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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PAULO FREDERICO TRENNEPOHL DOS SANTOS PROPOSTA DA IMPLANTAÇÃO DE UM COMÉRCIO ELETRÔNICO EM UMA EMPRESA DO RAMO CEREALISTA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Santa Rosa 2016

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

PAULO FREDERICO TRENNEPOHL DOS SANTOS

PROPOSTA DA IMPLANTAÇÃO DE UM COMÉRCIO ELETRÔNICO EM UMA EMPRESA DO RAMO CEREALISTA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Santa Rosa 2016

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PAULO FREDERICO TRENNEPOHL DOS SANTOS

PROPOSTA DA IMPLANTAÇÃO DE UM COMÉRCIO ELETRÔNICO EM UMA

EMPRESA DO RAMO CEREALISTA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Tecnólogo no Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação.

Orientadora: Ma. Marilei de Fátima Kovatli

Santa Rosa

2016

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PAULO FREDERICO TRENNEPOHL DOS SANTOS

PROPOSTA DA IMPLANTAÇÃO DE UM COMÉRCIO ELETRÔNICO EM UMA

EMPRESA DO RAMO CEREALISTA TRABALHO DE CONCLUSÃO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Tecnólogo no Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação.

Banca Examinadora

________________________________ Prof. Ma. Marilei de Fátima Kovatli - Orientadora

________________________________

Prof. Especialista Maxlan Maximiliano Roa

Santa Rosa, 10 de Dezembro de 2016.

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DEDICATÓRIA

Ao meu filho e esposa, os quais

estiveram ao meu lado durante toda esta jornada acadêmica, sempre me apoiando e dando forças para que eu continuasse.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que

estiveram de alguma forma envolvidos nesta minha jornada acadêmica, amigos, professores e colegas. Agradeço em especial a minha orientadora pelas dicas e por compartilhar comigo seus conhecimentos durante todo o processo de desenvolvimento deste trabalho, a FEMA por proporcionar um ótimo ambiente educacional e a minha família que sempre me apoiou. Agradeço ao meu filho pelo apoio e compreensão nos momentos em que me fiz ausente, pois ele foi a inspiração que me fez prosseguir nos momentos difíceis.

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“Quem quer fazer algo acha um jeito, quem não quer procura uma desculpa. ”

Autor Desconhecido

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RESUMO

Com o avanço das novas tecnologias as empresas buscam novas formas de se atualizar e competir no mercado. Considerando o universo de comercialização do agronegócio, observou-se que o ramo cerealista ainda não utiliza o comércio eletrônico. Diante deste contexto surgiu então a oportunidade de estudar a viabilidade da implantação do comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista. Este trabalho apresenta uma pesquisa realizada na empresa Dinon Cereais localizada na cidade de Tuparendi no estado do Rio Grande do Sul. Nesta pesquisa identificou-se o seguinte problema: Qual a contribuição da utilização do comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista? Este estudo tem como objetivo geral a elaboração de uma proposta de implantação de um comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista. Considerando o crescente avanço tecnológico em relação a negociação através da internet, a empresa poderá inovar na forma de comercialização dos seus produtos, pois será a primeira a utilizar esta tecnologia para a comercialização, pois além de romper as barreiras físicas abre a possibilidade de atingir clientes em qualquer lugar do mundo, ampliando assim o seu negócio. Para o desenvolvimento deste estudo buscou-se aprofundar o conhecimento a respeito da Tecnologia da Informação, Comércio Eletrônico e Agronegócio utilizando-se de pesquisa bibliográfica com destaque para as obras de Daher Junior, Barral, Waquil, Miele e Schultz. A metodologia utilizada é uma pesquisa bibliográfica descritiva, quantitativa e exploratória com estudo de caso. O diagnóstico e análise de dados teve como coleta de dados uma entrevista aplicada aos gestores e aos clientes da empresa para verificar a viabilidade da implantação do comércio eletrônico. Conclui-se através deste estudo que a implantação do comércio eletrônico para a empresa Dinon Cereais possibilitará uma vantagem competitiva e uma inovação no ramo do agronegócio.

Palavras-chave: comércio eletrônico – cerealista – implantação –

agronegócio.

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ABSTRACT

With the advance of new technologies, companies are looking for new ways to upgrade and compete in the market. Considering the universe of commercialization of agribusiness, it was observed that the cereal branch still does not use e-commerce. Given this context, the opportunity arose to study the viability of implementing e-commerce in a cereal company. This work features a research carried out at Dinon Cereais located in the city of Tuparendi in the state of Rio Grande do Sul. In this research the following problem was identified: What is the contribution of the use of electronic commerce in a cereal company? This study has as general objective the elaboration of a proposal of implantation of an electronic commerce in a company of the grain sector. Considering the growing technological advance in relation to internet trading, the company can innovate in the way of marketing its products, because it will be the first to use this technology for commercialization, because in addition to breaking the physical barriers opens the possibility of reaching customers anywhere in the world, thus expanding its business. For the development of this study we sought to deepen the knowledge about Information Technology, Electronic Commerce and Agribusiness using bibliographical research with emphasis on the works of Daher Junior, Barral, Waquil, Miele e Schultz. The methodology used is a descriptive, quantitative and exploratory bibliographic research with a case study. The data analysis and analysis had as data collection an interview applied to the managers and the clients of the company to verify the viability of the implementation of electronic commerce. It is concluded through this study that the implementation of electronic commerce for Dinon Cereais will provide a competitive advantage and innovation in the agribusiness sector.

Keywords: e-commerce – grain elevator – implantation – agribusiness.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Organograma da Empresa Dinon Cereais. ......................................... 22

Ilustração 2 – Questionário aplicado aos clientes. .................................................... 49

Ilustração 3 – Faixa etária dos pesquisados. ............................................................ 50

Ilustração 4 – Uso de SmartPhone. ........................................................................... 51

Ilustração 5 – Uso de internet no celular. .................................................................. 51

Ilustração 6 – 57,3% dos clientes que não possuem internet no celular. .................. 52

Ilustração 7 – Uso de internet em casa. .................................................................... 53

Ilustração 8 – Opinião dos clientes sobre o comércio eletrônico. .............................. 53

Ilustração 9 – Compras pela internet. ........................................................................ 54

Ilustração 10 – Justificativas dos clientes por não comprar pela internet. ................. 55

Ilustração 11 – Opinião dos clientes sobre sua experiência com compras on-line.... 55

Ilustração 12 – Comercialização dos produtos pela internet. .................................... 56

Ilustração 13 – Porque não utilizaria a internet para comercializar seus produtos. ... 56

Ilustração 14 – Opinião sobre comercialização eletrônica na cerealista. .................. 57

Ilustração 15 – Porque os clientes preferem a comercialização tradicional. ............. 58

Ilustração 16 – Opinião dos clientes com faixa etária entre 30 e 60 anos sobre a

comercialização eletrônica na cerealista. .................................................................. 58

Ilustração 17 - Orçamento para aquisição do módulo de comércio eletrônico. ......... 62

Ilustração 18 – Orçamento para locação do módulo de comércio eletrônico. ........... 62

Ilustração 19 – Cronograma para o desenvolvimento e implantação. ....................... 63

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS

TI – Tecnologia da Informação

B2B – Business to Business (Empresa para Empresa)

B2C – Business to Consumer (Empresa para Consumidor)

C2B – Consumer to Business (Consumidor para Empresa)

C2C – Consumer to Consumer (Consumidor para Consumidor)

ERP – Enterprise Resource Planning (Planejamento de recurso corporativo)

GIS – Geographic Information System (Sistema de informação geográfica)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................... 14 1.1 TEMA ......................................................................................................... 14 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA .......................................................................... 14 1.3 PROBLEMA ............................................................................................... 14 1.4 OBJETIVOS ............................................................................................... 15 1.4.1 Objetivo geral ........................................................................................ 15 1.4.2 Objetivos específicos ............................................................................ 16 1.5 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 16 1.6 METODOLOGIA ......................................................................................... 18 1.6.1 Categorização da pesquisa .................................................................. 18 1.6.2 Plano de coleta de dados ..................................................................... 19 1.6.3 Plano de análise e interpretação dos dados ....................................... 19 1.6.4 Apresentação da organização .............................................................. 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 23 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................................. 23 2.1.1 A Tecnologia da Informação nas Organizações ................................. 24 2.2 NEGÓCIOS ELETRÔNICOS ..................................................................... 25 2.3 COMÉRCIO ELETRÔNICO ....................................................................... 25 2.3.1 Categorias de Aplicação ....................................................................... 27 2.3.2 A Questão da Segurança no Comércio Eletrônico ............................. 29 2.3.2.1 Privacidade das Informações ............................................................... 30 2.3.2.2 Confidencialidade das Informações...................................................... 31 2.3.2.3 Integridade das Informações ................................................................ 31 2.3.2.4 Disponibilidade das Informações .......................................................... 32 2.3.3 Benefícios do Comércio Eletrônico ..................................................... 33 2.3.4 Ferramentas do Comércio Eletrônico.................................................. 34 2.3.5 Plataformas de Comércio Eletrônico ................................................... 35 2.4 AGRONEGÓCIO ........................................................................................ 37 2.4.1 Comercialização no Agronegócio ........................................................ 39 2.4.1.1 Funções que Agregam Custos aos Produtos ....................................... 40 2.4.2 A Tecnologia no Agronegócio ............................................................. 41

3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE ......................................................................... 46 3.1 ENTREVISTA COM OS GESTORES DA EMPRESA ................................ 46 3.2 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES .......................................... 48

4 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... 60 4.1 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO ............................................................... 61 4.1.1 Orçamento ............................................................................................. 62 4.1.2 Cronograma ........................................................................................... 63

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CONCLUSÃO .................................................................................................. 64

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 66

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INTRODUÇÃO

As formas de comercialização vêm se modificando através dos tempos com o

intuito de fornecer maior comodidade e flexibilidade para os clientes, e desta forma

trazer maior lucratividade para as empresas. O comércio eletrônico é uma ferramenta

que está presente nos mais diversos ramos de mercado, tornando as empresas que

aderem a este tipo de negociação mais competitivas na sua área de atuação.

No entanto o segmento do agronegócio ainda está resistente à

comercialização eletrônica, seja por questões culturais, tanto do cliente como da

empresa, por motivos de idade ou grau de instrução.

Desta forma esta pesquisa tem como finalidade o estudo da viabilidade da

utilização do comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista. Considerando

que as organizações têm como foco o cliente, a implantação do comércio eletrônico

traz como benefícios uma maior comodidade aliada a uma grande praticidade e ganho

de tempo, facilitando e agilizando as negociações. Já para a empresa traz um

diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes, agregando valor e

aumentando a gama de serviços, possibilitando o crescimento da empresa através da

captação e fidelização de clientes.

Este trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro capítulo traz a

contextualização do estudo com o tema, delimitação do tema e o problema, após são

apresentados os objetivos, o objetivo geral e os objetivos específicos, também a

justificativa, a qual demonstra a importância do desenvolvimento desta pesquisa.

Ainda neste capítulo é exposta a metodologia e a forma como os dados foram

coletados e analisados, e para finalizar o capítulo é apresentada a organização onde

foi efetuado o estudo.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico que tem como objetivo

buscar na literatura os conceitos científicos referentes a pesquisa. Dos tópicos

abordados no estudo, o comércio eletrônico é definido como um dos tópicos principais

e tem como autores fundamentais Flávia de Vasconcelos Lanari e Welber Oliveira

Barral, e o agronegócio cujos autores são Alex Pimentel e Cristina Yoshie Takeiti.

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O terceiro capítulo trata do diagnóstico e da análise dos dados coletados

durante o estudo. Neste capítulo são utilizados o plano de coleta de dados dividido

em duas fases, primeiro através de uma documentação indireta com uma entrevista

aos gestores e um questionário aplicado aos clientes. Posteriormente os dados

coletados são analisados e tabulados em gráficos para melhor compreensão dos

resultados.

No quarto capítulo são apresentadas as recomendações referentes a

implantação de um comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista,

juntamente com uma proposta de implantação. Ao final é apresentada uma conclusão

sobre esta proposta de implantação e após seguem as referências bibliográficas

utilizadas no presente estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO

A contextualização desta pesquisa divide-se nos seguintes tópicos: tema e

sua delimitação, problema, objetivo geral e específicos, justificativa, metodologia

utilizada e a apresentação da empresa.

1.1 TEMA

O tema surge de uma necessidade, seja ela científica ou própria, essa

necessidade é a definição do assunto que será tratado durante o trabalho.

Diante do avanço tecnológico na comercialização eletrônica não há mais a

necessidade de as pessoas estarem presentes nos estabelecimentos para efetuarem

operações como compras, cotações, orçamentos, entre outras. Seguindo esta linha

de avanço tecnológico o tema deste trabalho consiste em propor a implantação de um

comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A delimitação do tema é a especificação deste. Em outras palavras, é o foco

do que será desenvolvido no decorrer do trabalho.

