gestão de monstros e veículos em fim de vida -...
TRANSCRIPT
Gestão de Monstros e Veículos em fim de vida
Relatório Elaborado por:
Alexandre Relvas
João Silva
Manuel Janeira
Nuno Carvalho
Pedro Barros
Ricardo Castro
MMM529
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
2
Resumo
Este trabalho pretende mostrar a importância do processamento e a gestão de
monstros domésticos/ equipamentos eléctricos e electrónicos. Tanto a nível nacional
como internacional, tem vindo a ser feito um esforço para conseguir dar um destino
diferente aos monstros domésticos, isto é, aos aparelhos em fim de vida e inutilizáveis.
Deste modo, com este trabalho o grupo propõe-se a explicar todo o trajecto
que está associado ao desmantelamento dos monstros domésticos, desde que estes
não têm mais utilidade para os seus utilizadores finais, altura em que muitas das
pessoas não sabem que destino devem dar ao electrodoméstico, até ao local de
valorização e/ou reciclagem.
Uma gestão adequada deste tipo de equipamentos em fim de vida passa pelo
respeito de procedimentos adequados na sua recolha, acondicionamento e transporte
e, ainda, pela implementação posterior dos requisitos necessários ao seu
desmantelamento que evitem a danificação da sua estrutura e componentes,
prevenindo também eventuais danos sobre o ambiente devido a eventuais fugas.
Estes resíduos são sujeitos a um controlo de qualidade de forma a verificar que se
encontram de acordo com os requisitos das entidades gestoras destes resíduos em
Portugal (Amb3E e ERP) e de acordo com a legislação.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
3
Agradecimentos
Na elaboração deste trabalho tivemos ajuda de algumas pessoas e
entidades, assim como dos instrutores e outros engenheiros com os quais
tivemos contacto. Por esse motivo gostaríamos de agradecer a todos os
que connosco colaboraram para desenvolver o nosso trabalho,
nomeadamente:
- aos organizadores do projecto FEUP
- ao nosso orientador: Tiago Pinto
- à engenheira: Ana Amorim
- à professora: Teresa Duarte
- à Autarquia de Viana do Castelo
Damos os nossos agradecimentos, pelas dicas e pelo apoio prestado.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
4
Índice
Capa pág. 1
Resumo pág. 2
Agradecimentos pág. 3
Índice pág. 4
Introdução págs. 5 e 6
REEE (Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos)
Definição págs. 7 e 8
Seu reencaminhamento pág. 9 e 10
Impacte no meio ambiente págs. 10 e 11
Responsáveis pela sua recolha pág. 12
Processo de desmantelamento dos materiais pág. 15
Reaproveitamento dos materiais pág. 16
Entidades Gestoras (Amb3E e ERP) págs. 17 a 19
Conclusão págs. 20
Referências bibliográficas pág. 21 e 22
Anexos pág. 23 e 24
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
5
Introdução
No presente, o grande problema das lixeiras ilegais prende-se, por um lado, com o
comodismo, e por outro com o desconhecimento ou falta de informação dos cidadãos.
Existem entidades nos vários pontos do país que promovem a limpeza urbana e rural
com o propósito de melhorar o ambiente e reciclar materiais que poderão ser
reutilizados.
Por todo o território nacional existem movimentos promovidos pelos Municípios para
procurar ter um Portugal mais limpo e economicamente mais estável. Neste sentido o
Serviço de Recolha de Monstros Domésticos constitui uma mais-valia para a protecção
do ambiente evitando que os resíduos volumosos se acumulem em locais inadequados
como sejam a floresta ou a via pública. Este serviço possui uma crescente procura por
parte de muitos munícipes, uma vez que as preocupações ambientais estão cada vez
mais na ordem do dia, mas também pelo esforço das Câmaras na divulgação dos
serviços prestados.
A recolha de monstros domésticos (sofás, colchões, móveis ou outros resíduos
volumosos) é normalmente realizada de uma forma gratuita, garantindo a limpeza
urbana. Assim, é solicitado pelo interessado a recolha dos “monos ou monstros
domésticos”, aos Serviços Municipais, da sua área de residência. Estes serviços
encarregar-se-ão de combinar dia/hora para efectuar o levantamento desses
materiais. Existe também a possibilidade do cidadão desfazer-se desses objectos, se
assim o entender, por entrega directa no Ecocentro.
