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8/19/2019 Gleydson Luiz Alves Da Silva - Artigo 3 http://slidepdf.com/reader/full/gleydson-luiz-alves-da-silva-artigo-3 1/16  Revista CEFOP/FAPAZ de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia  – Vol. 4 - Ano 2 - Nº 04 - Jul/Dez 2014 – São Paulo: FAPAZ: 2014 - ISSN 2317-8841 111 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA DOS ALUNOS SURDOS NA SALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) DA E.E.E.F. DRº JOÃO FLORENTINO MEIRA DE VASCONCELOS GLEYDSON LUIZ ALVES DA SILVA Licenciado em Biologia - UVA; Licenciando em Letras/ LIBRAS - UFPB; Licenciando em Pedagogia - FMN; Especialista em Educação e Gestão Ambiental - FACISA; Especialista em Supervisão e Orientação Educacional - FACISA; Especialista em Língua Brasileira de Sinais - UNICID; Especialista em Atendimento Educacional Especializado - UCAM. E-mail: [email protected] Artigo submetido em jan/2014 e aceito em jun/2014 RESUMO A educação de Inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino está ganhando um novo rumo em nosso país. Partindo do pressuposto de que a educação inclusiva e práticas pedagógicas especiais é uma necessidade que as escolas brasileiras precisam se pautar de acordo com o decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, na qual elementa que o aluno surdo deve ser incluído dentro das práticas pedagógicas inclusiva da escola e ainda, menciona o ensino da Língua Portuguesa para os alunos surdos na educação básica como sua segunda língua. Com isso, para reforçar o apoio educativo para complementar e suplementar a aprendizagem do aluno surdo surge o Atendimento Educacional Especializado (AEE) baseado no decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, garantindo o atendimento especial com recursos pedagógicos e de tecnologia assistiva para dar suporte ao aluno, através de profissionais especializados como o professor de LIBRAS, o profissional tradutor/ intérprete e o apoio do professor do ensino regular para combater barreiras que ele enfrenta no contexto educacional e que o impedem ou o limitam de participar dos desafios de aprendizagem na escola, especificamente os desafios de aprender a entender a Língua Portuguesa, já que os mesmos apresentam dificuldades de escrita na segunda língua. A investigação desta pesquisa pautou-se numa metodologia de abordagem qualitativa onde foram investigados um professor - intérprete da sala de A.E.E. e quinze alunos surdos da Escola Estadual de Ensino Fundamental. Drº João Florentino Meira de Vasconcelos em Itabaiana-Paraíba, para analisar a prática pedagógica inclusiva para o ensino da Língua Portuguesa utilizado pelo professor de A.E.E. como algo relevante, que na sala de aula, há a utilização dela, superficialmente, de maneira ainda um pouco confusa e desarticulada da sua real função e importância. Palavras Chave: Atendimento Educacional. Professor. Aluno. Aprendizagem. INTRODUÇÃO O presente estudo e trabalho aborda um estudo íntegro sobre as o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa dos alunos surdos na sala de A.E.E. (Atendimento Educacional Especializado), com enfoque principal sobre a compreensão da leitura e interpretação de textos. Portanto, é importante destacar que a leitura é um dos elementos importantes que constitui uma base para um bom desempenho dos alunos em todas as atividades pedagógicas escolares. De acordo com a revolução do ensino ocorrida na última década e consequentemente o surgimento de novos métodos e técnicas de transmissão de conhecimentos, a arte de ensinar a ler e escrever não têm sido eficaz. As estratégias de competências e habilidades na área de língua portuguesa

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O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA DOS ALUNOS SURDOS NASALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) DA E.E.E.F. DRº JOÃO

FLORENTINO MEIRA DE VASCONCELOS

GLEYDSON LUIZ ALVES DA SILVALicenciado em Biologia - UVA; Licenciando em Letras/ LIBRAS - UFPB; Licenciando em Pedagogia - FMN;

Especialista em Educação e Gestão Ambiental - FACISA; Especialista em Supervisão e Orientação Educacional -

FACISA; Especialista em Língua Brasileira de Sinais - UNICID; Especialista em Atendimento Educacional

Especializado - UCAM.E-mail: [email protected] 

Artigo submetido em jan/2014 e aceito em jun/2014

RESUMO

A educação de Inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino está ganhando um novo rumo emnosso país. Partindo do pressuposto de que a educação inclusiva e práticas pedagógicas especiais é umanecessidade que as escolas brasileiras precisam se pautar de acordo com o decreto 5.626 de 22 dedezembro de 2005, na qual elementa que o aluno surdo deve ser incluído dentro das práticas pedagógicasinclusiva da escola e ainda, menciona o ensino da Língua Portuguesa para os alunos surdos na educaçãobásica como sua segunda língua. Com isso, para reforçar o apoio educativo para complementar esuplementar a aprendizagem do aluno surdo surge o Atendimento Educacional Especializado (AEE)baseado no decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, garantindo o atendimento especial com

recursos pedagógicos e de tecnologia assistiva para dar suporte ao aluno, através de profissionaisespecializados como o professor de LIBRAS, o profissional tradutor/ intérprete e o apoio do professor doensino regular para combater barreiras que ele enfrenta no contexto educacional e que o impedem ou olimitam de participar dos desafios de aprendizagem na escola, especificamente os desafios de aprender aentender a Língua Portuguesa, já que os mesmos apresentam dificuldades de escrita na segunda língua.A investigação desta pesquisa pautou-se numa metodologia de abordagem qualitativa onde foraminvestigados um professor - intérprete da sala de A.E.E. e quinze alunos surdos da Escola Estadual deEnsino Fundamental. Drº João Florentino Meira de Vasconcelos em Itabaiana-Paraíba, para analisar aprática pedagógica inclusiva para o ensino da Língua Portuguesa utilizado pelo professor de A.E.E. comoalgo relevante, que na sala de aula, há a utilização dela, superficialmente, de maneira ainda um poucoconfusa e desarticulada da sua real função e importância.

Palavras Chave: Atendimento Educacional. Professor. Aluno. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO O presente estudo e trabalho aborda um estudo íntegro sobre as o processo de aprendizagem da

Língua Portuguesa dos alunos surdos na sala de A.E.E. (Atendimento Educacional Especializado), comenfoque principal sobre a compreensão da leitura e interpretação de textos. Portanto, é importantedestacar que a leitura é um dos elementos importantes que constitui uma base para um bomdesempenho dos alunos em todas as atividades pedagógicas escolares.

