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Dinâmicas de comunidades de
práticas baseadas na web:
entre o enunciado, o discurso e a prática
Jocelma Almeida RiosIFBA – Dez/2014
DEFINIÇÕES DE COMUNIDADE DE PRÁTICA
COMUNIDADES DE PRÁTICA
Agrupamentos de pessoas que aprendem uns com os outros, inclusive por
contato não presencial, e que interagem, trocando experiências e construindo melhores práticas para
enfrentar os desafios que se apresentam.
McDermott (1999)
COMUNIDADES DE PRÁTICA / REDES DE COLABORAÇÃO
Variedades de entidades (organizações e pessoas), cujos participantes são em grande parte autônoma,
geograficamente distribuída, e heterogênea em termos de ambiente operacional, cultura, capital social e objetivos, mas colaboram para melhor realização de
objetivos comuns.
Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2005)
COMUNIDADES (?) DE PRÁTICA
Geralmente, os desafios que sucedem são enfrentados somente por uma pequena parte
do grupo, e na maior parte das vezes, por apenas um de seus integrantes,
comportamento que fragiliza o fluxo de colaboração.
CONTEXTO DE ANÁLISE
DE QUAL CONTEXTO ESTAMOS FALANDO?
Administração de cursos ofertados na modalidade de educação a distância
Vejamos como isso funciona....
FLUXO DE PROCESSOS DE TRABALHO
PPC
Seleção de equipe
Definição de Coord. de curso
Contratação
Capacitação
Definição de processos de
trabalhoDefinição de comissão para o
PPC
Aprovação CONSUP
Solicitação de financiamento
Aquisições
Seleção de alunos
Matrícula de alunos Preparação para
início do curso
Modelo IFBA
Execução
AVA
Atividades e Avaliações
Roteiro de aula
Planejamento
Elaboração de material didático
Preparação para início do curso
Videoaula
Análise do livro-texto
Formação da equipe docente
Início das aulas
Supervisão e monitoramento
Relatório final de disciplina
Indicação de pontos de melhoria para a
próxima oferta
FLUXO DE PROCESSOS DE TRABALHOModelo IFBA
DE QUAL CONTEXTO ESTAMOS FALANDO?
Oferta – Modelo USP
DE QUAL CONTEXTO ESTAMOS FALANDO?
Produção de Material Didático – Modelo USP
PROBLEMA FREQUENTE
Ausência de envolvimento coletivo e colaborativo de equipes pedagógicas na construção do
conhecimento voltada ao planejamento, gestão e desenvolvimento de cursos na modalidade
de educação a distância, ambientados em espaços mediados por computador, contraria a
ideia de gestão colegiada na perspectiva da gestão democrático-participativa.
O que se coloca em questão aí é o nível de comprometimento e engajamento daqueles
que integram a equipe de trabalho destinada a gerir os cursos, administrativa e
pedagogicamente, que se revela no modo de agir para com o outro (na equipe), no que é
dito e no que não é dito.
POR QUE É TÃO COMPLEXO?
TECNOLOGIAS DIGITAIS
INTERFACES
FILOSOFIA
ADMINISTRAÇÃO
EDUCAÇÃO
PSICOLOGIA SOCIAL
SOCIOLOGIA
LINGUAGEM
DINÂMICA DA COMUNIDADE DE PRÁTICA
DINÂMICA DA PARTICIPAÇÃO NA CDP
Numa CdP, embora seja desejado que prevaleça a colaboração como forma de atuação, seus integrantes participam de
diversos modos, intensidades e frequências, que varia conforme a motivação perante a
situação envolvida, o grau de engajamento, a capacidade cognitiva e a habilidade
necessária para agir. Dependendo do contexto e de como os indivíduos vivenciam a
participação, ela assume diversos sentidos.
DINÂMICA DA COMUNIDADE DE PRÁTICA
A constatação da existência de uma comunidade de prática passa pela identificação dos sentidos
produzidos acerca de seus elementos estruturantes:
Domínio Comunidade
Prática
Elementos estruturantes da CdP
EXISTÊNCIA DA COMUNIDADE DE PRÁTICA
Caracterizações do DomínioA experiência PV, aliás toda a experiência EG, é muito boa, principalmente porque constrói e alimenta possibilidades reais de concretização dos estudos na gestão escolar e na práxis pedagógica.
(Olga)
Embora a minha inclusão no grupo de trabalho da Escola de Gestores tenha acontecido alguns meses após o início do curso, a experiência tem sido gratificante, desafiadora, proporcionando novas aprendizagem e crescimento profissional. [...]
(Telma)
aprendizado capital socialcontexto de atuação
EXISTÊNCIA DA COMUNIDADE DE PRÁTICA
Caracterizações de ComunidadeAguardo o retorno de vocês e saibam que desde já agradeço a todas pela atenção e colaboração que estou recebendo nesse momento difícil, por ser o início e a arrumação da casa que vamos "morar", "correr", "pular", enfim, aprender na troca diária.
(Marta)
Peço aos grupos de cada polo que reúnam-se mais uma vez para pensar em divisão de trabalho no sentido de promover uma orientação mais efetiva aos cursistas.
