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HISTÓRIA, GEOGRAFIA E ARQUEOLOGIA BÍBLICA POR: DANIEL SOTELO GOIANIA, MARÇO DE 2014 2

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Page 1: Geografia, História e Arqueologia

HISTÓRIA, GEOGRAFIA E ARQUEOLOGIA BÍBLICA

POR: DANIEL SOTELO

GOIANIA, MARÇO DE 2014

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Page 2: Geografia, História e Arqueologia

INDICE

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Page 3: Geografia, História e Arqueologia

INTRODUÇÃO

Na Bíblia temos um quadro pintado que não se limita ao território da Palestina. A

Bíblia começa falando da salvação e a chamada de Abraão em Gen. 12,1-3 que

ocorre em Haram no norte da Mesopotâmia (hoje Iraque) em Gen. 11,32 e 12,4 fora

da Palestina.A saída do Egito e a passagem pelo Mar dos Juncos é um outro fato da

salvação e da antiga aliança, fora também da Palestina. Em alguns livros da Bíblia

os acontecimentos com Israel Antigo acontecem fora de seu território - Ezequiel na

Babilônia, Tobias na Assíria e Média, Éster na Pérsia, em Susa.

Nas escavações recentes mostram com clareza a ligação dos povos da Bíblia com

os povos do Mar, neste caso Israel e Creta. Em I Mac 1,3, fala de Alexandre Magno,

e os gregos que passa com um exército indo para o Himalaia. Em I Mac 1,10 fala de

Roma e os autores identificam Tarsis citada muitas vezes no Antigo Testamento

como a Tarteso na Espanha. Assim o Antigo Testamento se estende do Indo, Tiber

até a África e o Novo Testamento no Mediterrâneo Oriental.

A geografia bíblica engloba todo o mundo conhecido nesta época. Abrange desde o

Crescente Fértil, Golfo Pérsico, o terreno aluvião entre os rios Tigre e Eufrates, e vai

para costa litoral da Síria e Palestina, chega até o deserto do Sinai pelo fértil vale do

rio Nilo.

Este cenário é o local da intervenção da salvação de Deus para com seu povo na

história da humanidade narrada nos textos da Bíblia. A Meia Lua ou Crescente Fértil

é uma denominação feita pelo orientalista dos EUA, J.H. Breasted (1865-1935).

Assim, em contato direto e pessoal com estas terras em que acontece nas narrativas

bíblicas não pode contentar-se com uma visita a Terra Santa. Sua viagem deve

estar precedida seguindo com uma excursão no Egito, Sinai, Transjordânia, Síria,

Mesopotâmia, Ásia Menor, Irã, Grécia, Creta, Turquia, Roma.

A geografia bíblica tem uma amplidão e o seu centro é a Palestina. Deus chama

Abraão e a tira da Mesopotâmia para levá-lo á Terra de Canaã em Gen 12, 5-7. Vai

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Page 4: Geografia, História e Arqueologia

a Israel desde o Egito para Terra de Canaã em Ex 3,8. Os Israelitas desterrados na

Assíria, Média, Babilônia, Pérsia, acreditam, esperam e adoram a Deus que tem seu

Templo em Jerusalém. Daniel ora da Babilônia, e direciona seu rosto para

Jerusalém em Dn 6,11. O espaço de Dan a Berseba, desde a cidade setentrional á

mais meridional da Palestina Bíblica, é o território no que discorre a História de

Israel.

Lc 13,33 fala que “O profeta pereça fora de Jerusalém”. Esta declaração de Jesus

refere-se á sua morte eminente. De Jerusalém saíram os discípulos para pregar sua

mensagem no mundo. Por isto, Palestina, Filistina, Filistia é o local denominado

“país da Bíblia”. A este espaço territorial geográfico é denominado de Geografia

Bíblica.

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Page 5: Geografia, História e Arqueologia

CAPÍTULO I GEOGRAFIA FÍSICA DO ANTIGO ISRAEL

1 – OS VÁRIOS NOMES DO PAÍS

Os antigos textos falam da Palestina denominando-a de diferentes formas. Os

Egípcios a chamavam de retschenu1 (RTNW), o que não sabemos o que significa.

Nos textos cuneiformes a Palestina era amurru 2 - o país do ocidente visto da

Mesopotâmia. Na bíblia fala várias vezes os povoadores pré-israelitas junto com os

Cananeus e Amorreus. Mas depois é só conhecido como Canaã.

Na bíblia aparece o local de assentamento das tribos de Israel, outros nome são –

Terra de Israel ( erets Israel em I Sam 13,19, II Rs 5,2-4, Ez 27-17, 40-2, 47-18, I

Cron 22-2, II Cron 2-16,30-25, 34-7, Mt 2-20 s), uma vez no plural (arzot Israel em I

Cron 13,2), ou como Terra de YHWH (Is 14-3, Os 9-3) .O nome Terra Santa (Admat

Hakodesh), que é também conhecido na época dos cristãos uma vês é citado em

Zac 2-16.O nome mais conhecido é Terra de Canaã (Erets Canaã) e também

amurru nos textos cuneiformes a partir do séc. XVIII a. C.

Nas escritas de Amarna fala de Canaã como mat kinahni, kisiahna, kinahihi. Nos

textos de Nuzi no séc. XV a. C. tem aparecido a voz kinalihm com o significado de

Púrpura Roxa, alguns autores pretendem interpretar a expressão como terra da

púrpura roxa. Nas costas fenícias existia um florescente comércio de telas de

púrpura. Também os gregos aplicaram aquela região um nome, Phoinike - Fenício

derivado de púrpura Phoenix3. Mas a denominação indica que a palavra Canaã não

é o primeiro termo para a Palestina, mas a parte meridional das costas do

mediterrâneo oriental e a Fenícia ou a parte setentrional da faixa costeira na

realidade os textos Acádicos como os Egípcios aplicam de Canaã para referir-se a

Fenícia.

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Page 6: Geografia, História e Arqueologia

A Bíblia fala do conceito com a ampla margem de liberdade - para denominar toda

Cisjordânia4 (Palestina), só a Palestina Setentrional e Central (Gen 50,11), para a

Transjordânia5, mas para as faixas costeiras e mais as Fenícias ou a Zona

Setentrional.

O nome Canaã aparece na Bíblia, a Palestina tem origem extra bíblica. Deriva de

Filisteus, povo semita que já no Séc. XII a. C., ou antes, morava na planície costeira

ao sul do Monte Carmelo e cujas guerras com os Israelitas falam abundantemente o

Antigo Testamento. Na época dos Persas se aplica este nome aos habitantes da

franja costeira. É certo que os marinheiros e comerciantes gregos davam a todo

espaço da Ásia Menor, que corresponde ao território da atual Palestina, Síria,

Líbano e uma parte do Iraque (a 5a satrapia Persa) o nome Síria pois distinguia a

parte litoral em duas metades. Uma era a setentrional a Síria dos Fenícios e a

Meridional ou Síria dos Palestinos. Palestina é um termo grego do vocabulário

Filisteu. Esta palavra é citada por Herótodo no século V a. C. e outros escritores

gregos e romanos usam o mesmo termo como Plutarco.

A administração romana acertou esta forma e depois de 135 d. C. dá este nome a

província, incluídas as zonas interiores, o nome de Síria Palestina (substituiu a

anterior e então Judéia) e depois do século IV d. C. só se chama Palestina. Nas

costas da Palestina tem vários portos, o que distingue Cesárea, feitas pelos

romanos como capitais da província, de outras cidades do mesmo nome a

chamaram de Cesárea Palestina. Na administração romana o nome passou aos pais

da igreja, como Eusébio de Cesárea e Jerônimo com o erro linguístico da igreja

antiga.

Em nossos dias só se fala em Palestina. Este nome aparece na literatura científica

do século XIX, os ingleses a convertera em oficial, depois da I Guerra Mundial,

confiou o nome deste local. Os judeus evitam o nome Palestina e chamam a região

de Israel. Estes nomes agora tem o sentido de linguagem científica, política,

geográfica e cultural.

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Page 7: Geografia, História e Arqueologia

2- TERRITÓRIO DA PALESTINA - EXTENSÃO E LIMITES DO PAÍS

A Palestina é uma parte da margem litoral montanhosa que separa o mar

mediterrâneo da península Arábica. Tem limites ocidentais e orientais, ao oeste com

o Mar Mediterrâneo, ao este com o Jordão e as águas que dão origem á este rio. Na

fronteira setentrional existem duas formas - o rio Leontes ou Litani (Nahr el-

Kasimiye) e a linha que limita o este até o meridiano do Monte Hermon (incluindo

estas fontes do rio Jordão), ou como a preciosa altura da escala de Tiro (Ras - em-

nakura ou ros-hannikra, hoje, fronteira de Israel com o Líbano) e para o este, a

margem setentrional do antigo lago Hule. As fronteiras políticas do mandato

“britânico” (o atual Estado de Israel) combinam estas variantes.

Também a fronteira do sul oferece duas leituras, no extremo meridional do Mar

Morto, passando por Berseba (wady Gaze) e Gaza até o Mar Mediterrâneo (esta

delimitação fronteiriça responde ao freqüente giro bíblico de Dan a Berseba). Ou

partindo do mesmo ponto, por Advat, Wady el-arich (torrente do Egito) até o mar. A

outra linha concorda com as passagens bíblicas que mencionam a “Torrente do

Egito” (Nahol Misraiymr) como a fronteira meridional do país (Nm 34,5; Jos 15,14-47,

I Rs 8,65; II Rs 24,7; Is 27,12; II Cron 7,8).

No outro traçado – o deserto meridional do Negev6, na fronteira entre Palestina e

Egito (igual modo que sucede entre o Egito7 e o Império Otomano) discorre quase na

linha reta desde Ráfia (em Árabe rafah), perto das costas do Mar Mediterrâneo, até

ras-es-masri, perto da ponta setentrional do Golfo de Acabe8. Esta foi a fronteira de

Israel e Egito em 1949, com a exceção da chamada margem de Gaza, na

administração do Egito.

Esta região tem 26.300 Km2. Dos quais 8.500 km correspondem ao Negev e 1800

km2 correspondem ao Negev e 18.000 km2 é da Palestina.

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Page 8: Geografia, História e Arqueologia

Algumas destas dimensões dão a idéia do tamanho do país minúsculo. A distância

entre o Norte e o Sul (de Elat tem 430 km. Do Mediterrâneo ao Jordão é de 90 km,

de Dã a Berseba é de 240 km, de Jerusalém a Nazaré tem, 105 km e de Jerusalém

a Jericó 24 km.

O Antigo Testamento, fala muitas vezes que os domínios de Israel se estendem até

o Eufrates (Gen. 15,18, Dt 11,24, Jos 1,4). Indo isto que vimos refere-se ás

fronteiras físicas da Palestina.

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3- O SOLO DA PALESTINA – GEOLOGIA

A Palestina sempre teve a influência do mar, a costa do Mar Mediterrâneo9 é só um

resíduo. A distância do mar e a região do Mar Morto e rio Jordão. O Mar Morto10

diminuiu de tamanho, para o oeste retrocedeu e assim a terra da Palestina

aumentou. Outra época avançou e diminuiu na Transjordânia. O sul oriental da

Palestina esteve sempre a maior altitude do que o resto da região manteve sempre

ao nível do mar, como uma ilha e quando a água retrocedeu formou um tipo de ilha

maior. A região do Jordão ao oeste permaneceu sempre mais baixo que o mar, suas

rochas são sempre sedimentos marinhos. Se trata de pedras calcáreas, duras e

permeáveis a água (montanha de Judá, Carmelo, Garizim, Ebal), das que obtém

sempre bom material para as construções (templo de Salomão e Herodes). A rocha

é de erosão, permeável ás águas e assim se formou os vales na Palestina. Na

Transjordânia, aonde o mar chegou, as rochas arenosas chamadas Núbia formada

sobre o solo continental. Apresenta uma cor roxa e no extremo meridional da

Transjordânia, ao que a Bíblia chama de Edom é o país roxo.