Apesar das campanhas publicitárias e informativas realizadas, os esforços efectuados a
nível dos “Média” para consciencializar do impacte negativo que a sua deterioração
causa no planeta, tem surtido um efeito lento, pois, infelizmente as matas de Portugal
continuam a servir de depósito ilegal de todo o tipo de resíduos. É lamentável que num
passeio de fim-de-semana, ou uma simples caminhada pelo monte se encontrem entre
a verdura das matas verdadeiros depósitos de lixo. Muito embora o cenário esteja a
mudar, todos os esforços efectuados ao nível das escolas do primeiro ciclo e a
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
6
publicação de livros infantis sensibilizando as idades mais tenras nunca serão em vão
porque o lixo continuará a existir e as gerações vindouras já estarão mais cientes que
têm e devem minimizar esta problemática.
Nos Ecocentros poderão ser depositados resíduos verdes, plásticos/esferovite,
plásticos duros (bidões, baldes, mobiliário, tubos, grades de bebidas, etc),
papel/cartão, metais (ferrosos e não ferrosos, embalagens de metal), vidro, madeira
(mobiliário, paletes, pranchas, soalho não contaminado), pilhas e acumuladores,
monstros domésticos (colchões, sofás, alcatifas), óleos usados (óleo de motor de
automóvel), embalagens de óleo (embalagens contaminadas com óleo), filtros de óleo
do motor, roupas, óleos alimentares, resíduos de construção e demolição resultantes
de pequenas obras domésticas, lâmpadas fluorescentes, resíduos de equipamentos
eléctricos e electrónicos (frigoríficos, fogões, computadores, etc).
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
7
REEE (Resíduos de Equipamentos
Eléctricos e Electrónicos)
REEE - Definição
Os Resíduos Sólidos Volumosos ou
vulgarmente conhecidos por “monstros
domésticos” são todos os resíduos que,
dadas as suas dimensões ou volume, não
podem ser depositados nos Ecopontos,
nem no contentor para os resíduos
indiferenciados. Quando os EEE
(Equipamentos Eléctricos e Electrónicos) já não são necessários passam a REEE
(Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos) quando já não têm mais
utilidade, isto é, quando o seu período de vida útil chega ao fim.
Estes são equipamentos, cujo
funcionamento no seu período de vida útil
depende de correntes eléctricas ou de
campos electromagnéticos, como o
computador ou um brinquedo a pilhas,
respectivamente. Incluém-se também os
equipamentos de geração, transferência e
medição dessas correntes e campos.
Existe uma grande variedade de EEE
(Equipamentos Eléctricos e Electrónicos),
que vão desde o frigorífico, ao relógio de pulso, aos detectores de fumo, aos
instrumentos musicais, mas também às consolas de jogos e ao telemóvel. Devido a
esta diversidade, os EEE estão associados pela legislação em vigor em 10 categorias,
Fig. 1 - REEE a céu aberto
Fig. 2 - REEE amontoados como sucata
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
8
segundo o Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro alterado pelo Decreto-Lei nº
174/2005, de 25 de Outubro.
Tabela de Categorias de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos:
Categoria 1. Grandes Equipamentos Frigoríficos, máquinas de lavar e secar roupa, etc. Categoria 2. Pequenos Equipamentos Aspiradores, torradeiras, ferros de engomar, máquinas de café, etc. Categoria 3. Equipamentos Informáticos e de Telecomunicações Computadores, teclados, telemóveis, impressoras, copiadoras, etc. Categoria 4. Equipamentos de Consumo Aparelhos de rádio, televisores, leitores de MP3, câmaras de vídeo, instrumentos musicais, etc. Categoria 5. Equipamentos de Iluminação Lâmpadas fluorescentes, compactas, aparelhos de iluminação para lâmpadas fluorescentes, etc. Categoria 6. Ferramentas Eléctricas e Electrónicas Berbequins, ferramentas de jardinagens, etc. Categoria 7. Brinquedos e Equipamentos de Desporto e Lazer Comboios eléctricos, consolas de jogos, equipamentos desportivos eléctricos, etc. Categoria 8. Aparelhos Médicos Medidores de tensão arterial, etc. Categoria 9. Instrumentos de Monitorização e Controlo Reguladores de aquecimento, detectores de fumo, termóstatos, etc. Categoria 10. Distribuidores Automáticos Máquinas de venda automática de bebidas e produtos alimentares, etc.
