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GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NEIDE REGINA USSO BARRETO
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO E O USO DE “PASSATEMPOS” NAS AULAS DE QUÍMICA
Trabalho apresentado a Secretaria de Estado da Educação, referente à conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, turma 2007; sob orientação da Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina.
Apucarana – Pr 2008
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO...................................................................................02
1.1. Atividades Lúdicas e Motivação.................................................05
1.2. Educação Lúdica, Lazer, História e Cultura..............................06
2. PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO E DE DIVULGAÇÃO DO
CADERNO DE ENTRETENIMENTO................................................10
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................13
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................24
5. AGRADECIMENTOS........................................................................25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................26
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO E O USO DE “PASSATEMPOS” NAS
AULAS DE QUÍMICA
Neide Regina Usso Barreto1
“Exercícios mentais regulares estimulam as
habilidades – inteligência, perspicácia e raciocínio – melhorando a memória, a agilidade
mental e a capacidade de aprendizado”.
Stephanie K. Hollender, da Brain Power Bulding a Browny Brain
RESUMO
Este artigo apresenta um Caderno de Entretenimento – Genial - como
uma proposta pedagógica à aplicação dos Livros Didáticos da disciplina de
Química, paralelamente ao uso de atividades do tipo “passatempos”, na busca
de informação, lazer e cultura em sala de aula. Trata-se de um material
elaborado através da opo0rtunidade da parceria do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE/Pr, com a Instituição de Ensino Superior
– Universidade Estadual de Londrina – UEL, visando à produção de
conhecimentos e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública
paranaense. Estas atividades lúdicas, sem caráter competitivo, foram aplicadas
aos alunos do ensino médio do Colégio Estadual Polivalente de Apucarana que
manifestaram satisfação com o uso desta ferramenta como meio de
entretenimento, de troca de idéias, de atualização, de revisão dos conceitos
químicos, de desafios que criam oportunidades de compreensão na construção
do conhecimento. Por conseguinte, um breve histórico será relatado sobre o
uso dos passatempos e as etapas para a elaboração desse material que exigiu
a contribuição de muitas idéias, colhidas nos livros, nas pesquisas, nas leituras
e nas riquezas das experiências humanas.
Palavra-chave: passatempo, prática escolar, conceitos químicos,
conhecimento.
1. Professora, especialista em Química pela Universidade Estadual de Londrina, em Educação
de Jovens e Adultos pela Universidade Federal do Paraná. Participante do Programa de
Desenvolvimento Educacional - 2007/2008 – SEED/Pr.
1 INTRODUÇÃO
Desde as primeiras necessidades do homem, sabe-se que o
conhecimento químico está diretamente ligado ao desenvolvimento e às
transformações das civilizações, algo modificável, incompleto, requer uma
compreensão dos seus fundamentos, que unidos à construção de um
conhecimento possibilitam o exercício consciente da cidadania.
Nesta era de transformações, num mundo em constantes mudanças, a
educação se transformou num requisito indispensável para se viver em
sociedade, mais do que transmitir conhecimentos, ela deve formar indivíduos
capazes de conviver democraticamente. E é neste panorama, que o ensino
público tem como desafio o “sucesso escolar”, formando pessoas que
desenvolvam responsabilidades inerentes à vida, cujas ações sejam decisões
conscientes, históricas e políticas, sensíveis às questões e as necessidades da
sua comunidade.
Torna-se urgente o resgate desta ciência como meio contextualizador e
humanizador, uma busca constante na resolução dos problemas vivenciados
no cotidiano. Com o desenvolvimento das sociedades e com suas
conseqüências, passou-se a exigir das ciências respostas precisas e
específicas às demandas econômicas, sociais e políticas.
Portanto, é de fundamental importância pensar numa química voltada
essencialmente para uma postura humanista e filosófica: trata-se de formar o
aluno-cidadão para exercer plenamente sua cidadania, da necessidade de
conhecer os benefícios que ela concede ao homem, ao mostrar o respeito ao
seu equilíbrio. Para tanto, o conhecimento e a utilização da Química devem
colocar-se dentro de um contexto onde os alunos tenham a possibilidade de
compreendê-los como um todo, despertando o espírito crítico e o pensamento
científico. Há uma necessidade inerente da presença desta ciência, mas,
acontece que a Química da sala de aula, está muito distante da necessidade
real de um cidadão, os conteúdos ministrados aos alunos do ensino médio
estão desvinculados das relações existenciais do cotidiano, enfatizam que a
Química da escola não tem nada a ver com a química da vida
(Schnetzler,1980) e “os objetivos, conteúdos e estratégias do ensino de
química atual estão dissociados das necessidades requeridas para um curso
voltado para a formação da cidadania” (Santos,1992,p.116). Neste momento
histórico não se pode dizer que os conhecimentos científicos não são
importantes, mas deve-se conciliá-los aproximando-os da realidade. Acredita-
se que isto possa até amenizar o desinteresse dos alunos com relação à
disciplina, pois muitos alegam receio ao estudar esta ciência, a consideram de
difícil entendimento. Talvez esse desconhecimento seja um dos motivos de
como os seres humanos esqueceram a essência de sua existência e quais as
melhores decisões a serem tomadas por um cidadão ativo, participativo que
garanta seus direitos e tenha o efetivo compromisso dos seus deveres.
