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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5091 • Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 10 PATACAS 26 0 C/32 0 C • HOJE Fonte SMG O SUCESSO DE “GAME OF THRONES” DOSSIER Centrais PUB Pág. 5 Costa visita Pequim e Xangai antes da RAEM O Primeiro-Ministro português efectuará entre 8 e 12 de Outubro uma visita de cinco dias à Repú- blica Popular da China, a qual inclui também uma deslocação à RAEM. Antes de chegar ao terri- tório, António Costa passará por Pequim e Xangai. Última China começa a procurar vida extraterrestre O maior radiotelescópio do mundo, com 500 metros de diâmetro, come- çou ontem a operar no sudoeste da China, num projecto que Pequim diz que ajudará a humanidade a procu- rar vida extraterrestre. Centenas de investigadores chineses e de outros países assistiram ao acontecimento, o culminar de um projecto começa- do em 1994. Construído numa zona montanhosa da província de Gui- zhou, o FAST (“Aperture Spherical Radio Telescope”) custou 1,2 mil mi- lhões de yuan e tem o dobro da sensi- bilidade do telescópio do Observató- rio Arecibo, em Porto Rico, que com 305 metros era até agora o maior do mundo, salientou a agência Xinhua. O telescópio, cuja construção termi- nou em Julho, usará o seu reflector, com uma área equivalente a 30 cam- pos de futebol, para procurar sinais de vida inteligente e observar pul- sares distantes - estrelas de neutrões muito pequenas e que giram muito rapidamente, que se acredita serem resultado de explosões de superno- vas. O FAST poderá levar a “des- cobertas para além da nossa ima- ginação”, disse à Xinhua Douglas Vakoch, presidente do METI, grupo que envia mensagens para o espaço, em busca de vida inteligente. A troco de uma renda mensal de 700 mil patacas, sujeita a revisão anual consoante a inflação, a Farmácia Popular vai instalar-se no espaço onde durante mais de 50 anos funcionou o Cartório Nota- rial. Segundo o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, a relação com o Grupo Popular é de “confiança” e a “ampliação” da farmá- cia vai funcionar num ambiente de cariz museológico. Por outro lado, António José de Freitas lamentou o estado de degradação do edifício da Farmácia Popular, acusando o Instituto Cultural de usar “padrões diferentes” na salvaguarda do património. Farmácia Popular ocupa espaço do 1º Cartório Agente policial deixou pistola em WC Um agente do Departamento de Trânsito do CPSP está sujeito a uma investigação disciplinar, após se ter esquecido da arma de serviço, numa casa de banho na Praça Flor de Lótus. O caso foi detectado por cidadãos que aler- taram a polícia. Pág. 4 Rede de autocarros perto do “limite” A DSAT relevou que os autocar- ros de Macau receberam em Julho cerca de 580 mil passageiros por dia, estando o sistema prestes a atingir o limite previsto. Porém, o director da DSAT garante que o sistema ainda consegue suportar “mais”. Pág. 7 “Borlas” ligadas ao Jogo atingem 9,8 mil milhões Apesar das receitas globais do sector do jogo terem caído 34,1% em 2015, as empresas continua- ram a gastar um montante eleva- do em bens e serviços gratuitos para clientes. O valor rondou os 9,81 mil milhões de patacas e ape- nas decresceu 14%. Pág. 8 Págs. 2 e 3 PLANO ENVOLVE AIR MACAU Lisboa no radar da Air China PENNY WAN, DOCENTE DO IFT, EM ENTREVISTA AO JTM Património deve ter “regras mais claras” FOTO JTM Pág. 9

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Page 1: Fonte SMG - JTM · zhou, o FAST (“Aperture Spherical Radio Telescope”) custou 1,2 mil mi-lhões de yuan e tem o dobro da sensi - bilidade do telescópio do Observató - rio Arecibo,

Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5091 • Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 10 PATACAS

260C/320C• • • HOJE

Fonte SMG

O SUCESSO DE “GAME OF THRONES” DOSSIERCentrais

PUB

Pág. 5

Costa visita Pequim e Xangai antes da RAEMO Primeiro-Ministro português efectuará entre 8 e 12 de Outubro uma visita de cinco dias à Repú-blica Popular da China, a qual inclui também uma deslocação à RAEM. Antes de chegar ao terri-tório, António Costa passará por Pequim e Xangai. Última

China começa a procurarvida extraterrestre

O maior radiotelescópio do mundo, com 500 metros de diâmetro, come-çou ontem a operar no sudoeste da China, num projecto que Pequim diz que ajudará a humanidade a procu-rar vida extraterrestre. Centenas de investigadores chineses e de outros países assistiram ao acontecimento, o culminar de um projecto começa-do em 1994. Construído numa zona montanhosa da província de Gui-zhou, o FAST (“Aperture Spherical Radio Telescope”) custou 1,2 mil mi-lhões de yuan e tem o dobro da sensi-bilidade do telescópio do Observató-rio Arecibo, em Porto Rico, que com 305 metros era até agora o maior do mundo, salientou a agência Xinhua. O telescópio, cuja construção termi-nou em Julho, usará o seu reflector, com uma área equivalente a 30 cam-pos de futebol, para procurar sinais de vida inteligente e observar pul-sares distantes - estrelas de neutrões muito pequenas e que giram muito rapidamente, que se acredita serem resultado de explosões de superno-vas. O FAST poderá levar a “des-cobertas para além da nossa ima-ginação”, disse à Xinhua Douglas Vakoch, presidente do METI, grupo que envia mensagens para o espaço, em busca de vida inteligente.

A troco de uma renda mensal de 700 mil patacas, sujeita a revisão anual consoante a inflação, a Farmácia Popular vai instalar-se no espaço onde durante mais de 50 anos funcionou o Cartório Nota-rial. Segundo o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, a relação com o Grupo Popular é de “confiança” e a “ampliação” da farmá-

cia vai funcionar num ambiente de cariz museológico. Por outro lado, António José de Freitas lamentou o estado de degradação do edifício da Farmácia Popular, acusando o Instituto Cultural de usar “padrões diferentes” na salvaguarda do património.

Farmácia Popular ocupaespaço do 1º Cartório

Agente policial deixou pistola em WCUm agente do Departamento de Trânsito do CPSP está sujeito a uma investigação disciplinar, após se ter esquecido da arma de serviço, numa casa de banho na Praça Flor de Lótus. O caso foi detectado por cidadãos que aler-taram a polícia. Pág. 4

Rede de autocarrosperto do “limite”A DSAT relevou que os autocar-ros de Macau receberam em Julho cerca de 580 mil passageiros por dia, estando o sistema prestes a atingir o limite previsto. Porém, o director da DSAT garante que o sistema ainda consegue suportar “mais”. Pág. 7

“Borlas” ligadas ao Jogoatingem 9,8 mil milhõesApesar das receitas globais do sector do jogo terem caído 34,1% em 2015, as empresas continua-ram a gastar um montante eleva-do em bens e serviços gratuitos para clientes. O valor rondou os 9,81 mil milhões de patacas e ape-nas decresceu 14%. Pág. 8

Págs. 2 e 3

PLANO ENVOLVE AIR MACAU

Lisboa no radar da Air China

PENNY WAN, DOCENTE DO IFT, EM ENTREVISTA AO JTM

Património deve ter“regras mais claras”

FOTO

JTM

Pág. 9

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Secretário da Redacção : Alex Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

O potencial do turismo de Macau tem sido aproveitado em pleno?

-Macau tem muito potencial, de facto, mas as coisas têm de ser me-lhor organizadas e tem de se fazer muito mais. Por exemplo, há pessoas que dizem que a cidade já atingiu o limite de capaci-dade em termos do volume de turistas e não conseguimos dar resposta às necessi-dades, mas se gerirmos melhor os nossos recursos podemos providenciar serviços de turismo de melhor qualidade. Digo isto porque há terrenos que não estão a ser usados do modo mais eficiente. A zona de Nam Van, agora com os cafés e as lojas, foi um bom exemplo do que de-

via ser feito. Áreas como essa deveriam ser melhor exploradas. Depois há outras zonas do Património que podem ser me-lhor utilizadas, transformadas em espa-ços de lazer e turismo. Mas, em primeiro lugar devíamos dar um uso aos terrenos não aproveitados e perceber de que for-ma podemos dispersar os nossos turistas daquelas zonas mais populares para zo-nas menos conhecidas. Há muitas zonas que são Património e permanecem quase intocadas.

-Por exemplo?-O Largo do Lilau. Muito poucas pes-

soas lá vão. A Capela de Nossa Senhora da Penha é outro dos lugares que está nessa situação. Estes locais não estão a ser visitados porque é muito difícil de lá chegar, quase não há transportes e não há muitas indicações para quem prefere ir a pé. Mesmo se perguntarmos às pes-soas de Macau se já visitaram todos os monumentos considerados Património, elas dizem que não. Alguns [monumen-tos] nem sabem onde são, quanto mais os turistas. Acabam por visitar dois ou três lugares como as Ruínas de São Paulo ou o Templo de A-Má. Os outros locais não são visitados. O Governo devia investir mais nesta área de encaminhar os turistas para outras áreas. Sei que a Direcção dos Servi-ços de Turismo (DST) criou vários percur-sos que podem ser feitos a pé e esta é uma boa forma de levar as pessoas para outros locais, mas também devia ser feito um es-tudo de viabilidade sobre uma forma de

interligar vários pontos através de uma espécie de teleférico. Por exemplo, as Ruí-nas de São Paulo podem ter um teleférico que leve depois as pessoas para a Penha. Têm de pensar nestes novos elementos. Agora estão a falar em criar uma espé-cie de autocarro “aquático”, por isso, se podemos usar a água, também podemos usar o ar para transportar pessoas. Estão agora a criar o Plano Geral para o turismo e isso é muito bom, sobretudo se for feito em conjunto com um Plano Director para a cidade para se perceber onde vão ser construídos outros hotéis, que terrenos estão disponíveis, que espaço temos para a habitação. O Governo tem de ter infor-mações muito concretas antes de avançar com a construção de qualquer coisa, caso contrário é uma confusão.

-Além de melhorar os transportes, como é que se pode levar os turistas a vi-sitar locais como o Largo do Lilau?

-O Instituto Cultural (IC) tem feito um bom trabalho. No Largo do Lilau há a Casa do Mandarim que tem sido re-modelada e tem conteúdos ricos que as pessoas podem apreciar, mas há outras faces de qualquer produto turístico que devem ser melhoradas. A Casa do Man-darim é um bom produto, mas o Largo do Lilau ainda não está completamente desenvolvido. Há um conjunto de casas amarelas de proprietários privados. An-tes havia a intenção de as transformar em hotéis e para propósitos educacionais no campo da hotelaria. Até falaram comigo

Inês Almeida

para ajudar. O proprietário tinha a ideia de entregar o espaço para uso do Go-verno. Mas devia desenvolver-se aquela área para que as pessoas, quando chega-rem ali, verem que há muitas actividades nas quais podem participar e muita coisa para ver, locais para fazer compras, cafés. Assim, torna-se uma zona interessante com um motivo para as pessoas despen-derem esforço e tempo para lá ir. Depois, claro, como já disse, é preciso melhorar os transportes.

-O facto de alguns edifícios nestas zonas serem propriedade privada está a tornar difícil o seu desenvolvimento?

-O Governo tem falado de renova-ção urbana há muito tempo, há mais de 10 anos. Mas, nos últimos dois anos têm falado em criar uma autoridade para se ocupar dessa tarefa, alguém que se foque mesmo nesta questão. Temos de criar uma autoridade para a renovação urba-na. Em Singapura e Hong Kong fazem--no muito bem. Têm uma instituição que coordena com os proprietários privados. Sem este tipo de autoridade, é muito difí-cil trabalhar neste campo.

-Já existe o Conselho para a Renova-ção Urbana...

-Esse é um painel que apenas aconse-lha. Eles não têm um poder real. É preci-so que haja uma organização com poder, como em Hong Kong onde esse órgão delineia um plano para determinadas áreas, depois fala com os proprietários e a grande maioria concorda, por isso, este órgão tem a capacidade de desenvolver as propriedades. Há um mecanismo for-mal para aquisição dos terrenos. Claro que ele exige incentivos ou uma forma qualquer de compensação. No entanto, deste modo, todos ficam a ganhar. Algu-mas casas são antigas, não estão aptas a ser habitadas, portanto, se o Governo pudesse adquiri-las e requalificá-las para um desenvolvimento futuro seria bom para toda a gente.

PENNY WAN EM ENTREVISTA AO JORNAL TRIBUNA DE MACAU

“Devíamos despender mais esforço e dinheiro na área do Património”

Devia ser feito um estudo de viabilidade sobre uma for-ma de interligar vários pontos através de uma espécie de teleférico. Por exemplo, as Ruínas de São Paulo podem ter

um teleférico que leve depois as pessoas para a Penha

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Macau tem muito potencial em termos de turismo, no entanto, precisa de regras mais específicas no tratamento do Património e deve potenciar o desenvolvimento das zonas classificadas para que despertem maior interesse aos turistas, defende Penny Wan. Em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a professora do Instituto de Formação Turística falou ainda da construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, sustentando que poderá trazer alguns riscos ao nível da hotelaria, já que as estadias na cidade chinesa que faz fronteira com a RAEM representam uma despesa muito menor para os turistas

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 03

-O Património, que é visto como um dos maiores trunfos do turismo, tem sido bem aproveitado?

-Macau tem feito um bom trabalho na protecção e conservação do Patrimó-nio, sobretudo se compararmos com as regiões vizinhas. Porém, devemos fazer sempre mais. É preciso haver regras mais claras para o Património. Talvez seja uma questão de falta de transparência. Não entendo os critérios utilizados, às vezes. Vejamos o caso do BNU. Quando foi pre-servado, mantiveram a fachada original, as funções também se mantêm, só cres-ceu em altura. Outros edifícios são de-molidos para construir novos. Podemos ver que há abordagens diferentes na pro-tecção do Património e, enquanto acadé-mica, tenho de me perguntar porquê. Se há motivos, por favor, expliquem-nos. A transparência não é importante só para quem está envolvido nos processos mas também para o público perceber o que se passa na comunidade. Em segundo lugar, continuo a acreditar que há elementos do Património que não conseguem projectar a sua verdadeira história.

-Como assim?-Há edifícios ou zonas que são identi-

ficadas como Património mas não há um esforço para contar às pessoas a história, o passado desses sítios. Quando os visi-tantes lá vão, sabem que está na lista do Património mas não sabem bem porquê. Mais uma vez, o Largo do Lilau é um bom exemplo. Remodelaram o espaço, mas a fonte continua lá. Sempre que passo por lá, não há muitas informações sobre a his-tória do Largo do Lilau. Remodelar aque-le local e torná-lo mais “vivo” é bom, mas o Governo deve investir mais no sector da informação fornecida aos turistas. Isso pode ser feito com instalação de sinais, com jogos, alguns cartazes a explicar a história ou até através de actividades as-sociadas ao lugar. Há uma história muito associada à fonte. Se houver actividades no âmbito destes temas, estamos a forne-cer um melhor produto aos turistas por-que eles vão aos locais e querem perceber a história, especialmente os japoneses ou de Singapura. Mesmo alguns turistas da China querem ficar a conhecer em pro-fundidade quando visitam. Na zona das casas amarelas podem ser instalados ca-fés com temas como a água, coisas desse género. É preciso um produto que integre tudo o que há numa zona, não apenas os edifícios individualmente.

-Porque é que isso ainda não acon-tece? O Governo está muito focado nos visitantes que vêm só para jogar?

-Não tenho a certeza, por isso não sei o que responder. O Governo tem de fazer mais em termos criativos. O sector do jogo é muito importante sobretudo em termos de fonte de rendimento, mas deve-se usar estas receitas para desen-volver outras indústrias e diversificar a economia. Outra coisa que podem fazer é contratar mais licenciados em áreas li-gadas ao Património para ajudar o IC a melhorar esse sector. Quando falo com estudantes destas áreas percebo que mui-tos não conseguem encontrar um traba-lho no ramo depois de se formarem e uma das razões tem a ver com o facto de o Governo não oferecer muitos empregos nessa área.

-Isso faz sentido, numa cidade com tanto Património histórico?

-Visto que a nossa economia é tão boa e o Património é tão importante para a nossa vida e para a nossa história, devía-mos despender mais esforço e dinheiro nessa área. Temos estudantes especialis-tas nessa área que podem cooperar, aju-dar a compreender a melhor forma de desenvolver o Património, por exemplo, como melhorar a sinalização ou como inovar em termos de produtos turísticos.

-Como vê os incidentes que ocorre-

ram na Igreja de Santo Agostinho e no Templo de A-Má?

-O Instituto Cultural está a fazer um bom trabalho nesta área mas há muita coisa a que é preciso ter atenção. O IC ain-da está a aprender a gerir toda esta área, diariamente. A questão do Templo de A-Má teve a ver com a gestão. Nunca tí-nhamos tido esse tipo de problemas, por isso, de cada vez que algo novo surge, o IC aprende e espero que, depois destas lições, possa melhorar e fortalecer a regu-lamentação. Mas tem de prestar atenção quer à manutenção, quer à gestão dos lo-cais. Ainda assim, o IC já tem falado com os proprietários sobre os cuidados a ter sobretudo na altura das chuvas para pre-caver situações de infiltração.

-Há cinco edifícios em risco devido ao mau tempo, como a Capela da Penha, o Armazém do Boi e a própria Igreja de Santo Agostinho. O que deve ser feito para prevenir os danos?

-Têm de continuar a inspeccionar os monumentos e a arranjar o que for pre-ciso com muita regularidade. É preciso também uma investigação profunda para evitar que se corrijam alguns problemas mas se mantenham outros. Este é o traba-lho do Governo.

-O Governo também disse recente-mente que pretende criar novas zonas turísticas, como por exemplo, em Ká--Hó. Isso será positivo?

-É uma boa ideia. O Governo está à procura de formas de dispersar os turis-tas das zonas centrais. No entanto, em determinadas zonas as pessoas ficam re-ticentes em deixar entrar na comunidade turistas que podem perturbar as condi-ções de vida. Assim, é preciso fazer um estudo que nos ajude a compreender o impacto de levar turistas para essas zo-nas. Tudo precisa de planificação.

