folha de rosto 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em bairro novo, pilar, jaguaribe,...

188
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS PÓS – GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL Juvenita Lucena de Albuquerque CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ – PE Dissertação de Mestrado 2009

Upload: lydien

Post on 24-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

PÓS – GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA SEDIMENTAR

E AMBIENTAL

Juvenita Lucena de Albuquerque

CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO

DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ – PE

Dissertação de Mestrado 2009

Page 2: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Juvenita Lucena de Albuquerque Geógrafa, Universidade Federal de Pernambuco, 1982.

Especialista em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, 1986.

CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ - PE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, orientada pelo Profº Valdir do Amaral Vaz Manso, em preenchimento parcial para obter do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geologia Sedimentar e Ambiental, defendida e aprovada em 30 de abril de 2009.

Recife, PE 2009

Page 3: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

A345c Albuquerque, Juvenita Lucena de. Caracterização morfodinâmica e vulnerabilidade à erosão do litoral

leste da ilha de Itamaracá-PE / Juvenita Lucena de Albuquerque. – Recife: O Autor, 2009.

xxi, 125 folhas, il : grafs., tabs., figs.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2009.

Inclui Bibliografia e Anexos.

1. Geociências. 2.Morfodinâmica. 3.Granulometria. 4 Morfoscopia. 5. Vulnerabilidade I. Título

UFPE

551 CDD (22. ed.) BCTG/2009-099

Page 4: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona
Page 5: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

DEDICATÓRIA

À Profª Drª Maria Marlene da Silva, minha primeira mestra, que me mostrou os caminhos da Geografia Agrária e me encorajou nos vários momentos da minha vida.

À Profª Drª Maria José de Araújo Lima, que me ensinou os fundamentos da Ecologia Humana e me incentivou na retomada da minha capacitação profissional.

Page 6: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AGRADECIMENTOS

A Deus pela saúde, paz e serenidade nos momentos de angústia.

A Fundação Joaquim Nabuco, que me concedeu dispensa parcial para cursar o mestrado.

A Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, que me disponibilizou infra-estrutura e apoio logístico para execução do meu trabalho, mas principalmente acreditou na minha capacidade.

Ao Prof. Dr. Valdir do Amaral Vaz Manso, que acreditou no meu trabalho e na condição de orientador científico muito contribuiu para o desenvolvimento desta dissertação.

A Profa. Dra. Margareth Alheiros, que me despertou o interesse Geologia Ambiental.

Ao Prof. Dr. Virgínio Henrique Neumann, pelo cordial acolhimento em minha chegada ao Departamento de Geologia e incondicional amizade e apoio.

A Profa. Dra. Lúcia Maria Mafra Valença, que na qualidade de professora do Programa sempre se mostrou solidária e predisposta em colaborar na trilha da qualificação profissional dos seus alunos.

Ao Prof. Dr. Gorki Mariano, que na condição de Coordenador do Programa de Pós-graduação, esteve sempre empenhado e dedicado em atender as solicitações dos mestrandos e doutorandos.

Aos professores e professoras com os quais tive o privilégio de vivenciar com as suas experiências profissionais na área de conhecimento da Geologia, e que em muito contribuíram para o meu crescimento profissional.

Aos colegas da Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, em especial a Tarcísio Quinamo, Coordenador do Projeto Dinâmicas Ecológicas em Ambientes Estuarinos: interações e intervenções, cujo subprojeto possibilitou a elaboração desta dissertação.

Ao Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM) que disponibilizou os equipamentos necessários aos trabalhos de campo e de laboratório.

A todos que fazem o Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) pelas colaborações e amizades, especialmente a Miguel Arrais, Daniel, João, Joathan, Tiago, André e Bruno.

Ao Laboratório de Sismologia (Sismos), em especial a Antônio Barbosa e Felipe, pelas sugestões e apoio na seleção e fotografias das amostras para morfoscopia.

Page 7: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

A Elida Regina Lima, pela confecção dos mapas de localização dos perfis, das amostras de sedimentos, bem como pela paciência em me capacitar para o uso dos programas Anased, Grapher e Surfer.

Aos colegas e amigos Marinete Xavier, pelas sugestões e empréstimos bibliográficos, e Luciano Cintrão, pelos esclarecimentos sobre os parâmetros estatísticos e análise morfoscópica.

A Walmisa Araújo, ex-secretária da pós-graduação em Geociências, pelo seu profissionalismo e dedicação.

A Elizabeth Galdino, secretária da pós-graduação em Geociências, pela paciência e dedicação aos mestrandos e doutorandos.

A minha família, cuja compreensão e paciência pelas ausências foram indispensáveis. E em especial, a Reginaldo Gomes Maciel, esposo e companheiro, sempre presente em todas as etapas do trabalho.

A Luíza Maria, minha auxiliar, cujo apoio e dedicação são indispensáveis nos afazeres do lar.

Ao Sr. Luis, que mesmo aposentado, sempre disposto a atender uma solicitação e a nos oferecer um cafezinho.

E finalmente, a todos e a todas que direta ou indiretamente, contribuíram para a conquista desse título.

Page 8: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

RESUMO

O propósito deste trabalho foi fazer um diagnóstico das atuais condições da orla de

Itamaracá, através da morfodinâmica praial e da sua vulnerabilidade à erosão. Os

trabalhos de campo foram realizados nos meses de abril, julho e outubro de 2008, nas

praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe,

Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim, as quais, para definição da vulnerabilidade,

foram divididas em 10 setores. No ano de 2004, constatou-se erosão em todas as praias

monitoradas, com exceção do Forte Orange onde ocorreu sedimentação. Já em 2008,

houve erosão nas praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; e

sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A

análise granulométrica revelou que, na zona litorânea da Ilha, predomina a fração areia

fina a média e, na desembocadura do rio Jaguaribe, há predomínio da fração areia muito

grossa a grossa, constituída por material bioclástico. A análise morfoscópica revelou

que as partículas detríticas da fração areia são subarredondadas, com alta esfericidade e

brilho indicativo de ambiente subaquoso. A composição mineralógica é

predominantemente siliciclástica, porém apresenta alto percentual de bioclásticos. A

vulnerabilidade foi definida conforme os parâmetros de grau de desenvolvimento

urbano, variação da linha de costa, morfologia praial e medidas de proteção da costa.

Assim, constatou-se que os setores 4, 7 e 9 apresentam baixa vulnerabilidade; os setores

2 e 6, uma média vulnerabilidade e os setores 1, 3, 5, 8, e 10, vulnerabilidade alta.

Palavras-chave: morfodinâmica, granulometria, morfoscopia e vulnerabilidade.

Page 9: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

ABSTRACT

The purpose of this study is to diagnose the Itamaracá coast current conditions by means of beach morphodynamics and erosion vulnerability. Work was performed in the months of April, July and October 2008 in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, and Sossego, Enseada dos Golfinhos and Fortim which were divided into 10 sectors for vulnerability definition. In 2004 the erosion of all monitored beaches was confirmed with the exception of Forte Orange, where sedimentation occurred.

In 2008 erosion took place in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; and sedimentation in Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego and Enseada dos Golfinhos. Granulometric analysis revealed that in the coastal zone of the Island fine and medium grained sand are predominant whereas in the mouth of the Jaguaribe River very gross and gross grained sand predominate formed by bioclastics materials.

Morphoscopic analysis determined that dendritic particles of the sand fraction are sub-rounded with marked sphericity and sheen indicative of a sub-aqueous environment. Mineralogical composition is predominantly siliclastic but with a high percentage of bioclastics. Vulnerability was defined according to urban development degree, coastal line definition, beach morphology and coastal protection methods. Therefore, it was established that sectors 4, 7 and 9 have low vulnerability; sectors 2 and 6 medium vulnerability and sectors 1, 3 ,5, 8 e 10 high vulnerability.

Key words: morphodynamics, granulometry, morphoscopy and vulnerability

Page 10: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

x

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA v AGRADECIMENTOS vi RESUMO viii ABSTRACT ix LISTA DE FIGURAS xiv LISTA DE FOTOGRAFIAS xvii LISTA DE TABELAS E QUADROS xx

Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 1

1.1 – Aspectos Gerais 1

1.2 – Objetivos 3

1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica 3

1.4 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa 5

Capítulo 2 – MATERIAIS E MÉTODOS 6

2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica 6

2.2 – Procedimentos 6

2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos 6

2.2.2 – Tratamento das amostras 6

2.2.3 – Tratamento dos dados 7

2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia 8

2.2.5 – Levantamento de perfis de praia 8

2.2.6 – Análise de vulnerabilidade à erosão 9

Capítulo 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO 11

3.1 – Condições Climáticas 11

Page 11: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xi

3.2 – Cobertura Vegetal 11

3.3 – Recursos Hídricos 13

3.3.1) Superficiais 13

3.3.2) Subterrâneos 13

3.4 – Solos 13

3.5 – Condições Oceanográficas 14

3.5.1 Ondas 14

3.5.2 ) Marés 16

3.5.3) Ventos 17

3.6 – Geologia 17

3.7 – Geomorfologia 25

Capítulo 4 – AMBIENTE PRAIAL 29

4.1 – Definição e limites da praia 29

4.2 – Classificação morfodinâmica das praias 31

4.3 – Avaliação dos perfis morfodinâmicos das praias da Ilha de Itamaracá 33

4.4 – Morfodinâmica praial – Variações de curto prazo 34

4.4.1 – Análise dos perfis morfodinâmicos da Ilha de Itamaracá 37

4.4.1.1 – Praia Forte Orange 37

4.4.1.2 – Praia São Paulo 42

4.4.1.3 – Praia Forno da Cal 45

4.4.1.4 – Praia Bairro Novo 49

4.4.1.5 – Praia do Pilar 53

4.4.1.6 – Praia de Jaguaribe 58

Page 12: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xii

4.4.1.7 – Praia do Sossego 62

4.4.1.8 – Praia Enseada dos Golfinhos 66

4.4.1.9 – Praia do Fortim 69

4.5 – Sedimentologia 77

4.5.1 – Caracterização sedimentológica da Ilha de Itamaracá 78

4.5.1.1 – Análise Granulométrica 80

4.5.1.2 – Diâmetro Médio 81

4.5.1.3 – Desvio Padrão (grau de seleção) 82

4.5.1.4 – Assimetria 82

4.5.1.5 – Curtose 84

4.5.1.6 – Relação entre os parâmetros estatísticos 85

4.5.2 – Morfologia, textura superficial e composição dos sedimentos 86

4.5.2.1 – Arredondamento 87

4.5.2.2 – Esfericidade 88

4.5.2.3 – Textura superficial 90

4.5.2.4 – Composição dos grãos 91

Capítulo 5 – VULNERABILIDADE À EROSÃO 95

5.1 – Aspectos Gerais 95

5.2 – Vulnerabilidade do litoral leste da Ilha de Itamaracá 96

5.2.1 – Setor 1 97

5.2.2 – Setor 2 100

5.2.3 – Setor 3 102

5.2.4 – Setor 4 104

Page 13: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xiii

5.2.5 – Setor 5 105

5.2.6 – Setor 6 107

5.2.7 – Setor 7 108

5.2.8 – Setor 8 111

5.2.9 – Setor 9 113

5.2.10 – Setor 10 114

Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122

ANEXOS

Page 14: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xiv

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Mapa de localização da área de estudo 5

Figura 02 – Fluxograma do método utilizado para análise granulométrica (Anexo II)

Figura 03 – Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco 14

Figura 0 4 – Mapa de geologia do litoral norte de Pernambuco 18

Figura 05 – Diagrama do perfil de praia segundo Albino (1999) adaptado de Davis

(1985) 30

Figura 06 – Característica morfológicas dos estados de praia, em perfil e em planta

(Whright & Short, 1984) 33

Figura 06a – Mapa de localização dos perfis de praia 36

Figura 07a – Perfil praial na Praia do Forte Orange 40

Figura 07b – Perfil praia na Praia Forte Orange 41

Figura 08 – Variação de volume de sedimentos na Praia Forte Orange 42

Figura 09 – Perfil praial na Praia São Paulo 44

Figura 10 – Variação de volume de sedimentos na Praia São Paulo 45

Figura 11a – Perfil praial na Praia Forno da Cal 47

Figura 11b – Perfil praial na Praia Forno da Cal 48

Figura 12 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Forno da Cal 49

Figura 13a – Perfil praial na praia Bairro Novo 51

Figura 13b – Perfil praial na Praia Bairro Novo 52

Figura 14 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Bairro Novo 53

Figura 15a – Perfil praial na Praia do Pilar 56

Figura 15b – Perfil praial na Praia do Pilar 57

Figura 16 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Pilar 58

Figura 17a – Perfil praial na Praia de Jaguaribe 60

Figura 17b – Perfil praial na Praia de Jaguaribe 61

Page 15: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xv

Figura 18 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Jaguaribe 62

Figura 19a – Perfil praial na Praia do Sossego 64

Figura 19b – Perfil praial na Praia do Sossego 65

Figura 20 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Sossego 65

Figura 21 – Perfil praial na Praia de Enseada dos Golfinhos 68

Figura 22 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Enseada dos Golfinhos 68

Figura 23 – Perfil praial na praia do Fortim 71

Figura 24 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Fortim 71

Figura 25 – Volume depositado nas praias da área 73

Figura 26 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forte Orange 73

Figura 27 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forno da Cal 73

Figura 28 – Variação de aporte sedimentar na Praia Bairro Novo 74

Figura 29 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Pilar 74

Figura 30 – Variação de aporte sedimentar na Praia de Jaguaribe 74

Figura 31 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Sossego 74

Figura 32 – Área da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz 75

Figura 33 – Migração de barra arenosa no sentido sul-norte 76

Figura 34 – Retenção de material sedimentar formando bancos arenosos 76

Figura 35 – Mapa de localização dos pontos de coleta de sedimentos 79

Figura 36 – Diagrama triangular de classificação de sedimentos conforme Shepard (1954).

O ponto azul representa a área onde predominaram as granulometrias das areias 80

Figura 37 – Diagrama triangular da fração areia com os resultados obtidos através da

análise granulométrica das amostras coletadas 80

Figura 38 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia 81

Figura 39 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia 82

Page 16: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xvi

Figura 40 – Distribuição espacial das classes da Assimetria da fração areia 83

Figura 41 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia 85

Figura 42 – Diagrama de dispersão – assimetria /desvio padrão dos sedimentos da área

estudada 86

Figura 43 – Percentual do grau de arredondamento dos grãos da amostra estudada (fração

1� ou 0,5 mm) 88

Figura 44 – Percentual do grau de esfericidade dos grãos da amostra estudada (fração 1�

ou 0,5 mm) 89

Figura 45 – Proporção entre os grãos de quartzo e bioclásticos da amostra total 94

Figura 46 – Localização dos setores de vulnerabilidade 117

Figura 47 – Análise do mapa dos setores de vulnerabilidade 118

Page 17: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xvii

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 01 – Panorâmica do Canal de Santa Cruz 11

Foto 02 – Contato entre o Mangue e a Mata Atlântica 12

Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na Praia do Fortim 19

Foto 04 – Formação Barreiras na Praia São Paulo 20

Foto 05 – Terraço Marinho Pleistocênico 21

Foto 06 – Contato entre o Terraço Pleistocênico e o Holocênico 22

Foto 07 – Terraço Marinho Holocênico na Praia Enseada dos Golfinhos 23

Foto 08 – Manguezal no Canal de Santa Cruz (Barra Orange) 24

Foto 09 – Depósitos praiais visualizadas na Praia de Bairro Novo 24

Foto 10 – Afloramento de calcário da Formação Maria Farinha na foz do rio Jaguaribe,

margem direita (beachrocks) 28

Foto 11 – Localização do perfil 01 – Praia Forte Orange 38

Foto 12 – Panorâmica da Praia Forte Orange 39

Foto 13a – Vista do Forte Orange e da Coroa do Avião. (Gerco – CPRH) 39

Foto 13b – Vista da Coroa do Avião, a partir de Vila Velha 40

Foto 14 – Localização do perfil 01A – Praia São Paulo 43

Fotos 15a e 15b – Vista do esquerdo e direito da Praia São Paulo 44

Foto 16 – Localização do perfil 02 (out/08) – Praia Forno da Cal 46

Foto 17 – Perfil 02 (Silva, 2004) – Praia Forno da Cal 46

Foto 18 – Panorâmica da Praia Forno da Cal no trecho do Iate Clube de Itamaracá 47

Foto 19a – Localização do perfil 03 – Praia do Bairro Novo 50

Foto 19b – Panorâmica do Perfil 03 – Praia do Bairro Novo 51

Foto 20 – Localização do perfil 04 – Praia do Pilar 54

Foto 21 – Panorâmica do perfil 04 – Praia do Pilar (Silva, 2004) 55

Fotos 22abc – Panorâmicas da Praia do Pilar 55

Foto 23 – Localização do perfil 05 – Praia de Jaguaribe 59

Page 18: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xviii

Fotos 24a e 24b – Panorâmica da Praia de Jaguaribe 59

Foto 25 – Localização do perfil 06 – Praia do Sossego 63

Foto 26 – Panorâmica da Praia do Sossego 63

Foto 27 – Localização do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos 66

Foto 28 – Panorâmica do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos 67

Fotos 29a e 29b – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos 67

Foto 30 – Localização do perfil 08 – Praia do Fortim 69

Foto 31 – Panorâmica do perfil 08 – Praia do Fortim 70

Fotos 32a e 32b – Panorâmica da Praia do Fortim e vista para Barra de Catuama 70

Foto 33 – Grãos de quartzo subanguloso a subarredondado 88

Foto 34 – Grãos de quartzo com alta esfericidade 89

Foto 35 – Presença de brilho nos grãos de quartzo 90

Foto 36 – Presença de película de argila nos grãos de quartzo 91

Foto 37 – Presença de variadas proporções de siliciclásticos e bioclásticos 92

Foto 38 – Presença de bioclásticos de cores variadas 93

Foto 39 – Panorâmica da célula 1 na Praia Forte Orange 98

Foto 40 – Panorâmica da célula 2 na Praia Forte Orange 99

Foto 41 – Panorâmica da célula 3 na Praia São Paulo 100

Foto 42 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo 101

Foto 43 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo 102

Foto 44 – Panorâmica da célula 5 na Praia Forno da Cal 103

Foto 45 – Panorâmica do Iate Clube de Itamaracá 103

Foto 46 – Panorâmica da Praia Bairro Novo 104

Foto 47 – Panorâmica das dunas na Praia Bairro Novo 105

Page 19: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xix

Foto 48 – Panorâmica da Praia do Pilar 106

Foto 49 – Panorâmica da Praia do Pilar 106

Foto 50 – Panorâmica da Praia do Pilar 107

Foto 51 – Panorâmica da Praia do Pilar 108

Foto 52 –Vista da Praia de Jaguaribe 109

Foto 53 – Panorâmica da Praia de Jaguaribe 109

Foto 54 – Panorâmica da Praia do Sossego 110

Foto 55 – Panorâmica da Praia do Sossego 111

Foto 56 – Trecho sul de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego 112

Foto 57 – Trecho norte de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego 112

Foto 58 – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos 113

Foto 59 – Panorâmica da Praia do Fortim 114

Foto 60 – Panorâmica da Praia do Fortim onde as edificações possuem estruturas de

contenção da erosão 115

Foto 61 – Detalhe dos tipos de estruturas de contenção da erosão – Praia do Fortim 115

Foto 62 – Panorâmica do Pontal da Ilha 116

Page 20: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xx

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 01 – Perfil 01 (Praia Forte Orange) 41

Tabela 01A – Perfil 01 (Praia Forte Orange) 42

Tabela 02 – Perfil 01A (Praia São Paulo) 45

Tabela 03 – Perfil 02 (Praia Forno da Cal) 48

Tabela 03A – Perfil 02 (Praia Forno da Cal) 49

Tabela 04 – Perfil 03 (Praia Bairro Novo) 52

Tabela 04A – Perfil 03 (Praia Bairro Novo) 53

Tabela 05 – Perfil 04 (Praia do Pilar) 56

Tabela 05A – Perfil 04 (Praia do Pilar) 57

Tabela 06 – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe) 60

Tabela 06A – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe) 61

Tabela 07 – Perfil 06 (Praia do Sossego) 64

Tabela 07A – Perfil 06 (Praia do Sossego) 65

Tabela 08 – Perfil 07 (Praia Enseada dos Golfinhos) 68

Tabela 09 – Perfil 08 (Praia do Fotim) 71

Tabela 10 – Balanço sedimentar entre os anos de 2004 e 2008 72

As tabelas seguintes são referentes aos dados primários e encontram-se nos anexos

Tabela 11 – Distribuição das classes texturais segundo Folk & Ward (1957)

Tabela 12 – Dados com coordenadas e parãmetros estatísticos

Tabela 13 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fraçao areia (total de 30 amostras)

Tabela 14 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fraçao areia (total de 30

amostras)

Tabela 15 – Distribuição espacial das classes de Assimetria da fração areia

Page 21: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

xxi

Tabela 16 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia

As demais tabelas referem-se aos dados sobre os perfis de praia e levantamento

morfodinâmico realizado.

Quadro 01 – Parâmetros para categorizar os segmentos de costa 96

Page 22: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

1

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Aspectos Gerais

Apesar de o Brasil possuir uma extensa faixa costeira, durante muito tempo o mar

foi considerado como o lugar de despejo dos dejetos domésticos. Remotamente, eram os rios

os principais responsáveis pelo lazer urbano. Somente a partir da década de 1950 é que o mar

torna-se atrativo, principalmente por questões de saúde. Daí então, a procura dessa zona em

busca de cura para vários males, depois para veraneio e, finalmente, para residência, conferiu

um novo modelo ao tipo de ocupação e uso desses espaços, incorporando-lhes um valor que,

atualmente, ultrapassa a realidade local. Assim, o homem urbano vai, cada vez mais, se

introduzindo ou penetrando em pequenas comunidades praieiras, modificando o seu espaço

físico e social. Porém, essa ocupação tem ocorrido, na maioria das vezes, desordenadamente,

desrespeitando os limites ou imposições da natureza, contribuindo para o desencadeamento de

uma série de problemas decorrentes da própria dinâmica do ambiente costeiro.

Historicamente, os maiores centros urbanos brasileiros foram edificados na zona

litorânea. Atualmente, é esta área a mais densamente ocupada, porém de forma desordenada,

o que acarreta vários problemas de natureza socioeconômica e geoambiental.

Quando o homem avança sobre o domínio da ação do mar, a reação é, muitas vezes,

violenta. A morfodinâmica da linha de costa é um fenômeno constante, cujo propósito é a

busca do equilíbrio entre a entrada e a saída de aporte sedimentar. Assim, quando a linha de

costa recua em direção ao continente, ocorre a erosão; quando avança mar adentro, ocorre

sedimentação. O fenômeno da erosão resulta, essencialmente, desse conflito entre o processo

natural e a atuação antrópica. Esse fenômeno não implica necessariamente a destruição da

praia arenosa; simplesmente, ela recua continente adentro durante esse processo. Os principais

estudos realizados na zona costeira do Brasil indicam que os principais casos de erosão são

explicados por:

a) padrões de dispersão e transporte de sedimento na zona costeira e

b) intervenções humanas, tais como obras de engenharia ou formas de uso e ocupação

inadequadas do solo.

A zona litorânea é caracterizada como uma das feições mais dinâmicas do planeta. A

linha de costa varia, é modelada e remodelada em várias escalas temporais como resultado do

balanço de sedimento e a variação do nível do mar, intrinsecamente relacionados à dinâmica

costeira e/ou às atividades e intervenções antrópicas (obras de engenharia, represamento dos

Page 23: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

2

rios, dragagem etc.) Localizada na estreita faixa de contato da terra com o mar, é uma região

de intensa entrada de energia e, consequentemente, é caracterizada por frequentes mudanças

morfológicas que contribuem para dissipar a energia incidente protegendo a terra contra a

ação erosiva do mar (Brown, 1999). Quando, nesse ambiente, o processo de transporte de

sedimento é alterado por destruição da vegetação e construção de edificações, o resultado é o

desequilíbrio do balanço sedimentar e, consequentemente, da estabilidade da linha de costa,

gerando riscos potencialmente elevados de perdas por erosão (Muehe, 2001).

Assim, tanto para o estabelecimento de uma zona de proteção litorânea contra

fenômenos erosivos, quanto de ações voltadas para a preservação da paisagem, Muehe (2001)

apresentou limites mínimos, englobando a zona marinha e terrestre. Os critérios adotados

consideraram o alcance do processo morfodinâmico atual, a tendência erosiva baseada em

taxas de erosão anual e o efeito de elevação do nível relativo do mar.

O critério morfodinâmico considera a capacidade de mobilização dos sedimentos do

fundo marinho por ação das ondas, seu deslocamento ao longo de um perfil perpendicular à

costa e a resposta morfológica da porção emersa do litoral aos critérios de erosão, transporte e

acumulação resultantes desse processo sedimentar. Entretanto, a amplitude dessas respostas

depende do grau de exposição do segmento costeiro, ou seja, se é uma praia exposta, semi-

exposta ou protegida.

O estado de Pernambuco destaca-se pela história de ocupação do seu território, a

partir do litoral, desde o período colonial. Sua faixa costeira se estende por apenas 187 km, de

caráter predominantemente transgressivo e entrecortado por vários rios formando estuários.

O rápido crescimento pelo qual tem passado o litoral norte de Pernambuco tem

como consequência as alterações no comportamento dos agentes naturais que controlam o

frágil equilíbrio da zona costeira. Atualmente, esta porção do litoral pernambucano encontra-

se bastante alterada do ponto de vista do processo de uso e ocupação do seu solo,

apresentando características bem diferenciadas no trecho da Ilha de Itamaracá, onde é notória

a expansão urbana de todo o trecho de praia de uma forma desordenada, avançando sobre a

área de domínio da pós-praia (faixa situada acima da preamar e somente atingida por ondas de

marés excepcionais), área de domínio dos Terraços Marinhos. Nessa área, encontram-se

núcleos ou vilas de pescadores, casas de veraneio, condomínios de luxo, coexistindo

conflituosamente devido a interesses específicos.

Page 24: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

3

1.2 – Objetivos

Geral:

Foi propósito da pesquisa, realizar um estudo que permitisse identificar e analisar as

diversas formas de atuação dos processos hidrodinâmicos e morfodinâmicos do litoral leste da

Ilha de Itamaracá, correlacionando-os com o grau de ocupação urbana e de sua

vulnerabilidade à erosão, bem como apontar implicações ambientais decorrentes de tais

processos erosivos e sugerir possíveis medidas para mitigar o problema.

