glória e poder20e%20religiao/pe%20... · glória e poder de são josé ... foi propagando talvez...

180
Padre ASCANIO BRANDÃO Glória e poder de São José -1945 - Editôra "AVE MARIA" Ltda. São Paulo http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

Upload: trinhdieu

Post on 30-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Padre ASCANIO BRANDÃO

Glória e poder

de

São José

- 1945 -

Editôra "AVE MARIA" Ltda.

São Paulo

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

À SANTA MEMóRIA

DE

D. EPAMINONDAS NUNES D'ÁVIL,A E SILVA,

SAUDOSO 1.0 BISPO DE TAUBAT1:,

FERVOROSO DEVOTO E APóSTOLO DO CULTO DE

SAO JOSÉ;

DO

CôNEGO JOSÉ AMARAL DE MELO,

SEMPRE LEMBRADO DIRETOR ESPIRITUAL DO SEMI­NARIO PROVINCIAL DE SAO PAULO, DEVOT.tSSIMO

DO SANTO PATRIARCA,

E DA

IRMÃ MARIA DE SANTA ROSA,

DAS IRMAS DE SAO JOSÉ, DE CHAMBERY, FALECIDA EM TAUBAT1: APóS HAVER PASSADO TODA VIDA A

PROPAGAR· E A TECER O CORD.AO DE SAO JOS:S:.

DUAS PALAVRAS ...

"GL6RIA E PODER DE SÃO JOSÉ" é o título destas

páginas, e só êle diz tudo. Aí .vão trinta e um capítulos

para meditações ou piedosas leituras do mês de Março.

Fiz o possível para traduzir em síntese o que é preciso

dizer quanto ao essencial e mais útil da glória. e do poder

do meu querido São José. Estudei em boas fontes, dos

melhores teólogos josefinos, a doutrina que aí está. Evitei

qualquer proposição menos segura, guiandJo-me pelos dois

maiores mestres: o Cardeal Lepicier, no seu "Tractatus

de Sti. Joseph", e o Cardeal Vives y Tuto, na "Summa

Josephina".

Julgo que quanto aí escreví, da glória e do poder de

São José, pode ser aceito com segurança. Quanto aos

exemplos ou tatos extraordinários, deixo aquí a declara­

ção a que somos obrigados pelo decreto do Papa Urbano.

Merecem elas uma fé simplesmente humana, e em nada

quero ter a p.retensifu em me adiantar aos juizos da Santa

Igreja.

Éste livrinho desperte, em muitos corações, uma arden­

te devoção a São José e uma confiança ilimitada no seu

poder, que, como o de Maria, é também nas devidas pro•­

porções: - omnipotentia suplex - a onipotência su­

plicante.

Meus leitores queridos: si estas pagznas vos afervo­

rarem um pouco mais na devoção a São José, lembrai-vos

em vossas orações de quem as escreveu com êste único

fim: dbter do Santo Patriarca uma só graça e a maior

das graças: - a perseverança final, uma santa morte!

PADRE ASCANIO BRANDAO

1 de Março

O M�S DE SÃO JOSÉ

O M�S DOS LIRIOS

Consagramos dois meses no ano à devoção a Ma­ria o lindo mês de Maio e o mês de Outubro do San­tíssimo Rosário. Em Junho, nossa alma se afervóra na devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus. Nos últimos tempos a devoção a São José tomou grande incremente, sobretudo depois quê Pio IX entregou ao Santo Patriárca o patrocínio da Igreja universal. Louvamos a Mãe de Deus, realizando a profecia do " Magnificat ., : - Beatam me dicent mnnes genera­tiones - Tôdas as gerações me hão de chamar bem­aventurada. Em Março cumpre-se outro oráculo sa­grado: - "Qui custas est Domini sui glorificabitur" - glorificamos aquele que mereceu ser o guarda do s·eu Senhor.