(Joana)
aceitação mútuarespeito mútuoconfiança mútuaidentidade
EXISTÊNCIA DA COMUNIDADE DE PRÁTICA
Caracterizações da PráticaTenho uma dúvida que gostaria de expor e contar com a colaboração de vocês. Existem alguns projetos de intervenção que estão sendo criados e aplicados em conjunto numa mesma escola por dois ou três gestores cursistas.
(Álvaro)
Sobre a questão do plágio, conversando com meus cursistas no último presencial, descobri que Olga alegou plágio a alguns projetos deles. Uma das cursistas me sinalizou que o plágio que ela cometeu não foi exatamente textual, mas de ideias. [...]
(Ricardo)
compartilhamento de estratégiasobtenção de consenso
MODOS DE PARTICIPAÇÃO
A prática demonstra outros sentidos...
InformaçãoCooperaçãoColaboraçãoAutogestão
MODOS DE PARTICIPAÇÃO
InformaçãoO restante do material ainda será postado e se quiserem contribuir, fiquem à vontade para expor suas ideias lá na Turma Matriz.
(Joana) – p. 229
Obrigada pelas informações e orientações. A edição no Fórum já foi realizada e as participações já começaram. Hoje encaminhei uma mensagem detalhada para todos, pois recebi algumas mensagens de cursistas pedindo ajuda para localizar os textos indicados, cronograma, etc. ...
(Iara) – p. 229
recepção solicitação emissão
MODOS DE PARTICIPAÇÃO
CooperaçãoVenho solicitando o preenchimento da planilha de Blogs há mais de um mês, assim como venho solicitando o preenchimento do relatório de acompanhamento dos cursistas, coisa que também está difícil de acontecer, pois [o] prazo mesmo já foi descumprido diversas vezes. Precisamos todos nos apoiar numa organização de trabalho colaborativo.
(Joana) – p. 233
Estou morrendo de vergonha em fazer uma solicitação. Isso porque sei da necessidade de trabalharmos de modo bem afinado para não prejudicar o trabalho do "outro“. No entanto, solicito encarecidamente que dilate o prazo para a entrega das planilhas para sábado (12/02).
(Lucinda) – p. 233
divisão de tarefas objetivos comuns
MODOS DE PARTICIPAÇÃO
ColaboraçãoGostaria de informar/lembrar que as escolas estaduais estão em processo de eleição para Colegiado Escolar. Temos até o dia 10 de dezembro para encerrar o processo.Penso que atividades práticas mobilizadoras sobre a questão podem ser interessantes e de grande utilidade.
(Zenaide)
Observei que a atividade 3 já tem seu texto de orientação pronto, mas a atividade 2 não.Tomei a liberdade de elaborar a redação da atividade com duas propostas: uma de diagnóstico situacional ( para escolas que já possuem colegiado) e outra de diagnóstico descritivo da ausência (para as que não possuem).
(Lívia)
consenso valorização do outro
apoio mútuoincentivo
autonomia
MODOS DE PARTICIPAÇÃO
AutogestãoA partir da discussão no fórum do polo salvador comércio, estive tendo pensamentos revolucionários rsrsrsr. Sério, estou ponderando a possibilidade de organizarmos defesas mesmo, isso se for viável dentro da avaliação da coordenação.
(Paula)
Joana e Lívia e demais Colegas, o tempo não para... Como teremos encontro da PV no dia 30/04, haverá simulações de apresentação com alguns cursistas, orientamos previamente como deverá ser o pôster.
(Neusa)
autonomia reflexão críticaautoconfiançaautoestima
DA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA À AUTOGESTÃO
Empoderamento
Pertencimento
Engajamento
Na CdP, considerando esta uma estrutura social, é necessário haver algumas regras de participação comuns a todos – que são as ‘leis’ do coletivo. Tais regras são necessárias para que a CdP se constitua e se mantenha como uma comunidade, mas sem significar rigidez e controle excessivos no modo de agir e pensar de seus integrantes, o que representaria ausência de autonomia.
DA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA À AUTOGESTÃO
Empoderamento[...] que dinâmica e que atividades teórico-práticas podemos propor para nosso público? Vamos prosiar?
(Lívia) – p. 255
Comente aqui suas impressões sobre o conteúdo e sobre a metodologia proposta para o desenvolvimento desta Sala Ambiente.
(Joana) – p. 255
abertura ao diálogo mediação construção da autonomiavalorização do outro
DA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA À AUTOGESTÃO
PertencimentoPenso que essa formação não foi só necessária, mais indispensável para todos os tutores, não só para conhecer os mecanismos do ambiente, mas estabelecer vínculo entre os membros do grupo e fortalecer todo o processo de aprendizagem.
(Verônica)
Não sei se não soube acompanhar o curso, mas me vi em muitos momentos sem rumo para participar das discussões. Foram muitos tópicos de fórum abertos e muitas discussões paralelas sem o direcionamento com os textos propostos. [...] Este fórum de avaliação mesmo, deveria ser único e cada um postando sua resposta, acho que ficaria mais rico. [...] Acho que as discussões foram válidas, aprendi com os colegas, mas não me senti inserida totalmente no curso. Fiquei a ver navios em alguns momentos.