Específicos:

- Monitorar e analisar perfis morfodinâmicos em 2008 e correlacionar com os dados de

2004;

- Fazer análise sedimentológica de sedimentos do estirâncio médio;

- Identificar os processos erosivos atuantes nas praias do litoral leste da Ilha de

Itamaracá;

- Com base em parâmetros específicos, elaborar um mapa de vulnerabilidade à erosão e

- Sugerir medidas de mitigação para os problemas decorrentes da ação erosiva

1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica

Para subsidiar teoricamente o estudo, fez-se necessária uma revisão bibliográfica

sobre a temática a ser abordada. Dentre os textos que deu suporte teórico destacam-se:

- Geologia do Quaternário Costeiro do Estado de Pernambuco (Dominguez et al., 1990);

- Processos Costeiros Condicionantes do Litoral Brasileiro (Tessler & Goya, 2005);

- Critérios Morfodinâmicos para o Estabelecimento de Limites da Orla Costeira para fins de

Gerenciamento (Muehe, 2001);

- Tópicos de Geociências para o Desenvolvimento Sustentável: as regiões litorâneas (Suguio,

2003);

- Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro / Pernambuco (Manso et al., 2006);

- A Análise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos (Dias, 2004);

- Introdução à Sedimentologia (Suguio, 1973);

- Análise da Ocupação Urbana das Praias de Pernambuco, Brasil (Araújo et al., 2007);

Page 25: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

4

- Aspectos Físicos das Dinâmicas de Ambientes Costeiros, seus Usos e Conflitos (Angulo,

2004);

- The Problem of Critically Eroded Areas (CEA): Na Evaluation of Florida Beaches ( Esteves

& Finkl, 1998), entre outros.

Para melhor entender as ações desenvolvidas para a zona costeira, em nível nacional

e estadual, buscou-se conhecer os principais programas e projetos voltados para essa área, tal

como o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (MMA, 1988), o Projeto Orla – PE

(CPRH) e o Projeto Monitoramento Ambiental Integrado – MAI (UFPE e CPRH).

Os trabalhos que relatam aspectos históricos da Ilha de Itamaracá são:

- LOPES (1987) - História e Segredos de uma “Ilha” (Itamaracá)

- MOTA (1985) - Itamaracá (o antigo e o moderno) uma análise sócio- econômica da história

da ilha pernambucana e

- RODRIGUES (1972) - História de Itamaracá.

Os trabalhos que relatam aspectos físicos e ambientais da ilha são:

- LIRA (1975). Geologia do Canal de Santa. Cruz e praia submarina adjacente a. Ilha de

Itamaracá – PE;

As teses e dissertações sobre a Ilha de Itamaracá utilizadas como referências foram:

- MAGNO (1987) – Carta Geomorfológica da Ilha.

- ASSIS (2000) – A difusão do Turismo de segunda residência nas paisagens insulares: um

estudo sobre o litoral sul da Ilha de Itamaracá – PE.

Os trabalhos que relatam pesquisas feitas sobre o Canal de Santa Cruz são:

- SILVA (2001) – Estudo Socioambiental na margem urbana do Canal de Santa Cruz-

Itapissuna, Pernambuco – Brasil.

- SILVA (2004) - Sedimentologia do Canal de Santa Cruz - Ilha de Itamaracá (2004 e 2008)

- QUINAMO (2006) – Pesca Artesanal e Meio Ambiente em áreas de manguezais no

complexo estuarino – costeiro de Itamaracá, Pernambuco: o caso de Itapissuma.

Page 26: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

5

Os trabalhos que tratam sobre questões de gestão, meio ambiente, turismo e

morfodinâmica da Ilha são:

- MARTINS 1997) – Caracterização Morfológica e Vulnerabilidade do Litoral da Ilha de

Itamaracá- PE.

- MORAIS (2000) – Utilização do Grau de Desenvolvimento Urbano (GDU) como

Instrumento de Gestão Ambiental: o uso e ocupação da zona costeira da Ilha de Itamaracá

- SILVA (2005) – Relações entre dinâmica costeira e a meio fauna dos sedimentos praias do

litoral da Ilha de Itamaracá – PE.

1.3 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa

A Ilha de Itamaracá está localizada no litoral norte de Pernambuco, a cerca de 50 km

do Recife, entre os paralelos 7º41’35” e 7º48’51” de latitude sul e os meridianos 34º49’21” e

34º53’17” de longitude oeste, compreendendo uma área total em torno de 84km². (figura 01)

Limita-se ao leste com o Oceano Atlântico, ao Norte, Sul e Oeste, com o Canal de

Santa Cruz. Os estuários a nordeste e sudeste separam a ilha dos municípios de Goiana,

Igarassu e Itapissuma. Devido à sua importância histórica e beleza natural, vem sendo alvo de

interesse turístico e ocupação desenfreada desde a década de 1970.

Figura 01 – Mapa de localização da área. (Morais 2000)

Page 27: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

6

CAPÍTULO 2 – MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica

Foram feitas várias viagens à área na qual se pretendia trabalhar, visando definir o

objeto de estudo. Inicialmente, pretendia-se trabalhar na Ilha de Itamaracá, no trecho que vai

do rio Jaguaribe até a praia de Catuama, no município de Goiana. Entretanto, por questões

logísticas, preferiu-se restringir os trabalhos à Ilha, considerando, porém, todo o seu litoral.

Para proceder ao estudo, utilizou-se a análise da vulnerabilidade com base nos parâmetros

adotados por Esteves & Finkl (1998).

A revisão bibliográfica foi feita, inicialmente, no banco de teses e dissertações já

desenvolvidas sobre a Ilha de Itamaracá, de caráter geoambiental, no âmbito da pós-

graduação da UFPE. Posteriormente, buscaram-se textos e obras que tratassem das temáticas

que seriam tratadas na pesquisa.

Como carta-base, utilizou-se a carta topográfica da Sudene na escala 1.100.000

Posteriormente, confeccionaram-se mapas em AutoCad tendo como referência a carta da

Sudene ( 1974 ).

2.2 – Procedimentos

2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos

Para se ter uma referência dos tipos de sedimento constituintes da faixa litorânea da

Ilha, foram feitas duas visitas ao campo, nos meses de abril e julho de 2008, para coleta de

sedimento num total de 30 amostras colhidas na faixa de praia ou estirâncio durante a maré de

sizígia. Essas foram sempre coletadas a cada mil metros, partindo da desembocadura sul do

Canal de Santa Cruz (Forte Orange), até a desembocadura norte (Barra de Catuama). Os

pontos de coleta foram georreferenciados pelo Sistema de Posicionamento Global – GPS

(modelo Garmin 12).

2.2.2 – Tratamento das amostras

As amostras coletadas foram submetidas a estudos granulométricos no Laboratório

de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) do Departamento de Engenharia de Minas da

Page 28: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

7

UFPE. Todas as amostras foram submetidas às seguintes etapas laboratoriais (Figura 02 do

anexo II )

a) pré-secagem a temperatura ambiente;

b) secagem à temperatura de 60ºC em estufa;

c) quarteamento manual e pesagem de 100g em balança semianalítica, com erro

aproximado de 0,050g. Parte da amostra foi reservada como contra-amostra, para eventual

erro de processamento;

d) após a primeira pesagem, foi feito o peneiramento úmido em água corrente para a

primeira separação das frações granulométricas. Nesse processo, utilizam-se duas peneiras,

sendo uma com abertura de malha de 2mm e outra com 0.063mm. As partículas que ficam

retidas na primeira peneira são as do tamanho de cascalho, as que ficam na peneira de

abertura 0,063mm são as areias, e as que passarem são menores do que 0,063, portanto silte

e/ou argila que, para este estudo, não foram consideradas;

e) Após a lavagem, as areias e cascalhos foram colocados para secar na estufa em

beckeres a uma temperatura de 60º;

f) Após a secagem, as amostras foram novamente pesadas, separando-se as frações

cascalho e areia; essas foram colocadas num jogo de peneiras com aberturas de 1,00mm,

0,500mm, 0,250mm e 0,125mm e um fundo onde são retidas as partículas entre 0,125mm e

0,063mm. As amostras são agitadas durante 10 minutos. As partículas retidas correspondem

às frações areia muito grossa (acima de 1,00mm), areia grossa (entre 1,00 e 0,500mm), areia

média (entre 0,500 e 0,250mm), areia fina ( entre 0,250 e 0,125mm ) e areia muito fina (entre

0,125 e 0,063mm);

g) Separadas as frações areia, pesa-se cada um delas acondicionando-as, devidamente

identificadas, em sacos plásticos.

2.2.3 – Tratamento dos dados.

De posse das informações referentes às frações areia, introduziram-se os dados no

programa Anased (UFCE), que se encarrega de tratá-los, gerando uma tabela contendo todos

os parâmetros estatísticos (média, mediana, desvio padrão, assimetria e curtose), tendo como

referência a classificação de Folk & Ward (1975). Com base nesses parâmetros, geraram-se

planilhas e gráficos do tipo diagrama triangular e histograma.

Page 29: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

8

2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia

Foram selecionadas 15 amostras referentes à segunda coleta realizada no mês de

julho de 2008 dentre as quais consideraram-se para análise morfoscópica e composicional as

frações de 0,500mm. Para cada fração, efetivou-se a separação de 100 grãos com fins de

cálculos percentuais das proporções dos minerais compostos na fração. Para melhor

visualização e contagem na lupa binocular dividiu-se a fração em montículos. Com o auxílio

da lupa identificaram-se os siliciclastos e bioclastos. Para os demais, atribuiu-se a categoria

outros. Identificadas as categorias, elaborou-se a tabela com os parâmetros de

arredondamento, esfericidade, textura superficial e composição. Com essas informações

procedeu-se ao cálculo das proporções (%) existentes de siliciclastos e bioclastos na fração, e

definiu-se a representação gráfica. Finalmente, foram selecionadas as amostras mais

representativas para o registro fotográfico.

2.2.5 – Levantamento de perfis de praia

Para avaliar o aporte de sedimentos e a variação da linha de costa no litoral da Ilha

de Itamaracá, foram reconsiderados os seis perfis já anteriormente feitos por Silva (2005) e as

suas respectivas referências de níveis ou pontos de referência de cota (RNs) e acrescidos mais

três e novas RNs, totalizando nove perfis. Os equipamentos utilizados foram: um nível

Pentax com tripé, GPS (Garmin 12), régua de seis metros, trena e em torno de dez estacas de

ferro.

Os levantamentos dos perfis de praia foram realizados nos meses de abril, julho e

outubro de 2008, sempre durante as marés de sizígia, conforme especificados a seguir:

Perfil 01 – Praia Forte Orange [(25M) 0297122 E e 9136148 N (UTM))]

Perfil 01a – Praia São Paulo [(25M) 0297432 E e 9138376 N (UTM)]

Perfil 02 – Praia Forno da Cal [(25M) 0297959 E e 9140259 N (UTM)]

Perfil 03 – Praia Bairro Novo [(25M) 0298448 E e 9141759 N (UTM)]

Perfil 04 – Praia do Pilar [(25M) 0298790 E e 9144033 N (UTM)]

Perfil 05 – Praia de Jaguaribe [(25M) 0298542 E e 9145369 N (UTM)]

Perfil 06 – Praia do Sossego [(25M) 0297957 E e 9146294 N (UTM)]

Perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos [(25M) 0297848 E e 9147857 N (UTM)]

Perfil 08 – Praia do Fortim [(25M) 0297596 E e 9148742 N (UTM)]

Page 30: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

9

Após as três idas ao campo e efetuadas todas as leituras e calculadas as distâncias,

foram feitos os cálculos das cotas absolutas, colocados em planilhas do programa Grapher 4

que gerou os respectivos gráficos para todos os perfis. Os cálculos dos volumes foram feitos

no programa Surfer 8 e, posteriormente, colocados em planilha do Excel, gerando os

respectivos gráficos.

2.2.6 – Análise da vulnerabilidade à erosão

Para se definir o potencial à vulnerabilidade, percorreu-se todo o litoral leste da Ilha

a fim de identificar todos os parâmetros constantes de uma ficha adotada pelo LGGM (anexa).

Considerando a morfologia da linha de costa e as diferentes variáveis, foram

identificados 10 setores em todo o litoral leste da Ilha (aproximadamente 16km) partindo da

praia do Forte Orange (desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Barra de Orange) até a

praia do Pontal da Ilha (desembocadura norte do Canal de Santa Cruz (Barra de Catuama).

Foi feito o levantamento fotográfico dos setores.

Partindo-se dos 10 setores identificados, dividiu-os em células, de acordo com as

características particulares de cada trecho da praia.

Setor 1: composto pelas células 1, 2 e 3, referentes à praia do Forte Orange e trecho sul da

praia de São Paulo.

Setor 2: composto pela célula 4 que corresponde ao trecho norte da praia de São Paulo e à

praia de Forno da Cal.

Setor 3: composto pela célula 5 que corresponde ao trecho do Iate Clube de Itamaracá.

Setor 4: composto apenas pela célula 6 que corresponde à praia do Bairro Novo e trecho sul

da praia do Pilar.

Setor 5: composto pela célula 7 que corresponde ao trecho da praia do Pilar onde as

edificações estão situadas na pós-praia e avançam para o estirâncio

Setor 6: composto pela célula 8 que corresponde ao trecho norte da praia do Pilar.

Setor 7: composto pelas células 9 e 10 que correspondem à praia de Jaguaribe e trecho sul da

praia do Sossego.

Setor 8: composto pela célula 11 que corresponde ao trecho norte da praia do Sossego, na área

onde existe um conjunto de quatro casas edificadas sobre a pós-praia e avançam para o

estirâncio.

Page 31: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

10

Setor 9: composto pela célula 12 que corresponde ao trecho sul da praia Enseada dos

Golfinhos.

Setor 10: composto pelas células 13, 14 e 15 que corresponde ao trecho norte da praia

Enseada dos Golfinhos e as praias do Fortim e do Pontal da Ilha.

Essas informações permitiram traçar o mapa de vulnerabilidade, considerando, como

ponto de referência, os parâmetros adotados por Esteves e Finkl (1998), relativos ao grau de

desenvolvimento urbano, variação de linha de costa, medidas de proteção da costa e

sedimentologia da praia.

Page 32: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

11

CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO

3.1 – Condições Climáticas

Segundo a classificação de W. Köppen o clima da área é do tipo As’ ou pseudo

tropical, quente e úmido com chuva de outono-inverno derivadas da Frente Polar Atlântica.

As temperaturas médias anuais oscilam em torno dos 24º nos meses de julho a agosto (menos

quentes) e 27º nos meses de novembro a fevereiro (mais quentes). Quanto à precipitação

pluviométrica anual da área, esta varia de 1610,7mm a 2000mm. Os ventos que sobram no

litoral pernambucano têm direção geral de Sudeste.

3.2 – Cobertura Vegetal

A cobertura vegetal do Litoral Norte de Pernambuco está associada às condições de

solo e clima e ação das marés.

Na zona litorânea, nos terrenos submetidos à influência constante das marés,

desenvolve-se a vegetação de mangue, destacando-se as espécies mais comuns, a exemplo do

vermelho (Rhizophora Mangle), o branco (Laguncularia Racemosa) e o mangue siriúba

(Avicennia), além de espécies menos freqüentes, como o mangue de botão (Conocarpus

Erectus), a samambaia do mangue (Acrostichum Aureum), o junco (Eleocharis), a tiririca

(Scleria Bracteata), entre outros. Os manguezais mais extensos desta área localizam-se nos

municípios de Goiana, Itapissuma, Igarassu e Itamaracá, margeando os rios Goiana, Megaó,

Itapessoca e o Canal de Santa Cruz (Fotos 01 e 02).

Foto 01 - Panorâmica do Canal de Santa Cruz vista a partir de Vila Velha

Page 33: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

12

Foto 02 – Contato do Mangue com a Mata Atlântica (Quinamo, 2006)

Na porção situada nos Terraços Marinhos Holocênicos, a vegetação é composta por

espécies herbáceas, bastante degradada pela ocupação antrópica, reduzindo-se a estreita faixa

descontínua ao longo da costa.

Na faixa correspondente aos Terraços Marinhos Pleistocênicos que não foram ainda

degradados pela ocupação antrópica encontra-se vestígios da vegetação de restinga,

destacando-se o cajueiro e a mangabeira, ainda bastante representativa no trecho da praia do

Sossego e Enseada dos Golfinhos. Nas demais áreas, esta vegetação foi substituída por

plantações de coco e/ou edificações.

Nas áreas de tabuleiros da Formação Barreiras encontram-se testemunhos da Mata

Atlântica. Em função do relevo plano, esta área tem uma ocupação histórica com a cana-de-

açúcar. Com a preocupação de garantir a preservação do que ainda resta deste patrimônio

natural do Litoral Norte de Pernambuco, foi criada em 1995, pelo governo federal, a Reserva

da Biosfera da Mata Atlântica, incorporando os municípios de Igarassu, Itapissuma e

Itamaracá.

Page 34: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

13

3.3 – Recursos Hídricos

3.3.1 - Superficiais

A Ilha de Itamaracá possui uma única bacia hidrográfica com cerca de 730 km2, cujo

dreno principal é o rio Jaguaribe com aproximadamente 9 km de extensão e 212 ha de área

estuarina (Fidem, 1987). O Jaguaribe é perene e segue a direção Sudoeste-Nordeste. Ao sul

encontra-se o rio Paripe. Contornando toda a Ilha, separando-a do continente e possibilitando

a entrada das águas oceânicas, encontra-se o Canal de Santa Cruz, braço de mar de 22 km de

extensão aproximadamente, largura máxima de 1,5 km e com uma área estuarina de cerca de

5.292ha. Essa rede de drenagem fluvial da Ilha de Itamaracá, no inverno, contribui com uma

descarga média total de 55,9m 3/s e no verão de 0,8m3/s.

3.3.2 – Subterrâneos

Os aquíferos existentes na área são enquadrados nos domínios hidrogeológicos da

Bacia Sedimentar Paraíba e do Embasamento Cristalino. A Bacia Paraíba, no estado de

Pernambuco, localiza-se na parte norte da zona costeira, estendendo-se do município de

Olinda em direção ao estado da Paraíba. Sua extensão está na ordem de 750km2. O domínio

da Bacia Paraíba é constituído por aquíferos dotados de porosidade e permeabilidade boas a

regulares. Ali se encontra o Aquífero Beberibe considerado o mais importante. Porém o

domínio do Embasamento Cristalino constitui um aquífero fissural característico de rochas

cristalinas fraturadas, com porosidade e permeabilidade baixas.

Nessa área, as águas subterrâneas vêm sendo explotadas há mais de 50 anos.

Entretanto, nas três últimas décadas (1980 e 2000), com a expansão urbana e o crescimento

populacional decorrente, a demanda por água potável aumentou causando um déficit, suprido

através da perfuração de poços artesianos e poços rasos.

3.4 – Solos

Os principais tipos de solo da Ilha de Itamaracá são: podzólicos amarelo, podzóis

hidromóficos, solos de mangues, areias quartzosas marinhas e gleissolos (Embrapa, 2003).

Esses solos refletem a relação entre o clima, às unidades litoestratigráficas e os componentes

biológicos. Nas praias, os solos apresentam granulometria maior e maior seletividade em seus

Page 35: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

14

grãos, são de baixa fertilidade natural e se mantêm sempre enxutos devido à sua baixa

capacidade de reter água (Figura 03).

Figura 03 - Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco (CPRH)

3.5 – Condições Oceanográficas

3.5.1 - Ondas

As ondas geradas pelo vento são umas das principais fontes de energia que

governam as mudanças da praia. Quando uma onda quebra, dependendo da inclinação da

praia, alguma energia pode voltar para o mar (quanto menor for o ângulo de inclinação da

praia, menor será a energia refletida), mas boa parte é dissipada. Uma parte dessa energia

contribui para fraturar rochas e minerais transformando-os em partículas menores, mas a

maior parte da energia será para movimentar sedimentos e aumentar a altura e,

consequentemente, a energia potencial da forma da praia (Brown, 1999).

Page 36: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

15

Os processos que causam mudanças morfológicas na costa são os de transporte de

sedimentos. Essas mudanças ocorrerão indefinidamente até que, eventualmente, a entrada de

energia seja dissipada sem qualquer transporte de sedimento (Peyhick, 1986). Portanto,

mudanças na morfologia ocorrem sempre que ocorre uma mudança na entrada de energia e a

função da zona costeira é de, justamente, dissipar esta energia.

As correntes longitudinais (longshore currents) são correntes paralelas à costa que

transportam sedimentos colocados em suspensão pelas ondas incidentes, potencialmente

podendo movê-los ao longo de vários quilômetros através do processo de meso-escala

temporal conhecido deriva litorânea (litoral drift). Tipicamente, estas correntes crescem em

intensidade da costa em direção ao mar, atingindo um máximo aproximadamente no meio da

zona de surfe, a partir de onde passam a decrescer. Em praias interrompidas por obstáculos

naturais ou artificiais os efeitos da deriva litorânea são visivelmente notados, embora sejam

igualmente importantes para o balanço de sedimentos de praias não interrompidas. Já em

praias semi-fechadas como as praias de bolso, a deriva litorânea tende a ser fraca em

comparação ao transporte normal à costa.

A direção da corrente longitudinal está associada com a direção dos ventos que são

responsáveis pelo clima de ondas na região. Assim foi verificado por Bittencourt et al (2000)

em seus estudos na costa da Bahia. Eles constataram que a deriva para sul produzida pelas

ondas vindas de NE associadas aos ventos alísios, por serem as mais freqüentes, forneciam

grande influência sobre a dispersão de sedimento nesta região. Entretanto, regularmente, a

deriva litorânea mostrou uma direção prevalecente de sul para norte, que estava relacionada

com o avanço da Frente Polar Atlântica que é responsável pelas ondas vindas de S e SE. Os

autores também verificaram que a dispersão do sedimento ao longo da costa da Bahia era

também regulada pela orientação do litoral. A deriva litorânea era mais forte em alguns

trechos onde a direção da linha de costa favorecia a chegada das ondas formando expressivos

ângulos de incidência.

As correntes de retorno (rips currents) são caracterizadas por fluxos estreitos,

posicionados normal ou obliquamente em relação à costa, que atravessam a zona de surfe em

direção ao mar. Sua origem pode estar associada às correntes longitudinais convergentes nas

proximidades da praia e tendem a desaparecer logo após a zona de surfe em direção ao mar,

formando células de circulação e, como é mais comumente aceito, são originadas pelas

variações longitudinais na altura da arrebentação que, por sua vez, são produzidas pelas ondas

de borda (edge waves). Diferentemente das ondas incidentes, essas são ondas estacionárias

por formarem alternadamente uma crista e uma cava em pontos fixos, os anti-nós, e, entre

Page 37: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

16

esses pontos, os nós, pontos onde a superfície da água se mantém em nível constante. Os

fluxos longitudinais à praia desenvolver-se-ão a partir dos pontos de maior elevação da

superfície média (os anti-nós) em direção àqueles de menor elevação (os nós), para os quais

devem convergir e formar as correntes de retorno propriamente ditas (Pethick, 1986).

A presença dessas correntes pode ser notada pelas variações topografias rítmicas

sobre a face da praia, denominadas cúspides. A intensidade, o tamanho e o espaçamento das

correntes de retorno e, conseqüentemente das cúspides, variam em função do clima de onda

incidente. Ondas altas produzem correntes fortes e pouco espaçadas, enquanto ondas mais

baixas produzem correntes numerosas, porém, fracas (Davis, 1985).

Assim como as correntes longitudinais, as correntes de retorno são efetivas no

transporte de sedimentos e desempenham um papel importante nas zonas de surfe em que

ocorrem, apesar de não serem necessariamente erosivas (Short, 1985)

O clima de ondas da área caracteriza-se por duas estações anuais bem definidas:

verão, entre os meses de dezembro e abril, e inverno, correspondendo ao período de maio a

novembro.

Apesar de distintas, as estações têm valores médios de altura significativa da onda

(Hs), do período significativo (Tz) e direção bastante próximos. Os valores médios anuais são

os seguintes: direção média anual =115�;Hs = 1,05 m e Tz = 6,5 s.

3.5.2 – Marés

As marés são importantes ondas dos oceanos, e apresentam um movimento de

levantamento e abaixamento rítmico num intervalo de tempo de várias horas. Traduzem-se

por uma oscilação periódica do nível do mar, de período e amplitude variáveis no tempo e no

espaço, causados pela força gravitacional exercida pelo planeta terra, a lua e o sol sobre as

águas oceânicas.

No sistema costeiro a amplitude da maré pode ser a causadora de profundas

modificações no processo de sedimentação do litoral, seja acumulando ou erodindo a zona

costeira.

Hayes (1979) distingue as seguintes classes de marés: micromarés (0.1m); fraca

mesomaré (1-2m); forte mesomaré (2-4m); fraca macromaré (4-5m) e macromré (>5m). As

marés que atuam na costa de Pernambuco são do tipo mesomaré, dominada por ondas e sob

constante ação dos ventos alísios, representando grande influência sobre o ambiente praial e

estuarino. São marés semi-diurnas, representada por um ciclo de preamar e baixa-mar que se

Page 38: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

17

repete duas vezes ao dia, com diferenças pequenas de altura e duração entre sucessivas

preamares e baixa-mares.

A maré na Ilha de Itamaracá é do tipo semi-diurna, com período médio de 12 h e 30

minutos, apresentando duas preamares e duas baixamarés por dia. Os valores representativos

da altura da maré são: 2,40m para sizígia máxima; 2,10m para sizígia média; 1,10m para maré

intermediária e 0,70m para quadratura. E devido à presença de barras arenosas e recifes, que

promovem a refração das ondas, fazendo-as chegar às praias com tamanho diminuto, as marés

exercem um papel relevante nas modificações morfológicas e sedimentológicas desta parte do

litoral pernambucano.

3.5.3- Ventos

Os ventos são os grandes responsáveis pela dinâmica costeira, caracterizando-se,

principalmente, pela sua direção (sentido) e velocidade, exercendo um papel importantíssimo

na sedimentação litorânea. Sobre um plano d’água, são responsáveis pela formação das ondas,

contribuindo, também, para a geração das correntes litorâneas.

O transporte de sedimentos que ocorre na zona costeira é influenciado pela ação dos

ventos que incidem sobre ela, podendo produzir depósitos de areia que contribua para o

equilíbrio das praias. Os campos de dunas constituem uma das principais fontes supridoras de

areia para as praias.

A direção predominante dos ventos na área de estudo é de SE, cujas velocidades

máximas estão compreendidas entre 12 e 14 m/s, porém com frequências bastante reduzidas.

A classe de maior frequência pertence ao intervalo de 4 a 6 m/s.

3.6 – Geologia

O Litoral Norte de Pernambuco geologicamente faz parte da Bacia Costeira Paraíba, constitui-

se, na sua maior parte, por depósitos Terciários e Quaternários, e apenas numa faixa estreita a

oeste da área é que aflora o Embasamento Cristalino. Conforme estudos realizados pelo

Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM da UFPE, 1992), que serviu de suporte

para o Diagnóstico Socioambiental do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH, 2001),

identificaram-se seis Formações Geológicas, a saber: Formação Barreiras, Formação

Beberibe, Formação Gramame, Formação Maria Farinha, Embasamento Cristalino e

Page 39: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

18

Sedimentos Recentes (terraços marinhos, depósitos aluviais, depósitos flúvio-lagunares,

depósitos de mangue, depósitos de praia e recifes).(Figura 04).