A devoção a São José cresce quanto mais tam­bém no mundo vai se desenvolvendo e afervorando a devoção a Maria. Nota-se que desde a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, o culto J osefino foi propagando talvez como núnca em outros séculos. O que Deus uniu o homem não separe . Nosso Senhor quís associar José aos mistérios da vida do Salvador e uniu Maria e José nos laços do matrimônio virgi­nal para que ambos, com Jesus, formass.em a Trin­dade da. terra, à semelhança da Trindade celeste. Há

-10-

um mês de Maria; deveria, também ser honrado, em um mês, o Santíssimo José.

Março trás-nos a festa do Santo Patriárca. Era justo fôsse, tambem, o mês do Santo Espôso de Ma­ria e Pai adotivo de Jesus Cristo.

Louvar a Maria, disse Gerson, é louvar a Jesus; e louvar a José, é louvar Jesus e Maria .

Todo êste belo mês é consagrado ao culto e ao nosso afervoramento na devoção a São José. Vamos honrar o maior dos Santos nêstes trinta e um dias de bênçãos e de graças do céu. Esta devoção carís­sima a tantos fiéis, em todo universo, há de crescer sempre mais. Onde se louvam Jesus e Maria, seja louvado também São José. Rendem, em honra. de tão grande Santo, os cânticos do povo cristão: - "Te cuncti resonent christianorum chori".

O mês de Maria é o mês das flôres, o mês do Ro­sário o das rosas do· Santo Rosário, o mês de Junho o mês dos frutos da Santidade, o outono de nossa pie­dade cada ano e o mês de Março o mês dos lirios de São José!

Vamos, pois, com todo fervor aproveitar êstes dias de graça e de salvação.

ORIGEM DO MÊS DE SÃO JOSÉ

A devoção. ao Santo Patriárca, diremos mais adiante esteve já por longos séculos, senão ignorada e desconhecida, pelo menos sem o brilho dos últimos tempos e o fervor e entusiasmo de hoje . Agora, po­rém, em todo universo a Igreja canta e celebra com explendores as glórias do Santo Espôso de Maria. Duas belas festas litúrgicas em sua honra: a de 19 de Março e a dd Patrocínio, oo quarta-feira depois do segundo Domingo da Páscoa. Erguem-se majestosos santuários, escrevem-se tratados teológicos e óbras Ftdmiráveis de erudição e piedade sôbre as �lórias e

-· 11-

prerrogativas singulares do grande Santo. Há, em todo mundo, um afervoramento na bela devoção. Era justo que também se escolhesse um mês para São José. E êste não tardou.

A prática do mês Josefino é recente. Teve origem na Itália e principalmente na Cidade Eterna. O povo romano sempre consagrou especial devoção a São Jo­sé e, assim não se contentava em horirar o grande Santo apenas em sua festa litúrgica. Sendo Março o mês da festa do Santo Patriárca, resolveram algumas álmas piedosas, unidas, celebrarem cada dia do belo mês com uma prática devota.

Em breve, o Santo Padre o Papa abençôa e in­centiva a propaganda desta devoção.

Da Itália, onde se difundiu ràpidamente no século passado em todo país, o mês de São José se introduziu com entusiásmo na França e depois, levado pelas mis­sionárias ao Oriente e ao mundo todo, tornou-se uni­versal. Agora, a Igreja o deseja cada ano celebrado com mais fervor.

Sua Santidade Leão XIII, tão devoto de São José, o recomendou a todo universo. Os últimos Pontífices o enriqueceram de indulgências. Podem-se lucrar as se­guintes indulgências: - Sete anos cada dia, e indul­gência plenária; no fim do mês, quando os fiéis assis­tem, pelo menos dez vêzes, aos exercícios feitos numa igreja, e todos os dias quando feitos em particular. Nenhuma oração é determinada para lucrar estas in­dulgências, exceto as orações pelo Santo Padre para lucrar a indulgência plenaria no fim do mês. Qual­quer atô de piedade em honra de São José é suficien­te. Si em Março não se puder fazer o mêsl de São Jo­sé, lucram-se as mesmas indulgências em qualquer ou­tro mês, havendo naturalmente algum impedimento. Todavia, mesmo sem qualquer motivo, e por simples

-12-

devoção ou comodidade, lucram-se tôdas as indulgên­cias, si, como fazelll1 em alguns lugares, começarem o mês de São José em 16 ou 17 de Fevereiro, para tenniná-lo na festa de 19 de Março.