O comércio eletrônico está presente nos mais variados ramos de negócio,

mas ainda há uma relutância grande por meio das empresas do ramo cerealista.

Sendo assim, este trabalho delimita-se em uma proposta de comercialização de grãos

através do comércio eletrônico, aplicado na empresa Dinon Cereais, localizada na

cidade de Tuparendi no estado do Rio Grande do Sul.

1.3 PROBLEMA

O problema é tido como científico quando envolve questões que podem ser

testadas durante o desenvolvimento do trabalho.

Com todo o avanço tecnológico existente ainda há uma certa relutância em

relação a disponibilizar as informações tanto do produtor rural, como informações para

que o mesmo possa efetuar negociações sem precisar ir a cerealista. Isso se dá

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devido a uma grande resistência à tecnologia por parte dos produtores rurais, sendo

por motivos de idade, cultura ou grau de instrução.

A maioria dos clientes da empresa possuem mais de 60 anos e são relutantes

à utilização da tecnologia para fins comerciais. Porém a inclusão digital e a nova

geração que já está sendo criada neste ambiente informatizado onde o tempo é o fator

decisivo nos negócios, favorece o comércio eletrônico. A empresa poderia ampliar sua

base de clientes e desenvolver um diferencial competitivo em relação às demais

empresas do ramo.

O hábito, ou cultura, ainda prevalece nas pessoas de mais idade, isto é,

gostam de ir à cerealista e efetuar suas transações de compra e venda diretamente

com pessoas, e não através de dispositivos eletrônicos, gostam de ouvir a opinião de

quem os atende e geralmente já possuem um vínculo até mesmo com o atendente.

Mas devido a grande rotatividade de funcionários esse vínculo está se perdendo, o

laço que ainda permanece é somente com a empresa, o que, favorece a mudança na

cultura, pois pela praticidade e facilidade os clientes ganhariam tempo com a utilização

de dispositivos móveis e a empresa conseguiria atender mais clientes ao mesmo

tempo.

Analisando este cenário, definiu-se o seguinte problema para esta pesquisa:

qual a contribuição da utilização do comércio eletrônico em uma empresa do ramo

cerealista?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos são as metas indicadas por ações e representadas por verbos

que indicam o que o pesquisador pretende atingir ao final do trabalho.

Neste momento devem ser definidas as metas que serão desenvolvidas no

decorrer do estudo e, após isso, devem ser definas as ações que serão executadas

em cada uma das metas.

1.4.1 Objetivo geral

O objetivo geral é uma descrição de modo amplo daquilo que se deseja obter

através da pesquisa.

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Este trabalho tem como objetivo geral a elaboração de uma proposta de

implantação de um comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista.

1.4.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são o detalhamento do objetivo geral, é nesta fase

que são definidos os passos, os quais serão desenvolvidos no decorrer do trabalho.

Para o estudo em questão foram obtidos os seguintes objetivos específicos:

a) Realizar uma entrevista com os gestores da empresa para descobrir seus

hábitos, opiniões e conhecimento à cerca do comércio eletrônico;

b) Efetuar uma pesquisa junto aos produtores rurais para descobrir seus

hábitos em relação à utilização dos serviços de comércio eletrônico;

c) Analisar a estrutura da empresa para verificar se ela suporta a implantação

de um comércio eletrônico;

d) Identificar as ferramentas de comercialização eletrônica para verificar

quais atendem as necessidades dos produtores rurais e da empresa;

e) Elaborar uma proposta de implantação de um comércio eletrônico para

uma empresa do ramo cerealista;

1.5 JUSTIFICATIVA

A justificativa do trabalho é a fase em que deve-se expor a importância da

pesquisa, justificando a sua relevância e a necessidade de sua realização. Para

Furasté “[...] a justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a

necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.” (FURASTÉ, 2010,

p.153).

É neste momento que revela-se ao leitor o porquê da realização da pesquisa,

justificando a ele o motivo da execução da mesma. Conforme Bonat “A justificativa

constitui o momento em que o pesquisador revela ao leitor os motivos, as razões que

o conduziram para a realização da pesquisa.” (BONAT, 2009, p.49).

Com as novas tecnologias, as organizações procuram uma melhor colocação

no mercado, e tanto as pessoas como as empresas procuram ganhar tempo em tudo

que fazem. Neste cenário é necessário modernizar e inovar.

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Nesse contexto a tecnologia está cada vez mais focada na comercialização

eletrônica, dando ao cliente uma maior comodidade, rapidez, facilidade e segurança.

Para a empresa o comércio eletrônico trará diversas vantagens, por se tratar de um

canal de comunicação realizado através das tecnologias, a empresa estaria mais

próxima dos clientes.

A empresa Dinon Cereais, localizada na cidade de Tuparendi – RS, assim

como as demais empresas do ramo cerealista, não possui uma forma de

comercialização de seus grãos por meio da internet, isto é, não possui comércio

eletrônico.

Por ser uma empresa familiar desde sua criação, está muito focada em um

modelo de gestão conservador, onde a comercialização dos produtos é realizada

através do contato pessoal com o cliente.

Considerando o crescente avanço tecnológico em relação a negociação e

comercialização através da internet, para a empresa do ramo cerealista que trata

diretamente com o produtor rural, ainda há uma certa relutância em disponibilizar as

informações tanto do próprio produtor rural como informações para que o mesmo

possa efetuar negociações sem precisar ir à cerealista.

O mais importante para a empresa são os clientes, sendo assim uma proposta

de implantação de um comércio eletrônico adicionará um diferencial à empresa e, em

contrapartida, proporcionará uma maior comodidade aos clientes, proporcionando há

empresa uma oportunidade de crescimento, expandindo sua área de atuação e

difundindo o seu negócio através da comercialização de insumos, sementes e

inovações tecnológicas para o agronegócio.

Esta pesquisa trará para o acadêmico um grande aprendizado sobre esta

nova forma de comercialização, explorando um novo nicho de mercado: o ramo

cerealista. Possibilitará ao acadêmico colocar em prática os conhecimentos adquiridos

durante o curso.

Para a instituição de ensino, esta pesquisa demonstra a aplicação dos

conhecimentos e técnicas adquiridos em sala de aula, e demonstra o que o curso de

Gestão em Tecnologia da Informação pode oferecer aos acadêmicos.

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1.6 METODOLOGIA

A metodologia é o estudo dos métodos que identificam quais serão os

caminhos a serem percorridos para alcançar os objetivos.

Portanto, para dar continuidade a metodologia serão desenvolvidos os

seguintes tópicos: categorização da pesquisa, plano de coleta de dados e o plano de

análise e interpretação dos dados.

1.6.1 Categorização da pesquisa

A natureza desta pesquisa é básica pois o objetivo dela é agregar novos

conhecimentos referente ao tema estabelecido.

O método de abordagem é o fator que determina como será a realização da

pesquisa com o intuito de alcançar os objetivos. Devido a isso, a abordagem desta

pesquisa enquadrou-se como quantitativa, pois foi elaborada uma pesquisa de opinião

a qual foi transformada em dados numéricos para analisar a aceitação dos clientes.

Já o tipo de pesquisa será exploratório que de acordo com Gil tem por objetivo

a familiarização com o problema, envolvendo um levantamento bibliográfico,

entrevistas com pessoas familiarizadas com o problema pesquisado e geralmente

assume a forma de estudo de caso e pesquisa bibliográfica (GIL, 1994).

Através do estudo aprofundado e exaustivo pode-se obter um conhecimento

vasto e detalhista sobre o assunto.

Por meio do estudo de caso é possível realizar estudos científicos amplos e

complexos. Levando em conta o objetivo, a pesquisa adequa-se em um estudo de

caso, pois baseia-se em um estudo detalhado sobre a possibilidade de implantação

de um comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista.

Outro procedimento a ser utilizado foi a pesquisa bibliográfica, devido a

utilização de materiais literários para obter maiores informações e conhecimentos

referente ao tema proposto.

Para desenvolver uma pesquisa bibliográfica você deve proceder ao levantamento de material (livros, revista cientificas, jornais e outros) publicados a respeito do assunto, para poder identificar, nos escritos de vários autores, aspectos que possam contribuir para esclarecer o problema da pesquisa, analisando-o em suas causas, consequências e relações,

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variáveis, alternativas de solução e tudo que julgar conveniente e necessário (VIANNA, 2001, p.135).

Após definir os métodos, procedimentos que foram utilizados e o tipo de

pesquisa que foi realizada desenvolveu-se o plano de coleta de dados.

1.6.2 Plano de coleta de dados

O plano de coleta de dados desenvolveu-se em três fases. A primeira fase foi

realizada através da documentação indireta, fazendo uso da pesquisa bibliográfica

para obter maior conhecimento sobre o comércio eletrônico e o agronegócio.

A segunda fase da coleta de dados foi realizada através da documentação

direta, através de uma entrevista com os gestores da empresa, para descobrir seus

hábitos, opiniões e conhecimento à cerca do comércio eletrônico.

Já a terceira fase da coleta de dados deu-se também através da

documentação direta, onde aplicou-se um questionário aos clientes, utilizando-se a

pesquisa de campo, com o intuito de obter a opinião deles em relação ao comércio

eletrônico em uma empresa cerealista.

A documentação direta é o levantamento das informações diretamente onde

ocorre a pesquisa. Com a pesquisa de campo obtêm-se as informações diretamente

das pessoas entrevistadas por meio de formulários.

Para Marconi e Lakatos “O formulário é um dos instrumentos essenciais para

a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações

diretamente do entrevistado.” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.212).

A técnica utilizada para a coleta de dados foi o formulário, pois através dele

foi possível obter a opinião dos clientes em relação à utilização de um comércio

eletrônico em uma empresa do ramo cerealista.

Portanto, após realizar a coleta dos dados, foi realizada uma análise e

interpretação das informações obtidas.

1.6.3 Plano de análise e interpretação dos dados

Com os dados coletados, é indispensável, para o melhor entendimento da

pesquisa, que estes dados sejam interpretados e analisados.

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Sobre a interpretação dos dados Marconi e Lakatos afirmam que “É a

atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas,

vinculando-as a outros conhecimentos.” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.168).

Gráficos e tabelas auxiliam “[...] na apresentação dos dados, uma vez que

facilita, ao leitor, a compreensão e interpretação rápida da massa de dados [...]”

(MARCONI; LAKATOS, 2003, p.169).

As informações obtidas através do formulário foram tabuladas, convertidas em

gráficos e tabelas para auxiliar na produção da proposta de implantação de um

comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista.

1.6.4 Apresentação da organização

Com sede no município de Tuparendi, a empresa iniciou suas atividades no

ano de 1955 como uma empresa individual intitulada José Dinon, pelo Sr. José Dinon

e sua atividade principal era a compra e venda de suínos.

Por volta da década de 70 a empresa passou a comercializar cereais, sendo

construída sua primeira moega, a qual também foi a primeira do município. Já no ano

de 1986 a empresa individual José Dinon passou a ser constituída como Cia. Ltda. e

passou a atuar também no ramo dos transportes, tendo como sócios o Sr. José Dinon,

sua esposa a Sra. Lori Maria Rauber Dinon e seus três filhos, o Sr. César Renato

Dinon, Sr. Carlos Alberto Dinon e Sr. José Álvaro Dinon, passando a denominar-se

José Dinon Filhos e Cia. Ltda., e sendo conhecida como Dinon Cereais.

No ano de 2004 o Sr. José Dinon e sua esposa a Sra. Lori Maria Rauber Dinon

desligaram-se da sociedade da empresa, e ela passa a denominar-se José Dinon e

Cia. Ltda., tendo como sócios o Sr. César Renato Dinon, Sr. Carlos Alberto Dinon e

Sr. José Alvaro Dinon. A empresa Dinon Cereais é administrada por dois dos sócios,

o Sr. José Alvaro Dinon e o Sr. Carlos Alberto Dinon, já o Sr. César Renato Dinon

administra a Dinon Transportes.

Atualmente a empresa conta com 9 unidades de recebimento e

comercialização de cereais, uma unidade para comercialização sem recebimento

(Santo Cristo) e um centro administrativo (Tuparendi) que concentra o trabalho das

unidades:

Centro Administrativo – Tuparendi;

F01 Campo Alegre – Porto Mauá;

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F02 São José do Mauá – Porto Mauá;

F03 Esquina Tunas – Horizontina;

F04 Santo Cristo;

F05 Carajazinho – Entre Ijuís;

F06 Vila Sete de Setembro – Santa Rosa;

F07 Linha Salto – Santo Cristo;

F08 Vila Pitanga – Dr. Maurício Cardoso;

F09 Tuparendi;

F10 Novo Machado;

Além destas unidades a empresa conta ainda com uma unidade de

beneficiamento de sementes (UBS) a qual produz sementes fiscalizadas de soja e

trigo e localiza-se na cidade de Tuparendi.

