(fruticultura - volume 4 culturas da acerola e maracujazeiro (1)
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UNIVERSIDADE FEDEERAL RURAL DO SEMIÁRIDO (UFERSA) DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS
CULTURAS DA ACEROLEIRA E DO
MARACUJAZEIRO
VANDER MENDONÇA
LUCIANA FREITAS DE MEDEIROS
Apoio Financeiro
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BOLETIM TÉCNICO
VOLUME 4
- CULTURAS DA ACEROLEIRA E DO MARACUJAZEIRO
VANDER MENDONÇA
LUCIANA FREITAS DE MEDEIROS
MOSSORÓ-RN, 2011
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AUTORES
VANDER MENDONÇA
Possui Graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Lavras
(1997), Mestrado em Agronomia/Fitotecnia pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2000) e Doutorado em Agronomia (Fitotecnia/Fruticultura) pela Universidade
Federal de Lavras (2005) e Pós-Doutorado em Agronomia (Fitotecnia/Fruticultura) pela Universidade Federal de Lavras (2011). Atualmente é professor Adjunto III na
Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), responsável pelas disciplinas: Fruticultura (Graduação), Propagação de Frutíferas, Fruticultura Tropical II e Citricultura
(Pós-graduação) e também Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq Nível 2. É líder do Grupo de Pesquisa Propagação, Nutrição, Adubação e Tratos Culturais de
Frutíferas de Clima Tropical e Sub-Tropical e participa como membro do Grupo de Pesquisa Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas ambos cadastrados no CNPq. Na
UFERSA é lider do Grupo de pesquisa Pesquisa em Fruticultura . Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fruticultura, atuando principalmente nos seguintes temas: propagação, adubação e condução de espécies frutíferas de clima tropical. Contatos: Prof.
Dr. Vander Mendonça (Fruticultura) Fone (84) 3317-8548, E-mails: [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], Home page: http://prof-vanderufersa.webnode.com.br/
LUCIANA FREITAS DE MEDEIROS
Possui Graduação em Engenharia Agronomica pela Universidade Federal Rural do
Semiárido (2009). Atualmente é aluna do curso de mestrado em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semiárido. É Bolsista do CNPq. Participa do Grupo de Pesquisa
Propagação, Nutrição, Adubação e Tratos Culturais de Frutíferas de Clima Tropical e Sub-Tropical cadastrado no CNPq. Na UFERSA também participa do Grupo Pesquisa em
Fruticultura. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Micropropagação de Ornamentais, além de Fruticultura, atuando principalmente nos seguintes temas:
propagação, adubação e condução de espécies frutíferas de clima tropical. Contatos: Engenheira Agrônoma Luciana Freitas de Medeiros, Fone (84) 3317-8548 E-mails: [email protected], [email protected], Home page:
http://prof-vanderufersa.webnode.com.br/
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CAPÍTULO l
CULTURA DA ACEROLEIRA
(Malpighia glabra L)
1. INTRODUÇÃO
A aceroleira, também conhecida por Cereja-das-antilhas, é uma planta
ainda pouco conhecida, tanto que existem divergências quanto à sua correta
classificação botânica. A maioria dos autores supõe tratar-se de Malpighi glabra
L., mas existem aqueles que julgam que a espécie cultivada é M. punicifolia L. ou
mesmo M. emarginata D.C.
A acerola é uma planta nativa das Antilhas, América Central e do norte da
América do Sul. Por ser uma planta rústica e resistente, a acerola se propaga com
facilidade em toda parte do mundo.
O interesse pela acerola e os estudos sobre suas potencialidades
econômicas, no entanto, só foram despertadas à partir dos anos 40, quando
descobriu-se na porção comestível da fruta altos teores de ácido ascórbico, ou
seja, vitamina C. Sendo assim, o consumo de acerola é indicado para o combate
de várias doenças humanas, como a gripe e infecções pulmonares, controle de
hemorragias nasais e gengivais, auxilia no tratamento de doenças do fígado, além
de evitar a perda de apetite e dores musculares.
2. TAXONOMIA E MORFOLOGIA
2.1. Taxonomia
A aceroleira pertence à família Malpighiaceae e gênero Malpighia, o qual é
formado por 39 a 41 espécies de arbustos e pequenas árvores, sempre verdes, a
maioria delas encontradas em estado nativo nas Antilhas, América Tropical, em
grande parte do México, América Central e Ilhas do Caribe, sendo cultivadas
principalmente como plantas ornamentais e poucas delas exploradas como
espécies frutíferas.
Reino: Plantae
Divisão: Tracheophyta
Subdivisão: Spermatophytina
Classe: Angiospermae
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Subclasse: Dicotyledonae
Ordem: Geraniales
Família: Malpighiaceae
Gênero: Malpighia
Espécie: Malpighia emarginata D.C.
2.2. Morfologia
2.2.1. Planta
A aceroleira é um arbusto ou uma árvore pequena, com tronco único,
freqüentemente ramificado, com pequeno ou médio porte. No caso do plantio
comercial, as plantas são mantidas a uma altura de 1,3 a 2,5 m, formando uma
copa densa, constituída de numerosos ramos lenhosos, espalhados e
normalmente curvados para baixo. Quando as plantas são cultivadas livremente
(sem podas), podem alcançar uma altura de 6 a 9 metros porém, não é adequado
essa altura para plantios comerciais.
O crescimento da planta pode ser longitudinal ou lateral e desenvolve-se
das axilas das folhas, nos ramos do ano anterior ou nos ramos do mesmo ano. As
ramificações terminais possuem de 15 a 30 cm de comprimento, com entrenós
longos, folhas longas e largas. As ramificações laterais surgem das axilas das
folhas, têm entrenós curtos, folhas agrupadas, mais curtas e estreitas.
2.2.2. Raiz
O sistema radicular é formado por uma raiz pivotante ou por raízes axiais,
sendo que a maior parte delas estão localizadas na parte mais superficial do solo.
2.2.3. Folha
A grande variação encontrada na arquitetura das plantas, na disposição
das folhas, na coloração das flores e quanto à presença de acúleos urticantes nas
folhas de algumas plantas em lavouras comerciais desta fruteira, talvez indiquem
que existam indivíduos de mais de uma espécie sendo cultivados entre nós.
As folhas da planta são inteiras, opostas, de pecíolo curto, subpapiráceas a
papiráceas (consistência do papel), variavelmente obovadas (de forma ovada,
mas com a parte mais larga voltada para o ápice), em algumas plantas ovaladas
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ou elípticas-lanceoladas, lisas ou onduladas, de coloração verde-pálida na face
inferior.
As folhas estão localizadas sobre os brotos de ramificações terminais, de
coloração verde-escura e brilhante na face superior e verde-pálido na inferior, são
simples, inteiras e tem posição oposta, com pecíolo curto, de forma oval, ovalada,
elíptica ou elíptico-lanceoladas, geralmente compridas, com um comprimento
médio de 4 a 6 cm, podendo variar de 2,2 a 10 cm; uma largura média de 1,23 a
2,62 cm e com uma variação de 0,6 a 4 cm; elas têm um ápice obtuso e
normalmente emarginado (pequena reentrância no ápice), raramente agudo; base
aguda a acuneada (forma de cunha). As folhas das ramificações laterais são mais
curtas, com 3 a 4,2 cm de comprimento e estreitas, com 1,7 a 2,1 cm de largura.
Existem plantas com e sem pêlos nas folhas e nos pequenos ramos.
2.2.4. Flor
As inflorescências e as flores podem tanto originar-se na axila das folhas
dos ramos maduros em crescimento, como também nas axilas das folhas do ramo
recém brotado, onde crescem isoladas ou em cachos de dois ou mais frutos. A
planta forma as inflorescências de coloração rosa, rosa-esbranquiçada, violeta-
esbranquiçada a vermelha, as quais estão dispostas em cimeiras axilares
(inflorescências com ramificação sempre terminal que acaba sempre em uma flor
e com número definido de ramos), pedunculadas, com 2-3 a 4-5 flores em média,
podendo variar de 1 a 6; os racimos (cachos) em forma de umbela (numerosas
flores pedunculadas) se inserem na mesma altura do eixo principal, com 1,5 a 2
cm de comprimento, chegando até 2,5 cm.
As flores surgem sempre após um surto de crescimento vegetativo e estão
dispostas em pequenos cachos axilares, são de coloração (dependendo do clone)
branca, rósea-esmaecida, rosa-pálida a violeta esbranquiçada e, aparecendo na
planta depois de um surto de crescimento vegetativo, são originadas das axilas
das folhas dos ramos maduros ou das axilas das folhas dos ramos de brotações
recentes ou novos; estas flores são hermafroditas ou perfeitas (flor masculina e
feminina na mesma planta e na mesma flor), pequenas, medindo
transversalmente cerca de 1,2 a 2,5 cm.
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O cálice possui entre 6 a 10 pequenas sépalas sésseis (sem pedúnculo),
de coloração verde. A corola é formada por 5 pétalas persistentes, franjadas ou
irregularmente dentadas, algumas ou todas com glândulas sésseis, podendo ter
de 6 a 10 por cálice, as pétalas com garras finas e de coloração verde,
apresentando 10 estames funcionais.
Os estames, em número de 10, são glabros (sem pêlos), bem formados,
todos sustentando na sua extremidade uma antera; tem os filetes unidos na sua
base e são todos funcionais.
O gineceu (parte feminina da flor) é tricarpelar, constituído de ovário
globular, glabro, súpero, fusionado, com 3 lóculos e 3 estilos; com estilo truncado
ou obtuso no ápice, mas raras vezes levemente uncinado (que produz ganchos
na superfície); estilos laterais grossos, levemente curvados, com 3 a 3,5 mm em
média, podendo variar de 2,5 a 4 mm.
A aceroleira produz flores em abundância, contudo o índice de pegamento
de frutos é pequeno, o que se deve à baixa eficiência de polinização aberta. A
iniciação floral ocorre antes de 8 a 10 dias da emissão da gema, do aparecimento
do botão floral à antese (abertura) da flor, decorrendo, em geral, 7 dias e da
antese até o amadurecimento do fruto cerca de 21 a 32 dias. A planta, quando
originada de propagação vegetativa (estaquia e enxertia) com irrigação e
adubação, inicia seu florescimento depois de 5 a 7 meses do plantio da muda no
campo. As mudas propagadas por sementes, nas mesmas condições, florescem
e frutificam depois do segundo ano. Em clima tropical, a planta produz
regularmente entre 9 e 12 anos de idade, enquanto em clima subtropical, uma
planta permanece em produção durante 12 a 15 anos depois de seu plantio no
campo.
2.2.5. Fruto
O fruto da acerola é uma pequena drupa carnosa, tripirenóide ou
tricarpelada, de forma ovóide deprimida a subglobosa, arredondada, ovalada ou
cônica e, quando maduro, de cor vermelha, roxa ou amarela, normalmente mais
largo do que comprido; o fruto tem um comprimento (altura) de 1 a 2,5 cm,
variando de 1,82 a 4,11 cm de diâmetro e peso de 3 a 8 gramas, mas os frutos
maiores podem ter um peso de até 16,4 gramas.
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As aceroleiras crescem isoladas ou em cachos de 2 ou mais frutos, sempre
na axila das folhas, notando-se que os frutos que crescem isolados geralmente
são maiores quando comparados com aqueles formados em cachos. Um fruto
contém em sua polpa cerca de 80% ou mais de suco, sendo que 60 a 70% deste
suco é facilmente extraído.
