folha do japi 7
DESCRIPTION
Sétima edição do jornal que respeita a sua inteligência.TRANSCRIPT
ANO 1 / NÚMERO 7
13 a 19 DE MAIO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA
Andar de ônibus aqui é mais caro do que em cidades como
Rio de Janeiro, Brasília e Salvador (Pág 4)
8 Folha do Japi
CULTURA
DVD
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Sessões são oferecidas de graça à população e no final do filme o enredo é debatido
Depois de dirigir séries nos EUA (como “House” e “Lei e Ordem”), o diretor Juan José Campanella, de “O Filho da Noiva”, voltou à Argentina para produzir o “O Segredo de Seus Olhos”.Novamente trabalhando com o ator Ricardo Darin, Campanella junta no mesmo filme diversos tipos de gêneros tais como suspen-se, drama, romance, policial, comé-dia, denúncia política (uma parte se passa durante a ditadura militar argentina) e até film noir.Darin interpreta Benjamín Espósi-to, um oficial de justiça aposenta-do que resolve escrever um livro tendo como premissa um caso
escabroso que investigou no passa-do e que trouxe consequências trágicas para todos os envolvidos. Mas não é só isso. Ele quer também expiar seu remorso por não ter lutado pelo amor de sua vida. É digna de nota a firmeza com que Campanella conduz a trama, sem-pre de forma inusitada e buscando o aprofundamento psicológico dos protagonistas. O filme busca tam-bém fazer um estudo do que leva uma pessoa a ficar obcecada, em contraste com o vazio existencial enfrentado por Espósito.Se você já conhece o trabalho do diretor Campanella então não pode perder mais esse excelente
filme dele. E se não conhece, é uma ótima oportunidade para tomar contato com o que há de melhor no cinema argentino da atualidade. De qualquer forma, “O Segredo de Seus Olhos” é imperdível.
- por André Lux
EM EXIBIÇÃO
O Noivo da Minha
Melhor Amiga
(Leg) – Sala 7
Rio (Dub) – Sala 3
Thor (Dub) – Sala 6
Thor 3D (Leg) – Sala 5
Thor 3D (Dub) – Sala 5
Turnê (Leg) – Sala 3
Velozes e Furiosos 5
(Leg) – Sala 1
Velozes e Furiosos 5
(Dub) – Sala 2
Mais informações:
www.moviecom.com.brInformações da Secretaria de Saúde contrariampromessas do prefeito Miguel Haddad (Pág. 3)
cinema ganhou um espaço Odemocrático e aberto a idei-
as para discutir, de forma saudá-
vel, o conteúdo do filme apresen-
tado desde a criação do Cineclube
Consciência, em 2007, em Jundiaí.
Segundo a produtora do projeto
alternativo, Tânia Feitosa, o obje-
tivo é proporcionar o desenvolvi-
mento da cultura audiovisual nas
cidades.
A ideia do espaço alternativo
partiu de um grupo de amigos
apaixonados pelo cinema. Logo
no início o Cineclube não tinha
estrutura física e de materiais
para exibir os filmes. “Antes exi-
bíamos os filmes em uma tevê e
logo começamos a juntar dinheiro
e compramos equipamentos espe-
cíficos”, afirma Tânia.
Antes da exibição, o roteiro do
filme é apresentado ao telespecta-
dor e após assistirem a história é
debatida. A sétima arte atrai não
somente cinéfilos, mas também
pessoas que não têm condições
financeiras para irem ao cinema,
estudantes, jornalistas ou sim-
plesmente pessoas que gostem de
assistir. “O nosso público é bas-
tante mesclado”, diz a produtora.
O Cineclube Consciência é aberto
ao público, é totalmente de graça e
oferece três eventos: Rua Livre,
Cineclube na Fatec e Cineclube na
Cidade. O primeiro, com parceria
com o Grupo Zama, realiza um
domingo por mês uma espécie de
sarau, momento aberto para a
exposição do trabalho de artistas
de Jundiaí e região. “É importante
que as pessoas não só consumam
a cultura, mas que façam parte da
construção dela na cidade”, acre-
dita Tânia.
O Cineclube na Fatec exibe e dis-
cute filmes gratuitamente todos
os sábados, às 19 h, no auditório
da Fatec (Faculdade de Tecnolo-
gia) de Jundiaí. Segundo a Tânia,
as sessões são escolhidas dentro
de um tema mensal e os filmes são
na maioria das vezes internacio-
nais. O Cineclube na Cidade apre-
senta sempre filmes nacionais e
conta com a presença de um con-
vidado. As sessões são às quartas-
feiras, às 19h30, na Sala Glória
Rocha.
