gerenciamento de cores o que é cor? lorenzo ridolfi
TRANSCRIPT
Gerenciamento de Cores
O que é cor?
Lorenzo Ridolfi
Objetivos do tópico
• Explicar as relações entre luz e cor
• Mostrar como o olho humano vê as cores
• Dar subsídios técnicos para entender porque e como
o sistema L*a*b é usado para descrever cores
Agenda
O que é cor?
Luz
O olho humano e a cor
Sistema de cores
Agenda
O que é cor?
Luz
O olho humano e a cor
Sistemas de cores
Cor
• Podemos distinguir 10
milhões de cores
• É tanta cor que nem sempre
nos lembramos das cores
• A cor varia com a luz
• A cor pode variar com o
indivíduo
Alter Klang (Antique Harmonies), Paul Klee, 1925
• A cor depende de 3 fatores:– Luz– Objeto visualizado– Olho humano
O que é cor?
Cor é luz!
• O olho “vê” através de foto-receptores: células especiais localizadas na retina do olho que captam luz e, por meio de neurônios, transmitem a informação para o cérebro
• Ou seja, para o olho, tudo é luz
Luz
Agenda
O que é cor?
Luz
O olho humano e a cor
Sistemas de cores
Questões de luz
• A luz tem tanta influência na percepção da cor quanto as características do objeto sendo visualizado
• As luzes que encontramos no nosso dia-a-dia são muito distintas e, consequentemente, geram diferenças na percepção de cor
Composição da luz
• Experiência de Isaac Newton em 1666 mostrou que a luz “branca”, na verdade, é composta pela soma de todas as cores
400 nm 700 nm
Curvas espectrais
• Uma fonte de luz emite energia em várias frequências distintas
• A cor normalmente é composta por um mix de um grande número de frequências
400 nm 700 nm
Tipos de luz
• As curvas espectrais variam muito de acordo com o tipo de luz:– Fluorescente / descarga de gazes– Incandencente– Raios catódicos– Solar– Led– Laser
Temperatura de cor
• Tem origem nas fontes de luz resultantes do aquecimento de um corpo
• Exemplos:– Velas– Lâmpadas
incandescentes• É usada como
referência mesmo para fontes de luz que não são resultantes de aquecimento:– Monitores– Câmeras digitais
Luz do dia
• A luz do dia é formada pela luz do sol que sofre grande influência da atmosfera terrestre – A luz do sol medida em conjunto com a luz incidente do
céu tem uma temperatura de cor correlata entre 5000k a 7000k
– Se medirmos o céu com o sol obstruído, a temperatura é acima de 7000k
– Se medirmos a luz do sol isoladamente, podem surgir temperaturas de cor abaixo de 5000k
• Existem curvas padronizadas que refletem condições típicas da luz solar de 5000k, 5500k, 6500k e 7500k, conhecidas como D50, D55, D65 e D75
Luz do dia
• A luz D50 foi adotada como padrão para a indústria gráfica e pelo ICC– É a luz mais usada
no gerenciamento de cores
– Um dos motivos da escolha é sua maior uniformidade no espectro
• A luz D65 é a mais usada quando o objetivo é simular a luz do dia
D50 não é 5000K
Curvas espectrais de objetos
• Um objeto reflete ou transmite luz em várias frequências distintas, analogamente a uma fonte de luz
A cor do objeto também depende da luz
X =
A cor do objeto também depende da luz
• Além da curva espectral da reflexão/transmissão de
luz do objeto, a cor final do objeto depende da luz
que ilumina o objeto
• A cor do objeto, na verdade, resulta da combinação
das curvas espectrais da luz com a de
reflexão/transmissão do objeto
Fluorescência
• Muitos papéis e tecidos contém “alvejantes óticos” para que tenham um tom de cor aparentemente mais branco– É mais barato simplesmente acrescentar o alvejante ótico do que
apurar o processo de produção do papel ou tecido• Estes alvejantes óticos contem elementos fluorescentes que
dificultam a medição de cores• A fluorescência consiste na absorção da luz em uma frequência
e a sua reflexão em uma frequência diferente• Os alvejantes óticos tem uma durabilidade relativamente curta e
afetam a permanencia da impressão• A fluorescência é facilmente detectada expondo o material
fluorescente a luz negra
Exemplo de fluorescência
• Duas amostras do mesmo papel:– Fabricado com alvejante ótico– Fabricado sem alvejante ótico
Medição das cores da luz
Ótica DIspersor Sensor
Espectroradiometro
Espectrofotômetro
Medição das cores de luz
• Um espectrofotômetro/radiômetro mede várias frequências de luz em intervalos regulares
• Normalmente medem cerca de 40 medidas em intervalos de 10nm
Espectrofotômetro
• Espectrofotômetro Eye-One IO– Projetado para medição de cores em papéis ou tecidos– Usado para calibração/caracterização de impressoras– Também atua como espectroradiômetro
Agenda
O que é cor?