A empresa possui um quadro de funcionários que conta com 150 pessoas

divididas entre as unidades e organizadas conforme o organograma exposto na

ilustração 1. Atualmente a empresa comercializa soja, milho, trigo, sementes

fiscalizadas e defensivos agrícolas. Conta também com parcerias sólidas com a

empresa Bayer Cropscience, Monsanto do Brasil, Sementes Agroceres e Forquímica.

Devido ao grande avanço tecnológico, as empresas têm a necessidade de se

adaptarem às novas realidades, buscando por diferenciais e vantagens competitivas,

por este motivo, surgiu a oportunidade do desenvolvimento desta pesquisa.

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Ilustração 1 – Organograma da Empresa Dinon Cereais.

Fonte: Departamento de Recursos Humanos, José Dinon e Cia. Ltda., 2016.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta etapa são apresentados os conceitos para melhor organizar as ideias

dos conteúdos pesquisados.

Segundo Lovato, Evangelista e Güllich teoria é definido como um conjunto de

conceitos os quais tem por objetivo organizar as ideias e explicar os fenômenos

(LOVATO; EVANGELISTA; GÜLLICH, 2007).

Para o estudo desta pesquisa foram abordados os seguintes tópicos: TI

(Tecnologia da Informação), negócios eletrônicos, comércio eletrônico e agronegócio.

2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A tecnologia da informação é vista como uma forma de armazenar, processar

e gerenciar as informações utilizando para isso recursos eletrônicos.

De acordo com Oliveira e Abdala “Para gerar e distribuir informação no

contexto da sociedade da informação, as empresas utilizam a tecnologia dos sistemas

de informação computadorizados [...]” (OLIVEIRA; ABDALA, 2003, p.29).

A TI era considerada uma ferramenta de automatização das rotinas e após

surgir a internet houve a necessidade de compartilhamento das informações. No

entendimento de Daher Junior “[...] a tecnologia era tida como uma ferramenta capaz

de automatizar determinadas rotinas em uma empresa.” (DAHER JUNIOR, 2016, p.4).

Com o passar do tempo e o surgimento da internet Daher Junior fala que “A internet

permitiu que um número maior de pessoas tivesse acesso à informação, que por sua

vez, agora é tratada como um ativo e diferencial de mercado.” (DAHER JUNIOR, 2016,

p.4).

A tecnologia da informação já foi vista como uma simples ferramenta para a

automação e resolução de alguns problemas, mas, após o surgimento da internet,

com a possibilidade de compartilhamento de informações a TI se tornou um ativo

importante dentro das organizações.

Já para Furtado “A TI pode ser definida como todo recurso tecnológico e

computacional destinado à coleta, manipulação, armazenamento e processamento de

dados e/ou informações dentro de uma organização.” (FURTADO, 2002, p.24).

Como as informações estão sendo compartilhadas por pessoas e

organizações, a TI deve ser vista como sendo um diferencial, pois com ela temos,

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dentre outros fatores, a praticidade e a facilidade, tanto nas comunicações como nas

transações comerciais.

Daher Junior fala ainda que “Não seria exagero supor que a informação seja

vital para o mundo corporativo, e a internet, a principal fonte de informação que

temos.” (DAHER JUNIOR, 2016, p.4).

Diante do exposto, pode-se entender que a tecnologia da informação é um

fator decisivo para as organizações e que a internet é muito utilizada como fonte de

informação da atualidade.

2.1.1 A Tecnologia da Informação nas Organizações

Para se organizar uma empresa não basta apenas colocar equipamentos de

informática e softwares1 nos departamentos e setores, é preciso gerenciar essas

soluções, fazendo com que a empresa consiga extrair ao máximo os seus recursos.

Na visão de Rezende as empresas “[...] ainda acreditam que o simples ato de

informatizar a organização, espalhando computadores e impressoras pelas unidades

departamentais, [...] possa organizar as mesmas.” (REZENDE, 2005, p.26).

A tecnologia da informação vem beneficiando as organizações, pois elas

auxiliam nas tomadas de decisão e respostas rápidas, dando uma maior

competitividade no mercado.

De acordo com Oliveira e Abdala dentro da organização a TI pode ter uma

grande importância estratégica e tornar-se uma ferramenta de auxílio na busca de

maior competitividade, melhor qualidade dos serviços e trazer uma maior eficiência

operacional. (OLIVERA; ABDALA, 2003).

Agregar valor, posicionamento no mercado, velocidade nas transações,

contato direto e mais eficaz com o cliente, são apenas alguns dos benefícios que a

tecnologia da informação traz para as organizações. Dessa forma as empresas estão

procurando sempre se manter atualizadas, pois, um fator muito importante é a grande

competitividade no mercado, principalmente nos negócios eletrônicos.

1 Software segundo Afonso “[...] é o conjunto de todos os programas que possibilitam, desde o funcionamento do próprio sistema e sua gestão ao mais baixo nível, até a realização das mais variadas tarefas como a elaboração de gráficos, o tratamento de texto, a contabilidade da empresa, jogos, etc.” (AFONSO, 2010, p.33).

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2.2 NEGÓCIOS ELETRÔNICOS

Negócios eletrônicos ou e-business nada mais é do que a forma de executar

os processos de negociação em uma empresa, utilizando a tecnologia e a internet

para isso.

Para Laudon e Laudon “[...] negócios eletrônicos, ou e-business, refere-se

ao uso da tecnologia digital e da Internet para executar os principais processos de

negócios em uma empresa.” (LAUDON; LAUDON, 2010, p.51) [grifo do autor].

Negócio eletrônico é a forma de fazer a gestão interna e a interação com os

fornecedores e parceiros de negócio. O negócio eletrônico “[...] consiste no uso de

meios eletrônicos e de sistemas de informação automatizados para o estabelecimento

de processos de negócio [...]” (LUSTOSA; MESQUITA; QUELHAS; OLIVEIRA, 2011,

p.302).

Para ser considerado negócio eletrônico, a forma de negociação deve ser

através de equipamentos eletrônicos e utilizar sistemas de informação. Na visão de

Laudon e Laudon negócios eletrônicos “Inclui também o comércio eletrônico, ou e-

commerce.” (LAUDON; LAUDON, 2010, p.51) [grifo do autor].

O comércio eletrônico é uma parte dos negócios eletrônicos, ou seja, está

incluso na gestão dos negócios. Pode-se dizer que o “[...] e-business é uma estratégia

ampla, que enfatiza processos de negócios e demais funções executadas entre

partes, através de meios eletrônicos [...]” (LUSTOSA; MESQUITA; QUELHAS;

OLIVEIRA, 2011, p.302).

O e-business é amplo mas tem seu foco nos processos de negócio utilizando

para isso ferramentas eletrônicas. Laudon e Laudon ainda falam que o “E-commerce

é a parte do e-business que lida com a compra e venda de mercadorias e serviços

pela Internet.” (LAUDON; LAUDON, 2010, p.51).

Os negócios eletrônicos podem ser divididos em várias partes. Nesta

pesquisa é mantido o foco no comércio eletrônico o qual é responsável pelas compras

e vendas, tanto de produtos como serviços.

2.3 COMÉRCIO ELETRÔNICO

O grande avanço tecnológico proporcionou o início de uma nova modalidade

de comércio, onde as empresas e pessoas não dependem de ambientes físicos para

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efetuar suas negociações tanto de serviços como produtos. Segundo Lanari "A

expressão comércio eletrônico é utilizada para se referir à utilização combinada e

otimizada das novas tecnologias de comunicação disponíveis, principalmente as

redes de computadores [...]" (LANARI, 2005, p.79).

Se referir a comércio eletrônico significa falar sobre as tecnologias de

comunicação existentes aplicadas no desenvolvimento do comércio como um todo.

Conforme Pinho "O comércio eletrônico é a mais recente e promissora aplicação

criada com a TI, que não se restringe apenas à compra e à venda de produtos e de

serviços por meio de redes de computadores." (PINHO, 2000, p.211).

Essa nova modalidade de comércio não se restringe somente a compra e

venda entre a empresa e o consumidor final, ela pode auxiliar também, dentre outras

coisas, na comunicação entre filiais e fornecedores. Segundo Barral "[...] os meios

eletrônicos podem proporcionar uma enorme facilitação de acesso ao mercado global,

e os fornecedores passam a ter a perspectiva de atingir mercados consumidores

anteriormente inacessíveis [...]" (BARRAL, 2007, p.116).

Com o comércio eletrônico, as distâncias que antes eram consideradas uma

barreira para a ampliação dos negócios, não existem mais, os produtos e serviços

podem ser comercializados a nível global.

O site de notícias G1 publicou em matéria que no ano de 2015 o comércio

eletrônico teve um crescimento de 22% em comparação ao ano de 2014, obtendo um

faturamento de R$ 48,2 bilhões, fechando desta forma o ano com 155,5 milhões de

pedidos e a média de ticket ficou em R$ 310,00 (G1, 2016).

A cada ano há um grande crescimento nesta modalidade de comércio, isto se

dá pela comodidade e praticidade em comprar.

Já para o ano de 2016 o site G1 informa que a comercialização de forma

eletrônica deve ter um crescimento de 18% em relação ao ano de 2015 e o

faturamento deve ser de 56,8 bilhões (G1, 2016).

A comercialização por meios eletrônicos cresce devido às facilidades em

publicar e expor os produtos. Há também uma significativa redução de custo quando

se trata de manter uma loja virtual, pois, o aluguel de um espaço virtual acaba sendo

muito menor do que um ambiente físico.

De acordo com notícia escrita por Sarraf no site Profissional de E-Commerce,

“[...] faz um tempo que a internet deixou de ser um lugar restrito, destinado apenas a

jovens ou à classe A” (SARRAF, 2014). Na comercialização pela internet não há

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restrições e ou qualquer tipo de preconceito, seja por idade ou classe social, na

internet todos são iguais.

Sarraf comenta ainda que “[...] 62% das pessoas que realizam compras pela

web têm entre 15 e 34 anos.” (SARRAF, 2014). Outra informação importante

levantada por Thiago Sarraf é que “[...] aproximadamente 80% dos adolescentes

online na faixa dos 12 a 17 anos visitam sites de varejo e estão acostumados com

tecnologia, funcionalidade e evolução.” (SARRAF, 2014) [grifo do autor].

No agronegócio os principais clientes são produtores rurais, que na sua

maioria, possuem mais de sessenta anos e alguns têm uma certa resistência cultural

à modernidade e a mudanças, outros já estão incluídos nas tecnologias, porém ainda

é a minoria. Em contrapartida, muitos destes produtores já estão incluindo os filhos

nos negócios, os quais já estão acostumados a utilizar meios eletrônicos e optam

pelas praticidades geradas pela tecnologia.

De acordo com a pesquisa realizada, observa-se que o comércio eletrônico

pode ser classificado de acordo com suas categorias de aplicação.

2.3.1 Categorias de Aplicação

Existem atualmente diversas modalidades de comércio eletrônico, as que se

destacam são as seguintes: B2B (Business-to-business), B2C (Business-to-

consumer), C2B (Consumer-to-business) e C2C (Consumer-to-Consumer).

Para Moreira "No B2B temos relações comerciais que se estabelecem entre

partes não-consumidoras, ou seja, onde não há relação de consumo." (MOREIRA,

2013, p.80).

Na modalidade de comércio B2B o foco é o comércio entre empresas, ou seja,

não envolve o consumidor final. Já Rainer Jr. e Cegielski dizem que os vendedores e

os compradores devem ser organizações comerciais, eles falam ainda que o B2B

forma cerca de 85% do comércio eletrônico (RAINER JR.; CEGIELSKI, 2012).

Com o crescente avanço tecnológico essas porcentagens de comercialização

do B2B podem oscilar muito, o que é considerado alto em um ano, pode ser baixo em

outro.

Sobre B2C Moreira afirma que "[...] B2C é o segmento do comércio eletrônico

voltado para as relações de consumo propriamente ditas [...]" (MOREIRA, 2013, p.80).

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No comércio B2C o foco é a comercialização entre empresa e o consumidor final, ou

seja, a venda do produto ou serviço da empresa para o consumidor.

Para Rainer Jr. e Cegielski o B2C é o “[...] Comércio eletrônico em que os

vendedores são organizações e os compradores são pessoas; também conhecido

como varejo eletrônico [...]” (RAINER JR.; CEGIELSKI, 2012, p.199).

Na modalidade de comércio B2C os vendedores são, obrigatoriamente,

organizações enquanto que os consumidores são pessoas físicas. Outra categoria de

comércio eletrônico é o C2B. De acordo com Strutzel, "C2B: Consumer to Business,

referente ao comércio eletrônico em que a iniciativa parte do consumidor."

