fungos xylariaceae (ascomycota ... -...

138
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ LORENA TIGRE LACERDA FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA ILHÉUS-BA 2014

Upload: dinhthuan

Post on 26-Mar-2018

240 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

LORENA TIGRE LACERDA

FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM

ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA

ILHÉUS-BA

2014

Page 2: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LORENA TIGRE LACERDA

FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM

ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA

Dissertação apresentada para a obtenção do

título de mestre em Produção Vegetal, a

Universidade Estadual de Santa Cruz.

Área de Concentração: Proteção de Plantas

Orientador: Jadergudson Pereira

Co-orientador: José Luiz Bezerra

ILHÉUS-BA

2014

Page 3: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LORENA TIGRE LACERDA

FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM ÁREAS

DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA

ILHÉUS, 10 DE FEVEREIRO DE 2014.

______________________________________

Prof. Dr. Jadergudson Pereira

UESC

(Orientador)

______________________________________

Prof. Dr. Anibal Ramadan Oliveira

UESC

______________________________________

Prof. Dr. Elisandro Ricardo Drechsler-Santos

UFSC

Page 4: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

Dedico a Deus, pelo infinito amor e misericórdia para comigo. Sem Ele não teria tido forças

para chegar até aqui.

A minha mãe, por me apoiar e acreditar em mim, até mesmo quando eu não acreditava.

Page 5: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me amar incondicionalmente, colocando pessoas maravilhosas ao meu

lado que me ajudaram a tornar o meu sonho possível.

Aos meus orientadores, que foram mais que mestres, foram como pais me ensinando,

incentivando e apoiando. Só tenho a agradecer a Deus todos os dias por colocá-los no meu

caminho.

À minha família, em especial à minha mãe, por todo o apoio incondicional durante

esses anos.

Aos meus colegas de laboratório, Isabela e Mateus, pela preciosa ajuda durante todo o

projeto.

Ao pessoal do Lamic/UEFS (Tascio, Davi e Loise), pelo auxílio e companhia durante

as coletas.

Ao professor Dr. Luís Gusmão, pela oportunidade trabalhar em um projeto em rede de

grande importância, como o PPBIO-Semiárido.

À minha Carniça (Thalles), por tudo! Sempre disponível para me ajudar durante todo o

período da minha dissertação. Sem você a minha vida de mestranda teria sido muito mais

difícil.

À Guidinho (Guidomar), pelo auxílio nas análises estatísticas, edição de fotos e por

todo carinho e amizade que ele tem para comigo.

À Yuri, pela amizade, apoio e auxílio nas traduções.

Aos meus amigos Suzam, Patrícia, Leonny, Carol, Letícia, Aline, Dis, Sabrina, Gaby,

Milena, Leyza, Everton, pelo incentivo, força e motivação nas horas mais difíceis.

Aos proprietários das unidades de conservação: RPPN Mãe da Mata e Serra do

Teimoso, pelo apoio durante as coletas.

A todos os funcionários do Parque Nacional de Ubajara e Parque Estadual Serra do

Conduru, onde fui muito bem recebida durante as coletas.

Ao pessoal do INEMA, pela autorização de coleta nos parques.

Aos componentes da banca de qualificação, Dr. Anibal e a Dra. Edna Dora, pela

grande contribuição.

Page 6: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

À Universidade Estadual de Santa Cruz, pela oportunidade de realização do mestrado.

Ao programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pelo auxílio durante o projeto.

Aos professores do PPGPV, pelos ensinamentos valiosos.

A todos os funcionários da UESC, em especial aos profissionais da equipe de limpeza,

pelo imenso trabalho prestado no laboratório e herbário, tornando melhor as minhas

atividades.

A Kátia Bezerra, pelo auxílio durante o deposito dos espécimes coletados no Herbário

CEPEC.

Ao pessoal da Gerlab e a Marquinhos, pela liberação dos reagentes necessários para o

estudo.

À CAPES, pela concessão da bolsa para que o trabalho fosse desenvolvido.

A todos que, intencionalmente ou mesmo sem saber, contribuíram para a

concretização desse trabalho.

A todos vocês... muito obrigada.

Page 7: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

"Deus não é homem, para que minta; nem

filho do homem, para que se arrependa;

porventura diria Ele, e não o faria? Ou

falaria, e não o confirmaria?"

Números 23:19

“Talvez não tenha conseguido fazer o

melhor, mas lutei para que o melhor fosse

feito. Não sou o que deveria ser, mas graças

a Deus, não sou o que era antes”.

Marthin Luther King

Page 8: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM

ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA

RESUMO

A família Xylariaceae pertence ao filo Ascomycota e é caracterizada pela formação de

estromas geralmente carbonáceos nos quais estão imersos peritécios contendo ascos com oito

ascósporos e anel apical iodo positivo, sendo os ascósporos usualmente marrons e com fenda

germinativa. Devido à insuficiência de informações que caracterizem as diferentes espécies de

Xylariaceae e o reduzido número de micologistas que se dediquem exclusivamente a este

grupo taxonômico, tornou-se necessária a realização deste trabalho. Foram realizadas duas

expedições de campo em períodos distintos do ano nas seguintes unidades de conservação:

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA), Reserva do Patrimônio Natural Mãe da

Mata (Ilhéus-BA), Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso (Jussari-BA),

Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE) e Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-

PB). Foram coletados 206 espécimes, sendo encontrados doze gêneros: Annulohypoxylon,

Biscogniauxia, Camillea, Daldinia, Hypoxylon, Kretzschmaria, Leprieuria, Nemania,

Phylacia, Rosellinia, Stilbohypoxylon e Xylaria. Todos os relatos para o Parque Nacional de

Ubajara são novas ocorrências para o Ceará, pois até o momento não havia nenhum estudo

desta família no Estado. O gênero Leprieuria foi relatado pela primeira vez no Nordeste. Foi

descrita uma nova espécie nominada Phylacia cylindrica. Outrossim, foram relatados novas

ocorrências para o Nordeste e para o Brasil, demonstrando a necessidade de mais estudos

desta família.

Palavras-chave: Fungos sapróbios. Taxonomia. Xylariales. Xylaria.

Page 9: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

FUNGI XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIATED WITH PLANTS IN AREAS

OF ATLANTIC FOREST IN BAHIA, CEARÁ AND PARAÍBA

ABSTRACT

The Xylariaceae family belongs to the phylum Ascomycota and is characterized by the

usually formation of carbonaceous stroma, in which perithecia are immersed containing asci

with eight ascospores and apical ring iodine positive, being usually brown with germinal slit.

Due to the lack of information characterizing the different Xylariaceae species and the lack of

mycologists exclusively dedicated to this taxonomic group, it becomes necessary to perform

this work. Two expeditions were undertaken at different times of the year in the following

protected areas: Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA), Reserva do Patrimônio

Natural Mãe da Mata (Ilhéus-BA), Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso

(Jussari-BA), Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE) and Reserva Ecológica Mata do Pau

Ferro (Areia-PB). It were collected 206 specimens, being found in twelve genera

Annulohypoxylon, Biscogniauxia, Camillea, Daldinia, Hypoxylon, Kretzschmaria, Leprieuria,

Nemania, Phylacia, Rosellinia, Stilbohypoxylon and Xylaria. All reports at Parque Nacional de

Ubajara are new occurrences for Ceará, because until now there was no study of this family in

the state. The genus Leprieuria was reported for the first time in the Northeast. A new species

was named Phylacia cylindrica. Moreover, new cases were reported for the Northeast and for

Brazil, demonstrating the need for further studies on this family.

Keywords: Saprobe fungi. Taxonomy. Xylariales. Xylaria.

Page 10: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................ ...... iix

ABSTRAT.............................................................................................................. ...... ix

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... ...... 1

1.1 Áreas de Mata Atlântica...................................................................... ...... 1

1.2 Fungos em Regiões Tropicais..................................................................... ...... 2

1.3 Características da família Xylariaceae………………………….…………... 3

1.4 Família Xylariaceae no Brasil…………………….…….…………..………. 4

2. JUSTIFICATIVA……………………………………………………..……... 7

3. OBJETIVO ……………………………………………………………..….... 8

3.1 Objetivo Geral………………………………………………………….…..... 8

3.2 Objetivos específicos………………………………………………………… 8

4. MATERIAL E MÉTODOS……………………………………………..….... 9

5.1 Locais de Coleta………………………………………………………..... 9

5.2 Coleta, preparação de espécimes e herborização…………………….……… 14

5.3 Caracterização………………………………………………………………... 15

5.4 Análise dos dados………………………………………………………..…… 16

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………….…. 17

5.1 Taxonomia……………………………………………………………….…... 17

I. Annulohypoxylon……………………………………………………………... 18

II. Biscogniauxia………………..……………………………………………….. 26

III. Camillea……………………….………………………………………….….. 34

IV. Daldinia…………………………………………..………………………….. 37

V. Hypoxylon……………………………………………………..……………... 40

VI. Kretzschmaria…………………………………………………..……………. 45

VII. Leprieuria……………………………………………………………………. 53

VIII. Nemania………………………..……………………………………………. 55

IX. Phylacia………………………………………………………………………. 58

X. Roselinia…………………………………….…………………………… ....... 61

XI. Stilbohypoxylon………………………………….…………………………..... 63

XII. Xylaria……………………………………………………………………….... 65

Page 11: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

5.2 Análise dos dados…………………………………………………………….. 81

6. CONCLUSÃO ……………………………………………………………….. 94

7. REFERÊNCIAS………..………………………… …………………………. 94

8. ANEXOS…..……………………………………………………................... 105

Page 12: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização das áreas de estudo no Nordeste Brasileiro.

Figura 2 – Parque Estadual da Serra do Conduru. Fonte: PESC.

Figura 3 – RPPN Mãe da Mata.

Figura 4 – RPPN Serra do Teimoso.

Figura 5 – Parque Nacional de Ubajara.

Figura 6 – Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro.

Figura 7 – Coleta de estromas de Xylariaceae em tronco caído.

Figura 8 – A–F. Espécies de Annulohypoxylon. A–B. A. annulatum. A. Estroma. B. Ascósporo.

C–D. A. bovei var. microspora. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. A. moriforme. E. Estroma. F.

Ascósporo.

Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo. C–

D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E. Estroma. F.

Ascósporo.

Figura 10 – A–C. Biscogniauxia capnodes var. capnodes. A. Estroma. B. Peritécios tubulares.

C. Ascósporo.

Figura 11 – A–C. Biscogniauxia aff. waitpela. A. Estroma. B. Peritécios tubulares. C.

Ascósporo.

Figura 12 – A–F. Espémies coletadas de Biscogniaxia. A. Estroma de Biscogniauxia sp. 1. B–

C. Biscogniauxia sp. 2. B. Estroma. C. Peritécios. D. Estroma de Biscogniauxia sp. 3. E–F .E.

Biscogniaxia sp. 4. E. Estroma. F. Peritécios.

Figura 13 – A–E. Espémies de Biscogniaxia. A–B. Biscogniauxia sp. 5. A. Estroma. B.

Peritécios. C. Ascósporos. D–E. Biscogniauxia sp. 6. D. Estroma. E. Peritécios.

Figura 14 – A–C. Espécies coletadas de Camillea. A. C. cyclops. A. Estroma. B–C. C. sulcata.

B. Estroma. C. Ascósporo.

Figura 15 – Estroma de Daldinia eschscholtzii.

Figura 16 – A– E. Hypoxylon sp. 1. A. Estroma. B. Liberação de pigmento vinaceo em KOH a

10%. C. Peritécio. D. Perisporo deiscente. E. Ascósporo.

Page 13: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

Figura 17 – A–E. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp. 1. A. Estroma. B.

Liberação de pigmento ferrugem em KOH a 10%. C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp. 2. D.

Estroma. E. Liberação de pigmento laranjado em KOH 10%. F. Ascósporo.

Figura 18 – A–F. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp. 2. A. Estroma. B.

Peritécios C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp. 2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.

Figura 19 – A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A– B. K. cetrarioides. A. Estroma. B.

Ascósporo. C–D. K. clavus. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. K. micropus. E. Estroma. F.

Ascósporos.

Figura 20 – A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A–B. K. pavimentosa. A. Estroma. B.

Ascósporo. C–D. Kretzschmaria sp1. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F.Kretzschmaria sp2. E.

Estroma. F. Ascósporos.

Figura 21 – A–B. Leprieuria bacillum. A. Estroma. B. Ascósporo.

Figura 22 – A– C. Nemania cf. diffusa. A. Estroma. B. Peritécios C. Ascósporo.

Figura 23 – A–F. Espécie coletadas de Nemania. A–C. Nemania sp.1. A. Estroma. B. Peritécios

C. Ascósporo. D–F. Nemania sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.

Figura 24 – A–F. Espécies de Phylacia. A–B. P. cylindrica sp. nov. A. Estroma. B. Ascósporo.

C–D. Phylacia globosa. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. Phylacia turbinata. E. Estroma. F.

Ascósporos.

Figura 25 – A–B. Rosellinia sp.1. A. Estroma. B. Ascósporo.

Figura 26 – A–D. Espécimes de Stilbohypoxylon. A–B. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.

quisquiliarum.. A. Estroma. B. Ascósporo. C–D. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.

microsporum . C. Estroma. D. Ascósporo.

Figura 27 – A–F. Espécies de Xylaria. A–B. X. cornimiformis var. cornimiformis. A. Estroma.

B. Ascósporo. C–D. Xylaria globosa var. globosa. C. Estroma. E. Ascósporo. E–F. Xylaria

griseo-olivacea. E. Estroma. F. Ascósporo.

Figura 28 – A–F. Espécies de Xylaria. A. Estroma de Xylaria ianthinovelutina. A. Estroma. B–

D. Xylaria mellissi. B. Estroma. C. Reação amiloide do anel apical. D. Ascopóro. E–F. Xylaria

telfairii. E. Estroma. F. Ascopóro.

Figura 29 – A–B. Xylaria aff. arbuscula. A. Estroma. B. Ascósporo.

Figura 30 – A–D. Xylaria sp.1. A. Estroma. B. Ostíolos papilados. C. Peritécios. D.

Ascósporos.

Figura 32 – A–C. Xylaria sp.3. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Figura 33 – A–C Xylaria sp.4. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Figura 34 – A–B. Xylaria sp.5. A. Estroma. B. Ascósporos.

Page 14: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

Figura 35 – A–C. Xylaria sp.6. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Figura 36 – A–C. Xylaria sp.7. A. Estroma. B. Peritécios. C. Reação amiloide do anel apical. D.

Ascósporos.

Page 15: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LISTA DE TABELAS

1 Espécimes de Xylariaceae coletados………………………………………………………..….84

2 Espécimes de Xylaria coletados……………………………………………………………..…85

3 Táxons de Xylariaceae identificados a partir de espécimes coletados em áreas de Mata

Atlântica da Bahia, Ceará e Paraíba………………………………………………………….…..86

4 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Annulohypoxylon…………………..…89

5 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Biscogniauxia…………………………90

6 Espécimes de Hypoxylon coletados…………………………………………………………….91

7 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Kretzschmaria………………………..92

8 Espécimes de Nemania coletados………………………………………………………………93

9 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Phylacia…………………………...….94

10 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Stilbohypoxylon………………….…95

Page 16: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LISTA DE SIGLAS

ABNT AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas

CAPES CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior

CEPLAC ComissãoExecutivadoPlanodaLavouraCacaueira

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana

UESC Universidade Estadual de Santa Cruz

PESC Parque Estadual Serra do Conduru

PNU Parque Nacional de Ubajara

RE Reserva Ecológica

RPPN Reserva do Patrimonio Particular Natural

Page 17: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

LISTA DE ANEXOS

1 Licença para coleta de material fúngico e vegetal – Instituto Chico Mendes/SisBIO.

2 Licença de coleta em Unidades de conservação libera pelo Instituto do Meio Ambiente e

Recursos Hídricos.

3 Manuscrito enviado para a revista Mycologia para publicação de Phylacia cylindrica sp. nov.

Page 18: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Áreas de Mata Atlântica

As florestas tropicais apresentam a maior reserva de diversidade biológica de todo o

planeta, contudo, a destruição destes ecossistemas tem levado a extinções locais, regionais e

até mesmo globais. A Mata Atlântica possui, atualmente, cerca de 7,0% da sua cobertura

original, motivo pelo qual é classificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies

endêmicas do mundo (MYERS et al., 2000). Este ecossistema é um dos principais hotspots do

planeta, ou seja, apresenta uma altíssima biodiversidade em que a extensão original foi

dramaticamente reduzida (GUEDES et al., 2005).

Apesar de séculos de devastação, a Mata Atlântica preserva a maior biodiversidade

por hectare entre as Florestas Tropicais (CONTI; FURLAN, 2003). Segundo Galindo-Leal e

Câmara (2005), a região da Mata Atlântica na América do Sul perdeu mais de 93% da área

original.

Com uma vasta extensão latitudinal, a Mata Atlântica é bastante heterogênea,

apresentando vários ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa, Mista (mata de

araucárias) e Aberta; Floresta Estacional Decidual e Semidecidual; Mangues; Restingas;

Campos de Altitude; Brejos Interiorianos; Encraves Florestais do Nordeste; ilhas costeiras; e

oceânicas (LAGOS; MULLER, 2007).

Dos vários ecossistemas encontrados na Mata Atlântica, as florestas situadas em serras

e planaltos do semiárido, chamados popularmente de brejos de altitude, são os menos

conhecidos (TAVARES et al., 2000). Os brejos de altitude são encraves da Mata Atlântica,

que formam ilhas de floresta úmida dentro da região semiárida, no bioma Caatinga, formando

uma condição climática atípica. Segundo Andrade-Lima (1982), os brejos de altitude são

regiões de refúgio de flora e fauna, que sofreram isolamento geográfico durante o Pleistoceno

e Plioceno superior. O relevo cria uma barreira às massas de ar, com isso estas depositam

umidade nas vertentes a barlavento, grotões e vales de serras (ANDRADE-LIMA, 1982).

A Mata Atlântica no sul da Bahia é uma floresta tropical úmida muito rica em espécies

e com altísssimo grau de endemismo (SAMBUICHE, 2001). Esta região encontra-se reduzida

entre 1 a 10% da sua cobertura original (SAMBUICHE, 2006).

Page 19: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

2

O sul da Bahia é relatado pelos ambientalistas como uma das regiões mais importantes

para a conservação da biodiversidade global devido ao elevado risco de eliminação dos

remanescentes. Uma das principais ameaças à biodiversidade é a redução de habitat,

especialmente em um ambiente com um alto grau de endemismo, como a Mata Atlântica

(TABARELLI et al. 2010).

Um fator que influencia na conservação da biodiversidade nesta região é o cultivo

tradicional do cacau sob a mata raleada, conhecido como cabruca (PARDINI et al., 2009),

(BOMFIM, 2012). Os sistemas agroflorestais são práticas de plantio de cultivos agrícolas

associados com espécies de árvore ou arbusto nativas (MAY et al. 2008; BOMFIM, 2012). As

agroflorestas são uma excelente oportunidade para aliar desenvolvimento agrícola e

conservação da biodiversidade (BOMFIM, 2012).

1.2 Fungos em Regiões tropicais

As florestas tropicais estão localizadas nas seguintes regiões: África (bacia do Rio

Congo e Libéria), América Central, América do Sul (Floresta Amazônica e Mata Atlântica),

Ásia (Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia) e Oceania (Nova Guiné, Bornéo e costa norte da

Austrália) (PRIMACK; CORLETT, 2005).

Segundo Braga-Neto (2012) a maior parte dos fungos desconhecidos pela ciência está

em florestas tropicais. Devido as suas condições estruturais e climáticas, as florestas tropicais

são ecossistemas onde prolifera uma grande diversidade fúngica (CASTRO et al., 2011).

Embora estes microrganismos sejam relativamente mais estudados em regiões

temperadas em relação às tropicais, a diversidade acredita-se ser maior em regiões tropicais e

subtropicais do que em latitudes mais altas (LODGE et al., 1997).

Hawksworth (2012) destaca que a última estimativa de fungos de 5,1 milhões proposta

por Blackwell (2011) só pode ser comprovada com maiores estudos nos trópicos, pois a

evidência adicional de riqueza de espécies é proveniente de estudos de longo prazo em

florestas não tropicais. Hawksworth (1991, 2001) também reforça que a diversidade de fungos

em escalas globais deve ser estuda nos trópicos, em consideração ao grande número de

espécies de plantas e suas associações com fungos.

Arnold et al. (2005) revela que o número de espécies de fungos endófitos em florestas

tropicais é maior quando comparado com outras regiões do globo, entretanto há poucos dados

quantitativos disponíveis para avaliar a diversidade destes em florestas tropicais.

Page 20: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

3

Smith e colaboradores (2011) demonstraram a alta diversidade e a importância de

ectomicorrizas nas florestas neotropicais, revelando a escassez de estudos nessas áreas.

A micobiota desempenha um importante papel na degradação das forragens tropicais,

pois produz enzimas com atividade para degradar celulose e lignina (CERDÀ, 2003).

Os fungos modificam nosso habitat e são essenciais para muitas funções do

ecossistema (KRUG et al., 2004). Eles são os principais agentes responsáveis pela

decomposição da matéria orgânica, devido a alguns aspectos morfológicos e fisiológicos,

como a forma filamentosa, o modo de crescimento apical e a capacidade enzimática e

metabólica (SOUZA, 2006). Sem a ação destes organismos, acredita-se que o meio ambiente

estaria comprometido devido ao aprisionamento de nutrientes na matéria orgânica morta

(CARLILE; WATKINSON, 1996).

1.3 Família Xylariaceae Tul. & C. Tul.

A família Xylariaceae foi proposta por Tulasne & C. Tulasne em 1861(ROBERT et al.

2005), entretanto desde épocas distantes micologistas estudavam espécies que atualmente

pertencem a este táxon (POROCA, 1976).

Person (1801) foi um dos primeiros a trabalhar com a família, estudando a forma, no

tamanho e no tipo de estroma e ostíolos dos peritécios do antigo gênero Shaperia, porém Fries

(1823) foi o primeiro a considerar este gênero, as espécies de antes aceitas de Pyrenomycetes,

sendo este o trabalho considerado como “ponto de partida” para as pesquisas destes

microrganismos (POROCA, 1976).

Xylariaceae (Ascomycota) é a família tipo da ordem Xylariales e possui

aproximadamente 85 gêneros e mais de 1.340 espécies, sendo encontrada em todos os

continentes, com exceção dos polos, sendo mais abundante nos trópicos (WHALLEY;

EDWARD, 1999; KIRK et al. 2008). A maioria das espécies é sapróbia, decompositora de

madeira, sementes, frutos e folhas, responsável pela ciclagem de nutrientes, degradando

celulose e lignina. Fungos da família Xylariaceae (Ascomycota) possuem como principais

características morfologia variada, formação de estroma e peritécios, ascos com anel apical

amiloide com oito ascósporos unicelulares, geralmente marrons e fenda germinativa

(ROGERS et al., 2008).

Espécies de Xylariaceae também são importantes endófitos comuns em plantas

tropicais (BAYMAN et al, 1998; FRÖHLICH et al, 2000), sendo que nas últimas decádas

Page 21: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

4

trabalhos têm mostrado sua ocorrência em plantas no Brasil, inclusive em espécies de

importância agrícola (SILVEIRA; RODRIGUES, 1985; CAMATTI-SARTORI et. al. 2007;

OLIVEIRA et, al. 2008; SILVA, 2008; PEREIRA et al., 2009).

