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10/18/2015 G1 – Máquina de Escrever – Luciano Trigo » Comunicação em tempo de convergência » Arquivo http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2010/02/13/comunicacao-em-tempo-de-convergencia/ 1/4 rss do blog por Luciano Trigo | categoria Todas sáb, 13/02/10 Comunicação em tempo de convergência Cesar Bolaño analisa o impacto da globalização e das novas mídias Professor Catedrático de Economia da Universidade Federal do Sergipe, Cesar Bolaño se dedica, já há mais de 20 anos, a pesquisar temas da Comunicação e da Cultura no Brasil, em particular a televisão. Bolaño é autor de, entre outros livros, O mercado brasileiro de televisão, Qual a lógica das políticas de Comunicação no Brasil?, Comunicação, informação e cultura e A televisão brasileira na era digital – todos de leitura fundamental para estudantes e pesquisadores da área. Nesta entrevista, ele analisa o impacto da convergência tecnológica na sociedade, as mudanças provocadas pelas novas mídias e as possíveis implicações da globalização econômica sobre o futuro da comunicação no Brasil. Como você atualizaria o conceito de Indústria Cultural no mundo globalizado e convergente? Que mutações ele vem sofrendo? CESAR BOLAÑO: O conceito de Indústria Cultural, na forma como é definido na Economia Política da Comunicação, mantém a sua validade enquanto a produção cultural hegemônica permanecer como atividade a serviço da acumulação de capital, ou seja, enquanto os bens e serviços culturais continuarem a ser produzidos por um trabalho subordinado de alguma forma às leis de mercado. As formas históricas concretas em que essa exploração do trabalho cultural se dá, no entanto, são variáveis. A globalização e a convergência são fenômenos ligados ao processo de reestruturação capitalista iniciado nos anos 1970, que afeta, entre muitas outras coisas, as diferentes indústrias culturais e da comunicação, ao promover o novo paradigma da digitalização. Algumas dessas indústrias passam por mutações fundamentais, outras surgem, algumas eventualmente desaparecerão na forma como são conhecidas, as formas da concorrência no interior de cada uma e entre elas se alteram, novos atores entram nos diferentes mercados culturais, outros serão possivelmente expulsos, mudarão em conseqüência os sistemas de regulação, mas a essência do fenômeno e suas contradições – que apontam, estas sim, para possibilidades de ruptura mais profundas, as quais também serão redefinidas nas novas condições – permanecem. Quais são as mudanças de hábitos mais significativas em relação aos meios de comunicação e às novas mídias, sobretudo das gerações mais novas? BOLAÑO: Não posso fazer aqui uma relação de movimentos nesse sentido, que já são bem visíveis e amplamente conhecidos. Prefiro dizer que todas as mudanças sociológicas referentes ao consumo cultural decorrem de adaptações da sociedade aos novos contextos produtivos propostos pela indústria, os quais vão no sentido, até o momento, de ampliar a fragmentação do corpo social, busca no blog ok Perfil Luciano Trigo é escritor, jornalista, tradutor e editor de livros. E pai da Valentina. Autor de "O viajante imóvel", sobre Machado de Assis, "Engenho e memória", sobre José Lins do Rego, e meia dúzia de outros livros, entre eles infantis. Foi editor dos suplementos "Idéias", no Jornal do Brasil, e "Prosa & Verso", no Globo, e colaborador de diversos jornais. Editou também as revistas "Leia Livros" e "Poesia Sempre". Foi editor da Nova Fronteira e da Odisséia Editorial. O endereço do blog Máquina de Escrever mudou. As novas postagens estarão em http://g1.globo.com/poparte/blog/maquinade escrever/ Colunistas Altieres Rohr Alysson Muotri Amelia Gonzalez Ana Cássia Maturano André Trigueiro Antônio Carlos Miguel Bruno Medina Cassio Barbosa Cláudia Croitor Cristiana Lôbo Dicas de motos – Roberto Agresti Dodô Azevedo Dra. Ana Escobar Geneton Moraes Neto Gerson Camarotti Lia Salgado Oficina do G1 – Denis Marum Paulo Coelho Ronaldo Prass Sérgio Nogueira Yvonne Maggie Zeca Camargo Outros blogs Fantástico – 30 anos atrás G1 – Blog da Redação Globo News – Ciência e Tecnologia Globo News – Cidades e Soluções Globo News – Estúdio i Globo News – Milênio Globo News – Sarau Jornal Hoje – Hoje em Casa Jornal Nacional – JN Especial Start.up Categorias g1 ge gshow famosos vídeos ENTRE