-É possível encontrar o ponto de equilíbrio, isto é, desenvolver o turismo sem afectar as condições de vida dos re-sidentes?

-É impossível querermos manter o ambiente intocado como antes e desen-volver o turismo ao mesmo tempo, para termos o retorno económico. Os residen-tes têm de sacrificar algumas coisas a que se habituaram no passado mas, ao mesmo tempo, ganham com os benefí-cios que o turismo traz. Para formular os planos, o Governo tem de fazer alguns estudos para ouvir os residentes.

-A hotelaria tem sofrido algumas quebras. Porque é que isso tem aconte-cido?

-O sector é muito competitivo. Temos cada vez mais hotéis. Recentemente vi-mos abrir mais dois e alguns dos maiores hotéis começam a oferecer preços muito atractivos para chamar os turistas. Assim, os hotéis de menor dimensão sentem al-guma pressão. Há uma competição mui-to apertada.

-A abertura do Parisian e do Wynn Palace vai ser positiva para o sector?

-Claro. Há um dos novos complexos que tem uma grande área para as crianças e muitos turistas da área de Guangdong vêm porque há muitas actividades para os filhos. Isso vem ajudar a diversificar a economia, a levá-la para lá do jogo que, de qualquer forma, é aquilo que o Gover-no chinês nos tem aconselhado a fazer.

-O Studio City investiu muito nessa vertente e mesmo assim não está a ter a performance desejada. Será que esse género de entretenimento não interessa aos turistas?

-Essa pode ser uma de muitas razões. Os turistas, hoje em dia, têm uma vas-ta experiência em termos de viagens e sabem escolher muito bem o local onde querem ficar. Para isso, têm de ver coi-sas que lhes agradem, que lhes chamem a atenção. De qualquer forma, isso acon-tece sempre. Já tivemos exemplos de ou-

Há edifícios ou zonas que são identificadas comoPatrimónio mas não há um esforço para contar

às pessoas a história, o passado desses sítios

tros “resorts” que no início não estavam a ter tão bons resultados e depois melho-raram. Por exemplo, o City of Dreams há uns anos tinha um espectáculo per-manente que não atraía muito público depois alterou para a “House of Dancing Water” e tornou-se muito popular. As operadoras de jogo são muito inteligen-tes. Estão a testar o mercado e a trabalhar para acomodar os gostos dos turistas. Isso também é positivo para os residen-tes porque têm mais entretenimento na cidade. Macau é muito sortuda. Todos os hotéis famosos e restaurantes Michelin estão aqui.

-Um dos problemas do sector tem a ver com o tempo de permanência dos turistas. Como se pode prolongar as es-tadias?

-Este é um tópico muito importante que tem sido investigado pela DST desde há muito tempo. Injecção de novos pro-dutos, sobretudo as actividades não liga-das ao jogo, podem ajudar a prolongar as

estadias. Se os adultos puderem jogar nos casinos e houver um espaço para as crian-ças pelo menos é possível aumentar as es-tadias de 1,1 dias para pelo menos 1,7 no futuro, mas depende de quão atractivos são os novos produtos criados. O Gover-no e as operadoras estão a caminhar nes-ta direcção, para chamar mais turistas do mercado de massas. Isso é importante, so-bretudo se a ponte Hong Kong-Zhuhai--Macau estiver aberta. Os turistas pode-rão pernoitar em Zhuhai em vez de em Macau, porque os hotéis em Zhuhai são muito mais baratos. Ainda assim, vamos ter muitos turistas que vão e vêm. É um risco, mas no sector do entretenimento e da restauração Macau vai continuar a ganhar porque as pessoas não vão pen-sar ‘estou com fome, talvez deva voltar para Zhuhai para comer’, e Macau ainda tem muito para dar nesse campo. No que respeita às estadias, devemos pensar se precisamos de mais hotéis de cinco, de quatro ou mesmo de três estrelas.

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A Associação Geral das Mulheres de Macau vai criar um aloja-

mento temporário para as ví-timas de violência doméstica, juntamente com uma série de medidas que visa dar acompa-nhamento à Lei de Prevenção e Combate à Violência Domés-tica, a entrar em vigor no dia 5 de Outubro.

O novo espaço deverá abrir no final deste ano e terá capa-cidade para acolher 39 pessoas que devem ficar alojadas por um período mínimo de quatro dias e um máximo de 90. O objectivo é evitar reacções precipitadas por parte das vítimas dando-lhes, deste modo, mais tempo para pensar conscientemente.

A vice-presidente da As-sociação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng, esclareceu que o Centro de Solidariedade Lai Yuen difere completamente da residência que será criada, pois o novo espaço irá dar uma vida inde-pendente aos que lá queiram permanecer.

Segundo o jornal “Ou Mun”, a ideia de criar o alojamento

temporário nasceu em 2008. A residência vai apoiar os

“hóspedes” aceites pelo Centro de Solidariedade Lai Yuen ou as vítimas de violência domés-tica, e os filhos menores, que não têm alojamento seguro. Po-rém, apenas poderão usufruir do serviço os filhos menores que tenham residência.

Além de disponibilizar alo-jamento, a associação vai lan-çar um apoio psicológico às vítimas de modo a dar acom-panhamento à lei contra a vio-lência doméstica.

Segundo a Associação Ge-ral das Mulheres, o centro re-cebeu 4.200 chamadas durante 11 anos, entre as quais metade alegaram problemas relaciona-dos com violência doméstica.

O centro acolheu 543 víti-mas do sexo feminino, incluin-do 349 crianças. Além disso, em 70% dos casos, os autores do crime foram os maridos, 60% das vítimas sofreram de violência durante mais de cin-co anos, e cerca de 30% ao lon-go de 10 anos.

A associação acredita que a lei poderá melhorar significa-tivamente o mecanismo para o tratamento da violência do-méstica.

Segunda-feira, 26 de Setembro de 201604 JTM | LOCAL

Viviana ChanUm agente do Departamento de Trânsi-

to está sujeito a uma investigação dis-ciplinar, depois de se ter esquecido da

arma de serviço, numa casa de banho na Praça Flor de Lótus.

O episódio ocorreu na manhã da quarta-fei-ra e foi detectado por cidadãos que alertaram o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). O caso começou a correr as redes sociais, devi-do a uma fotografia, no entanto, a resposta das autoridades apenas surgiu dois dias depois.

O CPSP reconheceu o caso e indicou que o agente envolvido iniciou funções em 1999 e foi buscar a pistola ao local 10 minutos depois. Para além disso, a corporação afirmou que vai avançar com o reforço da formação dos agen-tes policiais.

Em Junho, um segurança privado pousou uma pistola no balcão de um banco, sem in-tenção, e foi-lhe retirada a licença de porte de arma, tendo sido a empresa multada.

Cocaína líquida traficada em preservativos

Noutro caso, a Polícia Judiciária (PJ) inter-ceptou um indivíduo, do Peru, apanhado com cocaína líquida dentro do corpo. Este foi o pri-meiro caso do género no território.

Segundo o jornal “Ou Mun”, a droga valia cerca de 10 milhões de patacas e era transpor-tada em cerca de 50 preservativos.

As informações indicam que o cozinheiro de 63 anos está envolvido numa rede de tráfi-co transfronteiriça e, segundo terá confessado, não foi a primeira vez que serviu de “mula de droga”. Desde Julho que fazia a mesma via-gem com partida no Brasil e Macau e Hong Kong como escalas.

A troco de 5.000 dólares americanos, o ho-

CASO ENVOLVE AGENTE DO CPSP

Polícia deixou pistola no WCUma pistola do CPSP ficou esquecida numa casa-de-banho por um agente, que está agora sujeito a procedimentos disciplinares. Noutro caso, foi preso um cozinheiro que tentou entrar no território com cocaína líquida avaliada em 10 milhões de patacas e transportada dentro do corpo com a ajuda de preservativos

ASSOCIÇÃO DAS MULHERES VAI OFERECER GUARIDA

Alojamento temporário para vítimas de violênciaA partir do final do ano, as vítimas de violência doméstica poderão receber alojamento numa residência gerida pela Associação Geral das Mulheres. o espaço terá capacidade para 39 pessoas durante uma estadia máxima de três meses. Além disso, a associação vai lançar outras medidas para acompanhar a aplicação da Lei de Prevenção e Combate à Violência Doméstica

Rima Cui

mem arriscava a vida, pois os preservativos poderiam rebentar e morreria de overdose.

Noutra situação, um professor, oriundo do Continente, foi detido pela PJ, depois de ter trocado 75 notas falsificadas de 100 dólares americanos por dólares de Hong Kong, numa agência de viagem no Aeroporto de Macau.

As notas escaparam aos empregados da agência, que continuaram a trocá-las a outras pessoas, tendo depois sido descobertas por funcionários de uma casa de câmbio, que rece-beu duas notas de duas turistas da Rússia. Es-tas afirmaram ter obtido o dinheiro na agência em causa, tendo ainda 21 notas na sua posse.

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro de 2016

Execução Ordinária nº CV1-16-0053-CEO 1° Juízo Cível

Exequente: SOCIEDADE DE PROMOÇÃO DE JOGOS SENG OU LIMITADA, com sede na Avenida Xian Xing Hai, nº 353, Edifício Jardim Nam Ngon r/c AZ, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº 40122 (SO).Executado: LI YUAN, portador do BIRM 1360XXX(X), com última residência na Rua de Seng Tou, Edifício Nova Taipa, Cereja Court, 31-andar-G, Taipa-Macau, ora ausente em parte incerta;

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., correm éditos de TRINTA (30) DAIS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o Executado, supra identificado para, querendo, no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, deduzir oposição à execução acima indicada ou pagar ao exequente a dívida de capital no montante de MOP20.640.000,00 (Vinte Milhões, Seiscentas e Quarenta Mil Patacas), a que acrescerão os juros que se forem vencendo, à taxa de 6 %, as custas e condigna procuradoria ou, em alternativa, nomear bens à penhora suficientes para o pagamento da quantia exequenda sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação, seguindo-se os demais termos até final, tudo como melhor consta do requerimento inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição do citando - artºs 695º nº 1, 696º nºs 1 e 2 e 720º, todos do C.P.C..

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja deduzida oposição (art. 74. do C.P.C.).

Em RAEM, 12 de Setembro de 2016

O Juiz,Chan Io Chao

O Escrivão Judicial Adjunto,Lam Lok Kei Roque

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro de 2016

Acção Ordinária nº CV2-16-0021-CAO 2° Juízo Cível

Autora: TONY-SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO E INVESTIMENTO PREDIAL LIMITADA, com sede em Macau, na Rua Ferreira do Amaral nº 3, R/C.Réus: 1. IEONG SE CHAN aliás SER TUNG YOUNG, casado com Vong Lai Kin, com última residência conhecido nos Estados Unidos da América, Califórnia, Fresno, 3745N Teilman, ora ausente em parte incerta;2. IEONG VAI I aliás BETTY CHAN, casada com Chan Kun, residente nos Estados Unidos da América, Califórnia, San Francisco, 855 40th Avenue;3. VONG PUI LENG, casada com Alfredo Jorge Mok no regime de comunhão de adquiridos, residente em Macau, na Rua de Afonso de Albuquerque, nº 14, Edf. Com Reves Fase 1, 7 andar A.4. HO IENG CHIO;5. HO PENG IN;6. HO LOC TONG;7. HO COC CHEONG, 4ª a 7ª réus ora ausente em parte incerta; ou8. HERDEIROS DESCONHECIDOS DOS 4ª A 7ª RÉUS.

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando os IEONG SE CHAN aliás SER TUNG YOUNG, HO IENG CHIO, HO PENG IN, HO LOC TONG, HO COC CHEONG, ou HERDEIROS DESCONHECIDOS DOS 4ª A 7ª RÉUS, para no prazo de trinta (30) dias, decorridos que sejam o dos éditos, contestarem, querendo, o pedido formulado na petição inicial nos mencionados autos, que resumidamente consiste que: Deve a presente ser julgada procedente, por provada, e a sociedade A. declarada titular do direito de propriedade do prédio nº 5 do Pátio do Bonzo, descrito sob o nº 1163, a fls. 157v do Livro B-7 na Conservatória do Registo Predial de Macau, omisso na Matriz Predial de Macau dado se encontrar reduzido a terreno, para todos os efeitos legais designadamente, registar a aquisição do referido direito a seu favor na supramencionada Conservatória.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente, de que a falta da contestação, não implica o reconhecimento dos factos articulados pelos autores e ainda que é obrigatória a constituição de advogado - artº 74º do C.P.C.M.

Macau, aos 20 de Setembro de 2016

O Juiz,Seng Ioi Man

A Escrivã Judicial Auxiliar,Chang Kit Keng

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro de 2016

Execução Ordinária nº CV1-15-0001-CEO 1° Juízo Cível

Exequente: 李月華 Chu Yuet Wah, residente em Macau.Executado: 蔡良城 Choi Leong Seng, portador do B.I.R. nº xxx1310(1) Residente na Rua Nova do Patane, 66, Edifício Luen San Square, Bloco 2, 15º andar O - Macau

FAZ-SE SABER que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de QUINZE DIAS, que começam a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenha garantia real e que é o seguinte:

Imóvel penhoradoFRACÇÃO AUTÓNOMA, designada por “N15” para habitação, do

prédio, com o nºs 75 a 125, do Rua do General Ivens Ferraz, nºs 847 a 863 da Avenida do Marginal do Patane, nºs 4 a 112 da Rua Nova do Patane, com entrada pelo nº 66 da Rua Nova do Patane, descrito na Conservatória do Registo Predial de Macau, sob o nº 22107, a fls. 152v. do livro B130, núme-ro de inscrição da propriedade horizontal: nº 18637 do Livro F, número de inscrição de propriedade: nº 50238 do Livro G.

Sobre a fracção autónoma supra identificada foi constituída uma hipoteca definitivamente registada na conservatória pela inscrição nº 162228C, a favor do Bank of China Limited.

Na R.A.E.M., 13/09/2016

O Juiz,Chan Io Chao

A Escrivã Judicial Principal,Ana Capelo

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 05

ESPAÇO DO CARTÓRIO SERÁ READAPTADO PARA FINS COMERCIAIS COM COMPONENTE MUSEOLÓGICA

Farmácia Popular “ampliada” para a Santa Casa

A partir de Abril do próximo ano, o rés-do--chão do edifício-sede da Santa Casa da Misericórdia, onde durante mais de 50 anos

esteve instalado o 1º Cartório Notarial, vai ser ex-plorado pelo Grupo Popular, detentor da Farmácia Popular.

O projecto terá uma “dupla finalidade” e fará jus à preocupação da Irmandade em respeitar a voca-ção histórica e cultural do edifício. “A Santa Casa sempre se preocupou, não é de agora, pela preser-vação histórica do edifício em si. Sempre tivemos essa preocupação. Enquanto Irmandade e Santa Casa activa em Macau temos de saber preservar a história e o edifício em si”, disse o Provedor da ins-tituição, António José de Freitas, ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU.

O contrato de arrendamento, válido por 10 anos e que deverá ser assinado ainda este mês, prevê que a Santa Casa receba “no mínimo” 700 mil patacas mensais fixas, uma vez que a renda será revista anualmente em função do valor oficial da inflação.

Além disso, a Irmandade vai também receber uma comparticipação dos resultados do exercício anual da Farmácia Popular, a partir de um montan-te previamente acordado e que não será divulgado por questões de sigilo, explicou António José de Freitas.

O acordo também inclui contrapartidas para o Grupo Popular, nomeadamente o facto de ficar isento do pagamento da renda durante três meses. O contrato vigorará a partir de 1 de Janeiro, mas a renda só é válida a partir de Abril, explicou Antó-nio José de Freitas, reagindo a essa condição com naturalidade. “Quando se sai de um comércio para outro é preciso readaptar. Neste caso, como serviu mais de 50 anos como um serviço público, natural-mente que para se adaptar o espaço como uma far-mácia tem-se de fazer muita coisa”, explicou.

Apesar da renda ser inferior ao valor acordado com o Governo para o funcionamento do Cartório (1,2 milhões), António José de Freitas mostra-se confiante sobre o futuro, pois a “Farmácia Popu-lar já deu provas mais do que suficientes de que se trata de um arrendatário sério”. “Uma coisa é asse-gurar as receitas da Santa Casa e nesse aspecto jul-gamos que temos isso perfeitamente assegurado”, disse, sobre uma opção que se baseou na relação de “confiança” e “estabilidade”.

Projecto com toque “patrimonialista”

Para além da componente comercial, ou seja, do atendimento ao público, o novo arrendatário vai incluir no projecto uma vertente museológica de modo a “reproduzir e recriar o ambiente de uma farmácia antiga”, e divulgar a história e os laços que unem a Farmácia Popular à Santa Casa.

O projecto de readaptação do espaço vai ser en-tregue ao arquitecto Carlos Marreiros que, segun-do avançou, ainda não foi contactado directamente pelo futuro arrendatário. “Terei todo o gosto em de-senvolver o projecto, que me parece interessante e digno”, afirmou Carlos Marreiros ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU.

O objectivo é recriar a ambiência que remeta à história do antigo, nomeadamente de quando o far-macêutico Henrique Nolasco da Silva dirigia o es-paço. “Claro que terá de ser uma farmácia moderna e com todas as valências que a farmácia moderna exige, mas pela ambiência dar-lhe uma componente ‘patrimonialista’ e que não terá de ser em toda a farmácia”, afirmou.

Para Carlos Marreiros, este regresso ao passado poderá materializar-se através da “conjugação de

A Farmácia Popular vai ocupar o espaço onde durante mais de 50 anos funcionou o Cartório Notarial, por uma renda mensal de 700 mil patacas, sujeita a revisão anual consoante a inflação. Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia explicou que a “ampliação” da farmácia vai funcionar num ambiente de cariz museológico, frisando que a relação com o Grupo Popular é de “confiança”. Por outro lado, António José de Freitas lamentou o estado de degradação do edifício da Farmácia Popular, acusando o Instituto Cultural de usar “padrões diferentes” na salvaguarda do património

Catarina Almeida

uma linguagem que remeta às memórias da farmá-cia antiga, mas sempre moderna”.

