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Frases para Oficina de Grupalidade Sociabilizando na prática: as formas de sociabilidade nos grupos de práticas corporais na atenção primária em Campinas/SP Janaína Alves da Silveira Hallais 2016 1.“As práticas corporais apresentam um caráter coletivo que estimula a interação e incentiva a convivência entre os praticantes, transformando o momento da atividade de saúde em um momento de encontro e sociabilidade.” (HALLAIS e FILICE, 2016). 2.“Participar de um grupo é uma oportunidade de aprender coisas novas.” (HALLAIS e FILICE, 2016). 3.“Há um forte sentimento de solidariedade e de respeito entre os praticantes e o instrutor, visíveis através da escuta, do acolhimento e do cuidado.” (HALLAIS e FILICE, 2016). 4.“Ao trabalhar um conceito ampliado de atenção ao corpo, as práticas integrativas não restringem o cuidado às constantes biológicas e naturais estabelecidas pela racionalidade biomédica e nem se fixam no controle de doenças. (HALLAIS e FILICE, 2016). 5.Por não classificar e separar os praticantes de acordo com suas patologias, idade ou outras características físicas, essas práticas orientam-se pela diversidade e criam grupos heterogêneos, estimulando “o aprendizado voltado para a construção de vínculos, de

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Frases para Oficina de Grupalidade

Sociabilizando na prática: as formas de

sociabilidade nos grupos de práticas corporais

na atenção primária em Campinas/SP

Janaína Alves da Silveira Hallais

2016

1.“As práticas corporais apresentam um caráter coletivo que estimula a interação e

incentiva a convivência entre os praticantes, transformando o momento da atividade de

saúde em um momento de encontro e sociabilidade.” (HALLAIS e FILICE, 2016).

2.“Participar de um grupo é uma oportunidade de aprender coisas novas.” (HALLAIS e

FILICE, 2016).

3.“Há um forte sentimento de solidariedade e de respeito entre os praticantes e o instrutor,

visíveis através da escuta, do acolhimento e do cuidado.” (HALLAIS e FILICE, 2016).

4.“Ao trabalhar um conceito ampliado de atenção ao corpo, as práticas integrativas não

restringem o cuidado às constantes biológicas e naturais estabelecidas pela racionalidade

biomédica e nem se fixam no controle de doenças”. (HALLAIS e FILICE, 2016).

5.Por não classificar e separar os praticantes de acordo com suas patologias, idade ou outras

características físicas, essas práticas orientam-se pela diversidade e criam grupos

heterogêneos, estimulando “o aprendizado voltado para a construção de vínculos, de

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responsabilidades, para a autonomia (individual e coletiva) e para a capacidade de

provocarem a mudança do pensar e agir em saúde (CARVALHO, 2006:34).”.

(HALLAIS e FILICE, 2016).

6.“Para Madel Luz, as práticas corporais são atividades de saúde que apreciam as relações

sociais e “favorecem a solidariedade e a amizade como valores consequentes” (LUZ,

2003:163).

7. “Assim, pode-se afirmar que as práticas corporais assumem um lugar significante na

composição do cuidado e da atenção em saúde por possibilitarem o encontro, a escuta, o

vínculo e a autonomia do paciente (CARVALHO, 2006).” (HALLAIS e FILICE, 2016).

8.“Nos grupos de práticas corporais há uma troca intensa de saberes e emoções (Wichmann

et al, 2013), que conforma o apoio social como uma potente ferramenta ou “forma de

cuidado” (GABE et al. 2004: 44) advindo das redes sociais (ZANINI e. al. 2009: 196).

9. Nas práticas corporais “encontra-se suporte emocional, afetivo, material, instrumental ou

informacional, manifestados em uma conversa, estímulo, esclarecimento ou

compartilhamento de informações sobre serviços públicos.” (HALLAIS e FILICE, 2016).

10. “A participação em um grupo de prática corporal é um fator que contribui para

romper com o isolamento social e promover a participação social, e também, é claro, de

receber (e oferecer!) apoio social.” (HALLAIS e FILICE, 2016).

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Caderno de Educação Popular e Saúde 1 –

Brasília, Ministério da Saúde, 2007.

