greves e lutas insurgentes

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  • 7/24/2019 Greves e Lutas Insurgentes

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    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEINSTITUTO DE FILOSOFIA E CINCIAS HUMANASPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM HISTRIA

    Greves e luts !"sur#e"tes$ %!st&r! ' AIT e s (r!#e"s '(s!"'!)l!s*( rev(lu)!("+r!(

    Selmo Nascimento da Silva

    Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao emHistria da Universidade Federal Fluminense paraobteno do ttulo de Doutor em HistriaOrientao Prof Dr !ar"elo #adar !attos

    $iteriFevereiro% &'()

    (

  • 7/24/2019 Greves e Lutas Insurgentes

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    *elmo $as"imento da *ilva

    Greves e luts !"sur#e"tes$ %!st&r! ' AIT e s (r!#e"s '(s!"'!)l!s*( rev(lu)!("+r!(

    Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Histria daUniversidade Federal Fluminense para obteno do ttulo de Doutor

    em Histria sob a orientao do Prof Dr !ar"elo #adar !attos

    ,")$

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    Prof Dr !ar"elo #adar !attos ,orientador UFF.

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    Prof/ Dr/ 0irgnia Fontes ,UFF.

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    Prof Dr 1ndre2 3ordeiro Ferreira ,UFF45.

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    &

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    Fevere!r(./0

    FICHA CATALOGR1FICA

    6

    *7801% *elmo $as"imento da

    Greves e lutas insurgentes9 a :istria da 17T e as origens dosindi"alismo revolu"ion;rio% $iteri% &'()

    &&< p 9 il= 6' "m

    Tese de doutorado% apresentada ao Programa de Ps-Graduaoem Histria% da Universidade FederalFluminense > 73HF Dep de Histria

    Orientador9 !attos% !ar"elo #adar

    ( 17T & Greves 6 3ons"i?n"ia de "lasse @ #aAuninismo

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    AGRADECIMENTOS

    1gradeo ao meu professor orientador% !ar"elo #adar !attos por a"eitar o desafio de me

    orientar

    1o Programa de Ps-graduao em Histria da UFF eu agradeo a disponibilidade e a

    "ompreenso ao a"eitar a prorrogao dos praBos% sem esse a"eite o trabal:o no teria sido

    "on"ludo

    1os professores Cue a"eitaram a tarefa de avaliar meu trabal:o% deio aCui o meu mais

    profundo agrade"imento1gradeo a min:a famlia% *r 8uiB !ariano ,meu pai.% *r/ 5osefa $as"imento ,min:a me.%

    5osE $as"imento ,meu irmo. e duarda 3astil:o ,min:a "un:ada. *em o "arin:o de vo"?s no

    teria superado todas as difi"uldades dos ltimos anos

    1gradeo a Fla2anne 4uBia% "ompan:eira fiel% amorosa% dedi"a% a mul:er mais in"rvel Cue

    ; "on:e"i *em a sua presena esse "amin:o no teria sido "on"ludo

    1os "olegas e amigos do $"leo de studos do Poder agradeo os debates teri"os

    aprofundados Cue permitiram aprofundar os temas aCui debatidos

    Por fim% agradeo ao lutadores e lutadoras do povo% aCueles Cue mar"aram a :istria% mas

    prin"ipalmente aos anInimos Cue so a prova vida de Cue o trabal:o E insurgente

    @

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    RESUMO

    O obetivo da presente tese E a analise das diferentes "on"epJes e pr;ti"as polti"as das "orrentes e

    tend?n"ias do movimento sindi"al oper;rio europeu do sE"ulo K7K Cue atuaram na "onstruo dos

    movimentos grevistas daCuele perodo e "onvergiram para a organiBao da 1sso"iao

    7nterna"ional do Trabal:adores a 17T fundada em (L)@ 1 pesCuisa est; "entra nos "ongressos da

    17T% Genebra (L))% 8ausana (L)M% #ruelas (L)L% #asileia (L)N% "onfer?n"ia de 8ondres (LM( e o

    3ongresso de Haia de (LM& $esses "ongressos o "onunto das "orrentes e tend?n"ias do movimento

    sindi"al da Epo"a% mutualistas% trade-unions% "oletivistas% baAuninistas e maristas% debateram e

    entraram em "onflito pelo entendimento de Cuais seriam os mel:ores "amin:os e estratEgias do

    movimento Para identifi"ar a vitalidade e o dinamismo dessas "on"epJes e pr;ti"as em disputa% a

    an;lise de tr?s movimentos grevistas% a dubla greves dos oper;rios da "onstruo "ivil de Genebra%

    de (L)N% a greve dos mineiros de 3reusot% de (LM'% e a greve geral espan:ola de (LM&

    Plvrs-)%ves$ 17T greves "ons"i?n"ia de "lasse - baAuninismo - sindi"alismo

    revolu"ion;rio

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    A,STRACT

    T:e aim of t:is t:esis is t:e anal2sis of t:e different "on"eptions and "urrent politi"al pra"ti"es and

    trends in t:e uropean labor union movement of t:e nineteent: "entur2 :o orAed in t:e

    "onstru"tion of striAe movements of t:e period and "onverged on t:e organiBation of t:e

    7nternational orAing !enQs 1sso"iation - t:e 17T as founded in (L)@ t:e resear": is "entered in

    t:e "ongresses of t:e 71% Geneva (L))% 8ausanne (L)M% #russels (L)L #asel (L)N 8ondon"onferen"e in (LM( and t:e Hague 3ongress of (LM& in t:ese meetings all t:e "urrent trends and t:e

    labor movement of t:e time% mutual % trade unions% "olle"tives% #aAuninists and !arists% debated

    and "ame into "onfli"t b2 understanding :at are t:e best a2s and movement strategies To

    identif2 t:e vitalit2 and d2namism of t:ese "on"epts and pra"ti"es in dispute% t:e anal2sis of t:ree

    striAers movements% dubs striAes b2 "onstru"tion orAers Geneva% (L)N% t:e striAe 3reusot miners%

    (LM'% and t:e *panis: general striAe (LM&

    2e34(r's9 17T - striAes - "lass "ons"iousness - #aAuninism - revolutionar2 s2ndi"alism

    )

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    SUM1RIO

    Greves e luts !"sur#e"tes$ %!st&r! ' AIT e s (r!#e"s '( s!"'!)l!s*( rev(lu)!("+r!(

    I"tr('u56(

    C78tul( I$O lu#r ' %!st&r! ' AIT " %!st(r!(#r9!$ u* "+l!se )r8t!):::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::;

    (( 1 :istria da 17T(&(6

    C78tul( II$A %!st&r! '(s ve")!'(s$ 9u"'56( ' AIT "( )!)l( 'e luts '(s tr

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    I"tr('u56(

    O obetivo da presente pesCuisa E a analise das diferentes "on"epJes e pr;ti"as polti"as das

    "orrentes e tend?n"ias do movimento sindi"al oper;rio europeu do sE"ulo K7K Cue atuaram na

    "onstruo dos movimentos grevistas daCuele perodo e "onvergiram para a organiBao da

    1sso"iao 7nterna"ional do Trabal:adores a 17T fundada em (L)@

    1 pesCuisa est; "entra nos "ongressos da 17T% Genebra (L))% 8ausana (L)M% #ruelas (L)L%

    #asileia (L)N% "onfer?n"ia de 8ondres (LM( e o 3ongresso de Haia de (LM& $esses "ongressos o

    "onunto das "orrentes e tend?n"ias do movimento sindi"al da Epo"a% mutualistas% trade-unions%

    "oletivistas% baAuninistas e maristas% debateram e entraram em "onflito pelo entendimento de Cuais

    seriam os mel:ores "amin:os e estratEgias do movimento

    Para identifi"ar a vitalidade e o dinamismo dessas "on"epJes e pr;ti"as em disputa% a

    an;lise de tr?s movimentos grevistas% a dubla greves dos oper;rios da "onstruo "ivil de Genebra%

    de (L)N% a greve dos mineiros de 3reusot% de (LM'% e a greve geral espan:ola de (LM&

    1 presente pesCuisa est; fundamentada em dois tipos de referen"ias teri"as $o Cue

    denominamos de teoria geral esto agregados dois mEtodos de an;lise% a dialEti"a serial e o

    materialismo so"iolgi"o ,Cue "onuntamente "onformam a abordagem "oletivista em "i?n"ias

    so"iais.% Cue possuem os fundamentos epistemolgi"os da interpretao e epli"ao dos

    fenImenos so"iais e :istri"os ssa teoria tem teses e "on"eitos sobre as relaJes

    natureBa>so"iedade% sobre a origem e fun"ionamento do stado e sobre e"onomia polti"a $o Cuedenominamos de teorias parti"ulares temos tr?s "onuntos de abordagens de obetos e temas Cue

    agregamos sob as seguintes designaJes9 (. o 7r()essul!s*( dire"ionado espe"ialmente para o

    estudo das estruturas so"iais e "ulturais da polti"a e e"onomia% bem "omo das relaJes

    natureBa>so"iedade= &. ( 7(7ul!s*( %!st&r!)( J%!st(r!)!s*( 7(7ulrK uma so"iologia e :istria

    vista de baio% do protagonismo do povo trabal:ador e eplorado nos a"onte"imentos so"iais e

    polti"os% tomando "omo obeto movimentos so"iais e sindi"alismo% relaJes e pro"essos de trabal:o

    no "ampo e na "idade.= 6. su

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    Cue a e"onomia "apitalista E "entrada na epropriao% eplorao e no desenvolvimento de suas

    prprias "ontradiJes= o stado e a ideia e"onImi"a de stado so baseadas na ideia de

    "entraliBao e autoridade e por isso tem uma funo estrutural de dominao% independentemente

    das formas de governo e regimes polti"os Por fim% o stado e o *istema "onomi"o s podem ser

    "ompreendidos na sua sErie de relaJes% na sua totalidade bem "omo suas "ontradiJes einstituiJes parti"ulares ssas premissas permitem Cue pensamos a realidade :istri"o-so"ial de

    forma "rti"a% interpretando e epli"ando as "ondiJes de dominao e libertao

    Outras abordagens "onvergentes em aspe"tos parti"ulares ,viso materialista% "rti"a da

    dominao e eplorao % viso dos pro"essual da realidade. so a"ionadas para "ampos espe"fi"os

    de investigao $o supomos uma identidade% ou re"on:e"imento mtuo entre autores "omo

    membros de Res"olasS $a realidade supomos apenas Cue os autores tem "onverg?n"ias

    signifi"ativas Cue faBem "om Cue "ontribuam para o estudo de temas parti"ulares% por meio demEtodos% "on"eitos ou :ipteses 8ogo o pro"essualismo% o populismo :istri"o e o substantivismo

    polti"o signifi"am essa agregao por "onverg?n"ia de posi"ionamentos "rti"os

    O 7r()essul!s*(E uma abordagem da so"iologia% da antropologia polti"a% da antropologia

    e"olgi"a e da antropologia simbli"a O pro"essualismo foi uma reao "rti"a aos paradigmas das

    "i?n"ias so"iais "entrados na ideia de ordem% "omo o positivismo% o estruturalismo e o

    fun"ionalismo e tendeu e epli"itar o "onflito e as "ontradiJes so"iais% bem "omo interao entre o

    lo"al e o mundial *o obetos de estudo os sistemas polti"os e territrio% o nvel lo"al da polti"a%

    os rituais% a relao entre natureBa% "ultura e te"nologia% tendo desenvolvido uma "rti"a sistem;ti"a

    do saber "olonial% do etno"entrismo e do ra"ismo $esse "ampo esto autores "omo Georges

    Gurvit":% !a Glu"Aman George #alandier% 0i"tor Turner% 5ulian *teard% 7mannuel allernstein%

    FredriA #art:% Pablo G 3asanova% 5oo Pa":e"o de Oliveira Fil:o O 7(7ul!s*( %!st&r!)(E um

    posi"ionamento so"iolgi"o e :istoriogr;fi"o !ars:al *:alins falou em uma de suas obras Cue as

    :istrias vistas de baio eram RpopulistasS% no sentido peorativo 1Cui retomamos o ideia de uma

    so"iologia e :istria vista de baio e todas as diferentes abordagens Cue valoriBam o protagonismo

    popular nos pro"essos :istri"os e sua agen"ia so"iopolti"a para es"rita e "ompreenso da :istria

    O populismo :istri"o E ento uma forma de visibiliBar os saberes e papel dos grupos subalternos%

    dos trabal:adores% mul:eres% povos% minorias do "ampo e da "idade stas abordagens foram

    desenvolvidas no estudo "rti"o da es"ravido% dos trabal:adores% do movimento oper;rio e das

    mul:eres% dos "amponeses e dos grupos populares em geral $esse "ampo esto "olo"ados autores

    "omo FranB Fanon% H:omi #bab:a e *2ed H 1lata% Ga2atri 3:aAravort2 *pivaA% dard *aid%

    5ames *"ott% !i":el Fou"ault% 3onrnelius 3astoriais% 1lan #i:r O su

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    formalismo na analise da e"onomia tendia a tomar as "ategorias e"onImi"as "omo naturais% "omo

    formas universais do pensamento :umano e bus"ava en"ontrar essas "ategorias em todas as

    so"iedades na :istria arl Polan2i formulou uma "rti"a apresentou a abordagem substantivista%

    Cue signifi"ava Cue o invEs de supor a universalidade das "ategorias universais deveramos observar

    "omo as "ategorias estavam embebidas nas estruturas so"iais e "omo seu signifi"ado substantivo,"on"reto. era parti"ular% espe"fi"o dessa estrutura so"ial ,das relaJes de "lasse% da "ultura. $esse

    sentido% empregamos um pro"edimento an;logo9 "onsideramos o stado e as polti"as pbli"as

    "omo "ategorias no universais% e "omo elas podem ser mel:or "ompreendidas no somente por

    meio de sua ra"ionalidade interna% mas da organiBao so"ial da polti"a pbli"a% "onsiderando os

    diferentes pro"essos e ra"ionalidades polti"as $esse sentido autores os autores de refer?n"ia so

    Peter Gurevit":% Georges Gurvit": % arl Polan2i e !i":el Fou"ault

    ('

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    C78tul( IO lu#r ' %!st&r! ' AIT " %!st(r!(#r9!$ u* "+l!se )r8t!)