Algumas espécies de Xylariaceae provocam doenças em plantas, tais como: podridão

de raízes em craveiro-da-índia (OLIVEIRA et, al. 2008), podridão branca na raiz da macieira

(CAMATTI-SARTORI et. al. 2007), enegrecimento da raiz em cafeeiro (GODOY et. al.

1997) e depreciação da madeira em eucalipto (MAFIA et. al. 2003). Representantes desta

família constituem um grupo de microrganismos que biossintetizam metabólitos secundários

(MAGALHÃES et. al. 2008; RAKOTONIRIANA et. al. 2008; RODRIGUES, 2010;

SANTOS FILHO, 2010). Alguns estudos demonstraram estes metabólitos secundários

inibindo a ação de fungos fitopatogênicos (GUEDES et. al. 1997; SOUZA et. al. 2004;

TAKAHASHI e LUCAS, 2008). Além disso, Arnold et al . (2005) afirmaram que os fungos

endófitos de plantas tropicais representantes de Xylariaceae utilizam um mecanismo

complexo para o reconhecimento do hospedeiro que age rapidamente após o contato fungo-

planta.

Espécimes de Xylariaceae também podem ser encontrados associados a insetos,

Rogers (2005) relatou a presença de Xylaria em cupinzeiros, como simbiontes mutualistas de

insetos. Segundo Yuyama et al. (2013) os estromas de Daldinia eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm,

servem de habitat para artrópodes, além de alguns fungos endófitos representantes deste táxon

possuírem metabólitos repelentes contra as larvas dos besouros vetores de doenças em plantas

do gênero Fagus (AZEVEDO et al., 2000).

Guarro et al. (2006) relataram espécies de Xylariaceae causando doenças em seres

humanos imunodeficientes.

1.4 Xylariaceae no Brasil

Os primeiros trabalhos sobre a família Xylariaceae no Brasil começaram no século

XIX, no estado de Santa Catarina por Adalberto de Chamisso, sendo a espécie Thamnomyces

chamissonis Ehrenb. (FIDALGO, 1968), considerada a primeira espécie de Xylariaceae

encontrada no Brasil (EHRENBERG, 1820). Em 1851, Berkeley fez sua primeira

contribuição micológica para o país, descreveu duas espécies de Hypoxylon (H. obovatum

Page 22: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

5

Mont. e H. leprieuri Mont.) e uma espécie de Tamnomyces (Tamnomyces chamissonis

Ehrenb.) ao estudar a coleção de W. J. Hooker (POROCA, 1976).

Em levantamento de espécies fúngicas coletadas na Amazonia brasileira Berkeley e

Cooke dataram algumas espécies de Hypoxylon, Tamnomyces e Xylaria (BERKELEY;

COOKE, 1877). Berkeley realizou ainda mais dois trabalhos sobre a família Xylariaceae:

(1856) relatando taxa de Tamnomyces e Xylaria; e Berkeley (1880) publicou uma lista de

fungos no estado do Rio de Janeiro, onde incluem Hypoxylon placentiforme Berk. & Curt e

Xylaria hypoxylon (L. ex. Fr.) (POROCA, 1976).

Ainda no século XIX Patouillard (1885) e Winter (1897) descreveram novas espécies

de Xylariaceae coletadas no Brasil (POROCA, 1976).

Hennigs foi um dos micologistas que mais colaborou no estudo deste táxon no país,

relatando novas ocorrências e descrevendo novas espécies (HENNINGS, 1895; HENNINGS,

1897; HENNINGS, 1900; HENNINGS, 1902; HENNINGS, 1904a; HENNINGS, 1904b;

HENNINGS, 1904c).

Rehm também teve uma importante contribuição para o conhecimento de Xylariaceae

nos estados brasileiros, onde referiu aproximadamente 40 espécies para a região (REHM,

1901a; REHM, 1901b; REHM, 1904a; REHM, 1905; REHM, 1906; REHM, 1907a; REHM,

1907b).

Rick começou as atividades com Xylariaceae no país no Rio Grande do Sul em 1902,

onde elaborou diversos trabalhos, os quais deram um valioso subsidio a micologia brasileira

(RICK, 1905; RICK, 1906a; RICK, 1906b; RIC, 1907a; RICK, 1907b; RICK, 19031; RICK,

1932; RICK, 1935; POROCA, 1976)

Theissen produziu diversos trabalhos sobre micobiota brasileira, os quais fez

referencia a grande quantidade de espécimes de Xylariaceae no Rio Grande do Sul

(THEISSEN, 1908a; THEISSEN, 1908b; THEISSEN, 1909a; THEISSEN, 1909b;

THEISSEN, 1909c; THEISSEN, 1909d; THEISSEN, 19010.

Neste mesmo período Sampaio (1916) pesquisando a flora do Mato Grosso relatou

novas ocorrências de Xylariaceae para o Estado, inclusive espécies raras como: Daldinia

eschscholtzii.

Dennis (1957) estudou a família Xylariaceae em países Tropicais, inclusive no Brasil,

relatando nos táxons e novas ocorrências para o país. Neste mesmo período Batista e

colaboradores produziram numerosos trabalhos com os gêneros Camillea, Kretzschmaria,

Hypoxylon, Phylacia, Tamnomyces, e principalmente Xylaria (BATISTA; VITAL, 1948;

Page 23: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

6

BATISTA, 1948; BATISTA, 1949; BATISTA, 1950; BATISTA; VITAL, 1956; BATISTA;

MAIA, 1958; BATISTA; OLIVEIRA, 1959; BATISTA et al., 1960a; BATISTA et al., 1960b;

BATISTA; MAIA, 1964; BATISTA et al., 1966; BATISTA; PERES, 1967) .

Na década de 70 Poroca estudou a família Xylariaceae no estado de Pernambuco,

fazendo um levantamento sobre este táxon no país (POROCA, 1976).

Silveira e Rodrigues realizaram um estudo da família Xylariaceae na Amazônia e

Mato Grosso, onde foram registrados nove gêneros e 31 espécies (SILVEIRA; RODRIGUES,

1985).

Rogers e Ju, dois dos micologistas que mais têm se dedicado a esta família nos últimos

anos, ao fazerem um levantamento de gênero Hypoxylon Bull., publicaram inúmeras

espécimes encontradas no país (JU e ROGERS, 1996).

Meijer (2006) fez um levantamento de macromicetes no Paraná e encontrou alguns

gêneros de Xylariaceae como: Camillea Fr., Daldinia Ces. & De Not., Hypoxylon,

Kretzschmaria Fr., Phylacia Lev., Thamnomyces Ehrenb.e Xylaria Hill ex Schrank.

Recentemente Pereira e colaboradores (2008abc, 2009, 2010, 2011, 2014) têm

estudado a ocorrência e aspectos taxonômicos de Xylariaceae no Brasil, especialmente na

Região Nordeste.

Alguns fungos Xylariaceae fitopatógenos têm sido estudados no país, como Rosellinia

De Not., foi relatado por alguns autores causando podridão de raiz em diversas culturas,

como: abacate roxo (KIMATI et al., 1997), caqui (KIMATI et al., 1997), soja (VALE;

ZAMBOLIM, 1997), macieira (BONETI et al., 1999), mandioca (KIMATI et al., 1997) e

rosas (BERGMANN; ALEXANDRE, 1995; MENDES, 2014).

Page 24: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

7

2. JUSTIFICATIVA

Apesar da Mata Atlântica ser um tema bastante discutido na atualidade, há poucos

trabalhos relacionados com a taxonomia de fungos. Pouco se sabe sobre a família Xylariaceae

no Brasil, apesar de alguns trabalhos realizados por Batista e Maia (1958), Batista e Oliveira

(1959), Batista e Peres (1960), Batista et al. (1960) e mais recentemente, Pereira et al.

(2008a,b, 2009, 2010a,b) tem estudado a ocorrência desta família na Bahia, Paraíba e

Pernambuco. Considerando a riqueza de espécies vegetais na Mata Atlântica e remanescentes,

a insuficiência de informações que caracterizem as diferentes espécies de Xylariaceae e a falta

de micologista que se dediquem exclusivamente a este grupo taxonômico, faz-se necessária

esse trabalho.

Page 25: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

8

3. OBJEIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Coletar e identificar espécimes de Xylariaceae em alguns remanescentes da Mata Atlântica no

Nordeste.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Coletar espécimes de Xylariaceae associadas a plantas em áreas de Mata Atlântica no sul da

Bahia, Ceará e Paraíba;

- Identificar, descrever taxonomicamente e ilustrar as novas ocorrências e novas espécies

encontradas;

- Contribuir para ampliação dos acervos dos herbários do CEPEC e da UESC, bem como das

informações acerca de Xylariaceae no Nordeste e no Brasil.

Page 26: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

9

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 LOCAIS DE COLETA

Para a coleta foram selecionadas cinco áreas de remanescentes da Mata Atlântica em

três estados do Nordeste brasileiro: Bahia, Ceará e Paraíba (Figura 1). Dentro do domínio

Mata Atlântica, foram escolhidas áreas com diferentes tipos de vegetação: brejos de altitude

apresentando a vegetação original e antropizada, com atividades de subsistência como

plantações e criação de gado e outros animais; floresta ombrófila densa, dentro dos principais

hotspot do planteta; floresta úmida semidecidua; e sistema agroflorestal cabruca.

Figura 1 – Mapa de localização das áreas de estudo no Nordeste Brasileiro.

Page 27: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

10

3.1.1 Parque Estadual Serra do Conduru

O Parque Estadual Serra do Conduru foi criado em 21 de fevereiro de 1997 pelo

decreto n.º 6227 e está localizado entre os municípios de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, sul da

Bahia (14°20’S; 39°02’W), abrangendo uma área de Floresta Ombrófila Densa, com 9.275

hectares e até 700m de altitude, possuindo elevado índice de endemismo e cerca de 460

espécies arbóreas por hectare (Parque Estadual da Serra do Conduru-PESC, 2014). A

temperatura média anual é de 23ºC com clima tropical super-úmido e a precipitação anual é

em média a 1.300 mm (PESC, 2014).

Figura 2 – Parque Estadual da Serra do Conduru. Fonte: PESC.

3.1.2 Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata

A RPPN Mãe da Mata está localizada no município de Ilheús (14° 49' 59.89'' S, 39° 5'

54.28'' W), abrange uma área de 13 ha apresentando o sistema de produção agrossilvicultural

cacau-cabruca, com precipitação anual superior a 1.300 mm (comunicação pessoal). Este

Page 28: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

11

sistema é a implantação da cacauicultura na vegetação natural de Mata Atlântica, conservando

grande parte da sua biodiversidade natural.

Figura 3 – RPPN Mãe da Mata.

3.1.3 Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso

A RPPN Serra do Teimoso está localizada no município de Jussari, sul da Bahia

(15º09’ S; 39º31’ W) com cerca de 1000 ha, atingindo 1.000 m de altitude. O local possui

Floresta Úmida nos topos de morro e semidecídua nas altitudes mais baixas. A precipitação

anual média é de 1.800 mm e a temperatura média de 24ºC (PEREIRA, 2011).

Page 29: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

12

Figura 4 – RPPN Serra do Teimoso.

3.1.4 Parque Nacional de Ubajara

O Parque abrange uma área de 6.288 hectares, podendo atingir 870 m de altitude,

situado nas cidades de Ubajara, Tianguá e Frecheirinha, Ceará (Parque Nacional de Ubajara-

PNU, 2014). Apesar das coletas terem sido realizadas em Floresta Ombrófila Aberta (Mata

Atlântica), a unidade possui três ecossistemas: Mata Atlântica, Floresta Subperenifólia e

Caatinga (PNU, 2014). O clima é bem divido durante o ano, sendo úmido e com temperaturas

baixas de janeiro a junho, e seco e quente de julho a dezembro (PNU, 2014). A variação da

preciptação anual é muito elevada, possuindo uma de 1.436,32 mm (PNU, 2014).

Page 30: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

13

Figura 5 – Parque Nacional de Ubajara

3.1.5 Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro

A Mata do Pau Ferro está localizada no município de Areia, Paraíba (6º 58’ 12" S; 35º

42’ 15" W), podendo chegar a 600 m de altitude (ANDRADE et al, 2006). O local é

considerado um brejo de altitude, apesar de estar inserido no Bioma Caatinga, apresenta uma

vegetação com matas perenifólias (ANDRADE et al, 2006). A temperatura média anual é de

22ºC (ANDRADE et al, 2006).

Page 31: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

14

Figura 6 – Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro.

Todas as coletas foram realizadas com a Autorização para Atividades com Finalidade

Científica de número 38466-1, concedida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio do Ministério do Meio Ambiente – MMA e do Instituto do Meio

Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA (ANEXO I).

4.2. COLETA, PREPARAÇÃO DE ESPÉCIMES E HERBORIZAÇÃO

Foi utilizada a metodologia adotada por Pereira (2011), na qual definiu-se um

transecto de 10 x 500 m ao longo de trilhas já existentes nas unidades de conservação, onde

foram realizadas duas coletas em cada local, com início em maio de 2012 e término em

dezembro de 2013.

Foram coletados estromas fúngicos em material vegetal, com o auxílio de um facão ou

canivete (Figura 7), acondicionados em sacos de papel e identificados com os seguintes

dados: localidade, coordenadas geográficas (GPS), data, substrato/hospedeiro, tipo de

vegetação, coletor, identificador e número de coleta. Os espécimes coletados foram

Page 32: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

15

processados por meio de secagem a 45ºC, herborizados e depositados nos herbários CEPEC e

UESC.

Figura 7 – Coleta de estromas de Xylariaceae em tronco caído.

4.3 CARACTERIZAÇÃO

Para identificação morfológica da espécie, foram consideradas as seguintes

características do teleomorfo: forma; dimensão e cor dos estromas; substrato; morfologia dos

ostíolos; forma, disposição e dimensões das cavidades periteciais. Para cada espécime foram

feitas observações microscópicas de ascósporos em água para estudar sua morfologia,

Page 33: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

16

considerando as medidas de 30 esporos. Foram excluídos os ascósporos aberrantes e

imaturos, sendo que para cada espécie o tamanho constou de valores extremos e o valor

médio (M). Os ascos foram observados em reagente de Melzer para verificar a condição

amilóide do anel apical. Solução de KOH a 10% foi utilizada para observar a deiscência do

perispório e a liberação de pigmentos estromáticos em alguns gêneros.

A presença de pigmentos foi verificada colocando-se um fragmento do estroma em

gota de KOH a 10% contida em lâmina de microscopia. Decorrido um minuto, a lâmina foi

colocada em uma folha de papel branco e os pigmentos liberados foram visualizados

rapidamente. O padrão de cores adotado foi de acordo com a carta de cores de Watling

(1969).

A identificação das espécies foi feita com a utilização de chaves analíticas e descrições

de táxons previamente publicadas.

4.4. Análise de Dados

Os dados quantitativos foram avaliados com o auxílio do programa Past. A

diversidade de espécies foi medida através do índice de diversidade de Shannon-Wiener

(H’=Spi x lnpi, onde p é a frequência relativa da espécie i).

A riqueza foi representada pela quantidade de espécies encontradas.

A representatividade da espécie na amostra foi analisada utilizando a metodologia

adotada por Pereira (2011).

As Classes de Frequência nas quais as espécies foram enquadradas são: Muito

Frequente: ≥ 60%; Frequente: < 60% ≥ 40%; Pouco Frequente: < 40% e ≥ 20%; Rara: < 20%

e ≥ 10%; Muito Rara: < 10%.

Page 34: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 TAXONOMIA

Chave para os gêneros de Xylariaceae coletados.

1. Estroma uniperiteciado………………………………………………………….…Rosellinia

1. Estroma multiperiteciado……………………………………………………………………2

2. Estroma aplanado ……………………………………………………….…Biscogniauxia

2. Estroma de outra forma………………………………………………………….……….3

3. Estroma unipartido………………………………………………………………….Camillea

3. Estroma bipartido…………………………………………………………..………………..4

4. Estroma geralmente estipitado……………………………………………….…………..5

4. Estroma pulvinado a efuso-pulvinado………………………………..……………….….7

5. Ascósporos oliváceos…………………………………………………….………….Phylacia

5. Ascósporos marrons……………………………………………….………………………...6

6. Estroma geralmente clavado, cilíndrico, globoso a subgloso ou esférico………....Xylaria

6. Estroma com parte fértil convexa ou achatada, discóide, esférico a

hemisférico………………………………………………………….………...Kretzschmaria

7. Estroma com zonas concêntricas………………………………………..…….…….Daldinia

7. Estroma de outra forma……………………………………………….………..……………8

8. Estroma ereto, cilíndrico ………………………………………..……………..Leprieuria

8. Estroma de outra forma…………………………………………………….…………….9

9. Estroma peritecioide ……………………………………………...…..……..Stilbohypoxylon

Page 35: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

18

9. Estroma de outra forma…………………………………………...………………………..10

10. Estroma sem pigmentos extraíveis em KOH a 10%..........................................Nemania

10. Estroma com pigmentos extraíveis em KOH a 10%....................................................11

11. Estroma com disco anular…………………………………….…………..Annulohypoxylon

11. Estroma sem disco anular…………………………………….………………….Hypoxylon

I. Annulohypoxylon

Chave para os táxons de Annulohypoxylon encontrados neste estudo.

1. Disco anular tipo bovei.……………………………………………………………………..2

1. Disco anular tipo truncatum………………….………………….…………………....…..…3

2. Fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo…............…………..…..A. nitens

2. Fenda germinativa menor que o comprimento do esporo...........A. bovei var. microspora

3. Disco anular menor ou igual a 0.2 mm ……………………………...A. stygium var. stygium

3. Disco anular maior que 0.2 mm ………………………………….…………………………4

4. Estroma efusopulvinado a pulvinado, ascósporos medindo 7–10 × 4–5 µm, fenda

germinativa retilínea no comprimento do esporo ……………..…….………...A. truncatum

4. Estroma geralmente hemisférico…………………………..………….………….………5

5. Ostíolo marcadamente cônico-papilado……………………..…………………A. annulatum

5. Ostíolo papilado………………………………….…..………..………………. A. moriforme

Page 36: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

19

Annulohypoxylon Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97: 855. 2005.

≡ Hypoxylon sect. Annulata J.H. Miller, A monograph of the world species of Hypoxylon, p

86. 1961; emend. Y.-M. Ju & J.D. Rogers, A revision of the genus Hypoxylon, p. 22. 1996.

Annulohypoxylon anteriormente pertencia à seção Annulata do gênero Hypoxylon,

sendo eregido à gênero por Hsieh et al. (2005), com base em análises de filogenia molecular

de anamorfos, além de outras características dos teleomorfos, como: disco anular, ostíolo

sempre acima do nível da superfície, perisporo, quando deiscente, apresentando uma região

espessa no centro (HLADKI, 2004; PEREIRA, 2011).

Annulohypoxylon annulatum (Schwein. : Fr.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,

Mycologia 97: 857. 2005. Figura 8 A–B

≡ Hypoxylon annulatum (Schwein.: Fr.) Mont. apud C. Gay, Fl. Chilena VII, p. 445. 1850.

≡ Sphaeria annulata Schwein., J. Acad. Nat. Sci. Philadelphia 5: 11. 1825; Schwein.: Fr.,

Elench. Fung. II, p. 64. 1828.

≡ Sphaeria marginata Schwein., Trans. Amer. Philos. Soc., n. ser., 4: 190. 1832; non

Sowerby, 1803; nec Fr.: Fr., 1828; [nom. rejic., ICBN Arts. 13.1 (d), 63.1, & 64.1].

≡ Hypoxylon marginatum (Schwein.) Berk., Outl. Brit. Fung., p. 387. 1860.

= Hypoxylon vernicosum Ellis & Everh., Amer. Naturalist 31: 426. 1897; non (Schwein.)

Berk. & M. A. Curtis, 1867; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].

= Hypoxylon marginatum (Schwein.) Berk. var. emarginata Theiss., Ann. Mycol. 7: 156.

1909.

= Hypoxylon circumscribum C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1312. 1924.

Estroma hemisférico, superfície marrom escuro a negro, pigmentos extraídos em KOH

10% verde oliva, 1.0–1.2 cm diâm. × 2.8–3.8 mm de espessura. Peritécios esféricos a

obovóides, 0.4–0.6 mm diâm. × 0,5–0.6 mm de altura. Ostíolos cônico-papilados, com disco

tipo truncatum de 0.3–0.5 mm diâm. Ascos danificados. Ascósporos elipsóide-inequilaterais,

com extremidades arredondadas, marrons a marrom escuros, (7) 8 –10 × 5–6 µm, fenda

germinativa retilínea no comprimento do esporo; perispório deiscente em KOH A 10%, liso;

epispório liso.

Page 37: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

20

Material examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S;

35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea morta não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013,

Lacerda, L.T

Comentários: Annulohypoxylon annulatum difere de A. truncatum por possuir estromas

hemiesféricos esféricos, sendo consideradas por Miller (1961) espécies coespecíficas.

Relatado anteriormente por Pereira (2011) na Bahia, Paraíba e Pernambuco e no Sudoeste do

país (ROGERS; JU, 1996). O relato anterior de sua corrência na Paraíba deu-se no município

de João Pessoa, zona litorânea.

Annulohypoxylon bovei var. microspora Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia

97: 859. 2005. Figura 8 C–D

≡Hypoxylon bovei var. microsporum J.H. Mill., A Monograph of the World Species of

Hypoxylon: 95 (1961).

Estromas pulvinados, aglomerado, contendo aproximadamente dez peritécios,

superfície marrom escuro a negro, pigmentos extraíveis em KOH A 10% verde oliváceo a

âmbar, grânulos consistentes logo abaixo da superfície. Peritécios esféricos, 0.8–1.1 mm

diâm. Ostíolos papilados, disco anular tipo bovei de 0.5–0.7 mm diâm. Ascos danificados.

Ascósporos elipsóides-inequilaterais, marrons a marrons escuros, com extremidades

arredondadas, 7–9 × (3) 4–µ5 m, fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do

esporo; perispório deiscente em KOH A 10%, liso, epispório liso.

Material examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea morta indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Esta variedade difere da espécie tipo por possuir ascósporos menores, fenda

germinativa menor que o comprimento do esporo e pigmentos oliváceos extraíves em KOH a

10%.

Primeiro relato para o Brasil, sendo encontrado anteriormente na China, Filipinas e Taiwan

(JU; ROGERS, 1996).

Page 38: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

21

Annulohypoxylon moriforme (Henn.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97:

859. 2005. Figura 8 E–F

≡ Hypoxylon moriforme Henn., Bot. Jahrb. Syst. 23: 287. 1896.

= Hypoxylon effusum Nits. var. viridarii Sacc., Bull. Orto Bot. Regia Univ. Napoli 6: 47.

1921.

= Hypoxylon heveae Joly, Bull. Soc. Mycol. France 81: 275. 1965.

Estroma hemisférico, aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, geralmente

confluente, com elevações periteciais inconspícuas a 1/3 expostas, superfície negra,

pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, 0.5–1.2 cm diam × (0.3) 0.5–1.2 mm espessura.

Peritécios esféricos, 0.4–0.6 mm diam. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.3–

0.5 mm diam. Ascos (83) 90–110 µm × 3.5–5 µm, parte esporífera (52.5) 55–67.5 µm

comprimento, estipe (20) 22.5–55 µm comprimento, anel apical J-. Ascósporos elipsóides-

inequilaterais, marrom a marrom escuro, com extremidades afiladas a arredondadas, 7–10 ×

3–5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, perispório geralmente

deiscentes em KOH A 10%; epispório liso.