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Comunicação em tempo de convergênciasáb, 13/02/10 por Luciano Trigo | categoria TodasCesar Bolaño analisa o impacto da globalização e das novas mídiasProfessor Catedrático de Economia da Universidade Federal do Sergipe, Cesar Bolaño se dedica, já há mais de 20 anos, a pesquisar temas da Comunicação e da Cultura no Brasil, em particular a televisão. Bolaño é autor de, entre outros livros, O mercado brasileiro de televisão, Qual a lógica das políticas de Comunicação no Brasil?, Comunicação, informação e cultura e A televisão brasileira na era digital – todos de leitura fundamental para estudantes e pesquisadores da área. Nesta entrevista, ele analisa o impacto da convergência tecnológica na sociedade, as mudanças provocadas pelas novas mídias e as possíveis implicações da globalização econômica sobre o futuro da comunicação no Brasil.

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10/18/2015 G1 – Máquina de Escrever – Luciano Trigo » Comunicação em tempo de convergência » Arquivo

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rss do blog

por Luciano Trigo | categoria Todassáb, 13/02/10

Comunicação em tempo deconvergênciaCesar Bolaño analisa o impacto da globalização e das novas mídias

Professor Catedrático de Economia da Universidade Federal do Sergipe, Cesar Bolaño se dedica,já há mais de 20 anos, a pesquisar temas da Comunicação e da Cultura no Brasil, em particular atelevisão. Bolaño é autor de, entre outros livros, O mercado brasileiro de televisão, Qual a lógicadas políticas de Comunicação no Brasil?, Comunicação, informação e cultura e A televisãobrasileira na era digital – todos de leitura fundamental para estudantes e pesquisadores da área.Nesta entrevista, ele analisa o impacto da convergência tecnológica na sociedade, as mudançasprovocadas pelas novas mídias e as possíveis implicações da globalização econômica sobre ofuturo da comunicação no Brasil.

­ Como você atualizaria o conceito de Indústria Cultural no mundoglobalizado e convergente? Que mutações ele vem sofrendo?

CESAR BOLAÑO: O conceito de Indústria Cultural, na forma como é definido na Economia Políticada Comunicação, mantém a sua validade enquanto a produção cultural hegemônica permanecercomo atividade a serviço da acumulação de capital, ou seja, enquanto os bens e serviços culturaiscontinuarem a ser produzidos por um trabalho subordinado de alguma forma às leis de mercado.As formas históricas concretas em que essa exploração do trabalho cultural se dá, no entanto, sãovariáveis. A globalização e a convergência são fenômenos ligados ao processo de reestruturaçãocapitalista iniciado nos anos 1970, que afeta, entre muitas outras coisas, as diferentes indústriasculturais e da comunicação, ao promover o novo paradigma da digitalização. Algumas dessasindústrias passam por mutações fundamentais, outras surgem, algumas eventualmentedesaparecerão na forma como são conhecidas, as formas da concorrência no interior de cada umae entre elas se alteram, novos atores entram nos diferentes mercados culturais, outros serãopossivelmente expulsos, mudarão em conseqüência os sistemas de regulação, mas a essência dofenômeno e suas contradições – que apontam, estas sim, para possibilidades de ruptura maisprofundas, as quais também serão redefinidas nas novas condições – permanecem.

­ Quais são as mudanças de hábitos mais significativas em relação aos meios decomunicação e às novas mídias, sobretudo das gerações mais novas?

