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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
PÓS – GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA SEDIMENTAR
E AMBIENTAL
Juvenita Lucena de Albuquerque
CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO
DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ – PE
Dissertação de Mestrado 2009
Juvenita Lucena de Albuquerque Geógrafa, Universidade Federal de Pernambuco, 1982.
Especialista em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, 1986.
CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ - PE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, orientada pelo Profº Valdir do Amaral Vaz Manso, em preenchimento parcial para obter do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geologia Sedimentar e Ambiental, defendida e aprovada em 30 de abril de 2009.
Recife, PE 2009
A345c Albuquerque, Juvenita Lucena de. Caracterização morfodinâmica e vulnerabilidade à erosão do litoral
leste da ilha de Itamaracá-PE / Juvenita Lucena de Albuquerque. – Recife: O Autor, 2009.
xxi, 125 folhas, il : grafs., tabs., figs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2009.
Inclui Bibliografia e Anexos.
1. Geociências. 2.Morfodinâmica. 3.Granulometria. 4 Morfoscopia. 5. Vulnerabilidade I. Título
UFPE
551 CDD (22. ed.) BCTG/2009-099
DEDICATÓRIA
À Profª Drª Maria Marlene da Silva, minha primeira mestra, que me mostrou os caminhos da Geografia Agrária e me encorajou nos vários momentos da minha vida.
À Profª Drª Maria José de Araújo Lima, que me ensinou os fundamentos da Ecologia Humana e me incentivou na retomada da minha capacitação profissional.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela saúde, paz e serenidade nos momentos de angústia.
A Fundação Joaquim Nabuco, que me concedeu dispensa parcial para cursar o mestrado.
A Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, que me disponibilizou infra-estrutura e apoio logístico para execução do meu trabalho, mas principalmente acreditou na minha capacidade.
Ao Prof. Dr. Valdir do Amaral Vaz Manso, que acreditou no meu trabalho e na condição de orientador científico muito contribuiu para o desenvolvimento desta dissertação.
A Profa. Dra. Margareth Alheiros, que me despertou o interesse Geologia Ambiental.
Ao Prof. Dr. Virgínio Henrique Neumann, pelo cordial acolhimento em minha chegada ao Departamento de Geologia e incondicional amizade e apoio.
A Profa. Dra. Lúcia Maria Mafra Valença, que na qualidade de professora do Programa sempre se mostrou solidária e predisposta em colaborar na trilha da qualificação profissional dos seus alunos.
Ao Prof. Dr. Gorki Mariano, que na condição de Coordenador do Programa de Pós-graduação, esteve sempre empenhado e dedicado em atender as solicitações dos mestrandos e doutorandos.
Aos professores e professoras com os quais tive o privilégio de vivenciar com as suas experiências profissionais na área de conhecimento da Geologia, e que em muito contribuíram para o meu crescimento profissional.
Aos colegas da Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, em especial a Tarcísio Quinamo, Coordenador do Projeto Dinâmicas Ecológicas em Ambientes Estuarinos: interações e intervenções, cujo subprojeto possibilitou a elaboração desta dissertação.
Ao Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM) que disponibilizou os equipamentos necessários aos trabalhos de campo e de laboratório.
A todos que fazem o Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) pelas colaborações e amizades, especialmente a Miguel Arrais, Daniel, João, Joathan, Tiago, André e Bruno.
Ao Laboratório de Sismologia (Sismos), em especial a Antônio Barbosa e Felipe, pelas sugestões e apoio na seleção e fotografias das amostras para morfoscopia.
A Elida Regina Lima, pela confecção dos mapas de localização dos perfis, das amostras de sedimentos, bem como pela paciência em me capacitar para o uso dos programas Anased, Grapher e Surfer.
Aos colegas e amigos Marinete Xavier, pelas sugestões e empréstimos bibliográficos, e Luciano Cintrão, pelos esclarecimentos sobre os parâmetros estatísticos e análise morfoscópica.
A Walmisa Araújo, ex-secretária da pós-graduação em Geociências, pelo seu profissionalismo e dedicação.
A Elizabeth Galdino, secretária da pós-graduação em Geociências, pela paciência e dedicação aos mestrandos e doutorandos.
A minha família, cuja compreensão e paciência pelas ausências foram indispensáveis. E em especial, a Reginaldo Gomes Maciel, esposo e companheiro, sempre presente em todas as etapas do trabalho.
A Luíza Maria, minha auxiliar, cujo apoio e dedicação são indispensáveis nos afazeres do lar.
Ao Sr. Luis, que mesmo aposentado, sempre disposto a atender uma solicitação e a nos oferecer um cafezinho.
E finalmente, a todos e a todas que direta ou indiretamente, contribuíram para a conquista desse título.
RESUMO
O propósito deste trabalho foi fazer um diagnóstico das atuais condições da orla de
Itamaracá, através da morfodinâmica praial e da sua vulnerabilidade à erosão. Os
trabalhos de campo foram realizados nos meses de abril, julho e outubro de 2008, nas
praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe,
Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim, as quais, para definição da vulnerabilidade,
foram divididas em 10 setores. No ano de 2004, constatou-se erosão em todas as praias
monitoradas, com exceção do Forte Orange onde ocorreu sedimentação. Já em 2008,
houve erosão nas praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; e
sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A
análise granulométrica revelou que, na zona litorânea da Ilha, predomina a fração areia
fina a média e, na desembocadura do rio Jaguaribe, há predomínio da fração areia muito
grossa a grossa, constituída por material bioclástico. A análise morfoscópica revelou
que as partículas detríticas da fração areia são subarredondadas, com alta esfericidade e
brilho indicativo de ambiente subaquoso. A composição mineralógica é
predominantemente siliciclástica, porém apresenta alto percentual de bioclásticos. A
vulnerabilidade foi definida conforme os parâmetros de grau de desenvolvimento
urbano, variação da linha de costa, morfologia praial e medidas de proteção da costa.
Assim, constatou-se que os setores 4, 7 e 9 apresentam baixa vulnerabilidade; os setores
2 e 6, uma média vulnerabilidade e os setores 1, 3, 5, 8, e 10, vulnerabilidade alta.
Palavras-chave: morfodinâmica, granulometria, morfoscopia e vulnerabilidade.
ABSTRACT
The purpose of this study is to diagnose the Itamaracá coast current conditions by means of beach morphodynamics and erosion vulnerability. Work was performed in the months of April, July and October 2008 in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, and Sossego, Enseada dos Golfinhos and Fortim which were divided into 10 sectors for vulnerability definition. In 2004 the erosion of all monitored beaches was confirmed with the exception of Forte Orange, where sedimentation occurred.
In 2008 erosion took place in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; and sedimentation in Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego and Enseada dos Golfinhos. Granulometric analysis revealed that in the coastal zone of the Island fine and medium grained sand are predominant whereas in the mouth of the Jaguaribe River very gross and gross grained sand predominate formed by bioclastics materials.
Morphoscopic analysis determined that dendritic particles of the sand fraction are sub-rounded with marked sphericity and sheen indicative of a sub-aqueous environment. Mineralogical composition is predominantly siliclastic but with a high percentage of bioclastics. Vulnerability was defined according to urban development degree, coastal line definition, beach morphology and coastal protection methods. Therefore, it was established that sectors 4, 7 and 9 have low vulnerability; sectors 2 and 6 medium vulnerability and sectors 1, 3 ,5, 8 e 10 high vulnerability.
Key words: morphodynamics, granulometry, morphoscopy and vulnerability
x
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA v AGRADECIMENTOS vi RESUMO viii ABSTRACT ix LISTA DE FIGURAS xiv LISTA DE FOTOGRAFIAS xvii LISTA DE TABELAS E QUADROS xx
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 1
1.1 – Aspectos Gerais 1
1.2 – Objetivos 3
1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica 3
1.4 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa 5
Capítulo 2 – MATERIAIS E MÉTODOS 6
2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica 6
2.2 – Procedimentos 6
2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos 6
2.2.2 – Tratamento das amostras 6
2.2.3 – Tratamento dos dados 7
2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia 8
2.2.5 – Levantamento de perfis de praia 8
2.2.6 – Análise de vulnerabilidade à erosão 9
Capítulo 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO 11
3.1 – Condições Climáticas 11
xi
3.2 – Cobertura Vegetal 11
3.3 – Recursos Hídricos 13
3.3.1) Superficiais 13
3.3.2) Subterrâneos 13
3.4 – Solos 13
3.5 – Condições Oceanográficas 14
3.5.1 Ondas 14
3.5.2 ) Marés 16
3.5.3) Ventos 17
3.6 – Geologia 17
3.7 – Geomorfologia 25
Capítulo 4 – AMBIENTE PRAIAL 29
4.1 – Definição e limites da praia 29
4.2 – Classificação morfodinâmica das praias 31
4.3 – Avaliação dos perfis morfodinâmicos das praias da Ilha de Itamaracá 33
4.4 – Morfodinâmica praial – Variações de curto prazo 34
4.4.1 – Análise dos perfis morfodinâmicos da Ilha de Itamaracá 37
4.4.1.1 – Praia Forte Orange 37
4.4.1.2 – Praia São Paulo 42
4.4.1.3 – Praia Forno da Cal 45
4.4.1.4 – Praia Bairro Novo 49
4.4.1.5 – Praia do Pilar 53
4.4.1.6 – Praia de Jaguaribe 58
xii
4.4.1.7 – Praia do Sossego 62
4.4.1.8 – Praia Enseada dos Golfinhos 66
4.4.1.9 – Praia do Fortim 69
4.5 – Sedimentologia 77
4.5.1 – Caracterização sedimentológica da Ilha de Itamaracá 78
4.5.1.1 – Análise Granulométrica 80
4.5.1.2 – Diâmetro Médio 81
4.5.1.3 – Desvio Padrão (grau de seleção) 82
4.5.1.4 – Assimetria 82
4.5.1.5 – Curtose 84
4.5.1.6 – Relação entre os parâmetros estatísticos 85
4.5.2 – Morfologia, textura superficial e composição dos sedimentos 86
4.5.2.1 – Arredondamento 87
4.5.2.2 – Esfericidade 88
4.5.2.3 – Textura superficial 90
4.5.2.4 – Composição dos grãos 91
Capítulo 5 – VULNERABILIDADE À EROSÃO 95
5.1 – Aspectos Gerais 95
5.2 – Vulnerabilidade do litoral leste da Ilha de Itamaracá 96
5.2.1 – Setor 1 97
5.2.2 – Setor 2 100
5.2.3 – Setor 3 102
5.2.4 – Setor 4 104
xiii
5.2.5 – Setor 5 105
5.2.6 – Setor 6 107
5.2.7 – Setor 7 108
5.2.8 – Setor 8 111
5.2.9 – Setor 9 113
5.2.10 – Setor 10 114
Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122
ANEXOS
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Mapa de localização da área de estudo 5
Figura 02 – Fluxograma do método utilizado para análise granulométrica (Anexo II)
Figura 03 – Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco 14
Figura 0 4 – Mapa de geologia do litoral norte de Pernambuco 18
Figura 05 – Diagrama do perfil de praia segundo Albino (1999) adaptado de Davis
(1985) 30
Figura 06 – Característica morfológicas dos estados de praia, em perfil e em planta
(Whright & Short, 1984) 33
Figura 06a – Mapa de localização dos perfis de praia 36
Figura 07a – Perfil praial na Praia do Forte Orange 40
Figura 07b – Perfil praia na Praia Forte Orange 41
Figura 08 – Variação de volume de sedimentos na Praia Forte Orange 42
Figura 09 – Perfil praial na Praia São Paulo 44
Figura 10 – Variação de volume de sedimentos na Praia São Paulo 45
Figura 11a – Perfil praial na Praia Forno da Cal 47
Figura 11b – Perfil praial na Praia Forno da Cal 48
Figura 12 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Forno da Cal 49
Figura 13a – Perfil praial na praia Bairro Novo 51
Figura 13b – Perfil praial na Praia Bairro Novo 52
Figura 14 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Bairro Novo 53
Figura 15a – Perfil praial na Praia do Pilar 56
Figura 15b – Perfil praial na Praia do Pilar 57
Figura 16 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Pilar 58
Figura 17a – Perfil praial na Praia de Jaguaribe 60
Figura 17b – Perfil praial na Praia de Jaguaribe 61
xv
Figura 18 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Jaguaribe 62
Figura 19a – Perfil praial na Praia do Sossego 64
Figura 19b – Perfil praial na Praia do Sossego 65
Figura 20 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Sossego 65
Figura 21 – Perfil praial na Praia de Enseada dos Golfinhos 68
Figura 22 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Enseada dos Golfinhos 68
Figura 23 – Perfil praial na praia do Fortim 71
Figura 24 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Fortim 71
Figura 25 – Volume depositado nas praias da área 73
Figura 26 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forte Orange 73
Figura 27 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forno da Cal 73
Figura 28 – Variação de aporte sedimentar na Praia Bairro Novo 74
Figura 29 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Pilar 74
Figura 30 – Variação de aporte sedimentar na Praia de Jaguaribe 74
Figura 31 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Sossego 74
Figura 32 – Área da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz 75
Figura 33 – Migração de barra arenosa no sentido sul-norte 76
Figura 34 – Retenção de material sedimentar formando bancos arenosos 76
Figura 35 – Mapa de localização dos pontos de coleta de sedimentos 79
Figura 36 – Diagrama triangular de classificação de sedimentos conforme Shepard (1954).
O ponto azul representa a área onde predominaram as granulometrias das areias 80
Figura 37 – Diagrama triangular da fração areia com os resultados obtidos através da
análise granulométrica das amostras coletadas 80
Figura 38 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia 81
Figura 39 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia 82
xvi
Figura 40 – Distribuição espacial das classes da Assimetria da fração areia 83
Figura 41 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia 85
Figura 42 – Diagrama de dispersão – assimetria /desvio padrão dos sedimentos da área
estudada 86
Figura 43 – Percentual do grau de arredondamento dos grãos da amostra estudada (fração
1� ou 0,5 mm) 88
Figura 44 – Percentual do grau de esfericidade dos grãos da amostra estudada (fração 1�
ou 0,5 mm) 89
Figura 45 – Proporção entre os grãos de quartzo e bioclásticos da amostra total 94
Figura 46 – Localização dos setores de vulnerabilidade 117
Figura 47 – Análise do mapa dos setores de vulnerabilidade 118
xvii
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Foto 01 – Panorâmica do Canal de Santa Cruz 11
Foto 02 – Contato entre o Mangue e a Mata Atlântica 12
Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na Praia do Fortim 19
Foto 04 – Formação Barreiras na Praia São Paulo 20
Foto 05 – Terraço Marinho Pleistocênico 21
Foto 06 – Contato entre o Terraço Pleistocênico e o Holocênico 22
Foto 07 – Terraço Marinho Holocênico na Praia Enseada dos Golfinhos 23
Foto 08 – Manguezal no Canal de Santa Cruz (Barra Orange) 24
Foto 09 – Depósitos praiais visualizadas na Praia de Bairro Novo 24
Foto 10 – Afloramento de calcário da Formação Maria Farinha na foz do rio Jaguaribe,
margem direita (beachrocks) 28
Foto 11 – Localização do perfil 01 – Praia Forte Orange 38
Foto 12 – Panorâmica da Praia Forte Orange 39
Foto 13a – Vista do Forte Orange e da Coroa do Avião. (Gerco – CPRH) 39
Foto 13b – Vista da Coroa do Avião, a partir de Vila Velha 40
Foto 14 – Localização do perfil 01A – Praia São Paulo 43
Fotos 15a e 15b – Vista do esquerdo e direito da Praia São Paulo 44
Foto 16 – Localização do perfil 02 (out/08) – Praia Forno da Cal 46
Foto 17 – Perfil 02 (Silva, 2004) – Praia Forno da Cal 46
Foto 18 – Panorâmica da Praia Forno da Cal no trecho do Iate Clube de Itamaracá 47
Foto 19a – Localização do perfil 03 – Praia do Bairro Novo 50
Foto 19b – Panorâmica do Perfil 03 – Praia do Bairro Novo 51
Foto 20 – Localização do perfil 04 – Praia do Pilar 54
Foto 21 – Panorâmica do perfil 04 – Praia do Pilar (Silva, 2004) 55
Fotos 22abc – Panorâmicas da Praia do Pilar 55
Foto 23 – Localização do perfil 05 – Praia de Jaguaribe 59
xviii
Fotos 24a e 24b – Panorâmica da Praia de Jaguaribe 59
Foto 25 – Localização do perfil 06 – Praia do Sossego 63
Foto 26 – Panorâmica da Praia do Sossego 63
Foto 27 – Localização do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos 66
Foto 28 – Panorâmica do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos 67
Fotos 29a e 29b – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos 67
Foto 30 – Localização do perfil 08 – Praia do Fortim 69
Foto 31 – Panorâmica do perfil 08 – Praia do Fortim 70
Fotos 32a e 32b – Panorâmica da Praia do Fortim e vista para Barra de Catuama 70
Foto 33 – Grãos de quartzo subanguloso a subarredondado 88
Foto 34 – Grãos de quartzo com alta esfericidade 89
Foto 35 – Presença de brilho nos grãos de quartzo 90
Foto 36 – Presença de película de argila nos grãos de quartzo 91
Foto 37 – Presença de variadas proporções de siliciclásticos e bioclásticos 92
Foto 38 – Presença de bioclásticos de cores variadas 93
Foto 39 – Panorâmica da célula 1 na Praia Forte Orange 98
Foto 40 – Panorâmica da célula 2 na Praia Forte Orange 99
Foto 41 – Panorâmica da célula 3 na Praia São Paulo 100
Foto 42 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo 101
Foto 43 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo 102
Foto 44 – Panorâmica da célula 5 na Praia Forno da Cal 103
Foto 45 – Panorâmica do Iate Clube de Itamaracá 103
Foto 46 – Panorâmica da Praia Bairro Novo 104
Foto 47 – Panorâmica das dunas na Praia Bairro Novo 105
xix
Foto 48 – Panorâmica da Praia do Pilar 106
Foto 49 – Panorâmica da Praia do Pilar 106
Foto 50 – Panorâmica da Praia do Pilar 107
Foto 51 – Panorâmica da Praia do Pilar 108
Foto 52 –Vista da Praia de Jaguaribe 109
Foto 53 – Panorâmica da Praia de Jaguaribe 109
Foto 54 – Panorâmica da Praia do Sossego 110
Foto 55 – Panorâmica da Praia do Sossego 111
Foto 56 – Trecho sul de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego 112
Foto 57 – Trecho norte de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego 112
Foto 58 – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos 113
Foto 59 – Panorâmica da Praia do Fortim 114
Foto 60 – Panorâmica da Praia do Fortim onde as edificações possuem estruturas de
contenção da erosão 115
Foto 61 – Detalhe dos tipos de estruturas de contenção da erosão – Praia do Fortim 115
Foto 62 – Panorâmica do Pontal da Ilha 116
xx
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 01 – Perfil 01 (Praia Forte Orange) 41
Tabela 01A – Perfil 01 (Praia Forte Orange) 42
Tabela 02 – Perfil 01A (Praia São Paulo) 45
Tabela 03 – Perfil 02 (Praia Forno da Cal) 48
Tabela 03A – Perfil 02 (Praia Forno da Cal) 49
Tabela 04 – Perfil 03 (Praia Bairro Novo) 52
Tabela 04A – Perfil 03 (Praia Bairro Novo) 53
Tabela 05 – Perfil 04 (Praia do Pilar) 56
Tabela 05A – Perfil 04 (Praia do Pilar) 57
Tabela 06 – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe) 60
Tabela 06A – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe) 61
Tabela 07 – Perfil 06 (Praia do Sossego) 64
Tabela 07A – Perfil 06 (Praia do Sossego) 65
Tabela 08 – Perfil 07 (Praia Enseada dos Golfinhos) 68
Tabela 09 – Perfil 08 (Praia do Fotim) 71
Tabela 10 – Balanço sedimentar entre os anos de 2004 e 2008 72
As tabelas seguintes são referentes aos dados primários e encontram-se nos anexos
Tabela 11 – Distribuição das classes texturais segundo Folk & Ward (1957)
Tabela 12 – Dados com coordenadas e parãmetros estatísticos
Tabela 13 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fraçao areia (total de 30 amostras)
Tabela 14 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fraçao areia (total de 30
amostras)
Tabela 15 – Distribuição espacial das classes de Assimetria da fração areia
xxi
Tabela 16 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia
As demais tabelas referem-se aos dados sobre os perfis de praia e levantamento
morfodinâmico realizado.
Quadro 01 – Parâmetros para categorizar os segmentos de costa 96
1
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Aspectos Gerais
Apesar de o Brasil possuir uma extensa faixa costeira, durante muito tempo o mar
foi considerado como o lugar de despejo dos dejetos domésticos. Remotamente, eram os rios
os principais responsáveis pelo lazer urbano. Somente a partir da década de 1950 é que o mar
torna-se atrativo, principalmente por questões de saúde. Daí então, a procura dessa zona em
busca de cura para vários males, depois para veraneio e, finalmente, para residência, conferiu
um novo modelo ao tipo de ocupação e uso desses espaços, incorporando-lhes um valor que,
atualmente, ultrapassa a realidade local. Assim, o homem urbano vai, cada vez mais, se
introduzindo ou penetrando em pequenas comunidades praieiras, modificando o seu espaço
físico e social. Porém, essa ocupação tem ocorrido, na maioria das vezes, desordenadamente,
desrespeitando os limites ou imposições da natureza, contribuindo para o desencadeamento de
uma série de problemas decorrentes da própria dinâmica do ambiente costeiro.
Historicamente, os maiores centros urbanos brasileiros foram edificados na zona
litorânea. Atualmente, é esta área a mais densamente ocupada, porém de forma desordenada,
o que acarreta vários problemas de natureza socioeconômica e geoambiental.