Pacientes Impacientes, Paulo Freire, apresentação Ricardo Burg Ceccin

(pp. 32 – 45)

1. “Para isso, seria preciso ‘saber ler a nossa vida’, isto é, procurar agir e refletir sobre

nossas ações individuais e sobre as ações sociais. A esse ato Paulo Freire chamava de

‘unir teoria e prática’, pois somente refletindo sobre essas ações podemos dar validade a

elas, nos reconhecer nelas e, então, agirmos nos reconhecendo como ‘sujeitos da história’,

assumindo-nos como autores e não reféns da história do mundo”. (p. 34)

CECIM, Ricardo Burg, Apresentção In: _____ FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. Caderno

de Educação Popular 1. Brasília, Ministério da Saúde, 2007

2. “Então, eu falo ‘contigo’ quando eu sou capaz de escutar e, se não sou capaz, eu

falo a ‘ti’. O falar ‘a’ é um falar ‘sobre’, falar ‘a’ significa falar ao ‘entorno’. Eu falo ‘a’ ti

sobre a situação tal ou qual. Se eu, pelo contrário, escuto também, então a consequencia é

outra. É assim para um trabalho de alfabetização de adultos, de educação em saúde, de

saúde, de discussão do evangelho, de religiosidade popular etc...

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

3. “Se eu me convenci desse falar ‘com’, desse escutar, meu trabalho parte sempre

das condições concretas em que o povo está. O meu trabalho parte sempre dos níveis e

das maneiras como o outro entende a realidade e nunca da maneira como eu a entendo.

Está claro assim?” (pp. 36-37)

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

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4. “(...) – O que é ser camponês?

- Ah, camponês é não ter nada, é ser explorado.

- Mas o que é que explica isso tudo?

- Ah, é Deus! É Deus que quis que o senhor tivesse (escola) e nóis não.

- Eu concordo, Deus é um cara bacana! É um sujeito poderoso. Agora, eu queria

fazer uma pergunta: quem aqui é pai?

Todo mundo era. Olhei assim pra um e disse:

- Você, quantos filhos tem?

Ele respondeu:

- Tenho seis.

- Vem cá, você era capaz de botar 5 filhos aqui no trabalho forçado e mandar 1 pra

Recife, tendo tudo lá? Comida, local para morar e estudar e poder ser doutor? E os outros

5, aqui, morrendo no porrete, no sol?

- Eu não faria isso não.

- Então você acha que Deus, que é poderoso e que é Pai, ia tirar essa oportunidade

de vocês? Será que pode?

Aí houve um silêncio e um deles disse:

- É não, não é Deus nada, é o patrão.

Quer dizer, seria uma idiotice minha se eu dissesse que era o patrão imperialista

‘yanque’ e que o cabra iria dizer:

- O que é, onde mora esse home?!

Olhem, a transformação social se faz com ciência, com consciência, com bom

senso, com humildade, com criatividade e com coragem. Como se pode ver, é trabalhoso,

não é? Não se faz isso na marra, no peito. ‘O voluntarismo nunca fez revolução em canto

nenhum. Nem ‘espontaneísmo’, tampouco. A transformação social, a revolução, implica

convivência com as massas populares e não distância delas. Esse é o outro princípio que

eu deixaria registrado aqui para vocês refletirem.” (pp. 38-39)

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

5. “Eu me lembro, por exemplo, de um jogo que fiz no Chile, no interior, numa casa

camponesa, onde os camponeses também estavam inibidos, sem querer discutir comigo,

dizendo que eu era o doutor. Eu disse que não e propus um jogo que era o seguinte: eu

peguei um giz e fui pro quadro negro. Disse: eu faço uma pergunta a vocês e, se vocês

souberem, eu marco um gol. Em seguida, vocês fazem uma pergunta pra mim, se eu não

souber, vocês marcam um gol.

Continuei:

- Quem vai fazer a primeira pergunta sou eu, eu vou dar um primeiro chute: eu

gostaria de saber o que é hermenêutica socrática?

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Eu disse, de início, esse treco difícil mesmo, um treco que vem de um intelectual.

Eles ficaram rindo, não sabiam lá o que era isso. Aí eu botei um gol pra mim.

