fuvest 2019 - cursinho intergraus · 2019-01-15 · no texto ii, é uma interjeição, empregada...
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FUVEST 2019 2ª fase | 06 e 07.01.2019
Resolução da prova dissertativa Venha conhecer. Aqui é diferente!
Aqui você aprende. E passa.
QUESTÃO 1
Examine a tirinha.
(Laerte. In: Manual do Minotauro)
a) De que maneira o terceiro quadrinho contribui para a construção do humor da tirinha?
b) A que contexto se relaciona o último enunciado da tirinha? Justifique.
Respostas:
a) O terceiro quadrinho contribui para a construção do humor ao associar inesperadamente o som da palavra
“protocolo” ao som do galope de cavalos, transformando-a numa palavra onomatopaica e satirizando a burocracia
expressa na reiteração dessa palavra.
b) O último enunciado está relacionado ao atual processo de comunicação, especialmente com empresas
prestadoras de bens e serviços: trata-se de uma relação impessoal (daí os olhinhos no fundo escuro), burocrática
e pouco eficiente. Examine o anúncio e leia o texto.
III. Art. 149 – Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
(Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm>)
I.
Ministério Público do Trabalho
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Resolução da prova dissertativa Venha conhecer. Aqui é diferente!
Questão 2
Aqui você aprende. E passa.
a) Explique a relação de sentido entre os trechos (I) “Escravidão no Brasil não é analogia” e (II) “Reduzir alguém a
condição análoga à de escravo”.
b) Qual a relação entre o uso da imagem sobre um fundo escuro e o texto do anúncio?
Respostas:
a) No trecho “Escravidão no Brasil não é analogia, é realidade”, a palavra “analogia” é entendida como mera
aparência, comparação abstrata ou teórica. Já no texto referente à lei,
“análoga” significa igual, semelhante, caracterizando a condição como a do próprio
escravo.
b) O fundo escuro permite realçar o contraste entre o branco e o preto e coloca em relevo as mãos fechadas e
amarradas que parecem simbolizar a situação não só dos negros escravizados no Brasil, mas de outros
segmentos sociais (mulheres, crianças, entre outros) também submetidos a
essa condição. Tal condição é confirmada pelo texto ao defender
que a escravidão não é apenas uma ideia ou abstração, mas uma realidade no país. Considere os textos para responder à questão.
I. A tônica é que os pequenos jogadores da equipe de futebol Javalis Selvagens estão tranquilos e até confortáveis,
bem cuidados na caverna pela numerosa equipe internacional que tenta retirá-los dali, e que têm muita vontade
de voltar a comer seus pratos favoritos quando voltarem para casa.
(Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/07/internacional/1530941588_246806.html>. – adaptado)
II. Bem, minha vida mudou muito nos últimos dois anos. O mundo que explorei mudou muito. Eu vi muitas paisagens
diferentes durante as turnês, e é realmente inspirador ver o quão grande é o mundo. Eu quero explorar e
experimentar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do deserto, sinto muito pelas plantas! Ou talvez eu
goste disso... te deixa com sede de olhar para ele...
(Disponível em <http://portalaurorabr.com/2018/09/16/eu-sou-feminista-porque-sou-mulher-diz-aurora-em-entrevista-ao-independent/>)
a) Quanto ao sentido, a palavra “bem”, destacada nos três textos, desempenha a mesma função em cada um deles? Justifique.
b) Reescreva o trecho “Eu quero explorar e experimentar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do
deserto, sinto muito pelas plantas!”, empregando o discurso indireto e fazendo as adaptações necessárias.
Comece o período conforme indicado na folha de respostas
III.
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Questão 3
Aqui você aprende. E passa.
Respostas:
a) Não. No texto I, a palavra “bem” desempenha a função de advérbio e equivale a adequadamente, corretamente;
no texto II, é uma interjeição, empregada como expressão oral que parece representar um rápido espaço entre o
pensamento do emissor e seu relato; já no texto III, é um substantivo com função de vocativo, equivalendo a uma
forma de tratamento irônica.
b) Ela disse que queria explorar e experimentar diferentes partes da natureza, porém revelou, emocionada, que não
gostava do deserto, pois sentia muito pelas plantas. Leia os textos.
Texto I
Devo acrescentar que Marx nunca poderia ter suposto que o capitalismo preparava o caminho para a libertação
humana se tivesse olhado sua história do ponto de vista das mulheres. Essa história ensina que, mesmo quando os
homens alcançaram certo grau de liberdade formal, as mulheres sempre foram tratadas como seres socialmente
inferiores, exploradas de modo similar às formas de escravidão. “Mulheres”,
então, no contexto deste livro, significa não somente uma história oculta que necessita se
fazer visível, mas também uma forma particular de exploração e, portanto, uma perspectiva especial a partir da qual
se deve reconsiderar a história das relações capitalistas.
(Silvia Federici. Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva. S.l.: Elefante, 2017)
Texto II
Em todas as épocas sociais, o tempo necessário para produzir os meios de subsistência interessou
necessariamente aos homens, embora de modo desigual, de acordo com o estádio de desenvolvimento da
civilização.
(Karl Marx. O Capital. São Paulo: Boitempo, 2017)
a) Existe diferença de sentido no emprego da palavra “homens” em
cada um dos textos? Justifique.
b) Explique o uso das aspas em “’Mulheres’”, no texto I.
Respostas:
a) Existe. No primeiro texto, a palavra “homens” refere-se ao gênero masculino, enquanto, no segundo, aos seres
humanos em geral.
b) As aspas indicam que a expressão “mulheres” não seria empregada de maneira genérica, mas particularizada,
levando em consideração uma perspectiva especial, segundo um contexto
histórico específico. Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever Mas o correio andou arisco Se me permitem, vou tentar lhe remeter Notícias frescas nesse disco Aqui na terra tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta A Marieta manda um beijo para os seus Um beijo na família, na Cecília e nas crianças O Francis aproveita pra também mandar lembranças A todo pessoal Adeus
(Meu caro amigo. Chico Buarque e Francis Hime, 1976)
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Questão 4
Aqui você aprende. E passa.
a) Levando em conta o período histórico em que a letra da música foi
composta, justifique o uso do plural no terceiro verso.
b) A letra da canção apresenta características de qual gênero discursivo? Aponte duas dessas características.
Respostas:
a) Considerando-se que a música foi composta em plena ditadura militar no Brasil, o uso do plural remete,
subliminarmente, à censura: ao empregar uma forma de indeterminação do sujeito, Chico Buarque sutilmente faz
referência aos censores que poderiam, ou não, permitir o envio de notícias sobre o Brasil para o exterior.
b) A letra da música pertence ao gênero carta. Uma de suas características é a existência de um emissor claro (“eu”)
e de um receptor em forma de vocativo (“Meu caro amigo”) e explícito (“lhe”), em que se relata de um lugar para
outro. Outra característica é a forma direta de dirigir-se ao receptor e à forma de despedida típica em cartas.
Questão 6
Leia o texto.
Tio Ben cravou pouco antes de falecer: “grandes poderes nunca vêm sozinhos”. E não há responsabilidade maior
do que tirar a vida de alguém. Isso, no entanto, não significa
que super-heróis tenham a ficha completamente limpa. Na verdade, uma olhada
mais atenta nos filmes sobre os personagens confirma uma teoria não tão
inocente — a grande maioria deles é homicida. Foi pensando nisso que um usuário do Reddit, identificado como T0M95, resolveu
planilhar os assassinatos que acontecem nos filmes da Marvel. Nos 20 longas, que
saíram nos últimos 10 anos, foram 65 mortes — e 20 delas deixaram sangue
nas mãos dos mocinhos. Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história: só entraram na planilha vítimas que
tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas. Nada de figurantes ou
bonecos criados em computação gráfica só para dar volume a uma tragédia.
Ficaram de fora, por exemplo, as centenas que morreram durante a batalha de Wakanda, em Vingadores: Guerra
Infinita, ou a cena de Guardiões da Galáxia que se consagrou como o maior massacre da história do cinema.
(Disponível em: <https://super.abril.com.br/cultura/quantos-assassinatos-cada-heroi-e-vilao-da-marvel-cometeu-nos-cinemas> – adaptado)
a) Qual o sentido das palavras “cravou” e “planilhar” destacadas no texto e qual o efeito que elas produzem?
b) Substitua os dois-pontos do trecho “Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história: só
entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas” por uma conjunção e
indique qual a relação de sentido estabelecida por ela.
Respostas:
a) “Cravou” significa sentenciou, bradou, afirmou com veemência, asseverou; “planilhar”
significa separar em categorias, enumerar, listar. Ambas as palavras produzem o efeito de
enfatizar as ações e seus contextos: a primeira torna mais contundente a afirmação do
tio; a segunda destaca o meio e a linguagem empregados
pelos usuários do Reddit.
b) Os dois-pontos podem ser substituídos por “pois” ou “porque”, e indicam relação de explicação.
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Questão 7
Os trechos seguintes foram extraídos do texto “Casas de Cômodos”, que consiste em um apanhado de
impressões recolhidas pelo escritor Aluísio Azevedo. Leia-os para responder às questões.
I. Há no Rio de Janeiro, entre os que não trabalham e conseguem sem base pecuniária fazer pecúlio e até
enriquecer, um tipo digno de estudo — é o “dono de casa de cômodos”;
mais curioso e mais completo no gênero que o “dono de casa de jogo”, pois
este ao menos representa o capital da sua banca, suscetível de ir à glória, ao passo que o outro
nenhum capital representa, nem arrisca, ficando, além de tudo, isento da
pecha de mal procedido. Quase sempre forasteiro, exercia dantes um ofício na pátria que
deixou para vir tentar fortuna no Brasil; mas, percebendo que aqui a especulação velhaca produz muito mais do
que o trabalho honesto, tratou logo de esconder as ferramentas do ofício e de fariscar os meios de, sem nada
fazer, fazer dinheiro.
II. (...) há sempre uma quitandeira de quem o dono da casa de cômodos, começando por merecer a simpatia, acaba
por conquistar a confiança e o amor. Juntam-se e, quando ela dá
por si, está cozinhando e lavando para todos os hóspedes do eleito do seu
coração, sem outros vencimentos além das carícias, que lhe dá o amado sócio. Assim chega a empresa ao seu completo desenvolvimento, e o dono da casa de pensão começa a ganhar em
grosso, acumulando forte, sem trabalhar nunca, nem empregar capital próprio, até que um dia, farto de aturar o
Brasil, passa com luvas o estabelecimento e retira-se para a pátria, deixando, naturalmente também com luvas,
a preciosa quitandeira ao seu substituto. (Aluísio Azevedo. “Casas de Cômodos”)
a) Que recurso da estética naturalista surge já no início das notas, feitas em razão do cotidiano nacional da época? Justifique.
b) Para o leitor de O Cortiço, salta à vista o aproveitamento que Aluísio Azevedo fez de parte dessas impressões ao
conceber a relação entre João Romão e Bertoleza. Há também, contudo, diferenças relevantes. Qual o fator que,
central na sociedade brasileira do século XIX, acentua o tom
perverso do final do romance? Justifique com base no enredo.