Mais informações sobre as sessões, acesse:
www.cineclubeconsciencia.blogspot.com
Exibição é sempre seguida de debates sobre o filme
Pág 7
Pág 8
José Roberto Lux, o Zé Boquinha, foi jogador e técnico profissionalde basquete por 51 anos e hoje é comentarista de basquete
e futebol do canal de TV ESPN e da rádio Estadão ESPN.
2 Folha do Japi
EDITORIAL ESPORTES
esta nova edição da Folha Ndo Japi destacamos mais
um exemplo de descaso das
autoridades locais. A promessa
de construir um Hospital Regi-
onal no local onde antes ficava a
Casa de Saúde feita pelo atual
prefei to Miguel Haddad
(PSDB) está longe de sair do
papel. Na verdade é pior que
isso: nem no papel está!
Conforme informou a Secreta-
ria de Saúde do Estado, a Prefei-
tura não apresentou ainda nem
mesmo os projetos arquitetôni-
co e executivos do novo Hospi-
tal Regional, muito menos o
cronograma da obra (pág.3).
Mas parece que tudo isso não
tem importância para o prefeito
e sua equipe, afinal o que
importa mesmo é que na frente
da antiga Casa de Saúde foi
colocada uma placa anunciando
a chegada do Hospital Regional
sem qualquer informação perti-
nente sobre as obras, nem valo-
res ou cronogramas de entrega.
Trata-se apenas de uma mera
peça de marketing da Prefeitura
- como são, por sinal, todas as
placas indicativas da adminitra-
ção tucana na cidade (veja
reportagem na página 6).
Mas falemos agora de algo posi-
tivo: Jundiaí continua sendo um
celereiro de atletas para a sele-
ção brasileira de basquete femi-
nino. Nada menos do que oito
jogadoras da cidade foram con-
vocadas para as seleções de sub-
17 e sub-19. Isso é motivo de
grande orgulho para todos nós
que vivemos nessa bela cidade!
Atletas do Divino/COC vão integrar as equipes nas categorias Sub-17 e Sub-19
s times de basquete femi-Onino sub-17 e sub-19 do
Divino/COC estão em recesso
do Campeonato Estadual e
somente retornam aos treinos
em agosto. O motivo é a convo-
cação de oito atletas para a
seleção Brasileira de Basquete.
A escola de jogadores de bas-
quete de Jundiaí tem em seu
currículo nada mais que a
lendária Magic Paula.
As atletas Mariana, Joyce,
Drielle, Damires e Daniele
foram convocadas para repre-
sentar o Brasil na categoria sub
19 no Campeonato Mundial
que será disputado, de 21 a 31
de julho, nas cidades chilenas
de Puerto Varas e Puerto
Montt. As brasileiras estão no
grupo 'D' com Espanha, Eslo-
vênia e Taipé.
A seleção brasileira feminina
retornou, no final de abril, da
fase de treinos realizada com
os técnicos e toda equipe de
profissionais da Impact Bas-
ketball, em Las Vegas (EUA),
que é um centro de treinamen-
to especializado em basquete e
faz a preparação dos jogadores
que atuam na NBA e WNBA,
além dos atletas que partici-
pam das seleções do draft e das
principais universidades dos
Estados Unidos.
EXPEDIENTE
Edição: André Lux
Reportagens e fotos:
Renata Gutierrez
Ilustrações:
José Geraldo de Oliveira
Tiragem: 5 mil exemplares
cartas, sugestões, denúncias:
Blog do jornal:
Twitter: @FolhaDoJapiJund
As opiniões assinadas são de
responsabilidade de seus autores
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Folha do Japi
O Jornal de Jundiaí Regional se assemelhou, recentemente, a um mero informativo partidário do PSDB. Não contente por divul-gar exaustivamente uma ativida-de promovida pela legenda no último dia 11, o matutino teve a brilhante ideia de convocar a população para participar do
De olho na MÍDIA
ato. Usou o título ‘Vá prestigiar’ numa nota que anunciava o debate tucano e, por isso, mais uma vez pagou o mico da semana nesta coluna. A intensa propaganda, contudo, parece não ter surtido efeito: apenas 50 pessoas comparece-ram ao evento do PSDB...