(STRUTZEL, 2015, p.209).

Nessa modalidade, a iniciativa é dada por parte do consumidor, que, por sua

vez, vende às empresas. Para Strutzel "C2C: Consumer to Consumer, relativo ao

comércio eletrônico em que os consumidores negociam entre si, com o patrocínio de

um broker2." (STRUTZEL, 2015, p.209).

A modalidade de comércio C2C é dada pela comercialização direta entre

clientes, ou seja, não há uma empresa envolvida diretamente na negociação. Pode

sim, haver uma empresa para intermediar a negociação, mas a mesma é feita de

consumidor para consumidor.

Na visão de Rainer Jr. e Cegielski C2C é uma modalidade de Comércio

eletrônico “[...] em que tanto o comprador quanto o vendedor são pessoas (não

empresas).” (RAINER JR.; CEGIELSKI, 2012, p.199).

O foco desta modalidade de comércio é na pessoa física, ou seja, venda de

pessoa para pessoa, venda entre consumidores, seja o produto usado, novo ou de

fabricação caseira. A questão é que não há uma empresa envolvida diretamente.

Porém, o que pode haver são empresas intermediárias, as quais são responsáveis

pela segurança durante todo o processo de negociação.

2 Broker de acordo com Silva é o “[…]intermediário especializado na compra e venda de uma determinada categoria de bens, […] cobrando, por esse efeito, uma comissão que geralmente representa uma percentagem do montante de cada negócio efetuado.” (SILVA, 2013, p.48).

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2.3.2 A Questão da Segurança no Comércio Eletrônico

Na comercialização de produtos e serviços pela internet, é necessário se ater

a um quesito muito importante, a segurança das informações, desde a negociação até

a efetiva comercialização.

Laudon e Laudon afirmam que “[...] se você opera uma empresa hoje, precisa

ter a segurança e o controle como prioridades.” (LAUDON; LAUDON, 2010, p.215).

Uma empresa deve se ater aos quesitos de segurança e controle para garantir aos

seus clientes a privacidade das informações e garantir a si mesmos a veracidade

delas.

Para Laudon e Laudon “O termo segurança abarca as políticas, os

procedimentos e as medidas técnicas usados para impedir acesso não autorizado,

alteração, roubo ou danos físicos a sistemas de informação.” (LAUDON; LAUDON,

2010, p.215) [grifo do autor].

A segurança abrange os métodos e medidas técnicas utilizadas para garantir

que não haja acessos não autorizados aos sistemas de informação, evitando, desta

forma, alterações, roubos e danos físicos aos mesmos. Conforme Laudon e Laudon

“Os controles, por sua vez, consistem em todos os métodos, as políticas e os

procedimentos organizacionais que garantem a segurança dos ativos da organização

[...]” (LAUDON; LAUDON, 2010, p.215) [grifo do autor].

O controle transmite confiança para o cliente, pois ele tem como principal

objetivo garantir a segurança de todos os ativos, através de métodos e procedimentos.

Para Burnett e Paine, "[...] o papel não é mais a única alternativa de mídia

para armazenamento de informações." (BURNETT; PAINE, 2002, p.2).

Atualmente as informações estão armazenadas e disponíveis em programas

de computador, os quais armazenam esses dados de forma virtual e não mais escritos

em papéis dentro de cofres.

De acordo com Ramos, Antunes, Vale e Kischinevsky para se ter sucesso no

comércio eletrônico, o quesito principal de quem está vendendo algo é a segurança

das informações, principalmente dos clientes pois se tratam de informações

confidenciais que dizem respeito somente ao vendedor e ao comprador (RAMOS;

ANTUNES; VALLE; KISHCINEVSKY, 2011).

Em qualquer modalidade de comércio, o que todos buscam é a segurança.

No comércio eletrônico ela é ainda mais importante, pois nesta modalidade de

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comércio as transações e pagamentos são executadas eletronicamente, sendo muito

mais sensíveis.

Brunett e Paine ainda comentam que a segurança virtual muito se assemelha

à segurança física. No mundo digital um dos conceitos básicos é a privacidade, a qual

lhe dá o direito de ter seus dados protegidos, isto é, somente pessoas autorizadas tem

acesso a essas informações (BURNETT; PAINE, 2002).

Sendo assim, em uma comparação do mundo virtual com o mundo real, a

privacidade é como a fechadura da porta, onde somente tem acesso quem possuir a

chave.

2.3.2.1 Privacidade das Informações

As pessoas têm por instinto a vontade de compartilhar informações, mas há

informações que devem ser mantidas em segredo, por serem informações privadas,

ou seja, somente pessoas autorizadas devem ter acesso à elas.

Na visão de Albertin e Moura um problema grave do comércio eletrônico é a

proteção da privacidade em relação às informações pessoais dos usuários. Na busca

pela segurança à privacidade, algumas empresas utilizam assinaturas digitais

juntamente com chaves criptográficas no momento da autenticação dos dados.

(ALBERTIN; MOURA, 1998).

Uma forma de proteção é a utilização de ferramentas, nas quais se incluem

assinaturas digitais, dessa forma, somente o detentor da assinatura terá acesso às

informações.

De acordo com Guimarães, Lins e Oliveira a privacidade “[..] permite acesso

à informação apenas a pessoas autorizadas, limitando o acesso às informações [...]”

(GUIMARÃES; LINS; OLIVEIRA, 2006, p.14).

A privacidade garante o acesso às informações somente para as pessoas e,

ou, grupos de pessoas que estiverem autorizadas. Para Cherry o maior problema

referente à privacidade é a vontade de ser simpático e acolhedor (CHERRY, 2015).

Receber auxílio ou auxiliar um estranho tem se tornado algo pouco habitual,

pois há aqueles que se utilizam da simpatia e inocência das pessoas para cometer

delitos, como o roubo de senhas. As senhas, assim como as demais informações

particulares são consideradas informações confidenciais.

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2.3.2.2 Confidencialidade das Informações

A confidencialidade da informação dá a pessoa o direito de ter seus dados

protegidos de forma que somente o proprietário, ou uma pessoa devidamente

autorizada, possa ter acesso à determinadas informações.

Para Guimarães, Lins e Oliveira os “[...] dados privados devem ser

apresentados somente para os donos dos dados ou autorizados grupo de usuários

autorizados;” (GUIMARÃES; LINS; OLIVEIRA, 2006, p.20). A confidencialidade é a

garantia de que as informações estarão restritas ao acesso de um grupo específico

ou apenas uma pessoa.

Já para Ramos, Antunes, Valle e Kischinevsky a confidencialidade é a

garantia da proteção da informação, isto é, impedir que o conteúdo seja revelado a

alguém que não possui permissão, impedindo até mesmo a cópia ou leitura (RAMOS;

ANTUNES; VALLE; KISCHINEVSKY, 2011).

Dados sensíveis e sigilosos devem estar protegidos, restritos, a divulgação ou

obtenção desses dados por pessoas não autorizadas pode acarretar em danos

materiais e morais. De acordo com Albertin e Moura “[...] a confidencialidade é

importante para as utilizações que envolvem dados sensíveis, tais como números de

cartões de crédito.”(ALBERTIN; MOURA, 1998, p.51).

Confidencialidade passa a ideia de algo confidencial, isto é, secreto e seguro,

onde há a possibilidade de restringir o acesso das pessoas envolvidas no assunto,

limitando ou até mesmo bloqueando por completo.

As informações confidenciais, devem ser íntegras, ou seja, devem ser

corretas e completas.

2.3.2.3 Integridade das Informações

Integridade da informação é mantê-la correta e a salvo de pessoas que não

possuem a devida permissão para alterá-la. Para Ramos, Antunes, Valle e

Kischinevsky a integridade é proteger a informação contra alterações por pessoa que

não possui a permissão do dono da informação (RAMOS; ANTUNES; VALLE;

KISCHINEVSKY, 2011).

Integridade é a proteção da informação de maneira que somente o proprietário

possa alterar. Na visão de Vale manter a integridade é proteger a informação para que

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ela não seja modificada sem a devida permissão do proprietário da informação

(VALLE, 2015).

Para que a informação seja considerada íntegra, ela não deve ser modificada

por nenhum agente sem permissão, seja ele eletrônico ou humano. Já para Albertin e

Moura a integridade refere-se “[...] as transações de negócio requerem que seus

conteúdos permaneçam inalterados durante seu transporte.” (ALBERTIN; MOURA,

1998, p.51).

Uma informação para ter valor deve ser íntegra, ou seja, correta e completa.

Para que a informação mantenha a integridade, deve-se restringir o acesso à ela,

limitando a alteração, exclusão e inclusão somente às pessoas com autorização para

fazê-lo.

Essas informações devem estar disponíveis sempre que for necessário, para

que as pessoas autorizadas possam utilizá-las no momento em que necessitarem.

2.3.2.4 Disponibilidade das Informações

Disponibilidade remete à disponível e algo disponível é algo que pode ser

acessado a qualquer momento. De acordo com Ramos, Antunes, Valle e Kischinevsky

a disponibilidade das informações refere-se a manter os serviços prestados sempre

disponíveis ao usuário, garantindo que o mesmo possua acesso às suas informações

sempre que necessário (RAMOS; ANTUNES; VALLE; KISCHINEVSKY, 2011).

A disponibilidade garante que o usuário possa ter as informações a qualquer

momento, sem nenhuma restrição. Para Vale a disponibilidade refere-se à proteção

dos serviços, mantendo os mesmos disponíveis sempre que o usuário precisar (VALE,

2015).

Toda vez que um usuário deseja alguma informação, a mesma deve estar

disponível, levando em conta que não haja problema no caminho até essa informação,

ou seja, quem disponibiliza o serviço é responsável por mantê-lo funcionando, mas se

o usuário não tiver o meio contratado para acessá-lo, ela pode se tornar indisponível,

não pela prestadora do serviço, mas sim pelo meio que o usuário utilizou para acessar

a informação.

A disponibilidade das informações é favorável ao comércio eletrônico pois

através da internet é possível acessar uma loja virtual a qualquer momento e de

qualquer lugar.

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2.3.3 Benefícios do Comércio Eletrônico

Neste tópico levantam-se algumas questões referentes às vantagens e

desvantagens de se trabalhar com lojas virtuais e, ou, compras pela internet.

De acordo com Vieira, um dos pontos positivos é o alcance, ele comenta que

"Para alcançar esse mercado global basta que exista um computador conectado à

rede mundial de computadores." (VIEIRA, 2009, p.41).

Uma das grandes vantagens em se comercializar produtos e serviços pela

internet é a disponibilidade, qualquer pessoa em qualquer parte do mundo com acesso

a um dispositivo com internet é um candidato a consumidor.

Para Peter e Olson um dos pontos positivos é a variedade, pois segundo eles

"[...] as inúmeras lojas virtuais oferecem maior variedade de produtos, marcas e

revendedores [...]" (PETER; OLSON, 2010, p.488).

Outra grande vantagem do comércio eletrônico é a variedade de produtos que

podem ser expostos ao público, não se limitando à espaços físicos e grandes

estoques.

Segundo o site IDG Now mesmo com o cenário econômico em crise, em 2015

o comércio eletrônico do Brasil teve um crescimento no faturamento de 15%, e a

movimentação foi de R$ 41,3 bilhões. O comércio eletrônico nacional deve faturar em

2016 aproximadamente R$ 44,6 bilhões, o que representa um crescimento de 8% em

relação a 2015 (IDG NOW, 2016).

Em relação à segurança, Vieira levanta um ponto negativo, ele comenta que

"[...] à medida que as técnicas de segurança eletrônica progridem, os hackers

encontram meios de burlá-las." (VIEIRA, 2009, p.41).

Mesmo com o avanço das técnicas de segurança, o comércio eletrônico ainda

não é um ambiente de comércio totalmente seguro, pois pessoas de má índole se

especializam em capturar informações e efetuar fraudes.

Já Peter e Olson citam como uma desvantagem a "[...] incerteza com respeito

à qualidade do produto e impossibilidade de experimentá-lo antes da compra e da

entrega." (PETER; OLSON, 2010, p.488).

Um ponto negativo que influencia na hora de comprar pela internet, é não ter

a possibilidade de testar o produto, e confiar nas especificações de quem está

vendendo, isto é, no que está escrito no anúncio do produto ou em opiniões vindas de

terceiros.

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Essa modalidade de comércio veio para ficar, as vantagens e desvantagens

são inúmeras, cabe ao consumidor analisá-las e tomar as devidas precauções para

efetuar ou não a compra.

Existem várias ferramentas que auxiliam tanto o cliente como o fornecedor,

sugerindo produtos para o cliente e dando ao fornecedor um retorno do status de suas

campanhas publicitárias.

