodonto-Polypodietalia O. Bols & Vives in O. Bols 1957 Ordem nica da classe.

* Polypodion cambrici Br.-Bl. in Br.-Bl., Roussine & Ngre 1952 Comunidades constitudas, fundamentalmente, por brifitos e pteridfitos, colonizadoras de penhascos, muros e escarpas terrosas compactas, cobertos por uma fina camada de terra rica em carbonatos (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Esta aliana apresenta uma distribuio cosmopolita (RIVAS-MARTNEZ et al., 2002). Caracterstica territorial: Polypodium australe.

** Polypodienion cambrici Rivas-Martnez 2002 Comunidades de substratos ricos em nutrientes (RIVAS-MARTNEZ et al., 2002).

2 Polypodietum cambrici Br.-Bl. in Br.-Bl., Roussine & Ngre 1952 Comunidades formadas, essencialmente, por brifitos e pteridfitos, dominadas por Polypodium cambricum, Polypodium interjectum, entre outros. Desenvolvem-se sobre muros, taludes e rochas ricas em carbonatos (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Estas comunidades distribuem-se pelo Mediterrneo-Ibero-levantino e Btico do termo ao supramediterrneo (PREZ-CARRO, 1990; OBERDORFER, 1958 in PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Na rea de estudo, esta associao, ocorre sobretudo sobre os lapis sombra (Quadro 2).

Quadro 2 Polypodietum cambrici Br.-Bl. in Br.-Bl., Roussine & Ngre 1952 (Polypodienion cambrici, Polypodion cambrici, Anomodonto-Polypodietalia, Anomodonto-Polypodietea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 1 70 N 90 10

Polypodium australeCompanheiras:

3

Ceterach officinarum Asplenium trichomanes Umbilicus rupestris Antirrhinum majus

2 1 + +

B. Vegetao antropognica de orlas sombrias de bosques e megafrbicas B. a) Vegetao antropognica

III ARTEMISIETEA VULGARIS Lohmeyer, Preising & Txen ex von Rochow 1951 Vegetao herbcea vivaz, nitrfila e helifila, caracterstica de solos geralmente profundos, alterados pela aco antrpica, e que apresentem alguma humidade (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Esta classe encontra o seu ptimo na regio Eurossiberiana, mas tambm se distribui pela regio Mediterrnea, especialmente nas estaes frescas ou hmidas (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Daucus carota, Reseda lutea.

- ONOPORDENEA ACANTHII Rivas-Martnez, Bscones, T.E. Daz, Fernndez-Gonzlez & Loidi 2002 Comunidades nitrfilas e subnitrfilas de terrenos removidos ou locais de repouso de animais, com humidade edfica varivel (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Que segundo os mesmos autores, apresentam o seu ptimo ecolgico na regio Mediterrnea e Eurossiberiana. Caractersticas territoriais: Cichorium intybus, Carduus tenuiflorus.

+ Carthametalia lanati Brullo in Brullo & Marcen 1985 Vegetao ruderal e nitrfila, dominada por compostas espinhosas, onde se destacam os gneros Carduus, Cirsium, Onopordum, Carthamus (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). De acordo com estes autores, esta Ordem apresenta uma distribuio mediterrnea.

Caractersticas territoriais: Carlina corymbosa, Verbascum sinuatum, Scolymus hispanicus.

3 Inuletum revolutae O. Bols ex Rivas-Martnez 2002 Associao subnitrfila com preferncias ocenicas, caracterizada pelo domnio de Dittrichia viscosa subsp. revoluta, e de Piptatherum miliaceum (Quadro 3). Encontra-se nas bermas dos caminhos, e indiferente quanto natureza do substrato. Distribui-se pelo termomediterrneo, em ombroclimas seco a hmidos (PINTOGOMES & FERREIRA, 2005).

Quadro 3 Inuletum revolutae O. Bols ex Rivas-Martnez 2002 (Carthametalia lanati, Onopordenea Acanthii, Artemisietea Vulgaris) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 4 90 50

Dittrichia viscosa Piptatherum miliaceum Foeniculum vulgare Picris echioides Verbascum sinuatum Cynara humillisCompanheiras:

4 3 2 1 + +

Scabiosa atropurpurea Phalaris coerulescens Senecio foliosus Conysa bonariensis Ulex jussiaei

2 + + + +

* Onopordion castellani Br.Bl. & Bols 1958 Associaes ibero-mauritnicas de grandes cardos estivais, que se desenvolvem em substratos, mais ou menos, ricos em bases, distribuem-se do termo ao mesomediterrneo, podendo ocasionalmente alcanar, o supramediterrneo inferior (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caracterstica territorial: Cynara humillis.