De acordo com a revolução do ensino ocorrida na última década e consequentemente osurgimento de novos métodos e técnicas de transmissão de conhecimentos, a arte de ensinar a ler e

escrever não têm sido eficaz. As estratégias de competências e habilidades na área de língua portuguesa

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adquiridas pelos alunos das séries iniciais do ensino fundamental estão em processo lento de atingir asmetas e os objetivos almejados pelo Ministério da Educação.

O conceito de educação inclusiva surgiu no ano de 1994, com a ideia de que as pessoas com

necessidades educativas especiais sejam incluídas nas escolas de ensino regular. Quando se fala deeducação inclusiva, é importante que todos nós, antes de expor o assunto, respondamos a pergunta: Oque é inclusão? Partindo desse pressuposto, é preciso que as políticas de educação sejam direcionadas àinclusão, que os educadores desacomodem-se, combatendo o preconceito e a discriminação, mostrandoque a inclusão é um momento oportuno para professores e a comunidade escolar demonstrarem suacompetência e principalmente suas responsabilidades educacionais.

Com isso, nessa percepção há a necessidade de realizar um estudo mais aprofundado sobre essasdificuldades e o processo de aprendizagem com enfoque na leitura e escrita condicionalmenteelementada na Língua Portuguesa com alunos surdos atendidos na sala de Atendimento EducacionalEspecializado (A.E.E.). Por meio de uma pesquisa de campo, pretendo também compreender os fatoresque levam os educandos a sentirem dificuldades na leitura, ocorrido na E.E.E.F. Dr. João Florentino Meira

de Vasconcelos, no município de Itabaiana-PB. A fundamentação teórica realizou a partir da concepçãode alguns autores como Bueno, Damázio, Freire entre outros que permitiram o desenvolvimento e oaprofundamento do estudo proposto.

A pesquisa envolve 15 ( Quinze ) alunos surdos, com faixa etária entre 16 a 20 anos, que estãofrequentemente no ensino regular de escolas publicas, e também estão regularmente matriculados naSala de Atendimento Educacional Especializado ( AEE ) da escola acima citada.

Mediante a pesquisa, foi realizada uma entrevista com o Interprete de LIBRAS (Língua Brasileirade Sinais), onde o mesmo respondeu as perguntas apresentadas (Apêndice A). Em seguida, foi realizadoum questionário objetivo com os alunos surdos (Apêndice B), sob o auxilio do intérprete de LIBRAS doAEE, para que os mesmos pudessem ter claramente o entendimento e o objetivo da pesquisa elencadaque é de mostrar o funcionamento de ensino-aprendizagem de surdos.

A educação inclusiva na educação de surdos vem progredindo ao longo do tempo. No final doséculo passado apresentava a oralidade como fundamentação pedagógica, não existia a figura de uminterprete em sala de aula e os deficientes auditivos eram discriminados pela grande maioria dapopulação essa “discriminação” acontecia na sua maioria acontecia justamente pelo fato das pessoas nãosaberem lidar com esta especialidade.

Então, percebe-se que houve um avanço sobre a concepção de educação inclusiva, já que na suaimplementação diante da sociedade, ainda não estava preparada ou determinada para assumir e aceitaras novas tendências inclusivas, principalmente a diversidade.

Portanto, vale ressaltar que atualmente a educação especial em consonância com a educaçãoinclusiva tem mudado muitas práxis educacionais integrando os alunos com deficiência nas escolas, ebuscando profissionais que estão envolvidos na Educação Inclusiva com formação adequada, atendendo

as exigências desta política pública, o que ajuda no acompanhamento e no desenvolvimento daspotencialidades dos alunos com deficiência.

2. REFERENCIAL TEÓRICO2.1. Conceituando Educação Inclusiva 

Entende-se por inclusão o ato de favorecer ou efeito de incluir no meio social. É um assunto quevem sendo muito debatido há um bom tempo. Surgiu como necessidade de uma detecção precisa dodistúrbio e conscientização de uma atenção educacional especial, distinta e separada da organizaçãoeducacional regular. Surgindo, assim, as escolas de educação especial, que foram se ampliando econsolidando paralelamente ao desenvolvimento do estado moderno.

O conceito de inclusão assume a vantagem de exigir a integração entre crianças e adultos,

proporcionando um desenvolvimento conjunto, mesmo com muitas dificuldades as escolas conseguem

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integrar esses deficientes auditivos na escola e acabam criando condições adequadas para o processo deaprendizagem.

Por outro lado, de acordo com Paulo Freire pode-se afirmar que incluir é promover uma

intervenção estratégica didático-pedagógico no campo da educação, pois é uma forma de incluircidadãos com deficiência interagindo com o meio social, assim construindo e realizando umatransformação social.

A abordagem inclusiva está elementada de duas formas sendo consideravelmente total ouparcial. A mesma está relacionada às questões de mudanças de paradigmas educacionais, de conceitos,de estruturas e de ações e atitudes responsáveis. Ainda, vale ressaltar que, as crianças e adolescentesdevem aprender juntas, com objetivos e processos metodológicos individuais, diferentes.

Com isso a Declaração de Salamanca (1994, p. 11-12)“O princípio fundamental da escola inclusiva consiste em que todas as pessoasdevem aprender juntas, onde quer que isto seja possível, não importam quais asdificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas precisam

reconhecer e responder às necessidades diversificadas de seus alunos,acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurandoeducação de qualidade para todos mediante currículos apropriados, mudançasorganizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com suascomunidades”. 

A proposta inclusiva representa uma política pública na área da pesquisa e trabalho de práticaseducativas que muitas vezes precisam sair da teoria e serem cedidas as práticas educativas. Portanto, ainclusão e a aprendizagem dependem muito da conscientização, do respeito, do conhecimento, dosprocessos de desenvolvimento e da sensibilidade dos profissionais da educação, para superar ospreconceitos e a exclusão.

Na perspectiva, o professor pode ser um importante instrumento de desenvolvimento da

aprendizagem na sala de aula, como o ensino da Língua Portuguesa para alunos com deficiência auditivaagregando a aprendizagem e o ensino da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), como um meiointensificador para a inclusão do aluno surdo a ser inserido no contexto social. As formações destesprofissionais podem tornar mais eficaz a aprendizagem do aluno, tornando-se um profissional bilíngue,ou seja, proficiência em duas línguas como a LIBRAS e Língua Portuguesa, despertando assim, um saltoqualitativo na formação dos profissionais de Libras.

O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do DistritoFederal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e deMagistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como parteintegrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, conforme legislação vigente estabelecida naLei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002.

