gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

180
UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO ELVIRA FERNANDES DE ARAÚJO OLIVEIRA GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO: UM ESTUDO NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE – IFRN NATAL 2010

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Page 1: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

ELVIRA FERNANDES DE ARAÚJO OLIVEIRA

GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO: UM

ESTUDO NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE – IFRN

NATAL

2010

Page 2: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

ELVIRA FERNANDES DE ARAÚJO OLIVEIRA

GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO: UM ESTUDO NO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO NORTE – IFRN

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre na área de concentração Gestão Estratégica de Pessoas.

ORIENTADORA: Profª Dra. Patrícia Whebber Souza de Oliveira

NATAL

2010

Page 3: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

1. O48g Oliveira, Elvira Fernandes de Araújo.

Gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN / Elvira Fernandes de Araújo Oliveira. – Natal, 2010.

178f.

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.

Bibliografia: f. 145-152.

1. Administração – dissertação. 2. Gestão do conhecimento. 3. Conhecimento. 4. Servidor público. I. Título.

RN/UnP/BSFP CDU: 658(043.3)

Page 4: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

ELVIRA FERNANDES DE ARAÚJO OLIVEIRA

GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO: UM ESTUDO NO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO NORTE – IFRN

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre na área de concentração Gestão Estratégica de Pessoas.

Aprovado em: ______/______/________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Profª Patrícia Whebber Souza de Oliveira, Dra. Orientadora

Universidade Potiguar - UnP

______________________________________

Profª Lydia Maria Pinto Brito, Dra. Membro Examinador

Universidade Potiguar - UnP

______________________________________

Profª Maria Valéria Pereira de Araújo, Dra. Membro Examinador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Page 5: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

Aos meus queridos pais, João e Teodória,

que souberam encaminhar meus primeiros

passos para a vida e para os desafios que

pudessem aparecer.

À minha família, pela compreensão nas horas

dedicadas à pesquisa e pelo incentivo para

continuar sempre na busca de novos projetos

com objetivos diversos.

Ao meu esposo, Francisco Márcio, exemplo

de dedicação e companheirismo nos

momentos difíceis desse meu projeto.

Aos meus filhos, Ana Marília, Marina e

Manoel Felipe, símbolos de amor e

compreensão na minha vida.

Page 6: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, Campus Mossoró, pela oportunidade e pelo incentivo nesse processo de

ampliação dos meus conhecimentos.

Ao grupo de professores do Mestrado em Administração da Universidade

Potiguar, que me proporcionaram conhecimentos essenciais para que eu pudesse

desenvolver este trabalho de pesquisa.

À Professora Doutora Patrícia Whebber, por ter encaminhado, através de

suas orientações, meus primeiros passos como pesquisadora e principalmente pelo

incentivo nos momentos de dúvidas, bem como pelo apoio nas decisões para a

construção do trabalho.

À Professora Doutora Lydia Maria Pinto Brito, pelas diversas

contribuições oferecidas através da sua disciplina Gestão do Conhecimento, na

qualificação do meu projeto e em muitos momentos de aprendizado informal, nos

quais compartilhou comigo muitos conhecimentos e me fez aprender, de uma forma

muito simples, o significado da palavra Mestre.

À professora Doutora Tereza de Souza, pelas competência e dedicação

demonstradas na Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Administração

da Universidade Potiguar.

Aos gestores, servidores docentes e técnico-administrativos do IFRN, pela

colaboração dispensada para as respostas ao questionário aplicado.

Aos colegas da turma do mestrado, pela oportunidade de participarmos

de discussões em tantos momentos de busca pelo saber e em especial àqueles de

quem recebi um apoio grandioso através de gestos de amizade e companheirismo

quando da minha estada em Natal.

Ao meu companheiro e amigo Márcio Oliveira, que colaborou de forma

efetiva através de seus conhecimentos técnicos, de suas críticas e contribuições

para que eu pudesse chegar a essa etapa final.

À minha família, pela compreensão nas horas dedicadas à pesquisa e

pelo incentivo para continuar sempre na busca de novos projetos com objetivos

diversos.

Page 7: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

A grande finalidade do conhecimento não é

conhecer, mas agir.

(Thomas Henry Huxley)

Page 8: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo geral investigar as políticas e práticas de Gestão do Conhecimento no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN), Campus Mossoró. Este trabalho de pesquisa é classificado como estudo de caso com enfoque quantitativo, e nele foi utilizado, como instrumento, o questionário. Foram aplicados dois modelos de questionário: um para a equipe gestora, dividido em duas partes; outro para os servidores, constando de 30 questões fechadas. Em uma de suas etapas, a pesquisa teve como universo o conjunto de todos os servidores da instituição, considerando-se as categorias técnico-administrativos e professores, totalizando 91 servidores, o que a caracteriza como censitária. A outra etapa de aplicação foi desenvolvida com o grupo composto pelos 6 gestores, todos os quais responderam apenas a um questionário, viabilizando a comparação entre a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e as respostas desse grupo de gestores. Na análise comparativa entre as pesquisas aplicadas aos dois segmentos, quando observadas as respostas que diziam respeito ao estágio e ao alcance das mesmas práticas que foram apresentadas a ambos, identificaram-se divergências entre as respostas dos servidores e as dos gestores, mostrando que é necessário melhorar a disseminação dessas práticas com todos os servidores do IFRN, tendo em vista que, para os gestores estratégicos – que afirmaram considerar a gestão do conhecimento uma prioridade estratégica da organização – elas encontram-se planejadas ou em fase de implantação e possuem objetivos definidos. Já a comparação entre a pesquisa do IPEA – que permite identificar as práticas aplicadas em organizações públicas federais, inclusive nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) – e as respostas dos gestores destaca que as práticas do IFRN apresentam, predominantemente, o mesmo parâmetro de respostas das instituições pesquisadas pelo IPEA. Nos questionários aplicados aos servidores, essas práticas foram divididas em três dimensões: recursos humanos, base tecnológica e funcional e processos facilitadores. Os resultados posicionam positivamente o IFRN quanto ao estágio e ao alcance de suas práticas nessas três dimensões, embora algumas delas revelem uma posição negativa, levando-se em conta os dados da pesquisa do IPEA.

Palavras-chave: Conhecimento. Gestão do conhecimento. Serviço Público.

Page 9: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

ABSTRACT

The present study has as main objective to investigate the policy and practice of Knowledge Management at Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN), Campus Mossoró. This study is classified as a case study with quantitative approach in which the questionnaire was used as an instrument. Two models of questionnaires were used: one for the managing team, divided into two parts; and the other one containing 30 questions for the servants. In one of the stages, the research included all the servants of the Institution, taking into consideration categories such as administrative personnel and teachers, 91 servants in total, which characterizes it censitary. The other stage of the activity was carried out with a group of 6 administrators. Every one of them answered only one questionnaire. Making it possible to compare the result obtained in the research carried out by the Institute of Applied Economic Research Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) and the answers of the same group of administrators. In the comparative analysis of the researches developed on both sectors, when observed the answers relating to the stage and range of the same practices presented to both groups, some divergences between the answers of servants and administrators were identified showing that it is necessary to improve the dissemination of such practices among all those who work at IFRN, once strategic administrators who state to consider knowledge management a priority strategy of the organization - they are now being planned or in implementation phase and they have well defined objectives. Now the comparison the IPEA research – that makes possible to identify practices applied in Public Federal Institutions of Higher Education (Ifes) and the answers of the administrators highlight that practices carried out at IFRN present the same standard of the answers presented in the research carried out by IPEA in other institutions. In the questionnaires applied to the servants, these practices were divided into three dimensions: human resources, technological functional basis and facilitator process. The results place positively IFRN in what refer to the to aim of the practices in these three dimensions, some of them, however, reveal a negative position taking into consideration the data of the IPEA research. Keywords: Knowledge. Knowledge Management. Public Service.

Page 10: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

LISTA DE GRÁFICOS

Figura 1 – Estrutura da criação de expertise – conhecimento especializado ..................28

Figura 2 – Categorias de práticas de gestão do conhecimento ........................................48

Page 11: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Quantitativo e percentual de servidores que responderam à pesquisa........63

Gráfico 2 – Comparativo entre o estágio de implementação no IFRN – Campus Mossoró e o das IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). ...................................................75

Gráfico 3 – Comparativo entre as práticas desenvolvidas no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). .......................................................76

Gráfico 4 – Comparativo entre o estágio de implementação no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). ......................................................82

Gráfico 5 – Comparativo entre as práticas desenvolvidas no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). .......................................................82

Gráfico 6 – Comparativo entre o estágio de implementação no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %) .......................................................88

Gráfico 7 – Comparativo entre o alcance das práticas desenvolvidas no IFRN – Campus Mossoró e o das IFES pesquisadas pelo IPEA (em %)......................................89

Gráfico 8 – Sexo: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral ..........................101

Gráfico 9 – Escolaridade: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral.............102

Gráfico 10 – Escolaridade para ingresso: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral....................................................................................................................................103

Gráfico 11 – Tempo de serviço no IFRN: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral....................................................................................................................................103

Gráfico 12 – Regime de trabalho: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral104

Gráfico 13 – Capacitação em GC: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral105

Gráfico 14 – Conceito de GC: número de docentes e técnico-administrativos que apresentaram........................................................................................................................106

Gráfico 15 – Participação em comunidades de prática (frequência - %) .......................108

Gráfico 16 – Participação em comunidades de prática fora da instituição (frequência – %) .......................................................................................................................................109

Gráfico 17 – Frequência de respostas para a Questão 03 (em percentual), por categoria e geral...................................................................................................................110

Gráfico 18 – Participação em atividades de mentoring (frequência - %) .......................111

Gráfico 19 – Participação em atividades de coaching (frequência - %) .........................112

Gráfico 20 – Participação na prática de educação corporativa (frequência - %)...........113

Gráfico 21 – Prática de universidade corporativa (frequência - %).................................114

Gráfico 22 – Disponibilização de conhecimentos adquiridos (frequência - %) ..............116

Gráfico 23 – Participação na prática narrativas (frequência - %)....................................117

Gráfico 24 – Realização da prática narrativas (frequência - %)......................................118

Page 12: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

Gráfico 25 – Prática benchmarking interno/externo (percentual - %).............................119

Gráfico 26 – Participação em melhores práticas (frequência - %) ..................................120

Gráfico 27 – Documentação de melhores práticas (frequência - %) ..............................121

Gráfico 28 – Participação em mapeamento ou auditoria do conhecimento (frequência - %) ........................................................................................................................................122

Gráfico 29 – Banco de competências individuais/organizacional (frequência - %) .......123

Gráfico 30 – Frequência de respostas para a questão 16 (em percentual), por categoria e geral...................................................................................................................124

Gráfico 31 – Participação na prática memória organizacional (frequência - %)............125

Gráfico 32 – Memória organizacional – disponibilização do conhecimento (frequência - %) ........................................................................................................................................127

Gráfico 33 – Participação em sistemas de inteligência empresarial (frequência - %) ..128

Gráfico 34 – Gestão do capital intelectual / ativos intangíveis (frequência - %)............129

Gráfico 35 – Participação em ferramentas de colaboração / portais / intranet (frequência - %) ....................................................................................................................130

Gráfico 36 – Utilização de sistemas de workflow (frequência - %) .................................131

Gráfico 37 – Prática de gestão de conteúdo (frequência - %).........................................132

Gráfico 38 – Participação na prática gestão eletrônica de documentos (frequência - %)...........................................................................................................................................133

Gráfico 39 – Participação na prática CRM (frequência - %) ............................................134

Gráfico 40 – Utilização de sistema enterprise resource planning – ERP (frequência - %)...........................................................................................................................................135

Gráfico 41 – Utilização de BSC e KPI (frequência - %) ...................................................136

Gráfico 42 – Utilização de sistemas de suporte à decisão – SSD (frequência - %)......137

Gráfico 43 – Utilização de sistemas data mining (frequência - %)..................................138

Gráfico 44 – Utilização de sistemas datawarehouse (frequência - %) ...........................139

Page 13: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Níveis e tipos de conhecimento.................................................................. 30

Quadro 2 – Quatro modelos de conversão do conhecimento ....................................... 33

Page 14: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantitativo de servidores do IFRN – Campus Mossoró................................62

Tabela 2 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de gestão de recursos humanos .................................................................................................................................70

Tabela 3 - Estágio de implantação de práticas na área de gestão de recursos humanos no IFRN – Campus Mossoró................................................................................71

Tabela 4 – IFES – Alcance das práticas na área de gestão de recursos humanos........73

Tabela 5 - Alcance das práticas na área de gestão de recursos humanos no IFRN – Campus Mossoró ...................................................................................................................73

Tabela 6 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento ...........................................................................77

Tabela 7 - Estágio de implantação de práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento no IFRN – Campus Mossoró.....................................................78

Tabela 8 – IFES – Alcance das práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento ...................................................................................................................78

Tabela 9 - Alcance das práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento no IFRN – Campus Mossoró........................................................................79

Tabela 10 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de tecnologia ..............83

Tabela 11 - Estágio de implantação de práticas na área de tecnologia no IFRN – Campus Mossoró ...................................................................................................................84

Tabela 12 – IFES – Alcance das práticas na área de tecnologia......................................85

Tabela 13 - Alcance das práticas na área de tecnologia no IFRN – Campus Mossoró .85

Tabela 14 – Participação em comunidades de prática (atividade institucional) ............107

Tabela 15 – Participação em comunidades de prática (atividades externas)................108

Tabela 16 – Participação em fóruns/listas de discussão .................................................110

Tabela 17 – Participação em atividades de mentoring ....................................................111

Tabela 18 – Participação em atividades de coaching ......................................................112

Tabela 19 – Participação na prática de educação corporativa........................................113

Tabela 20 – Participação na prática de universidade corporativa .................................114

Tabela 21 – Disponibilização de conhecimentos adquiridos ...........................................115

Tabela 22 – Participação na prática narrativas.................................................................116

Tabela 23 – Realização de prática narrativas ...................................................................117

Tabela 24 – Prática benchmarking interno/externo ..........................................................119

Tabela 25 – Participação em melhores práticas ...............................................................120

Tabela 26 – Documentação de melhores práticas ...........................................................121

Page 15: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

Tabela 27 – Participação em mapeamento ou auditoria do conhecimento ...................122

Tabela 28 – Participação em prática banco de competências individuais/organizacionais..................................................................................................123

Tabela 29 – Sistema de gestão por competência (participação) ....................................124

Tabela 30 – Participação na prática memória organizacional .........................................125

Tabela 31 – Memória organizacional – disponibilização do conhecimento ...................126

Tabela 32 – Participação em sistemas de inteligência empresarial ...............................127

Tabela 33 – Gestão do capital intelectual / ativos intangíveis .........................................128

Tabela 34 – Participação em ferramentas de colaboração / portais / intranet...............130

Tabela 35 – Utilização de sistemas de workflow ..............................................................131

Tabela 36 – Prática de gestão do conteúdo......................................................................132

Tabela 37 – Participação na prática gestão eletrônica de documentos - GED .............133

Tabela 38 – Participação na prática CRM .........................................................................134

Tabela 39 – Utilização de sistema enterprise resource planning - ERP ........................135

Tabela 40 – Utilização de BSC e KPI ................................................................................136

Tabela 41 – Utilização de sistemas de suporte à decisão – SSD...................................137

Tabela 42 – Utilização de sistemas data mining...............................................................138

Tabela 43 – Utilização de sistemas data warehouse .......................................................139

Page 16: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BSC – Balanced Scorecard

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande Norte

CEGE – Comitê Executivo do Governo Eletrônico

CONGEP - Congresso Nacional de Gestão do Conhecimento na Esfera Pública

CRM – Costumer Relationship Management

CT-GCIE – Comitê Técnico de Gestão do Conhecimento e Informação Estratégica

DSS – Decision Support System

ETFRN - Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte

ERP – Enterprise Resource Planning

GC – Gestão do conhecimento

GED – Gestão Eletrônica de Documentos

IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

Ifes – Instituições Federais de Ensino Superior

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

KPI – Key Performance Indicators

SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento

SEDES - Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico

Page 17: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................................................................18

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO.........................................................................................20

1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................21

1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................23

1.4.1 Objetivo geral..................................................................................................23

1.4.2 Objetivos específicos.....................................................................................24

2.1 GESTÃO DO CONHECIMENTO.........................................................................25

2.1.1 Contextualização............................................................................................25

2.1.2 Dado, informação e conhecimento...............................................................27

2.1.3 Tipos de conhecimento .................................................................................32

2.1.4 Conhecimento nas organizações..................................................................33

2.1.5 Gestão do conhecimento...............................................................................36

2.1.5.1 Objetivos da gestão do conhecimento...........................................................39

2.1.5.2 Políticas de gestão do conhecimento ............................................................40

2.1.5.3 Práticas da gestão do conhecimento.............................................................43

2.1.5.3 Explicitação e formalização da gestão do conhecimento nas empresas......49

2.1.5.4 Processos de gestão do conhecimento nas organizações...........................50

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO.................................52

2.3 ANÁLISE DA PESQUISA DO IPEA.....................................................................53

2.4 ESTUDOS SOBRE O TEMA...............................................................................54

3 METODOLOGIA ....................................................................................................60

3.1 TIPO DE PESQUISA...........................................................................................61

3.2 UNIVERSO / AMOSTRA DA PESQUISA............................................................61

3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA.......................................................................63

3.4 VARIÁVEIS .........................................................................................................65

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS .............................................................................65

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ..............................................................67

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..............................................................67

4.1.1 Políticas de gestão do conhecimento do IFRN............................................68

Page 18: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

4.2 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS............................................69

4.2.1 Pesquisa direcionada aos gestores..............................................................69

4.2.1.1 Análise das práticas relacionadas à gestão de recursos humanos ...............69

4.2.1.2 Análise das práticas relacionadas a processos facilitadores da gestão do

conhecimento ............................................................................................................77

4.2.1.3 Análise das práticas relacionadas à base tecnológica e funcional de suporte

à gestão do conhecimento ........................................................................................83

4.2.1.4 Grau de explicitação e formalização..............................................................90

4.2.1.4.1 Intenção estratégica ...................................................................................90

4.2.1.4.2 Definição de objetivos ................................................................................92

4.2.1.4.3 Alocação de recursos .................................................................................95

4.2.1.4.4 Ações e contexto das iniciativas.................................................................96

4.2.1.4.5 Implementação...........................................................................................98

4.3 PERCEPÇÃO DOS SERVIDORES DO IFRN – CAMPUS MOSSORÓ ............101

4.3.1 Dados demográficos....................................................................................101

4.3.2 As práticas de GC na percepção dos servidores ......................................107

4.3.2.1 Práticas associadas à gestão de pessoas...................................................107

4.3.2.2 Práticas associadas a processos facilitadores da GC.................................118

4.3.2.3 Práticas associadas ao suporte tecnológico da gestão do conhecimento...130

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................141

REFERÊNCIAS.......................................................................................................145

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos gestores..........................................153

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos servidores.......................................162

ANEXO A – Análise da pesquisa do IPEA – Parte 3 ...........................................172

Page 19: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

17

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento torna-se valioso para a organização à medida que

contribui para inovar o ambiente organizacional, através de seus ativos intangíveis.

Para tanto, as organizações precisam gerenciar o conhecimento de modo que

possam tornar-se mais produtivas, aumentando sua competitividade e agregando

novas estratégias de manutenção no mercado em que atuam.

A gestão do conhecimento é um tema que vem sendo estudado como

elemento essencial de diferenciação das organizações, tendo em vista tratar-se de

uma nova oportunidade de mantê-las vivas e competitivas, através da administração

voltada para o seu capital intelectual. Apesar dos avanços tecnológicos e das novas

exigências feitas pela sociedade do conhecimento, o desafio de gerenciar esse

conhecimento torna-se um premissa única para as organizações modernas.

As estratégias de utilização de gestão do conhecimento no setor público

alertam o governo para a definição de projetos que sejam desempenhados no

sentido de melhorar o intercâmbio de ações internas e externas no âmbito das

organizações pertencentes a esse setor.

Os estudos acerca do tema gestão do conhecimento são pertinentes em

suas abordagens quanto aos novos processos de adequação das organizações

modernas, que precisam compreender que o conhecimento é o recurso estratégico

de maior relevância para a nova economia. Dessa forma, neste trabalho, serão

apresentadas questões que respaldam discussões em que a gestão do

conhecimento é compreendida como um novo estilo de gerenciar as organizações

através da adoção de políticas voltadas para seus ativos intangíveis.

A dissertação está estruturada em quatro partes. A primeira delas é a

introdução, que contempla a contextualização do problema, as questões de

pesquisa, os objetivos gerais e específicos e a justificativa.

A segunda parte consta do referencial teórico, com ênfase para os

estudos relativos à gestão do conhecimento e suas dimensões teóricas e práticas

quanto aos objetivos e importância, aos processos de gestão do conhecimento e aos

estudos sobre o tema.

Page 20: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

18

A terceira parte apresenta a metodologia da pesquisa, reunindo a

descrição, o tipo, o universo e a amostra da pesquisa, bem como o procedimento

adotado para coleta e análise dos dados.

A quarta parte contempla a análise dos dados e a discussão dos

resultados do estudo, através das indicações e conclusões da autora, bem como a

complementação desses resultados através da abordagem de outros autores.

A quinta parte contém a conclusão do trabalho, abordando os principais

resultados, dando ênfase àqueles voltados para o cumprimento dos objetivos

propostos. Contém ainda algumas limitações do estudo e apresenta algumas

propostas para novos estudos.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Em tempos atuais, as discussões sobre a gestão do conhecimento

indicam que as organizações necessitam gerenciar, de forma efetiva, o

conhecimento gerado em seus ambientes interno e externo, provendo os meios e

suportes adequados para que as informações possam ser coletadas, tratadas e

disponibilizadas e, assim, possam converter-se em conhecimento útil aos seus

processos produtivos e de negócios.

As grandes transformações enfrentadas pelas organizações do mundo

contemporâneo proporcionam melhorias e ampliação em sua forma de

gerenciamento e novas formas de pensar e agir no que se refere ao fator humano

dentro da empresa.

A gestão do conhecimento reúne um conjunto de fatores que se tornam

responsáveis pela transferência e pelo compartilhamento de informações e de

conhecimentos capazes de socializar as estratégias de seu gerenciamento nas

organizações.

O desafio da inserção do conhecimento nas organizações é ressaltado

por Santiago Júnior e Santiago (2007), ao discutirem que a aplicação do

conhecimento tem trazido benefícios para as organizações, sobretudo no que se

Page 21: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

19

refere às tecnologias disponíveis e empregadas, as quais tornam possível a atuação

em um ambiente globalizado e agregam valor para as empresas.

O conhecimento é um recurso de alta relevância para a vida

organizacional. Visando a uma melhor compreensão do papel do conhecimento na

estrutura organizacional, Nonaka e Takeuchi (1997) discutem a criação do

conhecimento organizacional, que deve ser considerado como um processo em que

as organizações, a partir de seu ambiente, ampliam o conhecimento criado pelos

indivíduos e o socializam no nível do grupo através de diálogo, discussão,

compartilhamento de experiência, construção de sentido ou comunidade de prática.

Assim, para gerenciar o conhecimento, a organização deve desenvolver

competências em um campo novo, na confluência entre teoria da organização,

estratégia gerencial e sistemas de informação (SANTIAGO JÚNIOR; SANTIAGO,

2007).

Nesse ambiente, é necessário que a organização possa gerenciar, de

forma proativa, o conhecimento existente, seja o acumulado ao longo de anos de

experiência administrativa, seja o gerado nos seus processos produtivos e de

negócios, seja ainda o de cada um de seus funcionários, que é chamado de capital

intelectual.

Os pesquisadores Nonaka e Takeuchi (1997, 2008); Terra (2005);

Davenport e Prusak 2003; Sveiby (1998); Brito (2005) e Rossatto (2003), que

compartilham e discutem o tema gestão do conhecimento, são unânimes quanto ao

valor do capital intelectual, indicando-o como mais valioso que os ativos materiais da

organização e afirmando ser um fator que condiciona a organização a reconhecer a

existência do conhecimento como recurso imprescindível para atuar eficientemente

no mercado em que está inserida.

Nesse processo, busca-se desenvolver ferramentas e técnicas capazes

de coletar, armazenar e disseminar o conhecimento organizacional, que deverá ser

transformado de conhecimento tácito (implícito, individual) em conhecimento

explícito (formalizado, disponível, de todos).

A gestão do conhecimento, por sua atuação dinâmica e que envolve toda

a organização para que seus processos sejam efetivados, tem evidenciado, nas

suas políticas de implantação, a necessidade de inovação, aprendizagem e

valorização dos recursos intangíveis. Estes, por sua vez, agregam valor,

Page 22: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

20

competitividade e melhoria à qualidade de produtos e serviços, sejam eles em

ambientes públicos ou privados.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO

As instituições públicas são responsáveis por inúmeros serviços

prestados à sociedade. Entretanto, muitas vezes, em suas ações, percebe-se que o

desenvolvimento de suas políticas e a implantação de projetos, apesar de sua

relevância, em determinados momentos, perdem-se na burocracia estabelecida pelo

Estado ou ficam apenas no conhecimento tácito de seus funcionários. Dessa forma,

mesmo que haja iniciativas que apresentem resultados positivos, se não houver

registro e preservação do conhecimento aplicado, a possibilidade de não se

efetivarem as práticas pode fazer com que esses processos não sejam

consolidados. Por essa razão, é fundamental que haja mecanismos eficazes para

aproveitar o conhecimento e aplicá-lo corretamente nos projetos governamentais, a

fim de que suas ações tornem-se mais efetivas. Para a nova economia, que inclui o

conhecimento em sua estrutura, o intelecto e as ideias criativas e inovadoras se

tornam uma fonte de vantagem para os indivíduos e organizações. Esses fatores

trazem a perspectiva de aumentar o desenvolvimento humano e a qualidade de vida.

Assim, a capacidade de uma nação e, em especial, do setor público, para

desenvolver contextos e sistemas que apoiem o compartilhamento, a criação e a

aplicação de conhecimento na área pública para criar benefícios para a sociedade,

aumenta em importância e deve ser objeto de maior consideração (FRESNEDA;

GONÇALVES, 2007, p.15).

Dada a relevância que atualmente tem o conhecimento nas organizações,

a disseminação dele nas instituições públicas apresenta-se como um desafio teórico

e prático, tendo em vista as dificuldades de se destacarem as formas de gerenciar

seus ativos intangíveis como membros responsáveis pelo desenvolvimento de suas

atividades perante a sociedade.

O conhecimento precisa ser disseminado no âmbito institucional, tendo

em vista que sua existência é concreta em qualquer ambiente, através dos

Page 23: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

21

indivíduos que compõem seus ativos intangíveis. Para tanto, é preciso que exista

uma forma de gerenciar esse processo. A adoção de práticas gerenciais surge da

necessidade de se utilizar o conhecimento em prol do desenvolvimento e/ou da

inovação de produtos e serviços.

Discutir a gestão do conhecimento no serviço público pode contribuir para

despertar o interesse pelas suas implementação e aplicabilidade, através dos

diversos processos de práticas apresentadas como estratégias de melhorias dos

serviços.

Desse modo, considera-se relevante investigar como o IFRN, Campus

Mossoró está gerenciando o conhecimento organizacional.

As questões de pesquisa apresentadas são as seguintes:

1. Quais são as políticas e práticas de gestão do conhecimento do IFRN?

2.Em que estágio se encontra a implantação de tais práticas e qual o seu

alcance?

3. Qual o grau de explicitação e formalização da gestão do conhecimento

na instituição?

4. Existem objetivos definidos e formalizados para a gestão do

conhecimento na instituição?

5. Quais os principais obstáculos à implementação da gestão do

conhecimento no IFRN – Campus Mossoró?

6. A prática de gestão do conhecimento na instituição, por parte dos

servidores, corresponde às políticas implantadas pelos gestores?

1.3 JUSTIFICATIVA

As discussões acerca da gestão do conhecimento são conduzidas no

sentido de ampliar e enriquecer os recursos considerados relevantes no processo de

seu desenvolvimento. Essa gestão ocupa cada vez mais uma posição de destaque

nas organizações, tendo em vista que seu foco maior está em consolidar seus

produtos e serviços no sentido de enfrentar desafios quanto aos novos modelos de

Page 24: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

22

gerenciar o conhecimento organizacional, permitindo um novo olhar frente aos

saberes individuais e às diversas formas de utilizar esse conhecimento de forma

estratégica, bem como de compartilhá-lo e armazená-lo no âmbito das

organizações.

Na sociedade atual, não só as organizações privadas, mas também as

públicas estão reconhecendo a importância de que sejam aplicadas novas formas de

gerir os ativos do conhecimento em suas estruturas, considerando que estes podem

modificar seus objetivos, de modo que sejam criados novos processos e meios de

interação com a sociedade. Dessa forma, a gestão do conhecimento no setor

público pode valer-se de ferramentas estratégicas que venham agregar novos

produtos e serviços oferecidos para a sociedade.

A gestão do conhecimento surge, nesse contexto, não como uma solução

para todos os desafios das organizações públicas, considerando suas

especificidades, mas como uma nova perspectiva de mudança do modelo

burocrático dessas organizações, redefinindo procedimentos para adequar a

disseminação do conhecimento, de forma a permitir novos requisitos para inovação

dos ambientes organizacionais.

Pensar em gestão do conhecimento no serviço público significa agir de

forma que os serviços oferecidos à sociedade sejam de melhor qualidade. Para isso,

são considerados vários fatores que influenciam as ações de implantação dessa

gestão nesse setor. Dentre eles, podem-se destacar: a estrutura administrativa, a

informação organizada, os servidores e seus respectivos conhecimentos, a cultura

organizacional, as estratégias administrativas, a liderança dos gestores (WIIG, 1999

apud GONÇALVES, 2006). Mesmo que esses fatores sejam visíveis e relevantes

para o desenvolvimento das organizações diante da sociedade moderna, discutir

gestão do conhecimento ainda é um fato novo, tornando-se evidente a necessidade

de que sejam ampliadas as discussões, na tentativa de implementar um modelo de

gestão mediante o qual o ativo intangível possa ser utilizado de forma a agregar

novos valores aos serviços oferecidos nessa esfera.

É necessário que as instituições públicas repensem o que fazem e o que

oferecem aos seus clientes e à sociedade, devendo ter como meta direcionar suas

políticas de desenvolvimento de serviços para a melhoria dos processos de trabalho.

Page 25: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

23

Para tanto, devem utilizar o conhecimento como recurso estratégico, no sentido de

atingir plenamente suas metas e objetivos (GONÇALVES, 2006).

A análise de Gonçalves (2006,) sobre a gestão do conhecimento na

administração pública dá ênfase ao processo de implantação, quando afirma que

esse processo não significa apenas colocar os serviços públicos on-line e melhorar a

forma de acesso para o cidadão. Além disso, o autor ressalta que “deve

implementar um conjunto de processos mediados pela tecnologia, que podem

modificar as interações, em uma escala maior entre cidadãos e o governo, entre as

instituições do governo federal e entres as três esferas de governo (federal, estadual

e municipal)” (GONÇALVES, 2006, p.22).

A pesquisa de Batista (2004), realizada pelo IPEA, reforça a dimensão do

conceito de gestão do conhecimento como algo novo no serviço público, embora

destaque que as práticas de compartilhamento e transferência do conhecimento já

existem na maioria das organizações. Segundo o autor, as organizações públicas

desconhecem e não utilizam o termo “gestão do conhecimento”, embora executem

processos nos quais utilizam técnicas e ferramentas que podem ser classificadas

como práticas de gestão do conhecimento.

Nesse sentido, este estudo investiga as práticas e políticas da gestão do

conhecimento na organização pública, considerando as estratégias e ferramentas

necessárias para que ocorra o compartilhamento e a aplicação adequados às

necessidades dessa organização, já que possui características específicas no que

se refere às suas necessidades de atuação junto à sociedade em que está inserida.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Investigar as políticas e práticas de gestão do conhecimento no IFRN,

Campus Mossoró.

Page 26: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

24

1.4.2 Objetivos específicos

Comparar o estágio de implantação e o alcance das práticas de gestão do

conhecimento do IFRN em relação à pesquisa realizada pelo IPEA;

Avaliar o grau de explicitação e de formalização da gestão do

conhecimento do IFRN;

Avaliar o estágio de formalização dos objetivos da gestão do

conhecimento na instituição;

Identificar os obstáculos à implantação dos processos de gestão do

conhecimento na instituição;

Comparar as práticas de gestão do conhecimento por parte dos

servidores administrativos e docentes com as políticas adotadas pelos gestores.

Page 27: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

25

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 GESTÃO DO CONHECIMENTO

2.1.1 Contextualização

As discussões sobre gestão do conhecimento giram em torno do

significado deste e de sua importância para a administração, contextualizando a sua

aplicabilidade nas organizações modernas e todos os elementos que constituem o

atual processo de estruturação exigido pela sociedade.

Dessa forma, as organizações passam a refletir uma nova ótica de

gerenciamento, repensando suas estratégias, tendo em vista a necessidade de

manterem-se competitivas e com perspectivas de crescimento no mercado em que

estão inseridas.

Historicamente, podem ser citados alguns autores que deram início aos

estudos sobre o gerenciamento do conhecimento nas organizações. Brito (2005)

apresenta tais autores em ordem cronológica de seus estudos: Peter Drucker, em

1959, já discutia sobre o surgimento da era do conhecimento; na década de 1970,

na Suécia, Karl Erik Sveiby e, no Japão, Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi, através

de sua obra Criação de Conhecimento da Empresa, na qual é discutida

particularmente a nova abordagem das empresas quanto à criação e ao

desenvolvimento do conhecimento como elemento único para sua sobrevivência.

Na década de 80, o tema em questão passou a ter maior significância

graças a novos estudos relacionados à sociedade do conhecimento, à forma como

as empresas estavam aprendendo através de seus funcionários e ao surgimento de

novas competências na gestão estratégica (SILVA, 2004).

A partir de 1990, verifica-se a consolidação dos estudos sobre gestão do

conhecimento em universidades, em ambientes das áreas de administração e dentro

das organizações (BRITO, 2005).