Na última parte do Mesozóico, a Cretácea, o mar inundou de novo a Palestina, logo

a parte setentrional da Transjordânia e depois a parte meridional desta zona. Mais

tarde as águas retrocederam e numa fase temporã do terciário, no eoceno, em 50

milhões de anos, foi emergido pouco a pouco a Palestina sobre o mar.Existia

depressão –coberta pelo braço do mar –ao longo da linha em que mais tarde se

produziria a fratura da fossa do Jordão. A última fase do terciário, o phioceno, se

caracteriza por dois processos que contribuíram poderosamente á configuração da

atual Palestina. O primeiro se registra na época de grande atividade vulcânica a

ambos os lados da parte superior da fossa do Jordão, com sedimentos de rocha

basáltica. O outro foi o fundimento da fossa do Jordão, no fim do terciário (antes

milhões de anos), reproduzem a funda fratura tectônica, cujo curso pode seguir-se

desde o Oriente até a África Oriental que alcança a máxima profundidade na

Palestina. Houve um movimento geológico, ficou rasgada a cordilheira da Palestina

que cruza do norte ao sul de todo país Também se fundiu, ao mesmo tempo, a zona

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Page 10: Geografia, História e Arqueologia

continental do extremo oeste da zona montanhosa, ainda que mais tarde voltasse a

emergir das águas, de modo que na atualidade só tem uma estreita margem entre o

mar e a montanha.

No meio do país reproduziu fundimentos secundários, cujo resultado mais

importante fora a planície de Jezreel.

O quaternário ou pleistoceno iniciou a mais de um milhão de anos, como sabemos,

esta se caracterizava Europa por quatro períodos glaciais separados por quatro

etapas interglaciais. Palestina não conheceu grandes glaciações, mas as fases com

abundantes chuvas, de modo que nestas regiões deve achar-se nas épocas pluviais

e interpluviais. Durante as fases pluviais ou diluviais os vales e planícies interiores

ficaram cobertos por grandes lagos. O nível do mar subia e baixava de acordo com

os períodos de fusões onde havia o crescimento das massas de gelo. Nas épocas

de alto nível a fossa do Jordão pode talvez converter-se na enseada do Mar

Mediterrâneo. Nos períodos do nível baixo se rompeu a comunicação com o mar de

modo que apareceu uma série de lagos separados entre si – O lago Hule, o lago ou

mar de Tiberíades (Galiléia) e o Mar Morto.Assim é como alcançou a Palestina, no

curso de 100 milhões de anos, sua multiforme e a amena forma atual.

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Page 11: Geografia, História e Arqueologia

4- AS MONTANHAS E PLANÍCIES

Num breve olhar sobre a Palestina podemos notar a configuração física da mesma,

e vemos quatro zonas correrem paralelas em direção norte-sul.

A – A Planície Costeira

A parte da planície costeira que corresponde a Palestina começa no norte junto aos

montes de Tiro e fica dividida em seções, em longitude e latitude, por cima, no

Monte Carmelo. A parte setentrional recebe desta forma o nome de planície de Aço,

na cidade que desde o tempo antigo tem este nome. Na época do Antigo

Testamento. Se chamou de planície de Aser das doze tribos neste território.

Nos vales diferentes como os da Galiléia desembocam na planície que tem uma

fenda que vai de Safed a Aço e separa a zona montanhosa setentrional da

meridional. Tem o nome atual de Planície da Casa de Vinho. Sua situação, no cruzar

os caminhos do norte para o sul, e o fato de ser a única enseada natural da costa da

Palestina, fizera de Aço o mais importante porto desde os Fenícios até as cruzadas.

A margem costeira do golfo de Aço (chamada agora de Haifa, é uma grande cidade

e muito importante) se dá o nome de Planície de Zebulon. Compõem-se de

sedimentos de areia do Nilo. Na margem meridional do Golfo, desemboca no rio

Quisom (em árabe Nahr) que nasce na planície de Jezreel, e começa com a descida

da lateral do Monte Carmelo, desemboca no mar. A zona montanhosa do Carmelo

fecha a planície de Aser pelo sul. A seus pés se encontra, desde os tempos bíblicos,

a cidade de Haifa, atualmente a terceira em importância pelo número de habitantes,

o Estado de Israel.

Também na planície costeira do sul no cume do Monte Carmelo podem distinguir-se

várias zonas.Uma primeira está formada por uma estreita margem que desce entre

Haifa e o rio dos crocodilos, por ser assim denominada por causa das colinas

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Page 12: Geografia, História e Arqueologia

calcáreas aluviais da costa, dificultava a livre passagem dos cursos das águas para

o mar, de modo que se formavam lagoas com pântanos de onde surgiram os

crocodilos.Ao parecer, na antiguidade este local esteve escasso em habitação,

salvo a cidade Fenícia de Dor que vivia de frente para o mar.Daí recebeu o nome de

Planície de Dor.

Parecida situação apresenta a seguinte zona. Na Bíblia se chama de Sarom (I Cron

5,16, 27,29; Cant 2,1; Is 33,9; 35,2; 65,10). Estende-se desde o rio dos crocodilos

até uma linha imaginários traçada desde Jafa até o Vale de Ascalon. Tem cerca de

80 km de longitude. A mais importante corrente de água da planície de Sarom que

tem seu nascimento na cidade bíblica de Aleq, e desemboca no mar junto aos

subúrbios setentrionais da moderna cidade de Tel-Aviv. Na parte norte da planície

de Sarom deve-se mencionar, entre os afluentes o rio Alexandre e o rio Hadera, que

descem dos montes de Samaria. Esta formosa planície, povoada por limoeiros, e na

época bíblica com bosques e pouco habitada. A Bíblia fala do esplendor de Sarom

em Is 35,2 e em Cant 2,15 os acompanhantes da amada a comparam aos narcisos

da silvestre Sarom. A cidade importante desta planície na época bíblica de Israel era

Jafer ou Jope, até a época de Herodes o Grande fundou a cidade de Cesárea, que

reduziu também a importância da antiga Dor. Na atual está a cidade de Tel-Aviv a

maior cidade da Palestina e a mais povoada.

A parte meridional da costa marítima da Palestina é formada pela região dos

Filisteus. Situada na última zona habitada da região antes de chegar ao deserto,

cuja influencias se deixa sentir, as chuvas são mais escassas, a terra mais seca não

tem mais pântanos. As plantações de trigo e cevada, vinho e azeitona, como estão

na bíblia na época dos patriarcas em Gen 26,12 e dos juizes em Jz 15,5 e nas

experiências de Israel atual. Nas cidades filisteias, Gaza, Ascalon, Asdode, Gate ou

Ecron e Acaron. Estas cidades eram fluorescentes no comercio e na cultura. As três

primeiras prolongaram suas atividades. Os portos de Ascalon e Asdode foram

cobertos pela areia e em pouco deserto. A margem de dunas que em alguns pontos

alcança os 5 km de Largura da costa Filistéia. A Planície marítima tem a largura

máxima no sul. Junto a Gaza tem 40 km, pois vai estreitando no que avança para o

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Page 13: Geografia, História e Arqueologia

norte (30 km em Ascalon e 20 km em Tel-Aviv e 15 km em Cesareia e apenas 3 km

entre o mar e o Carmelo).

B - AS MONTANHAS NA PALESTINA

B -1 – A parte montanhosa da Galiléia e a Planície de Jezreel.

A parte montanhosa da Galiléia é uma continuação dos montes do Líbano. Mas que

estes têm mais de 3.083 m de altura, na área da Galiléia não tem mais que 1200 m.

A parte que se inicia no norte com os montes da Galiléia, que se divide por sua vez

em Galiléia Superior ou Setentrional e a Galiléia Inferior ou Meridional. Os montes

da Galiléia superior foram na época bíblica, o Líbano, frondosas florestas, poucas

habitações e desempenharam modesto papel na historia primitiva de Israel. No

cume mais alto da Jordânia ocidental, Har Meron de 1199 ou 1208m. Apenas 10 km

de distancia está a cidade de Safed com 800 a 900 m de altitude.

Ao sul do declive que se acha perto da altura de Aco começa a zona montanhosa da

Galiléia Meridional, cujos cumes de origem vulcânica têm apenas 500m de altitude.

Perto daí tem uma queda na planície de Jezreel encontra encostada na depressão a

cidade de Nazaré a altura entre 343-488m. No ponto mais elevado em direção ao

monte, os montes da Galiléia Setentrional e a estreita planície interior de 15 Km de

longitude e 3 km de largura que separa os montes setentrionais da Galiléia dos

Meridionais. Porém para o sul, descobre por cima da planície de Jezreel as

montanhas samaritanas.Ao este de Nazaré se levanta desde a planície de Jezreel, a

redonda parte de cima do monte Tabor com 588 m cujas laterais estão povoadas de

matos e cerrado, constitui um excelente ponto de orientação, visível a grande

distância.

Ao sul a planície de Jezreel limita com os montes samaritanos e se acha

enquadrada, para o noroeste, pelas estribaçöes destes montes, que são

prolongações do Carmelo e pelo monte de Gilboé para o noroeste. Entre o Tabor e o

Gilboé, o chamado pequeno Hebron (Jz 7,1) com 515m de altura, divide a parte

oriental de Jezreel em duas metades, cujas, águas desembocam no Jordão, a

setentrional desde o Wady es sarar, a meridional desde o Nahar11. O Quisom flui

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Page 14: Geografia, História e Arqueologia

para o Mediterrâneo ao longo da cadeia do Carmelo. Tanto este rio como seus

afluentes dão a planície aluvial de Jezreel, já desde os tempos bíblicos com a

grande fertilidade como diz seu próprio nome “Deus Semeia”, na época dos gregos

teve o nome de Escrelon. Na época dos Árabes e Turcos ficou um marco pantanoso

e agora saneado com a nova tecnologia da colonização dos Judeus.

A planície de Jezreel tem cinco entradas – Duas pelo oeste, uma pelo norte, outra

pelo este outra pelo sul. Para o este as passagens pelo wady el-milh, e o wady ara

nas fortalezas de Yokneam e Megido, é caminho suave de subida para a planície

interior do norte se chega pela rodovia que leva de Aço a Yokneam e logo para

Megido, desde o este pelo vale do mencionado Nahr Djalud dominado pela fortaleza

de Betsami. Os acessos mais importantes estão nas fortalezas de Megido e Betsami

que contam com a passagem acidentada na história do local. Os exércitos vindos do

Sul avançavam pela costa do mar passava por Megido na planície de Jezreel e

deixavam em Betsami para ir para Damasco. Daí para Megido era o campo de

batalha (Ap 16,16), a vitória de Tutmósis III sobre os Sírios o de Josias e sua derrota

em 60 a C. Por Faraó Neco II.

B -2 Montanha de Samaria

Ao sul da planície de Jezreel tem a planície de Dotã e que se segue a depressão na

direção sul ocidental e meridional. Esta depressão divide a parte montanhosa de

Samaria em duas metades, uma setentrional e outra meridional, uma parte

montanhosa ocidental desce como ondas até a planície costeira e outro lado oriental

que se precipita para o rio Jordão. Esta linha é que está a via dos antigos. A

passagem tem algo que impressiona no desfiladeiro que separa o monte Ebal 938m

e do monte Garizim com 868m. Na Bíblia temos a fortaleza Cananéia de Siquém e a

atual Nablus a maior cidade árabe da Palestina. Aí passa a rota comercial para o

sul, e vai até se abrir para o este pela pequena planície de Sahl Askar e com o vale

com muitas águas, o wady facilita a passagem para o nordeste e depois para o

sudeste, com o vale do Jordão e com os wadis deste rio.

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Page 15: Geografia, História e Arqueologia

B -3 Montanha de Judá

A montanha da Galiléia é separada pela planície de Jezreel da montanha de

Samaria e quase não aparece a separação para o Monte de Judá. Há um pequeno

corte pela planície de Luban e Wady12 Selun que na Bíblia é a cidade de Silo e que

cruza com a cidade bíblica Lebona (Jz 21,19) na rota comercial.

Uma rodovia moderna vem da montanha de Judá, cujos cumes são 700 a 1000m de

altura. A montanha faz uma garganta que utiliza a rodovia e divide a zona numa

metade oriental e ocidental. No vale estreito e apertado era arriscado passar no

local. Este local na Bíblia é chamado de vale dos Ladrões – Jesus fala sobre isto

-“Não andeis pelos caminhos dos ladrões”. A cadeia de monte é bem próxima Baal

Hazor em II Sam 13,23 e tem 1016m, ao sul nas terras de Benjamim a paisagem é

suave, os cumes são o do profeta Samuel com 895m, Gibeá. Na fenda da montanha

termina o monte das Oliveiras perto de Jerusalém.