Baseado em Mazzota (1996), a história da educação das pessoas com deficiência no Brasil, divide-se em dois momentos distintos: um primeiro, de iniciativas isoladas (oficiais e particulares), e umsegundo, de iniciativas oficiais de âmbito nacional, ou seja, o primeiro momento é caracterizado pelainexistência de políticas públicas voltadas para o atendimento das pessoas com deficiência, e o segundopela definição mais clara de tais políticas.

2.2. Conceituando Educação Especial O conceito de inclusão assume a vantagem de exigir a integração entre crianças e adultos,

proporcionando um desenvolvimento conjunto, mesmo com muitas dificuldades as escolas conseguemintegrar esses deficientes auditivos na escola e acabam criando condições adequadas para o processo deaprendizagem.

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De outra forma, e pautado no olhar de Paulo Freire, pode-se afirmar que incluir é promover umaintervenção estratégica na educação, pois é uma forma de assumir o ato educativo enquanto ato políticode transformação social.

Para tanto, pode-se entender que a educação especial está relacionada a uma pedagogia que écapaz de educar com sucesso a todos os educandos, mesmo aqueles comprometidos, isto é, oferecer àspessoas com necessidades educativas especiais as mesmas oportunidades sociais, educacionais eprofissionais acessíveis aos mesmos, respeitando e valorizando as características específicas de cada umadelas.

Ainda, a educação inclusiva proporciona através de mecanismos meios de atender a diversidadecomo, por exemplo, propostas curriculares adaptadas, a partir daquelas adotadas pela educação básicade qualidade. No entanto, o atendimento dos alunos com deficiência ao serem incluídos em classescomuns, exige serviços de apoio integrado por educadores e técnicos qualificados e ainda uma escolaaberta que atenda à diversidade social.

Portanto, a Declaração de Salamanca (1994), o conceito de necessidades educacionais especiais

passa a ser amplamente disseminado, no entanto as políticas educacionais implementadas nãoalcançaram o objetivo de levar a escola comum a assumir o desafio de atender as necessidadeseducacionais de todos os alunos.

Nos casos de transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articuladacom o ensino comum, orientada para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos.

Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto no qual seinserem. A importância de ambientes heterogêneos está na promoção à aprendizagem de todos osalunos.

2.3. Quem é o aluno da Educação Especial? Nos casos de transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada

com o ensino comum, orientada para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos.Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto no qual seinserem. A importância de ambientes heterogêneos está na promoção à aprendizagem de todos osalunos.

O aluno da Educação Especial é aquele que por apresentar necessidades educacionais diferentesdos demais alunos no domínio da aprendizagem curricular correspondente à sua idade, requer demateriais e recursos pedagógicos e metodológicos educativos específicos. Conhecidos como pessoa comdeficiência sendo eles: intelectual, visual, surdo, físico, deficiência múltipla e altas habilidades.

2.4. Diretrizes da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Com esta perspectiva, é importante mencionar o atendimento educacional especializado que

tem como objetivo identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade queeliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidadesespecíficas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se dasatividades realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimentocomplementa e/ou suplementa formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola efora dela.

Portanto, pode-se destacar o atendimento ao aluno com surdez, quanto a sua diferençalinguística, na medida do possível, o aluno surdo deve estar com outros alunos ouvintes em turmascomuns na escola regular. Vale mencionar que, cabe aos sistemas de ensino disponibilizar as funções deinstrutor, tradutor/intérprete de Libras para apoiar nas atividades curriculares em sala de aula e o apoiode intervenção na sala de A.E.E.

No entanto, a Declaração de Salamanca de 1994, rege acordo com a qual as escolas devemacolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,

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emocionais, linguísticas ou outras. Esse acolhimento, essa capacidade da escola educar todas as criançasrepresenta um passo muito importante na mudança de atitudes de discriminação e criação decomunidades e sociedades integradoras.

A Constituição Federal garante a todos os brasileiros o direito e o acesso a educação escolar. Deacordo com o documento “O acesso de pessoas com deficiência às classes e escolas comuns da rede

regular de ensino” se demonstrará não só a viabilidade, mas os benefícios de se receber, na mesma salade aula, a todas as crianças.

Em destaque, o artigo 208 da Constituição Federal condiz que o atendimento educacionalespecializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino, de preferência na rede regular, pois esteé o ambiente escolar mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com seus pares demesma idade cronológica e para a estimulação de todo o tipo de interação que possa beneficiar seudesenvolvimento cognitivo, motor, afetivo.

Na Constituição Federal consta que a educação é aquela que visa o pleno desenvolvimentohumano e o seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205), qualquer restrição ao acesso a um

ambiente marcado pela diversidade, que reflita a sociedade como ela é, como forma efetiva de preparar apessoa para a cidadania, seria uma “diferenciação ou preferência” que estaria limitando, “em si mesma odireito à igualdade dessas pessoas.

Ainda, o decreto de nº 7.611 de 17 de novembro de 2011 dispões sobre a educação especial, oatendimento educacional especializado garantindo a oferta do atendimento e ampliação para alunoscom deficiência.

3. A EDUCAÇÃO ESPECIAL DE INCLUSÃONa educação inclusiva pode-se observar a adaptação de métodos de ensino necessários para

receber crianças com deficiências para oferecer um ensino de qualidade no Brasil. A convivência e acooperação mútua proporcionam para o portador de deficiência uma oportunidade ímpar de conviver em

ambientes ricos em estímulos permitindo-lhe uma vida social saudável e para o não portador dedeficiência, um desenvolvimento humano do dia a dia e uma sensação de poder ser útil a alguém.A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido distorcido e um movimento muito polêmico

pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de todaordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é doque garantir o direito de todas à educação.

O tema Educação Inclusiva vem tomando corpo a partir da Declaração de Salamanca (Espanha,1994), que apresenta um conjunto de princípios políticos e práticos das Necessidades EducacionaisEspeciais – nome que veio substituir os termos: excepcional, deficiente, etc., e uma linha de ação combase em dois eixos de atuação: a) A inclusão daqueles que possuem necessidades educacionais especiaise o reconhecimento das necessidades de ações para se conseguir de fato uma “educação para todos”,

incluindo os que são impedidos, por algum motivo de participar do processo educacional; b) A educaçãoinclusiva prioriza a matrícula de todas as crianças em escola regular e lança o desafio de essas escolasdesenvolverem uma pedagogia centrada na criança, educando com sucesso aqueles com necessidadeseducacionais especiais.

Então surgem as perguntas: Mas quem é essa criança? Qual será o nível de seu comportamentocognitivo? Como trabalhar essa sua necessidade? O que propor a ela, pedagogicamente falando? Comopodemos responder a essas perguntas, se não interagirmos com o nosso objetivo, ou seja, como construiruma pedagogia que atende a todos sem, se não temos contato com crianças com necessidadeseducacionais especiais?

