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GLICOCORTICÓIDES EM AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO MECANISMO DE AÇÃO A. SPINA-FRANÇA * Tem sido pouso estudado o modo pelo qual os corticosteróides atuam em afecções do sistema nervoso e constitui objeto desta revisão apresentar al- guns dos pontos de vista atualmente aceitos sobre o problema. Tomando como base dados reunidos por Foster 21 , Mills 4 6 e Ganong 24 , o assunto será analisado mediante algumas modulações que atendem ao interesse dos neu- rologistas. A primeira é a de restringir o estudo aos glicocorticóides; a segunda é a de adir tópicos relacionados ao hormônio adrenocorticotrófico e ao fator liberador respectivo; a última é a de considerar interrelações de certas estruturas nervosas e esses hormônios. GLICOCORTICÓIDES. ACTH E FATOR LIBERADOR DA CORTROFINA Glicocorticóides — Os esteróides da córtex adrenal (CAD) apresentam em co- mum a estrutura básica (núcleo ciclopentanoperidrofenantreno), diferenciando-se entre si pelos agrupamentos que a ela se associam. Na síntese dos adrenosterói- des sucessivos compostos são formados, principalmente a partir do colesterol, me- diante modificações estruturais que envolvem processos enzimáticos complexos. Desempenham papel importante nesses processos o difosfopiridinanucleotídio (DPN), o trifosfopiridinanucleotídio reduzido (TPNH) e o oxigênio. A poucos corticosteróides é atribuída atividade hormonal: muitos são conside- rados produtos intermediários entre o colesterol e os hormônios propriamente ditos. Estes são grupados, segundo sua atividade biológica principal, em glicocorticóides, mineralocorticóides e andrógenos. Entre os mineralocorticóides (MC) destaca-se a aldosterona (ALD), cuja presença se evidencia a partir da zona glomerulosa da CAD. O Cortisol (hidrocortisona) é o mais importante dos glicocorticóides (GC) humanos, sendo secretado principalmente pela zona fasciculada. A corticosterona (CST) é outro dos hormônios desse grupo; ela é menos ativa que o Cortisol, sendo produzida pelas zonas fasciculada e glomerulosa. No homem o Cortisol (CH) é secretado em maior quantidade que a CST, sendo aproximadamente de 7/1 a relação entre a produção diária de ambos (20 e 3 mg, respectivamente). É bem menor a produção diária de ALD (cerca de 0,15 mg/dia)". A ALD, o CH e a CST têm ação mineralocorticóide e glicocorticóide, embora em Parte desta atualização foi apresentada, como relatório, no III Congresso Brasi- leiro de Neurologia (Recife, julho-1968). * Docente-Livre de Clínica Neurológica da Faculdade de Medicina da Universi- dade de São Paulo.

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GLICOCORTICÓIDES EM AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

MECANISMO D E AÇÃO

A . SPINA-FRANÇA *

Tem sido pouso estudado o modo pelo qual os corticosteróides a tuam em

afecções do sistema nervoso e constitui objeto desta revisão apresentar al­

guns dos pontos de vista atualmente aceitos sobre o problema. Tomando

como base dados reunidos por F o s t e r 2 1 , Mills 4 6 e G a n o n g 2 4 , o assunto será

analisado mediante algumas modulações que atendem ao interesse dos neu­

rologistas. A primeira é a de restringir o estudo aos glicocorticóides; a

segunda é a de adir tópicos relacionados ao hormônio adrenocorticotrófico e

ao fator liberador respectivo; a últ ima é a de considerar interrelações de

certas estruturas nervosas e esses hormônios.

GLICOCORTICÓIDES. ACTH E FATOR LIBERADOR DA CORTROFINA

Glicocorticóides — Os esteróides da córtex adrenal (CAD) apresentam e m co­m u m a estrutura básica (núcleo c ic lopentanoperidrofenantreno) , diferenciando-se entre si pelos agrupamentos que a e la se assoc iam. N a s íntese dos adrenosterói-des sucess ivos compostos são formados, principalmente a partir do colesterol, m e ­diante modif icações es truturais que e n v o l v e m processos enz imát icos complexos . Desempenham papel importante nesses processos o difosfopiridinanucleotídio ( D P N ) , o trifosfopiridinanucleotídio reduzido (TPNH) e o oxigênio .

A poucos corticosteróides é atribuída at iv idade hormonal: muitos são conside­rados produtos intermediários entre o colesterol e os hormônios propriamente ditos. Estes são grupados, segundo sua at iv idade biológica principal, em glicocorticóides, mineralocorticóides e andrógenos. Entre os mineralocorticóides (MC) des taca- se a aldosterona (ALD), cuja presença se evidencia a partir da zona g lomerulosa da CAD. O Cortisol (hidrocortisona) é o mais importante dos gl icocorticóides (GC) humanos , sendo secretado principalmente pela zona fasc icu lada . A corticosterona (CST) é outro dos hormônios desse grupo; ela é menos a t iva que o Cortisol, sendo produzida pelas zonas fasc iculada e g lomerulosa .