2.3.4 Ferramentas do Comércio Eletrônico

O objetivo do comércio eletrônico é igual ao de qualquer outro tipo de

comércio: vender. Assim como os vendedores fazem propagandas e traçam perfis de

clientes, no comércio eletrônico também há ferramentas para isso. Como principais

ferramentas temos os cookies que são responsáveis por guardar informações dos

clientes e o marketing para efetuar as propagandas.

De acordo com Moreira “[...] os cookies são ferramentas (informáticas) que

guardam dados e informações sobre o comportamento dos visitantes [...]” (MOREIRA,

2013, p.123).

Os Cookies são utilizados para armazenar informações pessoais dentro dos

computadores dos usuários, e são utilizados pelos sites para diversos fins, dentre eles

personalização de ambiente, acessos, etc.

Para Moreira “[...] os cookies são ferramentas (informáticas) que permitem a

personalização da informação que recebe um usuário, quando visita uma determinada

página web.” (MOREIRA, 2013, p.123).

Cookies são uma forma de personalizar o ambiente que o usuário visita,

deixando à caráter do mesmo a escolha por um layout que o agrade.

Moreira fala que surge um problema de privacidade “[...] quando se consegue

relacionar as informações armazenadas em um cookie com uma pessoa em

concreto.” (MOREIRA, 2013, p.123).

A possibilidade de vínculo entre o cookie e o usuário pode causar uma quebra

de privacidade, pois os cookies ficam nas máquinas coletando informações e gerando

perfis, que posteriormente podem ser utilizados no marketing.

Outra ferramenta muito utilizada no comércio eletrônico, talvez a mais

utilizada, é o marketing que na visão de Bentes “[...] tem por objetivo conquistar e

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fidelizar (manter) clientes, visando satisfazer suas necessidades e expectativas por

meio de produtos ou serviços que a empresa oferece.” (BENTES, 2012, p.101).

O marketing é responsável por levar ao cliente os serviços prestados e os

produtos oferecidos pela empresa. Bentes fala ainda que “[...] a melhor tradução de

marketing é mercadologia, isto é, o estudo das questões relativas ao mercado, com o

objetivo de conhecer o desejo dos clientes, encantá-los e fidelizá-los.” (BENTES,

2012, p.101).

Através do marketing o cliente passa a conhecer a empresa, seus produtos e

serviços. A missão do marketing é encantar o cliente com propagandas agradáveis e

que tragam a curiosidade, levando o mesmo a entrar em contato e adquirir produtos

e serviços, e por fim, voltar sempre a comprar daquela empresa.

Outra questão levantada por Bentes é a criação de uma marca, onde “[...]

consumidores comprarão apenas pelo apelo que ela tem sobre eles, por vezes até de

forma independente de ter melhor qualidade do que o produto da concorrência.”

(BENTES, 2012, p.101).

O marketing tem o poder de encantar os consumidores com propagandas e

fazer com que eles adquiram produtos e serviços sem levar em conta a qualidade dos

concorrentes. Fazer com que o cliente adquira algum produto ou serviço, mesmo que

na realidade ele não possua essa necessidade, ele adquire o artigo ou serviço apenas

porque a propaganda o convenceu de que ele precisava.

Portanto, um comércio eletrônico com potencial para ser melhor e mais

explorado é o agronegócio.

2.3.5 Plataformas de Comércio Eletrônico

A plataforma de comércio eletrônico pode ser definida como o conjunto das

ferramentas que são necessárias para o gerenciamento correto de uma loja virtual e

pela divulgação da mesma na internet.

O site Fastcommerce define plataforma de comércio eletrônico como “[...] um

sistema que possui as ferramentas necessárias para o gerenciamento da sua loja

virtual e pela visualização da sua loja na internet.” (FASTCOMMERCE, 2016).

Com isso pode-se dizer que uma plataforma de comércio eletrônico é um

conjunto de softwares utilizados para criar, manter e expandir uma loja virtual.

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Já no site Comschool é definida plataforma de comércio eletrônico, ou e-

commerce, como sendo “softwares que possibilitam criarmos uma loja virtual de forma

(quase sempre) mais simples e rápida." (COMSCHOOL, 2016).

A plataforma de comércio eletrônico não é somente a parte que o cliente vai

acessar para efetuar suas pesquisas e compras, mas também a parte administrativa

a qual o proprietário irá utilizar para gerenciar o e-commerce.

Para o site Empreendedores Web a plataforma de comércio eletrônico “[...] é

o sistema sobre o qual é construída uma loja virtual, tanto a parte que fica visível para

os visitantes do site, [...] quanto a parte administrativa da loja virtual.”

(EMPREENDEDORES WEB, 2016).

Na busca por plataformas sólidas no mercado e que permitam a maior

customização possível na tentativa de adequá-la ao ramo cerealista, se destacaram:

ezcommerce – Possui vários planos inovadores e personalizáveis, não

cobra uma porcentagem sobre as vendas e nem sobre as visualizações.

UOL Host Loja Virtual – Ótima personalização da loja virtual, integração

com redes sociais para a divulgação, relatórios de visitas e vendas.

Zfast – Criação de lojas personalizadas, disponibilidade para qualquer

tipo de dispositivo e qualquer tamanho de tela.

Na busca por uma plataforma devem ser levados em conta a disponibilidade

de investimento inicial e mensal, os quais, muitas vezes estão diretamente ligados a

qualidade dos serviços da empresa desenvolvedora e do nível de customização

permitidos pela plataforma (EMPREENDEDORES WEB, 2016).

Segundo o site Comschool “Embora algumas possibilitem que o design seja

exercido de forma um pouco mais livre, com o amadurecimento da loja e o

crescimento da base de clientes, surgirão necessidades de negócio que as

plataformas prontas não atenderão.” (COMSCHOOL, 2016).

No entanto, apesar da possibilidade de personalização e integração com os

sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) atuais das empresas, não foi possível

identificar nenhuma plataforma que se adapte ao modelo de negócio e as

particularidades de uma empresa do ramo cerealista.

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37

2.4 AGRONEGÓCIO

O agronegócio é a representação da modalidade econômica onde estão

reunidas as relações comerciais e industriais, as quais estão envolvidas na cadeia

produtiva agrícola, ou seja, é a representação do conjunto de negócios que tem

relação com a agricultura.

Para Pimentel, "O conceito de agronegócio representa, portanto, o enfoque

moderno que considera todas as empresas que produzem, processam e distribuem

produtos agropecuários." (PIMENTEL, 2010, p.110).

São consideradas empresas do agronegócio aquelas que trabalham com

produtos agropecuários, tais como: animais, grãos, adubos, fertilizantes, agrotóxicos,

sementes, mudas, etc. Esta pesquisa manterá seu foco nos produtos relacionados a

empresas cerealistas, principalmente aqueles comercializados pela empresa onde

será desenvolvida a pesquisa, os quais são: cereais, fertilizantes e agrotóxicos.

Ao falar sobre cereais muitos associam com grãos, mas é importante destacar

a diferença entre eles. O site Marketing Mix Agro faz a diferenciação entre cereais e

grãos de uma forma simples de ser compreendida. Para ele “Cereais são um tipo de

planta, da família das gramíneas3. E os grãos são as sementes produzidas pelos

cereais.” (AGRO, 2016).

Então pode-se dizer que os cereais são as plantas pertencentes à família das

gramíneas. Essas plantas possuem sementes ou frutos que podem ser consumidos

como alimento, os quais são chamados de grãos.

Já no site da Agência Embrapa de Informação Tecnológica, Takeiti classifica

cereal como “[...] qualquer fruto ou semente comestível da família das gramíneas que

pode ser utilizado como alimento.” (TAKEITI, 2016).

Em noticiários e em algumas pesquisas costuma-se chamar de grãos algumas

sementes que não fazem parte do grupo de cereais, O motivo dessa inclusão de

alguns grãos no conceito de cereais se dá para que seja mais fácil entender e ampliar

o conceito.

3 As gramíneas segundo o site do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental “[...] são plantas que se caracterizam em geral como ervas [...] de pequeno porte, [...] com caule em geral oco e articulado por nós sólidos, [...] folhas lineares, [...] cachos e partículas simples ou compostas por espiguetas.” (HÓRUS, 2016).

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O site Marketing Mix Agro comenta ainda que os noticiários e pesquisas

incluem erradamente sementes que não são consideradas cereais na categoria de

grãos, para um fácil entendimento e ampliação do conceito de grãos, o site ressalta

ainda que esse erro não tem a ver com o conhecimento do jornalista ou pesquisador,

mas sim para que seja melhor compreendido pela população em geral. (AGRO, 2016).

Para que as plantações produzam em grandes quantidades e com qualidade,

se faz necessária a utilização de produtos para suprir a necessidade das plantas em

relação aos nutrientes, é neste ponto que entram os fertilizantes.

Através do site InfoEscola, Cardoso destaca que “Os fertilizantes são

compostos orgânicos ou inorgânicos utilizados para repor os nutrientes essenciais ao

desenvolvimento vegetal.” (CARDOSO, 2016).

Os fertilizantes são compostos inorgânicos ou orgânicos utilizados nas

plantações com o intuito de suprir algumas necessidades das plantas.

Rodella e Alcarde afirmam que “Fertilizantes são empregados para suprir as

necessidades nutricionais das plantas, quando o solo por si só não tem condições de

fazê-lo.” (RODELLA; ALCARDE, 2016).

Quando ocorrem as plantações, as plantas absorvem do solo os nutrientes e

minerais necessários para o seu crescimento, este solo não consegue se recuperar

sozinho para a nova safra, pois o intervalo de tempo entre uma safra e outra é muito

pequeno. É neste ponto que entram os fertilizantes, para darem às plantas o que o

solo já não é mais capaz de dar.

Já Machado afirma que “Os fertilizantes são substâncias, naturais ou

artificiais, utilizadas na agricultura e jardinagem, para fertilizar [...]” (MACHADO, 2016).

Além dos fertilizantes que são utilizados para o cultivo por possuírem

nutrientes químicos biológicos ou físicos, é necessário fazer o controle de doenças e

pragas, e neste caso são utilizados agrotóxicos, também conhecidos como defensivos

agrícolas.

Ao falar sobre agrotóxicos, Cysne e Amador os definem como produtos e

agentes resultantes de processos biológicos, físicos ou químicos e se destinam a

serem utilizados na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos

(CYSNE; AMADOR, 2000).

Os agrotóxicos, ou defensivos agrícolas, são resultado de processos naturais

ou criados pelo homem e são destinados à auxiliar na melhora da produção. Para

BioMania “Defensivos agrícolas são substâncias ou misturas, naturais ou sintéticas,

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usadas para destruir plantas, animais (principalmente insetos), fungos, bactérias e

vírus que prejudicam as plantações.” (BIOMANIA, 2016).

Os defensivos agrícolas são utilizados no controle das pragas nas plantações.

Por se tratarem de produtos, na maioria das vezes muito tóxicos, devem ser

manuseados com cuidado, utilizando proteção adequada e serem aplicados na

medida correta, pois se utilizados de forma incorreta podem causar dano à lavoura,

podendo levar até a perda total da produção.

O site BioMania coloca que “Os defensivos agem por contato, envenenamento

ou asfixia. Podem ser de origem vegetal, animal ou mineral, ou ainda produtos

orgânicos de síntese.” (BIOMANIA, 2016).

Na utilização ou comercialização dos defensivos agrícolas, é preciso tomar

muito cuidado, pois esses produtos, na maioria dos casos, são muito prejudiciais. A

ingestão acidental ou manuseio sem proteção pode causar graves danos à saúde.

A comercialização dentro do agronegócio se dá na transferência dos produtos

do campo para os agentes da cadeia de produção.

2.4.1 Comercialização no Agronegócio

Em um entendimento limitado, a comercialização no ramo do agronegócio

pode ser vista como um ato simples do agricultor transferir seus produtos para outros

agentes da cadeia de produção. Conforme Waquil, Miele e Schultz “[...] a

comercialização agrícola pode ser pensada como um simples ato do agricultor que

consiste na transferência de seu produto para outros agentes que compõem a cadeia

produtiva [...]” (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010, p.55).

De uma forma mais ampla o agronegócio inicia-se na lavoura, é transportado,

armazenado, processado e só acaba no consumo, todo esse processo faz parte do

agronegócio.

Ainda no entendimento de Waquil, Miele e Schultz a comercialização no

agronegócio deve ser vista de forma mais ampla, pois faz parte dela a coordenação

que existe entre a cadeia de produção e o consumo (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ,

2010).

A comercialização agrícola envolve várias atividades de outros ramos de

atuação, as quais podem ser chamadas de canais de comercialização.

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Na comercialização dos produtos oriundos do agronegócio, existem os canais

de comercialização que na visão de Waquil, Miele e Schultz são representados pelas

organizações comerciais (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).