BOLAÑO: Não posso fazer aqui uma relação de movimentos nesse sentido, que já são bemvisíveis e amplamente conhecidos. Prefiro dizer que todas as mudanças sociológicas referentes aoconsumo cultural decorrem de adaptações da sociedade aos novos contextos produtivos propostospela indústria, os quais vão no sentido, até o momento, de ampliar a fragmentação do corpo social,

busca no blog  ok

PerfilLuciano Trigo é escritor, jornalista, tradutor e editorde livros. E pai da Valentina. Autor de "O viajanteimóvel", sobre Machado de Assis, "Engenho ememória", sobre José Lins do Rego, e meia dúziade outros livros, entre eles infantis. Foi editor dossuplementos "Idéias", no Jornal do Brasil, e "Prosa& Verso", no Globo, e colaborador de diversosjornais. Editou também as revistas "Leia Livros" e"Poesia Sempre". Foi editor da Nova Fronteira e daOdisséia Editorial. O endereço do blog Máquina deEscrever mudou. As novas postagens estarão emhttp://g1.globo.com/pop­arte/blog/maquina­de­escrever/

ColunistasAltieres RohrAlysson MuotriAmelia GonzalezAna Cássia MaturanoAndré TrigueiroAntônio Carlos MiguelBruno MedinaCassio BarbosaCláudia CroitorCristiana LôboDicas de motos – Roberto AgrestiDodô AzevedoDra. Ana EscobarGeneton Moraes NetoGerson CamarottiLia SalgadoOficina do G1 – Denis MarumPaulo CoelhoRonaldo PrassSérgio NogueiraYvonne MaggieZeca Camargo

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a segmentação dos públicos, a obsolescência precoce, a discriminação pelo preço etc. Tendênciastodas elas vinculadas à constituição de um novo modo de regulação do capitalismo em que oconsumo cultural adquire renovada importância e interesse para o capital monopolista. Nessascondições, os atores hegemônicos no modelo anterior, a velha radiodifusão generalista, porexemplo, tendem a ver suas posições contestadas por novos concorrentes. Para as novasgerações de consumidores, esse processo já aparece como natural. A TV de massa, para elas, jáperdeu a centralidade.

­ Você acha que existe um certo deslumbramento na área da comunicação com as novastecnologias e a convergência? Parece existir a expectativa de uma revolução, quando naverdade, em qualquer época, as tecnologias em si importam menos do que o uso que se fazdelas, não é?

BOLAÑO: Sem dúvida. O problema é que as mudanças são realmente espetaculares, e muitasvezes isso faz com que se perca a sua verdadeira dimensão e significado. Eu acredito que asnovas gerações de que falamos na questão anterior se mostrarão bem menos deslumbradas pelatécnica e, espero, mais críticas.

­ Como você avalia as pesquisas em comunicação social feitas no Brasil hoje? Os temas“esotéricos” de inspiração americana ou européia prevalecem sobre uma reflexão nativa?

BOLAÑO: É verdade, mas isso vem mudando. O avanço da EPC na América Latina é uma prova.O problema é que as novas gerações de pesquisadores da comunicação foram formadasjustamente durante o período de refluxo do pensamento crítico e não chegaram a desenvolver essetipo de ferramenta intelectual. A luta epistemológica será muito dura daqui por diante.

Observe os canais abertos disponíveis e se verá que o país está desperdiçandoesse precioso recurso com uma série de programações religiosas, com tele­vendase ofertas de péssima qualidade estética e editorial.

­ Como você avalia o papel do estado nas políticas de fomento à cultura, sobretudo nocinema e no audiovisual?

BOLAÑO: Eu defendo em geral a posição do Ministério da Cultura, mas é óbvio que há diferenteslinhas de ação no seu interior e que o apoio ao capital cultural nacional via leis de incentivo é aindamuito mais importante do que aquilo que constitui a grande inovação do MINC no governo Lula: avalorização da produção popular, das periferias, coisas como os Pontos de Cultura etc. Além disso,falta uma política unificada para todo o audiovisual, inclusive e especialmente a TV aberta. A formacomo a TV está financiando, finalmente, o cinema brasileiro é preocupante e o governo deveria teruma alternativa mais robusta tanto para a produção quanto, sobretudo, para a distribuição. Mas istonão é uma crítica ao MINC.

­ Como você avalia o impacto das novas mídias sobre a sociedade, a política e a culturabrasileiras? Por exemplo, como você analisa a universalização da telefonia celular e daInternet, e que efeitos isso terá a longo prazo?