Material examinado: BAHIA; Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.;

CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″ W, em galho

indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.; PARAÍBA,

Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em tronco de

dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Geralmente associado à Annulohypoxylon truncatum, entretanto podem ser

separados pela ausência de coloração avermelhada e possuir uma largura menor do ascósporo,

quando comparado com A. truncatum.

Espécie relatada anteriormente no Rio Grande do Sul (Rick, 1935), Acre (Ju e Rogers, 1996)

e na Bahia, Paraíba e Pernambuco (Pereira, 2011). Este é o primeiro relato desta espécie para

o Ceará.

Page 39: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

22

Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo.

C–D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E.

Estroma. F. Ascósporo.

Annulohypoxylon nitens (Ces.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97: 861.

2005. Figura 9 A–B

≡ Hypoxylon nitens (Ces.) Y.-M. Ju & J. D. Rogers, A Revision of the Genus Hypoxylon, p.

220.1996.

≡ Rosellinia nitens Ces., Atti Accad. Sci. Fis. 5: 13. 1872.

= Hypoxylon chalybeum Berk. & Broome, J. Linn. Soc., Bot. 14: 121. 1873.

Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, superfície negra brilhante,

pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, com elevações periteciais 1/4 a 1/2 expostas, 0.5–

10 cm comprimento × 0.3–5 cm largura × 1–2 mm espessura. Peritécios esféricos, 0.8–1.2

mm diam. Ostíolos cônico-papilados, disco anular tipo bovei 0.5–0.7 mm diam. Ascos 137.5–

167.5 µm, parte esporífera 58–66.5 µm comprimento, estipe (72.5) 84.5–107.5 µm

comprimento, anel apical J+, discóide, 0.5–1 µm altura × 1.4–2 µm largura. Ascósporos

elipsóides-inequilaterais, marrons claros a marrons, com extremidade arredondada, 7–10 × 3–

Page 40: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

23

4.5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo; perispório deiscente em KOH

a 10%; epispório liso.

Material examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Annulohypoxylon purpureonitens por possuir pigmentos extraíveis

em KOH a 10% verde oliváceo e distingui de A. bovei pelo tamanho do disco anular (0.2–0.5

mm), ascósporos menores e fenda germinativa no comprimento do esporo ou próxima a ele.

Pereira (2011) relatou a primeira ocorrência de A. nitens para o Brasil, com um exemplar

coletado nesta área.

Annulohypoxylon stygium var. stygium (Lév.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,

Mycologia 97: 861. 2005. Figura 9 E–D

≡ Hypoxylon stygium (Lév.) Sacc., Syll. Fung. I, p. 379. 1882.

≡ Sphaeria stygia Lév., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. III, 5: 258. 1846.

≡ Nummularia stygia (Lév.) C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1312. 1924.

= Sphaeria osculosa Pers. apud Gaudichaud in Freycincet., Bot. Voy. Aut. Mond. Uram.

Phys., p.180. 1826.

= Hypoxylon stigmoideum Ces., Atti Accad. Sci. Fis. 8: 17. 1879.

= Hypoxylon platystomum Ellis & Everh., N. Amer. Pyren., p. 649. 1892.

= Nummularia rufa Ellis & Everh. apud C. L. Smith, Bull. Lab. Nat. Hist Iowa State Univ. 2:

406. 1893.

= Hypoxylon bogoriense Höhn., Sitzungsber. Kaiserl. Akad. Wiss. Math.-Naturwiss. Cl., Abt.

1, 118: 341. 1909.

= Hypoxylon punctatum Petch, Ann. Roy. Bot. Gard. (Peradeniya) 8: 153. 1924; non (L.: Fr.)

Grev., 1828; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].

Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, superfície marrom ou marrom escuro a negro,

pigmentos verde oliva extraíveis em KOH, elevações periteciais inconspícuas, 0.5–5 cm

comprimento × 0.5–1.5 cm largura × 0.3–0.7 mm espessura. Peritécios obovóides, 0.2–0.4

Page 41: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

24

mm diam × 0.3–0.5 mm altura. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.1–0.2 (0.3)

mm diam. Ascos não observados ou, quando observados, danificados. Ascósporos elipsóides-

inequilaterais, extremidades arredondadas, marrons claros, 5–7 × 2–4 µm, fenda germinativa

retilínea no comprimento do esporo no lado ventral; perispório deiscente em KOH A 10%,

liso, epispório liso.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galhos de árvore dicotiledôneas e monocotiledônea indeterminadas, 28-IX-

2012, 16-XII-2013, Lacerda, L.T; BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural

Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-

III-2013, 1-VI-2013, Lacerda, L.T; BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural

Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não

identificada, 15-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.; CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de

Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-

2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.; PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º

58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-

2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Annulohypoxylon atroroseum por possuir menor diâmetro do

peritécio, sendo este podendo atingir 0.3 mm. A. stygium var. annulatum se distingui da

espécie tipo por possuir peritécios e disco anular maiores (0.4 mm diam x 0.6-0.7 mm altura e

0.3-0.4 mm diam, respectivamente).

Este táxon foi o mais coletado e o mais representativo em todas as áreas. Pereira (2011)

também observou este espécime com frequência no Nordeste. Este é o primeiro relato para o

Ceará.

Annulohypoxylon truncatum (Schwein. : Fr.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,

Mycologia 97: 861. 2005. Figura 9 – E–F

≡ Hypoxylon truncatum (Schwein: Fr.) J. H. Miller, Trans. Brit. Mycol. Soc. 17: 130. 1932.

≡ Sphaeria truncata Schwein., Schriften Naturf. Ges. Leipzig 1: 44. 1822; Schwein.: Fr., Syst.

Mycol. II, p. 442. 1823; non Bolton, 1789; nec (Pers.: Fr.) Fr., 1823.

Page 42: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

25

≡ Hypoxylon annulatum (Schwein.: Fr.) Mont. var. truncata (Schwein.: Fr.) Starb., Bih.

Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 8. 1901.

Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, superfície marrom escuro a

avermelhado, pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, com elevações periteciais 1/2 a 1/4

expostas, (0.2) 0.5–1.2 cm diam × 0.3–1.5 mm espessura. Peritécios esféricos, 0.4–0.7 mm

diam. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.2–0.4 (0.5) mm diam. Ascos (83) 90–

110 µm, parte esporífera 55–67 µm comprimento, estipe (22.5) 23–55 µm comprimento.

Ascósporos elipsóides-inequilaterais, com extremidade arredondada, marrons a marrom

escuros, 7–10 × 4–5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, perispório

deiscente em KOH A 10%, liso, epispório liso.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.;

PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em

tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA,

Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S; 39°02’W; em galho de árvore

dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, 16-XII-2013, Lacerda, L.T. BAHIA, Jussari,

Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho

indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Vide A. annulatum e A. moriforme.

Relatado anteriormente no Amazonas, na Bahia e na Paraíba por Pereira (2011), em

Pernambuco por Poroca (1976) e em São Paulo por Ju e Rogers (1996). Este é o primeiro

relato para o Ceará.

Page 43: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

26

Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo.

C–D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E.

Estroma. F. Ascósporo.

II. Biscogniauxia

Chave para os táxons de Biscogniauxia encontrados neste estudo.

1. Estroma carbonáceo com crateras……..…………………………….Biscogniauxia sp.1

1. Estroma de outra forma……………….………………...………….……………………2

2. Estroma discóide, peritécios ovóides a tubulares, 0.1–0.2 mm diam. × 0.4–0.5 mm

altura…………………………………………………………………… Biscogniauxia sp.2

2. Estroma de outra forma…………………………...…………………..………………3

3. Estroma fende-se na maturidade, peritécios ovoides, 0.2–0.3 mm diam. × 0.4–0.5 mm

altura……………………………………………………………………Biscogniauxia sp.6

3. Estroma de outra forma………………………………………….……………..………….4

4. Peritécios tubulares……………………………………………………………...……5

4. Peritécios obovoides ………………………………………..…………………………6

Page 44: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

27

5. Peritécios medindo 0.2–0.3 mm diam., ascósporos medindo 10–11.5 × 5–7 µm, fenda

germinativa retilínea no comprimento do esporo…Biscogniauxia capnodes var. capnodes

5. Peritécios medindo 0.2–0.5 mm diam. … ……………………..….…..…Biscogniauxia sp.3

6. Estroma medindo 5–1 cm diam., peritécios obovóides 0.3–0.4 mm

diam……………………………………………………….……….......…Biscogniauxia sp.4

6. Estroma e peritécios com outras dimensões………………….……….…………………7

7. Ascósporos medindo 7–9 × 3–4.5 µm, fenda germinativa

inconspícua…………………………………….. ……...……………Biscogniauxia aff. waitpela

7. Ascósporo 10–12.5 × 7–8 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do

esporo…………………………………….………………………………….Biscogniauxia sp.5

Biscogniauxia Kuntze, Revis. gen. pl. (Leipzig) 2: 398. 1891.

O gênero Biscogniauxia foi proposto para suportar as espécies do antigo gênero

Nummularia, erguido em 1863 pelos irmãos Tulasne, devido ao fato de Nummularia Tul. &

C. Tul. ser um homônimo posterior de Nummularia Hill, um gênero de uma angiosperma

Primulaceae, estabeleceu-se o gênero Biscogniauxia (JU et al., 1998). As principais

características deste táxon são: estroma bipartido; conidióforos robustos; lóculos carbonáceos

com peritécios papiráceos; estroma sem pigmentos extraíveis em KOH A 10%; ascósporos

não ornamentados e com coloração escura com fenda germinativa normalmente conspícua,

visível inclusive na parte escura de esporos com apêndice celular; ascos com estipe curto se

comparado à parte esporífera (JU et al., 1998).

Biscogniauxia capnodes var. capnodes (Berk.) Y.-M. Ju & J. D. Rogers, Mycotaxon 66: 23.

1998. Figura 10 – A–C

≡ Sphaeria capnodes Berk., Hooker's London J. Bot. 4: 72. 1845.

≡ Diatrype capnodes (Berk.) Curr., Trans. Linn. Soc. 22: Tab. 46, Fig. 73. 1858.

≡ Anthostoma capnodes (Berk.) Sacc., Syll. Fung. I, p. 298. 1882.

≡ Hypoxylon capnodes (Berk.) Berk. & Broome ex Cooke, Grevillea 11; 133. 1883.

= Sphaeria pachyloma Lév., Ann. Sci. Nat., Bot. III, 5: 259. 1846.

Page 45: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

28

≡ Hypoxylon pachyloma (Lév.) Mont. ex Speg., An. Soc. Cient. Argent. 12: no. 132. 1881.

≡ Nummularia pachyloma (Lév.) Cooke, Grevillea 12: 8. 1883.

= Hypoxylon ramosum Schwein. ex Cooke, Grevillea 11: 132. 1883.

= Nummularia mauritanica Berk. & Cooke apud Cooke, Grevillea 12: 6. 1883.

= Hypoxylon intermedium Speg., An. Soc. Cient. Argent. 18: 274. 1884; non (Schwein.: Fr.)

Y.-M. Ju & J. D. Rogers, 1996; [nom. rejic., Art. 13.1 (d)].

= Hypoxylon pseudopachyloma Speg., Bol. Acad. Nac. Cienc. Cordoba 11: 203. 1887.

≡ Hypoxylon nummularium Bull.: Fr. var. pseudopachyloma (Speg.) J. H. Miller, Monogr. of

the World Species of Hypoxylon, p. 125. 1961.

≡ Numulariola pseudopachyloma (Speg.) P. Martin, J. S. African Bot. 35: 306. 1969.

≡ Biscogniauxia nummularia (Bull.: Fr.) Kuntze var. pseudopachyloma (Speg.) Whalley apud

Whalley, Hywel-Jones, Jones, & Whalley, Sydowia 47: 73. 1995.

= Nummularia alabatensis Yates, Philipp. J. Sci. 12: 378. 1917.

= Hypoxylon porteri Speg., Bol. Acad. Nac. Ci. 25: 54. 1921.

Estroma aplanado, 0.6–0.8 cm diam e 0.8–2.6 cm comprimento; superfície enegrecida

brilhante na maturidade; carbonáceo abaixo da superfície e entre os peritécios. Peritécios

ovóides a tubulares, 0.2–0.3 mm diam × 0.4–0.6 mm altura. Ostíolos levemente acima do

nível da superfície estromática com aberturas suavemente papiladas. Ascos colapsados.

Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro, 10–11.5 × 5–7 µm, fenda germinativa

retilínea no comprimento do esporo.

Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da

Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada,

15-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: É a espécie mais encontrada do gênero. Biscogniauxia capnodes var. capnodes

pode ser separada de B. nummularia, principalmente, por possuir um tecido carbonáceo

abaixo da superfície dos peritécios e pela menor largura dos ascósporos (JU et al., 1998).

Relatado anteriormente na Bahia, Paraíba e Pernambuco por Pereira (2011), em Minas Gerais

e Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014).

Page 46: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

29

Figura 10 – A–C. Biscogniauxia capnodes var. capnodes. A. Estroma. B. Peritécios tubulares.

C. Ascósporo.

Biscogniauxia aff. waitpela Van der Gucht, Mycol. Res. 100: 704. 1996. Figura 11 – A–C

Estroma aplanado, superfície marrom escuro a enegrecido; carbonáceo abaixo da

superfície e entre os peritécios, 1–1.6 cm diam × 4–9 cm de comprimentos. Ostíolos

levemente acima da superfície, papilado. Peritecios obovoides, 0.1 cm diam × 0.2 mm altura.

Anel apical J+ discoide, 0.5–1 µm diam × 1.5–2 µm de comprimento. Ascósporos

elipsdoies, equilaterais, marrom escuro, uma extremidade mais ou menos arredondadas, com

apêndice hialino de 2 µm de comprimento × 1 µm comprimento diam, 7–9 × 3–4.5 µm, fenda

germinativa inconspícua.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

1-VI-2013, Lacerda, L.T

Comentários: Difere de Biscogniauxia waitpela somente por possuir estroma com coloração

enegrecida e distingue das demais espécies pelo tamanho do ascósporo e presença de

apêndice.

Relatado anteriormente em Papua-Nova Guiné e Filipinas (JU et al., 1998). Este é o primeiro

relato de B. waitpela para o Brasil.

Page 47: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

30

Figura 11 – A–C. Biscogniauxia aff. waitpela. A. Estroma. B. Peritécios tubulares. C.

Ascósporo.

Biscogniauxia sp. 1 Figura 12 A

Estroma aplanado, com crateras, erumpente, superfície negra, carbonáceo abaixo da

superfície e entre os peritécios. Ostíolo papilado. Peritécios tubulares 0.1–0.2 mm diam × 0.4–

0.5 mm altura. Ascos e ascósporos não observados.

Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da

Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada,

31-V-2013, Lacerda, L.T.

.

Biscogniauxia sp. 2 Figura 12 B–C

Estroma discóide, 0.8–1 cm diam; superfície enegrecida brilhante na maturidade;

carbonáceo abaixo da superfície e entre os peritécios. Peritécios ovóides a tubulares, 0.1–0.2

mm diam × 0.4–0.5 mm altura. Ostíolos acima do nível da superfície estromática, papiladas.

Ascos e ascósporos imaturos.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T;

BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°

5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.;

Page 48: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

31

PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em

tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; ; BAHIA, Jussari,

Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho

indeterminado de árvore dicotiledônea, 1-VI-2013, Lacerda, L.T;

Biscogniauxia sp. 3 Figura 12 D

Estroma aplanado, superfície enegrecida brilhante na maturidade; carbonáceo abaixo

da superfície e entre os peritécios. Peritécios tubulares 0.2–0.5 mm diam × 0.4–0.6 mm altura.

Ostíolo levemente acima do nível da superfície estromática, papiladas. Ascos e ascósporos

não observados.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T;

BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°

5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.

Biscogniaxia sp. 4 Figura 12 – E–F

Estroma aplanado, superfície enegrecida; carbonáceo abaixo da superfície e entre os

peritécios, 0.5–1 cm diam × 1.5–2.5 cm altura. Peritécios obovóides 0.3–0.4 mm diam × 0.5–

0.6 mm altura. Ostíolo levemente acima do nível da superfície estromática, papiladas. Ascos e

ascósporos colapsados.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T;

BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S;

39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 1-VI-2013, Lacerda, L.T;

BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°

5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.;

Page 49: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

32

Figura 12 – A– F. Espémies coletadas de Biscogniaxia. A. Estroma de Biscogniauxia sp.1. B–

C. Biscogniauxia sp.2. B. Estroma. C. Peritécios. D. Estroma de Biscogniauxia

sp.3. E–F .E. Biscogniaxia sp.4. E. Estroma. F. Peritécios.

Biscogniauxia sp. 5 Figura 13 – A–C

Estroma aplanado, superfície acinzentada, erumpente, carbonáceo abaixo da superfície

e entre os peritécios, 0.4–0.5 cm diam. × 0.4–1 cm de comprimento. Ostíolos levemente

acima da superfície estromática, pequenas papilas. Peritecios obovoides, 0.2–0.3 mm diam. ×

0.4–0.5 mm altura. Ascos colpsados. Ascósporos equilaterais, marrom escuro a claro,

extremidades agudas, 10–12.5 × 7–8 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do

esporo.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012 , Lacerda, L.T.

Comentários: Este espécime está em processo de identificação.

Page 50: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

33

Biscogniauxia sp. 6 Figura 13 – D–E

Estroma aplanado, superfície marrom a acinzentado, carbonáceo abaixo da superfície e

entre os peritécios, com rachaduras na maturidade. Ostíolos levemente acima do nível da

superfície estromática, papilado. Peritécios ovoides, 0.2–0.3 mm diam. × 0.4–0.5 mm altura.

Ascos e ascósporos não observados.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012 , Lacerda, L.T.

Figura 13 – A–E. Espémies de Biscogniaxia. A–B. Biscogniauxia sp.5. A. Estroma. B.

Peritécios. C. Ascósporos. D–E. Biscogniauxia sp.6. D. Estroma. E. Peritécios.

Page 51: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

34

III. Camillea

Chave para os táxons de Camillea encontrados no Brasil.

1. Estroma cilíndrico………………………………………………………….…………..2

1. Estroma discóide…………………………………………………………….…………4

2. Estroma com uma depressão circular apical…..….…………………………………3

2. Estroma com superfície côncava …………….…..……………………...C. bilabiata

3. Estroma com um estilete cônico saindo de dentro da depressão circular apical.

………………………………………………………………………………....… C. mucronata

3. Estroma sem estilete………………………..……………………………..….. C. cyclops

4. Estroma com sulcos profundos e estreito, com ascósporos > 15 µm …… C. sulcata

4. Estroma sem sulcos, com ascósporos ≤ 15 µm…....................………….C. labellum

Camillea Fr., Summa vegetabilium Scandinaviae 2: 382 (1849).

=Nummularioidea Cooke & Massee

=Bacillaria Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 13: 352 (1840).

=Diatrypeopsis Speg., Anales de la Sociedad Científica Argentina 18 (6): 266 (1884).

=Diatrype subgen. Nummularoidea Cooke & Massee, Grevillea 21 (97): 4 (1892).

=Jongiella M. Morelet, Bulletin de la Société des Sciences Naturelles et d'Archéologie de

Toulon et du Var 196: 7 (1971).

O gênero Camillea foi proposto por Fries (1849), tendo como as principais

características estroma bipartido com um ectostroma deiscente, podendo ser cilíndrico,

aplanado ou discoide e ascósporos ornamentados sem fenda germinativa (ROGERS, et al.,

2014). Existem 35 táxons, dentre eles quatro são encontrados no Brasil, possuindo maior

ocorrência na região Amazônica: C. bilabiata Sepg, C. cyclops Mont., C. labelum Mont. e C.

mucronata Mont (PEREIRA, 2014). O gênero é essencialmente neotropical com a maioria

das espécies que ocorrem no Amazônia.

Page 52: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

35

Este é um gênero extremamente carente de estudo no Brasil, uma vez que várias

espécies atualmente aceitas como válidas podem estar depositadas nos herbários nacionais

como Biscogniauxia (= Nummularia) ou mesmo ainda não ter sido coletadas.

Camillea cyclops (Mont.) Berk. & Curt., J. Acad. naf. Sci. Philad. 2,2 (4): 285 (1854).

Figura 14 – A–B

≡Hypoxylon cyclops Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 13: 353 (1840).

≡Numulariola cyclops (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 35: 288

(1969).

≡Numulariola cyclops (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1): 76

(1976).

Estroma erumpente, cilíndrico, 2 a 5 cm de diam, com depressão circular apical,

carbonáceo, negro. Peritécios cilíndricos, situados na região central do estroma. Ostíolos

papilados abaixo do disco apical, cerca de 6 a 8 por estroma. Ascos e ascósporos não

observados.

Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da

Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em Nectandra membranacea (Sw.) Graseb. morta,

15-VIII-2012, 31-V-2013 Lacerda, L.T.

Comentários: Camillea cyclops distingui de C. mucronata por não possuir um estilete cônico

dentro da cavidade apical do estroma. Difere das outras espécies de Camillea pela forma

cilíndrica do estroma, com deperessão circular apical.

Camillea cyclops é relatada no Amazonas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rondônia

(PEREIRA, 2011, 2014), sendo este o primeiro relato associado a N. membranacea

(Lauraceae). Possui frequência rara.

Camillea sulcata (Starb.) Lloyd, Myc. Writ. S: 77 (1918) Figura 14 – A–C

≡Hypoxylon sulcatum Starb., Arkiv Bot. 2 (5): 20 (1904).

≡Nummulariola sulcata (Starb.) P. Martin, Jl 5. Afr. Bot. 42 (1): 79 (1976)

Page 53: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

36

Estroma erumpente, aplanado, levemente côncavo, coloração marrom escuro a preto,

sulcos profundos e estreitos 0,5–0,85 diam. × 0,5– 0,7 altura mm . Ostíolo umbilicado. Ascos

não observados. Ascósporos marrons amarelados, levemente inequilaterais, elipsoides com

extremidade atenuada, fenda germinativa não visualizada, 27–30 × 9–10µm.

Material examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S;

35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Camillea sulcata é geralmente confundida com C. heterostoma (Mont.)

Laess0e et al. pela morfologia do estroma, Lloyd (1924) chegou a consideradas espécies

coespecíficas, no entanto são facilmente separadas pela morfologia dos ascósporos.

Este é o primeiro relato de C. sulcata para o Nordeste, sendo encontrado apenas no estado do

Amazonas e na Argentina e Peru (LAESS0E et al., 1989). Possui frequência rara.

Figura 14 – A–C. Espécies coletadas de Camillea. A. C. cyclops. A. Estroma. B–C. C.

sulcata. B. Estroma. C. Ascósporo.

IV. Daldinia

Chave para as espécies de Daldinia encontradas no Brasil

1. Estroma clavado a cilíndrico………………………………………..……………..D. clavata

1. Estroma esférico a hemisférico……………....………………………….…………………..2

2. Peritécios obovoides, ascósporos ≤ 11 µm ...………………………….....D. caldariorum

Page 54: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

37

2. Peritécios tubulares, ascósporos > 11 µm ……….………...…………………………….3

3. Ascósporos > 14 µm ………………………………………………...…….… D. concentrica

3. Ascósporos ≤ 14 µm …..………………………………………..……….…. D. eschscholtzii

Daldinia Ces & De Not., Commentario della Società Crittogamologica Italiana 1 (4): 197

(1863).

=Peripherostoma Gray, A natural arrangement of British plants 1: 513 (1821).

=Stromatosphaeria Grev., Flora Edinensis: lxxiii, 355 (1824).