Respostas:
a) Na frase “(...) um tipo digno de estudo (...)” se manifesta um dos traços fundamentais do Naturalismo: a “Teoria
do romance experimental” ou “Teoria do romance de tese” proposta por
Émile Zola, figura primacial do movimento. Dizendo de outra forma, caberia ao escritor naturalista a observação crítica da sua realidade social contemporânea,
que se tornaria, assim, objeto de estudo e compreensão distanciada da idealização romântica dominante na
primeira metade do século XIX. Aluísio Azevedo, — a partir da apreciação das relações brutais de
exploração dos pobres nas habitações populares do Rio de Janeiro do seu tempo
descritas no texto “Casas de Cômodos” —, denota um trabalho de pesquisa da
realidade que está na base da construção ficcional presente em
O Cortiço.
b) O fator central presente na sociedade brasileira que acentua o “tom perverso” do desfecho da narrativa é
indiscutivelmente a questão da escravidão. As relações de exploração estabelecidas entre João Romão e Bertoleza —
similares às descritas no texto “Casas de Cômodos” e que
envolvem o “dono da casa” e a “quitandeira” — são agudizadas
pelo fato de a cafuza ser uma escrava de ganho. João Romão, além de tomar
posse do dinheiro duramente amealhado por Bertoleza visando à própria liberdade, envia aos herdeiros do dono
da escrava uma carta anônima revelando a localização da “fugida”, ato que culmina no suicídio da antiga
companheira.
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Resolução da prova dissertativa Venha conhecer. Aqui é diferente!
Aqui você aprende. E passa.
Note-se ainda que, no exato momento em que a escrava agoniza, o comerciante recebe a homenagem de uma
comissão abolicionista que veio retribuir a doação monetária feita pelo português. A justaposição das duas
cenas revela uma aguda visão do processo da Abolição que marcou
juridicamente o fim desta hedionda instituição no país. Questão 08
Considere os seguintes trechos do romance A Relíquia.
I. E agora, para que cada um esteja prevenido e possa fazer as orações que mais lhe calharem, devo dizer o que
é a relíquia... (...) Esmagada, com um rouco gemido, a Titi aluiu* sobre o caixote, enlaçando-o nos braços trêmulos... Mas o Margaride
coçava pensativamente o queixo austero, Justino sumira-se na profundidade dos seus colarinhos, e o ladino**
Negrão escancarava para mim uma bocaça negra, de onde saía assombro e indignação! *desabou; ** espertalhão.
II. (...) a Titi tomou o embrulho, fez mesura aos santos, colocou-o sobre o altar, devotamente desatou o nó do nastro*
vermelho; depois, com o cuidado de quem teme magoar um corpo divino, foi desfazendo uma a uma as dobras
do papel pardo... Uma brancura de linho apareceu... *fita
III. As relíquias eram valores! Tinham a qualidade onipotente de valores!
(Eça de Queirós. A Relíquia)
a) As passagens acima são revelações de diferentes objetos, todos eles contemplados no romance como relíquias.
Explicite a que objetos cada um dos trechos se refere.
b) No último parágrafo do romance, Teodorico reflete: “(...) houve um momento
em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que, batendo
na terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao céu
— cria, através da universal ilusão, ciências e religiões”. Qual dos
três excertos melhor se aplica à reflexão de Teodorico? Justifique.
Respostas:
a) O primeiro fragmento diz respeito ao momento em que Teodorico
Raposo afirma que trazia para a “Titi” nada mais nada menos do que a “cora de
espinhos” do próprio Cristo. O comportamento da tia é marcado pela absoluta crença na sinceridade do sobrinho
e contrasta com a reação de descrédito e de indignação dos demais presentes na cena. No entanto, devido a
uma troca imprevista, a farsa será desmascarada, pois o que ele realmente entrega a ela é a “A camisa de dormir
de Miss Mary”, que é justamente o objeto descrito no segundo fragmento. Por sua vez, no terceiro fragmento são referidas outras relíquias menores trazidas pelo protagonista de sua viagem
à Terra Santa e que ele negociará para se sustentar após a revelação da farsa, cuja consequência fora a expulsão
da casa da “Titi”.
b) O fragmento II é o que mais se aproxima, mesmo que de
forma tangencial, das reflexões feitas pelo protagonista no último parágrafo do
romance. Foi justamente no momento da revelação da farsa montada por
Teodorico Raposo para enganar a tia que ficou evidente a sua
incapacidade de se valer deste “descarado heroísmo de afirmar, que (...)
cria, através da universal ilusão, ciências e religiões”. Segundo o
protagonista, se ele tivesse tido a coragem de afirmar que aquela
“camisola” pertencera a Maria Madalena, D. Patrocínio das Neves teria piamente
acreditado nele e a herança não lhe teria escapado por entre os dedos.
Questão 09
Considere os textos para responder às questões.
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Cap. XI O menino é pai do homem
Sim, meu pai adorava-me. Tinha-me esse amor sem mérito, que é um simples e forte impulso da carne; amor que
a razão não contrasta nem rege. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração, assaz
crédula, sinceramente piedosa, — caseira, apesar de bonita, e modesta, apesar de
abastada; temente às trovoadas e ao marido. O marido era na Terra o seu deus. Da
colaboração dessas duas criaturas nasceu a minha educação, que, se tinha alguma coisa boa, era no geral viciosa,
incompleta, e, em partes, negativa.
(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Quarta feira, 10 de julho.
Meu pai é muito querido na família. Todos gostam dele e dizem que é muito bom marido e um homem muito bom.
Eu gosto muito disso, mas fico admirada de todo mundo só falar que
meu pai é bom marido e nunca ninguém dizer que mamãe é boa mulher. No
entanto, no fundo do meu coração, eu acho que só Nossa Senhora pode ser melhor que mamãe. (Helena Morley. Minha Vida de Menina)
a) Os trechos acima se assemelham por serem retratos dos pais realizados por
seus filhos: no primeiro deles, o menino Brás Cubas; no segundo, a
pequena Helena. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta
com base nos tempos verbais e na linguagem empregada em cada um deles.
b) Nos trechos acima, as expressões “O marido era na Terra o seu deus” e “só Nossa Senhora pode ser melhor que
mamãe” dão, respectivamente, exemplos de duas formas contrastantes de organização familiar, o patriarcado e
o matriarcado. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta
com base em ambas as passagens.
Respostas:
a) A afirmação não pode ser considerada verdadeira. No primeiro excerto,
quem retrata o pai não é o “menino Brás Cubas”, e sim o
defunto autor (“para quem a campa foi outro berço”), condição que fica
evidente se considerarmos o uso, predominantemente, do pretérito imperfeito do modo indicativo
(“adorava”, “tinha”, “era”). No segundo trecho, porém, a menina Helena, a partir de um olhar infantil e ingênuo
(apesar de haver, nesse olhar, certa dosagem de esclarecimento), comenta o
quanto não se valorizam as qualidades — para ela, evidentes —
da mãe, mas apenas as do pai. O uso recorrente do presente do indicativo (“é”, “gostam”, “acho”)
demonstra o olhar da “pequena Helena” sobre os pais. A linguagem utilizada por Brás Cubas, diferentemente, é
mais complexa, bem elaborada e segue a normatividade da língua portuguesa. Além disso, devemos levar em conta, também, a autoria por trás do discurso do narrador de Memórias Póstumas
de Brás Cubas, a ironia machadiana (o autor constrói um narrador-personagem que defende justamente o
discurso que busca ridicularizar). A linguagem utilizada por Helena, por sua vez, é infantil (uso de parataxe e de
repetições de vocábulos), o que também evidencia a diferença de experiência entre os narradores.
b) Essa afirmação também não é verdadeira, já que ambos os
trechos, cada um à sua maneira, retratam o patriarcado
brasileiro. No primeiro excerto, Brás Cubas afirma: “(...) O
marido era na Terra o seu deus (...)”, evidenciando, assim, a fraqueza, a falta de
inteligência e a submissão da mãe em relação ao pai (“Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e
muito coração”). No segundo trecho, Helena reconhece a superioridade da condição masculina sobre a feminina na organização
social brasileira (“(...) fico admirada de todo mundo só falar que
meu pai é bom marido e nunca ninguém dizer que mamãe é boa
mulher (...)”). Mesmo ela tendo a consciência das qualidades da mãe, o excerto também evidencia a estrutura
patriarcal da sociedade. Questão 10
Leia os textos.
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— Eu acho que nós, bois, — Dançador diz, com baba —
assim como os cachorros, as pedras, as árvores, somos pessoas soltas,
com beiradas, começo e fim. O homem, não: o homem pode se
ajuntar com as coisas, se encostar nelas, crescer, mudar de forma e de jeito… O homem tem
partes mágicas… São as mãos… Eu sei… (João Guimarães Rosa. “Conversa de bois”. Sagarana)
UM BOI VÊ OS HOMENS
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm e
correm de um para o outro lado, sempre esquecidos
de alguma coisa. Certamente falta-lhes não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, até
sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam nem o canto do
ar nem os segredos do feno, como também parecem não
enxergar o que é visível e comum a cada um
de nós, no espaço. E ficam tristes e
no rasto da tristeza chegam à crueldade. (...)
(Carlos Drummond de Andrade. “Um boi vê os homens”. Claro Enigma)
a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações
contrastantes sobre quem é visto. Justifique essa afirmação com base em
cada um dos textos. b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma
mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e justifique sua
resposta. Respostas:
a) Em ambos os textos, há a visão do boi (animal representante da natureza) sobre o ser humano (que representa
a cultura, a civilização). No primeiro excerto, o boi enxerga o homem como um ser diferenciado porque, devido às mãos (referência ao
processo evolutivo, ao polegar opositor), pode modificar o meio (“(...) o
homem pode se ajuntar com as coisas, se encostar nelas, crescer, mudar de forma e
de jeito (...)”). No segundo excerto, o boi encara os homens como desprovidos de essência, como seres nobres, graves, sinistros,
tristes e até mesmo cruéis. Seriam, portanto, seres diferenciados dos demais porque “não enxergam o que é
visível” para aqueles outros seres, irracionais, os seres integrados à natureza.
b) A figura de linguagem é a prosopopeia (ou personificação), que consiste
em atribuir a seres inanimados características de seres animados ou a animais
características de seres humanos. Em ambos os textos, o boi (animal irracional) é personificado por
utilizar-se da língua como forma de comunicação, característica essencialmente
humana.
Comentário geral sobre a prova de Literatura – Fuvest 2019 – segunda fase
A prova de Literatura da Fuvest 2019 cobrou do candidato um conhecimento básico e, por vezes, analítico sobre
as obras designadas na lista obrigatória: verificação de leitura e análise do
contexto histórico e social relacionado aos livros em questão, assim
como uma questão sobre escola literária (mais especificamente, o Naturalismo) e
uma questão sobre figuras de linguagem. Foram, de praxe, quatro as questões de Literatura, divididas em letras A e B, que abarcaram conhecimentos
específicos sobre as obras O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e A Relíquia, de Eça de Queirós, e questões
comparativas relacionando as obras Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e Minha Vida de
Menina, de Helena Morley; Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade (“Um boi vê os homens”), e Sagarana,
de Guimarães Rosa (“Conversa de bois”). Devemos observar que uma das obras cobradas na lista, Mayombe, de
Pepetela, não apareceu nem na primeira nem na segunda fase.
