fotos divulgação e desenhos, pinturas e gravuras no...
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10 FOLHA DE CONTAGEM4 a 10 de agosto de 2015
cultura
A Galeria do Centro Cultu-ral recebe a exposição "Em movi-mento", de Henrique Dias."Focado nas possibilidades efacetas do relacionamento huma-no, Henrique Dias tem publica-do, nos últimos 4 anos, suascrônicas visuais nas redes sociais.Esta vivência afirma sua visãode mundo e admiração pela figu-ra feminina, seu posicionamen-to sobre sexo, sensualidade,sedução, amor, amizade e seusdesdobramentos nas relações afe-tivas da diversidade contempo-rânea.
A experiência do fazer diário,no desenho e na pintura, acom-panha o artista desde muitotempo, antes mesmo de sua for-mação acadêmica na escola Guig-nard, sempre revelando apredileção pelo emocional. Nesteterritório, experimenta a relaçãoentre a imagem e a palavra, brin-dando diariamente com suas
publicações líricas, mundanas,sensuais, sutis, densas, poemasimagens, ou imagens poemas,composições em que palavra éimagem, imagem é palavra... poe-sia gráfica em movimento" (Fer-nando Perdigão).Exposição: 07 a 31 de agostoAbertura: 06 de agosto, 19h30Galeria do Centro Cultural deContagem (casa amarela)Visitação: de segunda a sexta,das 09 às 17h
Eliana Martins Periferia - Pinturas
"A periferia de Eliana Martinsé um relato sobre o Morro doPapagaio, estrategicamente situa-do no campo visual que se avi-zinha a à sua morada. Sua vistapercorre a topografia sinuosa dapaisagem, o movimento diáriodos habitantes, os mercadinhose butecos, os barracões aglome-rados e coloridos, as pipas que ris-cam o céu e se embaraçam nosfios, os automóveis que se espre-mem pelas vielas ou que trafegamali perto, as torres de energia queaparecem aqui e acolá, o con-traste dos imponentes edifícios
que circunvizinham o morro. Avida floresce captada pela sensi-bilidade da artista que vislumbraa poesia emanada nas cenas dodia a dia. Se sua visão é ingênua,como muitos podem classificar,não é menos sábia, na medida emque consegue extrair deste con-texto a alegria genuína que noscontagia na sua pintura". (Fernan-do Perdigão)Exposição: 04 a 31 de agostoGaleria daPrefeitura de Conta-gem Visitação: de segunda a sexta,das 09 às 17h
"...dizem que sou louco porpensar assim/se sou muito louco,por eu ser feliz/ mas louco équem me diz/ e não é feliz...", amúsica 'Balada de um Louco',da psicodélica banda nacionalOs Mutantes, revolucionou osanos 60, mas, ainda hoje encon-tra lugar na filosofia de vida dosamantes do velho e bom rock'nroll. Afinal, está para nascer umroqueiro que não defenda o gêne-ro como o melhor de todos tem-pos e estilos.
Tem gente que pode até tor-cer o nariz, mas não dá para negaro poder e vitalidade de um somde guitarra, bateria, baixo e voz,além das paletas, moda, gritos,mitos e muita adrenalina. Talvez,por isso, e muito mais, o rockcontinua arrastando multidõespor todo o mundo e anos. Tanto,que até ganhou uma data espe-cial no mês de julho: dia 13 secomemora o Dia Mundial doRock. E os apaixonados pelogênero, podem ficar contentes,porque Contagem também éRock'n Roll.
NOVA SAFRAMuita gente tem defendido o
ritmo marcado das baquetas, quepode ser tocado, segundo o blogEstudando Rock, em mais de 30subgêneros. Em Contagem podese ouvir de tudo um pouco, nacena roqueira. O indie rock/alter-nativo dos garotos da bandaQuase Solo, passando pelo somprogressivo dos camaradas daAphids, esbarrando na misturapop/rock da cantora, DamarisStarling com os rapazes daHomero Aprendiz, pela críticaácida do heave/thrash metal pre-sente com a Treze, e ainda ouviro clássico hard core tocado pelos
meninos da Escória, culminan-do com o grunge do pessoal daNine, dentre outros.
