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Graciene da Silva Mota
Variação na estrutura, na composição floristica e nas formas de vida ao longo de um
gradiente altitudinal na Cadeia do Espinhaço
Montes Claros, MG
2012
Graciene da Silva Mota
Variação na estrutura, na composição floristica e nas formas de vida ao longo de um
gradiente altitudinal na Cadeia do Espinhaço
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciências Biológicas da
Universidade Estadual de Montes Claros como
requisito necessário para a conclusão do curso
de Mestrado em Ciências Biológicas
Orientador
Prof. Dr. Geraldo Wilson Fernandes
Coorientadoras
Profa. Dr
a. Yule Roberta Ferreira Nunes
Profa. Dr
a. Maria das Dores Magalhães Veloso
Montes Claros, MG
2012
GRACIENE DA SILVA MOTA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ciências
Biológicas da Universidade Estadual de
Montes Claros como requisito necessário para
a conclusão do curso de Mestrado em Ciências
Biológicas.
APROVADA: 27 de Fevereiro de 2012
___________________________________________
D.Sc. Geraldo Wilson Fernandes
Orientador/UNIMONTES
___________________________________________
D.Sc. Yumi Oki
___________________________________________
D.Sc. Mario Marcos do Espírito Santo
UNIMONTES
“Jamais poderemos ser suficientemente
gratos a Deus, nossos pais e nossos
mestres.”
Aristóteles
Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida e sustento.
Agradeço a minha querida família e isso inclui pai, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhadas, avós,
tios e primos por todo o carinho, orações, dedicação e amizade! Amo vocês.
Ao meu orientador Geraldo Wilson Fernandes pela confiança e incentivo.
Meu eterno agradecimento à Yule e Dora pela orientação, pelo apoio, incentivo, amizade,
carinho, paciência, enfim esta página é pequena para falar bem de vocês e para agradecer por tudo
que me proporcionaram durante os quase 4 anos de convivência.
Agradeço aos queridos colegas do LEPV, a todos que passaram ou que ainda estão
presentes, especialmente aos que compartilharam comigo a alegria de conhecer as belezas da Serra
do Cipó, Etiene, Nayara, Diellen, Fran, Lílian, Marcelo, Rose Hellen, Camila, Poliana, Saimo e
Lucas pela ajuda no campo, e a Cecília, Jeferson e Claudiane, pela ajuda na confecção das
exsicatas, que foram essenciais para o desenvolvimento desse trabalho.
À Gisele Menino pela amizade, incentivo, carinho e ajuda com a estatística.
À Thiago pela ajuda no campo e pela amizade.
À Thaíse e Giovana pelo carinho, amizade e ajuda na correção deste trabalho.
À Saimo, Fátima e Luiz Falcão pela ajuda com a estatística.
Aos colegas de turma, especialmente a Etiene, companheira de todas as horas, Nanda,
Silma, Matheus e Helbert.
Ao Victor pela ajuda no Abstract.
Aos doutores Rubens Manoel dos Santos, Rosana Romero, Maria Cândida H. Mamede,
Marcos Sobral, Daniel Negreiros, Ana Claudia, Mariana Augsten, Matheus Martins e Priscila
Pimenta Hoffmann pela identificação do material botânico.
Aos colegas de república Juliana, Felipe, Áureo, Guedim e Alison. Muito obrigada pelo
convívio, amizade e pelas boas risadas.
Ao CNPq, pelo financiamento do projeto.
À CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.
Aos Funcionários do Parque Nacional da Serra do Cipó e a UNIMONTES pelo apoio
logístico.
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho.
Muito Obrigada!
Resumo
O estudo avaliou a estrutura, as formas de vida e a composição floristica da comunidade
lenhoso de sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal do complexo rupestre da Serra do Cipó,
MG, além disso, a influência da variações edáficas sobre a distribuição das espécies foi avaliada.
Em cada área, foram distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha,
onde foram amostrados todos os indivíduos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram
calculados os parâmetros quantitativos clássicos e os índices de diversidade e equabilidade.
Comparou-se a composição florística entre os pontos amostrados e a similaridade foi calculada.
Diferenças em relação a diversidade, área basal, riqueza e abundância das espécies, além da
frequência e riqueza de formas de vida entre as áreas também foram avaliadas. A relação entre a
altitude e riqueza também foi determinada e as relações entre as espécies e as variáveis ambientais.
Foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 278 espécies, sendo que as fanerófitas foram
mais representativas, seguidas de caméfitas, terófitas, hemicriptófitas e geófita. As famílias mais
ricas foram Asteraceae, Melastomataceae, Fabaceae, Eriocaulaceae, Velloziaceae, Malpighiaceae,
Myrtaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae. As espécies com maior densidade foram Actinocephalus
polyanthus, Vellozia nivea, Richterago polymorpha, Lychnophora pinaster, Vellozia epedendroides,
Vellozia albiflora, Neea theifera, Leiothrix crassifolia, Paepalanthus bromelioides e Byrsonima
verbascifolia. A riqueza, a diversidade e a frequência e riqueza de formas de vida diferiram
significativamente entre as áreas. Além disso, a riqueza de espécies relacionou com a altitude e
houve ordenação das espécies em função das variáveis edáficas. Assim, a altitude e as variáveis
edáficas possivelmente determinaram a diferenciação e distribuição das espécies entre as áreas, o
que indica que estas são heterogêneas.
Palavras-chave: diversidade, composição florística, altitude, parâmetros fitossociológicos,
componentes lenhosos.
Sumário
Introdução Geral ............................................................................................................... 08
Referências ......................................................................................................................... 10
Capítulo - 1 ......................................................................................................................... 12
Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do
complexo rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais ...................................................... 13
Resumo ................................................................................................................................ 14
Abstract ............................................................................................................................... 14
Introdução ........................................................................................................................... 16
Materiais e Método .............................................................................................................. 17
Resultados............................................................................................................................ 20
Discussão ............................................................................................................................ 34
Referências .......................................................................................................................... 37
Anexos ................................................................................................................................. 41
Capítulo - 2 ......................................................................................................................... 56
Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra
do Cipó, Minas Gerais ....................................................................................................... 57
Resumo ................................................................................................................................ 58
Abstract ............................................................................................................................... 58
Introdução ........................................................................................................................... 59
Materiais e Método ............................................................................................................. 60
Resultados ........................................................................................................................... 64
Discussão ............................................................................................................................ 75
Referências .......................................................................................................................... 77
Anexos ................................................................................................................................. 83
Conclusão Geral ................................................................................................................ 91
Agradecimentos ................................................................................................................ 92
Anexos ................................................................................................................................ 93
Introdução Geral
A Cadeia do Espinhaço ou também denominada de Serra do Espinhaço, é constituída por
áreas de montanhas que representam centros de biodiversidade (Giulietti et al. 1997). Na porção sul
dessa cadeia está localizada a Serra do Cipó que apresenta desde formações florestais, como mata
de galeria, mata decídua sobre afloramentos de calcário, cerradão e mata de capão; até formações
campestres, como campo sujo, campo cerrado e campos rupestres, sendo os últimos predominantes
na região (Giulietti et al. 1987). As formações florestais, denominadas de matas associadas aos
complexos rupestres de altitude, ocorrem em regiões mais úmidas ou mésicas e as formações
campestres estão relacionadas aos afloramentos rochosos, caracterizando-se como ambientes secos
(Benites et al. 2003).
As diferentes fitofisionomias ocorrem em resposta às variações paleoclimáticas,
paleoecológicas e adaptabilidades a determinadas condições ambientais adversas como: escassez de
solo, pobreza nutricional e pH ácido; alta insolação e declividade (Pereira 1994). Essas variações de
adaptabilidades fazem com que a vegetação da Serra do Cipó seja extremamente diversa (Pereira
1994). Conforme Giulietti & Pirani (1988), não existe outra formação vegetal com um número tão
elevado de espécies endêmicas como os campos rupestres.
O solo dessa região é de origem predominantemente quartzítica e arenítica, calcária em
menor quantidade, ácidos, arenosos e rasos, com pouca capacidade de retenção de água e pobre em
nutrientes, além da grande concentração de alumínio (Giulietti et al. 1987). As plantas que habitam
esse ambiente, desenvolvem estruturas morfológicas que possibilitam sua sobrevivência (Pereira
1994). Desta forma, a vegetação é predominantemente formada de arbustos e subarbustos,
apresentando padrões fitogeográficos similares em diferentes famílias botânicas (Giulietti & Pirani
1988) e as famílias mais representativas são: Velloziaceae, Asteraceae e Melastomataceae (Giulietti
et al. 1987, Pereira 1994).
Apesar de existir um grande número de estudos botânicos realizados na Serra do Cipó, ainda
são poucos os trabalhos sobre estrutura de comunidades vegetais (Pena 2009). A análise estrutural
da vegetação, por meio de levantamentos fitossociológicos, visa fornecer informações quantitativas
sobre a estrutura horizontal e vertical da vegetação, colocando-se como uma das alternativas para
conhecer as variações fisionômicas, florísticas e estruturais a que as comunidades vegetais estão
9
sujeitas ao longo do tempo e do espaço (Scolforo 1993). Sendo assim, os estudos fitossociológicos
permitem entender a vida dos organismos e as relações de associações que estes mantêm em
presença de exigências comuns de condições do meio (Porto 2008).
Os campos rupestres são considerados como a fitofisionomia com maior biodiversidade e
maior número de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção (Giulietti et al. 1987). Estima-se em
torno de 3000 espécies vegetais identificadas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço,
podendo o número total de espécies ser o dobro deste valor (Giulietti et al. 2000). Os campos
rupestres possuem formações vegetais que ocorrem em um gradiente altitudinal, com variação de
800 a 1600 m, ao longo de poucos quilômetros (Pereira 1994). A altitude pode exercer uma forte
influência na composição florística no ambiente de campos rupestres (Giulietti et al. 1987). Sabe-se
que nas altitudes mais elevadas a temperatura, o vento ou a instabilidade do solo podem limitar o
crescimento das plantas (Callaway et al. 2002). Alguns destes fatores conduzem a um padrão geral,
onde a diversidade de vegetais decresce com o aumento da altitude (Huston 1994, Gaston &
Willians 1996, Medina & Fernandes 2007, Nunes et al. 2008).
Diante disto, este trabalho visou avaliar a estrutura, as formas de vida e a composição
florística da comunidade lenhosa de sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal da Serra do
Cipó (MG). O estudo também avaliou a influencia de fatores abióticos (altitude, solo) na
abundância e riqueza e estrutura da comunidade. Deste modo, este estudo visa contribuir para o
conhecimento desta importante fitofisionomia, considerada única.
10
Referências
CALLAWAY, R.M., BROOKER, R. W., CHOLER, P., KIKVIDZE, Z., LORTIE, C. J. 2002.
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BENITES, V. M.; CAIAFA, A. N.; MENDONCA, E. S.; SCHAEFER, C. E.; KER, J. C. 2003.
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GIULIETTI, A.M, HARLEY, R.M, QUEIROZ, L.P, WANDERLEY, M.G.L, PIRANI, J.R. 2000.
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GIULIETTI, A.M.; MENEZES, N.L.; PIRANI, J.R., MEGURO, M.; WANDERLEY, M.G.L.
1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de espécies. Boletim de
Botânica 9: 1-151.
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HUSTON, M. A. 1994. Biological diversity: the coexistence of species on changing landscapes.
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NUNES, Y.R.F. LANDAU, E.C.; VELOSO, M.D.M. 2008. Diversidade de Melastomataceae em
diferentes altitudes de campos rupestres na Serra do Cipó, MG. Unimontes Científica 10(1/2): 34-
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PENA, M. A. 2009. Floristica de afloramentos rochosos na Serra do cipó, MG. Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo (Dissertação de Mestrado).
11
PEREIRA, M. C. A. 1994. Estrutura das comunidades vegetais de afloramentos rochosos dos
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Gerais. Belo Horizonte (Dissertacao de Mestrado).
PORTO, M.L. 2008. Comunidades vegetais e fitossociologia: fundamentos para avaliação e
manejo de ecossistemas. Editora da UFRGS, Porto Alegre.
SCOLFORO, J.R.S. 1993. Inventário florestal. Escola Superior de Agricultura de Lavras/FAEPE,
Lavras.
12
Capítulo 1
Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do complexo
rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais.
Artigo formatado segundo as normas da revista Acta Botanica Brasilica
13
Artigo formatado segundo as normas da revista Acta Botanica Brasilica
(as tabelas e figuras foram incluídas no texto para melhor compreensão)
Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa ao longo do gradiente altitudinal do
complexo rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais.
Graciene da Silva Mota1,5
, Yule Roberta Ferreira Nunes2, Geraldo Wilson Fernandes
3, Nayara Mesquita
Mota4, Marcelo Henrique de Oliveira
4.
1Parte da dissertação de mestrado da primeira autora, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de
Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros, CP 126, CEP 39401-089, Montes Claros, MG, Brasil 2Laboratório de Ecologia e Propagação Vegetal, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros,
Caixa Postal 126, CEP 39401-089, Montes Claros, MG, Brasil. 3Laboratório de Ecologia Evolutiva de Herbívoros Tropicais, Departamento de Biologia Geral, ICB, Universidade Federal de
Minas Gerais, Caixa Postal 486, CEP 30161-970, Belo Horizonte, MG, Brasil. 4Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros, CP 126, CEP
39401-089, Montes Claros, MG, Brasil. 5 Autor para correspondência: [email protected]
14
RESUMO
(Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do complexo rupestre da
Serra do cipó, Minas Gerais). O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição florística, os parâmetros
fitossociologicos de densidade, área basal, riqueza, abundância e a diversidade do componente lenhoso de
sete pontos localizadas em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó. Em cada área
foram distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha, onde foram
amostrados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram amostrados
9672 individuos, distribuídos em 278 espécies. A densidade e área basal não diferiram entre as áreas,
porém a riqueza e diversidade diferiram, além disso, a riqueza relacionou com a altitude e a composição
florística variou entre as áreas. Esses resultados evidenciam que a altitude é um dos fatores que restringe
o estabelecimento das espécies nas diferentes áreas. Os resultados encontrados evidenciam que a
composição floristica e a riqueza diferenciou em os diferentes pontos altitudinais o que indica que estes
pontos são bastante heterogêneas. Esta complexidade é resultante do controle da topografia local,
litologias próximas e solo que variam com o gradiente altitudinal.
Palavras-chave: altitude, campo rupestre, composição floristica, diversidade, parâmetros
fitossociologicos.
ABSTRACT
(Structure and floristic composition of woody community in different areas of the rupestrian complex of
Serra do Cipó, Minas Gerais). There is a large number of botanical studies being conducted in the Serra
do Cipó, but there are few studies on the plant communities structure. The objective of this study was to
evaluate the floristic, phytosociological parameters of density, basal area, richness, abundance and
diversity of the woody component of the seven areas located at different altitudes of the rupestrian
complex of Serra do Cipó. In each area 13 plots of 100 m2 were distributed, with a total sample of
0.91 ha, where all woody plants with diameter at height above the ground (DBS) ≥ 1 cm were
sampled. 9672 individuals were sampled, distributed in 278 species. The density and basal area did not
differ between areas, but the richness and diversity differed, moreover the richness related to the
altitude and the floristic composition varied between areas. These results show that the altitude is one of
the factors that restricts the establishment of species in the indifferent areas. The results found showed
there was differentiation in the seven communities studied, am nd that the floristic composition and
richness determined this differentiation indicating that these areas are quite heterogeneous, and
this complexity as a result of the control of local topography, nearby lithologies, soil and
climate ranging with the altitudinal gradient.
15
Key words: altitude, rupestrian fields, floristic composition, diversity, phytosociological parameters.
16
Introdução
O complexo de montanhas que forma a Cadeia do Espinhaço, localizado no sudeste brasileiro,
estende-se desde o centro-sul de Minas Gerais, em direção ao norte, até a Chapada Diamantina, na Bahia
(Menezes & Giulietti 1986). Esta cadeia de montanhas é o divisor de dois domínios de vegetação,a Mata
Atlântica, ao leste, e o Cerrado, ao oeste (Menezes & Giulietti 1986), ambos considerados hotspots
mundiais de biodiversidade (Myers et al. 2000). No Cerrado há o predomínio dos campos rupestres acima
de 900m de altitude, mas, apesar da generalização dessa unidade florística, os campos rupestres
apresentam uma elevada heterogeneidade espacial, incluindo um mosaico de habitats muito próximos
entre si (Conceição & Giulietti 2002, Conceição & Pirani 2005; 2007). De acordo com Giulietti et al.
(1987), a cobertura vegetal desses ambientes varia com a altitude e com o estado de decomposição ou
deposição do substrato. Sua vegetação é exclusiva, considerada extremamente diversa e com inúmeras
espécies endêmicas e ameaçadas de extinção (Giulietti et al. 1987).
Na porção sul da Cadeia do Espinhaço esta localizada a Serra do Cipó, em Minas Gerais, que
apresenta formações vegetais que ocorrem em um gradiente altitudinal com variação de 800 a 1600 m,
distribuído espacialmente em poucos quilômetros (Pereira 1994). É constituída por formações florestais,
como mata de galeria, mata decídua sobre afloramentos de calcário, cerradão e mata de capão; e por
formações campestres como campo sujo, campo cerrado e campo rupestre, sendo o último predominante
na região (Giulietti et al. 1987).Estima-se que nessa região ocorra cerca de 3000 espécies vegetais
identificadas, sendo um terço destas de ocorrência exclusiva (Giulietti et al. 1997; 2000). Devido às fortes
pressões antrópicas exercidas neste ecossistema, muitas espécies de campo rupestre estão em vias de
extinção (Menezes & Giulietti 2000).
Nos complexos rupestres de altitude ocorrem inúmeros sítios microclimáticos, representados pelas
fendas e pontões, além de vales e depressões, onde há uma grande deposição de areia, resultante da
decomposição das rochas e do acúmulo de matéria orgânica (Benites et al. 2003). O solo dessa região é
de origem predominantemente quartzítica e arenítica, calcária em menor quantidade, com solos ácidos,
arenosos e rasos, com pouca capacidade de retenção de água e pobre em nutrientes (Giulietti et al. 1987).
A vegetação destes ambientes é formada de arbustos e subarbustos, apresentando padrões fitogeográficos
similares em diferentes famílias botânicas (Giulietti & Pirani 1988).
Existe uma regra geral que prediz uma diminuição em torno de 0,6º C na temperatura, com o
aumento de 100 m de altitude (Cox & Moore 1993, Huston 1994). A diferença altitudinal provoca
mudanças sensíveis no clima, no solo, na vegetação natural (Fritzsons et. al 2008). A altitude é
correlacionada com uma grande variedade de recursos reguladores do crescimento das plantas, incluindo
precipitação e intensidade e qualidade de luz (Huston1994). Sendo assim, muitas condições físicas, além
das diferenças na temperatura, modificam ao longo de gradientes altitudinais, mas a temperatura do ar é,
17
dentre os elementos climáticos, aquele que promove maiores efeitos diretos e significativos sobre muitos
processos fisiológicos que ocorrem em plantas (Fritzsons et. al 2008).
Apesar de existir um grande número de estudos botânicos realizados na Serra do Cipó, ainda são
poucos os trabalhos sobre estrutura das comunidades vegetais (Pena 2009). Estudos sobre estrutura da
vegetação e de florística revelam o funcionamento da comunidade vegetal e podem ajudar a esclarecer a
organização espacial da comunidade de plantas e a direção das mudanças nos processos ecológicos,
possibilitando planejar práticas de manejo que visem à conservação da diversidade (Botrel et al.
2002,Nunes et al. 2003). Além disso, estas informações permitem comparar diferenças tipológicas, na
mesma área, ou a mesma fitofisionomia, em áreas separadas (Martins 1991).
Diante disso, este trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar a composição florística, os
parâmetros fitossociologicos e a diversidade do componente arbustivo-arbóreo de sete áreas localizadas
em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó. Assim, com este estudo, procurou-se
responder as seguintes questões: (i) a composição florística, os parâmetros fitossociologicos, a riqueza e a
área basal da vegetação de campo rupestre variam entre os sítios de amostragem?; e (ii) existe alguma
tendência de riqueza e diversidade florística relacionada com o aumento ou diminuição da altitude entre
as áreas?
2. Material e métodos
Área de estudo
A Serra do Cipó estálocalizada na porção central do estado Minas Gerais, fazendo parte da Cadeia
do Espinhaço, a cerca de 100 km a nordeste de Belo Horizonte (Fig. 1). Abrange os municípios de
Santana do Riacho e Jabuticatubas. O clima da região, de acordo com Köppen (1931), é do tipo Cwp, ou
seja, clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa de 3 a 4 meses no verão (Galvão & Nimer
1965). As temperaturas médias anuais são em torno de 21,2° C e a precipitação média anual é de 1.622
mm (Madeira & Fernandes 1999).
18
Figura 1. Localização geográfica da Serra do Cipó em Minas Gerais e indicação dos sítios de
amostragem da vegetação.