Seguindo os propósitos teóricos da gestão do conhecimento, conhecidos

ao longo da década de 90 do século passado, inicia-se, em 1995, o processo de

Page 28: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

26

mudanças nas organizações, através da consolidação desse novo pensar, ou seja,

verificam-se, nesse momento, os primeiros passos para viabilizar a expansão dos

conhecimento dentro dessas organizações. O capital intelectual passa a ser visto

como recurso imprescindível para o desenvolvimento das organizações, como

também o ativo tornou-se mais valioso no que se refere a equipamentos, capital

financeiro e outros bens da empresa.

Em virtude da intensa competitividade em todos os setores, as

organizações passam a ter necessidade de se manterem no mercado, surgindo,

assim, novas estratégias de sustentação, como forma de superação dos desafios

até então inexistentes. Tais estratégias implicam demandas novas aos

trabalhadores, no que se refere ao domínio de papéis e qualificações necessárias ao

enfrentamento dos desafios existentes. A relação entre empregados e empregador

passa a ser de troca. O empregador oferece oportunidades de maior aprendizagem

e qualificação e os empregados, por sua vez, propiciam à empresa maior retorno em

termos de produtividade e maior comprometimento (BRITO, 2005).

Nesse contexto de modernidade, torna-se necessário gerenciar, de forma

efetiva, o conhecimento gerado nos ambientes interno e externo da organização,

provendo os meios e suportes adequados para que as informações possam ser

coletadas, tratadas e disponibilizadas e, assim, possam converter-se em

conhecimento útil aos processos produtivos, de negócios e de desenvolvimento.

As grandes transformações enfrentadas pelas organizações do mundo

contemporâneo proporcionam melhorias e ampliação em sua forma de

gerenciamento e novas formas de pensar e agir no que se refere ao fator humano

dentro da empresa.

Como consequência, surge a necessidade de ajuste das estruturas

organizacionais das empresas, visando principalmente lidar com as mudanças

tecnológicas e também com as condições impostas pela sociedade globalizada,

criando novos modelos de gerência, agindo de forma a colaborar com os processos

internos e externos da organização, objetivando a criação de novas ideias e,

consequentemente, a aquisição de novos conhecimentos. Reconhecendo o papel de

importância da estrutura nas atuais organizações, Mülbert, Mussi e Angeloni (2008,

p. 106) afirmam que

Page 29: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

27

Não há dúvidas de que a estrutura organizacional exerce impacto sobre o trabalho dos indivíduos. Como integrante da organização, o indivíduo está submetido a uma estrutura que influencia seu comportamento e sua interação no contexto organizacional.

O desenvolvimento das organizações é comentado por Angeloni e Dazzi

(2007, p. 45), os quais afirmam que “a evolução do mundo dos negócios seguiu a

evolução da sociedade. As organizações do início do século XX, rígidas e

organizadas em torno de um sistema tradicional, não têm mais espaço nos dias

atuais”.

Em sua percepção quanto à elaboração de um modelo de gestão do

conhecimento, Figueiredo (2005, p. 27) determina que

a arquitetura, os esforços e os pilares de gestão do conhecimento servirá para nortear todas as ações relacionadas à GC na empresa. Durante sua elaboração muito estratégica, são definidas as iniciativas prioritárias, áreas de atuação e a abrangência da atuação da GC. Com esta elaboração, espera-se a definição das expectativas, delimitação dos focos, alvos e prioridades da gestão do conhecimento.

Nesse contexto de mudanças no ambiente interno e externo das

organizações, surge a necessidade de gestão do conhecimento empresarial, que

deve ser trabalhado de forma a potencializar ao máximo seus benefícios, o que vem

sendo possibilitado pelos avanços da tecnologia e da ciência, conforme se verá

adiante.

2.1.2 Dado, informação e conhecimento

A explosão informacional verificada nos últimos anos impõe às

organizações um ambiente mais exigente em termos de gerenciamento, que envolve

as tarefas de coletar, tratar, armazenar e disponibilizar a informação de forma mais

confiável e segura. A informação e o conhecimento têm sido elementos de especial

destaque na obtenção de diferenciais competitivos entre as empresas modernas,

tendo-se convertido em ativos de importância primordial para o atendimento das

necessidades organizacionais e de clientes, sejam eles internos ou externos à

empresa.

Page 30: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

28

Para melhor compreensão do tema, faz-se necessário estudar o que

significa informação e conhecimento e como eles se formam no ambiente

empresarial. Para a compreensão de tais conceitos, faz-se necessário entender o

que vem a ser dado e qual o seu papel na geração da informação e do

conhecimento.

Davenport e Prusak (2003, p. 2) conceituam dados como “um conjunto de

fatos distintos e objetivos, relativos a eventos”. Stair e Reynolds (2006, p. 4) afirmam

que “dados são compostos por fatos básicos, como o nome e a quantidade de horas

trabalhadas em uma semana de um funcionário, número de peças em estoque ou

pedidos”.

Num contexto organizacional, dados são utilitariamente descritos como

registros estruturados a fim de satisfazer o cliente e criar uma nova informação. Os

dados só são importantes quando são tratados de forma diferenciada, visando torná-

los úteis e garantir sua aplicabilidade em algum momento.

Observe-se que, por si só, os dados são destituídos de significado e

importância para a organização, necessitando de tratamento para o seu

aproveitamento de forma plena.

A figura 1, a seguir, mostra a estrutura em que se apresentam dados,

informação, conhecimento e expertise, bem como suas atribuições em cada etapa.

EXPERTISE

CONHECIMENTO

INFORMAÇÃO

DADOS

Enriquecimentoatravés da experiência,treino e estudo

Transformaçãoatravés de trabalhopessoal, valores ecrenças

Atribuiçãode significado,compreensão,relevânciae propósito

Transferência

Individualizado

Figura 1 – Estrutura da criação de expertise – conhecimento especializado Fonte: Adaptado de Silva, Soffner e Pinhão (2007, p.178)

Page 31: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

29

A figura 1, acima, indica, na forma de pirâmide, um conjunto composto

pelos elementos: dados, informação, conhecimento e expertise, devendo o

conhecimento ser visto como um recurso fundamental para a vida da organização, a

qual deve valorizar os experts, e estes devem seguir a estratégia da empresa, pois

serão os responsáveis pela criação de novos conhecimentos que agregarão valor

pela diferença apresentada em seus produtos.

Mc Gee e Prusak (1994, p. 24) definem informação como “dados

coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos significados e

contexto”. Para Brito (2005, p. 83), “a informação corresponde a uma representação

mental do mundo empírico. A construção de uma informação envolve atividades

como coleta, classificação e aglutinação de dados”.

A informação “visa modelar a pessoa que a recebe no sentido de fazer

alguma diferença em sua perspectiva ou insight. [...] Ela está organizada para

alguma finalidade”. (DAVENPORT; PRUSAK, 2003, p. 4-5).

Informação é, portanto, um conjunto de dados trabalhados de forma a ter

relevância para aquele que a utiliza, sendo imprescindível ao processo de

gerenciamento das organizações modernas.

Nessa perspectiva, o conhecimento surge como um terceiro elemento,

que, no entendimento de Davenport (2002, p.19),

É a informação mais valiosa, mais difícil de gerenciar. É valiosa precisamente porque alguém deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação; alguém refletiu sobre o conhecimento, acrescentou a ele sua sabedoria, considerou suas implicações mais amplas.

Stair e Reynolds (2006, p. 5) definem conhecimento como “a consciência

e o entendimento de um conjunto e formas de torná-las úteis para apoiar uma tarefa

específica ou tomar uma decisão”.

Conhecimento é produto de maior peso e significado, porque é resultado

de processamentos intelectuais, de associações, refinamentos e amadurecimentos

mentais, bem como, e principalmente, por causa de suas aplicações mais objetivas

e específicas na orientação de vida, no desenvolvimento das ciências e tecnologias,

nas artes, nas atividades sociais, no trabalho, nos negócios (RESENDE, 2000, p.

68).

Page 32: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

30

Nas organizações modernas, exige-se que o trabalhador tenha “domínio

de conteúdos do trabalho e capacidade de compreender os níveis e a natureza do

conhecimento individual e organizacional (conhecimento tácito e explícito)” (SILVA;

CASTRO, 2007, p. 88). Mas, além desse contexto, Whitehiil (1997 apud Silva e

Castro, 2007, p. 88) ressalta a importância de identificar a hierarquia de importância

de cada um dos níveis e tipos de conhecimento, conforme apresenta no quadro 1, a

seguir:

TIPOS DE CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO (ações) Conhecimento codificado

(saber o quê) Políticas escritas e procedimentos organizacionais

Conhecimento habitual (saber como)

Rotinas escritas e procedimentos organizacionais

Conhecimento científico (saber porquê)

Conhecimento técnico-científico

Conhecimento interacional (saber com quem)

Colaboração na solução de problemas

Conhecimento processual (saber quando e onde)

Esquemas da organização do trabalho em equipe

Conhecimento simbólico (razões de envolvimento)

Cultura organizacional

Quadro 1 – Níveis e tipos de conhecimento Fonte: Whitehiil (1997 apud SILVA E CASTRO, 2007, p. 88)

O quadro 1, indicado acima, refere-se aos diferentes tipos de

conhecimentos no ambiente organizacional, exigindo que os indivíduos dominem o

seu fazer profissional através da formação contínua, o que pode proporcionar

melhorias em suas capacidades e habilidades, possibilitando-lhes agir em ambientes

complexos nos quais a aprendizagem faz com que se reconstruam conhecimentos e

saberes de forma permanente, contribuindo assim para a melhoria da produtividade

e da competitividade.

Luckesi (2000, p. 50) afirma que “o conhecimento, enquanto

entendimento e compreensão da realidade, faz o ser humano um ser diverso dos

demais, na medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza”. Nonaka e

Takeuchi (1997, p. 63) consideram o conhecimento como “um processo humano e

dinâmico de justificar a crença pessoal com relação à ‘verdade’”.

Page 33: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

31

Davenport e Prusak (2003) citam alguns componentes como a

experiência, a verdade, o discernimento e as normas práticas como forma de

reflexão para melhor compreender o conhecimento.

Ainda contextualizando o conhecimento como elemento estratégico nas

organizações, Sveiby (1998, p. 46) ressalta que “o conhecimento é uma capacidade

de agir. [...] e não pode ser descrito por meio de palavras por ser principalmente

tácito”.

Desse modo, o indivíduo deve estar consciente de sua capacidade de

captar e incorporar seus conhecimentos, de forma que estes possam ser utilizados

em qualquer momento de sua vida, e de torná-los mais dinâmicos quando forem

aplicados em ambientes organizacionais. “O conhecimento existe dentro das

pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidade humanas” (DAVENPORT;

PRUSAK, 2003, p. 6).

Para Valentim e Gelinski (2007, p. 115), o conhecimento é “aquele gerado

por um sujeito cognoscente, é único, dependente de estruturas teóricas e práticas

que possibilitarão sua construção”.

O conhecimento, em seu contexto mais preciso, é definido por Figueiredo

(2005, p. 44) através das seguintes afirmações:

O conhecimento muda constantemente; tem origem e reside na cabeça das pessoas; em cada conversa, um elenco de conhecimento diferente é utilizado; é o resultado da aprendizagem; conhecimento gera mais conhecimento. Um conhecimento leva a outro conhecimento; é produzido em mentes que trabalham; pode ser usado sem ser consumido. Ele não é subtrativo. O uso do conhecimento não reduz seu estoque.

Numa abordagem prática, “o conhecimento opera através de normas

práticas: guias flexíveis para a ação desenvolvidas por meio de tentativa e erro e no

decorrer de uma longa experiência e observação” (DAVENPORT; PRUSAK, 2003, p.

12).

Apresentados os conceitos básicos necessários, passa-se a apresentar

os tipos de conhecimento existentes nas organizações.

Page 34: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

32

2.1.3 Tipos de conhecimento

O conhecimento é analisado no âmbito organizacional a partir de duas

definições, na perspectiva das pessoas: o conhecimento explícito e o conhecimento

tácito. Ressalte-se que essa definição é apresentada por Nonaka e Takeuchi (1997),

os quais são seguidos por outros autores que aderem à sua linha de pensamento.

Os dois tipos de conhecimento discutidos são: conhecimento explícito,

que se caracteriza por ser organizado e tratado sistematicamente, e conhecimento

tácito, que é pessoal, não pode ser tratado e organizado, está implícito e tem o foco

voltado para a experiência. Essa abordagem reflete o pensamento de Nonaka e

Takeuchi (1997, p. 8), que relatam que “o conhecimento explícito pode ser

“processado” por um computador ou transmitido eletronicamente [...] o conhecimento

tácito dificulta o processamento ou a transmissão do conhecimento adquirido por

qualquer método sistemático ou lógico”.

Ressaltam ainda que “o conhecimento explícito pode ser expresso em

palavras, números ou sons e compartilhado na forma de dados, fórmulas científicas,

recursos visuais, fitas de áudio, especificações de produtos ou manuais” (NONAKA;

TAKEUCHI, 2008, p.19).

O conhecimento tácito, por sua vez, é complexo, desenvolvido e

interiorizado pelo conhecedor no decorrer de um longo período de tempo; é quase

impossível de se reproduzir num documento ou banco de dados. Tal conhecimento

incorpora tanto aprendizado acumulado e enraizado que pode ser impossível

separar as regras desse conhecimento do modo de agir do indivíduo (DAVENPORT;

PRUSAK, 1998, p. 86).

Na visão de Sveiby (1998, p. 43), o conhecimento explícito exige o

conhecimento dos fatos, e sua aquisição dá-se através da informação, tendo como

parâmetro a educação formal. Já o conhecimento tácito é voltado para as ações do

indivíduo e baseado em práticas que não mudam constantemente.

O conhecimento tácito tem uma dimensão cognitiva e não é facilmente

visível nem explicável. Está literalmente voltado para as ações e para a experiência

corporal do indivíduo, assim como para os ideais, valores ou emoções que ele

incorpora.

Page 35: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

33

O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência compartilhada, é extremamente difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio de outro indivíduo. [...] Para que o conhecimento explícito se torne tácito, é necessária a verbalização e a diagramação do conhecimento sob a forma de documentos, manuais ou histórias orais. A documentação ajuda os indivíduos a internalizarem suas experiências aumentando assim seu conhecimento tácito. Além disso, documentos ou manuais facilitam a transferência do conhecimento explícito para outras pessoas, ajudando-as a vivenciar indiretamente as experiências dos outros (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 69).

A conversão do conhecimento apresentada por Nonaka e Takeuchi

(2008) é explicitada através de um ciclo contínuo, dinâmico e infinito de interação

entre os conhecimentos tácito e explícito, com a participação dos indivíduos. No

modelo proposto, a classificação é feita da seguinte forma: socialização,

externalização, combinação e internalização, conforme pode ser visto na figura a

seguir.

Conhecimento tácito para Conhecimento explícito

Conhecimento Tácito

Socialização

Externalização

De

Conhecimento explícito

Internalização

Combinação

Quadro 2 – Quatro modelos de conversão do conhecimento Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 60)

2.1.4 Conhecimento nas organizações

O conhecimento tornou-se um recurso relevante e dinâmico, presente na

vida organizacional. Para melhor compreensão do papel do conhecimento na

estrutura organizacional, ressalta-se a análise de Nonaka e Takeuchi (1997, p. 25),

segundo os quais

A criação do conhecimento organizacional deve ser entendida como um processo que organizacionalmente amplifica o conhecimento criado pelos indivíduos e o cristaliza no nível do grupo através do diálogo, discussão, compartilhar de experiência, fazer sentido ou comunidade de prática.

Page 36: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

34

O conhecimento vem sendo visto como um recurso empresarial

significativo, contrapondo-se à visão econômica tradicional que enfatiza terra, capital

e trabalho como fatores de produção, cuja gestão eficiente seria a base das

organizações de sucesso (PEREIRA; BELLINI, 2008, p. 245).

Para Carvalho (2008, p. 9), “o papel do conhecimento nas organizações é

fundamental, mas nem sempre tem sido percebido pelos gerentes da alta direção.

Nas estratégias de sobrevivência e de avanço, o papel do conhecimento é

diferente”.

Para Stewart (1998, p. 11),

O conhecimento tornou-se o principal ingrediente do que produzimos, fazemos, compramos e vendemos. Resultado: administrá-lo – encontrar e estimular o capital intelectual, armazená-lo, vendê-lo e compartilhá-lo – tornou-se a tarefa econômica mais importante dos indivíduos, das empresas e dos países.

O conhecimento surge como elemento atuante no processo de

desenvolvimento do indivíduo em suas organizações, que procuram crescer e atuar

de acordo com seus recursos, vivenciando o desafio de pensar e agir de forma a

ampliar seus produtos e serviços.

Organizações saudáveis geram e usam o conhecimento. À medida que

interagem com seus ambientes, elas absorvem informações, transformam-nas em

conhecimento e agem com base numa combinação desse conhecimento com suas

experiências, valores e regras internas. Elas sentem e respondem. Na falta do

conhecimento, organizações não poderiam se organizar, não conseguiriam manter-

se em funcionamento (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 63).

Santiago Júnior e Santiago (2007, p. 25) ressaltam a valorização desse

conhecimento afirmando que

a aplicação do conhecimento tem impactado de forma expressiva o valor das organizações, pois a materialização do uso desse recurso, bem como das tecnologias disponíveis e empregadas, para que seja possível a atuação em um ambiente globalizado, produz benefícios intangíveis que agregam valor para as empresas.

Complementando a análise sobre a criação do conhecimento

organizacional, esses autores a afirmam como “a capacidade de um campo novo na

confluência entre teoria da organização, estratégia gerencial e sistemas de

informação” (SANTIAGO JÚNIOR; SANTIAGO, 2007, p. 19).

Page 37: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

35

Hommerding (2001, p. 84) aborda a questão das empresas através da

seguinte análise:

O ambiente competitivo das empresas está tomando uma nova dimensão, intensificando-se em áreas que incluem inovações em produtos e relacionamento com clientes e fornecedores num mercado global. Passa a ser crítica a habilidade da empresa em lidar com o conhecimento que possui, ou que necessita sobre suas operações e mercado, e utilizá-lo eficazmente para reinventar e inovar seus produtos, serviços e processos.

Mas não basta simplesmente possuir o conhecimento em suas bases de

dados empresariais. Segundo Davenport e Prusak (2003, p. 21), “a mera existência

do conhecimento em alguma parte da organização é de pouca ajuda; ele só é um

ativo corporativo valioso quando está acessível, e seu valor aumenta na proporção

do grau de acessibilidade”.

As organizações baseadas em conhecimento têm em sua dinâmica

atividades que abrangem indivíduos através de seus conhecimentos implícitos,

aproveitando suas experiências e reunindo todos em um processo de criação de

novas idéias, bem como buscando novos projetos que envolvam toda a organização.

A organização precisa dos indivíduos para, através deles, criar seus

conhecimentos. Dessa forma, é importante a interação direta com seus

colaboradores, de modo a ampliar e melhorar as atividades que contribuem para a

criação de novos conhecimentos.

Ressaltando como o estilo gerencial das organizações ocorre na era do

conhecimento, Romani e Dazzi (2008, p. 87-88) consideram que

As organizações da era do conhecimento enfrentam um desafio diante de um período de turbulência, proveniente de um ambiente altamente dinâmico. Diante das mudanças nas organizações, as questões sobre como liderar esse ambiente se modificam.

Enfatizando ainda essa afirmação, Brito (2005, p. 83) diz que “as

organizações baseadas em conhecimento possuem algumas atividades centrais,

como concepção e desenvolvimento de políticas e estratégias, assessoria jurídica,

relações públicas e assuntos trabalhistas”.

Carvalho (2008, p. 9) enfatiza que “o papel do conhecimento nas

organizações é fundamental, mas nem sempre tem sido percebido pelos gerentes

da alta direção. Nas estratégias de sobrevivência e de avanço, o papel do

conhecimento é diferente”.

Page 38: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

36

Nonaka e Takeuchi (2008, p. 39) apresentam de forma precisa a

importância do conhecimento para as empresas, ao afirmarem que

em uma economia onde a única certeza é a incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento. Quando os mercados transformam-se, as tecnologias proliferam, os competidores multiplicam-se e os produtos tornam-se obsoletos quase do dia para a noite. As empresas bem-sucedidas são as que criam consistentemente novos conhecimentos, disseminam-no amplamente pela organização e o incorporam em novas tecnologias e produtos.

Uma organização não pode criar conhecimento sem indivíduos. Ela apoia

os indivíduos criativos e lhes proporciona contextos para a criação dele. Mais ainda,

deve incrementar meios de armazená-lo, preservá-lo e disseminá-lo, de modo a

potencializar seu uso, obtendo assim uma perfeita utilização do conhecimento

organizacional.

2.1.5 Gestão do conhecimento

A definição de gestão do conhecimento, em seu contexto mais amplo, é

identificada por Terra (2000, p. 201-202). Para ele,

a gestão do conhecimento está associada à própria evolução da teoria organizacional e depende de uma análise profunda da relação entre as seguintes variáveis: ambiente econômico e social, evolução tecnológica, lógica organizacional e concepções sobre a natureza humana. [...] Não envolve apenas a adoção de algumas poucas práticas gerenciais, mas também um grau elevado de compreensão, estímulo e mesmo empatia com os processos humanos básicos de criação e aprendizado tanto individual quanto coletivo.

Rossato (2003, p. 7), por sua vez, conceitua a gestão conhecimento como

um processo estratégico contínuo e dinâmico que visa gerir o capital intangível da empresa e todos os pontos estratégicos a ele relacionados e estimular a conversão do conhecimento. [...] Deve fazer parte da estratégia organizacional e ter sua implantação garantida e patrocinada pela alta gerência.

Segundo Krogh, Ichijo e Nonaka (2000, p.12 apud VALENTIM; GELINSKI

2007, p.120),

o termo ‘gestão’ implica no controle de fluxos e processos; assim, para proporcionar um entendimento simplificado da gestão do conhecimento, pode-se associá-la à capacitação para o conhecimento, ou seja, à execução de uma série de métodos, técnicas e instrumentos que viabilizam de forma eficiente a geração e compartilhamento de conhecimento.

Outro conceito de gestão do conhecimento é apresentado por Bukowitz e

Page 39: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

37

Williams (2002, p. 17) ao afirmarem que “a gestão do conhecimento é o processo

pelo qual a organização gera riqueza, a partir do seu conhecimento ou capital

intelectual”.

Pode-se então conceituar gestão do conhecimento como o conjunto de

técnicas, métodos e instrumentos utilizados pela organização visando aquisição,

identificação, armazenamento de forma explícita, disseminação e uso de

conhecimentos estratégicos com a finalidade de gerar resultados para a

organização.

Capital intelectual, por sua vez, é conceituado como

um conjunto de conhecimentos, em sua maioria, tácitos, detidos pelos membros da organização que os capacita a atuar em várias situações para criar ativos tangíveis e intangível que constituem a vantagem competitiva da empresa (ROSSATO, 2003, p. 18).

O capital intelectual ou conhecimento também é definido por Bukowitz e

Williams (2002, p. 18) como “qualquer coisa valorizada pela organização que esteja

contida nas pessoas, ou seja, derivada de processos, de sistemas e da cultura

organizacional”. Ainda nesse contexto, Bukowitz e Williams (2002) ressaltam que é

importante compreender que o capital intelectual não é propriedade da organização,

não podendo, portanto, estar sob o controle direto desta.

Utilizando-se a classificação do conhecimento em tácito ou explícito,

conforme teoria de Nonaka e Takeuchi (2008), já apresentada anteriormente,

conclui-se que o capital intelectual se enquadra como conhecimento tácito, uma vez

que somente está presente no indivíduo, não tendo sido ainda apropriado pela

organização, ou seja, não tendo havido a externalização, que é a conversão de

conhecimento tácito em conhecimento explícito.

O conhecimento armazenado no nível individual é fundamental para a

organização, não podendo, entretanto, ser mantido além da presença do próprio

indivíduo nos quadros da empresa, devendo esta buscar meios, através da gestão

do conhecimento, de externalizar tais conhecimentos, mantendo-os, de forma

sistematizada, à disposição de toda a organização.

Como ressaltado por Nonaka e Takeuchi (1997, p. 82), “a organização

tem de mobilizar o conhecimento tácito criado e acumulado no nível individual. O

conhecimento tácito mobilizado é ampliado “organizacionalmente” através dos

Page 40: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

38

quatro modos de conversão do conhecimento e cristalizado em níveis ontológicos

superiores”.

Para que seja efetivada com sucesso, a gestão do conhecimento exige a

socialização do conhecimento organizacional e do capital intelectual. No mesmo

sentido, Bryant (2003 apud Oliveira e Alves Filho, 2008, p. 52) defende que

a gestão do conhecimento consiste, basicamente, em um processo destinado a criar e a compartilhar conhecimento, bem como a incorporá-lo aos produtos, sistemas e serviços de uma organização, requerendo esforços de toda a hierarquia da empresa.

É o mesmo entendimento de Burkowitz e Williams (2002, p. 280 apud

Valentim; Gelinski, 2006, p.129) ao afirmarem que “o capital organizacional é o

capital intelectual que continua na organização quando os indivíduos vão embora. É

o capital intelectual que a organização ‘possui’ no sentido tradicional”.

A geração de valor a partir do capital intelectual requer que as

organizações gerenciem os fluxos de conhecimento. Para isso, o conjunto composto

por capital humano, capital do cliente, capital organizacional e capital intelectual

permite identificar os aspectos necessários para a gestão do conhecimento.

Bukowitz e Williams (2002, p. 237) conceituam esses quatro tipos de capital da

seguinte forma:

Capital humano – a capacidade dos indivíduos e das equipes de aplicarem soluções para as necessidades dos clientes; as competências e os mind-sets. Capital do cliente – a força do relacionamento com o cliente; o valor superior percebido pelo cliente; a customização crescente das soluções. Capital organizacional – as capacidades da organização, compostas de conhecimento codificado de todas as fontes – as bases de conhecimento, os processos de negócios, a infra-estrutura de tecnologia – a cultura, valores e normas compartilhadas. Capital intelectual – a relação entre capital humano, do cliente e organizacional que maximiza o potencial da organização para criar valor.

A gestão do conhecimento, portanto, não alcançará sucesso numa

organização se for responsabilidade unicamente de um grupo, mesmo que este seja

grande. São os gerentes e funcionários, que desempenham outras funções para

ganhar o seu sustento (projeto e engenharia, produção, vendas e atendimento a

clientes), que devem fazer o grosso das atividades cotidianas de gestão do

conhecimento. As empresas mais bem sucedidas são aquelas cuja gestão do

conhecimento faz parte do trabalho de todos os seus membros (DAVENPORT;

PRUSAK, 1998, p. 129-130)

Page 41: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

39

O processo de geração e de gestão do conhecimento é composto pelas

pessoas da organização que são a base que suporta a criação de um ambiente

propício à ampliação e à gestão das competências internas. As demais etapas

envolvem recursos, estratégias, decisões gerenciais e acompanhamento das ações

desenvolvidas. A interação das pessoas em todas as fases do projeto é decisiva na

utilização do conhecimento como estratégia de negócio da empresa (FURLANETTO,

2007).

2.1.5.1 Objetivos da gestão do conhecimento

Para Ávila e Freitas Júnior (2008, p. 76), os objetivos da gestão do conhecimento

nas organizações são:

1. formular uma estratégia de alcance organizacional para o desenvolvimento, visando a criação, aquisição, compartilhamento e uso do conhecimento; 2. implantar estratégias orientadas ao conhecimento; 3. promover uma melhoria contínua dos processos de trabalho; 4. monitorar e avaliar os lucros obtidos mediante a aplicação do conhecimento; 5. reduzir o tempo de duração dos processos decisórios.

De acordo com Silva e Valentim (2008, p. 157), os objetivos da gestão do

conhecimento na organização são “identificar, capturar, sistematizar e compartilhar

de forma sistemática o conhecimento gerado em âmbito organizacional, bem como

objetiva auxiliar a construção de conhecimento individual voltado às ações

estratégicas da organização”.

Conforme a contextualização de Batista (2005), “a finalidade da gestão do

conhecimento é melhorar o desempenho de empresas do setor produtivo,

organizações não-governamentais, segmentos organizados da sociedade, países e

indivíduos”.

Outra abordagem quanto à explicitação dos objetivos da gestão do

conhecimento na visão organizacional inclui as seguintes ações:

- acelerar a geração de novos conhecimentos de valor competitivo; - melhorar o processo de decisão no nível de gestão, na produção e/ou na linha de frente; - reduzir custos e re-trabalho; - descobrir e re-utilizar o capital intelectual e o conhecimento já existente na empresa para gerar novas receitas; - proteger o capital intelectual existente na empresa;

Page 42: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

40

- alavancar o conhecimento existente na empresa para melhor servir os clientes (TERRA, 2007, p. 163).

Identificar e promover a concretização dos objetivos de gestão do

conhecimento no contexto da organização é um desafio que requer ações efetivas

para geração e disseminação do conhecimento organizacional como parte integrante

de seus projetos.

Figueiredo (2005, p. 45) apresenta algumas discussões acerca dos

objetivos da gestão do conhecimento nas organizações, dentre as quais se destaca

a afirmação de que a gestão do conhecimento auxilia na preservação da memória

da empresa, cria possibilidades através de seus instrumentos, as respostas (internas

e externas), dá ênfase aos processos produtivos, melhora serviços e produtos

oferecidos, compartilha as informações e os conhecimentos de forma mais dinâmica,

diminui o tempo para desenvolver os produtos e as respostas direcionadas ao

clientes e ao mercado em geral.

Diante das expectativas das organizações para gerir o conhecimento em

seus ambientes, devem estas procurar potencializar seu capital intelectual,

convertendo-o em um dos principais recursos no âmbito organizacional, tornando-o

o ativo mais relevante para a sua expansão, no seu propósito de aumentar a

produtividade e de competir no mercado em que atua, além de contemplar outros

elementos que viabilizam a gestão do conhecimento.

2.1.5.2 Políticas de gestão do conhecimento

O desenvolvimento de políticas relativas à GC nas organizações requer o

estabelecimento de estratégias e de planos de ação relacionados com os sistemas

de conhecimento, inovação, infra-estrutura tecnológica, além de um processo

participativo envolvendo toda a organização e voltada para as pessoas. Assim,

podem-se articular ações e as principais prioridades de implementação das políticas

adotadas, considerando os objetivos e a atuação dessas organizações na

sociedade.

No Brasil, para que as políticas de gestão do conhecimento sejam visíveis

para a sociedade, é necessário haver articulação de ações, continuidade dos

Page 43: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

41

projetos e planos que sistematizam o conhecimento público, o que constitui o grande

desafio do governo. Respaldando esse pensamento, quanto à necessidade de fazer

com que aconteça a gestão do conhecimento no setor público, através de políticas

estabelecidas, Fresneda e Gonçalves (2007, p. 33-34) destacam que

Para inserir o Brasil nesse novo modelo de desenvolvimento, o Governo Federal precisa fazer a gestão estratégica de seu ativo mais valioso: o conhecimento – presente nas capacidades de aprendizado, inovação, adaptação às mudanças, de milhares de servidores públicos, nos processos organizacionais e, principalmente, nas redes organizacionais, nas redes de relacionamentos intra e interorganizacionais.

A preocupação do governo federal brasileiro em discutir e planejar ações

sobre a gestão do conhecimento é percebida através da divulgação de um

documento formulado a partir da realização do Seminário “Saber Global: Centro e

Periferia na Sociedade do Conhecimento”, ocorrido em Brasília, no período de

setembro de 2003. Esse documento, intitulado “Carta pela Democratização

Universal do Saber – do trabalho-ferramenta ao trabalho-conhecimento”, foi

divulgado pela Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico (SEDES), da

Presidência da República, e ressaltava a importância de administrar e distribuir a

abundância do conhecimento, bem como indicava as redes telemáticas de

distribuição desse recurso (FRESNEDA; GONÇALVES, 2007).

O Comitê Executivo do Governo Eletrônico (CEGE) definiu formalmente

as premissas básicas para uma política de gestão do conhecimento no setor público.

(a) Gestão do Conhecimento institucionalizada como instrumento estratégico do governo; (b) contribuição à estratégia de inserção do Brasil na Sociedade do Conhecimento; (c) integração das esferas de Governo; (d) inclusão da sociedade e suas organizações como produtores de conhecimento; (e) ampliação do quadro de interlocutores; (f) pressuposto da atuação governamental integrada, eficiente e transparente, por meio de utilização intensiva das novas formas eletrônicas de interação; (g) implementação e avaliação da política de Gestão do Conhecimento vinculada à Presidência da República. (BRASIL, 2004, grifo nosso).

A criação do Comitê Técnico de Gestão do Conhecimento e Informação

Estratégica (CT-CGIE) foi formalizado em 29 de outubro de 2003, por meio de um

decreto da Presidência da República, no âmbito do CEGE, com a missão de

promover a gestão do conhecimento na Administração Pública Federal. Para

Page 44: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

42

estabelecer a criação do CT-CGIE, o CEGE partiu de alguns pressupostos,

relatados a seguir:

o conhecimento é entendido pelo CEGE como fator de riqueza na sociedade moderna; o gestor público é considerado capital estratégico do Estado; a integração e compartilhamento de conhecimentos entre os diversos órgãos da Administração Pública Federal é prioridade; a descontinuidade do conhecimento no serviço público deve ser minimizada; o mapeamento e disseminação das práticas de gestão do conhecimento no governo federal brasileiro devem ser realizados de forma contínua; a utilização de ferramentas tecnológicas colaborativas baseadas em software livre deve ser preferencial. (FRESNEDA, 2005).

O CT-GCIE é composto por 11 grupos temáticos estratégicos

relacionados aos temas de GC: prospectiva informação estratégica, aprendizagem

organizacional, educação corporativa, propriedade intelectual, gestão de pessoas

por competências, tecnologia da informação, melhores práticas, portais corporativos

e individuais, comunidades virtuais, conceitos e metodologias e indicadores sobre

ativos intangíveis (FRESNEDA, 2005).

Em dezembro de 2005, o CT-CGIE promoveu, em conjunto com a

Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC), 6 Fóruns de Gestão do

Conhecimento na Administração Pública, realizados em cinco capitais brasileiras.