Newbold (1987) afirma:
“Atualmente a química é a chave para a maior parte das grandes
preocupações das quais depende o futuro da humanidade,
sejam elas: energia, poluição, recursos naturais, saúde ou
população. De fato, a química tornou-se um dos componentes
do destino do gênero humano. Entretanto, quantas pessoas,
entre o público em geral, sabem um pouco que seja a respeito
da relevância da química para o bem estar humano?
Infelizmente, muito poucas, conforme parece... Certamente, é
essencial que se faça com que cada cidadão ao menos tome
consciência de algumas das enormes contribuições da química
na vida moderna. Deveria ser fascinante perceber que todos os
processos da vida, do nascimento à morte, estão intimamente
associados às transformações químicas. A qualidade de vida
que desfrutamos depende em larga escala dos benefícios
advindos de descobertas químicas, e nós, como cidadãos somos
continuamente requisitados para tomar decisões em assuntos
relacionados com a química. Não devemos, entretanto, ignorar
os aspectos negativos associados a progressos baseados na
química, pois fazê-lo seria fechar os olhos à realidade.” (p.156).
Tudo isso, leva-nos a refletir sobre uma mudança de postura em relação
à educação Química e a sala de aula. Segundo CHASSOT: “Devemos ensinar
química para permitir que o cidadão possa interagir melhor com o mundo”.
Para que isto ocorra, torna-se necessária inovação e criatividade, uma
aproximação do professor com os alunos do ensino médio, do conteúdo
científico ao cotidiano dos jovens e adolescentes, proporcionando caminhos de
revisão das práticas pedagógicas, das concepções de conhecimento, de
educação, criar situações mais significativas de aprendizagem,
contextualização mais abrangente sobre o que está acontecendo com os seres
vivos, com a natureza e o mundo.
Segundo Bernardelli,
Muitos adquirem certa resistência ao aprendizado da química
devido à falta de contextualidade, não conseguindo relacionar os
conteúdos com o dia-a-dia, bem como a excessiva
memorização, e ainda alguns professores insistem em métodos
nos quais os alunos precisam decorar fórmulas, nomes e tabelas
(...) devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o
ensino aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro
momento, a vivência dos alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição
cultural e a mídia, buscando reconstruir os conhecimentos
químicos para que o aluno possa refazer a leitura do seu mundo.
(2004,p.2)
Para realizar esta leitura crítica do mundo, o aluno necessita
aprendizagem, acesso à cultura, à informação, ao conhecimento, o que é um
direito seu, pois aprende-se o tempo todo no decorrer da nossa existência.
A escola é por excelência o lugar onde se lida com o conhecimento
científico, historicamente produzido, e a sala de aula ainda é o lugar que reúne
pessoas com diferenças de costumes e idéias, mas dependem umas das
outras para a sobrevivência. Não se pode negar o papel fundamental da
Química na vida das pessoas e como é importante o seu conhecimento para o
equilíbrio da vida neste planeta. Ao observar o mundo à sua volta, os
participantes do processo educativo devem compreender como é freqüente,
intensa e contínua a aplicação dos conhecimentos químicos urgentemente para
esta e para as futuras gerações.
1.1 ATIVIDADES LÚDICAS E MOTIVAÇÃO
As oportunidades de capacitação profissional propiciam reflexões
pedagógicas intensas, vale a pena pensar que de nada vale um conhecimento
se este é capaz de produzir pessoas que praticam atrocidades contra a vida,
contra o ambiente, que utilizam tecnologias com poder de alta destruição.
Então, se nos limitarmos a fornecer para os alunos apenas uma educação
científica, desvinculada dos valores que tenham como princípio o respeito à
vida, o dever do seu compromisso com a nova sociedade, maior a tendência do
ato educativo tornar-se agressivo e indisciplinado.
É isto que estamos observando nas escolas, adolescentes com
comportamentos acintosamente inadequados, desmotivados, não há
compromisso nem com a escola, nem com a sociedade. Sem mencionar a
importância da família neste processo de comportamentos disciplinares, a
escola ainda é o espaço onde o aluno passa várias horas por dia, e o professor
tem que conviver com estes conflitos que perpassam o ambiente escolar,
portanto, ele não necessita atuar como o “responsável” pelo aluno, mas deve
ter uma postura docente, profissional, que vincula sua responsabilidade
fundamental de planejar e desenvolver o ensino de modo a maximizar a
participação e o desempenho com sucesso do aluno. Torna-se necessária
competência científica e política. O professor precisa saber seu conteúdo
específico e de sua área de abrangência, necessita ter as capacidades
técnicas para efetuar um bom ensino e ter compromisso social com a realidade
onde vive e atua.