As empresas que processam os produtos do agronegócio representam os

canais de comercialização, ou seja, os meios pelos quais o consumidor vai receber o

produto que foi produzido no campo. A passagem pelos canais de comercialização

geram custos extra que são agregados aos produtos.

2.4.1.1 Funções que Agregam Custos aos Produtos

Dentre todas as atividades executadas no processo de comercialização, as

que mais agregam custos na comercialização dos produtos são o beneficiamento, a

coleta ou transporte e o armazenamento.

Para Morandini o beneficiamento “[...] trata do preparo do produto para a

comercialização, é feita geralmente na unidade produtiva pelo próprio produtor, exceto

no caso de produtos semi-industrializados [...]” (MORANDINI, 1996, p.83).

Salvo os produtos semi-industrializados, os demais produtos devem ser

preparados para a comercialização, isso geralmente ocorre por conta do próprio

produtor.

Já na visão de Sousa, Peixoto e Toledo beneficiamento “[...] é o conjunto de

operações que visa a transformação do material colhido em produto utilizável.”

(SOUSA; PEIXOTO; TOLEDO, 1995, p.400).

Efetuar o beneficiamento nada mais é do que preparar o produto para ser

utilizado, neste caso, pronto para o plantio.

Sobre a coleta ou transporte Morandini afirma que a agregação de valor se dá

porque o transporte “[...] envolve o recolhimento dos produtos nas unidades para

constituir lotes homogêneos e assegurar a escala mínima econômica, que possibilite

obter um valor que permita cobrir o elevado custo do transporte [...]” (MORANDINI,

1996, p.84)

O transporte dos produtos do agronegócio gera um custo elevado e deve-se

avaliar a melhor forma para transportar os produtos de maneira que não haja um gasto

maior do que a carga transportada, para que valha a pena efetuar o transporte é

necessário sempre levar em conta a quantidade produzida.

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Ainda sobre o transporte Kay, Edwards e Duffy dizem que podem haver

despesas com relação ao transporte dos produtos colhidos até seu destino, mas essas

despesas dependem da quantidade produzida e da forma de transporte (KAY;

EDWARDS; DUFFY, 2014).

Depois do transporte o processo de armazenagem ou estocagem, armazenar

e guardar o produto para posterior comercialização, também agrega valor aos

produtos do agronegócio.

Sobre a armazenagem Morandini afirma que “[...] se trata da função de

armazenar o produto em depósito por certo tempo em condições adequadas [...]

Muitas vezes esta função é de custos elevados [...]” (MORANDINI, 1996, p.84).

A armazenagem é a ação de manter algo em um local adequado por um

determinado período de tempo.

Sousa, Peixoto e Toledo afirmam que a armazenagem “Constitui-se em

unidade armazenadora cuja estocagem se desenvolve em sentido horizontal, através

de um ou mais compartimentos [...]” (SOUSA; PEIXOTO; TOLEDO, 1996, p.248).

A armazenagem é constituída por uma unidade armazenadora a qual pode

ser dividida em vários segmentos e tem a finalidade de manter os produtos guardados

em condições favoráveis até que seja dado destino aos mesmos.

Os custos agregados aos produtos se dão, em partes, por conta da utilização

de tecnologias.

2.4.2 A Tecnologia no Agronegócio

A tecnologia vem auxiliando cada vez mais no agronegócio, plantios,

colheitas, controles de animais, a tecnologia acompanha o produtor rural no seu dia-

a-dia, o maior exemplo é a previsão do tempo, pois todos se atêm a ela, não importa

o ramo de atividade, no agronegócio todos dependem do clima.

Para Santo "A produtividade do trabalho no campo tornou-se uma variável

mais importante, de forma semelhante ao que ocorrera no meio urbano." (SANTO,

2001, p.97).

Assim como nas cidades, no campo um dos fatores decisivos acaba sendo a

produtividade, dessa forma surge o grande desafio, produzir mais em menos tempo.

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Ainda na visão de Santo, "[...] a sustentabilidade passou a depender bem mais

da capacidade da pesquisa em prever, identificar e solucionar os problemas que vão

surgindo." (SANTO, 2001, p.52).

É de suma importância a prevenção e também a previsão, as duas acabam

caminhando juntas, pois se for possível prever um problema, será possível executar

alguma ação preventiva e, ou, amenizar os prejuízos.

A tecnologia mais conhecida e aplicada no agronegócio é a tecnologia de

precisão a qual é tida como a utilização de técnicas e informática para se obter uma

maior produtividade.

No entendimento de Barriviera e Canteri a “[...] Agricultura de precisão é um

conjunto de técnicas que utiliza GIS (Sistema Informação Geográfica) e informática

para melhorar a produtividade agrícola.” (BARRIVIERA; CANTERI, 2008, p.17).

O surgimento da informática foi o fator fundamental para a criação da

agricultura de precisão, pois com o uso dela na agricultura é possível ter maior controle

e fazer um melhor gerenciamento.

Barriviera e Canteri ressaltam ainda que a agricultura de precisão só foi

possível com o surgimento da informática pois ela trabalha basicamente com “Mapas

de colheita, sensoriamento remoto, aplicação controlada e sensores [...]”

(BARRIVIERA; CANTERI, 2008, p.17).

Um elemento dentro da agricultura de precisão é a automação agrícola, a qual

Barriviera e Canteri citam como sendo “[...] Componentes eletrônicos e

microprocessadores aplicados em equipamentos agrícolas [...]” (BARRIVIERA;

CANTERI, 2008, p.18). Como exemplo Barriviera e Canteri falam das “[...] colhedoras

para agricultura de precisão, as semeadoras com sensores para plantio, os

pulverizadores que aplicam o insumo apenas onde existem plantas [...]”

(BARRIVIERA; CANTERI, 2008, p.18).

De modo geral o agronegócio está em constate mudança, o maquinário

agrícola está se atualizando e novas formas de gestão estão sendo aplicadas.

Barriviera e Canteri citam quatro vantagens na utilização de computadores na

agricultura de precisão, são elas:

A rapidez: os processos computadorizados são mais rápidos e não

precisam parar por fadiga, os cálculos são executados de forma mais

rápida e não ficam limitados a horários;

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A confiabilidade: equipamentos computadorizados são extremamente

confiáveis. Há erros, mas a maior parte deles é causado pelas pessoas

que operam ou configuram de forma incorreta os aparelhos;

A troca dos seres humanos por máquinas em atividades perigosas ou

fatigantes: só o fato de utilizar um microprocessador num sistema de

vigilância de plantio, evita a exposição de um ser humano às condições

climáticas, isso já é considerada uma vantagem;

A organização das informações: por haver uma grande quantidade de

informações coletadas se fazem necessários os computadores para

organizar e gerir (BARRIVIERA; CANTERI, 2008, p.18);

Essa são apenas algumas das vantagens da utilização da tecnologia de

precisão, mas não é apenas essa tecnologia que existe no mercado. O que passou

de artigo militar para brinquedo, agora também está ajudando no campo, são os

chamados drones4.

Os drones são uma nova tecnologia que está auxiliando os produtores de

grãos e cereais, pois com eles os produtores conseguem ter uma visão da lavoura

sem precisar pisar nela, tendo uma visão de cima.

De acordo com Turioni em matéria escrita no portal de notícias G1 “É do céu

que agricultores passaram a cuidar da terra e a gerenciar plantações inteiras de cana-

de-açúcar, soja, café e milho no agronegócio brasileiro.” (TURIONI, 2016).

Turioni comenta ainda que os produtores estão começando a substituir

máquinas agrícolas por drones, e que já existe a possibilidade de pulverizar a lavoura

utilizando esta nova tecnologia, que dispensa o uso do avião convencional o qual polui

o meio ambiente com a queima do combustível ou do trator que além da queima do

combustível também danifica a lavoura por onde passa (TURIONI, 2016).

Além da utilização dos drones, outra tecnologia que está sendo muito

empregada no agronegócio é a biotecnologia5.

Na visão de Bruno nos países da América Latina já há o desenvolvimento de

alguns “[...] produtos biotecnológicos como anticoagulantes [...], hormônio do

4 De acordo com o portal do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, Drone é “[...] todo e qualquer objeto voador não tripulado, seja ele de qualquer propósito [...], origem ou característica.” (AÉREO, 2016). 5 Na visão de Bruno a Biotecnologia é definida “como um conjunto de atividades baseadas em conhecimentos multidisciplinares que utiliza agentes biológicos [...] para o desenvolvimento de produtos úteis ou para a resolução de problemas.” (BRUNO, 2014, p.2).

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crescimento [...] e fatores estimuladores do crescimento celular.” (BRUNO, 2014,

p.10).

De um modo geral, a biotecnologia está em quase todas as áreas de atuação,

as principais e mais crescentes são a saúde e o agronegócio. Dentro da biotecnologia

existem vários segmentos, mas nesta pesquisa será dado o enfoque na biotecnologia

vegetal.

Para Canhoto, “[...] Biotecnologia Vegetal refere-se à manipulação das plantas

para obtenção de novas características ou à sua utilização para obtenção de

determinados produtos ou realização de determinadas funções.” (CANHOTO, 2010,

p.27).

A biotecnologia vegetal é a transformação de plantas com o intuito de

conseguir criar novas plantas com características específicas ou que desempenhem

determinada função.

Na visão de Canhoto a prioridade é apostar nas tecnologias que sejam mais

eficazes nas produções agrícolas, as quais permitam não apenas criar variedades que

produzam em maior quantidade, mas que também sejam resistentes a fatores que

provoquem danos às culturas. (CANHOTO, 2010).

A biotecnologia contribui, dentre outros fatores, na criação de sementes com

crescimento mais rápido, aumento da produtividade e maior resistentes às doenças.

Para Garibay, Ramirez e Canales as técnicas da biotecnologia vegetal podem

beneficiar praticamente todas as culturas alimentares, de uma forma ou de outra

(GARIBAY; RAMIREZ; CANALES, 2004).

As técnicas utilizadas na biotecnologia podem ser benéficas para quase todos

os tipos de cultivos de alimentos, pois se trata da melhoria das plantas.

Dentre os benefícios Garibay, Ramirez e Canales destacam maiores

rendimentos por hectare, aumento das áreas cultivadas incluindo as terras

ambientalmente desfavoráveis e a maior qualidade dos produtos (GARIBAY;

RAMIREZ; CANALES, 2004).

A utilização da tecnologia no agronegócio só vem a somar e auxiliar o produtor

na gestão do seu agronegócio. Ajudar a garantir que o produtor colha um produto com

maior qualidade e consiga transformar áreas inférteis de terra em áreas produtivas,

além de aumentar a produção por hectare.

Assim como são comercializados produtos agrícolas como defensivos e

fertilizantes, as empresas poderiam agregar valor efetuando parcerias com empresas

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de tecnologia. Desta forma poderiam favorecer seus clientes com produtos

tecnológicos visando a melhor produção do cliente e o menor dano ambiental. E tudo

isso poderia ser comercializado pela internet, sem a necessidade de o produtor ir até

a empresa para efetuar a compra, utilizando para isto o comércio eletrônico.

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3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE

Neste capítulo o objetivo é apresentar o diagnóstico e a análise dos dados

coletados através da entrevista com os gestores da empresa e da aplicação de um

questionário junto aos clientes. Para a elaboração da entrevista e do questionário

foram utilizadas como base as informações teóricas dos autores estudados.

O tópico inicial traz o primeiro objetivo específico, o qual refere-se à realização

de uma entrevista com os gestores da empresa para descobrir seus hábitos, opiniões

e conhecimentos sobre o comércio eletrônico, logo em seguida, como segundo

objetivo específico foi elaborado um questionário, o qual foi aplicado aos clientes da

empresa para descobrir seus hábitos em relação a utilização dos serviços de comércio

eletrônico.

Após a etapa de coleta de dados (entrevistas e questionários) foi desenvolvido

o terceiro item dos objetivos específicos que diz respeito à estrutura da empresa,

verificando se ela suportaria a implantação do comércio eletrônico.

Também neste capítulo é apresentado o quarto objetivo específico onde foi

verificado quais ferramentas de comercialização eletrônica existentes atualmente

atenderiam as necessidades dos produtores rurais e da empresa, adequando-se à

estrutura atual.

3.1 ENTREVISTA COM OS GESTORES DA EMPRESA

Nesta etapa foi elaborada uma entrevista com os dois gestores da empresa,

nomeados gestor1 e gestor2, onde foi possível obter a opinião deles em relação ao

comércio eletrônico. A entrevista conta com um roteiro que possui 5 pontos a serem

abordados:

1) O que você entende por comércio eletrônico?

2) Qual a sua opinião sobre a segurança no comércio eletrônico?

3) Na sua opinião o comércio eletrônico traz vantagens para as empresas?

Porque?

4) Você utiliza o comércio eletrônico? Com que frequência?

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5) Você acha que seria viável a implantação de um comércio eletrônico na

sua empresa? Porque?