Luz
O olho humano e a cor
Sistemas de cores
O Olho humano
• A pupila é o diafragma do olho
• A retina é o “sensor” que capta a luz que entra no olho humano
• A retina é formada por dois tipos de células fotosensíveis:– Cones– Bastonetes
• A visão de precisão é feita na fóvea, uma pequena área da retina
Fóvea
• É uma pequena região do olho humano responsável pela visão de precisão
• Possui ângulo de visão de até 15 graus
• Contém cerca de 50.000 cones e não tem bastonetes
• Mais de 50% da visão reside na fóvea
Fóvea e a resolução da imagem
• Um cone na fóvea cobre um ângulo de visão de 0.0084º• Assumindo que a distância entre o olho e uma fotografia é
proporcional ao tamanho da diagonal da foto• Temos a tabela com as resoluções necessárias para alguns
tamanhos de foto:
Largura (cm) Altura (cm) Resolução (DPI)
15 10 480
21 15 336
20 30 240
30 45 160
A percepção das cores é um fenômeno complexo
A percepção das cores é um fenômeno complexo
A percepção das cores é um fenômeno complexo
O Nosso olho é tricromático
• A retina possui 2 tipos de
células fotoreceptoras– Cones
– Bastonetes
• Os cones são responsáveis
pela visão colorida– São 3 tipos de cones
• Os bastonetes são
responsáveis pela visão
noturna e periférica– São monocromáticos
– São 100 vezes mais sensíveis
a luz do que os cones
Cones e Bastonetes
• Cones– Um cone está ligado a
vários neurônios
– São 3 tipos de cones que
possibilitam a visão
cromática
– Estão mais concentrados na
fóvea
• Bastonetes– São responsáveis pela
visão noturna e auxiliam na
visão periférica
– Não tem sensibilidade a cor
– Vários bastonetes são
ligados a um único neurônio
– Por isso a visão noturna
tem menos “resolução”
Três tipos de visão
• O olho trabalha em três modos de visão:– Escotópico– Mesópico– Fotópico
• Exemplos de níveis de luz:
0,1 10
Escotópico Mesópico Fotópico
Bastonete
Cone
Tipo de Luz LuxLua cheia 0.2
Luz de rua a noite 5
Vela 10
Escritório 500
Dia claro 100.000
Experiência de Maxwell
• Durante os séculos 17 e 18 a idéia da natureza “tripla” da cor começou a ser discutida
• Em 1861 Maxwell produziu a primeira fotografia tricromática– Três negativos preto e branco foram expostos através de filtros
vermelho, verde de azul– Foram feitos “positivos” destes negativos que foram projetados
segundo os mesmos filtros da exposição– Esta experiência é a base de todos os processos modernos de cor
Descobrindo valores tricromáticos
• Visando entender o mapeamento de curvas espectrais em cores tricromáticas, o seguinte experimento foi realizado em 1928 (David Wright) e 1931 (John Guild)
Valores tricromáticos equivalentes
• As luzes escolhidas foram:– 380– 550– 700
• Todas as frequências foram substituídas por apenas 3
Obtendo valores tricromáticos
• A partir de vários testes com diversas pessoas, chegou-se as seguintes medidas de sensibilidade dos cones:
Obtendo valores tricromáticos
X X =Cores
(R,G,B)
• Os valores tricromáticos de uma cor são obtidos através do espectro da luz, espectro do objeto e do mapeamento da sensibilidade dos cones dos nossos olhos
• Toda a informação espectral, cerca de 40 medidas de intensidade de cor, pode ser reduzida a apenas três valores, sem perda de informação visual
• Entretanto, a presença de valores negativos significa que algumas cores não podem ser representadas por tricromacia.
