guia da loja verde

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  • O tema da sustentabilidade pode parecer um bicho de sete cabeas, mas este Guia da Loja Verde prova o contrrio, mostrando

    solues simples e prticas.

    Aqui voc vai encontrar exemplos de peque-

    nos, mdios e grandes supermercados que

    tiveram muitos benefcios alm do ecolgico,

    entre eles:

    reduo de despesas;

    valorizao da marca;

    atrao e reteno de talentos e fideli-

    zao de clientes.

    H casos de lojas que instituram melhorias

    em pleno funcionamento e tambm de con-

    strues de lojas novas, desde o projeto.

    Este Guia da Loja Verde tambm ajuda na

    contratao de profissionais qualificados no

    tema da sustentabilidade, arquitetos e cons-

    trutoras, como material de apoio e consulta

    permanente.

    Ao final da leitura possvel perceber como

    fcil adequar-se e participar de um mer-

    cado interessante e lucrativo.

    Focado no cliente que j exige esse novo

    posicionamento e tambm no meio ambi-

    ente que suplica por cuidados, propomos

    um novo olhar sobre o negcio e a vida, com

    objetivo de construir uma empresa nica,

    prspera, humana e tica.

  • ORG

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    BICICLET

    RIO

    PLSTICO

    METALPAPEL

    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    IntroduoPalavra do Presidente Palavra do Diretor de SustentabilidadeA caminhada da APAS para a sustentabilidadeCenrioInfraestrutura Localizao

    Construo

    Insumos e consumo responsvel

    Espaos externos

    Preservao

    Drenagem urbana

    Estacionamento

    SadeGesto gua

    Energia

    Resduos

    Poltica Nacional de Resduos Slidos

    Identificao dos resduos gerados

    Alternativas de valorizao e destinao dos resduos 4 Rs

    Smbolos da reciclagem

    Passo a passo

    Sacolas: perguntas e respostas

    Sees do supermercado Aougue e peixaria

    Confeitaria e padaria

    Rotisseria

    Frutas, Legumes e Verduras (FLV)

    Frios

    Frente de caixa

    Comunicao e engajamento Fornecedores

    Consumidores

    Colaboradores

    Aes sociais

    Questionrio de avaliao: Quanto seu supermercado sustentvel?Selos e certificaesPalavras-chave para busca na internetGlossrioCuriosidades

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    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    IntroduoPalavra do Presidente Palavra do Diretor de SustentabilidadeA caminhada da APAS para a sustentabilidadeCenrioInfraestrutura Localizao

    Construo

    Insumos e consumo responsvel

    Espaos externos

    Preservao

    Drenagem urbana

    Estacionamento

    SadeGesto gua

    Energia

    Resduos

    Poltica Nacional de Resduos Slidos

    Identificao dos resduos gerados

    Alternativas de valorizao e destinao dos resduos 4 Rs

    Smbolos da reciclagem

    Passo a passo

    Sacolas: perguntas e respostas

    Sees do supermercado Aougue e peixaria

    Confeitaria e padaria

    Rotisseria

    Frutas, Legumes e Verduras (FLV)

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    Frente de caixa

    Comunicao e engajamento Fornecedores

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    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    IntroduoPalavra do Presidente Palavra do Diretor de SustentabilidadeA caminhada da APAS para a sustentabilidadeCenrioInfraestrutura Localizao

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    Insumos e consumo responsvel

    Espaos externos

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    Drenagem urbana

    Estacionamento

    SadeGesto gua

    Energia

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    Poltica Nacional de Resduos Slidos

    Identificao dos resduos gerados

    Alternativas de valorizao e destinao dos resduos 4 Rs

    Smbolos da reciclagem

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    Sacolas: perguntas e respostas

    Sees do supermercado Aougue e peixaria

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    Comunicao e engajamento Fornecedores

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  • Introduo

    O setor de supermercados movimenta anualmente R$ 201,6 bilhes no Brasil, representando 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), e promove a gerao de 919,8 mil empregos diretos e cerca de 3 mi-lhes indiretos.

    A conjuntura de um mundo em constante transformao e uma economia globalizada requer uma nova filosofia de negcios, algo que considere a sustentabilidade, conceito que envolve trs aborda-gens: econmica, ambiental e social.