Nas povoações tem Belém a 8 km ao sul da capital, a montanha estreita e se amplia

na costa com uma planície. A montanha de Judá tem 1028m onde começa o monte

Hebron, onde tem um clima bom, saudável e fresco (Nm 13,23-25) com muitos

vinhedos plantados. Para o oeste de Judá em direção ao Mar Mediterrâneo tem o

Monte Bete-Horom (Js 10,10), aonde tem a estrada de Jafa para Jerusalém. As

montanhas de Judá são calcáreas, onde na cidade Qiriat Jearim estão as arvores

em um reflorestamento.

A zona entre a montanha e a planície tem as Sefelás (depressões), e os vales com

300 a 400 m de altitude, e houve muitos assentamentos no Israel antigo (II Cron

28,18). A Sefelá13 junto com a montanha e a zona meridional Negev uma das

passagens clássicas da Bíblia onde tem muitos sicômoros14 (I Rs 10,27; I Cr 27,28; II

Cr 1,15; 9,27 e em I Cr 27,28) menciona as oliveiras.

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Page 16: Geografia, História e Arqueologia

Para o este a montanha de Judá tem ondulação na depressão do Jordão e a

margem ocidental do Mar Morto, formam em muro de paredes verticais. Ali

encontramos o deserto de Judá onde Jesus, políticos, essênios se refugiaram Davi

foge de Saul (II Sam 23,26), João Batista (Lc 1,80) e Jesus (Mc 1,12 s) começam

suas atividades. A comunidade de Qumran, os essênios constroem o mosteiro. A

outra rota foi de Jericó, margem norte ocidental do Mar Morto, a Belém, na planície

de Qumran.Na margem oriental do deserto tem o manancial, o Oásis15 de vegetação

tropical, são célebres na Bíblia, o Oásis de Jericó e de Engadi.

B - 4 O Negev

Ao sul do Hebron tem um pequeno deserto e uma faixa de terreno produtivo e seu

nome é Negev. A cidade principal desde a época bíblica e Berseba, passavam por

ela as caravanas comerciais, tem regiões agrícolas e a mencionada no Antigo

Testamento como a cidade de Dã a Berseba (Jz 20,1, I Sam 3,20, II Sam 3,10,

17,11, 24,2, I Rs 5,5) ou o inverno de Berseba a Dã ( I Cron 21,2 , II Cron 30,5).

O deserto meridional vai até a península do Sinai. A parte da Palestina forma um

triangulo de 110 km e uma altura de 190m, em Berseba não chega a 240m e no

monte Sinai chega a 1035m, com pequenos montes de 710,540 e 1006m de altura.

C- A Depressão do Jordão

A depressão do Jordão é uma forma tectônica do terciário que vai do alto vale que

separa as cadeias montanhosas do Líbano e o Antilíbano. A parte desta depressão

que cai para a Palestina chega desde o Hermon até o Golfo de Acaba e divide em

duas pelo Mar Morto. A parte setentrional se caracteriza pelo curso do Jordão e o

Lago de Genesaré, formado pelo rio Jordão, e que esta meta de meridional é uma

depressão com deserto.

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Page 17: Geografia, História e Arqueologia

O rio Jordão16 nasce de três fontes no Monte Hermon, cuja neve dá para ver de

longe na Galiléia. Em Jo 40,23 e Sal 42,7, fala do fluir as torrentes e o nome do rio

Rinen, fluir, correr. Jordão significa rio - Jarden. Este A parte setentrional tem três

fontes que formam o rio Jordão, o Nahr nasceria vertente ocidental do Hermon. Na

parte Jordão (Jos 4,22) e o Jordão de Jericó (Nm 26,3-63). O nome árabe é el-

urdum o lado meridional deste Monte se junta o Nahr Ledan e que nasce em tell El-

Kadina cidade de Dã. Ambos se unem a 43 m ao nível do mar, com o Nahr banyas

que vem da Síria. Então destes afluentes surge o rio Jordão.

Neste local os Fenícios adoravam o deus Baal17. Os gregos consagraram o lugar ao

deus da natureza Pan e o chamaram Paneion, e Paneas á cidade mais próxima.

Quando Augusto deu como presente toda aquela região a Herodes o Grande, o

monarca mandou construir sobre o cume do arrecife rochoso um templo de mármore

branco, para honra aos seus benfeitores. Seu filho Herodes Felipe fez da antiga

Paneas uma nova cidade, a que chamou, em honra a César e de si mesmo

Cesareia de Felipe. Os evangelhos sinóticos situam aqui a confissão de Pedro em

Mc 8,27-30, Mt 16,13-20.

Uma vez juntas as fontes, o rio passa por uma planície fértil de vegetação tropical,

situada quase ao nível do mar. Até algum tempo formava o rio Jordão, uma zona

açoitada pela malária, o pequeno lago Hule e depois da criação do Estado de Israel

1948, se fez várias drenagens. O lago Genesaré, salva o Jordão no correr de 16 km

um desnível de 210m (e 208 abaixo do nível do mar mediterrâneo). Do ponto da

antiga rota de Damasco cruza o Jordão vai parar num desfiladeiro rápido para o sul

e vai serpenteando em direção ao Mar Morto.

O lago de Genesaré se acha num quadrado, no lado ocidental pelos montes da

Galiléia e na parte oriental pelas alturas da antiplanicie da Transjordânia. As

margens do sul são mais escarpadas que as do Norte. No vale do Jordão tem a

planície de Genesaré na margem noroeste do lago, desde onde vários vales de

conexão levam-nos aos Montes da Galiléia, a planície da Galiléia e de Nazaré. O

lago tem uma longitude máximo norte-sul de 21 km, uma largura de este - oeste de

16 17

18

Page 18: Geografia, História e Arqueologia

12 km e uma profundidade máxima de 44 km, Sua superfície é de 168 km

(quadrados) e o nível é de 208 m abaixo do mar mediterrâneo. A água é doce,

transparente e que nos tempos bíblicos tinha muita pesca. A situação logo explica

suas tempestades súbitas (Mt 8,23-27; 14,24-33). De dia tinha uma temperatura

enorme (50 graus no verão), ao anoitecer os ventos frios do mar através das

montanhas da Galiléia. O calor e o ar frio precipitam no lago e bate nas águas

fazendo muitas ondas.

O Jordão sai do lago de Genesaré no extremo sudoeste e avança em direção ao sul,

serpenteando para o Mar Morto. Ao longo de 110 km o rio desce de menos 208m a

menos 390 m.Nos 110Km é largo e fértil.A chuva e os afluentes dão muita água ao

rio, e o mais importante é Jarmuque que desemboca no lago e na margem oriental o

Nahr vem da planície de Jezreel. No trajeto o rio Jordão oferece fácil acesso já que

seu leito é da mesma altura que o vale. As colônias Judaicas plantam e assentam

neste local “rico em água, como o jardim do Senhor” (Gen 13,10). Tem tanques e

peixes.

Nos últimos 70 km o rio Jordão começa a descer num vale inferior. O vale vai

ficando mais estreito o fundo do oeste está às montanhas de Samaria e Galaael. A

zona se torna em estepe, o solo não tem cultivo e a vegetação é rala. Nos 70 km a

depressão se amplia de novo e recebe de ambos as margens, afluentes como o

Jaboque no este e noroeste wady Fará que deságüe no Jordão pelo histórico vale

de Adão (Jos 3,16). Na parte final é larga e funda de sorte que forma um círculo. A

expressão círculo (Kirkar) na bíblia (Gen 13,10 s; I Rs 7,46; II Cron 4,17; Gen 13,12;

19,17-25-28s, Dt 34,3; II Sam 18,23; Nm 3,22; 12,28). Vem agora um terreno

rochoso e quedas de águas, e as águas recebem um tom amarelo por causa da

argila, vegetação tropical, salitre na água deixa-a amargosa, tem plantas de

Tâmaras o que na época do profeta Jeremias tem leões (Jer 49,19; 50,44; 12,5) e

hoje tem javalis. No Antigo Testamento recebe o nome “esplendor do Jordão” (Zac

11,3) e os árabes o chamam de Ez-zor (monte-baixo).

Não longe do Jordão nas terras rochosas tem o Ghor abaixo do nível do mar

mediterrâneo (Betsam menos 130m, Jericó menos 250m). Os assentamentos são

19

Page 19: Geografia, História e Arqueologia

antigos desde o século XII a. C. tinha muitos Oásis e Jericó é um Oásis com

frondosas palmeiras, laranjais e outras frutas que próximo depois tem um deserto

árido e sem vegetação que o rodeia.

A influencia do Mar Morto depois de alguns kms no mapa em mosaico de Mádaba

do séc. VI d. C. mostra a grande quantidade de peixes na desembocadura do Mar

Morto.O mar é o mais curioso que conhecemos, tem 78 Km de longitude e largura

de 17 Km e tem profundidade de 400m, sua superfície é de mil Km2. Este nome não

é bíblico, o nome no Antigo Testamento é Mar do Deserto, Mar Oriental, Mar

Salgado, (Gen 19,23-29).

O Mar Morto tem 25o/o de sal a mais que os outros mares ou 8 vezes mais, os sais

acumulados nas encostas, sem saída aumentou a salinidade deste local, e a grande

evaporação das águas, o excesso de potássio, bromo, magnésio. Este local serve

para os banhos medicinais. A bíblia nos fala que as margens do Mar Morto como

catástrofe – Sodoma, Gomorra, Adma, Zeboyim e Bela ou Zoar (Gen 14,2-8, 19,24-

28).

D - Transjordânia

Aqui tem uma antiplanicie de 800m de altura que desce em direção ao Jordão e que

do outro lado esta o deserto da Síria e Arábia. As chuvas são poucas e avança do

norte ao sul e do oeste para o este. Quatro vales dividem a região em cinco partes –

numa está o lago Hule e o lago de Genesaré, e que recebe o nome de Golam ou na

parte ocidental está Basã (Is 2,13, Ez 27,6; Zac 11,2) e os seus rebanhos (Dt 32,14;

Sal 22,13; Ez 39,18; Am 4,1). Tem uma paisagem de origem vulcânica de 1000 a

1200m de altura, e que para o este fica plano com 600m e tem o nome de (em

Nukra), para o este está Traconíte, ao sudeste as montanhas basálticas de Janram

( Ez 47,16-18) e o cume é de 1839m.

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Page 20: Geografia, História e Arqueologia

O Jarmuque divide o Golam do Adjlum e sua altura é 1261m e se vê o lago de

Genezaré, Galaael com passagens rudes, com bosques (Jer 22,6 ss) e de plantas

medicinais (Gen 37,25; Jer 8,22; 4,6-11). Aqui tem o povoado da cidade Gerasa que

fazia parte da Decápolis, foi a capital da região na época dos Gregos até a época de

Bizâncio.

Vem depois de Adjlin ao sul o Jaboque, este rio começa na antiga capital de Amon

de Rabat Amon, hoje Aman, e para o norte e noroeste, ao sul de Gerasa na direção

ao oeste e se encaminha logo, através de um leito fundo, o rio Jordão e o vale de

Ed-damge. No trajeto tem o desnível de 1100m de mais de 758 para menos de

350m em relação ao Mar Mediterrâneo. A terra do Sul o Jaboque se chama, belka

(terra sem árvores) com várias planícies e uma altura de 1096m, neste local

moraram os Amonitas. Desde o Monte Nebo de onde Moisés contemplou Canaã e

morreu (Dt 32,49; 34,1). O Nebo tem dois cumes, o Ebal com 835m e o Ras siyaga

com 710m que dá para ver o Mar Morto e todo o vale do Jordão.

A garganta do Arnon que separa o belka e de Moabe. O rio recebe vários afluentes

vindos da alta planície da estepe Sïria-Árabe com chuvas do inverno no Mar Morto.

O desnível entre o rio e o Mar Morto é de 1300m, para o sul a região de montanhas

de Moabe tem o rio Zerad (Nm 21,12; Dt2,13ss). O clima é de estepe e tem uma

planície de 1641m, para o este a montanha se dilui no deserto e que no oeste cai

para o Golfo do Arabá, a paisagem para o oeste está cada vez mais dominada pedra

roxa que nos lembra Edom – o país vermelho, as ruínas da cidade de Petra têm

convertido na atual região um importante interesse no turismo. Este local é

importante na narrativa bíblica - falo do regozijo de Esaú sobre os Edomitas em Gen

25,25 e o guisado de lentilhas que comeu (Gen 25,30).

