germinação de apuleia leiocarpa

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA DEPARTAMENTO DE CIÊNICAS BIOLÓGICAS GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. MACBR.: TEMPERATURA, FOTOBLASTISMO E ESTRESSE SALINO Gracieli da Silva Henicka Alta Floresta MT 2006

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TCC sobre ecofisiologia vegetal.

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Page 1: Germinação de Apuleia leiocarpa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA

DEPARTAMENTO DE CIÊNICAS BIOLÓGICAS

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE

Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. MACBR.:

TEMPERATURA, FOTOBLASTISMO E

ESTRESSE SALINO

Gracieli da Silva Henicka

Alta Floresta – MT

2006

Page 2: Germinação de Apuleia leiocarpa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA

DEPARTAMENTO DE CIÊNICAS BIOLÓGICAS

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE

Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. MACBR.:

TEMPERATURA, FOTOBLASTISMO E

ESTRESSE SALINO

Monografia apresentada a Universidade do

Estado de Mato Grosso para a obtenção do

título de licenciado em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profª. Dr ª. Lúcia Filgueiras

Braga

Gracieli da Silva Henicka

Alta Floresta - MT

2006

Page 3: Germinação de Apuleia leiocarpa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA

DEPARTAMENTO DE CIÊNICAS BIOLÓGICAS

Monografia defendida e aprovada em 11/12/2006, pela banca examinadora constituída

pelos professores.

________________________________________

DS. MARCÍLIO PEREIRA SOUSA (Presidente)

Depto. de Ciências Biológicas

Campus Universitário de Alta Floresta (AF)

UNEMAT

________________________________________________

DS. MARCO ANTÔNIO CAMILLO DE CARVALHO

Depto. de Agronomia

AF UNEMAT

_______________________________________________

DS. OSTENILDO RIBEIRO CAMPOS

Depto. de Agronomia

AF UNEMAT

Alta Floresta – MT

2006

Page 4: Germinação de Apuleia leiocarpa

iv

DEDICATÓRIA

À minha amada família e ao meu noivo,

pela compreensão, paciência, dedicação e

incentivo.

A todas as pessoas que respeitam a

natureza e por ela dedicam suas vidas.

Page 5: Germinação de Apuleia leiocarpa

v

AGRADECIMENTOS

A Deus Todo Poderoso, que em minhas dificuldades esteve comigo

iluminando-me e abençoando-me com seu amor infinito.

A meus pais, Olímpia e Volnei, e meus irmãos, Nadia, Tiago e Maykon que

por muitas vezes me ajudaram a superar dias difíceis e se alegraram comigo a

cada passo dado, muito obrigada!

Ao meu amado noivo Marcelo, que me amou, me incentivou, me ouviu e

me encorajou a tomar decisões até aqui, obrigada por você existir Meu Amor.

Um carinho especial aos professores Lúcia Filgueiras Braga e Marcílio

Pereira Sousa pelo empenho e dedicação em me orientar, pelas risadas enquanto

trabalhei com vocês, pelas valiosas lições que aprendi no âmbito profissional e

pessoal, meus sinceros votos de respeito, estima e admiração.

A querida técnica do Laboratório Lígia Ebúrneo, pela gentileza e presteza

em atender meus pedidos durante a pesquisa.

As Centrais Elétricas do Norte do Brasil – ELETRONORTE Regional de

Produção e Comercialização de Tucuruí – CTC (Programa de Revitalização do

Banco de Germoplasma) por ceder as sementes de Apuleia leiocarpa.

Aos meus amigos que alegraram meus dias e me deram força e coragem

para não desistir dos meus sonhos.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta

pesquisa, minha gratidão.

Page 6: Germinação de Apuleia leiocarpa

vi

RESUMO

A germinação das sementes é um processo biológico, cuja ocorrência se deve a um

conjunto de condições ambientais, dentre elas a luz e a temperatura. Além disso, as

sementes estão sujeitas a condições de múltiplos estresses que limitam o seu

desenvolvimento e suas chances de sobrevivência, exemplo deste é o estresse salino

provocado pela inadequada irrigação do solo e uso abusivo de fertilizantes. Apuleia

leiocarpa, conhecida como grápia ou amarelão, é uma espécie florestal com importância

ecológica e ornamental, pertencente à família Caesalpiniaceae, sendo empregada em

marcenaria, tanoaria, esquadrias, carrocerias, trabalhos em torno e para a construção

civil. Na literatura não existem informações sobre a ecofisiologia da germinação das

sementes desta espécie, especialmente importantes para estudos de implantação em

empreendimentos florestais, sendo objetivo deste trabalho, avaliar o comportamento

germinativo de Apuleia leiocarpa, sob diferentes condições de temperatura, luz e

estresse salino. Como as sementes dessa espécie apresentam tegumento duro e

impermeável, foi utilizado o ácido sulfúrico concentrado (98%), durante 30 minutos

para superar a dormência. Para determinar a melhor temperatura e o fotoblastismo

avaliaram-se as temperaturas constantes de 25, 30 e 35°C, sob condição de luz e escuro

contínuo, adotando-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial

3 X 2. Foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes para cada tratamento,

colocadas em caixas plásticas transparentes, para a condição de luz (fotoperíodo de 12h)

e caixas de coloração preta, para a condição de escuro contínuo, sendo os testes

conduzidos em germinadores tipo B.O.D. Para assegurar a condição de escuro contínuo

às sementes, as contagens foram realizadas em câmara de segurança sob luz verde. Para

simular o estresse salino e determinar o limite máximo de tolerância das sementes de