Figura 04 – Mapa da Geologia do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH).

O Embasamento Cristalino, de idade Pré-Cambriana, aflora na porção ocidental da

área. Mergulha suavemente para leste ao longo da Bacia Sedimentar, servindo de substrato

impermeável. É encontrado em profundidades que variam de 20 a 30m na periferia da planície

costeira e até 240m nas proximidades da costa litorânea. Na Ilha de Itamaracá foi encontrado

em profundidade de 401m. É constituído por granitos, gnaisses, migmatitos e xistos e

apresenta-se cortado por falhas transversais. O relevo resultante apresenta-se de forma

mamelonizada com altitude superior a 60m e declividade alta, e recoberto por um espesso

manto de alteração.

Page 40: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

19

A Formação Beberibe, datada da transição entre o Cretáceo Médio e Superior,

encontra-se assentada diretamente sobre o Embasamento Cristalino. É a segunda unidade

geológica em extensão da área. Localiza-se na borda continental entre a Formação Barreiras e

os depósitos de Mangue, tem cerca de 25km de extensão e largura média de 3 a 4km,

estendendo-se no sentido norte-sul. O relevo dessa Formação varia de plano a suave

ondulado, com altitudes, em geral inferiores a 30m e baixa declividade. Devido ao seu caráter

aqüífero, é considerada a mais importante reserva de água subterrânea.

A Formação Gramame, de idade Cretáceo Superior, é a terceira em extensão e aflora

na porção oriental da área, à retaguarda dos Terraços Marinhos, dos depósitos de mangue e

dos depósitos aluviais. De origem marinha e caráter fossilífero tem sua deposição associada à

fase de transgressão marinha do Cretáceo Superior. Apresenta duas fácies: uma fosfática

sobreposta diretamente na Formação Beberibe, e uma calcária, constituída por calcários

areno-argilosos e argilosos, sobreposta na fácies anterior. O relevo oriundo desta Formação

apresenta altitude entre 10 e 40m, constituído por colinas com encostas de média e baixa

declividade.

A Formação Maria Farinha (Foto 03), de idade Terciária (Paleoceno-Eoceno)

apresenta-se como uma sequência sedimentar incompleta, típica do início da regressão

marinha. Ocorre em alguns pontos da área. É um calcário de origem marinha, apresenta

elevado teor fossilífero, tem uma espessura máxima de 35m, e encontra-se diretamente

sobreposto na Formação Gramame. Tanto os depósitos da Formação Gramame quanto os da

Formação Marinha Farinha têm sido bastante explorados pela indústria para produção de

cimento e cal, provocando o desmonte do relevo e a degradação ambiental nas áreas de lavra

desse mineral.

Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na praia do Fortim.

Page 41: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

20

A Formação Barreiras (Foto 04), idade Terciária (plio-pleistocênica), é a mais

extensa unidade geológica que ocorre nessa porção do litoral de Pernambuco. É constituída

predominantemente por sedimentos argiloarenosos de origem continental cujos depósitos têm

sido removidos para fins de construção civil, levando ao desmonte dos morros, com

desmatamento da vegetação nativa, provocando impactos de natureza socioambiental. O

relevo elaborado sobre esta estrutura é típico de tabuleiros, cuja altitude varia entre 40 e 50m,

próximo à planície costeira e cerca de 160m na porção oeste da área. Por sua característica de

topo plano tem sido, por muito tempo, ocupada por culturas de cana-de-açúcar, granjas,

chácaras e núcleos urbanos.

Foto 04 – Formação Barreiras na praia São Paulo (Quinamo, 2006)

Os Sedimentos Recentes são depósitos quaternários (Pleistoceno-Holoceno)

acumulados na planície costeira, resultantes da interação de vários fatores, tais como: variação

do nível do mar, mudanças climáticas e processos dinâmicos costeiros (CPRH – Recife,

2001).

Os Terraços Marinhos Pleistocênicos (Foto 05) têm sua origem associada às fases de

regressão marinha do Quaternário, o que lhes permitiu o recorte e modelo nos níveis atuais.

Ocorrem geralmente, nas porções mais internas da planície costeira, ora no sopé das

formações mais antigas, ora isolados na própria planície. De uma maneira geral, apresentam-

se descontínuos, de formas distintas, geralmente paralelos à linha de costa, cuja largura varia

entre 0.5 e 2km, e altitude entre 3 e 8m. Outra característica desses terraços é a ausência de

cordões litorâneos na superfície, como consequência direta do retrabalhamento parcial devido

Page 42: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

21

à ação eólica e/ou à erosão causada pelos eventos flúvio-marinhos subseqüentes à sua

deposição. São constituídos por areia média, quartzosa, inconsolidada, com grãos

subangulosos, com moderada seleção e em superfície, apresentam coloração branca. Na sua

parte basal, tais depósitos podem exibir coloração marrom ou preta e certa coesão, aspectos

atribuídos à presença de ácidos húmicos e óxido de ferro, resultantes de processos

pedogenéticos atuantes. A existência dessa camada, associada à altitude e à ausência de

cordões litorâneos na superfície, constitui um fator de grande importância para a identificação

dos terraços pleistocênicos.

Como compõem uma área de relevo plano, estão situados na retaguarda das praias,

são densamente povoados, e passam por um intenso processo de urbanização desordenada.

Tal processo tem causado grandes impactos nos recursos naturais dessas áreas, a exemplo do

avanço das edificações sobre a faixa de praia, o aterro dos maceiós e a retirada da cobertura

vegetal primária visando a loteamentos, contaminação dos recursos hídricos superficiais e

subterrâneos causada pelos esgotos e o acúmulo de lixo, salinização dos aquíferos, além da

retirada desenfreada da areia para ser utilizada pela construção civil.

Foto 05 - Terraço Marinho Pleistocênico (nível da estrada) com a Formação Barreiras acima.

Do ponto de vista hídrico, esses depósitos contam com a possibilidade de captar

água subterrânea, visto que o lençol freático está a menos de 10m (aquífero livre).

Apresentam restrições ao uso de agrotóxicos, à instalação de indústrias, lixões e fossas, como

Page 43: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

22

medida para evitar a contaminação dos aquíferos rasos. Suas areias brancas são bastante

utilizadas na construção civil.

Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 06) apresentam-se sob a forma de corpos

alongados, mais ou menos contínuos, paralelos à linha da costa, com largura média de 500m.

Na superfície, geralmente ocorrem alinhamentos de cordões litorâneos. Podem conter conchas

de moluscos em bom estado de conservação e apresentam-se ocasionalmente retrabalhados

pela ação eólica.

Os sedimentos que constituem esta feição são classificados como areias médias à

grossas, moderadamente à bem selecionadas, assimetria variando de muito negativa a muito

positiva e platicúrticas, traduzindo flutuações do nível energético do agente de transporte.

Foto 06 – Contato entre o Terraço Marinho Pleistocênico e Holocênico, na praia do Fortim,

verificado pelo desnível do terreno.

Os Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 07) formam áreas susceptíveis à erosão

marinha, na maioria das vezes, como resultado de uma ocupação urbana desordenada.

Representam o grande estoque de areia necessário à manutenção do equilíbrio morfodinâmico

das praias atuais, uma vez que funciona como um anteparo natural na dissipação da energia

das ondas incidentes. Apresentam também a possibilidade de acumulação de água em sub-

superfície, embora sujeito à contaminação por águas salgadas e poluídas.

Page 44: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

23

Foto 07 - Terraço Marinho Holocênico na praia de Enseada dos Golfinhos.

Depósitos Fluviais são representados por sedimentos arenoargilosos, de

granulometria variada, como também variada é a forma de seus grãos, que tem como principal

componente o quartzo.

Ocorrem a oeste da Ilha, em depósitos situados ao longo dos principais vales, sendo

o produto da erosão e do transporte fluvial ocorridos nas unidades Pré-Quaternárias, durante

as grandes precipitações pluviométricas.

Atualmente tais depósitos encontram-se sob franca ação de processos pedogenéticos, além de

sofrerem uma forte intervenção antrópica.

Os Depósitos de Mangues (Foto 08) da área estudada classificam-se segundo Lugo

& Snedaker (1974 in: Coutinho e Morais, 1986), como pertencentes ao tipo 1, isto é,

“mangues de margens de rios”, que estão submetidos ao fluxo lateral de água de baixa

salinidade e são extremamente sensíveis às alterações no regime hidrológico. Ocupam toda a

extensão do Canal de Santa Cruz e os estuários que compõem o sistema.

Caracterizam-se como área de grande potencialidade de recursos biológicos, como o

de reprodução de espécies marinhas (berçário ecológico), contêm uma grande variedade de

peixes, crustáceos e moluscos, e propiciam o desenvolvimento da pesca artesanal e da

ostreicultura, bem como apresentam potencial turístico. Destacam-se pela expressiva beleza

da paisagem.

Page 45: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

24

Foto 08 – Manguezal do Canal de Santa Cruz na Barra de Orange (Quinamo, 2006)

As Praias – morfologicamente as praias compreendem três setores: antepraia (porção

submersa), praia ou estirâncio (zona situada entre o nível da maré baixa e o da maré alta), e

pós-praia (zona situada acima da preamar e somente atingida por marés excepcionais),

estando as duas últimas separadas por um declive denominado de berma.

Foto 09 - Depósitos praiais visualizados na praia de Bairro Novo.

As areias (Foto 09) formam a estreita faixa da atual zona de praia, que por sua vez

representa a porção mais externa da planície costeira. Esses sedimentos encontram-se

Page 46: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

25

depositados entre a linha de baixa-mar e os Terraços Marinhos holocênicos. Apresentam-se

em faixas estreitas, o que dificulta sua representação cartográfica e estão permanentemente

submetidas a ação combinada das ondas, correntes de deriva litorânea e das marés. São

constituídas fundamentalmente por grãos de quartzo, apresentando-se na forma subanguloso à

subarredondado; sua esfericidade varia de baixa à média, com textura superficial do tipo

polida, predominante.

Os componentes bióticos, mais abundantes nos setores de praia e antepraia, são

representados, na sua maioria, pela presença de fragmentos de conchas, algas, carapaças de

foraminíferos, briozoários, fragmentos de corais, espículas, tubos de vermes e gastrópodes.

3.7 – Geomorfologia

As feições geomorfológicas da faixa costeira do estado de Pernambuco apresentam-

se, ao norte, com o predomínio da Superfície dos Tabuleiros e Planície Costeira e, ao sul, há

uma presença marcante do Domínio Colinoso, em substituição, quase completa, da Superfície

dos Tabuleiros. A compartimentação geomorfológica da Ilha de Itamaracá, segundo Magno

(1989), está constituída por: Tabuleiros Costeiros (elaborados durante o Pleistoceno inferior),

Rampas de Colúvio e Planícies Costeiras.

Os Tabuleiros Costeiros, constituídos por sedimentos arenoargilosos da Formação

Barreiras, estão localizados na porção mais interior da ilha, onde os mais altos localizam-se ao

sul e ao centro, com altitudes entre 40 e 100m. Esses compartimentos estão sujeitos a

deslizamentos devido à sua constituição, que absorve água com facilidade e ao clima da área

(tropical quente e úmido). Dessa degradação surgem as Rampas de Colúvio, que se depositam

nos sopés dos tabuleiros, com maior facilidade de deslizamento do terreno.

O Domínio Colinoso, em Itamaracá, ocorre na porção central, na forma de pequenos

morros isolados, estendendo-se para o norte e para o sul, margeando o compartimento

geomorfológico dos Tabuleiros. Está representado pelas formações cretáceas e paleocênicas

Beberibe, Gramame e Maria Farinha.

Uma linha de falésias fósseis marca o limite entre os sedimentos da Formação

Barreiras e a Planície Costeira Quaternária. A Planície Costeira é o resultado do

retrabalhamento dos tabuleiros costeiros, durante as glaciações cenozóicas, apresentando

cotas inferiores a 10m.

Segundo Dominguez (1992 apud Martins, 1997), o modelo de sedimentação

dominante na planície costeira, durante os períodos de nível do mar alto, foi o sistema ilha,

Page 47: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

26

barreira/laguna, onde os rios não alcançaram a plataforma e construíram deltas em ambientes

protegidos. Ao contrário, durante o abaixamento do nível do mar, as lagunas e baías tornaram-

se emergentes, a planície costeira progradou através dos cordões litorâneos e os rios

retrabalharam os sedimentos da planície e da plataforma interna favorecendo o avanço da

linha de costa. Representam ambientes de transição entre fenômenos continentais e marinhos.

O norte do litoral pernambucano apresenta uma planície costeira estreita, com linha

de costa de direção S-N, pouco recortada e com a presença expressiva de estuários e

manguezais, particularmente ao longo do Canal de Santa Cruz, em Itamaracá. Apresenta,

ainda, grande desenvolvimento de recifes e de praias arenosas retilíneas, destacando-se a

restinga de Maria Farinha, pouco abaixo do limite sul da ilha. As planícies costeiras estão

divididas em subcompartimentos, de acordo com sua gênese e localização. Em Itamaracá,

foram identificados: Terraços Marinhos Superiores (Pleistocênicos), Terraços Marinhos

Inferiores (Holocênico), Flechas Litorâneas Arenosas, Baixios de Maré, Praias e Recifes.

Os Terraços Marinhos Superiores foram elaborados durante a regressão que sucedeu

o máximo na Penúltima Transgressão Marinha. Situam-se paralelamente à linha de costa,

exibem um topo plano e um rebordo abrupto, e não são atingidos pelas águas oceânicas,

mesmo durante as marés altas. Na Ilha de Itamaracá, localizam-se na margem oceânica da

porção norte da com altitude média entre 6m a 8m.

Os Terraços Marinhos Inferiores, desenvolvidos na última regressão marinha, após

retrabalhamento das reentrâncias do relevo, existentes na Última Transgressão, encontram-se

em toda extensão da Ilha de Itamaracá e têm altitude média de 2 a 3m, estando separados dos

anteriores por pequenos riachos instalados nas cavas, entre alinhamentos e antigos cordões

litorâneos (Martins, 1997).

Esses compartimentos, por não serem atingidos pelas águas oceânicas mesmo

estando próximos ao mar e possuírem uma topografia plana, favorecem a ocupação antrópica,

que é bastante acentuada nessa área, tanto para moradia como para lazer. Nos terraços

costeiros e, principalmente, nos cordões arenosos, a supressão da vegetação que recobre essas

áreas facilita a remobilização das areias por ação eólica e isto é um fato que deve ser levado

em conta quando da ocupação desses espaços. Convém notar que, na Ilha de Itamaracá, a

ocupação dessas áreas se faz no sentido tanto longitudinal, quanto transversal aos cordões

arenosos que representam os antigos alinhamentos de restingas cujos vestígios poderão ser

apagados com a intensificação dessa ocupação.

Os Baixios de Maré ou Manguezais encontram-se no nível do mar e na

desembocadura de algum rio, o que faz ocorrer a mistura das águas fluviais e marinhas no

Page 48: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

27

fluxo e refluxo das marés, constituem um sistema que funciona como elo entre mar e terra,

atuam como fixadores de sedimentos, como filtro biológico e como “viveiro natural” para a

reprodução de algumas espécies marinhas em suas águas quentes e salobras; seus sedimentos

são siltico-argilosos e contêm matéria orgânica. Na Ilha de Itamaracá, os principais trechos

ocupados pelos manguezais situam-se na área estuarina do rio Jaguaribe e do Canal de Santa

Cruz, ocupando quase que completamente sua margem insular, numa área de 36,3 km2,

conforme citado anteriormente. Encontram-se, também, na foz dos demais rios da Ilha. A

sedimentação é uma ameaça a esse ecossistema, porém é um processo lento. A ameaça

principal são os aterros indiscriminados, com vistas à construção civil.

As flechas litorâneas, encontradas nos extremos da Ilha, nas desembocaduras do

Canal de Santa Cruz, podem ter sua origem no encontro das águas fluviais com a deriva

litorânea que, na área, apresenta direção S-N, proporcionando o “efeito de molhe”, gerado na

foz do canal e responsável pela deposição e retenção de sedimentos vindos do sul. Esse

fenômeno está associado à formação da Coroa do Avião, barra arenosa disposta quase que

perpendicularmente à linha de costa, à saída do canal.

As praias são depósitos de sedimentos, mais comumente arenosos, acumulados por

ação de ondas que, por apresentarem mobilidade, se às ajustam as condições de ondas e

marés, representando, portanto, elemento importante de proteção do litoral. Essas feições

ocorrem ao longo de todo o litoral de Itamaracá, com exceção da desembocadura do rio

Jaguaribe, geralmente com declividade muito baixa.

No litoral da Ilha de Itamaracá ocorrem os recifes de arenito, cuja largura média é de

20 a 60m, e recifes de corais, que variam de 1 a 4 km de comprimento quando mais próximos

da praia, estando submersos ao longo de todo o seu litoral. Esses desempenham papel

relevante na proteção contra os processos erosivos. É comum a presença de beachrokcs nas

proximidades da foz do rio Jaguaribe (Foto 10), bem como na praia do Fortim, no extremo

norte da Ilha.

Page 49: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

28

Foto 10 – Afloramento de calcário da Formação Maria Farinha na foz do rio Jaguaribe,

margem direita (beachrocks).

Page 50: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

29

CAPÍTULO 4 – AMBIENTE PRAIAL

4.1 – Definição e limites da praia

Dentre as divisões do perfil praial, o estirâncio, face de praia ou simplesmente praia,

apresenta-se como uma das zonas mais dinâmicas.

Vários conceitos são apresentados para definir o termo praia. King (1972) o define

como um ambiente sedimentar, costeiro, de composição variada, formado, normalmente, por

areia, e condicionado pela interação dos sistemas de ondas incidentes sobre a costa. Komar

(1976) define a praia como uma acumulação de sedimento inconsolidado (areia ou cascalho)

que se estende do limite médio de maré baixa até alguma mudança fisiográfica como um

rochedo, campo de dunas ou uma vegetação permanente.

Geograficamente, não há limitações para o estabelecimento de praias, sejam

arenosas ou não, desde que haja disponibilidade de sedimentos para formá-las, espaço e

agentes hidrodinâmicos para concentrar os sedimentos em zonas transicionais entre o

ambiente marinho e o continental (Hoefel, 1998).

Praias compostas por sedimentos finos a médios geralmente apresentam uma

inclinação em torno de 3º. Se formadas por seixos, sua inclinação fica em torno de 15º; as

formadas por calhaus apresentam inclinação em torno de 24º. Esses parâmetros exercem forte

influência na largura das praias. Praias onde a ação das ondas é menos intensa e os sedimentos

são finos, tendem a ter uma largura consideravelmente extensa. Porém, as praias que recebem

forte ação das ondas e sedimentos grossos tendem a ser estreitas.

O termo litoral é mais abrangente, incluindo, além da porção emersa descrita acima,

a porção submersa até uma profundidade onde o sedimento é menos transportado ativamente

pelas ondas superficiais. Tal profundidade é imprecisa, mas, atualmente é definida por muitos

autores como a profundidade de fechamento do perfil que, posteriormente, será detalhada,

mas situa-se, geralmente, a menos de 15 m.

Morfologicamente o perfil praial é subdividido em antepraia, praia e pós-praia.

Essas terminologias serão adotadas no presente trabalho, conforme Albino (1999), a partir da

adaptação da zonação proposta por Davis (1985). (Figura 05).

Page 51: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

30

Figura 05 – Diagrama do perfil de praia segundo Albino (1999) adaptado de Davis (1985).

A zona descrita como antepraia inferior (Nearshore) é caracterizada por uma parte

do perfil submerso, entre o nível de maré baixa até os bancos de areia. Esta região é dominada

por processos da zona de arrebentação e de surfe.

O termo antepraia superior (Foreshore) limita-se pela altura máxima de maré alta

e pela mínima de maré baixa. Nessa porção, está localizada a face da praia, que é uma seção

inclinada da praia onde ocorre o espraiamento. Sobre uma inclinação bem suave, essa área é

bem reconhecida por apresentar mudanças na textura e composição do sedimento, além de ser

tipicamente marcada por uma concentração de fragmentos de conchas ou por sedimentos mais

grossos.

Como pós-praia (Backshore), define-se a parte da praia coberta pela água apenas

durante as tempestades que, consequentemente, está acima do nível de maré alta. Essa região

é constituída por uma porção praticamente plana, de inclinação suave, denominada berma.

Algumas praias possuem mais de uma berma em níveis levemente diferentes, separados por

uma escarpa. A zona de pós-praia é limitada por uma mudança abrupta na inclinação na crista

da berma.

Hidrodinamicamente são percebidas, em uma praia, a zona de arrebentação, a zona

de surfe e a zona de espraiamento.

Ao aproximar-se de águas progressivamente mais rasas, as ondas incidentes tendem

a se instabilizar até um ponto no qual quebrará. A zona de arrebentação (Breaking Zone) é

aquela porção do perfil praial caracterizada pela ocorrência desse processo, que apresenta o

modo de dissipação energética da onda sobre a praia. A forma pela qual a onda quebra

depende da sua altura e comprimento bem como da declividade da praia.

Page 52: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

31

A presença da zona de surfe (Surfe Zone) deve-se, primeiramente à inclinação da

praia, por isso, está diretamente relacionada ao tipo de quebra, e depende, secundariamente,

da amplitude da maré. Praias de baixa declividade são caracterizadas por extensas zonas de

surfe. Durante esse percurso, grande parte da energia é transferida para a geração de correntes

– longitudinais e transversais à praia (rips) (Hoefel, 1998). Em contraste, praias inclinadas

raramente possuem zona de surfe e refletem, predominantemente, a energia das ondas.

(Komar, 1976).

A zona de espraiamento (Swash Zone): pode ser explicada pelo fato de ser aquela

região da praia delimitada entre a máxima e a mínima excursão dos vagalhões sobre a face

praial. Aí, as correntes longitudinais não se desenvolvem. Os processos de espraiamento são

importantes no transporte de sedimentos de uma praia, uma vez que os processos de fluxo e

refluxo dos vagalhões determinariam, em última instância, se os sedimentos seriam

armazenados na praia ou retornariam à zona de surfe, com chances de ser, então,

transportados. Comumente, observam-se feições rítmicas de expressão longitudinal à costa,

como cúspides, nessa porção do perfil.

Manso (1997), verificou no litoral sul de Pernambuco uma correlação entre a

morfologia, os processos litorâneos e as estruturas sedimentares encontradas dentro dos

setores do ambiente praial.

4.2 – Classificação morfodinâmica das praias

Os estudos desenvolvidos pela Escola Australiana culminaram com o

desenvolvimento de um modelo evolutivo baseado na descrição de seis estados, ou tipos

morfodinâmicos, de praias arenosas. Esses estados, descritos por Short e Wright (1983), são

dependentes de dois fatores principais: do nível de energia da onda (que controla o limite da

zona de espraiamento) e do tamanho do grão (que influencia o transporte de sedimento).

Segundo os autores, as praias podem ser classificadas em: dissipativas, refletivas e em 4 tipos

intermediários (Figura 06).

O estado dissipativo é a combinação de ondas altas (> 2,5m) com areia fina (Md <

0,2mm), que resulta em uma praia caracterizada por declividade suave e por uma zona de

surfe bastante extensa (200 a 500m). Nesta porção, duas a cinco barras discretas podem estar

presentes. A arrebentação é deslizante e a progressiva dissipação da energia de onda ao longo

de uma larga porção do perfil promove a perturbação de oscilações estacionárias de

infragravidade, que passam a dominar a porção anterior, em relação à face praial, da zona de

Page 53: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

32

surfe. Normalmente não ocorrem correntes de retorno muito persistentes. As praias

dissipativas são relativamente estáveis: espacialmente, por apresentarem-se uniformes ao

longo da costa, e temporalmente devido ao ajustamento relativamente menor das condições

persistentes de altura de onda. Essas praias também são favorecidas pela sua granulometria de

areia fina.

Os quatro tipos a seguir representam o estado intermediário, ou seja, a transição

entre o dissipativo e refletivo, consequentemente, as características dos tipos intermediários

são definidas pelo fato de apresentarem areia média e altura de onda moderada. Quando a

altura modal das ondas excede 2m, o tipo persistente é o de banco e cavas longitudinais,

quando as ondas estão entre 1,5 a 2m, predominam os bancos e praias rítmicos. Entre 1,5 e

1m, aparece o tipo banco transversal e rip, e sob baixa energia, ondas menores que 1m, o tipo

crista canal/terraço de maré baixa prevalece. Devido ao fato de as ondas serem raramente

estáveis nos níveis acima, as praias mudam de um estado para outro em resposta às variações

das condições de ondas. Estas são praias de maior variabilidade tanto temporal, devido a essas

variações energéticas, quanto espacial, devido à forma das cúspides e dos bancos.

Praias refletivas são formadas normalmente em áreas de baixa energia (altura da

onda < 1m), muitas vezes abrigadas, e de areia muito grossa (Md > 0,6mm = 0,75f), podendo

ser encontrada, também, em áreas mais expostas, de alta energia, onde o sedimento é

composto por cascalho. A praia é relativamente alta, contendo normalmente uma berma e

cúspides bem desenvolvidas, enquanto que a face da praia apresenta-se bastante inclinada. A

arrebentação é ascendente ou mergulhante, não apresenta zona surfe nem bancos, e o fluxo é

predominantemente normal à costa. À semelhança do extremo dissipativo, o extremo refletivo

é relativamente uniforme ao longo da costa, exceto pelas cúspides.

Em regiões costeiras expostas, as condições refletivas têm, usualmente, vida curta,

pois as praias refletivas são altamente sensíveis à erosão e são rapidamente erodidas com o

retorno das ondas maiores. Portanto, essas praias só podem existir como estado modal em

áreas abrigadas onde o sedimento grosso é disponível. Sob tais condições, a filtragem dos

eventos de grande energia pelos promontórios e pelo embaiamento resulta em praias

modalmente refletivas que também exibem baixa variabilidade temporal.

Page 54: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

33

Figura 06 – Características morfológicas dos estados de praia, em perfil e em planta (Whright

& Short, 1984).

4.3 – Avaliação dos perfis morfodinâmicos das praias da Ilha de Itamaracá

Dependendo da variabilidade do regime de ondas, da maré, do vento e das

características dos sedimentos, uma praia pode variar amplamente de configuração em relação

ao seu estado mais frequente ou modal. Segundo Guerra e Cunha (1995) são justamente essas

variáveis que diferenciam as praias com relação às suas morfodinâmicas.

O perfil transversal de uma praia varia com o ganho ou perda de areia, de acordo

com a energia das ondas, ou seja, de acordo com a alternância entre tempo bom

(engordamento) e tempestade (erosão). Nas regiões onde o regime de ondas se diferencia

significativamente entre o verão e o inverno, a praia desenvolve perfis sazonais típicos de

Page 55: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

34

acumulação e erosão, denominados, respectivamente, perfil de verão e perfil de inverno.

Dessa forma, ao adaptar seu perfil às diferentes condições oceanográficas, a praia

desempenha papel fundamental na proteção do litoral contra a erosão marinha.