5- O CLIMA DA PALESTINA

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Page 21: Geografia, História e Arqueologia

O clima da Palestina desde a época bíblica até hoje tem se mantido, não houve

alterações tremendas. De subtropical no Jordão, com verões curtos e dias de

inverno longos nas zonas temperadas.

A bíblia menciona este clima em (Gen 8, 22). Duas estações distintas - verão e

inverno. O Horef - inverno e o Kayis - verão são os nomes em Hebraico. A estação

das chuvas começa em outubro-novembro, as temporãs em Dt 11,14, Jer 5,24, Jl

2,23 e em março-abril com as chuvas tardias em Os 6,3. A semeadura ocorre no

inverno e a colheita no verão. Por isso o ano novo dos Judeus se dá no outono, com

a colheita em Ex 23, 16, 34,22, e o renascimento da vida com a chegada das

primeiras chuvas e assim começa tudo de novo. As maiores chuvas ocorrem em

dezembro e janeiro e este é o período do frio, inverno. A chuva é de 600 mm em

Jafa, 560 mm em Jerusalém, 700 mm em Nablus, 200 mm em Berseba e 1200mm

em Jericó. Neva poucas vezes no final de janeiro até 42 mm e de 10 mm na costa e

no vale do Jordão

Na época da chuva tem o florescimento das árvores, as flores em abundancia em Ct

2,11ss e em toda Palestina, inclusive nas estepes em Mt 6,30. O s ventos do oeste

sopra na tarde e anoitecer em Gen 3,8, fazem o clima ser melhor nos meses de

calor entre junho e setembro, inclusive nas montanhas. Neste período vem o vento

quente do deserto em Is 40,7, Os 13,15, Sal 103,16.

No verão a chuva é escassa em Gen 27, 28, Dt 33, 38, Os 14,6 que cai muito pouco.

Mas na costa do mar é com mais freqüência de junho a agosto e mais montanhas

em setembro. As temperaturas variam de 19-20O na costa, 16O em Jerusalém, 19O

em Nazaré, 22O em Tiberíades. As diferenças climáticas são enormes de uma região

para outra. No vale do Jordão colhe cevada em abril, e nas outras localidades em

maio. Em outros locais é a colheita do trigo e colhe de novo a cevada.

6 – SUBSOLO, FLORA E FAUNA DA PALESTINA

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Page 22: Geografia, História e Arqueologia

a- Subsolo

Em Dt 8,9, fala da riqueza do subsolo da Palestina. No tempo de Salomão em I Rs

7,46 e em Jos 3,16 de minérios. Em Gen 4,22, fala dos quenitas e tem provas

arqueológicas das minas de cobre e de ferro, na Transjordânia e em Arabá. Em Nm

33,11, fala dos fornos de fundição de ferro. Em I Sam 13,19ss fala dos portos que

exportavam metais de Chipre e da Ásia Menor. No Mar Morto tem milhões de

toneladas de sal (cloreto de sódio), magnésio, potássio e bromo. No Negev possui

fosfato, cobre, manganês, silício, argila, caulim, asfalto, granito, gesso e petróleo em

Ascalon.

b- Flora

Os textos do Antigo Testamento e do Novo Testamento falam da flora. No livro de

Cantares as imagens de plantas e animais da Palestina aparecem com grande

freqüência. Cervos, gazelas, pombas, pássaros, raposas, leões, panteras, etc. As

maçãs, vinhas, figueiras, romãs, palmeiras, ciprestes, cedro, nozes, lírios e narcisos.

Os cereais, o vinho, azeite, figos, romãs e o mel (Nm 13,23; Dt 8,8), as amoreiras,

sicômoros, as amêndoas, maçãs, os bosques e florestas, terebintos, tâmaras, as

acácias, rosas, lírios, hissope, eucaliptos, as laranjas, mangas, goiaba, abacates,

melancias e melões, apricot, tabaco, linho, algodão, açúcar, cactos. Estes últimos

implantados depois do estabelecimento do Estado de Israel.

c- A Fauna

Os animais bíblicos são camelos, asno, boi, ovelha, cabra, cavalo, cachorro. Os

animais selvagens são os leões, pantera, urso, lobo, hiena, chacal, raposa, javali,

cervo, gazela, muitas aves e insetos, escorpiões e cobras e o famoso gafanhoto

temível por sua ação. Os peixes da Galiléia e dos rios, tem hoje uma faixa de

proteção aos animais em Engadi como lobos, leopardos, javalis, tem 400 espécies

de aves e a reserva natural do lago Hule.

23

Page 23: Geografia, História e Arqueologia

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Page 24: Geografia, História e Arqueologia

CAPÍTULO II - O QUE É ARQUEOLOGIA?

A arqueologia de Israel está avançando cada vez mais. Os textos da

Bíblia não são e não devem ser comprovados pela arqueologia, mas sim, explicados

melhor, entendidos e interpretados cada vez com mais certeza. Os biblistas esperam

os resultados da arqueologia para trabalharem melhor a exegese. A pesquisa bíblica

não vive sem a arqueologia. Hoje encontramos centenas de revistas e milhares de

livros sobre o assunto. Existem revistas que publicam imediatamente os resultados

da arqueologia na Palestina e no mundo da Bíblia.

Esta ciência arqueológica se transformou numa das maiores

especialidades na pesquisa bíblica científica. A forma com que é feita esta ciência

cada vez mais aumenta as especializações e divulgações da pesquisa arqueológica.

Existe a divulgação e a mera especulação que devem ser descartadas da pesquisa

científica, seria e com muitas ciências auxiliares para a busca arqueológica. A

arqueologia no país da Bíblia, o moderno Israel transformou a busca num fascínio o

trabalho arqueológico.

A arqueologia aumentou o interesse pela pesquisa bíblica e melhorou as

confirmações históricas e literárias da Bíblia.

O que é arqueologia? A palavra arqueologia vem do grego arcaico

(antigo) e logos (estudo). A arqueologia é o aprendizado, ensino de coisas antigas.

Ela traz as informações e novidades de coisas antigas que estavam esquecidas ou

encobertas. No decorrer dos tempos a conceituação de arqueologia foi mudando.

No inicio ela se preocupava com a historia e seus acontecimentos.

O judeu Flavio Josefo na época de cristo chamou a historia do povo

judeu como a “arqueologia dos judeus”. Este conceito de Josefo permaneceu até o

séc. XIX ao XX. A arqueologia passou a ser a explicação das instituições e formas

de vida, (habitação, vestes, alimentos, pesos e medidas, comerciam, os meios de

comunicação, direito, guerras, sacrifícios e festas).

25

Page 25: Geografia, História e Arqueologia

Hoje arqueologia passou a ter um sentido mais amplo. Ela é a ciência

que pesquisa o passado de onde tira os conhecimentos necessários dos locais e

os materiais retirados dos mesmos que permaneceram escondidos e que só

aparecem com as escavações. As escavações estão ligadas a arqueologia e são

interligadas. Mas a arqueologia também é feita na superfície não é só escavação,

achados de cerâmicas, cacos de jarros e vasos podem indicar um local soterrado

que deve ser escavado.

Esta forma de arqueologia é o inicio, o começo para a escavação. Neste

modo começou o inventário, o local é levantado através da pesquisa histórica, a

partir daí pode-se descobrir locais importantes de uma civilização antiga. Por outro

lado, a arqueologia bíblica é diferente. Esta arqueologia só é feita no mundo bíblico,

e seus vizinhos.

A arqueologia bíblica começou como comprovação de textos bíblicos.

Muitos ainda hoje fazem a arqueologia desta forma, mas isto já está mudando. O

local, de uma povoação, a prática agrícola, as cidades, as atividades pré-bíblicas

(Assíria, Babilônia, Persa, Grega, Romana) e pós - bíblica (época romana, bizantina,

árabe, cruzada e turca). O conceito e o nome de arqueologia bíblica têm sido

mudados com as descobertas. Um dos maiores especialistas da atualidade V. Fritz

publicou um manual de introdução à arqueologia bíblica (1985).

A pesquisa arqueológica abrange na atualidade um campo vastíssimo.

Como exemplos têm visto através das escavações descobrimentos de fatos e coisas

da vida de gerações ou civilizações passadas: pode-se fazer um desenho das

culturas primitivas, como exemplos, têm as pinturas nas cavernas, ferramentas de

pedra, cerâmica, pedaços de edifícios e construções, esculturas e moedas, selos,

letras, sinais de línguas antigas e materiais como: pedra, barro, metal, couro, papiro.

Estes sinais escritos propiciaram desde o momento inicial e o surgimento de novas

ciências: a filologia, a estratigrafia.

A decifração de textos, e outros trabalhos que levam dezenas de anos de

trabalhos com decepções e grandes surpresas. Como exemplo Champolion em

1822 decifrou os hieróglifos egípcios e que somente em 1952 chegou-se a um

26

Page 26: Geografia, História e Arqueologia

denominador comum. Nesta data mais de 4 mil inscrições chegara ao publico nas

descobertas em Creta e Grécia que deu muito trabalho para decifrar até chegar um

acordo de ser uns caracteres em grego antigo. A data de sua redação pode ter sido

em 1450-1200 a. C. e pode ser importante para as historias bíblicas. Neste período

as descobertas de Amarna, período em que Israel esteve no Egito e período do

êxodo.

O pesquisador ou arqueólogo sempre procura iluminar de forma completa

todas as suas descobertas; procura entender e interpretar para chegar e checar as

conclusões. Ele precisa conhecer outras ciências e as técnicas de escavações,

historia do Oriente Antigo, línguas e escrituras dos povos da mesma época e incluir

o folclore e a pré-história. As relações entre a arqueologia e a Bíblia e a arqueologia

da Bíblia deve conhecer a fundo as línguas bíblicas e a própria bíblia. O arqueólogo

é um teólogo.

As ciências auxiliares da Bíblia mostram ao pesquisador que se não forem

aplicados corre-se o perigo de errar e concluir falsamente. Nas escavações na

cidade de Us dos Caldeus no sul da Mesopotâmia (entre 1922 a 1934), a cidade que

é citada no livro de Gênesis 11:28, de onde veio a família de Abraão. Foi um grande

trabalho de pesquisa. Grandes profissionais, diretores e escavadores sob a direção

de Leonard Woolley. Mas com as pesquisas e buscas, descobriram os vestígios de

uma grande inundação antes do milenium IV a.C. e que poderia ser o grande dilúvio

relatado em Gênesis no Antigo Testamento (Gen. 6-8). A divulgação na imprensa

mostrou que há uma distancia entre a ciência e a divulgação, Woolley observava

que à prova irrefutável da existência do dilúvio.

Porém, o grande arqueólogo e o grande pesquisador que é discreto e tem

cautela. As revistas e jornais sempre sensacionalistas, não mostrando a realidade

ao publico, todas as pesquisas, as hipóteses nem sempre “a Bíblia tem razão”.

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Page 27: Geografia, História e Arqueologia

CAPÍTULO III - CEM ANOS DE ESCAVAÇÕES NA PALESTINA

A ciência arqueológica é bem recente, o começo desta pesquisa começa

no meio do século XIX. A piedade, mística, sabedoria eram característica dos

primeiros pesquisadores. Uns foram apenas peregrinos e viajantes aproveitando

para conhecer mais do que pesquisar.

A mãe do imperador Constantino Helena no ano 324 d. C. fez uma

peregrinação na Palestina e a lenda diz que ela é a primeira arqueóloga, pois a

lenda mostra que ela escavou em Jerusalém até achar a cruz de Cristo. Depois disto

os peregrinos foram para Jerusalém pessoas estas que queriam conhecer ou saber

sobre a Palestina ou Oriente e começaram a escrever sobre os fatos buscados e

pesquisados. Assim mesmo não se pode dizer que isto seria uma arqueologia como

a possuímos hoje.

a) Os primeiros arqueólogos

A arqueologia começou no Egito, após as conquistas de Napoleão em

1798 e que um de seus membros tinha um sábio pesquisador e escritor. Estes

homens desempenharam com grande tarefa e quando Napoleão foi vencido em

1801, esta atividade acaba entre os anos de 1809 e 1822, os estudos e seus

resultados apareceu numa obra com 20 volumes com o titulo “Descrição do Egito”

relato tais fatos.