Portanto, para a realização de uma educação para a socialização, é de
fundamental importância que a aprendizagem esteja voltada à motivação, uma
condição básica e complexa. O aluno precisa querer o aprender, interessar-se
pelos conteúdos químicos, estimular sua criatividade, seu desejo de resolver
maneiras que favoreçam a formação de estruturas cognitivas, que facilitem seu
raciocínio, que ativem sua memorização.
1.2 EDUCAÇÃO LÚDICA, LAZER, HISTÓRIA E CULTURA
Numa perspectiva histórica, na Grécia antiga, Platão (427 – 348)
afirmava que os jogos esportivos proporcionavam valores éticos e morais tanto
quanto a cultura intelectual para a formação de caráter e personalidade. Para
os egípcios, romanos, maias, os jogos serviam como meio para que as
gerações mais jovens aprendessem com os mais velhos valores e
conhecimentos, normas padrões de uma vida social. Com a ascenção do
cristianismo os jogos foram considerados imorais e profanos, sem nenhum
significado. A partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber o
valor educacional dos jogos e os colégios jesuítas foram os primeiros a colocar
a prática disciplinadora dos jogos, reconhecidos como bons, foram admitidos
como meio de educação tão estimáveis quanto os estudos.
Outros teóricos enfocaram a importância do processo lúdico na
educação, Rabelais, Montaigne, Comênio, Rosseau, Pestalozzi, Froebel,
Dewey, Montessori, Piaget, Freinet, Makarenko, Snyders, inclusive Paulo
Freire, um dos maiores educadores da prática libertadora, aborda que toda
ação educativa deve promover no indivíduo uma consciência crítica com o
objetivo de transformação.
A ação de buscar essa transformação exige dos alunos esforços,
participação, indagação, socialização com prazer. Este tipo de educação
esteve presente em todos os povos, contextos de vários pesquisadores, uma
vasta rede de conhecimentos, não só no campo da educação, mas na
psicologia, fisiologia e nas demais áreas do conhecimento.
Portanto, educar ludicamente tem uma significação complexa, pois não é
só brincadeiras, diversão e lazer, o lazer tem outras funções:
Segundo Lombardi (2005),
O lazer tem como funções o descanso, o divertimento e o
desenvolvimento humano – pessoal e social... Dessa forma, a
vivência de um lazer de qualidade pode proporcionar a
emancipação de um homem crítico e criativo, capaz de gerar e
vivenciar normas e valores questionadores da atual ordem
estabelecida.
Educar ludicamente desenvolve as funções cognitivas e sociais,
interioriza conhecimentos, mobiliza as relações funcionais, permite a interação
com seus semelhantes, contribui para a melhoria do ensino, qualificação e
formação crítica do educando.
Neste mundo globalizado, as atividades lúdicas estão sendo excelentes
recursos na contribuição e enriquecimento do desenvolvimento intelectual e
social, tanto das crianças, como dos jovens e dos adultos. As atividades lúdicas
em sala de aula tornam um ambiente prazeroso, de exploração. Mas muitos
estudiosos, historiadores e filósofos acreditam que há diferenças entre o
brinquedo e o material pedagógico. Segundo Chateau (1984),
“acredita-se que a utilização do ludismo, o que inclui
jogos, brinquedos e brincadeiras, pode não representar
de imediato um aprendizado, mas pode vir a desenvolver
potenciais no sujeito, até mesmo quando são encaradas
como passatempo, proporcionando mais oportunidades
de se abastecer intensamente de informações, de
conhecimentos, com base nas várias simulações e
fantasias que executa”.
Dessa forma, pode-se trabalhar estes conhecimentos científicos e ao
mesmo tempo proporcionar novas ferramentas de desenvolvimento cognitivo.
Para isto, o Governo do Estado do Paraná, juntamente com a Secretaria de
Estado da Educação - SEED em parceria com a Secretaria de Ciência e
Tecnologia e Ensino Superior – SETI, instituiu o Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE, uma política inovadora e audaciosa que estabelece um
diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação básica,
permitindo formação continuada dos professores através de atividades teóricas
e práticas, visando resultados de mudanças qualitativas na prática escolar nas
escolas públicas do Paraná. A atual proposta político pedagógica pede aos
profissionais da educação um enfoque menos tarefeiro, repassadores de
informações, sujeitos que produzam, transmitam e elaborem conhecimentos
com e para os alunos, uma educação química voltada para a cidadania que
resgate uma consciência humana para os valores éticos e morais.
O presente trabalho relata experiências de uma educadora PDE/2007
da disciplina de Química, que nestes anos de atividade em sala de aula nunca
vivenciou tanto investimento na área educacional e na capacitação de
professores, como este amparado pelo Governo. Este programa propôs a
elaboração de um plano de estudo orientado por uma instituição de ensino
superior, a Universidade Estadual de Londrina/UEL, onde pudesse surgir a
produção de um material didático pedagógico, no qual sua intervenção na
escola envolvesse ações educativas, atividades práticas e reflexivas no
cotidiano da sala de aula e no ambiente escolar.