4 Galactito tomentosae-Cynaretum humilis Rivas Goday 1964 Quadro 4 Galactito tomentosae-Cynaretum humilis Rivas Goday 1964 (Onopordion castellani, Carthametalia lanati, Onopordenea Acanthii, Artemisietea Vulgaris) N de ordem 2 3 1 rea (m2) 25 25 20 Cobertura (%) 70 70 95 Orientao Este S Declive () 10 5 Altura da vegetao (cm) 80 70 50Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

Cynara humillis Daucus carota Foeniculum vulgare Carlina corymbosa Atractylis gummiferaCompanheiras:

3 2

3 1 1

4 + 1 3

Asphodelus ramosus Dactylis hispanica Brachypodium phoenicoides Senecio foliosus Policaria odora Orchis italica Asparagus aphyllus Calamintha baetica Quercus faginea subsp. broteroi

1

2 1 + + + + + +

+

Cardal constitudo por grandes cardos dominado por compostas espinhosas (Quadro 4), encontram-se sobre solos calcrios argilosos, profundos, mais ou menos descarbonatados. Apresentam uma distribuio termo-mesomediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Esta associao caracterstica dos territrios Luso-Extremadurenses e Gaditano-Algarvienses (LADERO et al., 1982 in PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

B. b) Vegetao de orlas sombrias de bosques e megafrbicas

IV TRIFOLIO-GERANIETEA Mller 1962 Comunidades herbceas, vivazes, no nitrfilas que habitam em solos ricos em hmus na orla natural semi-sombria ou sombria, dos bosques climatfilos, e das florestais ou pr-florestais caduciflios eurosiberianas (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Estas comunidades tambm ocorrem em ombroclima sub-hmido, na regio Mediterrnea ocidental, em bosques de Quercetalia ilicis e Querco-Fagetea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Agrimonia eupatoria, Calamintha nepeta, Campanula rapunculus, Clinopodium vulgare subsp. arundanum.

+ Origanetalia vulgaris Mller 1962 Comunidades calcrias ou mesoeutrficas, que ocorrem sobre solos ricos em nutrientes, tpicos dos territrios centro europeus, alpino-caucsicos, orocantbricos e

territrios temperados e submediterrneos do centro ibrico (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

* Origanion virentis Rivas-Martnez & O. Bols in Rivas-Martnez, T.E. Daz, F. Prieto, Loidi & Penas 1984 Rene associaes que orlam os bosques ombrfilos, principalmente os pereniflios (Quercetalia Ilicis) do Mediterrneo-Iberoatlntico. Apresenta uma distribuio termo e mesomediterrnea sob ombroclima seco a hmido (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Origanum virens, Calamintha baetica.

** Stachyo lusitanicae-Cheirolophenion sempervirentis Capelo 1996 Comunidades tpicas de solos descalcificados (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Stachys germanica subsp. lusitanica, Cheirolophus sempervirens.

5 Bartsio asperae-Origanetum virentis C. Lopes, P. Gomes & Ladero 2008 Comunidade dominada por herbceas helifilas e vivazes de baixa cobertura, (Quadro 5), constitui orlas naturais dos bosques Arisaro-Quercetum broteroi e dos matos Pistacio lentisci-Rhamnetalia alaterni. Ocorrem em substratos bsicos na provncia Gaditano-Onubo-Algarviense na parte setentrional do Divisrio Portugus em bioclima, e distribui-se no meso a termomediterrnico e ombroclima seco a hmido (LOPES, 2001).

Quadro 5 Bartsio asperae-Origanetum virentis C. Lopes, P. Gomes & Ladero 2008 (Stachyo lusitanicae-Cheirolophenion sempervirentis, Origanion virentis, Origanetalia vulgaris, Trifolio-Geranietea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 4 60 40

Agrimonia eupatoria Origanum virens Clinopodium vulgare subsp. arundanum Stachys germanica subsp. lusitanicaCompanheiras:

3 2 2 +

Hypericum perfuratum Salvia sclareoides Prunus spinosa subsp. insititioides Carlina corymbosa Brachypodium phoenicoides Eryngium dilatatum

1 + + + + +

C) Vegetao de prados C. a) Prados perenes, xerofticos e mesofticos

V FESTUCO-BROMETEA Br.-Bl. & Txen ex Br.-Bl. 1949 Pastagens vivazes dominadas por hemicriptfitos, crescem sobre solos profundos ricos em bases, apresentam uma distribuio medioeuropeia e mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

Caracterstica territorial: Centaurium erythraea.