Quando o homem avança sobre o domínio da ação do mar, a reação é, muitas vezes,
violenta. A morfodinâmica da linha de costa é um fenômeno constante, cujo propósito é a
busca do equilíbrio entre a entrada e a saída de aporte sedimentar. Assim, quando a linha de
costa recua em direção ao continente, ocorre a erosão; quando avança mar adentro, ocorre
sedimentação. O fenômeno da erosão resulta, essencialmente, desse conflito entre o processo
natural e a atuação antrópica. Esse fenômeno não implica necessariamente a destruição da
praia arenosa; simplesmente, ela recua continente adentro durante esse processo. Os principais
estudos realizados na zona costeira do Brasil indicam que os principais casos de erosão são
explicados por:
a) padrões de dispersão e transporte de sedimento na zona costeira e
b) intervenções humanas, tais como obras de engenharia ou formas de uso e ocupação
inadequadas do solo.
A zona litorânea é caracterizada como uma das feições mais dinâmicas do planeta. A
linha de costa varia, é modelada e remodelada em várias escalas temporais como resultado do
balanço de sedimento e a variação do nível do mar, intrinsecamente relacionados à dinâmica
costeira e/ou às atividades e intervenções antrópicas (obras de engenharia, represamento dos
2
rios, dragagem etc.) Localizada na estreita faixa de contato da terra com o mar, é uma região
de intensa entrada de energia e, consequentemente, é caracterizada por frequentes mudanças
morfológicas que contribuem para dissipar a energia incidente protegendo a terra contra a
ação erosiva do mar (Brown, 1999). Quando, nesse ambiente, o processo de transporte de
sedimento é alterado por destruição da vegetação e construção de edificações, o resultado é o
desequilíbrio do balanço sedimentar e, consequentemente, da estabilidade da linha de costa,
gerando riscos potencialmente elevados de perdas por erosão (Muehe, 2001).
Assim, tanto para o estabelecimento de uma zona de proteção litorânea contra
fenômenos erosivos, quanto de ações voltadas para a preservação da paisagem, Muehe (2001)
apresentou limites mínimos, englobando a zona marinha e terrestre. Os critérios adotados
consideraram o alcance do processo morfodinâmico atual, a tendência erosiva baseada em
taxas de erosão anual e o efeito de elevação do nível relativo do mar.
O critério morfodinâmico considera a capacidade de mobilização dos sedimentos do
fundo marinho por ação das ondas, seu deslocamento ao longo de um perfil perpendicular à
costa e a resposta morfológica da porção emersa do litoral aos critérios de erosão, transporte e
acumulação resultantes desse processo sedimentar. Entretanto, a amplitude dessas respostas
depende do grau de exposição do segmento costeiro, ou seja, se é uma praia exposta, semi-
exposta ou protegida.
O estado de Pernambuco destaca-se pela história de ocupação do seu território, a
partir do litoral, desde o período colonial. Sua faixa costeira se estende por apenas 187 km, de
caráter predominantemente transgressivo e entrecortado por vários rios formando estuários.
O rápido crescimento pelo qual tem passado o litoral norte de Pernambuco tem
como consequência as alterações no comportamento dos agentes naturais que controlam o
frágil equilíbrio da zona costeira. Atualmente, esta porção do litoral pernambucano encontra-
se bastante alterada do ponto de vista do processo de uso e ocupação do seu solo,
apresentando características bem diferenciadas no trecho da Ilha de Itamaracá, onde é notória
a expansão urbana de todo o trecho de praia de uma forma desordenada, avançando sobre a
área de domínio da pós-praia (faixa situada acima da preamar e somente atingida por ondas de
marés excepcionais), área de domínio dos Terraços Marinhos. Nessa área, encontram-se
núcleos ou vilas de pescadores, casas de veraneio, condomínios de luxo, coexistindo
conflituosamente devido a interesses específicos.
3
1.2 – Objetivos
Geral:
Foi propósito da pesquisa, realizar um estudo que permitisse identificar e analisar as
diversas formas de atuação dos processos hidrodinâmicos e morfodinâmicos do litoral leste da
Ilha de Itamaracá, correlacionando-os com o grau de ocupação urbana e de sua
vulnerabilidade à erosão, bem como apontar implicações ambientais decorrentes de tais
processos erosivos e sugerir possíveis medidas para mitigar o problema.
Específicos:
- Monitorar e analisar perfis morfodinâmicos em 2008 e correlacionar com os dados de
2004;
- Fazer análise sedimentológica de sedimentos do estirâncio médio;
- Identificar os processos erosivos atuantes nas praias do litoral leste da Ilha de
Itamaracá;
- Com base em parâmetros específicos, elaborar um mapa de vulnerabilidade à erosão e
- Sugerir medidas de mitigação para os problemas decorrentes da ação erosiva
1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica
Para subsidiar teoricamente o estudo, fez-se necessária uma revisão bibliográfica
sobre a temática a ser abordada. Dentre os textos que deu suporte teórico destacam-se:
- Geologia do Quaternário Costeiro do Estado de Pernambuco (Dominguez et al., 1990);
- Processos Costeiros Condicionantes do Litoral Brasileiro (Tessler & Goya, 2005);
- Critérios Morfodinâmicos para o Estabelecimento de Limites da Orla Costeira para fins de
Gerenciamento (Muehe, 2001);
- Tópicos de Geociências para o Desenvolvimento Sustentável: as regiões litorâneas (Suguio,
2003);
- Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro / Pernambuco (Manso et al., 2006);
- A Análise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos (Dias, 2004);
- Introdução à Sedimentologia (Suguio, 1973);
- Análise da Ocupação Urbana das Praias de Pernambuco, Brasil (Araújo et al., 2007);
4
- Aspectos Físicos das Dinâmicas de Ambientes Costeiros, seus Usos e Conflitos (Angulo,
2004);
- The Problem of Critically Eroded Areas (CEA): Na Evaluation of Florida Beaches ( Esteves
& Finkl, 1998), entre outros.
Para melhor entender as ações desenvolvidas para a zona costeira, em nível nacional
e estadual, buscou-se conhecer os principais programas e projetos voltados para essa área, tal
como o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (MMA, 1988), o Projeto Orla – PE
(CPRH) e o Projeto Monitoramento Ambiental Integrado – MAI (UFPE e CPRH).
Os trabalhos que relatam aspectos históricos da Ilha de Itamaracá são:
- LOPES (1987) - História e Segredos de uma “Ilha” (Itamaracá)
- MOTA (1985) - Itamaracá (o antigo e o moderno) uma análise sócio- econômica da história
da ilha pernambucana e
- RODRIGUES (1972) - História de Itamaracá.
Os trabalhos que relatam aspectos físicos e ambientais da ilha são:
- LIRA (1975). Geologia do Canal de Santa. Cruz e praia submarina adjacente a. Ilha de
Itamaracá – PE;
As teses e dissertações sobre a Ilha de Itamaracá utilizadas como referências foram:
- MAGNO (1987) – Carta Geomorfológica da Ilha.
- ASSIS (2000) – A difusão do Turismo de segunda residência nas paisagens insulares: um
estudo sobre o litoral sul da Ilha de Itamaracá – PE.
Os trabalhos que relatam pesquisas feitas sobre o Canal de Santa Cruz são:
- SILVA (2001) – Estudo Socioambiental na margem urbana do Canal de Santa Cruz-
Itapissuna, Pernambuco – Brasil.
- SILVA (2004) - Sedimentologia do Canal de Santa Cruz - Ilha de Itamaracá (2004 e 2008)
- QUINAMO (2006) – Pesca Artesanal e Meio Ambiente em áreas de manguezais no
complexo estuarino – costeiro de Itamaracá, Pernambuco: o caso de Itapissuma.
5
Os trabalhos que tratam sobre questões de gestão, meio ambiente, turismo e
morfodinâmica da Ilha são:
- MARTINS 1997) – Caracterização Morfológica e Vulnerabilidade do Litoral da Ilha de
Itamaracá- PE.
- MORAIS (2000) – Utilização do Grau de Desenvolvimento Urbano (GDU) como
Instrumento de Gestão Ambiental: o uso e ocupação da zona costeira da Ilha de Itamaracá
- SILVA (2005) – Relações entre dinâmica costeira e a meio fauna dos sedimentos praias do
litoral da Ilha de Itamaracá – PE.
1.3 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa
A Ilha de Itamaracá está localizada no litoral norte de Pernambuco, a cerca de 50 km
do Recife, entre os paralelos 7º41’35” e 7º48’51” de latitude sul e os meridianos 34º49’21” e
34º53’17” de longitude oeste, compreendendo uma área total em torno de 84km². (figura 01)
Limita-se ao leste com o Oceano Atlântico, ao Norte, Sul e Oeste, com o Canal de
Santa Cruz. Os estuários a nordeste e sudeste separam a ilha dos municípios de Goiana,
Igarassu e Itapissuma. Devido à sua importância histórica e beleza natural, vem sendo alvo de
interesse turístico e ocupação desenfreada desde a década de 1970.
Figura 01 – Mapa de localização da área. (Morais 2000)
6
CAPÍTULO 2 – MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica
Foram feitas várias viagens à área na qual se pretendia trabalhar, visando definir o
objeto de estudo. Inicialmente, pretendia-se trabalhar na Ilha de Itamaracá, no trecho que vai
do rio Jaguaribe até a praia de Catuama, no município de Goiana. Entretanto, por questões
logísticas, preferiu-se restringir os trabalhos à Ilha, considerando, porém, todo o seu litoral.
Para proceder ao estudo, utilizou-se a análise da vulnerabilidade com base nos parâmetros
adotados por Esteves & Finkl (1998).
A revisão bibliográfica foi feita, inicialmente, no banco de teses e dissertações já
desenvolvidas sobre a Ilha de Itamaracá, de caráter geoambiental, no âmbito da pós-
graduação da UFPE. Posteriormente, buscaram-se textos e obras que tratassem das temáticas
que seriam tratadas na pesquisa.
Como carta-base, utilizou-se a carta topográfica da Sudene na escala 1.100.000
Posteriormente, confeccionaram-se mapas em AutoCad tendo como referência a carta da
Sudene ( 1974 ).
2.2 – Procedimentos
2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos
Para se ter uma referência dos tipos de sedimento constituintes da faixa litorânea da
Ilha, foram feitas duas visitas ao campo, nos meses de abril e julho de 2008, para coleta de
sedimento num total de 30 amostras colhidas na faixa de praia ou estirâncio durante a maré de
sizígia. Essas foram sempre coletadas a cada mil metros, partindo da desembocadura sul do
Canal de Santa Cruz (Forte Orange), até a desembocadura norte (Barra de Catuama). Os
pontos de coleta foram georreferenciados pelo Sistema de Posicionamento Global – GPS
(modelo Garmin 12).
2.2.2 – Tratamento das amostras
As amostras coletadas foram submetidas a estudos granulométricos no Laboratório
de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) do Departamento de Engenharia de Minas da
7
UFPE. Todas as amostras foram submetidas às seguintes etapas laboratoriais (Figura 02 do
anexo II )
a) pré-secagem a temperatura ambiente;
b) secagem à temperatura de 60ºC em estufa;
c) quarteamento manual e pesagem de 100g em balança semianalítica, com erro
aproximado de 0,050g. Parte da amostra foi reservada como contra-amostra, para eventual
erro de processamento;
d) após a primeira pesagem, foi feito o peneiramento úmido em água corrente para a
primeira separação das frações granulométricas. Nesse processo, utilizam-se duas peneiras,
sendo uma com abertura de malha de 2mm e outra com 0.063mm. As partículas que ficam
retidas na primeira peneira são as do tamanho de cascalho, as que ficam na peneira de
abertura 0,063mm são as areias, e as que passarem são menores do que 0,063, portanto silte
e/ou argila que, para este estudo, não foram consideradas;
e) Após a lavagem, as areias e cascalhos foram colocados para secar na estufa em
beckeres a uma temperatura de 60º;
f) Após a secagem, as amostras foram novamente pesadas, separando-se as frações
cascalho e areia; essas foram colocadas num jogo de peneiras com aberturas de 1,00mm,
0,500mm, 0,250mm e 0,125mm e um fundo onde são retidas as partículas entre 0,125mm e
0,063mm. As amostras são agitadas durante 10 minutos. As partículas retidas correspondem
às frações areia muito grossa (acima de 1,00mm), areia grossa (entre 1,00 e 0,500mm), areia
média (entre 0,500 e 0,250mm), areia fina ( entre 0,250 e 0,125mm ) e areia muito fina (entre
0,125 e 0,063mm);
g) Separadas as frações areia, pesa-se cada um delas acondicionando-as, devidamente
identificadas, em sacos plásticos.
2.2.3 – Tratamento dos dados.
De posse das informações referentes às frações areia, introduziram-se os dados no
programa Anased (UFCE), que se encarrega de tratá-los, gerando uma tabela contendo todos
os parâmetros estatísticos (média, mediana, desvio padrão, assimetria e curtose), tendo como
referência a classificação de Folk & Ward (1975). Com base nesses parâmetros, geraram-se
planilhas e gráficos do tipo diagrama triangular e histograma.
8
2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia
Foram selecionadas 15 amostras referentes à segunda coleta realizada no mês de
julho de 2008 dentre as quais consideraram-se para análise morfoscópica e composicional as
frações de 0,500mm. Para cada fração, efetivou-se a separação de 100 grãos com fins de
cálculos percentuais das proporções dos minerais compostos na fração. Para melhor
visualização e contagem na lupa binocular dividiu-se a fração em montículos. Com o auxílio
da lupa identificaram-se os siliciclastos e bioclastos. Para os demais, atribuiu-se a categoria
outros. Identificadas as categorias, elaborou-se a tabela com os parâmetros de
arredondamento, esfericidade, textura superficial e composição. Com essas informações
procedeu-se ao cálculo das proporções (%) existentes de siliciclastos e bioclastos na fração, e
definiu-se a representação gráfica. Finalmente, foram selecionadas as amostras mais
representativas para o registro fotográfico.
2.2.5 – Levantamento de perfis de praia
Para avaliar o aporte de sedimentos e a variação da linha de costa no litoral da Ilha
de Itamaracá, foram reconsiderados os seis perfis já anteriormente feitos por Silva (2005) e as
suas respectivas referências de níveis ou pontos de referência de cota (RNs) e acrescidos mais
três e novas RNs, totalizando nove perfis. Os equipamentos utilizados foram: um nível
Pentax com tripé, GPS (Garmin 12), régua de seis metros, trena e em torno de dez estacas de
ferro.
Os levantamentos dos perfis de praia foram realizados nos meses de abril, julho e
outubro de 2008, sempre durante as marés de sizígia, conforme especificados a seguir:
Perfil 01 – Praia Forte Orange [(25M) 0297122 E e 9136148 N (UTM))]
Perfil 01a – Praia São Paulo [(25M) 0297432 E e 9138376 N (UTM)]
Perfil 02 – Praia Forno da Cal [(25M) 0297959 E e 9140259 N (UTM)]
Perfil 03 – Praia Bairro Novo [(25M) 0298448 E e 9141759 N (UTM)]
Perfil 04 – Praia do Pilar [(25M) 0298790 E e 9144033 N (UTM)]
Perfil 05 – Praia de Jaguaribe [(25M) 0298542 E e 9145369 N (UTM)]
Perfil 06 – Praia do Sossego [(25M) 0297957 E e 9146294 N (UTM)]
Perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos [(25M) 0297848 E e 9147857 N (UTM)]
Perfil 08 – Praia do Fortim [(25M) 0297596 E e 9148742 N (UTM)]
9
Após as três idas ao campo e efetuadas todas as leituras e calculadas as distâncias,
foram feitos os cálculos das cotas absolutas, colocados em planilhas do programa Grapher 4
que gerou os respectivos gráficos para todos os perfis. Os cálculos dos volumes foram feitos
no programa Surfer 8 e, posteriormente, colocados em planilha do Excel, gerando os
respectivos gráficos.
2.2.6 – Análise da vulnerabilidade à erosão
Para se definir o potencial à vulnerabilidade, percorreu-se todo o litoral leste da Ilha
a fim de identificar todos os parâmetros constantes de uma ficha adotada pelo LGGM (anexa).
Considerando a morfologia da linha de costa e as diferentes variáveis, foram
identificados 10 setores em todo o litoral leste da Ilha (aproximadamente 16km) partindo da
praia do Forte Orange (desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Barra de Orange) até a
praia do Pontal da Ilha (desembocadura norte do Canal de Santa Cruz (Barra de Catuama).
Foi feito o levantamento fotográfico dos setores.
Partindo-se dos 10 setores identificados, dividiu-os em células, de acordo com as
características particulares de cada trecho da praia.
Setor 1: composto pelas células 1, 2 e 3, referentes à praia do Forte Orange e trecho sul da
praia de São Paulo.
Setor 2: composto pela célula 4 que corresponde ao trecho norte da praia de São Paulo e à
praia de Forno da Cal.
Setor 3: composto pela célula 5 que corresponde ao trecho do Iate Clube de Itamaracá.
Setor 4: composto apenas pela célula 6 que corresponde à praia do Bairro Novo e trecho sul
da praia do Pilar.
Setor 5: composto pela célula 7 que corresponde ao trecho da praia do Pilar onde as
edificações estão situadas na pós-praia e avançam para o estirâncio
Setor 6: composto pela célula 8 que corresponde ao trecho norte da praia do Pilar.
Setor 7: composto pelas células 9 e 10 que correspondem à praia de Jaguaribe e trecho sul da
praia do Sossego.
Setor 8: composto pela célula 11 que corresponde ao trecho norte da praia do Sossego, na área
onde existe um conjunto de quatro casas edificadas sobre a pós-praia e avançam para o
estirâncio.
10
Setor 9: composto pela célula 12 que corresponde ao trecho sul da praia Enseada dos
Golfinhos.
Setor 10: composto pelas células 13, 14 e 15 que corresponde ao trecho norte da praia
Enseada dos Golfinhos e as praias do Fortim e do Pontal da Ilha.
Essas informações permitiram traçar o mapa de vulnerabilidade, considerando, como
ponto de referência, os parâmetros adotados por Esteves e Finkl (1998), relativos ao grau de
desenvolvimento urbano, variação de linha de costa, medidas de proteção da costa e
sedimentologia da praia.
11
CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO
3.1 – Condições Climáticas
Segundo a classificação de W. Köppen o clima da área é do tipo As’ ou pseudo
tropical, quente e úmido com chuva de outono-inverno derivadas da Frente Polar Atlântica.
As temperaturas médias anuais oscilam em torno dos 24º nos meses de julho a agosto (menos
quentes) e 27º nos meses de novembro a fevereiro (mais quentes). Quanto à precipitação
pluviométrica anual da área, esta varia de 1610,7mm a 2000mm. Os ventos que sobram no
litoral pernambucano têm direção geral de Sudeste.
3.2 – Cobertura Vegetal
A cobertura vegetal do Litoral Norte de Pernambuco está associada às condições de
solo e clima e ação das marés.
Na zona litorânea, nos terrenos submetidos à influência constante das marés,
desenvolve-se a vegetação de mangue, destacando-se as espécies mais comuns, a exemplo do
vermelho (Rhizophora Mangle), o branco (Laguncularia Racemosa) e o mangue siriúba
(Avicennia), além de espécies menos freqüentes, como o mangue de botão (Conocarpus
Erectus), a samambaia do mangue (Acrostichum Aureum), o junco (Eleocharis), a tiririca
(Scleria Bracteata), entre outros. Os manguezais mais extensos desta área localizam-se nos
municípios de Goiana, Itapissuma, Igarassu e Itamaracá, margeando os rios Goiana, Megaó,
Itapessoca e o Canal de Santa Cruz (Fotos 01 e 02).
Foto 01 - Panorâmica do Canal de Santa Cruz vista a partir de Vila Velha
12
Foto 02 – Contato do Mangue com a Mata Atlântica (Quinamo, 2006)
Na porção situada nos Terraços Marinhos Holocênicos, a vegetação é composta por
espécies herbáceas, bastante degradada pela ocupação antrópica, reduzindo-se a estreita faixa
descontínua ao longo da costa.
Na faixa correspondente aos Terraços Marinhos Pleistocênicos que não foram ainda
degradados pela ocupação antrópica encontra-se vestígios da vegetação de restinga,
destacando-se o cajueiro e a mangabeira, ainda bastante representativa no trecho da praia do
Sossego e Enseada dos Golfinhos. Nas demais áreas, esta vegetação foi substituída por
plantações de coco e/ou edificações.
Nas áreas de tabuleiros da Formação Barreiras encontram-se testemunhos da Mata
Atlântica. Em função do relevo plano, esta área tem uma ocupação histórica com a cana-de-
açúcar. Com a preocupação de garantir a preservação do que ainda resta deste patrimônio
natural do Litoral Norte de Pernambuco, foi criada em 1995, pelo governo federal, a Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica, incorporando os municípios de Igarassu, Itapissuma e
Itamaracá.
13
3.3 – Recursos Hídricos
3.3.1 - Superficiais
A Ilha de Itamaracá possui uma única bacia hidrográfica com cerca de 730 km2, cujo
dreno principal é o rio Jaguaribe com aproximadamente 9 km de extensão e 212 ha de área
estuarina (Fidem, 1987). O Jaguaribe é perene e segue a direção Sudoeste-Nordeste. Ao sul
encontra-se o rio Paripe. Contornando toda a Ilha, separando-a do continente e possibilitando
a entrada das águas oceânicas, encontra-se o Canal de Santa Cruz, braço de mar de 22 km de
extensão aproximadamente, largura máxima de 1,5 km e com uma área estuarina de cerca de
5.292ha. Essa rede de drenagem fluvial da Ilha de Itamaracá, no inverno, contribui com uma
descarga média total de 55,9m 3/s e no verão de 0,8m3/s.