(Neilda)
acolhimento identidadevínculo
DA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA À AUTOGESTÃO
EngajamentoPenso que todos têm responsabilidades! No entanto, a figura do professor é realmente imprescindível, amiga. A sua presença, a forma como este conduz o processo pode representar pontos tanto positivos quanto negativos.
(Rebeca)
entendo...trabalho com professores e percebo isso...então nesse caso...sugiro para nós... que os alunos conheçam esse gênero textual (monografia) no início do curso: o que é uma monografia? para que serve? qual a finalidade? qual o estilo de linguagem (um texto científico, acadêmico)? e Provocar a leitura de outras monografias...nada disso é fácil...mas pode ser uma estratégia...se eles não conhecem...precisam conhecer...para depois escrever...já vou começar a ver alguma coisa sobre metodologia de trabalhos científicos...rrr... apressadinha!!!! rrr...
(Elvira)
proatividade afetividade mútuaautoconfiançaautoestima
ALGUMAS CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
A aprendizagem não é algo extrínseco ao indivíduo ou algo que exija algum tipo de adesão; a partir do engajamento na prática, no processo de interação com o outro, através de
compromisso mútuo, de envolvimento com o coletivo, é que ela se desenvolve.
A compreensão de comunidade na perspectiva da CdP passa pela convivência de um grupo de indivíduos com relações
recíprocas, com interesses e objetivos comuns, que se organizam sob um mesmo conjunto de normas e compartilham crenças, valores, informações, saberes, artefatos, etc., ou seja
uma cultura comum.
CONCLUSÕES SOBRE UMA EXPERIÊNCIA
O grupo de trabalho investigado operava de acordo com as características de uma CdP, segundo a abordagem dos
referenciais teóricos estudados, incluindo a heterogeneidade das participações individuais e coletivas.
Dada a natureza autopoiética e livre das CdP, o princípio e final das atividades inerentes à 2ªedição do Curso não determinaram
seus limites temporais e espaciais.Pois, mesmo antes, na 1ªedição, parte do grupo já interagia nos
moldes de uma CdP, embora não predominassem o comportamento de engajamento e o modo de participação
através da colaboração
CONCLUSÕES
Os modos, intensidades e frequência de participação numa CdP variam conforme a situação, o grau de interesse e
envolvimento do indivíduo perante cada situação, e sobretudo o conhecimento necessário à ação.
Outras influências: • sentimento de pertencimento, associado ao prévio
acolhimento e à identificação do indivíduo com a cultura da CdP
• autoestima e autoconfiança• relações sociais intragrupo, que envolvem a aceitação, respeito
e confiança mútua
CONCLUSÕES
• Observa-se um eixo de construção da autonomia coletiva na dinâmica das CdP, a partir das ações multidirecionais de empoderamento ao longo de todo o seu ciclo de vida, retroalimentando seu fluxo de energia vital
• A formação de professores tem se mostrado preponderante para o início do processo de construção da autonomia
CONCLUSÕES
A promoção de espaços sociointerativos permite a renovação da comunidade, possibilitando aos seus
integrantes se conhecer, se reencontrar, trocar informações, ideias e experiências, estabelecendo vínculos, na tentativa
de desviar ou interpor os obstáculos típicos à convivência de uma CdP baseada na web, que nas experiências vivenciadas
se mostram determinantes para a construção e difusão do conhecimento e para o
desenvolvimento da prática no coletivo.
INVESTIGAÇÕES ATUAIS/FUTURAS
• Investigação das condições e características de personalidade dos indivíduos que integram as CdP
• Identificação de requisitos de softwares que potencializem a dinâmica das CdP
• Análise da dinâmica de CdP utilizando teoria de análise de redes sociais
• Experiência similar com grupos e contextos distintos
O APRENDIZADO AINDA NÃO CONCLUÍDO
Para que dado agrupamento de pessoas seja considerado uma
CdP, é necessário que os indivíduos que fazem parte
dessa comunidade se sintam parte dela, para que possam
tomar parte em seu domínio, ou seja, não basta fazer parte do
coletivo.
A crença de que a construção colaborativa do conhecimento é no coletivo é por este se tratar de um
espaço/tempo/circunstância que envolve necessariamente um conjunto de pessoas, com plurais
intenções e objetivos, potencialmente em colaboração; é para o coletivo, pois o conhecimento produzido deve
servir à coletividade, portanto é para, e se destina, ao coletivo;
é, por fim, pelo coletivo, porque é esse coletivo o ator na construção do conhecimento
CONSTRUÇÃO E DIFUSÃO DO CONHECIMENTO
• Biologia do Conhecer– Maturana e
Varela
• Teoria sociohistórica e cultural– Vigotski
Construção do conhecimento
Individual
Coletivo
Empoderamento
Comunidade de prática
Cibercultura
Pertencimento
Engajamento
desejável haver
ocor
re n
o âm
bito
ocorre através dapode ocorrernuma
Contexto histórico Ideologia
influenciada por
Interação social