A articulação entre o professor e o responsável pelo AEE perpassa por reuniões diárias são o meioideal de comunicação entre os dois e sempre que surgir uma dúvida ou necessidade em sala, deve ser

levava para a responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) e, juntas, pensávamos em

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soluções. Dessa forma, o progresso das crianças se intensifica e a avaliação se aprimora na medida emque acontece adaptação por parte de alunos e profissionais.

A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e

exigem da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernizee para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço deatualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.

No período colonial, a educação era muito restrita porque praticamente não existiam escolas eporque a educação formal visava à profissionalização de pessoas da Corte Portuguesa. Não haviampolíticas de educação direcionada ao povo (SILVA, 2006). É somente na Constituição Brasileira, de 1824que, pela primeira vez na história da educação brasileira, a educação de grupos excluídos passa a sermencionada. Assim, a partir da Constituição Imperial foram estabelecidos os primeiros passos dainstrução primária gratuita a todos os cidadãos.

A ideia da inclusão não se limita aos alunos com deficiências e aos que apresentam dificuldadespara aprendizagem, mas refere-se a todos os demais, para que obtenham sucesso na escola (MANTOAN,

2006).Assim, nasce a Educação Especial e com ela as pessoas com deficiências passaram a ser

contempladas educacionalmente. Este tipo de educação tinha um fim específico, que era o de retirar aspessoas com deficiências do convívio social, seja da família, da escola, da igreja (SANTIAGO, 2003).

3.1 Afinal, o que é A.E.E.? Qual o objetivo do A.E.E.?O A.E.E. (Atendimento Educacional Especializado) é um serviço de cunho pedagógico, conduzido

por professor especialista na área, que tem a função de complementar e suplementar (no caso de alunossuperdotados). Este atendimento educacional é realizado em classes comuns da rede regular de ensinoem horário oposto. Com isso, a escola tem por objetivo de oferta este serviço através de equipamentos erecursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais dos alunos e também os recursos de

tecnologia assistiva (TA) para alunos com necessidades educacionais especiais e/ ou com deficiência.No entanto, o atendimento se dá para alunos que moram próximos as escolas que possuem a salade A.E.E. e se estendem para aqueles alunos que moram distante da escola, mas necessitam desseatendimento, podendo ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos queapresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em quefrequentam a sala de aula comum.

Com isso, é relevante mencionar que o atendimento educacional especializado, nas salas derecursos multifuncionais, se caracteriza por ser uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher adiversidade ao longo do processo educativo, constituindo num serviço disponibilizado pela escola paraoferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acessoao conhecimento, à autonomia e à sua cidadania. (ALVES, 2006)

4. COMO SE DÁ O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA O ENSINO DA LÍNGUAPORTUGUESA AOS ALUNOS SURDOS?

De acordo com a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, através do Decreto 5.626 de 22 de dezembrode 2005, o aluno surdo é necessário que os mesmos aprendam a Língua Portuguesa já que esta língua nãopoderá substituir na modalidade de ensino. Com isso, o atendimento se dá na sala de recursos e emhorário oposto ao estudo do aluno no ensino regular. O ensino é desenvolvido por um profissional,preferencialmente certificado em Língua Portuguesa e que conheça a estrutura e os fundamentos dalinguística, na qual norteia e baseia o trabalho de ensino, e que, sobretudo possa realizar mudanças parao ensino do português aos alunos surdos.

O objetivo do A.E.E. é no entanto, desenvolver a competência gramatical ou linguística, como

também desenvolver a produção textual com os alunos surdos, para que os mesmos possam realizar assequências linguísticas.

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Com isso, a sala de recursos multifuncional pode desenvolver um trabalho pedagógico para oensino da língua portuguesa aos alunos surdos, através dos princípios didáticos que possam gerar aaprendizagem.

A sala de recursos multifuncionais deve ser um espaço organizado para o atendimentoeducacional, portanto, sem organização adequada não haverá condições plenas de aprendizagem. Osalunos que apresentarem condições de comunicação e sinalização diferenciadas em relação aos demaisalunos podem demandar, ao longo de sua aprendizagem, o desenvolvimento de instrumentos e/ oumeios linguísticos da Língua Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais, importantes para a inclusãoeducacional e social (ALVES, 2006).

Para tanto, as salas de recursos para alunos surdos são espaços importantes e garantidos por leipara a realização de complementação curricular diferenciado das práticas de sala regular, no entanto, oobjetivo da organização desses espaços é viabilizar condições plenas e o acesso aos níveis de ensino,considerando que esses alunos têm condições de comunicação diferenciada. (ALVES, 2006)

No entanto, para que a sala de recursos seja um espaço ideal para os alunos surdos, o professor,

também, deve estar capacitado, ser, preferencialmente professor bilíngue, com estratégias emetodologias adequadas para o ensino das línguas.

De fato, o professor da sala de recursos multifuncional deve gerar meios de resultemaprendizagem para a vida do aluno surdo, com isso, ele deve:

  Estar preparado e complementar os estudos referentes aos conhecimentos interligados dasclasses regulares;

  Ofertar suporte pedagógico aos alunos, dando-lhes a facilitação e o acesso aos conteúdoscurriculares;

  Promover o aprendizado da LIBRAS para o aluno que optar pelo o seu uso;  Utilizar as tecnologias assistiva de comunicação e informação para a aprendizagem da

LIBRAS, como também a Língua Portuguesa;

 

Promover a aprendizagem da Língua Portuguesa para os alunos surdos como a segundalíngua conforme a lei;

  Ofertar o ensino da Língua Portuguesa quanto a sua modalidade de escrita;  Promover a aprendizagem do aluno surdo no desenvolvimento da Língua Brasileira de Sinais.Nesta perspectiva, o professor da sala de recursos deverá explorar as riquezas de materiais e

principalmente os recursos visuais para alcançar a aprendizagem do aluno no conhecimento da LínguaPortuguesa, possibilitando a abstração dos significados de elementos mórficos da língua. No ensejo, oprofessor é necessário ter um amplo acervo textual em língua portuguesa, com o objetivo de oferecer aoaluno a pluralidade dos discursos dando-os a oportunidade de interagir com as várias situações deenunciação.

Outro fato importante para promover a aprendizagem do aluno surdo, é o dinamismo e a

criatividade do professor desde a organização das atividades adaptadas a organização da sala de A.E.E.com palavras em capa ponto estratégico ( por exemplo, lousa, armário, cadeira, mesa, livro, etc.) paraque o aluno fixe a sua aprendizagem dos objetos contidos na sala, conforme em Anexo.