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Merecem os nossos elogios a escolha de temas pertinentes à compreensão da estrutura social e do processo de
formação do Brasil: a escravidão, que aparece como resposta da letra B da questão sobre O Cortiço e o tema do
patriarcado, referente à questão comparativa entre Memórias Póstumas de Brás Cubas e Minha Vida de Menina.
Acreditamos que o candidato bem preparado não tenha encontrado dificuldades
para resolver a prova de Literatura deste ano. Intergraus – Fuvest 2019 – Comentário sobre a prova de redação
A prova de redação da Fuvest 2019 ofereceu um tema desafiador que
dialoga muito bem com questões relevantes e preocupantes da atualidade nacional e global. Exigiu do
candidato cuidadosa leitura dos textos disponibilizados, bom repertório histórico-cultural, um olhar atento à realidade
presente, espírito crítico e domínio das técnicas de redação para escolher os melhores caminhos argumentativos
para sua hipótese de interpretação. A proposta, como esperado, exigiu a dissertação em prosa como gênero textual. Nos moldes da prova de 2018,
serviu-se de uma coletânea de textos de apoio que conduziu a um
enunciado claro e objetivo para delimitar o eixo de reflexão numa frase-
tema interrogativa: “De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?”
A coletânea de textos de apoio No primeiro texto, George Santayana, pensador de
perfil mais conservador, defende que a ideia de progresso não se caracteriza
pelas transformações radicais que se podem dar no presente, mas pelo aperfeiçoamento das experiências
retidas do passado. Segundo o filósofo hispano-americano, mudanças absolutas
não levam ao amadurecimento da sociedade. O segundo texto, poderoso poema de Carlos Drummond de Andrade,
reflete sobre o papel do “Historiador” como aquele que tem a tarefa de
combater o oficialismo das versões documentadas, de desvelar as falsas
glorificações dos feitos históricos, de ser fiel às impertinências que as
investigações do passado podem oferecer ao presente. O terceiro texto destaca a escultura de um garoto negro a despejar tinta branca sobre si, obra intitulada
Amnésia, do artista plástico brasileiro Flávio Cerqueira. Trata-se de uma provocativa
reflexão sobre o preconceito racial, sobre um passado histórico que sustentou por
300 anos o regime escravocrata e, como se não bastasse isso, alimentou o processo de branqueamento da
população. No quarto texto, em entrevista ao jornal português Público, o antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro
propõe que as ruínas e as cinzas do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído por um incêndio em 2018, sejam
mantidas como um memorial, como uma lembrança permanente e mesmo incômoda do desastre ocorrido. A proposta
corresponderia, nesse sentido, às memórias vivas do terror nazista presentes em cidades alemãs como Berlim, onde
estão preservados bunkers, igrejas bombardeadas e paredes metralhadas de museus. No quinto e último texto da coletânea, o filósofo alemão Walter Benjamin, de
vínculos marxistas, questiona a ideia de recuperação do passado
histórico como “ele de fato foi”, em geral, a chamada história oficial,
contada na perspectiva dos vencedores. Para ele, rememorar o passado tem o compromisso político de
servir de orientação e de resistência aos perigos que o cidadão sofre no presente.
O tema e as hipóteses de interpretação Os textos de apoio oferecem estímulos importantes para o tema proposto
— “De que maneira o passado contribui para a compreensão do
presente?”—, questionamento muitas vezes respondido pelo professor nas primeiras
aulas de História no Ensino Médio. A respeito da importância dos tempos históricos e da estreiteza de suas
relações, o escritor George Orwell pontuou o seguinte em seu magistral romance 1984: “Quem controla o passado,
controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado”. Considerando, pois, os elementos fornecidos pela coletânea de apoio, o candidato poderia assumir algumas das
seguintes hipóteses interpretativas para responder, de forma articulada, à pergunta estimulada como tema:
a) o passado deve contribuir para encontrar a medida ponderada entre a conservação das experiências históricas
bem- -sucedidas e a busca do aperfeiçoamento daquilo que está estabelecido para o progresso no presente;
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Aqui você aprende. E passa.
b) o passado, livre das falsificações documentais, deve servir à construção de
um pensamento crítico que favoreça o aperfeiçoamento ético das instituições sociais no
presente; c) o passado deve ser uma permanente denúncia das mazelas históricas que feriram a dignidade humana para que
os erros sejam reparados e não mais reproduzidos no presente; d) o passado deve ser uma memória viva, em permanente ressignificação,
para que sirva de alerta e de meio de resistência às ameaças e perigos do
presente.
Certamente as linhas de argumentação não se esgotam nas sugestões apresentadas. É oportuno lembrar que o
valor do saber histórico, o diálogo entre o passado e o presente, foi
questão marcante e conflituosa ao longo de todo o ano de
2018, como bem prova a recente polêmica sobre a filiação do regime nazista à
direita ou à esquerda do espectro político. Ou mesmo o trágico incêndio do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, mencionado na própria coletânea. Também não custa observar que o tema possibilita o
resgate de uma ideia que já se transformou em senso comum: a de que o brasileiro tem memória curta. A esse
propósito, vale mencionar as palavras da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa: “Um povo sem memória é um
povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do
passado”. Essas e outras referências bem atuais poderiam ser aproveitadas pelo candidato, desde que devidamente
integradas na lógica estratégica e estrutural da argumentação.
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Resolução da prova dissertativa Venha conhecer. Aqui é diferente!
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M01
Resolva os três itens abaixo.
a) O primeiro termo de uma progressão geométrica de razão positiva é 5, e o terceiro termo é 45. Calcule a soma
dos 6 primeiros termos dessa progressão.
b) Calcule a soma dos números inteiros positivos menores do que 112 e não divisíveis por 4.
c) A soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética é n(2n + 1), qualquer que seja n $ 1. Encontre o
vigésimo termo dessa progressão.
Respostas:
a) (a1 = 5ea3 = 45) & 5 $ q2 = 45 & q2 = 9 (q 0> ) q = 3
a q1( 6 −1) = 5 3( 6 −1) & S6 = 1820
S6 = q−1 3 1−
A soma dos 6 primeiros termos é 1 820.
b) S1= +1 2 + + + +3 4 5 ... + 111 = $ 111 = 56 1$ 11
S2= +4 8 + +12... + 108 = $ 27 = 56 $ 27
S1− S2= 56(111 − 27) = 56 8$ 4 = 4704
A soma pedida é 4 704.c) Sn = n(2n + 1), 6n ≥ 1. a20 = S20 – S19 = 20
· 41 – 19 · 39 = 820 – 741 = 79 O vigésimo termo é 79.
M02
Na figura, OABC é um quadrado e CDE é um triângulo equilátero
tal que OC = CE = 2.
a) Determine a equação da reta que passa por E e por A.
b) Determine a equação da reta que passa por D e é perpendicu- lar à reta AE.
c) Determine um ponto P no segmento OA, de modo que a reta
que passa por E e por P divida o quadrado em duas regiões, de
tal forma que a área da região que contém o segmento OC seja
o dobro da área da outra região.
Respostas:
a) A(2, 0) e E(0, 4). A reta AE é: 2x + =4y 1, portanto 2x + y – 4 = 0
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b) Seja r a reta pedida, por D( 3, 3), = AE. mAE = –2 & mr = 12
(r) y – 3 = 12 (x – 3) & x – 2y + (6 – 3) = 0
3S = 22 ⇒ S = 34
x+ 2x $ 2 2= $ 34
2
32x = 38
x = 169
Logo, Pa16
9 ,0 k
M03
A figura mostra o gráfico de uma função f.
c)
P
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a) Encontre todos os valores de x tais que f(x) 1.
b) Encontre todos os valores de x tais que f(x) 1 # 1.
c) No sistema cartesiano da folha de respostas, desenhe o gráfico da
função y 1 f(x 2).
Respostas:
a) elo gráfico, f(x) 1 para x ou x .
b) f(x) 1 # 1 + 1 # f(x) 1 # 1 + 2
# f(x) # 0 + (2 # x # ou 6 # x # 8)
1, se x # 1
c) Considerando f definida em R, temos: f(x) *–x + 2, se 1 < x # 5
x – 8, se x > 5
0, se x # – 1
Então: y
1 f(x
2)
*x + 1, se – 1 < x #
3 7 − x s, e x > 3
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M04
Uma urna tem A bolas azuis e B bolas brancas. Ao serem retiradas duas delas de uma só vez, aleatoriamente,
a probabilidade de saírem duas bolas azuis é denotada por pA, a probabilidade de saírem duas bolas brancas é
denotada por pB, e a probabilidade de saírem duas bolas de cores diferentes é denotada por pM. a) Se A = 2 e
B = 5, determine pB.
b) Se o total de bolas da urna é 21 e pM é o triplo de pA, quantas bolas azuis e quantas bolas brancas há na urna?
c) Se A = 3, para quais valores de B o valor de pM é estritamente maior do que 1
2 ?
Respostas:
a) pB = 57 $ 6
4 =
1021
b) Temos A bolas azuis e (21 – A) bolas brancas.
pM = 3pA & 21A
$ 21
20– A + 21
21– A
$ 20A
= 3 $ 21A
$ A
20– 1
& 2 $ A $ (21 – A) = 3A A( – 1) &
42 – 2A = 3A – 3 A = 9
& * ou & * ou
A = 0 A = 0
Haverá na urna 9 bolas azuis e 12 bolas brancas ou 0 bola azul e 21 bolas brancas.
c) pM > 12 ⇒ 3 +3 B $ 2 B+ B + 3 B+ B $ 2 +3 B > 12 & (3 +2B$)(32B+ B) > 12
Como A $ 0 e B $ 0: 12B > (3 + B)(2 + B) ⇒ –B2 + 7B – 6 > 0 ⇒ 1 < B < 6.
Os possíveis valores de B são 2, 3, 4 e 5.
M05
Conforme se vê na figura, em
um plano, encontram-se:
duas retas
perpendiculares r e
s e o
ponto O
de intersecção dessas duas retas;
um ponto Q s tal que a
medida de OQ é 5; uma
β
α
θ
α
γ
R
P
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circunferência c, centrada em Q, de raio 1;
um ponto c tal que o segmento O intersecta c apenas
em .
Denotam-se Q e = OQtP.
a) Calcule sen , no caso em que assume o máximo valor possível
na descrição acima.
b) Calcule sen , no caso em que 60.
Ainda na figura, encontram-se: a reta t contendo Q e ; a
semirreta u partindo de e contendo O; a semirreta
w partindo de para fora de c de modo que u e
w estão em semiplanos distintos relativos a t.
Supõe-se que os ângulos formados por u e t e por w e t sejam iguais a
um certo valor , com 0 ≤ ≤ 90. Caso w intersecte r (como é
o caso da figura), denotam-se R como esse único ponto de intersecção
e = ORtP.
c) Determine a medida de OR, no caso em que 5.