O epicarpo é muito fino e delicado; a casca tem a superfície lisa ou
sensivelmente trilobada, tornando-se membranosa, muito fina e delicada, sendo
facilmente lesionada durante o manuseio incorreto do fruto maduro; a parte
externa apresenta-se de cor verde, quando o fruto está em desenvolvimento,
passando para uma cor amarelo-púrpura, amarelo-laranja, vermelho-alaranjada,
vermelho a vermelho-escura, quando está em plena maturação. O mesocarpo é
formado por células grandes e suculentas, com polpa macia, sucosa, ácida,
subácida, ligeiramente doce, ou doce acidulada em algumas variedades, de sabor
agradável e bem característico.
No interior do fruto existem 3 caroços unidos no centro do mesocarpo, os
quais dão origem a 3 expansões laterais, que têm formas de asas ou cristas
longitudinais, com textura resistente e apergaminhada. Os caroços (reticulados e
mais ou menos trilobados) são duros e constituem o endocarpo, podendo ou não
conter uma semente no interior de cada um, formada por células alongadas e
lignificadas, de fibras vasculares adjacentes, sendo que a semente falta com
muita freqüência, devido à ocorrência de anormalidades no seu desenvolvimento,
na formação do óvulo, pela deterioração do saco embrionário, como falta de
polinização, na ausência de fertilização, pelo abortamento do embrião ou devido à
incompatibilidade bem acentuada por auto-cruzamento. Cada semente está
inserida num caroço reticulado, têm a forma ovóide, é pequena, com 2,5 a 5,1 mm
de comprimento por 1,8 a 3,2 mm de largura e mostra em sua extremidade mais
estreita uma saliência, que é a radícula embrionária, sendo constituída por 2
cotilédones maciços, que encerram entre eles, na região axial e em conexão com
a radícula, a plântula ou meristema apical.
A planta tem capacidade para formar de 2 a 4 safras em clima subtropical,
de 3 a 6 safras em clima tropical e, quando são adubadas, irrigadas e com uma
condução adequada, podem florescer e frutificar continuamente em clima tropical.
Os frutos, quando estão completamente maduros, desprendem-se facilmente da
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planta e caem no solo, sofrendo lesões na casca e na polpa, principalmente por
sua casca fina, delicada e pelo seu alto conteúdo de suco na polpa.
3. VARIEDADES
Admite-se que as variedades de aceroleira pertençam a dois grupos, sendo
um produtor de frutas ácidas e outro de frutas doces. As frutas doces são mais
agradáveis para o consumo ao natural, mas dado o teor mais elevado de ácido
ascórbico que as frutas ácidas apresentam, a produção comercial requer a
utilização de variedades pertencentes a este grupo.
Ainda são poucas e mal conhecidas as variedades desta frutífera
existentes no Brasil, as principais delas tendo como centro de origem núcleos de
produtores existentes no Pará. Dentre essas destacam-se as seguintes:
- Okinawa: Parece tratar-se de uma introdução do exterior feita por produtores da
Cooperativa COPAMA de Castanhal, PA. Há indicações de que é uma excelente
produtora. Seus frutos apresentam cerca de 2.000mg de vitamina C por 100
gramas de polpa, teor este que pode cair para 800mg nos períodos extremamente
chuvosos.
- Inada : É um clone originado de semente trazida do exterior, muito produtivo,
chegando a mais de 120 quilos de fruta por ano, com um teor de vitamina C da
ordem de 1.500mg por 100 gramas de polpa.
- Flor branca : Caracteriza-se por ser um produtor constante, não parando mesmo
nos períodos mais secos. Os seus frutos apresentam cerca de 1.700mg de
vitamina C por 100 gramas de polpa.
- Numero Um : Trata-se de uma seleção feita pela Cooperativa de Tomé-Açu, no
Pará, que também apresenta características que a tornam muito interessante.
Existem outras introduções de materiais selecionados no exterior, inclusive
Estados Unidos da América, mas todas são "seedlings" e, portanto, nenhuma tão
interessante como os citados.
Entre as variedades produtoras de frutos doces destacam-se a Florida
Sweet e a Manoa Sweet.
Em diversas outras regiões do País procura-se selecionar clones de
acerola que apresentem características desejáveis, como boa arquitetura da
planta, folhas sem pelos urticantes, alta produtividade de frutos grandes, com a
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casca de coloração vermelho intenso e a polpa laranja-vivo à maturação e
apresentando pelo menos 1.500mg de vitamina C por 100 gramas de polpa.
4. CLIMA
A aceroleira é uma planta rústica, que se desenvolve muito bem em clima
tropical e sub-tropical, sendo sensível, porém, às geadas. Em regiões de clima
ameno, durante o período seco e frio, a planta permanece em repouso, porém
quando a temperatura se eleva e as precipitações se iniciam, a vegetação e o
florescimento se mantêm de modo quase contínuo.
O ideal são temperaturas médias de 26ºC, com precipitação anual variando
entre 1.200 e 1.600mm. As chuvas tem grande influência sobre a produção e a
qualidade dos frutos. Quando bem distribuídas, concorrem para um período de
produção mais amplo e para frutos de maior tamanho. Chuvas excessivas
provocam a formação de frutos aquosos, menos ricos em açúcares e em vitamina
C.
5. SOLO
A planta se desenvolve bem em quase todos os tipos de solos. Os de
textura argilo-arenosa, de mediana fertilidade, por reterem maior teor de umidade,
são os mais indicados.
Na escolha do terreno deve-se levar em conta que a planta é bastante
suscetível ao ataque de nematóides, especialmente do gênero Meloidogyne,
razão pela qual a área escolhida deverá estar isenta destes inimigos.
6. PROPAGAÇÃO
A propagação pode ser feita por meio de sementes, estaquia e enxertia. A
propagação por sementes, dado o baixo poder germinativo em decorrência do
aborto do embrião, é da ordem de 20%, e por resultar em pomares desuniformes,
só é viável para a obtenção de porta-enxertos para propagação por enxertia.
Atualmente, porém, o método mais utilizado é a propagação por estaquia,
que pode empregar tanto estacas lenhosas como herbáceas.
A propagação por sementes é feita em canteiros, caixas ou outros
vasilhames conveniente preparados. As sementes, extraídas de frutos maduros,
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são lavadas e imediatamente semeadas nos canteiros, em sulcos distanciados de
10cm, antes de secarem.
A germinação ocorre após 20 a 25 dias. Quando as plantinhas atingirem de
6 a 10cm devem ser transplantadas com o solo que envolve as raízes para sacos
plásticos previamente preparados, cheios de um substrato rico e desinfestado
(Veja no capítulo sobre maracujá o preparo de um substrato de boa qualidade).
Após o transplante deve-se irrigar abundantemente, repetindo-se essa
operação sempre que necessário mas evitando-se o encharcamento.
Quando se dispõe de clones selecionados, a propagação deverá ser feita
por estaquia ou enxertia. A estaquia é feita a partir de estacas semi-lenhosas,
com folhas, obtidas de ramos vigorosos, com 3 a 10mm de diâmetro e 20 a 25cm
de comprimento, coletadas antes do florescimento, de preferência previamente
tratadas com uma solução do ácido indolbutírico a 6.000 mg.L-1 por um período de
5 segundos. A espécie admite ainda a estaquia em casa de vegetação, a partir de
estacas herbáceas, feita com a parte terminal já lignificada dos ramos, em câmara
úmida, o que exige instalações próprias.
O método de enxertia mais empregado é a garfagem em inglesa simples,
em cavalos com diâmetro de até 40mm. Os garfos são obtidos dos segmentos
terminais dos ramos, com 6 a 8 gemas, resultando em um pegamento da ordem
de 85 a 90% e estando as mudas em condições de ir para o campo 60 dias após
a operação.
Também bastante utilizada é a enxertia por borbulhia em "T", feita em
porta-enxertos com diâmetro de um lápis a mais ou menos 20cm de altura.
Quando as mudinhas estiverem com mais de 30cm de altura (em torno de
6 meses a partir da germinação ou da estaquia) podem ser plantadas no pomar,
tendo-se o cuidado de eliminar o saco plástico sem quebrar o torrão que protege
as raízes.
7. CALAGEM
Durante o preparo do solo para o plantio deverá ser feita uma calagem com
calcário dolomítico, procurando assegurar uma saturação por bases da ordem de
70%. Essa calagem deverá ser repetida sempre que a análise do solo revelar
uma saturação por bases inferior a 60%.
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8. ADUBAÇÃO
8.1. Adubação de plantio
As covas de plantio deverão ser adubadas com 30 litros de esterco de
curral, 1,5 litro de torta de mamona, 200 gramas de calcário dolomítico e 500
gramas de superfosfato simples, adubos estes que devem ser bem misturados
como a terra e a mistura usada para reenchê-la.
8.2. Adubação química em cobertura
Os poucos estudos existentes indicam ser a acerola uma planta
quantitativamente pouco exigente em nutrientes. Como ela vegeta e produz
intensamente na maior parte do ano, no entanto, é necessário que encontre no
solo os nutrientes de que necessita. Por esta razão recomenda-se a aplicação
das quantidades anuais de fertilizantes indicadas na Tabela 1, calculadas para
solos com teores baixos de fósforo e potássio.
Tabela 1 . Quantidades anuais de fertilizantes em função da idade da planta, em
gramas de nutrientes por planta.
Idade N P2O5 K2O
Primeiro ano 60 75 150
Segundo ano 150 187,5 375
Terceiro ano 200 250 500
Quarto ano em diante 200 125 500
Estas quantidades deverão ser divididas em quatro parcelas aplicadas no
período chuvoso do ano, sendo que o fósforo poderá ser todo aplicado em uma
só vez, preferivelmente em abril, na forma de produto solúvel, como o
superfosfato ou termofosfato. Esta aplicação será feita em cobertura, na área de
concentração das raízes absorventes, ou seja, em uma faixa de
aproximadamente 30cm ao redor da planta, ficando 2/3 sob a projeção da copa e
1/3 fora dela nos primeiros dois anos de vida do pomar. Do quarto ano em diante,
os fertilizantes serão aplicados em uma faixa de 50cm de largura e dois metros de
comprimento, ao lado das plantas e na projeção de sua copa.
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8.3. Adubação orgânica
A adubação orgânica é importante para a cultura, não só porque a planta
responde bem às adições deste produto mas também porque solos com teores
elevados deste componente dificultam a proliferação, a níveis elevados, de
nematóides fitófagos. Por estas razões é importante a adição, uma vez por ano,
de pelo menos 20 litros de esterco de curral bem curtido por planta.
8.4. Adubação com micronutrientes
Durante o período de safra, deverão ser feitas, a cada 60 dias, aplicações
foliares com uma fórmula fertilizante preparada com sulfato de zinco a 0,3% e
ácido bórico a 0,1%.
9. PLANTIO
As covas deverão ter as dimensões mínimas de 40x40x40cm, sendo
preparadas com pelo menos trinta dias de antecedência em relação ao plantio.
O espaçamento a ser adotado varia com a fertilidade do terreno em que o
pomar será implantado, dos tratos culturais e da arquitetura das plantas. Para as
condições do Estado de Mato Grosso do Sul o espaçamento indicado varia de 5
m x 4 m a 6 m x 5 m.
A operação de plantio consiste em se retirar cuidadosamente o saco
plástico que envolve o torrão, de modo a não quebrá-lo, deixando a sua face
superior no mesmo nível ou pouco acima do nível normal do terreno.