    De p, vitimas da fome!De p, famlicos da terra!

    Da ideia a chama j consomeA crosta bruta que a soterra.Cortai o mal bem pelo fundo!

    De p, de p, no mais senhores!e nada somos neste mundo,

    ejamos tudo, oh produtores!ugEne Pottier% Hino da 1sso"iao 7nterna"ional dos Trabal:adores% (LM(

    Fundada em (L)@% a 1sso"iao 7nterna"ional dos Trabal:adores ,17T.% tambEm "on:e"ida

    "omo Primeira 7nterna"ional ou simplesmente a 7nterna"ional% E "onsiderada pelos estudiosos emilitantes a mais importante eperi?n"ia de organiBao interna"ional de toda a :istria de luta dos

    trabal:adores na so"iedade "apitalista 1pesar da sua relevn"ia polti"a e :istri"a% a 17T E pou"o

    "on:e"ida no #rasil% so raros os estudos sobre sua :istria e seu desenvolvimento% do mesmo Cue

    so pou"as as publi"aJes brasileiras sobre sua :istria

    Durante muito tempo% as prin"ipais refer?n"ias bibliogr;fi"as para os estudantes%

    pesCuisadores e militantes brasileiros formam obras gerais sobre o so"ialismo ou sobre o marismo%

    "omo as publi"aJes portuguesas dos volumes da"istria #eral do socialismo% organiBadas pelo5a"CueB DroB% "uas primeiras ediJes so de do final dos anos de (NM'% e das ediJes brasileiras

    dos volumes da"istria do mar$ismo% organiBadas pelo ri" Hobsbam% "uas primeiras ediJes

    so do in"io dos anos de (NL' 1lEm dos do"umentos da 17T publi"ados na "oleo %bras

    escolhidas de arl !ar e Friedri": ngels e dos artigos de !iA:ail #aAunin na obra ocialismo

    libertrio% publi"ada em (NMN% sendo essa ltima uma publi"ao Cuase des"on:e"ida $ovas

    publi"aJes s o"orreram mais re"entemente 1 ditora 7magin;rio% dedi"ada Vs publi"aJes do

    "ampo libert;rio% publi"ou em &''@ a obra "istria do movimento operrio revolucionrio%

    organiBada pelo duardo 3olombo% em &''N publi"ou a primeira parte do primeiro dos Cuatro

    tombos da obraA internacional& documentos e recorda'(es% do anarCuista suo 5ames Guillaume(%

    e em &'(@ publi"ou uma "oletnea de artigos do so"ialista fran"?s #enoWt !alon&% sob o ttulo deA

    ( 5ames Guillaume ,(L@@-(N(). foi um anarCuista de origem inglesa radi"ado na *ua% era professor !embrofundador da seo no 8o"le% *ua% militou na Fraternidade e na 1liana 7nterna"ional da Demo"ra"ia *o"ialistaDepois da "iso da 17T% em (LM&% parti"ipa da fundao da Federao do 5ura e no in"io do sE"ulo KK aproima-seda 3GT fran"esa

    & 1 #enoWt !alon ,(L@(-(LN6. foi um so"ialista fran"?s Cue defendeu as teses "oletivistas no interior da 17T% eraornalista !embro da seo parisiense da 17T% foi uma das lideranas durante a 3omuna de Paris ,(LM(.% depois da

    derrota da 3omuna foi eilado na *ua onde parti"ipou da Federao do 5ura aps a "iso da 17T% em (LM& 3om aanistia dos communardem (LL' retornou para a Frana% onde se filia ao Partido Oper;rio Fran"?s% liderado pelo

    ((

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    )nternacional& sua histria e seus princ*pios $o "ampo marista% as ontologias % mar$ismo e os

    sindicatos% organiBada por Paulo 1guena% publi"ada pela editora *undermann em &''L% e%

    espe"ialmente% +rabalhadores, uni-vos! & antolo#ia pol*tica da ) )nternacional % organiBada pelo

    !ar"ello !usto% publi"ada em &'(@ pela editora #oitempo% forne"eram importantes tetos e

    do"umentos da 17Tsse levantamento mostra no s Cue as publi"aJes sobre a 17T so pou"as no #rasil% mas

    tambEm Cue so bem demar"adas em dois "ampos9 o marista e suas vertentes% "omo a marista-

    leninista e so"ial-demo"rata% e o anarCuista e suas vertentes% "omo a libert;ria% baAuninista e anar"o-

    "omunista

    1s publi"aJes sobre a 7nterna"ional "omearam ainda na dE"ada de (LM'% no auge da

    organiBao $a bibliote"a virtual fran"esa Galliga en"ontram-se disponveis diversas obras es"ritas

    naCuele perodo ssas obras podem ser denominadas de as Robras :istri"asS e in"luem% alEm da ;"itada obra de #enoWt !alon% os seguintes ttulos9Association )nternationale des +ravailleurs et

    la #rve #enevoise, en mars-avril /010%de 5ean-P:ilippe #e"Aer, publi"ada em(L)N=Association

    )nternationale des +ravailleurs, section rouennaise& de son r2le dans les circonstances actuelles% de

    rnest 0aug:an e mile 1ubr2% publi"ada em (LM'= Association )nternationale des +ravailleurs%

    publi"ada em (LM'% ee livre bleu de l)nternationale% publi"ada em (LM(%)nternationale3 son

    role depuis le 4 septembre5%publi"ada em (LM(% e)nternationale et le jacobinisme au ban de

    l6urope% publi"ada em (LM&% todas de Os"ar Testut= "istoire de l)nternationale% de 5a"Cues

    Populus% publi"ada em (LM(= Association internationale des travailleurs& son ori#ine, son

    or#anisation, ses mo7ens daction, son but et son r2le dans les insurrections% de 4obert de !ass2%

    publi"ada em (LM(=e ocialisme et l)nternationale% de mmanuel #elliard% publi"ada em (LM(%

    Association )nternationale des +ravailleurs% de rnest douard Fribourg% publi"ada em (LM(%

    "istoire de l)nternationale, de dmond 0illetard% publi"ada em (LM&% ea proscription fran'aise

    en uisse 8/09/-9:;% de 1ristide 3laris% publi"ada em (LM&

    ntre obras :istri"as desta"am-se as Cuatro obras de Os"ar Testut% um opositor da

    organiBao dos trabal:adores% "uos livros tin:am o obetivo de avisar aos governos e Vs "lasses

    dominantes o perigo Cue a 17T representava para a ordem vigente9 R$ous affirmons Cue "Qest

    lQ7nternationale Cui a provoCuE et sus"itE la guerre "ivile Cui ensanglante auourdQ:ui les rues de

    notre "apitale% et nous ne "raignons pas dQ?tre dEmentiS ,T*TU% (LM(b9 (6. 1pesar de sua

    abordagem rea"ion;ria% a obra de Testut se tornou uma das mais importantes refer?n"ias sobre a

    :istria da 17T dmond 0illetard% assim "omo Testut% est; entre os :istoriadores de origem

    "omunista 5ules Guesde% mas aps o ra":a promovido pelos Rpossibilistas fran"esesS% ele adere% untamente "omPaul #rousse e 5ean 1llemane% V Federao dos Trabal:adores *o"ialistas da Frana

    (&

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    burguesa Cue se dedi"aram a es"rever a :istria da 17T

    ntretanto% rnest 0aug:an% mile 1ubr2% 5ean-P:ilippe #e"Aer% 4obert de !ass2%

    mmanuel #elliard% rnest douard Friboug% 1ristide 3laris% alEm de #enoWt !alon% eram

    membros ativos da 17T e do movimento oper;rio europeu *endo assim% se untam a Proud:on%

    8ouise !i":el% !ar% ngels e #aAunin% e tantos outros militantes Cue se dedi"aram a "onstruiruma :istria do movimento oper;rio europeu do sE"ulo K7K

    1 narrativa das lutas e das organiBaJes oper;rias es"rita pela prpria militn"ia dos

    movimentos de trabal:adores ser; uma "ara"tersti"a importante e mar"ante da :istria oper;ria%

    "onforme afirma ri" Hobsbam%

    a :istria oper;ria E por tradio um tema altamente politiBado% e durantemuito tempo foi feita em grande parte fora das universidades ,X. 1 maiorparte dos :istoriadores da "lasse oper;ria% Cuer fossem ou viessem a ser

    tornar a"ad?mi"os ou no% originou-se de dentro% ou de ;reas primas dosmovimentos oper;rios ,HO#*#1!% &''

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    as publi"aJes de (LM& do tambEm fran"?s e militante "oletivista% #enoWt !alon ,(L@(-(LN6.

    1mbos parti"iparam da primeira 3omisso respons;vel pela direo do bureau de Paris% "omo era

    "on:e"ida a seo de Paris da 7nterna"ional% ao lado de Henri Tolain 6e de ugZne 0arlin@ Fribourg

    era oper;rio gravador% Cue teve Cue abandonar o movimento oper;rio em (L)L% por o"asio das

    perseguiJes ao bureau de Paris% enCuanto !alon era ornaleiro% foi uma das lideranascommunard% sendo obrigado ao elio durante a reao "ontra a 3omuna de Paris ,(LM(.

    *obre a :istria da 7nterna"ional% es"reveu Fribourg9

    5e tiens V "e CuQon sa":e bien Cue amais un esprit :onn?te nQa pu "on"evoirla pensEe de donner naissa"e V une so"iEtE Rde guerre et de :aineS et V bienfaire "onstater Cue lQ:istoire de lQ7nternationale se divise en deu parties9 V lapremiZre pEriode% Cue Qappellerai parisienne% "orrespondent la fundation etles deu premiers "ongrZs% GenZve (L))% et 8ausanne (L)M Pendant "etemps lQasso"iation est mutuelliste% "Qest-V-dire ne demandant V la "olle"tivitE

    Cue la garantie dQeE"ution de "ontrats librement dis"utEs% librement"onsentis ,X. !ais V la suite des pro"Zs intentEs par lQmpire% la dire"tionmorale E":appe for"Ement au mains des travailleurs franais% passa V la#elgiCue% et dans "ette se"onde pEriode% dite russo-allemande%lQ7nterna"tionale devient "ommuniste% "Qest-V-dire autoritaire ,F47#OU4G%(LM(9 &.

    O mutualista fran"?s epli"ita suas diverg?n"ias "om as demais "orrentes Cue atuaram no

    interior da 17T% estabele"endo dois perodos distintos9 o primeiro predominantemente mutualista

    sob a direo moral dos trabal:adores fran"eses% Cuando teria prevale"ido as relaJes e estruturas

    demo"r;ti"as= no segundo% sob predomnio russo-alemo% "ertamente uma refer?n"ia a #aAunin e a

    !ar% a asso"iao teria se "onvertido uma instn"ia autorit;ria% dominado pelas ideias "omunistas

    3ab? ressaltar Cue Fribourg identifi"a o Cue seria uma fase de transio enter os perodos%

    "ara"teriBada pelas perseguiJes aos membros da 3omisso do bureau de Paris Cue levou V sua

    proibio e pelo papel dos "oletivistas belgas% prin"ipalmente de 3Esar De Peape

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    Gar"ia ,&''6. e G ! *teAloff ,&'(& ](N&L^.% !at:ieu 8Eonard ,&'((. e !a"ello !usto ,&'(@.

