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FORMAÇÃO DOS SOLOS NA REGIÃO DO PANTANAL, CHACO E SERRA DA BODOQUENA . INCISA 2010- GEOLOGIA

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Page 1: FORMAÇÃO DOS SOLOS NA REGIÃO DO PANTANAL,

FORMAÇÃO DOS SOLOS NA REGIÃO DO PANTANAL, CHACO E

SERRA DA BODOQUENA.

INCISA 2010- GEOLOGIA

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Solos

• São materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou decomposição química e biológica.

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• Os solos constituem a camada mais superficial da crosta terrestre.

• A matriz geradora dos solos é o magma, princípio de todas as rochas existentes no globo terrestre.

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A Pedologia é a ciência que estuda essas camadas, a sua formação e a classificação, levando em conta a ação dos agentes climatológicos.

Solo = f (rocha de origem, organismos vivos, clima, fisiografia, tempo, etc)

As camadas que constituem um perfil são chamadas de horizontes: camada superficial, subsolo e camada profunda.

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ROCHAS:

• ÍGNEAS (magmáticas) – formada pelo resfriamento do magma na superfície da crosta. Ex.: granito, basalto

• SEDIMENTARES – formada em camadas a partir da sedimentação ou deposição de partículas de rochas. Ex.: arenito, xisto, rocha calcária.

• METAMÓRFICAS - formada pela alteração (mudança de composição) de rochas existentes devido ao extremo calor (ex.: mármore) ou a extrema pressão (ex.: ardósia).

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Gênese, fatores de formação e processos pedogenéticos dos solos

• Nas superfícies mais velhas e estáveis da paisagem (relevo plano ou suavemente ondulado), geralmente, ocorrem os Latossolos, associados ou não com os Neossolos Quartzarênicos.

• Por outro lado, em geral, nas superfícies mais jovens (relevo mais ondulado ou forte ondulado) encontramos os Argissolos, Luvissolos, Alissolos, Cambissolos, Nitossolos e Chernossolos, e Neossolos Litólicos.

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• A gênese dos Organossolos é condicionada ao excesso de água e a alta taxa de adição de restos orgânicos nos locais mais deprimidos das várzeas.

• Cinco fatores formam os solos: clima, material de origem, relevo, vegetação e tempo (e seus processos pedogenéticos), pois o clima juntamente com os organismos agem no material de origem (geralmente rocha) num determinado relevo, transformando-o em solo ao longo do tempo.

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• Processos pedogenéticos são: transformação; translocação; adição; e remoção.

• A transformação dos constituintes dos solos pode ser química, física, biológica e mineralógica.

• Pelo processo de intemperismo, minerais primários são transformados com a conseqüente remoção de sílica e bases no perfil, representando a gênese conhecida como latossolização, típica da classe dos Latossolos.

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Embrapa- SiBCS

• Em 1999, a Embrapa propôs o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SiBCS – visando a definição de um novo sistema de classificação hierárquica, multicategórica e aberta para inclusão de novas classes;

• Seis níveis categóricos diferentes: Ordem, Subordem, Grande Grupo, Subgrupo, Família e Série, correspondendo cada nível a um grau de detalhamento, em ordem crescente.

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Formação dos solos do Pantanal

• A Formação Pantanal é formada por sedimentos depositados na Era Cenozóica, constituído pelos Depósitos Detríticos na encosta dos Planaltos residuais e circundantes da área, ocorridos no Pleistoceno, e pelos Aluviões Atuais encontrados nas várzeas de alguns rios da região, os quais aconteceram no Holoceno.

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FORMAÇÃO GEOLÓGICA DO PANTANAL

Em torno de sessenta milhões de anos atrás. Nesta época, nosso planeta já tinha definido muitos de seus contornos atuais. A América do Sul, que um dia formou um único continente com a África, a Austrália, a Antártica e a Índia, já tinha se separado. O que ainda não havia se formado era a cordilheira dos Andes, o que ocorreu a partir desta época.Com o levantamento dos Andes, ocorreram falhas, fraturas e o afundamento da região hoje ocupada pelo Pantanal.

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• O afundamento do solo na região fez deslocar blocos sob a planície e levantar a parte sul, próxima ao planalto de Bodoquena. O rio Paraguai, que banhava a região, encontrando o morro que se formou impedindo seu escoamento para o sul, rumo ao oceano, foi represado, formando um grande lago.

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• Os processos pedológicos predominantes na planície pantaneira estão associados ao hidromorfismo, condição na qual o arejamento é deficiente devido ao excesso de água;

• Os solos do Pantanal desenvolveram-se a partir de sedimentos inconsolidados marcadamente arenosos com áreas restritas de materiais argilosos e orgânicos depositados ao longo do Quaternário (Santos et al., 1997).

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• Os solos do Pantanal apresentam características diferenciadas, desde a extrema pobreza em bases trocáveis à saturação em sódio bastante elevada;

• Constituição essencialmente arenosa à ocorrência de grandes quantidades de argilas expansivas e mudanças texturais abruptas em profundidade, entre outras, o que limita seu uso para cultivo.