No homem o Cortisol (CH) é secretado e m maior quant idade que a CST, sendo aprox imadamente de 7 / 1 a re lação entre a produção diária de ambos (20 e 3 mg, respec t ivamente ) . É bem menor a produção diária de ALD (cerca de 0,15 m g / d i a ) " . A ALD, o CH e a CST têm ação mineralocorticóide e glicocorticóide, embora em

P a r t e d e s t a a t u a l i z a ç ã o foi a p r e s e n t a d a , como r e l a tó r i o , no I I I C o n g r e s s o B r a s i ­leiro de N e u r o l o g i a (Recife , j u lho -1968) .

* D o c e n t e - L i v r e de Cl ín ica N e u r o l ó g i c a d a F a c u l d a d e de Med ic ina d a U n i v e r s i ­d a d e de São P a u l o .

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proporções bastante diversas* 0 . Considerando como 100 a potência gl icocorticóide do CH, a da CST seria 50 e a da ALD 0,1. Já em re lação à potência mineralo-corticóide, considerando como 100 a da ALD, seria 1,5 a da CST e 0,4 a do CH. Dos esteróides s intét icos muitos g o z a m de propriedade glicocorticóide superior à do CH; considerando como 1,0 a potência gl icocorticóide do CH e 0,8 a da cortisona, seria 5,0 a da prednisona e da prednisolona e 30 a da be tametasona e a da dexa-metasona .

Da CAD o CH passa à corrente sangüínea , na qual a maior parte fica l igada à a lbúmina e a fração da globul ina alfa-2 ( transcort ina) . Em condições normais a concentração do CH l igado a proteínas no sangue osc i la ao redor de 12,5 microg /100 ml. Parece que a capacidade de f ixar CH apresentada por proteínas p lasmát i cas a tua como s i s tema tampão que garante a quant idade de CH livre (cerca de 0,5 microg /100 m l ) , propiciando a ação biológica do hormônio, pois o CH livre é a porção a tuante dele. A concentração p lasmát ica de CH varia no decorrer do dia: os valores mais e levados ocorrem entre 6 e 10 horas e os mai s baixos entre meia noite e 4 horas. As variações de concentração próprias a esse ciclo circadiano podem sofrer var iações como aquelas observadas em pacientes com úlcera péptica *8.

Do p lasma o CH se distribui aos vários territórios do organismo, parecendo manter-se em equilíbrio com o liquido extracelular . Um aumento do CH p lasmá­tico, provocado por injeção desse hormônio, reduz-se à metade uma a duas horas depois. Esse decréscimo resulta de aumento da excreção urinaria de CH, de maior intensidade de sua metabol ização e de maior passagem dele para o espaço extra-vascular .

A maior parte do CH é metabol izada no f ígado no qual, entre outros metabo-litos, forma-se a cort isona que é t a m b é m um GC at ivo. Ela prat icamente não at in­ge a circulação, por ser metabol izada a seguir. Quando se administra cortisona, e la é transformada em CH antes de ser ut i l izada pelo organismo. O metabol i s ­mo da CST é semelhante ao do CH em quase todos os seus pontos.

É pequena a concentração de GC no s i s tema nervoso, quando comparada à de outros órgãos. Exper imentalmente já foi demonstrada a capacidade do encé­falo para metabol izar G C 2 8 . No homem, o CH e a CST são os principais corticos-teróides presentes no encéfalo, variando a concentração segundo a área conside­rada 1 8 . N o líquido cefalorraqueano (LCR) a concentração de CH é pequena, sendo encontrado apenas sob forma livre, em concentração que representa cerca da metade da que é at ingida por e s s a porção do CH no p l a s m a 4 6 . Após injeções intravenosas de CH, a concentração m á x i m a do LCR é observada cerca de 90 minutos depois; injeções intrarraqueanas de CH l evam t a m b é m a aumento da concentração p lasmá­tica desse hormônio, a qual a t inge o m á x i m o cerca de 11 horas depois

Adrenocorticotrofina — Para a identif icação das cé lu las que, na hipófise ante­rior, e laboram hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), muito têm contribuído es tu­dos mediante microscopía eletrônica 3 9 , 4 0 . O ACTH é um polipeptídio const i tuído de cadeia de 39 amino-ácidos , dos quais os 24 primeiros representam a parte fun­damental do hormônio. Através da corrente sangüínea o ACTH at inge a CAD, sítio de sua ação específ ica.

Sabe-se que u m aumento no nível p lasmát ico de ACTH tende a cair à metade cerca de 10 minutos depois, m a s pouco se conhece quanto ao local de sua inat iva-ção ou ao modo pelo qual es ta se dá. O nível p lasmático de ACTH sofre varia­ções no decorrer do dia que se a s s e m e l h a m e precedem às variações c ircadianas do CH.