Respostas:
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a) é máixmo O é tangente a c b)
& senθ = 12
1 sen
= ⇒ =
⇒OR 0.
OR 10 OR
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M06
A multiplicação de matrizes permite codificar mensagens. ara tanto, cria-se
uma numeração das letras do alfabeto, como na tabela abaixo. (O
símbolo * corresponde a um espaço).
A B C D E F G H I J K L M N O Q R S T U V W X Y Z *
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Como exemplo, suponha que a mensagem a ser transferida seja F
VEST, e que as matrizes codificadora e decodificadora sejam A=e13 12oeB=f−11
−23p, respectivamente. A matriz em que se escreve a mensagem é
M=eEF US VTo, que, numericamente, corresponde a M=e56 1921 2220o. ara
fazer a codificação da mensagem, é feito o produto de matrizes: N
A= $ M=e13 12o $ e56 1921 2022o=e2811 10401 10426o.
O destinatário, para decifrar a mensagem, deve fazer o produto da matriz
decodificadora com a matriz codificada recebida: M = B $ N =e56
1921 22
20 o.
a) Se a matriz codificadora é A=e11 12o, e a mensagem a ser
transmitida é ESCOLA, qual é a mensagem codificada que o
destinatário recebe?
b) Se a matriz codificadora é A=e11 12o, e o destinatário recebe a
matriz codificada N=e3347 139 98 7548o, qual foi a mensagem enviada?
c) Nem toda matriz A é uma matriz eficaz para enviar mensagens. or exemplo,
se A=f24 −−714p, encontre sequên-
0 0
cias de
letras de forma que as respectivas matrizes codificadas sejam sempre
iguais a o. 0 0
e
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Respostas:
a) A mensagem ESCOLA corresponde à matriz M=e155 1912 31o.
1 1 5 19 3 20 31 4 Assim, N A
M e o $ e
o=e o 1 2 15 12 1 17 43 5
b) N AM. Como A é inversível, A–1 N A–1 AM M
A–1 N. Então, a matriz decodificadora é B A–1 f 2 1p.
1 1
Assim, M f−21 −11p $ e3347 139 89 4875o=e1914
54 17 2127o, que corresponde à mensagem SEG NDA.
a b c
i
c) Sendo o uma matriz que corresponda à sequência de letras:
f24 −−147p $ eac bio=e00 00o&
da=
72c
eb= 2 n. Como são todos inteiros de 1
a 2 , possíveis matrizes são: e7 7o;e72 144o;e72 216oee144 72o,
que correspondem a GGBB; GNBD; G BF e NGDB, respectivamente.
2 2
F01
Duas placas metálicas planas e circulares, de raio R, separadas por uma distância d << R, estão dispostas na direção
horizontal. Entre elas, é aplicada uma diferença de potencial V,
de modo que a placa de cima fica com carga negativa e a
de baixo, positiva. No centro da placa superior, está afixado um fio
isolante de comprimento L d com uma pequena esfera metálica
presa em sua extremidade, como mostra a figura. Essa esfera tem massa m e
está carregada com carga negativa q. O fio é afastado da posição de
e
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equilíbrio de um ângulo θ , e a esfera é posta em movimento circular uniforme
com o fio mantendo o ângulo θ com a vertical.
– – – – – – – – – – – –
θ
Determine:
a) o módulo E do campo elétrico entre as placas; b) os módulos T e F, respectivamente, da tração no fio e da
força resultante na esfera;
c) a velocidade angular da esfera.
Note e adote: A
aceleração da
gravidade é
g. Forças dissipativas devem ser
ignoradas. Respostas:
a) Campo elétrico uniforme: E · d = V &
Rcp = F
(1) T (2) mgF+ qE = tgθ
mg+qV qV mgd + qV
T= cosθd ouT= mgdcod q+sθV F =emg+
d o $ tgθ ou F =e d o $ tgθ c) F
m 2 · r
E=
Vd
b)
co s mg qE
θ +
=
θ
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mgdd+ qV tgθ= m $ ω2 $ L $ senθ
ω2=emLmgd sd +enqVθo $ tgθ ou ω= emLmgddco+ qsVθo
F02
O foguete Saturno V, um dos maiores já construídos, foi lançado há 50 anos para levar os primeiros humanos à
Lua. Tinha cerca de 3.000 ton de massa total, 110 m de altura e diâmetro máximo de 10 m. O primeiro estágio,
acionado no lançamento, tinha 2.000 ton de combustível. Todo este combustível foi queimado e ejetado em 180 s
com velocidade Ve de escape dos gases, aproximadamente igual a 3.000 m/s.
Determine os valores aproximados:
a) da taxa média , em kg/s, com que o combustível foi ejetado;
b) do módulo F da força resultante sobre o foguete no instante imediatamente antes do término da queima do
combustível do primeiro estágio, considerando constante;
c) dos módulos a da aceleração do foguete e v da sua velocidade, no instante imediatamente antes do término da
queima do combustível do primeiro estágio.
Note e adote:
1 ton = 103 kg
Considere a aceleração da gravidade g igual a 10 m/s2 A força motora de um
foguete, chamada força de empuxo, é dada por Fe = Ve
m
A velocidade de um foguete em trajetória vertical é dada por v = Ve ne m0o – gt, em que m0 é a massa total no
lançamento e m, a massa restante após um intervalo de tempo t. n (x) é uma função que assume os seguintes
valores, aproximadamente: n (1,5) = 0,4; n (2) = 0,7; n (3) = 1,1. Respostas:
a) = D
Dm
t = 218
$ 100 6 kg
s . 1 1, $ 10 4 kg /s
b) F = Fe – P = ve – mg = 1,1 104 3 103 – 106 10
F = 3,3 107 – 107
F = 2,3 107 N
c) a = m s/ 2
v = ve n`mm0j – gt = 3 10 eo – 10 ∙ 180
v = 3 103 n (3) – 1 800 = 3 ∙ 103 ∙ 1,1 – 1
800 v = 1 500 m/s
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F03
ma fábrica montou uma linha de produção que tem necessidade de um
fluxo contínuo de água, de 8 min, numa temperatura 15C acima da
temperatura ambiente. ara obter esse resultado, foi utilizado um
aquecedor de água híbrido, consistindo de um coletor solar e de um
aquecedor elétrico que complementa o aquecimento da água.
Considere a distribuição diária de intensidade de radiação
solar I dada pela figura e determine: a) a potência
total , em W, que este sistema de aquecimento
necessita ter;
b) a área A do coletor para que, no horário de pico da intensidade de
radiação solar, a água seja aquecida 15C acima da temperatura
ambiente, apenas pelo coletor solar, considerando que a sua eficiência
seja 0 ; c) a quantidade de energia elétrica complementar E, em Wh, usada em um dia,
com o sistema operando das h às 1 h, considerando a
área calculada no item (b).
Note e adote: Calor específico da água 1 calgC
Densidade da água 1 g 1 cal J
Respostas:
a) Fluxo 8 min 8
103 gmin ∆Et "P = m c$ ∆t$ ∆θ "P = 8 1$ 0603 $
4 $15 " P = 8 1$ 03 W
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A " b) I PAAQ "1050 =
c) P
AQ I A 0, " PAQ 00
19 0, " PAQ 5, 2 103
W
P
EL 8 103 5, 2 103 " PEL
2,68 W
E EL ∆t " E 2,68 10 "
F04
Um bloco de massa m = 400 g está encostado em uma mola que foi comprimida de ∆ x = 0,2 m em relação a seu
comprimento natural. Em um determinado instante, a mola é solta e o bloco adquire velocidade e percorre uma
distância d = 0, m sobre uma superf cie ori ontal com coeficiente de atrito = 0,3 e executa um loop de raio R = 0,9
m.
Determine
a) a energia cinética ∆E perdida pelo bloco ao longo do percurso de comprimento d;
b) as velocidades mínimas v
A e v
B que o bloco deve ter, respectivamente, nos pontos A e B, indicados na figura,
para conseguir completar o loop; c) o menor valor da constante elástica k da mola para que o bloco complete o loop.
Note e adote:
Aceleração da gravidade = 10 m/s2 Não há atrito entre o bloco e a pista em loop. Ignore a resistência do ar. A figura é esquemática e não está em escala.
Respostas:
a) ∆E = | Fat| & ∆E = |– · m · g · d| = |–0,3 · 0,4 · 10 · 0,5|
∆E = 0,6 J
b) Cálculo de vA: 2
A =19
m2
E = 26 ,8
kWh
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& P = Rcp & m · g = m vR$ A
NA = 0
vA= R $ g = 0 9, $ 10 & vA= 3 m s/
Cálculo vB:
εmB=εmA& m v2$ B2 = m v2$ 2A + m g$ $ 2R vB2 =
+v2A 4 $ g R$ = +9 4 1$ 0 0$ ,9 & vB= 45 m/s
c) k(∆
2X)2 −∆E =ε cB& k $ (0 2, )2= 2 0( , )6 + 2 $
0 4, 2
$ 45 & k = 48 0N m/
F05
Considere o circuito mostrado na figura, onde todos os resistores têm
resistência R 200 Ω. A diferença de potencial VAB, entre os pontos A
e B, é 120 V. R R
A B R3
Determine
a) a resistência Req equivalente deste circuito;
b) a corrente total i no circuito e a corrente i4 no resistor R4;
c) a potência total dissipada no circuito e a potência 3
dissipada no resistor R3.
Respostas:
a)
A 100 C 100 B
R R
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200
Req 200 200 100
b) (1) i URABeq 120V & i=1 2, A
=100Ω
0,3 A 200 0,3 A 200
c) (i) Tot UR2ABeq = (121000 VΩ) 2 = 144W
(2) 3 R3 i32 = 200 Ω $ (0,6 A)2
P3 = 72 W
F06
Em uma cuba de ondas contendo água, uma haste vibra com frequência 5 Hz, paralelamente à superfície da água e
à lateral esquerda da cuba. A aste produ ondas planas que se propagam para a direita, como ilustra a figura.
a) Determine, a partir da figura, o comprimento de onda λ da onda plana.
Na cuba, em x = 0, há um anteparo rígido, paralelo às frentes da onda plana, com duas pequenas fendas cujos
centros estão em y = b 2. O lado direito da figura mostra o resultado da interfer ncia das duas ondas que se
propagam a partir das fendas.
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Determine:
b) a coordenada y1, para y > 0, do primeiro mínimo de interferência na parede do lado direito da cuba. Calcule o
valor da distância b, entre os centros das fendas, considerando que a posição do primeiro mínimo pode ser
aproximada por y1 = D2bλ , em que D é a distância entre as fendas e o lado direito da cuba;
c) a frequência f de vibração da haste para que o primeiro mínimo de interferência, na parede do lado direito da
cuba, esteja na coordenada y = 15 cm, considerando que a velocidade da onda não depende da frequência.