Durante a participação ativa neste projeto ocorreram trocas de
experiências tanto com professores da Instituição de Ensino Superior quanto os
professores PDE oriundos dos vários Núcleos Regionais que participaram de
Encontros de orientação e Seminários temáticos. Este programa tem certa
ousadia por que envolve a formação continuada de um número expressivo de
educadores do Estado do Paraná. Ainda houve a capacitação de um Grupo de
Trabalho em Rede – GTR, ou seja, professores que foram inscritos na
disciplina de Química, onde conectados em Rede, na Plataforma Moodle - um
software livre e gratuito, encontraram uma excelente ferramenta de apoio à
aprendizagem, uma proposta multidisciplinar no ensino e na aprendizagem,
trabalhada por módulos, à medida que integrava uma diversidade de
atividades, linguagens, textos e áreas do conhecimento em constante interação
virtual. É importante ressaltar este ponto positivo do programa, já que muitos
professores iniciaram inclusão digital através desta oportunidade de
qualificação, e até mencionaram que estas tecnologias educativas são
fundamentais para a melhoria da qualidade de vida na sociedade.
Sabe-se que os jovens utilizam com facilidade estas práticas da
tecnologia digital e os professores paranaenses têm a oportunidade de vencer
este atraso científico tecnológico por meio destas reformas básicas na política
educacional, qualificando as pessoas, valorizando e atualizando o educador.
A utilização deste software educativo foi realizada em módulos, e cada
módulo pôde ser organizado de acordo com um planejamento orientado e
participativo, incluindo fórum de notícias, fórum de discussão, biblioteca, chat,
glossário, agenda, mensagens, lista de usuários, perguntas freqüentes,
recursos de multimídia, interações entre os professores das várias regiões do
Estado do Paraná, cada qual de acordo com a realidade dos seus alunos e da
sua comunidade. Tanto que os professores conectados on-line puderam
elaborar e trocar idéias que permitiram ações pedagógicas comprometidas com
as transformações educacionais e melhorias na convivência democrática.
Além deste grupo de trabalho em rede e para atender um dos anseios e
necessidades dos alunos do ensino médio das escolas públicas, onde há certa
carência de material pedagógico, a Secretária de Estado da Educação, reuniu
educadores de todas as áreas do conhecimento para a elaboração coletiva de
um material didático de apoio aos alunos e aos professores. Dessa maneira
depois de muitos encontros, surgiu o livro didático público de todas as
disciplinas do Ensino Médio, inclusive o de Química, um material gratuito,
disponível para todos, diferenciado, inovador, elaborado e projetado de acordo
com as Diretrizes Curriculares e o Projeto Político Pedagógico, no qual os
conteúdos estão contextualizados e vinculados ao cotidiano dos alunos.
Com a chegada destes textos houve fortalecimento e valorização da
prática pedagógica. Desenvolveu-se instrumentos que permitissem uma leitura
crítica do mundo, através dos conceitos químicos que sensibilizam a busca de
alternativas para melhoria das condições humanas e da preservação ambiental
do nosso planeta. Mas, em momento algum o conhecimento científico foi
deixado de lado ou esquecido, pois é de fundamental importância para uma
cultura geral.
Dessa forma, para auxiliar os professores de Química que possuem
poucas aulas semanais e devem abordar um número elevado e relevante de
conteúdos, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná enviou o material
contextualizado para todos os alunos das escolas públicas do Estado do
Paraná. Além disso, o Ministério da Educação através do PNLEM – Programa
Nacional do Livro para o Ensino Médio, propiciou acesso de professores e
alunos a um recurso pedagógico voltado para a melhoria da qualidade da
educação básica e inclusão social no Brasil. Este material didático está dividido
em três volumes, um volume para cada série do ensino médio. Então, os
alunos e os professores tinham em mãos dois materiais para serem
explorados, utilizados e não seria por esta carência que o processo de ensino e
aprendizagem seria prejudicado ou não proporcionado.
2 PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO E DE DIVULGAÇÃO DO
CADERNO DE ENTRETENIMENTO
Neste trabalho do PDE, após uma leitura e análise dos dois materiais,
relacionou-se os conteúdos abordados em cada livro e em cada texto, cuja
finalidade era a orientação para facilitar o trabalho e o manuseio destes
materiais pelo professor de Química, visando à utilização destes suportes
pedagógicos em sala de aula. Essas ferramentas ricas de desenvolvimento
facilitam a aprendizagem, então, elaborou-se um Caderno de Entretenimento
de nome “Genial – Informação e Cultura”, cuja capa está apresentada na
Figura 01.