Em agosto de 2006, também em parceria com a SBGC e com alguns ministérios, foi

realizado o III Congresso Nacional de Gestão do Conhecimento na Esfera Pública

(CONGEP), que apresentou, para discussão pública, um documento preliminar

sobre os elementos básicos para a formulação da política e a agenda de formulação

da Política de Gestão do Conhecimento para a Administração Pública Federal

(PCG/APF) (FRESNEDA; GONÇALVES, 2007).

Diante do exposto, verifica-se que as iniciativas de formalização do

processo de participação da sociedade quanto ao encaminhamento de discussões e

documentos referentes às políticas de gestão do conhecimento nos órgãos públicos

é pertinente, uma vez que a existência de documentos e a realização de eventos

constituem a base para a disseminação e a implementação de ações voltadas para

o tema, que tem se constituído um dos eixos centrais da gestão pública.

Page 45: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

43

2.1.5.3 Práticas da gestão do conhecimento

As organizações procuram modernizar-se para atender às demandas e

exigências de seus clientes e consequentemente da sociedade. Esse contexto vai

implicar em aplicabilidade de ações estratégicas que possam interagir com seu

ambiente interno e externo. Considerando as discussões teóricas sobre a

importância, a estrutura e aplicação do conhecimento no âmbito organizacional,

ressalta-se a necessidade de apresentar as discussões também acerca das práticas

gerenciais aliadas ao conhecimento. Bukowitz e Williams (2002, p. 5) aborda

algumas questões relevantes sobre as quais as organizações devem refletir quando

da implantação de um modelo de gestão do conhecimento:

A sua organização tem uma cultura de compartilhamento do conhecimento? Como o modelo de organização de sua empresa seria descrito: rígido ou flexível? A sua organização tem criado ferramentas eletrônicas que fazem a interface pessoas/informações? Existe hábito e a prática de alimentar as bases de dados, rotineiramente? As pessoas sabem procurar o que necessitam e onde/como disponibilizar o conhecimento individual? As pessoas aplicam o que aprendem fora da organização no seu trabalho? A sua organização se utiliza de jogos e simulações para entender melhor o contexto real dos negócios?

Na análise das mudanças organizacionais para implementação de

políticas e práticas que interferem no seu processo de desenvolvimento, é

necessário observar diversos fatores a serem avaliados, tais como seus ativos

intangíveis, a estrutura tecnológica, a cultura organizacional. Esses fatores,

agregados a elementos específicos da organização, sofrerão interferências

imediatas que nem sempre serão de fácil aplicação. A esse respeito, Valentim e

Gelinski (2007, p. 127) afirmam que

A organização que opta por seguir um caminho rumo à transformação de suas atividades, buscando com isso implementar novos métodos, modelos ou o aprimoramento dos já praticados pelos seus integrantes, deve ter conhecimento a respeito das dificuldades a serem ultrapassadas.

As práticas relativas à gestão do conhecimento são abordadas na

pesquisa realizada por Batista (2006) através do IPEA, na qual são apresentadas

sob três aspectos: práticas relacionadas à gestão de recursos humanos, práticas

relacionadas a processos facilitadores da gestão do conhecimento e práticas

relacionadas à base tecnológica e funcional de suporte à gestão do conhecimento.

Page 46: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

44

A definição de cada uma das práticas será apresentada a seguir,

conforme apresentada pelos autores que discutem e analisam a gestão do

conhecimento como prática das organizações modernas.

a) Práticas relacionadas à gestão de recursos humanos

Fóruns presenciais e virtuais/lista de discussões: definidos como espaços

para discutir, padronizar e compartilhar informações, ideias e experiências,

contribuindo, assim, para o melhor desenvolvimento de competências e para o

aperfeiçoamento de processos e atividades da organização (BATISTA, 2006).

Educação corporativa: compreende processos de educação continuada

proporcionando a atualização do pessoal de maneira uniforme em todas as áreas da

organização. Pode ser implementada sob a forma de universidade corporativa,

sistemas de ensino a distância, etc (BATISTA, 2006).

Narrativas: são técnicas utilizadas em ambientes de gestão do

conhecimento para descrever assuntos complicados, expor situações e/ou

comunicar lições aprendidas ou, ainda, interpretar mudanças culturais. São relatos

retrospectivos de pessoal envolvido nos eventos ocorridos (BATISTA, 2006).

Coaching é um tipo de relacionamento no qual o coach se compromete

apoiar e ajudar o aprendiz para que este possa atingir resultados ou seguir

determinado caminho. Não é um compromisso relativo aos resultados, mas à

pessoa em si, ao seu desenvolvimento profissional e à sua realidade pessoal. Na

verdade, o coaching é um relacionamento que produz novas competências

(CHIAVENATO, 2002, p. 41-42).

Mentoring: pode ser definido “como a participação de uma pessoa

experiente (o mentor) para ensinar e preparar outra pessoa (o orientando ou

protegido) com menos conhecimento ou familiaridade em determinada área”

(CHIAVENATO, 2002, p. 133).

Universidade corporativa: ambiente de treinamento de funcionários em

um conjunto fundamental de técnicas empresariais como finanças, planejamento

estratégico e marketing, direcionado para os mercados competitivos emergentes que

serão o alvo da organização no futuro (MEISTER, 1999, p.14).

Comunidade de prática ou comunidades de treinamento: grupos de

pessoas que agregam relacionamentos e envolvem a participação das pessoas em

Page 47: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

45

uma atividade, na qual todos os participantes têm um entendimento comum sobre o

que é a prática e qual o sentido dela para as suas vidas e para a comunidade

(SILVA, 2008).

b) Práticas relacionadas a processos facilitadores da gestão do

conhecimento

Benchmarking interno e externo: busca sistemática das melhores

referências para comparação aos processos, produtos e serviços da organização

(BATISTA, 2006).

Melhores práticas: identificação e difusão de melhores práticas, definidas

como um procedimento validado para a realização de uma tarefa ou solução de um

problema e que inclui o contexto em que pode ser aplicado. São documentadas

através de bancos de dados, manuais ou diretrizes (BATISTA, 2006).

Banco de competências organizacionais: repositório de informações sobre

a localização de conhecimentos na organização, incluindo fontes de consulta e

também pessoas ou equipes detentoras de determinado conhecimento (BATISTA,

2006).

Mapeamento ou auditoria: são fontes e indicadores, e não repositórios, no

modelo de um mapa, do que existe na empresa, mas não do conhecimento literal. É

a construção de um vocabulário das competências para uma descrição concisa dos

recursos intelectuais e dos processos de aprendizagem da organização (SILVA;

SOFFNER; PINHÃO, 2007).

Memória organizacional: tem a função de manter o registro de uma

instituição, materializado por um conjunto de documentos e artefatos, ampliando e

estendendo o conhecimento através da sua captura, organização, disseminação,

compartilhamento e reutilização (CONKIN, 1996 apud BARONI et al., 2007, p. 223).

Lições aprendidas: relatos de experiências nos quais se registram os

acontecimentos, o que se esperava que acontecesse, a análise das causas das

diferenças e o que foi aprendido durante o processo (BATISTA, 2006).

Sistemas de inteligência organizacional: são voltados à transformação de

dados em inteligência para apoiar a tomada de decisão. Visam a extrair inteligência

de informações por meio da captura e da conversão das informações em diversos

formatos e à extração do conhecimento a partir da informação. O conhecimento

Page 48: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

46

obtido de fontes internas ou externas, formais ou informais, é formalizado,

documentado e armazenado para facilitar o seu acesso (BATISTA, 2006).

Sistema de gestão por competência: estratégia de gestão baseada nas

competências requeridas para o exercício das atividades de determinado posto de

trabalho e remuneração pelo conjunto de competências efetivamente exercidas. Os

objetivos dessa prática são: determinar as competências essenciais à organização,

avaliar a capacitação interna com relação aos domínios correspondentes a essas

competências e definir os conhecimentos e habilidades necessários para superar as

deficiências existentes com relação ao nível desejado para a organização. Inclui o

mapeamento dos processos-chave, das competências essenciais associadas a eles,

das atribuições, atividades e habilidades existentes e necessárias e das medidas

para superar as deficiências (BATISTA, 2006).

Banco de competências individuais: identificado também como banco de

talentos ou páginas amarelas, permite que as pessoas identifiquem quais os

conhecimentos e recursos estão disponíveis para elas e descreve onde encontrá-

los. Os recursos não são limitados e podem incluir base de dados ou publicações

externas (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 57).

Gestão do capital intelectual: recursos disponíveis no ambiente

institucional, de difícil qualificação e mensuração, mas que contribuem para os seus

processos produtivos e sociais. A prática pode incluir mapeamento dos ativos

organizacionais intangíveis, gestão do capital humano, gestão do capital do cliente,

política de propriedade intelectual (BATISTA, 2006).

c) Práticas relacionada à base tecnológica e funcional de suporte à gestão

do conhecimento

Gestão Eletrônica de Documentos (GED): soluções para captura,

conversão, edição e indexação de documentos em meio eletrônico, com o objetivo

de capturar e estruturar conhecimento disperso por documento em papel (TEIXEIRA

FILHO; SILVA, 2007).

Workflow: sistema informatizado que oferece suporte para processos

padronizados de negócios, permitindo aos utilizadores codificar os processos de

transferência do conhecimento. Determina o fluxo do processo, mostrando as etapas

Page 49: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

47

corretas para concretizar esse processo e acompanhando efetivamente as

atividades que o compõem (BARONI et al., 2007).

Portais, intranets e extranets: é um conjunto de práticas voltadas para

sistemas informatizados que capturam e disseminam conhecimento e experiência

entre trabalhadores e departamentos da organização. Permitem que o organização

implemente projetos de gestão do conhecimento envolvendo todos os funcionários

(BATISTA, 2006).

Data warehouse: soluções para agregação de grandes massas de dados

e apoio a sistemas de suporte a decisão (TEIXEIRA FILHO; SILVA, 2007).

Data mining: instrumentos com alta capacidade de associação de termos,

permitindo-lhes “garimpar” assuntos ou temas específicos (BATISTA, 2006).

Gestão de conteúdo: representação dos processos de seleção, captura,

classificação, indexação, registro e depuração de informações. Tipicamente, envolve

pesquisa contínua dos conteúdos dispostos em instrumentos como bases de dados,

árvores de conhecimento, redes humanas, etc (BATISTA, 2006).

Costumer Relationship Management (CRM): utiliza a tecnologia da

informação para criar um sistema interfuncional que integra e automatiza muitos

processos de atendimento ao cliente em vendas, marketing e serviços de produto,

que interagem com os clientes de uma empresa (O’BRIEN, 2004, p. 210).

Balanced Scorecard (BSC): complementa as medidas financeiras, bem

como a medida dos objetivos traçados pela organização, como forma de cumprir a

estratégia derivada da visão. As medidas e os objetivos devem contemplar quatro

perspectivas: financeira: como a organização dever aparecer perante os acionistas;

cliente: como a organização deve comportar-se perante os clientes; aprendizagem e

crescimento: como a organização se prepara para mudar e melhorar; processos

internos, para satisfazer os acionistas e os clientes (TEIXEIRA FILHO; SILVA;

POUSA, 2007. p. 414).

Decision Support System (DSS): conjunto organizado de pessoas,

procedimentos, software, base de dados e dispositivos para dar apoio à tomada de

decisões em problemas específicos (STAIR; REYNOLDS, 2006, p. 20).

Enterprise Resource Planning (ERP): conjunto de programas integrados

capaz de gerenciar as operações vitais de negócios de uma companhia para uma

organização distribuída como um todo (STAIR; REYNOLDS, 2006, p. 20).

Page 50: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

48

Key Performance Indicators (KPI): são usados para definir e mensurar

indicadores de progresso perante um objetivo organizacional (CRUZ, 2008).

Para compreender a sistemática aplicada pelas organizações quanto à

implantação de políticas e a aplicabilidade das práticas de gestão do conhecimento

e para que haja sucesso na sua implementação, é necessário entender e saber o

que se tem, o que se pretende ter e quais resultados se pretende alcançar no âmbito

organizacional.

A figura 2 apresenta um resumo das práticas, segundo a divisão de

categorias de Batista (2005).

Figura 2 – Categorias de práticas de gestão do conhecimento Fonte: Batista (2005)

Desse modo, ressalta-se a análise de Figueiredo (2005), que

contextualiza, de forma evidente, o modo como as organizações optam pela

aplicação de ferramentas existentes para a gestão do conhecimento:

As melhores soluções, tecnologias e ferramentas para gestão do conhecimento são aquelas essencialmente capazes de atender satisfatoriamente as necessidades de aprendizado, criação, mapeamento, localização, compartilhamento, representação, codificação, disseminação de conhecimento, garimpo de dados e informações não estruturadas e contextualização do conhecimento relevante. Elas, em sintonia com as práticas, esforços e iniciativas de gestão do conhecimento, devem apoiar a colaboração, a comunicação, as discussões, fóruns e brainstormings on line, as comunidades de prática, alavancar a aprendizagem organizacional, o ensino on-line, as trocas e transferência de conhecimento, produzir

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49

inovação e criatividade, facilitar a realização de trabalho e resolução de problemas em grupo (FIGUEIREDO, 2005, p. 357).

As práticas de gestão do conhecimento permeiam todas as atividades da

organização e estão presentes em todos os ambientes organizacionais, o que

permite um processo de mudanças e de interação entre todos os membros.

Segundo Terra (2007), as ações da organização voltadas para a gestão do

conhecimento, utilizando-se ou não das ferramentas de tecnologia da informação e

comunicação, precisam estar direcionadas no sentido de canalizar os objetivos da

organização para a identificação clara e específica das bases de conhecimento

existentes, que devem ser geridas de forma sistemática e estratégica. Assim, a

organização deve canalizar seus projetos de desenvolvimento através de seus

recursos humanos, financeiros e tecnológicos.

2.1.5.3 Explicitação e formalização da gestão do conhecimento nas empresas

Para avaliar a gestão do conhecimento, considerando sua relevância para

o desenvolvimento das organizações, estudos elaborados por autores como Terra

(2000); Nonaka e Takeuchi (1995); Davenport e Prusak (2003); Angeloni (2008);

Silva e Neves (2007) e por outros autores apresentam algumas análises que

ressaltam essa questão.

A gestão do conhecimento possui um caráter universal, ou seja, aplica-se

a qualquer empresa, e a sua efetividade requer a criação de uma nova infra-

estrutura organizacional, incluindo, nesse processo, estrutura, cultura, processos,

estilo gerencial, novas posições quanto à capacidade intelectual de cada indivíduo

da organização e uma efetiva liderança que possa enfrentar as dificuldades

existentes no processo de transformação (TERRA, 2000).

As organizações precisam gerenciar de forma proativa o conhecimento

existente em seus ambientes, seja o acumulado ao longo de anos de experiência

administrativa, seja o gerado nos seus processos produtivos e de negócios, seja

ainda o existente em cada um de seus funcionários, o qual é chamado de capital

intelectual. É necessário ressaltar que, quando se fala em gestão do conhecimento

nas organizações, há uma relação direta com o trabalho humano implícito em seu

Page 52: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

50

contexto, que direciona seus objetivos de modo a influenciar seu desenvolvimento

junto ao mercado e à sociedade.

Segundo Fleury e Oliveira Júnior (2001), a gestão do conhecimento deve

orientar as ações estratégicas das empresas que pretendem se manter competitivas

na economia do conhecimento.

Diante desse novo contexto de mudanças, ideias e avanço tecnológico,

as discussões sobre gestão do conhecimento apresentam-se de forma inovadora e

criativa, na perspectiva de diferenciar-se como elemento norteador de um novo

cenário para a sociedade. Assim, tornar o conhecimento um fator indispensável para

o desenvolvimento das organizações na esfera pública é um desafio que deve ser

aliado ao uso de novas tecnologias, à mudança organizacional e às novas práticas

de gestão, no sentido de melhorar serviços, bem como o desenvolvimento e a

qualidade de vida do cidadão.

2.1.5.4 Processos de gestão do conhecimento nas organizações

A gestão do conhecimento é um processo estratégico que deve ocorrer

através do gerenciamento do conhecimento existente na organização. Na visão de

Terra (2007), as organizações que “conhecem seus processos já deram um passo

importante rumo à identificação das bases de conhecimentos estratégicos”. As

pessoas responsáveis pela implementação de iniciativas de GC precisam ser

capazes de responder até que ponto essas iniciativas estão transformando a

maneira como diferentes grupos de profissionais na empresa realizam seu trabalho

e como as bases de conhecimentos estratégicos estão sendo fortalecidas, aplicadas

e protegidas (TERRA, 2007).

Alguns questionamentos, considerados relevantes para um processo de

gestão do conhecimento quando da sua implementação, são apresentados por Terra

(2007) através das seguintes perguntas:

Por onde começar? Começar pequeno ou grande? Quem deve liderar os esforços de GC? Deve-se criar um departamento de GC? Como justificar os esforços de GC? Estas são algumas das perguntas mais comuns em empresas que ouvem falar e se interessam pelo tema GC. E, com freqüência, estas pessoas querem respostas imediatas. Infelizmente a resposta para todas estas questões acima é um grande desafio. Depende

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51

do tipo de organização, do seu tamanho, do setor de atuação, da situação competitiva, do grau de aceitação e conhecimento do tema GC, da infra-estrutura de TI existente, da existência de um líder carismático, do grau de intensidade de conhecimento do negócio da empresa etc. (TERRA, 2007, p.165).

Os autores Silva, Soffner e Pinhão (2007, p.191) apresentam algumas

orientações consideradas fundamentais para um programa de gestão do

conhecimento, como: comprometimento da alta administração; projeto-piloto numa

área com um alto nível de liderança; objetivos e desígnio bem delimitados e

divulgados; motivação dos detentores do conhecimento; ferramentas e processos de

seleção; equipe formada por líder do projeto, arquiteto do mapeamento, do

conhecimento, editor dos procedimentos e padrões, especialistas dos assuntos;

iniciar com área de interesse e de maior relevância no negócio.

Outro aspecto importante quanto aos processos de gestão do

conhecimento é o fato de que seu ciclo de vida pode ser descrito como uma teia de

fases inter-relacionadas. Cada fase está associada a questões direcionadas por

mecanismos de suporte que podem ser ativados pela tecnologia da informação. A

maioria dessas questões gira em torno da economia, da acessibilidade, da infra-

estrutura subjacente e do papel ativo da gestão no contexto da política. Além disso,

as questões relacionadas à informação em si precisam de mecanismos, embora

instituindo e impondo normas, utilizando a contribuição dos trabalhadores de

conhecimento e gerenciando o processo global de suporte (BERGERON, 2003, p.

110, tradução nossa).

Por ser altamente complexo e possuir alicerces altamente estratégicos,

sendo responsável por definir características organizacionais, os processos de

gestão do conhecimento envolvem toda a organização, podendo obter sucesso a

partir do envolvimento integral de seus membros.

Nesse sentido, ressalta-se a seguinte análise:

Quando um programa de gestão do conhecimento nasce de um ou vários executivos da empresa, todo o trabalho parece mais fácil, pois certamente haverá direção, foco estratégico, patrocínio, lideranças, aceitação, respeito por parte dos funcionários, sentido de urgência, caráter sistêmico para as iniciativas etc. [...] Caso a ideia nasça entre gerentes ou funcionários da empresa, o trabalho será muito maior, pois será necessário que estes se unam, fortaleçam os conceitos, obtenham recursos, aprovação de cada projeto e conscientizem os executivos, em cada iniciativa, de seus benefícios para o sucesso de gestão do conhecimento (FIGUEIREDO, 2005, p. 21).

Page 54: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

52

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

O contexto de mudanças apresentadas à sociedade nos últimos anos

torna perceptível a necessidade de se reavaliarem as formas tradicionais de gestão,

não só para se obter diferencial competitivo, mas para se atender as exigências do

mercado e a dinâmica do ambiente organizacional através das novas tecnologias e

da participação efetiva de seus ativos intangíveis nos processos organizacionais.

Assim, para as organizações públicas, essa ação também segue o mesmo

direcionamento, considerando a análise a seguir, que relata como está a situação

nesse setor:

O setor público no Brasil de hoje se insere em um contexto positivo do ponto de vista econômico, com estabilidade da moeda, crescimento continuado e certo controle das despesas públicas, e do ponto de vista social, com políticas de assistência social compensatórias de relativo êxito como colchão de alívio contra a miséria absoluta, além da universalização dos serviços públicos de saúde (CAPUANO, 2008, p. 7).

A importância da gestão do conhecimento no setor público vai além da

necessidade de melhorar o desempenho organizacional através de seus serviços,

devendo considerar os projetos da organização e procurando incorporar políticas e

práticas de gestão do conhecimento viáveis de serem formalizadas e aplicadas.

Nessa perspectiva de considerar ações implementadas que proporcionem

avanços significativos em suas estratégias de desenvolvimento, é importante

analisar que

Implantar gestão do conhecimento na área pública não significa apenas colocar os serviços públicos on-line e melhorar sua forma de acesso, por parte do cidadão, mas implementar um conjunto de processos, mediados pela tecnologia, que podem modificar as interações, em uma escala maior, entre os cidadãos e o governo e entre as instituições das três esferas de governo: federal, estadual e municipal (FRESNEDA; GONÇALVES, 2007, p. 15).

Corroborando a compreensão do papel da gestão do conhecimento no

setor público, a análise a seguir indica que

No setor público, sistemas de gestão do conhecimento devem permitir à organização desenvolver e manter a capacidade de (1) identificar informações relevantes que são necessárias para a realização da missão da agência (2) fortalecer colaborações entre agências e armazenamento (3) armazenar, organizar e catalogar cotidianamente o inestimável conjunto de conhecimentos, de modo que ele possa ser usado no futuro próximo e distante (McNABB, 2006, p.33)

Page 55: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

53

Seguindo a análise de Batista (2005), a gestão do conhecimento nas

organizações públicas deve ocorrer para:

i) tratar de maneira adequada e com rapidez desafios inesperados e desastres; ii) preparar cidadãos, organizações não-governamentais e outros atores sociais para atuar como parceiros do Estado na elaboração e na implementação de políticas públicas; iii) promover a inserção social, a redução das desigualdades sociais e um nível aceitável de qualidade de vida para a população por meio de construção, manutenção, ampliação do capital social e do capital intelectual das empresas; iv) criar uma sociedade competitiva na economia regional e global por meio da educação dos cidadãos e mediante o desenvolvimento das organizações para que estas se tornem competitivas em todas as áreas do conhecimento.

Uma das principais iniciativas do governo para fortalecer a gestão do

conhecimento é a manutenção do governo eletrônico, que tem como foco um setor

público com as seguintes características:

� aberto e transparente; � a serviço de todos; � produtivo, que devolve o máximo em valor pelo dinheiro pago pelos contribuintes, o que implica que menos tempo será desperdiçado em filas, erros serão reduzidos drasticamente, mais tempo será destinado ao atendimento pessoal e o trabalho do servidor público se tornará mais compensador (EUROPEAN COMMISSION, 2006 apud FRESNEDA; GONÇALVES, 2007, p.16).

2.3 ANÁLISE DA PESQUISA DO IPEA

A pesquisa do IPEA, realizada em 2006 e direcionada às Pró-Reitorias de

Administração e Planejamento das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes),

foi realizada com os seguintes objetivos: avaliar a situação atual das práticas de

gestão do conhecimento nas Ifes; comparar a situação de implantação de iniciativas

de gestão do conhecimento nas Ifes com o estágio em que se encontra a adoção de

tais práticas nos órgãos da Administração Direta; avaliar o grau em que as

instituições pesquisadas se encontram em relação à formalização e à explicitação da

gestão do conhecimento; propor ao Fórum de Pró-Reitores de Administração e

Planejamento a adoção de processos de gestão do conhecimento; e sensibilizar

servidores e gestores das áreas administrativas e de planejamento para a

Page 56: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

54

importância da gestão do conhecimento com vistas à melhoria da qualidade dos

serviços prestados em suas áreas de atuação.

Foram analisadas 55 Ifes de diversos Estados e do Distrito Federal,

sendo cinco instituições isoladas/integradas, cinco Centros Federais de Educação

Tecnológica (Cefets) e 45 universidades federais. Para contemplar as respostas aos

objetivos propostos e responder às questões de pesquisa apresentadas, foi aplicado

um questionário aos pró-reitores, que continha uma lista de 27 práticas elaboradas a

partir de exemplos concretos observados em organizações em todo o mundo,

englobando aplicações práticas, técnicas, processos e ferramentas. Além disso,

incluiu outra parte com o grau de explicitação e formalização da gestão do

conhecimento que aborda questões relativas a importância, objetivos, recursos,

iniciativas, implementação, monitoração e avaliação da gestão do conhecimento na

organização.

Os resultados da pesquisa mostraram que a implantação de práticas de

gestão do conhecimento nas áreas de administração e de planejamento das Ifes se

encontra no estágio inicial nas três categorias analisadas. Quando comparados os

resultados de estágio de implantação em relação aos outros órgãos e entidades da

Administração Direta, as Ifes mostram-se inferiores na maioria das práticas.

Também se observa que a intenção estratégica não é uma prioridade das áreas

administrativas e de planejamento das Ifes.

O trabalho recomenda a adoção de várias medidas, tais como a utilização

de Ciclo Operacional da Gestão do Conhecimento para melhorar a gestão de

processos com vistas a tornar a gestão do conhecimento parte das atividades diárias

das instituições. Os resultados da pesquisa abordando todos os itens contidos no

questionário aplicado pelo IPEA nas Ifes, referentes à parte 3 do instrumento de

pesquisa, encontram-se no ANEXO A deste trabalho.

2.4 ESTUDOS SOBRE O TEMA

A gestão do conhecimento no setor público é analisada por Gonçalves

(2006), que apresenta discussões acerca dessa gestão no setor público do Brasil,

Page 57: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

55

através de estudos realizados por instituições ligadas à pesquisa, demonstrando a

necessidade de implantação de uma política de gestão do conhecimento na

administração pública brasileira. O trabalho conclui que há a necessidade de

formular e implementar uma política de gestão do conhecimento para a

Administração Pública Federal. Além disso, demonstra que o conhecimento e seus

processos de criação e compartilhamento são prioridades governamentais, e

certamente direcionará a ampliação do debate sobre uma política estatal mais

abrangente, para a inserção do Brasil na sociedade do conhecimento.

A pesquisa de Modro (2005) buscou o desenvolvimento de uma solução

que viabilizasse a gestão do conhecimento e a capacitação na área de políticas

públicas envolvendo um órgão governamental de abrangência nacional,

coordenador das políticas públicas sobre drogas em todo o país, inserido na

estratégia de e-government, desenvolvido pelo Governo Federal. Concluiu que o

portal desenvolvido com base no modelo proposto tem-se mostrado eficiente e

eficaz, atendendo às necessidades e expectativas inclusive de órgãos de outras

esferas do governo, tais como prefeituras e governos estaduais.

A pesquisadora Frois (2005) apresenta estudo de caso no qual busca

relacionar comportamento informacional e aprendizagem organizacional na área de

recursos humanos de uma organização pública. Como resultado, foi constatado que

há diversas formas de aquisição de conhecimento organizacional, que foram

analisadas à luz do modelo proposto por G. P. Huber. Verificou-se ainda que as

disfunções de aquisição do conhecimento apresentadas pelo mesmo autor foram

identificadas nas respostas dos entrevistados. Concluiu-se, por fim, que a aquisição

e a disseminação do conhecimento no órgão estudado se dá mais pelas iniciativas

individuais dos servidores do que por ação institucional, havendo um predomínio de

fontes informais e pessoais de disseminação do conhecimento organizacional.

O desenvolvimento da pesquisa de Nagem (2006) procurou observar e

descrever passos para a implantação de um sistema integrado de informações no

setor público. Como conclusão, foi observado pelo pesquisador que os entrevistados

expressam opiniões com base em observações setorizadas, em função da sua

participação no processo de implantação do sistema de gestão do conhecimento;

que há necessidade do envolvimento da alta administração no processo; que deve

existir um planejamento adequado e um processo de implantação bem definido; e,

Page 58: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

56

por fim, que deve haver mudança de comportamento por parte dos servidores na

implantação da gestão do conhecimento na instituição.

Em um primeiro estudo realizado para o IPEA, órgão ligado ao Ministério

do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Governo Federal, Batista (2004)

desenvolveu pesquisa acerca do estágio de aplicação da gestão do conhecimento

em seis organizações ligadas ao Governo Federal. Foi identificado que as empresas

pesquisadas apresentavam estágios diferentes na implementação da gestão do

conhecimento.

Em trabalho mais recente para o mesmo órgão governamental, Batista et

al (2005) analisaram as mudanças ocorridas na Gestão Pública concernentes à

implementação da gestão do conhecimento, tendo desenvolvido pesquisa em 28

órgãos da Administração Direta e em seis empresas estatais ligadas ao Governo

Federal. Como resultado, observou-se que há necessidade de institucionalização de

uma política de gestão do conhecimento no serviço público, para que este seja

plenamente desenvolvido. Foi observado ainda que há iniciativas isoladas de

implantação da gestão do conhecimento em órgãos da Administração Pública

Federal. Conclui, por fim, que não é possível massificar a gestão do conhecimento

no serviço público sem que haja comprometimento da própria administração, com

direcionamento estratégico, alocação de recursos específicos e treinamento de

servidores.

Em uma pesquisa sobre os fatores estratégicos para implantação da

gestão do conhecimento, o pesquisador Furlanetto (2007) analisa a implantação

dessa gestão nas empresas, observando os fatores estratégicos como forma de

ampliação da capacidade competitiva destas. O autor apresenta três conclusões de

acordo com sua pesquisa: a primeira diz respeito à visão geral dos autores, que

consideram o conhecimento organizacional como um fator econômico, superando os

fatores tradicionais – terra, capital e trabalho. Na segunda conclusão, mostra que a

prática indica que a existência de fatores estratégicos é indispensável à implantação

de projetos de gestão do conhecimento e que o fator Alta Administração tem a

capacidade de deflagrar o processo em razão do poder dos gestores em agir e

direcionar recursos. Por último, conclui que as ações práticas de gestão do

conhecimento assumiram função estratégica no mundo empresarial.

Page 59: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

57

A pesquisa de Hiramine (2004) avalia a gestão do conhecimento e a

aprendizagem organizacional em uma instituição de educação profissional através

da análise de suas práticas administrativas observadas a partir dessa perspectiva. A

pesquisa conclui que, apesar de não existir na instituição um programa formal e

específico, existe a presença de práticas de gerenciamento do conhecimento e da

aprendizagem organizacional. Verifica-se ainda a existência de práticas ainda

tradicionais em muitas atividades relevantes da gestão de pessoas, que, sendo

modernizadas, poderão alavancar a eficiência das pessoas, bem como o

comprometimento, a motivação e a satisfação, resultando em maior competitividade

organizacional.

As discussões de Gallucci (2007) abordam a incorporação da gestão do

conhecimento em uma IES, como fator primordial para garantir a sobrevivência e a

competitividade desta. Conclui que a construção de um modelo de compartilhamento

do conhecimento entre os docentes de uma instituição de ensino superior mostra-se

coerente com as pesquisas desenvolvidas por diferentes autores nacionais e

internacionais, bem como com as experiências reais e com casos por estes

relatados em seus escritos. Recomenda a implantação de um projeto-piloto, restrito

a um departamento ou a uma unidade da instituição, dependendo da estrutura da

IES.

A pesquisa de Souza (2007) detém-se em estudar de que forma a

modelagem organizacional Enterprise Knowledge Development (EKD) pode auxiliar

as pequenas empresas a gerenciarem suas informações e seu conhecimento

individual e coletivo. A conclusão foi de que a modelagem organizacional proposta

abrange todos os níveis gerenciais, o que mostra ao gestor da pequena empresa a

importância de se estabelecerem metas, missão e objetivos para seu

empreendimento, independentemente do tamanho e dos recursos da empresa.

No trabalho de Del Tio (2006), o objetivo é apresentar como a gestão do

conhecimento pode ser aplicada ao planejamento estratégico, através de sua

técnica de interação entre os modos de conversão do conhecimento, apoiada pelo

tesauro funcional para a organização das informações. Os resultados dessa

pesquisa demonstraram que a aplicação da técnica de interação entre os modos de

conversão do conhecimento possibilita que qualquer indivíduo, independentemente

de sua formação, possa compreender o processo de elaboração e participar dele de

Page 60: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

58

forma ativa, o que lhe propicia um maior comprometimento das pessoas com o

resultado a ser gerado e, posteriormente, com a sua implantação na organização.

A pesquisa de Martins (2006) teve como objetivo identificar o perfil da

gestão do conhecimento quanto à influência das dimensões organizacionais na rede

hoteleira de Natal/RN. Foi obtido através de pesquisa bibliográfica e de campo, a

qual revela que as dimensões estratégicas e a alta administração, a estrutura

organizacional, a administração de recursos humanos, a mensuração de resultados

e o aprendizado com o ambiente influenciam a gestão do conhecimento no setor

hoteleiro pesquisado.

Lorenzini (2002) desenvolveu trabalho cujo objetivo foi apresentar, discutir

e modelar a gestão do conhecimento na área operacional de uma empresa

prestadora de serviços de telecomunicações. O estudo prático revelou que a gestão

do conhecimento implantada com ênfase na disseminação a partir de integrantes

das próprias equipes e realizada em ambientes criados para propiciarem tanto o

recebimento de novas informações quanto a troca de experiências e situações

vividas, além de reduzir o risco de perda do conhecimento pelo turn-over, mostrou

resultados na qualidade dos serviços prestados. Esse autor propôs um modelo para

implantação de gestão do conhecimento, dividido em três etapas básicas:

identificação, mapeamento e disseminação do conhecimento, possibilitando aplicar

os conceitos de gestão do conhecimento de uma forma prática, utilizando os

recursos disponíveis na própria empresa.

A pesquisa de Alves (2006), realizada no SERPRO – Regional Recife,

com o objetivo de conhecer a percepção do corpo gerencial e funcional da instituição

acerca dos impactos culturais observados desde a implantação da gestão do

conhecimento, teve como resultados indicar a necessidade de dar mais visibilidade e

comunicação ao processo de gestão do conhecimento. A análise mostra que não foi

percebida mudança de atuação nos diferentes níveis de comando, nem notada a

existência de ações motivadoras e incentivadoras ao compartilhamento do

conhecimento. A pesquisa levou à conclusão de que temas como gestão de

conhecimento e cultura organizacional são de extrema relevância para a evolução

de qualquer organização que deseja inserir-se nas mudanças do mundo dos

negócios.