- Agora, são vocês! Um deles se levanta de lá e me faz uma pergunta sobre

semeadura. Eu entendia pipocas!

– Como semear num o quê? Aí eu perdi, foi um a um. Eu disse a segunda pergunta:

- O que alienação em Hegel? – Dois a um.

Eles levantaram de lá e me fizeram uma pergunta sobre praga. Foi um negócio

maravilhoso. Chegou a 10 a 10 e os caras se convenceram, no final do jogo, que, na

verdade, ninguém sabe tudo e ninguém ignora tudo.” (p. 39)

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

6. “(...) que pedagogo seria eu se, ao ouvir uma pergunta mal formulada,

desorganizada e sem sentido, respondesse com ironia? Que direito teria eu em dizer que

sou um educador que penso em liberdade e respeito se ironizo numa questão do outro?

(...) Qual é a nossa opção? Desenvolver a coragem de correr risco ou desenvolver a marca

do autoritarismo? Talvez seja necessário começar a aprender tudo de novo, contar com

outras experiências, porque se é fundamental assumir a ingenuidade do educando, é

absolutamente indispensável assumir criticidade do educando diante da nossa ingenuidade

de educador”.

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

7. “Esse é o outro lado da medalha para o educador que se coloca como auto-

suficiente, onde somente o educando nunca seria auto-suficiente. No fundo, esse

educador é que é ingênuo, porque a ingenuidade se caracteriza pela alienação de sí

mesmo ao outro, ou, ainda, pela transferência de sua ingenuidade para outro: ‘eu não sou

ingênuo, o Patrício é que é ingênuo’. Eu transfiro para ele a minha ingenuidade. Acontece

que eu sou crítico na medida em que reconheço que eu também sou ingênuo, porque não

há nenhuma absolutização da criticidade. O educador que não faz essa dinâmica, esse

jogo dos contrários, para mim não trabalha pela e para a libertação (desenvolvimento da

autonomia).” (p. 41)

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

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8. “A tática pedagógica ‘viver pacientemente impaciente’, de Paulo Freire, contém

uma importante formulação para a qual dever estar atenta a gestão do Sistema de Único

de Saúde (SUS) e a aparticipação dos usuários (pacientes nas formulações relativas ao

cuidado e ao tratamento em saúde).

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

9. “O princípio antropológico, político e do direito, tanto quanto pedagógico, de que

os pacientes (os usuários, melhor dito) estejam, sempre, de fato, impacientes é para que o

Sistema de Saúde a que têm acesso seja aquele que possa estar conosco em nossas lutas

pelo viver”. (p.43)

FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. In:_______ Caderno de Educação Popular 1. Brasília,

Ministério da Saúde, 2007

10. “Paulo Freire entendia que os trabalhadores e trabalhadoras de saúde deveriam ser

desafiados a contribuir ativamente com os usuários de suas ações e serviços na luta pelo

direito à saúde. Não entendendo tecnicamente o ba-be-bi-bo-bu das ciências do cuidado e

do tratamento, mas usando o conhecimento técnico para a construção da autonomia dos

usuários, de seu direito de apropriação do sistema de saúde vigente no país e disputando

por seu direito de satisfação com o mesmo.” (p. 43-44)

CECIM, Ricardo Burg, Apresentção In: _____ FREIRE, Paulo. Pacientes impacientes. Caderno

de Educação Popular 1. Brasília, Ministério da Saúde, 2007

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Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre

à Compreensão dos Grupos

Carlos Rubini

1. O grupo encontra-se em luta constante contra a serialidade e a alienação.

Serialidade é o tipo de relação que se estabelece entre indivíduos que compõem uma

série. Série é uma forma de "coletivo" (conjunto humano) cuja unidade provém do

exterior. Sartre dá o exemplo de uma fila de pessoas diante de um ponto à espera do

ônibus. Cada um sente-se em frente ao outro em solidão, como se nada tivesse em comum

com os demais. Essas pessoas - de idade, sexo, classe e meios muito diferentes - realizam

na banalidade do cotidiano a relação de solidão, de reciprocidade e de unidade pelo

exterior.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

2. A série representa um tipo de relação que nega a reciprocidade. Coisifica o outro e

expressa a alienação do homem na serialidade. É um tipo de relação que tem as

características do "idêntico", onde todos são vistos como equivalentes aos demais. Cada

um é apenas um número substituível por outro. É apenas quantidade.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