Mas, onde ir para ouvir essesom e caminhar no universo cha-mado Rock? No Petrolândia,você pode reunir a turma paraouvir bons riffs, no Portal RockBar. Outro reduto conhecido éo Berimbau Studio Bar, que sem-pre abriu espaço para o rock, noEldorado, assim como o WoodStoock Rock Moto Club, no Ria-cho. Poucos festivais cumprem opapel de apresentar o som aopúblico fora do mundo rock,como o Festival Cultural Inde-pendente de Contagem (F5) e oRock'N'Rua (edição 2014), semesquecer a rádio experimentalSanta Cruz FM (89,9) que tem90% da programação de purorock. Portanto, não faltam moti-vos para curtir o inoxidável Rockin Roll, em Contagem.
PRIMEIROS ACORDESEssa história começou no
final da década de 1980 e iníciodos anos 1990, com o surgimen-to do movimento Conexão Con-tagem Alternativa. Influenciadospelo som e energia do rock nacio-nal da década 1980, os jovens dacidade também demonstraramquerer fazer a própria música,ter a voz ouvida e criar uma iden-tidade. Hoje, gerente de redes,Anderson Ribeiro, 43 anos, fezparte desta turma, tendo inte-grado as bandas Paz Armada,Outubro Vermelho e Urbi EtOrbi.
Dono de uma memória vivadaquele tempo, além de possuirum rico arquivo de fotos, letrase vídeos, Anderson revela que aConexão se formou pela uniãode quatro bandas, as mais atuan-tes do período: a Urbi Et Orbi,a Paz Armada (que mais tarde se
tornou a Outubro Vermelho), aAto Rebys e a Cartel de Medel-lum. Além destas, compunhama cena as bandas URSSO, Influên-cias, Náuplio (do Ricardo Koc-tus, do Pato Fú), Filhos da Noite,Não Seis, Dupla Face, e Meta-morfose dentre outras.
"Aquela foi, sem sombra dedúvidas, uma época mágica paraa música de Contagem. Haviauma atmosfera incrível que leva-va as pessoas a acompanhar as
bandas nos shows e cantar asmúsicas autorais", e completa:"era uma época de poucos recur-sos técnicos e financeiros para osmúsicos; tínhamos muita dificul-dade na divulgação e contatos.Imagine! Não tinha Internet, eraboca a boca e cartazes", conta,entre risos, o gerente de redes.
MEMÓRIAOs cartazes e panfletos, do
período, revelam os locais ondese ouvia rock, em Contagem. Amaioria das vezes, os shows acon-teciam nas praças ou ruas, aber-tos ao público. Os bares como oMamão e o Muxocaxuxa, no Ria-cho, também eram ponto deencontros. Existiam mais festasao ar livre, como a Feira da Paze os festivais culturais, como o doNovo Riacho.
Tudo isso, pode ser conferi-do no material que está sendoorganizados por Anderson, queem breve estará disponível nosite conexaocontagemalternati-va.com.br. "Contagem teve umpassado roqueiro que muitosnão conhecem. Vamos valorizara cultura do município, de hojee de ontem. O rock não morreue nem morrerá", afirma Ander-
son, lembrando que as bandastrabalhavam com prazer e dedi-cação, e que o retorno financei-ro pouco importava.
Ribeiro explica que osensaios ocorriam em garagens,cômodos das casas e até barra-cões transformados em estú-dios com carpete forrando asportas e as paredes revestidascom pentes de ovos, assim, erarealizada a cena rock da cidade.
Anderson reforça que foi
uma época de muitos shows nosfinais de semana nos espaçospúblicos, sempre com boa pre-sença do público, além, de ser umtempo marcado pela união dasbandas para fazer as coisas acon-tecerem. "Os encontros nãoeram só nos shows; aconteciamnos ensaios, nas rodas de violãoem bares ou na casa de alguém.O legado daquela época, alémda boa música, foram os ami-gos", coloca.