=Hemisphaeria Klotzsch, Nova Acta Acad. Caes. Leop.-Carol. German. Nat. Cur.: 241

(1843).

O gênero Daldinia foi proposto por Ces. & De Not. em 1863, tendo como espécie tipo

D. concentrica (Bolton) Ces. & De Not. Possui aproximadamente 24 espécies aceitas

(STADLER et al., 2001) sendo que quatro são encontradas no Brasil: D. caldariorum Henn.,

D. clavata Henn., D. concentrica e D. eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm (PEREIRA, 2014).

Este gênero possui como principal característica peritécios embutidos em grandes

estromas, os quais apresentam internamente zonas concêntricas (JU et al., 1997)

(JOHANNESSON, 2002). Além de apresentar metabolites com ações antimicrobianas e

nematicidas (ANKE et al. 1995). O estroma de Daldinia também pode servir como habitat

para artrópodes (YUYAMA et al., 2013).

Daldinia eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm, Ann. Mycol. 2: 175, 1904. Figura 15

≡Sphaeria eschscholtzii Ehrenb.: Fr., Fung. Chamisso Coll., pl. 18, fig. 8. 1820.

≡Sphaeria concentrica Bolton: Fr. var. eschscholtzii (Ehrenb.: Fr.) Fr., Syst. Mycol. II, p.

331. 1823.

≡Daldinia concentrica (Bolton: Fr.) Ces. & De Not. var. eschscholtzii (Ehrenb.: Fr.) Starb.,

Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 5. 1901.

= Hypoxylon stratosum Sacc., Syll. Fung. IX, p. 544. 1891.

≡Daldinia stratosa (Sacc.) Sacc. & Trott., Syll. Fung. XXII, p. 327. 1913.

Page 55: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

38

= Daldinia luzonensis Rehm, Philipp. J. Sci., Bot. 8: 260. 1913.

Estroma hemisférico, turbinado, séssil, tronco robusto, agregado, liso, coloração

marrom vináceo, com pigmento púrpura extraído em KOH A 10%, tecido abaixo da camada

de peritécio composto por zonas alternadas. Peritécios tubulares, medindo 1– 1.5 mm de

altura × 0.3– 0.4 mm diam. Ostíolos papilados. Ascos não observados. Ascósporo elipsoide-

inequilateral, com extremidades arredondadas, coloração marrom a marrom escuro, fenda

germinativa menor que o comprimento do esporo, medindo de 10–14 ×5–6µm. Perisporo

deiscente em KOH A 10%, episporo liso.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Daldinia eschscholtzii é bastante próximo de D. concentrica. Dennis (1963)

considerou D. eschscholtzii uma espécie a análoga a D. concentrica. Entretanto, a maioria dos

micologos Miller (1930, 1942), Child (1932), Martin (1969a), Petrini and Müller (1986),

Rogers et al. (1987), San Martín (1992), Van der Gucht (1994), consideraram duas espécies

distintas, por se diferenciarem no tamanho e dimensão dos ascósporos e por D. eschscholtzii

possuir um estroma mais achatado, comparada com D. concentrica.

Este táxon é encontrado nos Estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande

do Sul, sendo este o primeiro relato para o Nordeste.

Page 56: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

39

Figura 15 – Estroma de Daldinia eschscholtzii.

Daldinia eschscholtzii foi coletada apenas na RPPN Serra do Teimoso, durante o

período chuvoso, possuindo frequência rara.

V. Hypoxylon

Chave para os táxons de Hypoxylon

1. Liberação de pigmentos vináceos em KOH A 10% ………………………....Hypoxylon sp.1

1. Liberação de pigmentos alaranjados a ferrugem em KOH A 10%.........................................2

Page 57: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

40

2. Ascósporo igual ou menor a 9 µm, com fenda germinativa

inconspoícua………………………………………………………..………..Hypoxylon sp.3

2. Ascósporo maior que 9 µm………………………………………………………………3

3. Estroma aglomerado, ascósporo medindo 10–12 × 4–6 µm, fenda germinativa

sigmoide………………………………………………..…………….……..…..Hypoxylon sp.2

3. Ascsporos de outra forma……………….…………….…………..…………………………4

4. Ascósporos medindo (10) 11–14 × 4–6, fenda germinativa próximo ao comprimento do

esporo…………………………………………………………………..……Hypoxylon sp.4

4. Ascósporos medindo (8) 9–12 (13) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa menor que o

comprimento do esporo…………………………..……………………….…Hypoxylon sp.5

Hypoxylon Bull., Hist. Champ. France (Paris): 168. 1791.

≡ EuHypoxylon Füisting, Bot. Zeitung (Berlin) 25: 309. 1867.

= Perisphaeria Roussel, Fl. Calvados, ed. 2, p. 42. 1806.

= Sphaeria Haller, Hist. Stirp. Helv. III, p. 120. 1768; [nom. rejic., ICBN Art. 14].

= Discosphaera Dumort., Commentat. Bot., p. 91. 1822.

= Pyrenodermium Bonord., Handb. Mykol., p. 272. 1851.

= Epixylon Füisting, Bot. Zeitung (Berlin) 25: 309. 1867.

= Hypoxylina Starb., Ark. Bot. 5: 29. 1905.

= Pyrenopolyporus C. G. Lloyd, Mycol. Writings 5: 706. 1917.

Hypoxylon foi proposto por Bull em 1791, porém sua aplicação foi negligenciada

pelos micologistas da época em função de Sphaeria Haller. Em 1849 Fries restabeleceu este

táxon, tendo como espécie tipo H. coccineum Bull, creditado por Miller (1961) como

fundador do gênero (ROGERS et al. 2014). Hypoxylon Mentz ex Adanson e Hypoxylon

Jussieu são homônimos.

Possui distribuição cosmopolita e suas principiais características são: anamorfo como

Nodulisporium; estroma unipartido; altura menor que o comprimento e a largura; pigmentos

geralmente extraíveis em KOH A 10% (JU; ROGERS, 1996).

Page 58: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

41

Hypoxylon sp. 1 Figura 16 – A–E

Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais inconspícuas a

conspícuas; superfície marrom a avermelhada; pigmentos extraíveis em KOH A 10%

vinaceos. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–0.5 mm diam × 0.4–0.7 mm altura. Ostíolos

acima do nível da superfície estromática, levemente conicos-papilados. Ascos (112.5) 115–

150 × 4.5–6.5 µm, parte esporífera (65) 67.5–75 (77.5) µm comprimento, estipe (45) 47.5–70

(75) µm comprimento, sem aparente reação com o melzer. Ascósporos marrons a marrom

escuros, elipsoides-inequilaterais, 9–13 × 4–6 µm, fenda germinativa retilínea no

comprimento do esporo ou próxima a ele; perispório deiscente em KOH A 10%, episporo

liso.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

1-VI-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Hypoxylon rubigineoareolatum por possuir pigmrntos extraíves em

KOH a 10% e por este possuir uma maior faixa de tamanho dos ascósporos. Pode ser

separado de H. rubiginosum pela coloração púrpura extraível do KOH a 10% e por possuir o

ostíolo acima da superfície estromática.

Page 59: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

42

Figura 16 – A– E. Hypoxylon sp.1. A. Estroma. B. Liberação de pigmento vinaceo em KOH a

10%. C. Peritécio. D. Perisporo deiscente. E. Ascósporo.

Hypoxylon sp. 2 Figura 17 A–C

Estroma aglomerado, geralmente uniperiteciado, superfície marrom, pigmentos

extraíveis em KOH a 10% alaranjado a ferrugem. Ostíolo negro ao redor, umbilicado.

Peritécios esféricos a obovóides, 0.5–0.6 mm diam × 0.5–0.8 mm altura. Ascos (105) 110–

145 × 4.5–6.5 µm, parte esporífera 70–82.5 µm comprimento, estipe (27.5) 37.5–57.5 µm

comprimento, anel apical não observado. Ascósporos marrons a marrom escuros, elipsoides-

inequilaterais, 10–12 × 4–6 µm, fenda germinativa sigmóide no comprimento do esporo;

perispório deiscente em KOH A 10%, episporo liso.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

Lacerda, L.T.

Page 60: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

43

Comentários: Possui morfologia semelhante à Hypoxylon fendleri, entretanto difere deste,

por apresentar peritécios maiores e mais largos e pelo formato do estroma. Este espécime não

se assemelha a nenhuma espécie descrita. Provavelmente é uma espécie nova.

Hypoxylon sp. 3 Figura 17 D–E

Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais inconspícuas a

conspícuas; superfície marrom avermelhado a enegrecido; pigmentos extraíveis em KOH a

10% alaranjado. Peritécios esféricos, 0.1–0.2 mm diam. Ostíolos levemente acima do nível da

superfície estromática, papilado. Ascos não observados. Ascósporos marrons a marrom

escuros, elipsoides-inequilaterais, 7–8 × 4–5 µm, fenda germinativa inconspícua; perispório

indeiscente em KOH A 10%.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Possui morfologia semelhante à Hypoxylon rutilum, contudo, podem-ser

separados pelas características dos ascósporos, que são maiores e com fenda germitavia no

comprimento do esporo em H. rutilum. Difere de Hypoxylon erythrostroma pelo tamanho do

peritécio, sendo este maior (0.2–0.4 mm diam x 0.3–0.5mm de altura) e pela presença da

fenda germinativa no ascósporo deste.

Page 61: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

44

Figura 17 A–E. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp.1. A. Estroma. B.

Liberação de pigmento ferrugem em KOH A 10%. C. Ascósporo. D–F.

Hypoxylon sp.2. D. Estroma. E. Liberação de pigmento laranjado em KOH

A 10%. F. Ascósporo.

Hypoxylon sp. 4 Figura 18 A–C

Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais

inconspícuas a conspícuas; superfície marrom avermelhado a enegrecido; pigmentos

extraíveis em KOH A 10% alaranjado. Peritécios esféricos para obovoide, (0.35) 0.4–0.5 mm

diam. × (0.3) 0.4–0.6 mm de altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície

estromática, papilado. Ascos não observados. Ascósporos marrons a marrom escuros,

elipsoides-inequilaterais, (10) 11–14 × 4–6 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento

do esporo ou próxima a ele; perispório deiscente em KOH A 10%; episporo liso.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.

Page 62: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

45

Comentários: Difere de Hypoxylon lenormandii pela morfologia do ascósporo. Assemelha-se

a H. parksianum, distinguindo, principalmente, pela altura do peritécio.

Hypoxylon sp. 5 Figura 18 D–E

Estroma hemisférico, pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais

inconspícuas a conspícuas; 0.5–1.8 cm diam; superfície negra; pigmentos extraíveis em KOH

A 10% laranja claro. Peritécios esféricos para obovoide, 0.3–0.5 mm diam. × 0.3–0.5 mm de

altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície estromática, cônico-papilado. Ascos

não observados. Ascósporos marrons a marrom escuros, elipsoides-inequilaterais, (8) 9–12

(13) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo;

perispório indeiscente em KOH A 10%.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Hypoxylon ochraceum porr apresentar o ostíolo acima do nível da

superfície estromática e ascósporos menores.

Page 63: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

46

Figura 18 A–F. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp.2. A. Estroma. B.

Peritécios C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F.

Ascósporo.

VI. Kretzschmaria

Chave para os táxons de Kretzschmaria.

1. Estroma estipitado…………………………………………………….……………………..2

1. Estroma séssil……………………...…………….………………………………………..…3

2. Ascósporo com fenda germinativa muito menor que o comprimento do esporo, ostíolo

cônico,…………………...…………….……………………..….…………………K. clavus

2. Ascósporo com fenda germinativa pouco menor que o comprimento do esporo, ostíolo

papilado………..…………….…………..……….…………………………..K. cetrarioides

3. Estroma pulvinado a efuso-pulvinado ……….……………………….……...K. pavimentosa

A

Page 64: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

47

3. Estroma de outra forma………………………….………………………..…………………4

4. Estroma subgloboso, ascósporos medindo 27–35 × 8–10 µm……......Kretzschmaria sp.1

4. Estroma de outra forma………………………………………………….……………….5

5. Estroma apresentando espinhos no topo, ascósporos maiores que 35

µm…………………………………………………………………...……….…..... K. micropus

5. Estroma sem espinhos no topo, ascósporos medindo 35 µm ou menores que 35

µm……….…………………………………………………………….…… Kretzschmaria

sp.2

Kretzschmaria Fr., Summa veg. Scand., Section Post. (Stockholm): 409. 1849.

≡ Sphaeria clavus Fr.: Fr., Linnaea 5: 543.1830.

≡ Rhopalopsis Cooke, Grevillea 11: 93. 1883.

TIPO: R. clavus (Fr.: Fr.) Cooke [≡ Sphaeria clavus Fr.: Fr.]

= Ascostroma Bonord., Handb. Allg. Mykol., p. 272. 1851.

LECTOTIPO [selected by Laessøe (1994)]: Sphaeria deusta Hoffm.: Fr. [≡ Kretzschmaria

deusta (Hoffm.: Fr.) P. Martin]

= Ustulina Tul. & C. Tul., Sel. Fung. Carp. II, p. 23. 1863.

TIPO: U. vulgaris Tul. & C. Tul. [= Sphaeria deusta Hoffm.: Fr. ≡ Kretzschmaria deusta

(Hoffm.: Fr.) P. Martin]

= Holttumia C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1285. 1924.

TIPO: H. congregata C. G. Lloyd [= Kretzschmaria macrosperma (Mont.) J. D. Rogers & Y.-

M. Ju]

Kretzschmaria é um gênero que possui a maioria dos táxons encontrada em regiões

tropicais (PEREIRA, 2011). No Brasil são relatadas doze espécies deste gênero:

Kretzschmaria albogrisea Jad. Pereira et al., Kretzschmaria aspinifera Jad. Pereira et al.,

Kretzschmaria cetrarioides (Welw. & Curr.) Sacc., Kretzschmaria clavus (Fr.) Sacc.,

Kretzschmaria curvirima J.D. Rogers & Y.M. Ju, Kretzschmaria deusta (Hoffm.)

P.M.D.Martin, Kretzschmaria guyanensis J.D. Rogers & Y.-M. Ju, Kretzschmaria lucidula

(Mont.) Dennis, Kretzschmaria micropus (Fr.) Sacc., Kretzschmaria pavimentosa (Ces.) P.

Martin, Kretzschmaria sandvicensis (Reichardt) J.D.Rogers & Y.-M.Ju e Kretzschmaria

sigmoidrima A.I.Hladki & A.I.Romero (PEREIRA, 2014).

Page 65: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

48

Kretzschmaria cetrarioides (Welw. & Curr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.

Figura 19 A-B

≡ Hypoxylon cetrarioides Welw. & Curr., Trans. Linn. Soc. London 26: 282. 1867.

≡ Rhopalopsis cetrarioides (Welw. & Curr.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.

= Kretzschmaria proxima Pat., J. Bot. (Morot) 4: 63. 1890.

= Kretzschmaria pechuelii Henn., Bot. Jahrb. Syst. 14: 365. 1891.

= Kretzschmaria paradoxa Pat., Bull. Soc. Mycol. France 8: 51. 1892.

= Kretzschmaria lichenoides Rick apud Rehm, Hedwigia 44: 6. 1904; non (Berk. ex Cooke)

Sacc., 1883; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].

= Kretzschmaria botrites C. G. Lloyd, Mycol. Writings 6: 995. 1920.

= Kretzschmaria singaporensis Sacc., Bull. Orto Bot. Regia Univ. Napoli 6: 48. 1921.

= Kretzschmaria tonkiniana Pat., ined.?

Estroma com parte fértil convexa, carbonáceo, estipitado ou séssil, estipe, quando

presente, cilíndrica, multiperiteciado, coloração marrom escuro. Ostíolo cônico. Peritécios

obvóides 0,8–1 mm diam × 1–1.5 mm altura. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides,

inequilaterias, marrom escuro a negro, fenda retilínea no comprimento do esporo medindo

(25) 27–31 × 8–11 µm.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.; BAHIA,

Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em

galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA, Ilhéus,

Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em

galho morto de dicotiledônea não identificada, 15-VIII-2012, Lacerda, L.T.

Page 66: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

49

Comentários: Ketrzschmaria cetrarioides é bastante similar a K. clavus, difere desta por

apresentar ostíolo cônico, fenda germinativa nos ascósporos no comprimento do esporo

(ROGERS; JU 1998). Possui morfologia dos ascósporos similares a Kretzschmaria micropus.

Primeiro relato para o Ceará. Coletado anteriormente nos Estados, Amazonas, Bahia,

Pernambuco, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014).

Kretzschmaria clavus (Fr.: Fr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883. Figura 19 C-D

≡ Sphaeria clavus Fr., Linnaea 5: 543. 1830; Fr.: Fr., Syst. Mycol. Index, p. 162. 1832.

≡ Hypoxylon clavus (Fr.: Fr.) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. II, 13: 355. 1840.

≡ Rhopalopsis clavus (Fr.: Fr.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.

= Sphaeria coenopus Fr., Linnaea 5: 542. 1830; Fr.: Fr., Syst. Mycol. Index, p. 162. 1832.

≡ Hypoxylon coenopus (Fr.: Fr.) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. II, 13: 356. 1840.

≡ Xylaria coenopus (Fr.: Fr.) Berk. & M. A. Curtis apud Berk., J. Acad. Nat. Sci.

Philadelphia, ser. II, 2: 285. 1853.

≡ Rhopalopsis coenopus (Fr.: Fr.) Cooke, Grevillea 11: 93. 1883.

≡ Kretzschmaria coenopus (Fr.: Fr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.

= Xylaria puiggarii Speg., Anales Soc. Ci. Argent. 12: 52. 1881.

≡ Rhopalopsis puiggarii (Speg.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.

≡ Kretzschmaria puiggarii (Speg.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.

= ? Kretzschmaria novoguineensis Henn., Bot. Jahrb. Syst. 15, Beibl. 33: 7. 1892.

= Kretzschmaria pusilla Ellis & Everhart apud C. L. Smith, Bull. Lab. Nat. Hist. Iowa State

Univ. 2: 410. 1893.

= Kretzschmaria divergens Starb., Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 6. 1901.

Page 67: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

50

= Kretzschmaria australiensis Henn., Hedwigia 42 (Beibl.): 83. 1903. Fide Dennis (1957).

= Kretzschmaria apoda C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1120. 1922.

Estroma com parte fértil convexa a achatada, estipitado ou séssil, estipe quando

presente geralmente cilíndrica, marrom a marrom escuro, carbonácea, multiperiteciado, com

2–4.5 mm diam., tecido coriáceo a lenhoso entre e abaixo dos peritécios. Ostíolos levemente

papilados. Peritécios obovóides, 0.5–1 mm diam × 1–1.4 mm altura. Ascos não observados.

Ascósporos elipsóides a fusóides, inequilaterais, com extremidades arredondadas, coloração

marrom a marrom escuro, fenda germinativa retilínea muito menor que o comprimento do

esporo, (24) 27–32 × 6–10µm.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada, 28-XI-2012, Lacerda, L.T.. PARAÍBA,

Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em árvore morta

não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do

Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em tronco de

dicotiledônea não identificada, 18-VIII-2012, Lacerda, L.T.L.

Comentários: Vide Kretzschmaria cetrarioides.

Primeiro relato para o Ceará. Coletado anteriormente nos Estados do Amazonas, Bahia,

Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo

(PEREIRA, 2014).

Kretzschmaria micropus (Fr.) Sacc. Syll. Fung. 2, p. xxix, 1833. Figura 19 E-F

≡Sphaeria micropus Fr., Linnaea 5: 542 (1830).

≡Hypoxylon micropus (Fr.) Berk., Botanical Journal of the Linnean Society 10: 383 (1869).

≡Rhopalopsis micropus (Fr.) Cooke, Grevillea 11 (59): 94 (1883.

Estroma com a parte fértil convexa, carbonáceo, preto a marrom escuro, geralmente

contendo um ou dois peritécios, com espinhos no topo. Ostíolo cônico. Peritécios esféricos a

obovoides 0.9–2.3 × 1.2–2.5 mm. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides,

Page 68: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

51

inequilaterais, pinched, fenda germinativa retilínea pouco menor que o comprimento do

esporo, marrom escuro, medindo 36–42 × 8–11 µm.

Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"

S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea em decomposição não identificada, 18-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Kretzschmaria macrosperma e K. megalospora pelo tamanho menor

do ascósporo e do comprimento fenda germinativa.

Primeiro relato para a região Nordeste. Coletado anteriormente por Shear em São Paulo em

1947 e no Rio Grande do Sul por Rick (PEREIRA, 2014).

Figura 19 A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A– B. K. cetrarioides. A. Estroma. B.

Ascósporo. C–D. K. clavus. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. K. micropus.

E. Estroma. F. Ascósporos.

Page 69: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

52

Kretzschmaria pavimentosa (Ces.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1):

74 (1976). Figura 20 A–B

≡Hypoxylon pavimentosum Ces., Atti dell´Accademia di Scienze Fisiche e Matematiche

Napoli 8 (8): 18 (1879).

≡Ustulina pavimentosa (Ces.) Cooke, Grevillea 12 (61): 3 (1883).

Estroma discóide, restrito pulvinado ou efuso-pulvinado, liso ou com rachaduras,

carbonáceo, superfície marrom, marrom escuro a castanho, anexado ao substrato com

conectivos. Ostíolo papilado. Peritécios tubulares a obovoides de 0.6–1.0 × 1.0– 1.8mm.

Ascos não observados. Ascósporos inequilaterais a fusóides com pontas agudas, marrom

escuro, fenda germinativa retilínea muito menor que o comprimento do esporo, medindo 32–

40 × 8–11µm.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada, 28-XI-2012, Lacerda, L.T.; BAHIA,

Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W em

tronco caído de dicotiledônea não identificada, 13-III-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de K. sandvicensis (Reichardt) J. D. Rogers & Y.-M. Ju e K. eriodendri

(Henn.) J. D. Rogers & Y.-M. Ju principalmente pelo tamanho da fenda germintativa do

ascósporo, que é bem menor comparada a estas espécies (ROGERS; JU 1998).

Primeiro relato para a região Nordeste. Coletado anteriormente por Dunn no Pará em 1980 e

no Paraná (PEREIRA, 2014). Também relatado no Amazonas (PEREIRA, 2014).

Kretzschmaria sp. 1 Figura 20 C–D

Estroma solitário ou gregário, subgloboso, esférico para hemisférico, carbonáceo,

tecido negro quando jovem e acinzentado na maturidade 0.5–1 diam. × 0.5–1.4 altura cm.

Ostíolo papilado. Peritécios esféricos a obovoides 0.5–1 diam × 0.6–1 altura. Ascos não

observados. Ascósporo marrom escuro, elipsoide, inequilateral, fenda germinativa retilínea

pouco menor que o comprimento do esporo, medindo 27–35 × 8–10µm.

Page 70: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

53

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Este espécime não se assemelha a nenhuma espécie já descrita. Provavelmente

trata-se de um novo táxon, devendo ser melhor estudado a posteriori.

Kretzschmaria sp. 2 Figura 20 E–F

Estroma parte fértil convexa, carbonáceo, séssil, multiperiteciado, coloração negra.

Ostíolo cônico. Peritécios esféricos a obovoides 0.7–2 diam × 1–2.3 altura. Ascos não

observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, coloração marrom escuro, fenda

germinativa pouco menor que o comprimento do esporo, esporo medindo 27.5–35 × 7.3–10

µm.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Este espécime não se assemelha a nenhuma espécie já descrita. Provavelmente

trata-se de um novo táxon.