Em suma, a exploração e a aprendizagem da Língua Portuguesa para os surdos se dá através dasgravuras com legendas para facilitar a apreensão dos conhecimentos dos alunos, desde a exploração dosconteúdos específicos ao de âmbito geral.

Contudo o atendimento educacional especializado para o ensino da Língua Portuguesa éorganizado por uma equipe de professores especializados, professor de LIBRAS e do Intérprete deLIBRAS com a parceria do professor da sala regular.

Vale ressaltar que, o professor de LIBRAS e o intérprete de LIBRAS são fatores corresponsáveispela a aprendizagem do aluno surdo. Com isso, é notório destacar que se faz necessário o estudo dessa

língua nos níveis morfológicos, sintático, e semântico-pragmático, ou seja, para clarear os

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conhecimentos dos alunos será atribuídos os significados às palavras, favorecendo a construção deentendimento da escrita, através dos conhecimentos prévios dos alunos.

Dessa forma, o professor deverá trabalhar os sentidos das palavras de forma contextualizada,

respeitando a estrutura gramatical da Língua Portuguesa, portanto, esse processo deverá iniciar desde aeducação infantil e se prossegue até o ensino superior. Para que haja o alcance dar metas mencionadospelos professores da escola, é importante que os mesmos possam correlacionar parcerias efetivas paraque, as metas sejam alcançadas de forma plena.

Os traçados metodológicos são importantes para a educação dos surdos, neste tocante o estudoda língua portuguesa deverá principalmente está relacionado a exploração de glossários na qual amplia ovocabulário dos alunos, assim como também o estudo e exploração das gravuras, o recursos dememorização, e o recursos de tecnologia assistiva. Contudo, o aluno surdo precisa aprender a incorporarno seu texto as regras gramaticais da escrita na língua portuguesa.

Com o objetivo de alcançar as metas propostas na educação dos surdos, deve ser inseridos notrabalho educativo as regras gramaticais proporcionalmente ditas, que os alunos ouvintes, facilmente

compreendem, por terem o canal comunicativo à língua oral. Por outro lado, já diferentemente aoprocesso educativo dos surdos, no caso o professor deverá propiciar o canal de compreensão. Sãoanalisadas no processo avaliativo a observação à análise morfológica, flexão do gênero, número e graudo substantivo e adjetivo e a concordância verbal e nominal. Desta forma, os alunos precisam ficaratentos a todas as pistas oferecidas para compreensão da mensagem, com isso, o atendimentoeducacional especializado contribui grandemente no avanço do estudo da Língua Portuguesa do alunosurdo.

4.1 O papel do Tradutor/ Intérprete de LIBRAS É o profissional fluente na Língua Brasileira de Sinais e em Língua Portuguesa que tem o objetivo

de verter a comunicação oral em língua de sinais de forma plena para o entendimento da comunicação

para os surdos em tempo real (interpretação simultânea) ou com um pequeno espaço de tempo(interpretação consecutiva) da LIBRAS para a Língua Portuguesa.Com isso o profissional intérprete ao medicar a comunicação entre usuários e não-usuários da

LIBRAS, deve observados preceitos éticos no desempenho de suas funções, relacionando a comunicaçãoentre ouvintes e surdos. Ainda, o profissional deve sempre respeitar o contexto escolar, seja em relaçãoàs aulas em si, seja em relação aos alunos com surdez e ouvintes.

A relação entre tradutor e professor de LIBRAS deverá ser harmônica, desde que o professor deLIBRAS ensine a estrutura da língua comunicativa, ao contrário do tradutor que deverá medicar acomunicação entre alunos surdos com os ouvintes.

Neste aspecto, o professor de LIBRAS deverá ser fluente na língua de sinais, pois, é a pessoahabilitada para transmitir seus conhecimentos aos seus alunos usuários da Língua de sinais. Já o tradutor,

deverá ser fluente em Língua Portuguesa e na LIBRAS.Contudo, na sala de aula o tradutor deverá acompanhar o processo de aprendizagem do alunosurdo no contexto escolar, facilitando a aprendizagem e garantido a sua permanência em sala de aula,construindo um elo educacional de construção comunicativa.

A atuação do tradutor/ intérprete escolar envolve também a mediação da comunicação nasdiversas atividades escolares, visando atender às necessidades tanto dos professores e alunos quanto dacomunidade escolar e promovendo a inclusão social.

Ainda, o profissional intérprete de LIBRAS é um profissional ciente de sua responsabilidadesocial, onde poderá mobilizar gestores e professores para a importância de se promover a igualdade deacesso comunicativo.

5. PERFIL DA E.E.E.I.F. DRº JOÃO FLORENTINO MEIRA DE VASCONCELO5.1 Histórico escolar

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A Escola Estadual de Ensino Infantil e Fundamental. Drº João Florentino Meira de Vasconcelos,está localizada na Rua José Rodrigues de Lima nº 16, no bairro Suburbana, cidade de Itabaiana 1. Suafundação se deu no dia 13 de julho de 1970, tendo como decreto de criação de nº 50/37 do estado da

Paraíba, como entidade mantenedora a Secretaria de Estado da Educação da Paraíba.A equipe administrativa é composta por dois gestores escolar, sendo Maria da Conceição Silva

Araújo (Diretora) e Maria Menina da Silva (Vice diretora), além de 2 agentes administrativos responsáveispela organização dos arquivos da escola e ainda, responsáveis pela organização de expedição dedocumentos.

O corpo docente atualmente é composto por 34 (trinta e quatro) professores, sendo 5 (cinco)professores polivalentes, 82 (vinte e oito) professores de disciplinas curriculares específicos e ainda, 1(Hum) intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), 1 (Hum) secretário geral e 12 (doze)funcionários de apoio.

O corpo discente é composto por 550 (Quinhentos e Cinquenta) alunos contabilizados nos turnos:manhã, tarde e noite, envolvendo os programas educacionais oferecidos pelo Ministério da Educação.

5.2 Programas educacionais existentes na escolaO estabelecimento de ensino é assistido pelos projetos do Ministério da Educação e da Secretaria

de Estado da Educação e Cultura da Paraíba, que tem contribuído para o funcionamento da escola: PNLD(Programa Nacional do Livro Didático); PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola); PDE (Programa deDesenvolvimento da Educação); Mais Educação; Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Revivendo osSaberes.