As escavações depois na Mesopotâmia pelo governo param e no ano de

1842, na cidade de Morsel, o cônsul francês P. Rotla faz algumas descobertas. A

arqueologia começa a se deslanchar no Oriente e várias descobertas são feitas.

Um norte americano Eduard Robinson faz varias descobertas. Estas

pesquisas têm um caráter mais cientifico na Palestina. Desta forma ele é

considerado o pai da arqueologia moderna. Robinson nasceu em 10/04/1794, ele

era filho de um pastor puritano, estudou na Alemanha e casou com uma filha de seu

professor em Halle.

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Page 28: Geografia, História e Arqueologia

Robinson era um individuo bem preparado, tinha vários conhecimentos

científicos. Ele sabia o Grego e o Hebraico. Ainda conhecia a poesia e grande

pesquisador da exegese do Novo Testamento de sua época. No ano de 1837 ele é

professor de Bíblia no Seminário União de Nova York, a forma que ele trabalhava,

deu a oportunidade de viajar muitas vezes para estudos na Palestina. A uma visita

foi exatamente de 12 de abril até 17 de junho de 1838. Ele estava como missionário

americano em Beirute com seu acompanhante o missionário E. Smith. Este já era

uma pessoa que conhecia o ambiente, conhecia os locais como os árabes. Em

1852, Robinson volta outra vez por 4 meses e permaneceu na Palestina por 7

meses.

Este autor aproveitava ao máximo o tempo e a sua obra com 3 volumes

são: Pesquisas Bíblicas na Palestina, Monte Sinai e Pedra Árabe, escritas em Berlim

depois de sua viagem e publicadas em Boston em 1841. Ele coletou muitos

materiais topográficos. Ele sempre procurou pesquisar os locais bíblicos.

A sua primeira e grande preocupação foi conferir os dados bíblicos com

os nomes das cidades referidos na mesma. Estes eram os topônimos. Robinson

observava que a toponímia da Bíblia não estava fundamentada naquilo que os

peregrinos da Terra Santa e sim nas tradições populares árabes. No seu livro

“Pesquisas Bíblicas” tem a primeira relação em um catalogo de nomes geográficos

árabes transcritos em Árabe e em Latim. Mas algumas vezes errou nas localizações

e transliterações. Ele acreditava que as ruínas de Cafarnaum se achavam em

Betsaida e buscou a Sião Bíblica na parte superior ocidental de Jerusalém, jamais a

acharia.

Este pesquisador era cauteloso, mas sempre era cético e às vezes a má

confirmação religiosa falava mais alto do que as tradições dos peregrinos. Ele

sempre viu na cena da tela da eucaristia um modelo de local de adoração islâmica e

de orações de um altar sobre qual celebrava a missa. Ele critica assim: “As duas

superstições permaneceram lado a lado numa justa posição singular”. Vangloriam-

se de não ter pisado nunca num convento católico e dos franciscanos na Terra

Santa e se gloriava de nunca ter falado com um monge.

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Page 29: Geografia, História e Arqueologia

E na sua época e tradição, quando chega à Cidade Santa, no Sábado de

Aleluia, a sua visita foi na Igreja da Ressurreição, no momento em que se celebrava

a missa da Páscoa. Ele achou aquilo um escândalo e decidiu nunca mais voltar

naquele local. Estes detalhes são importantes por que ele não pode negar que a

Igreja escavada se levantava exatamente no local do Gólgota.

Na realidade ele foi um pesquisador e não um escavador. As suas

observações são baseadas em livros e pesquisas e não em escavações. Ele jamais

teve no campo escavando. Ele só analisava as descobertas depois dos resultados

finais escritos. Os seus sucessores nem o mencionam por causa destes fatos. O

francês E. Saulcy nos anos 1850/1851 e 1863 fez varias explorações e escavações,

desenterrou em Jerusalém um cemitério que ele identificou como os sepulcros dos

grandes reis de Judá, que os datou de 600 a. C. Na realidade não era nada disto.

Era apenas um mausoléu de uma família rica e poderosa na época do século I d.C.

Este autor Saulcy se equivocou quase 500 anos. Assim começou a pesquisa

arqueológica na Palestina.

C. Warren não contribuiu mais que os outros. Este arqueólogo trabalhou

em Jerusalém, vindo da Inglaterra no ano da criação do ‘Fundo de Exploração na

Palestina’ em 1869. Esta foi a primeira visita fundada que mudou de nome em 1937,

“Semanário de Exploração da Palestina”. Warren foi o primeiro pesquisador enviado

por esta revista para trabalhar na Palestina.

A revista se frustrou com o envio deste pesquisador. Datou na época de

Salomão. O muro da explanada do Templo, construído sem qualquer duvida na

época de Herodes mil anos depois da época de Salomão. Ele disse que foram os

cruzados que destruiu a fortaleza Macabeia de Gibeá do século II a. C. mais de mil

anos antes. Esta revista depois ganhou o mérito. Estes fatos não diminuíram a sua

criação. Colhe muitos êxitos no campo da exploração da Terra Santa. Ele contribui a

forma para aumentar mito na arqueologia bíblica a obra em 7 volumes com o

pesquisador francês V. Guerin: “Descrição geográfica, histórica e arqueológica da

Palestina”, Paris 1868 / 1880. Esta obra é importante, descreve a geografia bíblica

e a geologia que para este autor eram importantes.

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Page 30: Geografia, História e Arqueologia

Outro pesquisador que teve mais sorte e foi mais importante, o francês C.

Clermont, que era adjunto da embaixada francesa em Jerusalém e se dedicava à

arqueologia como forma secundaria. Em 1869 comprou a pedra do rei Mesa. Esta

Estela, escrita em Moabita, o rei Mesa de Moabe (840 a.C. no inicio o da divisão do

reino Judá e Israel) narra como matou o rei Acabe de Israel e se libertou desta

escravidão e retornou as partes que foram tomadas por este rei de Israel no norte do

Arnon.

Este pedaço de terra fora perdido pelos Moabitas para o rei Omri de

Israel. A Bíblia nos informa num relato destas conquistas de Omri, ainda que

mencione o pagamento de tributos a Moabe em II Reis 3.4 e a rebelião de Mesa à

morte o rei Acabe em II Reis 3.5 e a tentativa fracassada de Israel de dominar os

terrenos em Moabe em II Reis 3. 6-27. A Estela Mesa é um grande exemplo de

como a arqueologia bíblica confirma e completa as informações narradas no Antigo

Testamento.

Em 1871 Clermont encontrou uma parede de uma escola, não longe da

parte principal do templo de Jerusalém, uma prancha escrita em Grego, hoje ela se

encontra em Istambul, que procedia do templo de Herodes, em que se proibiam não

Gentios, debaixo da pena de morte, entra nos pátios da área do templo reservados

aos judeus (ver at. 21,28).

Depois foram fundadas as sociedades e escolas para a pesquisa na

Palestina. A sociedade Americana de Exploração da Palestina, em 1870, e a

Associação Alemã pareciam Explorações da Palestina em 1877.

Em 1878, esta ultima associação criou a revista até hoje editada como

órgão oficial (Zeitschrift des Deutschen Palestina - Vereins).

b) A Arqueologia de 1890 à 1ª Guerra Mundial

Este ano começa a etapa de consolidação da arqueologia da Palestina.

W. M. Petrie é o grande pesquisador americano desta época. Ele começa a sua

investigação depois do Egito por dez anos e depois vai para a Palestina. Em 1926

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Page 31: Geografia, História e Arqueologia

trabalha muito nas escavações em locais importantes de Israel. Ele morreu com 90

anos, em 1942 e foi enterrado ali mesmo no cemitério inglês de Jerusalém, perto da

sala famosa da última ceia de Jesus.

Este autor em 1890 fazia parte do fundo de Exploração da Palestina, e

escava uma colina em ruínas. Esta colina era a Tell el-hesi, na Palestina meridional

a 25 km do oeste da cidade de Gaza. Petrie e sua arqueologia trouxeram varias

abordagens que são três modos para a futura arqueologia.

1 - As colinas ou vales, que em árabe é tell (plural tulel), são montes com

escombros que pode ter sido um local de um assentamento, vila, cidade ou

povoado.

2 - As escavações neste local e estas ruínas foram utilizadas para

recolher peças importantes para serem enviadas aos museus. Mas que devem ser

para acentuar que estes utensílios sejam tipos, condição para explicarem a historia e

o local ou cidade conforme a cronologia e dentro deste modo, uma certeza.

3- Os descobrimentos nestes locais, as cerâmicas encontradas são os

modos mais seguros para datarem estes lugares.

Este autor é o 1° arqueólogo que aplica uma metodologia da pesquisa na

Palestina, esta ciência aprendida no Egito por Petrie. Os fatos posteriores atestaram

a grande capacidade da metodologia para classificar, entender e explicar os

achados nas escavações. Deste modo, a pesquisa feita pelas cerâmicas de vasos,

fragmentos e cacos demonstra realmente a época que foi fabricada, o local e a

pratica usada para a forma da cultura de cada local escavado.

Esta forma de pesquisa seja ela de barro, argila, as superstições

escavadas, as formas dos vasos e nas pinturas e enfeites que eram usadas e

culturas diferentes podem dar as características e as épocas destas culturas (Idade

do Bronze, Idade do Ferro e as etapas, e subdivisões). Petrie começa esta

metodologia mostrando o caminho que foi traçado e que é seguido até hoje.

32

Page 32: Geografia, História e Arqueologia

No ano de 1890 começa a grande fase da arqueologia da Palestina.

Neste ano o dominicano francês fundou em Jerusalém a Escola Bíblica, e que

começa a investigação no solo da Palestina. M. J. Lagrange anos depois fundou a

Revista Bíblica. Ele criou dentro da Igreja Católica o método da critica histórica.

Numa de suas pesquisas de investiga alguns relatos bíblicos e que lança luz a critica

histórica e cultural e determina os gêneros literários de tais narrativas. Estas

abordagens não comuns na arqueologia. Lagrange não foi um arqueólogo, mas um

biblista. No ano de 1920 ele faz da Escola Bíblica de Jerusalém o modelo da

pesquisa arqueológica e Bíblica. O governo francês viu a seriedade da pesquisa e

oficializou a escola como do Governo da França, devido a sua importância na

pesquisa.

O grande pesquisador da Escola Bíblica de Jerusalém foi L. H. Vincent

(1876/1960). Ele não atua entre as duas grandes guerras mundiais e retorna depois

de 1945 até a sua morte em 1960. Este é um dos maiores pesquisadores que temos

noticias como grande conhecedor da Palestina. Escreveu vários livros: “Conheci

após a exploração recente” (Paris 1907) e recopila vários resultados das escavações

do Fundo de Exploração da Palestina e do Fundo Alemão de Pesquisa. Nesta obra é

vista toda a questão das cidades da Palestina, suas fortificações, locais, sítios,

objetos, praticas culturais, os túmulos e a pratica funerária.

As outras fundações criadas foram: Sociedade Alemã para o Oriente em

1898; Asor em 1900; a Basor 1919; a Bar 1938; Instituto Evangélico Alemão para a

ciência da Terra Santa em 1902 e o seu órgão em 1905-1941; Revista anual da

Palestina; a sociedade de Exploração Judaica da Palestina em 1913 e o órgão

Boletim. Os arqueólogos alemães escavaram locais muito importantes como:

Taanak (1901-1904 por E. Sellin), Megido (1903-1905 por Schumacher) e Jericó

(1907-1909 por E. Sellin / C. Watzinger).

As escavações em Jericó conseguiram já de uma forma especial

descobrir coisas até então não previstas como que: a datação correta dos muros e

as camadas de terra e cinza. A fundação de E. P. pesquisou a cidade de Gezer

(1902-1909 debaixo da tutela de RA Macalister). A escavação de maior importância

e completa foi a de Samaria pela Universidade de Harvard sob a direção do

33

Page 33: Geografia, História e Arqueologia

pesquisador G. A. Reisner. Com o surgimento da 1ª Guerra Mundial acaba a fase da

pesquisa arqueológica.

c) A arqueologia entre a 1ª e 2ª Guerras Mundiais

Esta fase é mais complicada, pois começa o período das lutas árabes e

palestinas. Desta forma a arqueologia se torna mais importante e frutífera na

pesquisa de Terra Santa. Nesta época a Palestina tinha o domínio Turco e o ano de

1920 passa para as mãos dos aliados e em 1922 passa as Nações Unidas e a

Inglaterra assume o poder neste local. A Inglaterra administra a Palestina e isto

tornou muito beneficente para a pesquisa arqueológica.