Os treinamentos nos Estados
Unidos tiveram como objetivo
melhorar a força e a condição
física das atletas, para melho-
rar o desempenho durante as
partidas, e aumentar a veloci-
dade, o equilíbrio e a flexibili-
dade da equipe comandada
por Luiz Claudio Tarallo, tam-
bém técnico da equipe de Jun-
diaí, que foi convocado para
comandar a seleção. O prepara-
dor físico do Divino/COC,
Paulo Martignago, também foi
convidado para a seleção.
No mês de maio será aperfeiço-
ado o ritmo de jogo com amis-
tosos no ginásio do Bolão con-
tra equipes adultas femininas e
masculinas.
Já na categoria Sub-17 as atletas
Maria Cláudia, Natália e Carla
do Divino/COC de Jundiaí
foram convocadas para a sele-
ção brasileira. A equipe prepa-
ra-se para o Campeonato Sul-
Americano da categoria, de 24
de junho a 1º de julho, na cidade
de Pasto, na Colômbia. Enquan-
to o dia não chega, as meninas se
preparam até 22 de junho na
Arena Santos, em Santos. As
jogadoras têm como técnica a
ex-atleta Janeth Arcain, famosa
pela cesta do meio da quadra.
“É muito bom saber que as atle-
tas do time de Jundiaí estão indo
para seleção”, destaca Nestor
Mostério, supervisor de basque-
te do Divino/COC. Para ele, as
atletas voltam dos jogos com
mais força, com status de quem
jogou pela seleção brasileira da
categoria e amadurecidas.
Porém os desfalques farão com
que o Divino/COC somente
estreie no Campeonato Paulista
Sub-17 no dia 13 de agosto,
contra o APAB/ Barretos, em
casa, no ginásio Romão de
Souza. Já a categoria sub-19
estreia em 17 de agosto, contra
o Santo André/Semasa, em
Santo André.
Coluna do
ZÉ BOQUINHAO Palmeiras conseguiu se reabilitar vencendo o Coritiba e jogando um bom futebol. Mostrou como a mídia é volúvel, pois após a goleada de 6 a 0 sofrida no Paraná, todo o bom trabalho executado pelo técnico Felipão foi jogado no lixo. Aparece-ram noticias de briga no elenco e boicote ao técnico. Bastou a boa vitória de 2 a 0, no jogo de volta, apesar da equipe não se classificar para a próxima fase da copa do Bra-sil, para que tudo voltasse ao normal e que a derrota anterior fosse trata-da como “acidente de percurso”. Em contra partida, o Coritiba , que na semana passada era considerado o melhor time do Brasil, já está sendo olhado com desconfiança. “E la nave
va”. Mas, a diretoria do verdão tem que se preocupar com um problema maior: a construção da nova arena. Depois de derrubar um lindo estádio como o Palestra Itália, as obras estão paradas, existe ameaça de uma MP e a construtora exige a assinatura do contrato. O clube está perdendo dinheiro dos associados que não conseguem mais frequentar a parte social e esportiva e, consequente-mente, deixaram de pagar a taxa de manutenção. Comenta-se que o Palmeiras está deixando de arreca-dar 1,5 milhão de reais por mês. Planejamento ruim ou falta dele.Nota: e o Ronaldinho Gaúcho, quan-do vai conseguir jogar futebol outra vez? Eu acredito que nunca mais.
Paulistas pagam em mé-dia 16 reais por 100km, o mesmo valor que na Fran-ça, Noruega e Portugal, e bem superior aos de EUA, Chile e Argentina.
O pedágio cobrado nas rodovias paulistas é o mais caro do Brasil e, quando comparado com os dos Estados Unidos ou da Itália, fica evidente que está entre os mais caros do mundo.
Na rodovia Florida’s Turnpike, nos EUA, o preço por quilômetro roda-do é de R$ 0,076, enquanto a média nas rodovias paulistas é de R$ 0,111 ou 46% superior ao da rodo-via estadunidense. Além disso, na Florida há o SunPass, um dispositi-vo como o “Sem Parar”, só que garante desconto médio de 20% para o usuário.
Damires
A seleção brasileira sub-17 conta com três atletas de Jundiaí
O técnicoTarallo
No caso das rodovias italianas (R$ 0,134), elas são mais baratas do que as rodovias Anchieta (R$ 0,159), Imigrantes (R$ 0,152) e Castello Branco (R$ 0, 145), enquanto a Ban-deirantes (R$ 0,135) e a Anhangue-ra (R$ 0,132) têm valores próximos. Mas a concessionária italiana cons-truiu com recursos próprios a sua rede de rodovias, diferentemente do que ocorre em São Paulo. Fonte: brasilcaminhoneiro.com.br
Reprodução
Esta coluna tem como objetivo mostrar como alguns órgãos da imprensa jundiaiense tratam determinados assuntos. O propósito é a reflexão: a quem interessa transformar notícias preocupantes em fatos positivos?