Amostragem da vegetação
As coletas foram realizadas no período de dezembro de 2010 a março de 2011. Foram definidas
sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal, as quais foram denominadas de Rio Cipó (RC), Usina
(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do Palácio
(AP), entre as altitudes de 800 e 1500 m. Nesse complexo rupestre de altitude os pontos de afloramento
rochoso e campo rupestre, são mais elevadas, enquanto as áreas ecotonais de cerrado/campo rupestre ou
campo cerrado possuem altitudes intermediárias ou mais baixas (Tab. 1).
19
Tabela 1. Localização das áreas amostradas em diferentes altitudes na Serra do Cipó, em Minas Gerais.
Áreas Coordenadas Altitude
(m)
Características das áreas
Rio Cipó 19°21'36,2'' S e
43°36'25,2'' W
824 Área ecotonal de cerrado rupestre e campo
rupestre
Usina
19°16'17,8" S e
43°36'18,1'' W
977
Área ecotonal de cerrado rupestre e campo
rupestre, presença de afloramento rochoso e
incidência de fogo no ano 2009 em três parcelas
amostradas
Serra Morena 19°15'50,6'' S e
43°35'10,3'' W
1001 Área ecotonal de cerrado rupestre, campo
rupestre e encharcamento em duas parcelas
amostradas
Cedro 19°13'56,5'' S e
43°34'34,8'' W
1101 Afloramento rochoso e campo rupestre
Pedra do Elefante
19°17'43,0'' S e
43°33'17,4'' W
1255
Afloramento rochoso e campo rupestre;
encharcamento em duas parcelas amostradas
Quadrante 16
19°17’49,6” S e
43°35'28,2" W
1303
Afloramento rochoso e campo rupestre
Alto do Palácio 19°16'59,3'' S e
43°32'08,9'' W
1420 Campo rupestre
* Classificação das fitofisionomias segundo Ribeiro & Walter (2008)
Em cada área foi traçado um transecto de 250 m, no qual foram plotadas 13 parcelas de 100 m2
(10 m × 10 m), distantes 10 m entre si, totalizando uma amostragem de 0,91 ha. No interior das parcelas,
todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm foram inventariados
e marcados com plaquetas de alumínio numeradas, sendo ainda registrado o nome da espécie, o DAS e a
altura total.
De todas as espécies amostradas, fez-se coleta de material vegetal. Este material foi tratado
segundo as técnicas convencionais de herborização e depositado no Herbário Montes Claros (HMC), da
Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). A identificação do material botânico coletado
foi realizada através de consultas a especialistas, uso de literatura especializada e comparações com as
exsicatas existentes no Herbário da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB). Para a classificação
das espécies em famílias, foi utilizado o sistema do Angiosperm Phylogeny Group III (APG III 2009).
Análises dos dados
Para cada espécie amostrada, foram calculados os parâmetros quantitativos clássicos (Mueller-
Dombois & Ellenberg 1974) de: densidade absoluta (DA), densidade relativa (DR), dominância absoluta
(DoA), dominância relativa (DoR), frequência absoluta (FA), frequência relativa (FR) e índice de valor de
20
importância (VI).Também foram calculados os índices de diversidade de Shannon (H’) e de equibilidade
Pielou (J’) (Brower & Zar 1984) para a amostragem total e para cada área separadamente. Para
determinar diferenças de diversidade entre as áreas, os índices de diversidade de Shannon obtidos para
cada altitude foram comparados pelo teste de t de Hutcheson (Zar 1996). Estas comparações foram feitas
aos pares (Nunes et al.2003).
Diferenças de riqueza, densidade e área basal entre as áreas foram avaliadas pelaAnálise de
Variância – ANOVA e posteriormente o pós-teste de Tukey, a 5% de probabilidade, aplicados após teste
para verificar a normalidade dos dados (Zar 1996). Para isto, foi considerado um delineamento em blocos
com número de parcelas igual (13 parcelas/ area) e as áreas como tratamento (sete áreas). A variação da
riqueza, abundância e área basal em relação à altitude (representada por cada área) foi avaliada por meio
de regressões lineares simples (Zar 1996).
Para comparação da composição florística entre as diferentes áreas, as parcelas foram ordenadas
através da técnica de NMDS (Non-metric multidimensional scaling), utilizando-se o índice Raup-Crick de
similaridade, que é o mais adequado para matrizes de presença ausência (Hammeret al. 2001), calculado a
partir de matrizes de presença/ausência de espécies para cada área. Para testar a significância das
possíveis diferenças na composição florística indicada pelo NMDS, realizou-se a comparação das
distribuições de similaridades entre as áreas por ANOSIM (Analysis of Similarity), teste análogo à
ANOVA (Clarke & Green 1988). As análises de composição foram realizadas no software PAST
(Hammeret al. 2001).
Resultados
Nas sete áreas foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 278 espécies. Estas espécies
foram agrupadas em 156 gêneros, pertencentes a 54 famílias (Tab. 2). Os índices de diversidade de
Shannon e equitabilidade de Pielou foram 4,09 e 1,37, respectivamente, para a área total amostrada (0,91
ha). As famílias mais ricas foram Asteraceae (43 espécies), Melastomataceae (34), Fabaceae (29),
Eriocaulaceae e Velloziaceae (21 cada), Malpighiaceae (15), Myrtaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae (nove
cada) e Verbenaceae (oito). Juntas, representaram 67,22% do total de espécies amostradas. Os gêneros
mais ricos foram Chamaecrista (10 espécies), Miconia (nove), Vellozia e Byrsonima (sete cada),
Paepalanthus, Myrcia e Microlicia (seis cada), Erytroxylum, Dyckia, Baccharis, Lippia, Lychnophora,
Kielmeyra e Vouchysia (quatro cada) (Tab. 3).
21
Tabela 2. Lista das famílias e espécies arbóreo-arbustivas amostradas no complexo rupestre da Serra do
Cipó, áreas de suas respectivas ocorrências. Rio Cipó (RC); Usina (US); Serra Morena (SM); Cedro (CE);
Pedra do Elefante (PE); Quadrante 16 (Q16); Alto Palácio (AP) e o número de registro (voucher) do
herbário Montes Claros.
Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
ACANTHACEAE Ruellia villosa (Nees) Lindau. X X X X
2602
ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L. X
X
2392
Tapirira guianensis Aubl. X X
2493
ANNONACEAE Annona cornifolia A. St.-Hil. X
X X
2395
Annona crassiflora Mart. X
X
2396
Duguetia furfuraceae (St. Hil.) X
X
2427
APOCYNACEAE Alamandra sp. 1 X
2509
Aspidosperma tomentosum Mart. X
2397
Hancornia speciosa Gomes X X
X
2441
Himatanthus lancifolius (Müll. Arg.) Woodson X
2556
ASCLEPIADACEAE Oxypetalum strictum Mart. X
2863
AQUIFOLIACEAE Ilex conocarpa Reiss. X
X
2656
Ilex protrata & Pirani
X 2326
Ilex sp.
X
X
2560
Ilex Thezans Mart. ex Reissek
X
2657 Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin X X X X X X
2695
ARECACEAE Allagoptera campestris (Drude) O. Kuntze. X
2510
Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. X X X X
2610
Syagrus pleiocada Burret.
X
2772
ASTERACEAE Acritopappus longifolius (Gardner) R.M. King & H. Rob. X
X
2505
Aspilia jolyana G.M. Barroso
X X
2621
Asteraceae sp. 1 X
2398
Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King & H.Rob. X
2622
Baccharis axillaris DC. det. G.M. Barroso X X
X
2513
Baccharis dentata (Vell) G.M. X X
X
2514
Baccharis elaeagnoides Steud. ex Baker X X X X X
2515
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. X
X
2516
Chaptalia sp.
X 2320
Chromolaena chaseae (B. L. Rob.) King. & Rob. X
X X
2531
Dasyphyllum reticulatum (DC) Cabrera X X X 2542
Continua
22
Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Echinocoryne schwenkiifolia (Mart. ex DC.) H. Rob. X X X
X
2547
Echinocoryne sp.
X
2738
Eremanthus glomerulatus Less. X X X X
X
2739
Eremanthus mattogrossensis Kuntze X
X
2432
Eupatorium perfoliatum L. X X X
2550
Gochnatia polymorpha (Less) X
2437
Graciellia intermedia R. M. King & H. Roob. X
X
2552
Inulopsis sp.
X 2327
Lepidaploa lilacina (Mart. ex DC.) H. Rob.
X
X 2328
Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob. X X
2453
Lessingianthus linearifolius (Less.) H.Rob. X
2749
Lessingianthus sp.
X X
2750
Lessingianthus sp. 1
X
2666
Lychnophora pinaster Mart. X X X X X
2668
Lychnophora sp.
X 2330
Lychnophora sp. 1 X
X X
2455
Lychophora Sellowii Sch Bip
X
2670
Mikania luetzelburgii Mattf. X
X X
X 2679
Porophyllum sp. X X
2476 Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H. Rob. X
X
2764
Richaterago sp.
X
2379
Richaterago sp. 2
X 2333
Richterago polymorpha (Less.) X X X X X X X 2766
Richterago sp. 1 X
2600
Stenocline sp.
X
2700
Symphyopappus reticulatus Baker. X
X X
2702
Tribo heliantheae Cassini X
X
2614
Trichogonia villosa Sch.Bip. X X
X X
2615
Vernonanthura phephorica (Vell.) H. Rob. X X
X
2618
BIGNONIACEAE Arrabidaea sp. 1 X X
2512
Anemopaegma sp. X
2394
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos X
X
2442
Jacaranda rugosa A.H.Gentry
X
2658
Zeyhera montana Mart. X
2503
Mansoa sp.
X
2830
BROMELIACEAE Dyckia sordida Bker
X 2322
Dyckia sp. X
X X
2360
Dyckia sp. 1
X X
2645
Dyckia sp. 2
X
2646
Encholirium sp. X 2429
Continua
23
Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
CACTACEAE Cipocereus minensis (Werderm.) F.Ritter
X
2356
Cipocereus sp. X
2532
CARYOCARACEAE Caryocar brasiliensis Camb. X
2413
CELASTRACEAE Salacia crassifolia (Mart.) X X
2603
CLUSIACEAE Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. X
X
2447
Kielmeyera lathrophyton Saddi X X X X X X
2561
Kielmeyera rubriflora Chb. X X
X
2562
Kielmeyera speciosa St. Hil. X
2450
COMBRETACEAE Terminalia glabrescens Mart. X
2494
CONNARACEAE Rourea induta Planch. X X
2483
CRYSOBALANACEAE Hirtella glandulosa Spreng. X
2444
CYPERACEAE sp. 1 X
2864
DILENIACEAE Davilla rugosa Poir. X X X X
X X 2425
DROSERACEAE Drosera tomentosa A.St.-Hil. var.
X
2643
ERICACEAE Agarista duartei (Sleumer) Judd X
X
2345
Agarista sp.
X
2788
Gaylussacia montana (Pohl) Sleumer.
X X X 2362
ERIOCAULACEAE Actinocephalus polyanthus (Bong) X X X X X X X 2315
Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. X X
X X 2367
Leiothrix curvifolia (Bong.) Ruhl.
X
2368
Paepalanthus argenteus var. argenteus X
2761
Paepalanthus bromelioides Silveira X X
2842
Paepalanthus geneculatus (Bong.) Kunth X
2762
Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth
X
2686
Paepalanthus sp.
X X
X
2376
ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. X
X X X
2433
Erythroxylum nummularia Peyer
X
2650
Erythroxylum tortuosum Mart. X
2814
Erythroxylum suberosum Mart. X X X 2434
Continua
24
Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
EUPHORBIACEAE Euphorbiaceae sp. X
2551
Manihot tripartita Müll. Arg. X
2571
Maprounea guianensis Aubl. X
2457
Sapium glandulatum (Vell.) Pax X
2769
FABACEAE CAESALPINIOIDEAE Chamaecrista orbiculata (Benth.) Irwin &
Barneby Var. X
2415
Chamaecrista desvauxii var. X
X
2525
Chamaecrista ochnaceae (Vogel) Irwin & Barneby. X
2865
Chamaecrista sp. 1 X X X X X X
2526
Chamaecrista sp. 2 X
X
2527
Chamaecrista sp. 3
X
2353
Chamaecrista sp. 4
X
2354
Chamaecrista sp. 5 X
X
2528
Chamaecrista sp. 6 X
X
2529
Chamaecrista sp. 7
X
2866
Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne X X X
2445
Senna glandulosa var. X
2605
Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby X
X
2486
Senna velutina (Vog.) I. & B.
X
2867
Tachigali aurea Tul. X
2492
FABACEAE FABOIDEAE Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev X X
2390
Andira vermifuga Mart. ex Benth. X
2393
Bowdichia virgilioides Kunth X X
2404
Cratylia sp. X X
X X
2421
Dalbergia miscolobium Benth. X X X X X
2424
Machaerium opacum Vogel X
2456
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. X
2845
Swartzia macrostachya Bent. var. X
2491
FABACEAE MIMOSOIDEAE Calliandra depauperata Benth. X
2411
Calliandra dysantha Benth. X X
2412
Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. X
X
2430
Mimosa sp. X
2466
Plathymenia reticulata Benth. X X
2475
Stryphnodendron obovatum Benth X X X
2490
GENTIANACEAE Giatiananeceae sp.
X X 2363
IRIDACEAE Pseudotrimezia recurvata Ravenna.
X
2688
LAMIACEAE Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley X X 2446
Continua
25
Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Hyptis complicata A St. - Hill ex Benth. X
X X X
2559
Hyptis sp.
X
2822
Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. X
2824
Sp. 4
X 2868
LAURACEAE Lauraceae sp. X
2564
Ocotea langsdorffii (meisn.) Mez. X
X X
2589
LOGANIACEAE Strychnos pseudoquina A.St.-Hil. X
2489
Antonia ovata Pohl var.
X
2717
LYTRACEAE Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. & Hook. X X
2535
Cuephea pseudovaccinium A. St-Hil X
X X X
2537
Cuphea engrata Cham & Schetde X
2538
Diplusodon orbicularis Koehne X X X
X
2545
Lafoensia pacari A.St.-Hil. X
2451
MALPHIGHIACEAE Byrsonima cipoenses mamade
X
2349
Byrsonima coccolobifolia H.B.K. X
X
2406
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth X X X
X X
2407
Byrsonima intermedia A. Juss. X X X X X
2408
Byrsonima pachyphylla Griseb. X
X X X X
2409
Byrsonima vacciniifolia A.Juss.
X
2629
Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss X
X
2410
Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. X X X X
2443
Mascagnia sp. 1 X X X X X X
2458
Mascagnia sp. 2 X X X
X X
2459
Peixotoa tomentosa A. Juss. X
2474
Psidium sp.
X
2847
Banisteriopsis parviflora (A.Juss.) B.Gates. X
2402
MALVACEAE Sida sp. X
2869
MELASTOMATACEAE Cambessedesia corymbosa Mart. & Schr. ex DC. X
2630
Cambessedesia sp. X
2523
Clidemia urceolata DC. X X
2419
Comolia sp. 1 X
2420
Lavoisiera macrocarpa Naudin X
X
2565
Lavoisiera subulata Triana. X
X
2452
Leandra aurea Cogn.
X
2748
Leandra sp. 1
X
2366
Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) DC. X X X X X
2572
Miconia albicans (Sw.) Triana X X X 2460
Continua
Tabela 2. Continuação
26
Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Miconia alborufescens Naud.
X X
2753
Miconia coralina Spring. X
X
2575
Miconia crassifolia Triana X
2461
Miconia ferruginata DC. X X X
X
2576
Miconia irwinii Wurdack
X
2755
Miconia sp. 1
X
2677
Miconia sp. 2 X
X
2678
Miconia tristis Spring
X
2756
Microlicia avicularis Mart.
X
2757
Microlicia hirticalyx X
2464
Microlicia sp. 2 X
2577
Microlicia sp. 3 X
2578
Microlicia sp. 4 X
2579
Microlicia taxifolia Naudin X
2465
Ossaea congestiflora Cogn. X
X
2840
Tibouchina sp. X
X
2495
Tibouchina sp. 2 X
X
2496
Trembleya laniflora Cogn.
X X
2704
Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. X
2613
MORACEAE Brosimum gaudichaudii Trécul X
2405
MYRSINACEAE Cybianthus glaber A. DC. X X
2422
Myrsine sp. 1
X 2331
Myrsine umbellata Mart X X X X X
X 2470
MYRTACEAE Accara elegans (DC) Landrum.
X
2343
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg X X X
2403 Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg X X
X
2417
Chpomanesia pubescens (DC.) O. Berg X
2729
Eugenia punicifolia (Kunth) DC X
2815
Eugenia sonderiana O.Berg X
X
X 2436
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. X X X X X X
2467
Myrcia lasiantha DC. X X
2468
Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. X
2583
Myrcia sp. X
X
2584
Myrcia sp. 1 X
2585
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC X
X
2837
Psidium pohlianum Berg X
2846
Eugenia dysenterica DC. X
2435
NYCTAGINACEAE Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell X X X
2438
Guapira noxia (Netto) Lund X X 2654
Continua
Tabela 2. Continuação
27
Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Guapira venosa (Choisy) Lundell X
X X
2440
Neea theifera Oerst. X X X X
2471
OCHNACEAE Ouratea semiserrata (Mart.) Engl. X X X X X
2590
OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. X
2391
ORCHIDACEAE Cyrtopodium sp. X X
X
2423
Oncidium spilopterum Lindley. X
2332
PENTAPLYLACACEAE Ternstroemia alnifolia Wawra.
X
2775
PERACEAE Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. X
2592
POACEAE Aulonemia effusa (Hack.) McClure. X
2870
PROTEACEAE Roupala montana Aubl. X
X X X
2482
RUBIACEAE Chomelia sericea Müll. Arg. X
2530
Chomelia sp.
X
2633
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze. X
2801
Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze X X
X
2802
Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze X X
2641
Diodia mello-barretoi-Standel X
2544
Palicourea rigida Kunth X X X X X
2591
Remijia ferruginea (Saint-Hilaire) DC. X X X
2378
Sabicea brasiliensis Wernham. X X X X X
2694
Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. X X X
X
2487
Spermacoce sp. X
2608
Spermacoce sp. 1
2337
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. X
X
X 2497
RUTACEAE Zanthoxylum rhoifolium Lam X
2871
SALICACEAE Casearia sylvestris Sw. X
X
2414
SAPOTACEAE Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk X
2872
Pouteria torta (Mart.) Radlk. X X
2477
SIPARUNACEAE Siparuna reginae (Tul.) X
2488
SYMPLOCACEAE Symplocos lancifolia Sieb. et Zucc. X X 2774
Continua
Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
28
TRIGONIACEAE Trigonia cipoensis Fromm & E.Santos
X
2706
VELLOZIACEAE Barbacenia flava Mart. X X
2316
Barbacenia magalhaessii L. B. SM
X 2317
Barbacenia sp.
X X 2346
Barbacenia sp. 1
X
2347
Barbacenia sp. 2
2318
Barbacenia sp. 3
X X 2348
Barbacenia sp. 4 X
2517
Barbacenia sp. 5
2319
NI
X X 2873
Vellozia albiflora Pohl. X
X
X X
2338
Vellozia compacta Mart. ex Schult. f.
X X 2339
Vellozia epidendroides Mart. ex Schult. X X X X 2708
Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. X X X X X X
2340
Vellozia stipitata L.B.Sm. & Ayensu X
X X
X 2617
Vellozia variabilis Mart. ex Schult. & Schult. X
2874
Velozia patens L. B. SM & Ayense
2341
VERBENACEAE
X Aegifila sellowiana Cham. X
2507
Lippia sp.
X X X X
2567
Lippia sp. 1 X
X 2568
Lippia sp. 2 X
X
2875
Lippia sp. 4 X
2569
Lantana sp. X
X
2876
VOCHYSIACEAE Qualea dichotoma (Mart.) Warm. X X
X X
2597
Qualea multiflora Mart. X X
2598
Qualea parviflora Mart. X
2480
Vochisia sp.
X
2389
Vochysia elliptica Mart. X
2619
Vochysia pygmaea Bong. X X X
2776
Vochysia rufa Mart. X
2502
MORFOESPÉCIES sp. 1
X
2858
Sp. 3
2335
Sp. 5
X
X 2607
sp. 6
X
2699
Sp. 7 X 2877
As espécies comuns às sete áreas foram Richterago polymorpha (Less.) e Actinocephalus
polyanthus (Bong). Das 278 espécies identificadas, 192 (68,05%), tiveram densidade menor que 10
indivíduos, o que representa em média 0,59 indivíduo ha-1
. As 10 espécies de maior densidade foram A.
29
polyanthus (1640 indiv.ha-1
), Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. (422), R. polymorpha (361),
Lychnophora pinaster Mart.(341), Vellozia epedendroides Mart. ex Schult. (321), Vellozia albiflora Pohl.
(275), Neea theifera (224), Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. (223), Paepalanthus bromelioides Silveira
(211) e Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss (207), perfazendo 48,89% dos indivíduos amostrados.
Destas, oito espécies apresentaram os maiores valores de VI, sendo, A. polyanthus, V. nivea, R.
polymorpha, L. pinaster, V. epedendroides, V. albiflora, N. theifera e P. bromelioides.