BOLAÑO: Há duas tendências: de um lado, uma mudança estrutural fundamental, que reduz asbarreiras à entrada, abrindo a possibilidade de uma concorrência capitalista renovada emmercados novos ou reestruturados, o que potencializa a internacionalização. No curto prazo essatendência se traduz numa certa desconcentração, mas, no longo prazo, ocorrerá o inverso,inclusive, muito provavelmente, através de alianças entre os entrantes, mais capitalizados, e osatuais operadores, com maior poder de lobby e maior conhecimento do negócio. A segundatendência se refere ao potencial democratizante da rede, ao facilitar a participação da sociedade nadisponibilização e acesso à produção local, independente, colaborativa etc. Esta não é a tendênciahegemônica, mas é importante e pode ampliar­se pela ação consciente da sociedade civilorganizada e com o apoio de uma adequada política pública.

­ A que você atribui a baixa penetração, até o momento, da TV digital no Brasil? E comoavalia a TV pública?

BOLAÑO: A TV digital ainda está por demonstrar a que veio. A oferta do mesmo conteúdo atualem alta definição não parece ser suficientemente sedutora para levar os consumidores a adquirir oconversor aos preços que estão sendo praticados. No caso da TV pública, o problema é outro.Ainda falta muito investimento e a definição de uma estratégia competitiva que, a meu ver, deveriaconstituir­se de três canais, um generalista nacional centralizado, outro estadual, regionalizado, eum terceiro totalmente aberto à produção local, comunitária. O primeiro deveria ter como meta umaparticipação de, digamos, 30% da audiência, o terceiro, uns 5% e o segundo algo intermediário,totalizando uns 50%, em pé de igualdade, portanto, com a TV privada. Isso pode ser feito a partir

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do que já existe, reestruturando o conjunto do sistema público, capitalizando­o e garantindo formasdemocráticas de gestão e controle, autonomia gerencial em relação aos governos etc. Esta poderiaser uma das pernas de uma ampla política pública para o audiovisual, que incluiria os mecanismosde financiamento da produção independente, de qualificação da mão de obra e dos métodos deplanejamento e gestão das emissoras. Ainda estamos muito longe disso. É verdade que a propostade multi­programação para a TV pública digital aponta para algo do gênero, mas ai caímos noproblema anterior. Uma verdadeira política pública para o audiovisual, entendida como políticacultural no sentido mais amplo possível e englobando uma política industrial, de qualificação dasempresas e da audiência não deveria depender disso. Observe os canais abertos disponíveis hojeno Brasil (que são muitos) e se verá que o país está desperdiçando esse precioso recurso comuma série de programações religiosas, com tele­vendas e com ofertas de TV privadas de péssimaqualidade estética e editorial.

­ Como você vê a questão da nacionalidade dos detentores das empresas de comunicação?Devem existir uma preocupação em relação à soberania e à cultura brasileiras e limites àentrada de capitais estrangeiros? Mais concretamente, existe o risco de as telestransnacionais, com seu enorme poder econômico, dominarem a comunicação no Brasil,futuramente?

BOLAÑO: Esta questão é absolutamente central e tem sido muito mal tratada no país. O primeiropasso para esclarecer adequadamente o problema é separar “cultura nacional” de “capitalnacional”. Em outros setores econômicos, considerações a respeito da necessidade de introduçãode tecnologias estrangeiras visando garantir as condições de reprodução ampliada do capital, combase num planejamento estatal visando o desenvolvimento industrial, a eliminação de gargalos, asubstituição de importações, tudo legitima determinadas formas de articulação entre capitalnacional e internacional, com metas de nacionalização progressiva visando reduzir a dependênciaexterna. Esse tipo de consideração está presente, por exemplo, na insistência do Brasil naconstrução de uma fábrica de semicondutores durante as negociações sobre o sistema da TVdigital terrestre. No campo da cultura, isso não vale. É certo que o povo brasileiro deve ter acesso atoda a cultura universal, mas quando se fala em entrada de bens culturais estrangeiros no país, oque está em jogo é a penetração da grande indústria cultural norte­americana. Aqui não se trata deinternalização, mas de preservação, de defesa da cultura nacional brasileira, que éreconhecidamente uma das mais importantes do mundo em termos de diversidade, de capacidadede produção competitiva em nível internacional etc. O projeto cultural do regime militar pecavajustamente por desconsiderar essa especificidade do campo cultural, preso que estava a umaideologia (da segurança nacional), própria da Guerra Fria, que identificava os interesses norte­americanos aos nacionais.