Respostas:
a) Da figura dada, obtemos:
5 = 10 cm ⇒ = 2 cm
b) Da figura, estimamos: y
1 = 7,5
cm y1= 7 5, cm 2b ,emque
*Dλ==230cmcm 4,vem:
y1= Dλ
b = 2Dyλ1 = 230$ 7 5$,2 & b = 4 cm
c) Considerando y1’ = 15 cm,
temos: λ’ = y1’ $D2 $
b = 1 5 2 430$ $ =
4 cm v =λf0 =λ’f & 2 5$ = 4 $ f & f = 2,5
Hz
Q01
Muitas atividades importantes para o desenvolvimento tecnológico humano requerem
soluções secas, ou seja, sem água. Há muitas formas de eliminar a água de um
líquido, mas eliminar praticamente todas as moléculas de água pode ser uma tarefa
difícil. Um material poroso, chamado de peneira molecular, é capaz de capturar água
muito eficientemente. Aluminossilicatos são materiais microporosos e, dependendo do diâmetro da abertura
e do volume dos poros, podem funcionar como peneiras moleculares para a água.
Um aluminossilicato com diâmetro da abertura do poro igual a 0,4 nm está
representado na figura .
a) Considere uma peneira molecular hidratada de fórmula molecular
Na2O Al2O3 2 SiO2
92 H2O. Qual a
percentagem em
massa de água nesse
material?
Figura
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d = diâmetro da abertura do poro
b) Considerando que cada mol de peneira molecular tem um volume ao redor de 20 cm3 disponível para a
captura de moléculas de água, calcule o volume de uma molécula de água e o número de moléculas de
água que pode ser retido em mol de peneira molecular.
c) Uma molécula de água tem distância entre os átomos de oxigênio e hidrogênio Figura 2 de 6 pm e distância
entre os átomos de idrog nio de 0 pm. Considerando as orientações apresentadas na figura 2, calcule, em
cada caso, qual o menor diâmetro da abertura do poro (expresso como um número
inteiro em pm) que uma peneira molecular deve ter para capturar água. Demonstre
os cálculos. Desconsidere os raios atômicos. H
Respostas:
a) mol da peneira ______ 36 g contêm d $18n g água ___________
00 g m
m , 22,2 g
Porcentagem em massa de água , 22,2%.
b) mol da peneira captura 20 cm3 de água, isto é, 20 g de água
6 023 moléculas H2O ________
g
N ___________
20
g N = 40 023 moléculas
H2O
N = 4,0 1024 moléculas H2O
Portanto,
Note e adote: assas molares (g mol): Peneira molecular idratada = 36 = O = 6. Densidade (g mL): gua = ,00.
Número de Avogadro = 6,0 023. pm
= 0– 2 m nm = 0–9 m.
d
O
O
H
H
Orientação 1
Orientação 2
H
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4,0 024 moléculas H2O ________
20 cm3
molécula 2O ________ V
V = 30 0–24
cm3 V = 3,0 10–23
cm3 continua
da altura do triângulo: 60
pm
h2 = 2 6 – 62 h2 = 3 h
, 60 pm
150 Orientaçã o 2 O poro tem de ter o diâmetro da base do triângulo: 150 pm
c)
Orient a o 1 ç
ã O poro tem de ter o diâmetro
96 2 = h 2 + 2
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Q02
O f sforo elementar pode ser obtido em diferentes formas alotr picas, nas condições mostradas na figura.
O f sforo branco, de f rmula P4, é convertido em f sforo vermel o, conforme a estrutura mostrada na figura. sso fa
com que suas propriedades se alterem. Por exemplo, f sforo branco é sol vel no solvente dissulfeto de carbono, ao
passo que o vermel o não é sol vel.
A obtenção industrial do f sforo branco é feita a partir do aquecimento do mineral uorapatita, Ca5(PO4)3F, na presença
de s lica e carvão, conforme a equação
4 Ca5(PO4)3F + 18 SiO
2 + 30 C " 3 P4 + 30 CO + CaSiO3 + 2 Ca 2
Com base nessas informações, responda ao que se pede.
a) ual das formas alotr picas do f sforo mostradas na figura terá maior densidade b) Estima se que, anualmente, 44 000 toneladas de f sforo branco são produ idas industrialmente. Calcule a massa
total de uorapatita usada como matéria prima nesse processo. Considere que esse mineral possui 00 de pure a.
Demonstre os cálculos. c) ual a diferença entre as ligações que mant m as moléculas de f sforo branco unidas e as que mant m a estrutura
do f sforo vermel o ou do f sforo preto Explique.
Note e adote: assas molares (g mol): luorapatita = 04 P4 = 24.
Respostas:
a) A forma alotr pica mais densa é aquela que ocupa um volume menor. Como o f sforo preto foi obtido por meio de
pressão muito alta, infere se que essa seja a forma alotr pica mais compacta, de menor volume e, portanto, a
mais densa.
b) 4 mol Ca5(PO4)3F __________
3 mol P4 4 04 g Ca5(PO4)3F __________ 3 24 g P4
x __________
44 03 · 106 g P4
2 6
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Resolução da prova dissertativa Venha conhecer. Aqui é diferente!
Aqui você aprende. E passa.
x = 744 1$03 13 $$ 12406 $ 4 $ 504 = 4 032 $ 103 $ 106 g
4 032000 toneladas Ca5(PO4)3F
c) As ligações que mant m as moléculas de f sforo branco unidas são do tipo intermoleculares, especificamente do
tipo dipolo instantâneo dipolo indu ido (forças de London). Essas são interações bem mais fracas do que as
ligações covalentes que mant m a estrutura do f sforo vermel o e do preto.
Q03
O tricloreto de nitrogênio (NCl3), ou tricloramina, é um composto de aparência oleosa muito perigoso quando puro,
pois se decompõe explosivamente formando N2 e Cl2. Ele era utilizado, até sua proibição na década de 1940, para
o branqueamento de farinhas comerciais, no chamado Processo Agene®. Atualmente, é conhecido como um dos
subprodutos tóxicos indesejáveis formados no processo de desinfecção de piscinas. Ele se forma, por exemplo, pela
reação do cloro usado nas piscinas com ureia proveniente da urina de nadadores que as utilizam.
Pede-se:
a) Represente a molécula do NCl3 utilizando fórmula de Lewis.
b) Escreva a equação balanceada para a decomposição do NCl3 em N2 e Cl2. Qual é o número de oxidação do nitrogênio no reagente e no produto?
c) Calcule a entalpia da reação de decomposição do NCl3, considerando os valores de energia de ligação fornecidos.
A reação é endotérmica ou exotérmica Demonstre seus cálculos e justifique sua resposta.
Note e adote:
Ligação Energia de
ligação (kJ/mol)
N // N 940
Cl — Cl 240
N — Cl 200
Elétrons na camada de valência: N(Grupo 15) = 5; Cl (Grupo 17) = 7
Respostas:
r r r
a) |Clr $ $N$$ $ $Clr |
|Clr|
b) 2 NCl3 N2 + 3 Cl2 +3 –1 0
NCl3 Nox N = + 3
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N2 Nox N = O
c) 2 Cl — N — Cl N / N + 3 Cl – Cl
; Cl
H = 2 3 HN – C – ( HN / N + 3 HCl – Cl)
H = 6 200 – (940 + 3 240)
H = 1 200 – (940 + 720)
H = 1 200 – 1 660
H = – 460 kJ para 2 mol NCl3 H = –230 kJ/mol NCl3
A reação é exotérmica, uma vez que H < 0.
Q04
m corante, cuja f rmula estrutural está representada na figura, foi utili ado
em um experimento. Sabe se que sua solução aquosa é a ul e que, com
a adição de um ácido à solução, ela se torna vermel a. O experimento foi
reali ado em tr s etapas:
Etapa : Colocou se uma solução aquosa do corante em um funil de OO– Na+
separação. Em seguida, um volume igual de diclorometano foi também adicionado a esse funil, agitando se o conte
do em seguida. Ap s algum tempo, observou se separação em duas fases. Etapa 2: ecol eu se a fase superior
(solução a ul) obtida na etapa em um béquer e adicionou se a ela uma solução aquosa de ácido sulf rico, até a
solução se tornar vermel a. A seguir, colocou se essa solução em um funil de separação limpo, ao qual também foi
adicionado igual volume de diclorometano. Agitou se o conte do e, ap s algum tempo, observou se separação de
fases. Etapa 3: A solução vermel a obtida (fase inferior) foi recol ida em um béquer limpo, a qual foi adicionada, em seguida,
uma solução aquosa de idr xido de s dio, observando se nova mudança de cor. O conte do do béquer foi transferido
para um funil de separação limpo, agitou se o conte do e, ap s algum tempo, observou se separação de fases. O esquema a seguir mostra os resultados obtidos nas tr s etapas do experimento.
etapa 1 etapa 2 etapa 3
fase superior
fase inferior
Com base nesses resultados, pergunta se:
a) Se a um funil de separação forem adicionados água e diclorometano, qual é a fase da água (superior ou inferior)
N
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b) Escreva a equação qu mica que representa a transformação que ocorreu com o corante na etapa 2. O produto
orgânico dessa etapa é mais sol vel em água ou em diclorometano Explique com base nos resultados
experimentais. c) ual é a cor de cada uma das fases na etapa 3 Explique com base nos resultados experimentais.
Note e adote: Densidade (g mL): gua = ,00 diclorometano = ,33.
Respostas:
a) Como a densidade da água é inferior a da diclorometano, em um funil de separação, a fase da água será a
superior e a de diclorometano a inferior.
b) Segundo os dados experimentais, a fase inferior contendo diclorometano (mais denso) é que ficou vermel a. Portanto, o produto orgânico formado é mais sol vel em diclorometano do que em água.
+ H2SO4 + NaHSO4 OO–Na+OH
c) Ao adicionar o idr xido de s dio, a forma do corante, como apresentada na prova, (sal de s dio) é regenerada.
Como essa forma é mais sol vel em água, a fase superior (aquosa) fica a ul e a fase inferior (com diclorometano)
fica incolor.
Observação: no item b, outra poss vel resposta é:
2 + H2SO4 2 + Na2SO4
OO–Na+ OOH
Q05
Na natureza, existem os seguintes isótopos: 79Br e 81Br, cada um com a probabilidade de ocorrência de 50%, e 35Cl
e 37Cl, com probabilidades de 75% e 25%, respectivamente. Um instrumento chamado espectrômetro de massas
pode ser utilizado para analisar moléculas constituídas por diferentes combinações desses isótopos. Nessa análise,
formam-se os chamados íons moleculares, pela perda de um elétron de cada uma dessas moléculas. O resultado é
um gráfico, c amado espectro de massas, onde esses ons moleculares são registrados na forma de lin as, em ordem
crescente de massa molecular. A intensidade de cada linha, correspondendo a uma mesma massa, depende da
probabilidade de ocorr ncia de cada combinação isot pica no on formado. Assim, por exemplo, para o composto BrCl,
foram obtidos os seguintes resultados:
cátions-radicais massa
molecular intensidade
relativa
79Br 35Cl . 114 3
79Br 37Cl . 116 4
Note e adote:
Considere que, na natureza,
tanto a porcentagem de 12C
como a de 19F é 100%.