Os resultados resumidos da flora e dos parâmetros fitossociológicos de cada área, como gêneros e
famílias mais abundantes, além de espécies mais importantes encontram-se na tabela 3 os resultados
completos de cada área separadamente encontram-se nos anexos de 1 a 7. O número de indivíduos nas
sete áreas variou de 1479 a 1683, sendo encontrados no PE e RC, respectivamente. O RC também
apresentou maior número de espécies exclusivas (40 espécies) e área basal (6,98 m2 ha). Em
contrapartida, a área SM apresentou os menores valores de espécies exclusivas (14 espécies) e de área
basal (2,51 m2ha
-1). A diversidade variou de 1,20 (AP) a 3,93 (US) e a equitabilidade de 0,35 (AP) a 0,77
(US).
Tabela 3. Abundância, riqueza, área basal, altura média, espécies exclusivas, diversidade de Shannon
(H’) e equitabilidade de Pielou (J’), das espécies arbustivo-arbóreas amostradasem sete áreas de
diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina (US),
Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante dezesseis (Q16) e Alto Palácio (AP).
RC US SM CE PE Q16 AP
Abundância 1683 1422 1201 1456 1479 1010 1421
Riqueza 117 119 78 84 94 48 29
Espécies exclusivas 40 30 14 21 19 15 16
Área Basal (m2ha
-1) 6.98 2.79 2.51 3.5 2.63 3.09 4.11
Altura (cm) 117.3 110.3 81.79 71.46 60.95 23.81 20.51
H' 3,70 3,93 3,37 3,09 3,27 2,43 1,20
J' 0,77 0,82 0,77 0,69 0,71 0,62 0,35
A densidade e área basal não diferiram significativamente entre as áreas, porém, a riqueza foi
diferente (gl = 6; F =15.19; P < 0, 001). As comparações realizadas entre os índices de Shannon, pelo
teste de t de Hutcheson feitas aos pares (Tab. 4), demostraram que também ocorreu diferenças
significativas entre os pares formados por todas as áreas. A análise de regressão demonstrou que os
parâmetros abundância e área basal não foram relacionados com a altitude, porém a riqueza relacionou-se
significativamente (n = 91, r2 = 0, 684, P < 0,05) (Fig. 2).
30
Tabela 4. Teste t do índice de diversidade de Shannon para espécies arbustivo-arbóreas amostradas em
sete áreas em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, MG. Rio Cipó (RC), Usina
(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto Palácio (AP).
Os valores dos graus de liberdade (v) e a probabilidade (P) de cada teste.
Áreas T V P
AP e CE -32.72 2871 < 0,001
AP e PE -36.1 2886 < 0,001
AP e Q16 -13.19 3065 < 0,001
AP e RC -47.88 2733 < 0,001
AP e SM -40.05 2607 < 0,001
AP e US -53.19 2572 < 0,001
CE E PE -3.2 2933 < 0,005
CE e Q16 22.05 3181 < 0,001
CE e RC -11.67 2839 < 0,001
CE e SM -5.52 2655 < 0,001
CE e US -16.51 2666 < 0,001
PE e Q16 25.66 3243 < 0,001
PE e RC -8.2 2897 < 0,001
PE E SM -2.17 2680 < 0,025
Pe e US -13.03 2717 < 0,001
Q16 e RC -37.79 3700 < 0,001
Q16 e SM -29.54 2993 < 0,001
Q16 e US -43.6 3442 < 0,001
RC e SM 6.31 2644 < 0,001
RC e US -5.41 3100 < 0,001
SM e US -11.46 2457 < 0,001
t- tab (0,05%): 1.64; t- tab (0,25%): 1.96; t- tab (0.001%): 3.32
31
Figura 2. Riqueza total de espécies arbustivo-arbóreas amostradas em sete áreas, em diferentes altitudes,
do complexo rupestre na Serra Cipó, MG.
Na área RC, as dez espécies que apresentaram maiores VIs devem-se aos altos valores de
frequência de B. verbascifolia, Heteropterys byrsonimifolia A. Juss., N. theifera, Aspidosperma
tomentosum Mart. e Davilla rugosa Poir.; de densidade de L. pinaster, Roupala montana Aubl. e
Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley; de dominância de V. albiflora e A. polyanthus. Na US
podem ser atribuídos aos valores de frequência Dalbergia miscolobium Benth., Byrsonima intermedia A.
Juss., Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell, Kielmeyera lathrophyton Saddi, Marcetia taxifolia (A. St.-
Hil.) DC. e D. rugosa; de dominância de Dyckia sp., Aulonemia effusa (Hack.) McClure., Lippia sp. e
Mascagnia sp. 1. Na SM, à frequência de P. bromelioides, Paepalanthus sp., Myrcia guianensis (Aubl.)
DC., N. theifera, Guapira venosa (Choisy) Lundell e G. graciliflora; e a alta dominância de Vochysia
pygmaea Bong., L. pinaster, L. crassifolia e Miconia ferruginata DC. foram responsáveis pelas maiores
valores de VI. No CE, esse fato foi devido à alta dominância A. polyanthus, V. nivea, V. ependendroides,
Paepalanthus argenteus var. argenteus, Myrsine umbellata Mart, Acritopappus longifolius (Gardner)
R.M. King & H. Rob, K. lathrophyton e L. pinaster; e de frequência de Mikania luetzelburgii Mattf. Na
PE, à dominância de V. nivea, V. albiflora, A. polyanthus, Symphyopappus reticulatus Baker., Aspilia
jolyana G.M. Barroso, Kielmeyera rubriflora Chb., Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth e
Erythroxylum deciduum A.St.-Hil.; e a densidade de R. polymorpha e Byrsonima pachyphylla Griseb.
foram determinantes do VI. No Q16 esse fato pode ser atribuído aos maiores valores de frequência de V.
epidendroides, V. nivea, Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin, Leiothrix curvifolia (Bong.)
Ruhl., Barbacenia sp., Agarista duartei (Sleumer) Judd, Lippia sp., Vochysia sp. e Chamaecrista sp. 1; e
de dominância de Barbacenia sp. 1. Já no AP a ocorrênciade altos valores de densidade de A. polyanthus,
V. albiflora, R. polymorpha, Vochysia rufa Mart., V. nivea, Oncidium spilopterum Lindley., L. crassifolia,
R² = 0,6846
y = -0,1219x + 220,35
0
20
40
60
80
100
120
700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500
Riq
ueza
Altitude
32
Barbacenia magalhaessii L. B. SM e Barbacenia flava Mart.; e de frequência de Myrsine sp.1 indicaram
altos valores de IV. Dessa forma, duas espécies estão entre as dez de maior VI em pelo menos quatro
áreas, como é o caso de V. nivea, que foi uma das mais importantes no CE, PE, Q16 e AP;e A.
polyanthus,que só não ocorreu no SM e Q16 (Tab. 5).
33
Tabela 5. Resumo dos principais parâmetros florísticos encontrados para as espécies arbustivo-arbóreas amostradas em sete áreas de diferentes altitudes do
complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais.
Parâmetros Rio Cipó Usina Serra Morena Cedro Pedra do Elefante Quadrante 16 Alto do Palácio
Famílias
mais ricas
Fabaceae (18) Asteraceae (24) Asteraceae (9) Asteraceae (19) Asteraceae (21) Velloziaceae (8) Velloziaceae (8)
Asteraceae (15) Fabaceae (14) Malphighiaceae (8) Fabaceae (10) Melastomataceae (12) Asteraceae (6) Asteraceae (7)
Malphighiaceae (11) Melastomataceae (10) Fabaceae (6) Melastomataceae (10) Malphighiaceae (7) Malphighiaceae (5)
Melastomataceae (11) Myrtaceae (7) Rubiaceae (6) Eriocaulaceae (6) Rubiaceae (7) Eriocaulaceae (4)
Myrtaceae (6) Rubiaceae (7) Melastomataceae (5) Malphighiaceae (5) Fabaceae (6) Fabaceae (4)
Vochysiaceae (4) Verbenaceae (6) Myrtaceae (5) Velloziaceae (5) Myrtaceae (4)
Nyctaginaceae (4) Malphighiaceae (5) Eriocaulaceae (4) Rubiaceae (4) Velloziaceae (4)
Rubiaceae (4) Lytraceae (4)
Clusiaceae (4)
Gêneros
mais ricos
Byrsonima (5) Chamaecrista (5) Actinocephalus (5) Chamaecrista (7) Actinocephalus (6) Chamaecrista (4) Vellozia (4)
Kielmeyera (4) Myrcia (5) Byrsonima (4) Vellozia (5) Byrsonima (5) Byrsonima (4)
Miconia (4) Baccharis (4) Paepalanthus (3) Miconia (4) Miconia (5) Vellozia (4)
Baccharis (3) Lippia (4) Paepalanthus (4) Vellozia (4)
Guapira (3) Microlicia (3) Actinocephalus (3) Paepalanthus (3).
Microlicia (3) Baccharis (3) Lychnophora (3)
Myrcia (3) Dyckia (3) Dyckia (3)
Qualea (3)
Espécies de
maior Valor
de
Importância
V. albiflora Dykia sp. P. bromelioides A. polyanthus V. nívea V. epidendroides V. albiflora
H. byrsonimifolia A. effusa Paepalanthus sp. V. nivea V. albiflora V. nivea A. polyanthus
A. polyanthus D. miscolobium L. pinaster V. epedendroides A. polyanthus Barbacenia sp. R. polymorpha
L. pinaster B. intermedia M. guianensis P. argenteus A. jolyana S. macrocarpa O. spilopterum
B. verbascifolia Myrsia sp. 1 L. crassifolia M. umbellata S. reticulatus Barbacenia sp. 1 Richaterago sp.2
N. theifera G. graciliflora N. theifera A. longifolius P. polyanthus L. curvifolia B. magalhaessii
R. montana Lippia sp. G. venosa K. lathrophyton K. rubriflora A. duartei V. nivea
A. tomentosum K. lathrophyton G. graciliflora M. luetzelburgii E. deciduum Lippia sp. 2 Myrsine sp.1
H. canum M. taxifolia V. pygmaea L. pinaster R. polymorpha Vochysia sp. V. rufa
D. rugosa D. rugosa M. Ferruginata E. deciduum B. pachyphylla Chamaecrista sp. 1 L. crassifolia
34
A composição floristica apresentou significativa dissimilaridade entre as áreas (R = 0,67, p <
0,001). Na análise de ordenação foi observado que as parcelas das diferentes áreas apresentaram forte
agregação, porém foram separadas pelos eixos das duas dimensões, mostrando maior homogeneidade
dentro das áreas que entre estas (Fig. 3). As parcelas das áreas RC e SM se agruparam entre si, com
exceção das parcelas 12 e 13 da SM, que se assemelharam floristicamente com as parcelas1 e 2 da PE.
Além disso, houve agrupamento entre as outras parcelas da PE com as do CE. Já as parcelas da US se
agruparam entre si, sendo o mesmo observado para aquelas do AP, que ainda se aproximaram-se das
parcelas da área Q16 (5, 7, 8 e 10).
Figura 3. Diagrama de ordenação multidimensional não paramétrica (nMDS) de 91 parcelas de sete áreas
estudadas de vegetação rupestre em diferentes altitudes na Serra do Cipó, MG. Rocho: Rio Cipó (RC),
amarelo: Usina (US), azul claro: Serra Morena (SM), vermelho: Cedro (CE), azul escuro: Pedra do
Elefante (PE), rosa: Quadrante 16 (Q16), e verde: Alto do Plácio (AP).
Discussão
As famílias mais ricas, principalmente as Asteraceae, Melastomataceae, Fabaceae, Eriocaulaceae e
Velloziaceae, encontradas nesse estudo, foram bem representadas nos levantamentos florísticos realizados
em áreas de campos rupestres na Bahia e em Minas Gerais (Andrade et al. 1986, Giulietti et al.
35
1987,Giullietti & Pirani 1988, Conceição & Giulietti 2002, Vitta 2002, Conceição & Pirani 2005, 2007,
Mourão & Stehmann 2007, Pena 2009, Carvalho 2012). O predominio dessas famílias pode ser devido à
capacidade de muitas espécies em colonizar esses locais, com quantidade reduzida de solo, alta
declividade e intensa insolação, que possivelmentesão os principais fatores que ocasionam baixa
disponibilidade de água e nutrientes no solo deste ecossistema (Giulietti et al. 1987) .Algumas espécies
possuem adaptações fisiológicas e morfológicas, que permitem seu estabelecimento nessas condições
adversas (Benites et al. 2007).
O valor de diversidade das áreas como um todo (4,09) pode ser considerado alto em relação a
outros estudos de campos rupestre da Cadeia do Espinhaço na Bahia e em Minas Gerais (Meguro et al.
1994, Andrade et al. 1996, Conceição et al. 2002). Além disto, a equitabilidade foi alta indicando que as
populações de espécies ocorrentes no complexo rupestre da Serra do Cipó apresentam distribuição mais
homogênea, sugerindo estabilidade na abundância destas espécies (Battilani et al. 2005). Essa grande
diversidade de espécies pode estar associadaao mosaico de microhábitats e à influência de outras
formações vegetais (Andrade et al. 1986, Giulietti et al. 1987, 1997, Giulietti & Pirani 1988, Alves &
Kolbeck 1993, Conceição 2000, Conceição & Giulietti 2002, Vitta 2002, Benites 2003, 2007, Conceição
& Pirani 2005, 2007). Muitas espécies encontradas nos sítios amostrados são descritas por Oliveira-Filho
(2006) como sendo de fisionomias vegetacionais adjacentes, como por exemplo Jacaranda rugosa
A.H.Gentry, encontrada na área PE, é típica de florestas de galeria. Do mesmo modo, Himatanthus
lancifolius (Müll. Arg.) Woodson, encontrada na US, é ocorrente em Florestas Estacionais Semideciduais.
Já Gochnatia polymorpha (Less), amostrada na área RC, é apontada como típica de florestas, tanto
Ombrófilas como Estacionais e de galeria, e Heteropterys byrsonimifolia, amostrada em quatro sítios
(RC, US, SM e CE) é característica de Floresta Estacional e de galeria. Além disso, uma espécie da
fisionomia caatinga Erythroxylum nummularia Peyer foi amostrada no PE.
As espécies com maiores números de indivíduos foram as mais importantes, mostrando que a
densidade contribuiu bastante para a importância estrutural das espécies amostradas. Actinocephalus
polyanthus e P. bromelioides (Eriocaulaceae); V. epedendroides, V. albiflora, e V.nivea (Velloziaceae);e
R. polymorpha e L. pinaster (Asteraceae)foram as espécies mais importantes e, de acordo Oliveira &
Felfili (2005), essa característica está relacionada com o maior sucesso em explorar os recursos naturais,o
que indicaque essas espécies são mais adaptadas a esses ambientes.
A maioria das espécies amostradas apresentou baixo número de indivíduos por ha e apenas duas
espécies foram comuns às sete áreas, o mostra a presença de espécies raras. Segundo Townsend et al.
(2006), espécies são consideradas raras quando são encontradas com pequena distribuição geográfica,
habitat incomum ou quando ocorrem em baixas densidades. As espécies de campos rupestres são
36
geralmente endêmicas e com distribuições restritas podendo está relacionadas com o isolamento desses
locais(Giulietti & Pirani 1988, Ibischet al.1995, Safford & Martinelli 2000).
As diferenças na riqueza e diversidade de espécies encontradas entre as áreas podem estar
relacionadas com as variações microtopográficas, variações climáticas e adaptabilidades das espécies a
determinadas condições ambientais consideradas como adversas, tais como, a escassez de solo, pobreza
nutricional e pH ácido; alta insolação e declividade (Benites et al. 2007, Ribeiro et al. 2007). A área US
apresentou maior riqueza e diversidade, possivelmente por ser uma área ecotonal de cerrado rupestre e
campo rupestre (segundo Ribeiro & Walter 2008) e apresenta afloramento rochoso, sendo mais
heterogênia, o que permite diferentes tipos de microhabitas para estabelecimento das plantas. Nesse
sentido, segundo Larson et al. (2000), a diversidade da vegetação de afloramentos rochosos tende a
aumentar de acordo com a umidade, a estabilidade da rocha e a disponibilidade de lugares para a
germinação de sementes.
A diversidade foi maior nas áreas de menores altitudes (US e RC) e menor nas de maiores
altitudes (Q16 e AP), corroborando com o padrão geral observado para a diversidade de vegetais, que
diminui com o aumento da altitude (Huston 1994, Gaston & Willians 1996, Medina & Fernandes 2007).
Os principais fatores que modificam a vegetação são o clima e o solo. Os campos rupestres que ocorrem
sobre quartizito, possuem solos poucos profundos, e apresentam-se pobres em nutrientes, com textura
arenosa e elevados teores de alumínio (Benites et al. 2003). Nas altitudes mais elevadas, alguns fatores
como as baixas temperaturas, a grande variação térmica diária e a grande exposição ao vento,
determinamrestrições ao estabelecimento de elevado número de espécies (Huston 1994). Assim, nas
altitudes mais baixas o número de espécies seria maior como observado neste estudo.
Aequitabilidade foi maior nas áreas US, RC, SM, PE e CE, o que mostra maior uniformidade nas
proporções de indivíduos por espécies dentro dessas comunidades vegetais. Os menores valores de
equitabilidade encontrados nos sítios Q16 e AP podem ser explicados pela maior densidade de indivíduos
de V. epidendroides (Velloziaceae) no Q16 e de A. polyanthus (Eriocaulaceae) no AP.
A composição floristica diferiu entre as áreas amostradas, o mesmo observado em áreas de
campos rupestre por Conceição & Giulietti (2002), Conceição & Pirani (2005), Conceição et al. (2005) e
Nunes et al. (2008). A baixa similaridade entre as áreas provavelmenteestá relacionada com a topografia e
altitude, pois, percebe-se que o Q16 e AP se assemelharam, possivelmente, por serem áreas com
fitofisionomia de campo rupestre e de maiores altitudes, e as áreas RC e SM foram mais similares, por
estarem na transição cerrado rupestre/campo rupestre e em menor altitude. Já os sítios CE e PE são
similares, provavelmente, por se situarem em locais de afloramentos e campo rupestre e estarem em
altitude intermediária. Segundo Nunes et al. (2008), várias condições físicas, além da temperatura,
modificam ao longo de gradientes altitudinais. Sendo assim, a altitude está correlacionada com uma
37
grande variedade de recursos reguladores do estabelecimento das plantas, incluindo precipitação,
variações climáticas e características do solo (Huston 1994, Fritzsons et al. 2008). Esses fatores, que
variam com a altitude, e a migração de espécies a partir de outras formações vegetais localizadas
próximas parecem ser os principais fatores que definem a composição destas comunidades vegetais.
Os resultados encontrados neste estudo evidenciam que houve diferenciação das sete comunidades
estudadas, sendo que a composição floristica e a riqueza determinaram essa diferenciação, o que indica
que estas áreas são bastante heterogêneas. Esta complexidade, resultante das variações da topografia,
dalitologia, do solo e do clima, relacionadas ou não com o gradiente altitudinal, além das formações
vegetacionais adjacentes, contribuem para a formação de uma flora diversa e dissimilar entre áreas
próximas em uma mesma cadeia de montanhas.
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Anexo 1. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Rio Cipó, Serra do Cipó (MG). NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =
densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de
importância (%).