+ Brachypodietalia phoenicoidis Br.-Bl ex Molinier 1934 Arrelvados e prados mediterrneos dominados por Brachypodium phoenicoides, cobrem solos argilosos ou argilo-limosos, da Provncia Iberolevantina nos pisos termo a supramediterrneos, ocorrendo tambm irradiaes na Provncia Mediterrnea Ibrica Ocidental (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Hypericum perforatum, Orchis italica, Brachypodium phoenicoides.

*Brachypodion phoenicoidis Br.-Bl. ex Molinier 1934 Aliana que rene arrelvados ocenicos, de solos geralmente argilosos e profundos, no piso meso a supramediterrneo (RIVAS-MARTNEZ et al., 2002). Caracterstica territorial: Salvia sclareoides.

6 Phlomido lychnitidis-Brachypodietum phoenicoidis Br.-Bl., P. Silva & Rozeira 1956 (Quadro 6) Trata-se de uma associao de herbceas, dominada pelo Brachypodium phoenicoides e ricas em orquidceas. Ocorre em clareiras de matos baixos como carrascais, sendo tambm frequente em culturas de sequeiro abandonadas e em alguns olivais, e caracterstica de solos calcrios e margosos. Distribui-se pelo Divisrio Portugus e Serra da Arrbida, no piso termo mesomediterrneo com ombrtipo sub-hmido (COSTA et al., 1993; CALADO et al., 1999)

Quadro 6 Phlomido lychnitidis-Brachypodietum phoenicoidis Br.-Bl., P. Silva & Rozeira 1956 (Brachypodion phoenicoidis, Brachypodietalia phoenicoidis Festuco-Brometea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 20 100 100

Brachypodium phoenicoides Ononis repensCompanheiras:

5 +

Dactylis hispanica Asparagus aphyllus Quercus faginea subsp. broteroi Asphodelus ramosus Anthyllis gerardi Carex arenaria Lathyrus aphaca

2 1 + + 1 + +

C.b) Vegetao de pastagens antropizadas por corte ou pastoreio

VI MOLINIO-ARRHENATHERETEA Txen 1937 Classe que rene comunidades herbceas vivazes, constitudas por prados e juncais, desenvolvem-se sobre solos profundos, sujeitos a encharcamentos e a alguma perturbao devido ao pastoreio, mais ou menos, intensivo. Distribuem-se pela regio Eurossiberiana e Mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Dactylis glomerata, Senecio foliosus.

+ Holoschoenetalia vulgaris Br.-Bl. ex Tchou 1948 Associaes de prados e juncais, crescem sobre solos profundos e hmidos que so sujeitos secura estival nos horizontes superiores. Ordem de distribuio mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Cyperus eragrostis, Scirpoides holoschoenus.

* Molinio-Holoschoenion vulgaris Br.-Bl. ex Tchou 1948 Comunidades de arrelvados e juncais, do mediterrneo, desenvolvem-se sobre solos hmidos, mais ou menos permeveis e ricos em bases (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Thalictrum flavum, Doryenium rectum.

**Brizo-Holoschoenenion (Rivas Goday 1964) Rivas-Martnez in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980 Comunidades oligo-mesotrficas, que se fixam em solos pobres (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002).

7 Trifolio resupinati-Holoschoenetum Rivas Goday 1964 (Quadro 7) Associao de juncais dominada por Scirpoides holoschoenus, instalam-se nas margens de cursos de gua sobre solos profundos e frteis de textura limosa. Distribui-se do termo ao mesomediterrneo iberoatlntico (PINTO-GOMES & LAZARE, 2002).

Quadro 7 Trifolio resupinati-Holoschoenetum Rivas Goday 1964 (Brizo-Holoschoenenion, Molinio-Holoschoenion vulgaris, Holoschoenetalia vulgaris, Molino-Arrhenatheretea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive() Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:1

8 90130

Scirpoides holochoenus Mentha suaveolens Trifolium fragiferumCompanheiras:

4 2 1

Rubus ulmifolius Oenanthe crocata Cyperus longus Polygonum lapathifolium Epilobium hirsutum

1 + + + +

+ Plantaginetalia majoris Txen & Preising in Txen 1950 Prados e juncais de solos muito nitrificados e hmidos, habitualmente inundados no Inverno e na Primavera. Estas comunidades esto sujeitas a um pastoreio, mais ou menos intensivo, e desenvolvem-se na regio Eurossiberiana e Mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Hypochaeris radicata, Rumex crispus, Trifolium resupinatum.