Fator liberador da corticotrofina — Na eminência mediana do hipotálamo é secretado o fator l iberador da corticotrofina (CRF), que a t inge a hipófise mediante o s i s tema porta da has te respect iva. O CRF é um dos 6 fatores produzidos no h ipotá lamo que inf luenciam a l iberação dos hormônios da hipófise anterior. Êle é um polipeptídio de cadeia curta, s emelhante à da vasopress ina ( A D H ) .

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Dist intos núcleos do h ipotá lamo produzem os fatores l iberadores. As termina­ções nervosas que procedem das cé lulas desses núcleos terminam na eminencia mediana, junto às a l cas capi lares do s i s t ema porta, área e m que esses fatores ser iam a r m a z e n a d o s E s s a s terminações se a s s e m e l h a m às f ibras dos núcleos su-pra-óptico e paraventricular embora não contenham granulos de neurossecreção Evidências de secreção de CRF pela hipófise posterior são a tua lmente considera­das discut íveis 4 4 .

Conjuntamente, a eminência mediana do hipotálamo, o s i s tema porta de has te hipofisária e a hipófise anterior representam, na expressão de Sayers, uma «via final comum» .mediante a qual muitos inf luxos convergem e inf luem na secreção hormonal 2 \

INTERAÇÃO CRF-ACTH-GC

É por intervir num ou mais dos componentes do s i s tema CRF-ACTH-GC que vários fatores modulam a ação glicocorticóide. Tanto o CRF, como o ACTH e os GC são considerados fundamenta is no mecanismo de interatuação do qual resulta função hormonal adequada.

O CRF determina aumento da l iberação de ACTH por atuar diretamente sobre cé lu las da hipófise anterior Parece que a l iberação do ACTH pode ocorrer na ausênc ia de CRF e certos dados sobre a inibição da secreção do ACTH são dificil­mente expl icáveis a não ser que se admita a ex is tência de secreção oposta ao CRF, t a m b é m produzida no encéfalo m a s de natureza ainda d e s c o n h e c i d a , 5 .

Ê difícil, no homem, anal isar diretamente a secreção do ACTH, obrigando a que se jam ut i l izados métodos indiretos nos quais entram em consideração interrela-ções h ipotá lamo-h ipóf i so -adrena i s 7 0 e a correlacionar os resul tados aos conhecimen­tos obtidos por exper imentação em animais .

Através do s i s tema porta da has te hipofisária o ACTH pode inibir localmente a l iberação de novas quant idades de CRF. Tratamentos prévios com ACTH podem inibir a l iberação aguda de C R F 1 2 .

A ação precipua do ACTH ocorre na CAD, na qual incrementa a secreção dos GC (espec ia lmente do CH) mediante ação em s i s t emas enz imát icos intracelulares . Essa ação propicia, ao final de vár ias reações intermediárias , maior quantidade de T P N H necessário à s íntese h o r m o n a l M , 2 4 , 2 1 , *». N a secreção dos GC, as cé lulas da CAD são capazes de reconhecer, f ixar e / o u inat ivar o ACTH e esse processo ocorre na ausênc ia de modif icação ref lexa na secreção de A C T H 4 1 . A influência do ACTH na produção da ALD é pequena, não sendo considerada essencia l como a da angiotens ina II M .

Em pessoas normais, a adminis tração do ACTH produz rápido aumento do nível p lasmát ico de CH. Esse aumento depende da dose empregada, da potência da amostra, da duração da administração e da capacidade de resposta da CAD Quando 2,5 unidades de ACTH são adminis tradas por via intravenosa, o aumento de CH é da ordem de 50 a 100% em meia hora e de 100 a 200% em 4 horas. Se forem adminis tradas 4 unidades por hora, pela mesma via, o nível sangüíneo máx i ­mo de CH é at ingido cerca de 12 horas depois. A dose m á x i m a es t imulante é de 40 unidades de ACTH e o nível p lasmát ico m á x i m o de CH que se obtém osci la ao redor de 30-50 microg/100 ml, quer seja o ACTH administrado por via intravenosa ou intramuscular . Se for empregada es ta ú l t ima v ia o aumento de CH é nítido d u a s horas depois e se m a n t é m por cerca de 8 horas. Se o ACTH for administra­do por via intravenosa por um período de 8 horas, o maior aumento de metabo-litos de CH na urina ocorre nas 8 horas que se s e g u e m ao fim da administração. Quando são empregadas doses de ACTH ac ima do l imite m á x i m o est imulante , pode prolongar-se o período de produção m á x i m a de CH.