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Vellozia albiflora 19 3 1,128936 43,14239 0,759494 45,03082
Heteropterys byrsonimifolia 75 10 4,456328 19,91748 2,531647 26,90545
Actinocephalus polyanthus 146 4 8,674985 14,57228 1,012659 24,25992
Lychnophora pinaster 180 4 10,69519 3,163971 1,012659 14,87182
Byrsonima verbascifolia 162 12 9,625668 1,84889 3,037976 14,51253
Neea Thifera 108 11 6,417112 1,370606 2,784812 10,57253
Roupala montana 72 10 4,278075 1,103954 2,531647 7,913676
Aspidosperma tomentosum 61 9 3,62448 0,566426 2,278482 6,469388
Hyptidendron canum 35 7 2,07962 1,369864 1,772153 5,221636
Davilla rugosa 37 10 2,198455 0,488681 2,531647 5,218783
Myrcia guianensis 40 8 2,376708 0,775833 2,025317 5,177859
Kielmeyera speciosa 33 11 1,960784 0,427301 2,784812 5,172896
Eremanthus glomerulatus 33 10 1,960784 0,671158 2,531647 5,163589
Chamaecrista sp1 33 10 1,960784 0,61569 2,531647 5,108121
Miconia albicans 39 8 2,317291 0,620747 2,025317 4,963355
Handroanthus ochraceus 32 8 1,901367 0,193042 2,025317 4,119726
Byrsonima crassifolia 30 8 1,782531 0,213038 2,025317 4,020886
Tocoyena formosa 28 8 1,663696 0,241115 2,025317 3,930128
Acosmium dasycarpum 24 8 1,426025 0,381847 2,025317 3,83319
Miconia ferruginata 24 7 1,426025 0,592019 1,772153 3,790196
Machaerium opacum 19 6 1,128936 0,971393 1,518988 3,619318
Mascagnia sp2 26 7 1,54486 0,106845 1,772153 3,423858
Schefflera macrocarpa 15 8 0,891266 0,11376 2,025317 3,030343
Erythroxylum deciduum 24 5 1,426025 0,275946 1,265823 2,967795
Guapira noxia 16 5 0,950683 0,494371 1,265823 2,710878
Qualea multiflora 19 5 1,128936 0,280633 1,265823 2,675393
Tachigali aurea 13 6 0,77243 0,252748 1,518988 2,544166
Baccharis elaeagnoides 16 6 0,950683 0,046555 1,518988 2,516226
Sabicea brasiliensis 15 6 0,891266 0,065876 1,518988 2,47613
Qualea parviflora 11 6 0,653595 0,241036 1,518988 2,413619
Richterago polymorpha 22 4 1,30719 0,058784 1,012659 2,378632
Palicourea rigida 11 6 0,653595 0,175227 1,518988 2,34781
Annona crassiflora 10 4 0,594177 0,662177 1,012659 2,269013
Erythroxylum suberosum 10 5 0,594177 0,286467 1,265823 2,146467
Casearia sylvestris 12 5 0,713012 0,049668 1,265823 2,028504
Guapira venosa 14 3 0,831848 0,383702 0,759494 1,975044
Mimosa sp. 8 5 0,475342 0,067079 1,265823 1,808244
Cratylia sp. 7 5 0,415924 0,122401 1,265823 1,804148
Vernonanthura phephorica 7 5 0,415924 0,014038 1,265823 1,695786
Continua
42
Anexo 1. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Lafoensia pacari 8 3 0,475342 0,322973 0,759494 1,557809
Qualea dichotoma 8 4 0,475342 0,044501 1,012659 1,532501
Gochnatia polymorpha 6 4 0,356506 0,065719 1,012659 1,434884
Guapira graciliflora 5 4 0,297089 0,044566 1,012659 1,354313
Vochysia rufa 6 3 0,356506 0,167843 0,759494 1,283843
Cybianthus glaber 4 4 0,237671 0,007216 1,012659 1,257545
Mascagnia sp2 7 3 0,415924 0,044464 0,759494 1,219882
Myrsine umbellata 4 3 0,237671 0,211981 0,759494 1,209146
Annona cornifolia 7 3 0,415924 0,017365 0,759494 1,192783
Hymenaea stigonocarpa 4 3 0,237671 0,192211 0,759494 1,189375
Tapirira guianensis 6 3 0,356506 0,030954 0,759494 1,146954
Agonandra brasiliensis 4 3 0,237671 0,111543 0,759494 1,108708
Microlicia taxifolia 9 2 0,534759 0,024278 0,506329 1,065367
Calliandra depauperata 4 3 0,237671 0,007205 0,759494 1,00437
Swartzia macrostachya 7 2 0,415924 0,028369 0,506329 0,950622
Byrsonima pachyphylla 6 2 0,356506 0,058705 0,506329 0,921541
Byrsonima intermedia 4 2 0,237671 0,107733 0,506329 0,851733
Dalbergia miscolobium 2 2 0,118835 0,197156 0,506329 0,822321
Andira vermifuga 4 2 0,237671 0,058402 0,506329 0,802402
Kielmeyera rubriflora 3 2 0,178253 0,083357 0,506329 0,767939
Vellozia nivea 4 1 0,237671 0,271473 0,253165 0,762309
Encholirium sp 3 2 0,178253 0,055288 0,506329 0,739871
Lavoisiera subulata 3 2 0,178253 0,005463 0,506329 0,690045
Kielmeyera coriacea 2 2 0,118835 0,029864 0,506329 0,655029
Lychnophora sp3 2 2 0,118835 0,027807 0,506329 0,652972
Eugenia dysenterica 2 2 0,118835 0,021625 0,506329 0,64679
Anacardium occidentale 2 2 0,118835 0,02103 0,506329 0,646194
Maprounea guianensis 2 2 0,118835 0,01233 0,506329 0,637495
Simira sampaioana 2 2 0,118835 0,009554 0,506329 0,634719
Clidemia urceolata 2 2 0,118835 0,007306 0,506329 0,632471
Peixotoa tomentosa 2 2 0,118835 0,004102 0,506329 0,629267
Terminalia glabrescens 2 2 0,118835 0,003563 0,506329 0,628728
Strychnos pseudoquina. 2 2 0,118835 0,002136 0,506329 0,6273
Cyrtopodium sp 4 1 0,237671 0,111757 0,253165 0,602592
sp 2 2 1 0,118835 0,160526 0,253165 0,532526
Platymenia reticulata 3 1 0,178253 0,008464 0,253165 0,439881
Chamaecrista arbiculata 1 1 0,059418 0,099314 0,253165 0,411897
Stryphnodendron obovatum 1 1 0,059418 0,091042 0,253165 0,403624
Tibouchina sp2 2 1 0,118835 0,030347 0,253165 0,402347
Byrsonima coccolobifolia 2 1 0,118835 0,029055 0,253165 0,401055
Enterolobium gummiferum 2 1 0,118835 0,028774 0,253165 0,400774
Paepalanthus sp1 2 1 0,118835 0,016736 0,253165 0,388736
Baccharis dentata 2 1 0,118835 0,00526 0,253165 0,37726
Continua
43
Anexo 1. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Anemopaegma sp 2 1 0,118835 0,003866 0,253165 0,375867
Echinocoryne schwenkiifolia 2 1 0,118835 0,003327 0,253165 0,375327
Calliandra dysantha 2 1 0,118835 0,002967 0,253165 0,374967
Pouteria torta 1 1 0,059418 0,04461 0,253165 0,357193
Chpomanesia adamantium 1 1 0,059418 0,013769 0,253165 0,326351
Diplusodon orbicularis 1 1 0,059418 0,010801 0,253165 0,323384
Miconia sp2 1 1 0,059418 0,009587 0,253165 0,32217
Oxypetalum strictum 1 1 0,059418 0,006519 0,253165 0,319101
Caryocar brasiliensis 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528
Eugenia sonderiana 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528
Kielmeyera lathrophyton 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528
Asteraceae sp1 1 1 0,059418 0,005833 0,253165 0,318416
Duguetia furfuraceae 1 1 0,059418 0,005339 0,253165 0,317921
Hancornia speciosa 1 1 0,059418 0,004957 0,253165 0,317539
Zeyhera montana 1 1 0,059418 0,004957 0,253165 0,317539
Rourea induta 1 1 0,059418 0,004058 0,253165 0,31664
Miconia crassifolia 1 1 0,059418 0,003642 0,253165 0,316224
Baccharis axillaris 1 1 0,059418 0,003248 0,253165 0,315831
Myrcia tomentosa 1 1 0,059418 0,003248 0,253165 0,315831
Brosimum gaudichaudii 1 1 0,059418 0,002877 0,253165 0,31546
Cida sp 1 1 0,059418 0,002877 0,253165 0,31546
Hirtella glandulosa 1 1 0,059418 0,002529 0,253165 0,315111
Banisteriopsis parviflora 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482
Blepharocalyx salicifolius 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482
Lepidaploa rufogrisea 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482
Microlicia hirticalyx 1 1 0,059418 0,001641 0,253165 0,314223
Eremanthus mattogrossensis 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201
Senna rugosa 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201
Siparuna reginae 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201
Myrcia lasiantha 1 1 0,059418 0,00136 0,253165 0,313942
Tibouchina sp 1 1 0,059418 0,001338 0,253165 0,31392
Comolia sp1 1 1 0,059418 0,001146 0,253165 0,313729
Bowdichia virgilioides 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706
Porophyllum sp 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706
Trichogonia villosa 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706
Anexo 2. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Usina, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; AB = área
basal (m2ha
-1); DR = densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa
(%); e VI = valor de importância (%).
44
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Dyckia sp 13 3 0,914205 30,72105 0,691244 32,3265
Aulonemia effusa 51 7 3,586498 15,46315 1,612903 20,66255
Dalbergia miscolobium 92 11 6,469761 5,704307 2,534562 14,70863
Byrsonima intermedia 59 11 4,149086 3,002151 2,534562 9,685799
Mascagnia sp1 77 10 5,414909 1,857635 2,304147 9,576691
Guapira graciliflora 73 11 5,133615 1,398666 2,534562 9,066843
Lippia sp 85 1 5,977496 2,245513 0,230415 8,453424
Kielmeyera lathrophyton 41 11 2,883263 2,726333 2,534562 8,144158
Marcetia taxifolia 21 11 1,476793 3,809197 2,534562 7,820552
Davilla rugosa 61 11 4,289733 0,926498 2,534562 7,750793
Palicourea rigida 73 2 5,133615 2,035198 0,460829 7,629642
Vellozia stipitata 30 3 2,109705 4,141747 0,691244 6,942696
Kielmeyera rubriflora 50 10 3,516174 0,625631 2,304147 6,445952
Neea Thifera 53 6 3,727145 1,289777 1,382488 6,39941
Calliandra dysantha 45 9 3,164557 0,618097 2,073732 5,856386
Actinocephalus polyanthus 37 5 2,601969 0,926019 1,152074 4,680062
Erythroxylum suberosum 22 8 1,547117 0,951688 1,843318 4,342122
Simira sampaioana 27 2 1,898734 1,632926 0,460829 3,99249
Schefflera macrocarpa 17 4 1,195499 1,687747 0,921659 3,804905
Myrcia guianensis. 25 7 1,758087 0,355358 1,612903 3,726348
Syagrus glaucescens. 19 1 1,336146 2,035957 0,230415 3,602518
Myrcia lasiantha 19 1 1,336146 1,802955 0,230415 3,369516
Mikania luetzelburgii 10 10 0,703235 0,253019 2,304147 3,260401
Ouratea semiserrata 2 12 0,140647 0,02086 2,764977 2,926484
Diplusodon orbicularis 23 5 1,61744 0,100448 1,152074 2,869962
N ident (sp9) 1 11 0,070323 0,044981 2,534562 2,649866
Lippia sp2 27 1 1,898734 0,409947 0,230415 2,539095
Ilex sp 3 2 0,21097 1,863876 0,460829 2,535676
Baccharis axillaris 8 4 0,562588 1,017135 0,921659 2,501382
Hyptis complicata 10 7 0,703235 0,161763 1,612903 2,477901
Mascagnia sp2 19 3 1,336146 0,367355 0,691244 2,394745
Lepidaploa rufogrisea 6 8 0,421941 0,031515 1,843318 2,296774
Vellozia nivea 1 9 0,070323 0,124963 2,073732 2,269019
Lauraceae sp1 11 5 0,773558 0,343346 1,152074 2,268978
Cuephea pseudovaccinium 12 5 0,843882 0,200166 1,152074 2,196121
Senna glandulosa 6 7 0,421941 0,058588 1,612903 2,093432
Lantana sp 3 8 0,21097 0,016924 1,843318 2,071212
Salacia crassifolia 4 7 0,281294 0,161173 1,612903 2,05537
Pouteria torta 3 2 0,21097 1,314179 0,460829 1,985979
Miconia coralina 4 7 0,281294 0,070311 1,612903 1,964508
Cybianthus glaber 10 5 0,703235 0,08642 1,152074 1,941728
Agarista duartei 11 3 0,773558 0,339242 0,691244 1,804044
Stryphnodendron obovatum 8 4 0,562588 0,178687 0,921659 1,662934
Myrsine umbellata 10 1 0,703235 0,704235 0,230415 1,637885
Eupatorium perfoliatum 6 5 0,421941 0,057323 1,152074 1,631337
Continua
45
Anexo 2. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Ocotea langsdorffii 11 2 0,773558 0,293614 0,460829 1,528002
Echinocoryne schwenkiifolia 8 4 0,562588 0,033595 0,921659 1,517842
Spermacoce sp 1 6 0,070323 0,002811 1,382488 1,455623
Alamandra sp1 7 4 0,492264 0,024543 0,921659 1,438466
Hancornia speciosa 3 3 0,21097 0,514471 0,691244 1,416686
Chamaecrista sp1 5 4 0,351617 0,116782 0,921659 1,390058
Graciellia intermedia 8 3 0,562588 0,10191 0,691244 1,355742
Chamaecrista sp2 5 4 0,351617 0,066544 0,921659 1,33982
Himatanthus lancifolius 6 3 0,421941 0,202584 0,691244 1,315769
Manihot tripartita 2 5 0,140647 0,019623 1,152074 1,312344
Lavoisiera macrocarpa 8 2 0,562588 0,288441 0,460829 1,311859
Ruellia villosa 5 4 0,351617 0,037644 0,921659 1,31092
Myrcia sp1 2 5 0,140647 0,00686 1,152074 1,29958
Miconia ferruginata 10 1 0,703235 0,345033 0,230415 1,278683
Lychnophora pinaster 9 2 0,632911 0,176551 0,460829 1,270292
Sabicea brasiliensis 6 3 0,421941 0,151811 0,691244 1,264996
Tribo heliantheae 1 5 0,070323 0,004076 1,152074 1,226473
Rourea induta 6 3 0,421941 0,092408 0,691244 1,205593
Cratylia sp 5 3 0,351617 0,147566 0,691244 1,190428
Heteropterys byrsonimifolia 6 3 0,421941 0,049254 0,691244 1,162439
Acosmium dasycarpum 3 1 0,21097 0,672692 0,230415 1,114078
Cyrtopodium sp 3 3 0,21097 0,189792 0,691244 1,092007
Lippia sp4 2 4 0,140647 0,013551 0,921659 1,075856
Byrsonima crassifolia 6 2 0,421941 0,148213 0,460829 1,030983
Richterago sp1 1 4 0,070323 0,009137 0,921659 1,001119
Acritopappus longifolius 6 2 0,421941 0,109979 0,460829 0,992749
sp 5 5 1 0,351617 0,388552 0,230415 0,970585
Chamaecrista sp6 3 3 0,21097 0,032808 0,691244 0,935023
Clidemia urceolata 9 1 0,632911 0,066066 0,230415 0,929392
Dasyphyllum reticulatum 3 3 0,21097 0,025133 0,691244 0,927348
Baccharis elaeagnoides 3 3 0,21097 0,02443 0,691244 0,926645
Chamaecrista sp5 4 2 0,281294 0,122011 0,460829 0,864135
Porophyllum sp 2 3 0,140647 0,01445 0,691244 0,846341
Hymenaea stigonocarpa 3 1 0,21097 0,352792 0,230415 0,794178
Microlicia sp4 1 3 0,070323 0,007197 0,691244 0,768765
Lippia sp1 1 3 0,070323 0,002811 0,691244 0,764379
Qualea multiflora 1 3 0,070323 0,002811 0,691244 0,764379
Richterago polymorpha 6 1 0,421941 0,081528 0,230415 0,733884
Trichogonia villosa 6 1 0,421941 0,059094 0,230415 0,71145
Aegifila sellowiana 3 2 0,21097 0,033567 0,460829 0,705367
Allagoptera campestris 2 2 0,140647 0,052009 0,460829 0,653486
Pseudobrickellia brasiliensis 2 2 0,140647 0,028113 0,460829 0,62959
Baccharis serrulata 2 2 0,140647 0,020382 0,460829 0,621858
Continua
46
Anexo 2. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Barbacenia sp4 2 2 0,140647 0,010936 0,460829 0,612412
Diodia mello 2 2 0,140647 0,008912 0,460829 0,610388
Plathymenia reticulata 1 2 0,070323 0,076018 0,460829 0,607171
Blepharocalyx salicifolius 3 3 0,140647 0,005623 0,460829 0,607099
Myrcia sp 1 2 0,070323 0,030615 0,460829 0,561768
Vernonanthura phephorica 4 1 0,281294 0,025611 0,230415 0,53732
Arrabidaea sp1 2 1 0,140647 0,14914 0,230415 0,520202
Antonia ovata 1 1 0,070323 0,184057 0,230415 0,484795
Pera glabrata 3 1 0,21097 0,024993 0,230415 0,466378
Cambessedesia sp 2 1 0,140647 0,062889 0,230415 0,433951
Trembleya parviflora 1 1 0,070323 0,129995 0,230415 0,430734
Qualea dichotoma 2 1 0,140647 0,008153 0,230415 0,379215
Couepia grandiflora 1 1 0,070323 0,06199 0,230415 0,362728
Cordiera sessilis 1 1 0,070323 0,024065 0,230415 0,324803
Cipocereus sp 1 1 0,070323 0,023475 0,230415 0,324213
Vochysia elliptica 1 1 0,070323 0,022041 0,230415 0,322779
Bowdichia virgilioides 1 1 0,070323 0,019005 0,230415 0,319743
Hyptidendron canum 1 1 0,070323 0,014872 0,230415 0,31561
Campomanesia odoratum 1 1 0,070323 0,011245 0,230415 0,311983
Chomelia sericea 1 1 0,070323 0,011245 0,230415 0,311983
Symphyopappus reticulatus 1 1 0,070323 0,010149 0,230415 0,310887
Microlicia sp3 1 1 0,070323 0,006325 0,230415 0,307064
Euphorbiaceae sp 1 1 0,070323 0,005201 0,230415 0,305939
Baccharis dentata 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489
Cuphea engrata 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489
Myrcia pulchra 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489
Chromolaena chaseae 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787
Microlicia sp2 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787
Tapirira guianensis 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787
Eremanthus glomerulatus 1 1 0,070323 0,003402 0,230415 0,30414
Chamaecrista desvauxii 1 1 0,070323 0,002811 0,230415 0,30355
Anexo 3. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Serra Morena, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =
densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de
importância (%).