5.3 Obtenção de dados dos entrevistadosA presente pesquisa foi realizada no período de Novembro, Dezembro de 2013 à Março de 2013,

na Escola Estadual de Ensino Fundamental. Drº João Florentino Meira de Vasconcelos, localizado no

Bairro da Suburbana, município de Itabaiana-PB.Foram utilizados como instrumento de pesquisa questionários constituídos por questõesobjetivas, sendo o público alvo: Professor- Intérprete de LIBRAS e alunos atendidos no A.E.E. Ainda,participaram da análise dos dados da pesquisa: pedagogos e orientadores educacionais. Após a pesquisa,os dados coletados foram expressos em porcentagens, e será feito um estudo profundo para que todas asideias expressas sejam avaliadas e transformadas em ações para o bem da comunidade.

6. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada nesta pesquisa foi baseada através questionário com perguntas abertas

ao Professor –  Intérprete de LIBRAS e ainda, um questionário objetivo com os alunos surdos. Valeressaltar que as respostas dos alunos surdos foi regido sob a orientação e adaptação do professor – 

1  A cidade de Itabaiana teve a sua origem colonizadora em Maracaípe no ano de 1663. Com relação às datas

referentes a elevação do povoado de Itabaiana as categorias de vila, município, cidade, comarca e freguesia

eclesiástica, há várias versões, assim narra Sabiniano Maia, em “Itabaiana – sua História – suas memórias de 1500 a

1975”.

Sabe-se que o povoado de Itabaiana que pertencia ao Município de Pilar, passou á categoria de vila pela Lei nº 723

de 1º de outubro de 1881. (Alguns documentos trazem divergências quanto a essa data)

No governo de Venâncio Neiva em 23 de abril de 1890, através do Decreto nº 14 na comarca de Pilar é criado o

município de Itabaiana, tendo como sede a vila do mesmo nome, fazendo parte ainda da sua divisão política e

administrativa outros distritos. Esse mesmo governo através do Decreto nº 06 de 26 de maio de 1891 eleva Itabaiana

a categoria de cidade, ficando assim esta data como a emancipação política do município.Depois de instalada a Comarca de Itabaiana, foram designados para Juiz de Direito e Promotor Público

respectivamente os bacharéis Claudino Francisco de Araújo Guarita e José Lucas Pires de Souza Rangel.

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intérprete de LIBRAS da escola. Foram entrevistados alunos (Apêndice B) e o Professor - Intérprete(Apêndice A), conforme em seu apêndice.

A pesquisa de campo foi aqui utilizada com o objetivo de levantar informações sobre o processo

de aprendizagem da língua portuguesa e as formas metodológicas utilizadas pelo profissional na sala deA.E.E., para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou aindadescobrir novos métodos para trabalhar.

O problema foi formulado através da pesquisa bibliográfica já realizada em leituras deaprofundamentos sobre o tema que nos salientou realizar a pesquisa de campo para que todos osenvolventes da nossa escola, especificamente da sala de recursos que pudessem participar ativamentedeste processo contínuo e importante. A coleta de dados foi normal, sendo um instrumentoimportantíssimo e atingindo todos envolventes da escola.

A entrevista exige a presença do pesquisador a fim de obter dos sujeitos as informaçõesimportantes para responder a sua interação com o processo educacional. A entrevista tem a vantagem deenvolver uma relação pessoal entre pesquisador e sujeito, esta pesquisa foi entre educadores, educandos

e pais e/ ou responsáveis pelos educandos o que facilitou o esclarecimento de dúvidas presentes.

6.1 Entrevista com o Professor – Intérprete de LIBRAS do A.E.E. Foi entrevistado o profissional da Sala de A.E.E., onde saudamos e a diante iniciou-se com a

seguinte pergunta: Como relacionar Atendimento Educacional Especializado e o Ensino regular para odesenvolvimento da Língua Portuguesa com os alunos surdos?

PROFESSOR A.E.E.: Bem, realmente existem muitas dificuldades para o ensino da LínguaPortuguesa com os alunos surdos, porque, os mesmos não ouvem e também não oralizam, apenas usama línguas de sinais como canal de comunicação, assim atropelando artigos, e outras flexões de umaoração. No entanto, os educadores do ensino regular não se preocupam quanto a grafia do aluno surdo,elementando a responsabilidade do AEE para o ensino da língua portuguesa.

Em seguida foi perguntado ao professor, quais as metodologias são adotadas para desenvolvera aprendizagem dos alunos surdo explorando a Língua Portuguesa na sala de A.E.E.?PROFESSOR A.E.E.: Primeiramente, a metodologia se dá através de um bom planejamento e a

organização do tempo, espaço e conseguintemente a organização dos recursos oferecidos pela escola.Para explorar o estudo apresento figuras ilustrativas do cotidiano do aluno surdo e explico por meio dalíngua de sinais e em seguida, criamos frases pequenas para o entendo e a compreensão seja facilitada..

Diante das metodologias utilizadas, qual metodologia utilizada no A.E.E. que os alunosparticipam ativamente nas atividades?

PROFESSOR A.E.E.: Os alunos surdos participam de todas as atividades propostas, mas, existeuma que sinto que eles gostam de participar e opinar que é a exploração de gravuras. Cada um participade forma que compreendem nas exposições, e em seguida peço para que eles descrevam o que veem na

figura. Em seguida organizamos na estrutura da Língua Portuguesa.Ademais, foi perguntado ao professor. Quais as dificuldades encontradas pelos professores doA.E.E., enfrentando os desafios da educação brasileira?

PROFESSOR A.E.E.: Um dos grandes desafios para a educação do A.E.E. é a grande incidência dealunos surdos não alfabetizados na sala regular, com isso, os professores encaminham para a sala derecursos, objetivando a alfabetização dos alunos. O Professor esquece que a alfabetização ocorre na salaregular nas séries iniciais.

Perguntou-se ao Professor: Você acha que a abordagem de aprendizagem e alfabetização dosurdo deve ser mais ampla possível na sala de aula?

PROFESSOR A.E.E.: Sim com certeza! A parceria entre o professor do ensino regular com oprofessor do A.E.E. é indispensável, pois é através desta parceria que pode-se traçar metodologias e um

diagnóstico sobre a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno surdo. Se isso não acontecer,infelizmente a educação não acontece e a aprendizagem fica estável.

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Mencionamos ao Professor: Como se dá o atendimento especializado ao aluno surdo?PROFESSOR A.E.E.: Eu divido em grupos com faixa etárias diferentes, e também crio grupos que

te fluência na libras e os que não tem a fluência. Portanto, diversifico diversas atividades diferentes para

cada grupo específico. Já o trabalho coletivo prefere a integração de todos.Ainda, Perguntou-se ao Professor: Como você desperta o interesse do aluno surdo para o

estudo da Língua Portuguesa?PROFESSOR A.E.E.: A prática pedagógica de cada professor deve analisada antes de ser colocada

em prática. Aula dinâmica de integração quebra cabeças com frases em português, gravuras ampliadas,pesquisa em computador, tem sido um mero caminho para despertar o interesse do aluno nas aulas deA.E.E.