6 Folha do Japi Folha do Japi 3
CIDADES POLÍTICA
Apple está mais próxima de Jundiaígraças ao empenho do governo Federal
De acordo com a Constituição, as placas devem ser informativas e educativas
Presidenta Dilma Rousseff poderá cortar a fita inaugural da empresa em julho
Resposta da Secretaria de Saúde contraria as promessas do prefeito Miguel Haddad
s placas a indicar obras que Aserão ou estão sendo realiza-
das pela Prefeitura de Jundiaí não
informam os valores, nome de
construtora, nem as datas previs-
tas para início e término do servi-
ço. “Não há uma lei que obrigue a
Prefeitura a colocar os valores, o
que há é uma publicidade sem
transparência”, afirma o consultor
jurídico, Gustavo Ferreira.
De acordo com o artigo 37, 1º
parágrafo da Constituição da
República Federativa do Brasil,
consta que: “A publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públi-
cos”. Baseando-se na aplicação da
lei federal, as placas da Prefeitura
de Jundiaí não são nem educativas
e nem informativas. “Se não coloca
a origem do dinheiro, onde está o
caráter informativo e educativo
destas placas?”, questiona o con-
sultor jurídico.
Ainda de acordo com ele, as placas
m resposta ao requerimento Eenviado pelo deputado estadu-al Pedro Bigardi (PCdoB) pedindo explicações a respeito do início da reforma da antiga Casa de Saúde Dr. Domingos Anastásio como Hospital Regional, a Secretaria de Saúde do Estado afirma que não há projetos arquitetônico e executivo, nem previsão de prazos no crono-grama de implantação do Hospital e que a obra ainda não foi iniciada porque não houve licitação.“Isso prova que a população está sendo enrolada pela Prefeitura”, afirma o deputado Bigardi. Em 27 de agosto de 2009 o prefeito Miguel Haddad (PSDB) afirmou que a estimativa é de que sejam gastos R$ 18 milhões na reforma do imóvel e aquisição de equipamentos. “Como a Prefeitura tem projetos de custos para reforma do hospital se não tem projeto arquitetônico?”, questiona.O imbróglio em relação à reforma da Casa de Saúde completa quatro anos e, como já divulgou a reporta-gem da Folha do Japi, não há qual-quer movimentação interna de obras ou materiais de construção. O que há é o abandono. “As obras são por conta da Prefeitura e ela não está cumprindo o acordo”, diz o parlamentar. O convênio entre o Estado e a Prefeitura prevê que o Governo Estadual ficará responsá-vel pelo funcionamento do hospital
com parceria com a Unicamp e cabe à Prefeitura a idealização do projeto arquitetônico e as obras.Ainda de acordo com o Bigardi, o ex-governador do Estado de São Paulo, José Serra, teria afirmado que a entrega do Hospital Regio-nal seria em 2011. Porém, no site da Prefeitura de Jundiaí, com data de 18 de junho de 2009, consta informação obtida pelo secretário de obras, Sinésio Scara-bello Filho, “que após o início das obras, o Hospital Regional deve demorar cerca de dois anos para estar concluído” e que “o proces-so licitatório tenha início dentro de aproximadamente oito meses, depois que estiverem prontos todos os projetos”. Diante destas informações, Bigardi acredita ser lamentável tanta promessa e nenhuma conclusão. “Eu vou cobrar a Prefeitura sobre o projeto e espero que não tente enganar a população com falsas expectati-vas”, informa. A Secretaria de Obras da Prefeitu-ra de Jundiaí informa que o proje-to arquitetônico do Hospital Regional está pronto e os projetos complementares em fase de conclusão. Ainda de acordo com a nota, até o final deste mês deve ser definido o valor da obra para abertura de licitação para cons-trução do hospital.
instaladas na antiga Casa de Saúde
perderam o caráter informativo,
uma vez que consta apenas uma
publicidade da Prefeitura. “O
correto é informar a população
sobre as obras, mostrar a origem da
verba e datar. Quanto mais infor-
mação, mais garantia tem o princí-
pio da publicidade e mais transpa-
rência para a população”, afirma.
Outro exemplo de placa 'incorreta',
segundo o consultor, é a placa do
AME (Ambulatório Médico de
Especialidades), que durante o
tempo de obras não apresentou o
valor da construção e muito menos
a previsão de término.
