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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA SABOR & SAÚDE
POR: CLEIDE RIBEIRO DOS SANTOS
Orientador
Prof. Ana Claudia
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA SABOR & SAÚDE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa
Por: Cleide Ribeiro dos Santos
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me acompanhar, dando-me força todos os
dias de minha vida.
Aos meus pais, Cláudio e Vera, que me deram o ensinamento da vida, para que eu
tivesse a força em continuar nessa vida mostrando tudo o que deve ser feito com
dignidade, honestidade e fidelidade.
Ao meu esposo Fábio, pe lo incent ivo para que chegasse ao término
deste trabalho.
A minha orien tadora Profª . Ana Claudia, pela dedicação e paciência
que demonst rou durante a orientação desta monografia.
Aos professores do curso de finanças e gestão corporativa, pela dedicação
e transmissão de conhecimento.
Aos meus amigos e colegas de curso, pelo companheirismo durante a nossa
caminhada.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a
finalização deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo Fábio, por estar sempre ao meu lado me incentivando e apoiando para que eu chegasse até o fim deste curso.
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RESUMO
No contexto mundial, em virtude da instabilidade da economia, da
expansão e competitividade dos mercados, verifica-se uma crescente necessidade das
empresas em buscarem instrumentos que as auxiliem no planejamento e controle de
seus recursos para que estes sejam usados de maneira adequada, a fim de
salvaguardar a atividade empresarial e alcançar o objetivo pretendido pela empresa.
Para alcançar esse sucesso o mundo empresarial demanda cada vez mais o uso de
práticas financeiras apropriadas. A realidade aponta para gestores sedentos
por informações relevantes que irão auxiliar seu processo decisório. Assim sendo, o
trabalho ora intitulado: O Fluxo de Caixa empresa Sabor e Saúde, foi elaborado
através de pesquisa bibliográfica e exploratória sobre o assunto em questão, tendo
como base artigos, livros e textos publicados na internet. Seu objetivo principal é
enfatizar a importância do demonstrativo de Fluxo de Caixa como ferramenta para os
gestores obterem eficiência na administração financeira de sua empresa. Para tanto,
iniciamos ressaltando a importância do planejamento financeiro e definindo fluxo de
caixa, seus objetivos, características, vantagens e desvantagens, caracterizando as
situações de equilíbrio e desequilíbrio financeiro, seus sintomas, causas,
conseqüências e apresentando medidas de saneamento para este desequilíbrio. Num
segundo momento, buscamos comentar os mecanismos de elaboração, importância
do planejamento, informações para elaborar o fluxo de caixa e sua forma de
apresentação. Finalizando, apresentamos a necessidade de uma gestão financeira, o
fluxo de caixa, implementação do fluxo de caixa em MPEs, para ressaltar sua
importância no processo empresarial.
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METODOLOGIA
O método adotado para o desenvolvimento deste projeto foi basicamente
bibliográfico, com pesquisas em livros e textos publicados na internet.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – CONCEITO E UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 9
CAPÍTULO II – TIPOS DE FLUXO DE CAIXA 22
CAPÍTULO III – VANTAGENS DO FLUXO DE CAIXA 24
CAPÍTULO IV – O FLUXO DE CAIXA E A PEQUENA EMPRESA 27
CAPÍTULO V – ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 29
CAPÍTULO VI – MODELO DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA PEQUENA
EMPRESA 32
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
O objetivo principal do trabalho “Fluxo de Caixa da empresa Sabor e
Saúde” é estabelecer um estudo sobre a importância e a aplicação do Fluxo de Caixa
nas empresas. O desenvolvimento desse tema envolve, inicialmente, discussões sobre
as conceituações gerais básicas, além de justificar sua importância e a utilização de
demonstrativos de Fluxo de Caixa como ferramentas indispensáveis à boa gestão das
organizações. Conceitua os tipos de Fluxos de Caixa. Indica os vários elementos que
devem compor o fluxo e as formas adequadas para a análise e utilização. Mostra
também as transações que afetam e não afetam o caixa.
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CAPITULO I
CONCEITO E UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
A Contabilidade tem sido classificada, quanto às suas finalidades, como
ciências social, embora sua metodologia de mensuração abarque também o
quantitativo. Conceituada como sendo um sistema de informações e avaliação, capaz
de prover seus usuários com demonstrações de natureza econômica, financeira, física
e de produtividade, devidamente estruturadas, tem se constituído, ao longo dos
tempos, ferramenta indispensável à boa gestão das organizações.
A legislação pertinente – Lei N° 6.404/76 que regulamenta as Normas
Contábeis que devem ser observadas pelas Sociedades Anônimas – obriga as
empresas a apresentarem, juntamente com seus balanços, a “Demonstração das
Origens e Aplicações dos Recursos” que procura evidenciar as movimentações que
propiciam margem nos recursos de curto prazo. Para o futuro, alguns autores apóiam
a idéia de substituição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos pelo
Fluxo de Caixa. A principal justificativa tem consistido, basicamente, na maior
facilidade de entendimento do Fluxo de Caixa, onde as informações sobre o fluxo
financeiro podem ser visualizadas de forma mais clara durante o período, apesar de a
Demonstração das Origens e aplicações dos Recursos (DOAR) ser,
incontestavelmente, mais rica em informações.
As longo dos tempos, a busca pelo maior envolvimento dos contadores na
administração das organizações, tem conduzido a atividade de contabilidade da
condição de ciência voltada exclusivamente para os registros patrimoniais com fins
legais ou fiscais, para uma situação de parceria de decisões de negócios, capaz de
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propiciar informações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, bem como, de oferecer estudos, projeções e desenhos de cenários
futuros das organizações.