    Por sua veB% es"revia !alon9

    Pou"as instituiJes no mundo foram to desfiguradas% to "aluniadas% topou"o "ompreendidas por seus advers;rios "omo a Associa'o

    )nternacional dos +rabalhadores Os "onservadores% Cue no re"on:e"em V

    revoluo outras "ausas seno as maCuinaJes e os "omplIs das so"iedadesse"retas% atriburam a fundao da grande asso"iao a !1\\7$7 e a#81$_U7 ,X. _uem% ento% fundou a)nternacionalY 1ssim "omo ela notem sen:ores% a )nternacional no tem fundadores= ela saiu viva% plena defuturo% das ne"essidades so"iais de nossa Epo"a e das dores "res"entes de"lasse oper;ria ,!18O$% &'(@9 &< e &L.

    O so"ialista fran"?s atua em tr?s frentes na sua "onstruo da :istria da 17T9 "ombate as

    "orrentes "onservadoras Cue "aluniavam e "riminaliBavam a asso"iao dos trabal:adores% pro"ura

    des"onstruir o mito de Cue os revolu"ion;rios "onspiradores% "omo o italiano Giuseppe !aBBini

    ,(L'

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    (N)N% e as publi"aJes das obras de 0i"tor Gar"ia% a internacional obrera. @reve recuento

    histrico del desarrollo de la

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    Geral de 8ondres% mas os "ongressos mostravam Cue suas posiJes noeram maorit;rias O "ongresso de 8ausanne foi sobretudo proud:oniano% o"ongresso de #ruelas realiBado em (L)L% ano da adeso de #aAunin V7nterna"ional vira ser abordada pela primeira veB a Cuesto da propriedade"oletiva e a re"omendao da greve geral "ontra a guerra% e o "ongresso de#asileia% onde se pIde ver a influ?n"ia de #aAunin% era "omposto por uma

    maioria "oletivista antiautorit;ria e duas minorias% proud:oniana e marista3:ega% ento% o "ongresso de Haia ,setembro de (LM&. 1ps a tomada de"ons"i?n"ia Cue separa em duas "lasses antagonistas burguesia eproletariado% aps a eperi?n"ia da profunda in"ompatibilidade entre ademo"ra"ia republi"ana e o so"ialismo revolu"ion;rio% eis Cue vai seproduBir a ruptura radi"al entre so"ialistas autorit;rios e antiautorit;rios%entre maristas e anarCuistas ,3O8O!#O% &''@9 &6-&@.

    O pesCuisador libert;rio est; preo"upado em estabele"er as diferenas entre maristas e

    anarCuistas% desta"ando a atuao privilegiada do !ar e ngels no 3onsel:o Geral e a distn"ia de

    suas "on"epJes "om aCuelas resoluJes aprovadas nos "ongressos da 17T% bem "omo ressaltar aimportn"ia e a influ?n"ia de #aAunin 3ertamente% trata-se de uma tentativa de "ontradiBer a

    :istoriografia do "ampo so"ial-demo"rata e marista

    Outra tend?n"ia do "ampo libert;rio e anarCuista E bus"ar em todas as "orrentes polti"as%

    seam do interior da 17T ou de outro movimento da :istria das lutas so"iais% Cue de alguma forma

    se opJe as perspe"tivas "omunistas e so"ial-demo"ratas% proimidades "om as "on"epJes

    anarCuistas [ o "aso das argumentaJes de 3arlos DaB9

    n general% los dirigentes fran"eses presentes em el 3ongreso estabanmu":o m;s interesados en las :uelgas 2 en los movimientos de "ar;"tere"onmi"o Cue en las refriegas polti"as 2 las alianBas por el poder stabende"ididos% "omo reflean las a"tas de los debates% a poner punto final a laa"titud de los polti"os radi"ales republi"anos% Cue a"ababan "omandandosiempre el "otarro sto era entre los fran"eses la a"titud ma2oritaria% la Cuesegua a 0arln% Cue deseaba organiBar un movimiento polti"o obrero%autnomo% sin instan"ias de partido% sin verti"alismo% sobre la base de lalu":a sindi"al Haba% sin embargo% tambiEn una "orriente minoritaria% ladirigida por Tolain% Cue% pese a propugnar la independen"ia de los obrerosfrente a los radi"ales de iBCuierda% tena fe em una espe"ie de sindi"alismo

    polti"o9 los sindi"atos seram la base para los partidos ,sindi"ales. 3omopuede apre"iarse% los primeros representaban el Rsindi"alismorevolu"ionarioS de "ar;ter libertario% 2 los segundos el m;s moderadoRsindi"alismo polti"oS% tambiEn en el ;rea del anarCuismo ,D`1\% (NMM9&&-&6.

    1 abordagem metodolgi"a de 3arlos DaB E eCuivo"ada% pois parte de definiJes

    apriorsti"as do Cue E Rlibert;rioS e RanarCuismoS% estabele"endo um "onunto de prin"pios

    abstratos ,autonomia% independ?n"ia% :oriBontalidade. Cue seriam "ara"tersti"os das "on"epJes e

    pr;ti"as libert;rias e anarCuistas 1ssim% os movimentos% "orrentes% pr;ti"as e "on"epJes Cue por

    (M

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    ventura manifestem alguns daCueles prin"pios Cue o autor "onsidera primos das noJes Cue ele

    mesmo definiu% passam a ser enCuadradas "omo libert;rias e anarCuistas Ou sea% a defesa de um

    movimento oper;rio autInomo E interpretado "omo a "onstruo de um Rsindi"alismo

    revolu"ion;rio libert;rioS e defesa da independ?n"ia oper;ria dos partidos do republi"anismo

    radi"al seria um tipo de Rsindi"alismo polti"aS do "ampo do anarCuismo Tratam-se de "on"lusJesa partir de noJes abstratas e a-:istri"as% pois des"onsidera tanto o anarCuismo Cuanto as ideias

    libert;rias "omo fenImenos :istri"os% ao mesmo tempo em Cue des"onsidera as prprias pr;ti"as e

    "on"epJes dos proud:onianos fran"eses% tanto os "oletivistas% Cue tin:am em 0arlin seu prin"ipal

    epoente% Cuanto os mutualistas% "ua refer?n"ia era Tolain% enCuadrando-as arbitrariamente "omo

    libert;rias e anarCuistas

    1 :istoriografia libert;ria e anarCuista manteve marginal no "ampo da :istria do

    movimento oper;rio% "onstantemente pro"urando se "ontrapor ao "ampo so"ial-demo"rata emarista% porEm no desenvolveu uma metodologia "apaB de lanar nova luB sobre a :istria da

    17T% "apaB de "ontar sua :istria a partir do ponto de vista dos sueitos "oletivos Cue a "onstruram

    $a verdade% libert;rios e anarCuistas% a e"eo de Guillame 3ole e Gar"ia% estiveram limitados

    pelo esforo polti"o-ideolgio"o de en"ontrar o protagonismo dos militantes ou da ideologia

    anarCuista% se"undariBando a prpria :istria da 7nterna"ional 1ssim% esse "ampo manteve-se

    marginal% tanto dos estudos a"ad?mi"os% Cuanto dos espaos de militn"ia

    1tE estudos importantes% "omo a obra de !arianne n"Aell% sobre a Federao 5urassiana%

    um dos prin"ipais redutos anarCuistas da 17T% en"orem no mesmo eCuvo"o% fi"am presos nas

    pol?mi"as entre maristas e anarCuistas sem aprofundar as diferenas filosfi"as% polti"as%

    estratEgi"as e program;ti"as entre essas duas "orrentes do movimento dos trabal:adores n"Aell

    narra fatos importantes da "onstituio da Federao 5urassiana% sua presena no interior da 17T e

    na *ua% a importante militn"ia de Guillame% #aAunin e 1d:Emar *":itBguEbel )% entretanto%

    aspe"tos :istri"os% so"iolgi"os e polti"os no so abordados% "omo por eemplo% a importn"ia

    da Dupla Greve de Genebra ,(L)N.% greve paradigm;ti"a do perodo% na eperi?n"ia de luta Cue

    forou a militn"ia do urassiana

    $o se trata de faBer o "amin:o inverso% ou sea% negligen"iar ou se"undariBar os "onflitos

    no interior da 17T% espe"ialmente entre "omunistas e anarCuista 7sso no E possvel% uma veB Cue

    tal "onflito selou o destino da 7nterna"ional e "ontinuou em pauta durante todo o sE"ulo KK Trata-

    se% na verdade% de "olo"ar os "onflitos entre as diversas tend?n"ias e "orrentes Cue parti"iparam da

    17T no prprio "onteto de "onstruo do movimento da "lasse trabal:adora da Epo"a%

    ) 1d:Emar *":itguEbel ,(L@@-(LN

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    aprofundando sua "on"epJes e pr;ti"as

    (& 1s versJes da :istria ofi"ial da 17T9 "rti"a da :istoriografia so"ial-demo"rata e marista

    $o "ampo so"ial-demo"rata e marista% os destaCues so para as obras de G ! *teAloff%"istor7 of the Eirst )nternational,publi"ada em (N&L% de 5a"Cues DroB, )nternationale %uvrire

    de /014 H /G:K% publi"ada em(N)

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    destaCue da atuao pessoal de arl !ar na sua "onstruo e "onsolidao= &. uma :istoriografia

    industrialista e anglo"entrada= 6. a defesa da 17T "omo a Primeira 7nterna"ional% "ua "ontinuidade

    polti"a se epressou na *egunda ,(LLN-(N(). e na Ter"eira ,(N(N-(N@6. 7nterna"ionais

    O papel atribudo ao !ar remonta o lanamento em (L@L do ?anifesto do

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    Tres aos antes% en (L

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    ssa narrativa tambEm foi reproduBida na forma de verbete% es"rito por !ont2 5o:nstone

    para oDicionrio do pensamento mar$ista9

    !ar re"on:e"eu% de imediato% Cue Restavam em "ausa poderes reaisS% masCue Rlevaria tempo para Cue o movimento renas"ido permitisse a vel:a

    ousadia da palavraS ,3arta de !ar a ngels% @ de novembro de (L)@. Cuetin:a "ara"teriBado a organiBao dirigente interna"ional de menoramplitude% a 8iga dos 3omunistas% liderada por ele e ngels entre (L@M e(L

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    de eistir em (LM) ,!14K e $G8*% &'').L

    Por sua veB% na edio brasileira da mesma ontologia% publi"ada na dE"ada de (NL' pela

    editora 1lfa-Omega% a nota epli"ativa a respeito da ?ensa#em )nau#ural E etremamente

    superfi"ial% limitando-se a afirmar Cue o teto foi es"rito por !ar entre &( e &M de outubro de

    (L)@% posteriormente publi"ado em ingl?s em novembro em alem em deBembro do mesmo ano

    1inda es"lare"e Cue a traduo para a edio brasileira foi feita da edio soviEti"a das %bras

    escolhidas% publi"ada em ingl?s no ano de (N

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    m?s% foi publi"ado% untamente "om os estatutos da organiBao% numabro":ura intitulada 1ddress and Provisional 4ules of t:e orAing !enQs7nternational 1sso"iation ]!ensagem e $ormas Provisrias da 1sso"iao7nterna"ional dos Trabal:adores^ arl !ar ,(L(L-(LL6. era o "Erebro da17T le es"reveu todas as suas prin"ipais resoluJes% integrou o 3onsel:oGeral desde sua fundao atE (LM& e parti"ipou nas duas "onfer?n"ias de

    8ondres ,(L)&@:tmtnN(( *teAloff relata da seguinte maneira a atuao de !ar na fundao da 17T e na elaborao da ?ensa#em )nau#ural

    e do

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    :istoriadores desse "ampo aCui pesCuisados ,1bendrot: ,(NMM.% 1guena ,&''L.% #ottomore ,&''(.%

    Daniel ,(NM

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    apenas !ar tem suas Cualidades individuais ressaltadas% "omo uma figura singular 3omo se v?% a

    :istoriografia do "ampo so"ial-demo"rata e marista foraram uma narrativa mti"a% na Cual !ar

    teria um papel :eroi"o e% "omo todo R:eriS% enfrentou e derrotou seus RantagonistasS% isto E% o

    papel atribudo aos oenistas% maBBinistas% proud:onianos% lassallianos e% prin"ipalmente% a

    #aAunin o outro personagem :istri"o Cue mere"eu algum destaCue individual desse "ampo da:istoriografia da 17T