­ Fale um pouco sobre seus trabalhos em curso e sobre seus próximos livros.

BOLAÑO: Bem, eu tenho uma série de trabalhos publicados. Pode­se encontrar uma relação,entre muitas outras coisas, no portal Eptic (www.eptic.com.br). Recomendo, em especial, “MercadoBrasileiro de Televisão” e “Indústria Cultural, Informação e Capitalismo”. Por outro lado, temos alémda revista Eptic On Line, no portal, uma série de livros (Biblioteca Eptic). Recentemente forampublicados quatro deles, dois organizados por mim, a partir de dois projetos especiais: um relativoàs relações entre economia, cultura, comunicação e educação no Brasil, voltado especialmentepara estudantes universitários, e outro dirigido a fundamentar a luta epistemológica que osintelectuais do campo da Economia Política da Comunicação enfrentam hoje no campo maior daComunicação. Essa luta epistemológica, aliás, é parte de outra, maior, de reconstrução dopensamento crítico latino­americano com vistas a enfrentar os desafios da crise global e dasmudanças no campo intelectual, em especial na Comunicação, em nível internacional. Finalmente,registro a publicação de um volume sobre economia da arte e da cultura, coordenado por ValérioBrittos, Cida Golim e por mim, que será lançado pelo Itaú Cultural, com a participação, coordenada,de importantes intelectuais brasileiro dos campos da Cultura e da Comunicação.

2 Comentários para “Comunicação em tempode convergência”1Fabiola: 15 fevereiro, 2010 as 11:36 am

Dizer  que  os  canais  abertos  estão  “desperdiçando”  seu  “precioso”,  “recurso”,  comoprogramações religiosas É UMA OFENSA AO POVO CRISTÃO.

novembro 2008outubro 2008setembro 2008agosto 2008julho 2008junho 2008maio 2008abril 2008março 2008fevereiro 2008janeiro 2008dezembro 2007

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Falar de Deus é desperdíçar um recurso precioso? ora faça me rir!

Se você não crê o problema é seu, mas respeite os outros, respeite as pessoas que creêm.

E  se  o  senhor  estuda­se  um  pouco mais,  saberia  que  essas  são  novas  tendências,  onde  aglobalização, não se firmou e não se firmará. pois a sociedade é formada por nichos. ou seja“ado, ado, cada um no seu quadrado”.

Onde o RESPEITO É QUEM DITA AS REGRAS.  (e não mais aquele monte de porcaria quepassava nas tvs, com dezenas de enlatados americanos.Observe os canais abertos disponíveis e se verá que o país está desperdiçando esse preciosorecurso com uma série de programações religiosas,

2Arnaldo: 30 janeiro, 2012 as 7:26 pm

Concordo  plenamente  que  é  um  desperdício  para  o  Brasil,  preservar  programas  religiosos.Considero,  ao  contrário  do  professor,  que existem poucos  canais  abertos  no Brasil,  não porquantidade, mas por permeabilidade. Sendo assim, o espaço que deveria e poderia ter temasmais  relevantes  e  educativos  (no  sentido  amplíssimo  do  termo)  é  ocupado  por  uma massareligiosa extremamente capitalista, em que, a principal preocupação, não é necessariamente asalvação, mas sim o aumento dos lucros.

Os  diversos  escândalos  de  enriquecimento  de  líderes  religiosos,  para mim,  podem  nem  sermais  o  grande  problema  (apesar  de  toda  a  hipocrisia  contida  nisso),  mas  sim  o  tipo  deideologia discriminatória e o alcance das mesmas que esses líderes tiveram recentemente.

Agora  há  de  se  destacar  também,  como  a  globo  foi  oportunista  grifando  de  vermelho  edestacando em vermelho a frase que condena Bandeirantes, Record e Rede TV. Sabemos queo  tipo de venda e de manipulação que a Globo  faz, não  fica para  trás da atitude das outrasemissoras, apenas é mais camuflada.

A comunicação no Brasil poderia e deveria ter outro sentido, muito mais humano e em buscado desenvolvimento nacional.

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