A concentração plasmát ica de CH influi na produção de novas quant idades desse hormônio mediante sua a tuação na CAD e na hipófise anterior. A ação dos GC sobre a CAD se faz por modificar a sensibil idade dela ao ACTH. N e m todos os GC

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possuem essa propriedade: a dexametasona , por exemplo, é desprovida de tal a ç ã o 3 4 . Embora os conhecimentos sobre o modo e o local e m que se processa a ação dos GC na regulação da secreção do ACTH permaneçam o b s c u r o s 3 2 , admite-se que e s s e s mecanismos reguladores hormonais se jam secundários . É principalmente a través de receptores especial izados, s i tuados no s i s t ema nervoso central (SNC) que se pro­duz tal modulação 4 2 .

SISTEMA NERVOSO E INTERAÇÃO CRF-ACTH-GC

Receptores particularemente sensíveis aos níveis plasmáticos de CH e de outros adrenosteróides existem no mesencéfalo e no hipotálamo. Sua localiza­ção exata não é bem conhecida; sabe-se, por exemplo, que a resposta a GC varia conforme as diversas áreas h i p o t a l â m i c a s 1 0 . O aumento da concen­tração de GC no plasma leva a que a ação desses receptores se faça no sen­tido de reduzir a produção de ACTH e vice-versa; a ação deles se inicia rapidamente (2 minutos) e se faz através da via hipotálamo-sistema por-ta-hipófise anterior. O efeito depressor de alguns GC t e m sido comparado: considerando 1,0 o da prednisolona, é de 17,5 o da d e x a m e t a s o n a 3 1 .

Estímulos extero e interoceptivos podem modular a secreção do ACTH. É possível reconhecer pontos essenciais à análise e redistribuição de tais estímulos em impulsos inibidores ou facilitadores da secreção de A C T H 1 2 , embora ainda sejam escassos os conhecimentos sobre as vias pelas quais trafegam esses impulsos.

Impulsos resultantes da estimulação de nervos periféricos têm ação facilitadora sobre a secreção de ACTH. Após secções medulares comple­tas, as respostas a stress desencadeado a jusante do nível de secção são abolidas ou se tornam discretas e retardadas. N o mesencéfalo ex is tem áreas facilitadores e inibidoras; a ação das áreas inibidoras parece ser mais acentuada que a das facilitadoras. Os componentes do sistema límbico a tuam de modo variado: o núcleo amigdalóide, o lobo orbitario e o giro cíngulo têm ação facilitadora; o hipocampo tem ação inibidora. A parte ventral do hipotálamo participa também do controle da secreção do ACTH e para a eminência mediana convergem os diversos impulsos referidos 4 2 .

Estímulos resultantes de stress neurogênico parecem proceder do siste­ma límbico, via núcleos amigdalóides; os de stress somático, da parte alta do sistema reticular do tronco do encéfalo. Condições de stress determinam aumento da secreção de ACTH quase exclusivamente por estímulos media­dos pela via hipotálamo-porto-hipofisária. Quando o stress é intenso a quan­tidade de ACTH secretada é maior que a necessária para produzir o máximo de liberação de CH. A liberação de GC provocada por stress independe do nível plasmático de CH e a inibição dessa liberação não resulta desse nível ter atingido valores e l e v a d o s 3 2 . Estudantes de medicina durante fase de stress neurogênico acentuado, provocado por exames, apresentavam aumen­to do CH plasmático, que atingia níveis médios de 33,7 rfc 10,2 microg/100 ml 6 . Diversos tipos de estímulos somáticos podem desencadear aumento de GC. Alguns, como o trauma cirúrgico, dependem da integridade do sistema ner­voso periférico; outros, como a anóxia, podem atuar diretamente sobre o

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sistema C R F - A C T H - G C 1 5 . Certos estímulos podem, ou não, desencadear o stress somático: no exercício físico, por exemplo, só quando se instala fadiga é que se verifica aumento de metabolitos urinarios de G C 6 4 .

Parece que os receptores encefálicos sensíveis aos níveis plasmáticos de CH, enviam também impulsos a outras áreas, modificando o ritmo de suas descargas neuronais. Atuando na região centrencefálica, podem determinar modificações da atividade elétrica cerebra l 9 . N a insuficiência adrenal o ritmo eletrencefalográfico torna-se mais lento que o normal; a administra­ção de GC pode determinar o aparecimento de ritmos rápidos 5 0 . E m ratos, os GC diminuem o limiar convulsígeno, enquanto os MC aumentam esse limiar. H á evidências da atuação de tais estímulos ao nível de outras es ­truturas do sistema nervoso; entre elas se encontram o aumento das sensi­bilidades olfatoria e gustatória que se observa na insuficiência adrenal.

A ação favorecedora do ADH sobre o conjunto CRF-ACTH-GC levou a supor que êle fosse o próprio CRF, fato não mais admitido 4 3 . 6 0 . O A D H parece agir no hipotálamo, promovendo maior liberação do CRF 1 4 > 3 0 . A ocitocina parece não participar diretamente no controle da secreção do ACTH 6 0 .

