funk uma antropologia sonora
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Funk: uma antropologia sonora.
Proposta de artigo [Estudo] paralelo ao TCC/Monografia.
Estrutura
Introdução [antropologia sonora, conceito de música, abordagens, música como cultura, aspectos da “música]
Todos os grupos sociais se manifestam sonoramente, a cultura é dotada de suportes
expressivos no qual se tece os mais diversificados discursos e significados, a música é
um destes aspectos e assim como a cultura um “sistema musical” deve ser entendido
como um “organismo dinâmico” embrenhado em determinado contexto sócio cultural
(LODY, 1989). Cada grupo possui suas próprias teorias e modos distintos de conceber e
vivenciar os “fatos sonoros, ela é um “fenômeno puramente social”, onde cada grupo
humano possui modos distintos de se relacionar com ela. Toda produção sonora está
ligada aos comportamentos que a produzem.
Em um sentido lato, a “música”1 é “som e movimento” interligados com outras
formas de expressividade, ela está inserida nas mais diversas atividades sociais e são
muitos os significados que decorrem desta interação (PINTO, 2001). É possível pensar
uma “cultura musical” como uma “forma simbólica de comunicação na interação entre
indivíduos e grupo, manifesta crenças e identidades, ela não existe por si está sempre
com os seres humanos em seus contextos culturais” (MERRIAM, 1964), as
“configurações sonoras” são culturalmente organizadas”.
A música vai além de sua dimensão acústica, a performance da música traz
diversos elementos que não são necessariamente sonoros, existem elementos audíveis,
visíveis e imaginários. Existe uma dramatização na música “um tipo de comportamento,
uma maneira de viver as experiências” (TURNER & SCHECHNER, 1985) ela é
encenação de uma prática social. Para Gehard Kubik (1979) nas sociedades tradicionais
africanas2 não existe uma separação entre os aspectos sonoros e o movimento, música e
dança devem ser entendidas como interligados e dependentes um do outro. Logo, o
corpo é visto como lugar do movimento e da ação, suporte de símbolos, “as
corporalidades são fonte de energia coletiva que dão vida às formas sonoras” (PINTO,
2001). As vibrações sonoras agem fortemente nos corpos humanos, estas vibrações
1 Em muitas culturas não existe um termo cujo significado seja idêntico ao que nós chamamos de música.2 E seus desdobramentos diaspóricos contemporâneos.
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rítmicas tem um impacto tão forte que podem levar à alteração do estado de consciência
(ROUGET, 1983).
Desta maneira a antropologia sonora tenta de certa forma reconhecer outras
formas de perceber o mundo e conceber o tempo através dos sons, problematizar a
música de um grupo étnico-cultura é problematizar a própria experiência de vida de um
determinado povo. De certo modo ela espelha comportamentos dos contextos aos quais
ela foi produzida. Porém existe muitos modos de abordar a música, “na real”, podemos
designá-la como uma complexa rede de interpretantes, cada sujeito desta intensa teia de
relações, produtor, ouvinte vão produzir uma significação própria de cada sonoridade. A
música é uma força de influência e agente de sentido social dentro de uma cultura. A
criação musical está profundamente relacionada ao processo de construção de
significados, baseados em signos culturalmente aceitos.
Funk: contexto social do funk. Descrevendo o mundo do funk. Funk putaria. O baile. Repressão, tráfico, PM, estratégias... Conclusão – funk movimento cultural