Apuleia leiocarpa ao NaCl as sementes foram submetidas aos potenciais 0 (controle);

-0,1; -0,2; -0,3 e -0,4 MPa, utilizando-se o delineamento inteiramente casualizado com 5

tratamentos (potenciais). As leituras de porcentagem e velocidade de germinação nos

dois experimentos foram realizadas em intervalo de 24 horas, sendo consideradas

germinadas sementes que apresentaram extensão radicular igual ou maior a 2mm. As

sementes de Apuleia leiocarpa apresentaram umidade de 11,68%. Foram consideradas

fotoblásticas neutras e germinam melhor em temperatura de 25°C. Quanto ao estresse

salino provocado por NaCl as sementes germinam sem variação significativa até o

potencial de –0,4 MPa, porém ocorre decréscimo gradual na porcentagem e velocidade

de germinação conforme o potencial se torna mais negativo.

PALAVRAS-CHAVES: Apuleia leiocarpa, temperatura, luz e potencial

osmótico.

Page 7: Germinação de Apuleia leiocarpa

vii

ABSTRACT

The germination of the seeds is a biological process, whose occurrence if must to a set

of ambient conditions, amongst them they place it light and the temperature. Moreover,

the seeds are citizens the conditions of multiples estresses that they limit its

development and its possibilities of survival, example of this is estresse it saline

provoked for the inadequate irrigation of the ground and abusive fertilizer use. Apuleia

leiocarpa, known as grápia or amarelão, is a forest species with ecological importance

and ornamental, pertaining to the Caesalpiniaceae family, being used in it would

marcenaria, tanoaria, esquadrias, carrocerias, works in lathe and for the civil

construction. In literature information do not exist on the ecofisiologia of the

germination of the seeds of this species, especially important for studies of implantation

in forest enterprises, being objective of this work, to evaluate the germinativo behavior

of Apuleia leiocarpa, under different conditions of temperature, light and estresse saline.

As the seeds of this species present hard and impermeable tegumento, was used sulfuric

acid concentrated (98%), during 30 minutes to surpass the dormência. To determine the

best temperature and the fotoblastismo the constant temperatures of 25, 30 and 35°C

had been evaluated, under condition of light and dark continuous, adopting themselves

the delineation entirely casualizado in 3 factorial project X 2. Four repetitions of 25

seeds for each treatment had been used, placed in transparent plastic boxes, for the

condition of light (fotoperíodo of 12h) and boxes of black coloration, for the continuous

condition dark, being the tests lead in germinadores type B.O.D. To assure the

continuous condition dark to the seeds, the countings had been carried through in

chamber of security under green light. To simulate it estresse it saline and to determine

the maximum limit of tolerance of the seeds of Apuleia leiocarpa to the NaCl the seeds

had been submitted to potentials 0 (control); -0,1; -0,2; -0,3 and -0,4 MPa, using itself

the delineation entirely casualizado with 5 treatments (potential). The readings of

percentage and speed of germination in the two experiments had been carried through in

interval 24-hour, being considered germinated seeds that had presented extension to

radicular equal or bigger 2mm. The seeds of Apuleia leiocarpa had presented 11,68%

humidity. They had been considered fotoblásticas neutral and they germinate better in

temperature of 25°C. How much to it estresse it saline provoked for NaCl the seeds

germinate without significant variation until the potential of -0,4 MPa, however it

occurs gradual decrease in the percentage and speed of in agreement germination the

potential if it becomes negative more.

KEY WORDS: Apuleia leiocarpa, temperature, light and osmotic potential.

Page 8: Germinação de Apuleia leiocarpa

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Valores médios de porcentagem e índice de velocidade de germinação

de sementes de Apuleia leiocarpa submetidas a diferentes

temperaturas............................................................................................... 27

Figura 2. Valores médios de porcentagem e índice de velocidade de germinação

de sementes de Apuleia leiocarpa submetidas a diferentes condições de

luz............................................................................................................... 29

Page 9: Germinação de Apuleia leiocarpa

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores de F, média geral, coeficiente de variação (%) e diferença

mínima significativa (DMS) para germinação (%) e índice de

velocidade de germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa

(VOGEL) J. F. Macbr. em função de temperaturas e fotoblastismo.......... 26

Tabela 2. Valores de F, média geral, coeficiente de variação (%) e diferença

mínima significativa (DMS) para germinação (%) e índice de

velocidade de germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa

(VOGEL) J. F. Macbr. em função de potenciais osmóticos....................... 30

Tabela 3. Valores médios de porcentagem e índice de velocidade de germinação

(IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa submetidas ao estresse salino

simulado com

NaCl............................................................................................................ 31

Page 10: Germinação de Apuleia leiocarpa

x

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 12

2.1. Considerações sobre a espécie........................................................................ 12

2.2. Germinação de Sementes................................................................................ 13

2.2.1. Temperatura.................................................................................................... 15

2.2.2. Fotoblastismo.................................................................................................. 16

2.2.3. Estresse salino................................................................................................. 18

3. OBJETIVOS................................................................................................... 21

3.1. Objetivo Geral................................................................................................. 21

3.2. Objetivos Específicos...................................................................................... 21

4. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 22

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 25

6. CONCLUSÃO................................................................................................ 33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 34

Page 11: Germinação de Apuleia leiocarpa

10

1. INTRODUÇÃO

A germinação das sementes é um processo biológico, cuja ocorrência se deve a

um conjunto de condições ambientais específicas (MAYER e POLJAKOFF-MAYBER,

1989). Bewley e Black (1982), afirmam que nas reações bioquímicas que ocorrem

durante a germinação, observa-se a existência de estreita dependência da temperatura,

existindo uma temperatura ótima na qual o processo se realiza mais rápida e

eficientemente, o que para Figliolia et al. (1993), associa o efeito da temperatura às

características ecológicas da espécie.