No litoral da Ilha de Itamaracá, o clima de onda é regido por variações sazonais, as

quais diferem significativamente entre as estações de verão e inverno. Conseqüentemente a

praia desenvolve perfis sazonais de acumulação e erosão, denominados de perfil de verão e

inverno respectivamente.

Assim, uma praia que não está submetida à interferência humana, ou seja, sem obras

de engenharia de proteção da costa, é um ambiente em equilíbrio dinâmico. Durante o

inverno, ondas geradas pela passagem dos sistemas frontais erodem a areia das dunas frontais

e da face praial e depositam esses sedimentos na zona de arrebentação na forma de bancos.

Ondas de menor energia, comuns no verão, carregam novamente a areia dos bancos para a

face praial, formando uma berma. O vento então se encarrega de transportar essa areia de

volta para as dunas.

4.4 – Morfodinâmica praial – Variações de curto prazo

Uma das características marcantes observadas nas praias em todo o mundo é que

elas não se mantêm fixas em uma determinada posição (perfil praial), o que modifica sua

configuração, perfil e planta, ao longo do tempo. Essa contínua troca de formas denomina-se

“variabilidade praial” (variações de curto prazo).

A origem da variabilidade de uma determinada praia está associada à sua própria

gênese, e sua configuração surge como resultado da interação da dinâmica atuante (onda,

corrente e maré), dos contornos existentes (costa e batimetria da plataforma continental

interna), presença de recifes (arenito, algálico e corais) e a disponibilidade de material

sedimentar (areia) no sistema.

Teoricamente, uma determinada praia que apresenta granulometria definida,

submetida a uma solicitação dinâmica atuante e constante, desenvolve uma configuração

(planta e perfil) estável no tempo. A configuração alcançada denomina-se “configuração de

equilíbrio”.

Os perfis morfodinâmicos (nivelamento topográfico), têm por finalidade definir a

morfologia do perfil praial subordinando a resposta desse ambiente à dinâmica das ondas. A

realização desses perfis propicia conhecimento acurado sobre os fatores que controlam o

gradiente do perfil praial, ou seja, ondas (energia e tipo de arrebentação), sedimentos praiais e

Page 56: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

35

interação onda-sedimento (transporte sedimentar), além de definir o balanço sedimentar da

praia.

Somados aos demais estudados, esses parâmetros fornecem subsídios importantes

para solucionar ou minimizar os problemas comumente instalados.

No período considerado, abril/2008 a outubro/2008, foram realizados 9 nivelamentos

topográficos, entre a pós-praia, quando existia, e a linha de baixa mar, procurando sempre que

possível acompanhar as inflexões do terreno, e foram distribuídos segundo a relação a seguir:

Estação 01 – Praia do Forte de Orange

Localização: 0297122 E (25M) e 9136148 N (UTM)

Estação 01a – Praia São Paulo

Localização: 0297432 E (25M) e 9138376 N (UTM)

Estação 02 – Praia Forno da Cal

Localização: 0297959 E (25M) e 9140259 N (UTM)

Estação 03 – Praia Bairro Novo -Pilar

Localização: 0298448 E (25M) e 9141759 N (UTM)

Estação 04 – Praia do Pilar

Localização: 0298790 E (25M) e 9144033 N (UTM)

Estação 05 – Praia de Jaguaribe

Localização: 0298542 E (25) e 9145369 N (UTM)

Estação 06 – Praia do Sossego

Localização: 0297957 E (25M) e 9146294 N (UTM)

Estação 07 – Enseada dos Golfinhos

Localização: 0297848 E (25M) e 9147857 N (UTM)

Estação 08 – Praia do Fortim

Localização: 0297596 E (25M) e 9148742 N (UTM)

Os perfis foram realizados sempre na maré baixa e a sua localização teve como

referencial as variadas características morfológicas das diversas praias que compõem a zona

costeira da área estudada, conforme mostra o mapa (Figura 06a).

Page 57: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona
Page 58: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

37

Os referidos perfis tiveram seus níveis de referência do mar (RN) estabelecidos em

locais de fácil acesso e a altitude considerada foi absoluta.

Para o cálculo dos volumes remanejados entre os diferentes levantamentos, foram

realizadas simulações utilizando o software Sufer 6.01 – Surface Mapping System, com os

resultados expresso em metro cúbico por metro linear (m³/m).

Os dados das tabelas 01 a 09, representam, na primeira coluna, as datas dos

levantamentos, na segunda coluna, apresentam o volume de material em m³/m dos perfis, a

terceira coluna mostra a diferença em volume(m³/m), determinado entre um levantamento e o

seguinte, tomando-se como base o levantamento de abril de 2004 e 2008, por ser esta data

comum a todos os 9 perfis realizados, portanto os levantamentos efetuados nesta data

aparecem com o valor zero para as taxas erosão/deposição..

Os gráficos apresentados nas figuras 26 a 31 têm como objetivo prático facilitar as

análises, permitindo mostrar claramente a progressão dos fenômenos de deposição ou erosão

da praia, dando também uma noção da tendência média do processo atuante.

4.4.1 – Análise dos perfis morfodinâmicos da Ilha de Itamaracá

4.4.1.1 - Praia Forte Orange

O Forte de Orange, até os anos trinta, estava reduzido a ruínas, e não havia estrada,

dificultando o acesso de apenas algumas pessoas que se aventuravam a visitá-lo. (Mota,

1985). Até a década de 1970, a Praia do Forte Orange, encontrava-se praticamente

desocupada, porém com aterro desenfreado do mangue e a pavimentação da estrada que dá

acesso ao Forte, surgiram vários loteamentos incentivando a especulação imobiliária e a

ocupação da área. Atualmente, a faixa costeira, num raio aproximado de 100m, está

totalmente ocupada por casas de segunda residência e veraneio. Existe, também, à beira mar,

o imponente Hotel Forte Orange que teve o seu auge na década de 1990, porém tem sofrido

com a queda do afluxo de hóspedes devido à falta de investimentos em obras de infra-

estrutura e segurança no litoral norte de Pernambuco, por parte do governo do estado em

parceria com o governo federal, contrariamente ao que ocorreu com o Projeto Costa Dourada,

no litoral sul, em franco crescimento.

A praia oferece alguns atrativos ao turista, desde a visita ao Forte, monumento

histórico construído em pau a pique pelos holandeses e reconstruído pelos portugueses, no

período colonial, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e administrado pela

Universidade Federal de Pernambuco. O Forte já passou por várias reformas, tendo como

Page 59: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

38

referências os trabalhos arqueológicos desenvolvidos pelo Laboratório de Arqueologia da

UFPE, desde a década de 1960. Além do Forte, encontra-se, também, o Centro de Mamíferos

Aquáticos/Projeto Peixe Boi, administrado pelo Ibama até o ano de 2007, hoje sob a

responsabilidade do Instituto Chico Mendes. Outro grande atrativo é a travessia feita em

jangadas para a ilhota da Coroa do Avião. Esses barcos, diferentemente dos utilizados em

Porto de Galinhas, são movidos a diesel, causando impactos danosos ao ambiente. A ilhota da

Coroa do Avião é o resultado dos movimentos da corrente de deriva de sentido S-N que

contribuiu para a formação de um banco de areia na confluência da desembocadura sul do

Canal de Santa Cruz e o mar. (Foto 13a e 13b). Habitat natural de aves migratórias é

monitorada pelos pesquisadores da Estação de Estudos Sobre Aves Migratórias e Recursos

Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco, o que não a preservou de ser ocupada

por várias barracas para turista e, naturalmente, dos diversos problemas de natureza ambiental

que enfrenta. A ilhota ainda encontra-se em expansão.

O perfil topográfico 01 está localizado na coordenada UTM 0297122 E / 9136148 N

na praia do Forte Orange, nas proximidades da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz

(Barra de Orange). A praia possui declividade em torno de 4°. Nesse perfil o valor absoluto

do Nível de Referência do Mar (RN) é de 3,165 m (Foto 11).

Foto 11 – Localização do perfil 01

na praia do Forte Orange.

Page 60: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

39

Foto 12 – Panorâmica do entorno da Praia do Forte Orange.

Foto 13a – Vista do Forte Orange e da Coroa do Avião. (Gerco/CPRH,2006)

Page 61: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

40

Foto 13b – Vista da Coroa do Avião, a partir de Vila Velha.

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 7a), apresenta uma configuração

movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em todos os

setores praiais, principalmente o setor de estirâncio. Constata-se uma pequena variação do

comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico de 3m aproximadamente. Uma

significativa recuperação dessa praia é observada no setor de estirâncio principalmente, a

partir de abril/04, porém com maior intensidade entre 26m e 38m de distância, onde se

observa uma importante recuperação do seu perfil original.

Figura 07a - Perfil praial na Praia Forte de Orange.

Page 62: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

41

Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 01), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar positivo de 12.4 m³/m. O valor máximo de

sedimentação foi de 11.8 m³/m em julho/2004.

Tabela 01 – Perfil 01 (Praia Forte Orange)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 104.1 O

12.4 Julho – 2004 115.9 11.8

Outubro – 2004 116.5 0.6

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 7b) apresenta uma configuração

movimentada em todos os setores praiais, principalmente o setor de pós-praia, com perda de

material sedimentar, e a zona de berma entre as distâncias de 15m a 25m, onde se observa um

ganho de sedimento caracterizado pela subida dos perfis de julho e outubro de 2008. O

restante do perfil praial apresenta-se constante, com pequenas variações, e comportamento

diferenciado dos perfis anteriores, onde havia alterações da morfodinâmica praial na faixa do

estirâncio. O comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico apresenta valor

máximo de 59m para o mês de julho de 2008.

Figura 07b - Perfil praial na Praia Forte de Orange.

Page 63: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

42

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 01A), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 3.28 m³/m. O valor máximo de

erosão foi de 3.26 m³/m em outubro/2008.

Tabela 01A – Perfil 01 (Praia Forte Orange)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 111.96 0

- 3.28 Julho – 2008 111.94 - 0.02

Outubro – 2008 - 3.26

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 são apresentadas no

gráfico de barra da figura 08 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Variação do Volume - Perfil 01

0

11.8

0.6 0 -0.02

-3.26-5

0

5

10

15

meses

Vol

ume

m3 /m

abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 08 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Forte Orange.

4.4.1.2 - Praia São Paulo

A Praia de São Paulo resulta de loteamentos imobiliários voltados

fundamentalmente para atender à demanda da população externa; que a tornaram uma praia

típica de veraneio e segunda residência, à exceção de alguns empreendimentos locais como

mercearias, armazéns de construção, farmácias, padarias e restaurantes que apesar de, na sua

Page 64: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

43

maioria, pertencerem aos nativos, também visam suprir as necessidades dessa população

temporária. É nítida a diferença do contingente populacional durante o verão e durante o

inverno. No inverno, a praia torna-se um vazio, e muitas ruas ficam intransitáveis devido aos

alagamentos provocados pelas chuvas; diante da falta de uma drenagem adequada, as águas,

não têm para onde escoar. Fato a ser considerado, do ponto de vista da morfodinâmica da

praia, é a presença, mesmo que isolada, de alguns arrecifes de arenito neste trecho do litoral

da Ilha de Itamaracá, que funcionam como anteparo às ondas, diminuindo o seu impacto na

praia.

O Perfil 01A está localizado nas coordenadas UTM 0297432 E / 9138376 N na Praia

de São Paulo, com declividade da praia em torno de 4º. Nesse perfil, o valor absoluto para o

RN é de 3,545 m (Foto 14). Esse perfil foi acrescido no intervalo entre os perfis 01 e o 02

realizados por em Silva 2004 por julgar o espaçamento considerado muito extenso, passando

este a ser denominado de Praia São Paulo. O perfil 02 passou a ser denominado de Forno da

Cal e o perfil 03 foi considerado como Praia do Bairro Novo.

Foto 14 – Localização do perfil 01A perpendicular à quina da casa – Praia São Paulo

Page 65: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

44

Fotos 15a e 15b – Vistas sul e norte do perfil 01A – Praia São Paulo.

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 09) apresenta uma configuração

com muito pouca movimentação em todos os setores praiais, principalmente entre os perfis

extremos do período – abril a outubro de 2009. O perfil de julho tem características

diferenciadas que permitem observar pequenas variações morfodinâmicas, de caráter erosivo,

em relação aos demais perfis, entre as distâncias de 0m a aproximadamente 18m, e

sedimentar, entre as distâncias de 18 até 50m, aproximadamente, correspondendo ao fim do

perfil. Os perfis não apresentam feição de escarpa de berma, o que caracteriza por si só uma

praia com tendência erosiva O comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico

apresenta valor máximo de 58m para o mês de julho de 2008.

Figura 09 – Perfil praial na Praia São Paulo

Page 66: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

45

Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 02), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 2.07 m³/m onde o valor máximo de

erosão foi de 6.47 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 4,4 m³/m em julho/2008.

Tabela 02 – Perfil 01A (Praia São Paulo)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 84.84 0

- 2.07 Julho – 2008 89.24 4.4

Outubro – 2008 82.77 - 6.47

As variações de volume observadas no ano de 2008 estão apresentadas no gráfico de

barra da Figura 10 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no

período.

Variação do Volume - Perfil 01A

0

4.4

-6.47-10

-5

0

5

meses

volu

me

m3 /m

abr/08 jul/08 out/08

Figura 10 – Variação de volume de sedimentos na Praia São Paulo

4.4.1.3 - Praia Forno da Cal

A Praia de Forno da Cal, também como a São Paulo, encontra-se praticamente toda

ocupada por casas de segunda residência e veraneio, tendo características semelhantes no

quesito ocupação urbana. Em alguns trechos, nessa praia da Ilha, observa-se a ocupação

urbana inadequada, com edificações construídas no estirâncio e na pós-praia, interferindo

diretamente na dinâmica do ambiente praial. Exemplo que merece registro é a construção do

Iate Clube de Itamaracá, localizado no estirâncio da praia, zona de espraiamento ou dissipação

da energia das ondas, desencadeando um processo erosivo na área adjacente no sentido

sul/norte (Foto 16).

Page 67: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

46

Foto 16 – Praia Forno da Cal no trecho do Iate Clube de Itamaracá

O Perfil 02 está localizado nas coordenadas UTM 0297959 E / 9140259 N, na praia

de Forno da Cal, em frente ao Iate Clube de Itamaracá. Nessa estação encontra-se a edificação

de um barzinho no lado esquerdo além da estrutura de bloco rochoso, no lado direito, na

frente do Clube, que invade completamente as zonas de pós-praia e o estirâncio, com vários

blocos rochosos em sua frente, protegendo-o dos embates das ondas. Os perfis de praia

tiveram um alinhamento a partir do topo da estrutura do bloco rochoso do Iate ficando

alinhado a 130Az. A declividade nesse ponto é de 4°. Nesse perfil, o valor absoluto para o RN

é de 1,33 m (Fotos 17 e 18).

Foto 17 – Localização do perfil

02 (out/08) – Praia Forno da Cal.

Page 68: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

47

Foto 18 – Perfil 02 (Silva, 2004) – Praia Forno da Cal

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 11a), apresenta uma configuração

bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em

todos os setores praiais e no que se refere as distâncias em que cruzam o nível hidrográfico

zero. O perfil de abril apresenta um comprimento de 80 m e se apresenta com mais de 50% na

plataforma continental adjacente atingindo a profundidade de 0.5 m. Os outros perfis de curto

comprimento, 22 metros, aproximadamente caracterizam-se como os menores de todos os

perfis monitorados na área de trabalho. Os perfis de julho e outubro são típicos de praia com

perda de sedimento e pela sua configuração tornam-se típicos de praias reflectivas. Em todos

os perfis não se observa a feição de escarpa de berma e, portanto, todas as variações

detectadas são localizadas no estirâncio e antepraia, esta última especifica do perfil de abril.

Figura 11a – Perfil praial na praia Forno da Cal.

Page 69: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

48

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 03), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 8.15 m³/m onde o valor máximo de

erosão foi de 17.95 m³/m em outubro/04 e sedimentação de 9.8 m³/m em julho/04.

Tabela 03 – Perfil 02 (Praia Forno da Cal)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 18.15 0

- 8.15 Julho – 2004 27.95 9.8

Outubro – 2004 10.00 - 17.95

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 11b), apresenta uma configuração

bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em

todos os setores praiais. Todos os perfis apresentam curtos comprimentos, atingindo o

máximo de 38m para os perfis de julho e outubro. Esses perfis apresentam comportamento

dinâmico semelhante ao ano de 2004 e caracterizam-se como sendo de praia com perda de

sedimento e pela sua configuração, tornam-se típicos de praias reflectivas. Como em 2004,

em todos os perfis não se observa a feição de escarpa de berma e, portanto, todas as variações

detectadas são localizadas no estirâncio e na antepraia.

Figura 11b – Perfil praial na praia Forno da Cal

Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 03A), para o período

considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 0.11 m³/m quando o valor

Page 70: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

49

máximo de erosão foi de 9.35 m³/m em outubro/08 e o de sedimentação foi de 9.24 m³/m em

julho/08.

Tabela 03A – Perfil 02 (Praia Forno da Cal)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 4.73 0

- 0.11 Julho – 2008 13.97 9.24

Outubro – 2008 4.62 - 9.35

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no

gráfico de barra da Figura 12 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Variação do Volume - Perfil 02

0

9.8

-17.95

0

9.24

-9.35

-20

-15-10

-50

510

15

meses

volu

me

m3 /m

abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 12 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Forno da Cal.

4.4.1.4 - Praia Bairro Novo

A Praia do Bairro Novo situa-se no trecho conhecido como Baixa Verde e rio

Âmbar, ocupada predominantemente por casas de veranistas, portanto verifica-se o mesmo

vazio durante o período de inverno como acontece com as praias do Forte Orange, São Paulo,

Forno da Cal, Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim. E, como as demais, carece de

Page 71: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

50

infraestrutura e saneamento básico. Nessa praia é frequente a movimentação de barcos de

pesca artesanal, por situar-se nas proximidades da Colônia de Pescadores do Pilar.

O perfil 03, localizado nas coordenadas UTM 0298448 E / 9141759 N, na Praia de

Bairro Novo, entre Forno da Cal e Pilar, em frente a uma residência locada na área de pós-

praia, com a cerca instalada na berma. É caracterizado por uma praia larga desde a região de

pós-praia até a antepraia, com cerca de 100m de faixa de praia na baixa-mar. A região da

berma é marcada pela presença de vegetação rasteira, típica de praia, apresentando um perfil

praial com baixa declividade, em torno de 4°. O valor do RN calculado para esse perfil é de

3,185m (Fotos 19a e 19b).

Foto 19a – Localização do perfil 03 – Praia do Bairro Novo

Page 72: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

51

Foto 19b – Panorâmica do Perfil 03 – Praia do Bairro Novo

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 13a), apresenta uma configuração

bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em

todos os setores praiais. Na pós-praia observa-se um nítido rebaixamento dos perfis,

caracterizando perda de material e, no estirâncio, uma situação inversa em que se observa

elevação dos perfis de julho e outubro. É importante salientar que o perfil de outubro

apresenta um recuo da linha de praia de, aproximadamente, 10m, tornando-se a preamar

máxima da área. Observa-se, também, neste mesmo perfil, que a inclinação da escarpa de

berma diminui, caracterizando, desta maneira, um perfil quase retilíneo de pouca mobilidade

nos seus aspectos morfológicos. Constata-se uma pequena variação do comprimento total dos

perfis em relação ao zero hidrográfico de 2m a 9m, aproximadamente.

Figura 13a - Perfil praial na Praia Bairro Novo.

Page 73: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

52

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 04), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 16.35 m³/m, onde o valor máximo

de erosão foi de 21.7 m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 5.35 m³/m em julho/2004.

Tabela 04 – Perfil 03 ( Praia Bairro Novo)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 130.15 0

- 16.35 Julho – 2004 135.50 5.35

Outubro – 2004 113.8 -21.7

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 13b) apresenta uma configuração

bastante movimentada, semelhante à configuração de 2004, com flutuações significativas

entre os 3 perfis implementados em todos os setores praiais. Na pós-praia, observa-se um

nítido recuo da linha de praia, para todos os perfis, de aproximadamente 5 metros em relação

às linhas de 2004. Observa-se que a pós-praia não apresenta muita alteração no seu perfil,

enquanto o estirâncio demonstra um aumento positivo do seu perfil praial. Observa-se,

também, nesse mesmo perfil, que a inclinação da escarpa de berma aumentou.

Figura 13b - Perfil praial na Praia Bairro Novo.

Page 74: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

53

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 04A), para o período

considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar positivo de 1.74 m³/m, quando o valor

máximo de erosão foi de 4.82 m³/m em julho/2008 e sedimentação de 6.56 m³/m em

outubro/2008.

Tabela 04A – Perfil 03 (Praia Bairro Novo)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 89.32 0

1.74 Julho – 2008 84.50 -4.82

Outubro – 2008 91.06 6.56

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no

gráfico de barra da figura 14 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Variação do Volume - Perfil 03

0

5.35

-21.7

0

-4.82

6.56

-25

-20

-15

-10-5

0

5

10

meses

volu

me

m3 /m

abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 14 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Bairro Novo

4.4.1.5 - Praia do Pilar

Em 1699 a Praia do Pilar era apenas uma povoação ou aglomerado quase só de

pescadores que foi aos poucos se adensando ao redor da ermida sob a invocação de Nossa

Senhora do Pilar (protetora dos mareantes), (Rodrigues, 1972). Foi elevada à categoria de

Page 75: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

54

Vila por Decreto de 25/10/1831.(Lopes, 1987). Atualmente, é a sede do município de

Itamaracá com alta densidade populacional, principalmente de nativos e onde funciona o

centro administrativo e se concentram muitos serviços: bancos, farmácias, supermercados,

restaurantes, escolas e etc. Situa-se a 50km ao norte da cidade do Recife.

A faixa litorânea está totalmente ocupada com casas, bares e hotel; e, em alguns

pontos, esta ocupação ocorre na zona do estirâncio, e sofre o impacto direto da ação das ondas

durante a maré alta, ficando, consequentemente, sem área de lazer. Segundo testemunhos de

antigos moradores, o mar avançou sobre as casas, pois existe um registro de um cruzeiro que

hoje está submerso cujo local, na década de 1960, era uma rua. A casa onde nasceu o Sr.

Chico situava-se à beira mar, bem próxima a uma rua que existiu na povoação do Pilar, onde

também existiam armazéns de coco, casas comerciais, barbearia. Tal rua desapareceu em

decorrência do avanço do mar. É o mesmo trabalho de destruição que vem preocupando a

população católica de Jaguaribe, cuja única igreja, sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos

Passos, está seriamente ameaçada pelas ondas que, em breve, lhe estarão lambendo os

alicerces e pondo em risco a sua estrutura. (Rodrigues, 1972).

O perfil 04 está localizado nas coordenadas UTM 0298790 E / 9144033 N, na Praia

do Pilar (Quatro Cantos). A Praia do Pilar vem passando por um processo erosivo já de algum

tempo, e este fato é evidenciado pelas presenças de coqueiros caídos e construções de muros

de pedra para contenção do avanço do mar sobre as casas. (Fotos 22a 22b e 22c). Porém, o

local onde foi traçado o perfil não apresenta características de erosão, o qual se encontra numa

rua que limita a região de pós-praia. O RN calculado para esse perfil é 3,955m. (Foto 20). A

declividade da praia nessa área está em torno de 4°.

Foto 20 –Localização do perfil 04 – Praia do Pilar

(Quatro Cantos).

Page 76: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

55

Foto 21 – Panorâmica da Praia do Pilar (Silva, 2004)

O perfil 04 inicia-se numa casa que se encontra a 11 m de distância da zona de

berma, e existe uma rua entre essa casa e a praia. Partindo dessa distância é que se inicia a

zona de praia (Foto 21).

Foto 22b (inverno) Foto 22c (verão)

Foto 22a

Page 77: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

56

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 15a), apresenta uma configuração

bastante movimentada, com flutuações significativas entre os 3 perfis implementados em

todos os setores praiais. Na pós-praia observa-se um significativo rebaixamento do perfil de

outubro, significando perda de material, situação esta que se prolonga para o setor de

estirâncio. O referido perfil é o de menor comprimento em relação ao nível zero hidrográfico,

enquanto de abril e julho alcançam valores em torno de 70m e 85m respectivamente. Não há

recuo da linha de praia, porém apresenta variações nas alturas das escarpas de berma. O

comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência erosiva.

Figura 15a – Perfil praial na Praia do Pilar

Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 05), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 30.90 m³/m, quando o valor

máximo de erosão foi de 75.25 m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 44.35 m³/m em

julho/2004.

Tabela 05 – Perfil 04 (Praia do Pilar)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 137.75 0

- 30.90 Julho – 2004 182.10 44.35

Outubro – 2004 106.85 - 75.25

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 15b) apresenta uma configuração

pouco movimentada, com pequena flutuação no setor de estirâncio. A escarpa de berma é bem

Page 78: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

57

individualizada, apresentando pouca inclinação e com altura de 0.5m, aproximadamente. O

comprimento total dos perfis varia entre 68m a 90m ultrapassando a linha do zero

hidrográfico. O comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência à recuperação.

Figura 15b – Perfil praial na Praia do Pilar

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 05A), para o período

considerado, mostram balanço sedimentar positivo de 12.15m³/m, quando o valor máximo de

sedimentação é de 8.79m³/m, em outubro/2008 e o menor de 3.36m³/m em julho/2008.

Tabela 05A – Perfil 04 (Praia do Pilar)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 157.40 0

12.15 Julho – 2008 160.76 3.36

Outubro – 2008 169.55 8.79

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no

gráfico de barra da Figura 16 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Page 79: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

58

Variação do Volume - Perfil 04

0

44.35

-75.25

0 3.36 8.79

-100-80-60-40-20

0204060

meses

volu

me

m3 /m

abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 16 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Pilar

4.4.1.6 - Praia de Jaguaribe

O litoral leste da Ilha de Itamaracá pode ser dividido em duas partes: a sul na

margem direita do rio Jaguaribe onde se localizam as praias do Forte Orange, na

desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Barra de Orange), São Paulo, Forno da Cal,

Bairro Novo, Pilar e Jaguaribe e a norte na margem esquerda do mesmo rio onde se localizam

as Praias do Sossego, Enseada dos Golfinhos, Fortim e Pontal. Sendo a primeira parte foi

povoada desde o período colonial. A segunda pertencia a uma antiga propriedade denominada

de “Lance-dos-Cações”, hoje dividida e loteada sob a denominação de Sossego e Enseada dos

Golfinhos. No extremo norte da Ilha, na desembocadura do Canal de Santa Cruz (Barra de

Catuama), situam-se as Praias do Fortim ou Fortinho, onde em tempos remotos havia um

Fortinho de pau a pique e Pontal da Ilha, trecho de ocupação posterior à década de 1980.

Não se sabe com precisão a época da sua fundação da localidade de Jaguaribe, mas

pode-se afirmar que, em 1699, já existia como povoado, conforme documento de doação de

terras feita por Dona Beatriz Pinheiro de Lima ao Patrimônio de Nossa Senhora do Pilar.

