garcía canclini

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García Canclini, Néstor. Estratégias para entrar e sair da modernidade (4ta edic.). Trad. Heloísa Pezza, São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 2008. ...como os estudos sobre hibridação modificaram o modo de falar sobre identidade, cultura, diferença, desigualdade, multiculturalismo e sobre pares organizadores dos conflitos nas ciências sócias: tradição-modernidade, norte-sul, local-global. p 7. Parto de uma primeira definição; entendo por hibridação processos socioculturais nos quais estruturas ou práticas discretas, que existiam de forma separada, se combinam para gerar novas estruturas e práticas. Cabe esclarecer que as estruturas chamadas discretas foram resultado de hibridações, razão pela qual não podem ser consideradas fonte puras. p 9. Mas frequentemente a hibridação surge da criatividade individual e coletiva. Não só nas artes, mas também na vida cotidiana e no desenvolvimento tecnológico. Busca-se reconverter um patrimônio ( uma fábrica, uma capacitação professional, um conjunto de saberes e técnicas) para reinseri-lo em novas condições e mercado. p 22. Por essas razões, sustento que o objeto de estudo não é a hibridez, mas, sim os processos de hibridação. As análises empíricas demostra desses processos, articulados com estratégias de reconversão, demostra que a hibridação interssa tanto aos sectores hegemónicos como aos populares que querem apropriar-se dos benefícios da modernidade. Esse processo incessantes, variados, de hibridação levam a relativizar a noção de identidade. p 22. ... não é possível falar das identidades como si se tratasse apenas de um conjunto de traços fixos, nem afirma- los como a essência de uma etnia ou de uma nação. Da identidade para a heterogeneidade e a hibridação interculturais. As diversas formas em que os membros de cada grupo se apropriam dos repertórios heterogêneos de bens e mensagens disponíveis no circuito transnacionais geram novos modos de segmentação. p 23.

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Garca Canclini, Nstor. Estratgias para entrar e sair da modernidade (4ta edic.). Trad. Helosa Pezza, So Paulo, Editora da Universidade de So Paulo, 2008. ...como os estudos sobre hibridao modificaram o modo de falar sobre identidade, cultura, diferena, desigualdade, multiculturalismo e sobre pares organizadores dos conflitos nas cincias scias: tradio-modernidade, norte-sul, local-global. p 7. Parto de uma primeira definio; entendo por hibridao processos socioculturais nos quais estruturas ou prticas discretas, que existiam de forma separada, se combinam para gerar novas estruturas e prticas. Cabe esclarecer que as estruturas chamadas discretas foram resultado de hibridaes, razo pela qual no podem ser consideradas fonte puras. p 9.Mas frequentemente a hibridao surge da criatividade individual e coletiva. No s nas artes, mas tambm na vida cotidiana e no desenvolvimento tecnolgico. Busca-se reconverter um patrimnio ( uma fbrica, uma capacitao professional, um conjunto de saberes e tcnicas) para reinseri-lo em novas condies e mercado. p 22. Por essas razes, sustento que o objeto de estudo no a hibridez, mas, sim os processos de hibridao. As anlises empricas demostra desses processos, articulados com estratgias de reconverso, demostra que a hibridao interssa tanto aos sectores hegemnicos como aos populares que querem apropriar-se dos benefcios da modernidade. Esse processo incessantes, variados, de hibridao levam a relativizar a noo de identidade. p 22. ... no possvel falar das identidades como si se tratasse apenas de um conjunto de traos fixos, nem afirma-los como a essncia de uma etnia ou de uma nao. Da identidade para a heterogeneidade e a hibridao interculturais. As diversas formas em que os membros de cada grupo se apropriam dos repertrios heterogneos de bens e mensagens disponveis no circuito transnacionais geram novos modos de segmentao. p 23. Estudar processos culturais, por isso, mais do que levar-nos afirmar identidades auto-suficientes, serve para conhecer foras de situar-se em mdio heterogeneidade e entender como se produzem as hibridaes Pluridade de Culturas. Uma dificuldade para cumprir esses propsitos que os estudos sobre hibridao costumam limitar-se a descrever misturas interculturais. Mal comeamos a avanar, como parte da reconstruo sociocultural do concito, para dar-lhe poder explicativo. Estudar os processos de hibridao situando-os em relaes estruturais de causalidade. E dar-lhe capacidade hermenutica: torna-lo til para interpretar as relaes de sentido que se reconstroem nas misturas. Se queremos ir alm de liberar a anlises cultural de seus tropismos fundamentalistas indenitrios, deveremos situar a hibridao em outra rede de conceitos: contradio, mestiagem, sincretismo, transculturao e crioulizao. Alem de isso, necessrio v-lo em meio s ambivalncias da industrializao e da massificao globalizada dos processo simblicos e dos conflitos de poder que suscita p 24-25.-como fuso discretas- a elabor-la como recurso de explicao, advertimos em que casos as misturas podem ser produtivas e quando geram conflitos devido aos quais permanecem incompatvel ou inconcilivel nas prticas reunida. entrar e sair da hibridez p 25. Se falamos da hibridao como um processo ao qual possvel ter acesso e que pode abandonar, do qual podemos ser excludos ou ao qual nos podem subordinar, entenderemos as posies dos sujeitos a respeito das relaes interculturais. p 25. A hibridao, como processo de interseo e transaes, que torna possvel que a multiculturaidade evite o que tem de segregao e se converta em interculturalidade. As polticas de hibridao serviram para trabalhar democraticamente com as divergncias, para que histria no se reduza a guerras entre culturas... ...no a hibridez e, sim os processos de hibridao. p 27. A palavra hibridao aparece mais dctil para nomear no s as combinaes de elementos tnicos ou religiosos, mas tambm a de produtos das tecnologias avanadas e processo scias modernos ou ps-modernos. A hibridao ocorre em condies histricas e scias especficas, em meio a sistemas de produo e consumo que s vezes operam como coaes segundo se estima na vida de muito migrantes. p 29. Existem resistncias a aceitar estas e outras formas de hibridao porque geram insergurana nas culturas e conspiram contra sua auto-estima etnocntrica. p 33. Hibridao restrita. A fluidez das comunicaes facilita-nos apropriarmo-nos de elementos culturas, mas isto no implica que as aceitemos indiscriminadamente p 33. Considero atraente tratar a hibridao como um termo de traduo entre mestiagem, sincretismo, fuso e outros vocbulos empregados para designar misturas particulares. Talvez e questo decisiva no seja estabelecer qual desses conceitos abrange mais e mais fecundo, mas sim como continuar princpios tericos e procedimentos metodolgicos que nos ajudem a tornar este mundo mais traduzvel, ou seja, convivvel em meio a suas diferenas, e a aceitar o que cada um ganha a est perdendo ao hibridar-se. p 39.