Após a construção de uma bacia de irrigação em torno da muda, é feita
uma rega com pelo menos 40 litros de água. Esta rega deverá ser repetida
sempre que necessário, agora com uma menor quantidade de água mas de forma
a assegurar que a nova planta não seja prejudicada pela seca.
10. TRATOS CULTURAIS
A muda deverá ser submetida a uma poda de formação, de modo a originar
uma planta com copa baixa, em forma de taça. Para isto, quando a planta estiver
com uma altura de 60 a 70cm, deverá ser feita a poda de formação, que consiste
na eliminação da porção terminal do ramo principal em local já lignificado e a uma
altura de 50 cm do solo. Da brotação resultante escolhem-se 3 a 4 ramos,
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dispostos radialmente em torno dos 10 cm terminais do tronco e que irão formar a
futura copa. 70 a 80 dias após a realização da poda de formação é feita uma
desbrota para eliminar toda a brotação abaixo de 40 cm de altura e o excesso de
ramos surgidos acima deste ponto, deixando 3 a 4 pernadas nos 10cm terminais
do tronco único.
Para uma melhor operacionalização da colheita, é fundamental que a
planta seja adequadamente formada, de modo a que a produção se concentre na
periferia da copa, em local de fácil acesso. É preciso também eliminar o excesso
de ramos internos, de forma a promover uma melhor ventilação e insolação no
interior da copa, com a conseqüente melhoria no seu estado sanitário. Para isso,
no final do período seco do ano, será realizada a eliminação dos ramos mortos,
doentes, raquíticos, mal situados e daqueles em excesso, de forma a que a planta
fique com no máximo 4 pernadas dispostas radialmente em torno do tronco.
Esta poda é repetida anualmente com o objetivo de eliminar os ramos
secos, doentes e mal situados. Também devem ser eliminados os ramos internos,
que não são alcançados pelos colhedores na operação de coleta dos frutos.
Devem ser retirados ainda os ramos em excesso existentes no interior da planta,
mas deixando intatos os que se situam na periferia da copa.
Esta poda tem também a finalidade de limitar o crescimento vertical da
planta, o que se consegue cortando todos os ramos que ultrapassam 2 metros de
altura, com um corte inclinado feito com tesoura de poda, pouco acima de uma
gema voltada para a parte externa da copa.
11. PRAGAS
Apesar da rusticidade da acerola, a incidência de algumas pragas de maior
ou menor interesse econômico tem sido observada com freqüência nas áreas de
produção, destacando-se, na estação seca, a dos pulgões.
11.1. Pulgões
Podem causar sérios prejuízos à planta. Ao sugarem a parte final dos
ramos, provocam seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar brotos
laterais. O ideal, neste caso, é fazer pulverizações de óleo mineral emulsionável,
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na concentração de 1 a 1,5% em água. Os pomares irrigados por aspersão sobre
a copa têm apresentado, em geral, menor índice de infestação.
11.2. Bicudo
Faz sua oviposição no ovário das flores e nos frutos em desenvolvimento
dos quais se alimenta nas primeiras etapas de seu crescimento. Em geral, os
frutos atacados pelo bicudo ficam deformados. O controle se faz através de
pulverizações com inseticidas apropriados na época do florescimento, repetindo-
se a pulverização após dez dias. Ainda, recolher e enterrar todos os frutos caídos
no chão e eliminar as outras espécies do gênero Malpighia existentes nas
proximidades do pomar.
11.3. Nematóides
É a maior importância econômica. A aceroleira é muito sensível ao ataque
de nematóides, principalmente os do gênero Meloidogyne. As plantas atacadas
enfraquecem e apresentam menor desenvolvimento, tanto da parte aérea como
das raízes, que encurtam e engrossam. Obter mudas sadias, produzidas em solos
não infestados com fitonematóides, e utilizar leguminosas como Crotalaria
spectabilis e Crotalaria paulinea para posterior incorporação ao solo são dicas
para evitar a praga.
11.4. Outras
Poderá ocorrer também o ataque de cochonilhas e cigarrinhas ainda não
identificadas, porém de controle simples. Em geral esses insetos são controlados,
sem maiores custos, ao se proceder às pulverizações para o combate das pragas
de importância econômica.
Em certas épocas do ano, a mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) causa
prejuízos aos frutos da acerola. Recomenda-se a utilização de paration ou óleo
mineral para o controle das cochonilhas e de enxofre para o controle dos ácaros,
além de produtos à base de fenthion, como isca ou em pulverização, contra a
mosca-das-frutas.
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12. DOENÇAS
O fungo Sphaceloma sp. já foi identificado causando uma lesão em frutos
verdes e em folhas referida como pinta preta. A incidência de Colletotrichum sp. já
foi mencionada em frutos em início de maturação. Também é referida uma
cercosporiose, ocasionando uma mancha parda circundada por um halo amarelo-
pálido.
A cultura é suscetível ao ataque de nematóides fitófagos, cujos sintomas se
caracterizam por um nanismo das plantas novas, amarelecimento e redução do
tamanho das folhas de plantas de qualquer idade, redução da produtividade em
plantas adultas e, em casos mais severos, chegam a levá-la à morte. Nas raízes
atacadas podem ser observadas partes apodrecidas e grandes quantidades de
galhas. Estudos conduzidos entre nós indicam que as espécies que causam
maiores danos são Meloidogyne incognita e M. javanica. Para Pratylenchus
brachyurus e Radopholus similis a planta é considerada hospedeiro pouco
favorável, apesar de haver relatos de danos ocasionados também por M.
arenaria. Tem-se observado que os danos ocasionados por nematóides nesta
cultura são de intensidade muito variável em função da suscetibilidade individual
das plantas. Enquanto não se dispõe de variedades resistentes ou tolerantes,
recomenda-se:
a) rigoroso tratamento do solo usado na formação das mudas;
b) uma criteriosa seleção da área em que a cultura será instalada;
c) uso intensivo de matéria orgânica como meio de aumentar a atividade biológica
no solo, especialmente de inimigos naturais.
13. COLHEITA
A frutificação inicia-se dois ou três anos após o plantio. O período que vai
do florescimento à colheita leva em média 20 a 25 dias, sendo que este período
pode variar em função das condições ambientais da região produtora.
Nas regiões mais quentes o período de produção prolonga-se por até 8
meses, indo de outubro a maio. Nas regiões de clima mais ameno, o período de
colheita se reduz para 4 a 6 meses.
Algumas plantas apresentam ciclos de florescimento bem definidos, em
geral a cada 25 dias, durando, em média, 10 dias cada um. Outras florescem
17
continuamente, de tal forma que a maturação dos frutos também ocorre
continuadamente. Como nem todas as plantas se comportam uniformemente, a
colheita de frutos em uma lavoura tem que ser feita diariamente durante a maior
parte do período produtivo anual.
Esta operação consiste em se colher cuidadosamente os frutos no estádio
de maturação desejada e deposita-los em um balde plástico de boca larga
colocado no chão. Como os teores mais elevados de vitamina C são encontrados
em frutos "de vez", e como estes são mais firmes e resistentes que os mais
maduros, a colheita deve ser feita neste estádio de maturação, o que se
reconhece por apresentarem a parte basal ainda colorida de verde. O colhedor
deve ter as suas duas mãos livres, pois se trabalhar com apenas uma o
rendimento cai para até 30%. Quando o balde encher, a carga deve ser
cuidadosamente despejada em caixas plásticas de colheita, anteriormente
distribuídas na área.
Algumas pessoas, ao entrar em contato com certas plantas de aceroleira,
podem apresentar forte reação de sensibilização, caracterizada pela formação de
placas eruptivas vermelhas na pele, conhecidas como urticária. Esta reação é
devida à pequenos acúleos, semelhantes ao juçá, que as folhas de algumas
plantas apresentam, o que pode requerer que, nos casos mais severos, seja
prudente submete-las a avaliação médica.
Como a fruta é extremamente delicada e não suporta grande pressão, a
caixa de colheita usada nesta operação deve ser um contentor especial, com as
dimensões externas de 55cm de comprimento por 35,5cm de largura e com a
metade da altura normal, ou seja, 15cm, o qual comporta cerca de 12 quilos de
frutas. Como durante a operação de colheita e transporte para o barracão de
embalagem estas caixas são empilhadas umas sobre as outras, é importante que
elas não sejam totalmente cheias. Enquanto aguardam o transporte para o
barracão, as caixas devem permanecer à sombra da própria planta, protegidas do
sol. Dada a grande perecibilidade do fruto, o transporte destas caixas para o
barracão deverá ser feito o mais rapidamente possível, não podendo exceder
algumas poucas horas.
Ao chegarem do campo, as frutas deverão ser prontamente resfriadas para sustar
o processo de maturação. Como no mercado de fruta in natura as cotações são
18
muito mais remuneradoras, a produção deve ser prioritariamente remetida à ele.
Para isto os frutos de melhor qualidade, íntegros, de maior tamanho e coloração
mais atraente devem ser lavados e então classificados em lotes uniformes quanto
ao tamanho, coloração e estádio de maturação, embalados em sacolas plásticas
com 500 gramas de capacidade e então colocados novamente nos contentores
plásticos para serem congelados. Os frutos que não apresentarem qualidade para
remessa ao mercado de fruta fresca, serão colocados à granel nos contentores e
também congelados, para posterior remessa às indústrias processadoras.
14. RENDIMENTO
Uma aceroleira adulta produz de 30 a 50 quilos de frutas por ano, havendo
plantas, em pomares bem conduzidos, que chegam a apresentar produtividade
bem maior. A produtividade varia de 10 a 20 t/ha/ano.
15. COMERCIALIZAÇÃO
A comercialização da acerola é feita principalmente na forma de polpa
congelada e sucos; devido ao curto período de conservação pós-colheita dos
frutos. São comercializados em bandejas de isopor e plástico, em pequenas
escalas.
REFERÊNCIAS
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FUNEP/FCAV/UNESP, 1992, p.15-37.
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LEME JR., J. A vitamina "C" em algumas plantas brasileiras e exóticas. In:
Revista da Agricultura , Piracicaba, 26: 319-328, 1951.
CAPÍTULO ll
CULTURA DO MARACUJAZEIRO-AMARELO
(Passiflora edulis f. flavicarpa) 1. INTRODUÇÃO
O termo maracujá inclui um grande número de espécies do gênero
Passiflora, com características muitas vezes bem diferentes. De origem na
América tropical, a espécie mais conhecida entre os botânicos é a Passiflora
edulis f. flavicarpa., que pertence à família das passifloráceas.
A cultura do maracujá ganhou importância no Brasil a partir da década de
70, que coincide com as primeiras exportações de suco para o mercado externo.
Na Tabela 1 é apresentada a evolução da produção brasileira de 1970 a 2002.
Hoje dentre as frutas produzidas, o maracujazeiro está em franca expansão no
Brasil, principalmente nos estados da região nordeste do Brasil. Em 2001 área
plantada no País foi de 33.039 ha, com uma produção de 467.464 toneladas. Na
Tabela 2 é apresentada as principais regiões e estados produtores no ano de
2000.
Apesar do suco dos frutos de casca roxa ser de qualidade muito superior,
estes são bem menores que os de casca amarela. Por estas razões, a produção
comercial de maracujá recaí nos clones de maracujá amarelo ou seus
cruzamentos, por proporcionarem uma produtividade muito superior.