Page 61: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

59

Os estudos representam inúmeras discussões acerca do tema gestão do

conhecimento, respaldando sua importância para as organizações privadas e

públicas, com ênfase em aspectos relativos a infra-estrutura, processos, recursos

humanos, cultura organizacional e aprendizagem organizacional, refletindo as

diversas dimensões em que a gestão do conhecimento representa fator de grande

relevância para o desenvolvimento das organizações, considerando não só seus

produtos e serviços ou a necessidade de manter-se competitivas no mercado, mas

também de envolver seus ativos tangíveis.

Page 62: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

60

3 METODOLOGIA

A pesquisa é um instrumento de investigação que proporciona a busca de

respostas para questões diversas em todas as áreas do conhecimento, sendo,

portanto, um ato de constante busca a questões propostas para o desenvolvimento

da ciência e, por conseguinte, para a renovação do conhecimento, projetando o

desenvolvimento de qualquer sociedade (OLIVEIRA; FILGUEIRA, 2004)

De acordo com Santos (2001, p. 19), “fazer pesquisa é desenvolver um

conjunto de atividades orientadas para a aquisição de determinado conhecimento”.

Essas atividades devem envolver a aplicabilidade de um método de investigação,

que deve considerar as questões propostas na pesquisa e o alcance de seus

objetivos.

A realização da pesquisa deve contemplar todas as etapas através de

métodos adequados à sua realização. Para Marconi e Lakatos (2001, p.43),

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.

Diante da contextualização para compreender o significado da pesquisa

para o desenvolvimento da ciência, é necessária a definição do método adequado

para que a pesquisa seja validada. Assim, o método é definido como um

conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 83).

A escolha de um método vai permitir ao pesquisador o alcance de seus

objetivos, observando as regras definidas quando da elaboração do projeto de

pesquisa. O método apresenta fases e etapas que devem ser seguidas. Para isso,

Acevedo e Nohara (2007, p. 12) destacam as seguintes etapas:

(1) a formulação do problema; (2) a revisão de literatura; (3) o enunciado das hipóteses; (4) a escolha das técnicas utilizadas para a coleta e análise de dados; (5) a coleta de dados; (6) a análise e interpretação dos dados.

Page 63: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

61

Para o alcance dos objetivos propostos nesta pesquisa, serão delimitados

os métodos e as técnicas de pesquisa escolhidos para o direcionamento adequado

dos resultados, bem como a análise de alguns autores sobre o tema.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Este trabalho de pesquisa é classificado como estudo de caso com

enfoque quantitativo. Considerando seu caráter quantitativo, a pesquisa é

caracterizada, quanto ao seu objetivo, como descritiva, tendo em vista a existência

de variáveis que serão medidas para a fundamentação da pesquisa.

A pesquisa quantitativa envolve métodos estatísticos com quantificação

de variáveis, com a finalidade de testar hipóteses a fim de obter respostas para as

questões de pesquisa propostas.

Conclui-se, portanto, que a pesquisa possui natureza quantitativa, por

procurar evidenciar os elementos a partir das variáveis quantificáveis

estatisticamente, compreendidas no questionário.

O estudo de caso caracteriza-se pela análise de uma situação específica

existente (pessoal, grupal, organizacional etc.), com vistas a identificar hipóteses

e/ou comprová-las. Para Leite (2008, p. 67), o “estudo de caso tem a finalidade de

analisar profundamente uma unidade social. Poderia ser realizado dentro de uma

organização, um estudo profundo e abrangente da complexidade de seus

processos”.

Dessa forma, a pesquisa caracteriza-se como estudo de caso, uma vez

que se pretende investigar um ambiente particular, o IFRN.

3.2 UNIVERSO / AMOSTRA DA PESQUISA

O universo da pesquisa realizada entre os servidores é constituído por

todos os servidores docentes e técnico-administrativos em atividade regular nos

Page 64: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

62

meses de março e abril do ano de 2010, excluindo-se aqueles que participaram da

pesquisa dos gestores (Diretor do IFRN – Campus Mossoró, Diretor de Ensino,

Chefe do Departamento de Administração e Chefe do Departamento de Apoio

Acadêmico, Coordenador de Recursos Humanos e Coordenador de Tecnologia da

Informação), constituindo-se um universo de 91 servidores, composto por 46

professores e 45 servidores técnico-administrativos. Os números podem ser melhor

visualizados na tabela 1.

Tabela 1 – Quantitativo de servidores do IFRN – Campus Mossoró1 Categoria Total

Diretores 02

Chefes de Departamento 02

Coordenadores 14

Servidores técnico-administrativos 45

Servidores docentes 46

Fonte: IFRN – Coordenação de Recursos Humanos

Tendo em vista tratar-se de universo pequeno, não foi delimitada amostra,

tendo-se trabalhado com a pesquisa censitária, com distribuição de questionários a

todos os indivíduos componentes do universo.

Observa-se, entretanto, não haverem sido restituídos todos os

questionários. Por essa razão, os resultados analisados foram relativos ao

quantitativo de servidores que responderam à pesquisa, constituindo-se de 27

professores e 43 servidores técnico-administrativos, conforme percentuais que

podem ser observados no gráfico 1, a seguir.

1 Para as categorias dos servidores administrativos e docentes apresentados, foram considerados apenas aqueles

que estão em pleno exercício de suas atividades.

Page 65: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

63

59%

41%

DocentesResponderam à pesquisa?

Sim Não

96%

4%

AdministrativosResponderam à pesquisa?

Sim Não

77%

23%

GeralResponderam à pesquisa?

Sim Não

Gráfico 1 – Quantitativo e percentual de servidores que responderam à pesquisa Fonte: pesquisa do autor realizada em mar./abr. 2010

Considerando-se o quantitativo total de servidores, a pesquisa abrangeu

77% de todo o universo, com percentual menor entre os professores, dentre os

quais se obteve 59% de questionários respondidos, enquanto que, dentre os

servidores técnico-administrativos, foram respondidos 96% dos questionários,

verificando-se que somente dois desses servidores não responderam à pesquisa.

Justifica-se a necessidade de serem coletados dados por categorias em

virtude da posição que cada um dos segmentos de servidores possui na instituição,

sendo os servidores classificados segundo seu campo de atuação no IFRN: os

servidores técnico-administrativos na área meio e os professores na área fim, a do

ensino.

Da pesquisa com os gestores, participaram o Diretor do IFRN – Campus

Mossoró, o Diretor de Ensino, o Chefe do Departamento de Administração e o Chefe

do Departamento de Apoio Acadêmico, além do Coordenador de Recursos

Humanos e do Coordenador de Tecnologia da Informação.

3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Foram divididos três grupos para aplicação do instrumento, assim

distribuídos: grupo composto pelo Diretor Geral, Diretor de Ensino e Chefes de

Departamento, que compreendem a alta administração; Coordenador de Recursos

Humanos e Coordenador de Tecnologia da Informação. O outro grupo foi constituído

pelos servidores docentes, como membros da atividade-fim da instituição no nível

Page 66: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

64

operacional. O terceiro grupo compôs-se dos servidores técnico-administrativos,

como membros da atividade-meio, conforme quantitativo descrito anteriormente.

O instrumento de pesquisa aplicado ao grupo de gestores foi o

questionário (Apêndice A), desenvolvido, validado e aplicado em pesquisa realizada

pela primeira vez no ano de 2005, pelo IPEA, órgão ligado ao Governo Federal, que

fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais, possibilitando a

formulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento (BATISTA et al.,

2005, p.2). Esse mesmo questionário foi aplicado pelo IPEA em 55 Ifes, no ano de

2006. A análise dessa pesquisa consta no referencial teórico deste trabalho.

Ressalta-se que foram adaptadas algumas informações do questionário para facilitar

a compreensão dos gestores, bem como excluído o item relativo à monitoração e à

avaliação dos resultados quanto à implantação de práticas de gestão do

conhecimento, pelo fato de não fazer parte dos objetivos da pesquisa.

O questionário consta de uma lista de 27 práticas, definidas por Batista

(2005) como as principais adotadas pelas organizações atualmente, englobando

aplicações práticas, técnicas, processos e ferramentas. Foram trabalhados também

os indicadores referentes ao grau de explicitação e formalização da GC, avaliando

os seguintes itens: intenção estratégica, percepção da importância, iniciativas,

definição de políticas e estratégias de GC, definição dos objetivos de GC, alocação

de recursos, implementação, processos facilitadores de GC e obstáculos à

implantação de processos de GC.

Foi realizada reunião com os gestores indicados, em dois momentos,

oportunidade em que foi exposto pela pesquisadora, de forma breve, o objetivo do

questionário e a metodologia para obtenção das respostas. Os quesitos do

questionário foram respondidos pelo grupo de seis gestores, tendo sido respondido

apenas um questionário, que representaria o consenso que foi possível entre eles.

O instrumento aplicado aos servidores (Apêndice B) foi desenvolvido a

partir da parte I da pesquisa de Batista (2006), que trata das práticas de GC nas

instituições. Foram utilizados os conceitos de cada uma das práticas constantes

daquele instrumento, divididas em três grupos: práticas associadas à gestão de

pessoas, práticas associadas a processos facilitadores e práticas associadas à

tecnologia da informação.

Page 67: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

65

O questionário foi aplicado antes do início da pesquisa a um grupo de 15

servidores da UFERSA, instituição congênere, com a finalidade de validá-lo quanto à

sua legibilidade e compreensão, tendo sido, a partir das observações feitas pelos

respondentes, realizadas pequenas alterações, sendo, entretanto, o instrumento

julgado compreensível quanto aos seus objetivos, considerando-se, portanto,

validado em pré-teste.

Foi utilizada, como escala de medida, uma escala tipo Likert, com

respostas variando de (1) a (5), sendo (1) e (2) de caráter negativo à afirmação

(nunca utilizou a prática ou já utilizou, mas não a utiliza atualmente); (3) de caráter

neutro (utiliza, mas raramente); e (4) e (5) de caráter positivo em relação à afirmação

(utiliza com frequência e utiliza sempre).

3.4 VARIÁVEIS

Foram analisadas as seguintes variáveis:

a) políticas e práticas;

b) grau de percepção;

c) grau de formalização;

d) explicitação;

e) objetivos;

f) processos facilitadores;

g) obstáculos.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Para o tratamento dos dados obtidos na pesquisa realizada com os

gestores e na pesquisa realizada com os servidores, foram utilizadas técnicas de

estatística descritiva, a saber, uma medida de tendência central (média aritmética -

Page 68: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

66

x), duas medidas de dispersão (desvio padrão - σ e coeficiente de variação - CV ) e

a frequência.

Com relação aos gestores, uma vez que foi obtido somente um

questionário de respostas, contendo o consenso do grupo participante, as respostas

a ele foram confrontadas com os valores da pesquisa do IPEA, com a finalidade de

se observar a relação entre os valores obtidos na pesquisa de Batista (2006) e o que

foi assinalado pelos gestores do IFRN.

Em cada questão individual do questionário dos servidores, foram

analisados os valores obtidos a partir das respostas dadas pelos docentes que

responderam à pesquisa, pelos servidores administrativos e, em seguida, feita a

análise geral, avaliando-se as respostas formuladas por todos os respondentes em

conjunto.

Foram utilizadas as medidas já listadas, utilizando-se, na primeira

etapa da análise, a média em cada grupo e a média geral, para a constatação da

tendência principal da medida. O coeficiente de variação foi utilizado para avaliar a

dispersão dos resultados em relação à medida central.

Logo após, são apresentados, através de gráficos, os valores de

frequência das respostas positivas ([4]+[5]), negativas ([1]+[2]) e neutras ([3]), na

forma de percentual, comparando-se as respostas entre as categorias e reportando-

se aos resultados da pesquisa dos gestores, apresentada no tópico anterior.

Page 69: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

67

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A pesquisa foi aplicada no IFRN, Campus Mossoró, localizado na região

semiárida, a 277 km da capital do Rio Grande do Norte – tendo sido a primeira

unidade de ensino descentralizada da então Escola Técnica Federal do Rio Grande

do Norte (ETFRN), contemplada pela política de interiorização da educação

profissional e inaugurada em 29 de dezembro de 1994.

Atualmente, o Campus Mossoró consta de uma estrutura organizacional

composta por Direção Geral, Diretoria de Ensino, Departamento de Administração e

Departamento de Apoio Acadêmico, além de 15 coordenações, distribuídas entre as

áreas de ensino e de administração. Oferece os seguintes cursos subsequentes:

Eletrotécnica, Edificações, Sistemas de Informação, Mecânica, Petróleo e gás e

Saneamento, e os cursos técnicos integrados em: Edificações, Edificações – EJA,

Eletrotécnica, Informática e Mecânica. Esses cursos atendem a um total de 1.500

alunos. O corpo funcional da instituição é composto de 51 servidores técnicos

administrativos e 59 docentes.

O Campus Mossoró oferece educação profissional nas áreas de indústria,

construção civil, meio ambiente e segurança do trabalho, em consonância com o

desenvolvimento econômico local, cujos principais produtos são o sal, o petróleo e a

agroindústria.

Sua área de atuação abrange ainda os municípios de Tibau, Grossos,

Areia Branca, Serra do Mel e Baraúna. O campus está inserido no segundo maior

município do Estado, cuja população é estimada em 230 mil habitantes.

Page 70: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

68

4.1.1 Políticas de gestão do conhecimento do IFRN

As políticas definida através do Plano de Desenvolvimento Institucional2

do IFRN, compreendidas pela dimensão de suas propostas como ações relativas à

gestão do conhecimento, são relatadas a seguir:

� socialização de projetos através de encontros e reuniões;

� vinculação de ações à função social da instituição, adequando-as à

capacidade institucional (infraestrutura, RH), buscando promover uma

articulação entre ensino, pesquisa e extensão;

� estabelecimento de política institucional que contemple as seguintes áreas:

a) desenvolvimento de produtos e serviços para o mundo do trabalho;

b) desenvolvimento de ações comunitárias voltadas para a melhoria da

qualidade de vida das populações menos favorecidas;

c) transferência de conhecimento para outras instituições;

d) melhoria da própria ação institucional;

� ampliação e consolidação do programa de incentivo à pesquisa e à extensão,

integrando servidores e alunos;

� divulgação dos projetos desenvolvidos pelo IFRN nas áreas científicas,

culturais, tecnológicas e desportivas;

� promoção de seminários para divulgação de informações sobre agências de

fomento à pesquisa;

� capacitação dos servidores em legislação e normas, direitos e

deveres/atribuições;

� desenvolvimento de programa de capacitação continuada e de valorização

dos servidores;

� estabelecimento de normas e critérios para a viabilização da participação de

servidores em eventos técnico-científicos, destinando recursos orçamentários

para efetivar essa participação.

2 Documento elaborado em 2005 e já revisado para divulgação em 2010, quando da transformação de CEFET

em IFRN.

Page 71: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

69

4.2 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados da pesquisa foi realizada em função do tipo de

questionário aplicado, sendo primeiramente analisados os resultados obtidos dos

gestores, confrontando-se com os resultados da pesquisa do IPEA, e, em seguida,

os resultados obtidos na pesquisa direcionada aos demais servidores, confrontando-

se com a pesquisa dos gestores.

4.2.1 Pesquisa direcionada aos gestores

4.2.1.1 Análise das práticas relacionadas à gestão de recursos humanos

A análise das respostas fornecidas pelos gestores do IFRN – Campus

de Mossoró revela que as práticas fóruns/listas de discussão, educação corporativa,

narrativas e comunidades de prática estão implantadas e já produzem resultados

importantes; as práticas universidade corporativa e mentoring se encontram

planejadas para o futuro (resposta [1]) e não há planos de implantação da prática de

coaching.

Os resultados da pesquisa realizada por Batista (2006) quanto às

práticas associadas à gestão de pessoas, quanto ao estágio de implementação e o

alcance, podem ser vistos nas tabelas 2 e 4, a seguir. Os resultados obtidos dos

gestores do IFRN – Campus Mossoró podem ser visualizados nas tabelas 3 e 5, a

seguir.

Page 72: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

70

Tabela 2 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de gestão de recursos humanos

Fonte: Batista (2006, p. 18)

As práticas com maior índice para a pesquisa do IPEA refletem que a de

maior grau de implantação, conforme tabela 2, é a de caráter mais informal

(fórum/lista de discussão), uma vez que já existe como rotina de trabalho das

instituições. A outra prática de maior ênfase como planejada ou em implantação

corresponde à comunidade de prática, que corresponde a grupos informais em

busca de interesses comuns. Segundo Batista (2006), esse grupo de práticas “se

caracteriza por um nível incipiente de adoção nas organizações pesquisadas”.

Nessa perspectiva, Teixeira Filho e Silva (2007, p. 252) ressaltam a

necessidade de se valorizar esses processos, tendo em vista “a riqueza das

informações, experiências, ideias criativas e os conhecimentos que podem fluir

nessas comunidades, e mesmo em mensagens esporádicas e espontâneas entre os

colaboradores”. Assim, pode-se concluir que o aproveitamento dessas práticas nas

organizações ainda está aquém do potencial que elas proporcionam aos seus

usuários, havendo a necessidade de que sejam reconhecidas como fonte de

conhecimento.

Page 73: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

71

Tabela 3 - Estágio de implantação de práticas na área de gestão de recursos humanos no IFRN –

Campus Mossoró

Estágio de implantação

Prática Já produz resultados

importantes [4]

Implantada [3] + [4]

Planejada ou em

implantação [1] + [2]

Não existem planos

[0]

Fóruns/listas de discussão X

Educação corporativa X

Coaching X

Narrativas X

Universidade corporativa X

Mentoring X

Comunidades de prática X

Fonte: pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Comparando-se os resultados com aqueles obtidos por Batista (2006),

verifica-se que, segundo as respostas fornecidas pelos gestores, o IFRN – Campus

Mossoró se encontra em situação privilegiada em relação ao estágio de implantação

das práticas fóruns/listas de discussão, educação corporativa, narrativas e

comunidades de prática, conforme se vê na análise mais detalhada a seguir:

a) Fóruns/lista de discussão: o resultado obtido dos gestores do IFRN

enquadra a instituição como já produzindo resultados importantes com a prática,

estágio verificado em somente 11% das instituições que participaram da pesquisa do

IPEA. Mesma perspectiva se verifica em relação ao alcance da prática, haja vista

que os gestores do IFRN – Campus Mossoró informaram que esta já se encontra

amplamente disseminada na instituição, o que só foi verificado em somente 18% das

instituições investigadas na pesquisa do IPEA.

b) Educação corporativa: mesma resposta (já produzindo resultados

importantes) foi assinalada pelos gestores do IFRN, estágio verificado em somente

9% das instituições que participaram da pesquisa do IPEA. Em relação ao alcance

da referida prática, o IFRN – Campus Mossoró se coloca no mesmo nível – 27% –

das instituições pesquisadas pelo IPEA, as quais responderam que a prática já é

amplamente disseminada na instituição.

c) Narrativas: em relação à prática narrativas, o resultado obtido com os

gestores do IFRN-Campus Mossoró coloca a instituição no mesmo nível de um

seleto grupo, correspondente a 4% das instituições que participaram da pesquisa do

Page 74: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

72

IPEA. Quanto ao alcance da prática, verifica-se que o IFRN – Campus Mossoró se

coloca também em um nível restrito, tendo esse resultado sido obtido em somente

7% das instituições pesquisadas pelo IPEA.

d) Comunidades de prática: a posição informada pelos gestores do IFRN

– Campus Mossoró no que se refere a essa prática revela que somente 4% das

instituições participantes da pesquisa do IPEA se encontram no mesmo estágio de

implantação. O alcance da prática no IFRN – Campus de Mossoró foi verificado em

apenas 9% das instituições pesquisadas pelo IPEA.

A partir dessas análises que procura dar ênfase às práticas relativas a

recursos humanos e que objetivam facilitar a transferência, a disseminação e o

compartilhamento de informação e conhecimento, conclui-se que a gestão de

pessoas é um dos processos de maior valor nas organizações, tendo em vista que

seu desempenho é relevante para que as estas possam sobreviver e competir.

Dessa forma, uma das bases de um programa de gestão do conhecimento é a

gestão de pessoas e o suporte tecnológico adequado às suas necessidades de

execução. Nesse sentido, identifica-se que a gestão do conhecimento “deverá

portanto, identificar e disponibilizar as melhores práticas que compõem o acervo do

conhecimento tácito e explícito disponível” (SILVA; SOFFNER; PINHÃO, 2007, p.

203).

Page 75: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

73

Tabela 4 – IFES – Alcance das práticas na área de gestão de recursos humanos

Fonte: Batista (2006, p. 18)

As práticas de maior disseminação referem-se também aos fóruns e listas

de discussão, seguidos de educação corporativa. As outras práticas indicam uma

adoção mais restrita, permitindo uma reflexão acerca da necessidade de melhorias

nos processos de disseminação delas nas organizações pesquisadas.

Tabela 5 – Alcance das práticas na área de gestão de recursos humanos no IFRN – Campus

Mossoró

Alcance

Prática Amplamente disseminada na instituição

[4]

No âmbito de uma diretoria

ou divisão [3]

Adoção restrita [1] + [2]

Não se aplica [0]

Fóruns/listas de discussão X

Educação corporativa X

Coaching X

Narrativas X

Universidade corporativa X

Mentoring X

Comunidades de prática X

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Em relação às práticas coaching, mentoring e universidade corporativa, o

estágio de implantação e o alcance se revelam mais homogêneos em relação às

respostas obtidas por Batista (2006), conforme detalhado a seguir.

a) Coaching – os gestores do IFRN – Campus Mossoró responderam que

não há planos para a implantação dessa prática na instituição, resposta que coincide

com 31% das instituições pesquisadas pelo IPEA. Acrescendo-se à análise aquelas

instituições que não responderam à indagação, chega a 40% o percentual das

instituições que não têm planos de implantação do coaching. Quanto ao alcance, o

Page 76: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

74

IFRN – Campus Mossoró se encontra no mesmo nível em que estão 56% das

instituições pesquisadas pelo IPEA.

b) Universidade corporativa - em relação a essa prática, os gestores do

IFRN – Campus Mossoró informaram estar em fase de planejamento (resposta [1]),

resposta também dada por 34% dos respondentes da pesquisa do IPEA, revelando

posição melhor que 33% das instituições pesquisadas por Batista (2006), que

responderam não haver planejamento, ou não responderam. O alcance da prática

no IFRN – Campus Mossoró está no mesmo nível em que estão 54% das

instituições que responderam à pesquisa do IPEA.

c) Mentoring – o estágio de implantação dessa prática no IFRN – Campus

Mossoró, em fase de planejamento, assemelha-se à resposta dada por 30% das

instituições pesquisadas pelo IPEA. Incluindo-se no mesmo patamar das instituições

que responderam não haver planejamento (31%), o IFRN – Campus Mossoró possui

homogeneidade de situação com 61% das instituições pesquisadas por

Batista(2006). Em relação ao alcance, o IFRN – Campus Mossoró se encontra no

mesmo nível em que estão 60% das instituições pesquisadas pelo IPEA.

Nos gráficos 2 e 3 a seguir, pode-se visualizar melhor o estágio de

implantação das práticas e de seu alcance, quando comparados os resultados

indicados pelos gestores do IFRN – Campus Mossoró (em vermelho) e os das IFES

pesquisadas por Batista (2006). Nas figuras, cada região retangular (cinza, preta e

branca) representa um percentual de instituições que responderam estar no estágio

ou no alcance respectivo naquela prática, conforme legenda logo abaixo.

Page 77: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

75

IFRN - [4]

IFRN - [1]

IFRN - [1]

IFRN - [0]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

Gráfico 2 – Comparativo entre o estágio de implantação no IFRN – Campus Mossoró e o das IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010 Nota: Adaptado de Batista (2006, p. 19)

O gráfico 2 posiciona o IFRN em relação à pesquisa do IPEA, mostrando-

o, na maioria das práticas, em posição de maior destaque quanto ao estágio de

implantação. Em apenas uma prática, não apresenta planos de implantação. Nessa

mesma prática, há identificador de planos de implantação segundo os índices de

respostas da pesquisa do IPEA.

Page 78: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

76

IFRN - [0]

IFRN - [0]

IFRN - [3]

IFRN - [4]

IFRN - [0]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

Gráfico 3 – Comparativo entre as práticas desenvolvidas no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010 Nota: Adaptado de Batista (2006, p.19)

O gráfico 3 apresenta a posição do IFRN em relação à pesquisa do IPEA

quanto ao grau de disseminação das práticas relativas a recursos humanos,

identificando-se, tanto para o IFRN quanto para as instituições pesquisadas pelo

IPEA, um grau de disseminação elevado para a prática de fóruns/listas de

discussões. As práticas comunidade de prática, narrativas e educação corporativa

também possuem disseminação bem elevada no IFRN e, quando comparada ao

resultado do IPEA, percebe-se que, nessa instituição, tais práticas encontram-se mais

bem posicionadas em sua ações de disseminação. As práticas mentoring, coaching e

universidade corporativa não apresentam nenhum processo de disseminação no

IFRN e, ao se observarem os resultados da pesquisa do IPEA, elas encontram-se em

processo de disseminação intermediária.

Page 79: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

77

4.2.1.2 Análise das práticas relacionadas a processos facilitadores da gestão do

conhecimento

As tabelas 6 e 8, a seguir, apresentam os resultados obtidos por Batista

(2006), na pesquisa realizada para o IPEA, enquanto as tabelas 7 e 9 apresentam

os resultados dos gestores do IFRN.

Tabela 6 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento

Fonte: Batista (2006, p.25)

Ao se observarem os resultados relativos ao estágio de implantação das

práticas dessa categoria, verifica-se que a maior parte delas, sete do total de nove,

está em processo de implantação ou planejada para o futuro em pelo menos metade

das organizações pesquisadas (55 Ifes).

Page 80: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

78

Tabela 7 - Estágio de implantação de práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento no IFRN – Campus Mossoró

Estágio de implantação

Prática Já produz resultados

importantes [4]

Implantada [3] + [4]

Planejada ou em

implantação [1] + [2]

Não existem planos

[0]

Benchmarking X

Melhores práticas X

Competências

organizacionais X

Mapeamento do

conhecimento X

Memória organizacional X

Inteligência organizacional X

Gestão por competências X

Gestão do capital intelectual X

Banco competências

individuais X

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

A análise das respostas fornecidas pelos gestores do IFRN – Campus

Mossoró revela que as práticas benchmarking, memória organizacional, gestão por

competências e melhores práticas já estão implantadas, ressaltando-se que as três

primeiras já produzem resultados importantes. As práticas competência

organizacional, mapeamento do conhecimento, inteligência organizacional, gestão

do capital intelectual e banco por competências organizacionais se encontram em

fase de implantação ou planejadas para implantação no futuro.

Tabela 8 – IFES – Alcance das práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento

Fonte: Batista (2006, p.26)

Page 81: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

79

Quanto ao alcance das práticas relacionadas na tabela 8, relativa à

pesquisa do IPEA, percebe-se que há uma semelhança quanto à disseminação de

todas as práticas, sendo consideradas amplamente disseminadas nas organizações.

Tabela 9 - Alcance das práticas na área de processos facilitadores da gestão do conhecimento no IFRN – Campus Mossoró

Alcance

Prática Amplamente disseminada na instituição

[4]

No âmbito de uma diretoria

ou divisão [3]

Adoção restrita [1] + [2]

Não se aplica [0]

Benchmarking X

Melhores práticas X

Competências

organizacionais X

Mapeamento do

conhecimento X

Memória organizacional X

Inteligência organizacional X

Gestão por competências X

Gestão do capital intelectual X

Banco competências

individuais X

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Comparando-se esses resultados com aqueles obtidos por Batista (2006),

em relação às IFES pesquisadas naquela pesquisa, observa-se que:

a) Benchmarking: o resultado obtido dos gestores do IFRN indica que a

instituição já produz resultados importantes com a prática, estágio verificado em

somente 11% das instituições que participaram da pesquisa do IPEA. Incluindo-se

todas aquelas que já possuem a prática implantada, o IFRN – Campus Mossoró se

equipara a 27% das instituições pesquisadas pelo IPEA. Comparando-se os

resultados em relação ao alcance da prática na instituição, o IFRN – Campus

Mossoró possui resultado semelhante a 11% das instituições pesquisadas pelo

IPEA, que possuem a prática amplamente disseminada (resposta[4]), ou a 42%,

incluindo o alcance observado no âmbito de uma divisão ou diretoria (resposta [3] +

[4]).

b) Memória organizacional: comparando-se o resultado indicado pelos

gestores do IFRN – Campus Mossoró, verifica-se que o IFRN se encontra em

posição privilegiada em relação às instituições pesquisadas pelo IPEA, uma vez que

somente 7% daquelas instituições relataram já estar produzindo resultados

Page 82: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

80

importantes. Em relação ao alcance na instituição, o IFRN possui resultados

semelhantes a 13% das instituições pesquisadas, que responderam ter a prática

amplamente disseminada na instituição, ou a 31%, se considerados resultados

obtidos também em uma diretoria ou divisão.

c) Gestão por competências: em relação à prática gestão por

competências, os gestores do IFRN – Campus Mossoró indicaram também já

estarem produzindo resultados importantes, posição indicada por um restrito grupo

composto por 4% das instituições pesquisadas pelo IPEA, ou 9%, quando incluídas

aquelas que possuem resultados em uma diretoria ou divisão. Quanto ao alcance,

os gestores do IFRN – Campus Mossoró indicaram que a prática gestão por

competências está amplamente disseminada, equiparando-se ao grupo de 16% das

instituições que responderam à pesquisa do IPEA, ou a 38%, quando incluídas as

instituições que possuem alcance no âmbito de uma diretoria ou divisão.

d) Melhores práticas: conforme resultado obtido na pesquisa realizada

com os gestores do IFRN – Campus Mossoró, a presente prática já se encontra

implantada, sem obstante terem sido observados resultados importantes. Nesse

aspecto, o IFRN se enquadra no grupo de 18% das instituições pesquisadas pelo

IPEA que já implantaram a presente prática. Quanto ao alcance, os gestores do

IFRN – Campus Mossoró relataram possuir resultados no âmbito de uma diretoria ou

divisão, resultado também assinalado por 36% das instituições pesquisadas pelo

IPEA.

Quanto às práticas competências organizacionais, mapeamento do

conhecimento, inteligência organizacional, gestão do capital intelectual e banco de

competências individuais, os gestores do IFRN – Campus Mossoró relataram estar

em estágio de implantação mais restritos, colocando-se em posição mais

homogênea em relação às instituições pesquisadas por Batista (2006), conforme

detalhado a seguir.

a) Banco de competências organizacionais - os gestores do IFRN –

Campus Mossoró responderam que a prática está em processo de implantação

(resposta [2]), colocando-se no mesmo nível que 49% das instituições pesquisadas

pelo IPEA. Em relação ao alcance da prática, os gestores do IFRN – Campus

Mossoró relataram estar obtendo resultados em uma diretoria ou divisão,

equiparando-se a 38% das instituições pesquisadas pelo IPEA.

Page 83: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

81

b) Mapeamento do conhecimento - os gestores do IFRN – Campus

Mossoró responderam haver planejamento para futura implantação da prática,

resultado observado em 58% das instituições pesquisadas pelo IPEA. Quanto ao

alcance, os gestores do IFRN – Campus Mossoró relataram possuir alcance através

de iniciativas isoladas, resultado indicado por 16% das instituições pesquisadas pelo

IPEA.

c) Inteligência organizacional – segundo as respostas obtidas dos

gestores do IFRN – Campus Mossoró, essa prática encontra-se em fase de

implantação (resposta [2]), resultado também verificado em 64% das instituições

pesquisadas por Batista (2006). Os gestores do IFRN – Campus Mossoró relataram

ainda que a prática possui alcance restrito a uma diretoria ou divisão (resposta [3]),

mesmo resultado verificado em 38% das instituições pesquisadas pelo IPEA.

d) Gestão do capital intelectual – os gestores do IFRN – Campus

Mossoró relataram estar essa prática em fase de implantação, resultado que

equipara a instituição a 51% das instituições pesquisadas pelo IPEA. Quanto ao

alcance da prática na instituição, relataram que a prática possui alcance restrito a

alguns departamentos, mesma indicação relatada por 18% das instituições

pesquisadas por Batista (2006).

e) Banco de competências individuais – quanto a essa prática, os

gestores do IFRN relataram que há planos para implantação no futuro, resultado

semelhante ao relatado por 53% das instituições pesquisadas por Batista (2006). Em

relação ao alcance, em virtude de não haver implantação, os gestores do IFRN

assinalaram não se aplicar (resposta [0]), mesma indicação de 38% das instituições

pesquisadas pelo IPEA.

Nos gráficos 4 e 5 a seguir, pode-se visualizar melhor o estágio de

implantação das práticas e de seu alcance, quando comparados os resultados

indicados pelos gestores do IFRN – Campus Mossoró (em vermelho) e os das IFES

pesquisadas por Batista (2006). Nas figuras, cada região retangular (cinza, preta e

branca) representa um percentual de instituições que responderam estar no estágio

ou no alcance respectivo naquela prática, conforme legenda logo abaixo.

Page 84: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

82

IFRN - [1]

IFRN - [2]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [3]

IFRN - [2]

IFRN - [1]

IFRN - [2]

Gráfico 4 – Comparativo entre o estágio de implementação no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010 Nota: Adaptado de Batista(2006, p. 26)

Ao comparar a posição do IFRN em relação à pesquisa do IPEA, no

gráfico 4, relativos aos processos facilitadores, percebe-se que, na maioria das

práticas mencionadas, os resultados estão coincidindo com os das outras Ifes,

indicando que o IFRN está contemplando positivamente o processo das práticas

implantadas e para serem implantadas.

IFRN - [3]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [3]

IFRN - [3]

IFRN - [3]

IFRN - [0]

IFRN - [1]

Gráfico 5 – Comparativo entre as práticas no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %). Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010 Nota: Adaptado de Batista (2006, p.27)

Page 85: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

83

Na perspectiva de disseminação das práticas indicadas no gráfico 5,

diante da posição apresentada pelo IFRN em relação ao IPEA, verifica-se que a

maioria delas encontram-se bem disseminadas no IFRN. Apenas as práticas de

banco de competências organizacionais e individuais não foram disseminadas de

forma positiva nessa instituição, onde essas mesmas práticas apresentam

disseminação isolada ou nenhuma disseminação, respectivamente.