    O seguinte tre":o da obra de Hobsban sintetiBa bem as versJes predominantes do "ampo

    so"ial-demo"rata e marista9

    1 7nterna"ional% fundada em 8ondres e rapidamente passada Vs mos"apaBes de arl !ar% "omeou "omo uma "uriosa "ombinao de lderessindi"alistas ingleses insulares e liberal-radi"ais% misturadosideologi"amente "om militantes sindi"alistas fran"eses bem maisesCuerdistas% e um staff de vel:os revolu"ion;rios do "ontinente de visJesbem variadas *uas batal:as ideolgi"as iriam eventualmente arruin;-la 5;Cue foram sufi"ientemente revistas por muitos outros :istoriadores% no :;ne"essidade de nos determos muito neste aspe"to Falando de forma geral% aprimeira grande luta entre os RpurosS ,isto E% os liberais ou radi"al-liberais.sindi"alistas e aCueles "om perspe"tivas mais ambi"iosas de transformaoso"ial foi gan:a pelos so"ialistas ,embora !ar tivesse o "uidado de manteros ingleses fora das lutas do "ontinente. m seguida !ar e seusseguidores "onfrontaram ,e derrotaram. os seguidores do RmutualismoS deProud:on% artesos antiintele"tuais e "om uma "ons"i?n"ia de "lasse

    militante% para depois enfrentar o desafio de !i":el #aAunin ,(L(@-M). esua aliana anarCuista 7n"apaB de manter "ontrole sobre a 7nterna"ional pormais tempo% !ar "ondenou-a ao transferir seus es"ritrios para $ova orAntretanto% por este tempo% a base da grande mobiliBao da "lassetrabal:adora% da Cual a 7nterna"ional era parte e de "erta forma"oordenadora% ; :avia de CualCuer forma se estabele"ido Portanto% "omo severia% as ideias de !ar :aviam triunfado ,HO#*#1$% (NMM9 (&

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    !i":ael 82 defenderiam interessesparticulares% nesse sentido se"t;rios% enCuanto Cue o partido

    "omunista defenderia interesses universais ,8% &'(

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    o ingl?s ,D1$78% (NM

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    sE"ulo K7K% de maior "res"imento e de produo industrial Todavia% tambEm E verdade Cue todas

    as naJes europeias passaram no mesmo perodo por um signifi"ativo "res"imento urbano-

    industrial% alEm disso% E fundamental o entendimento do sistema "apitalista "omo um sistema

    mundo% ou e"onomia-mundo segundo 7mmanuel allertein ,(NL@.% ou sea% deve-se "onsiderar a

    diviso interna"ional do trabal:o e as suas "ontradiJes% as relaJes de subordinao entre as naJesimperialistas e as naJes perifEri"as e semiperifEri"as e o pro"esso global de a"umulao de "apitais

    sob o domnio das naJes imperialistas 1ssim% na teoria do sistema mundo no E possvel afirmar a

    eist?n"ia de uma nao onde o "apitalismo sea mais avanado ou mais desenvolvido e de outras

    naJes onde o "apitalismo sea menos avanado ou menos desenvolvido

    $o Cue diB respeito a tese de Cue era na 7nglaterra Cue se en"ontrava o movimento oper;rio

    mais RavanadoS% E muito mais uma defesa polti"o e ideolgi"a de um modelo espe"fi"o de

    organiBao% de "on"epo e de luta oper;ria% do Cue as "on"lusJes de uma pesCuisa "ientfi"a1ssim% o trade-unionismo e o "artismo "onstituam formas espe"fi"as do movimento oper;ria%

    resultante das eperi?n"ias de luta da "lasse trabal:adora inglesa 1pesar de suas espe"ifi"idades%

    tambEm possuam semel:anas "om o movimento oper;rio das demais naJes europeias Por isso% o

    presente estudo no pressupJe a eist?n"ia de movimentos mais avanados% mas sim de diferentes

    modelos de organiBao e de luta oper;ria

    Para Giovanni 1lves o industrialismo ingl?s o"upa tambEm um lugar "entral para o

    desenvolvimento da teoria marista% pois

    as seis semanas de observao no mais desenvolvidos dos pases "apitalistaspermitiam a !ar ter uma ideia mais "on"reta dos fenImenos "ara"tersti"osda so"iedade "apitalista% em parti"ular% distinguir as v;rias formas Cue omovimento oper;rio poderia assumir% Cue% noutros pases% "omo Frana eprin"ipalmente 1leman:a% s poderia observar sob formas menos "laras%menos a"abadas ,180*% &''69 ('L-('N.

    Portanto% o so"ilogo brasileiro atribui ao industrialismo ingl?s uma dimenso

    epistemolgi"a% ou sea% a teoria marista sobre o sistema "apitalista% as "lasses so"iais% a

    organiBao e a "ons"i?n"ia oper;ria e sobre a revoluo so"ial no teria "ompreendido% na suatotalidade% nem o "apitalismo e nem o movimento oper;rio da Epo"a sem a peCuisa realiBada por

    !ar 7nglaterra 1lves ":ega a essa "on"luso "onsiderando a "omparao "om outras naJes

    imperialista% Frana e 1leman:a% Cue rivaliBavam "om a 7nglaterra e onde as eperi?n"ias das

    organiBaJes e lutas oper;rias "onstituram importantes modelos do movimento sindi"al

    $o Cue diB respeito a teoria das "lasses so"iais% a "on"epo marista vem sofrendo "rti"as

    elaboradas por diversos estudiosos% mas tr?s deles mere"em destaCues na presente pesCuisa% uma

    veB Cue so estudiosos dos movimentos dos trabal:adores9 o so"ilogo russo% radi"ado na Frana%

    &N

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    Georges Gurvit": ,(NM6.= do :istoriador norte-ameri"ano #ernard H !oss ,(NL'. e do :istoriador

    e diretor do 7nstituto 7nterna"ional de Histria *o"ial ,77H*.% de 1misterd% !ar"el van der 8inden

    ,&''

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    assalariamento 1ssim% defende Cue o trabal:o assalariado E apenas uma das mltiplas formas de

    mer"atiliBao e eplorao da fora de trabal:o% por isso% propJe o "on"eito de "lasses subalternas%

    numa tentativa de ampliar o "on"eito de "lasse trabal:adora% aproimando o assalariado dos demais

    trabal:adores

    1s refleJes a"ima demonstram "omo as fronteiras entre os trabal:adoresassalariados RlivresS e outros tipos de trabal:adores subalternos naso"iedade "apitalista so vagas e graduais m primeiro lugar% :; ;reas"inBa etensas e "ompli"adas de posi"ionamentos transitrios entre ostrabal:adores assalariados RlivresS e os es"ravos% os trabal:adores por "ontaprpria e os lumpem-prolet;rios m segundo lugar% Cuase todos ostrabal:adores perten"em a n"leos domEsti"os Cue "ombinam v;rios modosde trabal:o m ter"eiro lugar% trabal:adores subalternos individuais podemtambEm "ombinar diferentes modos de trabal:o tanto sin"rIni"a Cuantodia"roni"amente % finalmente% a distino entre os diferentes tipos detrabal:adores subalternos no E to pre"isamente delimitada ,X.

    1parentemente% :; uma grande "lasse de pessoas dentro do "apitalismo "uotrabal:o E mer"antiliBado de muitas formas $esse "onteto% referimo-nos aessa "lasse "omo trabal:adores subalternos ,01$ D4 87$D4% &''

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    De :e":o% pues% la 7nterna"ional es el supuesto primero del Cue sedesprende% por raBones se"undarias de pr;"ti"a polti"a% el estable"imientode se""iones na"ionales Tal fue la filosofa de la 7nterna"ional 1:ora bien%este partido proletario mundial fue aniCuilado por la desigual a"elera"in delas so"iedades europeas 2% por ello% fue estable"ida la 77 7nterna"ional%federa"in de partidos na"ionales% "omo re"urso arbitral para desgaar las

    frmulas de "on"ilia"in entre las realidades na"ionales 2 la empresa "omnde revolu"in mundial perien"ia de nuevo desafortunada9 en veB de larevolu"in mundial% sobrevino la guerra mundial 0olviendo% pues% a lasfuentes do"trinales del interna"ionalismo proletario% la 777 7nterna"ional sesituaba% por en"ima de todo% en la perspe"tiva de una revolu"in mundial a"orto plaBo9 la irona de la :istoria Cuiso Cue% por el sesgo de la revolu"inrusa% no tardara en identifi"arse "on un rEgimen mar"ado por laespe"ifi"idad rusa ,47G8% &'(& ](NL)^9 M.

    ntretanto% a 17T foi uma organiBao% "onforme o presente estudo pretende "omprovar% de

    eperi?n"ia ni"a% "uas "on"epJes% "ara"tersti"as e a estrutura% ou sea% uma organiBaointerna"ional de trabal:adores organiBados em seJes lo"ais% "om um "onsel:o geral e "ongressos

    anuais "om delegados eleitos% Cue aglutinou uma "omplea pluralidade de "orrentes e tend?n"ias do

    movimento da "lasse trabal:adora entorno da defesa de Cue Ra eman"ipao dos trabal:adores% ser;

    obra dos prprios trabal:adoresS sses aspe"tos no se repetiram nas eperi?n"ias seguintes% por

    isso% reivindi"ar a "ontinuidade da 17T nas interna"ionais so"ial-demo"rata e "omunista E uma tese

    artifi"ial e a nomen"latura Cue enumera essas distintas organiBaJes% Primeira% *egunda e Ter"eira%

    E to somente uma "onveno do "ampo so"ial-demo"rata e marista Cue permite um dis"urso deautoridade na :istria do movimento dos trabal:adores

    (6 m defesa de uma :istria "ontada de baio para "ima

    1 :istoriografia da 7nterna"ional es"rita pelos "ampos libert;rio e anarCuista e so"ial-

    demo"rata e marista no "onseguiram% de maneira satisfatria% "ontar sua :istria tendo "omo

    "entro o protagonismo dos prprios trabal:adores% suas eperi?n"ias e "on"epJes "oletivas $o"ampo libert;rio e anarCuista desta"a-se a obra de Guillaume Cue% no por a"aso% esteve entre

    aCueles Cue protagoniBaram a :istria da 17T 5; no "ampo da :istoriografia :istri"a% autores "omo

    !alon enun"iou a perspe"tiva polti"o-metodolgi"a "entrada no protagonismo popular e na

    abordagem "oletiva% porEm% "onforme a an;lise "rti"a feita atE aCui% o Cue domina na :istoriografia

    da 17T E uma :istria es"rita sem a metodologia de pesCuisa e a toeira "apaBes de re"olar a "lasse

    trabal:adora% enCuanto "oletividade "omplea e diversa% "omo protagonista

    alter #enamin% na sua filosofia da :istria assevera Cue a :istoriografia% fatalmente% tem

    empatia pela :istria dos ven"edores% ou sea% a :istria E "ontada a partir dos interesses e das

    6&

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    "on"epJes das "lasses dominantes H;% portanto% a ne"essidade de se romper "om a :istria dos

    ven"edores e "ont;-la do ponto de vista dos ven"idos% Cuer diBer% a partir dos interesses e das

    "on"epJes das "lasses subalterniBadas sse E o desafia "olo"ado diante dos pesCuisadores%

    :istoriadores% so"ilogos% antroplogos% "ientistas polti"os% entre outros% Cue se dedi"am a "ontar a

    :istria da "lasse trabal:adora e de umas eperi?n"ias organiBativasntretanto% ter por obeto de pesCuisa :istri"a a "lasse trabal:adora% no signifi"a "ontar a

    :istria do ponto de vista dos ven"idos% pois% "omo argumenta Georges Haupt% Ro sil?n"io% a

    o"ultao% Qo pro"edimento favorito do poderQ% nos dispositivos de "ontrole do passado% no foi e no

    E monoplio das "lasses dirigentesS , H1U4PT% &'('9 @M. Portanto% es"rever a :istria do ponto de

    vista dos ven"idos signifi"a% na verdade% optar por uma determinada perspe"tiva filosfi"o-polti"a e

    por uma abordagem teri"o-ideolgi"a onde as "lasses subalternas assumem o papel de

    protagonistas de sua prpria :istria Trata-se% "onseCuentemente% de se "ontar a :istria de baiopara "ima% "onforme propJe #aAunin no seu proeto de uma filosofia ra"ional>"i?n"ia so"ial

    revolu"ion;ria9

    1 filosofia ra"ional ou "i?n"ia universal no pro"ede aristo"rati"amente%nem autoritariamente "omo a fale"ida metafsi"a sta se organiBa semprede "ima para baio% por via de deduo e de sntese% pretendendo tambEmre"on:e"er a autonomia e a liberdade das "i?n"ias parti"ulares% mas narealidade in"omodava-as :orrivelmente% atE o ponto de l:es impor leis e atEmesmo fatos Cue% freCuentemente% era impossvel en"ontrar na natureBa% ede impedi-las de se entregar a eperi?n"ia "uos resultados teriam podidoreduBir todas as suas espe"ulaJes ao nada 1 metafsi"a% "omo se v?% operasegundo o mEtodo dos stados "entraliBados 1 filosofia ra"ional% ao"ontr;rio% E uma "i?n"ia demo"r;ti"a OrganiBa-se de baio para "imalivremente% e tem por fundamento ni"o a eperi?n"ia Iada do que no foirealmente analisado e confirmado pela e$periPncia ou pela mais severacr*tica pode ser por ela aceito ,#1U$7$% (NLL9 @@-@