Conforme o Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro alterado pelo Decreto-Lei nº
174/2005, de 25 de Outubro.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
9
REEE – Seu reencaminhamento
Quando um objecto deixa de ter utilidade mas ainda estiver em boas
condições, o dono poderá procurar por familiares e amigos para aferir o seu interesse
na reutilização, ou então doá-lo a instituições de solidariedade social que recebem
este tipo de material. Muitas vezes aquilo que para uns já não tem utilidade, para
outros representa a possibilidade de suprimir algumas carências de ordem básica.
Mas caso o monstro (o electrodoméstico avariado) já não se encontre em bom estado
e a reutilização não se constitua como uma hipótese válida, então o indivíduo deverá
informar-se junto do seu município sobre qual o comportamento a assumir. Para casos
como este as autarquias possuem veículos para efectuar a recolha deste tipo de
resíduos porta-a-porta, o que é já uma realidade em muitos locais. Normalmente, é
disponibilizada uma linha telefónica para pré-marcações, de modo a que os resíduos
fiquem na via pública o menor tempo possível.
Quando a produção deste tipo de resíduo resulta da aquisição de novos
electrodomésticos, poderá sempre devolver gratuitamente os antigos no ponto de
venda, desde que o usado seja equivalente ao comprado. Esta regra é também válida
para as entregas ao domicílio.
Os resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos são entregues pelos seus
proprietários ou detentores nos três centros de recepção ou seja num ecocentro. Um
ecocentro é uma área vigiada dedicada à recepção de resíduos para reciclagem ou
valorização com um volume de contentorização superior aos ecopontos e, com
eventual mecanização para preparação dos resíduos para encaminhamento para a
reciclagem ou valorização.
Usualmente, os ecocentros recebem além dos resíduos de embalagem, os seguintes
fluxos de resíduos: madeira, resíduos de jardim, pilhas, óleos usados, resíduos de
equipamento eléctrico e electrónico, resíduos de construção e demolição, móveis,
pneus e lâmpadas.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
10
No acto da entrega, estes REEE,
também chamados resíduos
tecnológicos, são sujeitos a um
controlo de qualidade, de forma
a atestar que se encontram de
acordo com os requisitos
delineados e de acordo com a
legislação. Após o controlo de
qualidade, o material é pesado
por fluxo e a documentação de suporte é preenchida, carimbada e validada (GAR e
documentos de transporte).
Após a recepção, os REEE são armazenados e separados em função do fluxo a que
pertencem e são codificados. Depois de referenciados, os REEE são transferidos para a
respectiva unidade de descontaminação e desmantelamento (UTV). Nas unidades de
tratamento e reciclagem, os REEE são submetidos a dois tipos de operações:
operações de despoluição e operações de desmantelamento, que permitem o
tratamento dos resíduos e dos componentes perigosos ou tóxicos, assim como a
reutilização de peças e a reciclagem.
Claro que todos estes procedimentos estão acordados com a entidade gestora, de
forma a atingir as metas ambientais. De realçar que, estando as entidades certificadas
em Qualidade, Ambiente e Segurança, todo este processo obriga à tomada de medidas
adicionais de controlo e cumprimento de outros requisitos adicionais.
Fig. 4 – Esquema das diferentes fases por que passa um equipamento doméstico desde que passa a mono, isto é, desde que deixa de ter utilidade, até formar um novo produto
Fig. 3 – Circuito dos REEE (Recupel, 2008)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
11
REEE - Impacte no meio ambiente
O REEE devido à sua grande
diversidade têm também uma grande
variedade de materiais constituintes,
alguns dos quais são considerados
perigosos, como acontece com os
tinteiros, as placas de circuitos
impressos de telemóveis, os tubos de
raios catódicos, a espuma e os
circuitos de refrigeração (por exemplo
com CFC2, como os existentes nos
frigoríficos), plásticos contendo
retardadores de chama bromados e os componentes contendo mercúrio, como nos
interruptores.
Estes materiais têm na sua constituição substâncias como por exemplo:
- chumbo (no vidro de tubos de raios catódicos, em componentes electrónicos e
em lâmpadas fluorescentes);
- mercúrio (lâmpadas fluorescentes);
- cádmio (na camada luminosa existente em ecrãs de televisões a cores);
- crómio hexavalente (em revestimentos anticorrosivos utilizados em frigoríficos).
Por isso criaram-se empresas responsáveis pela gestão de resíduos, com objectivos e
estratégias que visam garantir a preservação dos recursos naturais e a minimização
dos impactos negativos sobre a saúde pública e o ambiente.