“Julgo que era interessante num determinado local da farmácia até construir um pequeno núcleo com parafernália original da época e da farmácia, tais como balanças, pinças, caixas de esterilização, frascaria, etiquetas utilizadas, entre outros”, suge-riu Marreiros, que já assumiu outros projectos da Santa Casa da Misericórdia, incluindo o Lar da Nos-sa Senhora da Misericórdia, as duas creches, o cen-tro de convívio, entre outros.

A Farmácia Popular foi criada em 1985, sendo a empresa de matriz portuguesa que se mantém em actividade há mais tempo em Macau, com uma ocu-pação centenária e contínua, a portas-meia com o edifício-sede da Santa Casa da Misericórdia.

“Padrões diferentes”na protecção do património

Por outro lado, António José de Freitas acusou o Instituto Cultural de ter “padrões diferentes” e “dois pesos e uma medida” na preservação do Pa-trimónio, nomeadamente no que diz respeito ao edifício-sede da Santa Casa e ao da Farmácia Popu-lar. “Sendo a Santa Casa um monumento integrado no Centro Histórico merece um melhor tratamento e está no coração da cidade”, defendeu o Provedor.

A necessidade de restauro do edifício da Farmá-cia Popular foi manifestada pelo próprio IC directa-mente à Santa Casa numa carta datada de Agosto de 2015, a que o JORNAL TRIBUNA DE MACAU teve acesso. No documento, o organismo alertou para al-guns “problemas” no prédio tais como “rachas no parapeito”, “tinta na parede exterior descascada”,

“crescimento de ervas no parapeito e colunas”, e imputou ao proprietário - neste caso a Santa Casa – a “responsabilidade legal” de fazer “obras de ma-nutenção o mais cedo possível”.

Em Outubro do mesmo ano, a Santa Casa respon-deu ao IC corroborando a necessidade de restauro, advertindo porém que, enquanto proprietária, “não dispõe dos conhecimentos técnicos necessários para mandar executar tais obras”. “Nesta conformidade, a Mesa Directora entendeu que a Santa Casa deverá solicitar ao Instituto Cultural da RAEM a elabora-ção de um parecer técnico por peritos da área de preservação de imóveis de interesse patrimonial, com a respectiva previsão de custos inerentes”, su-geriu a Santa Casa.

Na mesma carta, o Provedor sugeriu ao IC a “concessão de um eventual subsídio para suporte dos encargos daí decorrentes”, pedido a que a Santa Casa nunca obteve resposta.

“O Instituto Cultural que não venha agora dizer que depois de receber a carta do pedido de reno-vação mandou imediatamente outra para negociar com a Santa Casa. Não foi nada disso. A carta que a Santa Casa enviou ao IC foi no seguimento de um ofício do Instituto Cultural apontando as falhas to-das da fachada e pedindo a intervenção da Irman-dade para intervir”, esclareceu o Provedor.

Alertando para a necessidade de obras no pré-dio da Farmácia Popular, António José de Freitas defende que esses trabalhos não competem à Santa Casa. “Para renovar deve ser um milhão, se não for mais. Somos uma instituição de fins não lucrativos, podemos ter verbas mas não para aplicá-las nesta finalidade”, vincou.

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Santa Casa arrendou o rés-do-chão do edifício ao grupo da Farmácia Popular, por 700 mil patacas mensais

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201606 JTM | LOCAL

ERRO MÉDICO ESTEVE NO CENTRO DO DEBATE DO CONSELHO PARA OS ASSUNTOS MÉDICOS

Obrigatoriedade de seguro gera preocupações

O seguro obrigatório que decorre do Regime do Erro Médico inclui uma

indemnização? Quais são as companhias de seguros reco-nhecidas pelo Governo? Se não for possível adquirir um seguro, não posso exercer? Estas foram apenas algumas das questões levantadas pelos representantes de associações ligadas ao sector da saúde que estiveram presen-tes na reunião do Conselho para os Assuntos Médicos que teve lugar na sexta-feira.

Os profissionais mostraram--se sobretudo preocupados com o facto de ainda não ser conhe-cido o valor da indemnização a pagar no caso de um erro, já que este depende de um regu-lamento administrativo ainda não adoptado, mas cuja apro-vação deverá ter lugar antes de 25 de Fevereiro do próximo ano, quando a lei entra em vigor.

Foi um assessor jurídico dos Serviços de Saúde (SSM) quem tentou apaziguar as inquieta-ções dos presentes, garantindo

Representantes de associações ligadas à saúde estiveram presentes no Conselho para os Assuntos Médicos para manifestar algumas preocupações em relação ao seguro obrigatório que a Lei do Erro Médico vem impor, nomeadamente por não se conhecer ainda o valor das indemnizações a pagar no caso de ficar provada uma conduta errada. Rui Amaral, assessor jurídico dos Serviços de Saúde, garante, no entanto, que o seguro destina-se a proteger tanto os utentes como os clínicos

Inês Almeida

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que os seus interesses ficam sal-vaguardados. “O mecanismo que foi estabelecido salvaguar-da exactamente todos esses inte-resses [dos especialistas]. O ob-jectivo do Governo foi sempre não agravar a responsabilidade que já neste momento existia e creio que isso foi garantido”, fri-sou Rui Amaral.

Ainda assim, reconheceu, “são legítimas as preocupações dos membros e das associações profissionais”. “Altera-se o re-gime vigente no que se refere à questão do seguro, que pas-sa a ser obrigatório, mas ele destina-se não só a proteger os utentes mas também os médi-cos. É neste contexto que deve ser encarado”.

Em relação ao valor da in-demnização, Rui Amaral asse-gura que, por norma, em Macau, os números não são “muito ele-vados”. “Nas reuniões que tive-mos com a Autoridade Monetá-ria isso foi várias vezes referido. O seguro varia, nomeadamente, com o tipo de especialidades. Se for em hospitais, os seguros serão mais elevados, mas essas entidades também terão capaci-

dade para cobrir essas mesmas despesas. Nas clínicas mais pe-quenas, com menor número de especialidades, os valores serão mais reduzidos”.

A título de exemplo, o asses-sor referiu que “em função dos valores que têm sido determi-nados no âmbito das acções de responsabilidade civil envolven-do erros médicos, os valores não são muito elevados. O director dos Serviços de Saúde fala de um valor à volta dos três mi-lhões de patacas”.

As preocupações dos profis-sionais do sector prenderam-se ainda com a questão da notifica-ção obrigatória, que decreta que “os prestadores de cuidados de saúde que tenham conhecimen-

to da ocorrência de erro médico ou suspeitarem da sua ocorrên-cia, estão obrigados a notificar os Serviços de Saúde no prazo de 24 horas”.

“O mecanismo de notificação obrigatória apresentado pelo di-rector, que já temos no âmbito dos Serviços de Saúde, servirá de boa fonte de inspiração para aquilo que se pretende imple-mentar nas outras unidades de saúde”, afirmou Rui Amaral.

Alguns profissionais parece-ram preocupados com o prazo de 24 horas, considerado curto. Porém, o assessor mostrou ter uma opinião diferente. “A gran-de preocupação não era tanto o prazo das 24 horas [para a no-tificação]. Vivemos em Macau,

uma região bastante pequena, e hoje, com os meios que temos, é muito fácil a comunicação”.

A maior preocupação, in-dicou Rui Amaral, era a ava-liação, por parte dos próprios profissionais de saúde, “do que é que seriam as situações de ocorrência de erros médicos e do que seriam, do nosso pon-to de vista, os fortes indícios que podiam despertar a acção de medidas de salvaguarda e investigação”.

Neste contexto, o director dos Serviços de Saúde deu um exemplo claro que esperava que viesse a esclarecer todas as dúvi-das. “Cortar uma mão esquerda em vez da direita é um forte in-dício”, frisou Lei Chin Ion.

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro dee 2016

Proc. Execução Ordinária nº CV2-13-0025-CEO 2° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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O Juiz,Seng Ioi Man

A Escrivã Judicial Auxiliar,Chang Kit Keng

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro de 2016

Procº. nº 226/2016

AUTOS DE REVISÃO E CONFIRMAÇÃO DE DECISÕES PROFERIDAS POR TRIBUNAIS OU ÁRBITOS DO EXTERIOR DE MACAURequerente: Chang Sao Wai, sexo masculino, residente em 澳門連勝 巷13號華輝大廈地下A座3號房.Requerida: Vivian Le, sexo feminino, com última residência conhecida em 2095 RADIO AVE., APT#6 SAN JOSE, CA 95125, USA.

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal e processo supra identificados, correm éditos de 30 (Trinta) dias, citando a requerida Vivian Le, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o dos éditos, que se contará a partir da segunda e última publicação deste anúncio, contestar, querendo (nos termos do nº 1 do artº 1201º do Código do Processo Civil de Macau), o pedido formulado pelo requerente, que resumidamente consiste em pedir a revisão e confirmação da sentença proferida em 21/3/2006 (processo nº 104FL123390), pelo Tribunal Superior da Califórnia dos Estados Unidos, Distrito de Santa Clara, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial e respectivos documentos que se encontram na Secretaria deste Tribunal à sua disposição, sob pena de o processo prosseguir o ulteriores termso à sua revelia, e com a intervenção do Digno Magistrado do Ministério Público, nos termos do disposto do artº 49º do Código do Processo Civil de Macau.

A constituição de Advogado (com inscrição em Associação dos Advogados em Macau), nos autos acima referidos é obrigatória, nos termos do artº 74º nº 1 al. b do Código de Processo Civil de Macau, se pretender contestar o pedido formulado pelo requerente.

Macau, 14 de Setembro de 2016

O Juiz Relator,Ho Wai Neng

O Escrivão Adjunto,Ip Pak Kei

TRIBUNAL DE SEGUNDA INSTÂNCIAANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 26 de Setembro dee 2016

Execução Ordinária nº CV3-16-0035-CEO 3° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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O Juiz,Chan Chi Weng

O Escrivão Judicial Principal,Aníbal Gonçalves

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 07

Apesar da queda do número de turistas em Agosto passado para os 2,88 milhões, o núme-

ro continua a ser significativo e, em conjugação com a realização de vá-rias obras nas estradas, tem causado grande confusão no tráfego. Tal acon-teceu na sexta-feira, nas redondezas das Portas do Cerco. A fila de veículos atingiu os cerca de 200 metros, situa-ção que foi uma constante durante todo o dia, em resultado do início das obras na zona da entrada no posto fronteiriço.

No mesmo dia, o Conselho Con-sultivo do Trânsito reuniu-se e o di-rector dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) adiantou que o flu-xo diário nos autocarros atingiu um recorde em Julho, com cerca de 580 mil passageiros. Tal significa, que o tecto máximo de 610 mil pessoas diá-ria está quase a ser batido.

Embora se tenha registado um au-mento de 30 mil passageiros por dia entre Maio e Julho, em comparação com o período homólogo de 2015, Lam Hin San assegurou na reunião

No mesmo dia em que o “caos” imperava na zona das Portas do Cerco devido ao trânsito, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego relevou que os autocarros de Macau receberam em Julho cerca de 580 mil passageiros por dia, estando o sistema prestes a atingir o limite previsto. Porém, o director da DSAT garante que o sistema ainda consegue suportar “mais”

que os transportes públicos ainda con-seguem “suportar mais”.

Mesmo assim, a DSAT pretende to-mar mais medidas para evitar que o sistema entre em ruptura. Assim, no próximo ano irá entrar em funciona-mento um novo modelo

de autocarro de 18 metros de com-primento e serão encurtados os per-cursos complicados que não permitem viagens directas.

Uma das partes presentes na reu-nião, representantes das empresas de autocarros, salientaram que a resolu-ção do problema passa também por uma mudança nas obras públicas nas estradas.

Nesse sentido, o responsável da DSAT abordou a situação preocupante do trânsito na Taipa, constantemente afectado por empreitadas de constru-ção, ressalvando a necessidade das obras de escavação em várias estradas

da Taipa. Segundo disse, apenas 30% dessas obras estão terminadas. Dos 92 projectos de escavação na Taipa, 23 encontram-se em curso e outros 34 es-tão a ser gradualmente executadas.

Em relação à aplicação de telemó-vel que, garante o acesso a informa-ções de 21 autocarros em tempo real, Lam Hin San salientou que a medida vai incluir mais 19 autocarros ainda neste mês, para que seja concretizada a meta de integração do sistema de todos os autocarros de Macau até ao final do ano.

Parquímetros com trocoNoutro tópico, o director da DSAT

indicou que serão, gradualmente, substituídos 11 mil parquímetros no território a partir de meados de Outu-bro. As novas máquinas vão permitir o pagamento electrónico e em moedas que podem ser de uma e cinco patacas.

Para além disso, também dão o troco. O mesmo responsável explicou que

a substituição fica a cargo da empre-sa concessionária e que se tratava de uma mudança necessária tendo em conta que o sistema em prática, desde 1987, está desadequado das necessi-dades actuais. Em relação às tarifas, o responsável disse ainda não terem sido definidos valores.

Na mesma ocasião, foi ainda sa-lientada a intenção do Governo de reforçar o controlo de viaturas, sen-do que os veículos vão passar a ser sujeitos a uma inspecção obrigatória de oito anos, a partir de 1 de Julho do próximo ano.

Lam Hin San afirmou ainda que, com a entrada em funcionamento do novo centro de inspecção de viaturas no último trimestre deste ano, podem ser inspeccionados mais de 650 veícu-los por dia.

Autocarros registaram cerca de 580 mil passageiros por dia em Julho

11 MIL PARQUÍMETROS SERÃO TROCADOS

Sistema de autocarros no “limite”

IH penaliza companhia de gestãopor ocupação ilegal de edifícioO edifício de habitação económica “Cheng Chong” foi fiscalizado pelo Governo após a polémica da alegada ocupação de um dos pisos por um sem-abrigo. Numa inspecção, o Instituto da Habitação (IH) descobriu que a companhia de administração do edifício terá ocupa-do ilegalmente um espaço no 5º andar. As salas desse piso foram ocupadas como se fossem um armazém de arrumações, facto que levou os funcionários do IH a obrigarem a companhia a retirar o material e a entregar um relatório a explicar melhor a situação, no entanto, a empresa não escapou a uma multa. A polé-mica começou depois de um piso situado entre o esta-cionamento e as fracções habitacionais ter sido alega-damente transformado na “casa” de um sem-abrigo. A investigação do IH concluiu que se tratou de um mal entendido, mas o organismo ordenou que os itens en-contrados fossem retirados daquele espaço. Para além disso, o Corpo dos Bombeiros inspeccionou o local. De acordo com o jornal “Ou Mun”, o IH tem um escritó-rio no 4º andar do prédio e as obras foram concluídas no início do ano, mas esses serviços ainda não ocu-param o andar. Numa resposta ao deputado Ho Ion Sang, o IH indicou que antes de ocupar o espaço ainda necessita de realizar obras numa parte do rés-do-chão, que só estarão concluídas em 2017. O IH explicou que o estabelecimento de escritórios no edifício se deve ao alargamento da sua estrutura, que passou de três para cinco departamentos e de nove divisões para 13. V.C.

No seguimento das críticas do Comissariado da Auditoria (CA) ao trabalho do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) relati-

vamente à gestão das instalações municipais para fins de lazer, a Secretária para a Administração e Justiça as-segurou ter dado instruções àqueles serviços para avan-çarem com planos de melhoria.

Segundo um comunicado, Sónia Chan referiu que esses planos incluem o “reforço do trabalho de inspec-ção e fiscalização das empresas adjudicadas, bem como a resolução, o mais rápido possível, dos problemas assi-nalados durante a inspecção”.

Salientando que o IACM “começou a resolver de forma activa todas as questões colocadas pelo CA”, Sónia Chan acrescentou que 80% das lacunas mencio-nadas no relatório, nomeadamente nas áreas de repara-ção e limpezas, já foram resolvidas. Por outro lado, os projectos de obras “também serão optimizados o mais rápido possível”.

A governante salientou ainda que “todos os funcio-nários, desde as posições de topo até à linha da frente,

devem realizar bem as suas tarefas, nomeadamente, os colegas responsáveis precisam envidar mais esforços para examinar os assuntos, no âmbito das suas fun-ções”.

Para Sónia Chan, esses esforços devem passar pela apresentação de planos adequados, mas também pelo acompanhamento dos assuntos, prestando atenção às opiniões do residentes, que ajudam a “detectar e resol-ver mais rapidamente os problemas”.

Do relatório do CA consta que um “grande número de instalações e equipamentos (…) estava em condições danificadas e alguns deles comportavam riscos de se-gurança”. Para além disso, e apesar de ter sido introdu-zido um mecanismo de inspecção e reparação periódi-ca, este foi “concebido e executado de forma deficiente e as acções de segurança não foram aplicadas conforme o estabelecido”.

Segundo o documento, as despesas realizadas pelo IACM no âmbito das instalações municipais para fins de lazer totalizaram cerca de 98,7 milhões de patacas em 2015.

80% DAS LACUNAS JÁ FORAM RESOLVIDAS

Sónia Chan exige melhorias ao IACMA Secretária para a Administração e Justiça disse ter exigido melhorias a nível de fiscalização do IACM e adiantou que 80% das falhas mencionadas no relatório do Comissariado da Auditoria já foram corrigidas

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Rima Cui

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201608 JTM | LOCAL

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• • • BREVESFórum Macau promovelusofonia em FujianO Secretariado Permanente do Fórum Ma-cau deslocou-se, no início do mês, à Provín-cia de Fujian para participar nas activida-des da “Semana Dinâmica”. À margem, foi instalado o Pavilhão dos países de língua portuguesa no Centro Internacional de Con-venções e Exposições de Xiamen, onde es-tiveram expostos factos sobre a actualidade social e económica dos sete países de língua portuguesa. Segundo o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Ma-cau, a deslocação do serviu para que o Inte-rior da China conheça melhor os países de língua portuguesa e as acções desenvolvidas pelo Fórum Macau.