Desta forma, segundo Endler (1993), existe grande variabilidade de respostas

germinativas em função da luz, uma vez que a germinação das sementes de espécies

fotossensíveis pode ser estimulada ou inibida, dependendo da qualidade espectral da luz

encontrada sob o dossel. Para Jesus e Pinã-Rodrigues (1991) apud Silva et al. (2002),

trata-se de uma resposta ecofisiológica da espécie, com estreita correspondência a seu

posicionamento no estádio sucessional da floresta.

Além da temperatura e da luz, as sementes estão sujeitas a condições de múltiplos

estresses que limitam o seu desenvolvimento e suas chances de sobrevivência sendo,

portanto, necessária investigação científica para a determinação da tolerância de tais

plantas ao estresse, a partir da observação da capacidade germinativa das sementes

nessas condições (LARCHER, 2000).

Segundo Lorenzi (2002), Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., conhecida como

grápia ou amarelão, é uma espécie florestal com importância ecológica e ornamental,

Page 12: Germinação de Apuleia leiocarpa

11

pertencente à família Caesalpiniaceae, sendo empregada em marcenaria, tanoaria,

esquadrias, carrocerias, trabalhos em torno e para a construção civil.

Na literatura não existem informações sobre a ecofisiologia da germinação das

sementes desta espécie, especialmente importantes para estudos de implantação em

empreendimentos florestais como programas de reflorestamento de áreas degradadas ou

de recomposição de matas nativas.

Page 13: Germinação de Apuleia leiocarpa

12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Considerações sobre a espécie

Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. é conhecida por diversos nomes populares

como amarelão (MT), amarelinho (MS, PR, SC e SP), amarelinho-da-serra,

garapiapanha, grapiapunha, guarapeapunha, aricirana (MA), barajuba, cetim, coração-

de-negro (SP), entre outros. Conforme Carvalho (2003), no exterior é conhecida como

anacaspi (Peru); grapia (Argentina) e yvyra pere (Paraguai). A espécie pertence à

família Caesalpiniaceae, atingindo de 25-35m de altura, com tronco de 60-90 cm de

diâmetro (LORENZI, 2002), sendo classificada por Carvalho (2003), como árvore

caducifólia, com copa larga, muito ramificada, aplanada e não muito densa, que

proporciona sombra média.

Segundo Lorenzi (2002), A. leiocarpa ocorre do Pará até o Rio Grande do Sul em

floresta latifoliada semidecídua e, no sul da Bahia e Espírito Santo em floresta pluvial

Atlântica. A madeira, moderadamente pesada é empregada em marcenaria, tanoaria,

esquadrias, carrocerias, trabalhos de torno, para construção civil, como vigas, ripas,

caibros, tacos e tábuas para assoalhos, para usos externos, como postes, moirões,

dormentes, vigas de pontes, esteios e etc. Conforme Paula (1982), possui alto teor de

lignina, sendo considerada muito boa para produção de álcool e carvão. A variedade

Apuleia leiocarpa var. molaris, ou muiratauá-da-amazônia, produz segundo Melo et al.

(1986), polpa para papel de embalagem com características plenamente satisfatórias e

até mesmo superiores às de Eucalyptus spp..

Page 14: Germinação de Apuleia leiocarpa

13

Segundo Klein (1982), a casca da árvore é fina, com espessura de até 10 mm e a

casca externa é pardo-amarelada a branco-acinzentada, áspera, quase lisa, com escamas

delgadas que se desprendem facilmente em placas rígidas em forma de conchas,

deixando cicatrizes características que tornam essa árvore inconfundível na floresta.

Esta casca é usada como depurativo do sangue, apresentando propriedades anti-

sifilíticas (CORREA, 1952), e é também indicada por Marquesini (1995), para dores no

corpo. Ruppelt et al. (1991), apontam as atividades analgésicas e antinflamatórias dessa

espécie, possuindo ainda de acordo com Körbes (1995), comprovada indicação contra

diabetes, usando-se o chá da casca, da madeira ou mesmo da serragem. Já as flores são

consideradas melíferas (CARVALHO, 2003).

De acordo com Mendonça Filho (1996), as folhas são muito apreciadas pelo

macaco-bugio (Alouatta fusca), enquanto primatas como o muriqui (Brachyteles

arachnoides) se alimentam de brotos e flores, que são importantes recursos alimentares

ao final da estação seca. A espécie é recomendada ainda, para restauração de mata ciliar

em locais sem inundação (FERREIRA, 1983), sendo também recomendada por Toledo

Filho e Parente (1988), para arborização de praças públicas no interior do Estado de

São Paulo.

2.2. Germinação de Sementes

Para Vázquez-Yanes e Orozco-Segovia (1984), o estudo da ecofisiologia da

germinação permite a compreensão mais precisa dos processos que regulam a

longevidade das sementes no solo e o estabelecimento das plantas em condições

Page 15: Germinação de Apuleia leiocarpa

14

naturais. Segundo Dias et al. (1992), o entendimento da complexa regeneração de um

ecossistema de floresta tropical reside na associação entre a germinação das sementes,

marco inicial do ciclo sucessional, e o fator luz.