3.3.2 – Subterrâneos
Os aquíferos existentes na área são enquadrados nos domínios hidrogeológicos da
Bacia Sedimentar Paraíba e do Embasamento Cristalino. A Bacia Paraíba, no estado de
Pernambuco, localiza-se na parte norte da zona costeira, estendendo-se do município de
Olinda em direção ao estado da Paraíba. Sua extensão está na ordem de 750km2. O domínio
da Bacia Paraíba é constituído por aquíferos dotados de porosidade e permeabilidade boas a
regulares. Ali se encontra o Aquífero Beberibe considerado o mais importante. Porém o
domínio do Embasamento Cristalino constitui um aquífero fissural característico de rochas
cristalinas fraturadas, com porosidade e permeabilidade baixas.
Nessa área, as águas subterrâneas vêm sendo explotadas há mais de 50 anos.
Entretanto, nas três últimas décadas (1980 e 2000), com a expansão urbana e o crescimento
populacional decorrente, a demanda por água potável aumentou causando um déficit, suprido
através da perfuração de poços artesianos e poços rasos.
3.4 – Solos
Os principais tipos de solo da Ilha de Itamaracá são: podzólicos amarelo, podzóis
hidromóficos, solos de mangues, areias quartzosas marinhas e gleissolos (Embrapa, 2003).
Esses solos refletem a relação entre o clima, às unidades litoestratigráficas e os componentes
biológicos. Nas praias, os solos apresentam granulometria maior e maior seletividade em seus
14
grãos, são de baixa fertilidade natural e se mantêm sempre enxutos devido à sua baixa
capacidade de reter água (Figura 03).
Figura 03 - Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco (CPRH)
3.5 – Condições Oceanográficas
3.5.1 - Ondas
As ondas geradas pelo vento são umas das principais fontes de energia que
governam as mudanças da praia. Quando uma onda quebra, dependendo da inclinação da
praia, alguma energia pode voltar para o mar (quanto menor for o ângulo de inclinação da
praia, menor será a energia refletida), mas boa parte é dissipada. Uma parte dessa energia
contribui para fraturar rochas e minerais transformando-os em partículas menores, mas a
maior parte da energia será para movimentar sedimentos e aumentar a altura e,
consequentemente, a energia potencial da forma da praia (Brown, 1999).
15
Os processos que causam mudanças morfológicas na costa são os de transporte de
sedimentos. Essas mudanças ocorrerão indefinidamente até que, eventualmente, a entrada de
energia seja dissipada sem qualquer transporte de sedimento (Peyhick, 1986). Portanto,
mudanças na morfologia ocorrem sempre que ocorre uma mudança na entrada de energia e a
função da zona costeira é de, justamente, dissipar esta energia.
As correntes longitudinais (longshore currents) são correntes paralelas à costa que
transportam sedimentos colocados em suspensão pelas ondas incidentes, potencialmente
podendo movê-los ao longo de vários quilômetros através do processo de meso-escala
temporal conhecido deriva litorânea (litoral drift). Tipicamente, estas correntes crescem em
intensidade da costa em direção ao mar, atingindo um máximo aproximadamente no meio da
zona de surfe, a partir de onde passam a decrescer. Em praias interrompidas por obstáculos
naturais ou artificiais os efeitos da deriva litorânea são visivelmente notados, embora sejam
igualmente importantes para o balanço de sedimentos de praias não interrompidas. Já em
praias semi-fechadas como as praias de bolso, a deriva litorânea tende a ser fraca em
comparação ao transporte normal à costa.
A direção da corrente longitudinal está associada com a direção dos ventos que são
responsáveis pelo clima de ondas na região. Assim foi verificado por Bittencourt et al (2000)
em seus estudos na costa da Bahia. Eles constataram que a deriva para sul produzida pelas
ondas vindas de NE associadas aos ventos alísios, por serem as mais freqüentes, forneciam
grande influência sobre a dispersão de sedimento nesta região. Entretanto, regularmente, a
deriva litorânea mostrou uma direção prevalecente de sul para norte, que estava relacionada
com o avanço da Frente Polar Atlântica que é responsável pelas ondas vindas de S e SE. Os
autores também verificaram que a dispersão do sedimento ao longo da costa da Bahia era
também regulada pela orientação do litoral. A deriva litorânea era mais forte em alguns
trechos onde a direção da linha de costa favorecia a chegada das ondas formando expressivos
ângulos de incidência.
As correntes de retorno (rips currents) são caracterizadas por fluxos estreitos,
posicionados normal ou obliquamente em relação à costa, que atravessam a zona de surfe em
direção ao mar. Sua origem pode estar associada às correntes longitudinais convergentes nas
proximidades da praia e tendem a desaparecer logo após a zona de surfe em direção ao mar,
formando células de circulação e, como é mais comumente aceito, são originadas pelas
variações longitudinais na altura da arrebentação que, por sua vez, são produzidas pelas ondas
de borda (edge waves). Diferentemente das ondas incidentes, essas são ondas estacionárias
por formarem alternadamente uma crista e uma cava em pontos fixos, os anti-nós, e, entre
16
esses pontos, os nós, pontos onde a superfície da água se mantém em nível constante. Os
fluxos longitudinais à praia desenvolver-se-ão a partir dos pontos de maior elevação da
superfície média (os anti-nós) em direção àqueles de menor elevação (os nós), para os quais
devem convergir e formar as correntes de retorno propriamente ditas (Pethick, 1986).
A presença dessas correntes pode ser notada pelas variações topografias rítmicas
sobre a face da praia, denominadas cúspides. A intensidade, o tamanho e o espaçamento das
correntes de retorno e, conseqüentemente das cúspides, variam em função do clima de onda
incidente. Ondas altas produzem correntes fortes e pouco espaçadas, enquanto ondas mais
baixas produzem correntes numerosas, porém, fracas (Davis, 1985).
Assim como as correntes longitudinais, as correntes de retorno são efetivas no
transporte de sedimentos e desempenham um papel importante nas zonas de surfe em que
ocorrem, apesar de não serem necessariamente erosivas (Short, 1985)
O clima de ondas da área caracteriza-se por duas estações anuais bem definidas:
verão, entre os meses de dezembro e abril, e inverno, correspondendo ao período de maio a
novembro.
Apesar de distintas, as estações têm valores médios de altura significativa da onda
(Hs), do período significativo (Tz) e direção bastante próximos. Os valores médios anuais são
os seguintes: direção média anual =115�;Hs = 1,05 m e Tz = 6,5 s.
3.5.2 – Marés
As marés são importantes ondas dos oceanos, e apresentam um movimento de
levantamento e abaixamento rítmico num intervalo de tempo de várias horas. Traduzem-se
por uma oscilação periódica do nível do mar, de período e amplitude variáveis no tempo e no
espaço, causados pela força gravitacional exercida pelo planeta terra, a lua e o sol sobre as
águas oceânicas.
No sistema costeiro a amplitude da maré pode ser a causadora de profundas
modificações no processo de sedimentação do litoral, seja acumulando ou erodindo a zona
costeira.
Hayes (1979) distingue as seguintes classes de marés: micromarés (0.1m); fraca
mesomaré (1-2m); forte mesomaré (2-4m); fraca macromaré (4-5m) e macromré (>5m). As
marés que atuam na costa de Pernambuco são do tipo mesomaré, dominada por ondas e sob
constante ação dos ventos alísios, representando grande influência sobre o ambiente praial e
estuarino. São marés semi-diurnas, representada por um ciclo de preamar e baixa-mar que se
17
repete duas vezes ao dia, com diferenças pequenas de altura e duração entre sucessivas
preamares e baixa-mares.
A maré na Ilha de Itamaracá é do tipo semi-diurna, com período médio de 12 h e 30
minutos, apresentando duas preamares e duas baixamarés por dia. Os valores representativos
da altura da maré são: 2,40m para sizígia máxima; 2,10m para sizígia média; 1,10m para maré
intermediária e 0,70m para quadratura. E devido à presença de barras arenosas e recifes, que
promovem a refração das ondas, fazendo-as chegar às praias com tamanho diminuto, as marés
exercem um papel relevante nas modificações morfológicas e sedimentológicas desta parte do
litoral pernambucano.
3.5.3- Ventos
Os ventos são os grandes responsáveis pela dinâmica costeira, caracterizando-se,
principalmente, pela sua direção (sentido) e velocidade, exercendo um papel importantíssimo
na sedimentação litorânea. Sobre um plano d’água, são responsáveis pela formação das ondas,
contribuindo, também, para a geração das correntes litorâneas.
O transporte de sedimentos que ocorre na zona costeira é influenciado pela ação dos
ventos que incidem sobre ela, podendo produzir depósitos de areia que contribua para o
equilíbrio das praias. Os campos de dunas constituem uma das principais fontes supridoras de
areia para as praias.
A direção predominante dos ventos na área de estudo é de SE, cujas velocidades
máximas estão compreendidas entre 12 e 14 m/s, porém com frequências bastante reduzidas.
A classe de maior frequência pertence ao intervalo de 4 a 6 m/s.
3.6 – Geologia
O Litoral Norte de Pernambuco geologicamente faz parte da Bacia Costeira Paraíba, constitui-
se, na sua maior parte, por depósitos Terciários e Quaternários, e apenas numa faixa estreita a
oeste da área é que aflora o Embasamento Cristalino. Conforme estudos realizados pelo
Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM da UFPE, 1992), que serviu de suporte
para o Diagnóstico Socioambiental do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH, 2001),
identificaram-se seis Formações Geológicas, a saber: Formação Barreiras, Formação
Beberibe, Formação Gramame, Formação Maria Farinha, Embasamento Cristalino e
18
Sedimentos Recentes (terraços marinhos, depósitos aluviais, depósitos flúvio-lagunares,
depósitos de mangue, depósitos de praia e recifes).(Figura 04).
Figura 04 – Mapa da Geologia do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH).
O Embasamento Cristalino, de idade Pré-Cambriana, aflora na porção ocidental da
área. Mergulha suavemente para leste ao longo da Bacia Sedimentar, servindo de substrato
impermeável. É encontrado em profundidades que variam de 20 a 30m na periferia da planície
costeira e até 240m nas proximidades da costa litorânea. Na Ilha de Itamaracá foi encontrado
em profundidade de 401m. É constituído por granitos, gnaisses, migmatitos e xistos e
apresenta-se cortado por falhas transversais. O relevo resultante apresenta-se de forma
mamelonizada com altitude superior a 60m e declividade alta, e recoberto por um espesso
manto de alteração.
19
A Formação Beberibe, datada da transição entre o Cretáceo Médio e Superior,
encontra-se assentada diretamente sobre o Embasamento Cristalino. É a segunda unidade
geológica em extensão da área. Localiza-se na borda continental entre a Formação Barreiras e
os depósitos de Mangue, tem cerca de 25km de extensão e largura média de 3 a 4km,
estendendo-se no sentido norte-sul. O relevo dessa Formação varia de plano a suave
ondulado, com altitudes, em geral inferiores a 30m e baixa declividade. Devido ao seu caráter
aqüífero, é considerada a mais importante reserva de água subterrânea.
A Formação Gramame, de idade Cretáceo Superior, é a terceira em extensão e aflora
na porção oriental da área, à retaguarda dos Terraços Marinhos, dos depósitos de mangue e
dos depósitos aluviais. De origem marinha e caráter fossilífero tem sua deposição associada à
fase de transgressão marinha do Cretáceo Superior. Apresenta duas fácies: uma fosfática
sobreposta diretamente na Formação Beberibe, e uma calcária, constituída por calcários
areno-argilosos e argilosos, sobreposta na fácies anterior. O relevo oriundo desta Formação
apresenta altitude entre 10 e 40m, constituído por colinas com encostas de média e baixa
declividade.
A Formação Maria Farinha (Foto 03), de idade Terciária (Paleoceno-Eoceno)
apresenta-se como uma sequência sedimentar incompleta, típica do início da regressão
marinha. Ocorre em alguns pontos da área. É um calcário de origem marinha, apresenta
elevado teor fossilífero, tem uma espessura máxima de 35m, e encontra-se diretamente
sobreposto na Formação Gramame. Tanto os depósitos da Formação Gramame quanto os da
Formação Marinha Farinha têm sido bastante explorados pela indústria para produção de
cimento e cal, provocando o desmonte do relevo e a degradação ambiental nas áreas de lavra
desse mineral.
Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na praia do Fortim.
20
A Formação Barreiras (Foto 04), idade Terciária (plio-pleistocênica), é a mais
extensa unidade geológica que ocorre nessa porção do litoral de Pernambuco. É constituída
predominantemente por sedimentos argiloarenosos de origem continental cujos depósitos têm
sido removidos para fins de construção civil, levando ao desmonte dos morros, com
desmatamento da vegetação nativa, provocando impactos de natureza socioambiental. O
relevo elaborado sobre esta estrutura é típico de tabuleiros, cuja altitude varia entre 40 e 50m,
próximo à planície costeira e cerca de 160m na porção oeste da área. Por sua característica de
topo plano tem sido, por muito tempo, ocupada por culturas de cana-de-açúcar, granjas,
chácaras e núcleos urbanos.
Foto 04 – Formação Barreiras na praia São Paulo (Quinamo, 2006)
Os Sedimentos Recentes são depósitos quaternários (Pleistoceno-Holoceno)
acumulados na planície costeira, resultantes da interação de vários fatores, tais como: variação
do nível do mar, mudanças climáticas e processos dinâmicos costeiros (CPRH – Recife,
2001).
Os Terraços Marinhos Pleistocênicos (Foto 05) têm sua origem associada às fases de
regressão marinha do Quaternário, o que lhes permitiu o recorte e modelo nos níveis atuais.
Ocorrem geralmente, nas porções mais internas da planície costeira, ora no sopé das
formações mais antigas, ora isolados na própria planície. De uma maneira geral, apresentam-
se descontínuos, de formas distintas, geralmente paralelos à linha de costa, cuja largura varia
entre 0.5 e 2km, e altitude entre 3 e 8m. Outra característica desses terraços é a ausência de
cordões litorâneos na superfície, como consequência direta do retrabalhamento parcial devido
21
à ação eólica e/ou à erosão causada pelos eventos flúvio-marinhos subseqüentes à sua
deposição. São constituídos por areia média, quartzosa, inconsolidada, com grãos
subangulosos, com moderada seleção e em superfície, apresentam coloração branca. Na sua
parte basal, tais depósitos podem exibir coloração marrom ou preta e certa coesão, aspectos
atribuídos à presença de ácidos húmicos e óxido de ferro, resultantes de processos
pedogenéticos atuantes. A existência dessa camada, associada à altitude e à ausência de
cordões litorâneos na superfície, constitui um fator de grande importância para a identificação
dos terraços pleistocênicos.
Como compõem uma área de relevo plano, estão situados na retaguarda das praias,
são densamente povoados, e passam por um intenso processo de urbanização desordenada.
Tal processo tem causado grandes impactos nos recursos naturais dessas áreas, a exemplo do
avanço das edificações sobre a faixa de praia, o aterro dos maceiós e a retirada da cobertura
vegetal primária visando a loteamentos, contaminação dos recursos hídricos superficiais e
subterrâneos causada pelos esgotos e o acúmulo de lixo, salinização dos aquíferos, além da
retirada desenfreada da areia para ser utilizada pela construção civil.
Foto 05 - Terraço Marinho Pleistocênico (nível da estrada) com a Formação Barreiras acima.
Do ponto de vista hídrico, esses depósitos contam com a possibilidade de captar
água subterrânea, visto que o lençol freático está a menos de 10m (aquífero livre).
Apresentam restrições ao uso de agrotóxicos, à instalação de indústrias, lixões e fossas, como
22
medida para evitar a contaminação dos aquíferos rasos. Suas areias brancas são bastante
utilizadas na construção civil.
Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 06) apresentam-se sob a forma de corpos
alongados, mais ou menos contínuos, paralelos à linha da costa, com largura média de 500m.
Na superfície, geralmente ocorrem alinhamentos de cordões litorâneos. Podem conter conchas
de moluscos em bom estado de conservação e apresentam-se ocasionalmente retrabalhados
pela ação eólica.
Os sedimentos que constituem esta feição são classificados como areias médias à
grossas, moderadamente à bem selecionadas, assimetria variando de muito negativa a muito
positiva e platicúrticas, traduzindo flutuações do nível energético do agente de transporte.
Foto 06 – Contato entre o Terraço Marinho Pleistocênico e Holocênico, na praia do Fortim,
verificado pelo desnível do terreno.
Os Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 07) formam áreas susceptíveis à erosão
marinha, na maioria das vezes, como resultado de uma ocupação urbana desordenada.
Representam o grande estoque de areia necessário à manutenção do equilíbrio morfodinâmico
das praias atuais, uma vez que funciona como um anteparo natural na dissipação da energia
das ondas incidentes. Apresentam também a possibilidade de acumulação de água em sub-
superfície, embora sujeito à contaminação por águas salgadas e poluídas.
23
Foto 07 - Terraço Marinho Holocênico na praia de Enseada dos Golfinhos.
Depósitos Fluviais são representados por sedimentos arenoargilosos, de
granulometria variada, como também variada é a forma de seus grãos, que tem como principal
componente o quartzo.
Ocorrem a oeste da Ilha, em depósitos situados ao longo dos principais vales, sendo
o produto da erosão e do transporte fluvial ocorridos nas unidades Pré-Quaternárias, durante
as grandes precipitações pluviométricas.
Atualmente tais depósitos encontram-se sob franca ação de processos pedogenéticos, além de
sofrerem uma forte intervenção antrópica.
Os Depósitos de Mangues (Foto 08) da área estudada classificam-se segundo Lugo
& Snedaker (1974 in: Coutinho e Morais, 1986), como pertencentes ao tipo 1, isto é,
“mangues de margens de rios”, que estão submetidos ao fluxo lateral de água de baixa
salinidade e são extremamente sensíveis às alterações no regime hidrológico. Ocupam toda a
extensão do Canal de Santa Cruz e os estuários que compõem o sistema.
Caracterizam-se como área de grande potencialidade de recursos biológicos, como o
de reprodução de espécies marinhas (berçário ecológico), contêm uma grande variedade de
peixes, crustáceos e moluscos, e propiciam o desenvolvimento da pesca artesanal e da
ostreicultura, bem como apresentam potencial turístico. Destacam-se pela expressiva beleza
da paisagem.
24
Foto 08 – Manguezal do Canal de Santa Cruz na Barra de Orange (Quinamo, 2006)
As Praias – morfologicamente as praias compreendem três setores: antepraia (porção
submersa), praia ou estirâncio (zona situada entre o nível da maré baixa e o da maré alta), e
pós-praia (zona situada acima da preamar e somente atingida por marés excepcionais),
estando as duas últimas separadas por um declive denominado de berma.
Foto 09 - Depósitos praiais visualizados na praia de Bairro Novo.
As areias (Foto 09) formam a estreita faixa da atual zona de praia, que por sua vez
representa a porção mais externa da planície costeira. Esses sedimentos encontram-se
25
depositados entre a linha de baixa-mar e os Terraços Marinhos holocênicos. Apresentam-se
em faixas estreitas, o que dificulta sua representação cartográfica e estão permanentemente
submetidas a ação combinada das ondas, correntes de deriva litorânea e das marés. São
constituídas fundamentalmente por grãos de quartzo, apresentando-se na forma subanguloso à
subarredondado; sua esfericidade varia de baixa à média, com textura superficial do tipo
polida, predominante.
Os componentes bióticos, mais abundantes nos setores de praia e antepraia, são
representados, na sua maioria, pela presença de fragmentos de conchas, algas, carapaças de
foraminíferos, briozoários, fragmentos de corais, espículas, tubos de vermes e gastrópodes.
3.7 – Geomorfologia
As feições geomorfológicas da faixa costeira do estado de Pernambuco apresentam-
se, ao norte, com o predomínio da Superfície dos Tabuleiros e Planície Costeira e, ao sul, há
uma presença marcante do Domínio Colinoso, em substituição, quase completa, da Superfície
dos Tabuleiros. A compartimentação geomorfológica da Ilha de Itamaracá, segundo Magno
(1989), está constituída por: Tabuleiros Costeiros (elaborados durante o Pleistoceno inferior),
Rampas de Colúvio e Planícies Costeiras.
Os Tabuleiros Costeiros, constituídos por sedimentos arenoargilosos da Formação
Barreiras, estão localizados na porção mais interior da ilha, onde os mais altos localizam-se ao
sul e ao centro, com altitudes entre 40 e 100m. Esses compartimentos estão sujeitos a
deslizamentos devido à sua constituição, que absorve água com facilidade e ao clima da área
(tropical quente e úmido). Dessa degradação surgem as Rampas de Colúvio, que se depositam
nos sopés dos tabuleiros, com maior facilidade de deslizamento do terreno.
O Domínio Colinoso, em Itamaracá, ocorre na porção central, na forma de pequenos
morros isolados, estendendo-se para o norte e para o sul, margeando o compartimento
geomorfológico dos Tabuleiros. Está representado pelas formações cretáceas e paleocênicas
Beberibe, Gramame e Maria Farinha.
Uma linha de falésias fósseis marca o limite entre os sedimentos da Formação
Barreiras e a Planície Costeira Quaternária. A Planície Costeira é o resultado do
retrabalhamento dos tabuleiros costeiros, durante as glaciações cenozóicas, apresentando
cotas inferiores a 10m.
Segundo Dominguez (1992 apud Martins, 1997), o modelo de sedimentação
dominante na planície costeira, durante os períodos de nível do mar alto, foi o sistema ilha,
26
barreira/laguna, onde os rios não alcançaram a plataforma e construíram deltas em ambientes
protegidos. Ao contrário, durante o abaixamento do nível do mar, as lagunas e baías tornaram-
se emergentes, a planície costeira progradou através dos cordões litorâneos e os rios
retrabalharam os sedimentos da planície e da plataforma interna favorecendo o avanço da
linha de costa. Representam ambientes de transição entre fenômenos continentais e marinhos.
O norte do litoral pernambucano apresenta uma planície costeira estreita, com linha
de costa de direção S-N, pouco recortada e com a presença expressiva de estuários e
manguezais, particularmente ao longo do Canal de Santa Cruz, em Itamaracá. Apresenta,
ainda, grande desenvolvimento de recifes e de praias arenosas retilíneas, destacando-se a
restinga de Maria Farinha, pouco abaixo do limite sul da ilha. As planícies costeiras estão
divididas em subcompartimentos, de acordo com sua gênese e localização. Em Itamaracá,
foram identificados: Terraços Marinhos Superiores (Pleistocênicos), Terraços Marinhos
Inferiores (Holocênico), Flechas Litorâneas Arenosas, Baixios de Maré, Praias e Recifes.