Cores visíveis e tricromacia
Cores visíveis e tricromacia
• A “ferradura” engloba todas
as cores visíveis
• Um sistema tricromático só
consegue atingir as cores no
interior triângulo formado
pelas suas cores primárias
• As coordenadas na
“ferradura” estão dispostas
no sistema xy, uma derivação
do XYZ que não leva em
conta a luminância
Metamerismo
• Dois objetos distintos sob luzes distintas podem resultar nos mesmos valores tricromáticos– A fonte de luz também pode ser a mesma
• Essa propriedade é a base de toda a tecnologia de impressão e visualização de imagens atual
Exemplo de Metamerismo
MesmasCores
(R,G,B)=
• Dois objetos distintos sob a mesma luz apresentam o mesmo valor RGB
• Nestas condições de iluminação, os dois objetos aparentarão ter a mesma cor
Limitações do registro tricromático
• Nem todas as cores podem ser registradas por
tricromacia
• Valores tricromáticos indicam a cor de um objeto sob
uma luz específica.
• Alterando-se a luz que ilumina o objeto,
provavelmente irá alterar os valores tricromáticos
• Para registrar o comportamento de cor de um objeto
sob qualquer luz, toda a informação espectral é
necessária
Fotografia multiespectral
• A fotografia multiespectral não tem as limitações da fotografia tricromática
• É usada para fotografar obras de arte
• Captura a curva espectral das tintas
• Não se limita ao registro de uma única fonte de iluminação
Mona lisa
• A Mona lisa foi fotografada por um sistema multiespectral chamado Jumboscan
• Foram 13 fotografias que totalizaram 6 Gigabytes• Permitiu realizar simulações das cores originais do quadro
Agenda
O que é cor?
Luz
O olho humano e a cor
Sistemas de cores
Histórico de sistemas de cores
• Desde 1931 a CIE (Commission internationale de l'éclairage) vem trabalhado na padronização na definição matemática da percepção humana da cor
• O trabalho da CIE resultou em quatro espaços de cores baseados em tricromacia:– CIE RGB– CIE XYY– CIE L*a*b– CIE LCH
Espaço CIE RGB
• Resultante direto das experiências tricromáticas de 1928 e 1931
• Preciso e baseado em medidas representativas da visão humana
• Apresentava curvas com valores negativos, que dificultava a construção de dispositivos reais baseados no padrão
• Adicionamente, algumas cores teriam que ser representadas por valores tricromáticos negativos
Espaço XYZ
• Foi criado com o objetivo de eliminar as deficiências do CIE RGB
• Obtido aplicando-se transformações matemáticas sobre o CIE RGB
• Requer cálculos simples para a obtenção de valores tricromáticos
• Não apresenta valores negativos
• Em uso até hoje
Características do XYZ
• A coordenada Y é proporcional a luminosidade da cor
• Isolando-se o Y, é possível construir gráficos 2D que representam espaços de cor
• As coordenadas X e Z não se relacionam a nenhuma propriedade significativa da cor
Gráficos 2D no XYZ
• Servem para dar uma noção inicial das cores de um dispositivo ou de uma imagem
• Indicam a presença de um problema e não a ausência de problemas
• A disposição das cores não é uniforme
Limitações do XYZ
• A distribuição de cores não é uniforme
• As suas coordenadas X e Z não se relacionam a nenhuma propriedade relevante da cor
Propriedades da cor
• Uma cor possui três propriedades distintas:– Luminosidade– Saturação– Matiz
• Um espaço de cores tricromático onde essas três propriedades fossem representadas de forma independente e uniformemente seria ideal
Espaços de cores uniformes
• Características desejáveis em um espaço de cores uniforme:– Cada propriedade ser descrita por uma variável
independente (luminância, saturação e matiz)– Os valores das propriedades das cores serem
proporcionais a percepção humana• Poder ser usado para medir diferenças entre cores