* Mentho-Juncion inflexi De Foucault 1984 Comunidades de arrelvados que vivem em solos nitrificados e temporariamente inundados, distribuem-se pelo meso-supratemperado e pelo termo ao supramediterrneo (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002). Caractersticas territoriais: Juncus inflexus, Mentha suaveolens.

8 Mentho suaveolentis-Juncetum inflexi Rivas-Martnez in Snchez-Mata 1989 Quadro 8 Mentho suaveolentis-Juncetum inflexi Rivas-Martnez in Snchez-Mata 1989 (Mentho-Juncion inflexi, Plantaginetalia majoris, Molino-Arrhenatheretea) N de ordem 1 rea (m2) 8 Cobertura (%) 100 Orientao Declive () Altura da vegetao (cm) 80Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

Juncus inflexus Mentha suaveolens Rumex crispusCompanheiras:

4 2 1

Polygonum lapathifolium Calystegia sepium Epilobium hirsutum Cyperus longus Oenanthe crocata

1 + + + +

Juncais termfilos, caractersticos de solos hmidos ou encharcados e muito nitrificados (SANCHEZ-MATA, 1989 in PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Esta associao dominada a Mentha suaveolens e o Juncus inflexus (Quadro 8), localiza-se na proximidade do ribeiro e representa uma etapa de substituio dos freixiais de Ficario ranunculoidis-Fraxino angustifoliae sigmetum (PINTO-GOMES &

FERREIRA, 2005). Esta associao apresenta uma ampla rea de distribuio CantabroAtlntica e Mediterrneo-Mediterrnea Ibrica Ocidental (GALAN, 1993 in PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

D) Vegetao serial subarbustiva e arbustiva D. a) Vegetao serial subarbustiva

VII CALLUNO-ULICETEA Br.- Bl & Txen ex Klika & Hadac 1944 Classe que rene urzais e tojais, ombrfilos, acidfilos e humcolas que vivem em solos erosionados, representando uma etapa avanada da degradao dos bosques, apresentam uma distribuio Atlntica, Sub-atlntica, Ceveanica-Pirenaica e

Mediterrnea Ocidental, do termo ao supratemperado e do termo ao supramediterrneo, sub-hmido a hiper-hmido, ocenico e hiperocenico (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002).

+ Ulicetalia minoris Quantin 1935 Ordem nica.

* Ericion umbellatae Br.-Bl., P. Silva, Rozeira & Fontes 1952 Aliana do centro e do oeste da Pennsula Ibrica e territrios mediterrneos sub-hmidos a hiper-hmidos (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002).

** Ericenion umbellatae Rivas-Martnez 1979 Comunidades que se distribuem do termo ao mesomediterrneo e

submediterrneo, em ombroclimas sub-hmidos a hiper-hmidos, euocenico e semi-hiperocenico, em territrios portugueses-sadenses, beirenses litorais e minienses (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002). Caractersticas territoriais: Ulex jussiaei, Ulex airensis.

9 Lavandulo luisieri-Ulicetum jussiaei J.C. Costa, Ladero, T.E. Diz, M. Lous M.D. Esprito-Santo, Vasconcelos, T. Monteiro & A. Amor 1993 (Quadro 9) Tojais dominados pelo endemismo portugus tojo-durzio (Ulex jussiaei), distribui-se do termo ao mesomediterrneo, no ombroclima sub-hmido a hmido, em solos descarbonatados do Divisrio Portugus (COSTA et al, 1993).

10 Ulici airensis-Ericetum scopariae Esprito-Santo, Capelo, Lous & J.C. Costa in Esprito Santo, Lous, J.C. Costa & Capelo 2000 (Quadro 10) Urzais e tojais do mesomediterrneo em ombroclima sub-hmido a hmido em cambiossolos derivados de calcrios jurssicos crsicos do Divisrio Portugus e subsserial do Lonicero implexae-Quercetum rotundifoliae (CAPELO, 2002)

Quadro 9 Lavandulo luisieri-Ulicetum jussiaei J.C. Costa, Ladero, T.E. Diz, M. Lous M.D. Esprito-Santo, Vasconcelos, T. Monteiro & A. Amor 1993 (Ericenion umbellatae, Ericion umbellatae, Ulicetalia minoris, Calluno-Ulicetea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 30 70 NE 5 100