    Cada vez mais a sustentabilidade est sendo integrada ao plane-jamento estratgico das organizaes. A nova viso resulta na criao de valores para fornecedores, clientes, colaboradores e acionistas.

    Assim, a APAS Associao Paulista de Supermercados apresenta este Guia da Loja Verde, com prticas e dicas sustentveis, abordando temas como economia de gua e energia, coleta seletiva de lixo e escolha de materiais mais ecolgicos.

    Este volume d continuidade ao projeto iniciado com o Guia Pr-tico APAS Supermercados Sustentveis, veiculado na APAS 2009 e realizado em parceria com a Fundao Getulio Vargas, e tem como objetivo indicar alternativas de simples execuo, apontando o ca-minho para que voc inicie mudanas estruturais a fim de tornar seu negcio mais sustentvel.

    Coordenar as aes ora apresentadas resulta em reduo de cus-tos, retorno financeiro, valorizao da marca, criao de novos rela-cionamentos comerciais e conscientizao de fornecedores, clientes e colaboradores.

    Por fim, este Guia da Loja Verde tem a inteno de desmistificar a sustentabilidade e mostrar como fcil adotar melhorias para pro-mover economia e outros resultados positivos. Ele ajudar a promo-ver aes de sustentabilidade de forma objetiva, auxiliando o dia a dia de diretores e gerentes da empresa.

    4 guia da loja verde

  • Palavra do Presidente

    Pelo relacionamento com os consumidores, nosso setor reconhecido como forma-dor de opinio, principalmente por participar ativamente de campanhas de interes-se pblico que trazem benefcios para a sociedade, atuando na conscientizao dos empresrios e do pblico para a prtica da cidadania.

    Foi assim com os projetos Via Rpida, Brasil sem Misria, Pense Rosa, De Olho na Validade, Proibio da Venda de lcool para Menores de 18 Anos e, sobretudo, o Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, que visa substituir as sacolas descartveis por reutilizveis nos supermercados. A campanha que criamos com a prefeitura de Jundia em agosto de 2010 hoje modelo para o Estado de So Paulo e o Brasil.

    Muito nos orgulha constatar que a sustentabilidade, uma bandeira de todos os que tm compromisso com as futuras geraes, est presente nas aes da entidade, com o necessrio suporte aos associados na sua aplicao

    O Guia da Loja Verde que chega s suas mos um dos 50 projetos prioritrios da diretoria da APAS que me traz imensa alegria, pois trata-se de uma obra indita que ser referncia para o nosso setor.

    Agradecemos todas as empresas que nos forneceram informaes; aos executivos do Grupo Po de Acar, Walmart e Carrefour pela orientao sobre os rumos do projeto; ao presidente do Conselho Deliberativo, Joo Sanzovo, pelo comprometimento com as causas ambientais e empenho na continuidade do trabalho de sustentabilidade da APAS, agora em uma diretoria criada para este fim; ao vice-diretor Antonio Gandra, jovem vito-rioso em seus negcios nessa rea, que nos trouxe sua expertise para a produo desta obra, e aos colaboradores da APAS e fornecedores que se dedicaram a este trabalho.

    Pela riqueza do seu contedo, este guia simboliza nosso amadurecimento como setor que pensa no futuro e entende a sustentabilidade como um processo extensivo a toda cadeia do abastecimento.

    Caro associado, utilize esta ferramenta e faa a diferena em seus negcios.

    Boa leitura!

    ConheCimento verde indispensvel

    Joo GalassiPresidente APAS

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  • Palavra do Diretor de Sustentabilidade

    O mundo nunca mais foi o mesmo depois que o ex-presidente dos Estados Unidos Al Gore lanou o filme An Inconvenient Truth (Uma verdade incon-veniente) em 2006. O documentrio mostrava didaticamente os efeitos do aque-cimento global e pregava ao imediata para o desenvolvimento sustentvel e

    uma nova viso sobre o futuro do planeta. O desafio era manter o crescimento

    e preservar o meio ambiente.

    Em 2007, comeamos a nos organizar como setor para atender s deman-

    das da sociedade por um ambiente seguro e decidimos que a sustentabilidade

    seria o tema da nossa feira do ano seguinte. Em agosto, o prefeito de So Paulo,

    Gilberto Kassab, convidou a APAS para participar do evento Eu no sou de

    plstico.