Para a elaboração desta capa e de todos os passatempos deste
Caderno pedagógico, houve a idealização de um esboço que posteriormente
um designer gráfico digitalizou o projeto pelo software Corel Draw, sendo todas
as páginas coloridas encontradas em material impresso ou digital. Em alguns
passatempos houve junção de figuras e textos encontrados nos livros didáticos
de Química de vários autores, todos citados nas referências bibliográficas.
Além disso, houve a revisão gráfica e o parecer da orientação da Instituição de
Ensino Superior.
Figura 01 – Capa do Caderno “Genial”
Estes três materiais juntos, desenvolvidos em sala de aula, tornam-se
recursos pedagógicos que contribuem e enriquecem o vocabulário dos alunos,
proporcionando momentos agradáveis de lazer, diversão, cultura, ou mesmo
relaxamento, atividades e muitas outras dicas instigantes que tornam as aulas
mais atrativas e dinâmicas, alunos atentos, construindo leituras e resolvendo
entretenimentos ou passatempos de informação, muita cultura e estímulo à
memória.
Sendo assim, um quadro (Figura 02) foi elaborado enfocando os
conteúdos de Química e orientações de quais passatempos do Caderno,
podem ser associados pelos professores em sala de aula paralelamente com
os capítulos do livro didático SEED/Pr e do livro enviado pelo ministério da
Educação e Cultura/PNLEM.
Este quadro foi enviado por e-mail para os professores
participantes do grupo de trabalho - GTR, com o propósito de trocar
experiências on-line, pensando, na utilização deste recurso nas aulas de
Química. Houve a manifestação de interesse dos professores neste projeto
audacioso, onde, gerou-se então, atividades interessantes de formação
continuada, pois, são os professores que convivem diariamente em sala de
aula com os alunos, cada vez mais irrequietos, indisciplinados, desmotivados,
desafiadores, críticos e interativos, por isso se deve ousar, incorporar recursos
e métodos que auxiliem a tornar essa disciplina mais instigante com aulas mais
motivadoras e interessantes.
Segundo BartniK,
“os professores devem ser capazes de estruturar
atividades pedagógicas para permitir que o aluno organize seu
pensamento e elabore conhecimentos com consistência, mas
também com prazer.”.
Figura 02 – Orientação do Material Didático e uso dos passatempos
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não existe, portanto, uma receita infalível de como ensinar Química,
mas podem-se mostrar conteúdos vinculados à realidade, não confinados à
sala de aula e ao quadro-negro, as incertezas, aos acontecimentos históricos.
Nesses anos de atividade em sala de aula, verifica-se que, ainda, os
adolescentes admiram e respeitam os professores, temos então, meio caminho
andado para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares, na outra metade
do caminho a ser percorrido, há necessidade dessas e de outras inovações e
os passatempos contidos no Caderno Genial enfocam desde caça-palavras,
criptogramas, palavras cruzadas, jogos de raciocínio, envolvendo os conteúdos
estruturantes: Matéria e sua Natureza, Biogeoquímica e Química Sintética.
Essa idéia dos entretenimentos de Química partiu dos momentos vivenciados
diariamente na resolução dos passatempos encontrados em várias revistas do
setor. Não serão mencionados os nomes destas revistas, mas todas
proporcionam momentos de relaxamento, distração, autodisciplina, lazer,
fundamentais para repor as energias, melhorar a performance mental e a
cultura em geral.
Os passatempos priorizam os conteúdos do ensino médio e houve a
colaboração de professores da rede pública integrantes do ambiente virtual,
das cidades de Marechal Candido Rondon, Antonina, Maringá e Cascavel na
elaboração de quatro passatempos. Essas contribuições e as trocas de idéias
foram de grande valia para o sucesso desta ferramenta lúdica nas aulas, onde
cada professor aplicou estes entretenimentos de maneiras diferenciadas,
facilitando a aprendizagem, desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos
alunos, enriquecendo e vivenciando os fatos.
Este material continua sendo aplicado pelos professores de Química,
pois numa das etapas do Programa de Desenvolvimento Educacional, foi
proposto a elaboração de um material que proporcionasse uma intervenção na
sala de aula e a partir do mês de setembro de 2008, os alunos do ensino médio
do Colégio Estadual Polivalente de Apucarana tiveram acesso ao Caderno
Genial, resolveram os passatempos em conformidade com os conteúdos
científicos eram trabalhados em sala de aula, junto ao livro didático público /
SEED – PR e ao livro do PNLEM. Ao término de cada tópico, essas atividades
de entretenimento eram aplicadas. O interessante é que eles resolviam os
passatempos e já tentavam outros referentes aos conteúdos das séries
anteriores ou de temas relacionados a atualidades. Isto permitiu observar que
estas atividades mentais ampliaram os conhecimentos, diminuiu a indisciplina e
aumentou o interesse dos alunos, tornou-os mais críticos, desenvolveu maior
aproximação entre o professor e o aluno, e viu-se uma oportunidade ativa de
ensino e aprendizagem. Outro ponto positivo é que estes entretenimentos
atuaram como uma terapia, diminuindo o stress dos jovens, aguçando sua
memória e atividade cerebral. Segundo Rego (2000.p.79), essas atividades
lúdicas proporcionam ambientes desafiadores, capazes de estimular o intelecto
proporcionando a conquista de estágios mais elevados de raciocínio.