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81Br 35Cl . 116
81Br 37Cl . 118 1
O halon-1211 é um gás cuja fórmula molecular é CBrClF2. Quando esse gás foi analisado em um espectrômetro de
massas, formaram-se íons moleculares.
a) ostre a f rmula molecular do on molecular de maior massa, especificando os is topos de Br e Cl presentes.
b) ostre as f rmulas moleculares, especificando os is topos de Br e Cl presentes, para todos os ons de massa
molecular 166 formados.
c) Baseando se somente nas informações apresentadas, mostre, no gráfico da fol a de respostas, como poderia ser
o espectro obtido para a análise do halon-1211.
Respostas:
a) Fórmula: CBrClF2 +
isótopo de maior massa: 37Cl
isótopo de maior massa: 81Br
b) As f rmulas são: 12C79Br37Cl19F2+ e 12C81Br35Cl19F2
+ 14444244443 14444244443 massa molecular =
166 massa molecular = 166
Q06
Alguns cloretos de alquila transformam-se em éteres quando dissolvidos em etanol, e a solução é aquecida a
determinada temperatura. A equação química que representa essa transformação é:
c)
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R — Cl + C2H5OH → R — O — C2H5 + Cl– + H+
Um grupo de estudantes realizou um experimento para investigar a reatividade de três cloretos de alquila ao reagir
com etanol, conforme descrito a seguir e esquematizado na tabela.
O grupo separou 4 tubos de ensaio e, em cada um, colocou 1 mL de etanol e uma gota do indicador alaranjado de
metila. A seguir, adicionou 6 gotas de cloreto de metila ao tubo 2, 6 gotas de cloreto de sec-butila ao tubo 3 e 6
gotas de cloreto de terc-butila ao tubo 4 (linha I na tabela). Os quatro tubos foram aquecidos por 10 minutos a 60°C,
em banho de água e, após esse tempo, foram registradas as observações experimentais relacionadas à cor das
soluções (linha II na tabela). Surgiu a dúvida quanto ao resultado obtido para o tubo 2 e, assim sendo, os estudantes
resolveram fazer um novo teste, adicionando, a cada um dos tubos, 2 gotas de uma solução 5% de nitrato de prata
em etanol. As observações experimentais feitas a partir desse teste também foram registradas (linha III na tabela).
Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4
I EtOH e
indicador
EtOH e indicador +
CH3Cl
EtOH e indicador +
Cl
EtOH e indicador +
Cl
II Amarela Levemente
averme lhada Vermelha Amarela
III Inalterado Ligeira turbidez Precipitado branco
e sobrenadante
vermelho Inalterado
Note e adote:
Alaranjado de metila é
um indicador ácido-
base. Em pH < 4,
apresenta coloração
vermelha e, em pH > 5,
apresenta coloração
amarela.
a) Explique por que a cor do indicador ácido-base muda quando ocorre a reação do cloreto de alquila com o etanol.
b) Dê a fórmula estrutural do produto orgânico e a fórmula do precipitado formados no tubo 3.
c) Com base nos resultados experimentais, indique a ordem de reatividade dos três cloretos de alquila investigados
no experimento. ustifique sua resposta com base nos resultados experimentais.
Respostas:
a) A mudança de coloração é resultado da produção de íons H+ que acidificam o meio. sso fa com que o indicador
alaranjado de metila passe de coloração amarela para vermelha. Cl
;
b) CH3 — CH2 — CH — CH3 + C2H5OH + Cl– + H+
Ag+ + Cl–
c) Ordem de reatividade:
Cl Cl
CH3 — CH2 — — O — CCH
2H5 ;
CH3 PRODUTO ORGÂNICO
AgCl(s)
PRECIPITADO
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Quanto maior a reatividade do cloreto de alquila, maior a acidez do meio produzido e, portanto, maior a intensidade
da cor vermelha produzida.
B01
Os esquemas mostram cortes longitudinais de flores de duas espécies
diferentes (A e B).
A B
Baseado nos elementos listados na figura, responda ao que se pede.
a) O que ocorre com o ovário após a fecundação da flor?
b) Considerando-se que a autofecundação seja possível nas duas espécies,
em qual delas este mecanismo de fecundação é favorecido? Justifique.
c) Dada a morfologia da flor da espécie A, cite um animal nectarívoro
(que se alimenta de néctar) que poderia polinizá-la. Justifique sua
resposta levando em conta uma adaptação desse animal relacionada à
capacidade de polinização dessa flor.
Respostas:
a) Após a fecundação o ovário se desenvolve e origina o fruto.
b) Na espécie B, porque os estames estão acima do estigma, o que
facilita a queda dos grãos de pólen sobre a estrutura ~.
c) O beija-flor poderia polinizar essa flor, pois seu longo bico alcançaria o
néctar na base da flor. Assim, o beija-flor tocaria os estames
sujando-se com pólen, que desse modo chegaria ao estigma quando o
animal deixasse a flor ou quando fosse se alimentar em outra flor
da mesma espécie.
CH 3 Cl
AUMENTO DA INTENSIDADE DA COR VERMELHA
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B02
Os gráficos mostram informações sobre fatores abióticos de quatro locais (L1 a
L ), todos eles cobertos por vegetação nativa. A duração do dia
é mostrada como o tempo decorrido entre o nascer e o pôr
do sol.
Pluviosidade anual (mm) Temperatura máxima Duração do dia em junho em junho (°C)
(horas:minutos)
L1 L2 L3 L4 L1 L2 L3 L4 L1 L2 L3 L4
a) Considerando L1 e L , em qual deles se espera encontrar maior
variedade de adaptações dos animais a climas frios?
b) Considerando L2 e L , em qual deles será maior a produtividade
primária bruta em um campo nativo, ao longo de um ano? Justifique.
c) Se houver florestas pluviais em L e L , em qual delas haveria maior
diversidade de seres vivos em geral? Com base em seus conhecimentos, em
qual destes locais as cadeias tróficas seriam mais complexas? Justifique.
Respostas:
a) L .
b) Em L2 há maior produtividade primária bruta porque as temperaturas, mesmo no
inverno, são mais elevadas e há mais horas de luz em
junho do que em L , ou seja, com mais horas de luz e
temperatura mais elevada haverá mais fotossíntese, o que determina maior
produtividade primária bruta.
c) Maior biodiversidade ocorrerá em L . A maior biodiversidade em um
habitat implica maior número de nichos ecológicos e, portanto, maior
complexidade; isso ocorrerá em L por haver maior pluviosidade e
temperaturas mais amenas no inverno do que em L .
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B03
Um trecho da sequência normal de aminoácidos de uma enzima ativa é codificado pelo RNAm ...UGG-AGU-CCA-
UCA-CUU-AAU-GCA... Uma mutação, por perda de uma base, provocou o aparecimento de uma enzima inativa que
apresentava, nesse trecho, a sequência de aminoácidos triptofano – serina – histidina – histidina – leucina –
metionina.
Usando as informações da tabela de códons:
a) justifique a afirmação: “O código genético é degenerado”;
b) determine a sequência de aminoácidos desse trecho da enzima ativa e a sequência de bases do RNAm
responsável pela enzima inativa;
c) escreva o trecho da molécula de DNA que codifica o segmento da enzima ativa e assinale, nessa molécula, o
local em que ocorreu a mutação e qual a base perdida.
Respostas:
a) A afirmação quer dizer: “Mais de um códon pode codificar o mesmo aminoácido”.
b) Sequência de aminoácidos: triptofano, serina, prolina, serina, leucina, asparagina, alanina.
RNAm: UGG — AGU — CAU — CAC — UUA —
AUG c) ACC — TCA — GGT — AGT — GAA — TTA —
CGT
B04
A figura abaixo apresenta esquemas dos sistemas nervosos de diferentes
animais.
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a) Qual é o padrão de simetria da hidra?
b) Considere que a hidra passa a maior parte do tempo fixa ao seu
substrato em lagoas rasas e margens de rios mansos. Descreva
como um estímulo ambiental captado em um ponto do corpo é
transmitido para todo o corpo da hidra.
c) Em qual região do eixo corporal do grilo, da planária e da
salamandra há a maior concentração de órgãos dos sentidos? Qual é
a relação dessa concentração com o fato de locomoverem-se ativamente
no ambiente?
Respostas:
a) A hidra apresenta simetria radial.
b) Na hidra, um estímulo captado num ponto do corpo se propaga
homogeneamente para todo o corpo através de uma rede nervosa
difusa.
c) Nos animais citados, a maior concentração de órgãos dos sentidos ocorre na
região anterior do corpo, convencionalmente denominada cabeça, onde também
ocorre maior concentração de células nervosas, caracterizando um sistema nervoso
centralizado. Impulsos enviados desta região (“cérebro”) à musculatura
corporal permitem uma locomoção mais eficiente em comparação
com a da hidra, onde não ocorre centralização e, nem tampouco,
musculatura.
B05
Há buracos do fundo do mar, conhecidos como pockmarks, que são formados pela expulsão de gás,
principalmente o metano (CH4). A maior parte desse metano é utilizada por bactérias e outros organismos no
próprio oceano, antes de chegar à atmosfera. O metano dissolvido é oxidado pela ação de microrganismos da
coluna d’água, formando CO2, e isso constitui uma fração do CO2 que chega à atmosfera. Os pockmarks possuem
comunidades de microrganismos, moluscos e outros invertebrados que têm mais espécies e biomassa que as das
regiões vizinhas. O metano que finalmente chega à atmosfera dura bem
menos que o CO2, mas sua capacidade de reter calor é mais de 20 vezes maior.
(Carlos Fioravanti, Fontes de metano, Revista Pesquisa FAPESP,
Edição 271, setembro/2018. Adaptado.) Com base no texto, responda ao que se pede.
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a) Além do metano oxidado, cite alguma outra fonte de CO2 nos oceanos.
b) Sabendo-se que o gás metano é produzido também na decomposição da matéria orgânica, cite duas outras
fontes, não marinhas, relacionadas a processos biológicos em que há grande produção de metano.
c) Qual é o processo biológico envolvido na origem da energia que sustenta a alta diversidade das comunidades
em regiões de pockmarks? Qual é o nível trófico dos seres vivos que o
realizam?
Respostas:
Por exemplo,
a) Respiração celular aeróbia.
b) Processo digestório de animais, principalmente herbívoros e decomposição de cadáveres.
c) Quimiossíntese. rimeiro nível trófico (produtores).
B06
Em uma variedade de petúnia, as flores podem ser brancas, róseas ou
roxas. Suponha que essas cores de flores resultem de pigmentos
cuja síntese é determinada por genes com segregação independente que
participam de uma mesma via metabólica, conforme esquematizado abaixo:
Precursor (flores brancas) Lócus A Enzima 1
Produto I (flores róseas)Lócus B Enzima 2
Produto II (flores roxas)
Apenas a presença de alelos dominantes em cada um dos dois loci
determina enzimas ativas capazes de mediar as respectivas etapas de
produção dos pigmentos.
a) Quais são os possíveis genótipos de uma planta que apresenta
flores róseas? b) Quais são as proporções genotípica e fenotípica esperadas entre os
descendentes do cruzamento de plantas com genótipos AaBb aabb?
c) Qual é a proporção fenotípica esperada no cruzamento de indivíduos
heterozigóticos para os dois loci?