As limitações decorrentes das Demonstrações que possuem caráter estático,
ou seja, que representam uma determinada situação ou um determinado nível ou
estoque em determinado momento, motivou a adoção de demonstrações que
representassem fluxos, com a finalidade se subsidiar a análise dos balanços das
organizações. A análise com base nos demonstrativos representativos de fluxos
propicia a compreensão das modificações ocorridas nos níveis de estoques dos
mesmos através da análise de suas movimentações. Assim, o Balanço Patrimonial,
que representa o estoque de bens, direitos e obrigações de uma entidade, demonstra
uma situação momentânea, ou seja, indica os níveis observados num momento
pontual.
Para melhor compreensão da evolução dos níveis de estoques encontrados
no Balanço Patrimonial, necessário se faz recorrer a outros demonstrativos que
representem fluxos e indiquem as movimentações que geraram as alterações
observadas no espaço entre um período e outro. A análise da situação ganhará maior
consistência e proveito a partir da análise, por exemplo, da Demonstração de
Resultados do Exercício, que apresenta a movimentação dos fluxos de receitas e
despesas indicando como foram gerados os resultados da organização e qual a
participação de cada componente na formação do resultado.
Também, na linha desse mesmo Demonstrativo, encontra-se a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Este último criado,
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provavelmente, para controlar um grupo de contas de interesse direto dos
proprietários do Capital das organizações.
A gestão financeira é peça fundamental para uma boa gestão, tanto para
uma pessoa física, como para uma empresa. Ela visa fundamentalmente o controle e
a análise das atividades financeiras de um empreendimento, fornecendo informações
imprescindíveis para as decisões que serão tomadas. O fluxo de caixa quando bem
gerenciado contribui para salvar e resguardar a imagem da empresa, do empresário e
a sobrevivência do negócio.
Como mencionado acima, um bom fluxo de caixa pode ser de grande
importância para uma pessoa física. Nos dias atuais, uma boa gestão das finanças
pessoais pode significar a diferença entre afundar-se em dívidas ou de aumentar o
seu patrimônio.
1.1 O QUE É UM FLUXO DE CAIXA.
O fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa
possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeira. Logo, o fluxo de caixa
deverá refletir com precisão a situação econômica da empresa, em termos financeiros
de futuro.
O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro
planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua
empresa para determinado período. (Monografia apresentada por Fábio Castelo
Branco Ponte de Araújo, Maria Monte Holanda e Norma Vasconcelos Uchoa na
Universidade do Grande Rio em Fortaleza em 2004).
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Segundo Campos Filho (1.999) os administradores, contadores, os gestores
precisam ter informações confiáveis, de fácil entendimento, que estejam disponíveis
em tempo hábil. O feeling do empresário precisa ser completado com o que dizem os
números gerados pelos controles, precisam acompanhar os acontecimentos no mundo
e principalmente no Brasil, avaliando sua influência no segmento dos negócios e
financeiro.
Já podemos elaborar orçamentos de caixa para, pelo menos, três meses. Isso
custa pouco e traz bons benefícios, por permitir visualizar com antecedência às
necessidades financeiras.
Conforme Gitman (1997:586), apud de Campos Filho, o planejamento de
caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá quando haverá caixa
suficiente para sustentar as operações ou quanto se necessitará de financiamentos
bancários. Empresas que continuamente tenham falta de caixa e que necessitem de
empréstimos de última hora, poderão perceber como é difícil encontrar bancos que as
financie.
Segundo Marion (2008) todo mundo tem seu fluxo de caixa. Por mais
simples que uma pessoa seja, ela tem de memória quanto entrou de dinheiro no mês e
quanto saiu e de quanto foi gasto. Até uma criança que ganha mesada sabe seu fluxo
financeiro.
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Conforme Frezatti (1997 p.27,280), geração de caixa é algo fundamental na
organização, em seu estágio inicial, em seu desenvolvimento e mesmo no momento
de sua extinção. Toda teoria de finanças leva em conta isto. Afinal, as decisões
empresariais buscam, de alguma forma, demonstrar a geração de caixa que possam
trazer, seja um projeto de investimento isolado, tendo seu mérito avaliado, ou um
caso de fusões e aquisições em que o EVA (Economic Vale Added) seja identificada.
Se isto é verdade, porque as organizações se conformam em dispor de instrumentos
que apresentem elementos que são chamados de quase caixa? A verdadeira resposta
pode estar ligada a inúmeros requisitos, muito embora, certamente, questões práticas
ligadas a sistemas de informações, enfoque de gestão e mesmo formação dos
gestores possam explicar individualmente as razões.
Um instrumento gerencial é aquele que permite apoiar o processo decisório
da organização de maneira que ela esteja orientada para os resultados pretendidos.
Considerar o fluxo de caixa de uma organização, um instrumento gerencial, não
significa que ela vai prescindir da contabilidade e dos relatórios gerenciais por ela
gerados. Ao contrário, com o fortalecimento dos relatórios gerenciais gerados pela
contabilidade se pretende aliar a potencialidade do fluxo de caixa para melhor
gerenciar suas decisões. Trata-se de considerar que o fluxo de caixa também deva ser
arrolado como instrumento que traga subsídios para o processo de tomada de
decisões. Na verdade, o simples reconhecimento disso já é um grande passo para que
os gestores do negócio possam dispor de informações adequadas.
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Segundo Santi Filho (2004) é possível que uma empresa apresente lucro
liquido e um bom retorno sobre investimentos e ainda assim vá à falência. “O
péssimo fluxo de caixa é o que acaba com a maioria das empresas que fracassam”.
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa deve focalizar os recebimentos e
pagamentos em termos de caixa e deve analisar as variações nos saldos e aplicação
de caixa.
Na Monografia apresentada por Fábio Castelo Branco Ponte de Araújo,
Maria Monte Holanda e Norma Vasconcelos Uchoa na Universidade do Grande Rio
em Fortaleza em 2004, descrevem com muita propriedade que o Fluxo de Caixa
constitui-se em instrumento essencial para que a empresa possa ter agilidade e
segurança em suas atividades financeiras, logo, o fluxo de caixa deverá refletir com
precisão a situação econômica da empresa, em termos financeiros de futuro.