3.O grupo se constitui numa luta constante contra a serialidade e a alienação pela superação

das mesmas, o que gera uma unificação das liberdades e com ela a relação de

reciprocidade. A reciprocidade é a relação na qual cada um é para o outro como si

mesmo.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

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4.O grupo constitui-se contra a série, nasce na fusão da serialidade. A série é dispersão e o

grupo é totalização. Dessa maneira a vida do grupo, sua dinâmica, constitui-se numa

permanente tensão entre estes dois polos: serialização e totalização. O grupo mantém sua

existência em função de uma luta permanente contra um sempre possível retorno à

dispersão.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

5. O momento da fusão (nascimento do grupo) acontece com a tomada de consciência de

uma tarefa comum (a partir da necessidade, escassez, perigo, etc.) onde cada um depende

dos demais. É o momento em que indivíduos isolados tomam consciência de sua

interdependência, de seus interesses comuns. Estabelece-se um "degelo" das

comunicações.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

6. O juramento surge contra o risco de ruptura do grupo, contra o próprio risco da

liberdade. Pode ser visto como uma forma de "resistência do grupo" à ação da separação

ou afastamento, como garantia do futuro através da falta de mudança produzida no grupo

pela liberdade. Pelo juramento o grupo procura tornar-se seu próprio instrumento contra a

serialidade que o ameaça de dissolução

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

7. O juramento é um "poder difuso da jurisdição" no grupo. " É o poder de cada um sobre

todos e de todos sobre cada um". Ele me garante contra minha própria liberdade e institui

meu controle sobre a liberdade do outro.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

8. Já no estágio da organização o poder se define para cada um no quadro de distribuição de

tarefas. É a função. E no exercício da atividade organizada, a função é uma definição

positiva do indivíduo comum. É uma determinação da práxis individual. Nesse estágio o

indivíduo comum "pertence ao grupo na medida em que executa determinada tarefa, e

apenas essa".

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RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

9. A partir dessa ação organizada que recai sobre o próprio grupo surge o problema do

poder interno (hierarquia, funções ) que coloca em risco a soberania do grupo. Isso

porque, no estágio da organização, o poder se define para cada um no quadro de

distribuição de tarefas. No grupo organizado efetua-se uma divisão de tarefas, estabelece-

se processos de trabalho e de decisão. Há o reconhecimento implícito de normas comuns

as quais devem ser cumpridas. O trabalho do grupo é efetuar sua própria organização em

função de sua finalidade, de si próprio como objetivo.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

10. “A instituição” é o “ressurgimento da serialidade e da impotência, necessita

consagrar o poder para garantir sua permanência pela lei. Impotência porque a instituição,

como algo fundamentalmente imutável, torna minha práxis no grupo institucionalizado

como incapaz de modificá-lo. Isso porque esta prática se isola, enquanto se produz no

meio comum e é definida por novas relações humanas. Relações estas baseadas na

impotência serial. Assim essa impotência fundamenta a existência do soberano, pois a

autoridade repousa na inércia e na serialidade”.

RUBINI, Carlos (1999). Dialética dos Grupos: contribuições de Sartre à Compreensão dos Grupos

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Grupos Operativos no Ensino José Bleger

1980

1. O grupo operativo, segundo a definição do iniciador do método, Enrique J. Pichon-

Riviere, "é um conjunto de pessoas com um objetivo comum" que procuram abordar

trabalhando como equipe. A estrutura de equipe só se consegue na medida em que opera;

grande parte do trabalho do grupo operativo consiste, em resumo, no treinamento para

trabalhar como equipe.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

2. O grupo operativo tem objetivos, problemas, recursos e conflitos que devem ser

estudados e considerados pelo próprio grupo à medida que vão aparecendo; serão

examinados em relação com a tarefa e em função dos objetivos propostos.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