Os Terraços Marinhos Superiores foram elaborados durante a regressão que sucedeu
o máximo na Penúltima Transgressão Marinha. Situam-se paralelamente à linha de costa,
exibem um topo plano e um rebordo abrupto, e não são atingidos pelas águas oceânicas,
mesmo durante as marés altas. Na Ilha de Itamaracá, localizam-se na margem oceânica da
porção norte da com altitude média entre 6m a 8m.
Os Terraços Marinhos Inferiores, desenvolvidos na última regressão marinha, após
retrabalhamento das reentrâncias do relevo, existentes na Última Transgressão, encontram-se
em toda extensão da Ilha de Itamaracá e têm altitude média de 2 a 3m, estando separados dos
anteriores por pequenos riachos instalados nas cavas, entre alinhamentos e antigos cordões
litorâneos (Martins, 1997).
Esses compartimentos, por não serem atingidos pelas águas oceânicas mesmo
estando próximos ao mar e possuírem uma topografia plana, favorecem a ocupação antrópica,
que é bastante acentuada nessa área, tanto para moradia como para lazer. Nos terraços
costeiros e, principalmente, nos cordões arenosos, a supressão da vegetação que recobre essas
áreas facilita a remobilização das areias por ação eólica e isto é um fato que deve ser levado
em conta quando da ocupação desses espaços. Convém notar que, na Ilha de Itamaracá, a
ocupação dessas áreas se faz no sentido tanto longitudinal, quanto transversal aos cordões
arenosos que representam os antigos alinhamentos de restingas cujos vestígios poderão ser
apagados com a intensificação dessa ocupação.
Os Baixios de Maré ou Manguezais encontram-se no nível do mar e na
desembocadura de algum rio, o que faz ocorrer a mistura das águas fluviais e marinhas no
27
fluxo e refluxo das marés, constituem um sistema que funciona como elo entre mar e terra,
atuam como fixadores de sedimentos, como filtro biológico e como “viveiro natural” para a
reprodução de algumas espécies marinhas em suas águas quentes e salobras; seus sedimentos
são siltico-argilosos e contêm matéria orgânica. Na Ilha de Itamaracá, os principais trechos
ocupados pelos manguezais situam-se na área estuarina do rio Jaguaribe e do Canal de Santa
Cruz, ocupando quase que completamente sua margem insular, numa área de 36,3 km2,
conforme citado anteriormente. Encontram-se, também, na foz dos demais rios da Ilha. A
sedimentação é uma ameaça a esse ecossistema, porém é um processo lento. A ameaça
principal são os aterros indiscriminados, com vistas à construção civil.
As flechas litorâneas, encontradas nos extremos da Ilha, nas desembocaduras do
Canal de Santa Cruz, podem ter sua origem no encontro das águas fluviais com a deriva
litorânea que, na área, apresenta direção S-N, proporcionando o “efeito de molhe”, gerado na
foz do canal e responsável pela deposição e retenção de sedimentos vindos do sul. Esse
fenômeno está associado à formação da Coroa do Avião, barra arenosa disposta quase que
perpendicularmente à linha de costa, à saída do canal.
As praias são depósitos de sedimentos, mais comumente arenosos, acumulados por
ação de ondas que, por apresentarem mobilidade, se às ajustam as condições de ondas e
marés, representando, portanto, elemento importante de proteção do litoral. Essas feições
ocorrem ao longo de todo o litoral de Itamaracá, com exceção da desembocadura do rio
Jaguaribe, geralmente com declividade muito baixa.
No litoral da Ilha de Itamaracá ocorrem os recifes de arenito, cuja largura média é de
20 a 60m, e recifes de corais, que variam de 1 a 4 km de comprimento quando mais próximos
da praia, estando submersos ao longo de todo o seu litoral. Esses desempenham papel
relevante na proteção contra os processos erosivos. É comum a presença de beachrokcs nas
proximidades da foz do rio Jaguaribe (Foto 10), bem como na praia do Fortim, no extremo
norte da Ilha.
28
Foto 10 – Afloramento de calcário da Formação Maria Farinha na foz do rio Jaguaribe,
margem direita (beachrocks).
29
CAPÍTULO 4 – AMBIENTE PRAIAL
4.1 – Definição e limites da praia
Dentre as divisões do perfil praial, o estirâncio, face de praia ou simplesmente praia,
apresenta-se como uma das zonas mais dinâmicas.
Vários conceitos são apresentados para definir o termo praia. King (1972) o define
como um ambiente sedimentar, costeiro, de composição variada, formado, normalmente, por
areia, e condicionado pela interação dos sistemas de ondas incidentes sobre a costa. Komar
(1976) define a praia como uma acumulação de sedimento inconsolidado (areia ou cascalho)
que se estende do limite médio de maré baixa até alguma mudança fisiográfica como um
rochedo, campo de dunas ou uma vegetação permanente.
Geograficamente, não há limitações para o estabelecimento de praias, sejam
arenosas ou não, desde que haja disponibilidade de sedimentos para formá-las, espaço e
agentes hidrodinâmicos para concentrar os sedimentos em zonas transicionais entre o
ambiente marinho e o continental (Hoefel, 1998).
Praias compostas por sedimentos finos a médios geralmente apresentam uma
inclinação em torno de 3º. Se formadas por seixos, sua inclinação fica em torno de 15º; as
formadas por calhaus apresentam inclinação em torno de 24º. Esses parâmetros exercem forte
influência na largura das praias. Praias onde a ação das ondas é menos intensa e os sedimentos
são finos, tendem a ter uma largura consideravelmente extensa. Porém, as praias que recebem
forte ação das ondas e sedimentos grossos tendem a ser estreitas.
O termo litoral é mais abrangente, incluindo, além da porção emersa descrita acima,
a porção submersa até uma profundidade onde o sedimento é menos transportado ativamente
pelas ondas superficiais. Tal profundidade é imprecisa, mas, atualmente é definida por muitos
autores como a profundidade de fechamento do perfil que, posteriormente, será detalhada,
mas situa-se, geralmente, a menos de 15 m.
Morfologicamente o perfil praial é subdividido em antepraia, praia e pós-praia.
Essas terminologias serão adotadas no presente trabalho, conforme Albino (1999), a partir da
adaptação da zonação proposta por Davis (1985). (Figura 05).
30
Figura 05 – Diagrama do perfil de praia segundo Albino (1999) adaptado de Davis (1985).
A zona descrita como antepraia inferior (Nearshore) é caracterizada por uma parte
do perfil submerso, entre o nível de maré baixa até os bancos de areia. Esta região é dominada
por processos da zona de arrebentação e de surfe.
O termo antepraia superior (Foreshore) limita-se pela altura máxima de maré alta
e pela mínima de maré baixa. Nessa porção, está localizada a face da praia, que é uma seção
inclinada da praia onde ocorre o espraiamento. Sobre uma inclinação bem suave, essa área é
bem reconhecida por apresentar mudanças na textura e composição do sedimento, além de ser
tipicamente marcada por uma concentração de fragmentos de conchas ou por sedimentos mais
grossos.
Como pós-praia (Backshore), define-se a parte da praia coberta pela água apenas
durante as tempestades que, consequentemente, está acima do nível de maré alta. Essa região
é constituída por uma porção praticamente plana, de inclinação suave, denominada berma.
Algumas praias possuem mais de uma berma em níveis levemente diferentes, separados por
uma escarpa. A zona de pós-praia é limitada por uma mudança abrupta na inclinação na crista
da berma.
Hidrodinamicamente são percebidas, em uma praia, a zona de arrebentação, a zona
de surfe e a zona de espraiamento.
Ao aproximar-se de águas progressivamente mais rasas, as ondas incidentes tendem
a se instabilizar até um ponto no qual quebrará. A zona de arrebentação (Breaking Zone) é
aquela porção do perfil praial caracterizada pela ocorrência desse processo, que apresenta o
modo de dissipação energética da onda sobre a praia. A forma pela qual a onda quebra
depende da sua altura e comprimento bem como da declividade da praia.
31
A presença da zona de surfe (Surfe Zone) deve-se, primeiramente à inclinação da
praia, por isso, está diretamente relacionada ao tipo de quebra, e depende, secundariamente,
da amplitude da maré. Praias de baixa declividade são caracterizadas por extensas zonas de
surfe. Durante esse percurso, grande parte da energia é transferida para a geração de correntes
– longitudinais e transversais à praia (rips) (Hoefel, 1998). Em contraste, praias inclinadas
raramente possuem zona de surfe e refletem, predominantemente, a energia das ondas.
(Komar, 1976).
A zona de espraiamento (Swash Zone): pode ser explicada pelo fato de ser aquela
região da praia delimitada entre a máxima e a mínima excursão dos vagalhões sobre a face
praial. Aí, as correntes longitudinais não se desenvolvem. Os processos de espraiamento são
importantes no transporte de sedimentos de uma praia, uma vez que os processos de fluxo e
refluxo dos vagalhões determinariam, em última instância, se os sedimentos seriam
armazenados na praia ou retornariam à zona de surfe, com chances de ser, então,
transportados. Comumente, observam-se feições rítmicas de expressão longitudinal à costa,
como cúspides, nessa porção do perfil.
Manso (1997), verificou no litoral sul de Pernambuco uma correlação entre a
morfologia, os processos litorâneos e as estruturas sedimentares encontradas dentro dos
setores do ambiente praial.
4.2 – Classificação morfodinâmica das praias
Os estudos desenvolvidos pela Escola Australiana culminaram com o
desenvolvimento de um modelo evolutivo baseado na descrição de seis estados, ou tipos
morfodinâmicos, de praias arenosas. Esses estados, descritos por Short e Wright (1983), são
dependentes de dois fatores principais: do nível de energia da onda (que controla o limite da
zona de espraiamento) e do tamanho do grão (que influencia o transporte de sedimento).
Segundo os autores, as praias podem ser classificadas em: dissipativas, refletivas e em 4 tipos
intermediários (Figura 06).
O estado dissipativo é a combinação de ondas altas (> 2,5m) com areia fina (Md <
0,2mm), que resulta em uma praia caracterizada por declividade suave e por uma zona de
surfe bastante extensa (200 a 500m). Nesta porção, duas a cinco barras discretas podem estar
presentes. A arrebentação é deslizante e a progressiva dissipação da energia de onda ao longo
de uma larga porção do perfil promove a perturbação de oscilações estacionárias de
infragravidade, que passam a dominar a porção anterior, em relação à face praial, da zona de
32
surfe. Normalmente não ocorrem correntes de retorno muito persistentes. As praias
dissipativas são relativamente estáveis: espacialmente, por apresentarem-se uniformes ao
longo da costa, e temporalmente devido ao ajustamento relativamente menor das condições
persistentes de altura de onda. Essas praias também são favorecidas pela sua granulometria de
areia fina.
Os quatro tipos a seguir representam o estado intermediário, ou seja, a transição
entre o dissipativo e refletivo, consequentemente, as características dos tipos intermediários
são definidas pelo fato de apresentarem areia média e altura de onda moderada. Quando a
altura modal das ondas excede 2m, o tipo persistente é o de banco e cavas longitudinais,
quando as ondas estão entre 1,5 a 2m, predominam os bancos e praias rítmicos. Entre 1,5 e
1m, aparece o tipo banco transversal e rip, e sob baixa energia, ondas menores que 1m, o tipo
crista canal/terraço de maré baixa prevalece. Devido ao fato de as ondas serem raramente
estáveis nos níveis acima, as praias mudam de um estado para outro em resposta às variações
das condições de ondas. Estas são praias de maior variabilidade tanto temporal, devido a essas
variações energéticas, quanto espacial, devido à forma das cúspides e dos bancos.
Praias refletivas são formadas normalmente em áreas de baixa energia (altura da
onda < 1m), muitas vezes abrigadas, e de areia muito grossa (Md > 0,6mm = 0,75f), podendo
ser encontrada, também, em áreas mais expostas, de alta energia, onde o sedimento é
composto por cascalho. A praia é relativamente alta, contendo normalmente uma berma e
cúspides bem desenvolvidas, enquanto que a face da praia apresenta-se bastante inclinada. A
arrebentação é ascendente ou mergulhante, não apresenta zona surfe nem bancos, e o fluxo é
predominantemente normal à costa. À semelhança do extremo dissipativo, o extremo refletivo
é relativamente uniforme ao longo da costa, exceto pelas cúspides.
Em regiões costeiras expostas, as condições refletivas têm, usualmente, vida curta,
pois as praias refletivas são altamente sensíveis à erosão e são rapidamente erodidas com o
retorno das ondas maiores. Portanto, essas praias só podem existir como estado modal em
áreas abrigadas onde o sedimento grosso é disponível. Sob tais condições, a filtragem dos
eventos de grande energia pelos promontórios e pelo embaiamento resulta em praias
modalmente refletivas que também exibem baixa variabilidade temporal.
33
Figura 06 – Características morfológicas dos estados de praia, em perfil e em planta (Whright
& Short, 1984).
4.3 – Avaliação dos perfis morfodinâmicos das praias da Ilha de Itamaracá
Dependendo da variabilidade do regime de ondas, da maré, do vento e das
características dos sedimentos, uma praia pode variar amplamente de configuração em relação
ao seu estado mais frequente ou modal. Segundo Guerra e Cunha (1995) são justamente essas
variáveis que diferenciam as praias com relação às suas morfodinâmicas.
O perfil transversal de uma praia varia com o ganho ou perda de areia, de acordo
com a energia das ondas, ou seja, de acordo com a alternância entre tempo bom
(engordamento) e tempestade (erosão). Nas regiões onde o regime de ondas se diferencia
significativamente entre o verão e o inverno, a praia desenvolve perfis sazonais típicos de
34
acumulação e erosão, denominados, respectivamente, perfil de verão e perfil de inverno.
Dessa forma, ao adaptar seu perfil às diferentes condições oceanográficas, a praia
desempenha papel fundamental na proteção do litoral contra a erosão marinha.
No litoral da Ilha de Itamaracá, o clima de onda é regido por variações sazonais, as
quais diferem significativamente entre as estações de verão e inverno. Conseqüentemente a
praia desenvolve perfis sazonais de acumulação e erosão, denominados de perfil de verão e
inverno respectivamente.
Assim, uma praia que não está submetida à interferência humana, ou seja, sem obras
de engenharia de proteção da costa, é um ambiente em equilíbrio dinâmico. Durante o
inverno, ondas geradas pela passagem dos sistemas frontais erodem a areia das dunas frontais
e da face praial e depositam esses sedimentos na zona de arrebentação na forma de bancos.
Ondas de menor energia, comuns no verão, carregam novamente a areia dos bancos para a
face praial, formando uma berma. O vento então se encarrega de transportar essa areia de
volta para as dunas.
4.4 – Morfodinâmica praial – Variações de curto prazo
Uma das características marcantes observadas nas praias em todo o mundo é que
elas não se mantêm fixas em uma determinada posição (perfil praial), o que modifica sua
configuração, perfil e planta, ao longo do tempo. Essa contínua troca de formas denomina-se
“variabilidade praial” (variações de curto prazo).
A origem da variabilidade de uma determinada praia está associada à sua própria
gênese, e sua configuração surge como resultado da interação da dinâmica atuante (onda,
corrente e maré), dos contornos existentes (costa e batimetria da plataforma continental
interna), presença de recifes (arenito, algálico e corais) e a disponibilidade de material
sedimentar (areia) no sistema.
Teoricamente, uma determinada praia que apresenta granulometria definida,
submetida a uma solicitação dinâmica atuante e constante, desenvolve uma configuração
(planta e perfil) estável no tempo. A configuração alcançada denomina-se “configuração de
equilíbrio”.
Os perfis morfodinâmicos (nivelamento topográfico), têm por finalidade definir a
morfologia do perfil praial subordinando a resposta desse ambiente à dinâmica das ondas. A
realização desses perfis propicia conhecimento acurado sobre os fatores que controlam o
gradiente do perfil praial, ou seja, ondas (energia e tipo de arrebentação), sedimentos praiais e
35
interação onda-sedimento (transporte sedimentar), além de definir o balanço sedimentar da
praia.
Somados aos demais estudados, esses parâmetros fornecem subsídios importantes
para solucionar ou minimizar os problemas comumente instalados.
No período considerado, abril/2008 a outubro/2008, foram realizados 9 nivelamentos
topográficos, entre a pós-praia, quando existia, e a linha de baixa mar, procurando sempre que
possível acompanhar as inflexões do terreno, e foram distribuídos segundo a relação a seguir:
Estação 01 – Praia do Forte de Orange
Localização: 0297122 E (25M) e 9136148 N (UTM)
Estação 01a – Praia São Paulo
Localização: 0297432 E (25M) e 9138376 N (UTM)
Estação 02 – Praia Forno da Cal
Localização: 0297959 E (25M) e 9140259 N (UTM)
Estação 03 – Praia Bairro Novo -Pilar
Localização: 0298448 E (25M) e 9141759 N (UTM)
Estação 04 – Praia do Pilar
Localização: 0298790 E (25M) e 9144033 N (UTM)
Estação 05 – Praia de Jaguaribe
Localização: 0298542 E (25) e 9145369 N (UTM)
Estação 06 – Praia do Sossego
Localização: 0297957 E (25M) e 9146294 N (UTM)
Estação 07 – Enseada dos Golfinhos
Localização: 0297848 E (25M) e 9147857 N (UTM)
Estação 08 – Praia do Fortim
Localização: 0297596 E (25M) e 9148742 N (UTM)
Os perfis foram realizados sempre na maré baixa e a sua localização teve como
referencial as variadas características morfológicas das diversas praias que compõem a zona
costeira da área estudada, conforme mostra o mapa (Figura 06a).
37
Os referidos perfis tiveram seus níveis de referência do mar (RN) estabelecidos em
locais de fácil acesso e a altitude considerada foi absoluta.
Para o cálculo dos volumes remanejados entre os diferentes levantamentos, foram
realizadas simulações utilizando o software Sufer 6.01 – Surface Mapping System, com os
resultados expresso em metro cúbico por metro linear (m³/m).
Os dados das tabelas 01 a 09, representam, na primeira coluna, as datas dos
levantamentos, na segunda coluna, apresentam o volume de material em m³/m dos perfis, a
terceira coluna mostra a diferença em volume(m³/m), determinado entre um levantamento e o
seguinte, tomando-se como base o levantamento de abril de 2004 e 2008, por ser esta data
comum a todos os 9 perfis realizados, portanto os levantamentos efetuados nesta data
aparecem com o valor zero para as taxas erosão/deposição..
Os gráficos apresentados nas figuras 26 a 31 têm como objetivo prático facilitar as
análises, permitindo mostrar claramente a progressão dos fenômenos de deposição ou erosão
da praia, dando também uma noção da tendência média do processo atuante.
4.4.1 – Análise dos perfis morfodinâmicos da Ilha de Itamaracá
4.4.1.1 - Praia Forte Orange
O Forte de Orange, até os anos trinta, estava reduzido a ruínas, e não havia estrada,
dificultando o acesso de apenas algumas pessoas que se aventuravam a visitá-lo. (Mota,
1985). Até a década de 1970, a Praia do Forte Orange, encontrava-se praticamente
desocupada, porém com aterro desenfreado do mangue e a pavimentação da estrada que dá
acesso ao Forte, surgiram vários loteamentos incentivando a especulação imobiliária e a
ocupação da área. Atualmente, a faixa costeira, num raio aproximado de 100m, está
totalmente ocupada por casas de segunda residência e veraneio. Existe, também, à beira mar,
o imponente Hotel Forte Orange que teve o seu auge na década de 1990, porém tem sofrido
com a queda do afluxo de hóspedes devido à falta de investimentos em obras de infra-
estrutura e segurança no litoral norte de Pernambuco, por parte do governo do estado em
parceria com o governo federal, contrariamente ao que ocorreu com o Projeto Costa Dourada,
no litoral sul, em franco crescimento.
A praia oferece alguns atrativos ao turista, desde a visita ao Forte, monumento
histórico construído em pau a pique pelos holandeses e reconstruído pelos portugueses, no
período colonial, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e administrado pela
Universidade Federal de Pernambuco. O Forte já passou por várias reformas, tendo como
38
referências os trabalhos arqueológicos desenvolvidos pelo Laboratório de Arqueologia da
UFPE, desde a década de 1960. Além do Forte, encontra-se, também, o Centro de Mamíferos
Aquáticos/Projeto Peixe Boi, administrado pelo Ibama até o ano de 2007, hoje sob a
responsabilidade do Instituto Chico Mendes. Outro grande atrativo é a travessia feita em
jangadas para a ilhota da Coroa do Avião. Esses barcos, diferentemente dos utilizados em
Porto de Galinhas, são movidos a diesel, causando impactos danosos ao ambiente. A ilhota da
Coroa do Avião é o resultado dos movimentos da corrente de deriva de sentido S-N que
contribuiu para a formação de um banco de areia na confluência da desembocadura sul do
Canal de Santa Cruz e o mar. (Foto 13a e 13b). Habitat natural de aves migratórias é
monitorada pelos pesquisadores da Estação de Estudos Sobre Aves Migratórias e Recursos
Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco, o que não a preservou de ser ocupada
por várias barracas para turista e, naturalmente, dos diversos problemas de natureza ambiental
que enfrenta. A ilhota ainda encontra-se em expansão.
O perfil topográfico 01 está localizado na coordenada UTM 0297122 E / 9136148 N
na praia do Forte Orange, nas proximidades da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz
(Barra de Orange). A praia possui declividade em torno de 4°. Nesse perfil o valor absoluto
do Nível de Referência do Mar (RN) é de 3,165 m (Foto 11).
Foto 11 – Localização do perfil 01
na praia do Forte Orange.