Maratona internacional com resposta “esmagadora”As inscrições para a maratona, meia-mara-tona e minimaratona de Macau, a ter lugar no dia 4 de Dezembro, abriram no sábado e esgotaram no mesmo dia, anunciou, em co-municado, o Instituto do Desporto (ID). “A comissão organizadora informa a todos os interessados que as vagas disponíveis para as provas da maratona, meia-maratona e minimaratona já se encontram totalmente esgotadas”, indicou o ID, falando de uma “resposta esmagadora”. A comissão orga-nizadora voltou a alargar o limite de inscri-ções, disponibilizando mais 2.000 vagas para as provas relativamente ao ano anterior.

USJ chega à Rádio Macaucom programa semanalTodas as sextas-feiras, a partir das 22:00, o Departamento de Comunicação e Media da Universidade de São José (USJ) vai ocupar o éter da Rádio Macau com o programa “Fre-quência Académica”. O novo espaço será conduzido pelos professores José Manuel Si-mões e João Cordeiro, e serão entrevistados vários docentes da USJ. Em comunicado, a USJ explica que a primeira temporada do programa terá 14 edições, e vai ser inaugu-rada com a entrevista ao Reitor da USJ, Peter Stilwell.

Registados mais casos de gripe AA taxa de positividade do vírus da Gripe A subiu nas primeiras duas semanas deste mês para 25% e 31,4%, respectivamente, alerta-ram os Serviços de Saúde. No mesmo perío-do de Setembro, a proporção do número de pessoas com gripe que recorreram ao hospi-tal público e o número total de atendimen-tos subiu em comparação com a registada anteriormente. Além disso, até ao momento foram registados seis casos de infecção colec-tiva de gripe, mais quatro casos em compa-ração com o mês homólogo do ano passado.

Índice de propagaçãode mosquitos desce 56%O índice de propagação de mosquitos (ovi-trap) desceu para 55,8% em Agosto, face aos 68,9% relativos ao período homólogo do ano passado (68,9%), revelaram os Serviços de Saúde. Quanto à península de Macau, os bairros sociais do Fai Chi Kei e do Porto In-terior registaram valores mais elevados, com 70,4% e 55,2%, respectivamente. Nas ilhas, o valor mais alto foi detectado em Coloane, atingindo os 65,1%. Os Serviços de Saúde apelaram aos residentes para continuarem a limpar água estagnada no domicílio, preve-nindo e controlando o vírus Zika e a febre de Dengue.

Depois de em Maio ter sido divulgada a totalidade dos dados dos “Panama Papers”, o Consórcio In-ternacional de Jornalistas de Investigação avançou

com os “Bahama Papers”, graças à informação recebida pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung. Desta feita, as informa-ções estão ligadas à criação de off-shores nas Ilhas Virgins Britânicas e nelas terão sido encontrados os nomes do Chefe do Executivo, Chui Sai On, e do irmão, o deputado Chui Sai Cheong.

A publicação “Hong Kong 01”, em conjunto com o Con-sórcio Internacional, divulgou que Chui Sai On e Chui Sai Cheong ocupavam cargos de direcção na empresa Yee Shing International Limited, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Esta companhia é afiliada da Hopewell Holdings e tem in-vestimentos imobiliários em Macau, nomeadamente o Nova Taipa Gardens.

Segundo a publicação, Chui Sai On foi nomeado director da empresa a 31 de Julho de 1997 e deixou o cargo em 30 de Julho de 1999, antes de ser nomeado Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Por seu lado, o irmão Chui Sai Cheong terá ocupado o lugar administrativo pelo menos até 2010, sendo que a empresa não foi incluída na declaração de bens patrimoniais e interesses que os titulares de cargos

públicos têm de entregar. No entanto, este documento só é necessário desde 2013.

Em resposta à notícia, o Chefe do Executivo garantiu, se-gundo a Rádio Macau, “ter-se desligado de todos os cargos ocupados em organizações sociais e empreendimentos par-ticulares antes de tomar posse no Governo”.

Além disso, Chui Sai On assegurou ter feito a declaração de bens, conforme a Lei Básica, sublinhando que tem res-peitado o juramento que fez “defendendo a lei e servindo o bem comum”. É ainda sublinhado que o Chefe do Executivo “não responde por outras organizações ou indivíduos”.

Já Chui Sai Cheong respondeu ao jornal “Ou Mun”, afir-mando que em Julho de 2012 abandonou o lugar na admi-nistração daquela empresa. Por outro lado, salientou que o “Regime Jurídico da Declaração de Bens Patrimoniais e Inte-resses” só entrou em vigor em 2013, por isso não era necessá-rio apresentar a declaração de bens patrimoniais.

Os “Bahamas Leaks” têm 1,3 milhões de ficheiros envol-vendo 176 mil companhias e 25 mil administradores e fun-cionários nomeados por essas offshores entre 1990 e 2016. Nesses documentos, foram identificados 29 portugueses ad-ministradores de 38 empresas sediadas nas Bahamas, locali-zadas a norte de Cuba, no Atlântico.

NEGADO ENVOLVIMENTO COM EMPRESA OFFSHORE

Irmãos Chui garantem ter respeitado a leiOs nomes de Chui Sai On e Chui Sai Cheong terão sido encontrados em documentos relacionados com empresas offshore, tendo uma publicação de Hong Kong alegado que o actual deputado não incluiu a companhia, registada nas Ilhas Virgens Britânicas, na declaração de bens patrimoniais. Porém, o Chefe do Executivo assegurou que se desligou de todos os cargos antes de tomar posse no Governo. Já o irmão, diz ter abandonado a empresa em 2012, numa altura em que não era obrigado a apresentar a declaração

Os gastos das empresas do sector do jogo em bens e ser-viços gratuitos para clientes

decresceram 14,1% no ano passado, quando comparados com 2014. Po-rém, o montante total continua a ser significativo, situando-se nos 9,81 mil milhões de patacas, revelam estatísti-cas oficiais.

Este item das despesas de explo-ração inclui maioritariamente gastos com alojamento em hotéis, cerca de 5,67 mil milhões de patacas. Em se-gundo lugar, surgem gastos com co-midas e bebidas, cifradas em 3,13 mil milhões de patacas, ocupando 14,7% do total das despesas em bens e servi-ços gratuitos. Gastos com bilhetes de barco e avião e bilhetes para espec-táculos são outras das componentes gratuitas.

Para além destas despesas, con-tam-se ainda 3,9 mil milhões de pa-tacas gastos em publicidade e ma-rketing, 890 milhões em rendas de instalações, 601 milhões em água e

RECEITAS GLOBAIS DAS OPERADORAS CAÍRAM 34% EM 2015

“Borlas” a jogadoresatingiram 9,8 mil milhõesApesar das receitas globais do sector do jogo terem caído 34,1% em 2015, as empresas continuaram a gastar um montante elevado em bens e serviços gratuitos para clientes, valor que rondou os 9,81 mil milhões de patacas e apenas decresceu 14%

electricidade e ainda 439 milhões em aluguer de veículos com motorista. Estes três últimos pontos apresenta-ram subidas de 7,6%, 2% e 7,3%, res-pectivamente.

Estes itens fazem parte das despe-sas de exploração do sector que atin-giram, em 2015, 21,24 mil milhões de patacas apresentando uma queda de 13,5%, em relação a 2014.

Os dados dos Serviços de Esta-tística e Censos indicam ainda que as despesas globais do sector caíram 32,5% para 101,87 mil milhões de patacas. Os gastos com a compra de mercadorias, comissões e ofertas a clientes foram de 56,99 mil milhões de patacas, apresentando uma queda substancial de 45,1%, face a 2014.

As despesas com pessoal aumen-taram 5,1% para 19,93 mil milhões, apesar do número de trabalhadores a tempo inteiro (56.217) ter descido 2,7%.

Por outro lado, as despesas não

operacionais (depreciação e juros pa-gos) cresceram 4,6%, em relação a 2014, para 3,69 mil milhões de patacas.

Em termos globais, as receitas das empresas exploradoras de actividades do jogo situaram-se em 233,23 mil mi-lhões de patacas, reflectindo um de-créscimo de 34,1%, em relação a 2014.

Desse total, 231,58 mil milhões de patacas eram receitas do jogo, que caí-ram 34,3%, face a 2014, enquanto as receitas provenientes da restauração (548 milhões de patacas) e do câmbio de moedas (76 milhões de patacas) bai-xaram 10,6% e 24,6%, respectivamente.

O contributo económico do sector do jogo decresceu 31,3% para 154,74 mil milhões de patacas. Por seu lado, a formação bruta de capital fixo (2,75 mil milhões) aumentou 4%, face a 2014, porque as empresas compra-ram mais equipamentos e software informático.

L.F.

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 09

Aeroporto bateu recorde mensalde passageiros Mais de 630 mil passageiros passa-ram pelo Aeroporto Internacional de Macau em Setembro, “o mês mais movimentado de sempre” em quase 21 anos de operação. Os 630 mil passageiros representam um aumento de 10% em relação a Agos-to de 2015, segundo um comunica-do da administração do Aeroporto. No mês passado, o movimento de aeronaves subiu 2,8% em termos anuais e superou pela primeira vez a marca dos 5.000. Por outro lado, em Agosto, o número de residentes que usou a infra-estrutura para via-gens cresceu 11% para cerca de 120 mil. No acumulado desde Janeiro, o aeroporto registou até agora um total de 4,8 milhões de passageiros e 42.000 movimentos de aerona-ves, mais 16% e 5% comparando com igual período de 2015. Os três maiores mercados, divididos em Interior da China, Taiwan, e Su-deste Asiático, apresentaram cres-cimentos de 2,5%, 21% e 24%, res-pectivamente. Os passageiros em trânsito registaram um crescimento de 50% e representam actualmen-te 10% de todos os movimentos, segundo o comunicado. Até este mês, o aeroporto de Macau regis-tava 1.100 voos semanais, operados por 30 companhias aéreas para 40 destinos. O Aeroporto Internacio-nal de Macau já havia fechado 2015 com um recorde anual de mais de 5,8 milhões de passageiros, um au-mento de 6,4% comparativamente a 2014, segundo dados revelados em Janeiro.

Voar do território para Lisboa, com escala em Pe-quim, poderá ser possível caso a Air Macau e a Air China cheguem a acordo. O projecto foi avançado

pelo vice-presidente da Air Macau, com a ressalva que a eventual rota ainda está em fase de planeamento.

“A partilha de equipamentos, serviços adequados e manu-seio da bagagem vão ser os serviços nos voos de Pequim para Lisboa”, disse Liao Hanxi, em declarações aos jornalistas.

Segundo o mesmo responsável, esta ligação espelha a “atenção” concedida pela Air Macau à relação histórica en-tre a China e Portugal.

ROTA “PARTILHADA” PODE ENVOLVER AIR MACAU

Lisboa nos planos da Air ChinaA Air China e a Air Macau estão a estudar o lançamento de uma nova rota tripartida, entre Macau, Pequim e Lisboa, adiantou o vice-presidente da transportadora local. Liao Hanxi ressalvou que ainda não há um calendário previsto para a concretização deste plano

Questionado sobre o calendário para a concretização deste plano, Liao Hanxi afirmou que a transportadora de “bandeira” da RAEM e a empresa-mãe ainda estão em fase de discussão, mas existe uma vontade mútua “desenvolver o produto o mais rapidamente possível”.

Esta não é a primeira vez que se discute uma ligação aérea entre a China e Portugal. Em Junho deste ano, a Ca-pital Airlines, subsidiária da Hainan Airlines, manifestou intenção de explorar serviços aéreos regulares na rota Han-gzhou-Pequim-Lisboa, com duas ligações semanais, embo-ra ainda não haja calendário específico para o respectivo lançamento.

Liao Hanxi falava à margem da cerimónia de inaugu-ração da nova ligação directa entre o território e Guiyang, capital da provincial de Guizhou, e que visa “promover o desenvolvimento económico entre as duas regiões”, segun-do indicou o jornal “Ou Mun”.

A companhia de aviação local vai assegurar três liga-ções semanais entre as duas cidades, todas as terças-feiras, sextas-feiras e domingos. A duração da viagem será de uma hora e 50 minutos.

C.A./V.C.

Uma delegação da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) deslocou-se no fim-

-de-semana a Hong Kong para promover o “colorido” calendário de eventos do território agendado para o quarto trimestre do ano, en-tre os quais a 63ª edição do Grande Prémio de Macau. O “carnaval” uti-lizou o Circuito da Guia como ins-piração do design da decoração.

De acordo com a Comissão Or-ganizadora do Grande Prémio, a campanha promocional atraiu um “grande número” de moradores e visitantes que tiveram a oportuni-dade de ver de perto o Mercedes Dallara, o carro de Fórmula 3 com o qual a estrela espanhola Daniel Juncadella agarrou a vitória no Cir-cuito da Guia em 2011.

Para divulgar aos cidadãos da antiga colónia britânica os restantes eventos, foram criadas zonas temá-ticas como “Macau em Estilo 3D”, com exibições de fogo de artifício projectadas em holograma, entre outros, e ainda um espaço alusivo à Maratona Internacional de Macau,

ao “Desfile por Macau, Cidade Lati-na”, e ao Festival de Luz, indicou a DST em comunicado.

Por outro lado, a DST deslocou--se ao Japão no âmbito da EXPO de Turismo organizada pela Asso-ciação dos Agentes de Viagens do Japão (JATA, sigla em inglês), com uma comitiva liderada pela directo-ra, Maria Helena de Senna Fernan-des.

A EXPO de Turismo da JATA terminou ontem, com o “stand” de Macau decorado com o tema do pa-trimónio, incluindo um passeio em realidade virtual.

Segundo a DST, outro destaque do “stand” foi uma banca de co-mida, criada para os dias em que a EXPO abriu ao público, para dar a provar algumas das iguarias mais populares preparadas por dois esta-belecimentos de comidas e bebidas de Macau.

No ano passado, o evento atraiu mais de 1.000 entidades expositoras oriundas de mais de 140 países e regiões, e um total de 173.602 visi-tantes.

PROMOVIDOS EVENTOS DO QUARTO TRIMESTRE

GP em relevo na RAEHKO calendário de eventos do quarto trimestre deste ano, incluindo eventos como o Grande Prémio foi dado a conhecer pelos Serviços de Turismo no âmbito de uma actividade promocional em Hong Kong

No mês de Agosto, caracteriza-do por ser de férias, o territó-rio registou a entrada de mais

de 2,88 milhões de pessoas, menos 5% do que no mês homólogo, de acordo com informações reveladas pelos Ser-viços de Estatística e Censos (DSEC).

Desse total, 1,47 milhões eram tu-ristas (mais 3,7% do que em Agosto de 2015) e 1,40 milhões eram excursio-nistas. Esta tipologia apresentou uma queda acentuada de 12,6% em relação ao mesmo mês de 2015.

Apesar disso, em relação ao mês de Julho registou-se um aumento de 3,1% nos visitantes.

Em Agosto, a maior parte dos visi-tantes (68,7%) chegou da China Conti-nental, totalizando 1,98 milhões sendo que cerca de 919 mil eram oriundos de Guangdong, seguidos de Hunan com 89 mil e Fujian com 74 mil pessoas.

A entrada por via terrestre foi a mais usada, registando 1,67 milhões de visitantes, seguida da via marítima com 993 mil, ambas com decréscimos de 11,7% e 2,7%, em relação ao mês

homólogo. A entrada por via área foi a única que apresentou uma melhoria de 15% para 217 mil visitantes, face a Agosto de 2015.

Nos primeiros oito meses de 2016, entraram no território 20,44 milhões de visitantes, número que se encontra ao mesmo nível do registado em 2015.

Segundo os dados oficiais, entre Janeiro e Agosto deste ano o número de visitantes da China Continental di-minui 0,6% para 13,56 milhões, face ao período homólogo. No mesmo sentido, os visitantes de Hong Kong também decresceram 2,6% para 4,26 milhões.

Em maré contrária, visitantes da Coreia do Sul cresceram 32% em Agos-to relação ao mesmo mês de 2015. Turistas dos Estados Unidos, Austrá-lia, Canadá e Reino Unido também aumentaram 2,3%, 1,9%, 4,7% e 2,6%, respectivamente.

A análise aos dados estatísticos de Agosto mostra que o período médio de estadia foi de 1,2 dias, sendo que os turistas ficaram 2,2 dias no território e os excursionistas 0,2 dias.

TURISMO NO MESMO PATAMAR DE 2015

RAEM acolheu até Agosto20,4 milhões de visitantesCerca de 2,88 milhões de pessoas visitaram Macau em Agosto, menos 5% do que no mês homólogo. A análise aos oitos meses do ano mostra que o número global (20,44 milhões) está ao mesmo nível de 2015

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201610 JTM | DOSSIER

Pelo segundo ano consecutivo, “Game of Thrones” obteve o título de “melhor série dramática” e conquistou Emmys nas cate-

gorias “guião” e “melhor direcção de série dramá-tica”.

Com as três estatuetas que arrematou no Emmy 2016, a série chegou à marca de 38 prémios acumulados, superando assim os 37 da comédia Frasier (1993-2004) que era, até agora, a grande vencedora da história do Emmy.

A série, considerada uma das mais bem-su-cedidas da HBO, é baseada na saga de livros As Crónicas de Gelo e Fogo, do escritor George R.R. Martin. Com o passar dos anos, transformou-se num verdadeiro fenómeno de massas que conta com uma legião de fãs incondicionais, entre eles até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Ba-rack Obama.

Segundo os críticos, entre os pontos marcantes de “Game of Thrones” está a forma como o guião não se afasta da violência e do sexo, contudo, tem-perando-os com grandes doses de intriga e um cuidado especial com cenários, efeitos e figurinos.

A esta altura, apesar dos esforços da HBO, a sé-rie já se transformou na mais pirateada da história na web e virou um fenómeno cultural, para alguns mesmo um fenómeno de culto.

Os críticos procuram encontrar as razões para tanto êxito e a BBC fez uma lista dos cinco motivos que ajudam a compreender o que levou “Game of Thrones” a transformar-se numa das séries mais bem-sucedidas da história da televisão, e que já assegurou a sétima temporada prevista para co-meçar a ser exibida em Junho do próximo ano.

A lista é encabeçada por “Games of Thrones” ser uma série capaz de atrair todo tipo de público, os que são fãs do género fantástico, os que apre-ciam as séries de terror, os que se interrogam com intrigas políticas, ou se deliciam com um bom dra-ma de família. Segundo alguns especialistas em série televisivas, um dos pontos fortes de “Game of Thrones” é que oferece algo para toda a gente.