Conforme Coll et al. (1992), a germinação de sementes pode ser definida como

uma série de acontecimentos metabólicos e morfogenéticos que promovem a

transformação de um embrião em uma plântula. Nela estão envolvidos, segundo Moraes

et al. (2002), processos seqüenciados e sincronizados, de tal maneira que as reações

catabólicas e anabólicas são simultâneas. É um processo primeiramente controlado por

uma interação de sinais ambientais e endógenos, a partir dos quais ocorrem alterações

do estado fisiológico da semente que resultam na retomada do desenvolvimento do

embrião. Para que estas reações se processem, há gasto de energia, a qual é obtida a

partir da degradação das substâncias de reserva da própria semente, através da

respiração.

Para Ching (1973) apud Carvalho e Nakagawa (2000), a germinação das sementes

compreende três fases principais: a) reativação dos sistemas preexistentes, b) síntese de

enzimas e formação de organelas para o metabolismo de substâncias de reserva e c)

formação de componentes celulares de novo.

Com base em Coll et al. (1992), os fatores que afetam a germinação podem ser

divididos em dois tipos: intrínsecos e extrínsecos. Dentre os fatores intrínsecos que

regulam o processo germinativo, a presença de hormônios e o equilíbrio entre estes,

promotores e inibidores de crescimento, exercem um papel fundamental, enquanto entre

os fatores extrínsecos destaca-se água, gases, temperatura e luz (MORAES et al., 2002).

Page 16: Germinação de Apuleia leiocarpa

15

2.2.1. Temperatura

As sementes têm a capacidade de germinar dentro de uma faixa de temperatura,

característica para cada espécie, mas o tempo necessário para se obter a porcentagem

máxima de germinação é dependente da temperatura.

Segundo Araújo Neto et al. (2002), para muitas espécies se fornecidas as

condições ideais de luz e umidade, a temperatura predominante no solo determinará

tanto a quantidade de sementes germinadas como a velocidade de germinação.

Assim, temperaturas inferiores ou superiores à ótima tendem a reduzir a

velocidade do processo germinativo, expondo as sementes por maior período a fatores

adversos, o que pode levar à redução no total de germinação (CARVALHO e

NAKAGAWA, 2000). Para Bewley e Black (1994), a temperatura afeta tanto a

capacidade como a velocidade de germinação.

Conforme Malavasi (1988) apud Araújo Neto et al. (2002), o efeito da temperatura

na germinação das sementes pode ser expresso em termos de temperaturas cardinais,

que são mínima, ótima e máxima. Para Borges e Rena (1993), a temperatura é chamada

ótima quando ocorre máxima germinação, no menor período de tempo, e máxima e

mínima, conforme Bewley e Black (1994) quando a germinação é zero ou pouco

germina.

Figliolia et al. (1993), afirmaram que o efeito da temperatura na germinação está

associado às características ecológicas da espécie. Para Larcher (2000), as temperaturas

cardinais da germinação de sementes devem corresponder a condições externas que

garantam o desenvolvimento suficientemente rápido das plantas jovens. Nas espécies

largamente distribuídas, a escala de temperatura do início da germinação é ampla, assim

Page 17: Germinação de Apuleia leiocarpa

16

como naquelas adaptadas a amplas flutuações de temperatura em seu habitat. As plantas

tropicais germinam otimamente entre 15° e 30°C, enquanto a escala de plantas da zona

temperada é de 8° a 25°C e das plantas alpinas, 5° a 30°C. Moraes et al. (2002),

acrescentaram que espécies tropicais são mais sensíveis às baixas temperaturas,

apresentando um limite mínimo geralmente acima de 5°C.

Segundo Amaral e Paulilo (1992), em temperaturas mais baixas, o metabolismo é

reduzido e a semente pode germinar em período mais longo. Já em temperatura mais

elevada Carvalho e Nakagawa (2000), afirmaram que a velocidade de absorção de água

e das reações químicas é maior, e as sementes germinam mais rapidamente. Conforme

Vidaver e Hsiao (1975), temperaturas altas no processo germinativo de sementes têm

ocasionado estresse, proporcionando-lhes inibição térmica, dormência térmica ou

mesmo perda de viabilidade. Segundo Moraes et al. (2002), temperaturas elevadas

acarretam uma diminuição do suprimento de aminoácidos livres, da síntese protéica, da

síntese de RNA e das reações anabólicas. De modo geral, altas temperaturas desnaturam

proteínas, alteram a permeabilidade da membrana e ocasionam perda de material,

enquanto as baixas retardam as taxas metabólicas até o ponto em que as vias essenciais

ao início da germinação não podem mais operar.

2.2.2. Fotoblastismo

De acordo com Whatley e Whatley (1982), três propriedades diferentes da luz

podem afetar separadamente o metabolismo e desenvolvimento de uma planta: (a) sua

qualidade espectral, (b) sua intensidade e (c) sua duração. A resposta produzida depende

Page 18: Germinação de Apuleia leiocarpa

17

primeiramente do pigmento receptor, que determina quais comprimentos de onda de luz

são absorvidos, e posteriormente, da intensidade e/ou duração da iluminação.

Sementes de um grande número de espécies apresentam comportamento

fotoblástico, de modo que a germinação pode ser promovida ou inibida por exposição à

luz branca (MORAES et al., 2002). Conforme Vidaver (1980), no comportamento

germinativo de espécies sensíveis à luz, encontram-se sementes que germinam somente

após rápida exposição à luz e outras em que a germinação é desencadeada somente no

escuro, segundo Vázquez-Yanes e Orozco-Segovia (1991), existem ainda aquelas

indiferentes à luz.