2 100 100 100

Ulex jussiaeiCompanheiras:

4

4

Daphne gnidium Asphodelus ramosus Quercus faginea subps. broteroi Quercus suber Olea europaea var. sylvestris Quercus coccifera Smilax aspera Dittrichia viscosa Asparagus aphyllus Myrtus communis Agrimonia eupatoria Rubia peregrina Cynara humillis Carlina corymbosa

+ + 1 1 + + + + + + + + + +

2 1

Quadro 10 Ulici airensis-Ericetum scopariae Esprito-Santo, Capelo, Lous & J.C. Costa in Esprito Santo, Lous, J.C. Costa & Capelo 2000 (Ericenion umbellatae, Ericion umbellatae, Ulicetalia minoris, Calluno-Ulicetea) N de ordem 1 2 rea (m2) 25 100 Cobertura (%) 80 95 Orientao Este Declive () 5 Altura da vegetao (cm) 100 150Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

Ulex airensisCompanheiras:

4

4

Quercus coccifera Daphne gnidium Rhamnus alaternus Smilax aspera Quercus faginea subsp. broteroi Rosa sempervirens Olea europaea var. sylvestris Osyris alba

2 1 + 1 + +

+ + + + 1 +

D. b) Vegetao serial arbustiva e de orlas de bosques

VIII RHAMNO-PRUNETEA Rivas Goday & Borja ex Txen 1962 Comunidades arbustivas mesofticas e xerofticas dominadas por

microfanerfitos arbustivos e espinhosos, substituintes de bosques das classes Querco-Fagetea e Salici-Populetea nigrae, prosperam em solos hmidos ricos em nutrientes, e no caso de se tratarem de comunidades permanentes desenvolvem-se em solos delgados, declivosos ou mesmo pedregosos (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Segundo o mesmo autor, estas comunidades encontram-se na Regio Mediterrnea e

Eurossiberiana. Caractersticas territoriais: Crataegus monogyna, Sambucus nigra, Rosa canina.

+ Prunetalia spinosae Txen 1952 Ordem que rene sebes, silvados e espinhais, onde dominam espcies caduciflias. Encontram-se na orla de bosques caduciflios mesofticos e higrfilos, desde oligotrficos a eutrficos, e distribuem-se na Regio Mediterrnea e Eurossiberiana (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005).

*Pruno-Rubion ulmifolii O. Bols 1954 Sebes e silvados que podem desenvolver-se tanto em substratos cidos como bsicos, mas em solos frescos e eutrficos, distribuem-se nos pisos termo a supramediterrneo e termo a mesotemperados. Representam as primeiras etapas de substituio dos bosques higrfilos ou mesfilos caduciflios e/ou pereniflios. Encontram-se na Regio Eurossiberiana e Mediterrnea, com caractersticas ocenicas, semiocenicas ou semicontinentais (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caracterstica territorial: Rubus ulmifolius, Lonicera periclymenum subsp. hispanica.

** Rosenion carioti-pouzinii Arnaiz ex Loidi 1989 Comunidades do Mediterrneo Central e Oeste Ibrico, nos pisos meso a supramediterrneo (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002). Caracterstica territorial: Prunus spinosa subsp. insititioides,

11 Rubo ulmifoliae-Prunetum insititioides (Capelo, J.C. Costa & Lous1996) J.C. Costa, Capelo, Esprito-Santo & Lous 2002 Subassociao dominada por Prunus spinosa subsp. Insititioides (Quadro 11), encontra-se sobre solos calcrios e baslticos no distrito olissiponense e oesteestremanho (COSTA et al, 1993)

Quadro 11 Rubo ulmifoliae-Prunetum insititioides (Capelo, J.C. Costa & Lous 1996) J.C. Costa, Capelo, Esprito-Santo & Lous 2002 (Rosenion carioti-pouzinii, Pruno-Rubion ulmifolii, Prunetalia spinosae, Rhamno-Prunetea) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 50 95 200

2 60 95 200

3 20 100 300

4 60 100 250

Prunus spinosa subsp. insititioides Rubus ulmifolius Sambucus nigra Crataegus monogynaCompanheiras:

4

4 2

5 4

2 5 2 1

Rubia peregrina Lonicera periclymenum subsp. hispanica Tamus comunis Smilax aspera var. altissima Daphne gnidium Olea europaea var. sylvestris Rhamnus alaternus Quercus coccifera Asparagus aphyllus Smilax aspera Cynara humillis Rosa sempervirens Vinca difformis Doryenium rectum Cheirolophus sempervirens Arundo donax