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Paepalanthus bromelioides 200 10 16,65279 29,22745 4,070833 49,95107
Paepalanthus sp. 63 6 5,245629 25,59155 2,4425 33,27968
Lychnophora pinaster 90 11 7,493755 3,800531 4,477916 15,7722
Continua
47
Anexo 3. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Myrcia guianensis 74 11 6,161532 4,423458 4,477916 15,06291
Leiothrix crassifolia 90 2 7,493755 4,092598 0,814167 12,40052
Neea theifera 62 10 5,162365 1,026905 4,070833 10,2601
Guapira venosa 47 9 3,913405 1,714206 3,663749 9,29136
Guapira graciliflora 40 11 3,330558 1,006166 4,477916 8,81464
Vochisia pygmaea 15 4 1,248959 5,541504 1,628333 8,418796
Miconia ferruginata 29 5 2,414654 3,654388 2,035416 8,104459
Erythroxylum deciduum 48 4 3,996669 1,485449 1,628333 7,110452
Baccharis elaeagnoides 39 5 3,247294 1,203564 2,035416 6,486274
Eremanthus glomerulatus 28 4 2,331391 1,644773 1,628333 5,604496
Stryphnodendron obovatum 20 7 1,665279 1,025656 2,849583 5,540518
Schefflera macrocarpa 21 6 1,748543 1,116172 2,4425 5,307214
Psidium pohlianum 34 4 2,830974 0,745988 1,628333 5,205296
Vellozia albiflora 14 4 1,165695 2,124837 1,628333 4,918865
Mascagnia sp. 1 22 6 1,831807 0,573921 2,4425 4,848228
Kielmeyera coriacea 19 6 1,582015 0,482812 2,4425 4,507327
Richterago polymorpha 14 4 1,165695 1,614039 1,628333 4,408067
Byrsonima pachyphylla 18 6 1,498751 0,402479 2,4425 4,34373
Byrsonima intermedia 11 6 0,915903 0,323707 2,4425 3,68211
Chamaecrista sp. 1 10 6 0,832639 0,20099 2,4425 3,476129
Lavoisiera subulata 7 5 0,582848 0,604562 2,035416 3,222826
Miconia albicans 12 5 0,999167 0,177502 2,035416 3,212085
Myrcia tomentosa 19 2 1,582015 0,715098 0,814167 3,11128
Diplusodon orbicularis 10 4 0,832639 0,302624 1,628333 2,763597
Palicourea rigida 8 4 0,666112 0,243593 1,628333 2,538037
Dalbergia miscolobium 9 3 0,749376 0,351537 1,22125 2,322162
Salacia crassifolia 11 3 0,915903 0,099855 1,22125 2,237008
Byrsonima verbascifolia 5 4 0,41632 0,148923 1,628333 2,193576
Cordiera sessilis 13 2 1,082431 0,13821 0,814167 2,034807
Sabicea brasiliensis 4 4 0,333056 0,021895 1,628333 1,983284
Couepia grandiflora 5 3 0,41632 0,265487 1,22125 1,903057
Eremanthus mattogrossensis 4 2 0,333056 0,725687 0,814167 1,872909
Actinocephalus polyanthus 3 2 0,249792 0,721033 0,814167 1,784991
Hyptis sp. 4 3 0,333056 0,051879 1,22125 1,606185
Eugenia punicifolia 3 3 0,249792 0,106507 1,22125 1,577549
Heteropterys byrsonimifolia 6 2 0,499584 0,159699 0,814167 1,473449
Cordiera concolor 6 2 0,499584 0,072962 0,814167 1,386712
Enterolobium gummiferum 5 2 0,41632 0,136492 0,814167 1,366978
Roupala montana 3 2 0,249792 0,104321 0,814167 1,168279
Byrsonima crassifolia 2 2 0,166528 0,164946 0,814167 1,14564
Anacardium occidentale 3 2 0,249792 0,037356 0,814167 1,101314
Myrsine umbellata 3 2 0,249792 0,025331 0,814167 1,089289
Syagrus glaucescens 2 2 0,166528 0,0248 0,814167 1,005494
Continua
48
Anexo 3. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Tocoyena formosa 2 2 0,166528 0,019896 0,814167 1,00059
Kielmeyera lathrophyton 3 1 0,249792 0,340417 0,407083 0,997292
Vellozia nivea 2 1 0,166528 0,272515 0,407083 0,846126
Sp. 4 1 0,333056 0,052941 0,407083 0,79308
Annona cornifolia 4 1 0,333056 0,04279 0,407083 0,782929
Barbacenia flava 1 1 0,083264 0,248121 0,407083 0,738469
Erythroxylum suberosum 1 1 0,083264 0,199896 0,407083 0,690244
Simira sampaioana 2 1 0,166528 0,109131 0,407083 0,682742
Mascagnia sp. 2 2 1 0,166528 0,012618 0,407083 0,58623
Ouratea semiserrata 2 1 0,166528 0,008277 0,407083 0,581888
Ruellia villosa 2 1 0,166528 0,008027 0,407083 0,581638
Erythroxylum tortuosum 1 1 0,083264 0,057002 0,407083 0,547349
Lippia sp. 1 1 0,083264 0,041041 0,407083 0,531388
Hymenaea stigonocarpa 1 1 0,083264 0,02811 0,407083 0,518458
Ilex conocarpa 1 1 0,083264 0,019521 0,407083 0,509868
Annona crassiflora 1 1 0,083264 0,016523 0,407083 0,50687
Agarista sp. 1 1 0,083264 0,015117 0,407083 0,505464
Senna rugosa 1 1 0,083264 0,015117 0,407083 0,505464
Zanthoxylum rhoifolium 1 1 0,083264 0,010401 0,407083 0,500748
Ossaea congestiflora 1 1 0,083264 0,007277 0,407083 0,497625
Handroanthus ochraceus 1 1 0,083264 0,006122 0,407083 0,496469
Periandra mediterranea 1 1 0,083264 0,006122 0,407083 0,496469
Duguetia furfuraceae 1 1 0,083264 0,00531 0,407083 0,495657
Davilla rugosa 1 1 0,083264 0,005279 0,407083 0,495626
Blepharocalyx salicifolius 1 1 0,083264 0,004498 0,407083 0,494845
Arrabidaea sp. 1 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127
Echinocoryne schwenkiifolia 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127
Mansoa sp. 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127
Marcetia taxifolia 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127
Eupatorium perfoliatum 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471
Jacaranda caroba 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471
Psidium sp. 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471
Anexo 4. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Cedro, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =
densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de
importância (%)
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Actinocephalus polyanthus 352 13 24,1758 29,8075 4,67626 58,6596
Vellozia nivea 212 9 14,5604 17,7162 3,23741 35,514
Continua
49
Anexo 4. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Velozia epedendroides 59 3 4,0522 12,5913 1,07914 17,7226
Paepalanthus argenteus 110 9 7,55495 3,18758 3,23741 13,9799
Myrsine umbellata 44 6 3,02198 7,72852 2,15827 12,9088
Acritopappus longifolius 102 7 7,0055 2,20496 2,51799 11,7284
Kielmeyera lathrophyton 31 8 2,12912 2,40524 2,8777 7,41206
Mikania luetzelburgii 43 10 2,9533 0,71015 3,59712 7,26057
Lychnophora pinaster 63 5 4,32692 1,10534 1,79856 7,23082
Erythroxylum deciduum 24 9 1,64835 0,94615 3,23741 5,83191
Syagrus pleiocada 13 7 0,89286 2,13421 2,51799 5,54505
Palicourea rigida 20 10 1,37363 0,49676 3,59712 5,46751
Lippia sp 22 7 1,51099 0,6722 2,51799 4,70118
Marcetia taxifolia 18 4 1,23626 1,77991 1,43885 4,45503
Aspilia jolyana 19 7 1,30495 0,12081 2,51799 3,94374
Ocotea langsdorffii 14 7 0,96154 0,40258 2,51799 3,8821
Paepalanthus sp 18 5 1,23626 0,79837 1,79856 3,83319
Miconia coralina 13 6 0,89286 0,76582 2,15827 3,81695
Cuephea pseudovaccinium 16 7 1,0989 0,10276 2,51799 3,71965
Byrsonima intermedia. 9 7 0,61813 0,29163 2,51799 3,42775
Dalbergia miscolobium 13 5 0,89286 0,55986 1,79856 3,25128
Eupatorium perfoliatum 15 5 1,03022 0,06589 1,79856 2,89467
Paepalanthus bromelioides 11 3 0,7555 0,952 1,07914 2,78663
Miconia tristis 7 4 0,48077 0,78606 1,43885 2,70568
Dasyphyllum reticulatum 16 4 1,0989 0,07654 1,43885 2,61429
Vochysia pygmaea 6 3 0,41209 1,11603 1,07914 2,60725
Leiothrix crassifolia 14 3 0,96154 0,33914 1,07914 2,37981
Byrsonima pachyphylla 12 4 0,82418 0,09797 1,43885 2,36099
Pouteria ramiflora 1 1 0,06868 1,88534 0,35971 2,31374
Chpomanesia pubescens 9 4 0,61813 0,20286 1,43885 2,25984
Remijia ferruginea 3 3 0,20604 0,93332 1,07914 2,2185
Schefflera macrocarpa 6 4 0,41209 0,21268 1,43885 2,06362
Sapium glandulatum 8 4 0,54945 0,06324 1,43885 2,05154
Myrcia guianensis 6 4 0,41209 0,03551 1,43885 1,88645
Baccharis elaeagnoides 9 3 0,61813 0,17531 1,07914 1,87258
Heteropterys byrsonimifolia 9 3 0,61813 0,14377 1,07914 1,84103
Baccharis axillaris 10 3 0,68681 0,05643 1,07914 1,82238
Ternstroemia alnifolia 4 3 0,27473 0,45024 1,07914 1,8041
Symplocos lancifolia 2 2 0,13736 0,76358 0,71942 1,62036
Guapira venosa 4 3 0,27473 0,26086 1,07914 1,61472
Ilex sp 1 1 0,06868 1,08503 0,35971 1,51342
Dyckia sp 1 2 1 0,13736 1,00712 0,35971 1,5042
Chamaecrista sp1 5 3 0,34341 0,06194 1,07914 1,48448
Continua
50
Anexo 4. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Tibouchinea sp 4 3 0,27473 0,06568 1,07914 1,41955
Cratylia sp 4 3 0,27473 0,02289 1,07914 1,37675
Syagrus glaucescens. 4 1 0,27473 0,71583 0,35971 1,35026
Casearia sylvestris 3 3 0,20604 0,00874 1,07914 1,29392
Vellozia variabilis 2 2 0,13736 0,36714 0,71942 1,22393
Chamaecrista sp6 4 2 0,27473 0,19033 0,71942 1,18448
Mascagnia sp1 4 2 0,27473 0,0938 0,71942 1,08795
Pseudobrickellia brasiliensis 4 2 0,27473 0,08624 0,71942 1,08039
Chamaecrista sp2 3 2 0,20604 0,1218 0,71942 1,04727
Chromolaena chaseae 4 2 0,27473 0,01267 0,71942 1,00682
Eremanthus glomerulatus 3 2 0,20604 0,01867 0,71942 0,94414
Hancornia speciosa 2 2 0,13736 0,01684 0,71942 0,87362
Declieuxia fruticosa 2 2 0,13736 0,0126 0,71942 0,86939
Microlicia avicularis 2 2 0,13736 0,00903 0,71942 0,86582
Ouratea semiserrata 2 2 0,13736 0,0087 0,71942 0,86549
Sabicea brasiliensis 4 1 0,27473 0,02544 0,35971 0,65988
Lessingianthus linearifolius 1 1 0,06868 0,17757 0,35971 0,60597
Ilex Thezans 3 1 0,20604 0,02585 0,35971 0,5916
Barbacenia flava 1 1 0,06868 0,15818 0,35971 0,58657
Miconia irwinii 1 1 0,06868 0,14347 0,35971 0,57187
Vellozia stipitata 2 1 0,13736 0,04129 0,35971 0,53837
Roupala montana 2 1 0,13736 0,02533 0,35971 0,52241
Neea Thifera 1 1 0,06868 0,0807 0,35971 0,5091
Vellozia epidendroides 1 1 0,06868 0,0807 0,35971 0,5091
Chamaecrista ochnaceae 1 1 0,06868 0,03587 0,35971 0,46426
Miconia alborufescens 1 1 0,06868 0,02083 0,35971 0,44922
Davilla rugosa 1 1 0,06868 0,02056 0,35971 0,44895
Hyptis complicata 1 1 0,06868 0,0152 0,35971 0,44359
Baccharis dentata 1 1 0,06868 0,01515 0,35971 0,44355
Leandra aurea 1 1 0,06868 0,01457 0,35971 0,44297
Ruellia villosa 1 1 0,06868 0,01401 0,35971 0,44241
Styrax sp. 1 1 0,06868 0,01049 0,35971 0,43889
Richterago polymorpha 1 1 0,06868 0,00767 0,35971 0,43606
Annona cornifolia 1 1 0,06868 0,00726 0,35971 0,43566
Lessingianthus sp 1 1 0,06868 0,00543 0,35971 0,43382
Paepalanthus geneculatus 1 1 0,06868 0,00504 0,35971 0,43344
Antonia ovata 1 1 0,06868 0,00379 0,35971 0,43218
Chamaecrista desvauxii 1 1 0,06868 0,00379 0,35971 0,43218
Chamaecrista sp7 1 1 0,06868 0,00361 0,35971 0,432
Echinocoryne sp 1 1 0,06868 0,00323 0,35971 0,43162
Senna velutina 1 1 0,06868 0,00271 0,35971 0,43111
Symphiopappus reticulatum 1 1 0,06868 0,00271 0,35971 0,43111
51
Anexo 5. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Pedro do Elefante, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas;
DR = densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor
de importância (%).
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Vellozia nivea 366 8 24,74645 45,44976 2,996255 73,19246
Vellozia albiflora 121 3 8,181204 15,70653 1,123596 25,01133
Actinocephalus polyanthus 55 6 3,718729 6,969504 2,247191 12,93542
Aspilia jolyana 113 11 7,640297 0,857385 4,11985 12,61753
Symphyopappus reticulatus 24 2 1,622718 5,173785 1,872659 8,669163
Paepalanthus polyanthus 102 5 6,896552 0,824853 0,374532 8,095936
Kielmeyera rubriflora 26 1 1,757945 3,953227 2,247191 7,958363
Erythroxylum deciduum 44 6 2,974983 0,814195 3,745319 7,534496
Richterago polymorpha 54 10 3,651116 0,451929 1,498127 5,601172
Byrsonima pachyphylla 26 4 1,757945 0,405411 3,370787 5,534143
Palicourea rigida 27 9 1,825558 0,234301 3,370787 5,430645
Lavoisiera macrocarpa 37 9 2,50169 0,235462 2,621723 5,358875
Baccharis elaeagnoides 30 7 2,028398 0,157967 2,621723 4,808087
Byrsonima intermedia 15 7 1,014199 1,655674 1,872659 4,542533
Cambessedesia corymbosa 32 5 2,163624 0,725855 1,498127 4,387607
Guapira noxia 25 4 1,690331 0,78772 1,498127 3,976179
Mascagnia sp1 22 4 1,487492 0,194407 2,247191 3,92909
Miconia albicans 13 6 0,878972 0,691172 1,872659 3,442803
Vellozia epidendroides 53 5 1,081812 0,094524 2,247191 3,423527
Myrcia guianensis 14 6 0,946586 0,081782 2,247191 3,275559
Chamaecrista desvauxii 25 6 1,690331 0,108107 1,123596 2,922034
Dalbergia miscolobium 12 3 0,811359 0,478426 1,498127 2,787912
Dasyphyllum reticulatum 15 4 1,014199 0,234449 1,498127 2,746776
Ruellia villosa 10 4 0,676133 0,065021 1,872659 2,613812
Dyckia sp 1 4 5 0,270453 0,775068 1,498127 2,543648
Simira sampaioana 12 4 0,811359 0,222667 1,498127 2,532154
Qualea dichotoma 6 4 0,40568 0,5951 1,498127 2,498907
Chromolaena chaseae 8 4 0,540906 0,057816 1,872659 2,471381
Lippia sp 6 5 0,40568 0,189078 1,498127 2,092885
Hyptis complicata 6 4 0,40568 0,071064 1,498127 1,974871
Tibouchina sp2 6 4 0,40568 0,030784 1,498127 1,934591
Mikania luetzelburgii 4 4 0,270453 0,148529 1,498127 1,91711
Vellozia stipitata 3 4 0,20284 0,547644 1,123596 1,874079
Lychophora Sellowii 10 3 0,676133 0,442164 0,749064 1,86736
Roupala montana 9 2 0,608519 0,0739 1,123596 1,806015
Cuephea pseudovaccinium 7 3 0,473293 0,036061 1,123596 1,632949
Vochisia pygmaea 3 3 0,20284 0,297505 1,123596 1,623941
Sabicea brasiliensis 5 3 0,338066 0,039536 1,123596 1,501198
Continua
52
Anexo 5. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Chamaecrista sp1 4 3 0,270453 0,024383 1,123596 1,418431
Ocotea langsdorffii 3 3 0,20284 0,049718 1,123596 1,376154
Diplusodon orbicularis 3 3 0,20284 0,042275 1,123596 1,368711
Drosera tomentosa 8 3 0,540906 0,44355 0,374532 1,358987
Miconia alborufescens 3 1 0,20284 0,028342 1,123596 1,354778
Myrsine umbellata 7 3 0,473293 0,109052 0,749064 1,331409
Cordiera sessilis 6 2 0,40568 0,073893 0,749064 1,228636
Ouratea semiserrata 6 2 0,40568 0,021644 0,749064 1,176387
Byrsonima vacciniifolia 7 2 0,473293 0,308253 0,374532 1,156077
Mascagnia 5 1 0,338066 0,029742 0,749064 1,116872
Trembleya laniflora 2 2 0,135227 0,221023 0,749064 1,105313
Lavoisiera subulata 4 2 0,270453 0,065967 0,749064 1,085484
Echinocoryne schwenkiifolia 2 2 0,135227 0,193901 0,749064 1,078191
Dyckia sp2 2 2 0,135227 0,084938 0,749064 0,969228
Ilex conocarpa 2 2 0,135227 0,447315 0,374532 0,957073
Byrsonima crassifolia 2 1 0,135227 0,04823 0,749064 0,93252
Remijia ferruginea 2 2 0,135227 0,016999 0,749064 0,90129
Lessingianthus sp1 2 2 0,135227 0,014945 0,749064 0,899235
Symphyopappus reticulatus 2 2 0,135227 0,009438 0,749064 0,893728
Cratylia sp 2 2 0,135227 0,008857 0,749064 0,893147
Erythroxylum nummularia 6 2 0,40568 0,04392 0,374532 0,824132
Pseudotrimezia recurvata 5 1 0,338066 0,032153 0,374532 0,744751
Lessingianthus sp 1 1 0,067613 0,288038 0,374532 0,730183
Enterolobium gummiferum ( 3 1 0,20284 0,129386 0,374532 0,706758
Spsp (n ident.) 1 1 0,067613 0,26306 0,374532 0,705205
Chpomanesia adamantium 3 1 0,20284 0,072612 0,374532 0,649984
Chomelia sp 3 1 0,20284 0,017744 0,374532 0,595115
Stenocline sp 2 1 0,135227 0,042305 0,374532 0,552063
Declieuxia fruticosa 1 1 0,067613 0,093363 0,374532 0,535508
Marcetia taxifolia 1 1 0,067613 0,080502 0,374532 0,522647
Lantana sp 2 1 0,135227 0,010599 0,374532 0,520357
Jacaranda rugosa 2 1 0,135227 0,009676 0,374532 0,519434
Ayapana amygdalina 2 1 0,135227 0,006914 0,374532 0,516673
Paepalanthus sp 1 1 0,067613 0,055047 0,374532 0,497192
Schefflera macrocarpa 1 1 0,067613 0,052517 0,374532 0,494662
Trichogonia villosa 1 1 0,067613 0,043228 0,374532 0,485373
Byrsonima coccolobifolia 1 1 0,067613 0,040757 0,374532 0,482902
Miconia ferruginata 1 1 0,067613 0,034565 0,374532 0,47671
Dyckia sp 1 1 0,067613 0,026794 0,374532 0,468939
Gaylussacia montana 1 1 0,067613 0,01883 0,374532 0,460975
Lychnophora sp3 1 1 0,067613 0,018607 0,374532 0,460752
Vernonanthura phephorica 1 1 0,067613 0,014677 0,374532 0,456822
Kielmeyera lathrophyton 1 1 0,067613 0,013963 0,374532 0,456108
Continua
53
Anexo 5. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Miconia sp2 1 1 0,067613 0,009676 0,374532 0,451821
Trigonia cipoensis 1 1 0,067613 0,009646 0,374532 0,451791
Eugenia sonderiana 1 1 0,067613 0,009318 0,374532 0,451464
Miconia sp1 1 1 0,067613 0,008604 0,374532 0,450749
Ossaea congestiflora 1 1 0,067613 0,007621 0,374532 0,449767
Graciellia intermedia 1 1 0,067613 0,006699 0,374532 0,448844
Baccharis serrulata 1 1 0,067613 0,005835 0,374532 0,44798
Ilex Thezans 1 1 0,067613 0,005508 0,374532 0,447653
Syagrus glaucescens. 1 1 0,067613 0,003602 0,374532 0,445747
Lychnophora pinaster 1 1 0,067613 0,002977 0,374532 0,445122
Senna rugosa 1 1 0,067613 0,002977 0,374532 0,445122
Myrcia sp 1 1 0,067613 0,002263 0,374532 0,444408
Lepidaploa lilacina 1 1 0,067613 0,002233 0,374532 0,444378
Anexo 6. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Quadrante 16, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =
densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de
importância (%).
Espécies NI NP DR DoR FR VI
Vellozia epidendroides 303 2 30 58,37089 7,258064 95,62896
Vellozia nivea 107 1 10,59406 13,4153 7,258064 31,26742
Barbacenia sp. 9 7 0,891089 20,00375 2,419355 23,31419
Schefflera macrocarpa 141 3 13,9604 0,021582 7,258064 21,24004
Barbacenia sp. 1 121 7 11,9802 0,117227 5,645161 17,74259
Leiothrix curvifolia 108 1 10,69307 0,33106 6,451613 17,47574
Agarista duartei 32 3 3,168317 0,459334 5,645161 9,272812
Lippia sp. 2 24 1 2,376238 0,003068 4,838709 7,218015
Vochisia sp 19 1 1,881188 0,163016 4,838709 6,882914
Chamaecrista sp. 1 18 4 1,782178 0,002618 3,225806 5,010603
Qualea dichotoma 14 1 1,386139 0,006718 3,225806 4,618663
Richterago polymorpha 8 1 0,792079 1,405757 2,419355 4,617191
Byrsonima cipoenses 13 1 1,287129 0,155062 2,419355 3,861546
Vellozia albiflora 9 1 0,891089 0,492608 2,419355 3,803052
Kielmeyera lathrophyton 3 1 0,29703 0,008391 2,419355 2,724776
Davilla rugosa 3 1 0,29703 0,003664 2,419355 2,720048
Trichogonia villosa 8 3 0,792079 0,002947 1,612903 2,40793
Paepalanthus sp. 3 1 0,29703 1,297367 0,806452 2,400849
Byrsonima crassifolia 12 1 1,188119 0,035931 0,806452 2,030501
Mascagnia sp. 2 4 1 0,39604 0,000614 1,612903 2,009557
Actinocephalus polyanthus 2 2 0,19802 0,990323 0,806452 1,994794
Continua
54
Anexo 6. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Trembleya laniflora 2 1 0,19802 0,166333 1,612903 1,977256
Accara elegans 3 3 0,29703 0,026175 1,612903 1,936108
Giatiananeceae sp. 1 2 1 0,19802 0,105394 1,612903 1,916317
Leiothrix crassifolia 1 1 0,09901 0,877238 0,806452 1,7827
Ouratea semiserrata 5 8 0,49505 0,010223 0,806452 1,311724
Byrsonima pachyphylla 3 6 0,29703 0,142721 0,806452 1,246202
Dyckia sp. 1 1 0,09901 0,336146 0,806452 1,241607
Cyrtopodium sp. 1 1 0,09901 0,254351 0,806452 1,159813
Barbacenia sp. 3 1 1 0,09901 0,22652 0,806452 1,131981
Richaterago sp 3 2 0,29703 0,025488 0,806452 1,128969
Eremanthus glomerulatus 3 1 0,29703 0,017138 0,806452 1,120619
Hyptis complicata 3 1 0,29703 0,014882 0,806452 1,118363
Cuephea pseudovaccinium 3 1 0,29703 0,003473 0,806452 1,106954
Chamaecrista sp. 5 2 1 0,19802 0,075548 0,806452 1,08002
Remijia ferruginea 2 4 0,19802 0,039295 0,806452 1,043767
NI 2 1 0,19802 0,036202 0,806452 1,040674
Leandra sp. 1 2 1 0,19802 0,002341 0,806452 1,006813
tribo heliantheae 1 3 0,09901 0,080798 0,806452 0,98626
Lychnophora sp. 3 1 9 0,09901 0,069717 0,806452 0,975179
Marcetia taxifolia 1 2 0,09901 0,055673 0,806452 0,961134
Cipocereus minensis 1 1 0,09901 0,048063 0,806452 0,953524
Vellozia compacta 1 2 0,09901 0,047444 0,806452 0,952905
Mascagnia sp. 1 1 3 0,09901 0,025366 0,806452 0,930828
Gaylussacia montana 1 1 0,09901 0,009836 0,806452 0,915298
Chamaecrista sp. 4 1 9 0,09901 0,00862 0,806452 0,914081
Myrcia guianensis 1 9 0,09901 0,00507 0,806452 0,910532
Chamaecrista sp. 3 1 6 0,09901 0,002408 0,806452 0,90787
Anexo 7. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre
da área Alto do Palácio, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR
= densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de
importância (%).