O fitocromo é o pigmento receptor responsável pela captação de sinais luminosos

que podem ou não desencadear a germinação das sementes. O modo de ação desse

pigmento depende do tipo de radiação incidente, pois luz com alta relação

vermelho/vermelho-extremo (V/VE) pode induzi-lo a assumir a forma ativa (FVe),

promovendo a germinação de sementes fotossensíveis, enquanto luz com baixa relação

V/VE pode levá-lo a assumir a forma inativa (FV), impedindo a germinação

(VIDAVER, 1980 apud ARAÚJO NETO et al., 2003; BRYANT, 1985; VÁZQUEZ-

YANES E OROZCO-SEGOVIA, 1990). A luz branca, segundo Borges e Rena (1993),

devido sua composição espectral e características de absorção do fitocromo, têm efeito

semelhante ao da luz vermelha.

O termo fotoblastismo tem sido usado para agrupar as sementes em diferentes

categorias. Desta forma, Morgan e Smith (1981) apud Araújo Neto et al. (2002) e

Orozco-Segovia e Vázquez-Yanes (1992) apresentam sementes fotoblásticas positivas

sendo aquelas cuja germinação é promovida pela luz branca e não germinam no escuro,

enquanto as fotoblásticas negativas são aquelas cuja germinação é inibida pela luz

Page 19: Germinação de Apuleia leiocarpa

18

branca. Klein e Felippe (1991), denominaram o caráter fotoblástico positivo de

“preferencial”, quando alguma germinação ocorre na ausência de luz, e de “absoluto”,

quando a germinação é nula na ausência de luz. Segundo Moraes et al. (2002), há ainda

as sementes fotoblásticas neutras, que germinam bem com ou sem a presença de luz.

Conforme Jesus e Piña-Rodrigues (1991), a germinação das sementes, em relação

à luz, é uma resposta ecofisiológica da espécie, e tem estreita correspondência com o

seu posicionamento no estádio sucessional da floresta. Segundo Kageyama e Viana

(1991), as sementes de espécies pioneiras são fotoblásticas e respondem com

germinação plena apenas quando são submetidas à luz vermelha, enquanto as

pertencentes aos demais grupos ecológicos, como as secundárias e as clímax, têm

capacidade de germinar a sombra do dossel, sem luz solar direta.

Em geral, sementes pequenas e com poucas reservas, bem como sementes de espécies

arbóreas pioneiras pertencentes aos estratos superiores de uma floresta, apresentam

fotodormência. Tais sementes tendem a ser fotoblásticas positivas. No interior de florestas,

permanecem fotodormentes na superfície do solo, enquanto a comunidade vegetal estiver

intacta. Entretanto, a fotodormência é quebrada quando há a abertura de uma clareira ou

quando as sementes são transportadas para fora da floresta. Sementes iluminadas com luz

solar direta são estimuladas a germinar devido ao aumento da forma FVe do fitocromo. A

dormência das sementes fotoblásticas positivas sob o dossel proporciona a formação de um

banco de sementes no interior da floresta, permitindo a regeneração natural da mata quando

ocorrem aberturas de clareiras (KERBAUY, 2004: p.434).

2.2.3. Estresse salino

No Brasil, áreas áridas ou semi-áridas estão situadas principalmente na região do

Nordeste, sendo que a proporção de solos salinizados está aumentando em virtude do

emprego incorreto de técnicas agrícolas, como adubação excessiva e irrigação com água

Page 20: Germinação de Apuleia leiocarpa

19

imprópria para tal finalidade, transformando terras férteis e produtivas em terras

impróprias para a agricultura (FREIRE, 2000).

Stewart e Ahmad (1983) apud Taiz e Zeiger (2004) afirmaram que enquanto

muitas plantas são afetadas de forma adversa pela presença de níveis relativamente

baixos de sal, outras podem sobreviver com altos níveis (plantas tolerantes ao sal) ou

mesmo prosperar (halófitas) sob tais condições. Os mecanismos pelos quais as plantas

toleram a salinidade são complexos, envolvendo síntese molecular, indução enzimática

e transporte de membrana. Em algumas espécies, os minerais em excesso não são

absorvidos; em outras, o são, mas são excretados da planta por glândulas de sal

associadas às folhas. Para impedir o acúmulo tóxico de íons minerais no citosol, muitas

plantas o seqüestram para o vacúolo.

De acordo com Santos et al. (1992), as condições que as sementes encontram no

solo para germinarem nem sempre são ótimas, como ocorre em solos salinos e sódicos,

o que influencia o processo de embebição, uma vez que este é dependente do gradiente

hídrico entre a semente e o meio externo. O potencial osmótico de soluções salinas

apresenta valores mais negativos do que aquele apresentado pelas células do embrião,

dificultando, portanto, a absorção da água necessária para a germinação das sementes. A

salinidade afeta a germinação, não só dificultando a cinética da absorção de água, mas

também facilitando a entrada de íons em quantidade tóxica nas sementes em embebição.

A inibição do crescimento ocasionada pela salinidade, segundo Tobe e Omasa

(2000) apud Fanti e Perez (2004), se deve tanto ao efeito osmótico, ou seja, à seca

fisiológica produzida, como ao efeito tóxico, resultante da concentração de íons no

protoplasma.