Na entrevista aplicada aos gestores, em relação ao seu entendimento sobre

o comércio eletrônico, ambos demonstraram um certo conhecimento sobre o assunto.

O gestor1 comentou: “Entendo que comércio eletrônico é a comercialização de bens

e produtos através da internet.”, já na visão do gestor2 ”É uma forma mais rápida,

mais acessível e mais barata de você comprar, além do que, a compra pode ser

efetuada de qualquer lugar.”. Pode ser observado que ambos possuem visões

diferentes sobre o assunto, porém se complementam, pois de acordo com Pinho "O

comércio eletrônico é a mais recente e promissora aplicação criada com a TI, que não

se restringe apenas à compra e à venda de produtos e de serviços por meio de redes

de computadores." (PINHO, 2000, p.211).

Quando questionados sobre a segurança no comércio eletrônico foi

enfatizado por ambos os gestores a necessidade da comunicação com o vendedor. O

gestor1 afirmou: “Nós não tivemos problemas, mas alguns amigos tiveram e pedem

para cuidar sempre em relação ao uso de cartões eletrônicos, cartões de crédito.”, já

o gestor2 comentou: “Eu acho que a segurança é você conhecer o fornecedor, tens

que comprar de alguém que tenha referências, que seja conhecido ou indicado por

um amigo.”. Na visão dos gestores, o fator principal para a segurança é o

conhecimento sobre o vendedor, buscando informações junto a pessoas que já

compraram. Lembrando que segurança, segundo Laudon e Laudon “[...]abarca as

políticas, os procedimentos e as medidas técnicas usados para impedir acesso não

autorizado, alteração, roubo ou danos físicos a sistemas de informação.” (LAUDON;

LAUDON, 2010, p.215), com isso pode ser dito que a segurança é a forma de proteger

tanto o cliente como o vendedor.

Já em relação as vantagens do comércio eletrônico, os gestores concordam

que essa modalidade de comércio traz vantagens para a empresa e para os clientes.

O gestor1 disse: “Eu acho que traz vantagens para as empresas e para os

consumidores, pois o comércio eletrônico tem acesso a um universo maior de clientes

em termos de cidades, estados e países.”, já o gestor2 falou: “Eu acho que traz, pois

há menos funcionários, instalações físicas, mostruários, o que acarreta em um custo

menor para a empresa.”. Dessa forma pode-se afirmar que ambos acreditam que o

comércio eletrônico traz uma redução de custos para a empresa e a possibilidade de

aumentar o leque de clientes.

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Ao serem questionados sobre a frequência e o uso do comércio eletrônico o

gestor1 afirmou que “Não, eu ainda não utilizei.”, mas comentou que sua família utiliza

e está satisfeita “Minha esposa já comprou e ela disse que funciona muito bem e está

muito feliz com as compras.”, já o gestor2 falou: “Compro vinhos, mas é bem pouca a

minha atividade, já minha família usa com maior frequência para comprar roupas e

calçados.”. De acordo com os gestores, um deles não utiliza e o outro utiliza muito

pouco, mas ambos comentaram que suas famílias compram com uma certa

frequência e estão satisfeitas. Com isso pode-se observar que os gestores estão

satisfeitos com o comércio eletrônico, salientando que a satisfação, segundo Chauvel

“[...] encontra-se justamente na ausência de problematização de sua dimensão social.

A satisfação é um estado psicológico, isto é, individual.” (CHAUVEL, 2000, p.49),

portanto a satisfação é considerada um estado da pessoa, uma sensação que leva o

indivíduo a sentir-se bem com algo.

Quando questionados sobre a viabilidade da implantação de um comércio

eletrônico na sua empresa, ambos afirmaram que não haviam pensado nesta

possibilidade, mas concordam que é possível, o gestor1 afirma que: “Olha, não

cheguei a pensar nesta possibilidade, mas é uma evolução para o ramo cerealista.”,

já o gestor2 falou: “Acho que é uma questão de futuro, mas para isso terias que fazer

uma pesquisa com os clientes.”. Na visão dos gestores, existe a possibilidade de

implantação do comércio eletrônico, desde que haja o interesse dos clientes em

utilizar esta modalidade de comercialização.

Portanto após analisar as entrevistas com os dois gestores, percebe-se que

eles possuem um conhecimento básico referente ao comércio eletrônico, um nunca

utilizou diretamente e o outro utiliza muito pouco, mas as famílias de ambos utilizam

regularmente e estão satisfeitas. Diante deste cenário os dois gestores se mostraram

abertos ao comércio eletrônico desde que haja interesse dos clientes, devido a isso,

para identificar esse interesse se faz necessária a realização de uma pesquisa de

opinião junto aos clientes para verificar a preferências deles em relação à utilização

da internet e do comércio eletrônico.

3.2 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES

Foi elaborado um questionário contendo nove questões objetivas, conforme

ilustração 2, as quais foram aplicadas aos clientes da empresa Dinon Cereais, por

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intermédio das Filiais. O objetivo do questionário foi obter as preferências dos clientes

em relação a utilização da internet e do comércio eletrônico.

Ilustração 2 – Questionário aplicado aos clientes. Fonte: Produção do pesquisador.

O questionário foi aplicado no período de 18 de agosto de 2016 a 18 de

outubro de 2016, atingindo 60,81% dos 370 clientes ativos na carta de clientes da

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empresa, devido a este ser um período de entressafra não foi possível atingir um

número maior de clientes.

O questionário era composto por 09 perguntas objetivas, as quais permitiram

fazer uma análise quantitativa que de acordo com GIL em uma pesquisa quantitativa

as informações poderão ser mensuradas em números, os quais serão analisados e

classificados (GIL, 1994).

Na primeira questão o objetivo foi identificar as faixas etárias dos clientes

ativos conforme a ilustração 3.

Ilustração 3 – Faixa etária dos pesquisados. Fonte: Produção do pesquisador.

É possível observar na ilustração 3 que 16,4% dos entrevistados possuem

menos de 30 anos, 20,9% possuem de 30 a 40 anos, 25,8% possuem de 41 a 50

anos, 23,1% possuem de 51 a 60 anos, 9,3% possuem de 61 a 70 anos e 4,5%

possuem mais de 71 anos. Com isso pode-se observar que a grande maioria dos

clientes possuem entre 41 e 60 anos e pertencem a geração X a qual Felipe Araújo

comenta no site infoescola que “O termo Geração X é utilizado para rotular as pessoas

nascidas após o chamado “Baby Boom”6, que foi um aumento importante na taxa de

natalidade dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.” (ARAÚJO, 2016)

[grifo do autor].

6 De acordo com TRUMP e KIYOSAKI o termo baby boom é “[…] a última geração da Era Industrial e a primeira da Era da Informação. Os baby-boomers são uma geração de transição; transição essa que tem causado uma divisão ainda maior entre as pessoas de meia-idade que têm dinheiro e as que não têm.” (TRUMP, KIYOSAKI, 2007, p.253).

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Através da questão 2 é possível identificar o número de clientes entrevistados

que possuem SmartPhone7.

Ilustração 4 – Uso de SmartPhone. Fonte: Produção do pesquisador.

O objetivo desta questão foi identificar quantos dos clientes possuem

aparelhos celulares modernos. Como pode ser observado na ilustração 4 pode-se

dizer que 45,3% dos clientes possuem SmartPhone e 54,7% não possuem. Através

da análise percebe-se que a grande maioria dos pesquisados ainda não possuem

SmartPhone, o que não os impossibilita de utilizarem o comércio eletrônico, pois as

formas de comercialização eletrônica não estão restritas somente a estes tipos de

dispositivos.

Já através da questão 3 observa-se a quantidade de clientes entrevistados

que possuem internet no celular.

Ilustração 5 – Uso de internet no celular. Fonte: Produção do pesquisador.

7 Para CRAWFORD e DI BENEDETTO SmartPhone é “[…] o celular com capacidade de computação e recursos de conectividade avançados[…]” (CRAWFORD, DI BENEDETTO, 2016, p.167).

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É possível observar na ilustração 5 que 42,7% dos clientes possuem internet

no celular e 57,3% não possuem. Analisando as ilustrações 4 e 5 observa-se que a

grande maioria dos clientes não possuem SmartPhone e internet no celular, porém

pode ser observado na ilustração 6, a qual apresenta apenas o universo de 57,3%

dos clientes que não possuem internet no celular, que a grande maioria, isto é, 60,9%

possuem internet em casa e apenas 39,1% não possuem internet nem em casa.

Ilustração 6 – 57,3% dos clientes que não possuem internet no celular. Fonte: Produção do pesquisador.

Desta forma, pode-se afirmar que mesmo sem possuir internet no celular

estes 60,9% ainda estão aptos a utilizar esta forma de comércio, utilizando para isso

a sua internet residencial. Os outros 39,1% também não devem ser totalmente

descartados pois existem outras formas de utilizar o comércio eletrônico, tais como:

Lan House8, Cyber Café9, e até mesmo algum familiar que possua internet pode

intermediar a negociação.

A quarta pergunta foi elaborada com o intuito de identificar quantos produtores

utilizam a internet em casa, como mostra a ilustração 7.

8 Para Melo Neto as Lan House’s são “Lojas que oferecem diversos computadores, conectados em rede, para [...] consultas à internet.” (MELO NETO, 2007, p.101). 9 De acordo com Panitz Cyber Café pode ser definido como “[…] local público, que proporciona acesso à internet.” (PANITZ, 2003, p.70).

(128 respostas)

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Ilustração 7 – Uso de internet em casa. Fonte: Produção do pesquisador.

Com a ilustração 7 identifica-se que 71,3% dos clientes possuem internet em

casa, 28,7% dos clientes não possuem internet em casa e dois clientes não

responderam a esta pergunta. Através desses dados observa-se que apesar de

muitos clientes não possuírem smartphones e internet no celular, a grande maioria

possui internet em casa e com isso se tornam clientes potenciais do comércio

eletrônico.

Através da quinta pergunta é possível verificar a opinião dos clientes da

empresa sobre o comércio eletrônico.

Ilustração 8 – Opinião dos clientes sobre o comércio eletrônico. Fonte: Produção do pesquisador.

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De acordo com a ilustração 8 exposta acima, apenas 0,9% dos clientes acha

que o comércio eletrônico é uma ferramenta para compra e venda pela internet muito

ruim, 22,5% acham que é ruim, 64,7% acreditam que seja uma boa ferramenta, 11,9%

acham que é uma ferramenta muito boa e 7 entrevistados não responderam a esta

pergunta. Analisando esse resultado, percebe-se que a grande maioria dos

entrevistados acham que o comércio eletrônico é uma boa forma de comercialização

de produtos.

A questão 6 tem como objetivo identificar quantos clientes já efetuaram

compras através da internet.

Ilustração 9 – Compras pela internet. Fonte: Produção do pesquisador.

É possível observar na ilustração 9 que 55,6% dos clientes já efetuaram algum

tipo de compra pela internet, já 44,4% nunca compraram nada através da internet.

Alguns dos clientes que nunca efetuaram compras pela internet justificaram sua

decisão de não comprar de acordo com a ilustração 10.

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Ilustração 10 – Justificativas dos clientes por não comprar pela internet. Fonte: Produção do pesquisador.

Pode ser observado na ilustração 10 que 25% dos clientes alegaram não ter

tido oportunidade para comprar pela internet, seguidos de 19% que acham que é

inseguro, 14% declararam que não tem interesse, 8% não confiam, 6% preferem fazer

isso pessoalmente, 5% não sabem mexer e acham mais prático olhar para comprar,

as outras opções como a filha compra, não compro, não me acostumei, não chama a

atenção, garantia e nunca usei a internet ficaram com 3%. Lembrando que o universo

de clientes que respondeu de forma dissertativa representa 36% do total de

pesquisados que responderam não terem efetuado compras pela internet e estão

representados na ilustração 9 com 44,4%.

De acordo com a questão sete é classificada a experiência dos entrevistados

com compras pela internet, conforme ilustração 11.

Ilustração 11 – Opinião dos clientes sobre sua experiência com compras on-line. Fonte: Produção do pesquisador.

(36 respostas)

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Observa-se na ilustração 10 que 3,6% dos clientes estão muito insatisfeitos

com as compras pela internet, 19,6% estão insatisfeitos, 58,9% declararam estar

satisfeitos, 17,9% afirmaram estar muito satisfeitos e 57 entrevistados não

responderam a esta questão. Através da análise dos dados pode-se dizer que a

grande maioria dos entrevistados está satisfeita com suas experiências nas compras

pela internet.

A questão 8 leva os clientes a pensar se eles comercializariam seus produtos

pela internet.

Ilustração 12 – Comercialização dos produtos pela internet. Fonte: Produção do pesquisador.