Tabela 1 Evolução da produção brasileira de maracujá-amarelo.
Região Ano (Toneladas)
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
Norte 506 1.657 15.415 3.911 113.568 130.931 21.700
Nordeste 6.630 12.936 44.552 35.294 121.151 162.504 152.569
Sudeste 2.221 7.902 11.736 11.081 81.593 96.553 122.012
C. Oeste 44 677 712 361 751 9.056 25.739
Sul 19 32 814 454 173 6.491 8.757
Brasil 6.420 23.204 73.230 51.101 317.236 405.535 3 30.777
Fonte : Censo Agropecuário (1970-1985); Agrianual (2000 e 2003)
2
Tabela 2 . Produção, área e produtividade de maracujá-amarelo em 2000.
Região / Estado Produção Área colhida (ha) Produtiv idade (t/ha)
Norte 21.700 3.606 6.018
Nordeste 152.569 17.289 8.825
Bahia 77.388 7.817 9.900
Sergipe 33.583 3.910 8.589
Sudeste 122.012 9.223 13.229
São Paulo 57.854 3.667 15.777
Minas Gerais 25.196 2.834 8.891
Sul 8.739 1.117 7.824
Centro Oeste 25.757 2.193 11.745
Goiás 23.608 1.793 13.167
Brasil 330.777 33.428 9.895
Fonte : Agrianual (2003)
2. TAXONOMIA E MORFOLOGIA
2.1. Taxonomia
O maracujazeiro, com mais de 150 espécies nativas do Brasil, pertence à
família Passifloraceae Juss. Ex. DC., da ordem Violales. Essa família compreende
17 gêneros e cerca de 600 espécies distribuídas nas regiões tropicais e
subtropicais do mundo. Dentre os táxons cultivados, destacam-se Passiflora alata,
Passiflora caerulea, Passiflora edulis f. edulis, Passiflora edulis f. flavicarpa,
Passiflora incarnata, Passiflora laurifólia, Passiflora ligulares, Passiflora mollissima
e Passiflora quadrangulares
2.2. Morfologia
2.2.1. Planta
O maracujazeiro é uma planta trepadeira, lenhosa, robusta, vigorosa e de
crescimento rápido, freqüentemente ultrapassando 10 metros de comprimento. Os
ramos, gavinhas e folhas são de coloração verde-claro, podendo apresentar
laivos de coloração arroxeada em certos clones produtores de frutos amarelos.
3
2.2.2. Folha
As folhas são simples, alternadas, trilobadas, apresentando os bordos
serreados e um aspecto lustroso na face superior. As folhas das plantas jovens
apresentam-se geralmente ovadas, sem lobos.
2.2.3. Flor
Na axila de cada folha, além de uma gavinha, existe uma gema vegetativa
e uma florífera, esta podendo dar origem à flor, de estrutura complexa, grande
tamanho e aspecto exótico.
Apesar de perfeita, a auto-polinização raramente ocorre nesta espécie, o
que exige o plantio, em um mesmo pomar, de plantas de origem diferente mas
compatíveis entre si, para assegurar uma boa produção.
2.2.4. Raiz
O sistema radicular é superficial mas abundante, localizando-se
preferencialmente a até 60 cm de profundidade e não muito distante do tronco.
2.2.5. Fruto
O maracujá amarelo é um fruto globoso, com 5 a 7,5cm de diâmetro e
coloração amarela brilhante. A sua casca é quebradiça, lisa e brilhante, recoberta
por uma fina camada de cera. No interior do fruto estão numerosas sementes
pardo-escuras, ovais e achatadas, com 5mm de comprimento e 3 mm de largura
e envolvidas por uma polpa sucosa, amarela, aromática, de sabor ácido mas
agradável, chamada arilo. Quando maduro, o fruto se desprende da planta e cai.
3. VARIEDADES
Existem algumas seleções mais aptas a produção de frutos destinados à
indústria, como é o caso das culturas formadas com sementes originárias das
Indústrias Maguary, ou para o consumo ao natural, caso das seleções obtidas
pela Cooperativa Agrícola Sul-Brasil, em Marília. Na Tabela 3 é mostrada as
principais variedades de maracujazeiro-amarelo com suas respectivas
produtividades.
4
Tabela 3 . Principais variedades de maracujazeiro-amarelo
Variedade Produtividade Fruto
Botucatu Kg/planta Peso (g)
Pacaembu 41,0 125
Junquirópolis 41,0 153
Faxinal 41,0 139
Cachoeira 41,0 106
Jaboticabal 41,0 148
Marília 40,0 101
Avaré 38,4 135
Luziânia 36,3 131
Maguari 36,0 126
Osvaldo 34,6 104
Cruz 33,4 155
4. CLIMA
Para que haja florescimento, pegamento da florada e frutificação, o
maracujazeiro requer calor, umidade e dias longos.
A temperatura ideal para esta espécie parece estar por volta dos 26-27°C,
com 900 a 1500 mm de precipitação anual, bem distribuído ao longo do ano e um
comprimento de dia de pelo menos 12 horas. Os limites extremos destes
parâmetros seriam: 21 e 32°C de temperatura média, 800 a 1750 mm de
precipitação anual e um mínimo de 11 horas de luminosidade diária.
Há ainda que se mencionar o vento como fator climático importante para a
cultura, não só pela pressão que exerce sobre o sistema de condução, exigindo
reforços especiais, como também porque, em situações batidas por ventos
freqüentes, as partículas de areia por ele carregadas ferem os tecidos da planta,
tornando inviável o controle químico da bacteriose. Por esta razão, o uso de
quebra-ventos deve fazer parte rotineira do planejamento do pomar.
Se bem a planta adulta suporte temperaturas inferiores ao ponto de geada,
com prejuízo para o crescimento vegetativo e a produção, marcas abaixo de 4°C
5
podem danificá-la de forma irrecuperável. Por esta razão a cultura não deve ser
feita em locais sujeitos à geadas.
As chuvas devem ser bem distribuídas ao longo do ano, pois períodos
secos são bastante prejudiciais à produção, comprometendo o pegamento da
florada e, em casos mais intensos, limitando o desenvolvimento vegetativo da
planta e ocasionando severa de folhação. Chuvas intensas, por outro lado, além
de favorecerem a incidência de moléstias, comprometem a produção por
impedirem a polinização ou o desenvolvimento do grão de pólen. É que sob
precipitação, a atividade dos insetos polinizadores se reduz bastante, quando não
é totalmente ausente. Por outro lado, para que haja pegamento da flor, admite-se
que o estigma deve permanecer seco por no mínimo duas horas após a
polinização, dada a característica do pólen destas plantas estourar em contato
com a umidade.
5. SOLO
O ponto crítico da cultura são distúrbios que ocorrem nas raízes,
conhecidos genericamente por morte prematura das plantas e cuja incidência é
favorecida por condições de umidade excessiva e prolongada do solo.
Por esta razão, os solos preferidos pela cultura são aqueles de textura
média, profundos e bem drenados, ligeiramente inclinados, ricos em matéria
orgânica e apresentando boa fertilidade. Devem ser evitados os solos rasos,
sujeitos ao encharcamento ou pedregosos, por favorecerem a incidência de
doenças das raízes. Como as características químicas podem ser melhoradas
com fertilizações adequadas, os requisitos físicos se tornam fundamentais na
escolha do terreno.
Deve-se evitar o plantio em áreas sabidamente infestadas por fungos dos
gêneros Fusarium e Phytophthora. Também deve ser evitado o plantio de culturas
sucessivas de maracujá na mesma área, se bem isto possa ser feito para
aproveitamento d sistema de condução desde que não tenha havido ocorrência
de doenças no sistema radicular das plantas. Em culturas aonde houve
ocorrência destes distúrbios, o plantio não deve ser repetido no local e nem ser
feito à juzante dele, pela possibilidade de disseminação dos agentes causadores
destas doenças.
6
A área escolhida para o plantio deve ser preparada por meio de uma
aração e uma ou duas gradagens, dependendo das condições do terreno e de
forma a que fique bem nivelada e dando um bom controle da vegetação natural, já
que após o plantio do maracujá não mais será utilizada grade no interior do
pomar.
O plantio deverá ser precedido de análise de solo, feita no mínimo 60 dias
antes do plantio, em amostras coletadas a 0-20 cm e a 20-40 cm de profundidade
6. PROPAGAÇÃO
O maracujá é normalmente multiplicado por sementes. Estas devem ser
retiradas de frutos grandes, ovalados e com polpa alaranjada, colhidos em pelo
menos 20 plantas produtivas, localizadas em pontos distantes em pomares sadios
e bem conduzidos.
Os frutos são cortados em duas metades, retirando-se a polpa e deixando-
a fermentar em recipiente de vidro ou louça por dois a quatro dias. Para esta
fermentação, que deve se feita à sombra, não há necessidade de se acrescentar
água. Após a fermentação, as sementes são lavadas em água corrente, sobre
uma peneira, quando então a mucilagem é facilmente separada e, em seguida,
secas à sombra.
Havendo necessidade, as sementes podem ser armazenadas em sacos
plástico mantidos à temperatura ambiente por até três meses. Quando embaladas
em sacos de papel protegidos por sacos plásticos e guardadas em geladeira
doméstica, mantém o poder germinativo em níveis satisfatórios por até 12 meses.
As sementes são semeadas em sacos de plástico preto perfurado, com as
dimensões mínimas de 14 x 28 x 0,02 cm, cheios com um substrato formado por
duas partes de terra de barranco, retirada de locais pouco cultivados, duas partes
de esterco de curral bem curtido e uma parte de material volumoso (bagaço de
cana, palha de café, serragem, acícula de pinho, serrapilheira, carvão vegetal,
palha de arroz carbonizada, etc.), que deve estar bem curtido para evitar
fermentações que possam danificar as plantinhas. No caso de ser utilizado solo
muito argiloso, acrescentar uma parte de areia lavada para melhorar a sua
drenagem.
7
A cada metro cúbico desta mistura deve-se acrescentar dois quilos de
calcário dolomítico e um quilo de superfosfato simples. Um metro cúbico de
substrato permite o enchimento de 580 saquinhos.
Na operação de enchimento dos saquinhos o substrato é levemente
compactado, apenas o suficiente para mante-los de pé. Estes são então dispostos
em canteiros com um metro de largura, que comportam 120 saquinhos por metro
quadrado.
Os saquinhos ficam em repouso por um período de 30 dias, durante o qual
devem ser molhados regularmente para compactação do substrato. No final deste
período, se houver necessidade, será completado o volume.
Em cada saquinho são colocadas três sementes, a um centímetro de
profundidade, recobrindo-as com o próprio substrato. Um quilo de sementes é
suficiente para formar 1.500 mudas. O viveiro deve ser regularmente regado. Em
geral, regas em dias alternados, sem encharcar os saquinhos é suficiente.
Os canteiros devem ser protegidos com uma cobertura, feita a 20cm de
altura, com palha ou sacos de pano, a qual é gradativamente retirada após a
emissão da segunda folha verdadeira.
Quando as plantas apresentam pelo menos duas folhas verdadeiras é feito
o desbaste, deixando-se apenas uma por recipiente. Antes da operação o solo
deve ser bem molhado para facilitar a retirada das plantas excedentes e evitar
danificar as que irão permanecer.
O controle das doenças é feito preventivamente por meio de pulverizações
quinzenais no período seco do ano e semanais nos períodos úmidos, usando-se
um produto à base de oxicloreto de cobre na dose recomendada pelo fabricante.