3. “Na proposição tradicional, existe uma pessoa ou grupo (um status) que ensina e outro

que aprende”. Na proposta do Grupo operativo, “esta dissociação deve ser suprimida,

porém, tal supressão cria necessariamente ansiedade, devido à mudança e abandono de

uma conduta estereotipada. De fato, as normas são, nos seres humanos, condutas, e toda

conduta é sempre um papel; a manutenção e repetição das mesmas condutas e normas -

de modo ritual- acarreta a vantagem de não se enfrentarem mudanças nem coisas novas e,

assim, evitar-se a ansiedade. Porém, o preço dessa segurança e tranquilidade é o bloqueio

do ensino e da aprendizagem, e a transformação desses instrumentos no oposto daquilo

que devem ser: um meio de alienação do ser humano”.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

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4. No ensino e na aprendizagem em grupos operativos, não se trata só de transmitir

informação, mas também de conseguir que seus integrantes incorporem e manipulem os

instrumentos de indagação. Existe grande diferença entre o conhecimento acumulado e o

utilizado; o primeiro aliena (inclusive o sábio), o segundo enriquece a tarefa e o ser

humano. Seguindo em parte Montesquieu, pode-se voltar a dizer que encher cabeças não

é o mesmo que formar cabeças. E menos ainda formar tantas, que cada um tenha a

própria.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

5. Não existe ser humano que não possa ensinar algo, quando mais não seja pelo simples

fato de ter certa experiência de vida. Esclareçamos, também, que não se trata só de

aprender no sentido limitado de recolher informação explicitada, mas sim de converter

em ensino e aprendizagem toda conduta e experiência, relação ou ocupação.

Aprendizagem e ensino estão tão solidariamente relacionados que, com freqüência, nos

grupos operativos que se ocupam deste tema, cunhou-se um neologismo, que apareceu

primeiro como lapso e que integra os dois termos: "Ensinagem".

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

6. Embora se possam utilizar e se utilizem técnicas operativas em grupos terapêuticos, os

grupos de ensino não são diretamente terapêuticos, mas a tarefa da aprendizagem implica

terapia; toda aprendizagem bem realizada e toda educação são sempre, implicitamente,

terapêuticas.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

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7. Há uma aprendizagem, ou parte dela, que tem lugar exclusivamente na área corporal

(como, por exemplo, aprender a escrever à máquina ou andar de bicicleta), e nestes casos

deve-se completá-la levando ao plano do pensamento o que se fez ou se aprendeu no

nível corporal. Uma alta porcentagem do trabalho, em nossa cultura industrial, realiza-se

exclusivamente na área corporal (tanto o trabalho de um operário como o de um

profissional), o que facilita ou condiciona a dissociação entre o que se faz e o que se

pensa durante a execução da tarefa. Um aprendizado bem-sucedido exige a eliminação

desta dissociação, e o conseqüente enriquecimento da tarefa com aquilo que se pensa, e o

enriquecimento do que se pensa com aquilo que se faz.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

8. Uma das maiores virtudes do grupo operativo é a possibilidade que oferece de aprender a

agir, pensar e fantasiar com liberdade, a reconhecer o nexo estreito e a sutil passagem que

existe entre imaginar, fantasiar, pensar e propor hipóteses científicas. Nesse sentido, é

muito comum o medo de cair na loucura ou no descontrole do pensamento e da fantasia

("a louca da casa"). Todavia sem fantasia e sem imaginação não existe pensamento

criador. A realidade ultrapassa a imaginação e a fantasia de todos os homens juntos.

Deve-se ajudar o grupo a trabalhar esse medo da loucura e do descontrole, ensiná-lo a

aceitar jogar com o pensamento e com a tarefa e a obter prazer com eles.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

9. A situação mais feliz é aquela em que trabalho e hobby coincidem, no sentido de que o

trabalho seja, ao mesmo tempo, fonte de prazer. Sem dúvida, e paradoxalmente, medos e

sofrimentos são momentos do processo criador que se aceitam com mais facilidade do

que os momentos do prazer de pensar e trabalhar. Um problema muito freqüente nos

grupos operativos é o aparecimento de sentimentos de culpa por pensar, como outro

bloqueio. E, quando se consegue que o grupo aceite sem culpa o prazer de pensar e o

prazer do trabalho, pode-se enfrentar problemas ligados ao sentimento de culpa por

ensinar a pensar e pelo prazer e gratificação que isso provoca.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

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10. O processo de aprendizagem funciona, no grupo, como uma verdadeira maiêutica,

não no sentido de que tudo consiste em tirar de cada um o que já tem dentro de si, mas no

de que é o grupo que cria seus objetivos e faz suas descobertas através da ativação

daquilo que existe em cada ser humano de riqueza e experiência, ainda que pelo simples

fato de viver.