Page 21: Germinação de Apuleia leiocarpa

20

Para Larcher (2000), a resistência à salinidade é descrita como a habilidade de

evitar, por meio de uma regulação salina, que excessivas quantidades de sal

provenientes do substrato alcancem o protoplasma e também, de tolerar os efeitos

tóxicos e osmóticos associados ao aumento da concentração de sais.

Segundo Mayer e Poljakoff-Mayber (1989), plantas com baixa tolerância à

salinidade nos vários estádios de desenvolvimento, incluindo a germinação, são

denominadas glicófitas e as mais tolerantes, halófitas.

Geralmente, segundo Ungar (1978) apud Jeller e Perez (2001), tanto halófitas

como glicófitas respondem de maneira semelhante ao estresse salino, sendo a

porcentagem e a velocidade de germinação inversamente proporcional ao aumento da

salinidade, variando apenas o limite de tolerância ao sal. Halófitas altamente tolerantes

podem germinar em meio com até 8% de NaCl, entretanto, as halófitas pouco tolerantes

têm sua germinação inibida em meio com concentrações superiores a 1,5% de NaCl. Já

a maioria das glicófitas não germina em meio com concentrações superiores a 1,5% de

NaCl. Outra característica importante das halófitas, que as distingue das glicófitas, é sua

habilidade de permanecer dormentes sem perda de viabilidade em altas concentrações

salinas e depois germinarem prontamente quando a concentração de NaCl do meio é

reduzida, caracterizando uma resposta de recuperação. Conforme Willian e Ungar

(1972), provavelmente, as glicófitas não apresentam essa resposta de recuperação, uma

vez que o NaCl produz efeito tóxico, além do osmótico. Porém, nas halófitas o efeito

dos sais é principalmente osmótico e, nessa categoria de plantas, a resposta de

recuperação está sempre presente.

Page 22: Germinação de Apuleia leiocarpa

21

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar o comportamento germinativo de Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F.

Macbr. sob diferentes condições de temperatura, luz e estresse salino.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar a temperatura ótima para a germinação da espécie Apuleia leiocarpa

sendo avaliadas as temperaturas de 25 a 35°C constante em intervalos de 5°C;

Classificar a categoria de fotoblastismo realizando a germinação sob condição

de luz (fotoperíodo de 12 horas) e escuro contínuo;

Estabelecer o limite de tolerância ao estresse salino simulado com soluções de

NaCl nos potenciais osmóticos de 0 (controle); -0,1; -0,2; -0,3 e -0,4 MPa.

Page 23: Germinação de Apuleia leiocarpa

22

4. MATERIAL E MÉTODOS

As sementes de A. leiocarpa foram cedidas pelas Centrais Elétricas do Norte do

Brasil – ELETRONORTE Regional de Produção e Comercialização de Tucuruí – CTC

(Programa de Revitalização do Banco de Germoplasma), coletadas em março de 2004 e

armazenadas em geladeira embaladas em sacos de polietileno por vinte e um meses.

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes da UNEMAT- Campus Alta

Floresta. Para se determinar o grau de umidade inicial, utilizou-se duas amostras de 25

sementes, pesadas e colocadas em estufa a 105°C ±3°, por 24 horas e pesadas

novamente, procedendo-se o cálculo do grau de umidade das sementes, com base no

peso úmido, conforme procedimento descrito por Brasil (1992).

As sementes foram selecionadas a fim de se obter uniformidade quanto à

coloração, tamanho e exclusão daquelas danificadas. Como as sementes dessa espécie

apresentam tegumento duro e impermeável, antes dos tratamentos foi utilizado o ácido

sulfúrico concentrado (98%), durante 30 minutos para superar a dormência, uniformizar

e acelerar o processo germinativo, conforme recomendado por Souza et al. (1994).

Posteriormente as sementes foram esterilizadas embebidas em hipoclorito de sódio

a 20% por 30 minutos, em seguida lavadas em água corrente por 3 minutos e por fim

imersas em água destilada e autoclavada pelo mesmo período. Depois de secas

superficialmente em papel toalha as sementes receberam tratamento com os fungicidas

Ridomil (Metalatil e Mankozeb) e Captan (Orthocide 500) a 0,25% cada do peso seco

das sementes.

Page 24: Germinação de Apuleia leiocarpa

23

Experimento 1. Foram avaliadas as temperaturas constantes de 25, 30 e 35°C na

presença (fotoperíodo de 12 horas) e ausência de luz contínua.

Nos dois experimentos foram utilizadas em cada tratamento quatro repetições de

25 sementes, colocadas no interior de caixas plásticas transparentes, para a condição de

luz e caixas de coloração preta, para a condição de escuro contínuo. As caixas foram

forradas com papel germitest umedecido com 25 ml de água destilada. Os testes foram

realizados em dezembro/2005, sendo conduzidos em germinadores tipo B.O.D com as

contagens realizadas durante 11 dias. O delineamento foi inteiramente casualizado em

esquema fatorial 3 X 2.

A partir da determinação da temperatura e condição de luz mais adequada, foi

realizado o segundo experimento.

Experimento 2. Para simular o estresse salino e determinar o limite máximo de

tolerância das sementes de Apuleia leiocarpa, ao NaCl as sementes foram submetidas

aos potenciais 0 (controle) ;-0,1; -0,2; -0,3 e -0,4 MPa, sendo as soluções preparadas à

partir da equação de Van't Hoff, citada por Salisbury e Ross (1992). O experimento foi

realizado em abril de 2006 com avaliações durante 11 dias. O delineamento foi

inteiramente casualizado com 5 tratamentos.