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Vellozia albiflora 131 9 9,21886 95,74978 10,11236 115,081
Actinocephalus
polyanthus 1015 13 71,42857 1,324356 14,60674 87,359668
Richterago polymorpha 122 12 8,585503 0,167201 13,48315 22,23585
Oncidium spilopterum 13 5 0,914849 0,965606 5,617977 7,4984319
Richaterago sp2 5 5 0,351865 0,00161 5,617977 5,9714525
Barbacenia magalhaessii 11 4 0,774103 0,534549 4,494382 5,8030334
Continua
55
Anexo 7. Continuação
Espécie NI NP DR DoR FR VI
Vellozia nivea 13 4 0,914849 0,006605 4,494382 5,4158357
Myrsine sp1 8 4 0,562984 0,038209 4,494382 5,0955747
Vochysia rufa 39 2 2,744546 0,093712 2,247191 5,0854487
Leiothrix crassifolia 11 3 0,774103 0,049112 3,370786 4,1940008
Velozia patens 8 2 0,562984 0,713236 2,247191 3,5234106
Barbacenia sp5 3 2 0,211119 0,008469 2,247191 2,4667791
Dyckia sórdida 2 2 0,140746 0,014633 2,247191 2,4025699
Inulopsis sp, 2 2 0,140746 0,004466 2,247191 2,3924026
Mikania luetzelburgii 2 2 0,140746 0,002323 2,247191 2,3902596
Lepidaploa lilacina 2 2 0,140746 0,002021 2,247191 2,3899578
Eugenia punicifolia 2 2 0,140746 0,001104 2,247191 2,3890407
Chaptalia sp 2 2 0,140746 0,000382 2,247191 2,3883189
Barbacenia flava 9 1 0,633357 0,054842 1,123595 1,8117941
Vellozia compacta 8 1 0,562984 0,070036 1,123595 1,7566157
Barbacenia sp2 2 1 0,140746 0,09694 1,123595 1,3612811
Ilex protrata 3 1 0,211119 0,000936 1,123595 1,3356503
Gaylussacia montana 1 1 0,070373 0,082845 1,123595 1,2768138
sp 3 1 1 0,070373 0,010744 1,123595 1,2047126
Spermacoce sp1 1 1 0,070373 0,002559 1,123595 1,1965279
sp 4 1 1 0,070373 0,001883 1,123595 1,1958518
Giatiananeceae sp1 1 1 0,070373 0,000965 1,123595 1,194933
Davilla rugosa 1 1 0,070373 0,000457 1,123595 1,194425
Lippia sp 1 1 0,070373 0,000323 1,123595 1,1942913
Lychnophora sp2 1 1 0,070373 0,000191 1,123595 1,1941595
56
Capitulo 2
Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do Cipó,
Minas Gerais
Artigo formatado segundo as normas da revista Revista Brasileira de Botânica
57
Artigo formatado segundo as normas da revista Revista Brasileira de Botânica
(as tabelas e figuras foram incluídas no texto para melhor compreensão)
Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do Cipó,
Minas Gerais1
GRACIENE DA SILVA MOTA2, YULE ROBERTA FERREIRA NUNES
3,5, GERALDO
WILSON FERNANDES4, MARIA DAS DORES MAGALHÃES VELOSO
3 ,ETIENE SILVA
COUTINHO2
1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor
2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, C. Postal
126, 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil 3 Universidade Estadual de Montes Claros, CCBS, Departamento de Biologia Geral, Laboratório de
Ecologia e Propagação Vegetal, Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, Vila Mauricéia, C.
Postal 126, 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil 4 Universidade Federal de Minas Gerais, ICB/Departamento de Biologia Geral, Laboratório
Ecologia Evolutiva & Biodiversidade, C. Postal 486, 30161-970 Belo Horizonte, MG, Brasil 5 Autor para correspondência: [email protected]
58
RESUMO - (Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do
Cipó, Minas Gerais). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a forma de vida das espécies
lenhosas encontradas em sete áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó (Minas Gerais) e
verificar a influência das variáveis edáficas na distribuição destas espécies. Em cada área foram
distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha, onde foram amostrados
todos os indivíduos lenhosos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram amostrados 9672
indivíduos, distribuídos em 278 espécies. Destas espécies o maior número foi de fanerófitas,
seguido de caméfitas, terófitas, hemicriptófitas e geófita. A frequência e a riqueza de formas de vida
diferiram significativamente entre as áreas. As variáveis edáficas pH, fósforo remanescente,
saturação por base, hidrogênio + alumínio, matéria orgânica e potássio foram os atributos que mais
influenciaram na distribuição das espécies. Os resultados evidenciaram que os aspectos da litologia
e as características do solo determinam a distribuição de formas de vida das plantas nesse ambiente.
Palavras-chave: altitude, campo rupestre, atributos do solo,
ABSTRACT -
(Forms of life and edaphic variables: distribution of woody rupestrian flora in Serra do Cipó,
Minas Gerais State). This study aimed to characterize the life form of woody species found in
seven areas of the rupestrian complex of Serra do Cipó (Minas Gerais) and the influence of edaphic
variables in the distribution of these species. In each area, 13plots of 100 m2 were distributed , with
a total sampling of 0.91 ha, where we sampled all woody plants with diameter at the base of the
stem (DBS) ≥ 1 cm. We sampled 9672 individuals distributed in 278 species. Among these, the
largest number of species was from phanerophytes, followed by chamaephytes, therophytes,
hemicryptophyte and geophyte. The frequency and richness of life
forms differed significantly between areas. The edaphic variables pH, remnant phosphorus, base
saturation, hydrogen + aluminium, organic matter and potassium were the attributes that most
influenced the distribution of species.The results showed that lithological aspects and soil
characteristics determine the distribution of life forms of plants in this environment.
Keywords: altitude, rupestrian field, soil attributes,
59
Introdução
Os campos rupestres geralmente ocorrem em altitudes superiores a 900 m, sobre
afloramentos rochosos, com solos poucos profundos, litólicos, de relevo íngreme e montanhoso,
constituído por um mosaico de habitats bastante diversificado, que propicia uma composição
floristica rica e com muitas espécies endêmicas (Giulietti et al. 2000). Em escala regional, a
vegetação desse ambiente é formada por mosaicos de comunidades, sob o controle da topografia
local, microclima e substrato (Vitta 2002). De acordo com Giulietti et al. (1987), a cobertura vegetal
desses ambientes varia com o estado de decomposição ou deposição do substrato e com a altitude.
A altitude é correlacionada com uma grande variedade de recursos reguladores do
crescimento das plantas, incluindo precipitação e intensidade e qualidade de luz (Huston 1994).
Sendo assim, muitas condições físicas, além das diferenças na temperatura, modificam ao longo de
gradientes altitudinais, mas a temperatura do ar promove maiores efeitos diretos e significativos
sobre muitos processos fisiológicos que ocorrem em plantas (Fritzsons et al. 2008).
As plantas que ocupam ambientes de afloramento rochoso apresentam diferentes formas de
vida, que mostram adaptação ao sobreaquecimento ou a seca, tais como: suculência, esclerofilia,
tricomas ou bainhas de folhas persistentes, para captação de isolamento e acumulação de água, e
tolerância à dessecação, nas plantas chamadas de ressurreição (Porembski & Barthlott 2000). As
plantas podem ser classificadas em diferentes classes de forma de vida, dependendo de suas
semelhanças na estrutura e função (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974, Harrison et al. 2010). As
formas de vida são caracterizadas pela adaptação das plantas a condições ecológicas especificas
(Mera et al. 1999). Foram descritas por Raunkiaer (1934) cinco grandes classes de formas de vida:
fanerófitas, caméfitas, hemicriptófitas, criptófitas e terófitas, caracterizadas de acordo com a
posição e grau de proteção das gemas, que são responsáveis pela renovação do corpo aéreo da
planta no momento da chegada da estação favorável ao crescimento. Segundo Begon et al. (1996)
essa classificação é considerada a explicação mais fundamentada para responder por que as espécies
de plantas co-ocorrem em um mesmo habitat.
60
Dois fatores têm fortes efeitos sobre as plantas: o clima e as condições edáficas. Assim,
diferenças de substrato, topografia e drenagem podem mudar completamente o domínio das formas
de vida (Messias et al. 2011). Estudos sobre interações solo-planta da Serra do Cipó têm sugerido
que o solo é um dos fatores determinantes dos diferentes tipos de fitofisionomias, por serem pobres
em nutrientes e apresentarem pouca espessura (Ribeiro & Fernandes 2000, Fernandes et al. 2007,
Negreiros et al. 2008, 2009). Neste sentido, este trabalho teve como objetivo caracterizar as formas
de vida das espécies lenhosas encontradas em sete áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó
(Minas Gerais) e analisar a influência das variáveis edáficas na distribuição destas espécies. Com
base nisto, pergunta-se: (I) os aspectos florísticos e a freqüência de formas de vida diferem entre as
áreas amostradas?; e (II) quais variáveis físico-químicas do solo influenciam a distribuição das
espécies nessas áreas?
Materiais e Métodos
Área de estudo
O estudo foi desenvolvido na Serra do Cipó, em Minas Gerais, na porção sul da Cadeia do
Espinhaço, a cerca de 100 Km a nordeste de Belo Horizonte (Fig. 1). Abrange os municípios de
Santana do Riacho e Jabuticatubas. O clima da região, de acordo com Köppen (1931), é do tipo
Cwp, ou seja, clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa de 3 a 4 meses no verão
(Galvão & Nimer 1965). As temperaturas médias anuais são em torno de 21,2° C e a precipitação
média anual é de 1.622 mm (Madeira & Fernandes 1999).
61
Figura 1 – Localização geográfica da Serra do Cipó, em Minas Gerais, e indicação dos sítios de
amostragem.
Para este estudo foram definidas sete áreas de amostragem localizadas nos municípios de
Santana do Riacho e Jabuticatubas, em diferentes ambientes e altitudes, denominadas de Rio Cipó,
Usina, Serra Morena, Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio (Fig. 1). As áreas
que apresentaram fitofisionomias associadas a afloramento rochoso e de campo rupestre estavam
localizadas em altitudes mais elevadas, enquanto as áreas ecotonais de cerrado/campo rupestre ou
campo cerrado localizaram-se em altitudes intermediárias e mais baixas (tab. 1). Foi utilizada neste
estudo a terminologia proposta por Ribeiro & Walter (2008) para classificação das fitofisionomias.
62
Tabela 1. Localização e características da vegetação das áreas selecionadas para amostragem do
estrato lenhoso no complexo rupestre da Serra do Cipó, em Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina
(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do
Palácio (AP).
Áreas Coordenadas Altitude
(m)
Densidade*
(ind. ha-1
)
Riqueza* Altura média*
(cm)
Fitofisionomia
RC 19°21'36,2'' S
43°36'25,2'' W
824 1683 117 117,3 Área ecotonal de cerrado rupestre
e campo rupestre
US 19°16'17,8" S
43°36'18,1'' W
977 1422 119 110,3 Área ecotonal de cerrado rupestre
e campo rupestre, presença de
afloramento rochoso e incidência
de fogo no ano 2010 em três
parcelas amostradas
SM 19°15'50,6'' S
43°35'10,3'' W
1001 1201 78 81.79 Área ecotonal de cerrado
rupestre, campo rupestre e
encharcamento em duas parcelas
CE 19°13'56,5'' S
43°34'34,8'' W
1101 1456 84 71,46 Afloramento rochoso e campo
rupestre
PE 19°17'43,0'' S
43°33'17,4'' W
1255 1479 94 60,95 Afloramento rochoso e campo
rupestre, encharcamento em duas
parcelas amostradas
Q16 19°17’49,6” S
43°35'28,2" W
1303 1010 48 23,81 Afloramento rochoso e campo
rupestre
AP 19°16'59,3'' S
43°32'08,9'' W
1420 1421 29 20,51 Campo rupestre
* Fonte: Mota et al. 2012
Amostragem da vegetação
Em cada área, foi demarcado um transecto de 250 m, onde foram plotadas 13 parcelas de
100 m2 (10 m × 10 m), distantes 10 m entre si, totalizando uma amostragem total de 0,91 ha. Nas
parcelas, todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com DAS (diâmetro a altura do solo) maior ou
igual a 1 cm foram inventariados e marcados com plaquetas de alumínio numeradas, sendo ainda
registrados o nome da espécie, o DAS e altura. De todas as espécies amostradas, fez-se coleta de
material vegetal, que foi identificado através de consultas a especialistas, uso de literatura
especializada e comparações com as exsicatas existentes no Herbário da Universidade Federal de
Minas Gerais (BHCB). Posteriormente, este material foi incorporado, como material-testemunho,
ao acervo do Herbário Montes Claros (HMC), da Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES). A classificação das espécies em famílias foi feita de acordo com o sistema do
Angiosperm Phylogeny Group III (APG III 2003).
63
Formas de vida
Foram consideradas, nesta análise, apenas as principais classes de formas de vida, segundo
Raunkiaer (1934): (i) fanerófitas: plantas com gemas vegetativas situadas acima de 25 a 50 cm,
geralmente são arbustos ou árvores; (ii) caméfitas: plantas com gemas vegetativas no sistema aéreo,
acima da superfície do solo, algumas tem como característica vários eixos caulinares lenhosos; (iii)
hemicriptófitas: plantas com gemas vegetativas ao nível do solo, frequentemente protegidas por
escamas, bainhas ou folhas; (iv) terófitas: vegetais que vivem apenas uma estação de crescimento; e
(v) geófitas: plantas com gemas vegetativas no sistema subterrâneo. As lianas foram incluídas na
classe fanerófitas. Para a construção dos espectros biológicos, para cada espécie, foi atribuída uma
única classe de forma de vida. A frequência de cada espécie foi ponderada pelo número de parcelas
em que a espécie foi amostrada (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974).
Caracterização das variáveis ambientais
Para verificar se o espectro de forma de vida é influenciado por variáveis ambientais locais,
foi caracterizado o solo através de análise física e química. Para isso foi coletada uma amostra
composta do solo superficial (0-20 cm de profundidade) de 500 g em cada parcela de 100 m2. Cada
amostra foi constituída de cinco sub-amostras, sendo uma coletada no centro e as outras quatro nos
vértices da parcela. Todo o material coletado foi armazenado em sacos plásticos e identificado. As
análises químicas e textuais das amostras foram feitas no Laboratório de Análise de Solo, do
Instituto de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Minas Gerais, seguindo o protocolo da
Embrapa (1997). As variáveis do solo obtidas foram: pH em água (pH), teores de potássio (K),
fósforo (P-Mehlic), fósforo remanescente (P-rem), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al),
hidrogênio + alumínio (H+Al), soma de bases (SB), saturação por bases (V), capacidade de troca
catiônica efetiva (t), saturação por alumínio (m), capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (T), matéria
64
orgânica (MO), e proporções de areia grossa (2 a 0,2 mm), areia fina (0,2 a 0,05 mm), silte (0,05 a
0,02mm) e argila (< 0,02mm).
Análise de dados
Para detectar diferenças na riqueza e frequências de formas de vida entre as áreas foi feita
Análise de Variância – ANOVA e o pós-teste de Tukey, a 5% de probabilidade, e, anteriormente às
análises, foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para detectar a normalidade dos dados (Zar
1996). Para análise de similaridade dos espectros de forma de vida entre as áreas, empregou-se uma
análise de agrupamento (Cluster Analysis) das áreas, com base nas espécies identificadas, sobre a
matriz básica de abundância das espécies amostradas.
Para determinar as relações entre as espécies e as variáveis edáficas foi empregada a análise
de correspondência canônica (CCA) (Ter Braak 1987), utilizando o programa PCORD for Windows
versão 4.14 (McCune & Mefford 1999). A matriz principal consistiu das espécies por parcelas e a
matriz de variáveis ambientais incluiu, inicialmente, 18 variáveis quantitativas fisíco-químicas do
solo. No entanto, após a execução de uma CCA preliminar, 14 dessas variáveis mostraram-se muito
pouco correlacionadas ou redundantes e foram excluídas da análise final. A CCA final foi
processada com quatro variávies mais representativas (fósforo remanescente, saturação por base,
Hidrogênio + alumínio, Potássio, Matéria orgânica e pH) e fortemente relacionadas com os eixos de
ordenação. Foi utilizado o teste de permutação de Monte Carlo (Ter Braak 1998) para testar a
significância o modelo.
Resultados
Foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 269 espécies e 10 morfoespécies
(anexo). Destas espécies, 140 (53,24%) foram consideradas fanerófitas, 56 (20,15%) caméfitas, 51
(18,35%) terófitas, 31 (11,14%) hemicriptófitas e uma (0,35%) geófita. A forma de vida
65
hemicriptófita foi a mais abundante, com 3855 indivíduos, seguida das fanerófitas (3412), terófitas
(1466), caméfitas (938) e geófita (1).
As espécies identificadas foram distribuídas em 159 gêneros, onde 89 (32,07%) foram
considerados fanerófitos, 34 (21,38%) caméfitos, 31(19,49%) terófitos, nove (5,66%)
hemicriptófitos e um (0,62%) geófito. Os gêneros mais ricos (tab. 2), Byrsonima, Kielmeyera,
Miconia, Guapira e Myrcia, que também estão entre os mais abundantes nas áreas Rio Cipó, Usina
e Serra Morena, determinaram a maior frequência da forma de vida fanerófita nessas áreas.
Enquanto que, nos sítios Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, os gêneros mais
ricos e entre os mais abundantes (Actinocephalus, Vellozia, Paepalanthus, Barbacenia e Dyckia)
são representantes da maior frequência da forma de vida hemicriptófita. Microlicia, Chamaecrista e
Lychnophora foram os gêneros mais ricos e mais abundantes nas áreas Rio Cipó, Usina, Serra
Morena, Cedro e Pedra do Elefante, sendo que essa dominância foi responsável pela frequência das
caméfitas nessas áreas. Por outro lado, o gênero mais rico (Lippia) na área Usina, também um dos
mais abundantes, foi responsável pela frequência de terófita nesta área. Já os gêneros mais
abundantes Aulonemia, Lippia, Leiothrix, Aspilia e Richterago foram responsáveis pela maior
frequência de terófitas nas áreas Serra Morena, Cedro e Pedra do Elefante.
66
Tabela 2. Gêneros e espécies mais abundantes das espécies lenhosas amostradas em sete áreas de
diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais.