Segundo Henriksem (1982:109), apud de Campos Filho; A necessidade de
se desenvolver demonstrativos de fluxo de caixa decorre do aumento da
complexidade das atividades operacionais que são as principais atividades geradoras
de receita da empresa.
Segundo Assef Neto e Silva “o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona
os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma
empresa em determinado intervalo de tempo”
O fluxo de caixa é um instrumento de controle que auxilia na previsão,
visualização e controle das movimentações financeiras de cada período. Ele serve
como uma grande ferramenta de auxílio ao empresário para tomada de decisões
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sobre a situação financeira da empresa. Nada mais é do que um relatório gerencial
que informa toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre
considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês, etc.
O fluxo de caixa é uma demonstração dinâmica, que oferece ao gerente
financeiro uma bagagem de informações que o ajudará na tomada de decisões.
Representa a previsão, o controle e o registro de entradas e saídas financeiras durante
um determinado período, contendo informações sobre a vida financeira da empresa.
Através dele, obtêm-se as informações sobre o estado de liquidez da empresa; como
utilizar seus recursos por um determinado período; se há capacidade da empresa
aplicar recursos e/ou se há necessidade de buscar um empréstimo.
Vale ressaltar que o fluxo de caixa não diz respeito ao lucro e sim à
quantidade de dinheiro que entra e sai de um negócio, para que assim seja possível
saldar os compromissos assumidos nos prazos estipulados e, portanto, visualizando
quanto se pode investir em determinado momento e fazer previsões de quanto se
poderá investir no futuro. Evitam-se com isso surpresas desagradáveis.
1.2. QUAL A UTILIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA DE UM FLUXO DE
CAIXA.
A demonstração de fluxo de caixa foi “normatizada” pelo pronunciamento
do Board do Financial Accounting Standards Board (Fasb), pelo boletim n. 95, que
instituiu o fluxo de caixa em substituição à Demonstração de Origem e Aplicações de
Recursos (Doar), datado de novembro de 1987, sendo colocado em vigor a partir de
julho de 1988.
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O Brasil passou a utilizar não de forma obrigatória, mas até mesmo com um
aconselhamento da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), a partir de 1992, com a
revisão da Norma Internacional de Contabilidade – NIC 7, que recebia a
denominação, até então, de Demonstração das Mutações na Posição Financeira, que
fora aprovada em julho de 1977.
De uma forma ou de outra, um controle de fluxo de caixa bem feito é uma
grande ferramenta para lidar com situações de alto custo de crédito, taxas de juros
elevadas, redução do faturamento e outros fantasmas que rondam os
empreendimentos.
Ele permite ao empreendedor:
• Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os
desembolsos futuros já identificados.
• Calcular os momentos ideais para reposição de estoque ou materiais de
consumo, considerando os prazos de pagamento e as disponibilidades.
• Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir e
aumentar preços.
• Saber se é ou não possível conceder prazos de pagamentos aos clientes.
• Saber se é ou não possível comprar à vista dos fornecedores, para
aproveitar alguma promoção.
• Ter certeza da necessidade ou não de obter um empréstimo de capital de
giro.
• Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa.
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Como podemos observar a elaboração de um fluxo de caixa é de extrema
importância, pois a partir de seu capital disponível, saberá se precisará ou não tomar
empréstimos de curto ou longo prazo, se precisará entrar no cheque especial no
banco, ou recorrer a alguma outra forma de recurso financeiro, ou no caso de
superávits, o que fará com o dinheiro, onde aplicar, comprar novos equipamentos ou
investir.
A partir do fluxo de caixa, pode ser analisada a sazonalidade da empresa,
qual será a melhor data para pagamento de fornecedor, pagamentos de funcionários
sem atraso, entre outras despesas.
1.3. QUAL PERÍODO DE UTILIZAÇÃO DE UM FLUXO DE
CAIXA.
O período abrangido pelo planejamento do fluxo de caixa depende do
tamanho e ramo de atividade da empresa. Em geral, quando as atividades estão
sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas com prazos curtos
(diário, semanal, mensal), enquanto as empresas que apresentam volume de vendas
estável, preferem projetar o fluxo de caixa para período longos (trimestral, semestral
ou anual). A finalidade do planejamento também influi no período abrangido pelo
mesmo. Por exemplo, para um programa de investimento intensivo por parte da
empresa, torna-se conveniente um planejamento mais detalhado, referente a um
prazo menor, para se dar uma idéia aproximada da projeção de saldos mensais
durante o exercício social.
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Como toda a empresa tem mais de uma espécie de necessidade financeira,
precisa ter estimativas com prazos variáveis, de acordo com as respectivas
finalidades.
“É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo para três
meses. O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente, transformar-se em semanal e
este em diário. O modelo diário fornecerá a posição dos recursos em função dos
ingressos e desembolsos de caixa, constituindo-se em poderosos instrumento de
planejamento e controle financeiros para a empresa” (FREZATTI,1999).
O planejamento do fluxo de caixa a longo prazo dispensa a apresentação de
muitos detalhes, pois tem em vista apenas relacionar alterações significativas nos
futuros saldos de caixa da empresa. De acordo com os planos de ação aprovados pela
cúpula diretiva, deverão resultar de expansão ou modernização da capacidade de
produção e/ou comercialização, lançamento de novas linhas de produtos e
crescimento almejado da empresa dentro de um ou três anos, ou em um futuro
próximo.
“Tem por objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as
disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à
manutenção das atividades planejadas para um dado período” (ZDANOWICZ,2001).