– Englobar todas as cores visíveis pelo homem
Espaço de cores CIE Lab
• Primeiro sistema de cores uniforme
• Sistema de cores desenvolvido e padronizado em 1976
• Baseado em 3 variáveis:– L– a– b
• Construído a partir do XYZ• Segue as propriedades das
cores:– Luminosidade: L– Saturação e matiz: a e b
Sistema de cores LCH
• Sistema de cores semelhante ao Lab
• Única alteração é a troca das variáveis a e b por C (chroma) e H (hue), indicando saturatação e matiz, respectivamente
• Há uma relação direta e simples entre Lab e LCH
• As propriedades de uma cor são melhor representadas no LCH
Valores do Lab e LCH
• Os valores de L para cores refletidas são relativas a uma superficie 100% refletida ideal
• Os valores de L para cores de origem emissiva são valores percentuais em relação a potência da luz, não absolutos
• Em cores neutras a = b= 0• Embora não hajam limites
teóricos sobre os valores de a e b, os valores máximos de a, b e C absolutos em uma imagem RGB muito saturada são:
Variável Mínimo Máximo
L 0 100
a -∞ ∞b -∞ ∞C 0 ∞H 0 360
L a b C H
88 -189 151 239 141
100 -5 172 172 92
Não linearidade do olho
88%
100% 0%
0,5%
Não linearidade do olho
R = 88% L = 95
R = 100% L = 100 R = 0% L = 0
R = 0,5% L = 5
Não linearidade do olho
• O olho consegue enxergar em situações de muito contraste
• Para não perdermos nitidez em nos tons escuros, temos uma maior sensibilidade na parte inferior da curva do L
Exemplo: Graycard de 18%
• Um “grey card” com 18% de resolução tem valores Lab de:
47.3, -0.9, 1.6
• Ou seja, tem L de aproximadamente 50, que é o valor de um tom médio
Problemas na uniformidade no Lab
• Falta de uniformidade na Matiz– Foco nos tons azuis que tendem a púrpura
Problemas na uniformidade no Lab
• Falta de uniformidade na Matiz• Falta de uniformidade na Saturação
Lab e o XYZ no gerenciamento de cores
• O Lab e o XYZ são usados no gerenciamento de cores suprindo cores de referência:
– Cores primárias de imagens RGB
– Cores de dispositivos
• Usualmente o Lab e o XYZ são usados com base na iluminação D50 (em alguns casos D65)
• Embora teoricamente o gerenciamento de cores realize manipulações no Lab, a questão da não uniformidade já é endereçada pelos softwares atuais, que usam tecnologias proprietárias para lidar com os problemas do Lab
• Hoje, com a evolução do gerenciamento de cores, os problemas de não uniformidade do Lab devem ser vistos com atenção na manipulação de imagens diretamente em Lab
Medindo a diferença de cores
• O sistema Lab e a sua maior uniformidade das cores também permitiu apurar a medição de diferenças entre cores, visando:– Medir a precisão das cores no processo de captura, tratamento e
impressão de imagens– Avaliar aderência a padrões– Registrar a consistência de dispositivos
• Em 1976, junto com a padronização do Lab, também foi criada a primeira fórmula para diferença de cores– Delta E– Proporcional a distância euclidiana entre duas cores
• Unidades do Delta-E– Diferenças até 1 Delta-E entre duas cores não adjacentes mal é
percebida por uma pessoa com visão normal– Diferenças entre 3 e 4 Delta-E não adjacentes são aceitáveis para
a maioria das pessoas com visão normal– Diferenças entre 3 a 6 Delta-E são consideradas aceitáveis na
reprodução de cores comercial
Exemplo de Delta E
3 Delta-E
6 Delta-E
9 Delta-E
Evolução do Delta E
• Visando endereçar as questões de não uniformidade do Lab, a fórmula do Delta E passou por várias evoluções:– Delta-E CMC 1984– Delta-E 1994– Delta-E 2000
• Hoje, a versão atual (Delta-E 2000) possui compensações para: – Luminosidade– Chroma– Hue– Rotação– Cores neutras
Evolução das fórmulas de diferença de cor