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    CualCuer snteseS% Rum mEtodo dialEti"o Cue pro"ura bus"ar a diversidade em todos os seus

    detalhesS ,GU407T3H% (NLM9 (''. $essa abordagem% os fenImenos so"iais e :istri"os% as

    instituiJes e "oletividades possuem% "ontraditoriamente% antagonismos% a'o-rea'o% liberdade-

    autoridade% destrui'o-constru'o% transforma'o-conversa'o% revolu'o-contrarrevolu'o% et"%

    Cue l:es so inerentes e Cue impJem o movimento e a dinmi"a da vida so"ialm sua teoria do trabal:o% o anarCuista fran"?s epli"ita a antinomia da sua dialEti"a em

    sErie% "omo epli"a Gurvit":9

    o trabal:o pode ser% segundo as "ir"unstn"ias% a maior alegria ou o maiorsofrimento= o trabal:o E a libertao do :omem% mas igualmente a ameaa"onstante de sua es"ravido ,X. 1 dialEti"a inerente ao trabal:o torna-setr;gi"a% Cuando a organiBao do trabal:o E imposta de "ima aostrabal:adores% sea pela vontade dos propriet;rios o"iosos ,sen:ores feudaise padres.% dos patrJes privados ou do stado e seus fun"ion;rios

    ,GU407T3H% (NLM9 ('6.1ssim a dialEti"a serial E uma dialEti"a difasi"a% uma veB Cue "ompreende os elementos

    so"iais e :istri"os da realidade divididos em pares antinImi"os em "onstante "onflito

    1 antinomia se "ompJe de dois termos ne"ess;rios um ao outro% mas sempreopostos e tendendo re"ipro"amente a destruir-se Ouso apenas a"res"entar%mas E pre"iso dar esse passo% Cue o primeiro desses termos re"ebeu o nomede tese% posio% e o segundo o de ant*tese,anti-tese.% "ontraposio ,conta-

    posi'o. ,P4OUDHO$% &''M ]Tomo 7^9 L'.

    Portanto% a dialEti"a proud:oniana% deferentemente da dialEti"a :egeliana e do materialismo

    :istri"o% no "on"ebe uma resoluo no "onflito entre os elementos antinImi"os Cue assumiria a

    "onformao de uma s*nteseentre as oposiJes 1 realidade% os fenImenos so"iais e :istri"os so

    "on"ebidos "omo uma pluralidade de elementos irredutveis% simultaneamente% antagIni"os e

    "omplementares% "uo "onflito perpEtuo provo"a a vida e o movimento

    1o apli"ar a dialEti"a serial de Proud:on% #aAunin defende Cue vida e a dinmi"a so"ial so

    resultantes da dialEti"a entre a a'o e a rea'o perpEtuas% RCue "ombinando-se num ni"o

    movimento "onstituem o Cue ":amamos de solidariedade% vida "ausalidade universaisS,#1U$7$% (NLL9

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    "ontradiJes so o produto :istri"o e so"ial da pluralidade de "ombinaJes do movimento

    "ontnuo das aJes e reaJes e da multi"ausalidade dos fenImenos so"iais

    O materialismo so"iolgi"o tem% igualmente% no proud:onismo nas suas bases filosfi"as

    Cue "ontriburam para o desenvolvimento da so"iologia fran"esa ,F44741% &'(@.% mas foi

    #aAunin o respons;vel pela sua formulao mais a"ada O materialismo do anarCuista russo partede uma ontologia da so"iedade% segundo a Cual o fenImeno :umano% enCuanto realidade :istri"a%

    s eiste em so"iedade% entendida "omo "onstruo do trabal:o :umano "oletivo 1ssim% a obra de

    #aAunin "ongrega a dialEti"a serial "om a perspe"tiva materialista "entrada na "on"epo de

    so"iedade9

    Podemos diBer Cue #aAunin faB uma an;lise dialEti"a Cue lana mo de um"onunto de oposiJes dialEti"as Cue ao mesmo tempo englobam ematerialiBam suas "ategorias% indo do abstrato ao "on"reto e do lgi"o ao

    :istri"o% da uni"idade V multipli"idade% "omeando pela dialEti"aautoridade-liberdade e se materialiBando em oposiJes "omonatureBa>so"iedade e reao>revoluo De maneira geral% eiste outro"omponente fundamental% Cue E a "entralidade do "on"eito de so"iedade 1ideia de so"iedade E assim uma "ategoria ontolgi"a ,pois ela diB respeito Vteoria do ser e do sueito em #aAunin. e polti"a% pois dessa perspe"tiva ele"onsidera Cue sendo a so"iedade parte do mundo material e "riadora dasformas de pensamento e instituiJes% ela deve ser a protagonista dospro"essos revolu"ion;rios aCui ":egamos V an;lise da parte final dodo"umento em Cue #aAunin vai apresentar o programa e as tarefas pr;ti"asda organiBao 1 "entralidade da ideia de so"iedade e de "oletividade no

    plano ontolgi"o e teri"o% vai se epressar no plano polti"o na ideia derevoluo so"ial [ por isso Cue ":amamos a "on"epo materialista de#aAunin de materialismo so"iolgi"o ,F44741% &'(6% p M-L.

    m termos da an;lise so"iolgi"a% o paradigma anarCuista rompe "om as abordagens

    estruturalistas% positivistas e fun"ionalistas% "entradas na "on"epo da ordem e da "onversao% e

    propJe estudos segundo o pro"essualismo sist?mi"o% segundo o Cual os sistemas so"iais% polti"os e

    e"onImi"os so epli"itados a partir dos "onflitos e das "ontradiJes so"iais% da interao entre o

    lo"al e o mundial e do antagonismo das relaJes e instituiJes so"iais 1lEm das teorias de

    Proud:on e #aAunin% autores "ontemporneos% "omo Georges Gurvit":% 7mannuel allernstein e

    #everl2 *ilver% "ontribuem para os estudos numa abordagem pro"essualista

    $o Cue diB respeito as pesCuisas :istri"as% o paradigma anarCuista possibilita o

    desenvolvimento de um populismo :istri"o% isto E% uma abordagem teri"o-metodolgi"a e

    ideolgi"a "entradas no protagonismo popular% segundo a Cual% as "lasses subalternas% bem "omo os

    saberes RsueitadosS% so sueitos ativos de sua :istria Trata-se da :istria "ontada de baio para

    "ima 3ontemporaneamente% autores "omo !i":el Fou"ault% 3onrnelius 3astoriais% 1lan #i:r% P

    T:ompson% a2ne T:orpe e !ar"el van der 8inder desenvolveram estudos Cue forne"em

    6

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    importantes elementos para uma :istoriografia populista

    Portanto% o desafio aCui "olo"ado E o de ,re."ontar a :istria da 1sso"iao 7nterna"ional

    dos Trabal:adores de baio para "ima% ou sea% a partir do paradigma anarCuista% apli"ando a

    dialEti"a serial e o materialismo so"iolgi"o% numa abordagem pro"essualista "entrada nas

    eperi?n"ias e "on"epJes "oletivas Cue protagoniBaram sua :istria Para superar esse desafio Ene"ess;rio identifi"ar os sueitos ativos respons;veis pela sua fundao% organiBao e

    desenvolvimento no "onteto da uropa do sE"ulo K7K Pro"urar "ompreender Cue as diversas

    "orrentes e tend?n"ias do movimento dos trabal:adores "onstituem sueitos "oletivos% "uas as

    eperi?n"ias e "on"epJes "onvergiram e entraram em "onflito na realiBao do proeto de uma

    organiBao interna"ional da "lasse trabal:adora 4e"uperar os Rsaberes sueitadosS pela

    :istoriografia es"rita atE o momento % prin"ipalmente% entender o lutar das lutas "on"retas% das

    greves e insurreiJes oper;rias Cue moldaram e foram moldadas pelo movimento dos trabal:adoresa partir da 7nterna"ional 1 prpria 7nterna"ional deve ser entendida no mbito do "li"o de lutas

    oper;rias da segunda metade do sE"ulo K7K

    $esse esforo% Cuatro obras mere"em% a tese de 3:arles T:omann% e ?ouvement

    anarchiste dans les ?ontapes neuchLteloises et le Qura bernois % defendida em (N@M% a obra de

    #ernard H !oos% +he ori#ins of the french labor movement - /0K-/G/4& the socialism of silled

    Morers% publi"ada em (NM)% o livro de 4afael !onteCui% a clase obrera madrilea 7 la /R

    )nternacional 8un anlisis de

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    C78tul( IIA %!st&r! '(s ve")!'(s$

    9u"'56( ' AIT "( )!)l( 'e luts e (r#"!56( '(s tr

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    Epargnes $os faibles E"onomies% englouties dans "e pa"tole% nous feraientles serviteurs des prin"es de la finan"e% tandis Cue la division du travail tendV faire de ":aCue ouvrier un rouage dans la main des :auts barons delQindustrie Devant "ette organisation puissante% tout plie% tout "Zde% lQ:ommeisolE nQest rien = il sent tous les ours diminuer sa libertE dQa"tion et sonindEpendan"e Devant "ette organisation% lQinitiative individuelle sQEteint ou

    se dis"ipline au profit de "ette organisation 7l faut nous unir% travailleurs detous pa2s% pour opposer une barriZre infran":issable V un s2stZme funesteCui diviserait lQ:umanitE en deu "lasses 9 une plZbe ignorante et famEliCue%et des mandarins plEt:oriCues et ventrus *auvons-nous par la solidaritE,TO817$ apud DO88[1$*% &''6a9 &&).

    1 "on"lamao da unidade interna"ional dos trabal:adores para a luta pela liberdade e

    "ontra a sistema de diviso da so"iedade em "lasses E representativo das suas aspiraJes

    mutualistas% sob a influ?n"ia das teorias de Proud:on 1 "orrente mutualistas se tornaria uma das

    prin"ipais foras no interior da 17T1 proposta de fundao da 1sso"iao 7nterna"ional dos Trabal:adores foi aprovada por

    unanimidade e um 3onsel:o 3entral foi eleito em seguida% "om a funo de redigir os estatutos da

    7nterna"ional e organiBar seu primeiro "ongresso% indi"ado para o ano seguinte% (L)

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    eu-m?mesY 3Qest un repro":e CuQon leur adresse souvent et auCuel il nQestpas fa"ile de rEpondre sans a""user _uand lQinitiative vient dQen :aut% delQautoritE supErieure ou des patrons% elle nQinspire au ouvriers CuQunemEdio"re "onfian"e 7ls se sentent ou se "roient dirigEs% "onduits% absorbEs%et les meilleures tentatives sont rarement "ouronnEes de su""Zs 3Qest un faitCue e "onstate sans vouloir dis"uter i"i si les ouvriers ont tort ou raison

    _uand lQinitiative vient dQen bas% "Qest bien une autre affaire9 elle ren"ontredes impossibilitEs matErielles auCuelles elle se :eurte _uQun 3omitEe"lusivement "omposE dQouvriers se forme en de:ors du patronage delQautoritE ou des fabri"ants% CuQil essa2e de former un "entre% de grouperautour de lui des ad:Erents% de rEunir des sous"riptions% si inoffensif Cue soitson but% so2eB "ertain CuQon ne lui permettra pas de lQatteindre 1ussi faut-ilune forte dose de rEsolution pour se mettre en avant Cuand% de plus% touoursV tort ou V raison% les promoteurs se sentent mis V lQinde 9 "ar un ouvrier CuisQo""upe de Cuestions politiCues% dans le pa2s du suffrage universel% est"onsidErE "omme un :omme dangereu = "Qest pis sQil sQo""upe de Cuestionsso"iales !ais pourCuoi% direB-vous% refuser les "onseils de "eu dont les

    lumiZres et la bourse vous seraient dQun si grand "on"ours Y Par"e Cue nousne nous sentirions pas libres% ni dans notre but% ni dans notre ":oi% ni denotre argent% et les plus belles affirmations ne prEvaudront pas "ontre uneopinion Cui nQest peut-?tre Cue trop ustifiEe 7l nQ2 a CuQun seul mo2en% "Qestde nous dire9 0ous ?tes libres% organiseB-vous= faites vos affaires vous-m?mes% nous nQ2 mettrons pas dQentraves $otre aide% si vous en aveB besoin%si vous la ugeB nE"essaire% sera "omplZtement dEsintEressEe% et tant Cuevous restereB dans les limites de la Cuestion% nous nQinterviendrons pas,TO817$ apud DO88[1$*% &''6a9 &('.

    m sua "arta resposta% Tolain epli"ita seu mutualismo% defendendo a auto-organiBao dos

    trabal:adores% a partir de seus prprios meus e de sua prpria ini"iativa% isto E uma Rini"iativa Cue

    ven:a de baioS% uma organiBao e"lusiva de trabal:adores *eu obreirismo E uma das suas

    prin"ipais "ara"tersti"as dos seus posi"ionamentos polti"os

    O debate publi"o nas p;ginas do ornal ":amou a ateno do governo fran"?s% assim% Tolain

    E "onvo"ado para uma audi?n"ia "om o prn"ipe 5ErIme onde foi a"ordado Cue o poder estatal iria

    finan"iar a delegao de oper;rios para a referida eposio em 8ondres 4esumidamente9

    una delega"in de trabaadores fran"eses% "ompuesta de dos"ientos

    aproimadamente% visit la posi"in Universal de 8ondres siendo losgastos sufragados por el gobierno de $apolen 777 l < de 1gosto fueronagasaados por las Trade Unions inglesas Cuienes dieron le"tura a undo"umento Cue era un llamado a la entente proletaria interna"ional 2 puntode apo2o slido para la prima 7nterna"ional ,G14371% &''69 (6.