A história é tão complexa e mistura tantos géne-

ros que é fácil encontrar algum elemento atraente, inclusivamente nas histórias secundárias.

Além disso, “Game of Thrones” tem um leque tão amplo de personagens - desde os mais mal-vados até aos heróis mais abnegados - que não é difícil para um telespectador identificar-se com algum deles.

O segundo ponto da lista é que os guiões estão cheios de acção e voltas e reviravoltas na história principal e mesmo nas secundárias que “nascem” e “morrem” com grande facilidade

Algo comum entre os fãs de “Game of Thro-nes” é que, episódio após episódio, muitos inter-rogam-se se o que estão a ver, faz parte da história ou é um diferente complôt. A trama da série está cheia de mudanças totalmente inesperadas e de mortes chocantes, sem poupar personagens que se considerariam centrais à história principal e é enorme a dose de intrigas palacianas e dramas pessoais que semana a semana aparecem no pe-queno écran.

Nunca se sabe o que vai acontecer em seguida e é justamente isso que transmite uma alta dose

Após completar seis temporadas e se firmar como fenómeno de audiência internacional, a série “Game of Thrones” conquistou mais uma façanha na noite de domingo: entrou para a história como o programa que arrecadou mais troféus no Emmy, a que chamam de Óscares da Televisão

Os segredos do sucessode “Game of Thrones”

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Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

EDITALEdital n.º : 118/E-BC/2016Processo n.º : 885/BC/2011/FAssunto : Demolição de obra não autorizada pela infracção às disposições do Regulamento de

Segurança Contra Incêndios (RSCI)Local : Estrada Marginal da Areia Preta n.º 228, Edf. Hoi Pan Garden (Bloco 1),

fracção 11.º andar A (CRP: A11) e fracção 11.º andar H (CRP: H11), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados a proprietária da fracção 11.º andar A (CRP: A11), Chio Lai Wan e os proprietários da fracção 11.º andar H (CRP: H11), Lei Chan Wai/Cheong Ut Lin, do seguinte:1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que nos locais acima indicados realizaram-se as seguintes obras não

autorizadas:

2. De acordo com o n.º 1 do artigo 95.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 10 de Março de 2016, a audiência escrita dos interessados, mas estes não apresentaram a resposta no prazo indicado e não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a demolição das obras não autorizadas acima indicadas.

3. As janelas e varandas acima referidas são consideradas acessos em caso de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruídos com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.), de acordo com o disposto no n.º 12 do artigo 8.º do RSCI. Assim, nos termos do n.º 1 do artigo 88.º do RSCI e no uso das competências delegadas pela alínea 6) do n.º 1 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, por despacho de 15 de Setembro de 2016 exarado sobre a informação n.º 07320/DURDEP/2016, ordena aos donos das obras ou seu(s) mandatário(s) que procedam, por sua iniciativa, no prazo de 8 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à demolição das obras acima indicadas e à reposição dos locais afectados, devendo, para o efeito e com antecedência, apresentar nesta DSSOPT o pedido da demolição das obras ilegais, cujos trabalhos só podem ser realizados depois da sua aprovação. A conclusão dos referidos trabalhos deverá ser comunicada à DSSOPT para efeitos de vistoria.

4. Findo o prazo estipulado, não será aceite qualquer pedido de demolição das obras acima mencionadas. De acordo com o n.º 2 do artigo 139.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se ainda que nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 89.º do RSCI, findo o prazo referido, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços pú-blicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá à execução dos trabalhos acima referidos, sendo as despesas suportadas pelos infractores. Além disso, findo o prazo da demolição e da desocupação voluntárias, a DSSOPT dará início aos trabalhos de demolição e de desocupação, os quais, uma vez iniciados, não podem ser cancelados. Os materiais e equipamentos deixados no local acima indicado serão depositados num local a indicar à guarda de um depositário a nomear pela Administração. Findo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do depósito e caso os bens não tenham sido levantados, consideram-se os mesmos abandonados e perdidos a favor do governo da RAEM, por força da aplicação do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

5. Nos termos do n.º 7 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 12 do artigo 8.º é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas.

6. Nos termos do n.º 1 do artigo 97.º do RSCI e do n.º 4 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, da decisão referida no ponto 3 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data da publicação do presente edital.

RAEM, 15 de Setembro de 2016

Pelo Director dos ServiçosO Subdirector

Cheong Ion Man

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

Obra

Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto às janelas da fracção.Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto à varanda da fracção.Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto à varanda da fracção.Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto às janelas da fracção.Instalação de janelas de vidro na varanda da fracção.

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.

FracçãoCRP

11.º andar A(CRP: A11)

11.º andar H(CRP: H11)

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ros que é fácil encontrar algum elemento atraente, inclusivamente nas histórias secundárias.

Além disso, “Game of Thrones” tem um leque tão amplo de personagens - desde os mais mal-vados até aos heróis mais abnegados - que não é difícil para um telespectador identificar-se com algum deles.

O segundo ponto da lista é que os guiões estão cheios de acção e voltas e reviravoltas na história principal e mesmo nas secundárias que “nascem” e “morrem” com grande facilidade

Algo comum entre os fãs de “Game of Thro-nes” é que, episódio após episódio, muitos inter-rogam-se se o que estão a ver, faz parte da história ou é um diferente complôt. A trama da série está cheia de mudanças totalmente inesperadas e de mortes chocantes, sem poupar personagens que se considerariam centrais à história principal e é enorme a dose de intrigas palacianas e dramas pessoais que semana a semana aparecem no pe-queno écran.

Nunca se sabe o que vai acontecer em seguida e é justamente isso que transmite uma alta dose

de adrenalina e energia que obriga o telespectador a ver o próximo episódio, como se tratasse de algo viciante.

“Sem dúvida, um dos pontos fortes é que tudo acontece muito rápido e constantemente, com mu-danças de roteiro surpreendentes”, opinou Robert Thomson, professor de televisão e cultura popular na Universidade de Siracuse, em Nova Iorque, ci-tado pela BBC.

“Personagens que parecem ser fundamentais ao curso da história morrem de repente sem que ninguém espere, o que não acontece nos filmes em que toda a gente sabe que o personagem principal, por mais ferido que seja, aparece até ao fim da pe-lícula, e quase sempre é o grande vencedor. Sem ler os livros antes, a história fica imprevisível”, co-menta o académico.

Aaron Couch, redator da revista “The Hollywood Reporter”, concorda que a história «é um dos segredos do sucesso de “Game of Thro-nes”. “Estão sempre a acontecer coisas novas. Numa temporada um personagem aparece como vilão mas, na seguinte, há mais detalhes sobre o

seu passado e, de repente, transforma-se no prota-gonista. Todas essas mudanças fazem com que os seguidores se fixem ao televisor para saber o que vai acontecer no próximo episódio”, afirmou Cou-ch à BBC Mundo.

Grandes doses de sexo e violência

Outra razão do sucesso, reside no facto de “Ga-mes of Thrones” ser transmitido por um canal de cabo, pago, e assim os guionistas da série podem ir mais longe quanto ao sexo e violência. Nos epi-sódios é normal ver vários dos protagonistas sem roupas - especialmente as mulheres - e as cenas de sexo são múltiplas e variadas. E embora alguns críticos considerem que certas cenas de violência sexual são gratuitas e desnecessárias no contexto da série, o público em geral, não parece comungar dessa opinião.

Tem-se notado ainda um factor promocional. Essas cenas mais ousadas têm sido exploradas pe-los media de todo o mundo, dando publicidade à série e aos artistas.

Quanto à violência, a verdade é que os guio-nistas da série não têm tido problemas em incluir matanças sangrentas e inúmeras imagens de mor-tes e batalhas que, segundo todas as pesquisas de opinião, contribuem para prender a atenção dos espectadores.

A quarta razão do êxito está no facto da série ter uma equipa de produção semelhante à dos fil-mes. Gravada na Grã-Bretanha, Islândia, Malta, Marrocos e Croácia, entre outros países, “Game of Thrones” combina locais espectaculares com cui-dados minuciosos nos cenários e figurinos, além de efeitos especiais dignos dos grandes estúdios de Hollywood.

“A qualidade da produção da série não se pode comparar com nada do que hoje em dia se vê na televisão”, afirmou Aaron Couch, revelando que “cada episódio tem um orçamento de cerca de 6 milhões de dólares americanos o que faz com que, visualmente, Game of Thrones seja uma maravi-lha”.

Por fim, pode dizer-se que o sucesso de “Game of Thrones” tem a ver com este nosso novo tem-po. Realmente não pode ser explicado sem a vul-garização do uso das redes sociais e a internet. A complexidade de seu guião e a grande variedade de personagens fizeram com que ela se transfor-masse numa série perfeita para ser comentada em detalhes nas redes sociais e assim promovida no mundo inteiro.

Por outro lado, está provado que são muitos os espectadores que usam o Twitter ou o Facebook para analisar ao vivo o que acontece em cada epi-sódio.

Além disso, a internet, com múltiplas sátiras, análises e comentários que surgem semana a se-mana, ajudaram a que o fenómeno “Game of Thro-nes” alastrasse.

“O que acontece em cada capítulo é partilhado com os amigos e com outros seguidores da série e, para isso, as redes sociais são perfeitas. Na trans-missão de cada episódio há milhares de pessoas comentando tudo o que acontece em tempo real no Twitter”, disse Couch.

“Além disso, alguns actores e criadores da sé-rie também interagem com os fãs nas redes sociais depois de cada episódio, o que torna tudo ainda mais interessante”, afirmou o jornalista do “The Hollywood Reporter”.

Robert Thomson acredita que a complexidade da história faz com que a série seja perfeita “para que as pessoas possam comentar tudo o que está acontecendo instantaneamente através do Twitter e Facebook. “Assistir a Game of Thrones sem co-mentar o que está a acontecer não é tão divertido”, disse Thomson.

JTM com agências internacionais

Os segredos do sucessode “Game of Thrones”

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201612 JTM | DESPORTO

CAMPEONATO SÓ VAI CONTAR COM NOVE CLUBES

Liga de Futsal arranca em Outubrosem Benfica, Sporting e Monte CarloO Ka I é o único dos “grandes” do futebol de Macau que aceitou participar na Liga de futsal e mesmo assim sem a maioria dos jogadores do futebol de onze. O desafio da abertura é o Lam Pak-Chiba

A Associação de Futebol de Ma-cau havia prometido que este seria o ano do regresso do futsal

e, mesmo antes de se iniciar o campeo-nato da “Bolinha”, informou os clubes das suas intenções em organizar uma liga com as equipas do futebol de sete.

Ele aí está então, esse tão falado tor-neio oficial de futsal, que em princípio poderá ser o do arranque em definitivo da modalidade no território.

Mas em termos de aceitação dos clu-bes, a Associação não teve muita sor-te, porque pretendia uma liga com 24 equipas e vai tê-la com nove, oito da I Divisão da “Bolinha” e uma do segun-do escalão.

“É a liga possível, mas isso terá a ver com a organização dos próprios clubes e aí nada podemos fazer, uma vez que a prova não é obrigatória”, começou por dizer ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU, Daniel Sousa, vice-presidente as-sociativo.

A competição arranca já no próximo dia 4 de Outubro e conta com Ka I, Po-lícia, Lam Pak, Chiba, Kei Lun, Kin Wa, Fu Si, Cheng Fung e Wa Cheng, num sistema “round-robin”, ou seja, todos contra todos, cujo primeiro classificado se tornará campeão.

Os desafios terão lugar no Pavilhão do Estádio de Macau, com as partidas a serem distribuídas pelas noites de terça e quinta e pelas manhãs de sábado.

Os clubes que aceitaram o convite da Associação e por isso se inscreve-ram, vão poder utilizar jogadores que actuaram ou não na “Bolinha”.

“Por enquanto há essa possibilidade de poderem actuar jogadores que não estiveram na Bolinha, os clubes é que decidem, mas só foi pena que não tivés-semos conseguido ter todas as equipas que queríamos. São nove, mas iremos tentar no próximo ano ter mais e se isso acontecer poderemos até realizar a liga por categorias, primeiro e segundo escalão, consoante a aceitação dos clu-bes”, refere Daniel Sousa, para quem “esta é uma boa base para que Macau tenha uma selecção.”

De referir que a RAEM nunca dei-xou de ter uma selecção, apesar de não haver competição há vários anos, ten-do participado em várias fases de qua-lificação para o Asiático e em eventos como os Jogos da Ásia Oriental ou da Lusofonia.

“Agora teremos mais hipóteses de conseguir reunir mais e melhores joga-dores para a selecção. Esse é também um dos principais objectivos deste campeonato de futsal. Esperemos que a modalidade não volte a parar e passe a fazer parte do calendário de competi-ções”, concluiu o vice da Associação de Futebol.

O futsal de Macau, em termos de um torneio ou campeonato oficial, já não tem actividade desde 2008, portan-to já lá vão oito anos, o que leva a que o território tenha de recuperar muito tempo perdido, num desporto que desperta enorme interesse por todo o

mundo, incluindo o continente asiático, como o tem demonstrado o actual Mun-dial, que se está a realizar na Colômbia, onde o Irão acaba de se qualificar para as meias-finais.

Macau, que já teve uma fase final de um Asiático e não soube aproveitar isso, deixando cair a modalidade, pa-rece querer agora levantar-se e só com provas frequentes deste género, poderá recuperar então algo do muito que se perdeu.

Só que, para já, três dos principais clubes, Benfica, Sporting e Monte Carlo, não apostam na liga de futsal, ao con-trário do Ka I, cujos dirigentes optaram por fazer manter o nome do clube, ela-borando um plantel com jovens chine-ses. Essa ideia não foi partilhada por outros dois emblemas “grandes”.

“Nós sabíamos da intenção da Asso-ciação organizar uma liga, mas estes re-gulamentos só saíram uma semana an-tes da data limite das inscrições, o que é pouco. Por outro lado, não faz sentido os mesmos jogadores participarem no futsal. Temos desenvolvido o futebol ao longo destes anos, com as provas inter-nas e a participação na Taça AFC, temos uma estrutura pequena e por isso, com tudo em cima da hora, não seria possí-vel reunir um lote de atletas para for-mar uma equipa forte. No futuro logo se verá, se for para continuar”, sublinha Duarte Alves, dirigente do Benfica.

Sporting critica Associação

Também o Sporting apresenta as

suas razões, nas declarações de João Pe-gado, em nome da direcção do “leões”: “O clube sempre foi defensor da sepa-ração das categorias. Deveria haver as-sociações próprias. No que diz respei-to a este campeonato de futsal, houve grande confusão de datas, ainda não acabou a Bolinha e as equipas já têm de formar uma equipa, dar lista de jogado-res. Teria de haver maior antecedência, até para que a própria imagem dos clu-bes ficasse salvaguardada. Tudo foi fei-to aos repelões e continuamos sem ver qualquer apoio da Associação aos pro-motores do espectáculo do futebol. Te-mos procurado desenvolver a modali-dade e não vemos nenhum retorno por parte da Associação, por isso decidimos não participar no futsal.”

Outro “grande” da RAEM, o Mon-te Carlo, igualmente não irá ter o seu nome na competição, “porque os joga-dores estão cansados, tiveram uma épo-ca cheia, com muitos jogos, daí não en-trarmos, até porque queremos desde já começar a concentrar os nossos esforços na próxima época do bolão”, segundo disse o presidente da Assembleia Geral dos “canarinhos”, Firmino Mendonça.

A Liga de futsal deverá ter por isso poucos jogadores fora da comunidade chinesa, ao contrário do que acontece no futebol de onze e na Bolinha.

Kin Wa reforçado

Uma das excepções poderá ser o Kin Wa, uma vez que os seus dirigentes, também ligados ao Chao Pak Kei, estão

Vítor Rebelo*

em negociações com os brasileiros Die-go Patriota e Bruno Figueiredo.

“O futsal agrada-me bastante, uma vez que joguei muitos anos quando estava no Brasil, em campeonatos es-taduais e também a nível nacional. O futsal é sempre uma paixão e constitui uma base muito boa para o futebol. É bom haver um maior desenvolvimen-to da modalidade aqui em Macau, mas para isso terá de haver uma boa pro-moção, incentivos”, considera Diego Patriota, que aos 16 anos foi convoca-do para a selecção brasileira de Sub-16, para participar no mundial da Hungria dessa categoria.

“Acabei por não ir e aos 17 anos optei por ser profissional de futebol de onze”, diz o médio do Ka I (Bolinha) e do Chao Pak Kei (bolão), cujas caracte-rísticas se adaptam ao futsal, bola perto do pé, toque e passa, finta curta.

“Por enquanto, para reiniciar o fut-sal, podemos jogar as duas coisas, mas naturalmente que no futuro terá de ha-ver uma separação”, destaca Diego Pa-triota.

Estão assim lançadas as bases para que a RAEM “não perca o comboio” do desenvolvimento do futsal, que está já uns furos à frente em vários países da Ásia.

A nova liga arranca no dia 4 de Ou-tubro, com a partida entre Lam Pak e Chiba, às 21 horas no Pavilhão do Está-dio da Taipa.

*Jornalista

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ARQ

UIVO

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | DESPORTO 13

LIGA PORTUGUESA

Adeptos do Benfica obrigados a fazer topless!

É verdade: os adeptos do Benfica foram impedidos de entrar no Estádio Municipal de Chaves, com a camisola do seu clube, vestida. Meteu Polícia e

tudo e não houve outra solução senão despir a camisola e entrar em tronco nu! Numa tarde de um Outono soa-lheiro, topless até foi agradável…

Mas como se justifica esta decisão de uma Direcção de um clube, não escorada na lei e perfeitamente à re-velia dos bons hábitos e costumes da população? A ver vamos no que isto vai dar, pois o mais provável é não ficar assim.

Mas vamos ao jogo. O Benfica venceu em Chaves (2-0) mas não evitou três sustos (remates dos flavienses aos postes) e apenas a seis minutos os noventa conseguiu respirar fundo, graças a uma “bomba” de Pizzi. Mais: apenas a meia hora do fim do encontro, Mitroglou des-cobriu o caminho para o golo.