4.2.1.3 Análise das práticas relacionadas à base tecnológica e funcional de

suporte à gestão do conhecimento

As tabelas 10 e 12, a seguir, demonstram os resultados da pesquisa do

IPEA, e as tabelas 11 e 13, os resultados obtidos na pesquisa direcionada aos

gestores do IFRN.

Tabela 10 – IFES - Estágio de implantação de práticas na área de tecnologia

Fonte: Batista (2006, p.30)

As práticas dessa categoria de tecnologia, no que se refere ao estágio de

implantação, mostram que apenas duas delas (sistema de workflow e gestão de

conteúdo) estão em processo de implantação ou planejadas para o futuro. A prática

de Gestão Eletrônica de Documentos encontra-se com maior índice de implantação

já consolidada.

Page 86: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

84

Tabela 11 - Estágio de implantação de práticas na área de tecnologia no IFRN – Campus Mossoró

Estágio de implantação

Prática Já produz resultados

importantes [4]

Implantada [3] + [4]

Planejada ou em

implantação [1] + [2]

Não existem planos

[0]

Gestão Eletrônica

Documentos X

Portais/intranets/extranets X

Sistemas de workflow X

Data warehouse X

Data mining X

Key performance indicators X

Decision Support System X

Gestão de conteúdo X

Balanced scorecard X

Enterprise resource planning X

CRM X

Fonte: pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

A análise das respostas fornecidas pelos gestores do IFRN – Campus

Mossoró revela que sete das onze práticas de gestão de conhecimento da categoria

tecnologia encontram-se implantadas e produzem resultados importantes na

instituição, enquanto duas delas estão em fase de implantação ou em fase de

planejamento (respostas [1] + [2]). Por fim, duas das práticas voltadas para

tecnologia foram relatadas como não tendo planos para implantação.

Page 87: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

85

Tabela 12 – IFES – Alcance das práticas na área de tecnologia

Fonte: Batista (2006, p.31)

A tabela 12 reflete o alcance das práticas referentes à tecnologia,

identificando os portais/intranets/extranets, GED e Sistemas de Workflow como de

maior disseminação entre as instituições pesquisadas, enquanto as demais práticas

apresentam baixo índice de disseminação ou com adoção restrita.

Tabela 13 - Alcance das práticas na área de tecnologia no IFRN – Campus Mossoró Alcance

Prática Amplamente disseminada na instituição

[4]

No âmbito de uma diretoria

ou divisão [3]

Adoção restrita [1] + [2]

Não se aplica [0]

Portais/intranets/extranets X

Gestão eletrônica

documentos X

Sistemas de workflow X

Data warehouse X

Data mining X

Gestão de conteúdo X

Decision support system X

Balanced scorecard X

Key performance indicators X

Enterprise resource planning X

CRM X

Fonte: pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Segue abaixo a análise mais detalhada, inclusive com a comparação dos

resultados produzidos na pesquisa do IPEA:

a) Portais/intranets/extranets: os gestores do IFRN – Campus Mossoró

afirmaram que essa prática já se encontra implantada e produzindo resultados

satisfatórios (resposta [4]), resultado que coincide com aqueles obtidos na pesquisa

Page 88: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

86

de Batista (2006) para 18% das instituições pesquisadas, chegando-se a 38% com a

inclusão das instituições que responderam ter a prática implantada. Quanto ao

alcance, verifica-se que os resultados obtidos no IFRN – Campus Mossoró estão em

conformidade com os obtidos em 38% das IFES pesquisadas (resposta [4]), que

afirmaram que a prática já está amplamente disseminada na instituição, chegando a

65% quando se incluem aquelas que relataram possuir adoção mais ampla da

prática (respostas [3]+[4]).

b) Sistemas de workflow: comparando-se o que foi afirmado pelos

gestores do IFRN – Campus Mossoró com a pesquisa do IPEA, verifica-se que o

IFRN se encontra em posição de privilégio em relação às demais IFES, uma vez que

se posiciona no pequeno grupo de 7% das instituições que responderam já produzir

resultados importantes com a adoção da prática (resposta [4]). Esse resultado

aumenta se forem consideradas também aquelas instituições que possuem a prática

já implantada (respostas [3]+[4]), chegando a um percentual de 20% das instituições

pesquisadas por Batista(2006).

c) Key performance indicators (KPI): conforme resultado obtido perante os

gestores do IFRN – Campus Mossoró, a prática ora analisada está implantada e já

produz resultados importantes (resposta [4]), resultado somente observado em 7%

das IFES pesquisadas pelo IPEA, chegando-se a 9% quando incluídas as IFES que

relataram já ter a prática implantada (resposta [3]+[4]). Quanto ao alcance, a

presente prática foi relatada como estando amplamente disseminada no IFRN

(resposta [4]), resultado verificado em 13% das IFES da pesquisa do IPEA.

d) Decision support system (DSS): a prática, que, em português, significa

sistemas de suporte à decisão, encontra-se implantada e produzindo resultados

relevantes no IFRN – Campus Mossoró, conforme afirmação dos gestores, resultado

que equipara a instituição a 4% das Ifes pesquisadas por Batista (2006). Esse

percentual aumenta somente para 7% quando incluídas as demais instituições que

possuem a prática implantada (respostas [3]+[4]). Em relação ao alcance, na

pesquisa realizada pelo IPEA, foi verificado que 11% das IFES possuem a prática

amplamente disseminada, o que chega a 24% quando incluídas aquelas que

possuem uma adoção mais ampla (respostas [3]+[4]), revelando que, conforme

respostas obtidas dos gestores, o IFRN – Campus Mossoró está em posição de

vantagem em relação às demais Ifes quanto à implantação dessa prática, uma vez

Page 89: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

87

que responderam estar a prática implantada e produzindo resultados importantes

(resposta [4]).

e) Balanced scorecard (BSC): segundo as respostas obtidas na pesquisa

realizada no IFRN – Campus Mossoró, essa prática está implantada na instituição e

está produzindo resultados importantes (resposta [4]), resultado que a equipara a

um grupo de 4% das IFES pesquisadas pelo IPEA que relataram estar no mesmo

nível. Quanto ao alcance, considerando que gestores afirmaram que a prática é

amplamente disseminada na instituição, o IFRN equipara-se a um grupo de 13% das

IFES pesquisadas pelo IPEA, que também relataram estar obtendo tais resultados.

f) Enterprise resource planning (ERP): segundo as respostas dadas pelos

gestores do IFRN – Campus Mossoró, o ERP já está implantado e produz resultados

importantes (resposta [4]), resultado reportado por somente 4% das IFES que

participaram da pesquisa do IPEA. Em relação ao alcance da prática, 11% das IFES

relataram estar amplamente disseminada na instituição, enquanto 18% relataram tê-

la implantada (respostas [3]+[4]), o que, mais uma vez, coloca o IFRN – Campus

Mossoró em posição de vantagem quanto à implantação e alcance dessa prática.

g) Customer relationship management (CRM): a gestão de

relacionamento com os clientes (CRM, em português) também já produz resultados

importantes no IFRN – Campus Mossoró, segundo afirmações dos gestores

pesquisados, resultado que equipara a instituição ao restritíssimo grupo de 2% das

IFES pesquisadas pelo IPEA que relataram estar em mesmo nível (resposta [4]). Em

relação ao alcance da prática, o IFRN equipara-se ao grupo de 7% das IFES que

relataram possuir a prática amplamente disseminada (resposta [4]).

Quanto às práticas competências organizacionais, mapeamento do

conhecimento, inteligência organizacional, data warehouse e data mining, os

gestores do IFRN – Campus Mossoró relataram que elas estão em fase de

planejamento (resposta [1]), o que põe a instituição em posição mais homogênea

quando comparada com as IFES pesquisadas pelo IPEA, as quais se posicionam

em grupo de 47% (data warehouse) e 40% (data mining) na mesma situação de

implantação. Quanto ao alcance das práticas, verifica-se que o IFRN também está

em posição homogênea, uma vez que, a despeito de somente 2% das instituições

pesquisadas pelo IPEA, em cada caso, estarem com adoção restrita, verifica-se que

Page 90: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

88

42% (data warehouse) e 40% (data mining) das Ifes possuem somente iniciativas

isoladas em relação à adoção das duas práticas.

Por fim, em relação às práticas de Gestão Eletrônica de Documentos

(GED) e gestão de conteúdo, os gestores do IFRN relataram não possuir planos

para implantá-las (resposta [0]), o que implica não haver qualquer alcance das

práticas na instituição, contrastando com a pesquisa realizada pelo IPEA, uma vez

que a prática de GED se encontra implantada em 38% das instituições, produzindo

resultados importantes em 18% delas, com alcance amplo na instituição em 38%

delas (resposta [4]) e adoção mais ampla em 65% (respostas [3]+[4]).

Os gráficos 6 e 7, abaixo, possibilitam melhor visualização das

informações ora analisadas, podendo-se verificar a posição relatada pelos gestores

do IFRN em relação às Ifes pesquisadas por Batista (2006).

IFRN - [0]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [0]

IFRN - [1]

IFRN - [1]

Gráfico 6 – Comparativo entre o estágio de implantação no IFRN – Campus Mossoró e nas IFES pesquisadas pelo IPEA (em %) Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010 Nota: Adaptado de Batista (2006, p.31)

O gráfico acima apresenta um posicionamento de divergência quanto ao

estágio de implantação na maioria das práticas indicadas, considerando os

Page 91: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

89

resultados da pesquisa do IPEA. Das 11 práticas apresentadas, o IFRN possui sete

implantadas, fator relevante quanto aos projetos relativos à base tecnológica e que o

diferencia das demais instituições pesquisadas.

IFRN - [4]

IFRN - [4]

IFRN - [0]

IFRN - [0]

IFRN - [0]

IFRN - [0]

Gráfico 7 – Comparativo entre o alcance das práticas desenvolvidas no IFRN – Campus Mossoró e o das Ifes pesquisadas pelo IPEA (em %) Fonte: Pesquisa do autor Nota: Adaptado de Batista (2006, p. 27)

Quanto à disseminação das práticas indicadas no gráfico 7, apenas as

práticas portais/intranets/extranets e sistemas de workflow estão amplamente

disseminadas na instituição, tendo em vista sua infra-estrutura tecnológica

corresponder aos parâmetros exigidos para manutenção dessas práticas.

Diante das análises identificadas por Batista (2006) como base

tecnológica, conclui-se que o papel da tecnologia da informação na gestão do

conhecimento é ampliar e agilizar os processos de transferência e compartilhamento

do conhecimento. Além disso, como ressaltam Davenport e Prusak (2003), a gestão

do conhecimento é muito mais do que tecnologia, mas a tecnologia faz,

seguramente, parte da gestão do conhecimento.

Page 92: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

90

4.2.1.4 Grau de explicitação e formalização

4.2.1.4.1 Intenção estratégica

A parte da pesquisa que se refere à investigação acerca da intenção

estratégica da alta administração do IFRN – Campus Mossoró é dividida em oito

questões básicas: percepção da importância da GC na instituição; percepção da

importância da GC nos níveis da estrutura organizacional; disseminação das

estratégias de gestão do conhecimento na organização; grau de formalização da GC

na instituição; mecanismos para a definição da política ou estratégia de GC;

áreas/departamentos nos quais existem iniciativas de GC; e definição dos

responsáveis pelas iniciativas de GC na instituição.

a) Percepção da importância da gestão do conhecimento

A partir da questão formulada no instrumento de pesquisa aplicado, foi

informado pelos gestores do IFRN que a gestão do conhecimento faz parte das

prioridades estratégicas da instituição (item 2 assinalado), posição verificada em

38% das instituições que participaram da pesquisa do IPEA.

b) Percepção da importância da GC nos níveis da estrutura

organizacional

Formulada a pergunta sobre a percepção da importância de GC nos

níveis da estrutura organizacional no IFRN – Campus Mossoró, os gestores

responderam haver alta percepção nos níveis de alta administração e gerência

intermediária, havendo uma percepção média entre os servidores, analisados de

forma ampla.

Na pesquisa do IPEA, verificou-se que 55% das IFES relataram

apresentar nível alto de percepção de GC pela alta gerência, 51% pela média

gerência e 47% possuir grau de percepção alto por parte dos servidores (BATISTA,

2006, p.39).

Page 93: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

91

c) Disseminação das estratégias de GC na instituição

Na pesquisa realizada pelo IPEA, verificou-se haver baixa disseminação

da estratégia de GC nas áreas de administração e de planejamento das IFES

pesquisadas (BATISTA, 2006, p.39).

Os gestores do IFRN relataram que a estratégia de gestão do

conhecimento na instituição encontra-se disseminada, em parte (item 3), pela

maioria do pessoal do órgão.

d) Estado atual das iniciativas de gestão do conhecimento

O estado atual das iniciativas de GC nas áreas de administração e de

planejamento das IFES pesquisadas pelo IPEA foi considerado muito baixo

(BATISTA, 2006, p.39), tendo os gestores do IFRN – Campus Mossoró relatado

haver iniciativas de GC em fase parcial de implementação (item 5).

e) Grau de formalização da gestão do conhecimento na instituição

No IFRN, conforme dados obtidos na pesquisa realizada com os gestores,

existe uma área/grupo de pessoas com responsabilidades e objetivos bem definidos

em termos de GC (item 3 da questão), o que contrasta com os resultados obtidos na

pesquisa do IPEA, na qual se relata que “na maioria das áreas de administração e

de planejamento das IFES, GC é um conceito abstrato discutido apenas por

pequenos grupos informais” (item 1) (BATISTA, 2006, p.40).

f) Mecanismos para a definição da política ou estratégia da GC

Segundo a pesquisa do IPEA, o principal mecanismo para a definição da

política ou estratégia de GC nas IFES pesquisadas foram os compromissos

assumidos por equipe de recursos humanos, equipe de TI e redes de conhecimento

(item 3). Segundo o que foi respondido pelos gestores do IFRN – Campus Mossoró,

são os programas / políticas / estratégias por escrito (item 1).

g) Em quais áreas / departamentos existem iniciativas de GC

Indagados acerca do estágio de iniciativas de GC nos setores de Direção

Geral/Ensino/Apoio Acadêmico; Departamento de Administração; Centro de

Informação e Documentação/Biblioteca; Recursos Humanos e Tecnologia da

Page 94: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

92

Informação (TI), os gestores do IFRN responderam que as iniciativas de GC estão

parcialmente implantadas em todos os setores.

h) Quem assumiu a iniciativa de introduzir a GC na instituição

Conforme respostas constantes na pesquisa realizada entre os gestores

do IFRN, foi indicada a alta administração como tendo sido o setor que tomou a

iniciativa de introdução das iniciativas de GC na instituição, resultado coincidente

com aqueles obtidos na pesquisa realizada por Batista (2006, p.41), que também

verificou haver sido a alta administração a responsável pela introdução das

iniciativas de GC nas IFES pesquisadas.

4.2.1.4.2 Definição de objetivos

Em relação à definição de objetivos, foi verificado se há formalização de

objetivos de GC na instituição e, em caso afirmativo, pediu-se para que fossem

indicados tais objetivos (questão aberta).

Na pesquisa do IPEA, foi verificado que 40% das Ifes afirmaram que os

objetivos de GC são discutidos de forma vaga, abstrata e não formalizados; 38%

responderam que os objetivos de GC estão formalizados, mas ainda de forma muito

genérica; 13% que os objetivos de GC estão formalizados, permitindo clara

identificação e priorização de ações tanto a curto quanto a longo prazo; e 9% dos

participantes não responderam (BATISTA, 2006, p.41).

No IFRN – Campus Mossoró, segundo a pesquisa realizada com os

gestores, os objetivos de GC estão formalizados, mas ainda de forma muito genérica

(item 2), coincidindo com o grupo de 38% das IFES pesquisadas que responderam a

mesma coisa.

Foram ainda propostas três questões abertas relacionadas aos objetivos

de GC no IFRN, as quais foram respondidas pelos gestores da forma constante

abaixo:

Page 95: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

93

a) Quais os principais objetivos de GC na instituição?

� Quanto ao mercado de atuação

• Focalizar a área de atuação do Campus Mossoró nos eixos

tecnológicos da Construção Civil, Indústria e Petróleo e Gás;

• criar suporte de infra-estrutura e de recursos humanos para ofertar

licenciaturas em Matemática e em Física;

• atender à demanda de Formação Inicial e Continuada de

Trabalhadores nas áreas de atuação da instituição, pretendendo

atingir 50% dessa oferta gratuita para alunos e servidores do

Campus Mossoró;

• criar sistema de consolidação de dados de educação, ciência e

tecnologia das áreas de sua especialidade, que permita analisar e

apresentar esses dados em eventos institucionais, sendo os

resultados publicados e apresentados à sociedade;

• criar ambiente virtual próprio para viabilizar a EAD.

� Quanto aos recursos humanos

• Aparelhar o Campus Mossoró com TICs modernas e recursos

humanos qualificados;

• buscar no MEC investimentos em infraestrutura (aparelhamento) e

recursos humanos para implantar programa de certificação de

competência;

• capacitar, através da pós-graduação, anualmente, COM

afastamento, 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição;

• capacitar, através da pós-graduação, anualmente, SEM

afastamento, 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição.

� Quanto à manutenção e ampliação dos cursos

• Possibilitar a oferta de cursos superiores, no formato bacharelado,

em Ciência e Tecnologia;

Page 96: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

94

• criar suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

potencializar as ofertas de cursos superiores em Engenharia de

Automação Industrial; Engenharia Civil; Engenharia Sanitária e

Ambiental; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica;

• consolidar a oferta de cursos técnicos de nível médio em Mecânica,

Eletrotécnica, Informática, Edificações Saneamento, Petróleo e Gás

e criar suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

implantar o curso de Segurança do Trabalho

• debater com a comunidade a oferta de cursos de engenharia;

• consolidar, além de outros cursos, o Curso Superior de Tecnologia

em Gestão Ambiental através da EAD, o qual já dispõe de material

didático pronto;

• buscar junto do MEC investimentos em infraestrutura

(aparelhamento) e recursos humanos (professores e tutores), a fim

de oferecer, no Campus Mossoró, licenciaturas através da EAD.

Quanto aos objetivos apresentados pelo grupo de gestores relacionados à

ação de gestão do conhecimento, há documentos consolidados e outros já em fase

de implantação, que na visão estratégica da instituição, referem-se aos processos

de gestão do conhecimento.

b) Como foi o processo de elaboração desses objetivos?

• Esses objetivos foram construídos coletivamente, a partir de

reuniões pedagógicas semanais com a participação de professores

e técnicos administrativos, em reuniões com alunos e servidores

para elaboração do PDI e em reuniões da equipe de

sistematização.

É prática da instituição o envolvimento de todos os segmentos para

discutir e elaborar documentos referentes às políticas ou projetos a serem

desenvolvidos pelo IFRN, respaldando a instituição quanto ao cumprimento da meta

de manter a comunidade integrada para melhor desenvolver suas ações e melhorar

os serviços prestados à comunidade.

Page 97: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

95

c) Quem participou da elaboração desses objetivos?

• Professores,

• técnicos administrativos,

• alunos,

• equipe gestora,

• equipe de sistematização do Campus

A elaboração dos objetivos através da participação integral de toda a

comunidade do IFRN proporciona aos participantes a oportunidade de sugerir,

discutir, ampliar e modificar as ações propostas pelo grupo estratégico e, dessa

forma, constituir melhores práticas em relação às comunidades externa e interna.

4.2.1.4.3 Alocação de recursos

Quanto aos recursos para a GC na instituição, foi pesquisado

especificamente se há alocação dos recursos (humanos, financeiros e infraestrutura)

e qual(is) área(s) / departamento(s) concentram as responsabilidades por GC na

instituição.

Em relação à alocação dos recursos financeiros, a pesquisa do IPEA

constatou que 38% responderam que o interesse da instituição ainda não se refletiu

na alocação de recursos para a GC; 19% responderam que já foram alocados

recursos preliminares; 11% responderam que os recursos disponibilizados para a

GC ainda não são suficientes, mas mostram compromisso da instituição; 17%

responderam que não há orçamento específico para a GC; e 11% não responderam

(BATISTA, 2006, p.42).

No IFRN, verificou-se, entre os gestores, que os recursos ainda não são

suficientes, mas já demonstram efetivo compromisso da instituição com o tema,

resposta semelhante a 11% dos respondentes da pesquisa do IPEA.

Na parte referente à área ou departamento que concentra a

responsabilidade por GC na instituição, os gestores do IFRN responderam que fica a

cargo de uma equipe multidisciplinar (item 6 da pergunta), coincidindo com o que foi

respondido por 26% das instituições pesquisadas pelo IPEA (BATISTA, 2006, p.43).

Page 98: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

96

4.2.1.4.4 Ações e contexto das iniciativas

Os aspectos da tecnologia da informação são considerados como

elementos-chave para a maioria das Ifes pesquisadas pelo IPEA (BATISTA, 2006,

p.43), resultado semelhante ao que foi indicado pelos gestores do IFRN, que

responderam ainda considerarem a gestão da informação e os aspectos de gestão

de recursos humanos como importantes nesse contexto.

Foram ainda propostas três questões abertas, que foram respondidas

conforme transcrição abaixo:

a) Com base nos objetivos traçados, quais as iniciativas que já estão em

curso?

� Quanto à implantação ao mercado de atuação

• Definição da área de atuação do Campus Mossoró nos eixos

tecnológicos da Construção Civil, Indústria e Petróleo e Gás;

• atendimento da demanda de formação inicial e continuada de

trabalhadores nas áreas de atuação da instituição, pretendendo

atingir 50% dessa oferta gratuita para alunos e servidores do

Campus Mossoró.

� Quanto à manutenção e ampliação dos cursos

• Criação de suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

ofertar licenciaturas em Matemática;

• consolidação da oferta de cursos técnicos de nível médio em

Mecânica, Eletrotécnica, Informática, Edificações Saneamento,

Petróleo e Gás;

• consolidação, além de outros cursos, do Curso Superior de

Tecnologia em Gestão Ambiental através da EAD, o qual já dispõe

de material didático pronto.

Page 99: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

97

� Quanto aos recursos humanos

• Aparelhamento do Campus Mossoró com TICs modernas e

recursos humanos qualificados;

• Capacitação, através da pós-graduação, anualmente, COM

afastamento, de 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição;

• Capacitação, através da pós-graduação, anualmente, SEM

afastamento, de 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição.

b) Quais as que estão planejadas?

• Debate com a comunidade sobre a oferta de cursos de engenharia;

• possibilidade de oferta de cursos superiores, no formato

bacharelado, em Ciência e Tecnologia;

• criar suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

potencializar as ofertas de cursos superiores em Engenharia de

Automação Industrial; Engenharia Civil; Engenharia Sanitária e

Ambiental; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica;

• criação de suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

ofertar licenciaturas em Física;

• criação de suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

implantar o curso de Segurança do Trabalho;

• criação de ambiente virtual próprio para viabilizar a EAD;

• buscar do MEC investimentos em infraestrutura (aparelhamento) e

recursos humanos (professores e tutores), a fim de oferecer, no

Campus Mossoró, licenciaturas através da EAD;

• buscar do MEC investimentos em infraestrutura (aparelhamento) e

recursos humanos para implantar programa de certificação de

competência.

c) Quais as que apresentam resultados mais efetivos e visíveis?

• Criação de suporte de infraestrutura e de recursos humanos para

ofertar licenciaturas em Matemática;

Page 100: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

98

• consolidação da oferta de cursos técnicos de nível médio em

Mecânica, Eletrotécnica, Informática, Edificações Saneamento,

Petróleo e Gás;

• capacitação, através da pós-graduação, anualmente, com

afastamento, de 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição;

• capacitação, através da pós-graduação, anualmente, sem

afastamento, de 10% dos seus servidores, nas áreas de atuação da

instituição;

• aparelhamento do Campus Mossoró com TICs modernas e

recursos humanos qualificados.

4.2.1.4.5 Implementação

Quanto à implementação da GC na instituição, foram investigados os

elementos facilitadores e os principais obstáculos à implantação de processos de

GC na instituição, comparando-se, em seguida, com os resultados obtidos nas IFES

pesquisadas pelo IPEA.

Elencados 16 itens, contendo elementos facilitadores para

iniciar/implantar processos de GC na instituição, os gestores do IFRN afirmaram que

os processos (1) programas de capacitação para o pessoal; (2) alta prioridade dada

à iniciativa no mais alto nível da hierarquia; (4) manutenção do apoio e do

compromisso em todos os níveis com a mudança; (5) estabelecimento de incentivos

para compartilhar conhecimento; (7) identificação da base do conhecimento

organizacional relevante para a empresa; (8) metodologias que guiem o processo;

(10) implantação em momento adequado, dadas as condições internas e externas;

(15) infraestrutura computacional, redes, servidores, etc.; e (16) benchmarking das

melhores práticas, possuem intensidade alta de uso.

Os itens (3) planos de comunicação bem desenvolvidos; (6) alocação de

recursos financeiros suficientes; (9) disseminar exemplos de casos que demonstrem

viabilidade e ajudem a convencer; (11) ter acesso a consultores especializados; e

Page 101: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

99

(14) sistemas de informática que apoiem os processos de GC foram considerados

como tendo intensidade média como elementos facilitadores. Por fim, os itens (12)

acesso a recursos bibliográficos impressos e eletrônicos sobre o tema; e (13) troca

de experiências com outras organizações que estão envolvidas nesse processo

foram considerados como tendo intensidade baixa como elementos facilitadores na

iniciação/implantação de processos de GC no IFRN – Campus Mossoró.

Na pesquisa do IPEA, as IFES pesquisadas elencaram os itens (1)

programas de capacitação para o pessoal; (13) troca de experiências com outras

organizações que estão envolvidas nesse processo; e (8) metodologias que guiem o

processo como os principais elementos facilitadores, divergindo da opinião dos

gestores do IFRN – Campus Mossoró em relação ao item 13, troca de experiências,

que, na presente pesquisa, foi relatado como um elemento de baixa intensidade.

Foram investigados ainda os principais obstáculos à implantação de

processos de GC nas instituições, classificadas as indagações em seis grupos de

pesquisa, a saber: (1) apoio da alta administração e prioridades; (2) recursos

humanos dedicados; (3) infraestrutura tecnológica; (4) processos de trabalho e

cultura organizacional; (5) indicadores e sistema de avaliação; e (6) visibilidade e

comunicação interna e externa.

Quanto ao grupo (1) apoio da alta administração e prioridades, os

gestores do IFRN – Campus Mossoró indicaram que (a) a falta de comprometimento

dos diretores; (b) a gestão do conhecimento e da informação não ser prioridade do

governo; e (c) o receio de que outros órgãos públicos em geral poderiam ter acesso

a informações sigilosas/confidenciais possuem baixo nível de intensidade como

obstáculos à implantação da GC, enquanto que (d) as estratégias de GC adaptadas

do setor privado serem inadequadas ao setor público possui intensidade média

como obstáculo. O resultado diverge, mais uma vez, dos resultados obtidos por

Batista (2006, p. 45), que verificou que as IFES pesquisadas responderam que o

principal obstáculo é o fato de que a gestão do conhecimento e da informação não

ser uma prioridade do governo.

Em relação ao grupo (2) recursos humanos dedicados, os gestores do

IFRN – Campus Mossoró relataram que (a) as deficiências de capacitação de

pessoal; e (b) a baixa compreensão sobre GC na organização possuem alta

intensidade como obstáculos à implantação da GC, enquanto que (c) a

Page 102: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

100

concentração de esforços na tecnologia da informação e comunicação, em vez de

questões organizacionais ou ligadas às pessoas possui intensidade média. A

pesquisa do IPEA revelou que as IFES relataram ser o item (b) a baixa

compreensão de GC na organização o principal obstáculo, havendo concordância

com o resultado obtido entre os gestores do IFRN – Campus Mossoró.

Quanto à infraestrutura tecnológica, grupo 3, tanto (a) as deficiências na

infraestrutura computacional, redes, servidores, etc.; como (b) a pouca propensão

para investimento em tecnologias voltadas essencialmente para facilitação de

aprendizagem e colaboração foram consideradas de média intensidade como

obstáculos à implantação da GC no IFRN – Campus Mossoró. A pesquisa do IPEA

apontou a deficiência na infraestrutura como o principal obstáculo neste grupo

(BATISTA, 2006, p. 45).

A resistência de certos grupos de funcionários/cultura organizacional de

resistência a mudanças (item a); e (c) a dificuldade para capturar o conhecimento

não documentado foram indicados pelos gestores do IFRN como tendo alto grau de

importância como obstáculo, enquanto que a (c) falta de tempo ou recursos para

compartilhar conhecimento concretamente na rotina diária foi considerado como de

médio impacto. Coincidentemente, a pesquisa do IPEA revelou que as IFES

pesquisadas identificam a dificuldade de captar o conhecimento não documentado

como o principal obstáculo nesse grupo (BATISTA, 2006, p. 45).

Para o grupo (5) indicadores e sistema de avaliação, os dois itens (a)

inexistência de indicadores; e (b) falta de incentivos para compartilhar conhecimento,

foram considerados de baixa intensidade como obstáculos à implantação da GC no

IFRN, enquanto que as IFES indicaram a falta de incentivos como o principal

obstáculo nesse grupo.

As falhas de comunicação (a) foram consideradas como de alto impacto

como obstáculo à implantação da GC no IFRN, no grupo (6) visibilidade e

comunicação interna e externa, fator que também foi indicado por 40% dos

respondentes da pesquisa do IPEA.

Page 103: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

101

4.3 PERCEPÇÃO DOS SERVIDORES DO IFRN – CAMPUS MOSSORÓ

4.3.1 Dados demográficos

Em relação aos dados demográficos dos entrevistados, foram solicitadas

as seguintes informações: sexo, grau de instrução, natureza do cargo (docente ou

técnico-administrativo), formação exigida para o cargo no ingresso no IFRN, qual a

área de atuação (para os técnico-administrativos, se ensino ou área administrativa

pura), tempo de serviço na instituição, regime de trabalho, se ocupa cargo

comissionado e se já participou de algum treinamento ou capacitação formal em GC.

Por último, em questão aberta, solicitou-se de cada um deles apresentar

espontaneamente um conceito de GC.

Quanto ao sexo dos entrevistados, verifica-se haver uma predominância

de homens, o que é ainda mais visível na categoria docentes, dentre os quais 81%

dos respondentes são do sexo masculino enquanto que somente 19% são do sexo

feminino. Entre os técnico-administrativos, 63% são homens e 37% dos

respondentes são do sexo feminino, o que totalizou, considerando todos os

respondentes, 70% de homens e 30% de mulheres. O gráfico 8, a seguir, apresenta

os dados obtidos na pesquisa quanto ao sexo.

Feminino

Masculino

0% 50% 100%

19%

81%

Docentes - Sexo

Feminino

Masculino

0% 20% 40% 60% 80%

37%

63%

Administrativos - Sexo

Feminino

Masculino

0% 20% 40% 60% 80%

30%

70%

Geral - Sexo

Gráfico 8 – Sexo: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Em relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, verifica-se não

haver servidores com nível de escolaridade de ensino fundamental, apesar de, entre

os administrativos, ainda haver servidores somente com nível médio (19%). Entre os

docentes, o nível de escolaridade é mais elevado, havendo um quantitativo de 22%

Page 104: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

102

de mestres e 22% de doutores, além de 48% de especialistas. Os dados se

justificam pelo fato de que as exigências para o ingresso na carreira são maiores, e

mesmo os incentivos para a elevação da escolaridade são mais evidentes nesta

categoria, por ser o ensino a atividade-fim da instituição.

Verifica-se que o nível de especialista é o mais comum, nas duas

categorias isoladamente (48% - docentes e 44% - administrativos), e mesmo no

geral (46%). No gráfico 9, abaixo, são apresentadas as informações referentes à

escolaridade, entre docentes, administrativos e no geral.

Doutorado

Mestrado

Especialista

Sup. Completo

Médio Completo

Fund. Completo

Fund. Incompleto

0% 20% 40% 60%

22%

22%

48%

7%

0%

0%

0%

Docentes - Escolaridade

Doutorado

Mestrado

Especialista

Sup. Completo

Médio Completo

Fund. Completo

Fund. Incompleto

0% 20% 40% 60%

0%

7%

44%

30%

19%

0%

0%

Administrativos - Escolaridade

Doutorado

Mestrado

Especialista

Sup. Completo

Médio Completo

Fund. Completo

Fund. Incompleto

0% 20% 40% 60%

9%

13%

46%

21%

11%

0%

0%

Geral - Escolaridade

Gráfico 9 – Escolaridade: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

O terceiro aspecto investigado entre os respondentes foi relacionado à

natureza do cargo, se docente ou técnico-administrativo, informações estas que já

foram expostas no tópico universo/amostra.

Dentre os servidores técnico-administrativos, as atividades

desempenhadas atualmente são mais ligadas à atividade administrativa (área-meio),

com percentual de 67%, enquanto que 33% trabalham na área de apoio ao ensino

(área-fim).

Para a maioria dos servidores administrativos, a exigência para o ingresso

é ensino médio, com percentual de 58%, enquanto que 26% ocupam cargo de nível

superior, e 16% ocupam cargo com exigência de nível fundamental.

No geral, computando-se os dados obtidos com as duas categorias de

servidores, observa-se que a maioria ingressou no IFRN em cargo de exigência de

Page 105: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

103

nível superior, com percentual de 54%, o que é influenciado pelo nível de

escolaridade exigido dos professores. O gráfico 10 apresenta os dados obtidos com

o presente quesito.

Fundamental

Médio

Superior

0% 50% 100%

0%

0%

100%

DocentesFormação para Ingresso

Fundamental

Médio

Superior

0% 20% 40% 60%

16%

58%

26%

Administrativos Formação para Ingresso

Fundamental

Médio

Superior

0% 20% 40% 60%

10%

36%

54%

Geral Formação para Ingresso

Gráfico 10 – Escolaridade para ingresso: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Os servidores técnico-administrativos possuem tempo de serviço maior na

instituição, com 49% deles trabalhando há mais de dez anos, contra 33% de

professores com mesmo tempo, 28% de servidores com tempo de serviço entre três

e dez anos, contra 19% de professores. Na faixa de tempo menor que três anos, há

predominância dos professores, com percentual de 48% (duas faixas inferiores),

contra 24% de servidores nas mesmas faixas, conforme se vê no gráfico 11.