As leituras de germinação de ambos os experimentos foram realizadas em

intervalos de 24 horas, sendo consideradas germinadas as sementes que apresentaram

extensão radicular igual ou maior a 2mm (REHMAN et al., 1996). Para segurança

durante as avaliações na condição escuro contínuo as leituras foram realizadas em

câmara de segurança sob luz verde. Os cálculos de porcentagem e velocidade de

germinação foram realizados de acordo com Labouriau e Valadares (1976) e Maguire

(1962), respectivamente.

Page 25: Germinação de Apuleia leiocarpa

24

Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas

pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, para os delineamentos estatísticos. Para

efeito da análise de variância, os dados foram transformados em arcsen √%/100

(BANZATTO E KRONKA, 1992).

Page 26: Germinação de Apuleia leiocarpa

25

5. RESULTADOS E DISCUSSÄO

As sementes de A. leiocarpa apresentaram 11,68% de umidade. Para Carvalho e

Nakagawa (2000), o teor de água entre 12-14% e 18-20% apresenta uma respiração

ativa das sementes, o que causa a perda do vigor e eventuais quedas na germinação.

Portanto, o médio teor de água apresentado pelas sementes de A. leiocarpa pode

provavelmente ser o fator responsável por sua baixa germinabilidade (54%).

A maioria das sementes ortodoxas após a colheita apresentam de 5 a 20% de água

da sua massa total (BRADBEER, 1988 apud ABREU e GARCIA, 2005). De acordo

com Bewley e Black (1994), sementes ortodoxas mantêm baixo grau de umidade a fim

de permanecerem viáveis por um longo período, germinando apenas quando as

condições ambientais forem favoráveis à sobrevivência da plântula. O baixo teor de

água destas sementes, além de limitar a germinação, é fundamental para evitar a

deterioração das mesmas pelo ataque de microrganismos (BARBEDO e MARCOS

FILHO, 1998).

Experimento 1: Na tabela 1, estão apresentados os valores de F, média geral,

coeficiente de variação (%) e diferença mínima significativa para a porcentagem e

velocidade de germinação. Verifica-se que somente para temperatura ocorreram

diferenças significativas, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Page 27: Germinação de Apuleia leiocarpa

26

Tabela 1. Valores de F, média geral, coeficiente de variação (%) e diferença mínima

significativa (DMS) para germinação (%) e índice de velocidade de

germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. Macbr.

em função de temperaturas e fotoblastismo.

Causa de Variação Germinação (%) IVG

Termperaturas (T) 11,63** 17,18**

Condição de Luz (L) 0,82 NS 2,06 NS

T X L 0,73 NS 2,40 NS

Média Geral 5,43 1,44

Coeficiente de Variação 26,03 17,24

DMS Temperaturas 1,81 0,32

DMS Condição de Luz 1,21 0,21

** Indica significativo a 1% pelo teste F.

NS, não significativo.

Ocorreu efeito isolado das temperaturas sendo que a temperatura constante de

25°C mostrou-se mais eficiente para a germinação de sementes de A. leiocarpa, uma

vez que ocorreram maior porcentagem e velocidade do processo germinativo, embora

estatisticamente não tenha apresentado variação para a porcentagem em relação à

temperatura de 30°C. A temperatura de 35°C reduziu significativamente a porcentagem

e a velocidade da germinação, porém não apresentou diferença estatística, para estas

variáveis, em relação à temperatura de 30°C (Figura 1).

Page 28: Germinação de Apuleia leiocarpa

27

A

AB

B

A

B

B

0

10

20

30

40

50

60

25 30 35

Temperatura (°C)

Germ

inação

(%)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Índ

ice d

e v

elo

cid

ad

e d

e g

erm

inação

% Germinação

IVG

* Letras iguais não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Os

dados apresentados são originais, porém na análise estatística foram transformados em

arcsen √%/100.

Figura 1. Valores médios de porcentagem de germinação e índice de velocidade de

germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa submetidas a

diferentes temperaturas.

Na maioria das sementes a temperatura influencia a velocidade e a porcentagem

de germinação, pois altera a velocidade de absorção de água e a velocidade das reações

metabólicas necessárias para a sobrevivência da plântula (BASKIN e BASKIN, 1988;

BEWLEY e BLACK, 1994).

Assim, para sementes de Apuleia leiocarpa a temperatura de 25°C foi a mais

adequada para a germinação de sementes, semelhante ao observado por Araújo Neto et

al. (2003) para Acacia polyphylla DC.

Page 29: Germinação de Apuleia leiocarpa

28

Para Pacheco et al. (2006) as temperaturas ótimas para sementes de Myracrodruon

urundeuva Fr. All. foram de 25 e 27°C, enquanto Silva et al. (2002) indicam a faixa de

20 a 30°C para a mesma espécie. Para sementes de Guazuma ulmifolia Lam. a faixa

ótima encontra-se entre 25 e 30°C (ARAÚJO NETO et al., 2002).

Embora muitas sementes germinem em uma faixa razoavelmente ampla de

temperatura, elas não germinarão acima ou abaixo de uma determinada faixa de

temperatura específica para a espécie. O mínimo de temperatura para muitas espécies é

de 0 a 5°C e a máxima é de 45 a 48°C, e a faixa ótima está entre 25 e 30°C (RAVEN et

al., 2001).