BLEGER, José (1980) Grupos Operativos. In: _______ Temas de Psicologia. São Paulo, Ed Martins

Fontes, 2[ ed., 1998.

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Grupo e grupalidade no trabalho em

Saúde: reflexões para uma prática

comunitária, afetiva e democrática Fernando Cesar Chacra

2005

1. “Dentro de nós pulsa algo da ordem do grupal que nos faz comuns: a experiência de

ter sido cuidado por alguém que nos oferece o protótipo de intimidade, a experiência

do amparo que nos permite desafiar nossa capacidade de desenvolvimento motor e

subjetivo, a resposta que demora e gera esperança, aconchegos apaziguadores, os

cheiros e sabores de diferentes temperos que vêm lá da cozinha, a sensualidade dos

toques suaves, estórias de arrepiar que estimulam o enfrentamento para superar

nossos medos, a alegria de brincar e imaginar sem nem mesmo parar para comer, a

certeza de poder contar com um amigo, a carícia de uma escuta verdadeira, a

curiosidade transformando-se em descoberta, a alegria ao perceber o reconhecimento

de um nosso valor ou de um talento, o sentimento de paz de poder ser verdadeiro, a

saudade de alguém que se perde, a dor de um esmorecimento, a sensação de que o

coração pulsa na mão acalmada por uma orientação, uma avaliação consistente, a

indicação de um caminho a seguir... Infinitas experiências vividas no tempo finito de

nossas vidas humanas constituem um saber inconsciente de como se relacionar com o

outro e que, por mais carapaças que nos enrijeçam tentem impedir o fluxo deste saber

inconsciente, ele pulsa, pois é comum, é da ordem do bem comunitário”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005.

2. “Daí a dificuldade de se enfrentar a palavra comunidade, que, alienadamente,

colocamos nas mãos do caritativo, do religioso, do assistencialismo ou do no máximo

complementar que nos alivia da culpa por competir. E, assim, quase sempre quando

nos referimos ao comunitário, conferimos a ele um estatuto equivalente ao da ordem

da carência, como só existisse comunidade para os carentes: comunidade carente. Na

verdade, dificuldade para lidar com nossas próprias carências e dificuldade para se

libertar para lançar mão deste saber comum inconsciente”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005

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3. “Entretanto, este comunitário que nos espanta, desnuda este saber inconsciente em

espaços não instituídos, mas instituintes para além da família, mas muito aquém da

sociedade como um todo. Aí nos sentimos comunidade, pois só há comunidade onde

este saber pulsa sem palavras de exibição, só há comunidade onde este saber pulsa

nas ações promotoras de convivência concreta entre os comuns, justamente para se

promover estes saberes. Estamos sempre convidados a participar do comunitário.

Basta deixar fluir a escuta das demandas que nos chegam. Aí, talvez, esteja a chave

para o trabalho em saúde e, porque não dizer, do trabalho com grupos em serviços de

saúde”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005

4.“Uma primeira demanda a ser enfrentada em grupo é a necessidade de organização

para o trabalho em equipe. Mais uma vez o desafio, que espaço encontra esta

demanda para o sentido do saber comum de uma equipe. Que espaço tem a palavra

dentro deste grupo? Quais as possibilidades de escuta são concretamente criadas para

que o grupo realmente se escute? A quem pertence a equipe? Como se definem os

objetivos a serem alcançados? E a missão da equipe? Há espaço para a intuição do

saber comum? Questões como estas merecem atenção quando se pretende se

constituir como equipe sujeito”

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática Fernando César Chacra, 2005

5. “Todo agrupamento tem um sentido, desde o agrupamento de passageiros de um

ônibus que se destina a algum lugar até a possibilidade da vivência dentro uma massa

coletiva de pessoas que pretendem manifestar algo ou desfrutar de um show. No

entanto um agrupamento, só ganha feições de um grupo se assume certa estabilidade

no tempo, ou seja, cria um processo de existência grupal, que também tem um sentido

a ser atingido, mas que requer definição de tarefas e de funções a seus membros que

garantam a motivação e o interesse para continuar existindo como grupo. Em outras

palavras, um agrupamento só se torna realmente um grupo se consegue gerar um

desejo coletivo de grupalidade em seus membros”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática Fernando César Chacra, 2005.