No caso da ocorrência de “tomamento das mudinhas", deve-se reduzir as
irrigações e eliminar os saquinhos contaminados. Já o controle das pragas é feito
curativamente, após a identificação do inimigo, pelo emprego de fention a 0,05%
ou cartap a 0,06%.
Se as plantas apresentarem pequeno crescimento ou folhas verde-
amareladas podem ser regadas com uma solução de nitrocálcio a 0,5% a partir do
aparecimento da segunda folha verdadeira.
Quando as mudas apresentarem quatro folhas e até que emitam as
primeiras gavinhas, estão em condições de serem levadas para o campo, o que
8
ocorre cerca de 60 dias após a semeadura no verão e 100 dias no inverno. No
período que antecede o plantio as regas devem ser gradativamente reduzidas
para preparar as mudas para as novas condições.
Embora a semeadura possa ser feita o ano todo, os meses de janeiro-
fevereiro e junho-julho são os ideais para regiões aonde não ocorrem geadas.
O viveiro deve instalado longe de pomares comerciais ou de plantas
adultas.
7. CALAGEM
Se os resultados indicarem saturação em bases inferior a 60%, deverá ser
feita calagem com o objetivo de elevar este parâmetro a 80%. Se a saturação em
bases da camada de 20 a 40cm for inferior a 25%, deve-se aumentar a
quantidade de calcário a ser aplicada em 25%.
Deve-se dar preferência ao calcário dolomítico para garantir magnésio
suficiente para satisfazer as necessidades da cultura. Quando o teor deste
nutriente no solo for próximo ou superior a 0,8meq/100cm3, o calcário aplicado
poderá ser o calcítico ou magnesiano.
Para solos já cultivados recomenda-se a aplicação da dose de calcário de
uma só vez, seguindo-se a gradagem para leve incorporação e seguida pela
aração a 20cm de profundidade. Para solos de pastagem ou de cerrado
recomenda-se a aplicação de metade da dose antes da aração e a outra metade
antes da gradagem.
Sempre que possível o plantio deverá ser feito em sulcos com 50cm de
profundidade, feitos com sulcador. Quando não for interessante o uso deste
equipamento, o plantio deverá ser feito em covas de 40 x 40 x 40cm.
Qualquer que seja o método escolhido, o solo deverá estar preparado e as
covas adubadas e reenchidas com antecedência de pelo menos 60 dias em
relação ao plantio.
8. ADUBAÇÃO
Em termos quantitativos, o ar é uma fonte de nutrientes muito mais
importante que o solo. Embora a água seja a substância principal na composição
da matéria vegetal (70-80%), o carbono e o oxigênio (provenientes do ar na forma
9
de CO2), constituem 90% da matéria seca das plantas. O solo participa com 1/20
do total dos elementos químicos que compõe a massa vegetal. Assim, dos três
meios que fornecem elementos para as plantas (água, ar e solo) é este último o
que apresenta menor contribuição, sendo, entretanto, imprescindível, visto que
fornece materiais essenciais ao desenvolvimento e produção vegetal.
Independentemente da água e do gás carbônico, as plantas necessitam
dos seguintes elementos minerais para seu pleno desenvolvimento: Nitrogênio,
Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre, Boro, Cloro, Cobre, Ferro,
Manganês, Molibdênio e Zinco. Os seis primeiros (N, P, K, Ca, Mg e S) são
chamados de macronutrientes, devido às maiores exigências em termos
quantitativos das plantas. Os outros sete (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) são ditos
micronutrientes. Fica claro, porém, que pelo critério de essencialidade, todos os
nutrientes (macro ou micro) têm a mesma importância para os vegetais, sendo a
falta ou insuficiência de Boro ou Zinco tão prejudicial ao desenvolvimento vegetal
quanto à de nitrogênio
A adubação do maracujá é muito importante não apenas para se assegurar
condições para produções elevadas, como também para viabilizar o controle
químico das principais doenças que afetam a cultura. Ela compreende a
adubação química, orgânica e com micronutrientes, conforme o descrito a seguir.
8.1. Adubação das covas ou dos sulcos
A adubação de plantio consiste no emprego de 30 a 50 litros de esterco de
curral curtido ou composto, um quilo de superfosfato simples, 200 gramas de
calcário dolomítico, 20 gramas de sulfato de zinco e 10 gramas de bórax por
planta.
Se for preferível, o adubo orgânico poderá ser o esterco de galinha, cuja
dose deverá ser reduzida para cinco a dez litros. O termofosfato poderá ser
empregado com vantagens como fonte de fósforo e cálcio, na dose de um quilo
por cova.
Esses produtos deverão ser misturados à terra das covas ou de um metro
de sulco, com antecedência mínima de 30 dias em relação ao plantio.
10
8.2. Adubação após o plantio
Após o pegamento das mudas, o que se reconhece pela emissão de nova
brotação firme e vigorosa, tem início o seguinte programa de adubação:
Aos 30 dias após o plantio, aplicar 10 gramas de N;
Aos 60 dias, aplicar 15 gramas de N;
Aos 90 dias, caso as plantas não tenham ainda iniciado o florescimento,
aplicar 20 gramas de N e 20 gramas de K2O;
No caso das plantas ainda não estarem florescidas 120 dias após o plantio,
aplicar 30 gramas de N e 30 gramas de K2O.
Nessas adubações deve-se dar preferência aos adubos nitrogenados de
reação alcalina, como o nitrocálcio, evitando-se produtos que acidificam o solo,
como sulfato de amônio e uréia. A fonte de K2O é o cloreto de potássio.
Esses fertilizantes devem ser colocados em cobertura, em uma faixa ao
redor do tronco e ligeiramente distante dele.
8.3. Adubação mineral de produção
O maracujazeiro é considerado uma planta de crescimento rápido, vigoroso
e contínuo, além de produzir durante nove meses por ano na maior parte das
regiões produtoras. Isto exige uma farta disponibilidade de alimentos para que o
crescimento e a produção não sejam limitados pela sua oferta.
Por outro lado sabe-se que a relação em que os nutrientes estão
disponíveis para a planta é tão importante quanto a sua quantidade absoluta,
razão pela qual uma adubação equilibrada é considerada essencial para que o
pomar alcance maior longevidade, melhor sanidade e, consequentemente, boa
produtividade.
Deve-se ainda ressaltar a importância da adubação orgânica para essa
cultura, especialmente com o objetivo de se conseguir culturas mais vigorosas,
que possibilitem o controle químico das doenças que a afetam em nossas
condições.
Na definição da quantidade de fertilizantes a ser fornecida ao
maracujazeiro deve-se levar em conta as condições em que a cultura está sendo
conduzida, o que pode ser expresso por duas variáveis principais: a análise do
solo em que a lavoura está implantada e a produtividade esperada.
11
As quantidades de fertilizantes nitrogenado, fosfatado e potássico a serem
fornecidas à cultura, em um ano de produção, devem ser calculadas a partir dos
dados da Tabela 4. Essa tabela indica as quantidades de N, P2O5 e K2O que
devem ser fornecidas, por planta, para uma cultura com produtividade esperada
de < 15 a > de 35 toneladas por hectare, em função dos teores de P-resina e K
trocável existentes no solo.
Os fertilizantes devem ser fornecidos ao longo do ano, em oito parcelas
mensais, no período de setembro a maio, enquanto existir umidade suficiente no
solo para o aproveitamento do adubo. No primeiro ano dessa cultura, também
conhecida como safrinha em algumas regiões, as quantidades indicadas devem
ser divididas por oito, sendo cada parcela aplicada a cada 30 dias a partir do
início do florescimento da cultura.
Tabela 4 . Quantidades de Nitrogênio (N), Fósforo (P2O5) e Potássio (K2O), a
serem fornecidas por planta e por ano, em função dos resultados de
análise do solo.
Produtividade N P resina, mg/dm3 K+ trocável, mmolc/dm3
0, 12 13 - 30 30 0,1 0,8 –
1,5
1,6 - 3,0 >3,0
T/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha
<15 40 40 20 10 120 100 80 40
15 – 20 60 60 40 10 180 150 120 60
20 – 25 80 80 40 20 240 200 160 80
25 – 30 100 100 50 40 300 250 200 100
30 – 35 120 120 80 60 360 300 240 120
>35 140 140 100 80 420 350 280 140
Fonte: Boletim 100, IAC, Campinas-SP, 1996
Nos solos argilosos o fósforo deverá ser aplicado em uma só parcela anual;
já naqueles de textura média ou arenosa, o fertilizante fosfatado poderá ser
parcelado em duas vezes e aplicado juntamente com os demais nutrientes.
Nos pomares em formação os fertilizantes devem ser colocados em uma
faixa de aproximadamente 20 cm de largura ao redor do tronco e distante dele
12
pelo menos 10 cm, distância esta que vai aumentando gradativamente com a
idade do pomar.
Nos pomares adultos eles deverão ser aplicados em uma faixa de três
metros de comprimento por um metro de largura, em ambos os lados das plantas,
evitando-se colocá-los próximo ao tronco, onde existem poucas radicelas.
8.4. Adubação orgânica
O fornecimento de matéria orgânica, na forma de estercos, é importante
para a melhoria das condições físicas do solo, além de suprir boa parte das
necessidades da planta, especialmente de micronutrientes.
Os micronutrientes são para as plantas o que as vitaminas são para nós.
Na cultura do maracujá o esterco deverá ser usado obrigatoriamente nas
covas de plantio e, sempre que possível, nas lavouras em produção. Nesse caso
a adubação orgânica deverá ser feita no período de entressafra, com aplicações
de 20 a 30 litros de esterco de curral espalhados em cobertura ao redor das
plantas.
8.5. Adubação com micronutrientes
Os micronutrientes são muito exigidos pelo maracujazeiro, especialmente
nos solos pobres em matéria orgânica.
Como já foi dito, esses nutrientes são fornecidos, por ocasião do plantio, na
forma de 20 gramas de sulfato de zinco e 10 gramas de bórax.
Para culturas em produção os micronutrientes podem ser fornecidos
através do solo ou por via foliar. No primeiro caso, devem ser empregadas 20
gramas de sulfato de zinco e 10 gramas de bórax por planta ano. A época mais
adequada para esse fornecimento é no início da estação, juntamente com a
primeira parcela da adubação mineral.
A aplicação foliar consiste em três pulverizações anuais com uma calda
contendo sulfato de zinco a 0,3% e ácido bórico a 0,1%, à qual se adiciona cloreto
de potássio a 0,3% ou uréia a 0,5%, como coadjuvante para aumentar a eficiência
da absorção. Estas pulverizações devem ser feitas preferencialmente nos meses
de outubro, janeiro e abril.
13
Em algumas regiões produtoras de maracujá têm sido observados
sintomas foliares atribuídos à deficiência de molibdênio. No caso de suspeita
dessa deficiência, deverá ser feita uma aplicação foliar com uma solução de
molibdato de amônio a 0,01%, a qual pode ser adicionado um dos coadjuvantes já
indicados. O fornecimento de molibdênio poderá ser feito conjuntamente com o
boro e o zinco.
Esses micronutrientes podem ser aplicados por via foliar em mistura com
defensivos, exceto com aqueles à base de cobre. Em nenhuma hipótese, porém,
eles devem ser adicionados à mistura de oxicloreto de cobre e mancozeb,
indicada como tratamento preventivo contra doenças fúngicas e bacterianas do
maracujazeiro.