Até essa altura, o que se viu foi um Chaves resguar-

A sexta jornada não trouxe surpresas até aqui. Dos três grandes, nenhum “dobrou os joelhos” ante os adversários que o calendário impunha defrontar. Se os campeões nacionais foram a Chaves e regressaram vitoriosos, o mesmo aconteceu a “leões” e “dragões” nas recepções a Estoril e Boavista, respectivamente. Com uma pequena diferença: Sporting venceu “limpinho”, Benfica não evitou o susto e o FC do Porto mostrou que está longe do que pode fazer! Ah! E a direcção do Chaves impôs “topless” aos adeptos benfiquistas…

dado no seu meio campo mas sempre à espreita do con-tra ataque. E foi assim que levou o nulo para o intervalo, e foi assim que fez tremer o bloco defensivo encarnado, com três remates a serem devolvidos pelos postes.

Por outras palavras: o Benfica demorou muito tempo a impor o seu futebol, mostrou muita descoordenação entre os sectores, errou um sem número de passes, ficou muito longe de ser aquela equipa “mandona”, superior no estilo e modo de jogar. Conseguiu vencer, é verdade, mas ficou muito longe de convencer.

No Dragão, no derby da Invicta, mais uma vez tam-bém o FC Porto venceu sem convencer.

Nuno Espírito não esconde as suas apreensões e por

muito que vá empolando as vitórias, a base – o futebol praticado – não ajuda nada nada ao discurso. Óbvio que o Boavista não “é” do campeonato do FC do Porto e, mesmo marcando primeiro, não teve “pernas” para suportar uma aceleração de jogo. Depois, grandes pe-nalidades assinaladas e não assinaladas “escreveram” o resto da história do jogo!

E em Alvalade? O “Ferrari” leonino, entrou em alta velocidade, ganhou vantagem confortável e, depois, entrou em “poupança de combustível”. Por outras pa-lavras: com uma primeira parte em que chegou a ser brilhante, com total domínio do jogo sem conseguir es-pelhar essa superioridade no marcador - apenas 1-0 ao intervalo -, só logrou distanciar-se no segundo tempo e perante o avolumar do resultado baixou de ritmo, cer-tamente a pensar na terça-feira europeia contra o Légia.

Resultado: o Estoril equilibrou e marcou, graças a um novo “lapso” do bloco defensivo, tardio e parcimonioso no reposicionamento. As substituições operadas por Jor-ge Jesus contribuíram para o amornar da exibição, mas o jogo estava mais que ganho.

Em Santa Maria da Feira, o Nacional apareceu “es-pevitado” e, surpreendendo uma equipa que ainda não tinha conhecido a derrota com um jogo rápido, de cir-culação de bola ao primeiro toque e finalização certeira, cedo arrumou a questão. O resultado (3-0) não admite dúvidas…

No Minho, para fechar a ronda do primeiro “lote” de jogos, o Braga teve de suar para levar de vencida um Se-túbal que apostava fazer esquecer o “massacre” caseiro da ronda cinco. E a vantagem conseguida à meia hora de jogo, espelhava a verdade: um Vitória de Setúbal mais organizado, mais disciplinado tacticamente e mais simples na hora de atirar ao golo. O Braga, complicativo no seu jogo, lento no desenvolvimento das acções ata-cantes, precisou de 50 minutos para “acordar” e, através de uma grande penalidade, chegar à igualdade. Depois, um Setúbal a resguardar-se, a procurar salvar o ponti-nho mas a não ter capacidade para evitar o “forcing” do adversário e, com ele, o golo do triunfo.

* Jornalista profissionalespecializado em desporto

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Costa Santos Sr.*Especial para o JTM

Benfica venceu em Chaves, mas sem convencer

• • • POLIDESPORTIVO

Real Madrid tropeça em Las PalmasO Real Madrid empatou a 2-2 em casa do Las Palmas, em jogo da sexta jornada da Liga espanhola de futebol, que lidera com um ponto de vantagem sobre o bicampeão FC Barcelona. Asensio (33 minutos) e Benzema (67) marcaram os golos dos merengues, mas o Las Palmas igualou por Pedro Tana (38) e Sergio Araújo (85). O Bar-celona goleou em casa do Sporting Gijón, por 5-0, graças à pontaria de Neymar (81 e 88), Rafinha (32), Luis Suárez (29) e Turan (85).

Nápoles mantémpressão sobre a JuveO Nápoles venceu o Chievo, por 2-0, em jogo da sexta jornada da Liga italiana de futebol, liderada pela Juventus, que se impôs em casa do Palermo pela margem mínima de 1-0 com um autogolo. Gabbiadini (24 minutos) e Hamsik, aos 39, foram os marcadores dos golos do adversário do Benfica no Grupo B da Liga dos Cam-peões. Já a Juve beneficiou de um auto-golo de Goldaniga, na visita a Palermo.

Bayern Munique vence na visita ao HamburgoO Bayern Munique, com o português Renato Sanches a titular, ven-ceu em casa do Hamburgo, por 1-0, em jogo da quinta jornada da Liga alemã de futebol e voltou à liderança isolada da prova ao des-tacar-se do Dortmund. Joshua Kimmich, a passe do francês Franck Ribéry, foi o autor do único golo do tetracampeão germânico, aos 88 minutos. Na aproximação aos lugares cimeiros, Eintracht Frank-furt e Hertha Berlim empataram 3-3. O Bayer Leverkusen venceu já nos descontos em casa do Mainz, por 3-2, recuperando de duas desvantagens, e o Borussia Mönchengladbach triunfou na recep-ção ao Ingolstadt, por 2-0.

Os “citizens” prosseguiram a caminhada 100% vitoriosa no campeonato inglês de futebol, apesar de se terem depara-

do com dificuldades inesperadas para vencer o Swansea por 3-1, em jogo da sexta jornada da prova. Sergio Aguero colocou o Manchester City em vantagem logo aos nove minutos, mas o Swansea empatou aos 13, por intermédio de Fernando Llorente, e a equipa treinada por Pep Guardiola só voltou a quebrar a resistência dos anfitriões na segunda parte.

Uma grande penalidade permitiu a Aguero “bisar”, aos 66 minutos, e a equipa de Manches-ter sentenciou o encontro aos 77, na sequência de um bom trabalho individual de Raheem Sterling.

O City detém quatro pontos de vantagem sobre o Tottenham, segundo classificado, que se impôs por 2-1 no estádio do Middlesbrough, graças aos dois golos marcados pelo sul-coreano Heung-Min Son.

O Liverpool aproveitou a derrota por 1-0 do Everton no terreno do Bournemouth para igua-lar o rival citadino no terceiro lugar, por força também da goleada na recepção ao Hull City, por 5-1, em que beneficiou de duas grande pe-nalidades, concretizadas por James Milner, e da expulsão de Ahmed Elmohamady à passagem da meia hora.

O Arsenal completa o trio que ocupa o tercei-ro lugar da Liga. Os “gunners” proporcionaram

ao francês Arsene Wenger um 20º aniversário como treinador do clube para mais tarde recor-dar, ao baterem o Chelsea por 3-0, o triunfo mais robusto sobre o rival londrino desde 1997. Alexis Sanchez (11 minutos), Theo Walcott (14) e Mesut Özil (40) resolveram rapidamente a questão do vencedor.

O Manchester United, treinado por José Mourinho, surge no quinto posto, já a seis pon-tos do rival City, depois de ter regressado às vitórias na Liga inglesa, após duas derrotas se-guidas, ao impor-se no seu recinto ao Leicester, campeão em exercício, por 4-1.

O Leicester, que recebe amanhã o FC Porto, em jogo da segunda jornada do Grupo G da Liga dos Campeões, ainda resistiu 22 minutos, altura em que Chris Smalling assinou o primei-ro golo, tendo os “red devils” partido para uma grande exibição, chegando ao intervalo a vencer por 4-0 - Juan Mata, Marcus Rashford e Paul Po-gba anotaram os restantes tentos.

A formação orientada por Claudio Ranieri ainda reduziu na etapa complementar, por De-marai Gray, aos 59, numa altura em que o Uni-ted já tinha baixado o ritmo.

O Sunderland perdeu em casa por 3-2 com o Crystal Palace e ficou só na última posição, uma vez que o Stoke City, companheiro de infortúnio, empatou 1-1 na recepção ao West Bromwich.

JTM com Lusa

LIGA INGLESA

City só sabe ganharO Manchester City manteve o pleno de vitórias na liga inglesa, superando desta vez o Swansea, enquanto que o United regressou aos triunfos, frente ao campeão Leicester

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201614 JTM | ACTUAL

As Forças Armadas Revolucionárias da Colôm-bia (FARC) decidiram ratificar o acordo de paz alcançado com o Governo colombiano e, deste

modo, deixarão a luta armada após 52 anos de um con-flito que deixou quase 250 mil mortos. “Informamos que os guerrilheiros-delegados deram apoio unânime ao acordo de paz”, disse Luciano Marín Arango, conhecido como “Ivan Márquez”, após a conclusão da 10ª Confe-rência Nacional das FARC em El Diamante, local remoto no sul do país.

Com esse apoio unânime, “Márquez” destacou que se reafirma a “coesão interna” que, na sua opinião, as FARC sempre tiveram “na sua trajectória rebelde”. Ainda assim, segundo a agência EFE, exortou um gru-po de dissidentes da Frente Primeira a unirem-se de

novo à guerrilha e seguirem as directrizes aprovadas na conferência.

“As FARC, na sua conversão para movimento polí-tico legal, têm as portas abertas para acolhê-los nova-mente como integrantes de uma mesma família”, fri-sou “Ivan Márquez”. O líder rebelde referiu-se a eles como os que “fizeram parte da Primeira Frente”, que opera no departamento de El Guaviare, no sul do país, e que há dois meses declararam que não acatariam o acordo de paz.

O acordo, concretizado a 24 de Agosto em Cuba, será assinado hoje em Cartagena pelo Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o líder máximo das FARC, Rodri-go Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”.

“Márquez”, que liderou a equipa negociadora das

FARC nas reuniões em Havana, salientou que os cerca de 200 delegados de todas as unidades guerrilheiras no país também “reiteraram sua confiança no Estado-Maior Central e seu Secretariado”, os órgãos de comando desse grupo. Segundo o guerrilheiro, na conferência foi deter-minada a ampliação de nove para 61 do número de pes-soas que compõem o Secretariado, órgão de direcção das FARC, que deverá guiar a transição rumo à paz.

Além disso, “Márquez” considerou que “a reconcilia-ção do país não deixa vencedores nem vencidos”, já que “ganhou a Colômbia e ganhou o continente”.

“Acabou a guerra, digam a Mauricio Babilônia que já pode soltar as borboletas amarelas”, afirmou em referên-cia ao personagem de “Cem Anos de Solidão”, romance do colombiano Gabriel García Márquez.

COLÔMBIA

FARC trocam as armas pela políticaA guerrilha mais numerosa e melhor armada da América Latina deu um passo histórico ao renunciar à luta armada e passar à política, fruto do acordo com o Governo para acabar com meio século de conflito na Colômbia

PORTUGAL

Ana Gomes acusa direcção do PS de deixar Sócrates manipular o partido

A eurodeputada Ana Go-mes mantém as críticas que fez aos dirigentes

do PS por não levantarem a voz contra o facto de José Sócrates estar a “manipular” o partido e a tentar reabilitar a sua imagem política.

“Sei que sou uma voz iso-lada, mas não me importo”, disse ao DN a eurodeputada socialista, apesar de admitir que há militantes que lhe ligam in-dignados com as aparições do ex-primeiro-ministro em ini-ciativas do partido. Como a de sábado, em que foi homenagea-do num almoço no Parque das Nações. E no dia anterior, numa iniciativa promovida pela Fede-ração da Área Urbana de Lisboa (FAUL).

Foi neste encontro de sexta--feira que José Sócrates afirmou que “muitos quiseram afastar--me. Detemos-te, pomos-te na prisão, não dás entrevistas. O primeiro objectivo era isolar-me da sociedade portuguesa. Por-ventura conseguiram esse objec-tivo com a direcção do PS, mas quero dizer-vos que não conse-guiram afastar-me do coração dos militantes”.

Ana Gomes considera que Sócrates “está a sequestrar e a manipular o partido”, que é “chocante”, sem que haja “vo-zes morais no PS”. Embora se mostre crítica da justiça pela de-mora no processo que envolve o ex-primeiro-ministro, a eurode-putada entende que o que já se sabe do comportamento de Só-crates - admitido pelo próprio, em particular o modo como

A eurodeputada insurge-se contra a possibilidade de o seu partido abrir as portas à reabilitação política de José Sócrates. Mas a direcção do PS considera “normal” que o ex-primeiro-ministro participe na vida do partido

Paula Sá*

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RUZ/

LUSA

“vivia à custa do amigo” Carlos Santos Silva - torna “impensável a sua recuperação política”.

A eurodeputada insiste: “Como é possível não haver consciência moral para demar-car o PS disto?” E a sua crítica estende-se a todos os dirigentes socialistas, incluindo ao secre-tário-geral do partido, actual primeiro-ministro.

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, con-siderou “normal e natural que um ex-secretário-geral do PS seja convidado para iniciativas do PS”. Recordou que Sócrates já tinha sido convidado para estar no aniversário do partido, que se comemorou no Largo do Rato, e para estar no congresso.

No sábado, foi o próprio An-tónio Costa que negou que José

Sócrates seja uma voz incómoda para o PS. Defendeu, aliás, a “li-berdade crítica” do ex-primeiro--ministro quando criticou o go-verno por querer acabar com o sigilo bancário sobre as contas acima de 50 mil euros.

“Respeitamos muito a liber-dade crítica. Não é a única pes-soa que é contra o levantamento do sigilo bancário no combate à fraude e à evasão fiscal, outras pessoas também se têm mani-festado nesse sentido”, declarou António Costa, ao visitar uma chocolataria na Ribeira Grande, Açores, onde foi questionado se as palavras de José Sócrates fo-ram amargas para o governo e para o PS.

José Sócrates tinha criticado na sexta-feira o PS e o governo pela aprovação do diploma rela-

tivo ao sigilo bancário, conside-rando que por trás do discurso do combate à fraude está uma perigosa concentração de poder nos organismos do Estado.

Neste ponto, Ana Gomes insurge-se também contra o an-tigo líder do PS. “Querer manter o sistema de sigilo bancário é manter a evasão fiscal, a corrup-ção e a criminalidade associada.” Lembra ainda que foi o governo de Sócrates que começou a fazer “as famigeradas amnistias fis-cais”, em 2005 e 2010, que, diz, “não são mais do que esquemas para lavagem de dinheiro acu-mulado indevidamente ou de fuga de impostos”.

A “manha” de CostaO politólogo José Adelino

Maltez lê nesta aparente norma-

lidade com que António Cos-ta encara o reaparecimento de José Sócrates nas iniciativas do PS “manha” do secretário-geral socialista. “António Costa se quisesse tinha condicionado as estruturas de forma indirecta” para não convidarem José Só-crates, mas não o fez.” Encarar isso com naturalidade “até pode ajudar Costa a virar a página no PS”, mostrando que as inicia-tivas “do ex-primeiro-ministro não são mais do que fait divers”.

José Adelino Maltez não acredita que esta actividade de Sócrates possa causar danos ao PS.

Na segunda iniciativa do PS em que foi figura central, um al-moço em que foi homenageado por militantes do PS, no sábado, o ex-primeiro-ministro anun-ciou que vai lançar em Outubro um livro de teoria política, que garante que não é “de mexeri-cos”.

“Queria sossegar-vos quan-to a uma coisa: nem é um livro de mexericos nem é um livro de um paranoico. É um livro que pretende ser de teoria política. Pus de lado tudo o que escrevi sobre este processo. Não é o mo-mento, mas lá chegará”, disse, em declarações registadas pela SIC, numa crítica implícita do livro do ex-director do Expresso e do Sol, José António Saraiva.

Na sexta-feira, foi o primeiro evento institucional do Parti-do Socialista em que apareceu desde que foi constituído argui-do na Operação Marquês, uma conferência na Universidade de Verão do Departamento Federa-tivo das Mulheres Socialistas da FAUL.

* JTM/DN. Com Lusa

José Sócrates foi homenageado por militantes do PS no Parque das Nações

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | ACTUAL 15

CHINA/CUBA

Li Keqiang sela 30 acordos em HavanaO Primeiro Ministro chinês reforçou a relação com Cuba através da assinatura de três dezenas de acordos bilaterais

CHINACinco pessoas foram detidas por alega-do despejo ilegal de toneladas de lixo no lago Tai, popular destino de Suzhou, na costa leste da China. Pilhas de entulho e lixo doméstico, com sete metros de altu-ra, e amontoadas num espaço equivalen-te a três campos de basquetebol, terão sido encontradas em Julho nas margens do lago.

TAIWANO Supremo Tribunal de Taiwan condenou um ex-funcionário dos serviços secretos a 18 anos de prisão por trabalhar como “agente duplo” e espiar para a China. Se-gundo a imprensa local, Wang Tsung-wu foi recrutado pela China em 1995 e pas-sou informação confidencial antes de se reformar em 2005.

FILIPINASDezoito especialistas independentes de um Comité da ONU vão reunir-se a 28 e 29 de Setembro, em Genebra, com a de-legação filipina, para analisar a situação dos direitos humanos no país. O comité prevê publicar a 10 de Outubro as con-clusões sobre as Filipinas, onde desde Ju-nho mais de três mil pessoas morreram na campanha contra o tráfico de droga.

COREIASCerca de 58% dos sul-coreanos são favo-ráveis a que o seu país se converta num estado nuclearmente armado para ga-rantir uma resposta equilibrada a Pyon-gyang, contra 34% que se opõem, revela um inquérito da Gallup Korea. O apoio às armas nucleares dos cidadãos com mais de 60 anos chega aos 75%, enquanto os jovens de 20 ou 30 anos se mostram me-nos favoráveis (39%).

INDONÉSIAAs autoridades indonésias interceptaram um navio que transportava 30 toneladas de amónio contrabandeado, produto químico que, combinado com um com-bustível derivado do petróleo, produz um explosivo muito usado por jihadistas e terroristas. A embarcação procedia da Malásia e transportava a carga confisca-da para a Ilha Celebes.