Mas antes de existirem essas empresas, como a Ambe3 ou a Interecycling, os
REEE eram praticamente todos canalizados como sucata e comercializados e tratados
como tal, sem qualquer pré-tratamento adequado. Por isso, os componentes
altamente tóxicos dos REEE contaminavam o solo e as águas subterrâneas, poluindo
também o ar.
Fig. 5 – Os REEE, devido às suas substâncias tóxicas, podem ser muito perigosos tanto para o ambiente como para os próprios seres vivos
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
12
Deste modo, a nível mundial é notório um aumento das quantidades de
resíduos electrónicos, defende-se a necessidade do reforço de medidas que fomentem
o correcto encaminhamento dos REEE, de forma a maximizar a reciclagem e a
protecção do ambiente, para assim maximizar a reciclagem, a geração de emprego e
reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a recuperação dos plásticos,
vidros, pedras e metais.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
13
REEE - Responsáveis pela sua recolha
As Autarquias são a
entidade responsável pela
recolha de todo o tipo de
resíduos, estas possuem um
serviço específico que efectua a
recolha dos “monstros”, mas
visto que os REEE não podem
ser colocados nos camiões que
todos os dias fazem a recolha
do lixo em cada concelho por todo o país, criaram-se empresas que têm ao
seu dispor veículos que permitem o transporte destes electrodomésticos e
o seu encaminhamento.
Em cada município criaram-se datas de recolha dos “monstros domésticos”
que é efectuada pelos serviços de limpeza urbana da Câmara Municipal que
se encontram assinaladas no calendário. O mesmo foi distribuído por todos
os munícipes com o intuito de informar e divulgar a informação e
consequentemente evitar deposições ilegais deste tipo de resíduos, em
locais inapropriados.
O objectivo do serviço é dar resposta a necessidades que os munícipes têm
de se desfazer dos chamados " monstros domésticos " e desta fo rma evitar
que coloquem na via pública esses resíduos de grandes dimensões que não
podem ser recolhidos pelos serviços normais de recolha .
Fig. 6 – Recolha de resíduos por parte de veículos especializados para o efeito
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
14
REEE - Processo de desmantelamento dos
materiais
O processo de desmantelamento dos materiais constituintes do monstro é
habitualmente feito através de duas formas.
Recorrendo ao desmantelamento manual, os seus componentes são seleccionados
manualmente de modo a poderem ser reutilizados em outro aparelho.
Posteriormente, os componentes limpos e verificados, habitualmente são alvo de um
rigoroso processo de qualidade. Existem mesmo determinadas fábricas que dispõem
de processos específicos de desmantelamento e que dispõem de ferramentas
standardizadas para facilitar todo este processo de desmantelamento.
Finalmente, o resto do aparelho, já “descontaminado” e sem as peças e componentes
susceptíveis de ser reutilizados é separado por tipos de materiais que podem voltar a
ser reciclados em novos elementos para novos aparelhos ou com outras finalidades.
Algumas empresas dispõem de centros de acolhimento dos seus aparelhos em fim de
vida, sem custos para os seus últimos titulares, devidamente autorizados para o seu
desmantelamento.
Fig. 7 – Mulheres chinesas realizam o desmantelamento de um circuito de um computador. Após a separação dos circuitos, estes serão queimados para extrair os metais, com a libertação de gases nocivos. (Greenpeace, 2010)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
15
REEE - Reaproveitamento dos materiais
“Para a fabricação de cada
computador, são necessários dez
vezes o seu peso em produtos
químicos e combustíveis fósseis.”
afirma um estudo realizado pela
Universidade da ONU.
Acontece que nos países em
desenvolvimento esses resíduos são
despejados nas grandes lixeiras, trazendo desse modo riscos para a saúde de todos os
que vivem nas suas proximidades. O não aproveitamento destes resíduos constitui um
desperdício de recursos naturais não renováveis. Este processo de reciclagem desses
produtos é complexo e requer a utilização de tecnologias avançadas, tal é a
diversidade de materiais que os compõem e a toxicidade das suas substâncias. Os
produtos eléctricos e electrónicos são, em geral, constituídos por vários módulos
básicos que, no seu todo, constituem o produto em si.
Durante o processo de desmantelamento manual, os componentes que se encontram
em estado de uma possível reutilização são seleccionados e guardados. Assim, esta
medida promove a diminuição da produção de resíduos e, consequentemente, uma
diminuição da poluição.
Fig. 8 – Reaproveitamento dos materiais dos REEE
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
16
Entidades Gestoras dos REEE
As duas entidades gestoras dos REEE em Portugal são a Amb3E e a ERP.
A Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos (Amb3E
ou Associação), anteriormente designada Amb3E – Associação
Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e
Electrónicos - é uma entidade gestora licenciada pelo Despacho
conjunto n.º354/2006, de 27 de Abril, dos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento
do Território e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da Inovação, para
organizar e gerir um Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos
Eléctricos e Electrónicos (SIGREEE).
Fig. 10 – Ciclo da Gestão de Resíduos (Amb3E, 2010)
Fig. 9 – Amb3E
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
17
A rede de recepção de âmbito nacional constitui uma componente
chave do sistema integrado gerido pela Amb3E, na medida em que
permite que os REEE gerados em todo o país possam dar entrada
na cadeia de operadores que asseguram o seu adequado
transporte, tratamento e valorização.
A rede de recepção da Amb3E tem vindo a ser alargada
progressivamente, sendo constituída no final de 2009 por um total
de 438 locais de recepção (88 centros de recepção e 350 pontos
de recolha).
Os pontos de recolha asseguram a recepção dos REEE. Os centros
de recepção possuem capacidade de triagem e preparação dos REEE para tratamento.
A Amb3E logrou no ano de 2009 atingir uma recolha de 34.672.260 kg de
REEE, equivalentes a 3,26 kg/habitante/ano que constitui um máximo no historial
da actividade da entidade gestora.
Fig. 12 – Localização dos 109 centros de recepção da rede de recolha da Amb3E existentes em 2008. Actualmente essa número já aumentou. (Amb3E, 2008)
Fig. 11 – O número de locais de recepção da Amb3E tem vindo a aumentar de ano para ano.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
18
A ERP Portugal pertence a uma plataforma pan-
europeia, European Recycling Platform (ERP),
fundada em Dezembro de 2002. Esta plataforma
tem em média uma quota de mercado entre 20%
e 25% e já recolheu um total de 111 mil toneladas
na Europa.
A 27 de Abril de 2006, através de um despacho conjunto emitido pelo Ministério da
Economia e Inovação e pelo Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território,
obteve a licença para exercer a actividade de Gestão de REEE em Portugal.
A ERP Portugal assume como missão assegurar a implementação mais rentável de um
Sistema de Gestão de REEE, para o benefício dos seus utentes e empresas,
assegurando deste modo oportunidades de negócio e vantagens competitivas.
Têm como objectivos: fornecer aos sócios fundadores e aos seus utentes um Sistema
de Gestão de elevada qualidade; estabelecer a concorrência entre Sistemas de Gestão
de REEE no sentido de promover uma redução dos preços; sensibilizar os
intervenientes e os cidadãos para esta problemática, informando-os acerca dos
principais aspectos a considerar na gestão e tratamento de REEE.
Colaboram com entidades que têm responsabilidades nesta matéria, nomeadamente:
o Instituto dos Resíduos (INR), prestando informação periódica sobre a evolução da
sua actividade; a Associação Nacional de Registo de Produtores de Equipamento
Eléctrico e Electrónico (ANREEE), da qual a ERP Portugal é sócia fundadora integrando
a Direcção e fazendo parte da Comissão Técnica; Autoridades de Inspecção, com quem
se reúnem periodicamente; e Entidades Gestoras de Outras Fileiras.
A ERP Portugal abrange todos os tipos de REEE (10 categorias do DL 230/2004),
classificando-os em cinco categorias operacionais, de acordo com o seu processo de
tratamento, valorização e/ou reciclagem.
Fig. 13 – ERP Portugal (Associação Gestora de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
19
Por sua vez, o ECOREEE, isto é, o valor acrescido ao preço do EEE destinado à sua
reciclagem e/ou valorização, varia consoante o peso e a categoria de equipamento em
que se insere (valor por tonelada). As categorias operacionais são grupos nos quais os
REEE são triados, depois de entregues nos centros de recepção e centros de
consolidação, de modo a serem enviados para as diversas empresas de
reciclagem para o sistema integrado.
Fig. 14 – Localização dos 90 centros de recepção da rede de recolha da ERP (adaptado de ERP-Portugal, 2008)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
20
Conclusão
Actualmente, a Gestão dos Resíduos de Equipamentos Electricos e Eléctrónicos/
Monstros Domésticos é um dos assuntos mais preocupantes na nossa sociedade. Os
seus malefícios não se ficam só pelo ponto de vista ambiental e humano, mas também
deve ser levado em conta o próprio volume de resíduos gerados.