8.6. Sintomas de deficiência dos principais nutrien tes
Os processos de nutrição mineral são aqueles relacionados com o
suprimento e absorção de elementos químicos do meio e com suas funções no
crescimento e metabolismo vegetal.
A seguir é feita uma descrição dos sintomas de deficiência, sendo baseada
em revisão de literatura.
8.6.1. Nitrogênio
As plantas deficientes em nitrogênio apresentam pequeno porte e menor
números de ramos que são mais finos e com tendência para crescimento vertical.
O sintoma característico da deficiência é o amarelecimento generalizado das
folhas por falta da clorofila, iniciando-se nas folhas mais velhas.
8.6.2. Fósforo
As plantas deficientes em fósforo acumulam açúcar nos tecidos e, a partir
deste, sintetizam pigmentos escuros, as antocianinas que conferem coloração
mais escura às folhas. Então, o sintoma inicial de deficiência de fósforo no
maracujazeiro é o aparecimento desta coloração nas folhas mais velhas que
evolui rapidamente para a cor amarelada que é progressiva da margem para o
centro das folhas. Por falta de energia (ATP) as plantas apresentam pequeno
14
desenvolvimento e atraso no ciclo, prejudicando a floração e provocando queda
de frutos novos.
8.6.3. Potássio
Na deficiência do potássio ocorre clorose seguida de necrose nas margens
das folhas, inicialmente nas folhas mais velhas. Quando a necrose atinge as
nervuras das folhas, esta se curva para baixo, ocorrendo em seguida sua queda
prematura. A floração atrasa e ocorre diminuição no tamanho dos frutos. Ocorre
ainda, redução significativa da área verde foliar, afetando a fotossíntese e, por
conseguinte, o teor de sólidos solúveis dos frutos.
8.6.4. Cálcio
Os sintomas de deficiência de cálcio são: morte da gema apical, clorose e
necrose internervais nas folhas mais novas, uma vez que o elemento tem baixa
mobilidade na planta.
8.6.5. Magnésio
Com a deficiência de magnésio aparecem inicialmente manchas
amareladas entre as nervuras das folhas mais velhas, que se unem e evoluem
para coloração mais escura até o marrom, enquanto as nervuras permanecem
verdes. Ressalta-se que a deficiência de Mg, no maracujazeiro, pode ser induzida
por excesso de adubação potássica, como já tem sido verificada em diversas
culturas.
8.6.6. Enxofre
Os sintomas gerais de deficiência de enxofre são semelhantes ao
nitrogênio, diferindo porém, quanto à localização. No caso do enxofre o
amarelecimento ocorre, inicialmente, nas folhas mais novas (baixa mobilidade) e
para o nitrogênio nas folhas mais velhas (alta mobilidade). A deficiência de
enxofre pode induzir, ainda, coloração avermelhada nas nervuras da página
inferior das folhas.
15
8.6.7. Cobre
Com a deficiência deste nutriente as células terão paredes mais delgadas
e, conseqüentemente, as folhas serão mais finas e apresentarão aspecto de
murchamento. É comum, também, o aparecimento de folhas grandes e largas,
mais finas e com nervuras salientes.
8.6.8. Ferro
O ferro tem importância na síntese de clorofila, sendo o sintoma típico de
sua deficiência a presença do verde muito claro na lâmina foliar, com
permanência de estreita faixa verde ao redor das nervuras, inicialmente nas
folhas mais novas. Acentuando-se a deficiência, a clorose atinge as folhas do
terço médio dos ramos e também as nervuras, de forma que toda a lâmina foliar
adquira coloração amarelo-esbranquiçada.
8.6.9. Manganês
Na deficiência de manganês, aparecem manchas cloróticas entre as
nervuras das folhas superiores, permanecendo as nervuras, e uma parte do
tecido ao redor delas, com coloração verde, dando aspecto de reticulado grosso
de nervuras. Acentuando-se a deficiência, a clorose se generaliza e aparecem
pontos necróticos no limbo foliar.
8.6.10. Zinco
A deficiência de zinco afeta acentuadamente o crescimento de ramos e de
folhas, havendo formação de internódios curtos, com o aparecimento de "rosetas"
(folhas miúdas) na extremidade dos ramos.
8.6.11. Cloro
Os sintomas de deficiência do elemento para o maracujazeiro, não foram
ainda descritos.
9. PLANTIO
A época ideal para o plantio das mudas no campo compreende os meses
de março a outubro. Quanto mais cedo, nesse período, for feito o plantio, maior
16
será a duração da primeira safra e, consequentemente, maior o volume colhido.
Plantios feitos antes do inverno, no entanto, estão sujeitos aos danos causados
por eventuais geadas, além de exigirem freqüentes regas durante o período seco.
Plantios feitos após outubro geralmente não chegam a produzir no primeiro ciclo,
além de ficarem mais sujeitos aos danos causados pelas chuvas freqüentes e
pesadas que ocorrem na estação.
O espaçamento nas entrelinhas é definido em função do grau de
mecanização da cultura. Para lavouras mecanizadas a distância entre as
espaldeiras deve ser de 4,0 metros, que pode ser reduzido a 3,5m no caso do
emprego de trator cafeeiro, de rodagem mais estreita. No caso de culturas
submetidas a cultivo manual, o espaçamento mínimo deverá ser de 2,5 metros.
O espaçamento entre plantas, nas linhas, deverá ser de, no mínimo, 4,0
metros, devendo-se preferir a distância de 5,0 metros.
O plantio deverá ser feito com cuidado para não quebrar o torrão, deixando
a sua superfície cerca de 5cm acima do nível normal do solo. Para isto as mudas
devem ser regadas na véspera do plantio para dar maior consistência ao torrão.
Em seguida é feita uma bacia de irrigação com capacidade de pelo menos
40 litros de água. Após o plantio é feita uma rega com esse volume de água,
operação essa que deve ser repetida sempre que necessário, mas agora
fornecendo apenas 20 litros por vez.
10. TRATOS CULTURAIS
O sistema de condução adotado deverá ser o de espaldeira de um fio,
esticado a dois metros de altura. Ele precisa ser suficientemente forte e resistente
para suportar o peso da planta e de sua produção pela vida útil estimada para o
pomar. Para se ter uma idéia da carga suportada pelo sistema de condução,
estima-se que o peso da planta e sua produção seja de cerca de 200 quilos por
5m de espaldeira.
O sistema de sustentação consiste em mourões de madeira ou concreto
entre as plantas, nas linhas, e de mourões esticadores a cada 50 metros. Nas
cabeceiras, deverão ser usados mourões reforçados, ancorados por um sistema
de mão-francesa ou cabos esticadores. O arame indicado é liso, ovalado, de aço,
com diâmetro de 3,0 x 2,4mm de nº 12.
17
O comprimento de cada linha deverá ficar entre os limites de 60 metros, no
mínimo e, no máximo, 100 metros.
Sendo um a planta trepadeira de crescimento vigoroso e com numerosas
brotações laterais, o maracujazeiro, em pouco tempo, forma uma densa massa
vegetativa, mesmo quando conduzido em espaldeira de um só fio. Isto acarreta
uma série de inconvenientes, devendo ser destacados os seguintes:
- O grande esforço feito pelo sistema de condução para suportar o peso
excessivamente elevado da planta e de sua produção;
- O grande comprimento dos ramos produtivos, que podem alcançar mais de 10
metros, o que significa que após uma certa idade a maior parte da vegetação é
inútil, dificultando a alimentação dos frutos em desenvolvimento, com todas as
limitações que isto acarreta;
- Grande massa vegetativa morta no interior da planta, servindo como fonte de
pragas e doenças e reduzindo a eficiência dos tratamentos fitossanitários.
Para reduzir estes inconvenientes, é necessário que as plantas sejam bem
formadas e adequadamente distribuídas sobre o suporte que as sustentarão, para
o que, quando novas, precisam ser tutoradas com o auxílio de um bambu, ao qual
são amarradas com fita plástica ou taboa.
Durante essa fase de formação da guia principal deverão ser feitas
desbrotas periódicas, de modo a assegurar o crescimento de apenas uma haste
até a altura do arame.
Quando ela ultrapassar essa altura será feita uma poda 20cm acima do
arame, em tecido já lignificado, de modo a estimular a brotação lateral. Dos brotos
que surgirem serão escolhidos dois, que serão conduzidos sobre o arame, um
para cada lado.
Durante a fase de formação da planta deve-se tomar cuidado para impedir
o seu estrangulamento pelas gavinhas ou pelo material usado para amarrar a
haste no suporte.
Mesmo quando bem conduzidas, após o segundo ano há a formação de
uma grande massa vegetativa, razão pela qual os produtores procuram podar
seus pomares após o final do ciclo produtivo, mas os resultados obtidos nem
sempre são satisfatórios. Em alguns casos e em certos anos, as plantas regem
bem à poda, enquanto e outros isto não acontece.
18
As causas destas diferenças não estão ainda bem compreendidas, mas
admite-se que as condições de clima e solo estejam intimamente associadas a
ela, razão pela qual essa prática não deverá ser realizada em culturas localizadas
em áreas aonde a resposta da planta não tem sido satisfatória.
A época ideal para a realização da poda é na primavera, quando a
temperatura do ar já atingiu 20ºC e existe disponibilidade de água no solo para
assegurar a continuidade da brotação da planta podada. A planta não deverá
estar em dormência, devendo já ter iniciado a brotação primaveril. A poda não
deverá ser feita após o aparecimento dos botões florais, sob pena de atrasar o
início da produção do novo ciclo.
Antes de iniciada a operação da poda a cultura deve ser adequadamente
preparada, o que se inicia com uma adubação mineral completa. Uma semana
antas da opressão deve ser feita uma adubação foliar com sulfato de zinco a
0,3%, ao qual pode-se adicionar uréia a 0,5% ou cloreto de potássio a 0,3%, para
aumentar a eficiência da absorção.
A poda de renovação consiste no corte dos ramos da planta a uma
distância uniforme de 60cm abaixo do arame de sustentação. Podas mais
drásticas em geral não dão resultados satisfatórios, pois a planta brota mal,
podendo mesmo chegar a morrer. Alguns dias mais tarde, os ramos seccionados
e secos, que permaneceram presos à planta devem ser cuidadosamente
desembaraçados e eliminados antes de iniciada a nova brotação. A vegetação
eliminada deve ser retirada do pomar e queimada. Após a poda o pomar deve ser
pulverizado com uma calda feita com um fungicida à base de cobre, com o
objetivo de evitar a entrada de organismos causadores de doenças nas lesões
feitas durante a operação.
A cultura deverá ser mantida no limpo, através do emprego de roçadeira
nas ruas. As linhas serão cultivadas com herbicida de pós-emergência ou
trilhadas a um metro de cada lado do fio. O produto mais empregado com esta
finalidade é o paraquat ou suas misturas, em aplicações cuidadosas para evitar
contaminação da planta. Há suspeitas de que o glifosato seja tóxico mesmo ao
maracujazeiro adulto, razão pela qual o seu emprego deve ser precedido por
testes procurando avaliar este efeito.
19
Em hipótese alguma deverá ser empregada grade ou enxada rotativa no
interior do pomar, o que poderia danificar o sistema radicular, favorecendo o
ataque de agentes causadores de podridões das raízes.
Apesar de serem perfeitas, contendo os órgãos masculinos e femininos, as
flores do maracujazeiro amarelo são auto-estéreis para todos os fins práticos.