39
Foto 12 – Panorâmica do entorno da Praia do Forte Orange.
Foto 13a – Vista do Forte Orange e da Coroa do Avião. (Gerco/CPRH,2006)
40
Foto 13b – Vista da Coroa do Avião, a partir de Vila Velha.
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 7a), apresenta uma configuração
movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em todos os
setores praiais, principalmente o setor de estirâncio. Constata-se uma pequena variação do
comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico de 3m aproximadamente. Uma
significativa recuperação dessa praia é observada no setor de estirâncio principalmente, a
partir de abril/04, porém com maior intensidade entre 26m e 38m de distância, onde se
observa uma importante recuperação do seu perfil original.
Figura 07a - Perfil praial na Praia Forte de Orange.
41
Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 01), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar positivo de 12.4 m³/m. O valor máximo de
sedimentação foi de 11.8 m³/m em julho/2004.
Tabela 01 – Perfil 01 (Praia Forte Orange)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 104.1 O
12.4 Julho – 2004 115.9 11.8
Outubro – 2004 116.5 0.6
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 7b) apresenta uma configuração
movimentada em todos os setores praiais, principalmente o setor de pós-praia, com perda de
material sedimentar, e a zona de berma entre as distâncias de 15m a 25m, onde se observa um
ganho de sedimento caracterizado pela subida dos perfis de julho e outubro de 2008. O
restante do perfil praial apresenta-se constante, com pequenas variações, e comportamento
diferenciado dos perfis anteriores, onde havia alterações da morfodinâmica praial na faixa do
estirâncio. O comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico apresenta valor
máximo de 59m para o mês de julho de 2008.
Figura 07b - Perfil praial na Praia Forte de Orange.
42
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 01A), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 3.28 m³/m. O valor máximo de
erosão foi de 3.26 m³/m em outubro/2008.
Tabela 01A – Perfil 01 (Praia Forte Orange)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 111.96 0
- 3.28 Julho – 2008 111.94 - 0.02
Outubro – 2008 - 3.26
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 são apresentadas no
gráfico de barra da figura 08 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
Variação do Volume - Perfil 01
0
11.8
0.6 0 -0.02
-3.26-5
0
5
10
15
meses
Vol
ume
m3 /m
abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 08 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Forte Orange.
4.4.1.2 - Praia São Paulo
A Praia de São Paulo resulta de loteamentos imobiliários voltados
fundamentalmente para atender à demanda da população externa; que a tornaram uma praia
típica de veraneio e segunda residência, à exceção de alguns empreendimentos locais como
mercearias, armazéns de construção, farmácias, padarias e restaurantes que apesar de, na sua
43
maioria, pertencerem aos nativos, também visam suprir as necessidades dessa população
temporária. É nítida a diferença do contingente populacional durante o verão e durante o
inverno. No inverno, a praia torna-se um vazio, e muitas ruas ficam intransitáveis devido aos
alagamentos provocados pelas chuvas; diante da falta de uma drenagem adequada, as águas,
não têm para onde escoar. Fato a ser considerado, do ponto de vista da morfodinâmica da
praia, é a presença, mesmo que isolada, de alguns arrecifes de arenito neste trecho do litoral
da Ilha de Itamaracá, que funcionam como anteparo às ondas, diminuindo o seu impacto na
praia.
O Perfil 01A está localizado nas coordenadas UTM 0297432 E / 9138376 N na Praia
de São Paulo, com declividade da praia em torno de 4º. Nesse perfil, o valor absoluto para o
RN é de 3,545 m (Foto 14). Esse perfil foi acrescido no intervalo entre os perfis 01 e o 02
realizados por em Silva 2004 por julgar o espaçamento considerado muito extenso, passando
este a ser denominado de Praia São Paulo. O perfil 02 passou a ser denominado de Forno da
Cal e o perfil 03 foi considerado como Praia do Bairro Novo.
Foto 14 – Localização do perfil 01A perpendicular à quina da casa – Praia São Paulo
44
Fotos 15a e 15b – Vistas sul e norte do perfil 01A – Praia São Paulo.
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 09) apresenta uma configuração
com muito pouca movimentação em todos os setores praiais, principalmente entre os perfis
extremos do período – abril a outubro de 2009. O perfil de julho tem características
diferenciadas que permitem observar pequenas variações morfodinâmicas, de caráter erosivo,
em relação aos demais perfis, entre as distâncias de 0m a aproximadamente 18m, e
sedimentar, entre as distâncias de 18 até 50m, aproximadamente, correspondendo ao fim do
perfil. Os perfis não apresentam feição de escarpa de berma, o que caracteriza por si só uma
praia com tendência erosiva O comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico
apresenta valor máximo de 58m para o mês de julho de 2008.
Figura 09 – Perfil praial na Praia São Paulo
45
Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 02), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 2.07 m³/m onde o valor máximo de
erosão foi de 6.47 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 4,4 m³/m em julho/2008.
Tabela 02 – Perfil 01A (Praia São Paulo)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 84.84 0
- 2.07 Julho – 2008 89.24 4.4
Outubro – 2008 82.77 - 6.47
As variações de volume observadas no ano de 2008 estão apresentadas no gráfico de
barra da Figura 10 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no
período.
Variação do Volume - Perfil 01A
0
4.4
-6.47-10
-5
0
5
meses
volu
me
m3 /m
abr/08 jul/08 out/08
Figura 10 – Variação de volume de sedimentos na Praia São Paulo
4.4.1.3 - Praia Forno da Cal
A Praia de Forno da Cal, também como a São Paulo, encontra-se praticamente toda
ocupada por casas de segunda residência e veraneio, tendo características semelhantes no
quesito ocupação urbana. Em alguns trechos, nessa praia da Ilha, observa-se a ocupação
urbana inadequada, com edificações construídas no estirâncio e na pós-praia, interferindo
diretamente na dinâmica do ambiente praial. Exemplo que merece registro é a construção do
Iate Clube de Itamaracá, localizado no estirâncio da praia, zona de espraiamento ou dissipação
da energia das ondas, desencadeando um processo erosivo na área adjacente no sentido
sul/norte (Foto 16).
46
Foto 16 – Praia Forno da Cal no trecho do Iate Clube de Itamaracá
O Perfil 02 está localizado nas coordenadas UTM 0297959 E / 9140259 N, na praia
de Forno da Cal, em frente ao Iate Clube de Itamaracá. Nessa estação encontra-se a edificação
de um barzinho no lado esquerdo além da estrutura de bloco rochoso, no lado direito, na
frente do Clube, que invade completamente as zonas de pós-praia e o estirâncio, com vários
blocos rochosos em sua frente, protegendo-o dos embates das ondas. Os perfis de praia
tiveram um alinhamento a partir do topo da estrutura do bloco rochoso do Iate ficando
alinhado a 130Az. A declividade nesse ponto é de 4°. Nesse perfil, o valor absoluto para o RN
é de 1,33 m (Fotos 17 e 18).
Foto 17 – Localização do perfil
02 (out/08) – Praia Forno da Cal.
47
Foto 18 – Perfil 02 (Silva, 2004) – Praia Forno da Cal
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 11a), apresenta uma configuração
bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em
todos os setores praiais e no que se refere as distâncias em que cruzam o nível hidrográfico
zero. O perfil de abril apresenta um comprimento de 80 m e se apresenta com mais de 50% na
plataforma continental adjacente atingindo a profundidade de 0.5 m. Os outros perfis de curto
comprimento, 22 metros, aproximadamente caracterizam-se como os menores de todos os
perfis monitorados na área de trabalho. Os perfis de julho e outubro são típicos de praia com
perda de sedimento e pela sua configuração tornam-se típicos de praias reflectivas. Em todos
os perfis não se observa a feição de escarpa de berma e, portanto, todas as variações
detectadas são localizadas no estirâncio e antepraia, esta última especifica do perfil de abril.
Figura 11a – Perfil praial na praia Forno da Cal.
48
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 03), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 8.15 m³/m onde o valor máximo de
erosão foi de 17.95 m³/m em outubro/04 e sedimentação de 9.8 m³/m em julho/04.
Tabela 03 – Perfil 02 (Praia Forno da Cal)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 18.15 0
- 8.15 Julho – 2004 27.95 9.8
Outubro – 2004 10.00 - 17.95
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 11b), apresenta uma configuração
bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em
todos os setores praiais. Todos os perfis apresentam curtos comprimentos, atingindo o
máximo de 38m para os perfis de julho e outubro. Esses perfis apresentam comportamento
dinâmico semelhante ao ano de 2004 e caracterizam-se como sendo de praia com perda de
sedimento e pela sua configuração, tornam-se típicos de praias reflectivas. Como em 2004,
em todos os perfis não se observa a feição de escarpa de berma e, portanto, todas as variações
detectadas são localizadas no estirâncio e na antepraia.
Figura 11b – Perfil praial na praia Forno da Cal
Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 03A), para o período
considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 0.11 m³/m quando o valor
49
máximo de erosão foi de 9.35 m³/m em outubro/08 e o de sedimentação foi de 9.24 m³/m em
julho/08.
Tabela 03A – Perfil 02 (Praia Forno da Cal)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 4.73 0
- 0.11 Julho – 2008 13.97 9.24
Outubro – 2008 4.62 - 9.35
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no
gráfico de barra da Figura 12 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
Variação do Volume - Perfil 02
0
9.8
-17.95
0
9.24
-9.35
-20
-15-10
-50
510
15
meses
volu
me
m3 /m
abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 12 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Forno da Cal.
4.4.1.4 - Praia Bairro Novo
A Praia do Bairro Novo situa-se no trecho conhecido como Baixa Verde e rio
Âmbar, ocupada predominantemente por casas de veranistas, portanto verifica-se o mesmo
vazio durante o período de inverno como acontece com as praias do Forte Orange, São Paulo,
Forno da Cal, Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim. E, como as demais, carece de
50
infraestrutura e saneamento básico. Nessa praia é frequente a movimentação de barcos de
pesca artesanal, por situar-se nas proximidades da Colônia de Pescadores do Pilar.
O perfil 03, localizado nas coordenadas UTM 0298448 E / 9141759 N, na Praia de
Bairro Novo, entre Forno da Cal e Pilar, em frente a uma residência locada na área de pós-
praia, com a cerca instalada na berma. É caracterizado por uma praia larga desde a região de
pós-praia até a antepraia, com cerca de 100m de faixa de praia na baixa-mar. A região da
berma é marcada pela presença de vegetação rasteira, típica de praia, apresentando um perfil
praial com baixa declividade, em torno de 4°. O valor do RN calculado para esse perfil é de
3,185m (Fotos 19a e 19b).
Foto 19a – Localização do perfil 03 – Praia do Bairro Novo
51
Foto 19b – Panorâmica do Perfil 03 – Praia do Bairro Novo
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 13a), apresenta uma configuração
bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em
todos os setores praiais. Na pós-praia observa-se um nítido rebaixamento dos perfis,
caracterizando perda de material e, no estirâncio, uma situação inversa em que se observa
elevação dos perfis de julho e outubro. É importante salientar que o perfil de outubro
apresenta um recuo da linha de praia de, aproximadamente, 10m, tornando-se a preamar
máxima da área. Observa-se, também, neste mesmo perfil, que a inclinação da escarpa de
berma diminui, caracterizando, desta maneira, um perfil quase retilíneo de pouca mobilidade
nos seus aspectos morfológicos. Constata-se uma pequena variação do comprimento total dos
perfis em relação ao zero hidrográfico de 2m a 9m, aproximadamente.
Figura 13a - Perfil praial na Praia Bairro Novo.
52
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 04), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 16.35 m³/m, onde o valor máximo
de erosão foi de 21.7 m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 5.35 m³/m em julho/2004.
Tabela 04 – Perfil 03 ( Praia Bairro Novo)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 130.15 0
- 16.35 Julho – 2004 135.50 5.35
Outubro – 2004 113.8 -21.7
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 13b) apresenta uma configuração
bastante movimentada, semelhante à configuração de 2004, com flutuações significativas
entre os 3 perfis implementados em todos os setores praiais. Na pós-praia, observa-se um
nítido recuo da linha de praia, para todos os perfis, de aproximadamente 5 metros em relação
às linhas de 2004. Observa-se que a pós-praia não apresenta muita alteração no seu perfil,
enquanto o estirâncio demonstra um aumento positivo do seu perfil praial. Observa-se,
também, nesse mesmo perfil, que a inclinação da escarpa de berma aumentou.
Figura 13b - Perfil praial na Praia Bairro Novo.
53
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 04A), para o período
considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar positivo de 1.74 m³/m, quando o valor
máximo de erosão foi de 4.82 m³/m em julho/2008 e sedimentação de 6.56 m³/m em
outubro/2008.
Tabela 04A – Perfil 03 (Praia Bairro Novo)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 89.32 0
1.74 Julho – 2008 84.50 -4.82
Outubro – 2008 91.06 6.56
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no
gráfico de barra da figura 14 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
Variação do Volume - Perfil 03
0
5.35
-21.7
0
-4.82
6.56
-25
-20
-15
-10-5
0
5
10
meses
volu
me
m3 /m
abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 14 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Bairro Novo
4.4.1.5 - Praia do Pilar
Em 1699 a Praia do Pilar era apenas uma povoação ou aglomerado quase só de
pescadores que foi aos poucos se adensando ao redor da ermida sob a invocação de Nossa
Senhora do Pilar (protetora dos mareantes), (Rodrigues, 1972). Foi elevada à categoria de
54
Vila por Decreto de 25/10/1831.(Lopes, 1987). Atualmente, é a sede do município de
Itamaracá com alta densidade populacional, principalmente de nativos e onde funciona o
centro administrativo e se concentram muitos serviços: bancos, farmácias, supermercados,
restaurantes, escolas e etc. Situa-se a 50km ao norte da cidade do Recife.
A faixa litorânea está totalmente ocupada com casas, bares e hotel; e, em alguns
pontos, esta ocupação ocorre na zona do estirâncio, e sofre o impacto direto da ação das ondas
durante a maré alta, ficando, consequentemente, sem área de lazer. Segundo testemunhos de
antigos moradores, o mar avançou sobre as casas, pois existe um registro de um cruzeiro que
hoje está submerso cujo local, na década de 1960, era uma rua. A casa onde nasceu o Sr.
Chico situava-se à beira mar, bem próxima a uma rua que existiu na povoação do Pilar, onde
também existiam armazéns de coco, casas comerciais, barbearia. Tal rua desapareceu em
decorrência do avanço do mar. É o mesmo trabalho de destruição que vem preocupando a
população católica de Jaguaribe, cuja única igreja, sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos
Passos, está seriamente ameaçada pelas ondas que, em breve, lhe estarão lambendo os
alicerces e pondo em risco a sua estrutura. (Rodrigues, 1972).
O perfil 04 está localizado nas coordenadas UTM 0298790 E / 9144033 N, na Praia
do Pilar (Quatro Cantos). A Praia do Pilar vem passando por um processo erosivo já de algum
tempo, e este fato é evidenciado pelas presenças de coqueiros caídos e construções de muros
de pedra para contenção do avanço do mar sobre as casas. (Fotos 22a 22b e 22c). Porém, o
local onde foi traçado o perfil não apresenta características de erosão, o qual se encontra numa
rua que limita a região de pós-praia. O RN calculado para esse perfil é 3,955m. (Foto 20). A
declividade da praia nessa área está em torno de 4°.
Foto 20 –Localização do perfil 04 – Praia do Pilar
(Quatro Cantos).
55
Foto 21 – Panorâmica da Praia do Pilar (Silva, 2004)
O perfil 04 inicia-se numa casa que se encontra a 11 m de distância da zona de
berma, e existe uma rua entre essa casa e a praia. Partindo dessa distância é que se inicia a
zona de praia (Foto 21).
Foto 22b (inverno) Foto 22c (verão)
Foto 22a
56
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 15a), apresenta uma configuração
bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em
todos os setores praiais. Na pós-praia observa-se um significativo rebaixamento do perfil de
outubro, significando perda de material, situação esta que se prolonga para o setor de
estirâncio. O referido perfil é o de menor comprimento em relação ao nível zero hidrográfico,
enquanto de abril e julho alcançam valores em torno de 70m e 85m respectivamente. Não há
recuo da linha de praia, porém apresenta variações nas alturas das escarpas de berma. O
comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência erosiva.
Figura 15a – Perfil praial na Praia do Pilar
Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 05), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 30.90 m³/m, quando o valor
máximo de erosão foi de 75.25 m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 44.35 m³/m em
julho/2004.
Tabela 05 – Perfil 04 (Praia do Pilar)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 137.75 0
- 30.90 Julho – 2004 182.10 44.35
Outubro – 2004 106.85 - 75.25
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 15b) apresenta uma configuração
pouco movimentada, com pequena flutuação no setor de estirâncio. A escarpa de berma é bem
57
individualizada, apresentando pouca inclinação e com altura de 0.5m, aproximadamente. O
comprimento total dos perfis varia entre 68m a 90m ultrapassando a linha do zero
hidrográfico. O comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência à recuperação.
Figura 15b – Perfil praial na Praia do Pilar
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 05A), para o período
considerado, mostram balanço sedimentar positivo de 12.15m³/m, quando o valor máximo de
sedimentação é de 8.79m³/m, em outubro/2008 e o menor de 3.36m³/m em julho/2008.
Tabela 05A – Perfil 04 (Praia do Pilar)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 157.40 0
12.15 Julho – 2008 160.76 3.36
Outubro – 2008 169.55 8.79
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no
gráfico de barra da Figura 16 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
58
Variação do Volume - Perfil 04
0
44.35
-75.25
0 3.36 8.79
-100-80-60-40-20
0204060
meses
volu
me
m3 /m
abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 16 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Pilar
4.4.1.6 - Praia de Jaguaribe
O litoral leste da Ilha de Itamaracá pode ser dividido em duas partes: a sul na
margem direita do rio Jaguaribe onde se localizam as praias do Forte Orange, na
desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Barra de Orange), São Paulo, Forno da Cal,
Bairro Novo, Pilar e Jaguaribe e a norte na margem esquerda do mesmo rio onde se localizam
as Praias do Sossego, Enseada dos Golfinhos, Fortim e Pontal. Sendo a primeira parte foi
povoada desde o período colonial. A segunda pertencia a uma antiga propriedade denominada
de “Lance-dos-Cações”, hoje dividida e loteada sob a denominação de Sossego e Enseada dos
Golfinhos. No extremo norte da Ilha, na desembocadura do Canal de Santa Cruz (Barra de
Catuama), situam-se as Praias do Fortim ou Fortinho, onde em tempos remotos havia um
Fortinho de pau a pique e Pontal da Ilha, trecho de ocupação posterior à década de 1980.
Não se sabe com precisão a época da sua fundação da localidade de Jaguaribe, mas
pode-se afirmar que, em 1699, já existia como povoado, conforme documento de doação de
terras feita por Dona Beatriz Pinheiro de Lima ao Patrimônio de Nossa Senhora do Pilar.
Bairro de moradores, inicialmente era uma aldeia de pescadores. (Rodrigues, 1972). Recebe
esse nome em razão do rio homônimo, único que nasce na Ilha e desemboca no Atlântico.
Segundo Mota (1985), o rio Jaguaribe era navegável e suportava barcaças com até nove pés
de calado, pois o seu canal atingia, em alguns trechos, de seis a oito metros de profundidade.
No entanto, hoje está reduzido simples riacho, e transformou-se em leito de água
salgada.Atualmente a Praia do Jaguaribe é ocupada tanto por nativos como por veranistas.
59
O perfil 05 localiza-se nas coordenadas (UTM) 0298542 E / 91 453 69 N, na Praia
de Jaguaribe, nas proximidades da foz do rio do mesmo nome. É caracterizada por ser uma
praia larga, desde a região de pós-praia até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia
na baixa-mar, com berma bem destacada e vegetação praieira cobrindo-a. O RN calculado
desse perfil é de 2,81m (Foto 23). Apresenta uma declividade em torno de 5°.
Foto 23 – Localização do perfil 05 – Praia de Jaguaribe
Fotos 24a e 24b – Panorâmica da Praia de Jaguaribe
60
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 17a) apresenta uma configuração
bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio
superior, onde se constata uma variação negativa do perfil de outubro, significando perda de
material. Observa-se que a pós-praia comporta-se sem muita alteração no seu perfil.
Figura 17a - Perfil praial na Praia de Jaguaribe.
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 06), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 58.10m³/m, quando o valor
máximo de erosão foi de 60.65m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 2.55 m³/m em
julho/2004.
Tabela 06 – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 185.65 0
- 58.10 Julho – 2004 188.20 2.55
Outubro – 2004 127.55 60.65
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 17b) apresenta uma configuração
com muito pouca movimentação em todos os setores praiais, principalmente entre os perfis de
abril e julho de 2008. Os perfis não apresentam feição de escarpa de berma bem definida, se
caracteriza pelo acúmulo de sedimento nas estações localizadas entre as distâncias de 25 a
45m, o que caracteriza por si só uma praia que tende a recuperar o seu perfil morfológico O
61
comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico apresenta valor máximo de
130m para o mês de outubro de 2008.
Figura 17b - Perfil praial na Praia de Jaguaribe.
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 06A), para o período
considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar positivo de 14.66 m³/m quando o valor
máximo de erosão foi de 13.74 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 28.4 m³/m em
julho/2008.
Tabela 06A – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 154.50 0
14.66 Julho – 2008 182.90 28.4
Outubro – 2008 169.16 - 13.74
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no
gráfico de barra da figura 18 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
62
Variação do Volume - Perfil 05
0 2.55
-60.65
0
28.4
-13.74
-80-60-40-20
02040
meses
volu
me
m3 /m
abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 18 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Jaguaribe
4.4.1.7 - Praia do Sossego
Desmembrada da antiga propriedade “Lance-dos-Cações”, foi uma das últimas áreas
da Ilha a serem ocupadas, devido, principalmente, à dificuldade de acesso, que se fazia a
partir de Jaguaribe, por travessia em pequenas canoas. Mas, a partir da década de 1980, a
abertura da estrada de rodagem que dá acesso à Penitenciária Barreto Campelo, mesmo em
condições precárias, facilitou o acesso a esse outro lado da Ilha. Devido à existência da
penitenciária, esta área ainda é considerada insegura. Entretanto, atualmente, esta área
encontra-se totalmente loteada e bastante ocupada por casas de veranistas e chalés para
aluguel no período de verão. Nesse trecho da Ilha a oferta de serviços é precária, salvo num
pequeno povoado de população nativa onde pode se encontrar algumas mercearias e
armazéns.