Reforça-se, ainda, que a utilização dessa ferramenta em sala de aula,
com certeza proporciona aulas mais atrativas, motivadas, pois, antes de ser
apenas um entretenimento, tem como finalidade o desenvolvimento da escrita
e o sentido das palavras, favorecendo e promovendo o estímulo cognitivo,
permite situações de colaboração sócio-afetiva, auxilia na compreensão e na
aprendizagem. Ainda, permite criar oportunidades de auto-desafios e
curiosidades, facilitando a construção e aquisição de novos conhecimentos. O
interessante é perceber que os participantes do processo estão empenhados
no cumprimento das atividades propostas, demonstrando espírito participativo,
construtivo e solidário, respeitando as diferenças e a suas capacidades.
Portanto, são necessárias inovações, criatividades, procura de maneiras
diferenciadas para proporcionar aos alunos uma linguagem química que
aproxime o universo imediato ao seu saber. E, diante da atual realidade, vale a
pena conduzir até as nossas escolas públicas essas maneiras mais atraentes,
motivadoras, através de atividades, entretenimento, informação, cultura,
desafios e curiosidades em sala de aula.
O Caderno Genial, nestes poucos meses em que os alunos utilizaram as
orientações contidas no quadro de uso dos materiais didáticos e resolveram os
passatempos, os pontos positivos foram surpreendentemente relevantes. Uma
das observações dos alunos foi o prazer que se tem ao resolver um
passatempo, um jeito diferente e mais fácil de assimilação da matéria. Outra
alegação foi de que ocorreu melhoria na disciplina em sala de aula, já que é
uma das maneiras de treinar a escrita, a leitura ativa, a memória visual,
auditiva, verbal e lingüística. É claro que a memória sofre influência do humor e
da atenção, despertada quando existe interesse em determinado assunto ou
trabalho.
Acredita-se que o caderno lúdico possa ser aplicável em qualquer
situação educativa. Os alunos afirmaram que outras disciplinas deveriam criar
estes tipos de atividades pedagógicas. Há uma motivação intelectual,
responsável pela capacidade de trabalhar, construir coisas, elaborar planos,
estudar. É, claro, exige um pensamento muito mais elaborado, uma capacidade
de auto-motivação para resolver aqueles desafios ricos em curiosidades que é
o passatempo. Mesmo aqueles alunos dominados pela preguiça e pela apatia,
demoram um pouco mais, mas acabam resolvendo, socializando afetivamente
com os colegas. Verificou-se um dos dizeres foi ”Não gosto muito de Química,
mas eu gosto de resolver essas atividades”.
O Caderno de Entretenimento que aborda atividades lúdicas elaboradas
com palavras cruzadas (Figura 03), caça palavras e criptos, não são
necessariamente jogos ou brincadeiras, mas atividades, sem caráter
competitivo, constroem o conhecimento de uma forma diferenciada e
descontraída. A utilização destes passatempos não são recursos atuais, mas
tiveram sua origem lúdica na prática de cruzamentos de signos lingüísticos,
estabelecidos cientificamente como uma invenção dos antigos egípcios. Vários
arqueólogos afirmaram que encontraram imagens de estelas - monumentos
feitos de pedra normalmente em um só bloco, contendo representações
pictóricas e inscrições criadas nos séculos XIII a.C. e XII a.C., contendo
cruzamentos de sinais de difícil interpretação, enigmáticas da escrita de antigas
civilizações, tais como os egípcios, os hititas, e os maias. Um dos hieróglifos
insuperáveis em complexidade está datado no século XII a.C. Estas imagens
de estrelas podem ser consideradas um segundo jogo de palavras, por que na
antiguidade a primeira modalidade era a adivinhação.
Pode-se afirmar que um conjunto de hieróglifos que designava esse jogo
foi traduzido por alguns arqueólogos como "palavras cruzadas". O primeiro
jogo moderno de cruzamento de palavras, o jogo do acróstico, cujo significado
é uma composição poética na qual o conjunto de letras iniciais forma o nome
de uma coisa ou pessoa, foi editado nas edições de novembro e dezembro de
1762 na Revista de Londres. Mais tarde, em julho de 1859 um terceiro jogo
moderno de cruzamento de palavras, um quadrado deu origem à evolução
técnica que resultaria nas palavras cruzadas propriamente dita. Em 30 de
agosto de 1865, saiu no Jornal de Notícias Ilustradas de Londres um jogo de
acróstico duplo. Houve uma evolução deste jogo antigo, o quadrado que antes,
segundo os historiadores saiu da Inglaterra e foi para os Estados Unidos,
evoluíram ao grande número de seções de jogos de palavras existentes nas
revistas e tablóides infanto-juvenis daquela nação.