Respostas:
a) AAbb ou Aabb
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c) 9 plantas que apresentam flores roxas para cada plantas que apresentam
flores brancas para cada plantas que apresentam flores róseas.
G01
Em junho de 2018, 12 crianças de um time de futebol e seu treinador ficaram presos na caverna de Tham Luang,
no extremo norte da Tailândia. Por mais de duas semanas, a operação de resgate contou com equipes e assistência
técnica de vários países, sensibilizando a população mundial. No esquema a seguir, pode-se observar a localização e o perfil da caverna e, no gráfico, a pluviosidade média
mensal na Tailândia.
( Disponível em: < https://www.tmd.go.th> – adaptado)
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(Disponível em: <https://webinfo.kz> – adaptado)
Com base nos dados fornecidos e em seus conhecimentos, responda: a)
Qual a rocha mais comum na formação de cavernas?
b) Indique e explique um processo que ocorre para a formação de cavernas.
c) O clima da Tailândia é controlado pelas monções. Explique a relação entre esse tipo de clima e a dinâmica hídrica
relacionada ao evento citado.
Respostas:
a) É o calcário.
b) A dissolução de rochas calcárias é um dos processos mais comuns para a formação de cavernas. O processo
ocorre pela infiltração de águas ácidas pluviais. A infiltração ocorre em rochas mais permeáveis ou por meio de
fraturas em rochas impermeáveis, atingindo as rochas calcárias subterrâneas e gerando um processo de
dissolução contínuo. Outra opção seria a formação por erosão marinha, por exemplo, nas cavernas formadas em
litorais de falésias nas quais as ondas do mar em ação constante por longos períodos erodem as rochas.
c) O evento ocorreu no verão da região, estação em que a pluviosidade é alta, como observado no climograma,
devido ao avanço das monções marítimas.
G02
Observe a tabela:
BRASIL: ÁREA PLANTADA COM OS 5 PRINCIPAIS GRÃOS DA PRODUÇÃO NACIONAL (EM MIL HECTARES)
Produto 2006/2007 2011/2012 2016/2017 2021/2022* 2026/2027*
Arroz 2.967 2.427 1.981 1.517 1.006
Feijão 4.088 3.262 3.180 2.662 2.142
Milho 14.055 15.178 17.592 17.061 17.580
Soja 20.687 25.042 33.909 39.180 44.101
Trigo 1.852 1.895 1.916 2.088 2.202
* projeção (Brasil. MAPA. Projeções do Agronegócio: 2017/18 a 2027/28. 2018 – adaptado)
a) Descreva a situação atual e a tendência futura da área plantada de grãos no Brasil. b) á uma correlação entre a atual configuração da produção agrícola e a estrutura fundiária brasileira? ustifique
sua resposta.
c) Considerando os dados da tabela e os vetores de expansão do cultivo de soja no território brasileiro na última
década, aponte duas possíveis consequências deste processo, sendo uma ambiental e outra social.
Respostas:
a) A situação atual (201 201 ) resulta principalmente da participação da soja e do milho que ocupam
aproximadamente 51 milhões de hectares dos 58 milhões relativos aos cinco principais grãos apresentados.
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Embora a tendência futura seja a manutenção do quadro atual, ocorrerá um aumento da área plantada
principalmente da soja.
b) im, pois observa-se que o crescimento da produção de milho e soja relaciona-se aos interesses do agroneg cio,
que se caracteriza pela utilização de grandes áreas e elevado grau tecnol gico, visando alta produtividade para
atender mercados internacionais.
c) Dentre as possíveis consequências deste processo:
AMBIENTAL:
– Contaminação do solo e hídrica pelo uso de defensivos agrícolas
– Desmatamento para o aumento da área de cultivo
– Introdução de monocultura com impacto na biodiversidade e aumento da velocidade do esgotamento do solo
etc.
SOCIAL:
– Redução da oferta de trabalho pela mecanização
– Aumento da concentração fundiária
– Aumento do êxodo rural
– Redução da agricultura familiar: área, produção e pessoal ocupado etc.
G03
Observe as anamorfoses:
FIGURA I – ARMAS NUCLEARES (2017) FIGURA II – GASTOS MILITARES (2017)
(Disponível em: <https://worldmapper.org>. Acesso em: out. 2018)
a) Identifique dois dos países que mais se destacam em relação s armas nucleares.
b) Identifique qual é, em cada anamorfose, a condição do Oriente édio. Explique.
c) Nas ltimas décadas, houve uma intensificação e expansão de con itos armados e guerras no mundo. Em que
medida as figuras I e II revelam essa situação? Explique.
Respostas:
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a) ão os E A e a ssia.
b) Na figura I, a participação do Oriente édio é pequena. Na figura II, é maior.
A maior parte dos países do Oriente édio não possuem tecnologia de armas nucleares, exceto Israel e Irã, embora
este ltimo não possua arsenal nuclear.
Os países do Oriente édio apresentam grandes gastos militares em função das condições geopolíticas da região
consequência de con itos regionais e interferências internacionais, devido principalmente ao fato da região ser
uma das maiores produtoras de petr leo do mundo.
c) A figura I remete a uma herança da uerra ria, na qual E A e bipolarizavam o mundo. A figura II remete
ao período posterior uerra ria, no qual se intensificaram intervenções militares por alianças coligações entre E
A e Europa Ocidental no Oriente édio.
G04
Tsunamis são ondas de grandes dimensões e destrutivas que têm sua origem sob os oceanos, podendo atingir
as linhas de costa e causar grandes danos. Dentre os eventos de tsunami mais recentes, pode-se citar o ocorrido na
Indonésia em setembro de 2018, com mais de 1.600 vítimas.
(Press et al. Para Entender a Terra, 2004 – adaptado)
a) A maior frequência de ondas ocorre no oceano mais profundo ou nas águas mais rasas?
b) Observando a figura, qual é o processo gerador dos tsunamis? Explique.
c) Cite e explique um evento natural ou de origem antrópica que teve suas consequências causadas ou agravadas
pela ocorrência de um tsunami.
Respostas:
a) Nas águas mais rasas.
b) egundo a figura, o processo está relacionado a uma falha no assoalho oceânico ao longo do qual há um
rebaixamento de um bloco, deslocando rapidamente um grande volume de água, formando ondas que vão se
tornando cada vez mais altas à medida que se aproximam do litoral.
c) O evento natural mais perceptível é a intensificação da erosão litorânea devido grande capacidade de transporte
dos tsunamis. Como evento antr pico pode-se destacar o deslocamento forçado da população litorânea, uma vez
que os tsunamis costumam destruir a infraestrutura dessas áreas.
G05
Observe as figuras referentes imagem noturna do rasil:
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Figura I Figura II
( imielli, .E. Geoatlas. 201 adaptado)
a) A que se referem os pontos e manchas luminosos nas figuras I e II?
b) Qual é o conceito que define os aglomerados da figura II? Explique.
c) O mapa da figura I revela a desigualdade da rede representada. Explique um processo que tenha induzido a essa
desigualdade.
Respostas:
a) Os pontos e as manchas luminosos referem-se aos grandes aglomerados urbanos.
b) Os aglomerados da figura II constituem as regiões metropolitanas de ão Paulo e do io de aneiro. O conceito de
região metropolitana consiste em um agregado de municípios limítrofes, caracterizados por forte uxo demográfico,
uma estrutura ocupacional com acentuada predominância dos setores secundário e terciário e um sistema de
integração que se traduz pelo movimento constante de pessoas entre as unidades que as compõem. c) Dentre
os processos que poderiam ser explicados: Ocupação hist rica da faixa litorânea, cujos primeiros n cleos urbanos
formaram-se para atender a logística de exportação de produtos primários para a Europa.
Industrialização, a partir da virada do século I para o século , demandando maior infraestrutura de energia e
transporte, assim como de mão de obra, sobretudo no eixo io de aneiro ão Paulo.
A baixa presença da rede representada para as regiões Centro-Oeste e Norte tem como causa a tardia
ocupação delas, a partir somente da década de 1 0 o segundo grande uxo migrat rio, relacionado expansão
da fronteira agrícola etc.
G06
A tabela na folha de respostas demonstra que fatores tect nicos e geol gicos que in uenciam nos processos de
formação do relevo mudam conforme diferentes escalas de tempo e espaço. Algumas feições podem ser
caracterizadas como de baixa frequência e alta magnitude, com ação irregular ao longo do tempo, movendo grandes
quantidades de massa e resultando em formas geográficas de grande escala. Outras feições são de alta frequência
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e baixa magnitude, com ação mais regular, movendo pequenas quantidades de massa e resultando em rugosidades
de pequena escala. Considerando a correlação entre magnitude relativa do evento e escala de tempo, utilize a tabela da folha de
respostas para responder aos itens “a” e “b”; e com base na mesma correlação, responda ao item “c”. a) Indique com
as letras “EV” a célula que corresponde, na tabela, a uma erupção vulcânica.
b) Indique com as letras OA a célula que corresponde, na tabela, formação de ondulações na areia da praia e
indique com as letras “SM” a célula que corresponde ao surgimento de montanhas.
c) Por que a formação de voçorocas poderia ocorrer desde a magnitude de microevento até a de megaevento? Explique.
Respostas:
a) e b)
Ocorrência de eventos geológicos ao longo do tempo
Magnitude relativa
do evento
Escala de tempo
1 dia 10 anos 103 anos 106 anos 108 anos
Megaevento — — — — SM
Mesoevento EV — — — —
Microevento OA — — — —
(S. A. Schumm. To Interpret the Earth: Ten Ways to Be Wrong. 1991 – adaptado)
c) Voçoroca é o termo utilizado para o processo de erosão em larga escala, podendo ocorrer em magnitudes menores
como, por exemplo, as que destroem porções de regiões agropecuárias ou em magnitudes maiores como
deslizamentos de encostas.
H01
O período do governo Juscelino Kubitschek (1956-1960) é uma referência positiva no imaginário político brasileiro.
Não por acaso ele é denominado de “Anos Dourados”. As transformações implementadas nesse período suscitaram
desafios e impasses.
A partir destas considerações,
a) caracterize a política econômica adotada no referido período;
b) explique qual foi o papel do Estado e cite uma diretriz implementada por aquele governo;
c) indique de que maneira as transformações implementadas por esse governo repercutiram nas migrações
populacionais internas.
Respostas:
a) A política econômica adotada ao longo do governo de Juscelino
ubitsche (1956-1961) ficou conhecida como nacional-desenvolvimentista, na qual a
iniciativa pública-estatal se combinava com a iniciativa privada em torno de um projeto essencialmente
industrialista e voltado ao avanço do consumo.
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b) O papel do Estado contemplava alguns itens da política econômica de JK, entre eles fomentar o consumo por
meio de gastos públicos voltados à infraestrutura. O planejamento e coordenação da ação estatal na economia
coube ao Conselho do Desenvolvimento, órgão criado em 1956, logo no início do governo de JK.
c) O resultado mais visível da política econômica de JK foi a ampliação da industrialização, principalmente de setores
de bens de consumo duráveis e amplamente dependente do capital estrangeiro em sua forma multinacional.