Curso de Gerenciamento de Cores
Cores no Computador
Lorenzo Ridolfi
Objetivos do Tópico
• A partir dos conhecimentos de medição de cores da
aula anterior, apresentar as principais características
de uma imagem RGB ou CMYK
• De forma análoga, mostrar como é feita a descrição
das cores presentes em dispositivos de captura ou
impressão RGB ou CMYK
Objetivos do Gerenciamento de cores
• Relembrando a primeira aula …
• O gerenciamento de cores atua de duas formas distintas:– Descrevendo as cores dos pixels de uma imagem ou
dispositivo– Alterando valores dos pixels para manter as cores
consistentes entre dispositivos distintos
Tricromacia
• Uma cor representada por 3 valores (RGB, por exemplo) é uma simplificação da percepção das cores pelo olho humano
• Uma cor baseada em 3 valores representa um objeto visto em uma iluminação específica
X X =Cores
(R,G,B)
Agenda
Cores de imagens RGB
Cores de imagens CMYK
Cores de dispositivos
Agenda
Cores de imagens RGB
Cores de imagens CMYK
Cores de dispositivos
Origens das imagens RGB
• As imagens RGB tiveram origem com a TV em cores
• No mundo da informática, o grande “boom” foi com o início do Desktop Publishing na plataforma Apple Macintosh
• De qualquer forma, foi o monitor e a TV os grandes motivadores das imagens RGB
• Antes disso, todo o processamento de imagens era CMYK
Sistema de cores aditivas
• O sistema de cores aditivas segue o princípio de projecão de cores
• As cores aditivas partem da ausência de cor (preto)
• A adição de cada primária vai contribuindo para a formação das cores
• O branco é a soma de todas as cores
Imagem RGB
• O que define a cor de uma imagem:– Cor do branco (white point)
– Cores primárias
– Curva de mapeamento dos tons (gama)
• De posse dessas variáveis, é possível definir
precisamente a cor de qualquer pixel da imagem
Primárias do RGB
• São as cores básicas usadas na formação de todas as cores da imagem
• Os valores (R, G, B) de um pixel são, na verdade, percentuais das primárias– Em imagens de 8 bits, o valor varia de 0 a 255– Em imagens de 16 bits, o valor varia de 0 a 65535
= ++
Primárias do RGB
• Para caracterizar precisamente as cores das primárias, é necessário especificar os seus valores em Lab, XYZ ou xy.
• Dependendo das coordenadas das primárias, o leque de cores de uma imagem pode ser maior ou menor
Gama
• O termo gama teve origem nos monitores CRT, que por coincidência tem curvas não lineares, inversas ao do olho humano
• O gama de 2.2 é o mais próximo da percepção humana
• Com o gama conseguimos alterar a distribuição de valores intermediários das primárias
Gama
=
• A curva do monitor compensa a não linearidade do olho humano– A intensidade da luz produzida pelo sinal de vídeo é mais fraca nos
meio-tons– A sensibilidade do olho é mais forte nos meio-tons– Juntando as duas curvas, temos que a intensidade do sinal de vídeo é
proporcional à visão humana
Gama
• Se medirmos um monitor
CRT típico, o gama será
perto de 2.5
• O gama de 2.2 é o mais
próximo da percepção
humana
• O gama 2.2 é o mais próximo
da curva ideal que distribui
os valores de R, G e B mais
uniformemente em relação
ao L
Cor do branco
• A cor do branco determina a luz que ilumina as cores da imagem
• Embora seja possível, em teoria, o uso de qualquer tipo de luz, o mais comum é o uso do D50 e do D65
• A europa tende a seguir o D65 e os EUA o D50
Número de bits e de tons
• Um byte possui 8 bits– 28 ou 256 valores distintos
• Uma imagem RGB são 3 imagens de 8 bits– 224 ou 16 milhões de cores distintas
• Há um consenso que o homem, em média, consegue
distinguir 10 milhões de cores
• Neste contexto, 8 bits/cor parece bem suficiente…• Há necessidade em usarmos mais bits/cor ?