A administração cria um comissariado e um departamento especial

para a antiguidade. A Inglaterra ajuda com a policia, vigiar e ainda por cima

promove a pesquisa arqueológica em todo país. Com a ajuda da fundação

Rockfeller, em 1921 foi criado um museu arqueológico da Palestina e em 1930

lançou a pedra fundamental do edifício que se encontra até hoje em Jerusalém.

Com as descobertas os materiais foram depositados as peças neste

museu. Antes levava as descobertas para os museus na Europa, Paris, Londres,

Nova York, etc.

Com o surgimento do automóvel e das estradas na Palestina facilitava a

locomoção deste material de um local para o outro; dos locais das escavações para

Jerusalém. Criaram-se novos Institutos de pesquisas como: POS (Sociedade

Oriental de Pesquisa em 1920, a Revista da POS); a Escola Britânica de

arqueologia em 1920; e a Universidade de Hebraica de Jerusalém; e a filial do PIP

(Pontifício Instituto Bíblico de Roma) em Jerusalém em 1927.

As escavações mais importantes deste período foram feitas na cidade de

Samaria por uma sociedade recém criada de judeus americanos (Joint Expedition -

Junta de Expedição, 1931- 1935 – J. Crowfoot), a cidade de Lakis (por britânicos em

1932-1938 – J. C. Starkey) e cidade de Bet Sam, (norte americano em 1921-1933-

C. S. Fischer, A Rowe G. M. Fitzgerald), a cidade de Megido (1925-1939- C.

34

Page 34: Geografia, História e Arqueologia

Fischer, P. Guy, G. Lond) e a Tell-beit – Misrim (em 1926-1932 por W. F. Albright).

Este último pesquisador americano começou aplicar uma nova metodologia com as

datações das camadas da terra e as datações de cerâmicas.

As outras pesquisas arqueológicas que foram abundantes entre as duas

realizadas pelo Pontifício Instituto Bíblico no achado do período calcolítico de

Tuleilat Ghassinil ao norte do Mar Morto em 1929-1938 por A Mallon e R Koeppel e

a cidade de Ai pelos franceses em 1933-1934 por J. M. Krause.

Nestes locais da Palestina as escavações feitas por arqueólogos

franceses descobriram varias cidades de muita importância: Ugarit (Ras – Shamra)

na costa setentrional da Síria em 1929 por C. Schaeffer e a cidade de Mari, no rio

Eufrates em 1939 por André Parrot. Neste período, a técnica utilizada e as técnicas

das escavações registraram novos métodos e datações mais eficientes por

cerâmica e com maior segurança.

d) A arqueologia depois de 1945

Nos períodos anteriores ocorreram fatos importantes e muitas

descobertas no inicio destas escavações. Antes das Guerras, nos intervalos e agora

depois da Grande Guerra Mundial a arqueologia foi um pouco atrapalhada pelo

conflito Árabe – Judeu, que após o ano de 1947 com a organização do estado de

Israel, surge neste horizonte a batalha palestina e a divisão do país. A questão

fundamental da pesquisa e administração palestina passa para a administração de

Israel e a Jordânia. Porém Israel provocou uma grande busca, pesquisa e

investigação arqueológica e no campo árabe foram sós instituições européias e

norte-americanas; enquanto que, Israel desenvolveu a sua pesquisa em seu

território sem a ajuda estas instituições.

Nesta época surge a pesquisa de fotografia aérea. As escavações mais

importantes na parte da então Jordânia foram os pesquisadores ingleses como:

Kathleen M. Kenyon em Jericó (1952-1958), o francês Roland de Vaux em Tell el-

fara (Tirsa em 1946-1960) e Qirbeit Qumran em 1951-1956. As escavações

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Page 35: Geografia, História e Arqueologia

conjuntas destes estudiosos recém mencionados nas vertentes oriental da antiga

colina da cidade de Jerusalém em 1961-1967.

Os arqueólogos dos EUA: J. B. Pritchard em El-dib (Gabaon em 1956-

1962), J. Kelso em Betel (1954-1957) e G. E. Wright em Siquém (1956-1964 de

novo em 1972-1973). No território de Israel a arqueologia teve seu apogeu neste

período.

As escavações feitas por: Y. Yadin em Hazor (1955-1958) e em Massada

(1963-1965); Y. Aharoni e Ruth Amiram em Arad (1962-1967 e de novo no mesmo

local em 1971), deste local nas escavações apareceu um templo da época da

monarquia em Israel e por fim, Y. Aharoni em Beerseba (1969-1975) e Ruth Amiram

em Dã (1966-1984).

No Negev foram revelados muitos segredos de épocas antigas. Já no ano

de 1934-1938 a exploração dos locais onde viveram os Nabateus e Bizantinos de

Subeita (Sivtta), Nessana (Nuzzana), Eleisa (Holusa) e Oboda (Advat) com suas

preciosas igrejas, baixo a direção de H. Colt e depois completada em 1958 pelos

Judeus arqueólogos. Os Judeus se juntaram aos franciscanos e deram um impulso

maior na busca e pesquisa das antigas sinagogas da Galiléia, no Golan e na Judéia

Meridional, com os mosaicos e inscrições.

Porém nenhuma cidade bíblica era maior de idade interesse que

Jerusalém. As escavações nesta cidade sempre foram complicadas, os judeus

ortodoxos e a habitação dificultaram e ainda criam problemas. Somente os locais

não habitados e as licenças obtidas para escavar as cercanias da cidade. K.

Kenyon em 1961-1967 tornou evidente em seus trabalhos mostrando que o sistema

de construção de Jerusalém antes da monarquia e a cidade de Davi tinham um

sistema de defesa, as escavações então foram para estes locais que terminou após

a guerra dos seis dias em 1967, na parte antiga da Jerusalém atual pesquisada por:

Naum Avigad, Benjamim Mazar. Magen Broshi que concluíram os seus trabalhos e

deram a conhecer que Jerusalém após o século VIII cresceu mais para a parte

meridional da colina ocidental. O interesse pelas escavações feitas por Y. Shiloh

36

Page 36: Geografia, História e Arqueologia

(1978-1985) focaliza a parte da cidade de Davi desde seus inícios na época dos

Jebuseus antes de 3000 a.C.

Na parte dos arqueólogos alemães as suas atividades foram

interessantes. As escavações alemãs-judaicas em Hirbet el-Massas, Negev (1972-

1975), com a direção de V. Fritz e A. Kempinski tiveram amplas conseqüências para

compreensão do processo da conquista Israelita. Desde 1982 as escavações feitas

V. Fritz em Tell el-oreme (Kinneret) junto ao lago de Genezaré teve progressos. V.

Lux pesquisou em 1976-1980 em Uninkes na Transjordânia a cidade de Gadara,

que era a parte antiga da Decápolis.

As grandes escavações e as grandes descobertas foram realizadas em

Qumran. Este é o maior achado da época moderna desde 1947. As descobertas do

mosteiro de Qumran, as bibliotecas e os locais de escritas mostram realmente que

tais achados são os mais vigorosos deste período. Inicia-se em 1958 a publicação

da Revista Cientifica de Qumran (Revue du Qumran) que sai sempre com todas as

contribuições possíveis.

37

Page 37: Geografia, História e Arqueologia

CAPÍTULO IV - A IMPORTÂNCIA DA ARQUEOLOGIA

A ciência bíblica tem evoluído muito. Na Palestina a arqueologia tem

progredido e auxiliado muito a pesquisa da Bíblia. As escavações no oriente também

têm ajudado e em muito na pesquisa bíblica. Entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia

tem escavações que tem auxiliado esta pesquisa. A importância da arqueologia para

a compreensão da Bíblia tem sido não para confirmar, mas para ajudar apenas.

A confirmação de dados bíblicos é só uma parte menor desta importância.

O serviço que tem prestado à pesquisa bíblica completa e auxilia a explicitar os fatos

da Bíblia. As narrações da Bíblia nas questões do contexto e situações da historia e

cultura do oriente e interpreta o seu modo de vida, a mente oriental e a sua

linguagem. O descobrimento feito por uma escavação arqueológica pode ajudar a

Bíblia ou completar ou lançar luz nos aspectos históricos e culturais.

a) A arqueologia confirma alguns dados da Bíblia:

Exemplo disto é que a arqueologia confirma que Moisés não conheceu a

escrita hebraica e então ele não é o autor do Pentateuco, coisa que foi apenas

confirmado pelos Pais Apostólicos. Se ele não sabia escrever e que a escrita em

Israel surge apenas na época do Ferro e eles vivem no período de Bronze tardia em

1600-1200 a.C. Neste período só existia hieróglifo egípcio, a escrita silábica

cuneiforme babilônica e duas escritas alfabéticas: o alfabeto coniforme ugarítico e o

alfabeto linear Cananeu e Fenício.

A escrita hieroglífica egípcia aparece na Palestina em estrelas: pedras ou

em túmulos e em estátuas colocadas em cidades e fortalezas durante o domínio

egípcio naquelas áreas, no Bronze Médio e tardio. As três estrelas dos faraós e o

fragmento de uma quarta anterior na cidade militar de Bet Sam, ao sul do lago de

Tiberíades e outras estrelas privadas entre escritos hieroglíficos. Nestas estrelas

mencionadas em escaravelhos adornados com hieróglifos. São objetos de enfeites

no Egito na forma de um besouro e eram usadas como amuletos e selos. Estes têm

sido encontrados nas ruínas das cidades da Palestina e em túmulos. Sempre tinham

38

Page 38: Geografia, História e Arqueologia

o nome do faraó da época, o que é de grande valor para indicar e fixar as datas dos

locais. A maioria de escaravelhos tem sido descoberta nas escavações nas cidades

meridionais da Palestina, como Tele El-Fara, Tel El-Addjul, Lakis e Gezer; nos locais

de maiores contatos com os egípcios. Mas também foram encontrados tais tesouros

em Siquém e na Palestina Central.

As escritas cuneiformes da Babilônia que foram descobertas na Palestina

ou que eram destes locais são muito grandes. As escavações descobriram tais

materiais em 20 (vinte) tabuinhas cuneiformes dos séculos XV e XIV a.C. Doze

tábuas são de Taanak ou Tell Ell-taanel, na margem meridional da planície de

Jizreel, e do arquivo do prefeito da cidade, e as outras foram encontrados em: Tell

Ell-Hesi, Gézer, Siquém Jericó e Megido. Mas devemos lembrar que nas de Tell Ell-

Amarna no Egito, em língua Babilônica e em escrita cuneiforme procedem de

princípios siro-Palestinense.

No início do II milênio a.C. se conhecia no território cananeu a escrita

silábica e poucas descobertas foram feitas. Estas são inscrições pictográficas (que é

apenas 10 as tabuinhas) descobertas em Biblos. As mesmas até agora não foram

decifradas devido a dificuldade, mas que é uma linguagem silábica. São 100 sinais

de escrita hieroglíficas, egípcia e cuneiforme babilônica, as inscrições de Biblos são

mais de 114 sinais diferentes e que se deve interpretar como um modo precursor

das escrituras posteriores.

A grande importância cultural de Canaã é do período antes da conquista

dos hebreus na Palestina. Esta foi a escritura alfabética e que acontece entre 1500 e

1000 a.C. e se dá de várias formas diferentes. O alfabeto cuneiforme de Ugarit

também denominado de Rãs El-Schamra e o alfabeto linear cananeu-fenício, do

qual deriva paleo-hebreu, o hebraico depois, o grego e o latim.

A escritura cuneiforme ugarítica é uma adaptação da escritura cuneiforme

Babilônica ao sistema alfabético. Porém, que a escrita cuneiforme babilônica como

escrita silábica tinha que ter vários sinais com mais de 100, o Ugarítico tinha apenas

29 e podia ser reduzido a formas mais simples. Os 100 caracteres anteriores de

ugarítico estão no Museu de Louvre, em paris e o Código de Alepo em Paris e em

39

Page 39: Geografia, História e Arqueologia

Damasco na Síria. Na Palestina se tem descoberto só em pequenos textos com a

escrita cuneiforme em Ugarítico, mas não são suficientes para ser um tipo de escrita

conhecido nestas localidades no século XIV a. C.