Figura 03 – Cruzamento de palavras – Caderno “Genial”
A palavra crossword (palavra cruzada), teve sua verdadeira origem
cerca de 47 anos antes da data registrada no Dicionário de Inglês Oxford, a
maior autoridade mundial no idioma inglês. Essa é a história de como surgiram
seus dois significados, nenhum deles registrado em dicionários da língua
inglesa, mas ambos associados aos jogos de cruzamento de palavras. Essa
palavra, como conhecemos atualmente, apareceu pela primeira vez no Jornal
New York World, em 22 de dezembro de 1913 inventada por Arthur Wynne,
para a Seção de Diversão da edição de Domingo. Tornou-se rapidamente um
dos passatempos mais populares de nossos tempos, ele se baseou no
Iaterculus, como era conhecido pelos romanos no século IV a.C, eles
formavam palavras cruzando-as de maneiras que constituíssem palíndromos –
palavra, frase ou qualquer seqüência de unidades que tenha a propriedade de
ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita . Num
palíndromo, são desconsiderados os sinais ortográficos, assim como o espaço
entre palavras. Mas, em vez de fornecer palavras que deveriam ser cruzadas,
Wynne resolveu dar dicas e criou um diagrama na forma de losango, mais de
150 diferentes jogos de cruzamento parcial ou total de palavras que
precederam as cruzadas e que ainda não haviam sido mostrados numa
publicação moderna, como por exemplo: o primeiro jogo da pirâmide e o jogo
do diamante duplo.
É importante ressaltar que as crianças, os jovens, especialmente as
meninas criavam os passatempos e que havia mais interatividade nessas
relações na segunda metade do século XIX do que existe atualmente, entre
esse mesmo público e os sites a eles dedicados.
No exato mês e ano em que Arthur Wynne lançava seu primeiro jogo de
palavras cruzadas a revista São Nicolau: uma Revista Ilustrada para os Jovens,
também trazia a resposta de um outro passatempo com a palavra cross-word
(palavra cruzada) no nome, além de 5 outras ocorrências da mesma palavra na
seção de passatempos. A revista St. Nicholas era a mais famosa e importante
publicação infanto-juvenil norte-americana daquela época.
É claro que vale a pena conhecer a história da criação de mais jogos de
palavras do século XX, aventuras intelectuais marcadas por mistérios e
enigmas não decifrados, extraordinários exemplos da inventividade humana.
Baseados nesta inventividade humana é que muitos dos conteúdos
encontrados nos passatempos do Caderno são do tipo enigmático, como a
Figura 04.
Figura 04 – Passatempo enigmático – Caderno “Genial”
Além desses passatempos enigmáticos existem outros envolvendo
conteúdos de elementos químicos, segurança no laboratório, carbono,
radioatividade, funções nitrogenadas, atomística, funções inorgânicas, cinética
química, pH e pOH, ligações, elementos químicos e propriedades periódicas,
referente ao texto encontrado no livro didático público/SEED “Lique e fique
ligado” (Figura 04), e ainda hidrocarbonetos, equipamentos laboratoriais,
símbolos de segurança, vitaminas, funções orgânicas oxigenadas e
nitrogenadas, geometria molecular, biomoléculas foram caminhos encontrados
como forma de desenvolvimento que incentiva e permite a melhor interação
com os seus pares e com o ambiente escolar que vivemos.
Além dos passatempos propriamente descritos segundo o panorama
histórico, existem aqueles do tipo criptogramas cujas referências são a textos
decifrados que obedecem a códigos e a uma lógica pré-determinados para
decifrar uma mensagem, podem ser montados envolvendo números, letras,
símbolos gráficos, invenções utilizadas nos dias atuais também em revistas
especializadas e jornais.
Neste Caderno de Entretenimento temos vários passatempos do tipo
criptogramas envolvendo conteúdos de classificação periódica, eletrólise,
pilhas e baterias, mudanças de estados físicos da matéria, termoquímica,
dispersões, isomeria, teoria ácido-base, polímeros. Essas atividades tipo
criptogramas desenvolvem a atenção, a capacidade de observação através de
comparações, diferenças e muita lógica. O interessante na resolução de um
critpograma é que este desenvolve uma atividade prazerosa e divertida. Na
resolução há certo envolvimento e concentração, uma atitude de compromisso
e o aluno não deseja parar até descobrir as respostas, ou seja, decifrar todos
os códigos.
O criptograma (Figura 05) está relacionado com os conteúdos de
Mudanças de Estados Físicos da Matéria, pode ser aplicado a todas as séries
tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Menciona-se, ainda, que
é um conteúdo interdisciplinar, pois estuda-se em Física, Biologia, Ciências,
Química, Geografia, e outras.