Page 71: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

54

Figura 20 A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A–B. K. pavimentosa. A. Estroma. B.

Ascósporo. C–D. Kretzschmaria sp1. C. Estroma. D. Ascósporo. E–

F.Kretzschmaria sp2. E. Estroma. F. Ascósporos.

VII. Leprieuria

Leprieuria J.D. Rogers & Whalley, Mycological Research 93: 152 (1989).

O gênero Leprieuria foi proposto por Læssøe et al (1989), sendo retirado de Camillea

por possuir ornamentações nos ascósporos e pela presença do anamorfo Genicolusporium

Chesters & Greenh (LÆSSØE et al., 1989).

Leprieuria bacillum (Mont.) Læssøe, J.D. Rogers & Whalley, Mycological Research 93: 152

(1989). Figura 21 A–B

≡Thamnomyces bacillum Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 8: 358 (1837).

≡Hypoxylon bacillum (Mont.) Mont., Histoire physique, politique et naturelle de l'isle de

Cuba. Botanique, Plantes cellulaires: 343 (1842).

Page 72: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

55

≡Camillea bacillum (Mont.) Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 113

(1855).

≡Numulariola bacillum (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 35: 288

(1969).

≡Numulariola bacillum (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1): 75

(1976).

Estroma cilíndrico, ereto, negro, com dois lóculos periteciais. Ascos deliquescentes.

Ascósporos marrons, fenda retilínea menor que o comprimento do esporo, 5.1– 6.5 × 2.8–

3.5µm.

Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da

Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em árvore morta de dicotiledônea não identificada,

18-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: O gênero Leprieuria é uma um gênero monoespécifico, difere do gênero

Camillea pela presença do anamorfo e por não apresentar ornamentações no ascósporo. Alem

de diferenciar-se de Poroleprieuria por possuir estroma e ascósporos maiores (GONZA´LEZ

et al., 2004).

Primeiro relato para o Nordeste Brasileiro. Coletado anteriormente nos Estados do Amazonas,

Pará e Minas Gerais (PEREIRA, 2014). Leprieuria bacillum foi coletado em árvore

dicotiledônea morta ainda em pé, não foi possível a sua identificação, devido ao estado de

decomposição da árvore.

Page 73: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

56

Figura 21 A–B. Leprieuria bacillum. A. Estroma. B. Ascósporo.

VIII. Nemania

Chave para os táxons de Nemania encontrados neste estudo.

1. Ostiolo abaixo no nível da superfície estromática, fenda germinativa levemente sigmoide,

ascósporos medindo 10–13 × 4–5 (6) µm ………………………….…………….Nemania sp.2

1. Ostíolo acima do nível da superfície estromática…...………………...………………….…2

2. Ascos medindo (105) 107.5–130 (132.5), ascósporos medindo 12–14 (15) × (4) 5–6 µm

….……..……………………...………………………………….…………….Nemania sp.1

2. Ascos medindo (87) 95–150 × 5.5–7 µm, ascósporos medindo 10–13 × 4–5 (6) µm

……………………………...………………………………………….Nemania cf. diffusa

Nemania Gray, Nat. Arr. Brit. Pl. (London) 1: 508, 516. 1821.

≡ Sphaeria Pers. : Fr.

≡ Gamosphaera Dumort., Comment. Bot.: 90 (1822).

≡ Hypoxylon Bull. sect. Papillata J. H. Miller subsect. Primocinerea J. H. Miller, A

Monograph of the World Species of Hypoxylon: 57 (1961).

Page 74: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

57

Nemania foi estabelecido por Gray em 1821, a primeira espécie escrita foi Nemania

deusta (Hoffm. : Fr.) S. F. Gray. Dony (1964) lectotipificou-o em Sphaeria, tendo como

espécie tipo Sphaeria serpens Pers. A aceitação generalizada de Nemania ocorreu após a

publicação de dois trabalhos de Pouzar (1985 a, b). Segundo Ju e Rogers (2002) as principais

características deste táxon são: estroma de coloração escura; sem pgmentos extraídos em

KOH a 10%; estroma geralmente pulvinados, preso ao substrato em toda a sua área;

multiperiteciado não facilmente separáveis; ascos cilíndricos com estipes longas, alguns

espécies possuem anel apical amiloide com coloração azul a avermelhada, usualmente na

proporção largura-altura; os ascósporos são amarelados a castanho escuro, com fenda

germinativa inconspícua a conspícua no lado ventral; perisporos indeiscentes; e anamorfo tipo

Geniculosporium Chesters & Greenh.

Nemania cf. difusa Figura 23 A–C

Estroma efuso-pulvinado, pulvinado, 1.2–1.6 cm diam; superfície marrom escura a

negra; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–

0.5 mm diam × 0.5–0.6 mm de altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície

estromática, cônico-papilado. Ascos (87) 95–150 × 5.5–7 µm, parte esporífera 70–87.5 µm

comprimento, estipe 25–70 (72.5) µm comprimento, anel apical não observado. Ascósporos

reniformes, marrom escuros, 10–13 × 4–5 (6) µm, fenda germinativa retilínea, conspícua, 2/3

no comprimento do esporo no lado ventral.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: É bastante similar a espécie Nemania difusa, no entanto, não foi possível

compara-lá com a chave original da espécie, proposta por Gray (1821).

Page 75: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

58

Figura 23 A– C. Nemania cf. diffusa. A. Estroma. B. Peritécios C. Ascósporo.

Nemania sp. 1 Figura 23 A– C

Estroma efuso-pulvinado, 0.3–1.5 (1.8) cm diam × 0.3–2.8 cm espessura; superfície

marrom escura a vinácea; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos,

(0.3) 0.4–0.5 mm diam. Ostíolos acima do nível da superfície estromática, com aberturas

cônicopapiladas, podendo ser envoltos em uma área levemente achatada. Ascos (105) 107.5–

130 (132.5) × (5) 5.5–7.5 (8.75) µm, parte esporífera 77.5–90 µm comprimento, estipe (25)

27.5–45 (50) µm comprimento, anel apical não observado. Ascósporos reniformes, marrom

escuros, 12–14 (15) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa retilínea, conspícua, 2/3 no

comprimento do esporo no lado ventral.

Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"

S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Distingui de Nemania confluens por apresentar ostíolo acima do nível da

superfície estromática e pela morfologia dos ascos (GRANMO, et. al. 1999). Difere de N.

bipapillata pelo tamanho bem menor do peritécio e pela ausência de disco anular (GRANMO,

et. al. 1999). Provavelmente uma nova espécie.

Page 76: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

59

Nemania sp. 2 Figura 22 D– F

Estroma efuso-pulvinado, hemisférico, 0.8–1.5 cm diam; superfície marrom escura a

negro; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–

0.4 mm diam × 0.4–0.5 mm de altura. Ostíolos abaixo do nível da superfície estromática.

Ascos não observados. Ascósporos reniformes, marrom escuros, 10–13 × 4–5 (6) µm, fenda

germinativa retilínea, conspícua, 2/3 no comprimento do esporo no lado ventral, levemente

sigmoide.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Nemania confluens apenas pelo tamanho menor do peritécio.

Provável nova variedade.

Figura 23 A–F. Espécie coletadas de Nemania. A–C. Nemania sp.1. A. Estroma. B. Peritécios

C. Ascósporo. D–F. Nemania sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.

Page 77: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

60

IX. Phylacia

Chave para os táxons de Phylacia encontrados neste estudo.

1. Estroma cilíndrico, ascósporo medindo 11,5–14 × 6,5–9 µm............... P. cylindrica sp. nov.

1. Estroma piriforme ou globoso.................................................................................................2

2. Estroma piriforme a globoso, ascósporo medindo 8–14 × 5–8,5 µm

…………………………………………………………………………………….P. globosa

2. Estroma piriforme, ascósporo medindo 10,5–13 × 5–6 µm………….…….…P. turbinata

Phylacia Lev. , Annls Sci. Nat., Bot., ser. 3, 3: 61. 1845.

≡ Henningsina Moller, Bot. Mitt. Trop. 9: 309 (1901).

≡ Leveillea Fr., Summa veg. Scand., Section Post. (Stockholm): 409 (1849).

O gênero Phylacia foi proposto por Lev. em 1845, tendo como espécie tipo Phylacia

globosa. Este táxon possui 11 espécimes, sendo encontradas seis destes no Brasil: P. bomba,

P. bomba var. macrospora, P. globosa, P. poculiformis, P. surinamensis and P. turbinata.

Phylacia cylindrica L. T. Lacerda, Jad. Pereira & J.L. Bezerra, sp. nov. Figura 24 A– B

Estroma solitário ou gregário, erumpente, cilíndrico, coloração marrom escuro a

negro, 4–5 mm altura × 2–5 mm diam., superfície lisa, carbonáceo, séssil e estipitado, base

constrita, superfície levemente côncava. Peritécio cilíndrico, numerosos, 2.5 mm altura. Ascos

não observados. Ascósporos elípticos-cilíndricos, pálido oliváceo, liso 11.5–14 × 6.5–9 µm,

sem fenda germinativa.

Page 78: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

61

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, 16-XII-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Phylacia cylindrica é uma espécie nova, caracterizada por possui estroma

cilindrico e base constrita. Ela difere de P. surinamensis, a qual tem estroma com o topo

claramente concava e base não constrita. Além de P. cylindrica possuir ascósporos mais

largos do que P. surinamensis. A discussão completa sobre P. cylindrica está no manuscrito

enviado para publicação em revista científica (Anexo 3).

Phylacia globosa Lév., Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 61 (1845).

Figura 24 C– D

Camillea globosa (Liv.) Lloyd in Mycological Notes, 5, Large Pyrenomycetes 8 (1917).

Estroma subgloboso para piriforme, gregários, séssil, erumpente. Peritécios

cilíndricos, numerosos. Ascos não observados. Ascósporos elípticos-cilíndricos, coloração

olivácea, liso, medindo 8–14 × 5 –8,5µm, sem fenda germinativa.

Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"

S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.

Comentários: Diferencia-se de Phylacia bomba (Mont.) Pat. pelo tamanho dos ascósporos,

que são memores comparados a este táxon e ditingui-se das outras espécies de Phylacia por

possuir um estroma subglobos.

Primeiro relato para o Nordeste. Coletado anteriormente na Amazonas, Rondônia, Roraima

(PEREIRA, 2014).

Phylacia turbinata (Berk.) Dennis 1957. Figura 24 E– F

Hypoxylon turbinatum Berk. in J. Linn. Soc. Bot. 15, 51 (1876).

Camillea turbinata (Berk.) Speg. in Bol. Acad. Nac. Cienc. Cordoba 11 (1889).

Hypoxylon turbinatum Berk. var. guaraniticum Speg. Fungi Guaranitici Pug. 1, 84 (1883).

Henningsinia durissima Maller in Schimper's Bot. Mitt. aus den Tropen 9, 309 (1901).

Page 79: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

62

Estroma piriforme, erumpente, soltitário ou gregários em grupos pequenos, superfície

lisa, coloração preto brilhante. Peritécios cilíndricos, numerosos. Ascos não observados.

Ascósporos elípticos-cilíndricos, oliváceos, sem fenda germinativa, liso, medindo 10.5–13 ×

5–6µm.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentário: Difere das outras espécies de Phylacia principalmente pelo formato do estroma.

Espécie anteriormente relatada na Bahia por Dennis (1957). Após quase seis décadas, veio a

ser novamente coletada. Tal fato pode indicar que trata-se de uma espécie rara, ou ainda, que

coletas deste gênero na Bahia não foram feitas nesse período. O Dr. Jadergudson Pereira não

encontrou espécimes de P. turbinata no Nordeste, mesmo fazendo coletas sistematizadas

durante quase quatro anos (comunicação pessoal).

Page 80: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

63

Figura 24 A–F. Espécies de Phylacia. A–B. P. cylindrica sp. nov. A. Estroma. B. Ascósporo.

C–D.Phylacia globosa. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. Phylacia turbinata.

E. Estroma. F. Ascósporos.

X. Rosellinia

Rosellinia De Not., G. bot. ital. 1(1): 334. 1844.

≡ Byssitheca Bonord., Abh. naturforsch. Ges. Halle 8: 82, 156 (1864).

Rosellinia é gênero que possui espécies fitopatogênicas, causadoras de podridões de

raízes em plantas de interesse econômico como o cafeeiro (Coffea arabica) (GODOY et al,

1997).

Segundo Pereira (2014) são encontrados no Brasil 10 espécies de Rosellinia: R.

arcuata Petch, R. bunodes (Berk. & Broome) Sacc., R. desmazieri Berk. & Broome) Sacc., R.

griseocincta Starbäck, R. hyalospora Theiss., R. longispora Rick, R. necatrix Berl. ex Prill.,

R. pepo Pat., R. perusensis Henn., R. puiggari Pat., R. rickii Bres. e R. stenasca Rick.

Page 81: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

64

Rosellinia sp. Figura 25 A–B

Estroma negro, solitário, uniperiteciado ou algumas vezes com dois ou três peritécios

por estroma, carbonáceo, 0.8–0.9 mm diam × 0.8–1.1 mm de altura. Ostíolos papilados.

Peritécios esféricos a subglobosos 0.7–0.8 mm diam × 0.6–0.8 mm de altura. Ascos não

observados. Ascósporos elipsóides-inequilaterais, marrom escuro, 40–50 μm × 7–10 μm,

fenda germinativa retilínea menor que comprimento do esporo.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

Lacerda, L.T.

Comentários: Este espécime está em processo de identificação.

Figura 25 A–B. Rosellinia sp. A. Estroma. B. Ascósporo.

Page 82: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

65

XI. Stilbohypoxylon

Chave para os táxons de Stilbohypoxylon encontrados no Brasil.

1. Estroma peritecióide, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo ou próxima a

ele ……………………………………………………………………………………S. moelleri

1. Estroma globoso a semigloboso, fenda germinativa sigmóide………...……………………2

2. Ascósporos menores que 26μm................................ S. quisquiliarum var. microsporum

2. Ascósporos maiores que 26µm................................ S. quisquiliarum var. quisquiliarum

Stilbohypoxylon Henn., Hedwigia 41: 16 (1902)

≡ Kretzschmaria Fr. section Stilbohypoxylon (Henn.) P. Martin, J. S. African Bot. 36: 78

(1970).

Stilbohypoxylon foi proposto por Hennings em 1902. As principais características do

gênero são: estroma peritecióide, com ou sem remanescentes de sinêmio, superfície lisa ou

rugosa; peritécio esférico; ostíolos papilados; asco amilóide; ascósporos marrons, elipsóides-

inequilaterais com ou sem bainha hialina, e fenda germinativa reta ou sigmoide (JU;

ROGERS, 1997). Este gênero possui 10 táxons, sendo encontrados três no Brasil:

Stilbohypoxylon moelleri Henn., Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum (Mont.)

Rogers & Ju e Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum Jad. Pereira et al..

Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum Jad. Pereira, J.D. Rogers & J.L.Bezerra,

Sydowia 61(2): 322. 2009. Figura 26 A–B

Estroma globoso a semigloboso, geralmente gregário, carbonáceo, erumpente, 0.6–1.2

mm diam., superfície rugosa a sulcada, coloração marrom a marrom escuro, com tons

esbranquiçados. Ostíolos papilados. Peritécios esféricos, 0.6–0.9 mm diam, 1 a 8 por estroma.

Ascos não observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, com extremidades

Page 83: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

66

arredondadas, marrom escuro, 22–26 × 9–12.5 μm, fenda germinativa em espiral, no lado

ventral.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

1-VI-2013, Lacerda, L.T..

Comentários: Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum difere da variedade tipo por

possuir ascósporos menores e por ter mais peritécios em cada estroma (PEREIRA et. al.,

2009). O holótipo deste táxon foi coletado no mesmo local por Pereira (2009).

Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum (Mont.) J.D. Rogers & Y.M. Ju, Mycol.

Res. 101(2): 137.1997. Figura 26 C–D

Estroma globoso a semigloboso, geralmente gregário, carbonáceo, erumpente, 0.5–1

mm diam., superfície rugosa a sulcada, coloração marrom a marrom escuro, com tons

esbranquiçados. Ostíolos papilados. Peritécios esféricos, 0.6–0.9 mm diam, 1 a 8 por estroma.

Ascos não observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, com extremidades

arredondadas, marrom escuro, 25–30 × 10–12.5 μm, fenda germinativa em espiral, no lado

ventral.

Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do

Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,

1-VI-2013, Lacerda, L.T.; CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′

0″ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T..

Comentários: Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum difere das outras espécies

do gênero, principalmente, por possui fenda germinativa sigmoide (ROGERS; JU, 1997).

Vide S. quisquiliarum var. microsporum

Este táxon foi relatado anteriormente em São Paulo por Miller (1961) e na Bahia, na RPPN

Serra do Teimoso por Pereira (2011). Porém, trata-se do primeiro relato para o Ceará.

Page 84: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

67

Figura 26 A–D. Espécimes de Stilbohypoxylon. A–B. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.

quisquiliarum.. A. Estroma. B. Ascósporo. C–D. Stilbohypoxylon

quisquiliarum var. microsporum . C. Estroma. D. Ascósporo.

XII. Xylaria

Chave para os táxons de Xylaria encontrados neste estudo.

1. Estroma em vagem…………..………..………………..……...Xylaria ianthinovelutina

1. Estroma em madeira ……………………...…………….……………….……………..2

2. Ascósporos medindo 15 µm ou maiores ………………...………..……..………………3

2. Ascósporos medindo menos que 15 µm…………..…………….………………………..8

Page 85: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

68

3. Estroma globoso a esférico …………………………………………...…………………….4

3. Estroma clavado a cilíndrico………………………………………………...………………6

4. Estroma séssil, esférico, 26–30 × 6–8 µm, fenda germinativa retilínea muito menor que

o comprimento do esporo………………..…………………….Xylaria globosa var. globosa

4. Estroma estipitado……………………….………………….……………………………5

5. Estroma globoso, ascósporo medindo 34–36 × 11–12 μm, fenda germinativa retilínea no

comprimento do esporo ………………………..…………. …….Xylaria aff. griseo-olivacea

5. Estroma globoso a subgloso ascósporo medindo 25–35 × 5–7.5 µm, fenda germinativa

retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral……. ………………………..Xylaria sp.6

6. Estroma cilíndrico, ascósporos medindo 8–35 x 7–8 μm, fenda germinativa retilínea no

comprimento do esporo…………..…………..………………………..Xylaria aff. mellissi

6. Estroma fende-se na maturidade……………………………...………………………….7

7. Estroma com coloração marrom claro a esbranquiçado, ascósporos medindo (15) 15.5–20 ×

5–7 µm, com fenda germinativa sigmoide……………………………..…….…Xylaria telfairii

7. Estroma com coloração negra a marrom escura, ascósporo medindo 15–21 × 6–9 µm, fenda

germinativa oblíqua no lado ventral………………………………………..………Xylaria sp.4

8. Estroma cilíndrico, viloso, estipitado 9–13 × 4–5 µm fenda germinativa retilínea no

comprimento do esporo…………………….…….…………………Xylaria aff. arbuscula

8.Estroma de outra forma……………………………….……………………..……………9

9. Estroma com superfície lisa………………………………….……………………….……10

9. Estroma com superfície rugosa………………….………………..………………………..13

10. Estroma solitário, clavado. Ascósporos medindo10–12 × 5–6 µm, fenda retilínea no

comprimento do esporo no lado ventral……………………………..………….Xylaria sp.2

10. Estroma e ascósporos de outra forma ………………………………..………….…….11

Page 86: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

69

11. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrons escuros, pinched, 7–9 × 4–5 µm, fenda

retílinia próximo ao comprimento do esporo………………………………...…….Xylaria sp.3

11. Ascósporos de outra forma…………………………………………………….…………12

12. Ostíolo umbilicado, ascósporos medindo 7–10 × 4–5 µm, fenda germinativa retilínea

menor que o comprimento do esporo, no lado ventral………………………… Xylaria sp.5

12. Ostíolo levemente papilado, ascósporos medindo 7–9 × 4–5 µm, fenda germinativa

retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral. …………………….……Xylaria sp.7

13. Base pannosa, ascósporos medindo (8) 8.5–10 × 5–5.5 µm, fenda germinativa retilínea

menor que o comprimento do esporo……………………………….…………….. Xylaria sp.1

13. Base não pannosa, Ascósporos medindo 9–10 µm × 5–6 µm, fenda germinativa menor

que o comprimento do esporo…………………………....Xylaria corniformis var. corniformis

Xylaria Hill ex Schrank, Baier. Fl. 1: 200. 1789.

= Acrosphaeria Corda, Anleit. Stud. Mykol., Prag: 136 (1842)

= Carnostroma Lloyd, Mycol. Writ. 5(Syn. Large Pyrenomyc.): 27 (1919)

= Coelorhopalon Overeem, in Overeem & Weese, Icon. Fung. Malay. 11: 3 (1925)

= Hypoxylon Adans., Fam. Pl. 2: 9, 616 (1763)

= Lichenagaricus P. Micheli, Nova plantarum genera (Florentiae): 103, t. 54-55 (1729)

= Moelleroclavus Henn., Hedwigia 41: 15 (1902)

= Penzigia Sacc., in Saccardo & Paoletti, Atti Inst. Veneto Sci. lett., ed Arti, Sér. 6 6: 406

(1888)

= Porodiscella Viégas, Bragantia 4(1-6): 106 (1944)

= Pseudoxylaria Boedijn, Persoonia 1(1): 18 (1959)

= Sclerodermatopsis Torrend, (1923)

= Spirogramma Ferd. & Winge, Vidensk. Meddel. Dansk Naturhist. Foren. Kjøbenhavn 60:

142 (1909)

= Xylariodiscus Henn., Hedwigia 38(Beibl.): 63 (1899)

≡ Xylosphaera Dumort., Comment. bot. (Tournay): 91 (1822)

Page 87: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

70

Xylaria foi proposto por Hill em 1773. Este táxon é o mais antigo e mais estudado

gênero da família Xylariaceae. Entretanto sua taxonomia é complexa (HLADKI; ROMERO,

2007). O numero atual de espécies deste gênero é incerto (HSIEH, et al. 2010). A diversidade

de cores, tamanhos e formas dos estromas, relacionados aos estágios de desenvolvimento

dificultam a identificação morfológicas dos espécimes (SILVA, 2008). Além do fato da

maioria das espécies serem cosmopolitas e relatadas em diferentes fases de desenvolvimento

(SILVA, 2008; ROGERS, 1986). Segundo Pereira (2011) estão registrados 730 nomes para

Xylaria, contudo, devido à dificuldade de informação, principalmente naquelas geradas entre

os séculos XIX e XX, muitos táxons foram sinonimizados. Conforme Hladki e Romero

(2005) existem aproximadamente 550 táxons pertencentes ao gênero.

Xylaria corniformis var. corniformis (Fr.) Fr., Summa vegetabilium Scandinaviae 2: 381

(1849). Figura 27 A–B

≡Sphaeria corniformis Fr., Elenchus Fungorum 2: 57 (1828)

Estroma solitário, clavado, simples, ápice arredondado, curvado ou ereto, estipe curta

ou longa, enrugado, superfície marrom enegrecido, tecido interno esbranquiçado, 1–1.3 cm

diam × 4–4.5 cm de altura. Ostíolo papilado, discoide. Peritécios esféricos, 0.3–0.6 mm diam.

Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro 9–10 µm × 5–6 µm,

fenda germinativa menor que o comprimento do esporo.

Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Xylaria cubensis por possuir superfície rugosa e ascósporos mais

largos e de X. feejensis, principalmente, pelo tamanho da fenda germinativa do ascósporo,

sendo em Xylaria corniformis var. corniformis menor.

Relatada anteriormente em Pernambuco por Batista (1948) e no Rio Grande do Sul. Este é o

primeiro relato para o Ceára.

Page 88: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

71

Xylaria globosa var. globosa (Spreng.) Mont. (1855). Figura 27 C–D

≡Hypoxylon globosum (Spreng. ex Fr.) Fr., Nova Acta Regiae Societatis Scientiarum

Upsaliensis 1: 130 (1851).

Estroma esférico, geralmente séssil ou apresentando estipe curta, carbonáceo,

superfície marrom acinzentado com pontuações enegrecidas, tecido interno esbranquiçado a

creme, medindo 4–8 mm diam. Peritécios totalmente imersos, subglosos a esféricos, 0.4–0.8

mm diam × 0.5–0.7 mm de altura. Ascos não observados. Ascósporos elipsoide-inequilaterais,

marrons escuros, extremidades agudas, algumas vezes comprimidas, 26–30 × 6–8 µm, fenda

germinativa retilínea muito menor que o comprimento do esporo.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada. 28-IV-2012. Lacerda, L.T.

Comentários: Xylaria globosa var. globosa difere das outras espécies de Xylaria,

principalmente, pela morfologia do estroma.

Relatada pela primeira vez no Brasil 1991 no Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014). Primeiro

relato para o Nordeste.

Xylaria aff. griseo-olivacea J.D. Rogers & Rossman, Mycotaxon 31 (1): 132 (1988).

Figura 27 E–F

Estroma globoso, 2–4 mm, com estipe geralmente maior que a parte fértil, cilíndrica a

filiforme; superfície enegrecida a acinzentada, internamente creme. Ostíolo inconspícuo.

Peritécios totalmente imersos, esféricos 1–1.2 mm. Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-

inequilaterais, marrons escuros, 34–36 × 11–12 μm, fenda germinativa retilínea no

comprimento do esporo.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, galho caído de dicotiledônea em decomposição. 28-IX-2012. Lacerda,L.T.

Page 89: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

72

Comentários: Xylaria griseo-olivacea difere apenas por possuir ascósporos um pouco

menores de 23.5–31 × 9.5–11 μm e mais claros. Relatada por anteriormente por Rogers e

Rossman na Venezuela em 1987. Relatada pela primeira vez no país.

Figura 27 A–F. Espécies de Xylaria. A–B. X. cornimiformis var. cornimiformis. A. Estroma.

B. Ascósporo. C–D. Xylaria globosa var. globosa. C. Estroma. E. Ascósporo.

E–F. Xylaria griseo-olivacea. E. Estroma. F. Ascósporo.

Xylaria ianthinovelutina (Mont.) Fr.,Nova Acta Regia Soc. Sci. Upsal., Ser. 3, 1: 128 (1851).

Figura 28–A

= Hypoxylon ianthinovelutinum Mont., Annls Sci. Nat., Bot., sér. 2, 13: 348. 1840.

= Xylaria aemulans Starbäck, Bihangtill K. Svenska Vetensk.-Akad. Handl., Afd. 3, 27: 23.

1901.

= Xylosphaera ianthinovelutina (Mont.) Dennis, Kew Bull. 13: 104. 1958.

Page 90: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

73

Estromas solitários ou gregários, cilíndricos, simples ou ramificados, ápice agudo, 5–

10 × 1 mm; estipe cilíndrica a filiforme, vilosa, 14–16 × 3 mm; surperfície rugosa, vilosa,

marrom escura a enegrecido, internamente creme. Peritécios subglobosos a globosos, 0.3–0.6

mm diam. Ascos e ascósporos não observados.

Material examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em vagem em decomposição de Fabaceae indeterminada, 06-V-2012, Lacerda,L.T.

BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°

5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 15-VIII-2012, Lacerda, L.T.;

Comentários: Difere de Xylaria oxyacanthae por esta, não apresentar superfície vilosa e

possuir base pannosa.

Segundo Pereira (2014), Xylaria ianthinovelutina ocorre no Norte (Amazonas e Acre), no

Nordeste (Bahia, Paraíba e Pernambuco), Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) e no Sul (Rio

Grande do Sul e Santa Catarina). Este o primeiro relato para o Ceará.

Xylaria aff. mellissii (Berk.) Cooke, Grevillea 9 (no. 51): 85. 1883. Figura 28 B–D

= Hypoxylon mellissii Berk., in Melliss, St. Helena: 379. 1875.

= Xylaria biceps Speg., (1881)

= Xylosphaera mellissii (Berk.) Dennis, Kew Bull. 13(1): 104 (1958)

= Xylosphaera mellissii (Berk.) Dennis, Kew Bull. 13(1): 104 (1958) var. mellissii

= Xylosphaera apiculata (Cooke) Dennis, Kew Bull. 13(1): 102 (1958).

Estromas solitários, cilíndricos, com ápice agudo, apículo, 1.5–2 cm x 4–5 mm;

estipes cilíndricos a filiformes 2.5– 3 cm ×1 mm, simples, superfície levemente rugosa,

marrom escura a enegrecida, internamente esbranquiçado a creme. Ostíolos levemente

papilados. Peritécios imersos esféricos a subglobosos, 0.4–0.6 mm diam. Ascos com anel

apical amiloide 7.5–10 x 5–6 μm. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched,

extremidades agudas, marrons escuro a claros, 28–35 x 7–8 μm, fenda germinativa retilínea

no comprimento do esporo.

Page 91: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

74

Material Examinado: BAHIA. Uruçuca, Parque Estadual Serra do conduru, 14°20’S;

39°02’W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 28-IX-2012.

Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Xylaria melissi apenas por possuir ascósporos maiores. Xylaria

melissi foi relatada anteriormente na Paraíba por Bezerra em 1960 (SILVA, 2008) e no Rio

Grande do Sul (PEREIRA, 2014). Sendo este o primeiro relato para a Bahia.

Xylaria telfairii (Berk.) Sacc., Sylloge Fungorum 1: 320 (1882) Figura 28 E– F

≡Sphaeria telfairii Berk., Annals and Magazine of Natural History 3: 397 (1839).

= Xylaria tabacina (J. Kickx f.) Berk., Nova Acta R. Soc. Scient. upsal., Ser. 3 1: 127. 1851.

= Xylaria fissilis Ces., Atti Accad. Sci. fis. mat. Napoli 8: 16. 1879.

= Xylaria telfairii (Berk.) Sacc., Syll. fung. (Abellini) 1: 320. 1882.

= Xylaria leprosa Speg., Boletín de la Academia Nacional de Ciencias de Córdoba 11: 515.

1889.

≡Xylosphaera telfairii (Berk.) Dennis, Kew Bulletin 13 (1): 106 (1958).

Estromas solitários, simples, clavados, com ápice arredondado, perde o endostroma na

maturidade deixando o estroma oco, que fende-se longitudinalmente, 3–4.5 × 0.5–1 cm; estipe

longa ou curta; superfície lisa, marrom claro a esbranquiçado, internamente creme. Peritécios

imersos, 0,5–0,6 mm diam. Ostíolos papilados escuros. Ascos não observados. Ascósporos

elipsóides-inequilaterais, marrom-claros, (15) 15.5–20 × 5–7 µm, com fenda germinativa

sigmóide.

Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;

39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada. 28-IX-2012. Lacerda,L.T.

Comentários: Difere de Xylaria euglossa, principalmente, por esta possuir endostroma

persistente.

Xylaria telfairii ocorre no Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná e Santa

Catarina (PEREIRA, 2014). Relatado na Bahia por Pereira (2010) em Una, cidade próxima a

Uruçuca.

Page 92: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

75

Figura 28 A–F. Espécies de Xylaria. A. Estroma de Xylaria ianthinovelutina. A. Estroma. B–

D. Xylaria mellissi. B. Estroma. C. Reação amiloide do anel apical. D.

Ascopóro. E–F. Xylaria telfairii. E. Estroma. F. Ascopóro.

Xylaria aff. arbuscula Figura 29 A–B

Estroma solitário, cilíndrico, ápice agudo, estipe filiforme com pêlos, simples, marrom

escuro a enegrecido, internamente esbranquiçado a creme, viloso, levemente rugoso a liso.

Ostíolos cônicos a papilados. Peritécios totalmente imersos no estroma, esféricos, 0.4–0.5

Page 93: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

76

mm. Anel apical 0.8 diam × 2 µm de altura. Ascósporo elipsoide-inequilateral, pinched, 9–13

× 4–5 µm fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo.

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Xylaria mellissi pelo tamanho menor do estroma. Relatado

anteiormente em Recife por Bezerra em 1960 (SILVA, 2008) e no Rio Grande Sul.

Figura 29 A–B. Xylaria aff. arbuscula. A. Estroma. B. Ascósporo.

Xylaria sp.1 Figura 30 A–D

Estroma solitário, clavado, enrugado, simples, ápice arredondado, ereto 0.7–1 cm diam

× 4.2–4.5 cm; estipe longa ou curta, base panosa; superfície marrom enegrecido, tecido

interno creme a esbranquiçado. Ostiolo papilado. Peritécios imersos, esféricos 0.3–0.5 mm.

Ascos imaturos. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrons, (8) 8.5–10 × 5–5.5 µm, fenda

germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo.

Page 94: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

77

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Xylaria allantoidea por possuir ascósporos menores e base panosa e

de Xylaria corniformis, principalmente, por possuir base panosa.

Figura 30 A–D. Xylaria sp.1. A. Estroma. B. Ostíolos papilados. C. Peritécios. D. Ascósporos.

Xylaria sp.2 Figura 31 A–C

Estroma solitário, clavado, cilíndrico, simples, ápice agudo a arredondado, 2.1–2.5

altura × 0.8–0.9 diam. cm; estipe curto, base panosa; perde o endostroma na maturidade, o

estroma fende-se longitudinalmente; superfície lisa, marrom escura a negra, tecido interno

creme a branco. Ostíolo papilado. Peritécios imersos, 0.6–0.65 altura × 0.5–0.7 diam.

Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro, 10–12 × 5–6 µm, fenda retilínea no

comprimento do esporo no lado ventral.

Page 95: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

78

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.

Comentários: Foi coletado apenas uma menor quantidade de estroma, o que dificultou a

identificação.

Xylaria sp.3 Figura 32 A–C

Estroma solitário, simples, clavado, cilíndrico, ápice arredondado; perde o endostroma

na maturidade, o estroma fende-se longitudinalmente; estipe curta, base panosa; superfície

lisa, marrom clara, tecido interno branco a creme. Ostíolo cônico. Peritécios globosos a

subglobosos, imersos, 0.4–0.55 mm diam. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides-

inequilaterais, marrons escuros, pinched, 7–9 × 4–5 µm, fenda retílinia próximo ao

comprimento do esporo.

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em galho de dicotiledônea em decomposição, 6-V-2012, Lacerda, L.T.

Page 96: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

79

Figura 32 A–C. Xylaria sp.3. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Xylaria sp.4 Figura 33 A–C

Estroma gregário, clavado, cilíndrico, simples ou bifurcado; estipe longa ou curta,

cilíndrica a filiforme; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se

longitudinalmente; superfície marrom escura, tecido interno amarronzado. Ostíolo

umbilicado, totalmente imersos 0.4–0.5 mm. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides-

inequilaterais, pinched, marrons escuros, pontas arredondadas, 15–21 × 6–9 µm, fenda

germinativa oblíqua no lado ventral.

Material Examinado: PARAÍBA. Areia. Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"

S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea. 7-VII-2012. Lacerda, L.T.

Comentários: Difere de Xylaria laevis por possuir ostíolo umbilicado e fenda germinativa

retilínea menor que o comprimento do esporo.

Este espécime está em processo de identificação.

Page 97: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

80

Figura 33 A–C Xylaria sp.4. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Xylaria sp.5 Figura 34 A–B

Estroma gregário, simples, clavado a espatulado, ápice agudo a arredondado 1.5–2.1

altura × 0.5–0.8 diam. cm; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se

longitudinalmente; estipe cilíndrica, base panosa; superfície lisa, marrom, tecido interno

creme. Ostíolo umbilicado. Peritécios totalmente imersos, esféricos 0.2–0.4 mm. Ascos

danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom claro, 7–10 × 4–5 µm,

fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo, no lado ventral.

Material Examinado: PARAÍBA. Areia. Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"

S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea. 7-VII-2012. Lacerda, L.T.

Page 98: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

81

Comentários: Difere de Xylaria laevis por possuir ostíolo umbilicado e fenda germinativa

oblíqua.

Figura 34 A–B. Xylaria sp.5. A. Estroma. B. Ascósporos.

Xylaria sp. 6 Figura 35 A–C

Estroma solitário, simples, globoso a subgloboso, enrugado, ápice agudo a

arredondado 3.2–4 cm diam.; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se

longitudinalmente; estipe cilíndrica a filiforme; superfície negra, tecido interno branco a

creme. Ostíolo levemente papilado. Peritécios imersos, esféricos a subglobosos 0.5–0.8 mm.

Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom escuro, 25–35 × 5–

7.5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral.

Page 99: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

82

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 6-V-2012. Lacerda,

L.T.

Figura 35 A–C. Xylaria sp.6. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.

Xylaria sp. 7 Figura 36 A–D

Estroma solitário, simples, cilíndrico a clavado, liso, ápice agudo; perde o endostroma

na maturidade, o estroma fende-se longitudinalmente; estipe curta ou sem estipe, base panosa;

superfície marrom escura a negra, tecido interno branco a creme. Ostíolo levemente papilado.

Peritécios imersos, globoso a subglobosos 0.4–0.6 mm. Ascos anel apical amiloide discoide

1–2 µm . Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom escuro a claro, 7–9 × 4–5

µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral.

Page 100: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

83

Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″

W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 6-V-2012. Lacerda,

L.T.

Figura 36 A–C. Xylaria sp.7. A. Estroma. B. Peritécios. C. Reação amiloide do anel apical. D.

Ascósporos.

Page 101: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

84

4.2 ANÁLISE DOS DADOS

São relatados para o Brasil, até o momento, 21 gêneros de Xylariaceae (Pereira, 2014).

Destes foram coletados 12 durante a execução do trabalho, sendo um novo relato para o

Nordeste, demonstrando a importância dessa Região para o estudo da família.

Para os gêneros Hypoxylon, Nemania e Xylaria não foi possíveil identificar todos os

espécimes coletados, pois são gêneros maiores e mais complexos, possuindo um grande

número de espécies, além de em alguns casos os estromas estarem deteriorados.

Foram coletados 206 espécimes de Xylariaceae (Tabela 1). As áreas de brejo de

altitude apresentaram um numero bem maior de espécies coletadas no período chuvoso em

relação ao seco (Tabela 1).

Tabela 1 – Espécimes de Xylariaceae coletados.

Áreas de Coleta

Época de coleta/ Nº de espécimes

Total

Período Chuvoso Período de Estiagem

RPPN Mãe da Mata 10 14 24

RPPN Serra do Teimoso 14 20 34

Reserva Ecológica Mata do

Pau Ferro 43 14 57

PESC 32 13 45

Parque Nacional de Ubajara 24 22 46

Total 123 83 206

Apesar de ser uma área antropizada, com um período seco e chuvoso bem definido, a

Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro apresentou o maior número de espécimes coletadas.

Segundo Begon e colaboradores (2008) é de se esperar que um ambiente sazonal apresente

mais espécies do que um ambiente comum, pois devido à alteração de modo sazonal,

Page 102: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

85

previsível, as espécies existentes neles podem possuir adaptações que permitem a vivencia em

épocas distintas do ano. Entretanto, em ambientes não-sazonais existem condições para

especialização, que não são encontradas em ambientes sazonais, geralmente observado em

ambientes tropicais (BEGON et al., 2007), o que justifica o número de espécimes encontradas

no PESC similar ao número de espécimes encontrados no Parque Nacional de Ubajara.

A RPPN Mãe da Mata apresentou o menor numero de espécimes, podendo estar

relacionado a redução espécies vegetais, devido a retirada do sub-bosque, da mata nativa para

a implantação do cacueiro. Contudo, a lavoura cacaueira, em relação aos impactos ambientais,

quando comparada com outras atividades que degradam o ecossistema, é considaderada uma

atividade de baixo impacto (CARVALHO, 2013).

O maior número de espécimes na RE Mata do Pau Ferro, também se deve a

quantidade de táxons de Xylaria encontrados durante o período chuvoso, que foi maior em

relação às outras áreas de coleta (Tabela 2). As coletas do período chuvoso foram realizadas

no período em que o estado da Paraíba, apresentou pelo segundo mês consecutivo, o maior

total mensal de chuva (Boletim Climatológico Anual da Estação Meteorológica do IAG/USP/,

2012). Houve um número bem mais elevado espécimes de Xylaria coletadas no período

chuvoso, em relação ao período seco (Tabela 2), o que também foi observado por Batista et al.

(1948) em Pernambuco. Foi encontrado na Mata do Pau Ferro, nove, dos doze gêneros

coletados.

Tabela 2 – Espécimes de Xylaria coletados.

Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total

Período chuvoso Período de estiagem

RPPN Mãe da Mata 3 0 3

RPPN Serra do

Teimoso

2 2 4

Reserva Ecológica

Mata do Pau Ferro

32 0 32

PESC 15 1 16

PNU 20 5 25

TOTAL 72 8 80

Page 103: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

86

Todos os espécimes coletados no Parque Nacional de Ubajara são novos relatos para o

Ceará, pois não havia nenhum relato de Xylariaceae para aquela localidade anteriormente.

Em relação à riqueza de espécies, o Parque Estadual Serra do Conduru apresentou

maior riqueza de espécies, sendo localizado em uma área de floresta ombrófila densa, com um

alto grau de endemismo de espécies, o que confirma a maior riqueza de espécies (Tabela 3).

Tabela 3. Táxons de Xylariaceae identificados a partir de espécimes coletados em áreas de

Mata Atlântica da Bahia, Ceará e Paraíba.

Taxóns Nova

Ocorrência

Nova espécie

ou provável

nova espécie

Ocorrência

anterior

Referência

Annulohypoxylon

annulatum

- - Bahia, Paraíba e

Pernambuco

Pereira, 2011

Annulohypoxylon bovei

var. microspore

Brasil -

Annulohypoxylon

moriforme

Ceará - Rio Grande do

Sul, Acre, Bahia,

Paraíba e

Pernambuco

Rick, 1935

Ju e Rogers,

1996

Pereira, 2011

Annulohypoxylon

nitens

- - Bahia, Paraíba e

Pernambuaco

Pereira, 2011

Annulohypoxylon

stygium var. stygium

Ceará - Bahia, Paraíba e

Pernambuaco

Pereira, 2011

Annulohypoxylon

truncatum

Ceará - Bahia, Paraíba,

Pernambuco

Poroca, 1976

Pereira, 2011

Biscogniauxia

capnodes var.

capnodes

- - Bahia, Paraíba,

Pernambuco,

Minas Gerais e

Rio Grande do Sul

Ju et al., 1998

Pereira, 2011

Continua...

Page 104: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

87

Continuação da Tabela 3.

Taxóns Nova

Ocorrência

Nova espécie

ou provável

nova espécie

Ocorrência

anterior

Referência

Biscogniauxia waitpela Brasil - Nova Guiné e

Filipinas

Rogers et al.,

2014

Camillea Cyclops - - Amazonas, Bahia,

Paraíba,

Pernambuco e

Roraima.

Pereira, 2014

Camillea sulcata Nordeste Amazonas,

Argentina e Peru

Laess0e et

al., 1989

Daldinia Nordeste - Amazonas, Pará,

Mato Grosso,

Paraná e Rio

Grande do Sul

Pereira, 2014

Kretzschmaria

cetrarioides

Ceará - Amazonas, Bahia,

Pernambuco, Mato

Grosso, São Paulo

e Rio Grande do

Sul

Dennis, 1957

Silveira, e

Rodrigues,

1985

Pereira, 2014

Kretzschmaria clavus Ceará - Amazonas Bahia,

Paraíba, Mato

Grosso, Paraná,

Pernambuco, Rio

de Janeiro, Rio

Grande do Sul e

São Paulo

Dennis, 1957

Silveira, e

Rodrigues,

1985

Pereira, 2014

Kretzschmaria

micropus

Nordeste - São Paulo e Rio

Grande do Su

Pereira, 2014

Continua...

Page 105: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

88

Continuação da Tabela 3.

Taxóns Nova

Ocorrência

Nova espécie

ou provável

nova espécie

Ocorrência

anterior

Referência

Kretzschmaria

pavimentosa

Nordeste - Pará e Paraná Pereira, 2014

Kretzschmaria sp.1 - * - -

Kretzschmaria sp.2 - * - -

Leprieuria bacillum Nordeste - - Denis, 1957

P. cylindrica - SIM

P. globosa Nordeste

P. turbinata - - Bahia Dennis, 1957

S. quisquiliarum var.

microsporum

- - Bahia Pereira et al.,

2009

S. quisquiliarum var.

quisquiliarum

Ceará - Bahia,

Pernambuco e São

Paulo

Miller, 1961

Xylaria corniformis

var. corniformis

Ceará - Pernambuco e Rio

Grande do Sul

Batista, 1948

Silva, 2008

Xylaria globosa var.

globosa

Nordeste - Rio Grande do Sul

Xylaria griseo-

olivacea

Brasil - Venezuela Rogers e

Rossman,

1987

Continua...

Page 106: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

89

Contiuação da Tabela 3.

Taxóns Nova

Ocorrência

Nova espécie

ou provável

nova espécie

Ocorrência

anterior

Referência

Xylaria

ianthinovelutina

Ceará - Amazonas, Acre,

Bahia,

Paraíba,

Pernambuco, Rio

de Janeiro,

Rio Grande do

Sul, Santa

Catarina, São

Paulo

Pereira, 2014

Xylaria aff. Mellissii Bahia - Paraíba e Rio

Grande Sul

Silva, 2008

Xylaria telfairii - - Amazonas, Bahia,

Pernambuco, Rio

de Janeiro, Paraná

e Santa Catarina

Pereira, 2014

*= Provável nova espécie, ainda em análise.

Annulohypoxylon

Annulohypoxylon stygium var. stygium foi o táxon mais coletado, independente da área

e do período do ano. Pereira (2011) também observou a alta frequência desta espécie em todas

as suas áreas de coleta. Os locais com maior riqueza e índice de diversidade do gênero foram:

Reserva Ecológica Mata do Pau ferro e Parque Estadual Serra do Conduru, possuindo 1.2 e

1.6 respectivamente, sendo mais observado em períodos chuvosos (Tabela 4).

Page 107: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

90

Tabela 4– Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Annulohypoxylon.

Taxon MM1 MM2 ST1 ST2 PB1 PB2 SC1 SC2 SI1 SI2 Freq.

Annulohypoxylon

annulatum 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 PF

Anulohypoxylon

bovei var.

microspora 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 R

Annulohypoxylon

moriforme 0 0 0 0 0 1 2 0 0 1 PF

Annulohypoxylon

nitens 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 R

Annulohypoxylon

truncatum 0 0 0 0 2 1 3 1 0 4 F

Annulohypoxylon

stygium var.

stygium 1 1 9 2 7 4 2 2 7 6 MF

Riqueza 1 1 2 1 3 4 4 2 1 3

Shannon_H 0 0 0,5 0 1 1,2 1,3 0,6 0 1

SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =

RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do

Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara

(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)

coleta no período de estiagem; PB1= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB)

coleta no período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no

período de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período chuvoso; MM2= RPPN

Mãe da Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco

Frequente; F= Frequente; MF= Muito Frequente.

