NATAL, QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2013 R$ 2,00ANO I - EDIÇÃO 01

NORDESTE EM CRISEFALTA DE CHUVAS PERMANECE GERANDO GRAVES PROBLEMAS

A falta de chuvas regulares nas regiões afetadas pela seca gera transtornos todos anos para centenas de famílias. Agricultores veem suas plantações morrem, fazendeiros perdem o seu rebanho para a falta d’água. Muitos perdem seus entes para a falta do bem mais precioso à saúde humana: a água.

PAULO FREIRE / CAERN

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Governo libera R$ 464 milhões para capitais nordestinasO Ministério das Cidades aprovou a liberação de R$ 464 milhões para obras de água e esgoto em três capitais nordestinas: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Aracaju (SE). Segundo a portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 26, as obras estão inseridas na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2)

Norte e Nordeste ganham importância no mercado

O aumento do potencial de con-sumo da classe C, o lançamento de programas habitacionais de grande porte como o Minha Casa, Minha Vida e a disseminação do crédito imobiliário pelo Brasil mudaram o mapa das incorporadoras no País. Em quatro anos, o peso relativo das regiões Norte e Nordeste nas obras de apartamentos residenciais e comerciais em todo o País pas-sou de 20,1% para 25%, segundo o levantamento da Criactive.

Prefeitos de capitais do NE criam fórum para gestão

Prefeitos de capitais do Nordeste criaram um fórum visando à eficiência da gestão das cidades e o fortalecimento de reivindi-cações comuns, a exemplo de financiamento dos serviços públi-cos da saúde e pacto federativo.

Caos logístico força governo a trazer milho da Argentina para o Nordeste

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CBF antecipa jogo entre Sport e ABC do dia 22 para 21 de maio no Recife

Times jogam às 21h na Ilha do Retiro e vale vaga na próxima fase da Copa do Brasil; equipe potiguar venceu o jogo de ida

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ainda é o maior desafio para o nordeste ELANE MOREIRA Repórter

Falta d’água que gera sede, fome, causa a morte da plan-tação. Esses são alguns dos retratos da seca no nordeste. Todos os anos regiões inteiras são assoladas por causa do grande vilão: a falta de chuva nessas regiões, ela se concentra numa área conhecida como Polígono das Secas. Esta área envolve parte de oito estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Ge-rais, Paraíba, Per-nambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e parte do norte de Minas Gerais. As principais

causas da seca do nordeste são naturais. A região está localizada numa área em que as chuvas ocorrem poucas vezes durante o ano. A baixa quanti-dade de massas de ar úmidas e frias, gera uma não precipitação pluviométrica, ou seja, as chuvas. Outro agravante é o aumento do desmatamento na região. Durante 40 anos da sua vida, Francisco das Chagas trabal-hou no campo, ele lembra das dificuldades en-frentadas por ele e pela família no período de seca. “Uma vez a gente perdeu tudo. Foram quase três anos sem chuva,

a gente tinha uma plantação de melão na região do vale do Assu. A seca foi tirana. Morreu tudo, perdemos tudo. Ainda bem que a gente tinha um din-heiro de reserva e dois filhos que trabalhavam na capital, eles foram para a faculdade e ganharam dinheiro. Com a seca grande trouxe a família para Natal, aqui as outras duas filhas também arrumarão ocu-pação e logo as coisas começaram a melhorar. Hoje voltamos lá só para descansar na casinha que construímos antes de casar. Viver da seca não dá”, com lágrimas nos olhos recorda.

A seca, mais que um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvi-mento da agricultu-ra e a criação de an-imais. Dessa forma, a seca provoca a falta de recursos

econômicos,gerando fome e miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante ho-ras, sob sol e calor forte, para pegar água muitas vezes suja e contaminada. Com uma alimen-tação precária e consumo de água de péssima quali-

dade, os habitantes do sertão nordesti-no acabam vítimas de muitas doenças. O desemprego nessa região tam-bém é muito elevado, provocan-do o êxodo rural (saída das pessoas do campo em direção as cidades). Muitos habitantes fogem da seca em busca de melhores

condições de vida e acabam migrando para os grandes centros urbanos.Essas regiões ficam na dependência de ações públicas assistencialistas que nem sempre fun-cionam e, mesmo quando funcionam, não gera condições para um desen-volvimento susten-tável na região.

Seca e fome: um problema social

Seca pode ser amenizada com leilão de milho

No intuito de amenizar os efei-tos da seca no Rio Grande do Norte, a Companhia Na-cional de Abasteci-mento (Conab) vem realizando leilões por meio de pregão eletrônico para compra e transporte de milho da região do Centro-Oeste. O grão é desti-nado à alimentação dos rebanhos dos pequenos agricul-tores rurais. No entanto, nenhuma empresa foi con-tratada até o mo-mento. “As institu-ições produtoras de milho ficam encar-regadas de vender seu produto e pro

mover o transporte até o RN”, explica o titular da Superin-tendência Regional (Sureg/RN), João Maria Lúcio da Silva. Até agora, o único Estado do nordeste que re-cebeu milho foi a Bahia. Para toda a região, estão previs-tas 83 mil toneladas, sendo 12 mil para o Estado potiguar. Quando questiona-da sobre o que im-pede a contratação de milho, a Conab afirma que o prob-lema não está no valor oferecido pela compra e transporte do milho. “Empre-

sas lucram mais vendendo e trans-portando o grão para o nordeste do que aos Estados visinhos”. O Superinten-dente João Lúcio espera conseguir contratar logo uma empresa que real-ize a tarefa, devido ao agravamento da seca.

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Transposição do rio São Francisco

Economia

A transposição do rio São Francisco é um projeto do gov-erno federal que visa a construção de dois canais (totalizando 700 quilômetros de extensão) para le-var água do rio para regiões semiáridas do Nordeste. Dessa forma, diminuiria o im-pacto da seca sobre a sofrida população residente, pois facili-taria o desenvolvi-mento da agricultura na região.

>> Nas proximidades do município de Bom Jesus, afetado pela seca, quem mais sofre é o gado que perece aos poucos sem comida nem água.

PAULO FREIRE / CAERN

>> João Maria Lúcio da Silva Titular da Superintendencia Regional (Sureg/RN).

Caern intensifica fiscalização de ligações irregulares de água em Mossoró

ALLYSON MOREIRA Repórter Com o ob-jetivo de com-bater fraudes de ligações de água e garantir a distribuição igualitária de

água, a Com-panhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) está realizando fiscalização nos imóveis de Mos-soró, Zona Oeste

do Estado. De janeiro a março, dos 445 usuários fiscalizados, 167 estavam com suas ligações cortadas e não procuraram a Companhia para

regularizar a situação. As primeiras localidades a receber a equipe de fiscalização da Caern foram o Centro, Bom Jardim, Barro-

cas, Paredões e parte do Santo Antônio. Quan-do detectada a frauda, a Com-panhia orienta aos consumi-dores para que eles não voltem

a incorrer no erro de realizar ligações clandes-tinas, uma vez que não tem o objetivo de en-trar em conflito judicial com o usuário.

SECA FOCO NORDESTE 7

CAPA

FELIPE ARAÚJO / FNFELIPE ARAÚJO Repórter