O perfil 06 está localizado nas coordenadas UTM 0297957 E / 9146294 N, na Praia
do Sossego, situada na porção norte da Ilha de Itamaracá. Caracteriza-se por ser uma praia
larga desde a região de pós-praia até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia na
baixa-mar, apresentando uma faixa de berma bem evidente coberta por vegetação praieira. O
RN calculado deste perfil é de 2,9m (Foto 25). Apresenta uma declividade em torno de 5°.
63
Foto 25 – Localização do perfil 06 – Praia do Sossego.
Foto 26 – Panorâmica da Praia do Sossego.
O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 19a) apresenta uma configuração
bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio onde
se constata uma variação negativa do perfil de junho, significando perda de material. Observa-
se que a pós-praia comporta-se da mesma maneira e menor intensidade. A escarpa de berma é
64
bem delineada, com altura média de 1m e com inclinação elevada. O comportamento dos
perfis caracteriza uma praia com tendência erosiva.
Figura 19a – Perfil praial na Praia do Sossego.
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 07) para o período
considerado mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de – 38.9 m³/m onde o valor
máximo de erosão foi de 48.25 m³/m em junho/2004 e sedimentação de 9.35 m³/m em
maio/2004.
Tabela 07 – Perfil 06 (Praia do Sossego)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2004 119.85 0
- 38.9 Maio – 2004 129.20 9.35
Junho – 2004 80.95 - 48.25
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura19b) apresenta uma configuração
bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio onde
se constata uma variação negativa em todos perfis, predominante no mês de outubro, com
perda significativa de material. Observa-se que a pós-praia comporta-se da mesma maneira e
menor intensidade. A escarpa de berma é pouco delineada cuja altura média é de 1m, e sua
inclinação é elevada. O comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência à
erosão.
65
Figura 19b – Perfil praial na Praia do Sossego.
Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 07A), para o período
considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 1.24 m³/m onde o valor
máximo de erosão foi de 6.06 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 4.82 m³/m em
julho/2008.
Tabela 07A – Perfil 06 (Praia do Sossego)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 67.14 0
1.24 Julho – 2008 71.96 4.82
Outubro – 2008 65.90 - 6.06
As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no
gráfico de barra da figura 20 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento
no período de 4 anos.
Variação do Volume - Perfil 06
09.35
0 4.82
- 48.25
- 6.06
-60
-40
-20
0
20
meses
volu
me
m3 /m
abr/04 mai/04 jun/04 abr/08 jul/08 out/08
Figura 20 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Sossego
66
4.4.1.8 - Praia Enseada dos Golfinhos
Situada na porção norte da Ilha de Itamaracá, à semelhança da Praia do Sossego, a
Praia Enseada dos Golfinhos só veio a ser ocupada a partir da década de 1980, quando do
desmembramento e loteamento da antiga propriedade do “Lance-dos-Cações”. O acesso
também pode se dar pelo rio Jaguaribe ou através da estrada de rodagem que passa pela
Penitenciária Barreto Campelo. É uma praia típica de veranistas. No inverno, as casas ficam
totalmente sob a responsabilidade dos caseiros. Sua oferta de serviços é mais precária do que
na Praia do Sossego. Porém, do ponto de vista ambiental, é ainda, juntamente com a Praia do
Fortim, é a mais conservada.
O perfil 07 está localizado nas coordenadas (UTM) 029 78 48 E / 91 478 57 N, na
Praia Enseada dos Golfinhos. É caracterizado por uma praia larga, desde a região de pós-praia
até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia na baixa-mar, apresentando uma faixa de
berma bem evidente coberta por vegetação praieira. O RN calculado desse perfil é de 4.625m.
(Fotos 27 e 28). Apresenta uma declividade em torno de 3°. (Fotos 29a e 29b).
Esse perfil, bem como os perfis 01A e 08, foi acrescentado aos demais levantados
por Silva, 2004, daí o intervalo de tempo estudado restringir-se aos meses de abril, julho e
outubro de 2008. Entretanto, julgou-se importante incluir no estudo a porção norte da Ilha,
uma vez que ela é, ainda, pouco investigada.
Foto 27 – Localização do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos
67
Foto 28 – Panorâmica do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos
Fotos 29a e 29b – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 21) apresenta uma configuração
movimentada, em todos os setores praiais, principalmente no setor de estirâncio, onde o perfil
de outubro assume posição mais elevada do que os demais, evidenciando um acúmulo de
sedimento. A berma se apresenta incipiente com pequena inclinação em todos os perfis.
Convém ressaltar que o perfil de julho do ponto de vista da sua morfologia é o mais
equilibrado. O comprimento total dos perfis em relação zero hidrográfico apresenta valor
máximo de 85m para o mês de outubro de 2008.
68
Figura 21 – Perfil praial na Praia Enseada dos Golfinhos.
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 08), para o período
considerado, mostram um balanço sedimentar positivo de 54.77 m³/m onde o valor máximo
de erosão foi de 29.16 m³/m em julho/2008 e sedimentação de 83.93 m³/m em outubro/2008.
Tabela 08 – Perfil 07 (Praia Enseada dos Golfinhos)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 171.65 0
54.77 Julho – 2008 142.49 - 29.16
Outubro – 2008 226.42 83.93
A variação de volume observada no de 2008 está representada no gráfico de barra da
figura 22 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no período.
Variação do Volume - Perfil 07
0
-29.16
83.93
-50
0
50
100
meses
volu
me
m3 /m
abr/08 jul/08 out/08
Figura 22 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Enseada dos Golfinhos
69
4.4.1.9 - Praia do Fortim
Situada na porção norte da Ilha, a Praia do Fortinho ou Fortim é assim denominada
devido à existência em tempos remotos de um Fortinho construído em pau a pique, nas
proximidades da desembocadura norte do Canal de Santa Cruz, na margem direita da Barra de
Catuama (Goiana). Seu processo de ocupação foi semelhante ao das Praias do Sossego e da
Enseada dos Golfinhos.
O Pontal da Ilha, formado de areia, expandiu-se no sentido do Canal de Santa Cruz,
divisa com a Barra de Catuama. Com base nas ortofotocartas de 1974 (Fidem), é possível
constatar que esta área está totalmente vazia e sem demarcação por lotes. Entretanto, a partir
das ortofotocartas de 1989, o desmembramento da área em lotes é visível. Apesar da
ocupação e devastação do mangue para construções de edificações, ainda é possível
encontrar-se remanescentes desta vegetação nos riachos que desembocam no Canal.
O perfil 08 está localizado nas coordenadas (UTM) 029 75 96 E / 91 487 42 N, na
Praia do Fortim. É caracterizado por uma praia larga, desde a região de pós-praia até a
antepraia, com cerca de 80m de faixa de praia na baixa-mar, apresentando uma faixa de berma
bem evidente coberta por vegetação praieira. O RN calculado desse perfil é 2.782 (Fotos 30 e
31). Apresenta uma declividade na ordem de 3º (Fotos 32a e 32b).
Foto 30 – Localização do perfil 08 – Praia do Fortim
70
Foto 31 – Panorâmica do perfil 08 – Praia do Fortim
Fotos 32a e 32b – Panorâmica da Praia do Fortim e vista de Barra de Catuama.
O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 23), apresenta uma configuração
com pouca movimentação, em todos os setores praiais, principalmente no setor de estirâncio,
onde o perfil de outubro assume posição mais baixa que os demais, caracterizando perda de
material e, consequentemente, com tendência à erosão. Os perfis não apresentam feição de
escarpa de berma delineada; apenas no perfil de julho, sua escarpa de berma apresenta baixa
inclinação e pequena altura, em torno de 1.2m. O comprimento total dos perfis em relação ao
zero hidrográfico apresenta valores de 88m.
71
Figura 23 – Perfil praial na Praia do Fortim
Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 09), para o período
considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 14.97 m³/m onde o valor
máximo de erosão foi de 27.36 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 12.39 m³/m em
julho/2008.
Tabela 09 – Perfil 08 (Praia do Fotim)
Mês Volume
(m3m)
Vn+1 - Vn
(m3m)
Balanço Final
(m3m)
Abril – 2008 145.62 0
- 14.66 Julho – 2008 158.01 12.39
Outubro – 2008 130.65 - 27.36
A variação de volume observada no ano de 2008 está apresentada no gráfico de
barra da Figura 24 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no
período.
Variação do Volume - Perfil 08
0
12.39
-27.36-30
-20
-10
0
10
20
meses
volu
me
m3 /m
abr/08 jul/08 out/08
Figura 24 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Fortim
72
Uma análise preliminar do desenvolvimento morfodinâmico da área de estudo, entre
os anos de 2004 e 2008, foi realizada, e tomou-se como base, exclusivamente, os resultados
do cálculo de volume dos vários perfis efetuados por Silva, 2004 e complementados pela
autora (2008) os quais estão apresentados na Tabela 10 e representados na Figura 25 e nas
Figuras 26, 27, 28, 29, 30 e 31 de aporte sedimentar.
Tabela 10 – Balanço sedimentar entre os anos de 2004 e 2008
Perfil Balanço (m3m)
Local Balanço Final 2004 2008
01 12.04 - 3.28 Forte Orange Erosão de 15,32 m3/m
01a - - 2.07 São Paulo Erosão em 2008
02 - 8.15 - 0.11 Forno da Cal Aporte de 8.04 m3/m
03 - 16.35 1.74 Bairro Novo Aporte de 18.09 m3/m
04 - 30.90 12.15 Pilar Aporte de 43.05 m3/m
05 - 58.10 14.66 Jaguaribe Aporte de 72.76 m3/m
06 - 38.90 1.24 Sossego Aporte de 40.14 m3/m
07 - 54.87 Golfinhos Aporte em 2008
08 - -14.97 Fortim Erosão em 2008
Os resultados obtidos mostram claramente que a área aqui enfocada, apresenta, no
decorrer de 4 anos, uma expressiva variação no seu perfil morfodinâmico. Em 2004, todos os
volumes calculados indicavam uma perda de material significativa para cada área dos perfis
correspondentes resultando, em todos os pontos, um balanço sedimentar negativo,
significando que o sistema apresentava déficit de material, por vários motivos, sobre os quais
discutiremos mais adiante.
No ano de 2008, a situação se inverte em 90% dos casos que, em razão do balanço
sedimentar positivo, temos, na maioria da área, uma condição de sedimentação com
significativo aporte de material. Tal aporte, segundo a Figura 25, é máximo na Praia de
Jaguaribe (Perfil 05), com 72.76 m3/m e mínimo na Praia de Forno da Cal com 8.04 m3/m
(Perfil 02).
73
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2008
75
O processo erosivo constatado nos limites sul e norte da Ilha de Itamaracá é
atribuído a complexa dinâmica sedimentar atuante na área, promovendo um comportamento
cíclico e rápido (sedimentação e erosão) nestes últimos 50 anos. No caso particular da
extremidade sul da Ilha, Praia do Forte Orange (Figura 32). Essas alterações é conseqüência
direta do “efeito molhe”, gerado na desembocadura do Canal de Santa Cruz, responsável
direto pela retenção de sedimentos provindos do sul, em deriva litorânea, formando a Ilhota
da Coroa do Avião, e também responsável pelo recuo da margem norte do referido Canal,
desenvolvendo, na área, um processo erosivo.
Ilha do Avião
Área com retenção de sedimentos
Figura 32 – Área da desembocadura sul da Ilha de Itamaracá
Esta situação morfológica da área (Ilhota da Coroa do Avião) faz com que os
sedimentos que não se fixam ampliando a área da referida Ilhota passem ao largo dessa área
sul da Ilha e, devido à difração de ondas, retornam à deriva litorânea a partir da Praia de
Bairro Novo, onde se observa uma recuperação do perfil praial. Observando uma imagem do
Google (Figura 33), constata-se a migração de barras arenosas no sentido sul-norte, indicando,
para esse setor da Ilha de Itamaracá, aporte de material, o qual promove a recuperação do
perfil praial de todas essas praias.
76
Barras arenosas em deriva para Norte
A
B
Figura 33 – Migração de barra arenosas no sentido sul-norte.
Na extremidade norte da Ilha, conforme observado na Figura 34, a existência de uma
significativa dinâmica sedimentar, também cíclica e rápida, produzindo a retenção de material
sedimentar acumulado, formando bancos arenosos. Tais alterações enfraquecem o equilíbrio
morfodinâmico, provocando a erosão na maioria dos casos (desembocadura de cursos
fluviais),
Barra de Catuama
Banco arenoso
Figura 34 – Retenção de material sedimentar formando bancos arenosos.
77
Para melhor entender a complexidade dessa dinâmica, explicada resumidamente
acima, faz-se necessário: averiguar minuciosamente, com o monitoramento das correntes
marinhas e fluviais, principalmente nas desembocaduras sul e norte do Canal de Santa Cruz, a
batimetria detalhada da plataforma continental adjacente à área, para se constatarem as
variações de fundo face às variações de elementos, como as ondas, e dar continuidade ao
monitoramento morfodinâmico com a implantação de mais perfis.
4.5 – Sedimentologia
O sedimento de uma praia pode ser composto de qualquer material que esteja
disponível em quantidades significantes e que tenham características apropriadas (como
tamanho e durabilidade) que permitam sua permanência sob as condições hidrodinâmicas da
praia (Komar, 1976). Os grãos de quartzo, derivados do intemperismo, principalmente das
rochas continentais, transportadas através dos rios, são amplamente difundidos em relação aos
outros materiais devido à sua durabilidade física e química (Davis, 1985). Sedimentos
carbonáticos compostos por fragmentos de moluscos, de algas calcárias, foraminíferos e por
outros organismos de estrutura carbonática são importantes, especialmente nos trópicos, onde
a produtividade biológica é intensa (Komar 1976). Além dos sedimentos trazidos pelos rios e
da produção biológica, existem outras fontes de sedimentos para a praia, como a formação de
precipitados químicos, a erosão de falésias e de costões rochosos e o material decorrente das
atividades vulcânicas, que podem compor quase todo o sedimento do litoral de ilhas
vulcânicas, (Kennet, 1982 e Brown,1999).
A inter-relação entre o tamanho do grão do sedimento e a morfologia do perfil de
praia é, de uma forma geral, bem conhecida. Muitos estudos têm sido conduzidos para
investigar a variação espacial do sedimento ao longo do perfil. Para isso, todos os modelos
assumem que diferentes diâmetros de grão mostram um grau distinto de variabilidade
espacial, que induz à conclusão de que cada tamanho de sedimento responde diferentemente à
mesma hidrodinâmica (Medina et al, 1994).
As maiores partículas de areia de qualquer praia são encontradas no ponto de
mergulho onde, segundo pesquisas, é o ponto de máxima turbulência. A próxima maior
partícula é encontrada no topo da berma de verão: após a agitação do ponto de mergulho, o
material grosso é aprisionado em suspensão e carregado pelo espraiamento até o limite da
face da praia e, sobre a berma, de onde não consegue retornar. A areia mais fina é encontrada
nas dunas, pois é transportada pelo vento, que age seletivamente sobre os grãos mais leves.
78
Na porção submersa, o sedimento se torna menor com o aumento da profundidade (Bascom,
1951).
4.5.1 – Caracterização sedimentológica da Ilha de Itamaracá
A análise sedimentológica fornece subsídios para estabelecer a correlação entre as
características texturais dos sedimentos e os vários ambientes que compõem a dinâmica
deposicional, visando a criar parâmetros de identificação e caracterização do ambiente. As
características texturais de um sedimento referem-se a um conjunto de estatísticas descritivas
de sua distribuição granulométrica, associadas aos parâmetros estatísticos granulométricos,
tais como: diâmetro médio, desvio padrão, média, mediana, assimetria e curtose.
Com vistas a obter a caracterização sedimentológica da área, foram feitas 30 coletas
de sedimentos distribuídas em 15 pontos de amostragem, nos períodos de abril e julho de
2008. Esses 15 pontos de amostragem estão equidistantes mil metros entre si, e em alguns
casos, essa distância coincide com os pontos onde foram alocados os perfis morfodinâmicos
(Figura 35). Utilizando o material coletado, efetuaram-se a análise granulométrica, a análise
morfoscópica e o tratamento estatístico.
80
4.5.1.1 - Análise Granulométrica
Os resultados obtidos a partir da análise granulométrica dos sedimentos permitiram
classificá-los em fração areia, de acordo com seu percentual de cascalho, areia e lama (silte +
argila), utilizando o diagrama de Shepard (1954) (Figura 36).
Figura 36 – Diagrama triangular de classificação de sedimentos conforme Shepard (1954). O
ponto azul representa a área onde predominaram as granulometrias das areias estudadas.
Para melhor analisar os dados, gerou-se um segundo diagrama ternário através do
qual é tratada exclusivamente a fração areia (Figura 37).
Figura 37 – Diagrama triangular da fração areia com os resultados obtidos através da análise
granulométrica das amostras coletadas (pontos vermelhos).
81
Os resultados obtidos a partir das analises granulométricas realizadas com as
amostras coletadas na Ilha de Itamaracá e tratados no programa Anased, mostram que, ao
longo desse litoral, há uma predominância de sedimentos da fração areia fina com exceção
dos seguintes pontos: no ponto de coleta de sedimento 2 (Praia de Orange), os sedimentos
variam entre as frações areia fina, a silte; no ponto de coleta de sedimento 3, os sedimentos
pertencem à fração areia média; no ponto de coleta de sedimento 9 (Praia do Sossego), os
sedimentos variam entre as frações areia grossa e muito grossa; e, no ponto de coleta de
sedimento 10 (Praia da Enseada dos Golfinhos), os sedimentos variam entre as frações de
areia fina a média.
4.5.1.2 - Diâmetro Médio
Segundo Santos (in: Silva 2008), o Diâmetro Médio do ponto de vista geológico
reflete a média geral do tamanho dos grãos dos sedimentos, sendo importante na correlação
com o sentido do transporte ao longo do fluxo e sua velocidade, com a fonte do material e
com o processo de deposição.
Para as 30 amostras de areia, coletadas na extensão dos 16 km do? litoral leste da
Ilha de Itamaracá, 80% representam a classe das areias finas, 10%, areia média e 3,33% tanto
para areia grossa como muito grossa. Este percentual elevado de sedimentos finos caracteriza
um ambiente com baixa energia (Figura 38).
Percentagem do diâmetro médio das areias
3.33%
3.33%
10%
80%
areia muito grossa
areia grossa
areia média
areia fina
Figura 38 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia (total de 30 amostras)
82
4.5.1.3 - Desvio Padrão (grau de seleção)
Representa a tendência dos grãos em se distribuírem torno de um determinado valor
médio. Um sedimento bem selecionado traduz uma pequena dispersão nos seus valores
granulométricos (Toldo Jr., 1998)
Ainda conforme Santos (op. cit.), esse parâmetro corresponde ao grau de dispersão
ou espalhamento dos dados em torno de uma tendência central, determinando o grau de
seleção dos sedimentos. Geologicamente, vem a ser a capacidade que diferentes agentes
ambientais têm de selecionar um determinado sedimento.
Os resultados referentes às amostras da fração areia para as 30 amostras são
predominantemente representados pelas classes de moderadamente selecionados com 56% e
pobremente selecionados, totalizando 36,66%. (Figura 39)
Percentagem do grau de seleção das areias
3.33%
56.66%
36.66%
3.33%
BemselecionadoModeradamenteselecionado
Pobrementeselecionado
Extremamentemal selecionado
Figura 39 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia (30 amostras)
4.5.1.4 - Assimetria
Duas curvas podem ter a mesma granulometria média e o mesmo grau de dispersão.
Por essa razão deve-se ter uma medida de tendência dos dados ao se dispersarem de um lado
ou do outro da média (Suguio, 1973).
O grau de Assimetria é indicado pelo afastamento do Diâmetro Médio da Mediana.
Quando o Diâmetro Médio e a Mediana coincidem há uma distribuição Simétrica. Se houver
um desvio para valores maiores em � (partículas mais finas) a Assimetria será positiva, e se o
83
desvio tende a valores menores em � (partículas grossas) a Assimetria será negativa. A
Assimetria é utilizada para caracterizar ambientes de sedimentação correlacionando-os ao
regime de energia atuante.
A assimetria é sedimentologicamente significativa, pois o enriquecimento de
partículas finas, mesmo por uma pequena Moda pode significar ocorrência de período menos
energético após evento deposicional. Enquanto que o enriquecimento em partículas grossas
pode significar período de maior energia.
Positiva: enriquecimento em partículas finas (curva ou cauda tende para direita).
Negativa: enriquecimento de partículas grossas (curva ou cauda tende para esquerda).
Os resultados da análise da Assimetria revelam uma tendência das curvas para
esquerda, ou seja, predominância de valores negativos, sendo 40% das amostras de assimetria
muito negativa e 30% de assimetria negativa, constatando que a área caracteriza-se pela
presença de sedimentos grossos. (Figura 40)
A predominância de grãos maiores pode indicar um ambiente de maior energia
Percentagem do grau de assimetria
40%
30%
10%
6.66%
13.33%
Assimetria muitonegativa
negativa
Aproximadamentesimétrica
positiva
muito positiva
Figura 40 – Distribuição espacial das classes de Assimetria
Mason & Folk, 1958 (in: Suguio, 1973) destacam a assimetria e a curtose como
sendo os melhores parâmetros para diferenciação dos ambientes. E inferem que as areias de
dunas têm assimetrias mais positivas do que as areias de praia.