Em casos de obras conveniadas
com o Estado ou o Governo Federal
e financiadas pelos órgãos, a Prefe-
itura é obrigada a colocar o valor da
construção, origem da verba e
nome da construtora. “Em contrato
já é firmada essa exigência”, desta-
ca Ferreira.
Em nota, a Prefeitura de Jundiaí
informou que as placas com os
valores das obras estão colocadas
junto à realização do serviço. Em
relação ao AME, a Prefeitura infor-
ma que a placa foi destruída por
vândalos e não foi refeita.
Antonieta
e Antonio
Gordinho
Hospital Regional: fora a promessa, dentro o abandono.Abaixo, resposta da Secretaria de Saúde ao deputado
Bigardi contraria promessas do prefeito Miguel Haddad
A presidente Dilma Rousseff esteve na China em abril deste ano e assinou acordo com a empresa Foxconn, a maior fabricante de celulares, para viabilizar a fabrica-ção do iPad e o iPhones e a geração de mais seis mil futuros empregos no Brasil. A informação foi confir-mada pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante que garantiu estar tudo certo para que a gigante Apple se instale no Distrito Industrial, em Jundiaí.“Nos próximos dias, a Receita Federal anunciará a equiparação tributária dos tablets aos notebo-oks”, afirma o vereador Durval Orlato (PT), que intermediu com o
presidente do Sindicato dos Meta-lúrgicos, Eliseu Silva Costa junto ao ministro. “O Mercadante foi um dos intermediadores do Governo com a Foxconn. As informações sobre a estrutura disponível na cidade foram muito importantes para a decisão dos diretores da empresa”, analisa o vereador.A possibilidade de geração de aproximadamente 6 mil novos empregos na cidade empolga o presidente dos Metalúrgicos. “Já estamos nos estruturando para registrar os novos postos de traba-lho e oferecer condições para a qualificação dos candidatos”, adianta Eliseu.
Placas da Prefeitura não informam nem educam
Entrelinhas daPOLÍTICA
Tiro certeiroDepois dos delegados Fernando Bardi e Paulo Sérgio, mais uma força policial se desloca para a política. Fátima Giassetti, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, assinou a ficha de filiação no PPS para, provavelmente, ser candidata a vereadora.
E agora?Um dos vereadores que apoiou o aumento do salário para R$ 12 mil e voltou atrás após a pressão popular não tem dormido à noite. Com os amigos mais próximos, o parlamentar metido a Don Juan comenta estar preocupadíssimo com as eleições do ano que vem. E tem que ficar preocu-pado mesmo!
Fake, não!O pessoal do Cidade Democrática precisa ficar atento no concurso Cidadonos. Têm aumentado muito o número de cadastrados sem identifi-cação: colocam só o primeiro nome, sem foto e nada de descrição. Será que existem mesmo?
Sem freioO ex-presidente do PMDB de Jundiaí, Armando Fadigatti, desembestou a praguejar pelos quatro cantos que atacaram-no “traiçoeiramente pelas costas” e tomaram-lhe o partido após a morte de Orestes Quércia. Qual seria o motivo de tanta ferocidade do diretor da Secretaria de Serviços Públicos? Pisa no freio, Fadigatti!
Durval Orlato e Eliseu Silva
junto ao ministro Mercadante
4 Folha do Japi Folha do Japi 5
A cidade de Jundiaí tem o preço
da passagem mais caro que 24 das
27 capitais do país (incluindo o
Distrito Federal). O valor de R$
2,65 perde apenas para São Paulo,
Porto Alegre e Florianópolis,
cujos valores foram reajustados
este ano e são de R$ 3, R$ 2,70 e R$
2,95 respectivamente. Rio de Jane-
iro, Brasília e Salvador são cida-
des com população muito superi-
or ao número de Jundiaí e, ainda
assim, apresentam tarifas de
transporte público mais baixas.
“São Paulo injetou no sistema de
transporte coletivo quase R$ 2
milhões por dia em 2010”, afirma
o ex-secretário de Transportes por
15 anos em Jundiaí, José Carlos
Sacramoni. Ainda de acordo com
ele, a Prefeitura da capital paulis-
ta destinou no último ano 1,7% do
orçamento municipal, totalizan-
do R$ 600 milhões no ano. “Por
que todo mundo consegue inves-
tir no transporte público, só Jun-
diaí que não consegue?”.