N ã o há indicações experimentais favoráveis à hipótese de que as mono--aminas do hipotálamo influam no sistema C R F - A C T H - G C 6 1 ; entretanto, na ausência de GC circulantes há aumento da excreção urinaria de catecola-minas 3 3 .

A epinefrina, a acetilcolina e a histamina são capazes de est imular dis­cretamente a secreção do A C T H 4 4 . A neostigmina determina aumento de GC no s a n g u e 4 9 . Drogas simpatomiméticas com ação central não atuam no s istema CRF-ACTH-GC, ao contrário das que t ê m ação central e perifé­rica. A ação destas últimas parece depender de quimiorreceptores periféri­cos, pois a secção do mesencéfalo resulta em abolição de seu e f e i t o 4 9 .

AÇÃO GLICOCORTICÓIDE

A ação dos GC se processa mediante a regulação de várias etapas do metabolismo intermediário, segundo mecanismos complexos e nem todos bem conhecidos 2 . 2 4 > 3 f i . Interferem eles, em especial, no metabolismo da água, de glicídios, lipídios e proteínas. Sal ientam-se entre os resultados de sua ação os aumentos dos níveis plasmáticos de glicose, amino-ácidos, ácidos graxos livres, lactato e piruvato. Da ação dos GC no metabolismo inter­mediário hepático resultam efeitos diversos, destacando-se o aumento da glicogênese e da gliconeogênese.

N o s processos metabólicos intracelulares de outros tecidos destacam-se a est imulação da lipólise provocada pelos GC e sua atuação no metabolis­mo intracelular da glicose, mediante interferência na produção de vários en­zimas. Os GC provocam também diminuição gradual da capacidade celular e m absorver amino-ácidos, secundária à diminuição de elementos proteicos lábeis intracelulares necessários à integridade funcional dos processos de

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transporte pela membrana c e l u l a r 3 7 . A diminuição desses elementos é devida à ação inibidora que t êm os GC sobre a síntese proteica em tecidos per i fér icos 6 7 . Essa ação se processa por interferencia nos processos enzi-máticos que operam ao nível de mitocôndria, do núcleo e, especialmente, de m i c r o s o m a s 6 8 . Da interferência resulta também inibição da síntese pro­teica, com o que são comprometidos o crescimento celular, mitoses e a for­mação de anticorpos. Embora essa ação seja verificada em vários tecidos periféricos, ela parece ser mais acentuada no t imo e em tecidos linfoblásti-cos 1 3 .

A ação dos GC é mais evidente em relação aos mecenismos metabólicos acima apontados. Mediante processos semelhantes podem eles participar do metabolismo de outros compostos. Essa participação pode ser de tipo di­reto e de tipo permissivo. Neste , os GC não atuam na reação mas sua presença é necessária para que ela se dê. É o caso da necessidade da pre­sença dos GC para que se processe o efeito calorígeno das catecolaminas na suplencia energética de emergência. Também a resposta dos músculos lisos dos vasos periféricos à epinefrina e norepinefrina não ocorre na ausên­cia de GC.

A interferência dos GC no metabolismo da água pode resultar da ação glomerular direta, de insuficiente inativação hepática do ADH ou de inter­ferência nos osmorreceptores. N a insuficiência adrenal há comprometimen­to da excreção da sobrecarga de água, que é corrigida pela administração de GC.

Os mecanismos de atuação dos GC acham-se envolvidos na resposta ao stress, embora permaneça obscuro o modo de ação. O aumento dos GC que se verifica em tais situações e que pode ser reproduzido mediante a administração de ACTH ou de GC amplia os mecanismos fisiológicos, tra-duzindo-se por efeitos aproveitáveis em terapêutica. Sumariamente pode-se dizer que transparecem no sangue circulante e na atividade do sistema re-tículo-endotelial ( S R E ) . Observa-se no sangue circulante eosinofilopenia, basofilopenia e linfocitopenia, ao lado de aumento de polinucleares neutró-filos, de plaquetas e de hemácias. Sua ação sobre o S R E transparece pela diminuição dos nodulos linfáticos e do timo, por inibição da atividade mi-tótica das células linfoblásticas e por maior destruição de linfócitos.

Os fatos mencionados permitem compreender a atuação anti-inflamató-ria do ACTH e dos GC. E m doses terapêuticas, eles bloqueiam o compo­nente sistêmico da inflamação, reduzem a formação de anticorpos (após fase inicial de ativação de sua produção). N a sede do processo inflamatorio, os GC aumentam a habilidade de resposta vascular a aminas vasopressoras. Com isto diminuem o fluxo sangüíneo e a permeabilidade vascular, reduzin-do-se o edema e o afluxo de elementos figurados do sangue. A atividade fibroblástica é também inibida, resultando prevenção de enclasuramento bacteriano por fibrose e de aderências locais. A inativação de antígenos por anticorpos determina liberação local de histamina, resultando reação alér­gica de intensidade variável. Os GC não têm atuação sobre a histamina já liberada: eles diminuem ou abolem a produção de novas quantidades.