Deverão indicar as épocas em que as disponibilidades poderão ser
insuficientes, a fim de que o administrador financeiro fique apto a:
a) incluir no planejamento de caixa o montante dos empréstimos ou
financiamentos com que a empresa deverá contar a curto, médio, ou longo prazos;
b) prever aumento de capital social, mediante aproveitamento de reservas
ou subscrição de novas ações;
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c) analisar os efeitos que cada uma dessas maneiras de obter maiores
recursos terá na estrutura do capital da empresa;
d) determinar para a alta administração os projetos que poderão ser
executados de acordo com os planos, quais serão adiados ou alterados.
Em uma pequena empresa, o ideal é que o período de acompanhamento seja
diário, mas autônomos que usem o sistema exclusivamente como instrumento
gerencial podem utilizar períodos maiores. Mas períodos menores permitem maior
eficiência nos investimentos e aplicação financeira dos saldos positivos, mas em
compensação geram um maior esforço ou custo de acompanhamento, acarretando um
fenômeno conhecido como overhead, que quer dizer um processamento ou
armazenamento em excesso, seja de tempo, de materiais, de informações ou
condições impeditivas para executar uma determinada tarefa. Como consequência,
pode piorar o desempenho organizacional. Por isso é importante que cada um
encontre o seu ponto de equilíbrio
1.4. OBJETIVOS DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa objetiva avaliar as alternativas de investimento e controlar
ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com
reflexos monetários. Usando também como instrumento de verificação das situações
presentes e futuras do fluxo de caixa na empresa, posicionando-a para que não
chegue a situações de não-liquidez, com a precisão de que não haja excessos
monetários de caixa, e, se houver serão devidamente aplicados.
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As informações constantes dessas demonstrações sempre versarão sobre a
capacidade de geração de caixa e de controle dos itens financeiros da empresa.
Portanto, ela evidenciará a capacidade financeira de autofinanciamento das
operações, deixando sempre para ultima instância a utilização do sistema bancário,
evidentemente para captações de curto prazo.
É também informação básica dessa demonstração a evidenciação da
capacidade de gerar recursos e expandir o nível de investimento, sempre
considerando que as dívidas estarão suficientemente amortizadas, tanto a curto como
a longo prazo.
A partir da leitura dessa demonstração, poderemos chegar a algumas
ponderações, como, por exemplo:
• quais as causas das mudanças na situação financeira da
empresa?;
• em que foi empregado o lucro gerado pelas operações?;
• como foi possível a empresa distribuir dividendos após prejuízo
sofrido no exercício?;
• de que forma a empresa consegue manter seus pagamentos em
dia se os resultados vêm sofrendo baixas, ou seja, negativos?;
• como é financiada a expansão da empresa?;
• com que recursos a empresa pode amortizar dívidas a longo
prazo?;
• o que é feito com as receitas de venda de imobilizados?;
• os recursos gerados pela empresa são suficientes?;
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• habilidade da administração;
• a política de investimento é adequada?;
• o nível de tesouraria.
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CAPITULO II
TIPOS DE FLUXO DE CAIXA
2.1. Fluxos operacionais: são os fluxos de caixa – entradas e saídas –
diretamente relacionado à produção e venda dos produtos e serviços da empresa.
Esses fluxos captam a demonstração do resultado e as transações das contas
circulantes (excluindo os títulos a pagar) ocorridas durante o período. As principais
modalidades de ingressos operacionais são as vendas à vista; recebimento, desconto,
caução e cobrança das duplicatas de vendas a prazo realizadas pela empresa. Quanto
aos desembolsos operacionais podem ser relacionados com as compras de matérias-
primas à vista e a prazo, salários e ordenados com os encargos sociais pertinentes,
custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, despesas com vendas,
despesas financeiras e despesas tributárias. Nesse caso o fluxo que resulta da
atividade econômica da empresa deve ser superior ao lucro líquido após o imposto de
renda, devido a dois fatores:
a) o montante de despesas não desembolsadas atribuídas ao período,
principalmente a depreciação que é um custo, porém não representa uma saída de
caixa;
b) desembolsos com investimentos não capitalizados, porém considerados
como despesas do período.
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2.2. Fluxos de investimento: são fluxos de caixa associados com a compra
e venda de ativos imobilizados, e participações societárias. Obviamente, as operações
de compra resultam em saídas de caixa, enquanto que as operações de venda geram
entradas de caixa.
2.3. Fluxos de financiamento: são aqueles que resultam de operações de
empréstimo e capital próprio. Tomando ou quitando empréstimos tanto de curto
prazo (títulos a pagar) quanto de longo prazo resultará numa correspondente entrada
ou saída de caixa. Do mesmo modo, a venda de ações pode resultar numa entrada de
caixa, enquanto que a recompra de ações ou o pagamento de dividendos pode
resultar em saída financeira.
2.4. Fluxo de caixa extra-operacional: compreende os ingressos e os
desembolsos de itens não relacionados à atividade principal da empresa, como:
imobilizações, vendas do ativo permanente, receitas financeiras, aluguéis, recebidos
ou pagos, amortizações de empréstimos ou de financiamentos, pagamento de
contraprestações (leasing).
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CAPITULO III
VANTAGENS DO FLUXO DE CAIXA
Através do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderá fazer uma
boa projeção do fluxo de caixa para o futuro (próxima semana, próximo mês,
próximo trimestre, etc.).
A comparação do fluxo projetado com o real indica as variações que, quase
sempre, demonstram as deficiências nas projeções. Estas variações são excelentes
subsídios para aperfeiçoamento de novas projeções de fluxos de caixa. O objetivo
básico é a projeção das entradas e das saídas de recursos financeiros para
determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou
aplicar excedentes de caixa em operações rentáveis para a empresa, proporcionando
um fluxo de caixa equilibrado, otimizando a aplicação, de recursos próprios e de
terceiros nas atividades mais rentáveis pela empresa.