Observa-se na ilustração 12 que 56,5% comercializariam seus produtos pela

internet, 43,5% não comercializariam por diversos motivos, os quais estão

demonstrados na ilustração 13 e 2 dos pesquisados não responderam a esta questão.

Ilustração 13 – Porque não utilizaria a internet para comercializar seus produtos. Fonte: Produção do pesquisador.

(37 respostas)

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Entre os motivos que levam alguns dos clientes a optarem por não

comercializar seus produtos pela internet, conforme mostra a ilustração 13, se

destacam o medo com 32% e a insegurança com 11%. Lembrando que o universo de

clientes que responderam de forma dissertativa representa 38,14% dos pesquisados

que responderam que não utilizariam o comércio eletrônico para comercializar seus

produtos e estão representados na ilustração 12 como 43,5%.

A questão 9 leva os clientes a darem sua opinião sobre a possibilidade de

efetuar suas operações de compra de insumos, verificação do saldo de grãos,

faturamento de produtos, etc., através do uso da internet.

Ilustração 14 – Opinião sobre comercialização eletrônica na cerealista. Fonte: Produção do pesquisador.

É possível observar na ilustração 14 que 74% dos clientes acham uma boa

ideia a utilização das tecnologias de comércio eletrônico na comercialização de

cereais, 26% não acham que seria uma boa ideia e 2 pessoas não responderam a

esta questão.

Na ilustração 15 observam-se os motivos pelos quais alguns dos clientes

preferem não efetuar suas transações pela internet. Os motivos são vários,

destacando-se o medo com 43% e a vontade de negociar pessoalmente na empresa

com 38%, mas também há outros motivos, tais como insegurança com 9%, alegam

pouco volume de compras com 5% e os que acham inviável também com 5%.

Lembrando que o universo dos clientes que responderam de forma dissertativa

representa 36,20% dos pesquisados que responderam não gostar da ideia da

comercialização eletrônica e estão representados na ilustração 14 com 26%.

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Ilustração 15 – Porque os clientes preferem a comercialização tradicional. Fonte: Produção do pesquisador.

Na ilustração 15 é possível observar que alguns dos clientes os quais

responderam não gostar da ideia de uma comercialização eletrônica justificaram sua

decisão como: 43% tem medo, 38% preferem ir pessoalmente na empresa para

negociar, 9% se sentem inseguros, 5% possuem pouco volume de produtos para

comercialização e %5 não acham que seria viável.

Após a análise da pesquisa observou-se que a faixa etária dos clientes está

em sua grande maioria, entre os 30 e 60 anos, conforme a ilustração 3, representando

69,8% dos clientes ativos pesquisados.

Na ilustração 16 observa-se a opinião dos clientes pesquisados com a faixa

etária entre os 30 e 60 anos sobre a utilização do comércio eletrônico na empresa

cerealista.

Ilustração 16 – Opinião dos clientes com faixa etária entre 30 e 60 anos sobre a comercialização eletrônica na cerealista.

Fonte: Produção do pesquisador.

(21 respostas)

Não Gostei

Boa ideia

27,6%

72,4%

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Dos 69,8% que representam a faixa etária dos 30 a 60 anos, 72,4% acham

que a implantação da comercialização eletrônica seria uma boa ideia, já 27,6% não

gostam desta ideia.

Portanto observou-se através desta pesquisa de opinião sobre o comércio

eletrônico que a grande maioria dos clientes ativos pesquisados são favoráveis as

tecnologias para a comercialização eletrônica. Viabilizando a elaboração de uma

proposta de implantação de um comércio eletrônico para a empresa Dinon Cereais.

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4 RECOMENDAÇÕES

Através do estudo sobre as tecnologias do comércio eletrônico, observou-se

que é possível para uma empresa do ramo cerealista aderir a este tipo de tecnologia.

Com a pesquisa de campo aplicada aos clientes, percebeu-se através dos gráficos

abordados no capítulo 3 que a grande maioria dos entrevistados já efetuou compras

pela internet e está satisfeita. Pode ser visto ainda que a grande maioria dos

entrevistados acha que seria uma boa ideia a implantação de um comércio eletrônico,

pela facilidade, comodidade e segurança na negociação.

Para a empresa seria um diferencial, o qual a destacaria no mercado, pois

traria formas de negociação mais rápidas e uma considerável redução de custos com

o setor comercial, além de atingir um público muito maior. Com o uso do comércio

eletrônico a cerealista poderia efetuar parcerias com empresas de tecnologia e

comercializar através da internet produtos e tecnologias de ponta para produtores do

mundo todo.

Produtos como Drones e a Biotecnologia estão ganhando mercado e se

mostrando ótimas ferramentas no combate das doenças. Com os drones os

produtores conseguem obter uma visão mais ampla da lavoura, sem precisar andar

sobre ela, existem também alguns desenvolvidos para pulverização, os quais são

mais econômicos do que a pulverização tradicional com avião ou trator. Já com a

biotecnologia, as plantas se tornam mais resistentes às pragas e a fatores climáticos,

acarretando em uma maior produção e menor perda na lavoura. Essas são apenas

algumas tecnologias que podem ser comercializadas através da internet.

Durante o estudo, foram identificadas algumas plataformas, que, mesmo com

sua maleabilidade não atendem as peculiaridades do ramo cerealista. Com isso

recomenda-se que a cerealista, juntamente com a empresa fornecedora do sistema

de ERP, desenvolva um módulo integrado para a comercialização eletrônica.

Para implantar o comércio eletrônico na empresa Dinon Cereais segue a

proposta de implantação.

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4.1 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO

Este tópico tem como finalidade demonstrar os passos a serem seguidos para

a implantação do comércio eletrônico na empresa Dinon Cereais.

1) Desenvolvimento do módulo de comércio eletrônico integrado ao ERP;

2) Ativação ou contratação de empresa para a hospedagem do comércio

eletrônico;

3) Treinamento ou contratação de funcionários para a gestão do comércio

eletrônico;

4) Treinamento ou contratação de funcionários para a função de despachos

de mercadorias;

Em relação ao desenvolvimento do módulo de comércio eletrônico a forma

mais viável é a contratação da empresa que fornece o ERP, a qual já está familiarizada

com as particularidades da empresa. As funcionalidades que foram orçadas para o

módulo de comércio eletrônico são as seguintes:

a) Verificação do saldo de grãos;

b) Visualização da cotação dos grãos;

c) Faturamento de grãos;

d) Comunicação direta com setor comercial através da internet;

e) Visualização dos produtos e tecnologias;

f) Possibilidade de compra de produtos e tecnologias;

Sobre a ativação ou contratação de empresa para a hospedagem do comércio

eletrônico, a empresa já possui um domínio próprio onde estão hospedados os e-mail,

neste caso, seria utilizado o mesmo domínio já existente para hospedar os módulos

do comércio eletrônico.

Já a respeito do treinamento ou contratação dos funcionários para a gestão

do comércio eletrônico, a empresa possui funcionários para esta função, então não

haveria a necessidade de contratação. A empresa que desenvolverá o módulo

disponibilizará o treinamento para os funcionários.

Sobre o treinamento ou contratação dos funcionários para efetuar o despacho

das mercadorias, a empresa possui funcionários qualificados para esta função, não

necessitando de treinamento.

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4.1.1 Orçamento

A empresa escolhida para o desenvolvimento do módulo de comércio

eletrônico proporcionou duas alternativas: aquisição ou locação. Na ilustração 17 pode

ser observado o orçamento para o desenvolvimento.

Ilustração 17 - Orçamento para aquisição do módulo de comércio eletrônico. Fonte: Produção do pesquisador.

Desta forma observa-se que a empresa deverá dispor de um valor elevado

para investir no desenvolvimento deste módulo. Caso a empresa opte pela locação a

ilustração 18 apresenta o orçamento para esta alternativa.

Ilustração 18 – Orçamento para locação do módulo de comércio eletrônico. Fonte: Produção do pesquisador.

Analisando a ilustração 18 pode ser observado que há uma grande diferença

de valores, apesar do valor da locação ser menor a empresa sempre deverá dispor

de um valor mensal.

Caso a empresa opte pelo desenvolvimento do módulo o mesmo não

contempla atualizações, devendo ser efetuado novo orçamento para cada melhoria

desejada, nesta opção a empresa se responsabiliza somente pelas correções dos

erros.

Horas R$/Horas Custo Total

120,00 180,00 21.600,00

80,00 180,00 14.400,00

100,00 180,00 18.000,00

150,00 180,00 27.000,00

150,00 180,00 27.000,00

130,00 180,00 23.400,00

730,00 131.400,00

Funcionalidade

Consulta do saldo de grãos

Consultar cotação do dia

Faturamento dos grãos

Comunicação direta com o setor comercial pela internet

Visualização dos produtos e tecnologias

Possibilidade de compra dos produtos e tecnologias

TOTAL

FuncionalidadeLicença de

Uso (R$)

Implantação

(R$)

TOTAL

(R$)

Mensalidade

(R$)

Consulta do saldo de grãos

Consultar cotação do dia

Faturamento dos grãos

Comunicação direta com o setor comercial pela internet

Visualização dos produtos e tecnologias

Possibilidade de compra dos produtos e tecnologias

4.250,00 670,006.250,002.000,00

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Já se a empresa decidir pela locação do módulo, as atualizações, melhorias

e correções estão inclusas no valor que será pago mensalmente.

Independente da alternativa escolhida, o módulo atenderá as necessidades

da empresa para as operações do comércio eletrônico e o tempo necessário para o

desenvolvimento e implantação são apresentados no cronograma.

4.1.2 Cronograma

O cronograma apresentado na ilustração 19 mostra o período de tempo

necessário para o desenvolvimento e implantação do módulo de comércio eletrônico.

Ilustração 19 – Cronograma para o desenvolvimento e implantação. Fonte: Produção do pesquisador.

Essa previsão de dias foi calculada considerando o número de horas

necessárias para o desenvolvimento de cada funcionalidade do módulo.

Caso a empresa opte pelo desenvolvimento, o tempo previsto para a entrega

do módulo é de aproximadamente 90 dias, após esse período somam-se mais 10 dias

de treinamento dos funcionários.

Funcionalidade Dias

Consulta do saldo de grãos 15

Consultar cotação do dia 10

Faturamento dos grãos 13

Comunicação direta com o setor comercial pela internet 19

Visualização dos produtos e tecnologias 19

Possibilidade de compra dos produtos e tecnologias 17

Treinamento funcionários 10

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CONCLUSÃO

O comércio eletrônico é uma nova tecnologia para negociações que está

ganhando cada vez mais espaço e conquistando maior número de usuários. Porém

um ramo de negócio que ainda não faz uso desta tecnologia é o cerealista.

Devido a esta realidade surgiu a possibilidade de elaborar uma proposta de

implantação do comércio eletrônico em uma empresa do ramo cerealista. Concluiu-se

que todos os objetivos propostos no estudo foram atingidos sendo que o primeiro

objetivo foi realizar uma entrevista com os gestores da empresa, para descobrir seus

hábitos, opiniões e conhecimento sobre o comércio eletrônico.

O segundo objetivo foi alcançado através da realização de uma pesquisa de

opinião com os clientes para identificar suas preferências em relação ao comércio

eletrônico e seu grau de aceitação sobre esta nova forma de negociação ser aplicada

neste ramo do agronegócio.

Também o terceiro objetivo foi alcançado através da análise da estrutura da

empresa para verificar se ela suporta a implantação do comércio eletrônico. Outro

objetivo alcançado foi a pesquisa sobre as plataformas existentes de comercialização

eletrônica para identificar se há alguma que se adapte às necessidades do negócio,

para posteriormente ser possível elaborar a proposta de implantação do comércio

eletrônico.

A partir da análise das informações coletadas com a pesquisa de opinião foi

possível identificar que 74% dos clientes pesquisados acham que a comercialização

eletrônica em uma empresa cerealista seria viável. A estrutura atual da empresa está

preparada para a implantação de um módulo de comercialização eletrônica, pois o

módulo seria integrado ao ERP atual.

Ao final do trabalho recomenda-se o desenvolvimento de um módulo de

comércio eletrônico pois as plataformas existentes, por mais personalizáveis que

sejam, não atendem as particularidades do negócio. Portanto, para o desenvolvimento

deste módulo recomenda-se que seja contratada a empresa proprietária do ERP pois

eles conhecem as necessidades da empresa e as particularidades do negócio já estão

implícitas dentro do ERP o qual deve ser integrado ao comércio eletrônico.

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Quanto ao problema do estudo, qual a contribuição da utilização do comércio

eletrônico em uma empresa do ramo cerealista, pode-se afirmar que uma das

principais contribuições para a empresa é a vantagem competitiva referente ao uso

das tecnologias em seu favor. Diante do exposto pode-se dizer que através dos

resultados obtidos durante o estudo é viável e recomendada a implantação de um

módulo de comércio eletrônico.

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