Bairro de moradores, inicialmente era uma aldeia de pescadores. (Rodrigues, 1972). Recebe

esse nome em razão do rio homônimo, único que nasce na Ilha e desemboca no Atlântico.

Segundo Mota (1985), o rio Jaguaribe era navegável e suportava barcaças com até nove pés

de calado, pois o seu canal atingia, em alguns trechos, de seis a oito metros de profundidade.

No entanto, hoje está reduzido simples riacho, e transformou-se em leito de água

salgada.Atualmente a Praia do Jaguaribe é ocupada tanto por nativos como por veranistas.

Page 80: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

59

O perfil 05 localiza-se nas coordenadas (UTM) 0298542 E / 91 453 69 N, na Praia

de Jaguaribe, nas proximidades da foz do rio do mesmo nome. É caracterizada por ser uma

praia larga, desde a região de pós-praia até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia

na baixa-mar, com berma bem destacada e vegetação praieira cobrindo-a. O RN calculado

desse perfil é de 2,81m (Foto 23). Apresenta uma declividade em torno de 5°.

Foto 23 – Localização do perfil 05 – Praia de Jaguaribe

Fotos 24a e 24b – Panorâmica da Praia de Jaguaribe

Page 81: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

60

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 17a) apresenta uma configuração

bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio

superior, onde se constata uma variação negativa do perfil de outubro, significando perda de

material. Observa-se que a pós-praia comporta-se sem muita alteração no seu perfil.

Figura 17a - Perfil praial na Praia de Jaguaribe.

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 06), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar negativo de 58.10m³/m, quando o valor

máximo de erosão foi de 60.65m³/m em outubro/2004 e sedimentação de 2.55 m³/m em

julho/2004.

Tabela 06 – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 185.65 0

- 58.10 Julho – 2004 188.20 2.55

Outubro – 2004 127.55 60.65

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 17b) apresenta uma configuração

com muito pouca movimentação em todos os setores praiais, principalmente entre os perfis de

abril e julho de 2008. Os perfis não apresentam feição de escarpa de berma bem definida, se

caracteriza pelo acúmulo de sedimento nas estações localizadas entre as distâncias de 25 a

45m, o que caracteriza por si só uma praia que tende a recuperar o seu perfil morfológico O

Page 82: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

61

comprimento total dos perfis em relação ao zero hidrográfico apresenta valor máximo de

130m para o mês de outubro de 2008.

Figura 17b - Perfil praial na Praia de Jaguaribe.

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 06A), para o período

considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar positivo de 14.66 m³/m quando o valor

máximo de erosão foi de 13.74 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 28.4 m³/m em

julho/2008.

Tabela 06A – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 154.50 0

14.66 Julho – 2008 182.90 28.4

Outubro – 2008 169.16 - 13.74

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no

gráfico de barra da figura 18 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Page 83: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

62

Variação do Volume - Perfil 05

0 2.55

-60.65

0

28.4

-13.74

-80-60-40-20

02040

meses

volu

me

m3 /m

abr/04 jul/04 out/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 18 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Jaguaribe

4.4.1.7 - Praia do Sossego

Desmembrada da antiga propriedade “Lance-dos-Cações”, foi uma das últimas áreas

da Ilha a serem ocupadas, devido, principalmente, à dificuldade de acesso, que se fazia a

partir de Jaguaribe, por travessia em pequenas canoas. Mas, a partir da década de 1980, a

abertura da estrada de rodagem que dá acesso à Penitenciária Barreto Campelo, mesmo em

condições precárias, facilitou o acesso a esse outro lado da Ilha. Devido à existência da

penitenciária, esta área ainda é considerada insegura. Entretanto, atualmente, esta área

encontra-se totalmente loteada e bastante ocupada por casas de veranistas e chalés para

aluguel no período de verão. Nesse trecho da Ilha a oferta de serviços é precária, salvo num

pequeno povoado de população nativa onde pode se encontrar algumas mercearias e

armazéns.

O perfil 06 está localizado nas coordenadas UTM 0297957 E / 9146294 N, na Praia

do Sossego, situada na porção norte da Ilha de Itamaracá. Caracteriza-se por ser uma praia

larga desde a região de pós-praia até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia na

baixa-mar, apresentando uma faixa de berma bem evidente coberta por vegetação praieira. O

RN calculado deste perfil é de 2,9m (Foto 25). Apresenta uma declividade em torno de 5°.

Page 84: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

63

Foto 25 – Localização do perfil 06 – Praia do Sossego.

Foto 26 – Panorâmica da Praia do Sossego.

O envelope praial relativo ao ano de 2004 (Figura 19a) apresenta uma configuração

bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio onde

se constata uma variação negativa do perfil de junho, significando perda de material. Observa-

se que a pós-praia comporta-se da mesma maneira e menor intensidade. A escarpa de berma é

Page 85: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

64

bem delineada, com altura média de 1m e com inclinação elevada. O comportamento dos

perfis caracteriza uma praia com tendência erosiva.

Figura 19a – Perfil praial na Praia do Sossego.

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 07) para o período

considerado mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de – 38.9 m³/m onde o valor

máximo de erosão foi de 48.25 m³/m em junho/2004 e sedimentação de 9.35 m³/m em

maio/2004.

Tabela 07 – Perfil 06 (Praia do Sossego)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2004 119.85 0

- 38.9 Maio – 2004 129.20 9.35

Junho – 2004 80.95 - 48.25

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura19b) apresenta uma configuração

bastante movimentada em todos os setores praiais, principalmente no setor do estirâncio onde

se constata uma variação negativa em todos perfis, predominante no mês de outubro, com

perda significativa de material. Observa-se que a pós-praia comporta-se da mesma maneira e

menor intensidade. A escarpa de berma é pouco delineada cuja altura média é de 1m, e sua

inclinação é elevada. O comportamento dos perfis caracteriza uma praia com tendência à

erosão.

Page 86: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

65

Figura 19b – Perfil praial na Praia do Sossego.

Os resultados quantitativos obtidos nestes perfis (Tabela 07A), para o período

considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 1.24 m³/m onde o valor

máximo de erosão foi de 6.06 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 4.82 m³/m em

julho/2008.

Tabela 07A – Perfil 06 (Praia do Sossego)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 67.14 0

1.24 Julho – 2008 71.96 4.82

Outubro – 2008 65.90 - 6.06

As variações de volume observadas nos anos de 2004 e 2008 estão apresentadas no

gráfico de barra da figura 20 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento

no período de 4 anos.

Variação do Volume - Perfil 06

09.35

0 4.82

- 48.25

- 6.06

-60

-40

-20

0

20

meses

volu

me

m3 /m

abr/04 mai/04 jun/04 abr/08 jul/08 out/08

Figura 20 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Sossego

Page 87: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

66

4.4.1.8 - Praia Enseada dos Golfinhos

Situada na porção norte da Ilha de Itamaracá, à semelhança da Praia do Sossego, a

Praia Enseada dos Golfinhos só veio a ser ocupada a partir da década de 1980, quando do

desmembramento e loteamento da antiga propriedade do “Lance-dos-Cações”. O acesso

também pode se dar pelo rio Jaguaribe ou através da estrada de rodagem que passa pela

Penitenciária Barreto Campelo. É uma praia típica de veranistas. No inverno, as casas ficam

totalmente sob a responsabilidade dos caseiros. Sua oferta de serviços é mais precária do que

na Praia do Sossego. Porém, do ponto de vista ambiental, é ainda, juntamente com a Praia do

Fortim, é a mais conservada.

O perfil 07 está localizado nas coordenadas (UTM) 029 78 48 E / 91 478 57 N, na

Praia Enseada dos Golfinhos. É caracterizado por uma praia larga, desde a região de pós-praia

até a antepraia, com cerca de 110m de faixa de praia na baixa-mar, apresentando uma faixa de

berma bem evidente coberta por vegetação praieira. O RN calculado desse perfil é de 4.625m.

(Fotos 27 e 28). Apresenta uma declividade em torno de 3°. (Fotos 29a e 29b).

Esse perfil, bem como os perfis 01A e 08, foi acrescentado aos demais levantados

por Silva, 2004, daí o intervalo de tempo estudado restringir-se aos meses de abril, julho e

outubro de 2008. Entretanto, julgou-se importante incluir no estudo a porção norte da Ilha,

uma vez que ela é, ainda, pouco investigada.

Foto 27 – Localização do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos

Page 88: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

67

Foto 28 – Panorâmica do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos

Fotos 29a e 29b – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 21) apresenta uma configuração

movimentada, em todos os setores praiais, principalmente no setor de estirâncio, onde o perfil

de outubro assume posição mais elevada do que os demais, evidenciando um acúmulo de

sedimento. A berma se apresenta incipiente com pequena inclinação em todos os perfis.

Convém ressaltar que o perfil de julho do ponto de vista da sua morfologia é o mais

equilibrado. O comprimento total dos perfis em relação zero hidrográfico apresenta valor

máximo de 85m para o mês de outubro de 2008.

Page 89: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

68

Figura 21 – Perfil praial na Praia Enseada dos Golfinhos.

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 08), para o período

considerado, mostram um balanço sedimentar positivo de 54.77 m³/m onde o valor máximo

de erosão foi de 29.16 m³/m em julho/2008 e sedimentação de 83.93 m³/m em outubro/2008.

Tabela 08 – Perfil 07 (Praia Enseada dos Golfinhos)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 171.65 0

54.77 Julho – 2008 142.49 - 29.16

Outubro – 2008 226.42 83.93

A variação de volume observada no de 2008 está representada no gráfico de barra da

figura 22 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no período.

Variação do Volume - Perfil 07

0

-29.16

83.93

-50

0

50

100

meses

volu

me

m3 /m

abr/08 jul/08 out/08

Figura 22 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Enseada dos Golfinhos

Page 90: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

69

4.4.1.9 - Praia do Fortim

Situada na porção norte da Ilha, a Praia do Fortinho ou Fortim é assim denominada

devido à existência em tempos remotos de um Fortinho construído em pau a pique, nas

proximidades da desembocadura norte do Canal de Santa Cruz, na margem direita da Barra de

Catuama (Goiana). Seu processo de ocupação foi semelhante ao das Praias do Sossego e da

Enseada dos Golfinhos.

O Pontal da Ilha, formado de areia, expandiu-se no sentido do Canal de Santa Cruz,

divisa com a Barra de Catuama. Com base nas ortofotocartas de 1974 (Fidem), é possível

constatar que esta área está totalmente vazia e sem demarcação por lotes. Entretanto, a partir

das ortofotocartas de 1989, o desmembramento da área em lotes é visível. Apesar da

ocupação e devastação do mangue para construções de edificações, ainda é possível

encontrar-se remanescentes desta vegetação nos riachos que desembocam no Canal.

O perfil 08 está localizado nas coordenadas (UTM) 029 75 96 E / 91 487 42 N, na

Praia do Fortim. É caracterizado por uma praia larga, desde a região de pós-praia até a

antepraia, com cerca de 80m de faixa de praia na baixa-mar, apresentando uma faixa de berma

bem evidente coberta por vegetação praieira. O RN calculado desse perfil é 2.782 (Fotos 30 e

31). Apresenta uma declividade na ordem de 3º (Fotos 32a e 32b).

Foto 30 – Localização do perfil 08 – Praia do Fortim

Page 91: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

70

Foto 31 – Panorâmica do perfil 08 – Praia do Fortim

Fotos 32a e 32b – Panorâmica da Praia do Fortim e vista de Barra de Catuama.

O envelope praial relativo ao ano de 2008 (Figura 23), apresenta uma configuração

com pouca movimentação, em todos os setores praiais, principalmente no setor de estirâncio,

onde o perfil de outubro assume posição mais baixa que os demais, caracterizando perda de

material e, consequentemente, com tendência à erosão. Os perfis não apresentam feição de

escarpa de berma delineada; apenas no perfil de julho, sua escarpa de berma apresenta baixa

inclinação e pequena altura, em torno de 1.2m. O comprimento total dos perfis em relação ao

zero hidrográfico apresenta valores de 88m.

Page 92: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

71

Figura 23 – Perfil praial na Praia do Fortim

Os resultados quantitativos obtidos nesses perfis (Tabela 09), para o período

considerado, mostram um pequeno balanço sedimentar negativo de 14.97 m³/m onde o valor

máximo de erosão foi de 27.36 m³/m em outubro/2008 e sedimentação de 12.39 m³/m em

julho/2008.

Tabela 09 – Perfil 08 (Praia do Fotim)

Mês Volume

(m3m)

Vn+1 - Vn

(m3m)

Balanço Final

(m3m)

Abril – 2008 145.62 0

- 14.66 Julho – 2008 158.01 12.39

Outubro – 2008 130.65 - 27.36

A variação de volume observada no ano de 2008 está apresentada no gráfico de

barra da Figura 24 para melhor visualização e entendimento do seu comportamento no

período.

Variação do Volume - Perfil 08

0

12.39

-27.36-30

-20

-10

0

10

20

meses

volu

me

m3 /m

abr/08 jul/08 out/08

Figura 24 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Fortim

Page 93: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

72

Uma análise preliminar do desenvolvimento morfodinâmico da área de estudo, entre

os anos de 2004 e 2008, foi realizada, e tomou-se como base, exclusivamente, os resultados

do cálculo de volume dos vários perfis efetuados por Silva, 2004 e complementados pela

autora (2008) os quais estão apresentados na Tabela 10 e representados na Figura 25 e nas

Figuras 26, 27, 28, 29, 30 e 31 de aporte sedimentar.

Tabela 10 – Balanço sedimentar entre os anos de 2004 e 2008

Perfil Balanço (m3m)

Local Balanço Final 2004 2008

01 12.04 - 3.28 Forte Orange Erosão de 15,32 m3/m

01a - - 2.07 São Paulo Erosão em 2008

02 - 8.15 - 0.11 Forno da Cal Aporte de 8.04 m3/m

03 - 16.35 1.74 Bairro Novo Aporte de 18.09 m3/m

04 - 30.90 12.15 Pilar Aporte de 43.05 m3/m

05 - 58.10 14.66 Jaguaribe Aporte de 72.76 m3/m

06 - 38.90 1.24 Sossego Aporte de 40.14 m3/m

07 - 54.87 Golfinhos Aporte em 2008

08 - -14.97 Fortim Erosão em 2008

Os resultados obtidos mostram claramente que a área aqui enfocada, apresenta, no

decorrer de 4 anos, uma expressiva variação no seu perfil morfodinâmico. Em 2004, todos os

volumes calculados indicavam uma perda de material significativa para cada área dos perfis

correspondentes resultando, em todos os pontos, um balanço sedimentar negativo,

significando que o sistema apresentava déficit de material, por vários motivos, sobre os quais

discutiremos mais adiante.

No ano de 2008, a situação se inverte em 90% dos casos que, em razão do balanço

sedimentar positivo, temos, na maioria da área, uma condição de sedimentação com

significativo aporte de material. Tal aporte, segundo a Figura 25, é máximo na Praia de

Jaguaribe (Perfil 05), com 72.76 m3/m e mínimo na Praia de Forno da Cal com 8.04 m3/m

(Perfil 02).

Page 94: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

73

Varia

ção

de v

olum

e em

m3/

m

8.04

18.0

9

43.0

5

72.7

640

.1454

.87

P2

P3

P4

P5

P6

P7

Fi

gura

25

– V

olum

e de

posi

tado

nas

pra

ias d

a ár

ea

Figu

ra 2

6 –

Var

iaçã

o de

apo

rte se

dim

enta

r na

Prai

a Fo

rte O

rang

e Fi

gura

27

– V

aria

ção

de a

porte

sedi

men

tar n

a Pr

aia

Forn

o da

Cal

Perf

il 01

- Pr

aia

Forte

Ora

nge

12.4

-3.2

8

-50

510

15

Vol

ume

200

4V

olum

e 20

08

Perf

il 02

- Pr

aia

Forn

o da

Cal

-8.1

5

-0.1

1

-10

-8-6

-4-2

0

Vol

ume

2004

Vol

ume

2008

Page 95: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

74

Fi

gura

28

– V

aria

ção

de a

porte

sedi

men

tar n

a Pr

aia

Bai

rro

Nov

o Fi

gura

29

– V

aria

ção

de a

porte

sedi

men

tar n

a Pr

aia

do P

ilar

Fi

gura

30

– V

aria

ção

de a

porte

sedi

men

tar n

a Pr

aia

de Ja

guar

ibe

Fi

gura

31

– V

aria

ção

de a

porte

sedi

men

tar n

a Pr

aia

do S

osse

go

Perf

il 03

- Pr

aia

Bai

rro

Nov

o

-16.

35

1.74

-20

-15

-10

-50

5

Vol

ume

2004

Vol

ume

2008

Perf

il 04

- Pr

aia

do P

ilar

-30.

9

12.1

5

-40

-30

-20

-10

010

20

Vol

ume

2004

Vol

ume

2008

Perf

il 05

- Pr

aia

de Ja

guar

ibe

-58.

1

14.6

6

-80

-60

-40

-20

020

Vol

ume

2004

Vol

ume

2008

Perf

il 06

- Pr

aia

do S

osse

go

-38.

9

1.24

-50

-40

-30

-20

-10

010

Vol

ume

2004

Vol

ume

2008

Page 96: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

75

O processo erosivo constatado nos limites sul e norte da Ilha de Itamaracá é

atribuído a complexa dinâmica sedimentar atuante na área, promovendo um comportamento

cíclico e rápido (sedimentação e erosão) nestes últimos 50 anos. No caso particular da

extremidade sul da Ilha, Praia do Forte Orange (Figura 32). Essas alterações é conseqüência

direta do “efeito molhe”, gerado na desembocadura do Canal de Santa Cruz, responsável

direto pela retenção de sedimentos provindos do sul, em deriva litorânea, formando a Ilhota

da Coroa do Avião, e também responsável pelo recuo da margem norte do referido Canal,

desenvolvendo, na área, um processo erosivo.

Ilha do Avião

Área com retenção de sedimentos

Figura 32 – Área da desembocadura sul da Ilha de Itamaracá

Esta situação morfológica da área (Ilhota da Coroa do Avião) faz com que os

sedimentos que não se fixam ampliando a área da referida Ilhota passem ao largo dessa área

sul da Ilha e, devido à difração de ondas, retornam à deriva litorânea a partir da Praia de

Bairro Novo, onde se observa uma recuperação do perfil praial. Observando uma imagem do

Google (Figura 33), constata-se a migração de barras arenosas no sentido sul-norte, indicando,

para esse setor da Ilha de Itamaracá, aporte de material, o qual promove a recuperação do

perfil praial de todas essas praias.

Page 97: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

76

Barras arenosas em deriva para Norte

A

B

Figura 33 – Migração de barra arenosas no sentido sul-norte.

Na extremidade norte da Ilha, conforme observado na Figura 34, a existência de uma

significativa dinâmica sedimentar, também cíclica e rápida, produzindo a retenção de material

sedimentar acumulado, formando bancos arenosos. Tais alterações enfraquecem o equilíbrio

morfodinâmico, provocando a erosão na maioria dos casos (desembocadura de cursos

fluviais),

Barra de Catuama

Banco arenoso

Figura 34 – Retenção de material sedimentar formando bancos arenosos.

Page 98: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

77

Para melhor entender a complexidade dessa dinâmica, explicada resumidamente

acima, faz-se necessário: averiguar minuciosamente, com o monitoramento das correntes

marinhas e fluviais, principalmente nas desembocaduras sul e norte do Canal de Santa Cruz, a

batimetria detalhada da plataforma continental adjacente à área, para se constatarem as

variações de fundo face às variações de elementos, como as ondas, e dar continuidade ao

monitoramento morfodinâmico com a implantação de mais perfis.

4.5 – Sedimentologia

O sedimento de uma praia pode ser composto de qualquer material que esteja

disponível em quantidades significantes e que tenham características apropriadas (como

tamanho e durabilidade) que permitam sua permanência sob as condições hidrodinâmicas da

praia (Komar, 1976). Os grãos de quartzo, derivados do intemperismo, principalmente das

rochas continentais, transportadas através dos rios, são amplamente difundidos em relação aos

outros materiais devido à sua durabilidade física e química (Davis, 1985). Sedimentos

carbonáticos compostos por fragmentos de moluscos, de algas calcárias, foraminíferos e por

outros organismos de estrutura carbonática são importantes, especialmente nos trópicos, onde

a produtividade biológica é intensa (Komar 1976). Além dos sedimentos trazidos pelos rios e

da produção biológica, existem outras fontes de sedimentos para a praia, como a formação de

precipitados químicos, a erosão de falésias e de costões rochosos e o material decorrente das

atividades vulcânicas, que podem compor quase todo o sedimento do litoral de ilhas

vulcânicas, (Kennet, 1982 e Brown,1999).

A inter-relação entre o tamanho do grão do sedimento e a morfologia do perfil de

praia é, de uma forma geral, bem conhecida. Muitos estudos têm sido conduzidos para

investigar a variação espacial do sedimento ao longo do perfil. Para isso, todos os modelos

assumem que diferentes diâmetros de grão mostram um grau distinto de variabilidade

espacial, que induz à conclusão de que cada tamanho de sedimento responde diferentemente à

mesma hidrodinâmica (Medina et al, 1994).

As maiores partículas de areia de qualquer praia são encontradas no ponto de

mergulho onde, segundo pesquisas, é o ponto de máxima turbulência. A próxima maior

partícula é encontrada no topo da berma de verão: após a agitação do ponto de mergulho, o

material grosso é aprisionado em suspensão e carregado pelo espraiamento até o limite da

face da praia e, sobre a berma, de onde não consegue retornar. A areia mais fina é encontrada

nas dunas, pois é transportada pelo vento, que age seletivamente sobre os grãos mais leves.

Page 99: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

78

Na porção submersa, o sedimento se torna menor com o aumento da profundidade (Bascom,

1951).

4.5.1 – Caracterização sedimentológica da Ilha de Itamaracá

A análise sedimentológica fornece subsídios para estabelecer a correlação entre as

características texturais dos sedimentos e os vários ambientes que compõem a dinâmica

deposicional, visando a criar parâmetros de identificação e caracterização do ambiente. As

características texturais de um sedimento referem-se a um conjunto de estatísticas descritivas

de sua distribuição granulométrica, associadas aos parâmetros estatísticos granulométricos,

tais como: diâmetro médio, desvio padrão, média, mediana, assimetria e curtose.

Com vistas a obter a caracterização sedimentológica da área, foram feitas 30 coletas

de sedimentos distribuídas em 15 pontos de amostragem, nos períodos de abril e julho de

2008. Esses 15 pontos de amostragem estão equidistantes mil metros entre si, e em alguns

casos, essa distância coincide com os pontos onde foram alocados os perfis morfodinâmicos

(Figura 35). Utilizando o material coletado, efetuaram-se a análise granulométrica, a análise

morfoscópica e o tratamento estatístico.

Page 100: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona
Page 101: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

80

4.5.1.1 - Análise Granulométrica

Os resultados obtidos a partir da análise granulométrica dos sedimentos permitiram

classificá-los em fração areia, de acordo com seu percentual de cascalho, areia e lama (silte +

argila), utilizando o diagrama de Shepard (1954) (Figura 36).

Figura 36 – Diagrama triangular de classificação de sedimentos conforme Shepard (1954). O

ponto azul representa a área onde predominaram as granulometrias das areias estudadas.

Para melhor analisar os dados, gerou-se um segundo diagrama ternário através do

qual é tratada exclusivamente a fração areia (Figura 37).

Figura 37 – Diagrama triangular da fração areia com os resultados obtidos através da análise

granulométrica das amostras coletadas (pontos vermelhos).

Page 102: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

81

Os resultados obtidos a partir das analises granulométricas realizadas com as

amostras coletadas na Ilha de Itamaracá e tratados no programa Anased, mostram que, ao

longo desse litoral, há uma predominância de sedimentos da fração areia fina com exceção

dos seguintes pontos: no ponto de coleta de sedimento 2 (Praia de Orange), os sedimentos

variam entre as frações areia fina, a silte; no ponto de coleta de sedimento 3, os sedimentos

pertencem à fração areia média; no ponto de coleta de sedimento 9 (Praia do Sossego), os

sedimentos variam entre as frações areia grossa e muito grossa; e, no ponto de coleta de

sedimento 10 (Praia da Enseada dos Golfinhos), os sedimentos variam entre as frações de

areia fina a média.

4.5.1.2 - Diâmetro Médio

Segundo Santos (in: Silva 2008), o Diâmetro Médio do ponto de vista geológico

reflete a média geral do tamanho dos grãos dos sedimentos, sendo importante na correlação

com o sentido do transporte ao longo do fluxo e sua velocidade, com a fonte do material e

com o processo de deposição.

Para as 30 amostras de areia, coletadas na extensão dos 16 km do? litoral leste da

Ilha de Itamaracá, 80% representam a classe das areias finas, 10%, areia média e 3,33% tanto

para areia grossa como muito grossa. Este percentual elevado de sedimentos finos caracteriza

um ambiente com baixa energia (Figura 38).

Percentagem do diâmetro médio das areias

3.33%

3.33%

10%

80%

areia muito grossa

areia grossa

areia média

areia fina

Figura 38 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia (total de 30 amostras)

Page 103: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

82

4.5.1.3 - Desvio Padrão (grau de seleção)

Representa a tendência dos grãos em se distribuírem torno de um determinado valor

médio. Um sedimento bem selecionado traduz uma pequena dispersão nos seus valores

granulométricos (Toldo Jr., 1998)

Ainda conforme Santos (op. cit.), esse parâmetro corresponde ao grau de dispersão

ou espalhamento dos dados em torno de uma tendência central, determinando o grau de

seleção dos sedimentos. Geologicamente, vem a ser a capacidade que diferentes agentes

ambientais têm de selecionar um determinado sedimento.

Os resultados referentes às amostras da fração areia para as 30 amostras são

predominantemente representados pelas classes de moderadamente selecionados com 56% e

pobremente selecionados, totalizando 36,66%. (Figura 39)

Percentagem do grau de seleção das areias

3.33%

56.66%

36.66%

3.33%

BemselecionadoModeradamenteselecionado

Pobrementeselecionado

Extremamentemal selecionado

Figura 39 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia (30 amostras)

4.5.1.4 - Assimetria

Duas curvas podem ter a mesma granulometria média e o mesmo grau de dispersão.

Por essa razão deve-se ter uma medida de tendência dos dados ao se dispersarem de um lado

ou do outro da média (Suguio, 1973).

O grau de Assimetria é indicado pelo afastamento do Diâmetro Médio da Mediana.

Quando o Diâmetro Médio e a Mediana coincidem há uma distribuição Simétrica. Se houver

um desvio para valores maiores em � (partículas mais finas) a Assimetria será positiva, e se o

Page 104: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

83

desvio tende a valores menores em � (partículas grossas) a Assimetria será negativa. A

Assimetria é utilizada para caracterizar ambientes de sedimentação correlacionando-os ao

regime de energia atuante.