Outros objetivos:
• Saldar as obrigações da empresa nas datas de vencimento;
• planejar pagamentos em datas certas para não incorrer em
inadimplemento;
• ter um fundo com saldo de caixa para eventuais despesas;
• buscar perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da
empresa;
• analisar fontes de crédito que oferecem empréstimos menos onerosos –
em caso de necessidade – com tempo já previsto.
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O fluxo de caixa é de vital importância para a eficácia econômico-técnico-
financeira e administrativa das empresas, sejam elas micro, pequenas, médias ou
grandes, a tal ponto, que muitas instituições de crédito exigem a sua apresentação
antes de concederem empréstimos ou financiamentos a seus clientes. As empresas
que o utilizam dificilmente fracassam. O mesmo não ocorre com aqueles que dele
não fazem uso para planejar e controlar as suas atividades.
Através do fluxo de caixa a empresa poderá saber antecipadamente (no
início de um período) o que ela terá de necessidade ou de excedentes de recursos
financeiros, podendo com isso tomar as decisões mais adequadas para solucionar
seus impasses.
A sua adoção como ferramenta gerencial proporciona ainda que a empresa
tenha:
• Um auto planejamento utilizando-se de dados estatísticos;
• Uma visão de curto e médio prazo sobre o seu desempenho ;
• Um planejamento de investimentos, quando os dados, mês a mês,
apresentarem índices de crescimento acentuado;
• Capacidade de tomar decisões rápidas, fundamentadas diante do
surgimento de dificuldades financeiras.
Dentre as inúmeras vantagens decorrentes do uso do fluxo de caixa,
destacam-se:
• Visão integrada do caixa: sabendo-se o saldo verdadeiro do caixa,
busca-se a sua otimização, através do aumento de entradas e/ou redução de saídas.
• Alta preocupação com competitividade e desempenho: ao se projetar
um fluxo de caixa, definem-se os parâmetros de desempenho. Ex.: Se uma empresa
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vender X, sua atuação será modesta no mercado, sem influenciar a concorrência. Se
vender X + Y sua atuação será satisfatória e equiparada aos dos concorrentes; mas
caso ela venda X + Y + Z, sua atuação passa a ser ótima e supera a condição dos
concorrentes. Com isso, esses indicadores de desempenho norteiam a empresa
quanto aos seus objetivos e metas a serem alcançadas.
• Equilíbrio financeiro de caixa: Permite à empresa conhecer seu ponto
de equilíbrio com relação ao caixa, ou seja, determinar qual o volume de capital que
precisa estar presente, ao mínimo, para que a empresa possa arcar com seus custos
dia-a-dia. Este procedimento evita situações prejudiciais à empresa como a falta de
caixa, o que pode gerar dívidas com empréstimos e o excesso de caixa, situação esta
referente a uma reserva muito alta de capital no caixa e que poderia ser
tranqüilamente reaplicada em outros investimentos (custo de capital).
Para que a empresa possa atingir resultados significativos, é necessário que
todos os membros e departamentos estejam envolvidos com o processo, de maneira a
alcançar a sinergia e otimizar o desempenho da empresa.
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CAPITULO IV
O FLUXO DE CAIXA E A PEQUENA EMPRESA
O déficit de caixa é endêmico nas pequenas empresas; quase todas passam
por um problema de caixa limitado em algum momento de suas vidas.
As grandes empresas, por outro lado, em geral são ricas, tem acesso ao
caixa ou podem vender bens de valor ou partes da empresa para gerá-lo. Mas a
pequena empresa tem pouco ou nenhum acesso aos tradicionais mercados de capital.
Não podem tampouco vender uma subsidiária ou divisão para levantar novos os
fundos.
O fundador de uma pequena empresa, em geral, já enterrou todas as suas
economias no novo empreendimento e já apelou aos amigos e à família também.
Raramente os banqueiros vêm em sua salvação: ou a empresa não tem escrituração
ou não é negociável. E é difícil ir ao poço uma segunda vez e tentar, através de
bajulações, conseguirem novos fundos dos investidores originais.
Na pequena empresa, devido à simplicidade de sua estrutura, que muitas
vezes prescinde de áreas, departamentos e seções, a principal contribuição do fluxo
de caixa é exatamente na compreensão dos efeitos das decisões tomadas, com relação
às disponibilidades da empresa. O empreendedor, ao conceder prazo para pagamento
ou descontos aos clientes, pode gerar a necessidade de captação de recursos para
pagamento das obrigações e, consequentemente, implicar na ocorrência de despesas
financeiras. E isso deve ser considerado no custo da operação, ao calcular-se, por
exemplo, os preços praticados para vendas a prazo. A contribuição do fluxo de caixa
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é, portanto, fundamental no entendimento do funcionamento da própria empresa e
das implicações das decisões tomadas.
Além disso, podemos citar outros aspectos da atividade que a manutenção de
um fluxo de caixa pode ajudar a perceber e compreender:
• Existência de concentração de pagamentos/recebimentos;
• Sazonalidade nas vendas;
• Necessidade e resultados das políticas de marketing e promoções;
• Estrutura de custos/despesas fixa;
• Necessidade da separação dos controles pessoais e da empresa;
• Necessidade de uma remuneração pelo trabalho do empreendedor;
• Efeitos dos tributos;
• A noção de passivos/obrigações.
Outra razão para se considerar na administração de uma pequena empresa
são os escassos recursos de caixa, pelo menos durante os primeiros anos de operação
e, por isso, ficam vulneráveis a qualquer mudança repentina, tanto dentro da
empresa, quanto no ambiente geral do negócio. Muitas empresas pequenas, por
escassez de caixa, fracassam exatamente no momento que na verdade estão tendo
lucro.
A sobrevivência antecede o sucesso. A única pré-condição para a
sobrevivência da empresa é a disponibilidade de dinheiro na mão quando você
realmente precisar. Ficar sem dinheiro significa ficar fora do negócio. A
administração do caixa é uma condição decisiva para a sobrevivência e o sucesso de
uma pequena empresa.