Page 108: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

91

Biscogniauxia

O gênero Biscogniauxia foi mais coletado na RPPN Mãe da Mata, no período de

estiagem, apresentando maior riqueza e índice de diversidade de 1.3.

Tabela 5 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Biscogniauxia.

Táxons MM1 MM2 ST1 ST2 PB2 SC1 SC2 SI2 Freq.

Biscogniauxia

capnodes var.

capnodes

1 0 0 0 0 0 0 0 R

Biscogniauxia

waitpela 0 0 1 1 0 0 0 0 R

Biscogniauxia sp1 0 1 0 0 0 0 0 0 R

Biscogniauxia sp2 0 2 0 1 1 1 0 0 F

Biscogniauxia sp3 0 1 0 0 0 2 0 0 R

Biscogniauxia sp.4 0 1 0 1 0 0 1 0 PF

Biscogniauxia sp.5 0 0 0 0 0 0 0 4 R

Biscogniauxia sp.6 0 0 0 0 0 0 0 1 R

Riqueza 1 4 1 3 1 2 1 2

Shannon_H 0 1,33 0 1,1 0 0,64 0 0,5

SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =

RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do

Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI2= Parque Nacional de Ubajara

(Ubajara-CE) coleta no período de estiagem; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro

(Areia-PB) coleta no período de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período

chuvoso; MM2= RPPN Mãe da Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R=

Raro; PF= Pouco Frequente; F= Frequente.

Camillea

O gênero Camillea foi coletado apenas na RPPN Mãe da Mata e na Reserva Ecologica

Mata do Pau Ferro, possuindo frequência rara, sendo mais coletado no período chuvoso.

Page 109: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

92

Daldinia

Foi coletada uma espécie Daldinia, durante período chuvoso na RPPN Serra do

Teimoso.

Hypoxylon

O gênero Hypoxylon foi coletado em todas as áreas de coleta, com 27 espécimes,

entretanto foi mais bem representado na RPPN Mãe da Mata e sendo mais encontrado no

período de estiagem (Tabela 6).

Tabela 6 – Espécimes de Hypoxylon coletados.

Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total

Período chuvoso Período de estiagem

RPPN Mãe da Mata

0 3 3

RPPN Serra do

Teimoso

0 10 10

RE Mata do Pau Ferro 7 4 11

PESC

2 4 6

PNU 2 6 8

TOTAL 11 27 38

Page 110: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

93

Kretzschmaria

Kretzschmaria foi coletado em todas as áreas de coleta, sendo que o Parque Estadual

Serra do Conduru apresentou o maior índice de diversidade (1.3) no período de maior

umidade, possuindo também maior riqueza, comparada com as outras localidades (Tabela7).

Tabela 7 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Kretzschmaria.

Taxon MM1 MM2 ST1 ST2 PB1 PB2 SC1 SC2 SI1 SI2 Freq.

Kretzschmaria

pavimentosa 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0

R

Kretzschmaria

micropus 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

R

Kretzschmaria

cetrarioides 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1

PF

Kretzschmaria

clavus 1 0 0 0 1 2 3 0 0 0

PF

Kretzschmaria

sp1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0

R

Kretzschmaria

sp2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

R

Riqueza 2 0 1 1 1 2 4 1 0 1

Shannon_H 0,7 - 0 0 0 1 1,3 0 - 0

SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =

RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do

Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara

(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)

coleta no período de estiagem; = Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no

período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no período

de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período chuvoso; MM2= RPPN Mãe da

Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco Frequente.

Page 111: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

94

Leprieuria

Leprieuria é um gênero monoespecífico. Encontrado anteriormente nas Antilhas,

Equador, México, Guiana Francesa, Peru, Porto Rico, Trindade e Venezuela (LaessØe et al.,

1989) (GONZALEZ; ROGERS et al., 1993) e no Brasil, nos estados: Amazonas, Pará e

Minas Gerais (PEREIRA, 2014). Este é o primeiro relato para o Nordeste. O espécime foi

coletado na RPPN Mãe da Mata, em uma dicotiledônea morta, ainda em pé, não identificada,

outrora, tinha sido coletada em galhos e troncos de dicotiledôneas.

Nemania

O gênero Nemania foi coletado em todas as áreas de coleta, entretanto foi mais bem

representado no Parque Estadual Serra do Conduru, sendo mais encontrado no período de

estiagem com 15 espécimes (Tabela 8).

Tabela 8 – Espécimes de Nemania coletados.

Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total

Período chuvoso Período de estiagem

RPPN Mãe da Mata 1 4 5

RPPN Serra do

Teimoso

3 3 6

Reserva Ecológica

Mata do Pau Ferro

0 1 1

PESC 4 3 7

PNU 0 4 4

TOTAL 8 15 23

Page 112: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

95

Phylacia

O gênero Phylacia foi coletado em três áreas de coleta. O índice de diversidade é zero,

pois foi coletada apenas uma espécie em cada área. Pereira (2011) coletou Phylacia

poculiformis em Una, na Bahia (Tabela 9).

Tabela 9 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Phylacia.

Táxons SC1 SC2 ST1 PB2 Freq.

Phylacia cylindriformis 2 1 0 0 R

Phylacia globosa 0 0 0 1 R

Phylacia turbinata 0 0 2 0 R

Riqueza 1 1 1 1

Shannon_H 0 0 0 0

SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =

RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica

Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro.

Rosellinia

Foi coletado um espécime de Rosellinia na RPPN Serra do Teimoso, em uma árvore

de dicotiledônea morta caída não identificada. O gênero Rosellinia possui espécies

fitopatogênicas, podendo este táxon ser o causador da morte da planta.

Stilbohypoxylon

Stilbohypoxylon foi coletado no Parque Nacional de Ubajara e RPPN Serra do

Teimoso, neste último o índice de diversidade foi similar no período chuvoso e de estiagem

(Tabela 10).

Page 113: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

96

Tabela 10- Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Stilbohypoxylon.

Táxons SI1 SI2 ST1 ST2 Freq.

Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum 0 0 1 1 R

Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum 1 1 2 1 PF

Riqueza 1 1 2 2

Shannon_H 0 0 0,64

0,6

9

ST1 = RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra

do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara

(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)

coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco Frequente.

Xylaria

O gênero Xylaria foi o mais coletado, sendo mais bem representado na Reserva

Ecológia Mata do Pau Ferro, durante o período chuvoso (Tabela 11).

Tabela 11 – Espécimes de Xylaria coletados.

Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total

Período chuvoso Período de estiagem

RPPN Mãe da Mata 3 0 3

RPPN Serra do

Teimoso

2 2 4

RE Mata do Pau Ferro 32 0 32

PESC 15 1 16

PNU 20 5 25

TOTAL 72 8 80

Page 114: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

97

6. CONCLUSÃO

Todos os espécimes de Xylariaceae coletados foram identificados quanto ao gênero.

As coletas efetuadas em períodos de maior precipitação mostraram-se mais produtivas

em número de espécimes do que as coletas realizadas nos meses mais secos.

O gênero Xylaria foi pouco observado durante os períodos de baixa precipitação, ou,

quando observado, apresentou estromas deteriorados.

A ocorrência de diversos táxons de Xylariaceae ainda não registrados para as áreas de

coleta, bem como de uma nova espécie, demonstra a necessidade de se intensificar os estudos

para conhecimento da diversidade desses fungos.

Page 115: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

98

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXOPOULOS, C.J., MIMS, C.W., BLACKWELL, M. Introductory Mycology. Fourth

ed. John Wiley & Sons, New York. 1996.

ANDRADE, A. L. et al. Análise florística e estrutural de matas ciliares ocorrentes em brejo de

altitude no município de Areia, Paraíba. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. v.1,

n.único, p.31–40, 2006.

ANDRADE-LIMA, D. de. Present-Day Forest refuges in northeastern Brazil. In: PRANCE,

G.T. (Ed.). Biological diversification in tropics. Columbia Univ., New York. 245–251.

1982.

ARNOLD, A. E. et al. Diversity and ecology of fungal endophytes in tropical forests. In:

Biodiversity of fungi: their role in human life, p. 49–68, 2005.

AZEVEDO, J.L.; MACCHERONI Jr., W.; PEREIRA, J.O.; ARAÚJO, W.L. Endophytic

microorganisms: a review on insect control and recent advances on tropical plants. Eletronic

Journal of Biotechnology, Valparaíso, v. 3, n. 1, p. 40–65, 2000.

BATISTA. A.C. Kretzschmaria novo-guineensis P. Henn. Revista Agrícola. 1 (5–6) 57.

1948.

BATISTA, A.C.; VITAL, A.F. O gênero Xylaria no Jardim Zôo Botânico do Recife. Boletim

Secretaria Agricultura Ind. Com. de Pernambuco 15: 166–178. 1948.

BATISTA, A.C. Um pugilo de fungos. Bolm. Secr. Agric. 16 (3–4): 203–211. 1949.

BATISTA, A.C. Cinco novos Ascomicetos de Pernambuco. Boletim Secretaria Agricultura

Ind. Com. de Pernambuco 17: 58–65. 1950.

BATISTA, A.C.; VITAL, A.F. Novos fungos Xylaria de Pernambuco. Revista de Biologia

Lisboa 1: 41–48. 1956.

BATISTA, A.C.; MAIA, H.S. Estudo iconográfico de alguns fungos Valsaceae e Xylariaceae.

Revista de Biologia Lisboa 1: 325–332. 1958.

BATISTA, A.C.; OLIVEIRA, T.J. Algumas espécies de Ascomycetes. Anais da Sociedade

de Biologia de Pernambuco 16: 161–174. 1959.

BATISTA, A.C.;PERES, G.E.P. Didymosphaeria Fuckel e outros Ascomycetes.

Publicações.Instituto de Micologia da Universidade do Recife 279: 1–30. 1960a.

BATISTA, A.C.; PERES, G.E.P., BEZERRA, J.L., TALTASSE, M.A. Taxonomia de alguns

Ascomycetes. Publicações. Instituto de Micologia da Universidade do Recife 213: 1–34.

1960b.

Page 116: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

99

BATISTA, A.C.; MAIA. H.S. Alguns Xylosphaera do Amazonas e de Pernambuco. Instituto

Micológico. Recife. 365: 484–494. 1964.

BATISTA, A.C.; FALCÃO, R.G.S.; PERES, G.E.P.; MOURA, N.R. Fungi Paraenses.

Revisão da coleção de Paul Hennings, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Publicações.

Instituto de Micologia da Universidade do Recife 506: 1–290. 1966.

BAYMAN, P.; ANGULO-SANDOVAL, P.; BÁEZ-ORTIZ, Z.; LODGE, D.J. Distribution

and dispersal of Xylaria endophytes in two tree species in Puerto Rico. Mycologia Research.

v.102, 944–948 p. 1998.

BATISTA, A.C.; PERES, G.E.P. Xylosphaeraceae: estudo de algumas espécies. Atlas do

Instituto de Micologia. Universidade Federal de Pernambuco, Recife 5: 115–130. 1967.

BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas.

Artmed, 2007.

BERKELEY, M.J. Decades of Fungi. XXXI. Hook. J. Bot. 3: 14–21.1851.

BERKELEY, M.J. Decades of Fungi. LXII. Hook. J. Bot. 8: 272–280. 1856.

BERKELEY, M.J., COOKE, M.C. The fungi of Brazil, including those collected by J.W.H.

Trail, Esq., M.A., in 1874. J. Lihn. Soc. 15: 363–398. 1877.

BERKELEY, M.J. Fungi Brasiliensis in província Rio de Janeiro a clar. Dr. A. Glaziou lecti.

In: WARMING, E. Symbolae and floram brasiliae centralis cognoscedam. Vidensk.

MedD. Dansk. Naturh. Foren Kbh., KjØbenhavn, 31:32, 31–34. 1880.

BERGMANN, E. C.; ALEXANDRE, M. A. V. Aspectos fitossanitários da roseira. São

Paulo: Instituto Biológico, 1995. (Boletim Técnico, n. 2).

BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Filo Ascomycota. In: Diversidade e Caracterização dos

Fungos do Semi–Árido Brasileiro (eds.: Gusmão LFP & Maia LC). Associação Plantas do

Nordeste II: 127–139. 2006.

BLACKWELL, M. The Fungi: 1, 2, 3… 5.1 million species?. American Journal of Botany,

v. 98, n. 3, p. 426–438. 2011.

BOMFIM, J.A. Efeitos do sistema agroflorestal de cabrucas no consumo de frutos por

aves em duas paisagens contrastantes do Sul da Bahia, Brasil. 2012. 41 f. Dissertação

(Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade). Universidade Estadual de Santa

Cruz, Ilhéus, 2012.

BONETI, J. I. S.; RIBEIRO, L. G.; KATSURAYAMA, Y. Manual de identificação de

doenças e pragas da macieira. Florianópolis: EPAGRI. 149 p. 1999.

BRAGA NETO, R. Novas espécies de fungos comprovam riqueza da Amazônia. 2012.

Acesso <http://revistaecoturismo.com.br/turismo-sustentabilidade/novas-especies-de-fungos-

comprovam-riqueza-da-amazonia/>. Acessado em 18 de janeiro de 2014.

Page 117: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

100

CABI Bioscience. The CABI Bioscience and CBS Database of Fungal Names.

<http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acessado em: 30 de janeiro de 2014.

CAMATTI-SARTORI, S. V.; VALDEBENITO-SANHUEZA, R. M.; RIBEIRO, R. T. S.

Desenvolvimento de Pantoea agglomerans em diversas temperaturas, pH e concentrações de

carboxi-metil-celulose e o seu impacto no controle de Rosellinia necatrix. Summa

Phytopathologica, Botucatu, v. 34, n. 1, p. 13–17, 2008.

CARLILE, M.J.; WATKINSON, S.C. The fungi. London: Academic Press. 482 p. 1996.

CASTRO, C. C.; GUTIÉRREZ, A. H.; SOTÃO, H. M. P. Novos registros de fungos

anamorfos (hifomicetos) para o Neotrópico e América do Sul. Revista Brasileira de

Botânica, v. 34, p. 515–521. 2011.

CARVALHO, D., L. (2013) Mata Atlântica e o cacau..

http:\\www2.uol.com.br/aregiao/art/mataatl.htm . Acessado em: 31 de maio de 2013.

CERDÁ, R. A. Fermentación ruminal, degradación proteica y sincronización energía-

proteína en terneras en cebo intensivo. 208 h. 2005. Tese de Doutorado. (en opción al

grado científico de Doctor en Producción animal). Faculdade de Ciências Veterinárias.

Universidade de Barcelona, Espanha. 2005.

CHILD, M. The genus Daldinia. Ann. Missouri Bot. Gard. 19: 429–496. 1932.

CONTI, J.B.; FURLAN, S.A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, J.L.S.

(org.). Geografia do Brasil. São Paulo, EDUSP. 2003.

DENNIS, R.W.G. Fungus flora of Venezuela and adjacent countries. Kew Bull. Additional

Series III. XXXIV. J. Cramer, London. 1970.

DENNIS, R.W.G. Xylarioideae and Thamnomycetoideae of Congo. Kew Bull. Jardim.

Botanico. État 31, 109 –154. 1961.

DENNIS, R.W.G. Further notes on tropical American Xylariaceae. Kew Bull. 2: 297–332.

1957.

EHRENBERG, C.G. Fungos a viro claríssimo Adalberto de Chamisso rule auspiciis

Romanzoffianis in itinere circe tevrarum globum collectos. In: NEES, A.B.; ESENBECK,

C.G. Horae Physicae Berolinenses, Bonnae, 77-90 p., 1820.

FIDALGO, O. Introdução à história da micologia brasileira. Rickia 3:1–44. 1968.

FRIES, E. M. Systema Mycologicum. New York: Johnson Reprint Corporation, Reprinted

ed. Vol. 2, 621 p. 1823.

FRÖHLICH, J.; HYDE, K.D. Biodiversity of palm fungi in the tropics: are global fungal

diversity estimates realistic? Biodiversity and Conservation. v. 8: 977–1004 p. 1999.

Page 118: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

101

GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. Mata Atlântica: Biodiversidade, ameaças e

perspectivas. Fundação SOS Mata Atlântica- Conservação internacional. Belo horizonte. 471

p. 2005.

GODOY, C.V.; BERGAMIN FILHO, A.; SALGADO, C.L.. Doenças do cafeeiro (Coffea

arabica L.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A..; CAMARGO, L.E.A.;

REZENDE, J. A. M., Manual de Fitopatologia vol. II.1997.

GRANMO, A.; LÆSSØE T.; SCHUMACHER, T.. The genus Nemania s.l. (Xylariaceae) in

Norden. Sommerfeltia . 27: 1–96. 1999.

GUARRO, J.; SEVERO, L.C.; GENE, J.; OLIVEIRA, F.M.; CANO, J.; FRANCHE, G.;

CANTARELLI, V.V.; SCHELL, W.A.. Sinusitis caused by the fungus Xylaria enteroleuca in

a lung transplant recipient. Diag. Microb.Inf. Dis. v. 56, p. 207–212, 2006.

GUEDES, M.L.S.; BATISTA, M.A.; RAMALHO, M.; FREITAS, H.M.B.; SILVA, M.E.

Breve incursão sobre a biodiversidade da Mata Atlântica. In: FRANKE, C.R., ROCHA,

P.L.B., KLEIN, W., GOMES, S.L.. Mata Atlântica e biodiversidade, 2005.

GUEDES, V.R.; SANTOS, R.M.G.; MARTINS, D.; CRUZ, F.G.. Metabólitos secundários

produzidos pela espécie Xylaria sp. (Xylariaceae). Sociedade Brasileira de Química.

Resumo espandido. 1997.

HAWKSWORTH, D.L. Global species numbers of fungi: are tropical studies and molecular

approaches contributing to a more robust estimate? Biodiversity and Conservation. 2012.

doi:10.1007/s10531-012–0335-x.

HAWKSWORTH, D. L. The magnitude of fungal diversity: The 1.5 million species estimate

revisited. Mycological Research. v. 105, p. 1422 – 1432. 2001.

HAWKSWORTH, D.L. The fungal dimension of biodiversity: Magnitude, significance, and

conservation. Mycological Research 95: 641– 655. 1991.

HENNINGS, P. Fungi goyazensis. Hedwigia. 34: 88–116. 1895.

HENNINGS, P. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika II. Hedwigia 36: 190–246. 1897.

HENNINGS, P. Fungi Paraensis I. Hedwigia 39: 76–80. 1900.

HENNINGS, P. Fungi blumenaviensis. II. Hedwigia 41: 1–33. 1902.

HENNINGS, P.. Fungi fluminensis. Hedwigia 43: 78–95. 1904a

HENNINGS, P. Fungi amazonici II. Hedwigia 43: 242–273. 1904b.

HENNINGS, P. Fungi S. Paulensis III. Hedwigia 43: 199–209. 1904c.

HSIEH, H–M.; JU, Y-M.; ROGERS, J.D. Molecular phylogeny of Hypoxylon and closely

related genera. Mycologia 97: 844–865. 2005.

Page 119: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

102

HLADKI, A. I.; ROMERO, A. I. Taxonomic and nomenclatural aspects of Hypoxylon taxa

from Southern South America proposed by Spegazzini. Mycologia, v. 101, n. 5, 733 –744 p.

2009.

HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Revisión de las espécies de Hypoxylon propuestas por

Spegazzini. Lilloa 43: 45–60. 2006.

HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Contribución al studio de las Xylariaceae de la República

Argentina. III) Nuevos registros del género Xylaria. Lilloa 42: 47–68. 2005.

HLADKI, A. I. Contribución al estudio de las Xylariaceae de la República Argentina. II) Los

géneros Daldinia, Entonaema y Phylacia para Tucumán. Lilloa-Fundación Miguel Lillo

(Tucumán-Argentina). v. 41, n. 1–2, p. 9–22, 2004.

HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Two new species of Stilbohypoxylon and the taxonomic

positions of Hypoxylon cyclopicum, H. chionostomum and Anthostoma chionostoma.

Sydowia 55: 65–76. 2003.

HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. The genus Kretzschmaria from Tucuman, Argentina.

Mycotaxon 79: 481–496. 2001.

Boletim Climatológico Anual da Estação Meteorológica do IAG/USP/ Seção Técnica do

Serviço Meteorológico – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da

Universidade de São Paulo – v 16, 2012 – São Paulo: IAG/USP, 2012.

JU, Y-M.; ROGERS, J.D.; HSIEH, H-M. New Hypoxylon species and notes on some names

associated with or related to Hypoxylon. Mycologia 96: 154–161. 2004a.

JU, Y-M.; ROGERS, J.D.; HSIEH H-M; VASILYEVA L. AmphiRosellinia gen. nov. and a

new species of Entoleuca. Mycologia 96:1393–1402. 2004b.

JU, Y-M.; ROGERS, J.D. The genus Nemania. Nov. Hedw. 74: 75–120. 2002.

JU, Y-M.; ROGERS, J.D. Xylariaceae of Taiwan (excluding Anthostomella). Mycotaxon

73:343–440. 1999.

JU, Y.-M.; ROGERS, J.D. The genus Biscogniauxia. Mycotaxon 66: 1–98. 1998.

JU, Y.-M. ; ROGERS, J. D.; MARTÍN. F. S. A revision of the genus Daldinia. Mycotaxon

61: 243–294. 1997.

JU, Y.-M. The genus Stilbohypoxylon. Mycologia Research. 101 (2): 135–138.1997.

JU, Y-M.; ROGERS, J.D. A revision of the genus Hypoxylon. Mycologia Memoir no. 20. St.

Paul, MN, APS Press. 365 p. 1996.

JU, Y-M.; TZEAN, S.S. Investigations of Xylariaceae in Taiwan I. The teleomorph of

Hypoxylon. Trans. Mycol. R. O. C. 1: 13–27. 1985.

Page 120: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

103

KIMATI, H. et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. Agronômica

Ceres, 1997.

KIRK, P.M.; CANNON, P.F.; DAVID, J.C.; STALPERS, J.A. Ainsworth and Bisby´s

Dictionary of the Fungi. 10th

ed. CABI. Wallingford. 2008.

KRUG, J. C.; BENNY, G. L.; KELLER, H. W. Coprophilous fungi. In: Biodiversity of

Fungi. Elsevier, Amsterdam. 468–499 p. 2004.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R.A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G.A.B.; KENT, J.

Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853–858. 2000.

LÆSSØE T.; ROGERS, J.D.; WHALLEY, A.S. Camillea, Jongiella and dlight–spored

species of Hypoxylon. Mycologia Research. 93:121–155. 1989.

LAGOS; A. R.; MULLER, B. L. A.. Hotspot Brasileiro-Mata Atlântica. Saúde & Ambiente

em Revista, v. 2, n. 2, 2009.

LODGE, D.J. Factors related to diversity of decomposer fungi in tropical forests.

Biodiversity and Conservation. v. 6, 681–688 p. 1997.

MAFIA, R. G.; ALFENAS, A. C.; ZARPELON, T. G.; NASCIMENTO, E. M.. Estromas

Negros de Hypoxylon spp. em toras de eucalipto como fator negativo da qualidade da madeira

para celulose. Fitopatologia brasileira, v. 28, n. 6, p.689, 2003.

MAGALHÃES W. C. S.; MISSAGIA, R. V.; COSTA, F. A. F.; COSTA, M. C. M..

Diversidade de fungos endofíticos em candeia Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish.

