george bickham e a escrita copperplate

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George Bickham e a Escrita Copperplate Senac- s Pós-grauação em Tiografia Caligrafia, esenho e Comosicão Manual Érico Carneiro Lebedenco 2014.01

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Texto que aborda as origens da Escrita Copperplate e o papel significativo do mestre calígrafo George Bickham Sênior. [Disciplina: Caligrafia, Desenho e Composição Manual, prof. Bruno Thofer - Pós-graduação em Tipografia, Senac-SP. ]

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Page 1: George Bickham e a Escrita Copperplate

George Bickham e aEscrita Copperplate

senac- ssenac- sPós-grauação em Tiografia

Caligrafia, esenho e Comosicão manual

Érico Carneiro Lebedenco2014.012014.01

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Page 3: George Bickham e a Escrita Copperplate

George Bickham e a Escrita CopperplateCaligrafia, Desenho e Composição manual Prof. Bruno Thofer

Pós-graduação em Tipografia • Senac-SP

Érico Carneiro Lebedenco

2014.01

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Pág. 209 do manual de escrita The Universal Penman. Um exemplo da habilidade de George Bickham com a caligrafia e com a gravura em chapas de cobre (copperplate).

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George Bickham e a Escrita Copperplate

A escrita Copperplate é considerada por alguns autores e calígrafos como uma evolução prática e tecnológica da letra Itálica. A letra Itálica surgiu no início do século 16 como uma forma de escrita mais rápida que a Minúscula Humanista, porém a sua construção ainda se fazia com um ductus lento e traços interrompidos. Com o passar dos anos essa forma de escrever foi se tornando cada vez mais dinâmica, diminuindo a quantidade de vezes que o escriba retira a pena do suporte durante a escrita. Durante o século 17, escribas já produziam manuais com instruções de escrita Itálica usando a tecnologia de matrizes feitas com chapa de cobre (copperplate em inglês). Essas chapas de cobre eram entalhadas com uma ferramenta pontiaguda chamada buril, própria da gravura em metal. No processo de impressão com chapas de cobre, a tinta se fixa nos baixos relevos entalhados na chapa e é transferida por contato ao papel umedecido.

A diminuição na largura das penas quadradas, utilizadas na escrita Itálica, e a facilidade na reprodução dos traços finos e contrastes com o buril, favoreceram a criação da pena de bico. Essa pena de metal possui uma ponta muito fina e flexível que permite formas mais delgadas, movimentos mais

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suaves e contraste por expansão dos traços. Assim surgiu uma escrita contínua, com todas as letras de uma palavra ligadas, e uma leveza nos traços que podia ser reproduzida com precisão nos manuais de caligrafia. Por causa dessa tecnologia das chapas de cobre, esta escrita cursiva com pena de bico ficou conhecida como Copperplate.

Existem vários tipos de escritas cursivas com pena de bico que são consideradas “copperplates”. Elas são determinadas em sua maioria por regionalismos ou maneirismos dos calígrafos. Cursiva Ornamental, Cursiva Corrente ou Comercial, Cursiva de Gravação ou Gravura, Comercial Alemã, Cursiva Francesa ou Coulée, e entre todas existem duas que são consideradas as principais: a Cursiva Inglesa (que segundo Amadeu Sperândio, deriva diretamente da Irlandesa) e a americana Spencerian, uma versão mais delgada da Inglesa, seguindo as características de Platt Rogers Spencer. A Spencerian tem poucos contrastes e em alguns casos chega a se apresentar monolinear nas minúsculas.

De acordo com Joseph M. Vitolo, historicamente o termo Copperplate deve ser aplicado apenas para a Cursiva Inglesa (English Roundhand Script). Esse estilo foi apresentado no manual de escrita The Universal Penman, publicado em 1743, do inglês George Bickham Sênior (1684–1758). Ele foi contemporâneo de outros mestres calígrafos como

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Shelley, More, Clark, Snow e Ollyffe, mas se destacou por ser o primeiro gravador inglês com habilidade e coragem de cortar as letras diretamente no cobre sem traçar antes. Transmitindo assim a vontade e a leveza dos seus movimentos originais.

Além de excelente gravador, Bickham conseguiu elevar a caligrafia ao patamar de arte. Foi considerado tão

George Bickham Sênior, gravador e mestre calígrafo.

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proeminente que ultrapassou seu famoso mestre John Sturt em reconhecimento do seu trabalho. O que se evidencia pelas chapas, e consequentemente as páginas, assinadas com “G. Bickham fecit”, do seu Universal Penman, além de outros trabalhos. Vale destacar que em alguns casos não é tão fácil identificar um trabalho de Bickham Sênior. Não somente por seu homônimo filho, mas pelo uso do pseudônimo George Johnson. Era uma confusa homenagem que George Bickham fazia ao seu pai John Bickham (em inglês, “John’son” siginifica filho de John). Uma das hipóteses existentes é que Bickham não pretendia ser associado ao estilo caligráfico ou técnica de um outro mestre, quando realizava gravações para terceiros. A razão para isso é que ele não queria ser reconhecido como um calígrafo que emulava as performances de outros mestres da escrita.

Através dos séculos 17 e 18, a escrita Copperplate substituiu quase que completamente todas as escritas Humanistas, inclusive a Itálica. Se tornou o padrão para escrita comercial, escolar e em documentos oficiais. Os manuais de George Bickham serviram de modelos e suas caligrafias foram reproduzidas durante muitos anos, juntamente com os de outros mestres calígrafos. Esses manuais eram reeditados várias vezes e passaram adiante todas as relações de formas, movimentos e usos, até o século 20. Quando finalmente a escrita Copperplate caiu em desuso após o surgimento da máquina de escrever.

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“Um Poema no the Universal Penman” pelo Senhor John Bancks.

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1739 BickhamEnglish 18 th century Running Hand (Copperplate)

according to copperplate models taken from “The Universal Penman” by George Bickham, printed in London in 1743.

The extensive ascendant and descendant loops are set automatically if there is enough space

(the automatic control works only horizontally, not between lines).

There are some alternates for the majuscules.

“1739 Bickham”, revival de Klaus-Peter Schäffel inspirado no estilo de cursiva inglesa presente no The Universal Penman (2010).

abcdefghijklmnopqrstuvwxyzaBCdefGhijkLm

noPqRsTUvwxyz1234567890

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Bibliografia

Harris, David. Tradução: Vidigal, Maria Isabel. A arte da Caligrafia. São Paulo: Ambientes e Costumes Editora, 2009

Sperândio, Amandeu. Caligrafia. São Paulo: Instituto Universal Brasileiro, Livraria Teixeira, 1948

Franco, Thomé Victor. Branco, Andréa.Rocha, Claudio. A Escrita Copperplate. Tupigrafia nº6, p. 34-39, 2005

Horcades, Carlos M. A evolução da Escrita:história ilustrada. Rio de Janeiro: Senac Rio Editora, 2004.

Lopez, Fábio. O Processo de Construção das Fontes Digitais de Simulação Caligráfica. Rio de Janeiro, MA: Universidade do estado do Rio de Janeiro, 2009.

Vitolo, Joseph M. Script in Copperplate Style. Publicação em iBook, 2003

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