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A administração de GC não implica em somação de seus efeitos com

os do GC endógenos; o aumento do nivel plasmático resultante da adminis­

tração de GC deprime ou inibe a atividade da CAD. É especialmente quan­

do, com a administração de GC, se pretende corrigir defeitos metabólicos

da elaboração de corticosteróides que está indicado o tratamento com doses

pequenas e a longo prazo 3 5 .

Quando se deseja atuação anti-iníiamatória ou anti-alérgica devem ser

adotados esquemas que garantam nível elevado de GC na sede principal da

afecção. Assim, devem ser utilizadas dosagens regularmente distribuídas,

não superiores às que permitem alcançar o efeito desejado e o seu uso deve

ser mantido só durante período de ação mais nítida. A maior ou menor

rapidez com que se pretenda alcançar o máximo efeito glicocorticóide bem

cerno a desejada intensidade desse efeito devem orientar a escolha do GC

a ser utilizado e a via de administração. Assim, a cortisona e a predniso-

na são ativos apenas quando transformados no organismo em CH e predi-

nisolona, sendo, portanto, contraindicadas para uso tópico. O acetato de

cortisona é absorvido lentamente quando empregado por via intramuscular;

quando usado por via oral, sua absorção é rápida. Quando se pretende obter

efeito rápido, deve-se dar preferência à utilização intravenosa de succinato

ou hemi-succinato de hidrocortisona, de fosfato de prednisolona, ou de fosfa­

to de dexametasona, todos de ação imed ia ta* 6 .

Adotando esses princípios consegue-se reduzir a ocorrência de efeitos

colaterais. Deles, a retenção de sódio é um dos principais e resulta da ação

mineralocorticóide secundária. GC sintéticos apresentam efeito mineralocor-

ticóide reduzido, sendo praticamente nulo o da dexametasona. A supressão

da função da CAD, o suprarrenalismo, às úlceras pépticas, a disseminação

de infecções são comuns entre os efeitos colaterais. Problemas de cresci­

mento 2 2 , miopatias s ecundár ia s 5 6 , quadros e n c e f a l í t i c o s 1 1 ou complicações

de encefalites em evolução 2 0 , bem como perturbações mentais 5 1 , convulsões

e edema cerebral também têm sido assinalados.

Cerno o ACTH influi na produção de outros adi enosteróides e como tem

ação pós-estímulo máximo existem defensores do seu emprego de preferên­

cia aos GC. A produção de outros GC com atividade mineralocorticóide e

capazes de medular a interrelação GC-MC — ação por vezes desejada em

t e r a p ê u t i c a 5 0 — é argumento alinhado também pelos defensores do em­

prego do ACTH. A possibilidade de o ACTH influir na atividade de ou­

tras glândulas endocrinas e as interrelações entre êle e outros hormônios da

hipófise são lembradas por alguns, já que observações experimentais suge­

rem essa h ipótese 3 - 2 9 > e 2 . O uso prolongado do ACTH pode levar à produ­

ção de anticorpos anti-ACTií , capazes de bloquear sua ação e a ação do ACTH

e n d ó g e n o 1 9 , o que contraindica tratamentos prolongados com ACTH, fato

discutível até certo ponto 2 2 .

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AÇÃO GLICOCORTICÓIDE EM AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

Ao rever o emprego de ACTH e GC em moléstias do sistema nervoso, Foster 2 1 chamou a atenção para a escassez de dados experimentais sobre o assunto. Alguns dados vêm resultando do estudo da secreção de GC e de ACTH em afecções do âmbito neurológico, como a distrofia miotônica 6 9 e a esclerose m ú l t i p l a 3 7 e de desmielinizações associadas a insuficiência adre­nal 1 7 sem que, contudo, permitam conclusões até o presente. A análise dos registros acumulados nos últimos anos permite verificar que muitos dos in­sucessos terapêuticos resultam da aplicação inadequada dos princípios de ação desses hormônios e não de problemas relativos a uma ação específica em afecções do âmbito da neurologia, como sugerem alguns. A possível supe­rioridade de ação do ACTH parece resultar do seu emprego em condições que obedecem mais de perto aos mecanismos de ação já apontados, possi­bilitando a vigência de níveis elevados de CH por maiores prazos de tempo. A administração de vários tipos de GC em doses insuficientes ou em inter­valos superiores à sua meia-vida pode ser a causa dos insucessos às vezes observados. A ação mais satisfatória observada com o emprego da asso­ciação ACTH + GC, quando comparada a grupos de pacientes tratados com um ou com outro dos hormônios, pode estar relacionada a doses insuficien­tes de um e /ou de outro.

