O compositor

George Crumb, compositor americano nacido em Charleston, West Virginia, em 24 de outubro de 1929. Membro de uma família musical interessou – se pela música em uma idade precoce. Em 1950 recebeu seu bacharelado pelo Colégio Mason of Music, dedicando-se a estudar e compor para piano. Crumb recebeu seu mestrado na Universidade de Illinois, Champaign-Urbana, enquanto estudava composição com Eugene Weigel. Ele Continuou seus estudos com Boris Blacher na Hochschule für Musik, em Berlim 1954, onde recebeu seu doutorado em 1959 pela Universidade de Michigan.Nesse mesmo ano, Crumb assumiu uma posição de ensino na Universidade do Colorado, Boulder. Em 1964, recebeu uma bolsa Rockefeller e tornou-se compositor em residência para o Centro de Buffalo para Creative and Performing Arts. Em 1965, Crumb foi contratado para ensinar composição na Universidade da Pensilvânia, um cargo que ocupou até sua aposentadoria em 1997. George Crumb foi ganhador de inúmeros prêmios, incluindo o Prêmio Pulitzer (1968), e um Grammy de melhor composição contemporânea (2001). Ele atualmente reside na Pensilvânia com sua esposa.

Sua arte é profundamente humanista, frequentemente contrastando estilos musicais, que vão da tradição da música ocidental, hinos e música folclórica, ate músicas não ocidentais. Suas principais influências são Debussy, Mahler, Bartok, e Ives. No mundo da musica, Crumb tem um lugar singular, muitos compositores criam e recriam instrumentos para fabricar novos sons, em quanto seu pensamento é criar novos sons utilizando os instrumentos atuais, por isso suas obras são repletas de técnicas expandidas, como tocar as cordas de um piano, cantando através de um tubo, despejando um balde de bolas de gude em um piano aberto, cantando em um piano, cantando em uma flauta, usando diferentes instrumentos como percussão e etc. Sua obra também contêm elementos teatrais, muitas vezes exigindo que os artistas entrem e saiam do palco durante uma peça. O próprio compositor descreve seu som como “Ecos reverberantes, assombrando sons do rio", referindo-se a River Valley em West Virginia, onde ele cresceu. Estes traços são todos aparentes na música de George Crumb, tanto através da percepção sonora de sua música como no layout gráfico de suas partituras.

Echoes of Time and the River

Composta em 1965, essa peça foi encomendada pela Universidade de Chicago para a Orquestra Sinfônica de Chicago. Nas palavras do próprio Crumb, ele diz "Queria expressar em termos musicais as diversas qualidades do tempo metafísico e psicológico”. De fato, "Echoes of Time and the River", destaca a obsessão de Crumb com o tempo, utilizando-o como o único tema do trabalho. Crumb fez fortes experimentos com efeitos espaciais e teatrais no trabalho. Cada movimento inclui procissões, em que grupos de artistas se movem ao redor do palco. Ele usa essa técnica em suas composições posteriores, embora não no grau que é prevalente aqui. São pontuados cuidadosamente os locais, bem como os caminhos que os executores seguem ao longo dos movimentos. Embora o trabalho partilhe o nome de um romance de Thomas Wolfe, Crumb insiste em que não há nenhuma conexão. Com "Echoes of Time and the River", George Crumb ganhou o Prêmio Pulitzer de Música em 1968.

Analise

Echoes of Time and the River é uma obra orquestral em quatro movimentos. Com elementos como técnica expandida e teatro. A orquestração é abundante, com instrumentos que são extremamente ressonantes como sinos e gongos, e vários efeitos fornecidos pelo piano.

No primeiro movimento, intitulado “Frozen Time”, a obra tem inicio com a percussão, o conceito de eco é importante no trabalho. Nesse trecho os ecos servem como lembretes fugazes de espaço e tempo chamado por ele de "fantasmagóricos, sinos distantes", que muitas vezes são realizados fora do palco, a fim de alcançar o efeito desejado. Trombones tocam figuras oscilantes baixas que se entrelaçam e se sobrepõem, criando uma textura densa misteriosa e antigos címbalos lembra-nos o vento. Durante este movimento ele brinca com a parte fonética dos músicos que hora gritam ou sussurram palavras. Ao longo do primeiro movimento, as ideias são imitadas por sucessão. Percussionistas imitam um bandolim golpeando as cordas do piano, e outros instrumentos ecoam entre si, criando uma ilusão de tempo suspenso.

No segundo movimento, intitulado “Remembrance of Time”, os metais são instruídos a tocar imitando um vento distante, criando uma textura quase inaudível do vento. Três trombonistas sussurrar um citação de Federico Garcia Lorca, "Los Arcos rotos donde sufre el tiempo", "Os Arcos quebrados, onde o tempo sofre." Dois grupos de instrumentos (incluindo trompetes, clarinetes, flautas) criar uma teia sonora. A música é escrita e grafada na partitura em torno de três círculos, dando um visual para o turbilhão musical que está ocorrendo. As imitações tornar-se ainda mais fragmentada, e a sensação de eco é agravada pela percussão no piano.

Esta forma de notação visual voltar a ocorrer no terceiro movimento, intitulado “Collapse of Time”. Metais, piano, vibrafone, harpa, continuam no ecoando um motivo através da imitação fragmentada. Os músicos pronunciam sílabas sem sentido, proporcionando um efeito misterioso enquanto um xilofone solo reproduz o nome compositor em código Morse começando a dissipar-se em um mar de efeitos improvisados.

O quarto movimento, intitulado “Last Echoes of Time”, tem inicio com uma série de ecos. Nestes ecos, Crumb faz a divisão em dois temas, eco "A" e eco "B" temas que são interpretados simultaneamente, com os instrumentos respectivos. O eco "A" apresenta a seguinte instrumentação: percussão, flautas, clarinetes, e piano. Cordas, percussão, piano e compreendem o eco "B". Em ambos os temas, os ecos alternam. Isso ocorre a um ritmo extremamente lento. Cada entrada é marcada pelos pratos antigos. Executores do tema "A", em seguida, começar a sair do palco. Ecos dos três movimentos anteriores fazer uma aparição, até que sejam silenciadas assobiando figuras que fazem parecem que a música se dissolve no vento.