    $o se pode deiar de desta"ar a ast"ia dos oper;rios% Cue se aproveitaram de uma espao

    organiBado pela "lasse empresarial para ealtar os avanos te"nolgi"os da industrialiBao da

    Epo"a 1lEm da utiliBao dos re"ursos do poder estatal O saldo para o movimento oper;rio no foi

    deslumbre diante das maravil:as modernas% mas sim o estreitamento dos laos de solidariedade

    6N

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    interna"ional "ulminado "om a fundao a 7nterna"ional

    Do en"ontro foi aprovado a formao de um "omit?s de "orrespond?n"ia% "uo obetivo seria

    "ompartil:ar eperi?n"ias e informaJes sobre a realidade dos trabal:adores dos dois pases 1s

    relaJes foram mantidas e% no ano seguinte% o"orreria um novo en"ontro em 8ondres9

    n uillet (L)6% des dElEguEs franais% Tolain% Perra":on% 3o:adon et 8imousin%signataires du !anifeste des *oiante% assistant V un meeting de *aint-5ames Hall%em faveur de la Pologne% proposent au ":efs trade-unionistes dQorganiser une1sso"iation internationale ,DO88[1$*% &''6a9 &&

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    O relato do :istoriador marista permite o entendimento de Cue as revoluJes de (L@L% bem

    "omo a etenso da onda revolu"ion;ria no ano seguinte% tiveram uma abrang?n"ia global% portanto

    sua lente de an;lise deve ter essa dimenso De fato% (L@L fe":ou um "i"lo de lutas e insurreiJes

    Cue "omearam "om a 4evoluo Fran"esa de (MLN% se estendeu pelas revoluJes na"ionalistas e

    liberais das dE"adas de (L&' e (L6' !as% por outro lado% esse ano paradigm;ti"o abril um novo"i"lo de lutas e insurreiJes

    Gr+9!)( /

    $o in"io

    da

    dE"adade (L)'

    os trade

    unions

    "onstituem sindi"atos de of"io% "entrados nas lutas e"onomi"istas e "orporativistas% "omo epli"a

    Giovanni 1lves9o tipo de sindi"alismo vigente naCuela Epo"a era o sindi"alismo de of"io%"ara"teriBado por um forte e"lusivismo profissional% abrangendo grupos dee-artesos transformados em assalariados ra um sindi"alismo em tornode um mesmo of"io e no de uma empresa ,trabal:adores no Cualifi"adose mul:eres no tin:am a"esso a essas asso"iaJes% uma veB Cue no tin:amo domnio do of"io. ,X. 1 pr;ti"a do sindi"alismo naCuela Epo"a s eraefetiva ,e efi"aB. entre "ertas fraJes das "lasses trabal:adoras% tais "omo ostrabal:adores mais Cualifi"ados% os artfi"es espe"ialiBados% os membrosmais instrudos e auto"onfiantes da "lasse oper;ria inglesa% Cue ainda notin:a su"umbido V proletariBao "ausada pelo factor7 s7stem% e resistiam%"om vigor% ao avano impessoal e poderoso da maCuinaria ,180*% &''69&

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    partido obrero organiBado l R"artismoS :aba terminado por "ompleto% 2"on El :aba pere"ido la 1so"ia"in 7nterna"ional Cue% "omo su"esora de losRDem"ratas fraternalesS% :aba tratado de "ontinuar en rela"in "on losradi"ales del "ontinente despuEs de la derrota de las revolu"iones de (L@L-(L@N l R8ondon Trades 3oun"ilS "omo el organismo m;s representativode Cue se dispona ,3O8% (NM@9 N'-N(.

    1lEm das lutas estritamente "orporativistas% o R8ondon Trades 3oun"ilS tambEm atual no

    "ampo das lutas eleitorais parlamentares% a partir da organiBao da Iational =eform ea#ue Rl

    R8ondon Trades 3oun"ilS tambiEn parti"ip a"tivamente en (L)& en el estable"imiento de la Unin

    Polti"a *indi"al% Cue se "onvirti en la 8iga $a"ional de 4eforma ,$ational 4eform 8eague. 2

    lleg a ser el prin"ipal instrumento obrero en la lu":a por la reforma parlamentaria ,3O8% (NM@9

    N(.

    1s eperi?n"ias de luta e organiBaJes dos trabal:adores fran"eses se diferen"iavam dos

    trade unions ingleses% espe"ialmente no enfrentamento de leis Cue proibiam a livre organiBao

    sindi"al

    n Fran"ia% bao el *egundo 7mperio% "asi ninguna organiBa"in polti"a deobreros poda eistir abiertamente% aunCue los primeros "andidatos de la"lase obrera desde el estable"imiento del 7mperio :aban :e":o su apari"inen (L)6 8os mismos sindi"atos obreros slo empeBaban a goBar de unatoleran"ia mu2 limitada% porCue $apolen 777% amenaBado por la "re"ienteoposi"in burguesa "ontra su rEgimen% empeB de manera mu2 va"ilante aensa2ar las posibilidades de emplear a la "lase obrera o parte de ella "omo

    "ontrapeso de sus enemigos burgueses 7n"luso en (L)@ los sindi"atos erantodava ilegales en Fran"ia% aunCue se les permita eistir "on la aparien"iade so"iedades fraternales% siempre Cue no produesen gran perturba"in,3O8% (NM@9 N'.

    ntretanto% a relao entre o movimento sindi"al e as "orrentes do pensamento so"ialista

    fran"?s era de maior proimidade O pensamento proud:oniano era uma das prin"ipais refer?n"ias

    das organiBaJes de trabal:adores Cue parti"iparam da fundao da 17T

    8os fran"eses Cue tomaron parte en los a"onte"imientos de (L)@ Henri 8ouis

    Tolain ,(L&L-(LNM.% 3:arles 8imousin% 3 Fribourg% ugEne 0arlin ,(L6N-(LM(.% 2ugEne Dupont ,(L6(-(LLL(. a eran respe"tivamente un tallista% un maCuinista deuna f;bri"a de en"aes% un grabador% un en"uadernador 2 un fabri"ante deinstrumentos de msi"a Todos% e"epto Dupont% Cue viva en 8ondres% eranartesanos de Pars% representantes de industria en peCuea es"ala% Cue todavao"upaban lugar de preferen"ia Tres de ellos9 Tolain% 8imousin 2 Fribourg% eranpartidarios de Proud:on 2 "ontrarios al so"ialismo "ole"tivista% aunCue no de laa""in polti"a obrera l "uarto parisiense% ugEne 0arlin% era el organiBadorprin"ipal del movimiento sindi"alista fran"Es% 2 era mu":o m;s iBCuierdista Cue losotros9 en el lenguae moderno se le :abra llamado sindi"alista Dupont% Cue residaen 8ondres% estaba m;s bao la influen"ia de !ar 2 de sus amigos Pero% por el

    momento% todos "oin"idan en la ne"esidad de organiBar un fuerte movimientosindi"alista% una a""in polti"a obrera independiente% 2 de a"entuar la separa"in

    @&

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    entre los obreros 2 los radi"ales revolu"ionarios% tanto de los burgueses "omo de lospartidarios de 1uguste #lanCui% Cue "omparta% "on los proud:onistas ,Proud:on:aba muerto en (L)

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    1ssim% o primeiro 3ongresso Geral da 7nterna"ional foi realiBado no perodo de 6 a L de

    setembro de (L))% na "idade de Genebra O total de parti"ipantes foi de )' delegados9 'read>&L'(M6&)>t:e-eman"ipation-of-labor-a-:istor2-of-t:e-first

    :ttps9>>maristsorg>ar":ive>steAlov>:istor2-first-international>":'>:istori"alstatisti"sorg>

    ra do 3apital "ap (&

    Os v;rios teri"os de um novo futuro so"ial% Cue :aviam transformado a agitao da dE"ada de (L@'

    no cespe"tro do "omunismoc% tendo forne"ido ao proletariado uma perspe"tiva polti"a alternativa

    tanto para os "onservadores "omo para os liberais ou radi"ais% estavam na priso "omo 1uguste

    #lanCui= no elio "omo arl !ar e 8ouis #lan"= esCue"idos "omo 3onstantin Pe"Cueur ,(L'(-LM.= ou% "omo tienne 3abet ,(MLL-(L

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    ROs artesos eram os lderes ideolgi"os e organiBa"ionais naturais entre os trabal:adores pobres% os

    primeiros do radi"alismo e% mais tarde% das primeiras versJes do so"ialismo oenista% das

    dis"ussJes e da edu"ao superior para o povo ,.% o n"leo de sindi"atos e movimentos a"obinos%

    "artistas e outra asso"iaJes progressistasS ,ri" 5 Hobsban% Da 4evoluo 7ndustrial 7nglesa ao

    7mperialismo% pL@.

    *obre a 7nglaterra9 1 7nglaterra era% no "en;rio mundial% a primeira e"onomia industrial de vulto

    UtiliBava a fora de ( mil:o de "avalos em suas m;Cuinas a vapor% produBia & mil:Jes de ardas

    ,aproimadamente ( mil:o e L'' mil metros. de te"idos de algodo por ano% e mais de (M mil:Jes

    de toneladas de "arvo= importava e eportava (M' mil:Jes de libras esterlinas em mer"adorias em

    um s ano *eu "omEr"io era duas veBes superior ao da Frana% seu mais primo "ompetidor *eu

    "onsumo de algodo era duas veBes superior aos dos U1% Cuatro veBes superior ao da FranaProduBia mais da metade do total de lingotes de ferro do mundo e"onomi"amente desenvolvido e

    "onsumia duas veBes mais por :abitante do Cue a #Elgi"a% o segundo pas mais industrialiBado% tr?s

    veBes mais Cue os U1 e Cuatro veBes mais Cue a Frana 3er"a de &'' a 66 mil:Jes de libras de

    investimento de "apital britni"o (@ nos U1% Cuase (< na 1mEri"a 8atina - traBiam dividendos

    e en"omendas para os "apitalistas ingleses de toda parte do mundo ,180*% &''6% &M.

    sobre a evoluo da "ons"i?n"ia de "lasse De a"ordo "om ngels% o roubo era a forma menos

    evoluda e menos "ons"iente de protesto dos oper;rios "ontra a burguesia ra um mEtodo inefi"aB%

    pois os delinCuentes protestavam de forma isolada e individualmente% e eram fa"ilmente esmagados

    pelo aparato poli"ial nfim% no tin:a o "ar;ter de revolta de "lasse% mas sim de indivduos

    *egundo ele a "lasse oper;ria s "omeou a se opor% efetivamente% ; burguesia% Cuando resistiu

    violentamente V introduo das m;Cuinas% logo nos primrdios da 4evoluo 7ndustrial ntre (L((

    e (L()% grupos de trabal:adores ingleses se rebelaram e destruram m;Cuinas da indstria t?til%

    pois a"reditavam Cue elas eram respons;veis pelo desemprego O lder ou ini"iador desses

    movimentos de destruidores de m;Cuinas ":amava-se% provavelmente% $ed ou ing 8udd ,da%

    supJe-se% deriva o vo";bulo ingl?s luddite. mbora o luddismo tivesse um "erto "ar;ter de "lasse%

    para ngels% esse tipo de movimento possua muitas limitaJes ,1lves% &''6% @'.