Dando continuidade a entrevista, perguntou-se ao Professor: Como os alunos avaliam as aulasde estudo de aprendizagem da Língua Portuguesa?

PROFESSOR A.E.E.: Em sua maioria gostam de estudar a língua portuguesa até porque éimportante para o seu cotidiano, e em suma, tudo está voltado ao português. Com isso, estimulo que é

importante aprender o português para que não possam sofrer dificuldade intensa no cotidiano. Outros,só preferem estudar a Libras, portanto estimulo com outras atividades pedagógicas.

Perguntou-se ao Professor: Como é a relação família, aluno, escola e o Professor- Intérpretedo A.E.E.?

PROFESSOR A.E.E.: Posso que dizer que harmônica, até porque sempre que realizamos asmatrículas informamos que é importante a integração da família na escola para acompanhar o processode aprendizagem do aluno. A escola é um canal aberto para receber a família e o aluno, com isso, amesma sempre acata as opiniões e as ações pedagógicas realizadas na escola. Quanto aluno e ointérprete, temos um elo forte de integração favorecendo a presença do aluno na sala de recursos,promovendo a aprendizagem harmônica.

6.2 Entrevista com os Alunos atendidos no A.E.E.Foram entrevistados cerca de 15 (quinze) os alunos surdos atendidos pela sala de AtendimentoEducacional Especializado (A.E.E.), as perguntas eram adaptadas pelo professor - intérprete de LIBRAS,onde foi apresentada as perguntas e os dados obtidos serão representados através de gráficos, para acompreensão e entendimento das participações dos alunos surdos durante a entrevista

Portanto, foi perguntado: Você gostar de participar das aulas de estudo da Língua Portuguesana sala de A.E.E.? 

Grafico 1. Participação nas aulas de estudo da Língua Portuguesa.Fonte: Pesquisa Direta, 2013

Na pesquisa, a maioria dos alunos gostam de participar das atividades propostas na sala derecursos, correspondendo 95% dos alunos. Outro dado relevante é que na pesquisa a maioria dos alunosé do sexo masculino correspondendo a 65% do total.

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Em seguida perguntamos aos alunos: Que tipo de gênero de texto você gosta de estudar nasala de Atendimento Educacional Especializado?

Gráfico 2. Gênero de texto mencionados pelos alunos surdos.Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

De acordo com a pesquisa, 50% dos alunos surdos gostam de estudar com o professor-intérpretede LIBRAS textos noticiários, que segundo os alunos eles gostam de ficar sabendo de notícias queacontecem em sua região. Os demais optaram pelas três opções mencionadas na pesquisa, já que oprofessor contempla esses quatro tipos de gêneros.

De acordo com Kleiman (1993) “...quanto mais diversificada a experiência de leitura dos alunos,

quanto mais familiaridade eles tiverem com textos, narrativas, expositivos, descritivos, mais conhecidaserá a estrutura desse texto, é mais fácil a percepção das relações entre informações veiculadas no textoe a estruturação do mesmo”. 

Dando continuidade perguntou-se: Diante da metodologia aplicada na sala de recursos, vocêsente dificuldades de leitura e compreensão de textos na Língua Portuguesa?

Gráfico 3. Dificuldades de leitura e compreensão de textos.Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

De acordo com as respostas dos alunos surdos, a maioria que corresponde a 60% dosentrevistados, afirmaram que sentem dificuldades de compreender a leitura de textos em português,porém, 20% dos entrevistados afirmaram que não sentem dificuldades e reconhecem as palavras dotexto, por fim, 20% afirmaram compreender mais ou menos as palavras do texto. “O comando da leiturae da escrita se dá a partir de palavras e de temas significativos à experiência comum dos alfabetizandos enão de palavras e de temas apenas ligados a experiência do educador”  (Paulo Freire, 1989, p.29).

Em seguida perguntou-se: Os textos apresentados pelo professor de A.E.E. têm ajudado vocêa escrever frases e compreender o que está sendo escrito por você ?

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Gráfico 4. A utilização dos textos na compreensão e na escrita.Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

De acordo com as opiniões dos alunos surdos, 90% dos entrevistados responderam que os textose os recursos textuais têm ajudado na escrita e no entendimento da Língua Portuguesa.

Ainda perguntou-se:  Você aluno do A.E.E., têm interesse em aprender a escrever e acompreender os textos da Língua Portuguesa?

Gráfico 5. O interesse pela leitura e a escrita da Língua Portuguesa.Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

Na pergunta mencionada acima, percebe-se que 100% dos entrevistados têm interesse emaprender à escrita e a compreensão dos textos em Língua Portuguesa. No entanto, de acordo com apesquisa os alunos sentem-se motivados a participar das aulas no Atendimento EducacionalEspecializado.

Ademais perguntou-se:  O Atendimento Educacional Especializado têm ajudado você a

desenvolver a prática da leitura (compreensão) e a escrita da Língua Portuguesa?

Gráfico 6. As contribuições do A.E.E. no desenvolvimento da leitura e da escrita.

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Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

De acordo com a pesquisa, cerca de 80% dos entrevistados afirmaram que o atendimento

educacional tem ajudado aos alunos a entenderem e a compreenderem a escrita e a leitura de textos daLíngua Portuguesa.

Contudo, além dos mesmos afirmarem que sentem dificuldades na leitura e na escrita, durante aentrevista os mesmo tem se mostrado persistência no estudo durante o atendimento.

Por fim perguntou-se:  Qual a sua avaliação do Atendimento Educacional Especializado(A.E.E.), na escola?

Gráfico 7. Avaliação sobre o Atendimento Educacional Especializado.Fonte: Pesquisa Direta, 2013.

Conforme a pesquisa, os entrevistados avaliaram como satisfeitos om o atendimento educacionalespecializado na escola. Com isso, pode-se perceber que o atendimento é um mecanismo

importantíssimo para a aprendizagem dos alunos surdos.

7. RESULTADOS OBTIDOSNa pesquisa realizada com a amostra de um professor - intérprete de LIBRAS e também, quinze

alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental. Drº João Florentino Meira de Vasconcelos, com oobjetivo principal de observar e analisar o processo metodológico de ensino da Língua Portuguesautilizada pelo professor com os alunos surdos em refletir sobre as dificuldades de aprendizagem naleitura (textos) e na escrita (descrição) dos alunos. O fato que chama atenção é que, 80% dos alunosentrevistados sentem dificuldades na disciplina de Língua Portuguesa, declarada por eles mesmos.Embora, o professor utiliza métodos que buscam estimular o aluno a enfrentar essas dificuldades, outrofato, é que os alunos se mostraram persistentes na busca da compreensão dos textos no atendimento

educacional.Quanto aos tipos de gêneros literários, os alunos gostam muito de leituras de notícias, já que osmesmos descreveram que gostam de ficarem atualizadas com os acontecimentos e os fatos queacontecem ao seu redor, principalmente notícias de revistas, jornais e internet, conforme osentrevistados.