O alfabeto linear cananeu-fenício foi se desenvolvendo através de vários

séculos. Os testemunhos mais antigos são denominados de inscrições do Sinai.

Trata-se de breves frases gravadas nas rochas das montanhas do Sinai por semitas

antigos que eram condenados a trabalhos forçados e que os faraós os enviaram

para explorar as minas de cobres e de malakitas nestas montanhas do Sinai.

Descobriram mais de 26 inscrições, a maioria delas em Serabit El-Kadim. A sua

origem pode ter sido no começo do Novo Império Egípcio, na época da mudança do

bronze médio para o bronze tardio, ou seja, no século XVI a.C. Os exemplos

encontrados recentemente este alfabeto escrito em vários lugares da Palestina, por

exemplo, em Siquém, Gézer e Lakis.

Este alfabeto cananeu-fenício tinha alcançado já uma plenitude e a forma

desenvolvida plena encontrada no sarcófago do rei Aiham de Biblos (século X a. C.

e está agora no Museu de Beirute, no Líbano), a época de Davi e Salomão. Este

alfabeto escreveu Davi a Carta trazida ao chefe de seu exército, Joabe,

encomendando-lhe que matasse na batalha a Urias, marido de Bate Seba em II

Sam. 11.14ss e que o ordenou a assinar os Salmos dos quais é o autor. Com ele

escreveram os historiadores da corte real os anais sobre os que fundamentaram os

livros de Samuel e dos Reis.

Com estas descobertas arqueológicas pode rastrear-se, através da

história de Israel até aos tempos de Jesus, a posterior evolução dos escritos usados

pelos cananeus, fenícios e os hebreus. A inscrição de Siloé no desaguar do tanque

para levar água, construído pelo rei Ezequias em 700 a. C., e as cartas de Lakis em

588 a.C. são exemplos do tipo de escrita de que se serviram os profetas Isaias e

Jeremias. Os textos dos manuscritos do Mar Morto têm um alfabeto em que se

escreviam na época de Jesus e na Palestina os textos Hebraicos e Aramaicos.

Em todos os materiais encontrados, a história da escrita nos resulta o

amplo campo da literatura cujo serviço se coloca os diferentes sistemas e modelos

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Page 40: Geografia, História e Arqueologia

de escrita. A arqueologia ajudou e trouxe luzes novas mudando uma situação

enigmática. Ela tem dado uma imagem diferente das primeiras etapas da atividade

literária no antigo Oriente. Conhecemos o nível maior e elevado e que inicia a

historiografia dos Hititas na segunda metade do II milênio antes de Cristo, ou seja,

mil anos antes que em Israel surgisse a escrita.

Neste novo período encontramos em Ugarit uma poesia religiosa que é

uma comparação com os Salmos de Davi no Antigo Testamento e também de outros

escritos da Bíblia Hebraica. Assim, podemos entender o pensamento religioso do

mundo ao redor de Israel através de uma forma de mitologia. A narração na Bíblia

do dilúvio deixa de ser um enigma após as descobertas dos escritos da Epopéia de

Gilgamesh, uma descrição da Babilônia sobre o dilúvio. Quanto às leis que

encontramos no A.T., como seis códigos legais do Antigo Oriente, todos eles

anteriores à Lei de Moisés: a Lei do rei Urnami (na Suméria em 2.500a.C.); a Lei do

rei amorreu Bilalama de Esliminna (Babilônia em 1925a.C); a Lei de Hamurabi da

Babilônia (Babilônia em 1700a.C); a Lei Hitita (em 1450 a.C) e a Lei Assíria (em

1350 a.C). Assim podemos ver que estas leis antes das leis Israelitas têm seus

paralelos mais antigos do que a pretensa lei de Moisés.

Se Moisés freqüentou escolas no Egito, estas escolas eram da corte dos

príncipes e que ele estudou os códigos de leis dos grandes povos do Antigo Oriente

e que estes conhecimentos dificilmente deixariam de influir em sua própria lei. A lei

de Moises é muito equilibrada e branda e às vezes dá a impressão de que seu autor

elegeu e com uma intenção das clausulas mais severas e as mais suaves dos

códigos orientais mais antigos. A lei de Moises mostra o que ferir um indivíduo e que

este fique sem trabalhar, de cama, o agressor deve recompensar ao ferido pelo

trabalho perdido e deve dar correlato. Aos gastos até ser curado totalmente (Ex. 21.

18ss). No código de Hamurabi tinha que pagar os salários do médico. No direito

Hitita (I, 10), o agressor não só devia correr com os gastos dos trabalhos perdidos e

o salário do médico, mas que ainda deveria entregar ao paciente uma soma em

compensação pela dor causada.

Os textos orientais antigos dão a luz nas escavações arqueológicas não

só têm levado a um novo valor da literatura bíblica e que são muitos casos que tem

41

Page 41: Geografia, História e Arqueologia

confirmado umas grandes documentações com escritas dadas concretos da Bíblia.

Os modos não estáveis e elementos errantes do segundo milênio a.C que aparecem

debaixo do nome de Hab/piru nos textos cuneiformes e de ‘PRW (apiru) nos textos

egípcios lançam luzes sobre os hebreus (‘ibrim) da Bíblia levados pela conquista da

liberdade.

Ou como exemplo. O Cântico de Vitória do Faraó Merneptá (em 1220 a.C)

gravado em hieróglifos numa estrela comemorativa descoberta em Tebas, se

menciona a aniquilação de Israel na Palestina por obra do faraó, é claro que, deve

ter tido nesta época e nestas terras um grupo de povoação chamado Israel. As

fortalezas egípcias de Pitom e Sukaf citados em Ex 1.11; 12.37; 13.20 estão

mencionadas na narração de um funcionário de aduaneira como estações de

passagem dos beduínos asiáticos. Quando os filhos de Jacó entraram nesta região

de pastagem em Gósen para seus rebanhos comerem o pasto num período de

estiagem.

As informações que possuímos sobre o período da monarquia e que de

certa maneira confirmam e completam os relatos bíblicos estão nos escritos

cuneiformes. Os anais Assírios mencionam a anexação de amplos territórios do

Reino do Norte (Israel) feita por Tiglet Pileser da Assíria, um século antes da morte

do rei Peca, Ozias (II Rs 15.2 a 5). E o que ocorre com a conquista de Samaria por

Salmanasar em 722 a.C (II Rs 17), estes concordam com os relatos bíblicos e

assírios da campanha de Senaqueribe contra Judá em 701 a.C. no detalhe de que o

rei da Assíria cercou Jerusalém e a submeteu em tributos ao rei Ezequias, mas não

chegou a conquistar a cidade (II Rs 18ss; II Cr 32; Is 36ss).

Os fragmentos de argila e barro com inscrições óstracas de Laquis, com

informações dos postos avançados aos comandantes da cidade, dão luz ao fulgor

de um relâmpago sobre tal situação que se encontrava em desespero. Judá em

conseqüência da invasão de Nabucodonosor em 588 a.C. Estes óstracas confirmam

a notícia de Jeremias 34.7, conforme estes versos, em Jerusalém só resistiam

Laquis e Azeca e mencionam as pessoas da cidade de Jerusalém que pararam com

as mãos do país e da cidade (Jr. 38.4).

42

Page 42: Geografia, História e Arqueologia

No ano de 456 veio à luz uma crônica Babilônica depositada no Museu

Britânica que confirma o relato bíblico de que Nabucodonosor tomou pela primeira

vez Jerusalém no ano 597 a.C. (II Rs 24), senão que dá o dia exato da conquista: 16

de março deste ano. A notícia bíblica de que Ciro ordenou no ano 538 a.C. a

reconstrução do templo de Jerusalém (Es 6.3-5; 1.1-4) tem sido confirmada pela

inscrição num cilindro de argila no que Ciro declara que tem devolvido a sua pátria

aos deuses que tinham sido levados à Babilônia.

Os outros achados de materiais arqueológicos têm confirmado em

numerosos casos os acontecimentos da história bíblica. Os teores do testemunho

das escavações de várias cidades da Palestina sofreram na metade do século XII

a.C. uma grande destruição e a continuação pela cultura bem primitiva comparada

com a anterior: Ascalon, Gibea, Bet Sam, Kiriat Sefer, Mizpá, Betesemes, Megido,

Lakis, Hazor. E em casos concretos pode discutir-se o significado destas destruições

é sem dúvida aquele modo destruidor estava relacionado com o processo da

conquista israelita de Canaã.

O fato de que a cidade de Silo florescente no século XII a.C. como

testifica os descobrimentos arqueológicos – de que fora destruído pelo fogo no

século XI, se explica pelos acontecimentos das guerras filisteias descritas em I Sm

4. Assim a destruição de Dã aclama o relato de Jz 18, na qual os danitas

conquistaram a cidade de Lakis quando estavam buscando um novo assentamento.

Conforme I sm 13. 19-22, na época dos juizes e durante os primeiros tempos da

monarquia, oi filisteus detinham o monopólio do ferro.

A maior contribuição para a prova de todos os materiais de ferro e de

seus usos tem mostrado que os primeiros que usaram o ferro nos séculos X e XI

foram cabalmente os filisteus. As escavações dos locais dos filisteus se têm achado

grande quantidade de inusitada de jarras de vinhos e cervejas, o que indica que

estes povos já apreciavam vários tipos de bebidas.

“Também debaixo deste aspecto concordo com a arqueologia e com a

tradição bíblica, como vemos pela história de Sansão, na que se mencionam com

43

Page 43: Geografia, História e Arqueologia

freqüência de banquetes e bebedeiras; por outra parte se insinua claramente que

Sansão não bebia vinho nem cerveja”.

A fortaleza construída por Saul em Gibea (Tell el-ful), onde Davi tocava

harpa e Saul jogou uma lança (I Sm 16-19). Nestas ruínas mostra a imperícia

arquitetônica dos israelitas nesta época. Conhecemos também todo o sistema de

abastecimento de água em Jerusalém e o túnel em passagem que descia da cidade

até a fonte de Gijom e pela forma que os homens de Davi subiram pelo interior deste

recinto murado (II Sm 6-9), como os dispositivos que levavam a água desde a fonte

que estavam dentro dos muros da cidade: o Canal de Acabe a céu aberto (Is 7.3), o

túnel que mandou escavar na rocha, pelo rei Ezequias (II Rs 20.20; I Cr 32. 2ss, 30)

e o Tanque de Siloé alimentado pelos vários canais (Js 9.7).

O dado bíblico de que Salomão fortificou solidamente as cidades de

Hazor, Megido e Gezer (I Rs 9.15) têm sido expressamente confirmados pelas

poderosas muralhas circulares e as quatro portas em forma de tesoura que vieram à

luz nas ruínas desses lugares. Os grandes muros de casamatas, de 10 metros de

espessura que rodeavam Samaria, israelitas dão testemunhos do esplendor da

cidade de Omri e Acabe (I Rs 16.24). As numerosas placas de marfim desenterradas

nas escavações do palácio de Acabe explicam porque chama a Bíblia a este palácio

“casa de marfim” (I Rs 22, 39).

Depois de cem anos de escavações arqueológicas em Jerusalém pode

descobrir-se em 1962 um pedaço do muro da cidade reconstruída por Neemias. Às

vezes os achados nas escavações arqueológicas confirmam as informações bíblicas

em Neemias 3, na qual Neemias se limita a reparar as antigas fortificações, na parte

oriental e a menores dimensões da cidade, reduz o perímetro e levanta os muros da

nova construção. Os fundamentos deste muro da explanada do templo de Herodes

nestes dias percebem-se como os discípulos de Jesus: “Mestre, olha que pedras e

que construção!” (Mc 13.1).