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CAPITULO V
ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
A projeção do fluxo de caixa depende de vários fatores como o tipo de
atividade econômica, o porte da empresa, o processo de produção e/ou
comercialização se é contínuo ou não, etc. No caso deste trabalho o tipo de atividade
a ser explorado é um restaurante fictício de produtos naturais, instalado no município
de Duque de Caxias. O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de
planejamento e de controle financeiro, o qual poderá ser elaborado de diferentes
maneiras, conforme as necessidades ou conveniências de cada empresa, a fim de
permitir que se visualize os ingressos de recursos e os respectivos desembolsos. O
período ideal para um planejamento de fluxo de caixa é um mínimo de três meses,
segundo Zdanowicz, (1995). O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente,
transformar-se em semanal e este em diário. Onde o modelo diário fornecerá a
posição dos recursos em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa, e
constitui-se em poderoso instrumento de planejamento e de controle financeiro para a
empresa.
Elabora-se o fluxo de caixa a partir das informações recebidas dos diversos
departamentos, setores, seções da empresa, de acordo com o cronograma anual ou
mensal de ingressos e de desembolsos, remetidos ao departamento ou gerência
financeira.
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As seguintes informações ou estimativas, segundo os períodos de tempo,
são úteis para a elaboração do fluxo de caixa:
a) projeção de vendas, considerando-se as prováveis proporções entre as
vendas à vista e a prazo da empresa;
b) estimativa das compras e as respectivas condições oferecidas pelos
fornecedores;
c) levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de
clientes;
d) determinação da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com as
necessidades, tamanho, organização da empresa e ramo de atividade;
e) orçamento dos demais ingressos e desembolsos de caixa para o período.
Os dados deverão ser os mais corretos possíveis, onde os seus responsáveis
estejam conscientes da exatidão, clareza e confiabilidade dos dados prestados.
Para se fazer um fluxo de caixa, deve-se conhecer todas as receitas (com
datas de entrada) e todas despesas (com datas de vencimento). As principais receitas
são: vendas à vista, recebimento de vendas a prazo, aumento de capital social, vendas
dos itens do Ativo Permanente.
As principais despesas são: custos para financiar o ciclo operacional da
empresa (aluguel, mão-de-obra, matéria-prima, luz, telefone, água, etc...), amortizar
os empréstimos e/ou financiamentos.
Na elaboração do fluxo de caixa utiliza-se mapa auxiliar que são muito
úteis, eis alguns: mapa auxiliar de recebimento de vendas a prazo; de recebimento de
vendas a prazo com atraso; de pagamentos das compras a prazo; planilha de
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recebimentos; planilha de projeção das compras, planilha de pagamentos, planilha de
despesas administrativas.
As principais transações que afetam o caixa são:
a) Transações que aumentam o caixa (disponível)
• integralização do capital pelos sócios ou acionistas;
• empréstimos bancários e financeiros;
• venda de itens do Ativo Permanente;
• vendas à vista e recebimento de duplicatas a receber;
• outras entradas, como: juros recebidos, dividendos recebidos,
indenizações de seguros, etc.
b) Transações que diminuem o caixa (disponível):
• • pagamento de dividendos aos acionistas;
• • pagamento de juros, correção monetária da dívida e amortização da
dívida;
• aquisição de itens do Ativo Permanente;
• compras à vista e pagamento de fornecedores;
• pagamento de despesa/custo, contas a pagar e outros.
c) Transações que não afetam o caixa:
• depreciação, amortização e exaustão. São meras reduções de Ativo, sem
afetar o caixa;
• provisão para devedores duvidosos. Estimativa de prováveis perdas com
clientes que não representa o desembolso ou encaixa.
32
CAPITULO VI
MODELO DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA
PEQUENA EMPRESA
O fluxo de caixa é elaborado de acordo com o tipo de atividade econômica,
dependendo também do porte da empresa e de seu processo de comercialização.
Considerando-se a legislação tributária vigente as empresas de pequeno porte
classificam-se em optantes e não optantes pelo SIMPLES a nível federal, conforme o
ramo de atividade e faturamento anual, segundo a lei nº 9.317/96 e alterações
posteriores. Sendo optante pelo SIMPLES elas classificam-se em micro-empresa ou
empresa de pequeno porte, conforme faturamento anual. Já na esfera estadual as
empresas classificam-se em micro-empresa, empresa de pequeno porte e modalidade
em geral conforme receita bruta e ramo de atividade.
Como modelo será usada uma empresa de pequeno porte a nível federal e
estadual, sendo firma individual, que tem pôr atividade comercial a venda de
produtos alimentícios naturais, o estabelecimento não é próprio e com cinco
funcionários. Esta empresa denominar-se-á “Sabor & Saúde de Duque de Caxias
Comércio de Produtos Alimentícios Ltda”.
A título de informação irei fazer um pequeno histórico sobre a empresa
Sabor & Saúde: a empresa oferecerá um ambiente limpo, atraente e agradável, onde
os clientes poderão usufruir de uma alimentação com alto teor nutritivo e baixa
caloria. Ademais, esta empresa será um diferencial na cidade, dado que não existe
nenhuma outra empresa com estas características.
33
A missão da empresa é servir uma alimentação saudável, com qualidade e
rapidez em um ambiente limpo e agradável, preocupando-se com a saúde dos
clientes, através de um quadro competente de colaboradores. A visão da empresa está
levando essa idéia através da abertura de duas filiais em outras duas localidades nos
próximos 5 anos, contando também com uma gestão moderna e inovadora,
objetivando sempre atender as necessidades e expectativas dos clientes.