GUINÉ EQUATORIALO ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Guiné Equatorial garan-tiu durante um encontro da CPLP em Nova Iorque que a eliminação da pena de morte no país “está iminente”, revelou à Lusa o homólogo português. Segun-do Augusto Santos Silva, Agapito Mba Mokuy também indicou que o país “está a desenvolver um programa para instalar o ensino do português no sistema esco-lar”.

ALEMANHAA polícia alemã contabilizou entre Janei-ro e Setembro 507 actos de violência xe-nófoba, quase o dobro dos registados em 2015. Incluindo a propaganda e incitação ao ódio, os casos de violência contra refu-giados superaram 1.800, segundo os da-dos publicados pela revista “Der Spiegel”.

REINO UNIDOO deputado Jeremy Corbyn foi reelei-to com ampla vantagem como líder do Partido Trabalhista, principal força da oposição britânica. Embora criticado pela maioria dos deputados trabalhistas, Corbyn garantiu o apoio das bases e ob-teve 61,8% dos votos superando o único adversário, o deputado Owen Smith.

VOLTA AOMUND

Situado na província de Liaoning (nordeste), o tre-cho de Xiaohekou, com cerca de 8 km de extensão, foi construído em 1381, durante a dinastia Ming, e

era considerado um dos mais bonitos da Grande Muralha “selvagem”, ou seja, onde está danificada e sem restauros. No entanto, segundo imagens publicadas na internet, as pedras do trecho estão agora encobertas por um cimento escuro e que destoa muito da construção.

“Parece obra de pessoas que nem sequer terminaram a escola primária. Se este é o resultado, seria melhor fazê-la explodir”, ironizou um internauta no Weibo, o Facebook chinês, citado pela agência AFP.

“Por que não destruímos também a Cidade Proibida de Pequim?”, questionou outro.

Outro internauta também reagiu de modo muito crítico: “Um tratamento tão mau dos monumentos deixados pelos nossos ancestrais! Como é que pessoas com um nível de cultura tão baixo podem ocupar posições de liderança?”.

Ding Hui, subdirector do departamento de Cultura da província de Liaoning, admitiu o problema. “O restauro fi-cou realmente muito feio”, declarou ao canal público CCTV.

As obras de reforma foram realizadas entre 2012 e 2014 para preservar o monumento após inundações, explicou em comunicado a Administração Nacional de Património Histórico, em resposta à indignação geral. O organismo anunciou a abertura de uma investigação e prometeu pu-

nir severamente os responsáveis.A Administração do Património reconheceu ter apro-

vado na altura os planos de restauração, mas acrescentou que enviou inspectores para avaliar o resultado dos traba-lhos, bem como a respectiva gestão e supervisão.

A Grande Muralha é, na realidade, uma série de forti-ficações separadas cujo traçado remonta a mais de 2.000 anos nalgumas partes. Foi construída para defender o país contra invasões do norte. A sua extensão actual é calculada entre 9.000 e 21.000 km, dependendo se forem tidas em conta ou não as partes desaparecidas.

Cerca de um terço das partes construídas na dinastia Ming desapareceram devido à erosão e também ao roubo de pedras usadas para construir moradias. Os autores des-ses roubos são passíveis de multas de 5.000 yuan.

O mau estado de conservação da Grande Muralha, um dos principais símbolos da China e declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1987, despertou uma grande preocupação popular no gigante asiático nos últi-mos anos. Apenas 8,2% da muralha construída durante a dinastia Ming se mantém em bom estado, segundo alertou a Sociedade da Grande Muralha da China, uma entidade dedicada à protecção do monumento, num estudo publi-cado em Junho de 2015, alertando para problemas como a erosão, o vandalismo e a falta de manutenção.

JTM com agências

Li Keqiang salientou a importân-cia da cooperação económica e comercial com Cuba, assinando

cerca de 30 acordos durante o seu en-contro, no sábado, com o Presidente da ilha, Raúl Castro. Segundo uma nota oficial sobre o encontro, Li e Castro con-versaram sobre as “excelentes relações entre os dois países, os principais pro-jectos de cooperação” e o fortalecimen-to dos vínculos bilaterais.

Após a reunião, os dois líderes pre-sidiram a assinatura de cerca de 30 instrumentos jurídicos para favorecer a cooperação, incluindo um protocolo que oficializa a redução da dívida da ilha para com a China, segundo a tele-

visão estatal cubana.Foram também assinados acordos que

fixam doações chinesas para a moderni-zação das alfândegas cubanas e para a compra de painéis solares, bem como um acordo para um “projecto de reforma li-gado à imprensa e materiais gráficos”.

Estes acordos abrangem também áreas como ambiente, informática, in-dústria, biotecnologia, energias renová-veis e sector bancário.

Li, que chegou a Havana no sábado para uma visita que se estende até hoje, disse que entre os objetivos da sua via-gem está a “intensificação da confiança mútua política” e a “injecção de uma nova dinâmica às relações bilaterais”.

Para o Primeiro-Ministro chinês, Cuba “conquistou êxitos extraordinários na construção e desenvolvimento nacionais, opondo-se resolutamente à ingerência externa e resistindo ao contínuo bloqueio estrangeiro” dos Estados Unidos.

Cuba e a China mantêm relações estreitas, com um intercâmbio que nos primeiros nove meses de 2015 chegou aos 1.596 milhões de dólares, um cresci-mento de quase 57% em relação ao ano anterior, de acordo com dados oficiais.

Em 2014, o Presidente chinês, Xi Jin-ping, visitou Cuba, para onde começa-ram a realizar-se voos directos a partir da China no final de 2015.

JTM com Lusa

O restauro de um trecho da Grande Muralha da China, coberta com uma espessa camada de cimento cinza, causou indignação no país por ter desfigurado o emblemático monumento. As autoridades prometeram apurar responsabilidades

CHINA

Indignação “cimentada”na Grande Muralha

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201616 JTM | OPINIÃO

REGINADE AZEVEDO PINTO*

AOS MEUS OLHOS

Logradouros de vidas alheias

Com passar do tempo apercebemo--nos que a inveja começa a ficar a meio do caminho, já sem forças

e meia senil... ou pelo menos deveria fi-car. Começa a ser duplamente tributada pela sensatez e clarividência. Há deter-minados impulsos que ficam coxos e são engolidos por eles próprios, por tão insignificantes serem, uma espécie de sucção no vácuo. A inveja e os seus pa-rentes voam para esse aspirador. Existe toda uma oratória que por vezes salta de lábios insatisfeitos e que deveria cris-talizar no ar não se materializando em linguagem. Recebemos informações lú-gubres, viscosas, que se alojam na alcova do nosso pensamento e que acabam por atrofiar o seu desenvolvimento, detur-pam, toldam a nossa maneira de pensar, interferem na nossa arte mais profunda, a meditação. Existe tanta informação com cheiro a ranço... e acaba sempre por encontrar terreno fértil, pequenos ogres farejadores de insegurança “ Ah aqui está bom, podemos acampar!” Não pode ser. Há que negar o visto a estes vermes da oratória, de calibre mais espesso que a própria convicção. Estes pequenos ogres vivem da subtracção da coragem e da felicidade que sempre lhes foi ve-

dada, então condenam-na à infelicidade perpétua colocando-a ao mesmo tempo na ágora pública. O problema, é que essa ágora é sustentada por vidro fino, são as fundações dos telhados... nenhuma vida é bonita para emoldurar e por na parede da sala. Há partes boas e outras cretinas. Temos telhados de cristal que reflectem capítulos menos bons que gostamos de ler com uma voz surda, com um ouvi-do só à Van Gogh e, de preferência não em esperanto mas sim em pranto, língua morta apenas captada por nós. Mania de colocar uma coluna não sintonizada so-bre a vida alheia. Quanto menos souber-mos mais feliz deveremos ser. Não pode ser essa a proveniência da felicidade. A felicidade não é rasteira, não tem patas curtas nem vive na sombra fria alheia, não é arbusto, mas sim árvore que ir-rompe entre as outras e que busca o seu próprio sol.

A vida não pode ser apenas um lençol que serve para embrulhar as amarguras dos outros, ficando ensopada de arrelias e más disposições. Não podemos ser per-meáveis às vontades alheias deixando que estas comandem o nosso volante. Não era suposto ser o sonho que se senta-va no local do condutor? Há que empre-gar o “não”, triagem, reciclagem. Todos temos um caminho que anseia ser pisado por nós, não pelos outros, mas por nós, calca-lo, dar-lhe vida com os nossos pés. Há que colocar naftalina debaixo dos te-cidos mais sedosos para afastar as traças alheias dos armários mais sensíveis...porque razão se hão de alimentar de algo

que não lhes pertence? Para desfigurar? Para deixar passar a nudez translucida que expõe à luz usurária do embaraço? Não. Seria uma tristeza viver pela expe-riência alheia, significaria que, não vínha-mos aqui fazer nada. Temos de viver na

primeira pessoa e não na terceira, e quan-do o contrário acontece, é porque a vida conjugada na “primeira pessoa” é pobre, nada entusiasmante e a nossa ...muito mais interessante!

*Advogada em Lisboa

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | OPINIÃO 17

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

26/09/1996

JONAIS CHINESESE A “GUERRA DO SÉCULO”Os jornais chineses de Macau dão grande destaque às eleições para a Assembleia Legislativa (AL), que consideram históricas. À excepção do “Ou Mun” (Diário de Macau), que veicula habitualmente as posi-ções oficiais chinesas, os restantes sete matutinos de língua chinesa destacam o facto de lista de Chio Ho Cheong ter ultrapassado a votação das forças tradicionais. Na manche-te, o “Ou Mun”, dirigido por Lei Seng Chun, chama ao acto eleitoral “A Guerra do Século”, distribuin-do o noticiário sobre o sufrágio por seis páginas, incluindo uma apenas com fotografias. Em editorial, o “Ou Mun” congratula-se com a eleição dos deputados, esperando que con-tribuam para a defesa dos interesses dos cidadãos, e critica a abertura tardia de algumas das secções de voto. O “Va Kio” (Diário dos Chi-neses Ultramarinos) ocupa toda a primeira página com publicidade e remete para cinco páginas interiores o noticiário sobre as eleições, profu-samente ilustrado com fotografias a cores que testemunham momentos significativos da jornada eleitoral. No título principal, o jornal dirigido por Chiu Iu Nang compara a vitória de Chio Ho Cheong à de um “Exér-cito vindo do nada”, com o articu-lista Nam Ieong a lembrar os novos deputados que devem honrar os compromissos assumidos durante a campanha. O “Tai chung” (Jornal Público), de Vong Iu Kwong, reser-vou toda a primeira página para uma saudação a um dos candidatos eleitos, destacando no título princi-pal de uma das quatro páginas com notícias sobre as eleições, incluindo uma só com fotografias, a elevada percentagem de votantes. Tang Pat, articulista habitual do “Tai Chung”, defende que os quatro deputados li-gados ao mundo empresarial pode-rão dar um novo impulso ao desen-volvimento económico. O “Si Man” (Jornal do Cidadão), dirigido por Kung Man, também chama à man-chete a tese da “Guerra do Século”, ocupando duas páginas com o noti-ciário eleitoral. Nas colunas de opi-nião do “Si Man”, Man Kuo defende que os vencedores devem honrar os seus compromissos e Iat Meng ape-la para que as alegadas irregularida-des eleitorais sejam devidamente apuradas. No “Seng Pou” (Jornal Estrela), dirigido por Kwok Kam Seng, o articulista Pou Lok aconse-lha alguma reserva quanto aos re-sultados das eleições, opinando que alguns dos deputados poderão não reunir as condições necessárias para acompanhar a transição em 1999.

Uma HistóriaCultural

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

“… parece-nos que este livro – bem como a série televisivaa ele associada – pode constituir uma salvaguarda

da memória portuguesa em Macau, preparando-nos paraque o mundo globalizado que nos rege actualmente não apague

o que tantos, e alguns tão bons e empenhados, foramcontribuindo ao longo da sua história comum.”

Da nota introdutória dos autores

Estávamos na fase final do período de transição de Macau, com os contornos claramente delineados da nova realidade política que iria despontar, quando

dois professores e investigadores portugueses, Celina Vei-ga de Oliveira e António Aresta, que prestaram meritórios serviços em Macau, nas áreas da educação e da cultura, publicaram a obra Arquivos do Entendimento – Uma Visão Cultural da História de Macau. Este trabalho foi o suporte de uma importante série televisiva, concebida com intuitos vincadamente pedagógicos, visando recordar e interpre-tar o legado histórico e cultural que deu ao território uma identidade própria.

A série, que a TDM – Teledifusão de Macau produziu, constituiu um excelente instrumento de comunicação com um público interessado e atento, ao mesmo tempo que es-timulou nas novas gerações a curiosidade por um conheci-mento maior de acontecimentos relevantes e dos homens que, ao longo de séculos, os protagonizaram, contribuin-do para a afirmação e consolidação dessa identidade. Esta é, afinal, a razão de ser da ampla autonomia que foi for-malmente garantida por acordo entre os dois Estados que podiam, legitimamente, definir as novas opções para este singularíssimo território.

Foi em Macau que Portugal e a Europa tiveram o seu mais duradouro ponto de encontro com o Extremo Oriente. Temperando a coragem com a diplomacia e a ousadia com o entendimento, foi aqui construído, ao longo de quase meio milénio, um espaço vivencial marcado pela diferença. No decurso do tempo, uma sábia conjugação de interesses e de afectos permitiu que se fosse sempre mais longe, até à transferência do exercício da soberania, em Dezembro de 1999, efectuada sem sobressalto e com a maneira de viver da sua população salvaguardada. Também ficaram assegu-rados, na Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, os direitos, as liberdades e as garantias, anterior-mente vigentes por força da aplicação da Constituição da República Portuguesa.

Ao Governo de Macau coube a responsabilidade de assegurar a execução do acordo firmado e criar as condi-ções para o correcto estabelecimento desta região especial. Tantos anos volvidos, é gratificante constatar que Macau mantém viva a sua vocação histórica, assumindo-se como plataforma de cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, e que a UNESCO classificou o centro histórico da cidade como património da humanidade.

Em 2009, a Fundação Jorge Álvares achou oportuno oferecer aos interessados uma edição revista daquele livro, para o qual os autores escolheram um título talvez mais apelativo: Macau – Uma História Cultural. Fê-lo com a Edi-torial Inquérito, numa parceria útil estabelecida, ficando o livro incluído na colecção que tem o nome do primeiro português a aportar às costas da China e que é também o patrono daquela Fundação. A obra teve boa divulgação e foi procurada por muitos interessados, entre os quais pro-fessores e estudantes, além de continuar a ter a maior utili-dade em cursos e seminários sobre a presença de Portugal no Oriente.

A definição dos caminhos do futuro passa, necessaria-mente, por um melhor entendimento da História e pelo

reconhecimento de uma memória povoada por uma rica diversidade de gentes e indelevelmente marcada por um intenso convívio de culturas que, na busca da harmonia, encontrou a chave do seu sucesso, evidente na sua perdu-rabilidade.

Um conteúdoestimulante

O livro contém 13 capítulos, com os seguintes títulos: “Mito e realidade”, “Lin Fa Tei – terra do lótus”, “O sor-tilégio do Oriente”, “A cidade cristã e a cidade chinesa”, “O poder repartido”, “A supremacia chinesa”, “Ritos e formulários”, “As grandes embaixadas”, “A afirmação da autoridade portuguesa”, “A imposição do domínio portu-guês”, “O reconhecimento formal da soberania” e “Uma folha lançada ao Oriente”. Através deles, conta-se a histó-ria fascinante de um pequeno território que, para muitos, foi um milagre reiterado de sobrevivência, hoje prosse-guindo o seu percurso num contexto político diferente.

Uma extensa bibliografia sobre Macau e a presença de Portugal no Extremo Oriente completa o trabalho e ofere-ce a investigadores novas pistas para projectos académi-cos futuros. Também ali está uma relação completa dos governadores de Macau, de 1623 a 1999.

Os autores dedicaram o livro ao Governador Vasco Rocha Vieira, “que tão bem soube honrar o nome de Por-tugal nos últimos anos da administração portuguesa de Macau” e, na nota introdutória, referiram os doze episó-dios da série televisiva apresentada “em Macau, em Por-tugal (RTP1, RTP2, RTP Internacional e RTP Memória) e na China (CCTV), da responsabilidade da TDM (Teledifu-são de Macau) e da RTP”, bem como o livro que constituiu o suporte argumentativo dessa série e que, “com peque-nas correcções e algumas actualizações”, mereceu esta se-gunda edição com a chancela da Fundação Jorge Álvares. Também fizeram questão de salientar – e bem – que “a perspectiva histórica defendida neste livro é portuguesa” e, “não obstante o esforço de objectividade e de isenção que os norteou, são portugueses, como portuguesas são as referências, as fontes e as visões que os povoam”. “Mas esteve sempre presente a preocupação de se fazer uma lei-tura do passado histórico de Macau que fizesse justiça ao contributo dos actores em cena no território no decurso de tantos séculos”.

No último capítulo, como conclusão, os autores per-guntam “que balanço deve ser pedido à história daqueles tempos em que dois povos plasmaram num espaço co-mum hábitos e modos de vida com marcas de recíproca aceitação e convívio?” E “como lhes foi possível construir e cimentar em Macau uma ambiência universalmente re-conhecida como singular e rara?” A resposta dada é, su-cinta e lapidarmente, a seguinte:

“A história aponta para uma responsabilidade dual dessa atmosfera peculiar, devendo-se tanto a chineses como a portu-gueses, como se o próprio chão do território impusesse a quem o habitava – temporária ou permanentemente – um comporta-mento, não totalmente português, não totalmente chinês, mas de Macau.

Obra conjunta de dois povos, do que de melhor haverá a ex-trair de cada um deles, Macau será sempre para os portugueses que lá vivem, ou tiveram o privilégio de lá viver, um encontro com a força do passado histórico da nação, uma aprendizagem de convivência, uma certeza de futuro, uma folha por nós lançada ao Oriente.”