EXEMPLO

Santa Teresa salva por São José

A grande Santa nada empreendia sem se reco­mendar a São José. Foi a grande apóstola e como que restauradora do fervor e devoção do culto Josefino nos !Últimos tempos. Numa das. suas viagens, dirigia­se a Santa com algumas irmãs a uma cidade da Espa­nha, onde iria fundar mais um mosteiro em honra de São José. O carro, puxado a cavalos, atravessava uma região montanihosa, em estrada cercada de precipícios. O condutor perdeu as rédeas num alto, e os cavalos, assustados, se precipitaram montanha abaixo. Iam na direção de um enorme precipício. Santa Teresa, ao percebe:r: o horror em que se achavam as Irmãs, disse-lhes, com vóz firme e confiante:

- Minhas filhas, aquí só existe um meio de es­capar da morte: é recorrer a São José, é implorar­lhe a proteção.

E bradaram, confiantes, por São José. De repente, ouve-se uma vóz forte, enérgica . - Párem! párem! párem! Se derem mais um

passo, todos morrerão! Imediatamente os cavalo8 estacaram. - De que lado havemos de seguir? perguntam

os carmelitas. A vóz responde:

- Por tal caminho, que é mais seguro e menos perigoso.

o

s

s

2 de Março

QUEM É SÃO JOSÉ

QUEM É SÃO JOSÉ?

O :mais Santo, o mais ilustre e o mais perfeito homem que já vira o mundo, a criaturru mais perfeita sai da das mãos de Deus, depois de Maria.

Quem foi São José ?

O mundo o conhece e a história regista seus f ei­tos heróicos? Não. O Evengelho, até mesmo o Evan­gelho, é parco em notícias, e fala pouco de São José.

E, no entanto, o mundo não vira maior nem mais perfeita criatura.

Acima dele só Jesus e Maria. Abaixo, todos os homens, ainda os maiores Patriárcas e profetas da Antiga Lei, os maiores Santos da Nova Lei.

Criatura singular e privilegiada!

O Pai adotivo de Jesus Cristo, nosso Deus, e Es­pôso castíssimo de Maria, Mãe de Deus.

Não se pode acrescentar nada mais a isto.

O Santo Patriárca fôra predestinado por Deus, estava no plano divino da Incarnação. Jesus havia de nascer de uma Virgem, Maria Imaculada, e esta Vir­gem Puríssima seria espôsa do castíssimo e santísl'" simo José .

Ad virginem desponsatant viro cui nomen erat Joseph.

-15-

O aJnJjo Gabriel, diz São Lucas - (cap. I, 20) -

fôra enviado a urna virgem desposada com um varão que se chamava José.

\ Estas simples palavras do Evangelho definem

,São José, sua missão na terra e os singulares e subli­mes privilégios que o adornaram.

O Anjo anuncia à Virgem o mistério adorável da Incarnação, e ligado a êste mistério, o nome de São J'osé.

Era o espôso virginal da Mãe do Verbo. Seria o Pai adotivo, o guarda, o sustentáculo do Salvador do mundo.

Seria chamado Pai do Pai de tôdas as criaturas . Amparo de quem ampara o Universo. Senhor e

Governador' do Senhor dos senhores, do Rei dos réis. J!;ste é São José . O Evangelho o chama e define também:

O Justo. Joseph cum esset justus ... José como era justo ... Eis aí, pois, quem é São José: Espôso de Maria. Pai adotivo de Jesus. O maior dos Santos O justo.

PAI ADOTIVO DE JESUS

A maior glória de São José, a mais rica pérola do seu diadema, o título e privilégio que o faz o maior dos Santos é o de Pai do Filho de Deus humanado.

Todos os Santos, escrevtm Gerson, se gloriam de serem chamados servos de Deus, servos de Jesus Cristo

São José, e só êle, foi chamado Pai do Salvador, Pai de Jesus Cristo.

Entre os títulos de glóri11 do Santo, êste é sem

Q;Jivida () m11io:r, ·

i

a

o

a

e

a

­

r

e

!

s

e

é

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br