As escavações arqueológicas feitas nestes locais e no interior da Igreja do

Santo Sepulcro e em sua volta têm mostrado ao contrário da situação atual – nos

tempos de Jesus o Gólgota ficava fora da cidade, caiu está no N.T. (Jo 19.20; Heb

44

Page 44: Geografia, História e Arqueologia

13.12). No bairro oriental, fora de Jerusalém, em Gibeá se descobriram em 1968, um

tumulo judeus, os restos de um jovem crucificado, da época de Jesus. Em 16/06/61

a escavação realizada em Cesaréia junto ao mar, se descobriu o primeiro

testemunho epigráfico do procurador Pilatos. Trata-se de uma pedra com a

inscrição:

“Pontius Pilatos Praefectus Iudae”

b) A Arqueologia confirma, retifica os relatos da Bíblia

Alguns acontecimentos bíblicos foram realmente comprovados por textos

extras bíblicos. Na inscrição do rei assírio Salmanasar III, do ano 854 a. C. sabemos

que o rei Acabe rei de Israel, que se colocou junto com o rei Ben-Hadade I de

Damasco, na frente de uma coalizão Sírio-Palestina que foi derrotado pelo rei dos

assírios em Carquemis, junto do rio Oronte. A Bíblia se limita a mencionar o clima de

beligerância entre Israel e Damasco (I Rs 20.22). Nesta inscrição o mesmo rei

Assírio, os quais sabem que Jeú rei de Israel pagou-lhe tributo no ano 842a.C. A

Estela comemorativa do rei Mesa de Moabe mostra a informação sobre o relato

bíblico de II Rs 3.4-27.

Na arqueologia não se limita apenas coisa da Bíblia, mas que permite

entender melhor os textos da Bíblia, as escavações da Mesopotâmia nos dão as

informações sobre as torres escalonadas babilônicas (Ziggurates), sobre sua função

de símbolo e santuário de uma cidade. No período bíblico da torre de Babel (Gn

11.1-11) podemos notar que é uma narração popular, motivada por estas torres,

destinada a prevenir contra as idolatrias israelitas, dados a se influenciar e se

seduzir pelos modos culturais dos povos pagãos vizinhos e leva-los a glorificar

famosa paz e segurança da fé em YHWH.

Em 1929 os textos de Ugarit Ras es Schamra vieram à luz e mostra em

seus escritos a religião em Ugarit. Com mais epopéias, festas da natureza e os

rituais de fertilidade, dominadas pela presença do deus Baal, senhor da vida e da

natureza, que fertiliza os campos, os gados e as mulheres, compreendemos assim

45

Page 45: Geografia, História e Arqueologia

que o culto a Baal exerceu influência e sedução sobre o povo de Israel em várias

épocas.

As escavações dos sinais que podemos notar que este material cultural

dos vizinhos de Israel da época bíblica é visto importante para os estudos. Temos a

idéia destas construções e fortificações, muros e muralhas, torres das cidades, de

suas casas e palácios, cerâmicas, dinheiros, os moinhos, a prensa de vinhos e

azeite, os enfeites e adornos e amuletos. Em 1955 na reconstrução da Igreja da

Anunciação de Nazaré se descobriu como era a forma de vida moral onde cresceu

Jesus, como poços e cisternas, armazéns e moinhos para cereais, os lugares de

azeite e vinho e que estes locais ainda estavam intactos as construções.

Estas descobertas arqueológicas retificam ou relativizam as condições

históricas de algumas descrições bíblicas. A Bíblia não é um manual de Historia

infalível. As escavações de Jericó têm revelado que a cidade não foi conquistada e

destruída pelas tribos de Israel, como afirma o relato de Juizes 6. A conquista do sul

da Palestina foi muito mais aprazível que o que dão o entender a descrição de Jz 1.

c) A arqueologia corrige a Bíblia na História e Cultura do Oriente Antigo

A arqueologia é hoje a maior ciência auxiliar da ciência bíblica. Ela

complementa o conhecimento do mundo material e espiritual dos autores bíblicos, a

vida cotidiana dos períodos em que eles viveram. Os profetas quando denunciavam

os castigos de YHWH (Ez 4.16 e Sal 105.16), esta imagem só é entendida que no

Antigo Oriente, os pães redondos colocavam um bastão que os vendedores

ofereciam nas ruas (romperá o bastão do pão). O simbolismo anunciado na

Palestina Cananéia com a serpente não identificará já a serpente do relato bíblico do

pecado com o demônio em nossos dias.

Na leitura da Bíblia podemos notar que a vida cotidiana da época da

Bíblia como fala L. Kohler (O Homem Hebreu): “descrever aos homens hebreus em

toda a ampla diversidade de sua vida cotidiana, tanto no interior como exterior” e

que os mesmos textos bíblicos e a comparação com a vida popular do povo de

Israel em relação com os cananeus.

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Page 46: Geografia, História e Arqueologia

No ano de 1890 comprovou-se o alto nível da cultura Cananéia na Idade

do bronze pré-israelita. E o que se imaginava na Palestina Cananéia um estágio

primitivo tiveram que revirar a fundo seus conceitos. A Palestina imaginada como

primitiva comprovou-se que os israelitas não levaram a Canaã sua cultura – língua –

de que tomaram as pessoas destas terras. Somente podemos entender a cultura e o

material cultural da Palestina pré-israelita por estas descobertas.

A arqueologia da Palestina aumentou o nosso conhecimento: O leão de

Hazor, talhado em basalto (do século XIV a.C. no Museu de Israel, em Jerusalém)

que mostra a influência Hitita ou a placa com os leões de Bete Sam (em 1400 a.C.

no Museu da Palestina em Jerusalém) nos dá a idéia da arte Cananéia e Israel

antes da conquista. Mas o adiado do selo com um “bailarino de Dã” tangendo um

alaúde (na placa de barro dos séculos XIV-XIII, talvez com influências Hititas). Estes

descobrimentos dão uma idéia da história da cultura da Palestina.

A cultura primitiva Cananéia pré-israelita não é, pois, senão a de Israel na

época anterior à conquista e entrar lá em Canaã bem simples. Um dos maiores

arqueólogos W. F. Albright mostra este período como: “Quando passamos pela

arqueologia deste período dos juizes nos surpreende a extremada simplicidade e o

primitivismo cultural que achamos no século XII e os primeiros anos do século XI.

Apenas pode-se exagerar com o contraste diferente entre os fundamentos dos

edifícios e os sistemas de canalização, cananeus do século XIII, assim

completamente construídos e os montes de pedras sem canalizações que

substituíram o século XII em Betel”.

Até Salomão não torna alcançar as grandes construções Hititas e fenícias

que são maiores no reino do Norte com Omri e Acabe. Mas pela arqueologia

detectou-se a pobreza das pequenas comunidades de repatriados da época persa, e

que, como surgimento do helenismo, se desenvolve em todo o seu esplendor nas

cidades gregas ou helenizadas, a cultura greco-romana.

A arqueologia não se limita a nos transmitir um grande conhecimento das

condicionantes espirituais e culturais da Palestina. A possibilidade de inserir a

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Page 47: Geografia, História e Arqueologia

historia bíblica no marco da História Mundial. Sem a arqueologia muitas coisas

seriam esquecidas e não saberíamos de acontecimentos sociais, políticos,

econômicos, étnicos e técnicos com suas mudanças no Mediterrâneo desde 1200 a.

C. Entre 1400 e 1200 mudaram o panorama sócio-político, várias vezes: os Hititas

no norte, os egípcios no sul, os aqueus no oeste. Nenhuns destes povos eram

semitas. Dias após 1200 as tribos de Israel fizeram a sua unidade e que o bloco

semita nas escavações feitas na Anatólia Central em Bogazkoy (1906-1912)

descobre que os Hititas eram indo-germânicos como os aqueus e os gigarseus eram

canitas.

A partir disto sabemos que as relações extra-biblicas aconteceram e isto

pode ser visto em Gen 23 e II Sm 11, nas menções sobre os Hititas sobre as

alianças que são encontradas em Ex 20.23; Lev 16.27 e Dt 12.26.

As relações culturais entre os semitas e os gregos e Ugarit e sua

literatura, os alfabetos depois conhecidos por Israel. Os achados na Ilha de Creta, os

semitas ocidentais dominaram o mar Egeu. Assim podemos associar vários

exemplos de acontecimentos mundiais com os fatos e narrativas bíblicas. Sabemos

que em 1200 o império hitita desapareceu das histórias, os portos foram destruídos:

Ugarit, Dã e Ascalon que são evidenciadas pelas escavações, inclusive Tiro e

Sidom. Assim surgem nas costas da Palestina, os filisteus.

São os filisteus que protagonizam a história de Israel: Saul e Davi.

Estes filisteus são vistos nas inscrições de Creta e na Bíblia a cidade de

Kaftor é o local de onde surgem os filisteus (Am 9.7; Dt 2.23; Jer 47.4), topônimos

que pode ser Creta e que podem ter sido gregos primitivos. Que filisteus e Israelitas

conviveram sem muitos problemas.

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Page 48: Geografia, História e Arqueologia

QUMRAN

Não sabemos ao certo se eram os essênios que fizeram parte desta comunidade

que fora fundada no século II a. C. Estes judeus com certeza fugiram das impurezas

e dos pecados do povo da cidade de Jerusalém. Foram para o deserto, fizeram suas

casas e templos, fortificações, locais de banhos de purificação, e viviam como

ascéticos.

Ao lado do Mar Morto, eles construíram vários reservatórios, desvios de águas,

captação de água, cisternas porque as rochas eram porosas. Escreveram tudo

sobre as regras de vida da comunidade, livros e comentários aos textos bíblicos,

regras de pureza e a esperança no Messias.

Durante este período até a nossa era estiveram em atividades, mas com a violência

entre romanos e alguns grupos de judeus começaram uma luta brava de

sobrevivência. No ano 68 a 70 d. C., o governo romano intensifica as lutas contra os

grupos de judeus, e a décima legião romana destrói tudo que tinha pela frente e as

últimas resistências dos judeus termina com a sua própria destruição. Mesmo ainda

quando Bar Kochba (o filho da estrela) no ano resiste bravamente em 132 d.C.

quando ocorre a batalha final e o início da dispersão dos judeus por todo o mundo

então conhecido da época

. Esses judeus lutam bravamente até o suicídio coletivo em Massada e a destruição

posterior desta última fortaleza ocorre a fuga para os esconderijos e onde eles

escondem os pergaminhos e os rolos de couro contendo os livros da lei, das regras

e os comentários bíblicos (Midrash, Talmude, Mishnah, Pesher, etc.). Estes tratados

foram encontramos muitos séculos depois.

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Page 49: Geografia, História e Arqueologia

No ano de 1947, dois anos depois da fundação do Estado de Israel, quando este

local era comandado por tropas britânicas e da Jordânia, dois homens nômades

encontraram alguns manuscritos pensando ter encontrado relíquias ou tesouros.

Eles eram da tribo Taamira do deserto. Eles descobriram alguns manuscritos e uma

era do profeta Isaias, e era enorme o texto encontrado, haviam outras cavernas

onde foram encontrados outros textos em hebraico e aramaico.

Colocar fotos

JERICÓ

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Page 50: Geografia, História e Arqueologia

Jericó é uma cidade que está situada acima do nível do Mar Mediterrâneo mais ou

menos 250 metros. Parece um pequeno oásis que vai do rio Jordão em todo o seu

vale. O seu solo é muito rico para a plantação, pois este vale é irrigado pelas águas

deste vale: possui muitas tamareiras, muitas flores no inverno, e é conhecida como a

cidade das palmeiras.

Por este motivo era uma cidade muito procurada e desejada, desde a época dos

patriarcas e do período de Josué e dos juízes.

Colocar fotos.

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Page 51: Geografia, História e Arqueologia

CAPÍTULO V– OS LIMITES DA ARQUEOLOGIA

Alguns arqueólogos não são cientistas e sim apologitas e querem

comprovar coisas literalmente pelas escavações algumas narrativas bíblicas. Assim

estão limitando suas pesquisas e as descobertas arqueológicas. Nem tudo pode ser

comprovado pela Bíblia ou pela arqueologia. A Bíblia não é um manual de História,

como entendemos hoje a ciência da História.

Como exemplo citamos a cidade de Ai e Jericó, que estas cidades foram

destruídas antes dos israelitas chegarem na Palestina (Js 6 e 8). Estes textos são

mais teológicos do que históricos. Hoje dependemos das escavações e das

interpretações exegéticas e hermenêuticas dos gêneros literários da Bíblia. As

literaturas são mais conceitos de fé do que história realmente.

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Page 52: Geografia, História e Arqueologia

REFERÊNCIAS

FINKELSTEIN, I. A bíblia não tinha razão. Girafa, São Paulo, 2004.

LANCE, H.D. Arqueologie, Labor et Fides, Geneva, 1990.

MAZAR, A. Arqueologia na terra da Bíblia, Paulinas, São Paulo, 2003.

MURPHY, J. Tierra Santa, Acento, Madrid, 2000.

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