    ngels forne"eu-nos a perspe"tiva de uma evoluo progressiva da "ons"i?n"ia do proletariado in-dustria do "rime e do luddismo% os prolet;rios passaram ; luta sindi"al% ; agitao polti"a% final-mente% ao "artismo De fato% os movimentos oper;rios do prin"pio do sE"ulo K7K na 7nglaterra sindi"atos% so"iedades "ooperativas ou de auda mtua% instituiJes oper;rias% ornais% agitao -propor"ionaram uma resposta ao grito do proletariado O Cue era verdadeiramente novo nesse movi-mento oper;rio% era a "ons"i?n"ia de "lasse e a ambio de "lasse $o eram mais RpobresS Cue se

    )(

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    defrontavam "om os Rri"osS% mas uma "lasse espe"fi"a% a "lasse oper;ria ou o proletariado% Cue en-frentava a dos patrJes ou "apitalistas ssa nova forma de oposio V burguesia% utiliBada pelo pro-letariado industrial% uma forma de luta superior% segundo ngels% Vs revoltas "ontra as m;Cuinas%eram os sindi"atos% "oaliBJes oper;rias% Cue serviam de baluarte aos prolet;rios em suas lutas "ontraos "apitalistas 1 difuso deles o"orreu aps as "lasses trabal:adoras terem obtido% em (L&@% o direi-to ; livre asso"iao% "om a revogao dos 3ombinations 1"ts

    $a verdade% os trabal:adores assalariados ingleses% prin"ipalmente os artfi"es Cualifi"ados% semprese organiBaram em algum tipo de combinations% s Cue% "omo eram "landestinas% no tin:am "onse-guido grandes resultados ,a "landestinidade paralisava o seu desenvolvimento. 3om a derrubadados Combinations Acts% deu-se ampla liberdade para a formao de sindi"atos entre os oper;riosO"orreram% ento% a situao aberta de muitas "oaliBJes oper;rias Cue viviam na "landestinidade e osurgimento de grandes unions% prin"ipalmente entre os oper;rios das grandes indstrias 6) Os3ombinations 1"ts eram utiliBados prin"ipalmente "ontra o proletariado mais pobres e desCualifi"a-dos das indstrias do norte da 7nglaterra% prin"ipalmente os proletariados das minas de "arvo e daindstria t?til% Cue no podiam aspirar a organiBar-se "om muita efi";"ia% a no ser Cue operassemsobre distritos muitos etensos ,os oper;rios Cualifi"ados% artfi"es espe"ialiBados% "on"entrados em

    8ondres% mesmo sob os 3ombinations 1"ts% ":egaram a se asso"iar abertamente.

    8imites do sindi"alismo "rise e"onomi"a9

    !as% se os sindi"atos tin:am imensas difi"uldades de "onCuistar uma solidariedade inCuebr;vel en-

    tre os prolet;rios para a luta por sal;rios% esses% segundo ngels% no era ainda o seu maior limite O

    verdadeiro limite da pr;ti"a sindi"al% para o ovem ngels% estava na impot?n"ia das trade unions di-

    ante das "rises ""li"as da e"onomia "apitalista sse era o trao essen"ial das limitaJes do sindi"a-

    lismo e da sua inefi";"ia diante das lutas "ontra as usurpaJes dos "apitalistas m "aso de "rise

    e"onImi"a% a prpria asso"iao E obrigada a reduBir o sal;rio% ou dissolver-se "ompletamente= e no

    "aso de uma alta importante da pro"ura no mer"ado de trabal:o% no pode fiar o sal;rio a nvel

    mais elevado do Cue aCuele Cue a "on"orr?n"ia entre "apitalistas determinaria por si mesmo 1lves%

    &''69 @)

    Papel dos sindi"ados% defensivas

    Desse modo% ngels re"on:e"eu o "ar;ter fundamental da luta dos sindi"atos9 a sua defensividade

    diante dos abusos dos "apitalistas les tenderiam a fun"ionar apenas "omo um es"udo "ontra a es-

    tratEgia dos "apitalistas individuais% Cue na "on"orr?n"ia entre si pro"uravam reduBir sal;rios ou

    prolongar e intensifi"ar a ornada de trabal:o% "omo uma forma de aumentar os lu"ros ,essa estratE-

    gia era muito utiliBada no perodo de "onstituio do "apitalismo industrial% sob a vig?n"ia da mais-

    valia absoluta. nfim% em perodos de prosperidade e"onImi"a% os sindi"atos poderiam servir "omo

    defesa dos oper;rios "ontra os abusos dos "apitalistas ,1lves% &''69 @N.

    tudo E pela determinao e"onomi"a% tanto a "rise Cuanto a "ons"i?n"ia9

    )&

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    1 perspe"tiva de Cue o desenvolvimento industrial tenderia a produBir uma "res"ente proletariBao

    das "lasses trabal:adoras deu a ngels a "onvi"o de Cue o sindi"alismo prolet;rio% dos trabal:ado-

    res no Cualifi"ados% "om suas difi"uldades e limites intransponveis% poderia ser a epresso do sin-

    di"alismo do futuro nfim% a prpria "omprovao de Cue os sindi"atos de of"io tenderiam a dis-

    solver-se "ompletamente% perderiam CualCuer efi";"ia na luta "ontra os "apitalistas% tornar-se-iauma forma de luta obsoleta para os oper;rios ,180*% &''69

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    Os oper;rios Cualifi"ados de tipo artesanal "ontinuavam a formar um grupo so"ial distinto na so"ie-

    dade fran"esa ram uma frao das "lasses trabal:adoras Cue possuam um nvel intele"tual mais

    desenvolvido e a "ons"i?n"ia de "lasse mais avanada Tais "omo os artfi"es espe"ialiBados ingle-

    ses% ele formavam a vanguarda da luta pelo direito de organiBao "orporativa e "ontrole do pro"es-

    so de trabal:o 1 industrialiBao estava solapando o bem-estar e status desses e-artesos transfor-mados em assalariados% Cue nada podiam faBer% nem mesmo se organiBar% de forma livre% em sindi-

    "atos de of"ios% "ontra o avano impessoal e poderoso do "apitalismo industrial 1 prin"ipio% foram

    os oper; rios Cualifi"ados de tipo artesanal% em pro"esso de proletariBao% Cue "onstituram novas

    formas de resist?n"ia% e muitos deles foram atrados pela nova ideologia do so"ialismo les eram

    os prin"ipais leitores dos es"ritos de #abeuf% #lanCui% #lan" e Proud:on ,180*% &''69 M

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    "ondio de vida inumana Desse modo% podemos supor Cue% em suas obras de uventude% seCuer%

    estavam postas% no :oriBonte de !ar% um estatuto legtimo para a "ons"i?n"ia sindi"alista ,ou se

    ele fosse posto% seria tal "omo a falsa "ons"i?n"ia prpria do movimento do proletariado sob a for-

    ma da polti"a% "omo !ar "onsiderou nas Glossas 3rti"as. ,180*% &''69 ('&-('6.

    1 :istria da Primeira 7nterna"ional E pontuada por v;rias seCu?n"ias9 Perodo de "ooperati-

    va ,(L)@-(L)).% perodo "oletivista ,(L))-(L)N.% perodo de guerra de "lasses ,(L)N-(LM'. e% final-

    mente% um perodo Cue definimos "omo R"onflitivoS e Cue se estende a partir da "onfer?n"ia de

    8ondres% depois da 3omuna% de v;rias divisJes Cue se estendem por v;rios anos aps o rompimento

    do 3ongresso de Haia% em (LM&

    O primeiro debate no fo"o interna"ional sobre o modelo "ooperativo de asso"iaJes de pro-

    duo dos trabal:adores% Cue E uma alternativa para o trabal:o assalariado% e edu"ao popular 7sso

    E para forne"er a "lasse trabal:adora de instrumentos de auto"apa"itao% garantindo sua indepen-

    d?n"ia de governos e do ogo polti"o

    nto% impulsionado pelo aumento de "onflitos so"iais em (L)M% o 7nterna"ional est; se mo-

    vendo em direo V adoo de prin"pios "oletivistas sufi"iente para finalmente assumir mais e mais

    a vo"ao revolu"ion;ria 1s grandes pot?n"ias um preteto para a parti"ipao de muitos interna"i-

    onalistas na insurreio da 3omuna de Paris para evo"ar o espe"tro de uma maonaria "riminal Cue

    mina as bases da ordem so"ial

    Uma das difi"uldades en"ontradas pelo 7nterna"ional foi para liderar uma revoluo para o

    desenvolvimento e"onImi"o% so"ial e polti"o% sem um aspe"to prevale"e sobre os outros Os deba-

    tes sero orientados a dois "amin:os divergentes Um defendia uma forma de Rsindi"aliBao gene-

    raliBadaS da empresa% a aCuisio da produo na base pelos prprios trabal:adores% para atender as

    ne"essidades b;si"as da so"iedade 1 outra% a estatal so"ialista% defendeu uma soluo "ada veB mais

    e"lusivamente polti"a% a "onCuista do stado pelo proletariado% a ni"a "lasse "apaB de responder

    ao interesse geral na ":egada ao poder

    [ essa Cuesto da "onCuista do poder polti"o Cue dividiu o 7nterna"ional em dois "ampos%

    antiautorit;ria "ontra diviso autorit;rio Cue ainda despertadas oposiJes sangrentos durante o sE"u-

    lo KK Para muitos ativistas sindi"ais da Epo"a% o estado era raramente visto "omo uma ne"essida-

    de 1s "lasses trabal:adoras no sabia o Cue #ourdieu ":amou de cmo esCuerda do stadoc% aCuela

    Cue seria a sua ala so"ial% a proteo% redistributiva e edu"a"ional $a Epo"a da revoluo industrial%

    )

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    o stado foi "abal e ineCuvo"a a ferramenta de dominao dos "apitalistas% o advogado das "lasses

    propriet;rias

    Os trabal:adores tiveram Cue "ontar "om a partil:a dos seus prprios re"ursos% em "aso de

    desemprego% doena e vel:i"e 7sso epli"a a virul?n"ia da idEia de canti-stadoc em uma parte da"lasse trabal:adora9 no podemos esperar nada do stado porCue s pode ser o aparel:o repressivo

    da burguesia no poder Da a inveno de um modelo de "ontra-so"iedade Cue% "om base na autono-

    mia e federalismo% opondo-se a soluo polti"a para tomar o poder a partir de "ima Os baAuninis-

    tas bus"am radi"aliBar o movimento oper;rio emergentes% espe"ialmente nos pases latinos% para ori-

    ent;-los a um anarCuismo revolu"ion;rio a"abar; por se transformar fora do vapor - "om e"epo

    da span:a% Cue vai manter uma forte tradio anarCuista up a vitria de Fran"o

    Uma palavra sobre !ar% Cue ainda esto atribui um pou"o de forma simplista o papel de li-

    derana da 1sso"iao 7nterna"ional dos trabal:adores !ar E realmente o pivI "entral no mbito

    do 3onsel:o Geral em 8ondres% espe"ialmente na elaborao de estatutos e do dis"urso de posse% e%

    em seguida% relata ao 3ongresso% mas sua ao na as"enso da 17T no deve ser eagerada O 3on-

    sel:o Geral tambEm nun"a prerrogativas da direo polti"a !ar tem alguma influ?n"ia% mas dis-

    "reto% cnos bastidoresc% "omo ele se refere a si mesmo nas an;lises da organiBao

    O ni"o mandato Cue ele tem E o "orrespondente para a 1leman:a [ "om a 3omuna de Pa-

    ris Cue ele "on:e"e uma "elebridade sbita% devido% prin"ipalmente% "alnias na imprensa - e Cue%

    geralmente% no se sabe "omo o seu trabal:o era pou"o "on:e"ido no movimento oper;rio europeu

    antes dessa data cu sou% ele possui% o :omem no momento mais "aluniado e mais ameaadas de

    8ondresc 1lEm disso% a"res"enta Cue essa notoriedade sbita cse sente bem depois de vinte anos de

    um roman"e de ":atoc !as 17T E uma organiBao Cue resiste "entralismo FederaJes estilingue

    da frente Cue deseam manter sua independ?n"ia% !ar su"eder seu sbito quarterbacpre"ipitando

    o "olapso da organiBao no 3ongresso de Haia% em (LM&% apenas o 3ongresso Cue parti"ipou pes-

    soalmente desde a reunio de fundao (L)@

    ))

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    C78tul( III$As )(")e75=es s(#! 's #reves " AIT

    1s greves faBem parte das estratEgias de luta e resist?n"ia da "lasse trabal:adora "ontra a

    eplorao e a opresso impostas pelo sistema "apitalista O antagonismo entre as "lasses so"iais%resultante da eplorao burguesa sobre a fora de trabal:o da "lasse trabal:adora% gera no s das

    disparidades so"iais e e"onImi"as entre as "lasses% mas sobre tudo o antagonismo polti"o entre

    burgueses e tral:adores Portanto% a luta de "lasses E a prin"ipal epresso do antagonismo entre as

    "lasses so"iais na so"iedade "apitalistas% pois epli"ita as "ontradiJes so"iais% e"onImi"as e

    polti"as entre burgueses e tral:adores% entre capital e trabalho

    Para !iA:ail #aAunin a vida e a dinmi"a so"ial so resultantes da dialEti"a entre a a'oe a

    rea'o perpEtuas% RCue "ombinando-se num ni"o movimento "onstituem o Cue ":amamos de

    solidariedade% vida "ausalidade universaisS ,#1U$7$% (NLL9

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    atE o presente% ele foi iniCuamente eplorado por indivduos em detrimento dasmassas oper;rias ,#1U$7$% &''L9 M).