De facto, “Macau é o testemunho vivo e privilegiado da coexistência, nem sempre pacífica, de duas comunida-des que, neste lugar, foram deixando ao longo de séculos marcos culturais próprios, produto e circunstância de pas-sados históricos distintos e diferenciados”. Este legado é, sem dúvida, a sua maior riqueza. É ele que, já no decurso da segunda década do século XXI, continua a projectar Macau no futuro.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

Dito“Macau, sem a presença dos Portu-gueses (aqui incluindo o segmento dos macaenses filhos da terra) não será por certo a sociedade que hoje transparece (...)”

Carlos Piteira, in “Ponto Final”

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 201618 JTM | LAZER

• • • CULTURA

Museu mostra “parte central” da história americanaBarack Obama inaugurou o Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, um espaço que considera crucial para compreender uma “parte central da história americana” e que contextualiza “os debates do nosso tempo”

A História afro-ameri-cana “é fundamental” para a História dos

Estados Unidos e não pode ser entendida de uma forma inferior, realçou no sábado Barack Obama, que a poucos meses de terminar o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos - o primei-ro afro-americano a chegar à Casa Branca -, inaugurou o Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, em Washington.

“Este é o lugar para com-preender como os protestos e o amor pelo país não se limi-tam a coexistir; estão implica-dos um no outro. Mesmo pe-rante as mais inimagináveis adversidades, a América se-guiu em frente. E este museu contextualiza os debates do nosso tempo”, disse o Chefe de Estado, que acompanhado da primeira-dama, Michel-le Obama, cortou uma faixa e tocou o sino de uma igreja afro-americana histórica para inaugurar o espaço de 400 mil metros quadrados, perante milhares de espectadores.

Obama enalteceu, por isso, a abertura de um mu-seu dedicado às múltiplas fa-cetas da história dos negros, bem como às suas conquistas. “Além da sumptuosidade do edifício, o que torna esta ocasião tão especial é a rica história que ele abriga”, disse durante a cerimónia, na qual participaram personalidades como o cantor Stevie Won-der e a apresentadora de TV Oprah Winfrey.

“A história afro-americana não está separada da nossa

grande história americana. Não é a parte inferior da his-tória americana. É parte cen-tral da história americana”, frisou.

Antes da inauguração, Obama já tinha desafiado Do-nald Trump a visitar o museu, na sequência de mais um co-mentário polémico do candi-

dato republicano à Casa Bran-ca. Trump gerou uma chuva de críticas ao afirmar que “as comunidades afro-america-nas estão na pior forma na sua história” por “não terem educação nem empregos”. “Acho que até alguém de oito anos de idade dirá que a es-cravidão não foi boa para as

pessoas negras”, contrapôs Obama.

O museu, revestido de bronze, apresenta um acervo de cerca de 36.000 peças, do-cumentos e objectos, metade dos quais doados, que traçam a história das pessoas africa-nas nos Estados Unidos, sem esquecer os tempos de escla-

vagismo, a segregação, o ra-cismo e a influência na cons-trução sociocultural do país.

A ideia da construção deste museu tem já um sé-culo, proposta pelos afro--americanos veteranos da Guerra Civil, mas a decisão só foi tomada em 2003, pelo então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que também esteve presente na cerimónia.

O museu abre num mo-mento de elevadas tensões raciais no país, palco de pro-testos nos últimos dias após a morte de homens negros pela polícia, em Charlotte, na Ca-rolina do Norte, e em Tulsa, em Oklahoma.

“[O museu] Talvez possa ajudar um visitante branco a compreender o sofrimento e a indignação dos manifestantes em lugares como Ferguson e Charlotte”, assinalou Obama.

Este é o primeiro museu nacional dedicado a docu-mentar as verdades incómo-das envolvendo a opressão sistemática sofrida pelos ne-gros no país, ao mesmo tem-po que homenageia o papel da cultura afro-americana.

“Uma visão clara da histó-ria pode incomodar-nos (...) mas é, precisamente, a partir deste incómodo que aprende-mos e crescemos, e aprovei-tamos o poder colectivo para tornar esta nação perfeita”, defendeu Obama.

Situado próximo da Casa Branca, o edifício do museu tem o formato de três pirâmi-des invertidas.

JTM com agências

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EPA

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Tracking Asiaís Fish Bombers 16:00 How 2 Win 17:00 Beyond Bars: KL’s Pudu Prison 18:00 Hunting Hitler 19:00 Leepu & Pitbull 20:00 Celebrity Car Wars 21:00 Counting Cars 21:30 Ride Ní Seek: Quest For The Priestess’ Cloak 22:00 Celebrity Car Wars 23:00 How 2 Win 00:00 Counting Cars (S5) - Counting Cars 00:30 Ride Ní Seek: Quest For The Priestess’ Cloak

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CINETEATROS1 Equals14:15 • 17:45 • 21:30

S2 Sully14:15 • 16:00 • 17:45 • 21:45

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TORRE DE MACAUSully14:30 • 16:30 • 19:30 • 21:30

GALAXYPelé: Birth of a Legend13:00 • 19:20 • 20:40

Suicide Squad (3D)15:10

Bridget Jones’ Baby13:30 • 15:45 • 20:15 • 21:25 • 22:30 • 23:45

Bad Moms14:55 • 15:25 • 17:20 • 21:05

Sully (2D)13:20 • 15:15 • 17:00 • 18:50 • 19:15 • 21:10 • 23:00

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Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016 JTM | LAZER 19

• • • E AINDA

• • • CINEMA

Hollywood tenta refazer glórias dos grandes westerns

Jennifer Aniston defende Pitt de acusações de abuso infantilBrad Pitt recebeu o apoio da ex-esposa, que “não acredita, nem por um segundo” nas acusações de abuso infantil, adiantou o portal “HollywoodLife”. “Jennifer Aniston sabe que ele não é capaz de fazer algo tão horrível”, disse fonte próxima da actriz. Segundo o site TMZ, Pitt ter-se-ia exaltado e batido no filho de 15 anos, Maddox - adoptado em 2002 - durante um voo privado com a família. O FBI esclareceu que “continua a reunir os factos e avaliar se é ou não uma investigação a nível federal”. As suspeitas surgiram após Angelina Jolie ter pedido o divórcio de Bitt na semana passada.

Scotland Yard investiga roubo de fotos a Pippa MiddletonA Scotland Yard anunciou estar a investigar a denúncia de que um pirata informático estaria a tentar vender 3.000 fotografias roubadas da conta iCloud de Pippa Middleton, cunhada do príncipe William. Segundo a imprensa britânica, piratas informáticos terão roubado fotografias pessoais do álbum de Pippa Middleton, entre as quais imagens de vestidos de noiva e festas privadas. Pippa Middleton, de 33 anos, é a irmã mais nova da duquesa de Cambridge e ficou famosa depois de surgir como dama de honra no casamento de Kate com o príncipe William em 2011.

Nasceua primeira filha de Adam LevineO cantor Adam Levine e a modelo Behati Prinsloo deram as boas-vindas à primeira filha, baptizada como Dusty Rose. Desde o início da gravidez da mulher, o vocalista dos Maroon 5 confessou estar entusiasmado por ser pai, assegurando que vai “estragar” filha e mãe “com mimos”. Levine e a modelo nascida na Namíbia casaram-se em 2014, no Cabo São Lucas, no México.

João Lopes*

Que é feito das histórias do velho Oeste ameri-cano? Pode dizer-se que

os westerns têm passado por um atribulado processo de so-brevivência, em parte semelhan-te ao dos filmes musicais. Por um lado, há várias décadas que tanto os musicais como os wes-terns deixaram de ser produtos regulares dos grandes estúdios de Hollywood; por outro lado, cada vez que surge um título de qualquer um dos géneros, insta-la-se uma expectativa nostálgi-ca: será desta que vamos assistir a uma nova vaga revivalista? “The Magnificent Seven” sur-ge marcado por essa ansiedade que é também, inevitavelmente, uma expectativa comercial.

Em vésperas da estreia global do filme, a bíblia de Hollywood, “Variety”, tratava mesmo “The Magnificent Seven” como uma derradeira esperança para con-trariar a fraca performance co-mercial de títulos recentes que procuraram relançar alguns sucessos das últimas décadas (o terror de Blair Witch e as co-médias românticas de Bridget Jones). Estamos, de facto, peran-te o “remake” de uma produção homónima, lançada em 1960, com realização de John Stur-ges e um elenco dominado por nomes muito populares como Yul Brynner, Steve McQueen e Charles Bronson.

Resta saber se as eventuais

boas receitas de “Magnificent Seven” corresponderão a um ge-nuíno relançamento do western. Isto porque a realização de An-toine Fuqua parece interessar-se muito pouco pelas raízes temáti-cas do western, preferindo antes criar uma antologia de “núme-ros” mais ou menos aparatosos que transformam o filme numa banal manta de retalhos.

A inspiração de KurosawaAssistimos, assim, à sim-

plificação de uma intriga cuja primeira inspiração, tanto em 1960 como agora, está no clás-sico japonês “Seven Samurai”

(1954), de Akira Kurosawa. Tudo acontece a partir da situa-ção de repressão a que é sujeita uma pequena comunidade: sem recursos humanos ou bélicos para enfrentar os interesses do perverso Bartholomew Bogue, os habitantes da aldeia de Rose Creek pedem auxílio a Sam Chi-solm, um caçador de prémios que irá reunir mais seis aventu-reiros para enfrentar Bogue.

Mesmo esquecendo a exce-lência de Kurosawa (com a qual, aliás, o filme de Sturges estava longe de rivalizar), o trabalho de Fuqua vai-se reduzindo a uma criação de figuras estereotipadas

que nem sequer adquirem con-sistência no plano meramente icónico. A composição de Bogue por Peter Sarsgaard é sintomáti-ca: actor de subtil talento (vimo--lo, este ano, nesse filme admi-rável que é “Experimenter”, de Michael Almereyda), Sarsgaard interpreta a sua personagem num registo involuntariamente caricatural, muito longe da su-gestão maligna que perpassava pela presença de Eli Wallach na figura equivalente da versão de 1960.

Denzel Washington assume a personagem de Chisolm que, no filme de Sturges, pertencia a Yul

Brynner, com o nome de Chris Adams (todos os nomes foram alterados), deixando também a sensação de que o seu talento merecia algo mais. Na primeira meia hora do filme, Fuqua bem se esforça por criar um clima vi-sual que tenta imitar uma certa iconografia de grandes planos de rostos, aparentemente decal-cada dos mais célebres westerns “spaghetti” de Sergio Leone, com destaque para “Once Upon a Time in the West” (1968). O certo é que o esquematismo das suas opções desemboca no lon-go confronto final que, de tão visualmente artificioso e dra-maticamente desconexo, mais não consegue do que repetir os lugares-comuns de muitas pro-duções de “super-heróis”.

Residirá aí a questão funda-mental: a nova versão de “Mag-nificent Seven” não foi feita a partir de qualquer releitura (ro-manesca, ideológica... o que se quiser) do western clássico, en-carando as memórias do Oeste como uma paisagem “pitores-ca” a partir da qual seria possí-vel, automaticamente (?), fazer renascer a energia do espectá-culo. De facto, tal não é possível, quanto mais não seja porque, em nome da mitologia ou da sua desmontagem, o western in-tegra uma visão abrangente dos dramas que marcaram a conso-lidação da grande nação ameri-cana e, em particular, as convul-sões da expansão para Oeste.

* JTM/DN

Com Denzel Washington, “The Magnificent Seven” procura recuperar a dimensão mitológica do western homónimo de 1960

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António Costa visita Pequim e Xangai antes da RAEMCom Macau no percurso, o Primeiro-Ministro português vai visitar a China entre 8 e 12 de Outubro. Hoje, o MNE, Augusto Santos Silva, encontra-se com Li Keqiang nas Lages para preparar o périplo

O P r i m e i ro - M i n i s t ro português efectua en-tre 8 e 12 de Outubro

uma visita de cinco dias à Re-pública Popular da China, a qual inclui também uma des-locação à RAEM. Fonte diplo-mática disse à agência Lusa que António Costa iniciará a visita em Pequim, onde terá encontros de carácter institu-cional e político.

A dimensão mais econó-mica e empresarial da deslo-cação acontecerá em Xangai, em princípio no terceiro dia de presença na República Po-pular da China.

Em Macau, irá participar na Conferência Ministerial do Fórum para a Coopera-ção Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e num fó-rum empresarial organizado à margem do evento. Além das matérias do intercâmbio

económico, terá ainda uma agenda dedicada às questões da cooperação cultural no âmbito da lusofonia.

O programa prevê tam-bém encontros com o Chefe do Executivo da RAEM, Chui Sai On, e com a comunidade portuguesa.

No passado dia 12, An-tónio Costa recebeu em São Bento o Chefe do Executivo da RAEM, numa reunião que teve como temas centrais a cooperação económica, a tec-nológica e científica. Segundo fonte do Executivo português, durante essa reunião António Costa destacou o facto de Lis-boa se preparar para receber em Novembro a “Web Sum-mit” - evento que nos próxi-mos anos juntará na capital portuguesa as mais impor-tantes “start-ups” e empresas tecnológicas mundiais.

Entre outras questões,

também destacou a impor-tância da cooperação com a RAEM na economia, comércio e educação, sobretudo ao ní-vel da difusão da língua por-tuguesa na Ásia, bem como a importância do território como plataforma entre a Chi-na e os países de expressão portuguesa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicou entretanto, em Nova Iorque, que o seu encon-tro com o Primeiro-Ministro chinês na Base das Lajes, na Terceira, visa preparar a via-gem de António Costa à Chi-na. “Não há nenhuma agenda escondida nas reuniões que realizo. A reunião que se fará na segunda-feira [hoje] é no quadro da preparação da vi-sita do Primeiro-Ministro An-tónio Costa à China”, disse o ministro à Lusa.

JTM com Lusa

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António Costa recebeu Chui Sai On há duas semanas

Grupo chinês China firma parceria em HollywoodO conglomerado chinês Wanda Group anunciou que vai investir na produção de filmes da Sony Pictures, em mais um passo que visa converter o grupo num importante operador da indústria cine-matográfica de Hollywood. Fundado no final da década de 1980 em Dalian, nordeste da China, o Wanda Group co-meçou por se impor no sector imobiliá-rio, mas nos últimos anos passou a in-vestir também no cinema e no turismo. O acordo agora anunciado é o primeiro do grupo dirigido por Wang Jianlin - o homem mais rico da China -, com um dos principais estúdios de Hollywood. “A aliança vai permitir reforçar o po-der de influência do Wanda na indús-tria de cinema global, e estabelecer um bom precedente para os produtores de filmes chineses nos seus investimentos além-fronteiras”, afirmou a empresa em comunicado, acrescentando que irá “empenhar-se por destacar elementos chineses nos filmes em que investir”. Em 2012, o grupo Wanda adquiriu a em-presa norte-americana AMC Entertain-ment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA e da britâni-ca Odeon & UCI Cinemas, presente no mercado português, onde é o segundo maior distribuidor. No ano passado, anunciou a compra da Legendary En-tertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares. Wang Jianlin finan-ciou a produção do filme “Spotlight”, Óscar da Melhor Fotografia deste ano.

Equipa canadiana destaca-seno Concurso do Fogo de ArtifícioA empresa “Feu d’Artifice Orion” foi a mais aplaudida na noite de sábado pelo pú-blico que acorreu à zona ribeirinha junto à Torre de Macau para assistir à quarta ron-da do 28º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau. Embora não tenha primado por grande criatividade, nem explorado sempre a ligação entre a pirotecnia, a música e os efeitos de lazer, a companhia canadiana aproveitou o forte arsenal de fogo que trouxe para a competição para cobrir muito bem o céu com exuberantes “cas-catas”, raramente vistas na actuação da “Orzella Fireworks di Orzella Antonio”. Os italianos, que lançaram metade das peças de fogo dos canadianos, ficaram aquém das expectativas, oferecendo um espectáculo com poucos rasgos de brilhantismo. O con-curso vai encerrar no próximo sábado, 1 de Outubro, com exibições da “Pyro-Technic Transilvania” (Roménia) e da “Hunan Jingtai Fireworks” (China), pelas 21:00 e 21:40, respectivamente.

Jovem viciada na internet matou a mãeà fome por ter sido internadaUma adolescente chinesa de 16 anos foi detida após confessar que matou a mãe à fome, aparentemente em represália contra o facto dos pais a terem internado num rígido centro de tratamento con-tra a dependência em internet. De acordo com a agência EFE, a jovem, identificada com o nome fictício de Chen Xinran, entregou--se à polícia na Província de Heilongjiang, nordeste da China, e explicou que tinha amarrado a mãe numa cadeira durante uma semana e não lhe deu de comer. Durante esse período, enviou por telemóvel fotos e vídeos a uma tia exigindo dinheiro em troca da libertação da mãe, mas quando conseguiu o seu objectivo, a vítima já estava bastante debilitada. A filha chamou uma ambulância e fugiu, mas ao saber da morte da mãe, acabou por se entregar. O pai estava hospitalizado após ter sido esfaqueado pela jovem num incidente anterior. A jovem terá procurado vingar-se dos pais por ter sido internada, contra a sua vontade, num polémico centro de recuperação para viciados na internet, situado em Shandong, e que antigos internos criticaram em diversas ocasiões pela brutalidade dos seus métodos (como espancamentos e choques eléctricos). As autoridades locais asseguraram que vão investigar o centro.

Restaurante de Xangai fechou depois de receber estrela MichelinUm restaurante de Xangai perdeu a licença para operar e teve de fechar portas um dia depois de ter recebido uma estrela Michelin. O “Taian Table” foi um dos 26 restaurantes de Xangai distinguidos no primeiro guia gastronómico Michelin publicado na China Continental, no entanto, um cartaz colo-cado na porta do estabelecimento informa que foi obrigado a “suspender” a actividade devido a uma “reorganização interna”. Situado no piso térreo de um edifício de quatro andares, o restaurante já tinha recebido ordem para fechar por não ter licença ope-racional, segundo o jornal “Xinmin Evening News”. Depois de ter aberto portas em Abril, o “Taian Table” foi denunciado por vizinhos, por problemas relacio-nados com barulho e odores, indicou a agência AFP. O guia Michelin sublinha que o restaurante tem um cardápio ocidental, mas o menu muda mensalmente e “utiliza com talento excelentes ingredientes e re-ceitas engenhosas”.