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6. “O primeiro requisito para se trabalhar com grupos é ACREDITAR EM GRUPOS E

EM SEU POTENCIAL DEMOCRÁTICO DE TRANSFORMAÇÃO E DE

CONSTITUIÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO. Ou seja, acreditar na possibilidade

da grupalidade e no potencial do seu saber inconsciente e comunitário que se expressa

através da intuição, da capacidade de reflexão coletiva a respeito da prática, da

capacidade de problematização e aprofundamento de suas reflexões, geração coletiva

de projetos, meios de expressão coletiva, ações comunitárias e de reinvindicação”

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática Fernando César Chacra

7.. Para se trabalhar com grupos é necessário se preocupar com o CONVITE PARA

PARTICIPAÇÃO. O convite “é sempre mais potente do que qualquer convocação ou

atrelamento a benefícios e/ou outras modalidades de atendimento que não sejam a

participação em si do grupo e de seus projetos, como por exemplo, condicionar a

dispensação do medicamento à participação do grupo. O convite também não pode

ser qualquer convite. Sempre que possível deve ser personalizado, atento às

necessidades de liberação ou autorização de familiares, professores e direções

escolares ou de empresas. 8 Propiciar uma imagem do que poderá ocorrer pelo menos

nos encontros iniciais, deve ser transparente na proposta e coerente com relação ao

projeto de construção coletiva”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005

8. É necessário “COORDENAÇÃO DE GRUPO, mais democrática possível, que não

significa ser aquele que libera totalmente o grupo para o que quer fazer (laisser-faire)

e muito menos deve ser a do palestrante autoritário que sabe tudo e que só tem a falar

para quem nada sabe. Trata-se de uma figura que tenha habilidade para ser

facilitadora do trabalho coletivo e que, ao mesmo tempo, seja reconhecida como a

autoridade coordenadora. Deve, antes de tudo, ter muita capacidade de escuta, de ser

um dos geradores de perguntas e questões fundamentais para a problematização da

reflexão grupal, da qual deve participar ativamente, cuidando sempre do risco de não

tornar-se um “boicotador” do processo grupal. Sua tarefa deverá centrar-se nas

pessoas, integrá-las à tarefa definida pelo grupo e facilitar as mediações das

associações livres que irão integrar o processo. Portanto, sua preocupação

fundamental deve voltar-se para a supressão dos estereótipos defensivos e estimular

que cada participante se assuma como pessoa comum, sujeito comunitário e permita

fluir seu saber comunitário latente”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005

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9. É necessário o “ENFRENTAMENTO COERENTE DE CONFLITOS, nunca

negando a existência de um conflito ou uma situação de confronto, mas sim tentando

enfrentá-la como uma tarefa interna inesperada, oriunda do inconsciente coletivo, mas

essencial da problematização grupal, pois será deste esforço de buscar coletivamente

alguma superação do conflito, que se encontrará um caminho coerente com toda

proposta de trabalho em andamento”. E também a CONTINÊNCIA ÀS REAÇÕES

AFETIVAS INESPERADAS, que sempre ocorrem e surpreendem o grupo. Deve-se

estar atento para estas reações e oferecer continência adequada através de um gesto de

apoio, ou de uma proposta de atendimento de forma singularizada, assim que seja

disponível um tempo adequado, ou, ainda, permitindo e valorizando gestos

espontâneos de continência por parte de outros membros do grupo, etc”.

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005.

10. “IDENTIFICAR e TRABALHAR VÍNCULOS, pois, como propõe E.