Quanto o traçado metodológico do professor – intérprete de LIBRAS, o mesmo tem garantido oacesso e a permanência do aluno surdo no atendimento educacional oferecido pela escola. Desde as suaspráticas á forma de como os alunos percebem e avaliam a postura e a dedicação do professor em sala.

Ainda de acordo com a entrevista com o professor – intérprete de LIBRAS, a participação dos paisna vida dos alunos na escola é importante. Para tanto, segundo o professor, os pais estão sempreparticipando das reuniões, dos encontros marcados na sala de atendimento, além de participar das aulase analisar o comportamento do seu filho durante o decorrer das aulas.

No entanto, de acordo com a pesquisa de campo, o professor – intérprete de LIBRAS respondeuque há infelizmente muitos entraves na educação dos surdos, primeiramente porque não existe material

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específico para o desenvolvimento das aulas específicas, assim dificulta o trabalho, outro fato é que aescola não está preparada para atender a demanda de alunos surdos nos dias atuais pela falta decapacitação continuada.

Quanto a metodologia, segundo o professor, o mesmo organiza e faz algumas adaptações noprocesso da aula, onde realiza pesquisas na internet de atividades, leitura e representações de imagens.Assim, o mesmo garante que consegue estimular a atenção e o progresso da realização das atividadespropostas.

Com isso, vale ressaltar que a ação realizada pelo o professor é de bastante relevância para a vidado aluno surdo e também para a comunidade escolar, refletindo na prática dos profissionais da educaçãoenvolvidos neste contexto social, progressivamente contribuindo para o bom desempenho dos alunos.

Ainda, observou-se que os meninos possuem mais dificuldades na compreensão de textos naLíngua Portuguesa do que as meninas durante a pesquisa. Uma possibilidade vale ressaltar que asmeninas geralmente tem melhor atenção ou cuidado na aprendizagem na leitura, por influência dos paisou da própria sociedade.

Já em relação aos alunos. De acordo com a pesquisa, os entrevistados mencionaram que gostamde participar ativamente das aulas de Língua Portuguesa na sala de A.E.E. e ainda, destacaram os tipo degêneros textuais que mais gostam de estudar é o gênero jornalístico escrito, pois, segundo eles gostamde saber das notícias da região e o acontecimentos na sociedade.

Portanto, de acordo com a pesquisa, mesmo com as atenções em noticiários de revistas, jornaisinformativos, os mesmos sente dificuldades em compreender a leituras, mas, conseguem entenderatravés das ilustrações apresentadas no teor dos textos, facilitando a compreensão parcial da notícia.

Contudo, todos os alunos entrevistados responderam que têm interesse em aprender a ler eescrever o português correto estruturalmente e que os textos despertam o aprender das palavras e naformulação de frases. Assim, o Atendimento Educacional Especializado é um meio em eu o alunoaprende de forma diferenciada e complementar na educação dos surdos, incluindo-os numa sociedade

educacional inclusiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer deste trabalho, os pressupostos e os mecanismos utilizados nesta pesquisa foram de

suma importância para o desenvolvimento e aprofundamento do estudo, como o processo de inclusãomediante as dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos com dificuldades de aprendizagem na leitura ena escrita inseridas no contexto escolar.

Portanto, sabe-se que a escola exerce um grande suporte para os alunos e a comunidade escolarinserida na instituição no processo de inclusão, assim, a escola deve se adequar e conhecer asnecessidades da aprendizagem do aluno e também, tem a obrigação em realizar estas alteraçõesconforme as necessidades educativas especiais presentes.

Ainda, é necessário ter conhecimento com o desenvolvimento global de todos alunos, sejam osque não apresentam dificuldades ou não. Novos meios devem ser abertos para educação escolar,estimulando a capacidade criativa dos educandos, para que os mesmos construam seus conhecimentos.

Portanto, a sala de Atendimento Educacional Especializado têm sido um mecanismos forte naaprendizagem do aluno surdo, onde vem adequando suas atividades, respeitando as diferenças nelasinseridas, fortalecendo as habilidades dos alunos surdos e ainda, suplementando suas ações em prol doaluno.

No entanto, a formação continuada é importante para o professor uma vez que, ampliam o seuconhecimento para poderem atuar ainda melhor na escola, dando-o qualidade de ensino. Com isso, estetrabalho abordou as dificuldades de aprendizagem especificamente na leitura durante o processo deensino, objetivamente aos alunos da sala de A.E.E. bem como as causas do fracasso escolar e algumas

das práticas pedagógicas utilizadas pelos professores e pedagogos para facilitar a aprendizagem daleitura.

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De acordo com a análise realizada na E.E.E.F.Drº João Florentino Meira de Vasconcelos nomunicípio de Itabaiana-PB, o profissional professor – intérprete de LIBRAS tem utilizado mecanismos deensino integrador, havendo assim, um longo caminho a ser percorrido diante da fala do professor, mas

que estão cada vez mais está buscando metodologia importante para a educação dos surdos.Portanto, essas foram as essas observações e comentários sobre o processo de aprendizagem da

leitura e da escrita dos alunos surdos. Espero que os estudiosos continuem aprofundando seusconhecimentos sobre este tema para minimizar tais dificuldades sofridas pelos alunos na leitura emelhorar o nível de aprendizagem dos nossos alunos.

Assim, este trabalho de pesquisa, visa contribuir aos profissionais da sala de A.E.E., onde hádiscussão sobre dificuldades de aprendizagem na leitura, apresentando algumas das possibilidades decontribuição da pedagogia, ressaltando o apoio da direção da escola e os recursos utilizados. Diante doestudo inicial, o trabalho se constitui em um estudo que não possui respostas simples, haja vista que osfenômenos relacionados às dificuldades de aprendizagem são, em sua maioria, complexos e difíceis deexplicar.

Vale ressaltar sobre a importância do comprometimento profissional, da busca pela continuidadede estudos, bem como a busca por metodologias alternativas práticas para que possa representarmelhorias significativas possam ser obtidas no processo educacional. Essas melhorias, certamentedevem considerar o trabalho em sala de aula em especial com as possíveis dificuldades de aprendizagemdos alunos surdos.

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