Os mecanismos de ação analisados justificam grande parte dos resultados terapêuticos e m vários grupos de afecções do SN. A análise de resultados obtidos em clínica neurológica e as considerações sobre a l ite­ratura respectiva foram motivo de estudo feito por Assis e T e t n e r 1 .

N a s afecções que têm como tipo a polirradiculoneurite ( P R N ) , ocorrem alterações próprias a processos hiperérgicos, tendo como órgão de choque principal as raízes raqueanas. A hiperemia e o edema local dão lugar a compressão dos cilindroeixos; cessado o fenômeno hiperérgico desaparece a compressão e as seqüelas dependerão do menor ou maior dano causado às fibras radiculares. Pela redução dos fenômenos alérgicos locais, justifica-se o emprego do ACTH e dos GC na fase aguda de PRN. Quanto mais preco-cemente forem alcançados níveis plasmáticos úteis e continuados de CH me­lhores serão resultados, pois diminui a possibilidade de o sofrimento radi­cular determinar lesão das fibras nervosas. Esses níveis úteis devem ser mantidos até que cesse o período em que se desenvolvem as reações hipe-rérgicas, já que a suspensão precoce do emprego dos hormônios pode acar­retar reagravamento do quadro. Pouco é de esperar da ação glicocorticói-de após a fase aguda, quando a lesão radicular se acha estabelecida. Me­diante esse mecanismo de ação é possível compreender também a ação satis­fatória dos GC na fase aguda de novos surtos de PRN. Permanecem em plano hipotético as indagações sobre a ocorrência de P R N em pacientes em tratamento por GC, fato esporadicamente r e g i s t r a d o 3 8 .

A redução do edema é o mecanismo aceito também para explicar a ação glicocorticóide favorável e m radiculopatias secundárias a outros tipos de compressão, nas quais melhores resultados são referidos quando os GC são administrados por via raqueana. O mesmo modo de ação pode explicar a

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melhora observada no tratamento de paralisias faciais periféricas a frigore, quando o emprego é iniciado de modo precoce 6 S , bem como a melhora mais rápida em neurites retrobulares 5*.

Nos processos que obedecem a mecanismos patogênicos semelhantes aos da P R N mas em que há sofrimento do neuroeixo (radiculomielites, mielites ascendentes, certas mielites transversas) parece ser semelhante o modo de ação do ACTH e dos GC mas os resultados são menos satisfatórios. Isto parece devido a que o sofrimento neuronal provocado pelo edema ocorre de modo mais precoce e se torna irreversível em menor prazo de tempo.

Os mesmos mecanismos de ação possibilitam compreender observações quanto à ação de ACTH e dos GC em processos desmielinizantes: pratica­mente nula nas desmielinizações primárias, duvidosa na neuroaquilia e sa­tisfatória nas desmielizações secundárias a vacinações e doenças exantemá­ticas. Nes tas últ imas há paralelismo entre o maior ou menor comprome­timento vascular e ocorrência de edema perifocal e a maior ou menor pos­sibilidade de serem observados efeitos satisfatórios com a terapêutica hor­monal. Também dessa forma se explica o fato de que os efeitos satisfató­rios do emprego de ACTH ou GC na esclerose múltipla serem descritos nos surtos de agudização 8 > 5 S ; a evolução natural da doença, no entanto, não é influenciada.

Uma interferência na produção autoimuno-anticorpos parece ser o modo de atuação dos GC na miastenia grave. Falam a favor desse mecanismo de ação varias observações concernentes às modificações do t imo que podem associar-se à doença e que costumam beneficiar-se com o tratamento, bem bem como a piora por vezes verificada na fase inicial do tratamento 2 3 . È difícil admitir modo de ação ligado a outros fatores, especialmente quando se considera a ação dos GC nas afecções musculares; sua ação é nula nas miodistrofias primárias e mesmo certos GC podem desencadear miopatias, fato não observado em relação ao ACTH 5 6 . Em altas doses os GC têm-se mostrado úteis no tratamento da polimiosite.

Desde que seja possível controlar mediante antibióticos, quimioterápicos ou outros medicamentos os agentes etiológicos responsáveis por processos inflamatorios do S N C e /ou leptomeninges, torna-se possível utilizar GC em tais processos, sendo vários os mecanismos pelos quais os GC podem influenciar a evolução: em meningites bacterianas agudas, como resultado de sua ação anti-inflamatória geral e l o c a l 5 5 ; pela ação substitutiva do CH endógeno quando se acompanham de comprometimento da adrenal. Mediante a ação frenadora dos GC sobre a proliferação f ibroblás t ica 6 3 pode-se tentar mode­rar o desenvolvimento de espessamentos leptomeníngeos locais ou difusos. Essa ação representa um dos principais motivos do emprego dos GC na me-ningencefalite tuberculosa e em outras meningencefalites com tendência a desenvolver precocemente reações inflamatorias de tipo produtivo. Em pro­cessos inflamatorios crônicos, teriam ação semelhante, além de reduzir a produção local de imunoproteínas. O emprego de GC em doenças resultantes da agressão direta de vírus ao S N C é encarada como perigosa. N ã o se con­tando com medicamentos que ajam eficazmente sobre eles, a redução da rea­ção inflamatoria poderia facilitar sua disseminação ou potenciar sua ação.