Pichon-Rivière todo grupo é uma rede de estabelecimento de vínculos facilitadores ou

dificultadores de suas tarefas: a tarefa externa, ou seja, a resultante da ação grupal

para fora dos limites de sua existência e a tarefa interna, que consiste no trabalho

grupal de elaboração de suas angústias e defesas. Além de ter como tarefa interna o

estabelecimento dos vínculos, deve promover a elaboração e o processo de

rompimento dos vínculos internos criados no processo. Daí a importância de saber o

momento e de que forma dar fim ao processo grupal”

Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática comunitária, afetiva e

democrática. Fernando César Chacra, 2005.

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Modos de Cuidar em Saúde Pública: o

Trabalho Grupal na Rede Básica de Saúde Ana Lúcia Abrahão

Carla Sueli Fernandes de Freitas

2009

1.“Viver em sociedade, em relação com o outro, é uma característica do humano. Faz

parte da natureza humana o convívio social, a troca de informações, de emoções, no

sentido de constituir a sua própria singularidade”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

2. “A formação de um grupo emprega o desenho para aglutinação das pessoas.

Estratégias que busquem a identificação de uma questão de saúde/vida comum para as

pessoas. Porém, a delimitação deste objeto comum é nodal para a grande maioria dos

usuários que buscam os serviços de saúde e convivem com doenças crônicas não

transmissíveis. De modo geral ambas buscam melhorar a sua disposição frente à

vida”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

3. “O trabalho com grupo na rede básica é revelador da cisão entre saúde e doença,

marcando este limite da prática dos serviços e sendo representado por parte dos

profissionais na busca por estratégias para a redução e controle dos riscos de doenças,

e por parte dos usuários de resolução de problemas em saúde (objeto social) que nem

sempre são compatíveis com a racionalidade científica, configurando, assim, uma

questão que requer a conjugação de diferentes interesses. Há ganhos e arranjos de

ordem política e social que mobilizam uma grande concentração de poder”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

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4. “Os temas abordados com mais frequência nos grupos educativos revelam um caráter

delimitado e centrado na prevenção de doenças. Este dado indica a importância de

investimento na busca por novos modos de cuidar que articulem, nesse espaço grupal,

questões sociais, históricas, culturais, além da prevenção de doença”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

5. “Trabalhamos para a constituição e formação de vínculo combinando três elementos:

o convite individual, personalizado pelo agente comunitário de saúde, o que permitiu

também uma maior aproximação da comunidade e a participação da equipe de saúde;

a discussão coletiva das atividades e questões dos temas dos encontros; e o espaço de

acolhimento das questões que circulam na vida. Uma tríade que articula a capacidade

de interação comunicativa entre dois sujeitos, sem dessubjetivação de ambas as

partes”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

6. “A coordenação de grupos educativos remete a um trabalho cuidadoso de

observação, de sensibilidade e de criatividade, com as diferentes singularidades

presentes em interação constante. Neste movimento é incluída a organização prévia

das atividades, no sentido de construir um espaço, uma referência a ser alcançada, em

que se faz necessário um planejamento das ações que serão desenvolvidas, sem,

contudo, perder os acontecimentos presentes durante o encontro. O que significa que

o planejar é algo dinâmico e interage constantemente com o movimento da

grupalidade”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

7. “No trabalho com grupo, dispomos das diferentes tecnologias, a partir da nossa valise

tecnológica. O ato da produção do projeto terapêutico no grupo é estimulado na lógica

das distintas valises dos profissionais da equipe de saúde, permitindo que o vínculo e

a responsabilidade circulem não só no grupo, mas também na equipe de saúde da

família. As tecnologias duras são empregadas na aferição da pressão arterial e da

glicemia capilar. Elementos necessários ao cuidado do grupo”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.

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8.“Buscamos ampliar o grau de transversalidade do grupo e, na nossa experiência,

significa potencializar os fluxos desejantes que circulam no grupo e os vários

sentimentos de pertença das pessoas, discutindo o que será um grupo sujeito, no

sentido de que sua prá- tica seja atuar de acordo com o seu próprio desejo, de suas

próprias regras, sempre em discussão, e de poder encarar sua própria finitude”.

ABRAHÃO, Ana Lúcia & FREITAS, Carla Sueli Fernandes. Modos de Cuidar em Saúde Pública: o Trabalho

Grupal na Rede Básica de Saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):436-41.