Para a criação da empresa foi investido o quantitativo abaixo discriminado:
PLANILHA DE INVESTIMENTOS INICIAIS
INVESTIMENTOS VALOR (R$) 1. Abertura e legalização da empresa 2.000,00
2. Instalações Aluguel
3.000,00
Melhorias e reformas 25.500,00 Instalação do ar condicionado 10.250,00 Instalação da ventilação mecânica da cozinha e a sanitários 3.500,00
3. Equipamentos/materiais Móveis e utensílios para o escritório 3.500,00 Móveis e utensílios para lanchonete 10.500,00 Equipamentos para funcionamento 24.430,00 Material para escritório 500,00 Alimentos 8.000,00 Outros 4.199,00
4. Propaganda e divulgação Outdoors, busdoors e panfletos 1630,00
5. Diversos Salários de colaboradores 7.450,00 Serviços terceirizados 2.930,00 Encargos sociais 2.143,00 Benefícios 468,00
TOTAL 110.000,00
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FLUXO DE CAIXA
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL 1 – ENTRADAS
Receita de vendas na lanchonete
1.300,00 1.200,00 3.000,00 3.300,00
Receita de vendas no almoço
3.200,00 3.000,00 7.000,00 8.000,00
Receita de vendas de quentinhas
3.000,00 2.000,00 5.000,00 6.000,00
TOTAL DE ENTRADAS 7.500,00 6.200,00 15.000,00 17.300,00
2 – SAÍDAS
Pagamento de fornecedores
500,00 500,00 570,00 690,00
Remuneração de pessoal
3.500,00 3.500,00 5.000,00
5.500,00
Encargos sociais 123,00 145,00 145,00 160,00
Luz 60,00 55,00 70,00 80,00
Água 40,00 34,00 60,00
77,00
Aluguel 400,00 400,00 400,00
400,00
Telefone 25,00 25,00 33,00
45,00
Material de escritório 80,00 78,00 135,00
234,00
TOTAL DE SAÍDAS 4.728,00 4.737,00 6.413,00
7.186,00
SALDO FINAL EM CAIXA 2.772,00 1.463,00 8.587,00
10.114,00
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Com base nas transações do período acima, o administrador da empresa
analisou o fluxo de caixa apresentado. Em um primeiro momento procurou saber a
localização do restaurante e constatou que se inseria na parte central do comércio de
Duque de Caxias, rodeado de várias lojas e algumas indústrias, bem como próximo a
quatro colégios estaduais. Com essas informações constatou que a baixa
produtividade nos meses de janeiro e fevereiro se devia ao período de férias, tanto no
âmbito do comércio como também das férias escolares.
Nos meses de março e abril houve um aumento superficial nas vendas,
principalmente com a venda de almoço e de quentinhas e que com a volta do período
escolar a venda realizada na lanchonete do restaurante teve um aumento substancial.
Com o fluxo de caixa nas mãos o administrador da empresa analisada
projetou sua atividade para o próximo quadrimestre tendo, com isso, a possibilidade
de tomar decisões em relação ao saldo excedente disponível em caixa, podendo
inclusive contratar mais pessoal, visto que o aumento na venda de almoço e
quentinhas pode ser expandida.
Os rendimentos de uma empresa reportados nas suas demonstrações de
resultados podem indicar uma condição saudável de toda a posição financeira. Em
consonância a esse fato, as análises dos coeficientes também podem indicar uma
condição igual, mesmo assim, essa empresa poderá estar perto de uma falência. E um
profissional de finanças menos experiente pode até perguntar como ocorre essa
situação de total incompatibilidade. A resposta é simples e objetiva somente a leitura
do fluxo de caixa poderá identificar realmente o porquê da empresa estar neste
aspecto. Vitalidades ou fraquezas financeiras não são identificáveis pela análise de
coeficientes de uma demonstração de resultados ou de um balanço patrimonial.
36
Para analisar uma situação financeira de uma empresa e medir sua
solvência, temos de separar os conceitos de receitas e despesas dos conceitos de
recebimentos e pagamentos em caixa, pois isso permitirá ir ao âmago dos fluxos.
Apesar de o caixa e o rendimento estarem intimamente ligados, eles não
são, em hipótese alguma, a mesma coisa, haja vista que o rendimento tem a ver com
o excedente aos custos incorridos, e muitos eventos poderão ocorrer durante a
transferência dos rendimentos em caixa. Um desses eventos poderá ser o aumento do
papel, do capital em lucros não distribuídos de uma subsidiária à sua matriz.
Sob a óptica do método indireto da demonstração de fluxo de caixa, esse
aumento seria adicionado à receita liquida da matriz, como caixa de atividade
operacional; quando, na realidade, o fluxo da matriz inclui somente os dividendos
pagos em caixa para a matriz pela subsidiária. No mundo econômico, o denominador
final e comum a todas as operações é o dinheiro; e a longo prazo, o conceito volta
exatamente a uma diferença de riqueza medida em dinheiro. No caso extremo, qual o
lucro de uma empresa a longo prazo? É a diferença entre o valor de sua liquidação e
os investimentos feitos pelos sócios. Assim, o conceito tradicional de lucro está
vinculado, em sua última conseqüência, ao fluxo financeiro de ponta a ponta entre a
empresa e seu proprietário.
No caso de inflação, é necessário colocar todos os componentes do fluxo
em uma única moeda, corrigindo-se cada investimento feito pelos proprietários e
cada lucro distribuído a eles ao longo do tempo. A necessidade de se conhecer
continuamente o andamento da vida da entidade exige a elaboração das
demonstrações contábeis periódicas. Para isso, o regime de competência produz
37
realocações do fluxo financeiro de forma a ter as confrontações necessárias a uma
boa análise da evolução da efetiva rentabilidade e da correta posição financeira de
qualquer entidade.
O prof. Martins, ainda em seu artigo, conclui:
“A demonstração de resultado possui receitas que foram ou serão recebidas
na forma de dinheiro, e despesas que foram ou serão pagas da mesma forma. Assim o
lucro obrigatoriamente transita pelo caixa da empresa (...) (...), por exemplo, a
aquisição de mercadorias a prazo produz o registro do ativo antes do seu desembolso
e pode acontecer de esses bens serem baixados antes mesmo do seu respectivo
pagamento. Assim, há, sempre, uma diferença no tempo entre o momento em que se
registra o lucro com a transação e o efetivo aparecimento, no caixa do respectivo
montante. Ainda mais que as vendas podem também ter essa diferença temporal.