Menos de 1 ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 10 anos

Mais de 10 anos

0% 20% 40%

22%

26%

19%

33%

DocentesTempo de Serviço

Menos de 1 ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 10 anos

Mais de 10 anos

0% 20%40% 60%

12%

12%

28%

49%

AdministrativosTempo de Serviço

Menos de 1 ano

Entre 1 e 3 anos

Entre 3 e 10 anos

Mais de 10 anos

0% 20%40% 60%

16%

17%

24%

43%

GeralTempo de Serviço

Gráfico 11 – Tempo de serviço no IFRN: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Page 106: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

104

No geral, pode-se ver que a grande maioria, 67% dos entrevistados, tem

mais de 3 anos de serviço, enquanto que 43% têm mais de 10 anos de serviço

prestados ao IFRN.

Quanto ao regime de trabalho, verificou-se que 93% dos docentes

declararam estar trabalhando em regime de dedicação exclusiva (DE), enquanto

somente 7% trabalham 40 horas semanais, não havendo professores em regime de

30 nem 20 horas semanais. Já entre os servidores, verifica-se haver mais

heterogeneidade, com 60% dos entrevistados possuindo regime de trabalho de 40

horas, 35% com 30 horas, e somente 5% com 20 horas.

Analisando-se o quadro geral com todos os respondentes, verifica-se que

36% possuem dedicação exclusiva; 40%, regime de trabalho de 40 horas; 21%, 30

horas; e 3%, regime de 20 horas de trabalho. O gráfico 12 apresenta estes

resultados.

20 horas

30 horas

40 horas

DE

0% 50% 100%

0%

0%

7%

93%

DocentesRegime de Trabalho

20 horas

30 horas

40 horas

DE

0% 20% 40% 60% 80%

5%

35%

60%

0%

AdministrativosRegime de Trabalho

20 horas

30 horas

40 horas

DE

0% 10% 20% 30% 40%

3%

21%

40%

36%

GeralRegime de Trabalho

Gráfico 12 – Regime de trabalho: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Quanto à ocupação de cargo comissionado, foi verificado que 89% dos

professores que responderam à pesquisa não o ocupam, enquanto 11% ocupam

cargo em comissão. Já entre os servidores técnico-administrativos, verifica-se que

um percentual maior ocupa cargo comissionado, chegando a 19%, contra 81% que

não ocupam tais cargos. Agrupando-se as duas categorias, tem-se um valor

intermediário para ambas as respostas possíveis, o que pode ser verificado no

gráfico 13, a seguir.

Page 107: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

105

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%100%

11%

89%

DocentesCargo Comissionado

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%100%

19%

81%

AdministrativosCargo Comissionado

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%100%

16%

84%

GeralCargo Comissionado

Gráfico 13 – Cargo comissionado: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Foi observado que o percentual de 100% dos professores e 81% dos

servidores técnico-administrativos nunca participaram de treinamento ou

capacitação formal em GC, conforme visto no gráfico 14, a seguir.

Sim

Não

0% 50% 100%

0%

100%

DocentesCapacitação em GC

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%100%

19%

81%

AdministrativosCapacitação em GC

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%100%

11%

89%

GeralCapacitação em GC

Gráfico 14 – Capacitação em GC: perfil dos docentes, técnico-administrativos e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Por fim, estimulados a apresentarem um conceito informal de GC, 33%

dos professores o fizeram, enquanto 70% dos servidores técnico-administrativos se

arriscaram a apresentá-lo, totalizando, após o agrupamento das respostas das duas

categorias, 56% que responderam e 44% que não apresentaram conceito próprio de

GC. O gráfico 15 apresenta os números coletados no presente item.

Page 108: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

106

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%

33%

67%

DocentesConceito de GC

Sim

Não

0% 20% 40% 60% 80%

70%

30%

AdministrativosConceito de GC

Sim

Não

0% 20% 40% 60%

56%

44%

GeralConceito de GC

Gráfico 15 – Conceito de GC: número de docentes e técnico-administrativos que apresentaram Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Abaixo, estão selecionados alguns dos conceitos de GC elaborados pelos

respondentes:

O reconhecimento e aproveitamento dos conhecimentos dos servidores com o objetivo de crescimento do próprio servidor e institucional. (técnico-administrativo) Consiste na aplicação e no acesso às fontes de informação que são necessárias e estratégicas em uma organização. (técnico-administrativo) Conjunto de informações, conhecimentos a respeito do cargo/função desempenhado, bem como do modo como esses dados são utilizados para otimizar o serviço. (professor) Estruturar o conhecimento organizacional a fim de que seja melhor compartilhado. Isso se dá através de mudanças na estrutura organizacional bem como da aplicação de sistemas de informação apropriados. (professor)

Page 109: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

107

4.3.2 As práticas de GC na percepção dos servidores

4.3.2.1 Práticas associadas à gestão de pessoas

Quanto à participação em comunidades de prática, verificou-se entre os

docentes uma média x=3,2, o que significa, em relação à escala de valores utilizada,

uma utilização significativa dessa prática. Já quanto aos servidores técnico-

administrativos, foi verificada média x=2,0, significando baixa utilização da prática.

Incluindo-se a contagem dos dois grupos em conjunto, verifica-se que a média se

desloca para x=2,5, índice influenciado pelo valor médio baixo e o quantitativo maior

de servidores técnico-administrativos que responderam à pesquisa.

Tabela 14 – Participação em comunidades de prática (atividade institucional) Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,2 1,5 45% 2,0 1,1 53% 2,5 1,4 55%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Analisando-se a tabela 15, verifica-se haver forte heterogeneidade no

nível de uso dessa prática por parte dos servidores, fato descrito pelo coeficiente de

variação (CV) alto nas duas categorias (CVd=45%; CVa=53%), e mesmo no geral

(CVg=55%).

Observando-se, a partir da frequência de respostas, tem-se que 56% dos

professores utilizam com frequência essa prática, enquanto 30% nunca a utilizaram

ou não a utilizam há algum tempo. Já entre os servidores administrativos, verifica-se

que 70% não utilizam tal prática, enquanto 26% a utilizam com frequência.

Page 110: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

108

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

56%

15%30%

Docentes - questão 01

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

7%23%

70%

Administrativos - questão 01

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26% 20%

54%

Geral - Questão 01

Gráfico 16 – Participação em comunidades de prática (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No geral, verifica-se que 54% dos servidores possuem uma posição

negativa ([1]+[2]) em relação à participação em comunidades de prática, 20%

posição neutra ([3]) e 26% demonstram participar frequentemente ([4]+[5]).

Comparando-se os resultados dos servidores com os resultados obtidos

dos gestores, verifica-se haver compatibilidade, uma vez que foi relatado pelos

gestores que a prática já produz resultados importantes na instituição.

Ainda em relação às comunidades de prática, voltando-se para a

utilização da prática fora do ambiente institucional, foi verificada média de x=2,3,

enquanto os servidores mantiveram média x=2,1. Comparando-se com o resultado

relatado anteriormente, verifica-se que os docentes participam mais de comunidades

de prática relacionadas à sua atividade, enquanto os servidores técnico-

administrativos participam em mesmo nível.

Conforme se verifica na tabela 16, há dispersão alta nos resultados

obtidos, o que pode ser visto nos altos valores dos coeficientes de variação

(CVd=53%, CVa=59% e CVg=56%).

Tabela 15 – Participação em comunidades de prática (atividades externas) Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,3 1,2 53% 2,1 1,3 59% 2,2 1,2 56%

Fonte: pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Analisando-se, a partir da frequência das respostas, verifica-se que 63%

dos professores não participam, ou participaram há algum tempo, de comunidades

de prática não relacionadas à sua atividade funcional, enquanto 30% participam ao

Page 111: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

109

menos frequentemente. Em relação aos servidores técnico-administrativos, 66% não

participam e 26% participam com frequência, o que pode ser visualizado no gráfico

17.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%

7%

63%

Docentes - Questão 02

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

23%9%

67%

Administrativos - Questão 02

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%

9%

66%

Geral - Questão 02

Gráfico 17 – Participação em comunidades de prática fora da instituição (frequência – %) Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No geral, verifica-se que 66% dos servidores possuem uma posição

negativa ([1]+[2]) em relação à participação em comunidades de prática; 9%,

posição neutra ([3]); e 26% demonstram ter participação mais ativa ([4]+[5]), não

sendo comparados os presentes resultados com a pesquisa dos gestores do IFRN

por tratar-se de participação em prática de GC externa ao IFRN.

Em relação à prática fóruns / listas de discussão, verifica-se que a média

das respostas obtida entre os professores ficou em x=2,4, com coeficiente de

variação em CVg=47%, o que assinala um padrão de participação baixo nesse tipo

de prática de GC. Na média dos servidores técnico-administrativos, verifica-se que a

participação também é baixa, com média em x=2,1 e coeficiente de variação em

CVa=62%, o que demonstra uma heterogeneidade muito grande entre os

diferentes servidores técnico-administrativos que responderam à pesquisa,

em relação à participação em fóruns e listas de discussão. No geral, verifica-

se uma média em x=2,2, com coeficiente de variação em CVg=56%,

constatando-se, mais uma vez, a variabilidade das respostas obtidas,

significando dispersão nos níveis de participação na prática em referência.

Page 112: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

110

Tabela 16 – Participação em fóruns/listas de discussão Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,4 1,1 47% 2,1 1,3 62% 2,2 1,2 56%

Fonte: Pesquisa do autor realizada em mar./abr. 2010

Entre os professores, foi verificado que um percentual de 52% não utiliza

essa prática, enquanto 19% a usam com freqüência. Já em relação aos servidores

técnico-administrativos, verificou-se que 65% não a utilizam, enquanto 14% a usam

com frequência, o que pode ser visualizado no gráfico 18, abaixo.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%30%

52%

Docentes - Questão 03

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

14% 21%

65%

Administrativos - Questão 03

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

16%24%

60%

Geral - Questão 03

Gráfico 18 – Frequência de respostas para a questão 03 (em percentual), por categoria e geral Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No geral, verificou-se que 60% dos entrevistados não utilizam fóruns/listas

de discussão, enquanto 16% os utilizam com frequência.

Comparando-se com os resultados obtidos na pesquisa dos gestores,

verifica-se não haver compatibilidade, uma vez que os gestores relataram que a

prática fóruns/listas de discussão já está produzindo resultados importantes e

amplamente disseminadas no IFRN – Campus Mossoró, enquanto o nível de

participação frequente ficou em 16%.

Foi verificado entre os professores haver baixa participação em atividades

de mentoring, uma vez que a média obtida nesta categoria foi x=2,3, ficando abaixo

do valor neutro (x=3,0). Entre os servidores, há uma média maior (x=2,5), enquanto

no gera,l a média obtida foi de x=2,4. Quanto à dispersão, também é considerada

alta (CVa=50% contra CVd=62%; e CVg=54%), uma vez que todos ficaram acima de

50%.

Page 113: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

111

Tabela 17 – Participação em atividades de mentoring Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,3 1,4 62% 2,5 1,3 50% 2,4 1,3 54%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No gráfico 19, verifica-se que o percentual de professores que não

participam de atividades de mentoring é de 59%, enquanto 30% relataram participar

delas com frequência. Por outro lado, verifica-se que o nível de participação dos

servidores nessa prática é bem mais homogêneo, com número de servidores

semelhantes nas três categorias de participação (positiva – 40%, neutra – 35% e

negativa – 26%).

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%

11%

59%

Docentes - Questão 04

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%35% 40%

Administrativos - Questão 04

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

27% 26%

47%

Geral - Questão 04

Gráfico 19 – Participação em atividades de mentoring (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 47% de servidores que não participam

da prática referida, enquanto 27% participam ao menos com frequência de

atividades de mentoring e 47% dos servidores entrevistados nunca participaram ou

participaram há algum tempo.

Percebe-se não haver, também, compatibilidade entre os resultados

obtidos entre os gestores e os resultados das respostas dos servidores em relação à

prática de mentoring, uma vez que os gestores do IFRN – Campus Mossoró

relataram que a prática se encontra em fase de planejamento, não tendo alcance

algum, enquanto se verifica um nível de participação significativa (em 27%, no

geral).

Também na prática de coaching, a exemplo da anteriormente analisada,

verifica-se que a média obtida nas respostas dos servidores é maior que a média

obtida entre os docentes (x=2,0 entre os professores; x=2,3 entre os administrativos;

Page 114: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

112

e x=2,2 no geral), podendo-se constatar também que os servidores técnico-

administrativos possuem nível maior de participação em práticas de coaching,

sendo, igualmente, mais homogêneas as respostas em torno da média obtida entre

os servidores (CVa=56% contra CVd=65%; e CVg=59%).

Tabela 18 – Participação em atividades de coaching Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,0 1,3 65% 2,3 1,3 56% 2,2 1,3 59%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Analisando-se através da frequência, verifica-se que 59% dos professores

e 51% dos técnico-administrativos não participam de atividades de coaching,

enquanto 15% dos professores e 19% dos técnico-administrativos participam com

frequência, o que pode ser visto no gráfico 20.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

15%26%

59%

Docentes - Questão 05

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

21%28%

51%

Administrativos - Questão 05

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%27%

54%

Geral - Questão 05

Gráfico 20 – Participação em atividades de coaching (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 13% dos servidores pesquisados que

participam ao menos com frequência de atividades de coaching, enquanto 54% dos

servidores entrevistados nunca participaram ou participaram há algum tempo.

Na pesquisa realizada com os gestores, a prática de coaching foi

assinalada como não havendo planos para a implantação no IFRN – Campus

Mossoró, não havendo, por conseguinte, qualquer alcance, segundo respostas dos

gestores.

Analisando o quadro geral no gráfico 20, revelando que 19% dos

entrevistados participam com frequência de atividades de coaching, constata-se não

haver compatibilidade entre as respostas dadas pelos gestores e pelos servidores.

Page 115: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

113

Quanto à prática de educação corporativa por parte dos servidores, a

partir de ações realizadas pela administração do IFRN, foi observado que, entre os

professores, foi obtida média x=2,0, enquanto entre os servidores administrativos, a

média obtida foi de x=2,4, com participação maior destes em relação àqueles. Tabela 19 – Participação na prática de educação corporativa Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,0 1,2 62% 2,4 1,4 56% 2,3 1,3 59%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Constata-se que, entre os servidores administrativos, 56% não participam

de atividades de educação corporativa, enquanto 26% relataram participar delas

com frequência. Já entre os professores, foi verificado que 78% não participam

dessas atividades, enquanto 19% participam delas com frequência. O gráfico 21

apresenta os resultados.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%4%

78%

Docentes - Questão 06

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26% 19%

56%

Administrativos - Questão 06

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

23%13%

64%

Geral - Questão 06

Gráfico 21 – Participação na prática de educação corporativa (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 23% dos servidores pesquisados que

participam ao menos com frequência de atividades de educação corporativa,

enquanto 64% dos servidores entrevistados nunca participaram ou participaram

delas há algum tempo (respostas [1]+[2]).

Na pesquisa realizada com os gestores, a prática de educação

corporativa foi assinalada como amplamente disseminada, quanto ao alcance, e já

produzindo resultados importantes. Constata-se a inconsistência das respostas

dadas pelos gestores quando comparadas com os resultados obtidos entre os

servidores, uma vez que somente 23% destes relataram participar com frequência

Page 116: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

114

de atividades desse tipo, enquanto 64% afirmaram nunca haver participado, ou

participado há algum tempo.

Assim como nas práticas anteriormente analisadas, verifica-se um nível

maior de participação dos servidores administrativos, o que se constata a partir da

média dos resultados assinalados (x=2,5 dos professores contra x=2,6 dos

administrativos e x=2,5 no geral). Da mesma forma, percebe-se mais uniformidade

nas respostas dadas pelos administrativos, o que pode ser verificado através do

coeficiente de variação (CVd=53%; CVa=46% e CVg=49%). Tabela 20 – Participação na prática de universidade corporativa Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,5 1,3 53% 2,6 1,2 46% 2,5 1,2 49%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Quanto à análise da frequência, verifica-se que 56% dos professores e

47% dos servidores administrativos não participam de atividades de universidade

corporativa, enquanto 26% dos professores e 20% dos administrativos participam

delas com frequência. É o que se depreende do gráfico 22.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%19%

56%

Docentes - Questão 07

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

28% 26%

47%

Administrativos - Questão 07

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

27% 23%

50%

Geral - Questão 07

Gráfico 22 – Prática de universidade corporativa (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 27% dos servidores pesquisados que

participam ao menos com frequência de atividades de educação corporativa,

enquanto 50% dos servidores entrevistados nunca participaram ou participaram

delas há algum tempo (respostas [1]+[2]).

Na pesquisa realizada com os gestores, a prática de universidade

corporativa foi assinalada como não estando nos planos para implantação, não

Page 117: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

115

havendo qualquer tipo de alcance na instituição, o que se revela divergente dos

resultados aqui obtidos, uma vez que se constata que 27% dos servidores

pesquisados participam com frequência de atividades de universidade corporativa.

Como resultado da pesquisa quanto à documentação do conhecimento

adquirido em atividades de educação continuada por parte dos servidores, verificou-

se um nível maior de interesse dos servidores administrativos na efetivação dessa

prática no IFRN, o que se constata a partir da média dos resultados assinalados

(x=2,5 dos professores contra x=2,6 dos administrativos e x=2,5 no geral). Da

mesma forma, percebe-se mais uniformidade nas respostas dadas pelos

administrativos, o que pode ser verificado através do coeficiente de variação

(CVd=53%; CVa=46% e CVg=49%). Tabela 21 – Disponibilização de conhecimentos adquiridos Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

1,7 1,0 61% 2,3 1,6 70% 2,1 1,4 69%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

O destaque para as respostas à presente questão reside no fato de que a

grande maioria dos investigados (71% no geral) não promovem a documentação dos

conhecimentos obtidos em atividades de capacitação, não havendo elaboração de

relatórios ou outros documentos hábeis a tornar o conhecimento explícito. Na

categoria de professores, o percentual dos que não elaboram tais documentos é

maior que na de servidores administrativos (81% contra 65%), conforme gráfico 23,

a seguir.

Page 118: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

116

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

11% 7%

81%

Docentes - Questão 08

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%9%

65%

Administrativos - Questão 08

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

20%9%

71%

Geral - Questão 08

Gráfico 23 – Disponibilização de conhecimentos adquiridos (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 20% dos servidores pesquisados que

procuram relatar os conhecimentos vistos em atividades de capacitação (respostas

[4]+[5]), enquanto 71% não apresentam essa preocupação (respostas [1]+[2]).

Na prática denominada de narrativas, percebe-se uma participação maior

por parte dos professores (x=2,6 dos professores contra x=1,9 dos administrativos;

x=2,2 no geral). Em relação à dispersão, o grupo dos professores apresenta

coeficiente de variação menor (CVd=49%; CVa=59% e CVg=57%). Tabela 22 – Participação na prática narrativas Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,6 1,3 49% 1,9 1,1 59% 2,2 1,2 57%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Conforme visualizado no gráfico 24, a seguir, 72% dos servidores

administrativos não utilizam a prática narrativas, enquanto 41% dos professores

também não a praticam. Verifica-se ainda que 33% dos professores praticam-na

com frequência, enquanto que 12% dos servidores administrativos o fazem com

frequência.

Page 119: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

117

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

33%26%

41%

Docentes - Questão 09

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

12% 16%

72%

Administrativos - Questão 09

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

20% 20%

60%

Geral - Questão 09

Gráfico 24 – Participação na prática narrativas (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, tem-se um percentual de 20% dos servidores pesquisados que

participam de atividades relacionadas a essa prática (respostas [4]+[5]), enquanto

60% não participam delas (respostas [1]+[2]).

Quando analisado em relação aos professores, esse resultado revela

certa compatibilidade com as respostas fornecidas pelos gestores, que responderam

que a prática já está implantada e produz resultados importantes (resposta [4]) e que

está amplamente disseminada. No caso, isso se comprova entre os professores, que

responderam haver grande participação nesse tipo de atividade, mas, em relação

aos servidores administrativos, a adesão é baixa.

Analisando-se, por sua vez, se os servidores procuram disseminar o

conhecimento apreendido em atividades de capacitação continuada, utilizando a

prática narrativas, foi verificada média x=1,7 entre os professores, e x=1,9 entre os

servidores administrativos, revelando baixo nível de implantação por parte destes. Tabela 23 – Realização de prática narrativas Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

1,7 1,1 61% 1,9 1,2 62% 1,9 1,1 62%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

O percentual de servidores, em ambas as categorias estudadas, que

nunca participaram ou que participaram, mas há algum tempo (respostas [1]+[2]) é

muito alto (70% de professores; 74% de servidores; 73% no geral), significando que

o desenvolvimento da prática narrativas, mesmo quando o servidor recebe incentivo

da instituição para planos de capacitação, é alto. Percebe-se também que o

percentual de servidores que participam sempre ou frequentemente (respostas

Page 120: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

118

[4]+[5]) dessa prática é bem modesto (7% de professores; 14% de servidores; 11%

no geral), havendo, entretanto, maior participação dos servidores técnico-

administrativos.

Verifica-se haver inconsistência entre as respostas dadas pelos

professores às questões 09 e 10, que abordam a mesma prática, sendo que, no

quesito 09, 33% dos professores afirmaram participar sempre ou frequentemente

dessa prática, enquanto que, em relação à questão 10, somente 7%.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

7%22%

70%

Docentes - Questão 10

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

14% 12%

74%

Administrativos - Questão 10

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

11% 16%

73%

Geral - Questão 10

Gráfico 25 – Realização da prática narrativas (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

As práticas relativas à gestão de pessoas apresentam, de forma

significativa, resultados negativos quanto a participação, integração e iniciativas

relacionadas a elas por parte dos servidores, concluindo-se, portanto, que, apesar

de estarem numa posição favorável quanto ao estágio e ao alcance no nível

estratégico da instituição, não há consenso nas respostas das duas categorias

avaliadas.

4.3.2.2 Práticas associadas a processos facilitadores da GC

Em relação à prática benchmarking interno/externo, foi verificado que a

média geral obtida de todas as respostas foi de x=2,1, contra x=2,2 dos docentes, x

=2,0 dos técnico-administrativos. O coeficiente de variação (CV), em torno de 62%, é

muito alto, o que indica uma grande variação das respostas em relação à média

especificada em cada caso.

Page 121: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

119

Tabela 24 – Prática benchmarking interno/externo Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,2 1,4 62% 2,0 1,2 63% 2,1 1,3 62%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Os resultados que podem ser vistos no gráfico 26, abaixo, revelam que

59% dos docentes e 72% dos servidores técnico-administrativos não trabalham com

benchmarking interno/externo, enquanto 26% dos professores e 19% dos

administrativos o fazem com freqüência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%15%

59%

Docentes - Questão 11

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%9%

72%

Administrativos - Questão 11

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

21%11%

67%

Geral - Questão 11

Gráfico 26 – Prática benchmarking interno/externo (percentual - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se que 67% dos servidores entrevistados não praticam o

benchmarking, enquanto 21% o praticam com frequência.

Há compatibilidade parcial com os resultados obtidos dos gestores, pois a

prática benchmarking foi relatada como amplamente disseminada na instituição,

inclusive como já produzindo resultados relevantes.

As melhores práticas apresentam nível de adoção maior entre os

servidores, tanto docentes quanto técnico-administrativos. É o que se depreende

dos valores de média nas duas categorias e na tabela 38, abaixo, podendo-se

observar que os docentes assinalaram como média o valor x=3,6, os administrativos

x=3,5, enquanto, no geral, x=3,5. Percebe-se, ainda, que a dispersabilidade é

considerada baixa (CVd=34% professores; CVa=34% administradores; CVg=35%

geral) quando comparada com os valores constatados nas demais práticas

avaliadas.

Page 122: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

120

Tabela 25 – Participação em melhores práticas Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,6 1,2 34% 3,5 1,2 36% 3,5 1,2 35%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Dos resultados visualizados no gráfico 27, percebe-se que 74% dos

docentes participam com frequência da referida prática, enquanto 15% relataram

não participar dela. Já entre os servidores administrativos, foram verificados valores

menores de participação frequente, com percentual de 58%, enquanto 19%

relataram não participar dela.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%74%

11% 15%

Docentes - Questão 12

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

58%

23% 19%

Administrativos - Questão 12

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

64%

19% 17%

Geral - Questão 12

Gráfico 27 – Participação em melhores práticas (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, observa-se que 64% dos servidores relataram participar com

frequência dessa prática, enquanto 17% não participam dela.

Quanto a essa prática, há compatibilidade entre as respostas obtidas dos

servidores e aquelas obtidos dos gestores do IFRN, uma vez que estes indicaram

estar com a prática implantada (resposta [3]) e obtendo resultados no âmbito de uma

divisão ou diretoria.

Analisando a utilização de melhores práticas por parte dos servidores, a

partir da documentação das atividades desenvolvidas, verificou-se haver uma

redução em relação à questão anterior (x=2,2 professores; x=2,2 administrativos;

x=2,2 geral), com coeficiente de variação maior (CVd =57% professores; CVa =58%

administrativos; CVg =57% geral).

Page 123: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

121

Tabela 26 – Documentação de melhores práticas

Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,2 1,3 57% 2,2 1,3 58% 2,2 1,3 57%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Já no gráfico 28, a seguir, percebe-se que 56% dos professores não

realizam a documentação das melhores práticas, enquanto somente 19% realizam

essa documentação. Entre os servidores, 63% não praticam a documentação de

melhores práticas, contra 19% que o fazem com frequência. Os resultados, quando

confrontados com os do quesito anterior, revelam que os servidores buscam a

identificação e a difusão das melhores práticas, ao tempo em que não se preocupam

em documentar as melhores práticas quando desenvolvidas por si mesmos.

A adoção de melhores práticas, conforme Figueiredo (2005, p. 205),

“depende de visão estratégica, de foco nos objetivos de negócios e de gerentes com

humildade suficiente para aceitar que têm muito o que aprender com os outros”.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19% 22%

56%

Docentes - Questão 13

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

19% 19%

63%

Administrativos - Questão 13

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19% 20%

60%

Geral - Questão 13

Gráfico 28 – Documentação de melhores práticas (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, 60% dos servidores entrevistados não realizam a documentação

das melhores práticas, enquanto 19% a realizam com freqüência.

Ainda assim, analisa-se que esse resultado está ainda compatível com a

resposta dada pelos gestores em sua pesquisa, que indicaram estar com a prática

implantada (resposta [3]) e obtendo resultados no âmbito de uma divisão ou

diretoria.

Para a prática de mapeamento ou auditoria do conhecimento, verificou-se

que a média ficou um pouco abaixo do valor central da escala de medida (3,0),

obtendo-se x=2,3 entre os professores, x=2,5 entre os administrativos e x=2,5 no

Page 124: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

122

geral, com coeficiente de variação CVd =50% para professores, CVa =60%

administrativos e CVg =59% no geral, o que demonstra a heterogeneidade

(dispersabilidade) das respostas obtidas.

Tabela 27 – Participação em mapeamento ou auditoria do conhecimento Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,3 1,2 50% 2,5 1,5 60% 2,5 1,4 56%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Na categoria dos professores, foi verificado que 52% não praticam a

prática de mapeamento ou auditoria do conhecimento, enquanto 19% praticam-no

com frequência. Dentre os servidores administrativos, 53% não o praticam, enquanto

27% o fazem com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%26%

52%

Docentes - Questão 14

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

33%

12%

53%

Administrativos - Questão 14

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

27%17%

53%

Geral - Questão 14

Gráfico 29 – Participação em mapeamento ou auditoria do conhecimento (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, constata-se que 53% dos servidores entrevistados relataram

não utilizar a prática em questão, enquanto 27% relataram utilizá-la com frequência.

Pode-se dizer que há compatibilidade com o que foi respondido pelos

gestores na pesquisa realizada, uma vez que estes assinalaram que a prática está

implantada ou em fase de planejamento e que possui adoção restrita no IFRN –

Campus Mossoró.

Quanto ao banco de competências individuais/organizacionais, foi

verificado que a média ficou um pouco abaixo do valor central da escala de medida

(3,0), obtendo-se x=2,4 entre os professores, x=2,5 entre os administrativos e x=2,5

no geral, com coeficiente de variação CVd=59% para professores, CVa=56%

administrativos e CVg=56% no geral, o que demonstra a heterogeneidade

(dispersabilidade) das respostas obtidas.

Page 125: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

123

Para Silva, Soffner e Pinhão (2007, p. 195), o mapeamento do

conhecimento “trata de procurar na empresa a locação, a propriedade, o valor e o

uso dos artefatos do conhecimento, com a finalidade de se aprender as funções e o

expertise das pessoas”. Portanto, mapear é avaliar o conhecimento das

organizações através da catalogação dos seus recursos intelectuais, utilizando para

isso os conhecimentos tácito, explícito, individual e coletivo.

Tabela 28 – Participação em prática banco de competências individuais/organizacionais Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,4 1,4 59% 2,5 1,4 56% 2,5 1,4 56%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No gráfico 30, verifica-se que 56% dos professores e 51% dos servidores

técnico-administrativos não realizam a referida prática, enquanto 30% dos

professores e 30% dos técnico-administrativos realizam-na com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%

11%

56%

Docentes - Questão 15

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%19%

51%

Administrativos - Questão 15

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%16%

53%

Geral - Questão 15

Gráfico 30 – Banco de competências individuais/organizacional (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, constata-se que 30% dos servidores entrevistados relataram

realizar com frequência atividades relacionadas à referida prática (respostas [4]+[5]),

obtendo-se um percentual de 30% de respostas positivas, enquanto 53% relataram

nunca tê-la realizado nesta forma, ou já tê-la praticado, mas há algum tempo

(respostas [1]+[2]).

A compatibilidade verificada, quando comparada com as respostas dos

gestores, é de caráter parcial, uma vez que estes adotaram posição diferenciada em

relação às práticas de banco de competências individuais e banco de competências

organizacionais, constando este como estando em fase de implantação (resposta [2]

do questionário dos gestores), com alcance em uma divisão ou departamento,

Page 126: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

124

enquanto aquele (banco de competências individuais) foi assinalado pelos gestores

como planejada (resposta [1]), não havendo qualquer alcance na instituição.

Em relação à utilização da prática de sistema de gestão por

competência/banco de competências organizacionais, verificou-se que a média ficou

abaixo do valor central da escala de medida (3,0), obtendo-se x=2,5 entre os

professores, x=2,1 entre os administrativos e x=2,3 no geral, com coeficiente de

variação CVd =56% para professores, CVa =61% administrativos e CVg =59% no

geral, o que demonstra a heterogeneidade (dispersabilidade) das respostas obtidas.

Tabela 29 – Sistema de gestão por competência (participação) Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,5 1,4 56% 2,1 1,3 61% 2,3 1,3 59%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No gráfico 31, a seguir, observa-se que 52% dos professores e 58% dos

servidores administrativos não participam da prática no IFRN, enquanto 30% dos

professores e 16% dos técnico-administrativos realizam-na com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%15%

52%

Docentes - Questão 16

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

16%23%

58%

Administrativos - Questão 16

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

21% 20%

56%

Geral - Questão 16

Gráfico 31 – Frequência de respostas para a questão 16 (em percentual), por categoria e geral Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se que 56% dos entrevistados não participam de

atividades relacionadas a banco de competências individuais ou organizacionais,

enquanto 21% participam delas com frequência, sendo essa prática mais difundida

entre os professores.

Verifica-se compatibilidade parcial dos resultados obtidos entre os

servidores em relação àqueles obtidos na pesquisa realizada com os gestores, uma

vez que estes responderam estar essa prática implantada e já produzindo resultados

Page 127: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

125

importantes, enquanto, em relação ao alcance, responderam encontrar-se

amplamente disseminada na instituição.

Para a prática conhecida como memória organizacional, entre os

servidores, obteve-se a menor média dentre todas as práticas analisadas,

constatando-se média de x=2,3 entre os professores, x=1,8 entre os administrativos

e x=2,0 no geral, com coeficiente de variação CVd =55% para professores, CVa

=60% administrativos e CVg =59% no geral.

Tabela 30 – Participação na prática memória organizacional Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,3 1,3 55% 1,8 1,1 60% 2,0 1,2 59%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Também se verifica maior participação dos professores nas atividades

ligadas a essa prática, conforme se vê no gráfico 32, abaixo, tendo sido obtido um

percentual de 52% de professores que não a praticam, e de 19% dos que a praticam

com frequência. Dentre os servidores administrativos, verifica-se que 70% não a

praticam e 9% o fazem com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19%30%

52%

Docentes - Questão 17

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

9%19%

70%

Administrativos - Questão 17

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

13%23%

63%

Geral - Questão 17

Gráfico 32 – Participação na prática memória organizacional (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se que somente 13% dos servidores entrevistados

relataram realizar atividades relacionadas à referida prática (respostas [4]+[5]), com

percentual de 63% de respostas negativas (respostas [1]+[2]).

Há discordância entre esse resultado e as respostas obtidas pelos

gestores em relação à prática de memória organizacional, uma vez que foi

respondido pelos gestores que a prática já está implantada, produz resultados

importantes e ainda que está amplamente disseminada na instituição, enquanto os

Page 128: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

126

servidores, tanto técnico administrativos quanto docentes, relataram baixo nível de

participação em atividades associadas a ela.

Ainda quanto à prática de memória organizacional, verificou-se que a

média dos professores em relação à disponibilização de conhecimento

organizacional ficou em x=2, com média x=2,4 entre os técnico-administrativos e

x=2,4 no geral, com coeficiente de variação CVd =55% para professores, CVa =54%

administrativos e CVg =54% no geral. Observa-se ainda que os valores de média e

de dispersão são homogêneos quando comparadas as duas categorias de

respondentes.

Tabela 31 – Memória organizacional – disponibilização do conhecimento Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,4 1,3 55% 2,4 1,3 54% 2,4 1,3 54%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Também se verifica igualdade (homogeneidade) no nível de participação

nas atividades ligadas à prática de memória organizacional, pois tanto professores

quanto servidores técnico-administrativos apresentaram percentual de respostas

positivas (respostas [4]+[5]) no valor de 26%, estando abaixo dos 50%, mas

permitindo deduzir haver acesso de todos às informações produzidas e aos meios

para explicitá-las. Já em relação às respostas de natureza negativas ([1]+[2]),

percebe-se que os técnico-administrativos apresentaram percentual bem maior (63%

contra 44% dos professores).