Sensores digitais são lineares
• Os sensores medem a luz emitida
• Mas a visão não é…• Metade dos valores (e dos
bits) é usada apenas para os tons claros
• Para os tons escuros, menos de 3% dos bits são empregados
• Por isso é importante termos sensores com 12 bits (2048 tons) ou mais
• Na conversão do RAW para RGB, os bits são distribuídos mais uniformemente mas se não foram capturados, não há milagre
As primárias do RGB também influenciam
• Uma imagem RGB com primárias mais distantes necessitam de um maior número de bits para evitar a posterização em transições
Bits/cor é um assunto polêmico
• Alguns autores defendem a tese que 8 bits/cor é mais do que suficiente– Com o gama apropriado, o mapeamento entre L e RGB é
muito próximo– Não há justificativa para o uso de espaço de cores grande
• Os que defendem 16 bits/pixel argumentam:– Uma máquina SLR consegue capturar cores com saturação
suficiente para justificar um espaço de cores grande– Qualquer edição mais complexa já tem perda de informação
• Ex: conversão para Lab e retorno para RGB– Em espaços de cores muito grandes, o uso de 8 bits/pixel
pode resultar em posterização– Você captura todo o detalhe que um sensor digital produz
Padronização do RGB
• Há varias iniciativas para padronizar o espaço de cores do RGB:– sRGB– AdobeRGB98– ECI RGB– Prophoto RGB
• É importante avaliarmos o espaço de cores RGB no contexto completo do gerenciamento de cores
• Um padrão define:– As cores das primárias– A cor do branco– Gama
Agenda
Cores de imagens RGB
Cores de imagens CMYK
Cores de dispositivos
Histórico do CMYK
• O CMYK teve origem nas gráficas, onde CMYK eram as cores das tintas usadas na impressão– Cyan– Magenta– Yellow– K (Preto)
• O processo de impressão CMYK também é conhecido como “4 cores”
• As máquinas de impressão mais avançadas também permitem a adição de cores adicionais em processos mais elaborados ou com cores especiais– Hexachrome (CMYK + Laranja e Verde)– CMYKclml– CMYKRG– Cores especiais (Pantone)
Processamento em CMYK
• Antes do gerenciamento de cores, todo o processamento e retoque de imagens era feito em CMYK
• No escaneamento, bem no início do processo, a imagem era convertida para CMYK
• No começo (muitas vezes ainda hoje), as gráficas operavam sem aderência a padrões e a correção de imagens em CMYK tinha o objetivo de:– Corrigir erros na separação de cores– Corrigir erros da impressora offset– Satisfazer o lado artístico do cliente
Cores subtrativas
• O CMYK atua de forma inversa ao RGB
• O processo parte da cor branca (a cor do papel)
• A adição das cores primárias vai fornecendo novas cores
• O preto é a soma de todas as cores (tintas e pigmentos)
K = Preto
• Em teoria, com as cores C, M e Y é possível obtermos um bom conjunto de cores (já formam a tricromacia)
• Entretanto, a cor preta tambem é necessária pois:– É difícil obter uma cor preta de qualidade apenas com as
cores C, M e Y– A obtenção de cores escuras só com C, M e Y implicam no
uso de muita tinta, o que ultrapassa o limite de absorção de tinta de muitos papéis
– Para impressão de textos– O uso da tinta preta substitui grandes quantidades das
demais tintas, o que representa uma economia de custo significativa
Técnicas de incorporar o K
• Na conversão de RGB para CMYK, há duas opções de geração do K:– CGR (Composite Gray Replacement)
• Remove o componente cinza das cores C,M,Y e substitui por K• Maior estabilidade a variações das cores C, M e Y
– UCR (Under Color Removal)• Elimina o C, M e Y só das cores mais escuras• Maior saturação de cores• Cores escuras menos ricas
• É importante observar também as outras restrições do processo CMYK– TAC (Total Area Coverage)– Maximum black
Dot gain: o gamma do CMYK
• A tinta de cada ponto da impressão tende a se espalhar naturalmente,
• Isso aumenta o tamanho do ponto, tornando a imagem mais escura
• O fato interessante que esse “problema” da impressão, é muito semelhante a curva de gama de 2.2 de um monitor– Há variações de acordo com o
tipo de papel e tinta• O que faz com que os tons da
impressão sejam mais próximos da percepção de cores humana
Escala Pantone
• A escala Pantone, desenvolvida em 1963, é uma escala de cores proprietária bastante usada na indústria gráfica– Na verdade são várias escalas
para diferentes condições de impressão
• A idéia original das escalas Pantone era oferecer receitas para mistura de tintas para produzir a cor desejada
• A cor Pantone, segundo a receita original, seria uma cor especial (spot color) no processo gráfico
• Atualmente há softwares que convertem entre as cores Pantone e valores CMYK e Lab
Padronizações do CMYK
• Visando padronizar as condições de impressão e obtenção de resultados mais consistentes e previsíveis, alguns padrões para as cores CMYK foram definidos (ISO, SWOP, SNAP e GRACoL)
• As padronizações procuram definir:– Valores Lab para as tintas C, M, Y e K– Dot gain– Balanço de cinzas– Papéis
Desvantagens do CMYK
• As imagens CMYK são 33% maiores do que as RGB• Os tons neutros não são intuitivos
– No RGB, um tom neutro tem valores R=G=B– No CMYK, o cyan sempre tem um valor maior, por exemplo C =
7%, M = 5% e Y = 5%• O ajuste de tons no CMYK é mais difícil• Conversões de cores entre CMYK e CMYK são complicadas• As edições em CMYK tem que lidar diretamente com as
limitações físicas da impressão– Máximo de tinta que o papel aceita– Valor máximo da tinta preta
• Em um ambiente com gerenciamento de cores, a melhor opção é trabalhar sempre com RGB e só converter para CMYK no momento da impressão, o mais tarde possível
A sua impressora é RGB!