84
4.5.1.5 - Curtose
A Curtose ou Angulosidade dos picos reflete o grau de agudez dos picos nas curvas
de distribuição de frequência. Sua medida indica a razão do espalhamento médio das caudas e
na parte central da distribuição no Desvio Padrão (Suguio, 1973).
Tais curvas estão diretamente relacionadas às condições de movimento no ambiente
sedimentar, sendo que as amostras que apresentam curvas Leptocúrticas indicam
provavelmente remoção de uma fração dos sedimentos por meio de corrente de fundo,
enquanto que distribuições Platicúrticas podem indicar mistura de diferentes populações ou
tamanho. Já as curvas Mesocúrticas delimitam áreas intermediárias de maior ou menor
movimentação.
Proposta de Folk (1968) para designação de angulosidade da curva granulométrica
quando se aplica o KG.
KG Designação
< 0,67 Muito platicúrtica
0,67 a 0,90 Platicúrtica
0,90 a 1,11 Mesocúrtica
1,11 a 1,50 Leptocúrtica
1,50 a 3,00 Muito leptocúrtica
> 3,00 Extremamente leptocúrtica
Folk & Ward (1957), sugerem que valores de curtose muito altos ou muito baixos
podem ser atribuídos ao material selecionado em num ambiente de alta energia e transportado
para outro sem mudanças de características, onde então, foi misturado a outro sedimento, sob
condições de baixa energia.
A distribuição da Curtose para a faixa de praia da Ilha aponta para uma aproximação
dos valores em percentual situando-se em torno de 26,66 para curvas Platicúticas, bem como
para as curvas Mesocúrticas e 23,33 para as curva Leptocúrticas. (Figura 41)
85
Percentagem do grau de curtose
6.66%26.66%
26.66%
23.33%
13.33% 3.33%
Muito platicúrtica
Platicúrtica
Mesocúrtica
Leptocúrtica
Muito leptocúrtica
Extremamenteleptocúrtica
Figura 41 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia
4.5.1.6 - Relação entre os parâmetros estatísticos
Para melhor visualizar o comportamento global dos parâmetros estatísticos que
caracterizam as distribuições granulométricas dos sedimentos da zona do estirâncio da área
estudada, elaborou-se um diagrama de dispersão utilizando os dados de Desvio-Padrão (grau
de seleção) e Assimetria. Esse diagrama é construído, fundamentalmente, para estabelecer a
distinção entre areias marinhas, dunares ou fluviais. Este método, segundo Bjorlykke (1984
In: Lewis & McConchie, 1994), utiliza campos aproximados para diferentes ambientes.
No que diz respeito à maioria das amostras coletadas no litoral leste da Ilha de
Itamaracá constatou-se que é procedente de depósitos costeiros ou praias. (Figura 42)
86
Figura 42 – Diagrama de dispersão – assimetria /desvio-padrão dos sedimentos da área
estudada.
4.5.2 – Morfologia, textura superficial e composição dos sedimentos.
A forma e o grau de arredondamento das partículas de areia e dos seixos são
parâmetros que têm sido usados desde muito tempo para interpretar histórias de depósitos
sedimentares.
A forma dos grãos controla parcialmente o transporte e a deposição dos sedimentos,
enquanto que o arredondamento ou angularidade reflete a distância e a força do transporte.
A esfericidade é, em parte, função da relação entre área de superfície e o volume da
partícula.
Os detalhes superficiais dos grãos de rochas sedimentares, independentes da forma,
tamanho ou composição mineralógica, são denominados de textura superficial. Um grão pode
apresentar a superfície polida ou fosca. Em princípio esses caracteres têm significado
genético. Grãos foscos normalmente são produtos da ação eólica, enquanto que os polidos são
resultantes de ambientes subaquosos. (Suguio, 1973).
A textura superficial de fragmentos maiores que 2mm de diâmetro apresentam três
categorias de acordo com o grau em que sejam lisas, polidas ou foscas. Esses caracteres estão
relacionados primariamente à reflexão, ou seja, ao grau de brilho da superfície. Já a textura
superficial de fragmentos menores que 2mm de diâmetro pode ser fosca ou polida, bem como
87
lisa ou rugosa. A superfície de uma partícula pode ser lisa ou rugosa, independentemente do
seu brilho.
A análise morfoscópica refere-se a um método que estuda as propriedades (forma,
arredondamento e esfericidade) e à textura superficial (brilho e fosqueamento) das partículas
sedimentares.
Das 30 amostras coletadas no litoral leste da Ilha, foram selecionadas as 15 amostras
referentes ao mês de julho de 2008, visando a proceder à análise morfoscópica e
composicional, conforme os parâmetros de arredondamento, esfericidade, textura superficial e
composição mineralógica.
4.5.2.1 - Arredondamento
O grau de arredondamento das partículas sedimentares é verificado a partir das
observações da presença, ou não, de angularidade na superfície externa do grão (Toldo Jr,
1998). Esse parâmetro aponta para o índice de maturidade de um sedimento. De um modo
geral, o grau de arredondamento aumenta com a duração do transporte e retrabalhamento. Em
princípio, todas as classes granulométricas apresentam o mesmo grau de arredondamento
quando os sedimentos não são derivados de sedimentos pré-existentes e o transporte ocorre
por uma curta distância. No entanto, os sedimentos que passaram por um longo processo de
abrasão apresentam diferenças marcantes entre os graus de arredondamento das diferentes
granulações, visto que as partículas maiores são mais arredondadas do que os grãos menores
(Suguio, 1973).
O arredondamento das partículas siliciclásticas dos sedimentos analisados varia de
subanguloso a subarredondado (Figura 43 e Foto 33). O arredondamento das partículas
bioclásticas é, geralmente, melhor do que o das siliciclásticas, devido à fragilidade do material
constituinte (CaCO3).
88
Percentual do grau de arredondamento dos grãos (amostra total)
40%
60%
Subanguloso
Subarredondado
Figura 43 – Percentual do grau de arredondamento dos grãos da amostra estudada (fração 1�
ou 0,5 mm)
Foto 33 – Grãos de quartzo subanguloso a subarredondado (fração 1� ou 0,50 mm) na escala
de aumento de 12 vezes
4.5.2.2 - Esfericidade
É uma grandeza que expressa numericamente o grau de aproximação da forma de
uma partícula tamanho areia daquela de esfera perfeita. A esfericidade reflete as condições de
deposição no momento da acumulação, embora seja modificada, em grau mais limitado,
também pela abrasão. Apesar de a esfericidade ser menos significativa para relatar a abrasão
89
dos sedimentos, é um importante fator na história da seleção granulométrica das partículas.
(Suguio, 1973).
Constatou-se que 60% das amostras analisadas apresentam um grau de esfericidade
predominantemente alto (Figura 44 e Foto 34), ratificando a afirmação de Reineck & Singh
(1980) de que os grãos da fração areia tornam-se mais esféricos com o aumento do desgaste e
da quebra durante o transporte, e que a esfericidade aumenta com o aumento do tamanho do
grão.
Percentual do grau de esfericidade dos grãos (amostra total)
60%
40%Alta
Baixa
Figura 44 – Percentual do grau de esfericidade dos grãos da amostra estudada (fração 1� ou
0,5 mm)
Foto 34 – Grãos de quartzo com alta esfericidade (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de
aumento de 10 vezes
90
4.5.2.3 - Textura superficial
Esse parâmetro refere-se às feições na superfície dos grãos cuja pequenês não afeta
significativamente sua forma (McLane, 1995). A textura superficial é expressa pela
ornamentação das faces dos grãos e pela presença ou ausência de brilho.
O estudo da textura superficial de areias atuais mostra que há características que são
produzidas por mecanismos de transporte que podem ser ambientalmente diagnosticadas.
Nos sedimentos estudados, observou-se que os sedimentos são brilhantes na fração
areia siliciclástica, fator indicativo de que os mesmos foram retrabalhados em ambiente
subaquoso (Foto 35). Porém, em alguns grãos, também se constatou a presença de uma
película argilosa que os contorna dando a falsa impressão de fosqueamento (Foto 36). Nos
grãos biocláticos, não foram detectados vestígios de dissolução e oxidação.
Foto 35 – Presença de brilho nos grãos de quartzo (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de
aumento de 10 vezes
91
Foto 36 – Presença de película de argila nos grãos de quartzo (fração 1� ou 0,50 mm) na
escala de aumento de 8 ½ vezes
4.5.2.4 - Composição dos grãos
Nas amostras analisadas verificou-se a presença de dois tipos principais de
componentes: os bioclásticos e os siliciclásticos (Figura 45). Os primeiros são constituídos
principalmente por artículos de algas (Halimeda), conchas inteiras e fragmentos gastrópodes,
microgastrópodes, bivalves, microbivalves, foraminíferos, e outros. E os segundos, de
quartzo. (Foto 37).
As proporções entre os grupos nas amostras analisadas variam de acordo com a área
em que estão localizadas. Entretanto, verifica-se a predominância dos grãos detríticos. Porém
a quantidade de bioclásticos está associada principalmente à presença dos recifes algálicos
existentes na área estudada. Sua distribuição pode estar relacionada à influência de elementos
terrígenos, condições do substrato, iluminação e à hidrodinâmica local (Lira, 1975).
Os grãos bioclásticos são predominantemente brancos (em torno de 95%).
Secundariamente, porém, foram também identificados esses tipos de grãos nas cores preta,
amarela e marrom (Foto 38). Conforme Leão & Machado (1989), a presença de grãos de
cores variadas, ou combinações dessas cores, depende da história deposicional do sedimento e
da estrutura do grão.
92
Nas amostras analisadas verificou-se a presença de dois tipos principais de
componentes: os bioclásticos e os siliciclásticos (Figura 45). Os primeiros são constituídos
principalmente por artículos de algas (Halimeda), conchas inteiras e fragmentos gastrópodes,
microgastrópodes, bivalves, microbivalves, foraminíferos, e outros. E os segundos de quartzo.
(Foto 37 ) .
As proporções entre os grupos nas amostras analisadas variam em função da área
onde estão localizadas. Entretanto, verifica-se a predominância dos grãos detríticos. Porém a
quantidade de bioclásticos está associada principalmente à presença de recifes algálicos
existentes na área estudada. Sua distribuição pode está relacionada com a influência de
elementos terrígenos, condições do substrato, iluminação e a hidrodinâmica local. (Lira,
1975).
Os grãos bioclásticos são predominantemente da cor branca (em torno de 95%),
porém, secundariamente observou-se também nas cores preta, amarela e marrom (foto 38).
Conforme Leão & Machado (1989), a presença de grãos com cores variadas, ou combinações
dessas cores, depende da história deposicional do sedimento e da estrutura do grão.
Foto 37 – Presença de variadas proporções de siliciclásticos e bioclásticos (fração 1� ou 0,50
mm) na escala de aumento de 8 ½ vezes.
93
Foto 38 – Presença de bioclásticos de cores variadas (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de
aumento de 10 vezes.
94
12
34
5
020406080100
Percentagem (%)
Am
ostr
as
Prop
orçã
o en
tre
os g
rãos
de
quar
tzo
e bi
oclá
stic
os Out
ros
Bioc
lást
ico
Qua
rtzo
67
89
10
020406080100
Percentagem (%)
Am
ostr
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o en
tre
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rãos
de
quar
tzo
e bi
oclá
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Bioc
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ico
Qua
rtzo
1112
1314
15
020406080
Percentagem (%)
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l
95
CAPÍTULO 5 - VULNERABILIDADE À EROSÃO
5.1 – Aspectos Gerais
O problema da erosão costeira vem sendo observado em diferentes locais do mundo,
sendo considerado atualmente um fenômeno global (Bird, 1993). Com a intensa urbanização
das orlas, principalmente a partir da década de 1970, esse fenômeno passou a ser tratado não
apenas pelos estudos voltados para a compreensão dos processos físicos, mas também sob um
enfoque socioeconômico devido aos seus impactos sobre as construções urbanas (Lins-Barros,
2005).
As regiões costeiras possuem intensa dinâmica natural, com interações complexas de
processos oceânicos, costeiros e continentais, responsáveis por erosão e acresção que podem
ocorrer naturalmente em períodos de poucos anos ou até em eventos de poucos dias.
O termo vulnerabilidade é frequentemente empregado nas Geociências associado a
desastres e incidência de fenômenos naturais. Ainda que dentro desse contexto refira-se a uma
aplicação geral, percebe-se que esse termo possui significado amplo, e sob uma ótica
fundamental, não existe um consenso em torno de sua conceituação, existindo pontos
convergentes e divergentes acerca de seu significado. (Mazzer, 2007)
Entende-se por vulnerabilidade erosiva de um litoral, o quão frágil uma região é à
ação dos processos da dinâmica costeira.
A análise sobre a vulnerabilidade de uma dada zona costeira é fundamental para uma
adequada identificação de zonas potencialmente expostas ao “perigo”, uma vez que serve de
base para a adoção de uma estratégia de ordenamento do território.
O grau de vulnerabilidade à erosão costeira está diretamente correlacionado ao
deslocamento da linha de costa, a estabilidade da praia, aos processos hidrodinâmicos,
morfodinâmicos e sedimentares, as intervenções antrópicas e ao grau de urbanização
(Coutinho et al, 1997).
Para Esteves e Finkl (1998), a vulnerabilidade do ambiente costeiro pode ser
definida conforme alguns parâmetros e classes fundamentais (Quadro 01).
96
Quadro 01 – Parâmetros para categorizar os segmentos de costa
Parâmetros Classe Definição
Grau de
desenvolvimento urbano
Alto
> 60% da área costeira a
500m da linha de costa
com construções de casa,
prédios, estradas,
infraestrutura
Intermediário < 60% e > 30% da área
costeira está ocupada
Baixo/nenhum
< 30% da área costeira a
500m da linha de costa
com ocupação
Variação da linha de
costa
Acresção > 0.5m a a-1
Estável - 0.5m a 0.5m a-1
Erodida -0.5m a-1.0m a-1
Intensamente erodida > -1.0m a-1
Medidas de proteção da
costa
Sem (não) Ausência de obras de
proteção
Com (sim)
Presença de medidas de
proteção da costa
- muro
- engordamento de praia
- groins
Fonte: Esteves & Finkl (1998)
5.2 - Vulnerabilidade do litoral leste da Ilha de Itamaracá
A Ilha de Itamaracá encontra-se submetida a um forte processo de uso e ocupação
do solo devido a atividades urbana e rural que exercem um importante papel no
desenvolvimento socioeconômico do município. Na zona costeira, as atividades urbanas
predominam sobre as rurais, e o turismo estimulou a ocupação de extensas áreas voltadas ao
lazer, tornando-se o principal indutor da urbanização da Ilha. A indústria imobiliária tem
97
funcionado desde a década de 1970, como uma forte incentivadora, ou investidora da
ocupação das áreas litorâneas, tanto em nível nacional quanto regional ou local. (Morais,
2000).
Para determinar o grau de desenvolvimento urbano da faixa costeira do município de
Itamaracá, consideraram-se os parâmetros definidos por Esteves e Finkl Jr. (op. cit),
adaptando-se tais critérios à área de estudo. Estabeleceu-se como área de estudo a faixa
costeira definida da linha de preamar até a linha de 500 metros de distância. Assim, o grau de
desenvolvimento urbano foi classificado conforme os critérios a seguir:
Grau de Desenvolvimento
Urbano (GDU)
Alto > 60% da área costeira ocupada
Intermediário 30% > 60% da área costeira ocupada
Baixo < 30% da área costeira ocupada
A situação da linha de costa foi definida com base nos termos sugeridos por Esteves
e Finkl Jr. (1998), adotando-se o critério do grau de avanço ou recuo da linha de costa
observado em campo, porém adaptando-o à uma nomenclatura própria. Assim, a linha de
costa em Itamaracá foi classificada em: acresção (aporte sedimentar), erosão alta (perda
sedimentar > 50 m3/m), erosão moderada (perda sedimentar entre 20 e 50 m3/m), erosão baixa
(perda sedimentar < 20 m3/m) e sem informação.
Outro critério utilizado foi à verificação de ausência ou presença de medidas de
proteção da costa (enrocamentos, troncos, muros, rampas). Essas informações foram coletadas
por meio de levantamento feito no campo. Também se utilizaram informações através de
resultados de análise granulométrica associada aos dados de declividade do estirâncio
indicando que as praias da Ilha são dissipativas em sua maioria.
Correlacionando todas essas informações, dividiu-se o litoral em 10 setores,
constituídos por células que englobam dados semelhantes muitas vezes de praias distintas.
Considerando-se os parâmetros de vulnerabilidade adotados por Esteves e Finkl (op. cit),
obteveram-se os graus de vulnerabilidade à erosão do litoral leste da Ilha de Itamaracá
(Figuras 47 e 48 no final do capitulo).
5.2.1 - Setor 1
Este setor compõe-se das células 1, 2 e 3, correspondentes à Praia do Forte Orange e
trecho sul da Praia de São Paulo. O valor negativo do balanço sedimentar, que quantifica a
98
perda de sedimento sofrida no intervalo estudado é a característica predominante no setor que,
assim, apresenta alta vulnerabilidade. Esse quadro de erosão deve-se à forte dinâmica
sedimentar exercida pela desembocadura sul do canal de Santa Cruz, juntamente com os
efeitos da deriva litorânea e energia de onda que ocasionam rápidos ciclos de deposição e
erosão dos sedimentos no perfil praial.
A célula 1 está localizada nas proximidades da desembocadura sul do Canal de
Santa Cruz, daí o nível de turbidez ser elevado. A orla, nesta célula, apresenta pequenas dunas
e estuário. O estirâncio tem uma largura em torno de 20m na baixa-mar, e sua inclinação é da
ordem dos 3º. Os sedimentos são classificados como da fração areia fina. A faixa de pós-
praia tem uma largura de 25 a 30m com presença de berma e pequenas dunas recém coberta
por vegetação, porém encontra-se totalmente ocupada por barracas que, durante a maré alta,
anula a possibilidade de recreação. A urbanização dessa célula é baixa, na ordem de 30%, em
que a edificação marcante é o Hotel Orange, além de várias barracas comerciais voltadas
primordialmente a atender a população flutuante ou turística da Ilha. A primeira faixa de
construção está sobre as pequenas dunas. Ali não existe nenhuma estrutura de proteção
costeira (Foto 39).
Foto 39 – Panorâmica da célula 1 Praia do Forte Orange.
99
A célula 2 localiza-se a partir da quina direita do Forte de Orange até o final das
barracas do Bar Dois Irmãos. A direção predominante do transporte litorâneo para todas as
células é de Sul para Norte. O tipo de onda é deslizante. Como indicadores de erosão,
encontraram-se coqueiros caídos, raízes expostas e algumas barracas que foram danificadas.
A praia mede, aproximadamente, 25m de largura na maré baixa, apresenta uma inclinação em
torno de 3º. O sedimento predominante varia entre a fração areia fina e média. A pós-praia
encontra-se completamente ocupada, o que impossibilita qualquer atividade recreativa durante
a maré alta. A urbanização dessa célula é intermediária, preenchendo, aproximadamente, 60%
da área com casas residenciais e comerciais construídas na faixa de pós-praia. Não existem
estruturas de obras de proteção costeira (Foto 40).
Foto 40 – Panorâmica da célula 2 – Praia do Forte Orange
A célula 3 está situada na Praia de São Paulo, entre o Bar Dois Amores e o início de
uma casa com muro de proteção de pedra rachão. Como atributo natural tem-se um maceió.
A onda é do tipo deslizante. Na faixa de antepraia, detecta-se a existência de substrato
100
rochoso próximo à costa (arrecifes). O estirâncio tem uma largura em torno de 25m na baixa-
mar; sua inclinação está na ordem de 4º e os sedimentos do estirâncio médio são da fração
areia média. A pós-praia tem uma largura aproximada que varia de 40 a 100m, exibindo uma
praia ampla e recreativa durante a maré alta. Identifica-se um maceió que deságua no mar
trazendo dejetos de natureza antrópica. Há dunas vegetadas e berma desenvolvida. A
ocupação urbana ocorre em, aproximadamente, 60% da área iniciando sobre as dunas. Nesta
célula há a presença de estruturas de proteção na faixa de pós-praia do tipo muro de pedra
rachão (Foto 41).
Foto 41 – Panorâmica da célula 3 – Praia de São Paulo
5.2.2 - Setor 2
Este setor compõe-se apenas da célula 4, e corresponde ao trecho norte da Praia de
São Paulo e a Praia de Forno da Cal, que apresenta vulnerabilidade média. Apesar de ter um
aporte sedimentar considerável, esta área, pode vir a sofrer perda sedimentar uma vez que foi
101
atingida por processos erosivos no passado, como indicam as obras pretéritas de contenção da
erosão. Com base em informações coletadas nos trabalhos de Martins 1997 e Silva, 2004, a
área apresenta períodos de erosão e deposição, porém não foi possível delimitar esses
intervalos temporais.
A célula 4 está localizada entre os muros de proteção e uma castanhola na divisa
com a Praia de Forno da Cal. Nesta célula vislumbra-se a presença de manguezal. A orla
conta com uma estrutura de proteção costeira, composta por muro/cais, enrocamentos de
concreto e sacos de areia. O tipo de onda é deslizante, e a antepraia possui beachrocks. A
direção do transporte litorâneo é predominantemente de sul para norte. A largura da praia é
bastante variável, pois existem trechos com 5m apenas e outros que atingem os 30m, com
inclinação de 3º e sedimento da fração areia fina. A pós-praia encontra-se totalmente ocupada
e, consequentemente, não existe área recreativa durante a maré alta. A urbanização prolonga-
se na ordem de 80% da extensão da faixa litorânea, com a construção de prédios e casas
residenciais, ocupando praticamente toda a pós-praia (Fotos 42 e 43).