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A dor do herpes zóster costuma ser aliviada pelo emprego do ACTH ou de GC embora o decurso da doença não seja influenciado e haja risco de propa­gação do vírus ao neuroeixo.

A ação centrencefálica indireta dos GC pode sugerir explicação para os efeitos do ACTH nas hipsarritmias. Contudo, estudos satisfatórios sobre essa possibilidade ou qualquer outra, não foram desenvolvidos até o presente. Da mesma forma coloca-se o problema da ação dos GC e do ACTH nas epilepsias, recentemente analisado 5 0 . Também são difíceis de explicar cs resultados na na coréia de Sydenham, pois o próprio tipo de evolução da doença prejudica as avaliações.

Mediante a ação sobre a permeabilidade vascular, o ACTH e os GC são empregados visando influir na evolução de edema e tumefação c e r e b r a l 5 9 . A variabilidade dos resultados obtidos em clínica algumas vezes marcados por efeitos paradoxais — resulta da multiplicidade dos fatores envolvidos na gênese de tais condições. Muito se t em escrito, por exemplo, sobre sua ação no edema dos acidentes vasculares cerebrais, sem que conclusões possam ser firmadas. Por outro lado, o edema e a tumefação cerebral podem desen­cadear modificações metabólicas g e r a i s 7 quer por prejudicar a chegada de estímulos reguladores ao hipotálamo, quer por comprometê-lo diretamente. Agindo em conjunto ou isoladamente 4 , esses fatores podem provocar altera­ções do controle hipófiso-adrenal e da produção dos hormônios neuro-hipofi-sários. Os estudos sobre as perturbações metabólicas resultantes dessas disfunções conjugadas ainda se acham em estadios iniciais 5 . As tentativas terapêuticas neles baseadas não permitem ainda maiores conclusões.

Ao analisar as vantagens e desvantagens do emprego de corticosterói-des em afecções do sistema nervoso, Foster e m 1962, salientava que uma po­sição final sobre o assunto dependia de melhores conhecimentos sobre os processos patofisiológicos nelas envolvidos e sobre os mecanismos pelos quais os GC atuam sobre eles. Como vimos, pouco se progrediu nesse sentido desde então. Embora os mecanismos de ação dos GC em afecções do siste­ma nervoso pareçam ser quase sempre os mesmos pelos quais a tuam em processos situados em outros pontos da economia, não ocorreram avanços nos conhecimentos que permitam conclusões definitivas. Isto se deve à lacuna deixada pela falta de suficientes estudos experimentais sobre o assun­to, só parcialmente compensada pelos dados oriundos de observações clínicas.

R E S U M O

Aval iação dos conhecimentos sobre 0s possíveis mecan i smos da a t u a ç ã o glicocorticóide e m afecções do s i s t ema nervoso. Os dados sobre os h o r m ô ­nios glicocorticóides, a cor t icot rof ina e o fa to r l ibe rador da cor t ico t rof ina são revis tes , b e m como aqueles sobre a i n t e r a ç ã o respec t iva e o pape l de­sempenhado por e s t r u t u r a s do s i s t ema nervoso. As funções me tabó l i cas dos glicocorticóides s ão rev i s tas nos aspectos de m a i o r in te resse p a r a o t e m a , após o q u e é d iscut ida a a t u a ç ã o gl icocort icóide em diversos g rupos de afec­ções do s i s tema nervoso.

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S U M M A R Y

Mode of action of glucocorticoids in diseases of the nervous system

L i t e r a t u r e da t a w e r e reviewed in o r d e r to eva lua t e t h e possible m o d e of

ac t ion of glucocort icoid hormones in diseases of t h e ne rvous sys tem. Severa l

r e p o r t s concern ing t o t h e glucocort icoid hormones , ad renocor t i co t roph in a n d

cor t ico t rophin- re leas ing fac tor as well as on t he i r i n t e rac t ion were quoted.

T h e ro le played by s t r u c t u r e s of t h e ne rvous sys t em in t h e cont ro l m e c h a ­

n isms of ho rmona l in t e rac t ion and severa l metabol ic a spec t s of g lucocor t i ­

coid act ion w e r e considered. Those r e l a t ed to t h e possible m e c h a n i s m s

a d m i t t e d t o explain the t h e r a p e u t i c ac t ion of glucocort icoids in severa l

diseases of t h e ne rvous sys t em w e r e pointed out .

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Clínica Neurológica — Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São Paulo. SP — Brasil.