Em relação ao fotoblastismo pode ser observado na Figura 2 que as sementes de

Apuleia leiocarpa se mostraram indiferentes à condição de luz e escuro contínuo, uma

vez que não houve diferença significativa na porcentagem de germinação e no IVG,

podendo ser consideradas como fotoblásticas neutras.

Resultado semelhante ocorreu em sementes de Caesalpinia peltophoroides que

não possuem fotossensibilidade em relação à luz (FERRAZ-GRANDE e TAKAKI,

2006). Já as sementes de Myracrodruon urundeuva Allemão; germinam na presença e

na ausência de luz, porém revelaram ser fotoblásticas negativas preferenciais (SILVA et

al., 2002).

Muitas espécies apresentam a germinação favorecida em função da presença de

luz, outras o comportamento germinativo é melhor na ausência de luz, o que se designa

respectivamente, como fotoblastismo positivo e negativo (LABOURIAU, 1983). Klein

e Felipe (1991) denominaram o caráter fotoblástico positivo de preferencial, quando

alguma germinação ocorre na ausência de luz, e de absoluto, quando a germinação é

Page 30: Germinação de Apuleia leiocarpa

29

nula na ausência de luz. Segundo Vázquez-Yanes e Orozco-Segovia (1991) há também

sementes indiferentes à luz, como se mostraram as sementes de A. leiocarpa.

Conforme Lorenzi (2002), A. leiocarpa é espécie heliófita ou de luz difusa,

ocorrendo em floresta climax, e raramente em formações secundárias abertas, isso pode

explicar a maior germinação no escuro apesar de não ser significativa.

A

A

A

A

0

10

20

30

40

50

60

Luz Escuro

Fotoblastismo

Germ

inação

(%)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Índ

ice d

e V

elo

cid

ad

e d

e G

erm

inação

% Germinação

IVG

* Letras iguais não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Os

dados apresentados são originais, porém na análise estatística foram transformados em

arcsen √%/100.

Figura 2. Valores médios de porcentagem de germinação e índice de velocidade de

germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa submetidas a diferentes

condições de luz.

Experimento 2: Na tabela 2, estão apresentados os valores de F, média geral,

coeficiente de variação (%) e diferença mínima significativa para a porcentagem e

Page 31: Germinação de Apuleia leiocarpa

30

velocidade de germinação. Verifica-se que os potenciais não foram significativos para

as variáveis avaliadas.

Tabela 2. Valores de F, média geral, coeficiente de variação (%) e diferença mínima

significativa (DMS) para germinação (%) e índice de velocidade de

germinação (IVG) de sementes de Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. Macbr.

em função de potenciais osmóticos.

Causa de Variação Germinação (%) IVG

Potenciais 1,18 NS 2,10 NS

Média Geral 6,46 1,63

Coeficiente de Variação 13,57 12,84

DMS 1,92 0,46

NS, não significativo.

Observou-se que não houve diferenças significativas em relação à porcentagem de

germinação e a velocidade de germinação das sementes de A. leiocarpa sob estresse

salino simulado com NaCl até o potencial –0,4MPa (Tabela 1), apesar de haver redução

gradual da porcentagem à medida que os potenciais se tornaram mais negativos.

Page 32: Germinação de Apuleia leiocarpa

31

Tabela 3. Porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação (IVG) de

sementes de Apuleia leiocarpa submetidas ao estresse salino simulado com

NaCl.

Potenciais (MPa) NaCl

Germinação (%) IVG

0,0 49,00A 2,75 A

-0,1 43,00 A 2,40 A

-0,2 37,00 A 1,92 A

-0,3 46,00 A 2,35 A

-0,4 35,00 A 1,54 A

* Letras iguais não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Os

dados apresentados são originais, porém na análise estatística foram transformados em

arcsen √%/100.

Comportamento semelhante ocorreu em Senna spectabilis (JELLER e PEREZ,

2001) e em Chorisia speciosa (FANTI e PEREZ, 2004) que não apresentaram

diminuição significativa na porcentagem de germinação até o potencial à –0,4MPa.

Stewart e Ahmad (1983) apud Taiz e Zeiger (2004) afirmaram que enquanto

muitas plantas são afetadas de forma adversa pela presença de níveis relativamente

baixos de sal, outras podem sobreviver com altos níveis (plantas tolerantes ao sal) ou

mesmo prosperar (halófitas) sob tais condições. Os mecanismos pelos quais as plantas

toleram a salinidade são complexos, envolvendo síntese molecular, indução enzimática

e transporte de membrana. Em algumas espécies, os minerais em excesso não são

absorvidos; em outras, o são, mas são excretados da planta por glândulas de sal

associadas às folhas. Para impedir o acúmulo tóxico de íons minerais no citosol, muitas

plantas o seqüestram para o vacúolo.

Page 33: Germinação de Apuleia leiocarpa

32

As sementes de A. leiocarpa germinaram sem variação estatística até o potencial

de –0,4 Mpa, sendo necessário mais estudos a fim de determinar o limite de tolerância

ao estresse salino promovido por NaCl, podendo desta forma classificá-la em glicófita

ou halófita quanto a sua resistência ao sal.

Page 34: Germinação de Apuleia leiocarpa

33

6. CONCLUSÃO

Sementes de Apuleia leiocarpa comportam-se como fotoblásticas neutras e

germinam melhor à temperatura de 25°C. Até –0,4MPa o estresse salino promovido

pelo NaCl não afeta o processo germinativo.

Page 35: Germinação de Apuleia leiocarpa

34

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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