Mês do rock: movimento adormecido na cidade
Desenhos, pinturase gravuras noTudoaver de agosto
Fotos Divulgação
Fotos Arquivo Pessoal/ Divulgação
EXPOSIÇÕES
Dois estilosdiferentes deinteragir ereeler ourbano e ocotidiano seencontramnas telas deHenriqueDias com aexposição “Emmovimento” ea periferia navisão e telasda pintoraElianaMartins
Virando o disco. Quem é fãdo disco de vinil sabe que as músi-cas menos comerciais de um artis-ta sempre estão do Lado B.O quevale para a cena cultural também.Afinal, se ela tem história, ban-das, espaços, mídia, mercado epúblico,porque o estilo adorme-ce na cidade? Cadê, o som dorock?
Avaliando o cenário atual,Anderson não pensa duas vezes."Não existe cena rock em Con-tagem. O que existe são bandase músicos que lutam, cada umpor si, para tocar e mostrar seutrabalho. Os shows em espaçopúblico praticamente acabarame as pouquíssimas casas de shownão se mostram parceiras oureceptivas ao gênero. O que sevê são casas e produtores queexploram público e bandas,sendo tudo canibalizado. Nãohá união; cada um quer o seu,e pronto. Há exceções, mas nogeral, é assim", alfineta Ribeiro.
OBSTÁCULOSPara o contrabaixista Marco
Felipe, da banda Quase Solo(Marcus Vinicius - voz e guitar-ra; Luiz Brasil - voz e bateria;Matheus Lotte - guitarra), quehá três anos iniciou a caminha-da artística na cidade com umsom alternativo, aponta outroruído para o rock não embalarna cidade. "A cena é limitada asbandas cover. Como somosuma banda autoral, tudo ficamais complicado", pontua.
O músico explica que, destaforma, militar no sonho deapresentar um trabalho autoralse tornar mais difícil ainda epor isso muitos artistas buscamespaços em outras praças, posi-ção que é reforçada por DanielCarvalho, baterista da bandaAphids (Daniel Henrique -gui-tarra e vocal; Paulo Henrique-guitarra e Renato Rafael - baixo)que está na estrada desde 2007com um som autoral em inglês.
Mesmo disputando a chan-ce de tocar no Rock In Rio2015, no Palco Sunset, em umconcurso público pela Inter-net, Daniel coloca que ser umabanda de rock em Contagemépraticamente não existir. "Acidade tem um problema cul-tural; o público que vai às casasde shows quer ouvir cover. Nãogostam de autoral, além do fatode que as bandas também pre-cisam investir mais na parte téc-nica, visual, autoral e na própria
cena local", coloca.
CONSELHOPara Anderson, que hoje
realiza projetos com as bandasVerbo Vitrola e Drops 80, opassado pode servir comocaminho para o vanguardismo.Ele ressalta que o que foi feitopode servir de espelho, e atécerto ponto copiado, porqueapresenta um formato que deucerto, no caso do ConexãoAlternativa. Desta forma, eleacredita que a cena se fortale-ceria, tornando o rock maisacessível.
No entanto, é enfático aocolocar que isso será possívelcom a união das bandas. "Ascoisas não acontecem de ime-diato, leva tempo, e tem quese ter paciência, união e per-severança. Tem que gostar doque se faz", e acrescenta: "seique a maioria das casas e pro-dutores pensam só no lucro,além da concorrência comoutros gêneros, mas, com res-peito e ouvidos atentos, pode-se manter o rock vivo nomercado de Contagem. Bastaapresentar algo consistente emanter as guittarras gritan-do", arremata o roqueiro.
O lado B da cenaroqueira na cidadeestá desafinado
Marcos, da Quase Solo, apontaa falta de aceitação do somautoral como um dos obstáculos
Anderson representa a geraçãoque tinha o respeito popular aofazer rock com identidade nacena cultural de Contagem
Portal Rock Bar no Petrolândia é um dos pontos que o rock éo principal produto da casa e atrai fãs de todas as idades
Banda Aphids disputa uma chance de tocar no Rock in Rio por meiode votação popular, tipo de oportunidade que falta em Contagem