Área Gêneros + abundantes Espécies + abundantes
Rio Cipó Byrsonima (204) Lychnophora pinaster (180)
Lychnophora (180) Byrsonima verbascifolia (162)
Actinocephalus (146) Actinocephalus polyanthus (146)
Neea (180) Neea Thifera (108)
Heteropterys (75) Heteropterys byrsonimifolia (75)
Roupala (72) Roupala montana (72)
Miconia (65) Aspidosperma tomentosum (61)
Usina Lippia (115) Dalbergia miscolobium (92)
mascagnia (96) Lippia sp. (85)
Dalbergia (92) mascagnia sp. 1 (77)
Kielmeyera (91) Guapira graciliflora (73)
Palicoura e Guapira (73) Palicourea rigida (74)
Byrsonima (65) Davilla rugosa (61)
Davilla (61) Byrsonima intermedia (59)
Serra Morena Paepalanthus (200) Paepalanthus bromelioides (200)
Myrcia (93) Leiothrix crassifolia (90)
Leiothrix (90) Lychnophora pinaster (90)
Lychnophora (90) Myrcia guianensis (74)
Guapira (87) Paepalanthus sp. (63)
Neea (6) Neea Thifera (62)
Erythroxylum (50) Erythroxylum deciduum (48)
Cedro Actinocephalus (352) Actinocephalus polyanthus (352)
Vellozia (276) Vellozia nivea (212)
Paepalanthus (140) Paepalanthus argenteus (110)
Acritopappus(102) Acritopappus longifolius (102)
Lychnophora pinaster (63) Lychnophora pinaster (63)
Lychnophora (63) Velozia epedendroides (60)
Myrsine (44) Myrsine umbellata (44)
Pedra do Elefante Vellozia (543) Vellozia nivea (366)
Aspilia (113) Vellozia albiflora (121)
Paepalanthus (102) Aspilia jolyana (113)
Actinocephalus (55) Paepalanthus polyanthus (102)
Richterago (54) Actinocephalus polyanthus (55)
Byrsonima (51) Richterago polymorpha (54)
Cambessedesia (32) Vellozia epidendroides (53)
Quadrante 16 Vellozia (441) Vellozia epidendroides (303)
Schefflera (141) Schefflera macrocarpa (141)
Barbacenia (131) Barbacenia sp. 1 (121)
Leiothrix (109) Leiothrix curvifolia (108)
Agarista (32) Vellozia nivea (107)
Byrsonima (28) Agarista duartei (32)
Lippia (24) Lippia sp. 2 (24)
Alto do Palácio Actinocephalus (1015) Actinocephalus polyanthus (1015)
Vellozia (160) Vellozia albiflora (131)
Richaterago (127) Richterago polymorpha (122)
Vochysia (39) Vochysia rufa (39)
Barbacenia (25) Oncidium spilopterum (13)
Oncidium (13) Vellozia nivea (13)
Leiothrix (11) Barbacenia magalhaessii (11)
67
As espécies Byrsonima verbascifolia, Neea theifera, Heteropterys byrsonimifolia, Roupala
montana, Aspidosperma tomentosum, Myrcia guianensis, Miconia albicans, Davilla rugosa,
Dalbergia miscolobium, Palicourea rigida, Byrsonima intermedia, Kielmeyera rubriflora,
Erythroxylum deciduum, Guapira venosa e Guapira graciliflora estão entre as dez de maior
abundância e contribuíram para a maior riqueza de formas de vida fanerófita nas áreas Rio Cipó,
Usina e Serra Morena (Tab. 2). Richterago polymorpha, Lippia sp. Acritopappus longifolius estão
entre as dez espécies mais abundantes e contribuíram para a frequência de caméfitas nas áreas
Usina, Cedro, Pedra do Elefante e Quadrante 16. Já as espécies Vellozia nivea, Vellozia albiflora e
Actinocephalus polyanthus estão entre as dez mais abundantes e contribuíram para a frequência de
hemicriptófitas nas áreas Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio.
A frequência e a riqueza de formas de vida diferiram significativamente entre as áreas (gl =
6; F = 1,42 P < 0,001, n = 91; gl = 6; F = 7,49, P < 0,001, n = 91; respectivamente). Em relação à
frequência (Fig. 2a), houve um elevado número de fanerófitas nas áreas de menor altitude, como o
Rio Cipó, Usina e Serra Morena, comparadas com as áreas de maiores altitudes, Cedro, Pedra do
Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, que apresentaram maior número de hemicriptófitas. Já a
riqueza (Fig. 2b), nas áreas de menores altitudes (Rio Cipó, Usina e Serra Morena) as fanerófitas
foram predominantes, enquanto que o número de espécies hemicriptófitas nas áreas Cedro, Pedra do
Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, de maiores altitudes, foi baixo.
68
Figura 2. Média da frequência (A) e da riqueza (B) de formas de vidas das espécies lenhosas
amostradas em sete áreas de vegetação rupestre na Serra do Cipó, MG. CAM = caméfitas; FAN =
fanerófitas; TER = terófitos; HEM = hemicriptófitos; GEO = geófitos; RC = Rio Cipó; US = Usina;
SM = Serra Morena; CE = Cedro; PE = Pedra do Elefante; Q16 = Quadrante 16; e AP = Alto
Palácio.
Em relação à similaridade de formas de vida entre as áreas (Fig. 3), foram formados dois
grandes grupos: o primeiro composto das áreas: Usina, Serra Morena e Rio Cipó; e o segundo pelas
áreas: Quadrante 16, Pedra do Elefante e Cedro, sendo as duas últimas áreas as mais similares entre
si. Entretanto, a área Alto do Palácio diferiu das outras áreas de amostragem, mostrando a maior
dissimilaridade.
69
Figura 3. Dendrograma de similaridade (cluster analysis) de formas de vida entre sete áreas de
vegetação rupestre na Serra do Cipó, MG. RC =- Rio Cipó; US = Usina; SM = Serra Morena; CE =
Cedro; PE = Pedra do Elefante; Q16 = Quadrante 16; e AP = Alto Palácio.
As diferentes áreas também foram segregadas na CCA (fig. 4). Os autovalores (eigenvalues)
dos dois primeiros Eixos do diagrama da CCA foram 0,46 (eixo1) e 0,37 (eixo 2), explicando 3,8%
e 3,0%, respectivamente, da variância total dos dados. Os dois autovalores foram baixos para os
dois eixos, o que significa que os gradientes são curtos, ou seja, com baixa substituição de espécies
no gradiente formado. Por outro lado, as correlações espécie-ambiente foram altas em ambos os
eixos: 0,865 (eixo 1) e 0,811 no (eixo 2). Além disso, o teste de Monte Carlo mostrou que a
abundância de espécies foi significativamente correlacionada com os atributos do solo (p < 0,05).
70
Figura 4. Diagrama de ordenação da análise de correspondência canônica (CCA) com a
distribuição do número de indivíduos de 278 espécies amostradas nas 91 parcelas (100 m2) em sete
áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó, MG, e a correlação com as variáveis: pH em água
(pH), fósforo remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL),
Potássio (K) e matéria orgânica (MO).
A forma de organização das parcelas de acordo com a abundância de espécies (Fig. 4)
mostrou que no eixo 1 houve a formação de três grupos. O primeiro, da esquerda para a direita,
composto pela maioria das parcelas das áreas Usina, Cedro e Pedra do Elefante, o segundo grupo
formado por parcelas do Alto do Palácio e algumas do Quadrante 16. Já o terceiro grupo foi
representado pela maioria da Serra Morena e algumas da Usina. No eixo 2, houve a formação de
dois grupos, um com todas as parcelas do Rio Cipó e o outro com parcelas da Pedra do Elefante.
As correlações internas entre as variáveis ambientais e os dois primeiros eixos de ordenação
(Tab. 3) mostraram que as variáveis ambientais correlacionadas positivamente ao Eixo 1 foram pH
e saturação por base e negativamente foi o hidrogênio + alumínio e matéria orgânica. Já no Eixo 2,
foi correlacionado positivamente com o fósforo remanescente e negativamente com o potássio.
71
Tabela 3. Análise de correspondência canônica da abundância de 278 espécies amostradas em 91
parcelas (100 m2), em um complexo rupestre da Serra do Cipó, MG. Os valores representam as
correlações internas (intraset) entre as variáveis ambientais e os dois primeiros eixos de ordenação e
a matriz de correlações ponderadas entre as variáveis ambientais. pH em água (pH), fósforo
remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL), potássio (K) e
matéria orgânica (MO).
Correlações
internas
Variáveis ambientais
Variáveis ambientais Eixo 1 Eixo 2 pH P rem K H + Al V MO
pH 0,572 0,105
P REM 0,207 0,865 0,099
K 0,285 -0,870 -0,003 -0,552
H + Al -0,728 -0,562 -0,339 -0,638 0,284
V 0,818 0,389 0,391 0,493 -0,012 -0,834
MO -0,735 -0,546 -0,326 -0,676 0,326 -0,705 -0,705
Ao ordenar as espécies com as variáveis ambientais através da CCA (Fig. 5), observou-se
que as espécies Leandra sp. 1, Pseudotrimezia recuvata, Cipocereus minensis, Drosera tomentosa,
Chromolaena chaseae, Leiothrix curvifolia e Trembleya parviflora, apresentaram relação positiva
com fósforo remanescente. Em outro extremo, as espécies Psidium sp., Zanthoxylum rhoifolium,
Salacia crassifolia e Myrcia tomentosa foram fortemente correlacionadas com potássio. Já Syagrus
pleiocada, Lychophora sellowii, Declieuxia fruticosa, Rourea induta, Ouratea semiserrata e
Pouteria ramiflora correlacionaram-se com o hidrogênio + alumínio e matéria orgânica. Enquanto
que, Qualea multiflora, Hirtella glandulosa, Neea theifera, Agonandra brasiliensis, Sabicea
brasiliensis, Roupala montana, Enterolobium gummiferum, Erythroxylum suberosum e
Stryphnodendron obovatum correlacionaram-se positivamente com pH.
72
Figura 5. Diagrama de ordenação da análise de correspondência canônica (CCA) com a
distribuição do número de indivíduos de 278 espécies amostradas nas 91 parcelas (100 m2) de sete
áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó, MG, e a correlação com as variáveis: pH em água
(pH), fósforo remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL),
potássio (K) e matéria orgânica (MO).
Nas análises dos componentes do solo entre as áreas (Tab. 4), o pH variou e foi
significativamente maior nas áreas de menores altitudes Rio Cipó, Usina e Serra Morena, quando
comparado com as áreas de maiores altitudes (Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio).
Assim, nas áreas de menores altitudes o solo pode ser considerado moderadamente ácido e nas de
maiores altitudes fortemente ácidos (Meurer 2007). Além disto, os teores de fósforo (P-Mehlich) e
potássio (K) não variaram entre as áreas Rio Cipó e Pedra do Elefante e diferiram das demais. Já os
teores de hidrogênio + alumínio (H+Al) não variaram entre as áreas Usina, Cedro e Pedra do
Elefante. Enquanto que, o teor de matéria orgânica não variou entre as áreas Usina e Cedro e entre
as áreas Rio Cipó, Serra Morena e Quadrante 16. A porcentagem de saturação por bases (V) variou
73
entre as áreas Serra Morena e Quadrante 16, mas não diferiu entre as áreas Usina, Cedro, Pedra do
Elefante e Alto do Palácio.
74
Tabela 4. Comparação das propriedades do solo entre as sete áreas de amostragem do componente lenhoso do complexo rupestre da Serra do Cipó,
Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina (US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do Palácio (AP); pH
em água (pH), teores de potássio (K), fósforo (P-Mehlich), fósforo remanescente (P-rem), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), hidrogênio +
alumínio (H+Al), soma de bases (SB), saturação por bases (V), capacidade de troca catiônica efetiva (t), saturação por alumínio (m), capacidade de
troca catiônica a pH 7,0 (T), matéria orgânica (MO), e proporções de areia grossa (2 a 0,2 mm), areia fina (0,2 a 0,05 mm), silte (0,05 a 0,02mm) e
argila (< 0,02mm).
Variáveis edáficas RC US SM CE PE Q16 AP ANOVA/Kruskal-Wallis
F/ X2 p
pH em H2O 5.15 ± 0.08a 5.05 ± 0.07
a 5.19 ± 0.06
a 4.99 ± 0.05
b 4.81 ± 0.11
c 4.74 ± 0.17
c 4.7 ± 0.08
c 4.52 <0.001
P - Mehlich (mg.kg-1
) 2.92 ± 0.81a 1.16 ± 0.32
b 1.16 ± 0.32
b 1.15 ± 0.32
b 2.71 ± 0.75
a 1.07 ± 0.31
b 2.38 ± 0.66
a 8.9 <0.001
P rem (mg.L-1
) 32.60 ± 0.83b 30.30 ± 1.37
bc 32.81 ± 1.81
b 29.14 ± 1.58
c 24.86 ± 1.92
d 39.04 ± 1.21
a 33.90 ± 2.62
b 6.42 <0.002
K+ (mg.kg
-1) 49.45 ± 3.89
a 31.66 ± 2.80
b 30.08 ± 4.90
bc 33.06 ± 2.60
b 41.15 ± 5.45
a 15.26 ± 0.69
d 25.06 ± 3.82
c 8.19 <0.003
Ca++
(cmolc.dm-3
) 0.25 ± 0.02a 0.2
b 0.2
b 0.21 ± 0.01
b 0.22 ± 0.02
ab 0.2
b 0.29 ± 0.03
a 30.16 <0.004
Mg++
(cmolc.dm-3
) 0.15 ± 0.01a 0.1
b 0.1
b 0.11 ± 0.01
b 0.1
b 0.1
b 0.17 ± 0.02
a 40.53 <0.005
Al (cmolc.dm-3
) 1.43 ± 0.07bc
1.69 ± 0.21b 1.62 ± 0.22
bc 1.87 ± 0.12
b 2.47 ± 0.24
a 1.29 ± 0.12
c 2.66 ± 0.24
a 7.68 <0.006
H + Al (cmolc.dm-3
) 1.95 ± 0.13b 5.09 ± 0.70
a 2.47 ± 0.36
b 5.87 ± 0.62
a 5.87 ± 0.58
a 2.04 ± 0.16
b 5.90 ± 0.47
a 50 <0.007
SB (cmolc.dm-3
) 0.53 ± 0.03a 0.38 ± 0.001
c 0.38 ± 0.01
c 0.40 ± 0.02
b 0.42 ± 0.02
b 0.34 ± 0.001
d 0.52 ± 0.05
a 25.39 <0.008
t (cmolc.dm-3
) 1.97 ± 0.09c 2.07 ± 0.21
b 2.00 ± 0.23
b 2.27 ± 0.13
b 2.90 ± 0.25
a 1.63 ± 0.12
d 3.18 ± 0.25
a 7.93 <0.009
m (%) 72.65 ± 1.07c 78.67 ± 2.49
b 74.41 ± 1.35
c 82.01 ± 0.76
a 84.04 ± 1.53
a 78.09 ± 1.43
b 82.81 ± 1.69
a 6.04 <0.010
T (cmolc.dm-3
) 2.49 ± 0.14b 5.47 ± 0.71
a 2.85 ± 0.37
b 6.27 ± 0.64
a 6.29 ± 0.59
a 2.38 ± 0.16
b 6.41 ± 0.47
a 50 <0.011
V - saturação por bases (%) 21.92 ± 1.11a 8.75 ± 1.24
c 15.10 ± 1.24
b 7.04 ± 0.68
c 7.39 ± 0.73
c 14.92 ± 0.87
b 8.55 ± 0.87
c 30.77 <0.012
MO (dag.kg-1
) 3.51 ± 0.14c 5.04 ± 0.48
b 3.57 ± 0.41
c 5.59 ± 0.48
b 6.90 ± 0.65
a 3.56 ± 0.21
c 6.90 ± 0.58
a 10.98 <0.013
Areia grossa (dag.kg-1
) 17.85 ± 1.08a 4.18 ± 0.68
d 17.65 ± 1.48
a 4.88 ± 0.45
d 12.80 ± 1.09
b 18.14 ± 1.50
a 9.35 ± 1.41
c 27.95 <0.014
Areia fina (dag.kg-1
) 62.77 ± 1.01f 72.59 ± 1.17
d 67.12 ± 1.66
e 81.13 ± 1.21
a 75.66 ± 0.97
c 73.69 ± 1.52
cd 78.49 ± 1.27
b 25.31 <0.015
Silte (dag.kg-1
) 11.52 ± 0.69a 12.46 ± 1.20
a 8.15 ± 0.77
b 5.54 ± 0.40
cd 6.00 ± 0.51
c 5.00 ± 0.46
d 7.85 ± 0.58
b 45.5 <0.016
Argila (dag.kg-1
) 7.85 ± 0.53b 10.78 ± 0.36
a 7.08 ± 0.66
b 8.46 ± 0.79
b 5.54 ± 0.33
c 3.17 ± 0.30
e 4.31 ± 0.21
d 47.42 <0.017
75
Discussão
As espécies, com formas de vida fanerófitas e caméfitas, foram as mais representativas nesse
estudo, sendo geralmente bem representadas nos campos rupestres brasileiros quartzíticos
(Conceição & Giulietti 2002, Conceição & Pirani 2005, Alves & Kolbek 2009, Conceição & Pirani
2007), graníticos (Caiafa & Silva 2005), ferruginosos (Mourão & Stehmann 2007, Jacobi et al 2007,
Jacobi & Carmo 2008) e nefelina-sienitos (Ribeiro et al. 2007). A dominância da forma de vida
fanerófita nesses ambientes pode ser explicada pela profundidade do solo, ocorrência de fissuras nas
rochas que permitem o enraizamento de espécies mais altas e também pelos níveis mais elevados de
alguns nutrientes nesses microhabitats (Vincent & Meguro 2008). Além disso, os arbustos
fanerófitos presentes em afloramentos rochosos, geralmente possuem folhas esclerófilas e podem
extrair água do solo seco, em baixo potencial hídrico (Messias et al. 2011). Os elevados custos para
o crescimento são então compensados ao longo dos anos e a capacidade fotossintética é baixa
devido a alta resistência do mesófilo para difusão do CO2 (Lloyd et al. 1992). Por outro lado, as
caméfitas foram bem representadas e ocorrem em maior quantidade por serem bem adaptadas a
estes ambientes, uma vez que, na época de condições climáticas desfavoráveis (inverno; estação
seca) suas gemas encontram-se protegidas ao nível do solo e/ou pelas escamas e folhas (Caiafa &
Silva 2005).
As terófitas também foram encontradas em menor proporção no espectro biológico de outros
afloramentos rochosos do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais (Meirelles et al.1999, Ribeiro &
Medina 2002, Conceição & Pirani 2005, Jacobi et al. 2007, Ribeiro et al. 2007). Segundo Harrison
et al. (2010), terófitas dominam geralmente alguns dos ambientes mais secos e mais frios do mundo,
no entanto, para Messias et al. (2011), as condições desfavoráveis em afloramentos rochosos não
são suficientes para beneficiar a estratégia das terófitas. Conforme Ribeiro et al. (2007), essa forma
de vida pode ser pouco expressiva devido a uma combinação de curtos períodos de crescimento e
pequena entrada de nutrientes em superfícies rochosas, que impedem a rápida germinação e
crescimento. Na área da Usina, por exemplo, a maior riqueza da forma de vida terófita reforça esse
76
fato, pois, possivelmente nessa área, após o fogo, teve a entrada de nutrientes limitantes como o
fósforo para o estabelecimento e crescimento dessas espécies anuais, como encontrado por Ribeiro
(2002) em um levantamento da vegetação após fogo em um sítio no Rio de Janeiro.
De acordo com Caiafa & Silva (2005), as hemicriptófitas são apropriadas para sobreviverem
nos ambientes de campos rupestres, uma vez que nas épocas de condições climáticas desfavoráveis
(inverno; estação seca) suas gemas encontram-se protegidas pelas escamas ou folhas secas da
estação anterior. Entretanto, foi encontrada baixa riqueza desta forma de vida, principalmente nas
áreas de baixa altitude (Rio Cipó, Usina e Serra Morena). Provavelmente, este fato deve-se aos
diferentes fatores locais, como disponibilidade de água e nutrientes, e profundidade dos solos, que
agem sobre o estabelecimento dos indivíduos (Ribeiro & Walter 2008).
As diferenças observadas para frequência de formas de vida entre as áreas podem ser
evidenciadas pela dominância de algumas espécies. Segundo Haridsan (2005), espécies de maior
densidade e dominância em áreas de cerrado rupestre são as que apresentam menores concentrações
foliarias de nutriente. Essa menor exigência nutricional atribui vantagens competitivas sobre as
demais, possibilitando seu bom desenvolvimento e estabelecimento em solos pobres como o do
complexo rupestre estudado.
A baixa similaridade entre as áreas Serra Morena, Usina e Rio Cipó e a maior similaridade
entre as áreas de Cedro e Pedra do Elefante, pode está associada com a proximidade destes sítios
com fitofisionomias vizinhas e características microtopográficas semelhantes, relacionada com as
características do solo, como acidez, espessura e quantidade de nutrientes. As áreas Serra Morena,
Usina e Rio Cipó são áreas ecotonais de cerrado e campo rupestre e de menores altitudes e
apresentaram a mesma faixa de pH, e as áreas Cedro e Pedra do Elefante são áreas de afloramentos
rochosos e de altitude intermediária e não diferiram quanto aos teores de hidrogênio e alumínio (H
+ AL), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (T) e teor de matéria orgânica
(MO). Por outro lado, a área Alta do Palácio diferiu de todas as outras, possivelmente por ser uma
área típica da fitofisionomia de campo rupestre e de maior altitude. Além disso, o solo do Alto do
77
Palácio apresenta maiores teores de micronutrientes (cálcio, magnésio e fósforo), de silte e de
saturação por alumínio. As várias condições físicas, além da temperatura, modificam ao longo de
gradientes altitudinais (Nunes et al. 2008). Portanto, a altitude está correlacionada com uma grande
variedade de recursos reguladores do estabelecimento das plantas, incluindo precipitação, variações
climáticas e características do solo (Huston 1994, Fritzsons et al. 2008). De acordo com Callaway et
al. (2002), nas altitudes mais elevadas, a temperatura, o vento ou a instabilidade do solo podem
limitar mais o crescimento de plantas, do que a disponibilidade de recursos.