Cerne, Lavras, v. 14, n. 3, p. 267–273, 2008.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: I. New and old concepts. J. S. African Bot. 33:

205–238. 1967a.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: II. Rosellinia and the Primo-cinerea section of

Hypoxylon. J. S. African Bot. 33: 315–328. 1967b.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: III. South African and foreign species of Hypoxylon

sect. Entoleuca. J. S. African Bot. 34: 153–199. 1968a.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: IV. Hypoxylon, sections Papillata and Annulata. J. S.

African Bot. 34: 303–330. 1968b.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: VI. Daldinia, Numulariola and their allies. J. S.

African Bot. 35: 267–320. 1969a.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: V. Euhypoxylon. J. S. African Bot. 35: 149–206.

1969b.

MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: VIII. Xylaria and its allies. J. S. Afr. Bot. 36: 73–

138. 1970.

Page 121: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

104

MAY, P. H., C. M. M. et al. Manual agroflorestal para a Mata Atlântica. Ministério do

Desenvolvimento Agrário, Brasília. 196 p. 2008.

MEIJER A.A.R. de. Preliminary list of the macromycetes from the Brazilian State of Paraná.

Bol. Mus. Bot. Mun. v.68, 1–55 p. 2006.

MENDES, M. A. S.; URBEN, A. F.; Fungos relatados em plantas no Brasil, Laboratório

de Quarentena Vegetal. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fgbanco01.asp. Acesso

em: 17/1/2014.

MILLER, J. H. Xylariaceae. In: C. E. Chardon and R. A. Toro, eds. Mycological

explorations of Colombia. J. Dept. Agric. Univ. Puerto Rico 14: 271–275. 1930.

MILLER, J. H. South African Xylariaceae. Bothalia. 4: 251–272. 1942.

MILLER, J.H. A monograph of the world species of Hypoxylon. Univ. Georgia Press,

Athens. 158 pp. 1961.

OLIVEIRA, M. L.; MELO, G. L.; NIELLA, A. R. R.; SILVA, V. R. Podridão-negra causada

por Rosellinia pepo, uma nova doença do craveiro-da-índia no Brasil. Tropical Plant

Pathology, v. 33, n. 2, p. 90–95, 2008.

PARDINI, R. 2001. Pequenos mamíferos e a fragmentação da Mata Atlântica de Una, sul

da Bahia: Processos e conservação. Dissertaçao de Mestrado. Universidade de São Paulo,

São Paulo. 2001.

PARDINI, R. et al. The challenge of maintaining Atlantic forest biodiversity: A multi–taxa

conservation assessment of specialist and generalist species in an agro–forestry mosaic in

southern Bahia. Biodiversity and Conservation. 142: 1178–1190. 2009.

PATOUILLARD, N. Catalogue raisonné des plantes cellularies de la Tunisiae. Paris:

Imprimerie Nationale, 158 p., 1897.

PESC. PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CONDURU. URUÇUCA-BA. Disponível

em: http://parquedoconduru.org/. Acesso em 10/01/2014.

PNU. PARQUE NACIONAL DE UBAJRA. Ubajara-CE. Disponível em:

http://www.icmbio.gov.br/parnaubajara/quem-somos.html. Acesso em 10/01/2014.

PEREIRA, J. Xylariales in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio

de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB121070.

Acesso em 19/01/2014.

PEREIRA, J. Xylariaceae (Ascomycota) em áreas de Mata Atlântica nordestina e em

herbários brasileiros. 2011. 223f. Tese de doutorado (Doutor em Biologia de Fungos),

Universidade Federal de Pernambuco, Recife 2011.

PEREIRA, J.; ROGERS, J.D.; BEZERRA, J.L. New Annulohypoxylon species from Brazil.

Mycologia. 102: 248–252. 2010.

Page 122: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

105

PEREIRA, J.; ROGERS, J.D.; BEZERRA, J.L. New Xylariaceae taxa from Brazil. Sydowia

61: 321–325. 2009.

PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. The genus Thamnomyces in Brazil.. In:

Congreso Latinoamericano de Micologia, 2008, Mar del Plata. VI CLAM Congreso

Latinoamericano de Micologia. Buenos Aires, p. 178. 2008a.

PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Revision of taxa of the URM Herbarium two

Hypoxylon species described by A.C. Batista. Mycotaxon. 104: 405–408. 2008b

PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Kretzschmaria albogrisea sp. nov. and K.

curvirima from Brazil. Mycotaxon. 106: 237–241. 2008c.

PERSON, C.H. Synopsis Methodica Fungorum. Paris: Gottingae, Pars I–II, 706 p. 1801.

PETRINI, L. E.; MÜLLER, E. Haupt- und nebenfruchtformen europäischer Hypoxylon-

Arten (Xylariaceae, Sphaeriales) und verwandter pilze. Mycologia Helv. 1: 501–627. 1986.

PRIMACK, R. B.; CORLETT, R. Tropical rain forests: an ecological and biogeographical

comparison. Blackwell Pub., 2005.

POROCA, D.J.M. Revisão histórica das Xylariaceae do Brasil. Bol. Micol. v.15, p. 41–53.

1986.

POROCA, D.J.M. Xylariaceae do Recife e áreas limítrofes. Dissertação de Mestrado.

Universidade Federal de Pernambuco. 203 p. 1976.

RAKOTONIRIANA, E. F. et al. Endophytic fungi from leaves of Centella asiatica:

occurrence and potential interactions within leaves. Antonie van Leeuwenhoek,v. 93, p. 27–

36, 2008.

REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XII. Hedwigia 40: 100–124. 1901a.

REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XIII. Hedwigia 40: 141–149. 1901b.

REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XIX. Hedwigia 44 (1): 1–13. 1904.

REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 35. Annls. Mycol. 3: 409–417. 1905.

REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 36. Annls. Mycol. 4: 64–71 1906.

REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 40. Annls. Mycol. 5: 465–473. 1907a.

REHM, H. Ascomycetes novi. Annls. Mycol. 5: 516–546. 1907b.

RICK, J. Pilze aus Rio Grande do Sul. Annls. Mycol. 3: 235–240. 1905

RICK, J. Fungi austro–americani. Fasc III–IV. Annls. Mycol. 4: 309–312. 1906a.

RICK, J. Pilze aus Rio Grande do Sul. Brotéria. 5 (5): 5–53. 1906b.

Page 123: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

106

RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc V–VI. Annls. Mycol. 5: 28–31. 1907a.

RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc VII–VIII. Annls. Mycol. 5: 335–338. 1907b.

RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc IX–X. Annls. Mycol. 6: 105–108. 1908.

RICK, J. Monographia das Hypoxyleas riograndenses. Brotéria, sér. Bot., 25: 21–50. 1931.

RICK, J. Monographia das Rosellinias riograndenses. Brotéria, sér. Bot., 1 (28): 183–192.

1932.

RICK, J. Monographia das Xylariaceas riograndenses. Arch. Mus. Nac. 36: 41–71. 1935.

ROBERT, V.; STEGEHUIS, G.; STALPERS, J. The MycoBank engine and related

databases. 2005. Acesso:http://www.mycobank.org 11de janeiro de 2014.

RODRIGUES, R.L. Fungos endofíticos associados à Vellozia compacta Mart. ex. Schult.

F. (Velozzeaceae) presente em afloramentos rochosos nos estados de Minas Gerais e

Tocantis. 2010. 70f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais). Universidade

Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2010.

ROGERS, J.D.; JU, Y-M.; ADAMS, M.J. Home of the Xylariaceae. 2014.

<http://mycology.sinica.edu.tw/xylariaceae/default.asp> Acesso em: 31 de janeiro 2014.

ROGERS, J.D.; MILLER, A.N.; VASILYEVA, L.N. Pyrenomycetes of the Great Smoky

Mountains National Park. VI. Kretzschmaria, Nemania, Rosellinia and Xylaria (Xylariaceae).

Fung. Div. 29: 107–116. 2008.

ROGERS, J.D.; JU, Y-M.; EMMES, D.E. Hypoxylon subdisciforme sp. nov., Nemania

abortive sp. nov., and Xylotumulus gibbisporus gen. et sp. nov. from Hawaii, Hawaiian

Islands. Sydowia 58: 290–299. 2006.

ROGERS, J.D.; JU, Y-M; LEHMANN, J. Some Xylaria species on termite nests. Mycologia

97: 914–923. 2005.

ROGERS, J.D.; JU, Y-M. Kretzschmaria varians sp. nov., Xylaria coremiifera sp. nov. and

Xylaria umbonata sp. nov. from Costa Rica. Mycol. Prog. 3: 37–40. 2004.

ROGERS, J.D.; SAN MARTÍN GONZALES, F., JU, Y-M. Three new taxa of Camillea from

Costa Rica. Sydowia 54: 84–90. 2002.

ROGERS, J.D.; JU, Y-M; LEHMANN, J.. Some Xylaria species on termite nests. Mycologia,

v. 97, p. 914–923, 2005.

ROGERS, J. D.; JU. Y.M. The genus Kretzschmaria. Mycotaxon. 68: 345–393. 1998.

ROGERS, J. D.; CALLAN, B. E.; SAMUELS. G. J. The Xylariaceae of the rain forests of

North Sulawesi (Indonesia). Mycotaxon 29: 113–172. 1987.

Page 124: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

107

SAMBUICHE, R.H.R. Estrutura e dinâmica do componente arbóreo em área de cabruca na

região cacaueira do sul da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica. v. 20, n. 4, 943–954 p.

2006.

SAMBUICHE, R.H.R. Fitossociologia e diversidade de espécies arbóreas em cabruca (mata

atlântica raleada sobre plantação de cacau) na Região Sul da Bahia, Brasil. Acta Botanica

Brasilica. v. 16. n. 1. 89–101 p. 2001.

SAMPAIO, A.J. A flora de Mato Grosso. Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro.v. 19, 1–25 p.

1916.

SAN MARTÍN, F. G. A mycofloristic and cultural study of the Xylariaceae of Mexico. 560

pp. 1992. Ph.D. dissertation. Washington State University, Pullman. 1992.

SILVA, M.L.O. Nomenclatura e taxonomia de Xylaria de Pernambuco depositados no

herbário URM. 2008. 59 f. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade

Federal de Pernambuco, Recife, 2008.

SILVEIRA, V.D.; RODRIGUES, K.F. Levantamento preliminar de Xylariaceae da

Amazônia. Acta Amazonica, Supl., v.15, 7–27 p. 1985.

SANTOS FILHO, F.C. Análise dos constituintes fixos e voláteis de fungos endofíticos dos

gêneros Penicillium e Xylaria e de suas plantas hospedeiras. Dissertação (Mestrado em

Ciências). Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2010.

SMITH, M. E., et al. Ectomycorrhizal fungal diversity and community structure on three

co‐occurring leguminous canopy tree species in a Neotropical rainforest. New Phytologist. v.

192.3, p. 699–712. 2011.

SMITH, G.J.D.; HYDE, K.D. Fungi from palms, XLIX. Astrocystis, Biscogniauxia,

Cyanopulvis, Hypoxylon, Nemania, Guestia, Rosellinia and Stilbohypxylon. Fung. Divers. v.,

n. 7, 89–127 p. 2001.

SOUZA, J. I. Mucorales de solo contaminado com metais pesados na região do Pólo

Cerâmico De Santa Gertrudes, SP: Ocorrência E Capacidade De Biossorção De

Chumbo E Zinco. 221 f. 2006. Universidade Estadual de São Paulo. Rio Claro – SP. 2006.

SOUZA, A. Q.; SOUZA, A. D. L.; ASTOLFI, S. F.; PINHEIRO, M. L. B.; SARQUIS, M. I.

M., PEREIRA, J. O. Atividade antimicrobiana de fungos endofíticos isolados de plantas

tóxicas da amazônia: Palicourea longiflora (aubl.) rich e Strychnos cogens bentham. Acta

Amazonica, v. 34, n. (2), p. 185 – 195. 2004.

STADLER, Marc et al. Molecular chemotaxonomy of Daldinia and other Xylariaceae.

Mycological Research. v. 105, n. 10, p. 1191–1205, 2001.

Page 125: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

108

TABARELLI, M. A. V. ;AGUIAR, M. C.; RIBEIRO, J. P.; METZGER, A.; C. A. PERES.

Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: Lessons from aging human-

modified landscapes. Biologia da Conservação. v. 143, p. 2328–2340. 2010.

TAKAHASHI, J. A.; LUCAS, E. M. F.. Ocorrência e diversidade estrutural de metabólitos

fúngicos com atividade antibiótica. Química Nova. v. 31, n. 7, p. 1807–1813, 2008.

TAVARES, M.C.G.; RODAL, M.J.N.; MELO, A.L.; ARAÚJO, M.F. Fitossociologia do

componente arbóreo de um trecho de Floresta Ombrófila Montana do Parque Ecológico João

Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, Pernambuco. Naturalia. v. 25, 17–32. 2000.

THEISSEN, F. Novitates riograndes. Annls. Mycol. 6: 341–352. 1908a.

THEISSEN, F. Fragmenta brasilica I. Annls. Mycol. 531–535. 1908b.

THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses. Annls. Mycol. 7: 1–18. 1909a.

THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses II. Annls. Mycol. 7: 141–167. 1909b.

THEISSEN, F. Fragmentis brasilienses II. Annls. Mycol. 7 (1): 343–353. 1909c.

THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses I. Xylaria. Denkschr. Akad. Wiss. Wien, 78:

47–86. 1909d.

THEISSEN, F. Fungi riograndenses. Botanisch. Cent. Beih. 27:384–411. 1910.

VALE, F. X. R. do; ZAMBOLIM, L. (Ed.). Controle de doenças de plantas: grandes

culturas. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1997.

VAN DER GUCHT, K. The Xylariaceae of Papua New Guinea. 359 pp. 1994.Ph.D.

dissertation. Unversiteit Gent, Belgium. 1994.

WHALLEY, A.J.S.; EDWARDS, R.L. The Xylariaceae: a case study in biological and

chemical diversity. In: International Conference on Biodiversity and Bioresources:

Conservation and utilization. 23–27 November, Phuket, Thailand. 1999.

WINTER, G. Introduction to fungi. Cambrige: University Press, 424 p.1970.

YUYAMA, K.T. ; PEREIRA, J.; MAKI, C.S.; ISHIKAWA, N.K.. Daldinia eschscholtzii

(Ascomycota, Xylariaceae) isolated from the Brazilian Amazon: taxonomic features and

mycelial growth conditions. Acta Amazonica. 43: 1–8. 2013.

Page 126: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

109

ANEXOS

Page 127: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

110

Anexo 1. Licença para coleta de material fúngico e vegetal – Instituto Chico

Mendes/SisBIO.

Page 128: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

111

Anexo 2. Licença de coleta em Unidades de conservação libera pelo Instituto do

Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Page 129: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

112

Page 130: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

113

Anexo 3 – Manuscrito enviado para publicação na Mycologia (USA).

Short title: Phylacia cylindrica sp. nov.

Phylacia cylindrica: a new species of Xylariaceae from Brazil

Lorena Tigre Lacerda

Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal,

Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil

José Luiz Bezerra

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e

Biotecnológicas, Rua Rui Barbosa 710, 44380-000, Cruz das Almas, Bahia, Brazil, and;

Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal,

Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil

Jadergudson Pereira1

Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais,

Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil

Abstract: A new species of Phylacia was found in the Southern region of the State of Bahia

named Phylacia cylindrica, which is characterized by cylindrical stromata with constricted

base. This species differs from other congeneric species as shown in the presented key.

Key words: Ascomycota, Brazilian mycota, systematics.

INTRODUCTION

The genus Phylacia was proposed by M. J. H. Léveillé (1845) with the type species P.

globosa. The main characteristics of the genus are carbonaceous stromata, single layer of

embedded, closely packed, elongated perithecia, without ostioles and the powdery spore mass

(Dennis 1957). Phylacia belong to family Xylariaceae (Ascomycota) and is found mostly in

Page 131: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

114

the American tropics. Actually, 10 species are accepted (CABI 2013), and five are found in

Brazil (Pereira 2013): P. bomba, P. globosa, P. poculiformis, P. surinamensis and P.

turbinata being represented in eleven Brazilian States (Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará,

Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima and Santa

Catarina). Although it is well represented in the tropics there are few studies about this genus

in Brazil. Studies with other genera of Xylariaceae in Brazil were made recently by Pereira et

al. (2008a, 2008b, 2009, 2010) and Yuyama et al. (2013).

MATERIALS AND METHODS

In November 2012 a specimen of Phylacia was collected during a field trip to Parque

Estadual Serra do Conduru (PESC), a protected area of Atlantic Rainforest located in the

municipalities of Ilhéus, Itacaré and Uruçuca, Bahia, Brazil (FIG. 1). The specimen was

analyzed according to Dennis (1957), Speer (1980), Rodrigues and Samuels (1989) and

Mendel et al. (2005). The exsiccate was deposited in the mycological collection of CEPEC

Herbarium and the description registered in MycoBank. A taxonomic key is provided based in

the descriptions of the valid species.

TAXONOMY

Phylacia cylindrica L. T. Lacerda, J.L. Bezerra & Jad. Pereira, sp. nov.

MYCOBANK MB 805788 FIGS. 2–5

Stromata solitaria vel gregaria, erumpentibus, fusca vel nigra, sessilia vel stipitata,

carbonacea, 4–5 mm alta × 2–5 mm diam., cylindracea cum ambitibus rotundatis praeditae.

Apex stromatis latus. Ascus non visis. Perithecia 2.5 µm longitudine, multa, compacta.

Ascosporae lutae, oblong-ellipsoideae, laeves, 11.5–14(–15)× 6.5–9 µm, rima germinativa

absentis.

Stromata solitary or gregarious, erumpent through bark, cylindrical, dark brown to black, 4–5

mm high × 2–5 mm diam., surface smooth, carbonaceous, sessile or stipitate, base constricted,

Page 132: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

115

apex flat to slightly concave. Perithecia cylindrical, 2.5 mm high, numerous. Asci not seen.

Ascospores elliptical to sub-cylindrical, pale olive, 11.5–14(–15) × 6.5–9 µm, smooth, lacking

germ slit.

Etymology. The epithet refers to the cylindrical form of the stroma.

Specimen examined. BRAZIL. BAHIA: Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru

(14°20’S 39°02’W). On dead wood, 28-XI-2012, L.T. Lacerda and Jad. Pereira. HOLOTYPE,

CEPEC 2388.

Notes: Phylacia cylindrica is characterized by cylindrical stromata and constricted base. It

differs from P. surinamensis which has clearly concave stromata and non-constricted base. In

addition, the ascospores from P. cylindrica are larger and wider than P. surinamensis (11.5–

14(–15) × 6.5–9 µm vs. 12–13 × 6–7 µm).

Key to species (adapted from Mendel et al. 2005)

1. Stromata sessile………………………………………………………………………….…..2

1. Stromata stipitate or pseudostipitate……………………………………………………...…4

2. Stromata hemispherical…………………...…...P. bomba (=P. bomba var. macrospora)*

2. Stromata cylindrical with concave center……..…………...…………………………….3

3. Stromata cylindrical, with ascospores less 10 µm……...………………..…………P. pusilla

3. Stromata cylindrical with ascospores more 10 µm………………………….P. surinamensis

4. Stromata pyriform or obpyriform…………………………………..…………………….5

4. Stromata of other shape…....………………………………………………………..……6

5. Stromata pyriform, ascospores 10–15 × 5.5–7.5 µm………...………............P. poculiformis

5. Stromata slightly obpyriform, ascospores 9.5–11 × 4.5–5.5 µm…...……...……..P. sagrana

6. Stromata cylindrical or more or less cylindrical…..……………………………………..7

6. Stromata of other shape…………………………………………………………………..8

Page 133: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

116

7. Stromata cylindrical with constricted base, ascospores 11.5 –14 × 6.5–9

µm…………………………………………………………………………………P. cylindrica

7. Stroma more or less cylindrical without constricted base, ascospores 14–15 × 4.5–5

µm……………………………………………………………………….....P. pseudohypoxylon

8. Stromata subglobose to pseudoturbinate…………………………………………………9

8. Stromata turbinate or glanduliform……………………………...……………………...10

9. Stromata subglobose................................................................................................P. globosa

9. Stromata pseudoturbinate.........................……………………………………….P. mexicana

10. Stromata turbinate ……………...……………………...……………………P. turbinata

10. Stromata glanduliform…………...………………………………………...P. glandulina

*Rodrigues and Samuels (1989) established Phylacia bomba var. macrospora, but recently

this variety was synonymized to P. bomba (CABI 2013).

ACKNOWLEDGMENTS

The authors thank CAPES and CNPq for financial support and the Universidade Estadual de

Santa Cruz by technical support. Further thanks to the administration of Parque Estadual Serra

do Conduru by cooperation and permission for field trip.

LITERATURE CITED

CABI Bioscience. <http://www.indexfungorum.org.br>. Accessed 30 Sep 2013.

Dennis RWG. 1957. Further notes on Tropical American Xylariaceae. Kew Bull. 12: 297–

332.

Léveillé JH. 1845. Champignons exotiques. Annales des Sciences NaturellesBotanique. 33:

38–71.

Page 134: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

117

Mendel R, Rogers JD, Guzmán G. 2005. Phylacia mexicana sp. nov. and consideration of

other species with emphasis on Mexico. Mycotaxon 97: 279–290.

Pereira J. 2013. Xylariales in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de

Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB95526)

Pereira J, Rogers JD, Bezerra JL. 2009. New Xylariaceae taxa from Brazil. Sydowia 62: 341–

345.

________, ________, ________. 2010. New Annulohypoxylon species from Brazil.

Mycologia 102: 248–252.

Pereira J, Bezerra JL, Maia LC. 2008a. Revision of taxa of the URM Herbarium 2. Hypoxylon

species described by A.C. Batista. Mycotaxon 104: 405–408.

________, ________, _______. 2008b. Kretzschmaria albogrisea sp. nov. and K. curvirima

from Brazil. Mycotaxon 106: 237–241.

Rodrigues KE, Samuels JG. 1989. Studies in the genus Phylacia (Xylariaceae). Mem. New

York Bot. Gdn. 49: 290–297.

Speer EO. 1980. Recherches sur la position sistêmatique du genre Phylacia (Phylaciaceae,

fam. nov.) et description de deux èspeces nouvelles. Bull. Soc. Myc. Fr. 96: 135–143.

Page 135: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

118

Silveira VD, Rodrigues KE. 1985. Levantamento preliminar de Xylariaceae na Amazônia.

Acta Amazonica 15: 7–28.

Yuyama KT, Pereira J, Maki CS, Ishikawa NK. 2013. Daldinia eschscholtzii (Ascomycota,

Xylariaceae) isolated from the Brazilian Amazon: taxonomic features and mycelial growth

conditions. Acta Amazonica 43: 1–8.

Page 136: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

119

LEGENDS

FIG. 1. Geographical location of the Parque Estadual Serra do Conduru, Bahia, Brazil.

FIGS. 2 5. Phylacia cylindrica. 2. Stromata. 3. Stromata presenting constricted base. 4.

Cross section showing inside of the stroma. 6. Cylindrical perithecia. 7. Ascospore

sub-cylindrical without apparent germ slit. Bars: 2 = 5mm; 3 = 5mm; 4 = 3mm; 5 =

8µm.

FOOTNOTES

1Corresponding author. E-mail: [email protected]

Page 137: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

120

Page 138: FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... - …nbcgib.uesc.br/ppgpv/painel/paginas/uploads/379c04995b6600da40dd… · lorena tigre lacerda fungos xylariaceae (ascomycota) associados a plantas

121