Assim, a ampliação da industrialização acabou por atrair mão de obra de migrantes que buscavam oportunidades
de trabalho em regiões com maior presença industrial, como as metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte. Cabe ressaltar que uma significativa migração populacional
interna ocorrida no período referiu-se aos contingentes expressivos de trabalhadores,
principalmente oriundos do nordeste brasileiro, conhecidos como candangos, que trabalharam na construção da
nova capital, Brasília.
H02
Leia o seguinte texto:
“Ocorre aqui ao pensamento o que não é lícito sair à língua, e não falta quem discorra tacitamente, que a causa desta diferença tão notável foi a mudança da monarquia. Não havia de ser assim (dizem) se vivera um D. Manuel, um D. João, o terceiro, ou a fatalidade de um Sebastião não sepultara com ele os reis portugueses.
(…)
Não hei de pregar hoje ao povo, não hei de falar com os homens, mais alto hão de sair as minhas palavras ou as
minhas vozes: a vosso peito divino se há de dirigir todo o sermão. (...) quero eu, Senhor, converter-vos a vós.
(...)
Mas pois vós, Senhor, o quereis e ordenais assim, fazei o que fordes servido. Entregai aos holandeses o Brasil,
entregai-lhes as Índias, entregai-lhes as Espanhas (que não são menos perigosas as consequências do Brasil perdido); entregai-lhes quanto temos e possuímos (como já lhes entregastes tanta parte); ponde em suas mãos o Mundo; e a nós, aos portugueses e espanhóis, deixai-nos, repudiai-nos, desfazei-nos, acabai-nos. Mas só digo e lembro a Vossa Majestade, Senhor, que estes mesmos que agora desfavoreceis e lançais de vós, pode ser que os queirais algum dia, e que os não tenhais.”
(Padre Antônio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda. Sermões, Porto: Lello & Irmão, 1959.p. 300-301.)
O padre Antônio Vieira foi considerado um dos mais ilustres luso-brasileiros do século XVII. Acerca desse sermão,
escrito em 16 0, ao final da chamada nião Ibérica, responda ao que se
pede. a) Caracterize-o do ponto de vista de seu estilo literário.
b) Identifique o contexto da História de ortugal no qual o sermão foi
composto.
c) Explique a situação da América portuguesa, tal como mencionada no
texto.
Respostas:
a) O estilo literário característico do período identificado nos textos (sermões) de e.
Vieira é o barroco. Nele é possível identificar o uso de
linguagem sofisticada e culta (o cultismo) e a criação de
dualismos apresentados por intenso uso de hipérboles e metáforas.
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b) O sermão foi pregado em meio ao processo de Restauração
monárquica, quando após 60 anos de domínio espanhol, ortugal
recobra sua autonomia e eleva a família de Bragança ao trono.
c) Desde 16 0, parte do Nordeste brasileiro se encontrava sob ocupação
dos holandeses. O sermão expressa o desejo de Vieira de vitória
sobre os invasores, com o apoio divino. Cabe lembrar que a presença
dos holandeses no Nordeste se estendeu até 165 .
H03
Observe atentamente as imagens e depois responda às questões.
Foto 1 Foto 2
Manifestação contra a repressão de Tlatelolco, México, 1968. Primavera de Praga. Praga, Tchecoslováquia, 1968.
a) Explique o protesto relacionado ao chamado massacre de Tlatelolco, ocorrido no México, em 1968 (foto 1).
b) Explique o protesto relacionado à chamada Primavera de Praga, ocorrida na Tchecoslováquia, em 1968 (foto 2).
c) Relacione esses dois protestos ao contexto mundial desse período.
Respostas:
a) No início de outubro de 1968, os estudantes da Universidade do México, que já vinham num quadro de intensos
protestos contra o autoritarismo do governo de Gustavo Bolaños, organizaram um protesto de grandes proporções
contra a ocupação da universidade pelo Exército, ocorrida no mês anterior. Buscavam aproveitar-se da
visibilidade internacional do país por conta da realização dos Jogos Olímpicos. Decidido a impedir por todas as
formas o protesto, o presidente Bolaños ordenou uma repressão violenta, com o uso do Exército e da polícia, que
deixou um rastro de, segundo algumas fontes, mais de mil mortos, inclusive pessoas que nada tinham a ver com
o protesto.
b) A Primavera de Praga foi um amplo movimento de contestação ao modelo imposto pela URSS sobre os países
do leste europeu, no contexto da Guerra Fria. Sob a liderança de Alexander Dubcek, recém-elevado ao comando
do Partido Comunista e do governo da antiga Tchecoslováquia, a população passou a reivindicar reformas que
liberalizassem a política e a economia do país, buscando o que
ficou conhecido como “socialismo de face humana”. O processo estendeu-se de
janeiro a agosto de 1968, quando a URSS e os demais países do Pacto de Varsóvia invadiram a
Tchecoslováquia, depondo Dubce e pondo fim ao processo de
reformas.
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c) A década de 1960 foi marcada por um amplo movimento libertário, que se estendeu por vários países. Tendo
como foco originalmente irradiador os protestos contra a presença dos Estados Unidos no Vietnã, o sentimento
de libertação absorveu jovens, mulheres, negros, num dos mais importantes, senão o mais, movimentos sociais
do século XX. Esse clima libertário assumiu um significado político, como nos
exemplos citados, além do Maio de 1968 na França (contra o autoritarismo do governo De
Gaulle), ou a luta de estudantes e operários contra a ditadura brasileira.
H04
Observe a gravura.
Beeldenstorm (1566). Jan Luyken, 1677-1679, Rijksmuseum, Amsterdã (271 x 349 mm).
A gravura ilustra o interior de uma catedral católica na Antuérpia e representa um importante desdobramento
sociocultural da Reforma Protestante. A partir da imagem e de seus conhecimentos: a) identifique o
tema da imagem;
b) aponte a abrangência social da Reforma;
c) cite dois princípios da Reforma que permitem compreender os fatos
representados na imagem.
Respostas:
a) A imagem retrata alguns desdobramentos das Reformas Religiosas do século XVI nos Países Baixos, com
destaque aos violentos conflitos entre católicos e protestantes e aos
ataques contra símbolos ligados à Igreja Católica, caso da cruz e das imagens
de santos.
b) A Reforma mobilizou elementos mais abastados da sociedade, caso da nobreza interessada na diminuição dos
poderes clericais e da burguesia atraída pela possibilidade de que
suas atividades lucrativas não fossem mais condenadas pela Igreja. Em paralelo, a
Reforma Religiosa se difundiu pelos segmentos sociais populares, empolgados com uma doutrina
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mais simplificada e que, de acordo com certas interpretações religiosas,
poderia resultar em transformações sociais e econômicas.
c) Dentre os princípios da Reforma que facilitam a compreensão dos
fatos representados na imagem poderíamos destacar o ataque às
imagens comumente presentes nas igrejas católicas. De maneira
geral, o protestantismo do século XVI negava o culto às imagens e,
particularmente, a adoração às relíquias. Além disso, cabe lembrar
que, de modo geral, para os reformistas do século XVI, a Igreja
Católica representava um obstáculo ao cristianismo, o que, em
parte, explica a atitude violenta contra os católicos, como visto na imagem.
H05
As letras das canções abaixo fazem menção ao rei Haile Selassie (1892-1975), que governou a Etiópia entre 1916
e 1930, como regente, e entre 1930 e 1974, como imperador. Haile Selassie
(…) Rastafári
Ele nasceu na Etiópia Descendente do rei Salomão Buscou verdade e as respostas
Na Babilônia da escravidão
Foi reconhecido pelo povo Rude boys na população Foi condecorado o mais novo ras!
Rastafári da libertação
Haile Selassie ê!
(…)
Selassie é a Capela
Haile Selassie é a Capela Poder da Trindade (Trindade, Trindade é Ele) Concentre-se nessa direção Sirva o Deus vivo e viva (Deus vivo e vivo) Leve seus problemas para Selassie Ele é o único Rei dos Reis (Rei dos Reis, o Rei dos Reis é
ele) Conquistando o Leão de Judá Triunfalmente, todos nós devemos cantar (todos devem
cantar, todos devem cantar) (...)
(Bob Marley. Álbum The complete Bob Marley & The Wailers (1967-1972) v. 1, Jad Records, 1997. Tradução livre).
(Natural Mystic. Álbum Salve Roots, 2016. Industrial Music)
Com base nas canções e em seus conhecimentos, responda ao que se pede.
a) Explique a relação entre a descendência do rei Salomão atribuída a Selassie e a construção religiosa do culto à
sua personalidade.
b) Selassie foi cultuado por afrodescendentes estabelecidos fora do continente africano, em um processo conhecido
como “diáspora negra”. Explique esse processo.
c) No século XIX, a situação da Etiópia contrastava com a imensa maioria do continente africano. Explique tal
situação.
Respostas:
a) A apresentação do rei etíope Haile Selassie como descendente de Salomão, rei que governou os hebreus no
século X a.C., contribuiu para a legitimação do poder de Selassie, como de resto já ocorria com a monarquia
etíope, que se considerava como a herdeira do reino de Salomão e da rainha de Sabá. Essa associação reforçou
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sobremaneira o poder de Selassie, visto por seus súditos e admiradores como uma espécie de representante
divino.
b) A “diáspora negra” é o termo utilizado nas últimas décadas para compreender a dispersão de africanos por
diversas partes do mundo, particularmente nas Américas para onde milhões de africanos foram trazidos como
escravos entre os séculos XVI e XIX.
c) Diferentemente da maioria absoluta dos países africanos na época, a Etiópia obteve sucesso na resistência ao
domínio neocolonial europeu, até a década de 1930, quando foi dominada pelos italianos. A resistência etíope e
a figura do rei Haile Selassie foram incorporadas nas década posteriores
como ícones da resistência negra, tanto por movimento emancipacionista africanos quanto
por movimentos de negros na América que lutavam contra a segregação, a exclusão socioeconômica e a
discriminação.
H06
Observe com atenção as duas imagens, que remetem à propaganda política durante a Era Vargas (1930-1945), e
responda ao que se pede.
a) Aponte um elemento formal de mobilização comum aos dois cartazes.
b) Identifique os dois movimentos políticos representados nas propagandas a que
se referem as duas imagens.
c) Mencione um traço convergente e outro divergente entre as plataformas destes projetos políticos.
Respostas:
a) As duas imagens de propaganda política convocam os cidadãos para uma mobilização militar apelando para o
seu sentimento de civismo e de serviço à Pátria.
b) O cartaz da esquerda refere-se ao movimento Constitucionalista ocorrido em São Paulo no início da década de
1930 e o cartaz da direita refere-se à Ação Integralista Brasileira, uma organização partidária de inspiração
fascista.
c) O nacionalismo e o militarismo podem ser apontados como traços convergentes ao movimento, porém a
centralização política defendida pelos integralistas se opunha à defesa de maior autonomia aos Estados presente
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no ideário Constitucionalista; além disso o movimento paulista se arvorava em princípios liberais para defender
uma constituição democrática, opondo-se ao antiliberalismo autoritário dos integralistas.