Page 129: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

127

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26% 30%44%

Docentes - Questão 18

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%9%

63%

Administrativos - Questão 18

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26%17%

56%

Geral - Questão 18

Gráfico 33 – Memória organizacional – disponibilização do conhecimento (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Também se constata percentual de 26% de participação frequente em

atividades desse tipo (respostas [4]+[5]), com 56% de respondentes que nunca

participaram delas ou participaram, mas não recentemente (respostas [1]+[2]).

Em relação a esse quesito, percebe-se não haver conformidade com as

respostas fornecidas pelos gestores, uma vez que, conforme já relatado

anteriormente, foi respondido que a prática já está implantada, produz resultados

importantes e está amplamente disseminada na instituição, enquanto os servidores,

tanto técnico administrativos quanto docentes, relataram baixo nível de participação

em atividades associadas a esta prática.

Em relação aos sistemas de inteligência empresarial, verificou-se média

elevada nos dois segmentos, obtendo-se média de x=3,3 entre os professores,

x=3,3 entre os administrativos e x=3,3 no geral, com coeficiente de variação CVd

=47% para professores, CVa =43% administrativos e CVg =45% no geral. Observa-

se ainda que os valores de média e de dispersão são homogêneos quando

comparadas as duas categorias de respondentes.

Tabela 32 – Participação em sistemas de inteligência empresarial Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,3 1,5 47% 3,3 1,4 43% 3,3 1,5 45%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Entre os professores, verificou-se percentual de 59% de participação

frequente na prática, contra 53% entre os servidores administrativos, conforme se

observa do gráfico 24, abaixo.

Page 130: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

128

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

59%

11%

30%

Docentes - Questão 19

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

53%

16%30%

Administrativos - Questão 19

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

56%

14%30%

Geral - Questão 19

Gráfico 34 – Participação em sistemas de inteligência empresarial (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se um nível de participação frequente (respostas [4]+[5])

em 56% dos servidores que responderam à pesquisa, enquanto que 30%

responderam que nunca participaram ou participaram, mas já há algum tempo

(respostas [1]+[2])

Em relação a esse quesito, percebe-se compatibilidade com as respostas

fornecidas pelos gestores, já que foi relatado estar a prática em fase de implantação,

e com alcance no âmbito de uma diretoria ou departamento.

Como última prática ligada a processos facilitadores da GC, a gestão do

capital intelectual / ativos intangíveis, verificou-se baixo nível de participação por

parte dos servidores, com média de x=1,7 entre os professores, x=1,5 entre os

administrativos e x=1,6 no geral, com coeficiente de variação CVd =78% para

professores, CVa =66% administrativos e CVg =71% no geral. Observa-se ainda que

os valores de média e de dispersão são próximos quando comparadas as duas

categorias de respondentes.

Tabela 33 – Gestão do capital intelectual / ativos intangíveis Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

1,7 1,3 78% 1,5 1,0 66% 1,6 1,1 71%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Verifica-se ser essa uma das práticas com níveis mais baixos de

participação dos servidores, sendo observado que 78% dos professores e 79% dos

Page 131: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

129

administrativos não a praticam, enquanto somente 15% dos professores e 9% dos

administrativos a praticam com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

15%7%

78%

Docentes - Questão 20

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

9% 9%

79%

Administrativos - Questão 20

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

11% 9%

79%

Geral - Questão 20

Gráfico 35 – Gestão do capital intelectual / ativos intangíveis (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No geral, verifica-se um nível de participação frequente (respostas [4]+[5])

em 11% dos servidores que responderam à pesquisa, enquanto 79% relatam que

nunca participaram dela ou participaram, mas já há algum tempo (respostas [1]+[2])

Há compatibilidade entre esses resultados e as respostas obtidas na

pesquisa realizada com os gestores, uma vez que estes responderam que a prática

de gestão do capital intelectual está em fase de implantação, com alcance restrito no

âmbito de um departamento ou divisão.

As práticas relativas a mapeamento do conhecimento, banco de

competências, sistema de gestão por competências, memória organizacional ,

gestão do capital intelectual envolvem ações voltadas para a forma de criação,

armazenamento, transferência e gerenciamento do conhecimento, consideradas

etapas que delineiam o processo de gestão do conhecimento. Nesse contexto, o

desenvolvimento de tais práticas nas organizações ainda é pouco frequente, tendo

em vista elas não serem gerenciadas de forma interligada com a finalidade de

melhorar o desempenho organizacional. Assim, “é necessário que haja um sistema

de gestão do conhecimento que alinhe as práticas com a missão, a visão de futuro e

as estratégias organizacionais” (ÁVILA; FREITAS JÚNIOR, 2008, p.76).

Page 132: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

130

4.3.2.3 Práticas associadas ao suporte tecnológico da gestão do conhecimento

Quanto às ferramentas de colaboração, foram verificadas médias altas,

com valor de x=3,6 entre os professores, x=3,3 entre os administrativos e x=3,4 no

geral, com coeficiente de variação CVd=34% para professores, CVa=46%

administrativos e CVg =42% no geral, constatando-se, em relação às demais

práticas, índice de dispersão considerado pequeno. Observa-se ainda que os

valores de média e de dispersão são próximos quando comparadas as duas

categorias de respondentes, destacando-se maior nível de participação dos

professores.

Tabela 34 – Participação em ferramentas de colaboração / portais / intranet Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,6 1,2 34% 3,3 1,5 46% 3,4 1,4 42%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

No gráfico 36, fica ainda mais visível o nível de participação dos

servidores nesse tipo de prática de GC, sendo que 63% dos professores e 53% de

servidores administrativos relataram utilizá-las com frequência, enquanto 15% dos

professores e 28% dos servidores administrativos não a utilizam.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

63%

22%15%

Docentes - Questão 21

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

53%

19%28%

Administrativos - Questão 21

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

57%

20% 23%

Geral - Questão 21

Gráfico 36 – Participação em ferramentas de colaboração / portais / intranet (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se um nível de participação frequente em 57% dos

servidores que responderam à pesquisa, enquanto 23% relataram que não

participam dela.

Page 133: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

131

Verifica-se haver compatibilidade entre o resultado e as respostas obtidas

na pesquisa com os gestores do IFRN, que relataram estar a prática implantada e

produzindo resultados relevantes, com disseminação ampla na instituição.

Em relação aos sistemas de workflow, observa-se valor de média x=3,0

entre os professores, x=3,5 entre os administrativos e x=3,3 no geral, com

coeficiente de variação CVd=56% para professores, CVa=43% administrativos e CVg

=48% no geral. Observa-se ainda que os valores de média e de dispersão são

próximos quando comparadas as duas categorias de respondentes, destacando-se

maior nível de participação dos servidores administrativos nesse tipo de prática.

Tabela 35 – Utilização de sistemas de workflow Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,0 1,7 56% 3,5 1,5 43% 3,3 1,6 48%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Observa-se, no gráfico 37, a seguir, que o nível de participação dos

servidores nessa prática também é elevado, com 48% de participação frequente

entre os professores, 58% entre os servidores administrativos e 54% de participação

frequente quando avaliados todos em conjunto. As respostas que evidenciam

participação baixa ou nula correspondem a 37% entre os professores e a 21% entre

os técnico-administrativos.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

48%

15%

37%

Docentes - Questão 22

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

58%

21% 21%

Administrativos - Questão 22

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

54%

19%27%

Geral - Questão 22

Gráfico 37 – Utilização de sistemas de workflow (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se um nível de participação frequente em 54% dos

servidores que responderam à pesquisa, enquanto 27% relatam não participar dela.

Verifica-se também haver compatibilidade entre a pesquisa realizada com os

servidores e as respostas obtidas dos gestores do IFRN, que relataram estar a

Page 134: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

132

prática implantada e produzindo resultados relevantes, com disseminação ampla na

instituição, conforme relato anterior da pesquisa dos gestores.

Para a prática de gestão de conteúdo, também foi verificado alto índice de

participação, verificando-se média x=3,6 entre os professores e os servidores,

repetindo-se esse valor na média geral, quando agrupadas as informações das duas

categorias, com coeficiente de variação CVd=34% para professores, CVa=40%

administrativos e CVg =38% no geral, o que é considerado baixo em relação às

dispersões já analisadas anteriormente.

Tabela 36 – Prática de gestão do conteúdo Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

3,6 1,2 34% 3,6 1,4 40% 3,6 1,3 38%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

O nível de participação dos servidores nessa prática é elevado, com 63%

de participação frequente entre os professores, contra 60% entre os servidores

administrativos, perfazendo o valor de 61% de participação frequente quando

avaliados todos em conjunto. As respostas negativas, que evidenciam participação

baixa ou nula, correspondem a 15% entre os professores e a 19% entre os técnico-

administrativos.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

63%

22%15%

Docentes - Questão 23

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

60%

21% 19%

Administrativos - Questão 23

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

61%

21% 17%

Geral - Questão 23

Gráfico 38 – Prática de gestão de conteúdo (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se um nível de participação frequente em 61% dos

servidores que responderam à pesquisa, enquanto 17% relataram que não

participam da prática.

As respostas aqui obtidas são incompatíveis, de maneira absoluta, com

os resultados da pesquisa realizada com os gestores, posto que estes responderam

Page 135: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

133

que não há sequer planos para a implantação dessa prática na instituição, o que

revela que, ou houve erro de interpretação por parte dos gestores, ou os servidores

estão realizando a prática por conta própria, sem política institucionalizada por parte

do IFRN – Campus Mossoró.

Quanto à gestão eletrônica de documentos – GED, obteve-se uma média

x=2,4 entre os professores; x=2,9 entre os administrativos; e x=2,7 no geral, com

coeficiente de variação CVd=62% para professores, CVa=56% administrativos e CVg

=58% no geral. Verifica-se que os servidores técnico-administrativos apresentam

maior nível de participação nessa prática.

Tabela 37 – Participação na prática gestão eletrônica de documentos - GED Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,4 1,5 62% 2,9 1,6 56% 2,7 1,6 58%

Fonte: Pesquisa do autor

No gráfico 39, abaixo, verifica-se que há maior nível de participação dos

servidores administrativos, o que se observa do percentual de 42% de participação

frequente entre os servidores, contra 37% obtido entre os docentes, perfazendo o

valor de 40% de participação frequente quando avaliados todos em conjunto. Por

sua vez, 37% dos servidores administrativos relataram que não participam dela,

contra 52% de professores que também não a utilizam.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

37%

11%

52%

Docentes - Questão 24

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

42%

19%

37%

Administrativos - Questão 24

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

40%

16%

43%

Geral - Questão 24

Gráfico 39 – Participação na prática gestão eletrônica de documentos (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

No geral, verifica-se um nível de participação frequente em 40% dos

servidores que responderam à pesquisa, enquanto 43% relatam não participar da

referida prática.

Page 136: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

134

As respostas aqui obtidas são incompatíveis com os resultados da

pesquisa realizada com os gestores, posto que estes responderam também não

haver planos para a implantação dessa prática na instituição, o que revela que, ou

houve erro de interpretação por parte dos gestores, ou os servidores estão

realizando a prática por conta própria, sem política institucionalizada por parte do

IFRN – Campus Mossoró.

Quanto à prática de gerenciamento de relações com o cliente (customer

relationship manegement – CRM), obteve-se média x=2,3 entre os professores;

x=2,5 entre os administrativos; e x=2,4 no geral, com coeficiente de variação

CVd=54% para professores, CVa=62% administrativos e CVg =59% no geral.

Verifica-se que os servidores técnico-administrativos têm maior nível de participação

nessa prática.

Tabela 38 – Participação na prática CRM Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,3 1,3 54% 2,5 1,5 62% 2,4 1,4 59%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Verifica-se que essa prática apresenta nível baixo de participação dos

servidores no IFRN – Campus Mossoró, tanto por parte dos docentes quanto por

parte dos técnico-administrativos. Dentre os professores, foi verificado que 40% não

participam dela, ao contrário de 22% que relataram participar com frequência dessa

prática. Entre os servidores, foi verificado que 49% não a praticam, contra 28% que

relatam praticá-la com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

22% 26%

48%

Docentes - Questão 25

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

28% 23%

49%

Administrativos - Questão 25

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26% 24%

49%

Geral - Questão 25

Gráfico 40 – Participação na prática CRM (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Page 137: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

135

Verificou-se ainda que 49% de todos os servidores que participaram da

pesquisa relataram não realizar tal prática, enquanto 26% praticam-na com

frequência.

As respostas são parcialmente compatíveis com os resultados da

pesquisa realizada com os gestores, posto que estes responderam que a prática

está implantada no IFRN e produz resultados importantes, estando amplamente

disseminada na instituição, enquanto aqui se verifica participação dos servidores,

mas de forma ainda reduzida.

Foi verificada média x=2,2 entre os professores; x=2,3 entre os

administrativos; e x=2,3 quando juntos, quanto ao uso de ERP, com coeficiente de

variação CVd=63% para professores, CVa=59% administrativos e CVg =60% no

geral. Verifica-se maior nível de participação dos docentes em relação a essa prática

de GC.

Tabela 39 – Utilização de sistema enterprise resource planning - ERP Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,2 1,4 63% 2,3 1,4 59% 2,3 1,4 60%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

A participação frequente em práticas associadas ao ERP é maior entre os

servidores docentes. Destes, 52% relataram que não utilizam esse tipo de sistema,

enquanto 30% relataram utilizá-lo com frequência. Dentre os servidores técnico-

administrativos, verificou-se que 51% não utilizam ERP, enquanto 26% relataram

utilizam-no com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30%15%

52%

Docentes - Questão 26

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

23% 26%

51%

Administrativos - Questão 26

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

26% 21%

51%

Geral - Questão 26

Gráfico 41 – Utilização de sistema enterprise resource planning – ERP (freqüência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Page 138: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

136

Considerando-se em conjunto todos os respondentes, verifica-se um nível

de utilização frequente em 26% dos servidores, enquanto 51% relatam que não

utilizam sistema ERP.

As respostas são parcialmente compatíveis com os resultados da

pesquisa realizada com os gestores, posto que estes responderam que a prática

está implantada no IFRN e produz resultados importantes, estando amplamente

disseminada na instituição, enquanto aqui se verifica participação dos servidores,

mas ainda em percentual reduzido.

O nível de utilização das práticas de balanced scorecard –BSC, e de key

performance indicators – KPI (indicadores chave de desempenho) é considerado

baixo, tendo-se verificado média x=1,5 entre os professores; x=1,7 entre os

administrativos; e x=1,6 quando juntos, com coeficiente de variação CVd=62% para

professores, CVa=71% administrativos e CVg =68% no geral, o que demonstra

grande dispersão nas respostas obtidas. Verifica-se nível um pouco maior de

participação dos administrativos em relação a essa prática de GC.

Tabela 40 – Utilização de BSC e KPI Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

1,5 0,9 62% 1,7 1,2 71% 1,6 1,1 68%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Verifica-se que 74% dos professores e 77% dos servidores técnico-

administrativos não utilizam essas práticas, enquanto 4% dos professores e 9% dos

administrativos relatam utilizá-las com frequência, conforme visualizado no gráfico

42.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

4%19%

74%

Docentes - Questão 27

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

9% 14%

77%

Administrativos - Questão 27

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

7%16%

76%

Geral - Questão 27

Gráfico 42 – Utilização de BSC e KPI (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Page 139: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

137

Considerando-se em conjunto todo o grupo, verifica-se um nível de

participação frequente estabelecido em 7% dos servidores, sendo o menor em toda

a pesquisa, enquanto 76% relatam que não participam dessa prática.

As respostas também são totalmente incompatíveis com os resultados da

pesquisa realizada com os gestores, uma vez que, naquela pesquisa, foi relatado

que as duas práticas encontram-se implantadas no IFRN, com resultados

importantes já observados. Da mesma forma, quanto ao alcance, os gestores

relataram que, na instituição, há disseminação ampla das duas práticas incluídas na

questão 27.

Quanto à utilização de Sistemas de Suporte à Decisão (SSD), foi obtida

média de participação de docentes em x=2,0; com x=2,0 também entre os

administrativos, verificando-se mesma média para todo o grupo. O coeficiente de

variação ficou CVd=65% para professores, CVa=77% administrativos e CVg =72% no

geral, o que demonstra grande dispersão nas respostas obtidas.

Tabela 41 – Utilização de sistemas de suporte à decisão – SSD Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,0 1,3 65% 2,0 1,5 77% 2,0 1,4 72%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Verifica-se, no gráfico 43, a seguir, que 59% dos professores relataram

não utilizar esse tipo de sistema, enquanto 19% utilizam-no com frequência. Quanto

aos servidores técnico-administrativos, foi verificado que 70% não utilizam SSD,

enquanto 21% relataram utilizá-los com frequência.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

19% 19%

59%

Docentes - Questão 28

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

21%9%

70%

Administrativos - Questão 28

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

20% 13%

66%

Geral - Questão 28

Gráfico 43 – Utilização de sistemas de suporte à decisão – SSD (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Page 140: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

138

Ao todo, 66% dos servidores entrevistados relataram não utilizar sistemas

de suporte à decisão, enquanto 20% afirmaram utilizá-los com frequência.

As respostas também são parcialmente compatíveis com os resultados da

pesquisa realizada com os gestores, uma vez que, naquela pesquisa, foi relatado

que as duas práticas encontram-se implantadas no IFRN, com resultados

importantes já observados. Da mesma forma, quanto ao alcance, os gestores

relataram que há ampla disseminação de SSD na instituição.

Foi verificado que os professores apresentaram média de 2,1 na

utilização de sistemas data mining, com variação (CV) de 63%, enquanto os

administrativos apresentaram média de 2,7, com variação de 59%. Na média geral,

obteve-se 2,5, com 61% de variação.

Tabela 42 – Utilização de sistemas data mining Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,1 1,4 63% 2,7 1,6 59% 2,5 1,5 61%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Em relação à frequência, verificou-se que 59% dos professores e 47%

dos servidores técnico-admministativos não utilizam sistemas data mining, enquanto

22% dos professores e 33% dos servidores administrativos relataram utilizá-los com

frequência. Os dados podem ser melhor visualizados no gráfico 44.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

22% 19%

59%

Docentes - Questão 29

[4]+[5] [3] [1]+[2]0%

20%

40%

60%

80%

100%

33%21%

47%

Administrativos - Questão 29

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

29%20%

51%

Geral - Questão 29

Gráfico 44 – Utilização de sistemas data mining (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Considerando-se, em conjunto, todos os respondentes, verifica-se que

51% não utilizam esse tipo de sistema informatizado, enquanto 29% relataram

utilizá-lo com frequência.

Page 141: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

139

Na pesquisa direcionada aos gestores, para essa prática, foi assinalado

que está planejada para o futuro, o que significa não haver, ao menos como política

institucionalizada, a prática em operação, estando os servidores a participar dessas

atividades associadas de forma espontânea.

Para a prática data warehouse, verificou-se que a média das respostas

fornecidas pelos professores ficou em x=2,7, enquanto os administrativos

apresentaram média x=2,6, constatando-se média x=2,65 no geral. Os coeficientes

de variação (CVd=52%; CVd=60%; CVd=57%) demonstram índice alto de dispersão

das respostas em relação à média.

Tabela 43 – Utilização de sistemas data warehouse Docentes Administrativos Geral Média Desvio CVd Média Desvio CVa Média Desvio CVg

2,7 1,4 52% 2,6 1,6 60% 2,6 1,5 57%

Fonte: Pesquisa do autor, realizada em mar./abr. 2010

Verifica-se, no gráfico 45, adiante, que 41% dos professores não utilizam

sistema warehouse, enquanto 37% relataram utilizá-lo com frequência. Já entre os

servidores administrativos, verificou-se que 47% não o utilizam, contra 30% que o

fazem frequentemente.

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

37%22%

41%

Docentes - Questão 30

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

30% 23%

47%

Administrativos - Questão 30

[4]+[5] [3] [1]+[2]

0%

20%

40%

60%

80%

100%

33%23%

44%

Geral - Questão 30

Gráfico 45 – Utilização de sistemas datawarehouse (frequência - %) Fonte: Pesquisa do autor

Considerando todos os respondentes, verifica-se que 44% dos servidores

não utilizam sistemas data warehouse, enquanto 33% utilizam-nos com frequência.

Ao analisar, de forma positiva, a associação entre tecnologia de

informação e gestão do conhecimento, Terra (2000, p. 149-150) ressalta que o uso

desses sistemas de informação favorece o compartilhamento de informações e

Page 142: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

140

conhecimento. Destaca algumas tecnologias empregadas, dentre elas: intranets,

groupware, data warehouses, document management systems, desktop-

videoconferencing, eletronic bulletin boards etc. Já os autores Bokowitz e Williams

(2002) ressaltam a importância do uso das tecnologias na gestão do conhecimento,

afirmando que “as tecnologias de informação e de comunicações formam um

conjunto das principais forças que levaram a gestão do conhecimento para o

primeiro plano e para o centro”.

Na pesquisa direcionada aos gestores, para essa prática, foi assinalado

que está planejada para o futuro, o que significa não haver, ao menos como política

institucionalizada, a prática em operação, estando os servidores a participar dessas

atividades associadas de forma espontânea.

Page 143: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

141

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre as discussões acerca dos desafios enfrentados pelas

organizações modernas, as estratégias para gerenciar o conhecimento

organizacional têm-se tornado um elemento de diferenciação para o bom

desenvolvimento e a manutenção dessas organizações, além de estarem auxiliando

estas no processo de aprimorar suas atividades e avançar em seus processos

produtivos.

Nesse contexto, essas organizações estão considerando vários fatores

tidos como essenciais para concretizar seus objetivos: os avanços tecnológicos, as

novas estratégias de administração e de gestão de pessoas. Assim poderão manter-

se competitivas em seu mercado de atuação, através de um modelo de gestão que

valoriza, prioritariamente, o seu capital humano, elemento que tem revolucionado e

ampliado as organizações nos últimos tempos.

Tendo em vista que o objetivo geral desta pesquisa foi avaliar as políticas

e práticas de gestão do conhecimento do IFRN, conclui a pesquisa que as políticas

adotadas por essa instituição estão bem definidas estrategicamente, bem como suas

práticas. Isso pode ser constatado quando avaliados os resultados dos gestores em

consonância com os dos servidores, percebendo-se a adoção, pelos servidores, de

algumas das práticas indicadas e disseminadas pelos gestores. Ao mesmo tempo,

também se observam muitas divergências na maioria das práticas, a respeito das

quais os gestores apontam para uma ação que contraria a ação dos servidores.

A gestão do conhecimento como processo estratégico e dinâmico ocorre

através da participação integrada de todos os indivíduos. Nesse contexto, serão

apresentados os resultados desta pesquisa, que avaliam as práticas de gestão do

conhecimento IFRN, comparando os resultados com uma pesquisa já realizada com

objetivo semelhante e mostrando alguns fatores determinantes da gestão do

conhecimento nas organizações, comparando também a visão dos gestores e

servidores docentes e administrativos quanto a utilização, aplicação e conhecimento

das práticas de GC.

Os resultados a seguir apresentam a visão dos gestores do IFRN em

relação às práticas de gestão do conhecimento, comparadas às práticas de gestão

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142

do conhecimento da pesquisa realizada pelo IPEA. Ao se compararem essas duas

realidades, verifica-se que o IFRN apresenta uma posição privilegiada no que se

refere às práticas fóruns/listas de discussão, educação corporativa, narrativas e

comunidades de prática, que já se encontram implantadas e disseminadas. As

práticas universidade corporativa e mentoring se encontram planejadas para o futuro

e não há planos de implantação da prática de coaching, estando a maioria em

consonância com os dados do IPEA.

As práticas relacionadas aos processos facilitadores da gestão do

conhecimento apresentam o seguinte comparativo em relação à pesquisa do IPEA:

as práticas benchmarking, memória organizacional, gestão por competências e

melhores práticas já estão implantadas, ressaltando-se que as três primeiras já

produzem resultados importantes. As práticas competência organizacional,

mapeamento do conhecimento, inteligência organizacional, gestão do capital

intelectual e banco por competências organizacionais se encontram em fase de

implantação ou planejadas para implantação no futuro, apresentando uma posição

mais homogênea em relação à pesquisa do IPEA.

No que se refere às práticas relacionadas à base tecnológica e funcional

de suporte à gestão do conhecimento no IFRN, tomando-se como base para análise

as respostas fornecidas pelos gestores do IFRN – Campus Mossoró, sete das onze

práticas de gestão de conhecimento da categoria tecnologia encontram-se

implantadas e produzem resultados importantes na instituição, enquanto duas delas

estão em fase de implantação ou em fase de planejamento. Por fim, duas das

práticas voltadas para tecnologia foram relatadas como não tendo planos para a

implantação. Esse resultado diverge do obtido na pesquisa do IPEA, uma vez que a

maioria das práticas já implantadas pelo IFRN estão, segundo os dados do IPEA,

em estágio de implantação ou com um percentual muito baixo de implantação.

Quanto ao grau de explicitação e formalização de gestão do

conhecimento, observou-se que, em relação à intenção estratégica, a gestão do

conhecimento faz parte das prioridades da instituição, verificando-se o mesmo

resultado na pesquisa do IPEA. A importância é identificada como alta pelos

gestores estratégicos e pela gerência intermediária e média, bem como pelos

servidores de forma geral. Existe uma estratégia de gestão do conhecimento

Page 145: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

143

disseminada parcialmente no IFRN, cujas iniciativas também se encontram em fase

parcial de utilização.

Em relação à formalização da gestão do conhecimento, a pesquisa indica

que há uma área/grupo de pessoas com responsabilidades e objetivos bem

definidos em termos de gestão do conhecimento, tendo sido apresentado o relato

dos objetivos durante a pesquisa.

O item referente às iniciativas por parte da Direção Geral, Departamento

de Administração, Departamento de Administração, Biblioteca, Recursos Humanos,

Tecnologia da Informação demonstra que essas iniciativas encontram-se

parcialmente implantadas em todos os ambientes descritos, sendo a alta diretoria a

responsável pela iniciativa de introduzir a gestão do conhecimento no IFRN.

Os recursos definidos para a gestão do conhecimento ainda não são

suficientes, mas são crescentes e apresentam um efetivo compromisso da

instituição. Na instituição, a responsabilidade pelas ações de gestão do

conhecimento concentra-se em uma equipe multidisciplinar.

Os elementos facilitadores mais indicados que a instituição utiliza para

iniciar e implantar os processos de gestão do conhecimento foram: programa de

capacitação para o pessoal, alta prioridade dada à iniciativa no nível mais alto da

hierarquia, identificação da base de conhecimento organizacional relevante,

infraestrutura computacional e metodologias que guiam o processo.

Os principais obstáculos para a implantação de gestão do conhecimento

na instituição foram: deficiências de capacitação de pessoal, baixa compreensão

sobre gestão do conhecimento na organização, resistência de certos grupos de

funcionários/cultura organizacional de resistência a mudanças.

Quanto aos resultados da pesquisa sobre as práticas dos servidores

docentes e administrativos em relação às práticas adotadas pelos gestores, pode-se

concluir que tais práticas não apresentam similaridades nas respostas, mostrando

incompatibilidade de atuação em quase todas as respostas, havendo uma

percepção evidente quanto ao estágio de implantação e o alcance das práticas de

gestão do conhecimento por parte dos gestores, enquanto, em contrapartida, essas

mesmas práticas apresentadas aos servidores mostram resultados divergentes

quanto à sua prática. Apenas em relação a duas práticas, as respostas de gestores

e servidores estão em acordo. Entende-se que há necessidade de integração das

Page 146: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

144

práticas planejadas e disseminadas pelos gestores, uma vez que, ao mesmo tempo,

estas não são utilizadas pelos servidores.

Assim, fica claro que as práticas de gestão do conhecimento, mesmo bem

planejadas e disseminadas nas organizações, só agregam valor e geram resultados

eficientes no ambiente organizacional quando definidas de forma clara e objetiva em

toda a organização, através de seus ativos intangíveis, sua infraestrutura e seus

recursos tecnológicos.

Algumas limitações são perceptíveis em relação ao estudo, tais como: a

conscientização da necessidade de discutir gestão do conhecimento numa

organização pública, partindo inclusive da visão de alguns gestores; o

desconhecimento dos termos técnicos que envolvem as práticas de GC,

principalmente por parte dos servidores; e o envolvimento de toda a comunidade no

processo de discussão de GC.

A dimensão da pesquisa permite algumas sugestões, que podem ampliar

os questionamentos acerca da gestão do conhecimento nos órgãos públicos, tais

como: a diferença de percepção entre gestores e servidores sobre GC, o processo

de disseminação das práticas de GC no âmbito institucional e a integração dos

fatores estratégicos e operacionais de GC.

Page 147: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

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153

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos gestores

Universidade Potiguar - UnP Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA

Mestrado Profissional em Administração

Pesquisa sobre políticas e práticas de gestão do conhecimento no IFRN – Campus

Mossoró Elvira Fernandes de Araújo Oliveira

Senhores,

Esta pesquisa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Administração da

Universidade Potiguar para elaboração da Dissertação do Mestrado Profissional em

Administração. O objetivo geral da pesquisa é avaliar as políticas e práticas de gestão do

conhecimento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, Campus de Mossoró. Para tanto, solicitamos a sua colaboração no sentido de responder

ao questionário a seguir, colaborando para o cumprimento dos objetivos propostos na

realização da pesquisa.

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154

Parte I: Política de Gestão do Conhecimento Das seguintes práticas relacionadas à gestão do conhecimento e informação, em relação ao IFRN – Campus Mossoró, indique:

(a) O seu estágio de implantação:

[0] Não existem planos de implantação. [1] Planejadas para o futuro. [2] Estão em processo de implantação. [3] Já estão implantadas. [4] Já estão implantadas e apresentando resultados importantes e relevantes. (b) O alcance dentro da organização: [1] Apenas iniciativas isoladas. [2] Restrito a alguns departamentos. [3] No âmbito de uma diretoria ou divisão. [4] Amplamente disseminada na organização.

Ação ou prática Definição (a) Estágio

(b) Alcance

Comunidades de prática / Comunidades de conhecimento

Grupos informais e interdisciplinares de pessoas unidas em torno de um interesse comum. As comunidades são auto-organizadas de modo a permitir a colaboração de pessoas internas ou externas à organização; propiciam o veículo e o contexto para facilitar a transferência de melhores práticas e o acesso a especialistas, bem como a reutilização de modelos, do conhecimento e das lições aprendidas.

[ ]

[ ]

Mentoring Modalidade de gestão do desempenho na qual um expert participante (mentor) modela as competências de um indivíduo ou grupo, observa e analisa o desempenho e retroalimenta a execução das atividades do indivíduo ou grupo.

[ ] [ ]

Coaching Similar ao mentoring, mas o coach não participa da execução das atividades. Faz parte de processo planejado de orientação, apoio, diálogo e acompanhamento, alinhado às diretrizes estratégicas.

[ ] [ ]

Benchmarking interno e externo

Busca sistemática das melhores referências para comparação aos processos, produtos e serviços da organização.

[ ] [ ]

Melhores práticas (“Best Practices”)

Identificação e difusão de melhores práticas, que podem ser definidas como um procedimento validado para a realização de uma tarefa ou solução de um problema. Inclui o contexto em que pode ser aplicado. São documentadas através de bancos de dados, manuais ou diretrizes.

[ ] [ ]

Fóruns (presenciais e virtuais) / Listas de discussão

Espaços para discutir, homogeneizar e compartilhar informações, ideias e experiências que contribuirão para o desenvolvimento de competências e para o aperfeiçoamento de processos e atividades da organização.

[ ] [ ]

Mapeamento ou Auditoria do Conhecimento

Registro do conhecimento organizacional sobre processos, produtos, serviços e relacionamento com os clientes. Inclui a elaboração de mapas ou árvores de conhecimento, descrevendo fluxos e relacionamentos de indivíduos, grupos ou a organização como um todo.

[ ] [ ]

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155

Ação ou prática Definição (a) Estágio

(b) Alcance

Ferramentas de colaboração como portais, intranets e extranets

Portal ou outros sistemas informatizados que capturam e difundem conhecimento e experiência entre trabalhadores / departamentos. Um portal é um espaço web de integração dos sistemas corporativos, com segurança e privacidade dos dados. O portal pode constituir-se em um verdadeiro ambiente de trabalho e repositório de conhecimento para a organização e seus colaboradores, propiciando acesso a todas as informações e aplicações relevantes, e também como plataforma para comunidades de prática, redes de conhecimento e melhores práticas. Nos estágios mais avançados, permite customização e personalização da interface para cada um dos funcionários.

[ ] [ ]

Sistema de gestão por competências

Estratégia de gestão baseada nas competências requeridas para o exercício das atividades de determinado posto de trabalho e remuneração pelo conjunto de competências efetivamente exercidas. As práticas nessa área visam determinar as competências essenciais à organização, avaliar a capacitação interna com relação aos domínios correspondentes a essas competências e definir os conhecimentos e habilidades que são necessários para superar as deficiências existentes com relação ao nível desejado para a organização. Podem incluir o mapeamento dos processos-chave, das competências essenciais associadas a eles, das atribuições, atividades e habilidades existentes e necessárias e das medidas para superar as deficiências.

[ ] [ ]

Banco de competências individuais / Banco de talentos / Páginas amarelas

Repositório de informações sobre a capacidade técnica, científica, artística e cultural das pessoas. A forma mais simples é uma lista online do pessoal, contendo um perfil da experiência e áreas de especialidade de cada usuário. O perfil pode ser limitado ao conhecimento obtido por meio do ensino formal e eventos de treinamento e aperfeiçoamento reconhecidos pela instituição ou pode mapear de forma mais ampla a competência dos funcionários, incluindo informações sobre conhecimento tácito, experiências e habilidades negociais e processuais

[ ] [ ]

Banco de competências organizacionais

Repositório de informações sobre a localização de conhecimentos na organização, incluindo fontes de consulta e também as pessoas ou equipes detentoras de determinado conhecimento.