A assimetria é sedimentologicamente significativa, pois o enriquecimento de

partículas finas, mesmo por uma pequena Moda pode significar ocorrência de período menos

energético após evento deposicional. Enquanto que o enriquecimento em partículas grossas

pode significar período de maior energia.

Positiva: enriquecimento em partículas finas (curva ou cauda tende para direita).

Negativa: enriquecimento de partículas grossas (curva ou cauda tende para esquerda).

Os resultados da análise da Assimetria revelam uma tendência das curvas para

esquerda, ou seja, predominância de valores negativos, sendo 40% das amostras de assimetria

muito negativa e 30% de assimetria negativa, constatando que a área caracteriza-se pela

presença de sedimentos grossos. (Figura 40)

A predominância de grãos maiores pode indicar um ambiente de maior energia

Percentagem do grau de assimetria

40%

30%

10%

6.66%

13.33%

Assimetria muitonegativa

negativa

Aproximadamentesimétrica

positiva

muito positiva

Figura 40 – Distribuição espacial das classes de Assimetria

Mason & Folk, 1958 (in: Suguio, 1973) destacam a assimetria e a curtose como

sendo os melhores parâmetros para diferenciação dos ambientes. E inferem que as areias de

dunas têm assimetrias mais positivas do que as areias de praia.

Page 105: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

84

4.5.1.5 - Curtose

A Curtose ou Angulosidade dos picos reflete o grau de agudez dos picos nas curvas

de distribuição de frequência. Sua medida indica a razão do espalhamento médio das caudas e

na parte central da distribuição no Desvio Padrão (Suguio, 1973).

Tais curvas estão diretamente relacionadas às condições de movimento no ambiente

sedimentar, sendo que as amostras que apresentam curvas Leptocúrticas indicam

provavelmente remoção de uma fração dos sedimentos por meio de corrente de fundo,

enquanto que distribuições Platicúrticas podem indicar mistura de diferentes populações ou

tamanho. Já as curvas Mesocúrticas delimitam áreas intermediárias de maior ou menor

movimentação.

Proposta de Folk (1968) para designação de angulosidade da curva granulométrica

quando se aplica o KG.

KG Designação

< 0,67 Muito platicúrtica

0,67 a 0,90 Platicúrtica

0,90 a 1,11 Mesocúrtica

1,11 a 1,50 Leptocúrtica

1,50 a 3,00 Muito leptocúrtica

> 3,00 Extremamente leptocúrtica

Folk & Ward (1957), sugerem que valores de curtose muito altos ou muito baixos

podem ser atribuídos ao material selecionado em num ambiente de alta energia e transportado

para outro sem mudanças de características, onde então, foi misturado a outro sedimento, sob

condições de baixa energia.

A distribuição da Curtose para a faixa de praia da Ilha aponta para uma aproximação

dos valores em percentual situando-se em torno de 26,66 para curvas Platicúticas, bem como

para as curvas Mesocúrticas e 23,33 para as curva Leptocúrticas. (Figura 41)

Page 106: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

85

Percentagem do grau de curtose

6.66%26.66%

26.66%

23.33%

13.33% 3.33%

Muito platicúrtica

Platicúrtica

Mesocúrtica

Leptocúrtica

Muito leptocúrtica

Extremamenteleptocúrtica

Figura 41 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia

4.5.1.6 - Relação entre os parâmetros estatísticos

Para melhor visualizar o comportamento global dos parâmetros estatísticos que

caracterizam as distribuições granulométricas dos sedimentos da zona do estirâncio da área

estudada, elaborou-se um diagrama de dispersão utilizando os dados de Desvio-Padrão (grau

de seleção) e Assimetria. Esse diagrama é construído, fundamentalmente, para estabelecer a

distinção entre areias marinhas, dunares ou fluviais. Este método, segundo Bjorlykke (1984

In: Lewis & McConchie, 1994), utiliza campos aproximados para diferentes ambientes.

No que diz respeito à maioria das amostras coletadas no litoral leste da Ilha de

Itamaracá constatou-se que é procedente de depósitos costeiros ou praias. (Figura 42)

Page 107: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

86

Figura 42 – Diagrama de dispersão – assimetria /desvio-padrão dos sedimentos da área

estudada.

4.5.2 – Morfologia, textura superficial e composição dos sedimentos.

A forma e o grau de arredondamento das partículas de areia e dos seixos são

parâmetros que têm sido usados desde muito tempo para interpretar histórias de depósitos

sedimentares.

A forma dos grãos controla parcialmente o transporte e a deposição dos sedimentos,

enquanto que o arredondamento ou angularidade reflete a distância e a força do transporte.

A esfericidade é, em parte, função da relação entre área de superfície e o volume da

partícula.

Os detalhes superficiais dos grãos de rochas sedimentares, independentes da forma,

tamanho ou composição mineralógica, são denominados de textura superficial. Um grão pode

apresentar a superfície polida ou fosca. Em princípio esses caracteres têm significado

genético. Grãos foscos normalmente são produtos da ação eólica, enquanto que os polidos são

resultantes de ambientes subaquosos. (Suguio, 1973).

A textura superficial de fragmentos maiores que 2mm de diâmetro apresentam três

categorias de acordo com o grau em que sejam lisas, polidas ou foscas. Esses caracteres estão

relacionados primariamente à reflexão, ou seja, ao grau de brilho da superfície. Já a textura

superficial de fragmentos menores que 2mm de diâmetro pode ser fosca ou polida, bem como

Page 108: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

87

lisa ou rugosa. A superfície de uma partícula pode ser lisa ou rugosa, independentemente do

seu brilho.

A análise morfoscópica refere-se a um método que estuda as propriedades (forma,

arredondamento e esfericidade) e à textura superficial (brilho e fosqueamento) das partículas

sedimentares.

Das 30 amostras coletadas no litoral leste da Ilha, foram selecionadas as 15 amostras

referentes ao mês de julho de 2008, visando a proceder à análise morfoscópica e

composicional, conforme os parâmetros de arredondamento, esfericidade, textura superficial e

composição mineralógica.

4.5.2.1 - Arredondamento

O grau de arredondamento das partículas sedimentares é verificado a partir das

observações da presença, ou não, de angularidade na superfície externa do grão (Toldo Jr,

1998). Esse parâmetro aponta para o índice de maturidade de um sedimento. De um modo

geral, o grau de arredondamento aumenta com a duração do transporte e retrabalhamento. Em

princípio, todas as classes granulométricas apresentam o mesmo grau de arredondamento

quando os sedimentos não são derivados de sedimentos pré-existentes e o transporte ocorre

por uma curta distância. No entanto, os sedimentos que passaram por um longo processo de

abrasão apresentam diferenças marcantes entre os graus de arredondamento das diferentes

granulações, visto que as partículas maiores são mais arredondadas do que os grãos menores

(Suguio, 1973).

O arredondamento das partículas siliciclásticas dos sedimentos analisados varia de

subanguloso a subarredondado (Figura 43 e Foto 33). O arredondamento das partículas

bioclásticas é, geralmente, melhor do que o das siliciclásticas, devido à fragilidade do material

constituinte (CaCO3).

Page 109: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

88

Percentual do grau de arredondamento dos grãos (amostra total)

40%

60%

Subanguloso

Subarredondado

Figura 43 – Percentual do grau de arredondamento dos grãos da amostra estudada (fração 1�

ou 0,5 mm)

Foto 33 – Grãos de quartzo subanguloso a subarredondado (fração 1� ou 0,50 mm) na escala

de aumento de 12 vezes

4.5.2.2 - Esfericidade

É uma grandeza que expressa numericamente o grau de aproximação da forma de

uma partícula tamanho areia daquela de esfera perfeita. A esfericidade reflete as condições de

deposição no momento da acumulação, embora seja modificada, em grau mais limitado,

também pela abrasão. Apesar de a esfericidade ser menos significativa para relatar a abrasão

Page 110: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

89

dos sedimentos, é um importante fator na história da seleção granulométrica das partículas.

(Suguio, 1973).

Constatou-se que 60% das amostras analisadas apresentam um grau de esfericidade

predominantemente alto (Figura 44 e Foto 34), ratificando a afirmação de Reineck & Singh

(1980) de que os grãos da fração areia tornam-se mais esféricos com o aumento do desgaste e

da quebra durante o transporte, e que a esfericidade aumenta com o aumento do tamanho do

grão.

Percentual do grau de esfericidade dos grãos (amostra total)

60%

40%Alta

Baixa

Figura 44 – Percentual do grau de esfericidade dos grãos da amostra estudada (fração 1� ou

0,5 mm)

Foto 34 – Grãos de quartzo com alta esfericidade (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de

aumento de 10 vezes

Page 111: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

90

4.5.2.3 - Textura superficial

Esse parâmetro refere-se às feições na superfície dos grãos cuja pequenês não afeta

significativamente sua forma (McLane, 1995). A textura superficial é expressa pela

ornamentação das faces dos grãos e pela presença ou ausência de brilho.

O estudo da textura superficial de areias atuais mostra que há características que são

produzidas por mecanismos de transporte que podem ser ambientalmente diagnosticadas.

Nos sedimentos estudados, observou-se que os sedimentos são brilhantes na fração

areia siliciclástica, fator indicativo de que os mesmos foram retrabalhados em ambiente

subaquoso (Foto 35). Porém, em alguns grãos, também se constatou a presença de uma

película argilosa que os contorna dando a falsa impressão de fosqueamento (Foto 36). Nos

grãos biocláticos, não foram detectados vestígios de dissolução e oxidação.

Foto 35 – Presença de brilho nos grãos de quartzo (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de

aumento de 10 vezes

Page 112: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

91

Foto 36 – Presença de película de argila nos grãos de quartzo (fração 1� ou 0,50 mm) na

escala de aumento de 8 ½ vezes

4.5.2.4 - Composição dos grãos

Nas amostras analisadas verificou-se a presença de dois tipos principais de

componentes: os bioclásticos e os siliciclásticos (Figura 45). Os primeiros são constituídos

principalmente por artículos de algas (Halimeda), conchas inteiras e fragmentos gastrópodes,

microgastrópodes, bivalves, microbivalves, foraminíferos, e outros. E os segundos, de

quartzo. (Foto 37).

As proporções entre os grupos nas amostras analisadas variam de acordo com a área

em que estão localizadas. Entretanto, verifica-se a predominância dos grãos detríticos. Porém

a quantidade de bioclásticos está associada principalmente à presença dos recifes algálicos

existentes na área estudada. Sua distribuição pode estar relacionada à influência de elementos

terrígenos, condições do substrato, iluminação e à hidrodinâmica local (Lira, 1975).

Os grãos bioclásticos são predominantemente brancos (em torno de 95%).

Secundariamente, porém, foram também identificados esses tipos de grãos nas cores preta,

amarela e marrom (Foto 38). Conforme Leão & Machado (1989), a presença de grãos de

cores variadas, ou combinações dessas cores, depende da história deposicional do sedimento e

da estrutura do grão.

Page 113: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

92

Nas amostras analisadas verificou-se a presença de dois tipos principais de

componentes: os bioclásticos e os siliciclásticos (Figura 45). Os primeiros são constituídos

principalmente por artículos de algas (Halimeda), conchas inteiras e fragmentos gastrópodes,

microgastrópodes, bivalves, microbivalves, foraminíferos, e outros. E os segundos de quartzo.

(Foto 37 ) .

As proporções entre os grupos nas amostras analisadas variam em função da área

onde estão localizadas. Entretanto, verifica-se a predominância dos grãos detríticos. Porém a

quantidade de bioclásticos está associada principalmente à presença de recifes algálicos

existentes na área estudada. Sua distribuição pode está relacionada com a influência de

elementos terrígenos, condições do substrato, iluminação e a hidrodinâmica local. (Lira,

1975).

Os grãos bioclásticos são predominantemente da cor branca (em torno de 95%),

porém, secundariamente observou-se também nas cores preta, amarela e marrom (foto 38).

Conforme Leão & Machado (1989), a presença de grãos com cores variadas, ou combinações

dessas cores, depende da história deposicional do sedimento e da estrutura do grão.

Foto 37 – Presença de variadas proporções de siliciclásticos e bioclásticos (fração 1� ou 0,50

mm) na escala de aumento de 8 ½ vezes.

Page 114: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

93

Foto 38 – Presença de bioclásticos de cores variadas (fração 1� ou 0,50 mm) na escala de

aumento de 10 vezes.

Page 115: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

94

12

34

5

020406080100

Percentagem (%)

Am

ostr

as

Prop

orçã

o en

tre

os g

rãos

de

quar

tzo

e bi

oclá

stic

os Out

ros

Bioc

lást

ico

Qua

rtzo

67

89

10

020406080100

Percentagem (%)

Am

ostr

as

Prop

orçã

o en

tre

os g

rãos

de

quar

tzo

e bi

oclá

stic

os Out

ros

Bioc

lást

ico

Qua

rtzo

1112

1314

15

020406080

Percentagem (%)

Am

ostr

as

Prop

orçã

o en

tre

grão

s de

qua

rtzo

e b

iocl

ástic

os Out

ros

Bioc

lást

ico

Qua

rtzo

Fi

gura

45

– Pr

opor

ção

entre

os g

rãos

de

quar

tzo

e bi

oclá

stic

os d

a am

ostra

tota

l

Page 116: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

95

CAPÍTULO 5 - VULNERABILIDADE À EROSÃO

5.1 – Aspectos Gerais

O problema da erosão costeira vem sendo observado em diferentes locais do mundo,

sendo considerado atualmente um fenômeno global (Bird, 1993). Com a intensa urbanização

das orlas, principalmente a partir da década de 1970, esse fenômeno passou a ser tratado não

apenas pelos estudos voltados para a compreensão dos processos físicos, mas também sob um

enfoque socioeconômico devido aos seus impactos sobre as construções urbanas (Lins-Barros,

2005).

As regiões costeiras possuem intensa dinâmica natural, com interações complexas de

processos oceânicos, costeiros e continentais, responsáveis por erosão e acresção que podem

ocorrer naturalmente em períodos de poucos anos ou até em eventos de poucos dias.

O termo vulnerabilidade é frequentemente empregado nas Geociências associado a

desastres e incidência de fenômenos naturais. Ainda que dentro desse contexto refira-se a uma

aplicação geral, percebe-se que esse termo possui significado amplo, e sob uma ótica

fundamental, não existe um consenso em torno de sua conceituação, existindo pontos

convergentes e divergentes acerca de seu significado. (Mazzer, 2007)

Entende-se por vulnerabilidade erosiva de um litoral, o quão frágil uma região é à

ação dos processos da dinâmica costeira.

A análise sobre a vulnerabilidade de uma dada zona costeira é fundamental para uma

adequada identificação de zonas potencialmente expostas ao “perigo”, uma vez que serve de

base para a adoção de uma estratégia de ordenamento do território.

O grau de vulnerabilidade à erosão costeira está diretamente correlacionado ao

deslocamento da linha de costa, a estabilidade da praia, aos processos hidrodinâmicos,

morfodinâmicos e sedimentares, as intervenções antrópicas e ao grau de urbanização

(Coutinho et al, 1997).

Para Esteves e Finkl (1998), a vulnerabilidade do ambiente costeiro pode ser

definida conforme alguns parâmetros e classes fundamentais (Quadro 01).

Page 117: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

96

Quadro 01 – Parâmetros para categorizar os segmentos de costa

Parâmetros Classe Definição

Grau de

desenvolvimento urbano

Alto

> 60% da área costeira a

500m da linha de costa

com construções de casa,

prédios, estradas,

infraestrutura

Intermediário < 60% e > 30% da área

costeira está ocupada

Baixo/nenhum

< 30% da área costeira a

500m da linha de costa

com ocupação

Variação da linha de

costa

Acresção > 0.5m a a-1

Estável - 0.5m a 0.5m a-1

Erodida -0.5m a-1.0m a-1

Intensamente erodida > -1.0m a-1

Medidas de proteção da

costa

Sem (não) Ausência de obras de

proteção

Com (sim)

Presença de medidas de

proteção da costa

- muro

- engordamento de praia

- groins

Fonte: Esteves & Finkl (1998)

5.2 - Vulnerabilidade do litoral leste da Ilha de Itamaracá

A Ilha de Itamaracá encontra-se submetida a um forte processo de uso e ocupação

do solo devido a atividades urbana e rural que exercem um importante papel no

desenvolvimento socioeconômico do município. Na zona costeira, as atividades urbanas

predominam sobre as rurais, e o turismo estimulou a ocupação de extensas áreas voltadas ao

lazer, tornando-se o principal indutor da urbanização da Ilha. A indústria imobiliária tem

Page 118: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

97

funcionado desde a década de 1970, como uma forte incentivadora, ou investidora da

ocupação das áreas litorâneas, tanto em nível nacional quanto regional ou local. (Morais,

2000).

Para determinar o grau de desenvolvimento urbano da faixa costeira do município de

Itamaracá, consideraram-se os parâmetros definidos por Esteves e Finkl Jr. (op. cit),

adaptando-se tais critérios à área de estudo. Estabeleceu-se como área de estudo a faixa

costeira definida da linha de preamar até a linha de 500 metros de distância. Assim, o grau de

desenvolvimento urbano foi classificado conforme os critérios a seguir:

Grau de Desenvolvimento

Urbano (GDU)

Alto > 60% da área costeira ocupada

Intermediário 30% > 60% da área costeira ocupada

Baixo < 30% da área costeira ocupada

A situação da linha de costa foi definida com base nos termos sugeridos por Esteves

e Finkl Jr. (1998), adotando-se o critério do grau de avanço ou recuo da linha de costa

observado em campo, porém adaptando-o à uma nomenclatura própria. Assim, a linha de

costa em Itamaracá foi classificada em: acresção (aporte sedimentar), erosão alta (perda

sedimentar > 50 m3/m), erosão moderada (perda sedimentar entre 20 e 50 m3/m), erosão baixa

(perda sedimentar < 20 m3/m) e sem informação.

Outro critério utilizado foi à verificação de ausência ou presença de medidas de

proteção da costa (enrocamentos, troncos, muros, rampas). Essas informações foram coletadas

por meio de levantamento feito no campo. Também se utilizaram informações através de

resultados de análise granulométrica associada aos dados de declividade do estirâncio

indicando que as praias da Ilha são dissipativas em sua maioria.

Correlacionando todas essas informações, dividiu-se o litoral em 10 setores,

constituídos por células que englobam dados semelhantes muitas vezes de praias distintas.

Considerando-se os parâmetros de vulnerabilidade adotados por Esteves e Finkl (op. cit),

obteveram-se os graus de vulnerabilidade à erosão do litoral leste da Ilha de Itamaracá

(Figuras 47 e 48 no final do capitulo).

5.2.1 - Setor 1

Este setor compõe-se das células 1, 2 e 3, correspondentes à Praia do Forte Orange e

trecho sul da Praia de São Paulo. O valor negativo do balanço sedimentar, que quantifica a

Page 119: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

98

perda de sedimento sofrida no intervalo estudado é a característica predominante no setor que,

assim, apresenta alta vulnerabilidade. Esse quadro de erosão deve-se à forte dinâmica

sedimentar exercida pela desembocadura sul do canal de Santa Cruz, juntamente com os

efeitos da deriva litorânea e energia de onda que ocasionam rápidos ciclos de deposição e

erosão dos sedimentos no perfil praial.

A célula 1 está localizada nas proximidades da desembocadura sul do Canal de

Santa Cruz, daí o nível de turbidez ser elevado. A orla, nesta célula, apresenta pequenas dunas

e estuário. O estirâncio tem uma largura em torno de 20m na baixa-mar, e sua inclinação é da

ordem dos 3º. Os sedimentos são classificados como da fração areia fina. A faixa de pós-

praia tem uma largura de 25 a 30m com presença de berma e pequenas dunas recém coberta

por vegetação, porém encontra-se totalmente ocupada por barracas que, durante a maré alta,

anula a possibilidade de recreação. A urbanização dessa célula é baixa, na ordem de 30%, em

que a edificação marcante é o Hotel Orange, além de várias barracas comerciais voltadas

primordialmente a atender a população flutuante ou turística da Ilha. A primeira faixa de

construção está sobre as pequenas dunas. Ali não existe nenhuma estrutura de proteção

costeira (Foto 39).

Foto 39 – Panorâmica da célula 1 Praia do Forte Orange.

Page 120: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

99

A célula 2 localiza-se a partir da quina direita do Forte de Orange até o final das

barracas do Bar Dois Irmãos. A direção predominante do transporte litorâneo para todas as

células é de Sul para Norte. O tipo de onda é deslizante. Como indicadores de erosão,

encontraram-se coqueiros caídos, raízes expostas e algumas barracas que foram danificadas.

A praia mede, aproximadamente, 25m de largura na maré baixa, apresenta uma inclinação em

torno de 3º. O sedimento predominante varia entre a fração areia fina e média. A pós-praia

encontra-se completamente ocupada, o que impossibilita qualquer atividade recreativa durante

a maré alta. A urbanização dessa célula é intermediária, preenchendo, aproximadamente, 60%

da área com casas residenciais e comerciais construídas na faixa de pós-praia. Não existem

estruturas de obras de proteção costeira (Foto 40).

Foto 40 – Panorâmica da célula 2 – Praia do Forte Orange

A célula 3 está situada na Praia de São Paulo, entre o Bar Dois Amores e o início de

uma casa com muro de proteção de pedra rachão. Como atributo natural tem-se um maceió.

A onda é do tipo deslizante. Na faixa de antepraia, detecta-se a existência de substrato

Page 121: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

100

rochoso próximo à costa (arrecifes). O estirâncio tem uma largura em torno de 25m na baixa-

mar; sua inclinação está na ordem de 4º e os sedimentos do estirâncio médio são da fração

areia média. A pós-praia tem uma largura aproximada que varia de 40 a 100m, exibindo uma

praia ampla e recreativa durante a maré alta. Identifica-se um maceió que deságua no mar

trazendo dejetos de natureza antrópica. Há dunas vegetadas e berma desenvolvida. A

ocupação urbana ocorre em, aproximadamente, 60% da área iniciando sobre as dunas. Nesta

célula há a presença de estruturas de proteção na faixa de pós-praia do tipo muro de pedra

rachão (Foto 41).

Foto 41 – Panorâmica da célula 3 – Praia de São Paulo

5.2.2 - Setor 2

Este setor compõe-se apenas da célula 4, e corresponde ao trecho norte da Praia de

São Paulo e a Praia de Forno da Cal, que apresenta vulnerabilidade média. Apesar de ter um

aporte sedimentar considerável, esta área, pode vir a sofrer perda sedimentar uma vez que foi

Page 122: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

101

atingida por processos erosivos no passado, como indicam as obras pretéritas de contenção da

erosão. Com base em informações coletadas nos trabalhos de Martins 1997 e Silva, 2004, a

área apresenta períodos de erosão e deposição, porém não foi possível delimitar esses

intervalos temporais.

A célula 4 está localizada entre os muros de proteção e uma castanhola na divisa

com a Praia de Forno da Cal. Nesta célula vislumbra-se a presença de manguezal. A orla

conta com uma estrutura de proteção costeira, composta por muro/cais, enrocamentos de

concreto e sacos de areia. O tipo de onda é deslizante, e a antepraia possui beachrocks. A

direção do transporte litorâneo é predominantemente de sul para norte. A largura da praia é

bastante variável, pois existem trechos com 5m apenas e outros que atingem os 30m, com

inclinação de 3º e sedimento da fração areia fina. A pós-praia encontra-se totalmente ocupada

e, consequentemente, não existe área recreativa durante a maré alta. A urbanização prolonga-

se na ordem de 80% da extensão da faixa litorânea, com a construção de prédios e casas

residenciais, ocupando praticamente toda a pós-praia (Fotos 42 e 43).

Foto 42 – Panorâmica da célula 4 – Praia de São Paulo

Page 123: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

102

Foto 43 – Panorâmica da célula 4 – Praia de São Paulo

5.2.3 - Setor 3

Este setor compõe-se da célula 5 que corresponde à área ocupada pelo Iate Clube

Itamaracá, e apresenta vulnerabilidade alta. Isto se deve ao fato de a edificação estar situada

no estirâncio recebendo toda a descarga da energia das ondas que formam reentrâncias

marcantes na linha de costa a jusante do empreendimento devido à difração da energia das

ondas (Fotos 44 e 45).

Page 124: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

103

Foto 44 – Panorâmica da célula 5 praia de Forno da Cal.

Foto 45 – Panorâmica do Iate Clube de Itamaracá.

Page 125: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

104

5.2.4 - Setor 4

Este setor é composto pela célula 6 que corresponde à Praia de Bairro Novo e ao

trecho sul da Praia do Pilar. Analisando o mapa de vulnerabilidade, observamos que a sua

vulnerabilidade à erosão é baixa, visto que, neste trecho, houve acresção sedimentar e lhe falta

obra de contenção.

A célula 6 está situada entre o ponto logo após o Iate Clube de Itamaracá e a Praia

do Pilar. O perfil praial apresenta os setores de pós-praia, estirâncio e antepraia

caracterizando-a como praia completa. O estirâncio tem largura variando entre 30m e 40m na

baixa-mar, sua inclinação está em torno de 4º, e os sedimentos que a compõem são da fração

areia fina. A pós-praia possui dunas vegetadas, com largura que varia de 5m a 60m, espaço

este que funciona como área recreativa e ponto de armazenamento de material de pesca.

Também se constatou a existência de manguezal e de um maceió. A urbanização desta célula

abrange aproximadamente 80% da área (Fotos 46 e 47).

Foto 46 – Panorâmica da Praia de Bairro Novo.

Page 126: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

105

Foto 47 – Panorâmica das dunas na Praia de Bairro Novo.

5.2.5 - Setor 5

Este setor é composto pela célula 7, localizada na Praia do Pilar, em cujo estirâncio

existem casas entre as coordenadas UTM 298889,443/9143693,181 e

298912,766/9143185,719. Analisando o mapa de vulnerabilidade, observamos que neste setor

a vulnerabilidade à erosão é alta, pois neste intervalo as edificações estão diretamente sujeitas

à ação da energia das ondas, devido à inexistência de feição praial entre as edificações e a

linha d’água que contribua para dissipação da energia (Fotos 48 e 49).

Page 127: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

106

Foto 48 – Panorâmica da Praia do Pilar.

Foto 49 – Panorâmica da Praia do Pilar.

Page 128: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

107

5.2.6 - Setor 6

Este setor compõe-se da célula 8, correspondente ao trecho norte da Praia do Pilar,

que apresenta vulnerabilidade média. Apesar de contar com um aporte sedimentar

considerável, que chegou a recobrir algumas das obras pretéritas de contenção da erosão, esta

área pode vir a sofrer perda sedimentar já que foi submetida a processos erosivos no passado,

como indicam as obras.

Nesse trecho, há uma recuperação da praia devido ao acúmulo de sedimento

ocorrido nos últimos quatro anos, apesar de que, no período de estudo de Silva (2004), o perfil

morfodinâmico propiciava a previsão de perda de sedimento neste setor.