Este material é interessante devido aos outros tipos de atividades
(Figura 06) que não se classificam nem em palavras cruzadas, criptogramas ou
caça-palavras, são apenas entretenimentos, passatempos, que não deixam de
ser recursos pedagógicos que levam, tanto o professor quanto os alunos a
aulas com mais conhecimento, diversão e descontração, exercícios instrutivos,
didáticos que aguçam a curiosidade e aumentam a auto-estima.
Figura 06 – Embaralhado de palavras – Caderno “Genial”
Por citar os caça-palavras é viável entender o significado deste tipo de
entretenimento. Trata-se de um recurso pedagógico que consiste de letras
arranjadas aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular. O
objetivo é encontrar e circundar as palavras escondidas na grade tão
rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas
verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade. Estas
palavras são arranjadas normalmente de modo que possam ser lidas da
esquerda para a direita ou de cima para baixo, sendo que em passatempos
com maior dificuldade também pode ocorrer o oposto (Figura 07).
Figura 07 – Caça-palavras – Caderno “Genial”
A maioria dos caça-palavras contidos no Caderno Genial – Informação e
Cultura têm um tema comum o qual todas as palavras escondidas estão
relacionadas. Esses conteúdos são funções orgânicas, estrutura atômica,
análise imediata, biocombustíveis e aquecimento global. Verificou-se que
essas ferramentas educacionais aplicadas às crianças e aos jovens permitem
que essas mentes aprendam palavras novas enriquecendo o vocabulário.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho realizado através do Plano de Desenvolvimento
Educacional, amparado pelo Governo do Estado do Paraná, demonstrou como
é importante o investimento na formação continuada dos professores das
escolas públicas, tanto os selecionados através de teste seletivo, como aqueles
que estavam conectados em rede. O retorno a atividade acadêmica presencial
e semi-presencial, junto à Instituição de Ensino Superior, no caso, com o
Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina permitiu a
elaboração de uma proposta de estudo no qual foi desenvolvido um material
didático pedagógico , um Caderno de Entretenimento GENIAL – Informação e
Cultura. Este material começou a intervir no processo de ensino e
aprendizagem a partir do mês de setembro de 2008, no Colégio Estadual
Polivalente de Apucarana. A utilização em sala de aula dessa ferramenta
contribuiu para os professores de Química repensarem sua postura e como é
importante inovações que permitam a manifestação da criatividade, do estímulo
cognitivo, auxiliando a compreensão dos conteúdos, permitindo e criando
oportunidades, desafios e curiosidades, facilitando a construção do
conhecimento.
Nestes poucos meses de aplicação do material em sala de aula,
percebeu-se manifestações satisfatórias dos alunos, desde facilitar e revisar
conteúdos quanto a melhoria da disciplina geral da sala no momento da
resolução de cada passatempo.
Várias foram as fontes de pesquisa consultadas, já que o campo de
estudo sobre os jogos educativos é amplo. Mais estudos teóricos e práticos
sobre o uso de passatempos em sala de aula, ainda são muito pouco
explorados, principalmente os de passatempos específicos aos conteúdos de
Química ou de qualquer outra disciplina.
Esses passatempos são considerados lúdicos, mas sem competição
entre os vários estudantes. Tem como objetivo comum um material alternativo
que estabeleça a construção dos conceitos químicos de maneira diferenciada e
inovadora.
Por conseguinte, a elaboração deste caderno contém 32 passatempos,
quadro de orientação de trabalho dos livros didáticos e o uso de cada um deles
correspondente ao conteúdo trabalhado pelo professor em sala de aula, um
caderno totalizando 42 páginas, pois cada atividade apresenta no final sua
resolução na integra. E ainda, pode-se afirmar que não haverá somente estes,
a idéia ainda permanece viva e intensa, com novas possibilidades de recursos,
novos entretenimentos envolvendo textos das edições posteriores do livro
didático público, que possam inferir sobre o papel do lúdico na aprendizagem
dos conceitos científicos.
Com certeza, os momentos vivenciados neste programa proporcionaram
o surgimento de muitas idéias, colhidas nos livros, nas pesquisas, nas leituras,
nas orientações e, principalmente, nas experiências humanas. A criação de um
caderno como este, exigiu como educadora muito amor à escola, aos alunos,
planejamento, trabalho e atenção, mas com certeza, tudo isto valeu a pena.
5 AGRADECIMENTOS
Aos meus pais que incentivaram meus estudos e não puderam
compartilhar estes momentos felizes da minha vida; a minha família e a todos
os educadores que compartilharam seus conhecimentos nesta experiência da
1ª turma do Programa de Desenvolvimento Educacional/2007.
Em especial a Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, orientadora da
disciplina de Química pela Universidade Estadual de Londrina, que nestes dois
anos demonstrou-se uma referência como ser humano e educadora.
Não posso deixar de agradecer aquele espaço sagrado de convivência
diária, um lugar lindo, acolhedor, cheio de vidas, diversidades, riquezas
humanas, a minha ESCOLA, uma presença efetiva e comprovada da existência
de Deus.
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