2

2 1 +

1

3 1 2 2 1 +

1 1

2 + 2

3 1 1 + +

E) Vegetao potencial florestal, pr-florestal, semi-desrtica e desrtica: E. a) Matagais e bosques palustres, quionfilos ou colonizadores ripcolas

IX SALICI PURPUREAE-POPULETEA NIGRAE (Rivas-Martnez & Cant ex Rivas-Martnez, Bscones, T.E. Daz, Fernndez-Gonzlez & Loidi 1991) Classe que rene bosques decduos e riprios, desenvolvem-se em solos mais ou menos hmidos, na Regio Eurossiberiana e Mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Vitis vinifera subsp. sylvestris, Brachypodium sylvaticum.

+ Populetalia albae Br.-Bl. ex Tchou 1948 Bosques ribeirinhos caduciflios, desenvolvem-se sobre cursos de gua com carcter mais ou menos permantente, atingem o seu ptimo ecolgico na Regio Mediterrnea (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Caractersticas territoriais: Vinca difformis, Salix atrocinerea.

*Populion albae Br.-Bl. ex Tchou 1948 Comunidades que se desenvolvem nos solos ricos do mediterrneo nas margens de cursos de gua eutrficos (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002). Caractersticas territoriais: Iris foetidissima, Bryonia cretica.

** Fraxino angustifoliae-Ulmenion minoris Rivas-Martnez 1975 Comunidades das zonas mais elevadas dos cursos de gua que raramente so inundadas (RIVAS-MARTNEZ, et al., 2002). Caracterstica territorial: Fraxinus angustifolia.

12 Ficario ranunculoidis-Fraxinetum angustifoliae Rivas-Martnez & Costa in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980 (Quadro 12) Freixiais que vivem sobre solos silciosos, pseudogleyzados de textura arenosa, que raramente so inundados. Trata-se de uma associao Mediterrnea Ibrica Ocidental que se distribui pelo termo e mesomediterrneo e apresenta uma grande representatividade nas provncias Btica e Mediterrnea Ibrica Ocidental (PINTO-GOMES & FERREIRA, 2005). Os freixiais da Granja dos Serres encontram-se muito degradados, tornando-se possvel observar, os silvados de Lonicero hispanicae-Rubetum ulmifolii, que representam a sua orla e a primeira etapa de substituio.

Quadro 12 Ficario ranunculoidis-Fraxinetum angustifoliae Rivas-Martnez & Costa in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980 (Fraxino angustifoliaeUlmenion minoris, Populion albae, Populetalia albae, Salici Purpureae-Populetea nigrae) N de ordem 1 2 rea (m ) 100 Cobertura (%) 80 Orientao Declive () Altura da vegetao (cm) 600Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

Fraxinus angustifolia Vinca difformisCompanheiras:

3 1

Rubus ulmifolius Smilax aspera Rosa sempervirens Tamus communis

2 1 1 1

13 Viti viniferae-Salicetum atrocinereae Rivas-Martnez & Costa in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980 Salgueirais dominados por Salix atrocinerea (Quadro 13) distribuem-se pelo territrio iberoatlntico nos pisos termo ao mesomediterrneo. Estas comunidades constituem a primeira franja dos cursos de gua. Na rea de estudo aparecem em pequenos ncleos, encontrando-se por isso degradados (PINTO-GOMES & LAZARE, 2002).

Quadro 13 Viti viniferae-Salicetum atrocinereae Rivas-Martnez & Costa in Rivas-Martnez, Costa, Castroviejo & E. Valds 1980 (Osmundo-Alnion, Populetalia albae, Salici Purpureae-Populetea nigrae) N de ordem rea (m2) Cobertura (%) Orientao Declive () Altura da vegetao (cm)Caractersticas da comunidade e unidades superiores:

1 100 80 200

Salix atrocinerea Vitis vinifera subsp. sylvestrisCompanheiras:

4 1

Sambucus nigra Rosa sempervirens Rubus ulmifolius Arundo donax

2 2 2 +

E. b) Vegetao climatfila e edaffila mediterrnica e eurossiberiana

XX QUERCETEA ILICIS Br.-Bl. ex A. & O. Bols 1950 Bosques e matagais densos pernifolios caractersticos da Regio Mediterrnea, distribuindo-se nos pisos termo a supramediterrneo, no ombrocl

flora e vegetacao granja dos serroes

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