Diante disto, para as altas produções hoje obtidas, há necessidade da realização
da polinização artificial, pois em condições naturais, esta operação só é feita por
grandes insetos, como as mamangavas, que não são mais encontradas em
grande número na maior parte das regiões produtoras.
11. POLINIZAÇÃO
11.1. Florescimento
A flor do maracujá é considerada auto-estéril, possuindo
autoincompatibilidade, sendo então dependente da polinização cruzada para
produzir frutas, necessitando que sua flores sejam polinizada por flores de outras
plantas da mesma espécie.
A floração e polinização do maracujazeiro apresentam aspectos peculiares,
por isso o seu conhecimento é importante, pois a qualidade e o tamanho das
frutas e consequentemente percentagem de suco dependem da eficiência da
polinização.
A flor do maracujá amarelo abre-se em torno das 12:00 horas e fecha-se
por volta da 20:00 horas, sendo que o máximo de abertura em um dia é à 13:00
horas, decrescendo rapidamente até às 18:00 horas. A flor abre-se somente um
único período e uma única vez. Dessa forma, o período para uma possível
polinização é relativamente muito curto.
11.2. Agentes polinizadores
A presença de insetos polinizadores é de suma importância para a
frutificação. O pólen do maracujazeiro é muito pouco disperso pelo vento,
portanto, a polinização por esse agente quando ocorre é muito pouco significante.
Em decorrência disto pode-se até afirmar que o sucesso da cultura do maracujá
depende que quase exclusivamente da presença de insetos no campo. Entre os
insetos que visam as flores do maracujá, a “mamangava”(Xylocopa spp) é a mais
20
importante agente polinizador. Desta forma, deve-se proporcionar condições
locais para estimular a sua multiplicação e atrativos para aumentar a sua visitação
nas proximidades da planta, como a colocação de madeiras moles ou tocos de
árvores que são materiais onde habitualmente fazem seus ninhos.
Preservar a Mamangava e incrementar sua população através da
construção de abrigos usando preferencialmente tocos secos de tambú ou outra
madeira para a nidificação do inseto.
Incrementar o plantio de espécies que produzam flores atrativas para
“abelha européia” e Mamangavas (manjericão, girassol, crotalaria).
11.3. Polinização artificial
Devido à polinização ser inteiramente dependente dos agentes
polinizadores, sendo o mais efetivo a “mamangava” em determinadas épocas ou
regiões sua eficiência pode comprometer a frutificação.
Foi comparado que a polinização artificial aumenta em 67% o pegamento
de frutas quando comparada às condições naturais.
A polinização artificial consiste em se retirar o pólen da anteras de uma flor
e colocá-lo no estigma e outra flor produzida por outra planta. Na prática isto é
feito tocando-se os órgãos reprodutivos da flor com a ponta dos dedos, em um
movimento ascendente, o que serve para sujá-los com o pólen existente na
anteras e depositá-los nos estigmas. No início da operação deve-se ter cuidado
de coletar o pólen e diferentes flores distantes uma das outras, para então iniciar
a operação de forma contínua a partir do começo de uma e duas horas da tarde.
A polinização artificial sempre melhorará os resultados obtidos com a polinização
natural, mas é uma operação cara, pois envolve um número elevado de pessoa
por área, ma o resultado obtido com o aumento da produção pode ser
compensador.
Sempre que houver carência de mamangavas, nos picos de florescimento
e em plantações muito extensas (com mais de 400 m de cada lado), a polinização
artificial deve ser realizada manualmente, de forma complementar e cruzada.
Basta um toque nas flores, uma a uma, em rápido caminhamento do
operador na plantação. Não é necessário grande preocupação quanto ao
aproveitamento de muitas flores por planta, mas é importante a repetição da
21
polinização artificial por diversas vezes, ao longo do período de florescimento da
cultura, principalmente nos picos da florada.
Há necessidade do pólen permanecer seco por um período de duas horas
no mínimo. Portanto, o processo manual não é eficiente se ocorrerem chuvas ou
pulverizações nesse intervalo de tempo.
12. PRAGAS
As principais pragas que atacam a cultura são as seguintes:
12.1. Percevejos
São insetos que sugam os botões florais e os frutos novos, provocando a
sua queda.
Inicialmente o seu controle deve ser feito por métodos culturais, que consiste em
manter o mato roçado no interior e nas áreas próximas a lavoura, bem como na
eliminação das plantas daninhas hospedeiras. Se mesmo assim a praga continuar
presente no pomar, o controle químico poderá ser conseguido através de
pulverizações com um inseticida eficiente.
12.2. Lagartas
Destroem as folhas vorazmente, sendo especialmente prejudiciais na fase
de formação das mudas. O ataque mais intenso ocorre no período seco do ano,
de junho a agosto. São duas as espécies mais freqüentemente encontradas
atacando o maracujazeiro: Dione juno juno, que apresenta hábito gregário,
formando densas colônias nas folhas, e Agraulis vanillae vanillae, que faz
posturas isoladas. O ataque desses insetos caracteriza-se pela existência de
folhas roídas e diminuição da área foliar da planta, além da presença de lagartas
e borboletas, facilmente identificáveis.
O controle pode ser feito por meio de pulverizações com Thuricid a 0,1%
do produto comercial, aplicadas no início do ataque, de preferência no final do dia.
No caso de se preferir, pode-se usar um inseticida fosforado ou carbamato, neste
caso observando-se as restrições normais para emprego destes produtos nesta
cultura.
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12.3. Besouros
Há várias espécies de besouros atacando o maracujazeiro, dentre os quais
destacam-se os seguintes:
12.3.1. Besouro-das-flores
Prejudica bastante a cultura, pois os adultos, durante o dia, ficam
escondidos dentro das flores, dificultando o seu controle, as quais são
depredadas durante a noite. Na ausência de flores atacam as folhas, onde
causam pequenas perfurações visíveis contra luz. A maior ocorrência do ataque
se dá de novembro a março.
12.3.2. Besouro-do-botão floral - Causa perfuração e queda do botão floral.
12.3.3. Besouro-das-mudas - Ataca as plantas novas, em viveiro ou já no
campo, cortando a haste ou roendo a casca da planta e causando a formação de
verdadeiras galhas.
O controle químico dos besouros pode ser feito por meio de pulverizações
com um inseticida fosforado ou carbamato.
12.4. Mosca-do-botão floral
O adulto é uma pequena mosca de coloração preta brilhante, que faz a
postura no botão floral, que por sua vez cai antes da abertura da flor. No interior
do botão floral é possível verificar a presença de uma pequena larva, de cor
branco amarelada.
O controle não está ainda definido.
12.5. Mosca-das-frutas
Perfura os frutos, onde faz a postura. As larvas penetram no interior dos
frutos, causando o seu murchamento e queda.
O controle é feito através do emprego de iscas atrativas, que são preparadas
acrescentando-se a 100 litros de água, sete litros de melaço de cana e um
inseticida fosforado indicado para esse fim.
23
Nas regiões onde o melaço é dificilmente encontrado, ele pode ser
substituído por um quilo de proteína hidrolisada ou cinco quilos de açúcar cristal.
Podem ainda ser utilizados como atrativos 50 litros de garapa diluídos em igual
volume de água ou suco de fruta, especialmente maracujá, diluído em quatro
vezes o seu volume de água.
12.6. Tripes
Ataca botões florais e frutos novos, causando o aparecimento de lesões
superficiais na casca, depreciando a qualidade do produto.
O controle pode ser conseguido por meio de pulverizações com um inseticida
fosforado.
12.7. Cupim
Existem espécies de cupins que atacam plantas vivas, podendo ocasionar
danos que levam a sua morte. As espécies mais comuns, no entanto, atacam
apenas material vegetal em decomposição, razão pela qual há necessidade de
uma cuidadosa observação para verificar a importância do ataque quando se
constata a presença desses insetos no pomar. O controle só deverá ser indicado
quando for observada a presença de cupins danificando as plantas vivas.
Os sintomas desse ataque caracterizam-se pela destruição das raízes,
favorecendo com isto a invasão de fungos causadores de podridões como
Fusarium e Phytophthora. A destruição da casca das raízes ocasiona a formação
de um calo radicular, acima do qual há o aparecimento de um feixe de novas
raízes.
No caso da constatação da praga no local onde vai ser feito o plantio,
deve-se fazer um cuidadoso preparo do solo, o que expõe a colônia ao sol,
concorrendo para a redução da população. Em seguida, deve ser feito o
tratamento das covas com um inseticida eficiente no controle desta praga. O
tratamento deverá ser feito quando o solo apresentar-se suficientemente úmido,
de forma a permitir uma boa penetração da solução inseticida.
Quando o ataque ocorre em culturas já instaladas, a calda deverá ser
aplicada em uma coroa ao redor das plantas, em quantidade suficiente para
24
atingir a profundidade de 35cm, sempre lembrando que em solos adequadamente
úmidos essa penetração é melhor.
12.8. Abelha Irapuá
Rói a base da flor, provocando a sua queda. O controle consiste na
localização e destruição dos ninhos.
12.9. Ácaros
Diversos ácaros atacam a cultura, causando diminuição da área
fotossintética e, nos casos mais severos, intensa desfolha.
Os ácaros raspam a página inferior das folhas adultas, principalmente na
região de inserção dos pecíolos, para onde convergem as nervuras, local
preferido para o estabelecimento das colônias. No caso do ácaro vermelho, a
colônia é protegida por teias facilmente visíveis. Em face dos danos, há uma
descoloração na página superior das folhas.
O controle dos ácaros deve ser feito com o emprego de acaricida específico.
13. DOENÇAS
O estado sanitário da cultura é altamente dependente do nível nutricional
em que a lavoura se encontra. Em outras palavras, o controle químico das
doenças no maracujazeiro só é eficiente na medida em que a cultura se encontre
bem adubada. Por essa razão, a primeira preocupação do produtor deve ser
adubar criteriosamente o seu pomar, para só então se preocupar com o controle
químico das pragas e doenças.
O maracujazeiro é atacado por diversos fungos e uma bactéria. Dentre as
doenças fúngicas as mais importantes são a antracnose, a verrugose, a
septoriose e a alternariose. A bacteriose é também conhecida pelo nome de
mancha oleosa, devido ao aspecto oleoso das lesões que ocasiona nas folhas e
frutos.
13.1. Antracnose
25
A doença é mais importante durante o verão, em condições de alta
temperatura e umidade. Ela se caracteriza pelo aparecimento de manchas
circulares relativamente grandes, com aspecto aquoso, comumente localizadas
no limbo foliar. Posteriormente há desagregação dos tecidos, ocorrendo
rachaduras no centro da área lesada. Em estágios mais avançados essas
manchas tornam-se pardacentas, podendo surgir no seu interior anéis
concêntricos com pontuações pretas e salientes, devido à frutificação do fungo.
Plantas afetadas pela doença apresentam intensa desfolha. Nos ramos
surgem manchas descoloridas, longitudinais e profundas, podendo expor o lenho
e ocasionar a morte e seca dos ponteiros. Nos frutos ocasiona manchas de
aspecto aquoso, que podem evoluir tanto para a necrose como para a podridão
mole, quase sempre afetando a polpa e causando a sua deterioração.
13.2. Verrugose
Nas folhas ocasiona manchas circulares, translúcidas, com 5mm de
diâmetro, preferencialmente em folhas mais novas, cujos tecidos afetados mais
tarde sofrem necrose e caem, resultando em perfurações e encarquilhamento do
limbo.