De acordo com o resultado da pesquisa de experiências de outros países na área de
resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, verifica-se a existência de algumas
iniciativas visando a gestão adequada desses resíduos que merecem ser analisadas. A
União Europeia, em função dos reflexos negativos, decorrentes do uso, reciclagem e
deposição de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, aprovou duas
Directivas relacionadas com este problema: a Directiva 2002/96/CE, que estabelece
regras disciplinando a gestão adequada desses resíduos, tendo como princípio a
responsabilização do poluidor pagador, e a Directiva 2002/95/CE, relativa à restrição
do uso de determinadas substâncias perigosas nos equipamentos eléctricos e
electrónicos. A Directiva 2002/96/CE, prevê a responsabilidade pós-consumo do
produtor como forma de incentivar a concepção e actualização, reutilização,
desmontagem e reciclagem.
Em Portugal, a retoma de equipamentos em fim de vida tem vindo a aumentar
significativamente. Inclusivamente no ano de 2008, Portugal conseguiu pela primeira
vez cumprir as metas comunitárias estabelecidas nesta matéria. Para que se consigam
repetir estes feitos é necessário desenvolver parcerias com novas entidades assim
como explorar as parcerias eventualmente já existentes e que têm permitido obter
uma grande visibilidade, tanto nas áreas urbanas como nas áreas mais rurais. O
objectivo português é posicionar o país como um dos melhores na União Europeia ao
nível da gestão dos REEE. Para tal, as entidades gestoras Amb3E e ERP deverão
continuar as suas campanhas e acções de sensibilização, alertando a sociedade
portuguesa para a importância do correcto encaminhamento dos REEE para
reciclagem. É necessário portanto divulgar esta problemática o mais possível, de modo
a fazer com que a sociedade passe a dar-lhe a devida relevância.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
21
Referências bibliográficas
ERP Portugal. 2010. http://www.erp-portugal.pt/ (acessed October 17, 2010)
Amb3E. 2010. Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos.
http://www.amb3e.pt/ (acessed October 17, 2010)
Netresíduos. 2010. Portal Português de Gestão de Resíduos.
http://www.netresiduos.com/pt/ (acessed October 17, 2010)
Recielectric. 2008. Reciclagem de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos.
http://www.ambigroup.com/recielectric/ (acessed October 17, 2010)
Recupel. 2010. Recycling.
http://www.recupel.be/portal/page?_pageid=531,770675,531_770682&_dad=
portal&_schema=PORTAL (accessed October 17, 2010)
Renascimento. 2008. Gestão e Reciclagem Resíduos Lda.
http://www.renascimento.pt/wasteContents.do?id=7 (acessed October 18,
2010)
Greenpeace. 2010. Greenpeace Portugal.
http://www.greenpeace.org/portugal/ (acessed October 18, 2010)
Interecycling. 2007. Interecycling – Sociedade Reciclagem S.A.
http://www.interecycling.com (acessed October 18, 2010)
Voltimum. 2010. REEE - Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro –
Voltimum PT – O Portal do Material Eléctrico.
http://www.voltimum.pt/news/91/cm/reee---decreto-lei-n--230-2004--de-10-
de-dezembro.html (acessed October 19, 2010)
Ambiente Online. 2006. Portal Ambiente Online.
http://www.ambienteonline.pt/ (acessed October 21, 2010)
EMARP. 2010. Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos.
http://www.emarp.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=82:re
siduos-de-equipamentos-electricos-
eelectronicos&catid=43:noticias&Itemid=60 (acessed October 21, 2010)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
22
ANREEE. 2008. ANREEE – Associação Nacional para o Registo de Equipamentos
Eléctricos e Electrónicos. http://www.anreee.pt/index.php?language=pt
(acessed October 21, 2010)
Incineração. 2010. Reciclagem – resíduos de equipamentos eléctricos e
electrónicos. http://www.incineracao.online.pt/reciclagem-residuos-de-
equipamentos-electricos-e-electronicos (acessed October 21, 2010)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
23
Anexos
Fig. 15 – Quantidade de EEE declarados à Amb3E (milhares de unidades) (Amb3E, 2010)
Fig. 16 – Peso de EEE declarados à Amb3E (toneladas) (Amb3E, 2010)
Fig. 17 – Locais de Recepção Amb3E (Amb3E, 2010)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
24
Fig. 18– Deposição selectiva de REEE – Campanha da Câmara Municipal do Funchal
Fig. 19 – Ponto Electrão. Local de deposição de REEE