    O trabal:o E% portanto% a'o:umana criadora% eminentementeemancipatria% entretanto% a

    eplorao do trabal:o E a rea'o destrutiva das "lasses dominantes% Cue "onverte o trabal:o

    "oletivo em es"ravido% em fonte de privilEgio e riCueBa de pou"os e em fonte de opresso e misEriade muitos

    3omo se v? o anarCuista russo re"orre V dialEti"a serial antinImi"a de Proud:on Cue%

    segundo Georges Gurvit":% E uma dialEti"a Cue se opJe V dialEti"a :egeliano% uma veB Cue se trata

    de uma Rdialtica antin2mica, ne#ativa, antittica% Cue reeita CualCuer snteseS% Rum mEtodo

    dialEti"o Cue pro"ura bus"ar a diversidade em todos os seus detalhesS ,GU407T3H% (NLM9 (''. 1

    filiao da dialEti"a baAuninista V dialEti"a proud:oniana fi"a ainda mais epl"ita Cuando Gurvit":

    epli"a a dialEti"a do trabal:o do anarCuista fran"?s% para Cual o trabal:opode ser% segundo as "ir"unstn"ias% a maior alegria ou o maior sofrimento= otrabal:o E a libertao do :omem% mas igualmente a ameaa "onstante de suaes"ravido ,X. 1 dialEti"a inerente ao trabal:o torna-se tr;gi"a% Cuando aorganiBao do trabal:o E imposta de "ima aos trabal:adores% sea pela vontade dospropriet;rios o"iosos ,sen:ores feudais e padres.% dos patrJes privados ou do stadoe seus fun"ion;rios ,GU407T3H% (NLM9 ('6.

    *o sobre esses mar"os Cue #aAunin% e tambEm Proud:on% analisam a luta de "lasses% os

    "onflitos e "ontradiJes entre capital e trabalho 1s greves% portanto% so produtos desse

    movimento in"essante de a'o-rea'oCue se "ombina V dialEti"a cria'o-destrui'o Portanto% as

    greves% ao lado dos motins% das sabotagens% das revoltas% das barri"adas% das insurreiJes% das

    diversas formas de ao direta e de resist?n"ia% so reaJes% respostas da "lasse trabal:adora diante

    da eplorao e da opresso do regime "apitalista 3onstituem rupturas "om a ordem vigente% uma

    veB Cue Cuestionam e suspendem% mesmo Cue temporariamente% o "ontrato de trabal:o

    3omo no poderia ser diferente% os movimentos grevistas so "onsiderados parte da

    estratEgia revolu"ion;ria 7sso fi"a epl"ito no teto de #aAunin intitulado a Dupla #reve de

    >enve% publi"ado em (L)N no 5ornal6#alit1s not"ias relativas ao movimento oper;rio europeu podem resumir-se numapalavra9 greves $a #Elgi"a% greve dos tipgrafos em v;rias "idades% greve dosfiandeiros em Gande% greve dos tape"eiros em #ruges= na 7nglaterra% greve iminentedos distritos manufatureiros= na Prssia% greve dos mineiros de Bin"o= em Paris% grevedos pedreiros e pintores= na *ua% greves em #asileia e em Genebra medida Cueavanamos as greves multipli"am-se _ue Cuer diBer istoY _ue a luta entre o trabal:oe o "apital se agua "ada veB mais% Cue a anarCuia e"onImi"a E "ada veB maisprofunda% e Cue "amin:amos a passos largos para o fim inevit;vel a Cue nos "onduBesta anarCuia9 a revoluo so"ial ,#1U$7$% (NMN9 ('-((.

    [ importante ressaltar Cue a dupla greve de Genebra e as demais greves desta"adas por

    )L

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    #aAunin o"orreram num "onteto de epanso da 1sso"iao 7nterna"ional do Trabal:adores

    ,17T.% enCuanto alternativa de organiBao e de luta da "lasse trabal:adora 1 multipli"ao das

    greves faBia parte da estratEgia da prpria 17T 1ssim% #aAunin re"orre mais uma veB V teoria

    proud:oniana% para a firmar Cue as greves pressupJem o desenvolvimento da fora "oletiva dos

    trabal:adores ,#1U$7$% (NMN9 ((.% isto E% pressupJem a organiBao e o desenvolvimento deestratEgias de resist?n"ia e de ruptura "om a ordem "apitalista

    1s greves assumem a dimenso de Rguerra so"ialS% ou sea% de "onflitos entre "lasses

    antagIni"as Portanto% $a dialEti"a antinImi"a baAuninista% as greves "umpririam uma dupla

    funo9 intensifi"ariam as "ontradiJes entre a "lasse trabal:adora e a burguesia e%

    simultaneamente% fortale"eriam os laos de solidariedade entre os trabal:adores 1 sErie dialEti"a

    ini"iada por essa dupla funo das greves% produBiriam uma dupla ao9 a negao da ordem

    burguesa e afirmao de uma nova ordem so"ialt la grZve% "est le "ommen"ement de la guerre so"iale du prolEtariat "ontre labourgeoisie% en"ore dans les limites de la lEgalitE 8es grZves sont une voie prE"ieusesous "e double rapport% Cue% dabord% elles Ele"trisent les masses% retrempent leurEnergie morale% et rEveillent en leur sein le sentiment de lantagonisme profond Cuieiste entre leurs intEr?ts et "eu de la bourgeoisie% en leur montrant touoursdavantage labWme Cui les sEpare dEsormais irrEvo"ablement de "ette "lasse= etCuensuite% elles "ontribuent immensEment V provoCuer et V "onstituer entre lestravailleurs de tous les mEtiers% de toutes les lo"alitEs% et de tous les pa2s% la"ons"ien"e et le fait m?me de la solidaritE9 double a"tion% lune nEgative et lautrepositive% Cui tend V "onstituer dire"tement le nouveau monde du prolEtariat% enlopposant dune maniZre Cuasi-absolue au monde bourgeois ,#1U$7$% (N('9@6L-@6N.

    1 partir da dialEti"a serial antinImi"a% a teoria baAuninista pressupJe a os movimentos

    grevistas podem assumir formas e "ontedos revolu"ion;rios ntretanto% o "ar;ter revolu"ion;rio

    das greves depende do desenvolvimento das foras "oletivas do proletariado Por essa raBo%

    #aAunin "onsiderava a organiBao da 7nterna"ional era "entral para a luta eman"ipa"ionista dos

    trabal:adores

    87nternationale% en mettant ainsi le prolEtariat en de:ors de la politiCue des [tats etdu monde bourgeois% "onstitue un monde nouveau% le monde du prolEtariat solidairede tous les pa2s 3e monde est "elui de lavenir= "est dun "ItE l:Eritier lEgitime%mais en m?me temps le dEmolisseur et lenterreur de toutes les "ivilisations:istoriCues% privilEgiEes% et "omme telles "omplZtement EpuisEes et "ondamnEes Vmourir= par "onsECuent le "rEateur obligE dune "ivilisation nouvelle% fondEe sur laruine de toutes les autoritEs divines et :umaines% de tous les es"lavages et de toutesles inEgalitEs ,#1U$7$% (N('9 @6M.

    $a tese baAuninista as formas de organiBao e luta dos trabal:adores so partes

    "onstitutivas das foras "oletivas dos trabal:adores% uma fora destrutiva ao se "olo"ar em oposio

    )N

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    in"on"ili;vel "om a ordem burguesa PorEm% dialeti"amente% as foras "oletivas tambEm so

    "onstrutivas% pois estabele"em um programa revolu"ion;rio de "onstruo de uma nova so"iedade%

    ou sea% da so"iedade so"ialista ntretanto% se as organiBaJes e as formas de luta no assumirem

    um "ar;ter efetivamente "lassista% uma ao polti"a prpria da "lasse trabal:adora% podem%

    "ontraditoriamente% ser "onvertidas em obst;"ulos para a luta dos trabal:adores% "omo resultante daao das foras "onservadoras Cue aponta para a assimilao sist?mi"a das organiBaJes e das lutas

    prolet;rias 1ssim% o desenvolvimento da ao polti"a da "lasse trabal:adora pressupJe a luta

    polti"a ideolgi"a no interior do prprio movimento e das organiBaJes prolet;rias% "ombatendo as

    ideologias e pr;ti"as polti"as burguesas% ou sea% as ideologias "onservadoras e de "ar;ter

    "on"iliatrio R_ue teve de faBer a 7nterna"ionalY Teve primeiramente de afastar as massas oper;rias

    da polti"a burguesa% teve de eliminar do seu programa todos os programas polti"os burguesesS

    ,#1U$7$% (NMN9

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    ne"essariamente pelas sociedades de resistPncia% enCuanto instrumento para garantir a solidariedade

    polti"a e e"onImi"a no s entre os trabal:adores de um determinada "ategoria em greve% mas

    tambEm e prin"ipalmente entre os trabal:adores de todos os pases% reforando a perspe"tiva

    internacionalista $o "ongresso seguinte% realiBado em #asileia em (L)N% a orientao para a

    "riao das cai$as de resistPncia por todos os trabal:adores em todos os pases% deiando maisepl"ita a solidariedade e"onImi"a% alEm disso o 3onsel:o Geral passaria a servir% se ne"ess;rio% de

    intermedi;rio para a unio das sociedades de resistPncia de todos os pases ,3O!P4-!O48%

    (N(&9

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    pronon"Ees "ontre eu 3es sommes sont destinEes V opErer le remboursement despr?ts Cui ont EtE faits au grEvistes soit par le 3onseil gEnEral lui-m?me% soit par les3:ambres ou 3omitEs fEdErau% soit m?me par des "orporations affiliEes VlQ7nternationale ,T*TUT% (LM'9 )N.

    3onsiderando o relato de Testut% a 17T logrou% no mnimo% relativo su"esso na apli"ao da

    sua polti"a para a estratEgia das greves dos trabal:adores% "onstituindo uma rede de solidariedade e

    "ooperao e"onImi"a para finan"iar os movimentos grevistas% bem "omo a "onstituio de uma

    arti"ulao polti"a Cue signifi"ou a presena de lideranas sindi"ais para auiliar na deflagrao e

    manuteno das greves Outra polti"a fundamental do interna"ionalismo da "lasse trabal:adora foi

    o esforo para impedir a "ontratao de trabal:adores para substituir os grevistas O modelo de

    organiBao das federaJes de trabal:adores tambEm t?m ?ito% "omo afirma 5a"Cues DroB ,(NMM9

    M().

    [ fundamental% para a tese aCui defendida% desta"ar Cue a polti"a da 17T sobre as grevesaprovada no "ongresso de (L)N E o resultado da sistematiBao e do esforo de interna"ionaliBar

    pr;ti"as e estratEgias de luta e organiBao dos trabal:adores desenvolvidas ao longo do sE"ulo K7K

    na uropa Diversas eperi?n"ias "on"retas "ontriburam para a "onstruo da lin:a polti"a da 17T

    sobre as greves 1 ; "ita dupla greve de Genebra E um bom eemplo de "omo as eperi?n"ias

    "on"retas de luta se "onverteram em lin:a polti"a O relato feito por 5ames Guillaume% professor e

    militante anarCuista da seo sua da 17T e "ompan:eiro de #aAunin% mostra a importn"ia dessa

    greve9$a primavera de (L)L foi deflagrada em Genebra ,maro. a famosa greve dosoper;rios da "onstruo "ivil% Cue teve to grande reper"usso ssa greve foi ao"asio de um belo lan de solidariedade9 as *eJes genebresas da Rf;bri"aSapoiaram as "orporaJes da "onstruo "ivil% e serviram-se generosamente de seufundo de