Nos ramos novos e gavinhas causam lesões conhecidas como cancros.
Os sintomas mais típicos ocorrem nos frutos, que se apresentam com
lesões deprimidas e circulares, translúcidas, sobre as quais se desenvolve um
tecido corticoso com aspecto de verruga.
13.3. Septoriose
A doença é mais importante no final da estação chuvosa. Nas folhas ela se
caracteriza pelo aparecimento de manchas de aspecto aquoso, levemente
circulares, que mais tarde se tornam cloróticas, com um halo amarelado.
Quando 15 a 20% das folhas estão atacadas ocorre intensa desfolha de
toda planta e morte dos ramos ponteiros, o que origina um superbrotamento,
deixando a planta com aspecto enfezado.
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13.4. Alternariose
A doença é mais importante sob condições de temperatura e umidade
altas.
Nas folhas a doença resulta no aparecimento de manchas de aspecto deprimido e
coloração pardo-avermelhada. Com o desenvolvimento da doença, observa-se a
formação de anéis concêntricos, de coloração pardo-avermelhada, no interior da
área afetada.
Nos ramos causa o aparecimento de manchas semelhantes às das folhas,
podendo haver anelamento e morte da parte terminal.
13.5. Bacteriose
A bacteriose do maracujazeiro é uma das mais importantes doenças da
cultura.
Ela é mais grave sob condições de alta umidade e temperatura elevada e em
plantas com problemas nutricionais, principalmente excesso de nitrogênio, em
plantas sujeitas a falta ou excesso de água ou em plantas atacadas por outros
patógenos. Ela pode ocorrer de forma localizada ou sistêmica. A forma localizada
ocorre nas folhas, inicialmente como pequenas manchas angulares, anasarcadas,
delimitadas pelas nervuras, envolvidas por uma área verde-escura de contorno
também irregular, de aspecto oleoso. Progressivamente essas manchas
aumentam de tamanho, podendo atingir até 1cm de maior dimensão, tornam-se
mais deprimidas e ficam de coloração pardo-escura, ocasionando a queda
prematura da folha. Em condições de elevada umidade pode ocorrer exsudação
de um líquido leitoso contendo grande número de bactérias.
Nos frutos a bacteriose ocorre como manchas oleosas, grosseiramente
circulares, de coloração verde-escura e brilhante. Os ramos afetados apresentam
seca progressiva (die-back), acompanhado de escurecimento dos vasos.
A infecção sistêmica geralmente se inicia junto às nervuras, por via
estomática, ferimentos mecânicos ou lesões causadas por outros patógenos, não
se limitando às folhas, mas podendo afetar também ramos e frutos. Ela se
caracteriza pelo crestamento de áreas do limbo foliar à medida que o patógeno
caminha em direção ao pecíolo, cujos tecidos ficam de coloração pardo-
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avermelhada a pardo-escura. Essa área fica translúcida, semelhante a um papel
de seda quando observada contra a luz.
13.6. Tratamento preventivo para controle das doenç as fúngicas e
bacteriana
O tratamento preventivo para controle das doenças do maracujazeiro é
comum tanto para as doenças causadas por fungos como para a bacteriana.
Consiste em pulverizações com um fungicida à base de cobre, na dose
indicada pelo fabricante, alternadas com aplicações de uma mistura feita com
oxicloreto de cobre como o Recop SC a 0,4% e um produto a base de mancozeb,
como o Dithane PM ou Manzate BR a 0,2% do produto comercial. As quantidades
desses produtos, necessárias para o preparo de um tanque do pulverizador, são
diluídas em pequeno volume de água e deixadas em repouso por um período de
aproximadamente uma hora. Após esse tempo a solução, que formou um grande
depósito no fundo do recipiente, é fortemente agitada e colocada no tanque do
pulverizador para completar o volume necessário e imediatamente aplicada.
Como existe a hipótese dessa mistura formar um novo composto químico,
que apresenta maior eficiência contra a bactéria, a sua aplicação deve ser feita
isoladamente, sem a adição de nenhum outro produto, seja defensivo, seja
fertilizante foliar.
Os tratamentos com defensivos indicados devem ser feitos a intervalos de
7 a 15 dias no período chuvoso do ano. Se ocorrer uma chuva após a
pulverização, esta deverá ser repetida 7 dias mais tarde. Não chovendo no
período, a nova aplicação será feita 15 dias mais tarde. No período seco do ano
esse intervalo poderá ser aumentado para até 20 dias.
13.7. Tratamento curativo das doenças
O tratamento preventivo protege adequadamente a planta do ataque de
fungos e bactérias, mas não assegura uma proteção total contra seus inimigos,
pois em certas ocasiões ela poderá ser atacada por um patógeno determinado, o
que requer um controle específico.
O controle da bacteriose não pode ser feito de forma eficaz apenas com o
emprego de métodos químicos, exigindo, pelo contrário, a adoção de uma série
28
de medidas culturais, que evitem a instalação do patógeno na lavoura. Essas
medidas culturais incluem:
- Uso de sementes e mudas sadias;
- Emprego de adubações equilibradas, especialmente quanto à relação
nitrogênio-potássio, uma vez que o excesso de nitrogênio, por estimular um
intenso crescimento vegetativo, favorece o ataque da bactéria;
- Emprego de quebra-ventos para proteção da cultura contra ventos fortes;
- Evitar o trânsito no interior do pomar, especialmente quando houver umidade
sobre as plantas;
- Evitar o uso de equipamentos para o tratamento fitossanitário que utilizem altas
pressões, pois eles causam danos mecânicos às plantas, favorecendo a invasão
dos tecidos lesados pela bactéria.
O controle químico deve ser feito apenas em situações críticas, quando a
incidência da doença é elevada e as condições climáticas favoráveis à bactéria.
Nesse caso deverá ser utilizada uma bateria de duas pulverizações, logo em
seguida retornado-se ao esquema de tratamentos preventivos, já que as bactérias
rapidamente desenvolvem mecanismos de resistência à esses produtos.
O antibiótico a ser utilizado é a Agrimicina (R), na dose de 240 gramas do
produto comercial por 100 litros de água, repetido a intervalos de 15 dias. Esse
produto apresenta boa compatibilidade com os demais defensivos usados nessa
cultura, inclusive com fungicidas à base de cobre, razão pela qual pode ser
associado em tratamentos visando o controle de fungos.
14. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS
Em função do maracujazeiro apresentar grande massa foliar e requerer a
aplicação constante de produtos protetores, há necessidade de uma escolha
criteriosa dos equipamentos de pulverização para assegurar uma perfeita
proteção da planta sem ocasionar danos aos seus tecidos.
O pulverizador costal é um equipamento utilizado pelos pequenos
produtores, às vezes desde o início até o final da cultura. No entanto ele é
recomendado somente no início da lavoura, enquanto consegue realizar uma boa
cobertura foliar.
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O conjunto de motobomba estacionária é indicado para pequenos
produtores que não possuem trator ou para áreas de declividade acentuada. Ele
possibilita uma boa cobertura, muito superior à obtida com o pulverizador costal
manual.
O pulverizador costal motorizado apresenta boa eficiência, mas tem como
fator limitante a pequena capacidade do reservatório, necessitando, assim, de
freqüentes abastecimentos.
O pulverizador tratorizado com mangueira e pistola é um equipamento que
permite a pulverização deslocando-se entre as linhas ou, em caso de
espaçamento reduzido, atuando como unidade estacionária. Assegura boa
cobertura, porém apresenta a desvantagem de exigir maior quantidade de mão-
de-obra para executar o trabalho.
O turbo atomizador é um equipamento recomendado principalmente para
grandes áreas, devido ao seu maior rendimento; apresenta uma excelente
qualidade de pulverização, mas exige uma correta regulagem da velocidade do
vento gerado pela turbina para evitar ferimentos nas plantas, o que favoreceria
uma maior incidência de doenças, especialmente bacteriose.
Tão importante quanto escolher um bom remédio é aplicá-lo corretamente:
use uma máquina eficiente para conseguir bons resultados com os tratamentos
fitossanitários que fizer.
Nas lavouras em formação o consumo de calda varia com o porte das
plantas, mas sempre deverá assegurar uma boa cobertura de todos os seus
órgãos. Para os pomares formados o volume de calda necessário para assegurar
uma boa cobertura é de, no mínimo, três litros por 10 metros lineares de
espaldeira.
15. COLHEITA
Quando o fruto completa o seu desenvolvimento, o que ocorre 60 a 80 dias
após o florescimento, ele se desprende da planta, sendo que a colheita consiste
na sua catação manual. Como os frutos perdem umidade muito facilmente e, na
época quente e chuvosa do ano, são muito atacados por podridões, estes devem
ser recolhidos freqüentemente, a intervalos de não mais que três ou quatro dias,
intervalo este que pode ser ampliado para uma semana nos períodos mais frios e
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secos, especialmente nas lavouras cuja produção é prioritariamente destinada a
industrialização.
Como os frutos de maracujá murcham e se deterioram muito rapidamente,
eles devem ser enviados para o mercado na mesma freqüência com que são
colhidos. Isto torna a comercialização muito difícil de ser realizada com eficiência
pelo pequeno produtor, que precisa se organizar em cooperativas ou associações
de produtores para obter não apenas maior poder de barganha mas,
principalmente, baratear os seus custos de comercialização, especialmente frete.
O melhor sistema de comercialização implica em remeter para o mercado
de fruta fresca os frutos de melhor tipo, enviando para indústria os de padrão
inferior, pois estes não só não alcançam preços compensadores como também
concorrem para reduzir muito as cotações vigentes para os tipos superiores. Os
frutos menores e os que apresentam manchas e defeitos são então remetidos
para as indústrias processadoras, que exigem sanidade e qualidade de suco, mas
para quem os aspectos visuais externos são de nenhuma importância.
Os preços alcançados pelo produto no mercado atacadista depende muito
da sua qualidade e apresentação. Por esta razão, as remessas para esse
mercado devem ser feitas em caixas tipo K, estando os frutos corretamente
classificados de acordo com os padrões nele adotados. A correta classificação
dos frutos é de fundamental importância para o recebimento dos preços
divulgados na imprensa para os tipos respectivos.
16. RENDIMENTO
Em regiões de clima mais ameno, o maracujazeiro produz de dezembro a
agosto, de forma mais ou menos contínua, com picos de produção em fevereiro e
abril.
Nas regiões mais quentes o início da safra pode ser antecipado de alguns
dias, iniciando-se em meados de novembro, o que representa substancial
elevação no preço médio alcançado, bem como pode se prolongar por também
alguns dias, com resultados econômicos igualmente satisfatórios.
A produtividade média das culturas é muito variável, especialmente no
primeiro ano, mas pode se tomar como referência as produções de l2, 30 e 25
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toneladas por hectare no primeiro, segundo e terceiro anos respectivamente, para
lavouras que adotem a tecnologia aqui descrita.
17. COMERCIALIZAÇÃO
O fruto do maracujazeiro-amarelo é perecível, devendo ser comercializado
antes que desidrate, em caixas tipo K, sem retorno, com cerca de 16 kg (ou
caixas M de marcado aberta, com retorno). Ambas devem conter frutos
classificados. Frutos para processamento industrial: comercializados a granel ou
em sacos tipo rede. Comercialização do suco: suco natural (14º Brix) ou
concentrado (50º Brix).
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