[ ] [ ]

Memória organizacional / Lições aprendidas / Banco de conhecimentos

Registro do conhecimento organizacional sobre processos, produtos, serviços e relacionamento com os clientes. As lições aprendidas são relatos de experiências nos quais se registra o que aconteceu, o que se esperava que acontecesse, a análise das causas das diferenças e o que foi aprendido durante o processo. A gestão de conteúdo mantém atualizadas as informações, ideias, experiências, lições aprendidas e melhores práticas documentadas na Base de conhecimentos.

[ ] [ ]

Sistemas de inteligência organizacional / empresarial / Inteligência competitiva

Transformação de dados em inteligência, com o objetivo de apoiar a tomada de decisão. Visam extrair inteligência de informações, por meio da captura e conversão das informações em diversos formatos, e a extração do conhecimento a partir da informação. O conhecimento obtido de fontes internas ou externas, formais ou informais, é formalizado, documentado e armazenado para facilitar o seu acesso.

[ ] [ ]

Educação Corporativa

Processos de educação continuada estabelecidos com vistas à atualização do pessoal de maneira uniforme em todas as áreas da organização. Pode ser implementada sob a forma de universidade corporativa, sistemas de ensino a distância, etc.

[ ] [ ]

Page 158: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

156

Ação ou prática Definição (a) Estágio

(b) Alcance

Universidade Corporativa

Constituição formal de unidade organizacional dedicada a promover a aprendizagem ativa e contínua dos colaboradores da organização. Programas de educação continuada, palestras e cursos técnicos visam desenvolver tanto os comportamentos, atitudes e conhecimentos mais amplos, como as habilidades técnicas mais específicas.

[ ] [ ]

Gestão do capital intelectual / Gestão dos ativos intangíveis

Os ativos intangíveis são recursos disponíveis no ambiente institucional, de difícil qualificação e mensuração, mas que contribuem para os seus processos produtivos e sociais. A prática pode incluir mapeamento dos ativos organizacionais intangíveis, gestão do capital humano, gestão do capital do cliente, política de propriedade intelectual

[ ] [ ]

Narrativas Técnicas utilizadas em ambientes de gestão do conhecimento para descrever assuntos complicados, expor situações e/ou comunicar lições aprendidas ou ainda interpretar mudanças culturais. São relatos retrospectivos de pessoal envolvido nos eventos ocorridos.

[ ] [ ]

Sistemas de workflow

Controle da qualidade da informação apoiado pela automação do fluxo ou trâmite de documentos. Workflow é o termo utilizado para descrever a automação de sistemas e processos de controle interno, implantada para simplificar e agilizar os negócios. É utilizado para controle de documentos e revisões, requisições de pagamentos, estatísticas de desempenho de funcionários, etc.

[ ] [ ]

Gestão de conteúdo

Representação dos processos de seleção, captura, classificação, indexação, registro e depuração de informações. Tipicamente envolve pesquisa contínua dos conteúdos dispostos em instrumentos, como bases de dados, árvores de conhecimento, redes humanas, etc.

[ ] [ ]

Gestão eletrônica de documentos (GED)

Prática de gestão que implica adoção de aplicativos informatizados de controle de emissão, edição e acompanhamento da tramitação, distribuição, arquivamento e descarte de documentos.

[ ] [ ]

Data Warehouse (ferramenta de

TI para apoio à

GC)

Tecnologia de rastreamento de dados com arquitetura hierarquizada disposta em bases relacionais, permitindo versatilidade na manipulação de grandes massas de dados.

[ ] [ ]

Data mining (ferramenta de

TI para apoio à

GC)

Os mineradores de dados são instrumentos com alta capacidade de associação de termos, permitindo-lhes “garimpar” assuntos ou temas específicos.

[ ] [ ]

Outras ferramentas para apoio à GC

Outras ferramentas comumente utilizadas como apoio à implementação de processos de gestão do conhecimento. Podem pertencer ao conjunto ligado à tecnologia da informação (bases de dados, intranets, extranets, portais); às redes humanas; ou, ainda, metodologias diversas, como as listadas abaixo.

Page 159: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

157

Parte II - Grau de explicitação e formalização 1. Intenção estratégica a) Percepção da importância de GC: (Indique a afirmação que melhor se aplica ao IFRN – Campus Mossoró)

[ ] Existe na organização uma percepção de que é necessário ter alguma forma de Gestão do Conhecimento

[ ] A Gestão do Conhecimento faz parte das prioridades estratégicas da organização

[ ] A Gestão do Conhecimento não é uma prioridade estratégica, mas certamente será nos próximos 2 anos

[ ] A Gestão do Conhecimento não é uma prioridade estratégica, mas provavelmente será a longo prazo

[ ] A Gestão do Conhecimento não é considerada importante na organização

b) Percepção da importância de GC nos níveis da estrutura organizacional: (Indique a importância – baixa ... alta)

1) Pela alta administração [ ] Baixa [ ] Média [ ] Alta

2) Pela média gerência [ ] Baixa [ ] Média [ ] Alta

3) Pelos funcionários de maneira ampla [ ] Baixa [ ] Média [ ] Alta

c) Caso exista uma estratégia explícita de gestão do conhecimento / informação, ela está amplamente disseminada na organização e é bem conhecida pela maioria do pessoal? [ ] Sim

[ ] Não

[ ] Em parte

d) Estado atual das iniciativas de GC: [ ] Ainda não existe nenhuma iniciativa de GC

[ ] Existem estudos e análises sobre GC

[ ] Existem iniciativas em fase de planejamento

[ ] As iniciativas estão em fase de implantação

[ ] Existem iniciativas em fase parcial de utilização

[ ] A GC é amplamente utilizada

e) Grau de formalização da GC na organização: (Indique a afirmação que melhor reflete o estado atual)

[ ] Trata-se de um conceito abstrato discutido por pequenos grupos informais

[ ] Existe um grupo formal de trabalho que discute os conceitos, práticas e ferramentas de GC. Esse grupo, porém, não tem mandato e objetivos bem definidos

[ ] Existe uma área / grupo de pessoas com responsabilidades e objetivos bem definidos em termos de GC

[ ] Existem métricas bem específicas para avaliar os resultados obtidos com as iniciativas formais de Gestão do Conhecimento

f) Quais foram os mecanismos para a definição da política ou estratégia de gestão do conhecimento e da informação da organização? [ ] Programas / políticas / estratégias por escrito

Page 160: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

158

[ ] Compromisso público (feito por ministro, diretor geral etc.) [ ] Compromissos assumidos por equipe de recursos humanos, equipe de TI, redes de

conhecimento [ ] Outros _____________________________________________________________________ g) Em quais áreas / departamentos existem iniciativas de GC: (Indicar estágio atual: em

planejamento, em implantação, parcialmente implantada, amplamente utilizada)

1) Direção Geral / Diretoria de Ensino / Departamento de Apoio Acadêmico [ ] Em planejamento [ ] Em implantação [ ] Não existem iniciativas de GC

[ ] Parcialmente implantada [ ] Amplamente utilizada 2) Departamento de Administração [ ] Em planejamento [ ] Em implantação [ ] Não existem iniciativas de GC [ ] Parcialmente implantada [ ] Amplamente utilizada 3) Centro de Documentação e Informação / Biblioteca [ ] Em planejamento [ ] Em implantação [ ] Não existem iniciativas de GC [ ] Parcialmente implantada [ ] Amplamente utilizada 4) Recursos Humanos [ ] Em planejamento [ ] Em implantação [ ] Não existem iniciativas de GC [ ] Parcialmente implantada [ ] Amplamente utilizada

5) Tecnologia da Informação (TI) [ ] Em planejamento [ ] Em implantação [ ] Não existem iniciativas de GC [ ] Parcialmente implantada [ ] Amplamente utilizada

h) Quem assumiu a iniciativa de introduzir a gestão do conhecimento na organização? [ ] Alta diretoria [ ] Diretor / Equipe de gestão de recursos humanos

[ ] Diretor / Equipe de tecnologia/sistemas de informação [ ] Diretor / Equipe de documentação e informação [ ] Outro ______________________________________________________________________

[ ] Nenhum

2. Definição de objetivos a) Formalização de objetivos de GC: (indique a afirmação que melhor se aplica à sua organização)

[ ] Os objetivos de GC são discutidos de maneira vaga, abstrata e não formalizado. [ ] Os objetivos de GC estão formalizados, mas ainda de forma muito genérica [ ] Os objetivos de GC estão formalizados, permitindo clara identificação e priorização de ações

tanto a curto quanto a longo prazo [ ] Os objetivos de GC não são discutidos

Page 161: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

159

3. Alocação de recursos a) Alocação de recursos: (Indique a afirmação que melhor se aplica à sua organização)

[ ] A importância dada aos objetivos de GC por meio de discursos, políticas ainda não se refletiu na alocação de recursos (humanos, financeiros e infra-estrutura)

[ ] Já foram alocados alguns recursos preliminares para iniciativas contempladas nos objetivos de GC

[ ] Embora ainda não suficientes, os recursos para GC são crescentes e mostram um efetivo compromisso da organização

[ ] Há um orçamento efetivo para tratar da Gestão do Conhecimento compatível com os objetivos traçados pela organização

b) Qual é a área / departamento que concentra a responsabilidade por Gestão do Conhecimento na organização? [ ] Área específica / unidade especial de gestão do conhecimento e da informação (gerência de

conhecimento) [ ] Informática / sistemas de informação [ ] Centro de Documentação e Informação / Biblioteca [ ] Qualidade [ ] Recursos Humanos [ ] Equipe multidisciplinar interdepartamental [ ] Outros [ ] Nenhum

4. Ações e contexto das iniciativas (caso existam) a) Se a sua organização possui uma política ou estratégia de Gestão do Conhecimento e da Informação, quais elementos-chave estão incluídos? [ ] Gestão da informação (gestão de documentos, ...) [ ] Aspectos de tecnologia da informação (intranet, portal, ...)

[ ] Aspectos de gestão de recursos humanos (gestão de competências, incentivos, treinamento, "mentoring", ...)

[ ] Aspectos organizacionais (comunidades de prática, descentralização, redes, etc.) [ ] Outros:

5. Implementação a) Selecione que elementos facilitadores têm sido utilizados para iniciar / implantar processos de GC na organização: (Designar a intensidade de uso: alto / médio / baixo). 1) Programas de capacitação para o pessoal [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

2) Alta prioridade dada à iniciativa no nível mais alto da hierarquia

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

3) Planos de comunicação bem desenvolvidos e bem coordenados para a iniciativa

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

4) Manutenção do apoio e do compromisso em [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Page 162: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

160

todos os níveis com a mudança

5) Estabelecimento de incentivos para compartilhar conhecimento

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

6) Alocação de recursos financeiros suficientes [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

7) Identificação da base de conhecimento organizacional relevante da empresa

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

8) Metodologias que guiem o processo [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

9) Disseminar exemplos de casos que demonstrem viabilidade e ajudem a convencer

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

10) implantação em momento adequado, dadas as condições internas e externas

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

11) Ter acesso a consultores especializados. [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

12) Acesso a recursos bibliográficos impressos e eletrônicos sobre o tema.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

13) Troca de experiências com outras organizações que estão envolvidas nesse processo.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

14) Sistemas de informática que apóiem os processos de GC.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

15) Infra-estrutura computacional, redes, servidores, etc.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

16) Benchmarking das melhores práticas e processos.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

b) Quais são os principais obstáculos à implantação de processos de GC na organização: (Indicar o grau de importância - alto / médio / baixo).

Grupo 1 - Apoio da alta administração & prioridades 1) Falta de comprometimento dos diretores [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

2) Gestão do conhecimento e da informação não é uma prioridade do governo

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

3) Receio que outros órgãos / público em geral poderiam ter acesso a informações sigilosas / confidenciais

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

4) Estratégias de gestão do conhecimento são adaptadas ao setor privado, mas são inadequadas ao setor público

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Grupo 2 - Recursos Humanos dedicados 1) Deficiências de capacitação do pessoal [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Page 163: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

161

2) Baixa compreensão sobre Gestão do Conhecimento na organização

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

3) A organização tende a concentrar esforços na tecnologia de informação e comunicação, em vez de questões organizacionais ou ligadas às pessoas

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Grupo 3 - Infra-estrutura tecnológica 1) Deficiências na infra-estrutura computacional, redes, servidores, etc.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

2) Pouca propensão para investimento em tecnologias voltadas essencialmente para facilitação de aprendizado e colaboração

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Grupo 4 - Processo de trabalho e cultura organizacional 1) Resistência de certos grupos de funcionários / cultura organizacional de resistência a mudanças

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

2) Falta de tempo ou recursos para compartilhar conhecimento concretamente na rotina diária.

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

3) Dificuldade para capturar o conhecimento não documentado

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Grupo 5 - Indicadores e sistema de avaliação 1) Inexistência de indicadores [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

2) Falta de incentivos para compartilhar conhecimento

[ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Grupo 6 - Visibilidade e comunicação interna e externa 1) Falhas de comunicação [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo

Page 164: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

162

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos servidores

Universidade Potiguar - UnP Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA

Mestrado Profissional em Administração

Pesquisa sobre políticas e práticas de gestão do conhecimento no IFRN – Campus Mossoró

Elvira Fernandes de Araújo Oliveira

Prezado servidor,

Esta pesquisa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Administração da

Universidade Potiguar para elaboração da Dissertação do Mestrado Profissional em

Administração. O objetivo geral da pesquisa é avaliar as políticas e práticas de gestão do

conhecimento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, Campus de Mossoró. Para tanto solicitamos a sua colaboração no sentido de responder

ao questionário a seguir, colaborando para o cumprimento dos objetivos propostos na

realização da pesquisa.

Page 165: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

163

INFORMAÇÕES PESSOAIS / PROFISSIONAIS

1. Sexo [ ] Feminino [ ] Masculino 2. Grau de Instrução [ ] Doutorado/Pós-Doutorado [ ] Mestrado [ ] Especialista/Pós-Graduação lato sensu [ ] Superior Completo [ ] Ensino Médio Completo [ ] Ensino Fundamental Completo [ ] Ensino Fundamental Incompleto 3. Natureza do Cargo [ ] Docente [ ] Técnico Administrativo 4. Formação Exigida para o Cargo [ ] Ensino Fundamental [ ] Ensino Médio [ ] Ensino Superior 5. Sua atividade atual é mais ligada à área (somente para técnicos-administrativos) [ ] Ensino [ ] Administrativa 6. Tempo de serviço na Instituição [ ] Menos de 1 ano [ ] Entre 1 e 3 anos [ ] Entre 3 e 10 anos [ ] Mais de 10 anos 7. Regime de trabalho [ ] 20 horas [ ] 30 horas [ ] 40 horas [ ] Dedicação exclusiva (somente servidor docente) 8. Ocupa cargo comissionado [ ] Sim [ ] Não 9. Já obteve algum treinamento/capacitação formal em gestão do conhecimento [ ] Sim / especificar____________________________________________ [ ] Não 10. No momento atual, o que você entende por gestão do conhecimento _______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Page 166: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

164

PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO GESTÃO DE PESSOAS

Comunidades de Prática 01. Participo de grupo(s) informal(is) e interdisciplinar(es) de pessoas, que se reúnem para discutir ou debater assuntos de interesse comum, relacionado à atividade funcional desempenhada no IFRN

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

02. Integro grupo(s) que desenvolve(m)/participa(m) de experiências de aprendizagem fora do local de trabalho com o intuito de estudar/descobrir formas melhores de desenvolver suas atividades e/ou trabalhar em equipe

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Fórum / Lista de discussão 03. Participo de fórum(s) (presencial ou virtual) ou lista(s) de discussão que abordam informações, idéias e/ou experiências relacionadas à minha atividade funcional

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Mentoring 04. Nas atividades que desempenho no IFRN, algum especialista ou servidor mais experiente ou capacitado, membro da equipe de trabalho, observa e analisa meu desempenho individual ou o desempenho do grupo, promovendo a realimentação (feedback) como forma de aprimorar meu trabalho individual ou o trabalho do grupo

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 167: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

165

Coaching

05. Nas atividades que desempenho no IFRN, algum especialista ou servidor mais experiente ou capacitado, que não faz parte da minha equipe de trabalho, acompanha as atividades desempenhadas, buscando dialogar, apoiar e orientar os resultados

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Educação / Universidade corporativa 06. Participo de atividades de educação continuada, presenciais ou na modalidade EAD, realizadas em outras instituições/órgãos, que têm como objetivo propiciar atualização permanente do pessoal do IFRN

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

07. Participo de atividades de educação continuada, presenciais ou na modalidade EAD, promovidas e realizadas no próprio IFRN, que têm como objetivo promover a aprendizagem ativa e continuada dos servidores e colaboradores

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

08. Após participar de eventos/atividades de educação continuada, promovidos e/ou patrocinadas pelo IFRN procuro disponibilizar o conhecimento adquirido, através da elaboração de relatórios formais que ficam à disposição dos demais servidores da Instituição

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 168: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

166

Narrativas 09. Participo de atividades nas quais servidores e colaboradores se reúnem para relatar experiências organizacionais vividas, lições aprendidas, descrição de situações organizacionais complexas, buscando a socialização dos conhecimentos apreendidos

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

10. Após participar de eventos/atividades de capacitação continuada, promovidos e/ou patrocinados pelo IFRN, procuro realizar reuniões com a finalidade de relatar aos servidores e colaboradores da Instituição os conhecimentos e experiências apreendidas

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

PROCESSOS FACILITADORES DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Benchmarking interno/externo 11. Realizo pesquisa sistemática nas demais unidades/setores do IFRN, em outras instituições, nas publicações acadêmicas e/ou no mercado, sobre as melhores referências para a comparação de processos executados, produtos desenvolvidos e/ou serviços prestados na minha atividade funcional

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Melhores práticas 12. Procuro identificar e difundir procedimentos já experimentados (melhores práticas) para a realização de tarefas ou para solução de problemas relacionados à minha atividade funcional no IFRN

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 169: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

167

13. Procuro documentar melhores práticas sobre minhas atividades funcionais no IFRN em bancos de dados, manuais ou através da elaboração/proposição de diretrizes

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Mapeamento ou auditoria do conhecimento 14. Registro o conhecimento da minha atividade funcional no IFRN, sobre processos, produtos e serviços e relacionamento com os clientes/usuários da Instituição

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Banco de competências individuais/organizacional 15. Forneço informações sistemáticas à Instituição sobre minha capacidade técnica, científica e cultural que são utilizadas para a formação de lista de servidores, com perfil da experiência e das áreas de especialidade de cada um

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Sistema de gestão por competência / Banco de competências organizacionais 16. Acesso repositório de informações sobre a localização de conhecimentos na Instituição, incluindo fontes de consulta e pessoas ou equipes detentoras de determinado assunto

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 170: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

168

Memória organizacional 17. Acesso repositório no IFRN de conhecimento organizacional sobre processos, serviços e relacionamentos com o cliente/usuário; com relatos sobre acontecimentos, análise de causa/efeito e lições aprendidas por servidores e colaboradores

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

18. Disponibilizo, através de registros, o conhecimento organizacional sobre processos, serviços e relacionamentos com o cliente/usuário relacionados à minha atividade funcional no IFRN, procurando relatar acontecimentos e lições aprendidas

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Sistemas de inteligência empresarial 19. Para o desempenho das minhas atividades funcionais utilizo dados de fontes diversas (internas e externas) para apoiar a tomada de decisão, formalizando o conhecimento adquirido através do seu registro e disponibilização

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Gestão do capital intelectual / ativos intangíveis 20. Participo de processos ou atividades de gestão dos ativos intangíveis no IFRN (marcas e nomes de produtos, nomes de domínio na Internet, relacionamento com os clientes, patentes tecnológicas, softwares desenvolvidos, etc.)

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 171: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

169

BASE TECNOLÓGICA E SUPORTE DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Ferramentas de colaboração / portais / intranets 21. Acesso portal ou intranet institucional, no(a) qual há difusão de conhecimento e experiências entre servidores e/ou departamentos

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Sistemas de Workflow 22. Utilizo sistema informatizado que automatiza o fluxo ou a tramitação de documentos, auxiliando no controle de qualidade da informação Institucional

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Gestão de conteúdo 23. Utilizo sistema informatizado que me possibilita a busca de conteúdo informacional disposto em banco de dados ou outras fontes

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

GED 24. Utilizo sistema informatizado que possibilita o controle de emissão, edição e acompanhamento da tramitação, da distribuição do arquivamento e do descarte de documentos associados à minha atividade funcional

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 172: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

170

Outras ferramentas - CRM 25. Utilizo sistema informatizado que disponha de dados informacionais sobre os clientes/usuários, que possibilita compreender melhor a relação da Instituição com seus clientes/usuários, com o intuito de otimizar os benefícios para ambos

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Outras ferramentas - ERP 26. Utilizo sistema informatizado de gestão organizacional que integra os diversos setores/departamentos da Instituição, que possibilita o acesso a todas as gerenciais da Instituição

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Outras ferramentas – Balanced Scorecard (BSC) / Key Performance Indicator 27. Utilizo sistema informatizado que auxilia a gestão através da análise de indicadores de desempenho organizacional, tais como indicadores financeiros e operacionais, relacionados com a satisfação de clientes, processos internos e capacidade de aprendizado organizacional

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Outras ferramentas – Sistema de Suporte à Decisão (SSD) 28. Utilizo sistema informatizado que auxilia a tomada de decisão organizacional e/ou facilita a resolução de algum problema específico da Instituição

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 173: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

171

Outras ferramentas – Data Mining (Mineração de Dados) / Data Warehouse 29. Acesso ferramenta informatizada que propicia a investigação de padrões e relação em banco de dados, com a finalidade de extrair informações sobre clientes/usuários da Instituição ou sobre os processos organizacionais

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

30. Acesso banco de dados organizacional que concentra todas as informações sobre a Instituição, inclusive informações históricas, sobre processos, serviços, produtos, cursos e recursos humanos

5 Sim, sempre

4 Sim, frequentemente

3 Sim, mas raramente

2 Não atualmente, mas já realizei esse procedimento

1 Não, nunca

Page 174: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

172

ANEXO A – Análise da pesquisa do IPEA – Parte 3

GRAU DE EXPLICITAÇÃO E DE FORMALIZAÇÃO

Percepção da importância da Gestão do Conhecimento GC nos níveis da

estrutura organizacional

A percepção da importância da GC é mais alta entre membros da alta

administração nas áreas de administração e de planejamento das Ifes. Em resposta

à pergunta sobre a percepção da importância de GC nos níveis da estrutura

organizacional pela alta administração, média gerência e funcionários, de maneira

ampla, 55% das Ifes informaram que a percepção da importância da GC é maior

entre os membros da alta administração, 51% que é alta pela média gerência e 47%

que é alta pelos funcionários.

Disseminação da estratégia de gestão do conhecimento

Há pouca disseminação da estratégia de GC nas áreas de administração

e de planejamento das Ifes. A identificação da resposta para a pergunta sobre a

existência de uma estratégia explícita de gestão do conhecimento/informação indica

que apenas 6% das instituições afirmaram que a estratégia explícita de gestão do

conhecimento está amplamente disseminada na organização.

Estado atual das iniciativas de gestão do conhecimento

O índice de iniciativas de GC implantadas nas áreas de administração e

de planejamento das Ifes é muito baixo.

As respostas identificam que 11% responderam à alternativa (i) ainda não

existe nenhuma iniciativa de GC; 21% afirmaram que (ii) existem estudos e análises

sobre GC; 21% indicaram que existem iniciativas em fase de planejamento; 15% que

as iniciativas estão em fase parcial de implantação (alternativa (iii); e 2% que a GC é

amplamente utilizada. Apenas 28% das Ifes, portanto, responderam que utilizam

iniciativas de GC).

Page 175: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

173

Grau de formalização da gestão do conhecimento na instituição

Para a maioria das áreas de administração e de planejamento das Ifes,

GC é um conceito abstrato discutido apenas por pequenos grupos informais. As

respostas sobre a formalização são as seguintes: 53% apontaram a alternativa (i),

trata-se de um conceito abstrato discutido por pequenos grupos informais; 19% a

alternativa (ii), existe um grupo formal de trabalho que discute os conceitos, as

práticas e as ferramentas de GC. Esse grupo, porém, não tem mandato e objetivos

bem definidos; 17% a alternativa (iii), existe uma área/grupo de pessoas com

responsabilidades e objetivos bem definidos em termos de GC; 4% a alternativa (iv),

e existem métricas bem específicas para avaliar os resultados obtidos com as

iniciativas de GC; e 7% não responderam. O grau de formalização da GC nas Ifes,

portanto, é de apenas 21% (alternativas iii e iv).

Mecanismos para a definição da política ou estratégia de gestão do

conhecimento

Compromissos assumidos por equipes de recursos humanos, de

tecnologia da informação e redes de conhecimento são os principais mecanismos

para definição de estratégia de GC. As respostas referentes a essa questão

estabelecem que 19% escolheram a alternativa (i), programas/políticas/estratégias

por escrito; 23% a alternativa (ii), compromisso público (feito por ministro, reitor,

diretor geral, etc.); 30%, a (iii), compromissos assumidos por equipe de recursos

humanos, equipe de TI, redes de conhecimento; 15% responderam outros; e 13%

não responderam.

Áreas/departamentos com iniciativas de gestão do conhecimento

As iniciativas de GC são mais utilizadas nas áreas de informática, nos

centros de documentação e informação/biblioteca e em recursos humanos. Embora

com um índice de utilização das iniciativas bastante baixo (13%), as áreas de

informática, centro de documentação e informação/biblioteca e recursos humanos

aparecem em primeiro lugar nesse item seguidos da contabilidade/finanças (10%) e

direção geral (8%).

Page 176: gestão do conhecimento no serviço público: um estudo no instituto

174

Iniciativa de introduzir a gestão do conhecimento na organização

A alta diretoria foi a principal responsável pela introdução da GC nas

áreas de administração e de planejamento das Ifes. Outras respostas são

destacadas a seguir: 36% apontaram a alternativa (i), alta diretoria; 11% a

alternativa (ii), diretor/equipe de gestão de recursos humanos; 11%, a (iii),

diretor/equipe de tecnologia/sistemas de informação; 0%, a (iv), diretor/equipe de

documentação e informação; 9% a alternativa (v), nenhum; e 23%, a (vi), outro. Dez

por cento não responderam.

Definição de objetivos

Formalização de objetivos da gestão do conhecimento

A clara identificação e a priorização das ações de GC é uma realidade em

apenas um grupo reduzido de áreas de administração e de planejamento das Ifes. A

formalização de objetivos de GC indica os seguintes dados: 40% elegeram a

alternativa (i), os objetivos de GC são discutidos de maneira vaga, abstrata e não

formalizados; 38%, a (ii), os objetivos de GC estão formalizados, mas ainda de

maneira muito genérica; 13%, a (iii), os objetivos de GC estão formalizados,

permitindo uma clara identificação e priorização de ações tanto para o curto como

para o longo prazo. Nove por cento não responderam.

Alocação de recursos

A grande maioria das áreas de administração e de planejamento das Ifes

não conta com recursos orçamentários efetivos para pôr em prática os objetivos de

GC.

Quanto à alocação de recursos, os itens relativos a essa afirmação que

melhor se aplicam à sua organização são os seguintes: 38% dos respondentes

marcaram a alternativa (i), a importância dada aos objetivos de GC por meio de

discursos, políticas ainda não refletiu na alocação de recursos (humanos, financeiros

e infra-estrutura); 19%, a (ii), já foram alocados alguns recursos preliminares para

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iniciativas contempladas nos objetivos de GC; 11%, a (iii), embora ainda não

suficientes, os recursos para GC são crescentes e mostram um efetivo compromisso

da organização; 4%, a (iv), há um orçamento efetivo para tratar da gestão do

conhecimento compatível com os objetivos traçados pela organização; 17%, a (v),

não há orçamento específico para a GC, uma vez que o orçamento da instituição

mal dá para custear seu funcionamento (17%). Onze por cento não responderam.

A quase totalidade das áreas de administração e de planejamento das

Ifes não conta com área específica/unidade especial de gestão do conhecimento e

informação. O questionamento sobre qual a área/departamento que concentra a

responsabilidade por gestão do conhecimento na organização apresentou as

respostas a seguir: 2% das organizações apontaram a alternativa (i), àrea

específica/unidade especial de gestão do conhecimento e informação (gerência de

conhecimento); 19% a alternativa (ii), informática/sistemas de informação; 4% a

alternativa (iii), centro de documentação e informação/biblioteca; 2%, a alternativa

(iv), qualidade; 9%, a (v), recursos humanos; 26%, a (vi), equipe multidisciplinar

interdepartamental; 30%, a (vii), outros. Oito por cento não responderam.

Ações e contexto das iniciativas

Aspectos de tecnologia da informação são elemento-chave para a maioria

das áreas de administração e de planejamento das Ifes pesquisadas.

A questão para saber se a organização possui uma política ou estratégia

de gestão do conhecimento e da informação e quais elementos-chave estão

incluídos apresentaram os seguintes resultados: 47% das instituições responderam

alternativa (i), gestão da informação (gestão de documentos, etc.); 53%, a (ii),

aspectos da tecnologia da informação (intranet, portal, etc.); 30%, a (iii), aspectos da

gestão de recursos humanos (gestão de competências, incentivos, treinamento,

mentoring, etc.); 15%, a (iv), aspectos organizacionais (comunidades de prática,

descentralização, redes, etc.); e 4%, a (v), outros.

A maior parte das áreas de administração e de planejamento das Ifes –

que responderam que GC é prioridade estratégica – não citou iniciativas de gestão

do conhecimento e gestão da informação.

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Implementação

Elementos facilitadores

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, os principais

elementos facilitadores para implantar processos de GC são: programas de

capacitação para o pessoal; troca de experiências com outras organizações

envolvidas nesse processo; e metodologias que guiem o processo. Para a pergunta

sobre quais os elementos facilitadores que têm sido utilizados para iniciar/ implantar

processos de GC na organização, foi designada a intensidade de uso: alto/ médio/

baixo e, para ela, constataram-se os resultados a seguir: 34% apontaram a

alternativa (i), programas de capacitação para o pessoal); 23%, a (ii), alta prioridade

dada à iniciativa no nível mais alto da hierarquia; 21%, a (iii), plano de comunicação

bem desenvolvido e bem coordenado para a iniciativa; 15%, a (iv), manutenção do

apoio e compromisso em todos os níveis com a mudança; 15%, a (v),

estabelecimento de incentivos para partilhar conhecimento; 13%, a (vi), alocação de

recursos financeiros suficientes; 19%, a (vii), identificação da base de conhecimento

organizacional relevante da instituição; 28%, a (viii), metodologias que guiem o

processo; 21%, a (ix), disseminar exemplos de casos que demonstrem viabilidade e

ajudem a convencer; 23%, a (x), implantação em momento adequado, dadas as

condições internas e externas à organização; 23%, a (xi), ter acesso a consultores

especializados; 17%, a (xii), acesso a recursos bibliográficos impressos e eletrônicos

sobre o tema; 32%, a (xiii), troca de experiências com outras organizações

envolvidas nesse processo; 26%, a (xiv), sistemas de informática que apóiem os

processos de GC; 30%, a (xv), infra-estrutura computacional, redes, servidores, etc.;

13%, a (xvi), benchmarking das melhores práticas e processos; e 2%, a alternativa

(xvii), outros.

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Principais obstáculos

Principais obstáculos relacionados ao apoio da alta administração e prioridades

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo é o fato de a gestão do conhecimento e de a informação não serem uma

prioridade do governo.

Para a pergunta sobre os principais obstáculos à implantação de

processos de GC na organização, o grau de importância deve ser indicado como

alto/médio/baixo. Grupo 1 – apoio da alta administração e prioridades: 17%

marcaram a alternativa (i), falta de comprometimento dos diretores;6 21%, a (ii),

gestão do conhecimento e da informação não é uma prioridade do governo; 11%, a

(iii), receio de que outros órgãos/públicos, em geral, pudessem ter acesso a

informações sigilosas/confidenciais; 9%, a (iv) estratégias de gestão do

conhecimento são adaptadas ao setor privado, mas são inadequadas ao setor

público; e 4%, (v), a outros.

Principais obstáculos relacionados aos recursos humanos dedicados

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo é a baixa compreensão sobre gestão do conhecimento na instituição.

O grupo 2 – recursos humanos dedicados, apresentou os seguintes

resultados: 32% elegeram a alternativa (vi), deficiências de capacitação do pessoal;

36%, a (vii), baixa compreensão sobre gestão do conhecimento na instituição; 26%,

a (viii), a organização tende a concentrar esforços na Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC), em vez de questões organizacionais ou ligadas às pessoas; e

2%, a (ix), outros.

Principais obstáculos relacionados à infra-estrutura tecnológica

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo são as deficiências na infraestrutura computacional, redes, servidores, etc.

Para o grupo 3 – infraestrutura tecnológica, apresentaram-se os seguintes

resultados: 30% indicaram alternativa (x), deficiências na infraestrutura

computacional, redes, servidores, etc.; 15%, a (xi), pouca propensão para

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investimento em tecnologias voltadas essencialmente para facilitação de

aprendizado e colaboração; e 0%, a (xii), outros.

Principais obstáculos relacionados ao processo de trabalho e de cultura

organizacional

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo é a dificuldade de captar o conhecimento não documentado.

O grupo 4 – processo de trabalho e cultura organizacional, apresentou os

seguintes resultados: 32% marcaram a alternativa (xiii), resistência de certos grupos

de funcionários/cultura organizacional a mudanças; 43%, a (xiv), dificuldade para

capturar o conhecimento não documentado; e 0%, (xv), outros.

Principais obstáculos relacionados aos indicadores e ao sistema de avaliação

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo é a falta de incentivos para partilhar conhecimento.

O grupo 5 – indicadores e sistema de avaliação, apresentou os seguintes

resultados: 28% marcaram a alternativa (xvii), inexistência de indicadores; 36%, a

(xviii), falta de incentivos para partilhar conhecimento; e 4%, a (xix), outros.

Principais obstáculos relacionados à visibilidade e à comunicação interna e externa

Para as áreas de administração e de planejamento das Ifes, o principal

obstáculo são as falhas de comunicação.

O grupo 6 – visibilidade e comunicação interna e externa, apresentou os

seguintes resultados: 40% indicaram a alternativa (xx), falhas de comunicação; e

2%, a (xxi), outros.