• Embora o mecanismo de impressão da grande maioria das impressoras seja CMYK, os sistemas operacionais (Windows, Mac OS, Linux) as vêem como dispositivos RGB
• Os drivers de impressão são os responsáveis pela conversão de RGB para CMYK e raramente oferecem controle explícito sobre essa conversão– O controle é implícito através do tipo de papel, qualidade de
impressão, etc• O Photoshop usa o sistema operacional para se comunicar com
as impressoras. Portanto, vê as impressoras como dispositivos RGB
• Para usar a sua impressora como um dispositivo CMYK é necessário um software chamado RIP (Raster Image Processor)
• Há RIPs especiais para fotografia que oferecem maior qualidade de impressão, mas alguns destes RIPs também só oferecem interface RGB para a impressora
Agenda
Cores de imagens RGB
Cores de imagens CMYK
Cores de dispositivos
Cores sintéticas
• As cores de uma imagem digital podem ser chamadas de cores sintéticas ou abstratas, se a relação entre os valores dos pixels e os colorimétricos (Lab, XYZ, etc) é regido por uma equação matemática
• O fato das cores serem regidas por equação matemática, faz com que haja uma grande uniformidade e continuidade nas cores
• Essa continuidade e uniformidade permitem que hajam manipulações previsíveis e eficazes em softwares de edição de imagem, como o Photoshop
Exemplo de cores sintéticas
• Em uma imagem RGB sintética, podemos definir:– Cores primárias– Cor do branco– Gama
• Com isso, sabemos que:
Cor RGB Cor XYZ
R G B X Y Z
255 0 0 43.61 22.25 1.40
0 255 0 38.51 71.69 9.71
0 0 255 14.31 6.06 71.42
255 255 255 96.42 100 82.52
0 0 0 0 0 0
Exemplos de cores sintéticas
• Resolvendo essa calculeira:R’ = (R/255)2.2
G’ = (G/255)2.2
B’ = (B/255)2.2
X = 43.51*R’ + 38.51*G’ + 14.31*B’
Y = 22.35*R’ + 71.69*G’ + 6.06*B’
Z = 1.39 * R’ + 9.71*G’ + 71.41*B’
• Ou seja, há uma correlação direta entre as cores RGB e XYZ !
Cores reais dos dispositivos
• Pouquíssimos dispositivos tem um comportamento próximo as cores sintéticas
• Exemplo: Cores neutras de uma impressora jato de tinta:
Mapeando as cores de um dispositivo
• As cores de qualquer dispositivo real dificilmente podem ser mapeadas por meio de equações matemáticas simples
• O único modo de mapear as cores de um dispositivo com precisão é:– Tirar diversas amostras de como o dispositivo registra ou mostra a
cor – Deduzir todas as demais cores a partir dessa amostragem
Amostragens comuns
Tipo de dispositivo Amostras
Câmeras digitais 24 a 140
Scanners 260 a 500
Impressoras 280 a 3000
Monitores 50 a 150
• O número de amostras necessárias para registrar o comportamento das cores de um dispositivo varia de acordo com a uniformidade com que ele captura/reproduz cores
• Da mesma forma com que usar menos amostras resulta num registro ruim de um dispositivos, o uso de amostras em excesso pode comprometer as transições e a suavidade das cores
Gamut de cores
• O gamut representa a gama de cores que podem ser
geradas por um dispositivo
• Só faz sentido falarmos em gamut de dispositivos de
saída– Os dispositivos de entrada naturalmente comprimem as
cores mais saturadas
• Há diferenças enormes entre gamuts de dispositivos
de captura, monitores e impressoras– Gamut de Captura > Gamut do Monitor > Gamut da Impressão
Cores sintéticas X cores reais
• As cores sintéticas ou abstratas representam um comportamento ideal das cores de uma imagem
• Embora as cores sintéticas sejam irreais, são perfeitas para edição e manipulação de imagens pois a sua relação com a nossa percepção é muito precisa
• Um dispositivo real raramente consegue ter uma geração/captação de cores próxima a um modelo sintético de cores
• Normalmente as cores dos dispositivos são obtidas por amostragem e interpolação