folheto igreja nossa senhora de fátima (Águas)

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Igreja Nossa Senhora de Fátima Águas Foto de João Crisóstomo Obra de: Nuno Teotónio Pereira Projeto: 1949-1955 Obra (conclusão): 1957 Arquiteto: Nuno Teotónio Pereira Estudo Cromático: Frederico George Intervenções Plásticas: Jorge Vieira, António Lino, António Paiva Construção: Mestre João Cartola Cliente: Casa Megre n. Lisboa,1922. Arquiteto pela Escola de Belas Artes de Lisboa. Pesquisa e elaboração de: ADIA-Associação de Desenvolvimento Integrado de Águas Bibliografia: Jornal Raiano (n. 330 setembro 2003) Revista Arquitetura (n. 60 outubro de 1957) Arquitetura e Cidadania Atelier Nuno Teotónio Pereira

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Folheto elaborado por ADIA - Associação de Desenvolvimento Integrado de Águas.

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Page 1: Folheto igreja nossa senhora de Fátima (Águas)

Igreja Nossa Senhora de Fátima

Águas

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stom

o

Obra de:

Nuno Teotónio Pereira

Projeto: 1949-1955

Obra (conclusão): 1957

Arquiteto: Nuno Teotónio Pereira

Estudo Cromático: Frederico George

Intervenções Plásticas: Jorge Vieira, António Lino, António Paiva

Construção: Mestre João Cartola

Cliente: Casa Megre

n. Lisboa,1922. Arquiteto pela Escola de Belas Artes de Lisboa.

Pesquisa e elaboração de:

ADIA-Associação de Desenvolvimento Integrado de Águas

Bibliografia:

Jornal Raiano (n. 330 setembro 2003)

Revista Arquitetura (n. 60 outubro de 1957)

Arquitetura e Cidadania

Atelier Nuno Teotónio Pereira

Page 2: Folheto igreja nossa senhora de Fátima (Águas)

Linha de sangra (3mm para cada lado);Linha de corte (210x297mm);Linha de segurança (3mm longe do corte);Linha de vinco com 99mm cada parte.

«A construção da nova igreja das Águas, que se desenrolou ao longo de oito anos, 1950 e 1957, foi uma aventura.Uma aventura para os promotores, a Família Megre, para o Pároco, P. António Lobo, para o arquitecto e para o construtor.Trata-se de edificar nos confins da Beira Baixa, uma igreja «moderna», que rompesse com os velhos e degenerados modelos do barroco tardio, que ainda vigoram na região quando se tratava de arquitectura das igrejas. Foi por tudo isto também uma aposta. Mas, se havia essa intenção de modernidade, procurou-se no projecto, entregue a um jovem arquitecto, que a nova igreja casasse bem com o sítio e que não significasse uma ruptura violenta com a arquitectura envolvente, integrando-se na paisagem beirã e utilizando os materiais tradicionais como o granito e o castanho.Tratava-se pois de uma obra diferente do que era habitual, de uma dimensão invulgar para a região, e muito exigente quanto às técnicas de construção. Para a erguer era preciso um Mestre que dominasse perfeitamente os processos tradicionais e também as modernas técnicas do betão armado e que estivesse disposto a correr riscos de uma aventura. Esse Mestre foi João Cartola.

Mestre Cartola pôs na obra todo o seu saber e todo o seu entusiasmo, que eram tão grandes quanto a estatura de homem forte. Homem forte no físico, no profissional, no moral. Competente Mestre-operário, que trabalhava tão bem com o ponteiro e o cinzel como com varões e as confragens do betão armado. Muitos pormenores do projecto foram resolvidos com a sua colaboração, pois dava as suas opiniões e fazia os seus comentários sem sombra de receio, mas também sem arrogância.Conservo na memória a imagem de João Cartola como um exemplo dos antigos mestres construtores que hoje vão rareando. O seu saber, a sua dignidade e o seu brio profissional foram insubstituíveis para viver aquela aventura e ganhar aquela aposta.»

Testemunho do Arqº Nuno Teotónio Pereira9 de maio de 1989

50 anos depois, a crítica não tem dúvidas de que

a igreja das Águas - como é conhecida - é um dos

edifícios religiosos mais importantes da história

da arquitetura portuguesa do século XX.

A colaboração com artistas plásticos foi intensa

e articulou opções de materiais e soluções

inovadoras de que destacam a Via-Sacra

concebida por António Luís de Paiva, o painel

cerâmico do batistério de António Lino, o

crucifixo de Jorge Vieira e o estudo de cor

elaborado por Frederico George.

Batistério - Bloco de granito virgem retirado do rio

A igreja de Nossa Senhora de Fátima é o retrato

de alguém que estava verdadeiramente atento à

realidade e às necessidades humanas e, como tal,

antecipou a evolução da arquitetura moderna da

sua fase racionalista para uma nova, de base

humana mais ampla, aberta largamente aos

valores espirituais e às tradições locais. Mais de

Planta poligonal composta por nave e capela-mor mais estreita, tendo sacristia adossada à fachada lateral esquerda e campanário isolado. Fachada principal virada a Noroeste.