As variáveis edáficas pH, fósforo remanescente, saturação por base, hidrogênio + alumínio,
matéria orgânica e potássio foram os atributos que mais influenciaram na distribuição das espécies e
na formação de agrupamentos das parcelas e, consequentemente, das áreas estudadas. Deste modo,
a ordenação das espécies em função das variáveis ambientais parece indicar concentrações de
espécies em habitats preferenciais, em função do gradiente de acidez e fertilidade do solo.
Assim, este resultado evidencia que o solo é um dos fatores reponsaveis pela variedade de
habitats (Vargas & Hungria 1997). As interações entre os fatores ambientais, como o solo, e as
respectivas respostas das espécies, resultam em uma heterogeineidade ambiental que determina a
formação de um mosaico de habitats (Huston 1994). A identificação dos grupos de espécies
amostradas indica que as áreas estudadas possuem variações na composição e na abundância de
espécies. As espécies com formas de vida fanerófitas e caméfitas foram as mais abundantes nas
áreas estudadas. Não só os aspectos da litologia, mas a altitude e as características do solo
influenciam na distribuição das espécies nesses ambientes.
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Anexo. Lista das famílias e espécies arbóreo-arbustivas amostradas em sete áreas no complexo
rupestre da Serra do Cipó, e suas respectivas ocorrências. Rio Cipó (RC); Usina (US); Serra Morena
(SM); Cedro (CE); Pedra do Elefante (PE); Quadrante dezesseis (Q16); Alto Palácio (AP); formas
de vida (FV); o número de registro (voucher) do herbário Montes Claros (HMC); TER (Terófita);
FAN (Fanerófita); CAN (Caméfitas); HEM (Hemicriptófitas) e GEO (Geófitas).
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
ACANTHACEAE
Ruellia villosa (Nees) Lindau. TER
X X X X
2602
ANACARDIACEAE
Anacardium occidentale L. FAN X
X
2392
Tapirira guianensis Aubl. FAN X X
2493
ANNONACEAE
Annona cornifolia A. St.-Hil. FAN X
X X
2395
Annona crassiflora Mart. FAN X
X
2396
Duguetia furfuraceae (St. Hil.) FAN X
X
2427
APOCYNACEAE
Alamandra sp. 1 FAN
X
2509
Aspidosperma tomentosum Mart. FAN X
2397
Hancornia speciosa Gomes FAN X X
X
2441
Himatanthus lancifolius (Müll. Arg.) Woodson FAN
X
2556
ASCLEPIADACEAE
Oxypetalum strictum Mart. TER X
2863
AQUIFOLIACEAE
Ilex conocarpa Reiss. FAN
X
X
2656
Ilex protrata & Pirani FAN
X 2326
Ilex sp. FAN
X
X
2560
Ilex Thezans Mart. ex Reissek FAN
X
2657
Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.)
Frodin
X X X X X X
2695
ARECACEAE
Allagoptera campestris (Drude) O. Kuntze. FAN
X
2510
Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. FAN
X X X X
2610
Syagrus pleiocada Burret. FAN
X
2772
ASTERACEAE
Acritopappus longifolius (Gardner) R.M. King &
H. Rob. TER
X
X
2505
Aspilia jolyana G.M. Barroso TER
X X
2621
Asteraceae sp. 1 TER X
2398
Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King &
H.Rob. TER
X
2622
Baccharis axillaris DC. det. G.M. Barroso TER X X
X
2513
Baccharis dentata (Vell) G.M. TER X X
X
2514
Baccharis elaeagnoides Steud. ex Baker TER X X X X X
2515
continuação
84
Anexo Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. TER
X
X
2516
Chaptalia sp. TER
X 2320
Chromolaena chaseae (B. L. Rob.) King. & Rob. TER
X
X X
2531
Dasyphyllum reticulatum (DC) Cabrera CAM
X
X X
2542
Echinocoryne schwenkiifolia (Mart. ex DC.) H.
Rob. TER X X X
X
2547
Echinocoryne sp. HEM
X
2738
Eremanthus glomerulatus Less. FAN X X X X
X
2739
Eremanthus mattogrossensis Kuntze FAN X
X
2432
Eupatorium perfoliatum L. TER
X X X
2550
Gochnatia polymorpha (Less) FAN X
2437
Graciellia intermedia R. M. King & H. Roob. TER
X
X
2552
Inulopsis sp. TER
X 2327
Lepidaploa lilacina (Mart. ex DC.) H. Rob. TER
X
X 2328
Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob. TER X X
2453
Lessingianthus linearifolius (Less.) H.Rob. TER
X
2749
Lessingianthus sp. TER
X X
2750
Lessingianthus sp. 1 TER
X
2666
Lychnophora pinaster Mart. CAM X X X X X
2668
Lychnophora sp. TER
X 2330
Lychnophora sp. 1 CAM X
X X
2455
Lychophora Sellowii Sch Bip CAM
X
2670
Mikania luetzelburgii Mattf. TER
X
X X
X 2679
Porophyllum sp. TER X X
2476
Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M.
King & H. Rob. TER
X
X
2764
Richaterago sp. TER
X
2379
Richaterago sp. 2 TER
X 2333
Richterago polymorpha (Less.) TER X X X X X X X 2766
Richterago sp. 1 TER
X
2600
Stenocline sp. TER
X
2700
Symphyopappus reticulatus Baker. TER
X
X X
2702
Tribo heliantheae Cassini TER
X
X
2614
Trichogonia villosa Sch.Bip. TER X X
X X
2615
Vernonanthura phephorica (Vell.) H. Rob. TER X X
X
2618
BIGNONIACEAE
Arrabidaea sp. 1 FAN
X X
2512
Anemopaegma sp. FAN X
2394
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos FAN X
X
2442
Jacaranda rugosa A.H.Gentry FAN
X
2658
Zeyhera montana Mart. FAN X
2503
Mansoa sp. FAN
X
2830
BROMELIACEAE
Dyckia sordida Bker HEM
X 2322
Dyckia sp. HEM
X
X X
2360
Dyckia sp. 1 HEM
X X
2645
Continuação
85
Anexo Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Dyckia sp. 2 HEM
X
2646
Encholirium sp. HEM X
2429
CACTACEAE
Cipocereus minensis (Werderm.) F.Ritter FAN
X
2356
Cipocereus sp. FAN
X
2532
CARYOCARACEAE
Caryocar brasiliensis Camb. FAN X
2413
CELASTRACEAE
Salacia crassifolia (Mart.) CAM
X X
2603
CLUSIACEAE
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. FAN X
X
2447
Kielmeyera lathrophyton Saddi FAN X X X X X X
2561
Kielmeyera rubriflora Chb. FAN X X
X
2562
Kielmeyera speciosa St. Hil. FAN X
2450
COMBRETACEAE
Terminalia glabrescens Mart. FAN X
2494
CONNARACEAE
Rourea induta Planch. FAN X X
2483
CRYSOBALANACEAE
Hirtella glandulosa Spreng. FAN X
2444
CYPERACEAE
sp. 1 TER X
2864
DILENIACEAE
Davilla rugosa Poir. FAN X X X X
X X 2425
DROSERACEAE
Drosera tomentosa A.St.-Hil. var. FAN
X
2643
ERICACEAE
Agarista duartei (Sleumer) Judd FAN
X
X
2345
Agarista sp. FAN
X
2788
Gaylussacia montana (Pohl) Sleumer. FAN
X X X 2362
ERIOCAULACEAE
Actinocephalus polyanthus (Bong) HEM X X X X X X X 2315
Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. TER
X X
X X 2367
Leiothrix curvifolia (Bong.) Ruhl. TER
X
2368
Paepalanthus argenteus var. argenteus HEM
X
2761
Paepalanthus bromelioides Silveira HEM
X X
2842
Paepalanthus geneculatus (Bong.) Kunth HEM
X
2762
Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth HEM
X
2686
Paepalanthus sp. HEM
X X
X
2376
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. FAN X
X X X
2433
Erythroxylum nummularia Peyer FAN
X
2650
Erythroxylum tortuosum Mart. FAN
X
2814
Erythroxylum suberosum Mart. FAN X X X
2434
Euphorbiaceae sp. FAN
X
2551
continuação
86
Anexo. Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Manihot tripartita Müll. Arg. FAN
X
2571
Maprounea guianensis Aubl. FAN X
2457
Sapium glandulatum (Vell.) Pax FAN
X
2769
FABACEAE CAESALPINIOIDEAE
Chamaecrista orbiculata (Benth.) Irwin &
Barneby Var. CAM X
2415
Chamaecrista desvauxii var. CAM
X
X
2525
Chamaecrista ochnaceae (Vogel) Irwin &
Barneby. CAM
X
2865
Chamaecrista sp. 1 CAM X X X X X X
2526
Chamaecrista sp. 2 CAM
X
X
2527
Chamaecrista sp. 3 CAM
X
2353
Chamaecrista sp. 4 CAM
X
2354
Chamaecrista sp. 5 CAM
X
X
2528
Chamaecrista sp. 6 CAM
X
X
2529
Chamaecrista sp. 7 CAM
X
2866
Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne FAN X X X
2445
Senna glandulosa var. CAM
X
2605
Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby CAM X
X
2486
Senna velutina (Vog.) I. & B. CAM
X
2867
Tachigali aurea Tul. FAN X
2492
FABACEAE FABOIDEAE
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev FAN X X
2390
Andira vermifuga Mart. ex Benth. FAN X
2393
Bowdichia virgilioides Kunth FAN X X
2404
Cratylia sp. FAN X X
X X
2421
Dalbergia miscolobium Benth. FAN X X X X X
2424
Machaerium opacum Vogel FAN X
2456
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. CAM
X
2845
Swartzia macrostachya Bent. var. FAN X
2491
FABACEAE MIMOSOIDEAE
Calliandra depauperata Benth. CAM X
2411
Calliandra dysantha Benth. CAM X X
2412
Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. TER X
X
2430
Mimosa sp. CAM X
2466
Plathymenia reticulata Benth. FAN X X
2475
Stryphnodendron obovatum Benth CAM X X X
2490
GENTIANACEAE
Giatiananeceae sp. CAM
X X 2363
IRIDACEAE
Pseudotrimezia recurvata Ravenna. TER
X
2688
LAMIACEAE
Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley TER X X
2446
Hyptis complicata A St. - Hill ex Benth. TER
X
X X X
2559
Hyptis sp. TER
X
2822
Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. TER
X
2824
continuação
87
Anexo. Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
sp. 4 TER
X 2868
LAURACEAE
Lauraceae sp. FAN
X
2564
Ocotea langsdorffii (meisn.) Mez. FAN
X
X X
2589
LOGANIACEAE
Strychnos pseudoquina A.St.-Hil. FAN X
2489
Antonia ovata Pohl var. CAM
X
2717
LYTRACEAE
Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. &
Hook. FAN
X X
2535
Cuephea pseudovaccinium A. St-Hil CAM
X
X X X
2537
Cuphea engrata Cham & Schetde CAM
X
2538
Diplusodon orbicularis Koehne CAM X X X
X
2545
Lafoensia pacari A.St.-Hil. FAN X
2451
MALPHIGHIACEAE
Byrsonima cipoenses Mamade FAN
X
2349
Byrsonima coccolobifolia H.B.K. FAN X
X
2406
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth FAN X X X
X X
2407
Byrsonima intermedia A. Juss. FAN X X X X X
2408
Byrsonima pachyphylla Griseb. FAN X
X X X X
2409
Byrsonima vacciniifolia A.Juss. FAN
X
2629
Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss FAN X
X
2410
Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. FAN X X X X
2443
Mascagnia sp. 1 FAN X X X X X X
2458
Mascagnia sp. 2 FAN X X X
X X
2459
Peixotoa tomentosa A. Juss. FAN X
2474
Psidium sp. FAN
X
2847
Banisteriopsis parviflora (A.Juss.) B.Gates. FAN X
2402
MALVACEAE
Sida sp. CAM X
2869
MELASTOMATACEAE
Cambessedesia corymbosa Mart. & Schr. ex DC. CAM
X
2630
Cambessedesia sp. FAN
X
2523
Clidemia urceolata DC. CAM X X
2419
Comolia sp. 1 CAM X
2420
Lavoisiera macrocarpa Naudin CAM
X
X
2565
Lavoisiera subulata Triana. CAM X
X
2452
Leandra aurea Cogn. CAM
X
2748
Leandra sp. 1 CAM
X
2366
Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) DC. FAN
X X X X X
2572
Miconia albicans (Sw.) Triana FAN X
X
X
2460
Miconia alborufescens Naud. FAN
X X
2753
Miconia coralina Spring. FAN
X
X
2575
Miconia crassifolia Triana FAN X
2461
Miconia ferruginata DC. FAN X X X
X
2576
continuação
88
Anexo. Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Miconia irwinii Wurdack FAN
X
2755
Miconia sp. 1 FAN
X
2677
Miconia sp. 2 FAN X
X
2678
Miconia tristis Spring FAN
X
2756
Microlicia avicularis Mart. CAM
X
2757
Microlicia hirticalyx CAM X
2464
Microlicia sp. 2 CAM
X
2577
Microlicia sp. 3 CAM
X
2578
Microlicia sp. 4 CAM
X
2579
Microlicia taxifolia Naudin CAM X
2465
Ossaea congestiflora Cogn. FAN
X
X
2840
Tibouchina sp. FAN X
X
2495
Tibouchina sp. 2 FAN X
X
2496
Trembleya laniflora Cogn. FAN
X X
2704
Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. FAN
X
2613
MORACEAE
Brosimum gaudichaudii Trécul FAN X
2405
MYRSINACEAE
Cybianthus glaber A. DC. FAN X X
2422
Myrsine sp. 1 FAN
X 2331
Myrsine umbellata Mart FAN X X X X X
X 2470
MYRTACEAE
Accara elegans (DC) Landrum. CAM
X
2343
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg CAM X X X
2403
Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg CAM X X
X
2417
Chpomanesia pubescens (DC.) O. Berg CAM
X
2729
Eugenia punicifolia (Kunth) DC FAN
X
2815
Eugenia sonderiana O.Berg FAN X
X
X 2436
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. FAN X X X X X X
2467
Myrcia lasiantha DC. FAN X X
2468
Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. FAN
X
2583
Myrcia sp. FAN
X
X
2584
Myrcia sp. 1 FAN
X
2585
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC FAN X
X
2837
Psidium pohlianum Berg FAN
X
2846
Eugenia dysenterica DC. FAN X
2435
NYCTAGINACEAE
Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell FAN X X X
2438
Guapira noxia (Netto) Lund FAN X
X
2654
Guapira venosa (Choisy) Lundell FAN X
X X
2440
Neea theifera Oerst. FAN X X X X
2471
OCHNACEAE
Ouratea semiserrata (Mart.) Engl. FAN
X X X X X
2590
OPILIACEAE
Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. FAN X
2391
continuação
89
Anexo. Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
ORCHIDACEAE
Cyrtopodium sp. HEM X X
X
2423
Oncidium spilopterum Lindley. HEM X
2332
PENTAPLYLACACEAE
Ternstroemia alnifolia Wawra. FAN
X
2775
PERACEAE
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. FAN
X
2592
POACEAE
Aulonemia effusa (Hack.) McClure. TER
X
2870
PROTEACEAE
Roupala montana Aubl. FAN X
X X X
2482
RUBIACEAE
Chomelia sericea Müll. Arg. CAM
X
2530
Chomelia sp. CAM
X
2633
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze. FAN
X
2801
Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze FAN
X X
X
2802
Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.)
Kuntze FAN
X X
2641
Diodia mello-barretoi-Standel CAM
X
2544
Remijia ferruginea (Saint-Hilaire) DC. FAN
X X X
2378
Sabicea brasiliensis Wernham. CAM X X X X X
2694
Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. CAM X X X
X
2487
Spermacoce sp. TER
X
2608
Spermacoce sp. 1 TER
2337
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. FAN X
X
X 2497
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium Lam FAN
X
2871
SALICACEAE
Casearia sylvestris Sw. FAN X
X
2414
SAPOTACEAE
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk FAN
X
2872
Pouteria torta (Mart.) Radlk. FAN X X
2477
SIPARUNACEAE
Siparuna reginae (Tul.) FAN X
2488
SYMPLOCACEAE
Symplocos lancifolia Sieb. et Zucc. CAM
X X
2774
Trigonia cipoensis Fromm & E.Santos CAM
X
2706
VELLOZIACEAE
Barbacenia flava Mart. HEM
X X
2316
Barbacenia magalhaessii L. B. SM HEM
X 2317
Barbacenia sp. HEM
X X 2346
Barbacenia sp. 1 HEM
X
2347
Barbacenia sp. 2 HEM
2318
Barbacenia sp. 3 HEM
X X 2348
Barbacenia sp. 4 HEM
X
2517
continuação
90
Anexo. Continuação
Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher
Barbacenia sp. 5 HEM
2319
NI HEM
X X 2873
Vellozia albiflora Pohl. HEM X
X
X X
2338
Vellozia compacta Mart. ex Schult. f. HEM
X X 2339
Vellozia epidendroides Mart. ex Schult. HEM
X X X X 2708
Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. HEM X X X X X X
2340
Vellozia stipitata L.B.Sm. & Ayensu HEM
X
X X
X 2617
Vellozia variabilis Mart. ex Schult. & Schult. HEM
X
2874
Velozia patens L. B. SM & Ayense HEM
2341
VERBENACEAE
Aegifila sellowiana Cham. TER
X
2507
Lippia sp. TER
X X X X
2567
Lippia sp. 1 TER
X
X 2568
Lippia sp. 2 TER
X
X
2875
Lippia sp. 4 TER
X
2569
Lantana sp. TER
X
X
2876
VOCHYSIACEAE
Qualea dichotoma (Mart.) Warm. FAN X X
X X
2597
Qualea multiflora Mart. FAN X X
2598
Qualea parviflora Mart. FAN X
2480
Vochisia sp. FAN
X
2389
Vochysia elliptica Mart. FAN
X
2619
Vochysia pygmaea Bong. FAN
X X X
2776
Vochysia rufa Mart. FAN X
2502
MORFOESPÉCIES
sp. 1 FAN
X
2856
sp. 3 TER
2335
sp. 5 TER
X
2607
sp. 6 TER
X
2699
sp. 7 TER X 2877
91
Conclusão Geral
A flora lenhosa rupestre da Serra do Cipó apresenta alta diversidade de espécies e elevada
riqueza florística. Sendo que foi encontrada grande variação na riqueza nas diferentes áreas
amostradas, com a maior riqueza e diversidade nas áreas de menor altitude Rio Cipó, Usina e Serra
Morena e menor nas áreas de maior altitude Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante dezesseis e Alto
do Palácio.
Nas áreas de menores altitudes Rio Cipó, Usina e Serra Morena foram encontradas a maior
frequência e abundancia de espécies com forma de vida fanerófitas e nas outras de maiores altitudes
a forma de vida com maiores frequência foi à hemicriptófitas. Já a ordenação das espécies em
função das variáveis ambientais parece indicar concentrações de espécies em habitats preferenciais.
A identificação dos grupos de espécies amostradas formados sugere que as áreas estudadas possuem
variações na composição de espécies.
Desta forma, foi possível observar que a complexidade, resultante das variações da
topografia, do solo e do clima, relacionadas ou não com o gradiente altitudinal e as formações
vegetacionais adjacentes, contribuem para a formação de uma flora diversa e dissimilar quanto a
floristica e similar quanto as formas de vida entre áreas próximas em uma mesma cadeia de
montanhas.
92
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
(Processo nº 558250/2009-2 – PELD - Projeto Bioindicares para Avaliação do efeito de Mudanças
Climáticas Globais em Montanhas Tropicais) e pela consessão de bolsa (PIBIC) para N. M. Mota.
A CAPES pela concessãode bolsa ao primeiro autor. Y.R.F. Nunes agradece a FAPEMIG pelo
apoio (CRA-PPM-00504-10). Aos funcionários do Parque Nacional da Serra do Cipó e a
UNIMONTES pelo apoio logístico. Aos estagiários do Labóratorio de Ecologia e Propagação
vegetal pelo auxilio no trabalho de campo e confecção das exsicatas. Ao Dr. Rubens Manoel dos
Santos (UFLA), à Dra. Rosana Romero (UFU), à Dra. Maria Candida H. Mamede (IBT), ao Dr.
Marcos Sobral (UFSJ), ao Msc. Daniel Negreiros (UFMG), à Ana Claudia (UFMG), à Mariana
Augsten (UFMG), ao Matheus Martins (UFVJM) e à Priscila Pimenta Hoffmann (UFMG) pela
identificação do material botânico.
93
Anexos
Anexo 1: Aspectos da área Rio Cipó (RC), Parque nacional da Serra do Cipó (MG)
94
Anexo 2: Aspectos da área Usina (US), Serra do Cipó (MG)
Anexo 3: Aspectos da área Serra Morena (SM), Serra do Cipó (MG)
95
Anexo 4: Aspectos da área Cedro (CE), Serra do Cipó (MG)
Anexo 5: Aspectos da área Pedra do Elefante (PE), Serra do Cipó (MG)
96
Anexo 6: Aspectos da área Quadrante dezeseis, Serra do Cipó (MG)
Anexo 7: Aspectos da área Alto Palácio, Serra do cipó (MG)