O alto custo do transporte reflete
diretamente no bolso da popula-
ção que está insatisfeita com o
serviço prestado. A merendeira
Maria Helena Brito utiliza seis
ônibus por dia e reclama da falta
de estrutura no atendimento,
principalmente na Linha da Vila
Aparecida. “É um descaso com a
sociedade, os ônibus são sempre
lotados e nunca passam no horá-
rio”, reclama. Para ela o valor
pago pela passagem deveria dar o
direito a uma viagem tranquila, já
que a mulher fica cerca de quatro
horas por dia dentro do ônibus.
A passageira Gisele de Lima Arru-
da utiliza o transporte público
para ir ao trabalho diariamente e
lembra que há 15 anos o valor da
passagem era de apenas R$ 1.
“Logo quando me mudei para
Jundiaí o valor era baixo, compa-
rado com o atual”, analisa. Ainda
de acordo com ela se pudesse não
dependeria de ônibus. “Eu só
ando de ônibus, porque não tenho
condições de ter minha própria
condução, mas é uma vergonha o
valor, acho que muito maior do
que o serviço prestado”.
O problema no atraso dos ônibus
foi apontado pelo ex-secretário
como falta de continuidade nos
projetos dos terminais de ônibus
por parte da Prefeitura de Jundiaí.
“Ele foi idealizado em três fases,
realizamos a primeira, que foi a
integração física. Agora, a Prefei-
tura precisaria dar continuidade,
coisa que não fez”, afirma Sacra-
moni.
A integração temporal – sistema
de bilhete único – e a priorização
do transporte público nos corre-
dores são as ações mencionadas
pelo ex-secretário como inacaba-
das e descontinuadas pela atual
administração. “Jundiaí precisa
mudar e é necessário estudar mais
a questão do trânsito da cidade”,
diz.
A Prefeitura de São José do Rio
Preto, a 256 Km de Jundiaí, com
uma população de 400 mil pesso-
as e orçamento de pouco mais de
R$ 842 milhões, abaixou o valor da
passagem do transporte público
de R$ 2,30 para R$ 2,10. Enquanto
isso, Jundiaí tem mais de 370 mil
habitantes, um orçamento de
mais de R$ 1 bilhão e cobra R$ 2,65
pela passagem. “Jundiaí tem con-
dições para subsidiar uma parte
da passagem, o que falta é vonta-
de e capacidade política”, afirma
o ex-secretário de Transportes,
José Carlos Sacramoni.
Ainda segundo o ex-secretário, é
preciso que a Prefeitura priorize o
transporte e pare de embutir no
valor das passagens a isenção de
outros passageiros. Embora, as
pessoas acima de 65 anos não pa-
guem tarifa, não são isentos de
cobrança. O valor que seria cobra-
do, segundo o Sacramoni, é repas-
sado em forma de reajuste para os
demais passageiros. “A Prefeitura
deveria subsidiar o valor da passa-
gem pelo menos dos estudantes e
dos idosos”, afirma.
“É um absurdo eu ter de pagar
pelo transporte dos outros”, afirma
a ajudante de cozinha Neide India-
no. Para a mulher, a Prefeitura
deveria ser responsável pelo custe-
io das passagens dos idosos e estu-
dantes. “Já pago uma tarifa alta
pela baixa qualidade no transporte
público e ainda pago meus impos-
tos, que está embutido o preço do
transporte”, acredita.
Uma possível solução apontada
pelo ex-secretário seria o cadastra-
mento de alunos que utilizam o
transporte público. Desta maneira,
a Prefeitura teria um controle com
uso de computadores da frequên-
cia do aluno na escola. “Não faze-
mos tudo pela internet hoje? Até
mesmo enviar o imposto de renda
é feito pela internet, porque não
utilizar esta ferramenta para con-
trolar a frequência do aluno em
aula e assim, poder custear esta
passagem para este estudante?”,
exclama.
“Não adianta a Prefeitura achar
que a solução é colocar GPS nos
ônibus e novas frotas, se não in-
vestir no transporte. É preciso
parar de enxergar somente a 9 de
Julho”, ironiza Sacramoni referin-
do-se à obra naquela via, porque,
segundo ele, é a única que pode
ser vista do Paço Municipal.
Em nota, a Secretaria de Transpor-
te apenas informou que a Prefeitu-
ra de Jundiaí oferece aos estudan-
tes do ensino fundamental, médio
e superior isenção de 50% no valor
da tarifa de ônibus mediante com-
provação de matrícula em institui-
ções de ensino regulares reconhe-
cidas pelo MEC (Ministério da
Educação).