A faixa de estirâncio mede, aproximadamente, 20m de largura na baixa-mar. Os

sedimentos de que é composto são da fração areia fina. A pós-praia tem largura média de 20

a 40m, e é utilizada como área recreativa e para armazenamento de material pesqueiro. A

ocupação urbana encontrada neste setor, representada pelo comércio e casas residenciais

(Fotos 50 e 51), é de 100%.

Foto 50 – Panorâmica da Praia do Pilar.

Page 129: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

108

Foto 51 – Panorâmica da Praia do Pilar.

5.2.7 - Setor 7

Este setor é composto pelas células 9 e 10, correspondentes à Praia de Jaguaribe e o

trecho sul da Praia do Sossego. Observando o mapa de vulnerabilidade, verificamos que este

setor apresenta baixa vulnerabilidade à erosão devido à acresção sedimentar, e nele não existe

nenhum tipo de obra de contenção da erosão.

A célula 9 se localiza na Praia de Jaguaribe que se estende até a foz do rio

homônimo. Observou-se a presença de manguezal, maceió e estuário. Sua antepraia tem

beachrocks. O tipo de onda é deslizante. A deriva litorânea da área ocorre do sul para o norte.

O estirâncio mede de 20 a 45 m de largura, com inclinação de 3º, e é composto por

sedimentos da fração areia fina. A pós-praia tem uma extensão de 15m a 40m, possui berma

bem desenvolvida e dunas vegetadas, utilizada como área recreativa. Nesta célula não existem

estruturas de proteção, apenas no entorno do maceió foram colocados sacos de areia formando

verdadeiras paliçadas para evitar a invasão deste sobre os bares da proximidade. A área

apresenta grau de desenvolvimento urbano em torno de 80% (Fotos 52 e 53).

Page 130: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

109

Foto 52 – Vista da Praia de Jaguaribe.

Foto 53 – Panorâmica da Praia de Jaguaribe.

Detalhe da composição

sedimentar do estirâncio.

Page 131: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

110

A célula 10 situa-se no trecho sul da Praia do Sossego, entre a margem esquerda da

foz do rio Jaguaribe até as quatro casas que avançam sobre o estirâncio. Ali, existem

manguezal, dunas e estuário. A direção geral do transporte é predominantemente do sul para o

norte. O estirâncio mede de 10m a 30m de largura na maré baixa, e sua inclinação é de 5º,

sendo composto por sedimentos da fração areia grossa a muito grossa, constituídas

basicamente por material carbonático (fragmentos de Halimedas). Residências e pousadas

ocupam a pós-praia. O grau de urbanização deste setor é intermediário, por alcançar o

percentual de 50% de ocupação na área. Fotos 54 e 55).

Foto 54 – Panorâmica da Praia do Sossego.

Page 132: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

111

Foto 55 – Panorâmica da Praia do Sossego.

5.2.8 - Setor 8

O setor é composto pela célula 11, está localizado na Praia do Sossego e restringe-se

à área onde residências ocupam o estirâncio. A análise do mapa de vulnerabilidade neste setor

revelou que o seu grau de vulnerabilidade à erosão é alto visto que, neste local não existe

espaço físico antes das edificações que propicie a dissipação da energia das ondas. Portanto,

toda a energia incide nas muretas de proteção das casas alterando o caráter dissipativo da

praia neste trecho (Fotos 56 e 57).

Page 133: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

112

Foto 56 – Trecho sul de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego.

Foto 57 –Trecho norte de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego.

Page 134: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

113

5.2.9 - Setor 9

Este setor é composto pela célula 12, que corresponde à Praia Enseada dos

Golfinhos. O mapa de vulnerabilidade demonstrou que, neste setor, a vulnerabilidade à erosão

é baixa, devido à acresção sedimentar neste trecho. Ai não existe nenhum tipo de obra de

contenção para conter a erosão.

Nesta célula, as ondas são do tipo deslizante. O transporte é feito

predominantemente do sul para o norte. A praia mede de 40m a 50m de largura, apresentando

inclinação em torno de 4º. Os sedimentos são predominantemente da fração areia fina

constituídos, em sua maioria, por grãos siliciclásticos. A pós-praia tem de 25m a 50m, e é

utilizada como área recreativa durante a maré alta. Exibe uma berma bastante conservada e

dunas vegetadas. É uma célula ainda muito pouco urbanizada, apresentando trechos sem

urbanização. O percentual de desenvolvimento urbano para área foi calculado em 30% (Foto

58).

Foto 58 – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos.

Page 135: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

114

5.2.10 - Setor 10

A análise do mapa de vulnerabilidade deste setor, composto pelas células 13, 14 e 15

das Praias de Fortim e do Pontal da Ilha, revelou alta vulnerabilidade. Este cenário decorre da

forte dinâmica sedimentar exercida pela desembocadura norte do Canal de Santa Cruz,

juntamente com a deriva litorânea e a energia das ondas que ocasionam rápidos ciclos de

deposição e erosão dos sedimentos no perfil praial. No período estudado, o perfil

morfodinâmico apresentou um saldo negativo para o balanço sedimentar, característica

determinante para indicação da vulnerabilidade visto que revela um recuo da linha de costa

em direção ao continente que, a se manter, ameaça a integridade das edificações.

A célula 13 situa-se na Praia do Fortim e apresenta estirâncio medindo em torno de

40m a 50m de largura, cuja inclinação é de 3º, e é composta por sedimentos siliciclásticos da

fração areia fina. A pós-praia mede de 50m a 150m, aproximadamente, e apresenta dunas

vegetadas. O grau de desenvolvimento urbano alcança o percentual de 30% (Foto 59).

Foto 59 – Panorâmica da Praia do Fortim.

Page 136: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

115

Já a célula 14, ainda na Praia do Fortim, é composta por um conjunto das casas que

possuem estruturas de contenção à erosão, como enrocamento, muretas e outros aparatos,

demonstrando que a área está diretamente exposta à ação da hidrodinâmica local. O estirâncio

apresenta uma largura de 10m a 15m, na maré baixa, e sua inclinação é de 3º, os sedimentos

siliciclásticos são da fração areia fina. A pós-praia encontra-se ocupada e não possui área de

recreação durante a maré alta. Porém, a célula apresenta baixo grau de urbanização, com

apenas 30% de toda extensão ocupada (Fotos 60 e 61).

Foto 60 – Panorâmica da Praia do Fortim onde as edificações possuem estruturas de

contenção da erosão.

Foto 61 – Detalhe dos tipos de estruturas de contenção da erosão – Praia do Fortim.

Page 137: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

116

A célula 15, localizada no Pontal da Ilha, compõe-se por manguezal, duna e estuário.

A praia tem uma largura de 30m a 40m, e 3º de inclinação, os sedimentos são da fração areia

fina. A pós-praia contém dunas vegetadas, e sua extensão é de 50m a 100m, usada como área

recreativa durante a maré alta. A urbanização da área é baixa, em torno de 30%, e é composta

por casas de veraneio (Foto 62).

Foto 62 – Panorâmica do Pontal da Ilha.

Page 138: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona
Page 139: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona
Page 140: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

119

Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES.

A ocupação imobiliária na Ilha de Itamaracá, desde a década de 1970,

desencadeou um processo de ocupação desordenada na zona flúvio-lagunar e da pós-

praia por parte de construções fixas. A ocupação desordenada e as edificações alocadas

nas faixas inadequadas têm contribuído para intensificar um cenário de degradação

ambiental acentuado, principalmente de erosão marinha na linha de costa. A falta de

legislação específica, bem como a efetiva aplicação das existentes em nível nacional,

estadual e local, aliada à vulnerabilidade dessas áreas costeiras, colaboram para o

agravamento da situação.

Em toda a zona costeira onde há o recuo em relação à linha de berma para se

iniciarem as construções, o perfil praial (antepraia, praia e pós-praia) precisa ser

preservado por completo, do contrário, procurará resgatar o seu equilíbrio retirando

sedimentos das áreas adjacentes, principalmente daquelas que sofrem diretamente o

impacto da ação energética das ondas.

Em princípio, pode-se afirmar que a Ilha possui baixo aporte sedimentar oriundo

da deriva litorânea, do fluxo dos rios, eólico, bem como do suprimento proveniente da

plataforma marinha rasa. Neste sentido, a ilhota da Coroa do Avião, situada

imediatamente ao sul da Ilha (desembocadura sul do Canal de Santa Cruz), contribui

fortemente para a contenção dos sedimentos oriundos da corrente de deriva que, em

Pernambuco, tem sentido predominante de sul para norte. A exemplo da Coroa do

Avião, é visível a formação de bancos de areia nas proximidades das desembocaduras

norte do Canal de Santa Cruz e do rio Jaguaribe, que tendem a evoluir e desenvolver

vegetação típica de ambientes sob influência estuarina. Esses fatos colaboram para

aumentar a escassez de sedimento nas praias situadas imediatamente à jusante.

Quanto à presença de estruturas rígidas, são obras marcadamente construídas

paralelamente à linha de costa para protegerem as edificações pretéritas (Pilar) e

recentes (São Paulo, Forno da Cal e Fortim) que, por efeito da difração deslocam os

sedimentos lateralmente. Quanto às estruturas perpendiculares à praia, que deslocam os

sedimentos para as praias ao norte, são em menor escala.

Os levantamentos topográficos realizados nos meses de abril, julho e outubro de

2008 e correlacionados aos realizados por Silva (2004), no litoral leste da Ilha de

Itamaracá, bem como a elaboração de um mapa de vulnerabilidade possibilitaram-nos

Page 141: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

120

compreender melhor os processos morfodinâmicos atuantes na Ilha. Com base na

análise dos perfis topográficos, balanço sedimentar e análise sedimentológica, podem-se

identificar as áreas com tendência à erosão ou à deposição e, então, inferir o grau de

vulnerabilidade, por setor, do litoral. O estudo contribuiu para identificarmos os

principais problemas decorrentes da ocupação desordenada da zona costeira, com ênfase

no fenômeno da erosão marinha.

Os resultados obtidos neste estudo demonstram que de um modo geral, as praias

da Ilha de Itamaracá encontram-se em fase de recuperação do seu aporte sedimentar. E

ao correlacionarem-se os resultados obtidos por Silva (2004) e os obtidos pela autora

em 2008, constatou-se uma tendência à acresção na maioria das praias da Ilha,

principalmente nas praias do Pilar e Jaguaribe, que tiveram um aporte sedimentar de

43.05 m3/m e 72.76 m3/m, respectivamente. Diferentemente ocorreu na Praia do Forte

Orange, que sofreu uma perda de sedimento de - 15.32 m3/m, e na Praia de São Paulo,

que teve uma leve perda de - 2.07 m3/m. A praia do Fortim, no extremo norte da Ilha

registrou uma perda de sedimento de -14,97 m3/m, porém não foi possível à

confrontação devido à falta de informação para 2004.

Do ponto de vista composicional, as praias da Ilha são constituídas por areias

quartzosas, predominantemente da fração areia fina, ocorrendo à presença de artículos

de halimeda e fragmentos de moluscos, principalmente nas desembocaduras norte e sul

do Canal de Santa Cruz e, com mais destaque, na margem esquerda do rio Jaguaribe

(Praia do Sossego).

Em relação à morfoscopia, constatou-se que, na fração 1� (0,50 mm), os grãos

na fração areia siliciclástica são predominantemente subarredondado (60%) a

subangulosos (40%); apresentam alta esfericidade (60%) e uma textura superficial de

brilho, fator indicativo de que os mesmos foram retrabalhados em ambiente subaquoso.

Quanto ao grau de vulnerabilidade à erosão, constatou-se que nos setores 4, 7 e 9

a vulnerabilidade é baixa; nos setores 2 e 6, é média e nos setores 1, 3, 5, 8 e 10, é alta.

O grau elevado justifica-se devido à forte dinâmica sedimentar ocorrida na área, nos

setores 1 e 10 e, nos demais, pela presença de edificações construídas

inadequadamente na zona de pós-praia e de estirâncio.

Diante de todas as observações feitas em campo e dos resultados obtidos nas

análises dos perfis morfodinâmicos, balanço sedimentar, análise sedimentológica e grau

de vulnerabilidade, constatou-se que os trechos onde há construções localizadas na área

de estirâncio, a nordeste da edificação, são sempre erodidos devido à difração da

Page 142: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

121

energia das ondas. Neste contexto, se faz necessário que as instituições responsáveis

pela liberação de alvará de construção e órgãos fiscalizadores do uso e ocupação do solo

em áreas costeiras criem normas para delimitação da faixa passível de construção no

ambiente praial (faixa edificante). E sugere-se que, quando possível, proceder à

remoção das edificações situadas nas áreas de domínio da ação da energia das ondas, e

quando de difícil remoção, como é o caso da Praia do Pilar, monitorar periodicamente a

área para avaliar o nível de risco a que se expõe o patrimônio físico, bem como as

pessoas que ali se instalaram. Em circunstâncias de alto risco encontram-se quatro casas

localizadas na Praia do Sossego, devido à infiltração da água do mar nas suas bases.

Sugere-se que aquelas casas sejam demolidas.

Finalmente, cabe ao sistema gestor local a elaboração de normas que se

espelhem na legislação de uso e ocupação do solo em áreas costeiras, já existentes, em

níveis estadual e nacional. Porém, a existência das leis por si só não produz efeitos

positivos se, concomitantemente, não houver um trabalho de sensibilização, e

compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações.

O homem tem sido, desde os primórdios, o principal responsável pelas formas

degradantes de uso dos recursos naturais. A noção de que esses recursos devem ser

explorados para o seu conforto, contribui para que ele não se sinta responsável por sua

conservação, daí adotarem sistemas de uso e manejo muitas vezes insustentáveis.

Portanto, resta ao homem conhecer e apreender o ambiente como um prolongamento do

seu ser e compreender-lhe o dinamismo e repassar às futuras gerações esse

conhecimento, pois somente assim, elas poderão, também, desfrutar dos recursos da

natureza de modo responsável.

Page 143: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALHEIROS, M. M. Evolução Geológica-Geomorfológica da Zona Costeira do Estado de Pernambuco: implicações para a ocupação e uso do solo. Relatório Técnico de Projeto - proc. APQ-0044-1.07/93. Recife: FACEPE, 1995. 30 p.

ANGULO, R. J. 2004. Aspectos Físicos da Dinâmica de Ambientes Costeiros, seus Usos e Conflitos. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n.10, p. 175-185, jul/dez.

BARBOSA, M. J. de O. 2006. Estudos Sedimentológicos do Estuário do Rio Timbó-PE.Recife, PE. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 93p.

CAMARGO, J. M. R. de. Evolução da vulnerabilidade do ambiente praial da Ilha de Itamaracá-PE como subsídio para o monitoramento de sua dinâmica sedimentar.Orientador: Dra. Tereza C. M. de Araújo. (monografia em oceanografia)

CONDEPE/FIDEM. 2007. Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco. Perfil dos municípios da RMR. Aspectos políticos e administrativos. Município da Ilha de Itamaracá.

COUTINHO, P.N. et al. 1997. Estudo da erosão marinha nas praias de Piedade e de Candeias e no estuário de Barra de Jangadas. Município de Jaboatão dos Guararapes –PE. Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha - LGGM/UFPE. Relatório Técnico. 154p.

CPRH 2003. Agência Estadual de Meio Ambiente Recursos Hídricos. DiagnósticoSocioambiental do Litoral Norte de Pernambuco, 214p. Recife,

CUNHA, S. B. e GUERRA, A. T. J. 1998. Geomorfologia do Brasil. Bertrand Brasil. 388p.

DAL CIN, R. & SIMEONI, U. 1994. A Model for determinaion the classification, vulnerability and risk in the southern coast zone of the Marche(Italy). Journal of Coastal Research, Florida ,1 (10): 227 - 269p.

DAVIS, R. A. 1978. Beach and near shore zone. In: R.A. (ed). Coastal sedimentary environments. New York, Springer, 237-286.

DIAS, J. A. A Análise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos. (Versão Preliminar) 2004.

DOMINGUEZ, J.M.L.; BITTENCOURT, A.C.S.P.; LEÃO, Z.M.S.N. e AZEVEDO, A.E.G.,1990. Geologia do Quaternário Costeiro do Estado de Pernambuco. Ver. Brás. Geociências, 20:35-47;208-215.

EMBRAPA, 2003. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

Page 144: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

123

ESTEVES, L. S. & FINKL, C. W. 1998. The problem of critically eroded areas (CEA): An Evaluation of Florida Beaches. Journal of Coastal Research. SI 26, 11-18p. Spring. EMBRAPA, 2003. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

FINKL, C. W. & WALKER H. J. 2002. Beach nourishment. Klinver Academic Publishers. Engineered Coasts, 1-22.

FOLK & WARD, 1957. Brazos River bar: A Study in the Significante of Grain Parameters. Journal of Sedimentary Petrology, 27, nº1, 3-26p.

GERCO 2003. Programa de Gerenciamento Costeiro de Pernambuco. Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

GUERRA, N. S. C. Mecanismo de cimentação em sedimentos marinhos recentes, exemplo beachrocks do litoral pernambucano. Rio Claro. Tese (Doutorado) ENESP. 2000, 236p.d

GUERRA, N. S. C. Beachrocks do litoral pernambucano: estudo sedimentológico e análise de isótipos estáveis. 1996, 80p. Dissertação (Mestrado em Geociências). Centro de Tecnologia e Geociências. Universidade Federal de Pernambuco, 1996.

INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais. (marés e oceanogramas). 2008

KOMAR, P. D., 1976. Beach processes and sedimentation. New Jersey. Prentice Hall, 429 p.

LIMA, F. M. F. ; PEDROSA, F. J. A ; COUTINHO, P. N. et.al. Erosão Marinha na Região Metropolitana do Recife: um exemplo de impacto ambiental causado pela falta de planejamento urbano. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 38, 1994, p 509-510.

LINS-BARROS, F. M. Risco, Vulnerabilidade Física à Erosão Costeira e Impactos Sócio-Econômicos na Orla Urbanizada do Município de Maricá, Rio de Janeiro.Revista Brasileira de Geomorfologia - Ano 6, nº 2 (2005).

LIRA, L. Estudo da erosão marinha nas praias do município de Paulista - PE.Recife: UFRPE, Departamento de Engenharia de Pesca, 1997, p 1-17.

LIRA, L. 1997. Alguns impactos geoambientais no Forte Orange – Itamaracá – PE. Parecer. Recife, UFRPE, Departamento de Pesca, 27p.

LIRA, L. Geologia do Canal de Santa Cruz e praia submarina adjacente à Ilha de Itamaracá PE. 1975. 107p. Dissertação (Mestrado em Geociências). Instituto de Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1975.

LIRA, A. R. A. Caracterização Morfológica e Vulnerabilidade do Litoral entre as Praias de Enseadinha e Maria Farinha, Paulista - PE, 1997. 100p. Dissertação

Page 145: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

124

(Mestrado em Geociências). Centro de Tecnologia e Geociências. Universidade Federal de Pernambuco, 1997.

MAGNO, E. A. C. Carta geomorfológica da ilha de Itamaracá-PE, 1989, 109p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Departamento de Ciências Geográficas. Universidade Federal de Pernambuco, 1989.

MANSO, V. A. V. et al, 2006. Erosão e Progradação do Litoral de Pernambuco: In Muehe, D. Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro. MMA, 2006

MANSO, V. A. V. et al, 1995.Estudo da erosão marinha na praia de boa viagem.Convênio EMLURB/FADE/LGGM/UFPE. Relatório final. Recife.106p.

MANSO, V.A.V. et al. 1992. Macrozoneamento costeiro do litoral de Pernambuco - Folha Itamaracá (SB-25-Y-C-VII). Convênio LGGM-DEMI_UFPE/CPRH. Relatório Técnico. 45p + 4 mapas em anexo.

MARTINS, M. H. A. Caracterização morfológica do litoral da ilha de Itamaracá - PE, 1997, 111 p. Dissertação (Mestrado em Geociências). Centro de Tecnologia e Geociências. Universidade Federal de Pernambuco,1997.

MEDINA, R. LOSADA, M. A.; LOSADA, I. J. ; VIDAL. C. 1994. Temporal and spatial relatonship between sediment grain and beach profile. Mareine geology, 118: 195-206.

MORAIS, J.O . 1996. Processos de impactos ambientais em zonas costeiras. Revista de Geologia. Vol. 9 p.191 - 242.

MORAIS, M. Z. C. Utilização do Grau de Desenvolvimento Urbano (GDU) como Instrumento de Gestão Ambiental: o uso e ocupação da zona costeira da Ilha de Itamaracá. Recife, 2000. 113p. Dissertação (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais) - Departamento de Ciências Geográficas, UniversidadeFederal de Pernambuco, 2000.

MUEHE, D. 2001 .Critérios Morfodinâmicos para o Estabelecimento de Limites da Orla Costeira para Fins de Gerenciamento. Revista Brasileira de Geomorfologia, Vol. 2, Nº 1, p. 35-44.

MUEHE, D. 1995. Geomorfologia Costeira. In: Guerra, A. J. T.; Cunha, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 2a edição. Ed. Bertrand Brasil. P. 253-308.

PERNAMBUCO. Governo do estado. ZEEC-Zoneamento ecológico-econômico costeiro: litoral sul de Pernambuco. Recife, 1999.

SILVA, A. M. C da. Relações entre a Dinâmica Costeira e a Meio Fauna dos Sedimentos Praiais do Litoral da Ilha de Itamaracá - PE. 2005 1v. 139p. Doutorado. Centro de Tecnologia e Geociências. Universidade Federal de Pernambuco. 2005.

Page 146: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

125

SILVA, L. A da. Sedimentologia do Canal de Santa Cruz - Itamaracá - PE, 2005, 98 p. Dissertação (Mestrado em Geociências). Centro de Tecnologia e Geociências. Universidade Federal de Pernambuco, 2004.

SUGUIO, K., 1973. Introdução à sedimentologia. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 318p.

SUGUIO, K. 1992. Dicionário de Geologia Marinha. São Paulo: T.A. Queiroz, 366p

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Laboratório de Geologia Sedimentar. Projeto: Mapeamento do quaternário costeiro do extremo sul do estado de Pernambuco. Recife, 1992. (mimeo).

REINECK, H. E. & SINGH, J. B. 1975. Depositional sedimentary environments.Springer_Verlag. Berlim. 439 p.

TESSLER, M.G. & GOYA, S. C. 2005. Processos Condicionantes do Litoral Brasileiro.Revista do Departamento de Geografia, n. 17, p. 11-23.

Page 147: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

ANEXO I

Tabelas de levantamento morfodinâmico dos perfis de praia e de balanço sedimentar

Page 148: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

LE

VA

NT

AM

EN

TO

MO

RFO

DIN

ÂN

ICO

– T

odos

Per

fis

Dad

os re

fere

ntes

ao

prim

eiro

mon

itora

men

to

Perf

il: 0

1

D

ireçã

o do

per

fil =

160

AZ

Prai

a: P

raia

For

te d

e O

rang

e D

ata:

17/

04/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.1 (2

h39)

M

aré

Bai

xa: 0

.3 (8

h39)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: 3º

Tem

pera

tura

: G

ps R

N:

Cor

rent

e:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

418

01.

418

0

3.16

50

01

1.44

512

.38

-0

.027

3.

138

12.3

8

02

1.

684

7.13

-0

.266

2.

899

19.5

1

03

2.

245

6.02

-0

.827

2.

338

25.5

3

04

3.

142

8.90

-1

.724

1.

441

34.4

3

05

3.

738

12.1

5

-2.3

20

0.84

546

.58

LD=

7h45

06

4.08

97.

40

-2.6

71

0.49

453

.98

07

08

09

VO

LUM

E =

84.9

0 ( 8

4.89

58...

)

Page 149: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

1A

Prai

a: P

raia

São

Pau

lo

Dat

a: 0

5/05

/08

Equi

pe: J

oant

an, J

oão,

Val

dir,

Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

(03h

38)

Mar

é B

aixa

: 0.1

(9h4

5)

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS.

E1

RN

0.

050

00.

050

0

3.54

50

01

0.

222

2.98

-0

.172

3.

373

2.98

02

1.

562

13.1

0

-1.5

12

2.03

316

.08

03

2.

200

12.7

5

-2.1

50

1.39

528

.83

04

2.

795

11.5

0

-2.7

45

0.80

40.3

3LD

=12

h00

05

3.

130

7.49

-3

.080

0.

465

47.8

2

06

07

08

09

VO

LUM

E =

61.9

6 (6

1.95

63...

)

Page 150: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

2 Pr

aia:

For

no d

a C

al

Dat

a: 1

7/04

/08

Equi

pe: J

oant

an, J

oão,

Val

dir,

Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.1

(2h3

9)

Mar

é B

aixa

: 0.3

(8h3

9)

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

6.

40

06.

400

1.

330

01

2.06

4 7.

56

-1.4

24

- 0.0

947.

56

02

2.

495

8.54

-1

.855

- 0

.525

16.1

0LD

= 8

h17

03

2.

868

5.00

-2

.228

- 0

.898

21.1

0

04

05

06

07

08

09

VO

LUM

E =

16.7

0 (1

6.70

0588

)

Page 151: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

3 Pr

aia:

Bai

rro

Nov

o D

ata:

17/

04/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.1 (2

h39)

M

aré

Bai

xa: 0

.3 (8

h39)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

1.

401

01.

401

0

3.18

50

01

1.52

5 12

.75

-0

.124

3.

061

12.7

5

02

1.

898

4.13

-0

.497

2.

688

16.8

8

03

2.

950

7.63

-1

.549

1.

636

24.5

1

04

3.

860

14.5

0

-2.4

59

0.72

639

.01

LD =

10h

45

05

4.

250

7.60

-2

.849

0.

336

46.6

1

06

07

08

09

VO

LUM

E =

73.4

6 (7

3.45

85...

)

Page 152: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

4 Pr

aia:

Pila

r D

ata:

17/

04/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.1 (2

h39)

M

aré

Bai

xa: 0

.3 (8

h39)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

69

0 0

690

0

3.95

50

01

768

10.9

6

-0.0

78

3.87

710

.96

02

1267

2.

10

-0

.577

3.

378

13.0

6

03

13

56

6.19

-0.6

66

3.28

919

.25

04

1885

10

.43

-1

.195

2.

7629

.68

LD =

9h0

0

05

3160

15

.90

-2

.470

1.

485

45.5

8

06

45

43

26.0

7

-3.8

53

0.10

271

.65

07

4810

5.

55

-4

.120

-0

.165

77.2

0

08

09

VO

LUM

E =

169.

69 (1

69.6

909.

.)

Page 153: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

5 Pr

aia:

Jagu

arib

e D

ata:

17/

04/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.1 (2

h39)

M

aré

Bai

xa: 0

.3 (8

h39)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

1.

550

01.

550

0

2.81

0

01

1.

890

11.2

7

-0.3

40

2.

4711

.27

02

1.79

511

.38

-0

.245

2.56

522

.65

03

1.76

07.

92

-0.2

10

2.

630

.57

04

1.20

07.

05

0.35

0

3.16

37.6

2

05

2.