Mas, inexoravelmente, o lucro bruto transita pelo caixa. E a diferença em termos de
tempo, normalmente, é pequena”.
Conforme a Norma Internacional de Contabilidade – 7, os fluxos de caixa
referentes a juros e dividendos recebidos e pagos devem ser divulgados
separadamente. Cada um deles deve ser classificado de uma maneira uniforme de
período a período como decorrentes de atividades operacionais, de investimento ou
financeiras.
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CONCLUSÃO
A Demonstração de Fluxo de Caixa propicia ao gerente financeiro a
elaboração de melhor planejamento financeiro, pois numa economia tipicamente
instável não é aconselhável excesso de caixa, mas o estritamente necessário para
fazer face aos seus compromissos.
Pode concluir que se torna indispensável ás empresas a busca pela
maximização dos resultados. Com este trabalho foi possível comprovar que Fluxo de
Caixa pode auxiliar o gerenciamento das empresas conhecerem, antecipadamente,
qual será o saldo oriundo de suas transações.
Porém, cabe ressaltar que é muito importante, além de prever e
acompanhar, controlar todas as informações, atualizando-as no processo gerencial de
tomada de decisão, no momento oportuno, para que a empresa possa utilizar o fluxo
de caixa como uma ferramenta de auxilio na busca de sua manutenção e
crescimento.
As instituições de apoio às pequenas e médias empresas no Brasil dedicam-
se a prestar auxílio empresarial, atuando através de treinamentos, consultorias,
preparação de estudos e pesquisas, publicações de livros e folhetos, divulgação de
informações comerciais, suporte tecnológico, promoção de negócios e articulação
institucional. Ressalte-se também a preocupação que surge nas principais
universidades de incluir nos currículos de seus cursos de graduação e pós-graduação,
disciplinas preocupadas com a análise dos problemas e com a formação de
empreendedores e consultores para as pequenas empresas. Infere-se que a mesma
preocupação deveria atingir os cursos de contabilidade, onde os professores tenham
possibilidade de apresentar as características da contabilidade voltadas para as
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pequenas empresas, objetivando principalmente a preparação de relatórios simples
voltados à tomada de decisões pelo empreendedor.
Surge desse contexto um novo papel a ser exercido pela contabilidade.
Mensurando, comunicando e constituindo-se em um sistema de informações
gerenciais úteis e confiáveis, respeitando as características específicas das pequenas
empresas. Alcançaria, assim, inicialmente, o singelo objetivo de conduzir o gestor a
um maior conhecimento do funcionamento do negócio. E posteriormente, à
compreensão de conceitos contábeis complexos como depreciação e provisão.
Propõe-se como instrumento inicial para cumprir esse objetivo a adoção do Fluxo de
Caixa devido a sua facilidade de compreensão, associado que está ao conceito
concreto de disponibilidade financeira, e a sua importância na fase inicial da empresa
onde o essencial é garantir recursos para cumprir com suas obrigações, fase essa
considerada a mais crítica para o novo empreendedor. É capaz ainda de resumir e
refletir todas as atividades da empresa sejam elas operacionais, econômicas ou
financeiras; sejam relacionadas à administração do capital de giro ou à administração
financeira de longo prazo.
Ao final apresenta-se um modelo que objetiva atender as características
apontadas. Espera-se, assim, ter contribuído no sentido de oferecer às pequenas
empresas alternativas para que possam mensurar os seus negócios de forma
adequada.
40
BIBLIOGRAFIA
CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta
indispensável para administra sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
NEIVA, Raimundo Alelaf. Valor de Mercado da Empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
GITMANN, Laurence J. Princípio de Administração Financeira. 7 ed. São Paulo:
Harbra, 1997.
IUDICIBUS, Sérgio et all. Contabilidade introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1986.
IUDICIBUS, Sérgio, MARION, José Carlos. Manual de contabilidade para não
contadores. São Paulo: Atlas, 1990.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa. 6.ed. Porto Alegre: Sagra-DC
FERREIRA, Luiz Francisco Rogé. Manual de Gestão de Renda Fixa. Porto Alegre:
Bookman, 2004.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.
OLIVEIRA, Gilson, PACHECO Marcelo. Mercado Financeiro Objetivo e
Profissional. São Paulo: Editora Fundamento, 2005.
SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. São
Paulo: 3ª Ed. Editora Atlas, 2009.
FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas. 1997.
MARION, Eliseu e ASSAF NETO, Alexandre. Administração Financeira: As
finanças das empresas sob condições inflacionarias. São Paulo: Atlas. 1996.
41
REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ADMINISTRAÇÃO
Periódicos: Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul: Edição própria. Janeiro. 2004. Nº. 112
42
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I CONCEITO E UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
9
1.1. O que é um Fluxo de Caixa 11
1.2. Qual a utilização e importância de um Fluxo de Caixa 15
1.3. Qual o período de utilização de um Fluxo de Caixa 17
1.4. Objetivo da demonstração do Fluxo de Caixa 19
CAPÍTULO II
TIPOS DE FLUXO DE CAIXA
22
2.1. Fluxos Operacionais 22
2.2. Fluxos de Investimentos 23
2.3. Fluxos de Financiamentos 23
2.4. Fluxo de Caixa Extra – Operacional 23
CAPÍTULO III
VANTAGENS DO FLUXO DE CAIXA
24
CAPÍTULO IV
O FLUXO DE CAIXA E A PEQUENA EMPRESA
27
CAPÍTULO V
ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
29
CAPÍTULO VI
MODELO DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA PEQUENA EMPRESA
32
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42