Foto 42 – Panorâmica da célula 4 – Praia de São Paulo
102
Foto 43 – Panorâmica da célula 4 – Praia de São Paulo
5.2.3 - Setor 3
Este setor compõe-se da célula 5 que corresponde à área ocupada pelo Iate Clube
Itamaracá, e apresenta vulnerabilidade alta. Isto se deve ao fato de a edificação estar situada
no estirâncio recebendo toda a descarga da energia das ondas que formam reentrâncias
marcantes na linha de costa a jusante do empreendimento devido à difração da energia das
ondas (Fotos 44 e 45).
103
Foto 44 – Panorâmica da célula 5 praia de Forno da Cal.
Foto 45 – Panorâmica do Iate Clube de Itamaracá.
104
5.2.4 - Setor 4
Este setor é composto pela célula 6 que corresponde à Praia de Bairro Novo e ao
trecho sul da Praia do Pilar. Analisando o mapa de vulnerabilidade, observamos que a sua
vulnerabilidade à erosão é baixa, visto que, neste trecho, houve acresção sedimentar e lhe falta
obra de contenção.
A célula 6 está situada entre o ponto logo após o Iate Clube de Itamaracá e a Praia
do Pilar. O perfil praial apresenta os setores de pós-praia, estirâncio e antepraia
caracterizando-a como praia completa. O estirâncio tem largura variando entre 30m e 40m na
baixa-mar, sua inclinação está em torno de 4º, e os sedimentos que a compõem são da fração
areia fina. A pós-praia possui dunas vegetadas, com largura que varia de 5m a 60m, espaço
este que funciona como área recreativa e ponto de armazenamento de material de pesca.
Também se constatou a existência de manguezal e de um maceió. A urbanização desta célula
abrange aproximadamente 80% da área (Fotos 46 e 47).
Foto 46 – Panorâmica da Praia de Bairro Novo.
105
Foto 47 – Panorâmica das dunas na Praia de Bairro Novo.
5.2.5 - Setor 5
Este setor é composto pela célula 7, localizada na Praia do Pilar, em cujo estirâncio
existem casas entre as coordenadas UTM 298889,443/9143693,181 e
298912,766/9143185,719. Analisando o mapa de vulnerabilidade, observamos que neste setor
a vulnerabilidade à erosão é alta, pois neste intervalo as edificações estão diretamente sujeitas
à ação da energia das ondas, devido à inexistência de feição praial entre as edificações e a
linha d’água que contribua para dissipação da energia (Fotos 48 e 49).
106
Foto 48 – Panorâmica da Praia do Pilar.
Foto 49 – Panorâmica da Praia do Pilar.
107
5.2.6 - Setor 6
Este setor compõe-se da célula 8, correspondente ao trecho norte da Praia do Pilar,
que apresenta vulnerabilidade média. Apesar de contar com um aporte sedimentar
considerável, que chegou a recobrir algumas das obras pretéritas de contenção da erosão, esta
área pode vir a sofrer perda sedimentar já que foi submetida a processos erosivos no passado,
como indicam as obras.
Nesse trecho, há uma recuperação da praia devido ao acúmulo de sedimento
ocorrido nos últimos quatro anos, apesar de que, no período de estudo de Silva (2004), o perfil
morfodinâmico propiciava a previsão de perda de sedimento neste setor.
A faixa de estirâncio mede, aproximadamente, 20m de largura na baixa-mar. Os
sedimentos de que é composto são da fração areia fina. A pós-praia tem largura média de 20
a 40m, e é utilizada como área recreativa e para armazenamento de material pesqueiro. A
ocupação urbana encontrada neste setor, representada pelo comércio e casas residenciais
(Fotos 50 e 51), é de 100%.
Foto 50 – Panorâmica da Praia do Pilar.
108
Foto 51 – Panorâmica da Praia do Pilar.
5.2.7 - Setor 7
Este setor é composto pelas células 9 e 10, correspondentes à Praia de Jaguaribe e o
trecho sul da Praia do Sossego. Observando o mapa de vulnerabilidade, verificamos que este
setor apresenta baixa vulnerabilidade à erosão devido à acresção sedimentar, e nele não existe
nenhum tipo de obra de contenção da erosão.
A célula 9 se localiza na Praia de Jaguaribe que se estende até a foz do rio
homônimo. Observou-se a presença de manguezal, maceió e estuário. Sua antepraia tem
beachrocks. O tipo de onda é deslizante. A deriva litorânea da área ocorre do sul para o norte.
O estirâncio mede de 20 a 45 m de largura, com inclinação de 3º, e é composto por
sedimentos da fração areia fina. A pós-praia tem uma extensão de 15m a 40m, possui berma
bem desenvolvida e dunas vegetadas, utilizada como área recreativa. Nesta célula não existem
estruturas de proteção, apenas no entorno do maceió foram colocados sacos de areia formando
verdadeiras paliçadas para evitar a invasão deste sobre os bares da proximidade. A área
apresenta grau de desenvolvimento urbano em torno de 80% (Fotos 52 e 53).
109
Foto 52 – Vista da Praia de Jaguaribe.
Foto 53 – Panorâmica da Praia de Jaguaribe.
Detalhe da composição
sedimentar do estirâncio.
110
A célula 10 situa-se no trecho sul da Praia do Sossego, entre a margem esquerda da
foz do rio Jaguaribe até as quatro casas que avançam sobre o estirâncio. Ali, existem
manguezal, dunas e estuário. A direção geral do transporte é predominantemente do sul para o
norte. O estirâncio mede de 10m a 30m de largura na maré baixa, e sua inclinação é de 5º,
sendo composto por sedimentos da fração areia grossa a muito grossa, constituídas
basicamente por material carbonático (fragmentos de Halimedas). Residências e pousadas
ocupam a pós-praia. O grau de urbanização deste setor é intermediário, por alcançar o
percentual de 50% de ocupação na área. Fotos 54 e 55).
Foto 54 – Panorâmica da Praia do Sossego.
111
Foto 55 – Panorâmica da Praia do Sossego.
5.2.8 - Setor 8
O setor é composto pela célula 11, está localizado na Praia do Sossego e restringe-se
à área onde residências ocupam o estirâncio. A análise do mapa de vulnerabilidade neste setor
revelou que o seu grau de vulnerabilidade à erosão é alto visto que, neste local não existe
espaço físico antes das edificações que propicie a dissipação da energia das ondas. Portanto,
toda a energia incide nas muretas de proteção das casas alterando o caráter dissipativo da
praia neste trecho (Fotos 56 e 57).
112
Foto 56 – Trecho sul de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego.
Foto 57 –Trecho norte de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego.
113
5.2.9 - Setor 9
Este setor é composto pela célula 12, que corresponde à Praia Enseada dos
Golfinhos. O mapa de vulnerabilidade demonstrou que, neste setor, a vulnerabilidade à erosão
é baixa, devido à acresção sedimentar neste trecho. Ai não existe nenhum tipo de obra de
contenção para conter a erosão.
Nesta célula, as ondas são do tipo deslizante. O transporte é feito
predominantemente do sul para o norte. A praia mede de 40m a 50m de largura, apresentando
inclinação em torno de 4º. Os sedimentos são predominantemente da fração areia fina
constituídos, em sua maioria, por grãos siliciclásticos. A pós-praia tem de 25m a 50m, e é
utilizada como área recreativa durante a maré alta. Exibe uma berma bastante conservada e
dunas vegetadas. É uma célula ainda muito pouco urbanizada, apresentando trechos sem
urbanização. O percentual de desenvolvimento urbano para área foi calculado em 30% (Foto
58).
Foto 58 – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos.
114
5.2.10 - Setor 10
A análise do mapa de vulnerabilidade deste setor, composto pelas células 13, 14 e 15
das Praias de Fortim e do Pontal da Ilha, revelou alta vulnerabilidade. Este cenário decorre da
forte dinâmica sedimentar exercida pela desembocadura norte do Canal de Santa Cruz,
juntamente com a deriva litorânea e a energia das ondas que ocasionam rápidos ciclos de
deposição e erosão dos sedimentos no perfil praial. No período estudado, o perfil
morfodinâmico apresentou um saldo negativo para o balanço sedimentar, característica
determinante para indicação da vulnerabilidade visto que revela um recuo da linha de costa
em direção ao continente que, a se manter, ameaça a integridade das edificações.
A célula 13 situa-se na Praia do Fortim e apresenta estirâncio medindo em torno de
40m a 50m de largura, cuja inclinação é de 3º, e é composta por sedimentos siliciclásticos da
fração areia fina. A pós-praia mede de 50m a 150m, aproximadamente, e apresenta dunas
vegetadas. O grau de desenvolvimento urbano alcança o percentual de 30% (Foto 59).
Foto 59 – Panorâmica da Praia do Fortim.
115
Já a célula 14, ainda na Praia do Fortim, é composta por um conjunto das casas que
possuem estruturas de contenção à erosão, como enrocamento, muretas e outros aparatos,
demonstrando que a área está diretamente exposta à ação da hidrodinâmica local. O estirâncio
apresenta uma largura de 10m a 15m, na maré baixa, e sua inclinação é de 3º, os sedimentos
siliciclásticos são da fração areia fina. A pós-praia encontra-se ocupada e não possui área de
recreação durante a maré alta. Porém, a célula apresenta baixo grau de urbanização, com
apenas 30% de toda extensão ocupada (Fotos 60 e 61).
Foto 60 – Panorâmica da Praia do Fortim onde as edificações possuem estruturas de
contenção da erosão.
Foto 61 – Detalhe dos tipos de estruturas de contenção da erosão – Praia do Fortim.
116
A célula 15, localizada no Pontal da Ilha, compõe-se por manguezal, duna e estuário.
A praia tem uma largura de 30m a 40m, e 3º de inclinação, os sedimentos são da fração areia
fina. A pós-praia contém dunas vegetadas, e sua extensão é de 50m a 100m, usada como área
recreativa durante a maré alta. A urbanização da área é baixa, em torno de 30%, e é composta
por casas de veraneio (Foto 62).
Foto 62 – Panorâmica do Pontal da Ilha.
119
Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES.
A ocupação imobiliária na Ilha de Itamaracá, desde a década de 1970,
desencadeou um processo de ocupação desordenada na zona flúvio-lagunar e da pós-
praia por parte de construções fixas. A ocupação desordenada e as edificações alocadas
nas faixas inadequadas têm contribuído para intensificar um cenário de degradação
ambiental acentuado, principalmente de erosão marinha na linha de costa. A falta de
legislação específica, bem como a efetiva aplicação das existentes em nível nacional,
estadual e local, aliada à vulnerabilidade dessas áreas costeiras, colaboram para o
agravamento da situação.
Em toda a zona costeira onde há o recuo em relação à linha de berma para se
iniciarem as construções, o perfil praial (antepraia, praia e pós-praia) precisa ser
preservado por completo, do contrário, procurará resgatar o seu equilíbrio retirando
sedimentos das áreas adjacentes, principalmente daquelas que sofrem diretamente o
impacto da ação energética das ondas.
Em princípio, pode-se afirmar que a Ilha possui baixo aporte sedimentar oriundo
da deriva litorânea, do fluxo dos rios, eólico, bem como do suprimento proveniente da
plataforma marinha rasa. Neste sentido, a ilhota da Coroa do Avião, situada
imediatamente ao sul da Ilha (desembocadura sul do Canal de Santa Cruz), contribui
fortemente para a contenção dos sedimentos oriundos da corrente de deriva que, em
Pernambuco, tem sentido predominante de sul para norte. A exemplo da Coroa do
Avião, é visível a formação de bancos de areia nas proximidades das desembocaduras
norte do Canal de Santa Cruz e do rio Jaguaribe, que tendem a evoluir e desenvolver
vegetação típica de ambientes sob influência estuarina. Esses fatos colaboram para
aumentar a escassez de sedimento nas praias situadas imediatamente à jusante.
Quanto à presença de estruturas rígidas, são obras marcadamente construídas
paralelamente à linha de costa para protegerem as edificações pretéritas (Pilar) e
recentes (São Paulo, Forno da Cal e Fortim) que, por efeito da difração deslocam os
sedimentos lateralmente. Quanto às estruturas perpendiculares à praia, que deslocam os
sedimentos para as praias ao norte, são em menor escala.
Os levantamentos topográficos realizados nos meses de abril, julho e outubro de
2008 e correlacionados aos realizados por Silva (2004), no litoral leste da Ilha de
Itamaracá, bem como a elaboração de um mapa de vulnerabilidade possibilitaram-nos
120
compreender melhor os processos morfodinâmicos atuantes na Ilha. Com base na
análise dos perfis topográficos, balanço sedimentar e análise sedimentológica, podem-se
identificar as áreas com tendência à erosão ou à deposição e, então, inferir o grau de
vulnerabilidade, por setor, do litoral. O estudo contribuiu para identificarmos os
principais problemas decorrentes da ocupação desordenada da zona costeira, com ênfase
no fenômeno da erosão marinha.
Os resultados obtidos neste estudo demonstram que de um modo geral, as praias
da Ilha de Itamaracá encontram-se em fase de recuperação do seu aporte sedimentar. E
ao correlacionarem-se os resultados obtidos por Silva (2004) e os obtidos pela autora
em 2008, constatou-se uma tendência à acresção na maioria das praias da Ilha,
principalmente nas praias do Pilar e Jaguaribe, que tiveram um aporte sedimentar de
43.05 m3/m e 72.76 m3/m, respectivamente. Diferentemente ocorreu na Praia do Forte
Orange, que sofreu uma perda de sedimento de - 15.32 m3/m, e na Praia de São Paulo,
que teve uma leve perda de - 2.07 m3/m. A praia do Fortim, no extremo norte da Ilha
registrou uma perda de sedimento de -14,97 m3/m, porém não foi possível à
confrontação devido à falta de informação para 2004.
Do ponto de vista composicional, as praias da Ilha são constituídas por areias
quartzosas, predominantemente da fração areia fina, ocorrendo à presença de artículos
de halimeda e fragmentos de moluscos, principalmente nas desembocaduras norte e sul
do Canal de Santa Cruz e, com mais destaque, na margem esquerda do rio Jaguaribe
(Praia do Sossego).
Em relação à morfoscopia, constatou-se que, na fração 1� (0,50 mm), os grãos
na fração areia siliciclástica são predominantemente subarredondado (60%) a
subangulosos (40%); apresentam alta esfericidade (60%) e uma textura superficial de
brilho, fator indicativo de que os mesmos foram retrabalhados em ambiente subaquoso.
Quanto ao grau de vulnerabilidade à erosão, constatou-se que nos setores 4, 7 e 9
a vulnerabilidade é baixa; nos setores 2 e 6, é média e nos setores 1, 3, 5, 8 e 10, é alta.
O grau elevado justifica-se devido à forte dinâmica sedimentar ocorrida na área, nos
setores 1 e 10 e, nos demais, pela presença de edificações construídas
inadequadamente na zona de pós-praia e de estirâncio.
Diante de todas as observações feitas em campo e dos resultados obtidos nas
análises dos perfis morfodinâmicos, balanço sedimentar, análise sedimentológica e grau
de vulnerabilidade, constatou-se que os trechos onde há construções localizadas na área
de estirâncio, a nordeste da edificação, são sempre erodidos devido à difração da
121
energia das ondas. Neste contexto, se faz necessário que as instituições responsáveis
pela liberação de alvará de construção e órgãos fiscalizadores do uso e ocupação do solo
em áreas costeiras criem normas para delimitação da faixa passível de construção no
ambiente praial (faixa edificante). E sugere-se que, quando possível, proceder à
remoção das edificações situadas nas áreas de domínio da ação da energia das ondas, e
quando de difícil remoção, como é o caso da Praia do Pilar, monitorar periodicamente a
área para avaliar o nível de risco a que se expõe o patrimônio físico, bem como as
pessoas que ali se instalaram. Em circunstâncias de alto risco encontram-se quatro casas
localizadas na Praia do Sossego, devido à infiltração da água do mar nas suas bases.
Sugere-se que aquelas casas sejam demolidas.
Finalmente, cabe ao sistema gestor local a elaboração de normas que se
espelhem na legislação de uso e ocupação do solo em áreas costeiras, já existentes, em
níveis estadual e nacional. Porém, a existência das leis por si só não produz efeitos
positivos se, concomitantemente, não houver um trabalho de sensibilização, e
compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações.
O homem tem sido, desde os primórdios, o principal responsável pelas formas
degradantes de uso dos recursos naturais. A noção de que esses recursos devem ser
explorados para o seu conforto, contribui para que ele não se sinta responsável por sua
conservação, daí adotarem sistemas de uso e manejo muitas vezes insustentáveis.
Portanto, resta ao homem conhecer e apreender o ambiente como um prolongamento do
seu ser e compreender-lhe o dinamismo e repassar às futuras gerações esse
conhecimento, pois somente assim, elas poderão, também, desfrutar dos recursos da
natureza de modo responsável.
122
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ANEXO I
Tabelas de levantamento morfodinâmico dos perfis de praia e de balanço sedimentar
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09
ANEXO II
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-0.2
1 8
2989
24
9143
717
2.48
A
reia
Fin
a 1.
03
2.69
0.
65
-0.2
8 9
2987
21
9144
993
2.93
A
reia
Fin
a 2.
62
2.76
0.
61
0.23
10
29
8630
91
4564
1 2.
01
Are
ia F
ina
0.59
2.
61
1.81
-0
.47
11
2981
08
9146
020
-0.2
2 A
reia
Mui
to
Gro
ssa
0.90
-0
.34
1.22
0.
32
12
2978
05
9147
258
2.17
A
reia
Fin
a 1.
09
2.58
1.
00
-0.4
2 13
29
7998
91
4813
7 2.
75
Are
ia F
ina
2.82
2.
75
0.46
-0
.03
14
2975
65
9148
810
2.43
A
reia
Fin
a 1.
29
2.67
0.
79
-0.4
2 15
29
6736
91
4944
0 2.
36
Are
ia F
ina
1.11
2.
59
0.87
-0
.35
16
2969
51
9136
080
2.14
A
reia
Fin
a 1.
11
1.95
0.
80
0.31
17
29
7332
91
3621
4 2.
09
Are
ia F
ina
1.07
2.
54
0.99
-0
.69
18
2974
66
9137
182
1.79
A
reia
Méd
ia
0.74
1.
86
1.03
-0
.20
19
2974
73
9138
349
2.32
A
reia
Fin
a 0.
85
2.51
0.
67
-0.5
1 20
29
7876
91
3989
5 2.
41
Are
ia F
ina
0.84
2.
62
0.62
-0
.29
21
2984
44
9141
514
2.09
A
reia
Fin
a 1.
35
2.54
1.
13
-0.5
3 22
29
8905
91
4245
7 2.
16
Are
ia F
ina
1.31
2.
57
1.08
-0
.48
23
2989
24
9143
717
2.64
A
reia
Fin
a 1.
22
2.69
1.
00
-0.1
7 24
29
8721
91
4499
3 2.
15
Are
ia F
ina
1.10
1.
98
0.76
0.
24
25
2986
30
9145
641
2.36
A
reia
Fin
a 1.
54
2.63
1.
02
-0.5
0 26
29
8108
91
4602
0 0.
45
Are
ia G
ross
a 0.
81
0.60
1.
41
-0.0
5 27
29
7805
91
4725
8 1.
79
Are
ia M
édia
1.
43
1.85
1.
13
-0.2
6 28
29
7998
91
4813
7 2.
34
Are
ia F
ina
0.58
2.
51
0.53
-0
.37
29
2975
65
9148
810
2.46
A
reia
Fin
a 0.
96
2.67
0.
63
-0.2
8 30
29
6736
91
4944
0 2.
43
Are
ia F
ina
0.87
2.
64
0.61
-0
.28
GR
ÁFI
CO
S D
E C
LA
SSE
S G
RA
NU
LO
MÉ
TR
ICA
S PO
R A
MO
STR
AS
AMO
STR
A 01
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 03
0510152025303540
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 02
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 04
0102030405060
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)Frequência (%)
AMO
STR
A 05
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 06
0510152025303540
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 07
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 08
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 09
01020304050607080
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 10
05101520253035
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 11
051015202530
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 12
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 13
01020304050607080
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 14
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 15
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 16
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 17
0102030405060
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frenquência (%)
AMO
STR
A 18
0510152025303540
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 19
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 20
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 21
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 22
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 23
0102030405060
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 24
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 25
0102030405060
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 26
051015202530
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Clas
ses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
AMO
STR
A 27
01020304050
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 28
0102030405060
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 29
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
rica
s (p
hi)
Frequência (%)
AMO
STR
A 30
010203040506070
00.
51
1.5
22.
53
3.5
4
Cla
sses
Gra
nulo
mét
ricas
(phi
)
Frequência (%)
Tabela 13 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia (total de 30
amostras).
Classes N° de amostras %
Muito Grossa 1
Grossa 1
Média 3
Fina 24
3,33
3,33
10,00
80,00
Total 96,66
Tabela 14 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia ( total de 30
amostras).
Classes Nº amostras %
Bem selecionado 1
Moderadamente selecionado 17
Pobremente selecionado 11
Extremamente mal selecionado 1
3,33
56,66
36,66
3,33
Total 99,98
Tabela 15 – Distribuição espacial das classes da Assimetria.
Classes Nº amostras %
Assimetria muito negativa (-1,00 e - 0,30) 12
Assimetria negativa (- 0,30 e - 0,10) 9
Aproximadamente simétrica (- 0,10 e + 0,10) 3
Assimetria positiva (+0,10 e +0,30) 2
Assimetria muito positiva (+ 0,30 e + 1,00) 4
40,00
30,00
10,00
6,66
13,33
Total 99,99
Tabela 16 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia
Classes Nº amostras %
Muito Platicúrtica (<0,67) 2
Platicúrtica (0,67 a 0,90) 8
Mesocúrtica (0,90 a 1,11) 8
Leptocúrtica (1,11 a 1,50) 7
Muito Leptocúrtica (1,50 a 3,00) 4
Extremamente Leptocúrtica (>3,00) 1
6,66
26,66
26,66
23.33
13,33
3,33
Total 99,94
Figura 02 – Fluxograma do método utilizado para análise granulométrica