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• Os Planossolos compõem a mais extensa área de solos, ocupando cerca de 35% da área do Pantanal São solos minerais mal drenados, com horizonte B plânico - Tipo especial de horizonte B textural, que é um horizonte mineral subsuperficial com textura franco arenosa, onde houve incremento de argila.

• São solos típicos de relevo plano ou suave ondulado, e sob condições de clima úmido em áreas de baixadas, várzeas e depressões, são verdadeiramente solos hidromórficos. Facilmente alagável, muito duros quando secos.

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Principais Classes de Solos no 1º nível categórico identificados no Pantanal, segundo Santos et al.(1997). Legendas convertidas para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2006)

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• Plintossolos • Ocupando cerca de 21% da área do Pantanal este

grupo congrega solos minerais, sujeitos a condições de forte restrição à percolação(fluxo da água através do solo) de água. Apresentam horizonte plíntico ( Horizonte com espessura de pelo menos 15 cm, caracterizado pela presença de plintita (formação constituída de argila, pobre em carbono orgânico e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais) em quantidade igual ou superior a 15% por volume (Embrapa, 2006)).

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• Possuem na região caráter predominantemente distrófico ( ácido e de baixa fertilidade)e alumínico, com argila de atividade alta ou baixa. Normalmente utilizado para pastagem.

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• Espodossolos Classificados anteriormente como Podzois

Hidromórficos, os Espodossolos são solos minerais, com horizonte B espódico (Horizonte mineral subsuperficial, com espessura mínima de 2,5 cm, que apresenta acumulação iluvial (deslocado pela chuva)de matéria orgânica e compostos e alumínio, com presença ou não de ferro (Embrapa, 2006). Em geral com textura arenosa em todo perfil. São solos pobres, com baixa saturação de bases, moderadamente ou fortemente ácidos (Santos et al., 1997).

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Gleissolos

• São característicos de locais planos e abaciados, sujeitos a alagamentos constantes ou periódicos. A má drenagem do perfil ocasiona o aparecimento de condições de anaerobiose, intensificando os processos de redução e conferindo características de imensa gleização (Santos et al., 1997).

• São mais apropriados para a exploração pecuária e à conservação ambiental.

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Vertissolos

• Possuem textura argilosa (no mínimo 30 g de argila por kg de solo) e pronunciada mudança de volume com a variação do teor de umidade, alta capacidade de troca de cátions e alta saturação de bases (maior que 50%) com teores elevados de cálcio e magnésio (Embrapa, 2006).

• Embora possuam boa disponibilidade de nutrientes para as plantas, seu uso é restrito ao cultivo devido às suas características físicas de endurecimento e fendilhamento acentuado quando secos e rápido encharcamento quando molhados.

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Neossolos

• Esta classe aglutina solos anteriormente classificados como Areias Quartzosas, Areias Quartzosas Hidromórficas, Litossolos, Solos Litólicos, Regossolos e Solos Aluviais (Embrapa, 2006).

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CALCÁRIOS CENOZOICOS DE MATO GROSSO DO SUL (Serra da Bodoquena)

• Depósitos antigos de tufa são raros e pouco estudados no Brasil, e encontram-se geralmente associados ao desenvolvimento de sistemas cársticos. No carste da Serra da Bodoquena a deposição atual de tufas é a mais expressiva no Brasil.

Obs.:Carste=relevo geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão )das rochas, que leva ao aparecimento de uma série de características físicas, tais como cavernas, vales secos, rios subterrâneos, paredões rochosos expostos, etc

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Serra da Bodoquena• As evidências geológicas indicam que a deposição

de tufas ocorre como consequência da surgência de água subterrânea supersaturada em carbonato de cálcio, e é favorecida na Serra da Bodoquena pela predominância de águas autogênicas, quase não havendo áreas de captação alogênicas significativas. Isto permite o enriquecimento da água subterrânea em carbonato de cálcio, que, através de inúmeras nascentes, alimenta os rios de superfície onde as tufas são depositadas.

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• A Formação Serra da Bodoquena possui idade quaternária, com deposição a partir de pelo menos 6.530 anos cal A.P. até o presente.

• A deposição de tufas foi mais expressiva do que atualmente, desde 6.530 anos cal A.P., com decréscimo por volta de 2.700 anos A.P.. Esta deposição mais intensa representa um período de clima mais úmido do que o atual ou condições hidrológicas distintas dentro do sistema cárstico, que se alteraram a partir de 2.700 anos A.P. quando se estabeleceram condições próximas à atual (Sallun Filho et al., 2009).

Page 31: FORMAÇÃO DOS SOLOS NA REGIÃO DO PANTANAL,

Imagem SRTM (Usgs, 2006) representando o relevo da Bacia do Pantanal e entorno, com destaquepara as principais áreas de ocorrência da Formação Xaraiés (S. da Bodoquena, vermelho; S. das Araras, azul; (Corumbá, rosa; Pantanal do Miranda, amarelo).

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•Obrigada!