710

16.3

6

-1.6

60

1.

1553

.98

06

4.08

028

.40

-2

.530

0.28

82.3

8LD

= 9

h40

07

4.

850

7.58

-3

.300

- 0.4

989

.96

08

09

VO

LUM

E =

179.

61 (1

79.6

108

..

Page 154: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

6 Pr

aia:

Sos

sego

D

ata:

05/

05/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (0

3h38

) M

aré

Bai

xa: 0

.1 (9

h45)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

905

00.

905

0

2.9

0

01

0.

785

8.60

0.

12

3.

028.

60

02

2.25

8 8.

70

-1.3

53

1.

547

17.3

03

3.

242

15.3

9

-2.3

37

0.

563

32.6

9

04

3.

702

11.3

0

-2.7

97

0.

103

43.9

9

05

3.

755

22.3

0

-2.8

50

0.

0566

.29

06

3.85

0 20

.81

-2

.945

-0.0

4587

.10

LD =

9h2

5

07

3.99

8 30

.08

-3

.093

-0.1

9311

7.18

08

4.

282

27.8

4

-3.3

77

-0

.477

145.

02

09

VO

LUM

E =

111.

90 (

111.

9026

..)

Page 155: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

7 Pr

aia:

Ens

eada

dos

Gol

finho

s D

ata:

05/

05/0

8 Eq

uipe

: Joa

ntan

, Joã

o,V

aldi

r, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (0

3h38

) M

aré

Bai

xa: 0

.1 (9

h45)

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

465

00.

465

0

4.62

50

01

0.59

84.

51

-0.1

33

4.49

24.

51

02

0.

312

5.47

0.

153

4.

778

9.98

03

1.37

44.

48

-0.9

09

3.71

614

.46

04

2.40

214

.17

-1

.937

2.

688

28.6

3

05

3.

458

17.7

5

-2.9

93

1.63

246

.38

06

4.99

026

.67

-4

.525

0.

100

73.0

5LD

=10h

15

E2

07

3.24

08.

50

-2.7

75

1.85

081

.55

08

3.55

2...

...

-3.0

87

1.53

8

09

V

OLU

ME

= 18

1.14

(181

.140

5

Page 156: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

8 Pr

aia:

For

tim

Dat

a: 0

5/05

/08

Equi

pe: J

oant

an, J

oão,

Val

dir,

Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

(03h

38)

Mar

é B

aixa

: 0.1

(9h4

5)

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

10

300

1030

0

2.78

20

01

992

5.57

0.

038

2.

820

5.57

02

615

3.95

0.

415

3.

197

9.52

03

750

6.70

0.

280

3.

062

16.2

2

04

68

59.

38

0.34

5

3.12

725

.60

05

2630

24.4

7

-1.6

00

1.18

250

.07

06

3328

10.4

4

-2.2

98

0.48

460

.51

07

3612

15.9

1

-2.5

82

0.20

076

.42

LD =

10h

55

08

38

3810

.35

-2

.808

0.

026

86.7

7

09

VO

LUM

E =

114.

70 (1

14.7

0217

6)

Page 157: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Dad

os re

fere

ntes

ao

segu

ndo

mon

itora

men

to

Perf

il: 0

1 Pr

aia:

Pra

ia F

orte

Ora

nge

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

la, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta:

Mar

é B

aixa

: O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

580

01.

580

0

3.16

50

01

1.54

2 9.

400.

038

3.

203

9.40

02

1.67

0 8.

34- 0

.09

3.

075

17.7

4

03

2.

349

8.10

- 0

.769

2.

396

25.8

4

04

2.

900

6.30

- 1

.32

1.

845

32.1

4

05

3.

630

7.32

-2

.05

1.

115

39.4

6

06

4.

020

6.19

- 2

.44

0.

725

45.6

5

07

4.

350

6.51

- 2

.77

0.3

9552

.16

LD =

9h4

2

08

5.00

0 5.

78

- 3.4

2

-0.2

5557

.94

09

Page 158: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

1A

Prai

a: P

raia

São

Pau

lo

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

la, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta:

Mar

é B

aixa

: O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

0.

080

00.

080

0

3.54

50

01

1.20

0 9.

70-1

.120

2.

425

9.70

02

1.74

0 13

.35

-1.6

60

1.88

523

.05

03

2.21

0 9.

40

-2.1

30

1.41

532

.45

04

2.63

0 8.

10

-2.5

50

0

.995

40

.55

05

3.40

0 9.

20

-3.3

20

0.22

5

4

9.75

LD =

10h

29

06

3.

680

8.00

-3

.600

-0

.055

57.7

5

07

08

09

Page 159: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

2 Pr

aia:

Pra

ia F

orno

da

Cal

D

ata:

03/

07/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Myr

ella

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: M

aré

Bai

xa:

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

110

01.

110

0

1.33

0

01

1.

770

9.7

-0.6

60

0.67

9.7

02

2.25

0 8.

84

-1.1

40

0.19

18.5

4

03

2.

600

6.50

-1

.490

-0

.16

27.3

8LD

= 1

1h20

04

2.84

0 8.

00

-1.7

30

-0.4

0

3

5.38

05

06

07

08

09

Page 160: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

3 Pr

aia:

Pra

ia B

airr

o N

ovo

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

a, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (4

h00)

M

aré

Bai

xa: 0

.1 (1

0h17

) O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

000

01.

000

0

3.18

50

01

1.01

0 11

.67

-0.0

10

3.17

511

.67

02

1.51

0 0.

40-0

.510

2.6

75

12.0

7

03

2.

370

7.18

-1

.370

1.8

1519

.25

04

2.84

0 6.

78

-1.8

40

1.31

5

2

6.03

05

3.33

0 10

.65

-2

.330

0.

855

36.

68

06

4.

250

18.5

0

-3.2

50

-0

.065

55.1

8LD

= 1

1h50

07

4.86

0 5.

00

-3

.860

-0.6

75

6

0.18

08

09

Page 161: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

4 Pr

aia:

Pra

ia P

ilar

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

a, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (4

h00)

M

aré

Bai

xa: 0

.1 (1

0h17

) O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

550

01.

550

0

3.95

50

01

1.48

0 9.

900.

07

4.02

59.

90

02

2.

060

2.35

-0.5

1

3.44

512

.25

03

2.20

0 6.

95

-0.6

5

3.30

519

.20

04

2.45

0 9.

45

-0.9

0

3.05

528

.65

05

3.83

0 13

.60

-2

.28

1.

675

42.2

5

06

4.

580

14.4

0

-3.0

3

0.92

556

.65

E2

07

2.

440

9.95

-0

.89

- 0

.89

66.6

LD =

12h

40

08

2.

960

......

- 1

.41

- 5

.91

......

09

3.23

0 5.

00

-1.6

8

71

.6

Page 162: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

5 Pr

aia:

Pra

ia d

e Ja

guar

ibe

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

a, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (4

h00)

M

aré

Bai

xa: 0

.1 (1

0h17

) O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

2.

290

00

2.

810

01

2.66

0 12

.90

-0.3

7

2.44

12.9

0

02

2.

440

9.54

-0.1

5

2.66

22.4

4

03

1.

830

6.64

0.

46

3.27

29.0

8

04

1.

620

11.5

5

0.67

3.

4840

.63

05

2.26

0 3.

50

0.03

2.

8444

.13

06

2.53

0 4.

15

-0.2

4

2.57

48.

28

07

3.

450

8.90

-1

.16

1

.65

57.

18

08

3.99

0 8.

35

-1.7

0

1.1

1

6

5.53

09

4.

580

12.5

0

-2.2

9

0.5

2

7

8.03

LD

= 1

3h15

4.

980

10.0

0

-2.6

9

0.1

2

8

8.03

Page 163: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

6 Pr

aia:

Pra

ia d

o So

sseg

o D

ata:

03/

07/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Myr

ella

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

(4h0

0)

Mar

é B

aixa

: 0.1

(10h

17)

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

0.

31

00.

310

2.

90

01

0.15

8.

650.

16

3.06

8.65

02

0.36

0.

18-0

.05

2.

85

8.8

3

03

1.

365

6.00

-1

.055

1.

845

14.

83

04

2.

070

8.95

-1

.76

1

.14

23.7

8

05

2.

870

13.0

0

-2.5

6

0.34

36.

78

06

3.

220

54.7

0

-2.9

2

-0.0

2

9

1.48

LD =

9h5

0

07

3.41

0 10

.00

-3

.10

-0.

20

101.

48

08

09

Page 164: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

7 Pr

aia:

Pra

ia E

nsea

da d

os G

olfin

hos

Dat

a: 0

3/07

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, M

yrel

a, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 (4

h00)

M

aré

Bai

xa: 0

.1 (1

0h17

) O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

0.

45

10.6

00.

450

4.62

5 4.

625

0

01

0.25

3.

240.

2

4.82

510

.60

02

1.

00

5.69

- 0.5

5

4.07

513

.84

03

1.

50

10.0

0

- 5.0

5

- 0.4

2519

.53

04

2.

450

14.0

0

- 2

2.6

2529

.53

05

3.

410

27.6

5

- 2.9

6

1.66

543

.53

E2

06

4.89

0 10

.00

- 4

.44

0.

185

71.1

8LD

= 1

1h00

07

3.

580

- 3

.13

08

3.92

0

- 3.4

7

-0.1

5581

.18

09

Page 165: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

8 Pr

aia

do F

ortim

D

ata:

03/

07/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Myr

ela,

Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

(4h0

0)

Mar

é B

aixa

: 0.1

(10h

17)

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

0.

95

00.

950

2.

782

0

01

0.

83

6.74

0.12

2.

902

6.74

02

0.61

9.

010.

34

3.12

222

.45

03

0.67

8.

52

0.28

3.

062

31.0

1

04

0.

91

1.16

0.

04

2.82

232

.17

05

2.10

0 17

.80

- 1

.15

1.

632

49.9

7

06

2.

900

13.2

7

- 1.9

5

0.83

263

.24

07

3.58

0 11

.82

- 2

.68

0.

102

75.0

6LD

= 1

2h

08

3.

833

10.0

0

- 2.8

83

- 0.1

0185

.06

09

Page 166: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Dad

os re

fere

ntes

ao

terc

eiro

mon

itora

men

to

Perf

il: 0

1

D

ireçã

o do

per

fil =

160

AZ

Prai

a: P

raia

For

te d

e O

rang

e D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: 3º

Tem

pera

tura

: G

ps R

N:

Cor

rent

e:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS

E1

RN

1.

110

0 1.

110

0

3.16

50.

0

01

1.

090

14.3

0

0.02

3.

185

14.3

0

02

1.

230

0.78

-0.1

2

3.04

515

.08

03

1.94

0 8.

82

-0

.84

2.

325

23.9

04

3.

460

20.0

6

-2

.35

0.

815

43.9

6 LD

= 8h

27

05

3.

970

10.0

0

-2.8

6

0.30

553

.96

06

07

08

09

Page 167: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

1A

Prai

a: P

raia

São

Pau

lo

Dat

a: 1

5/10

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 a

s 16h

11

Mar

é B

aixa

: 0.3

as 1

0h10

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

R

elat

iva

(m)

PRA

C

OTA

A

bsol

uta

(m)

DIS

T O

BS.

E1

RN

0.

180

0

0.18

00

3.

545

0

01

1.08

0 9

.89

-0

.9

2.64

59.

89

02

1.

640

7.5

0

-1.4

6

2.08

517

.39

03

2.

110

7.0

5

-1.9

3

1.61

524

.44

04

2.

740

9.9

8

-2.5

6

0.98

534

.42

05

3.

310

9.5

3

-3.1

3

0.41

543

.95

LD=

8h55

06

3.

800

10.0

0

-3.6

2

- 0.0

7553

.95

07

08

09

Page 168: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

2 Pr

aia:

For

no d

a C

al

Dat

a: 1

5/10

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 a

s 16h

11

Mar

é B

aixa

: 0.3

as 1

0h10

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

620

0

0.62

00

1.

330

01

1.75

0 5

.53

-1

.13

0.

25.

53

02

2.

120

8.57

-1.5

-0

.17

14.1

03

2.71

0 11

.32

-2.0

9

-0.7

625

.42

LD =

9h1

5

04

3.05

0 10

.00

-2

.43

-1

.135

.42

05

06

07

08

09

Page 169: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

3 Pr

aia:

Bai

rro

Nov

o D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

840

0 0.

840

0

3.18

50

01

0.61

0 3.

94

0.

23

3.41

53.

94

02

1.

050

8.22

-0.2

1

2.97

512

.21

03

1.27

0 0.

20

-0

.43

2.

755

12.4

1

04

2.

310

9.86

-1.4

7

1.71

532

.13

05

2.80

0 10

.82

-1

.96

1.

225

42.9

5

06

3.

350

9.98

-2.5

1

0.67

552

.93

E2

07

1.

950

18.2

4

-3

.06

0.

125

71.1

7

08

3.

050

----

--

-5

.26

-2

.075

......

...LD

= 9

h49

09

3.

410

10.0

0

-2.5

7

0.61

581

.17

Page 170: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

4 Pr

aia:

Pila

r (Q

uatro

Can

tos)

D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

550

0 0.

550

0

3.95

50

01

0.56

0 9.

55

-0

.01

3.

945

9.55

02

1.06

0 2.

85

-0

.51

3.

445

12.4

0

03

0.

980

15.5

0

-0.4

3

3.52

527

.90

04

1.31

0 1.

67

-0

.76

3.

195

29.5

7

05

1.

620

1.55

-1.0

7

2.88

531

.12

06

2.94

0 15

.66

-2

.39

1.

616

46.7

8

07

3.

700

14.2

0

-3.1

5

0.80

560

.98

E2

08

1.

950

16.9

4

-1.4

0

2.55

577

.92

09

2.97

0 --

----

-2.4

2

1.53

5...

...LD

= 1

0h20

10

3.15

0 10

.00

-2

.60

1.

355

87.9

2

Page 171: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

5 Pr

aia:

Jagu

arib

e D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

1.

927

0 1.

927

0

2.82

0

01

2.

360

14.5

8

-0.4

33

2.

387

14.5

8

02

1.

940

19.9

7

-0.0

13

2.

807

34.5

5

03

1.

610

2.38

0.31

7

3.13

736

.93

04

1.72

0 7.

65

0.

207

3.

027

44.5

8

05

2.

090

2.90

-0.1

63

2.

657

47.4

8

06

3.

100

9.25

-1.1

73

1.

647

56.7

3

E2

07

0.64

0 16

.70

1.

287

4.

107

73.4

3

08

1.

730

----

--

0.

197

3.

017

......

.LD

= 1

0h45

09

2.70

0 2

0.80

-0.7

73

2.

047

94.2

3

10

3.

450

10.0

0

-1

.523

1.29

710

4.23

Page 172: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

6 Pr

aia:

Sos

sego

D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

140

00.

140

0

2.9

0

01

0.

170

1.38

-0

.03

2.

871.

38

02

0.

620

0.74

-0

.48

2.

422.

12

03

2.

350

14.6

6

-2.2

1

0.69

16.7

8

04

3.

150

71.8

0

-3.0

1

-0.1

188

.58

05

3.73

074

.96

-3

.59

-0

.69

163.

54

06

2.

630

49.5

0

-2.4

9

0.41

213.

04

07

3.

340

112.

40

-3.2

-0

.332

5.44

LD =

11h

53

08

3.

450

10.0

0

-3.3

1

-0.4

133

5.44

09

Page 173: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

7 Pr

aia:

Ens

eada

dos

Gol

finho

s D

ata:

15/

10/0

8 Eq

uipe

: Dan

iel,

João

, Reg

inal

do e

Juve

nita

M

aré

Alta

: 2.4

as 1

6h11

M

aré

Bai

xa: 0

.3 a

s 10h

10

Obs

erva

ções

:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

0.

350

0

0.35

00

4.

625

0

01

0.

050

9.90

0.3

4.

925

9.90

02

0.83

0 4.

14

-0

.48

4.

145

14.0

4

03

1.

190

4.43

-0.8

4

3.78

518

.47

04

1.61

0 0.

33

-1

.26

3.

365

18.8

05

3.00

0 39

.30

-2

.65

1.

975

58.1

06

3.80

0 21

.45

-3

.45

1.

175

79.5

5LD

= 1

2h20

07

4.00

0 5.

00

-3

.65

0.

975

84.5

5

08

09

Page 174: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Perf

il: 0

8 Pr

aia:

For

tim

Dat

a: 1

5/10

/08

Equi

pe: D

anie

l, Jo

ão, R

egin

aldo

e Ju

veni

ta

Mar

é A

lta: 2

.4 a

s 16h

11

Mar

é B

aixa

: 0.3

as 1

0h10

O

bser

vaçõ

es:

Espr

aiam

ento

máx

imo:

V

el. V

ento

In

clin

ação

: Te

mpe

ratu

ra:

Gps

RN

: C

orre

nte:

EST.

P.

V

LEIT

UR

A

DIS

T. (m

) PR

C

OTA

(m)

Rel

ativ

a PR

A

CO

TA(m

) (A

bsol

uta)

D

IST

OB

S.

E1

RN

1.

490

0 1.

490

0

2.78

20

01

1.13

0 10

.20

0.

36

3.14

210

.2

02

1.

140

11.0

0

0.35

3.

132

21.2

03

1.70

0 5.

45

-0

.21

2.

572

26.6

5

04

2.

270

10.7

0

-0.7

8

2.00

237

.35

05

3.32

0 14

.70

-1.8

3

0.95

252

.05

LD =

12h

45

06

3.

590

5.00

-2.1

0.

682

57.0

5

07

08

09

Page 175: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

ANEXO II

Sedimentologia

Page 176: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Tabe

la 1

- D

istri

buiç

ão d

as c

lass

es te

xtur

ais s

egun

do F

olk

& W

ard

(195

7

Am

ostra

C

asca

lho(

%)

Are

ia(%

) La

ma(

%)

Silte

(%)

Arg

ila(%

)F&

W-M

edia

F&

W-M

edia

na

F&W

-Gr_

Sele

c

10.

122

98.8

90.

984

00.

98A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

20.

633

77.7

121

.657

021

.66

Sílte

Méd

io

Are

ia F

ina

Extre

men

te m

al se

leci

onad

o 3

1.43

8 97

.43

1.13

20

1.13

Are

ia M

édia

A

reia

Méd

ia

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 4

0.03

91

.07

8.90

30

8.9

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 5

0.97

3 97

.98

1.04

30

1.04

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 6

0.32

9 98

.44

1.23

50

1.23

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 7

0.87

97

.99

1.13

90

1.14

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 8

0.16

4 98

.62

1.21

90

1.22

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 9

0.66

5 98

.70.

636

00.

64A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

1011

.128

87

.22

1.65

10

1.65

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 11

42.2

36

56.7

11.

054

01.

05A

reia

Mui

to G

ross

a A

reia

Mui

to G

ross

aPo

brem

ente

sele

cion

ado

120.

643

98.0

41.

320

1.32

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 13

0.40

5 98

.44

1.15

70

1.16

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Bem

sele

cion

ado

141.

28

97.7

80.

936

00.

94A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

150.

755

98.4

70.

772

00.

77A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

160.

375

99.1

60.

463

00.

46A

reia

Fin

a A

reia

Méd

ia

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 17

0.92

9 98

.45

0.62

20

0.62

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 18

2.21

5 97

.02

0.76

20

0.76

Are

ia M

édia

A

reia

Méd

ia

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 19

0 99

.10.

895

00.

9A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

200

99.2

0.79

90

0.8

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 21

2.85

6 96

.30.

839

00.

84A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a Po

brem

ente

sele

cion

ado

221.

518

97.5

80.

903

00.

9A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a Po

brem

ente

sele

cion

ado

230.

988

97.9

11.

105

01.

11A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

241.

37

97.7

90.

836

00.

84A

reia

Fin

a A

reia

Méd

ia

Mod

erad

amen

te se

leci

onad

o 25

4.95

1 93

.86

1.18

50

1.19

Are

ia F

ina

Are

ia F

ina

Pobr

emen

te se

leci

onad

o 26

24.1

02

75.4

40.

455

00.

45A

reia

Gro

ssa

Are

ia G

ross

a Po

brem

ente

sele

cion

ado

275.

393

93.6

70.

939

00.

94A

reia

Méd

ia

Are

ia M

édia

Po

brem

ente

sele

cion

ado

280.

02

98.7

91.

195

01.

19A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

290.

053

98.9

50.

992

00.

99A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

300

99.2

60.

742

00.

74A

reia

Fin

a A

reia

Fin

a M

oder

adam

ente

sele

cion

ado

Page 177: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Tabe

la 2

– D

ados

com

coo

rden

adas

e p

arâm

etro

s est

atís

ticos

A

mos

tra

Posi

cion

amen

to

Med

ia

Cur

tose

M

edia

naG

rau

de S

elec

ao

Ass

imet

ria

1 29

6951

91

3608

0 2.

44

Are

ia F

ina

0.88

2.

66

0.60

-0

.32

2 29

7332

91

3621

4 5.

21

Sílte

Méd

io

2.41

2.

75

4.09

0.

69

3 29

7466

91

3718

2 1.

75

Are

ia M

édia

0.

81

1.77

1.

17

-0.0

2 4

2974

73

9138

349

2.73

A

reia

Fin

a 4.

10

2.72

1.

96

0.39

5

2978

76

9139

895

2.78

A

reia

Fin

a 0.

78

2.89

1.

05

-0.2

6 6

2984

44

9141

514

2.15

A

reia

Fin

a 1.

09

2.50

0.

99

-0.3

4 7

2989

05

9142

457

2.90

A

reia

Fin

a 1.

25

2.92

0.

98

-0.2

1 8

2989

24

9143

717

2.48

A

reia

Fin

a 1.

03

2.69

0.

65

-0.2

8 9

2987

21

9144

993

2.93

A

reia

Fin

a 2.

62

2.76

0.

61

0.23

10

29

8630

91

4564

1 2.

01

Are

ia F

ina

0.59

2.

61

1.81

-0

.47

11

2981

08

9146

020

-0.2

2 A

reia

Mui

to

Gro

ssa

0.90

-0

.34

1.22

0.

32

12

2978

05

9147

258

2.17

A

reia

Fin

a 1.

09

2.58

1.

00

-0.4

2 13

29

7998

91

4813

7 2.

75

Are

ia F

ina

2.82

2.

75

0.46

-0

.03

14

2975

65

9148

810

2.43

A

reia

Fin

a 1.

29

2.67

0.

79

-0.4

2 15

29

6736

91

4944

0 2.

36

Are

ia F

ina

1.11

2.

59

0.87

-0

.35

16

2969

51

9136

080

2.14

A

reia

Fin

a 1.

11

1.95

0.

80

0.31

17

29

7332

91

3621

4 2.

09

Are

ia F

ina

1.07

2.

54

0.99

-0

.69

18

2974

66

9137

182

1.79

A

reia

Méd

ia

0.74

1.

86

1.03

-0

.20

19

2974

73

9138

349

2.32

A

reia

Fin

a 0.

85

2.51

0.

67

-0.5

1 20

29

7876

91

3989

5 2.

41

Are

ia F

ina

0.84

2.

62

0.62

-0

.29

21

2984

44

9141

514

2.09

A

reia

Fin

a 1.

35

2.54

1.

13

-0.5

3 22

29

8905

91

4245

7 2.

16

Are

ia F

ina

1.31

2.

57

1.08

-0

.48

23

2989

24

9143

717

2.64

A

reia

Fin

a 1.

22

2.69

1.

00

-0.1

7 24

29

8721

91

4499

3 2.

15

Are

ia F

ina

1.10

1.

98

0.76

0.

24

25

2986

30

9145

641

2.36

A

reia

Fin

a 1.

54

2.63

1.

02

-0.5

0 26

29

8108

91

4602

0 0.

45

Are

ia G

ross

a 0.

81

0.60

1.

41

-0.0

5 27

29

7805

91

4725

8 1.

79

Are

ia M

édia

1.

43

1.85

1.

13

-0.2

6 28

29

7998

91

4813

7 2.

34

Are

ia F

ina

0.58

2.

51

0.53

-0

.37

29

2975

65

9148

810

2.46

A

reia

Fin

a 0.

96

2.67

0.

63

-0.2

8 30

29

6736

91

4944

0 2.

43

Are

ia F

ina

0.87

2.

64

0.61

-0

.28

Page 178: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

GR

ÁFI

CO

S D

E C

LA

SSE

S G

RA

NU

LO

TR

ICA

S PO

R A

MO

STR

AS

AMO

STR

A 01

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 03

0510152025303540

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 02

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 04

0102030405060

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)Frequência (%)

Page 179: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 05

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 06

0510152025303540

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 07

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 08

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

Page 180: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 09

01020304050607080

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 10

05101520253035

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 11

051015202530

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 12

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

Page 181: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 13

01020304050607080

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 14

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 15

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

Page 182: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 16

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 17

0102030405060

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frenquência (%)

AMO

STR

A 18

0510152025303540

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 19

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

Page 183: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 20

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 21

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 22

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 23

0102030405060

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

Page 184: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 24

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 25

0102030405060

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 26

051015202530

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Clas

ses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

AMO

STR

A 27

01020304050

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

Page 185: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

AMO

STR

A 28

0102030405060

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 29

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

rica

s (p

hi)

Frequência (%)

AMO

STR

A 30

010203040506070

00.

51

1.5

22.

53

3.5

4

Cla

sses

Gra

nulo

mét

ricas

(phi

)

Frequência (%)

Page 186: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Tabela 13 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia (total de 30

amostras).

Classes N° de amostras %

Muito Grossa 1

Grossa 1

Média 3

Fina 24

3,33

3,33

10,00

80,00

Total 96,66

Tabela 14 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia ( total de 30

amostras).

Classes Nº amostras %

Bem selecionado 1

Moderadamente selecionado 17

Pobremente selecionado 11

Extremamente mal selecionado 1

3,33

56,66

36,66

3,33

Total 99,98

Tabela 15 – Distribuição espacial das classes da Assimetria.

Classes Nº amostras %

Assimetria muito negativa (-1,00 e - 0,30) 12

Assimetria negativa (- 0,30 e - 0,10) 9

Aproximadamente simétrica (- 0,10 e + 0,10) 3

Assimetria positiva (+0,10 e +0,30) 2

Assimetria muito positiva (+ 0,30 e + 1,00) 4

40,00

30,00

10,00

6,66

13,33

Total 99,99

Page 187: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Tabela 16 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia

Classes Nº amostras %

Muito Platicúrtica (<0,67) 2

Platicúrtica (0,67 a 0,90) 8

Mesocúrtica (0,90 a 1,11) 8

Leptocúrtica (1,11 a 1,50) 7

Muito Leptocúrtica (1,50 a 3,00) 4

Extremamente Leptocúrtica (>3,00) 1

6,66

26,66

26,66

23.33

13,33

3,33

Total 99,94

Page 188: Folha de ROSTO 10.06.09 - repositorio.ufpe.br · sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A A análise granulométrica revelou que, na zona

Figura 02 – Fluxograma do método utilizado para análise granulométrica