    Na ocasio, eu era o presidente da APAS e vinha de uma experincia de

    dois mandatos como prefeito de Ja, onde me deparei com os problemas am-

    bientais comuns a todos os municpios. Percebi que a iniciativa da Prefeitura de

    So Paulo era uma ao concreta de educar a populao para inibir o descarte.

    Desenvolvemos vrias aes at chegar ao projeto-piloto de Jundia, Vamos Tirar

    o Planeta do Sufoco.

    Agora, ao lanar o Guia da Loja Verde, entendemos que a APAS alcana um

    elevado nvel de conscincia em torno desse tema, que no se limita ao lixo, mas

    abrange questes climticas, emisso de gs carbnico, economia de recursos

    no renovveis, respeito diversidade e incentivo responsabilidade social.

    Como diretor de Sustentabilidade da APAS, estou seguro de que a entidade

    d um passo certo rumo ao futuro e contribui significativamente para transfor-

    mar a viso no s dos empresrios supermercadistas como tambm da socie-

    dade sobre o nosso negcio.

    Um passo Certo rUmo ao fUtUro

    Joo SanzovoDiretor de Sustentabilidade APAS

    6 guia da loja verde

  • A caminhada

    A APAS comeou a organizar o debate em torno das questes ambien-tais depois que Al Gore, ex-presidente dos Estados Unidos lanou em 2006 o documentrio An Inconvenient Truth (Uma verdade inconvenien-te). A obra fez grande sucesso ao pregar uma nova viso sobre o futuro do planeta e discutir o aquecimento global, a contaminao do meio ambiente e a urgncia de se planejar o desenvolvimento sustentvel.

    A relevncia do tema motivou a APAS e eleger a sustentabilidade como tema da feira em 2008 e desde ento passou a fazer parte das aes da entidade. Ao tomar posse em 2010, o presidente Joo Galassi criou a Diretoria de Sustentabilidade e hoje o assunto recorrente, com projetos aprovados e em execuo, como a campanha Vamos Tirar o Pla-neta do Sufoco e o Guia da Loja Verde.

    sede da apasOs colaboradores da APAS puderam acompanhar nos ltimos

    anos a preocupao da entidade em oferecer uma infraestrutura mais sustentvel e ter atitudes mais conscientes. Para tanto, algumas iniciativas foram tomadas:

    A APAS planeja instalar a coleta da gua da chuva para utilizao nos banheiros, jardinagem e limpeza de suas instalaes.

    da APAS para a sustentabilidade

    Resduos: em todo o prdio no se utiliza descartveis, apenas vidros e louas, que so reutilizveis. Todo o resduo orgnico vai para uma usina de compostagem, localizada no prprio prdio, e resulta em adubo utilizado em manuteno de praas pblicas. O no or-gnico encaminhado para reciclagem.

    PRocessos financeiRos: oramentos e pedidos de pagamentos, antes impressos, hoje so feitos apenas por documentao digital, o que gerou reduo no consumo de papel.

    acessibilidade: a estrutura do prdio foi adaptada com acesso para cadeirantes e insta-lao de piso especial para deficientes visuais.

    Gesto da Gua: todas as descargas e torneiras foram adaptadas para racionalizar o consumo. As descargas atuam com mecanismo dual flux, que controla dois volumes diferentes de gua. A descarga e torneiras so acionados por sensor de presena. Essas mudanas pro-moveram uma economia de aproximadamente 20% no consumo de gua.

    guia da loja verde 7

  • Cenrio

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    CA maioria das pessoas ainda acredita que sustentabilidade re-laciona-se apenas s questes ambientais. Um grande engano cometido tambm por muitas empresas, que insistem em atrelar o lanamento de produtos apenas ao meio ambiente e ecologia; os benefcios devem ser tambm econmicos e sociais.

    Por serem locais onde as decises de consumo so tomadas de forma mais direta e imediata, os supermercados tm a oportunidade de contribuir para conscientizar o consumidor para os problemas am-bientais derivados dos padres de consumo atuais.

    Uma pesquisa realizada pelo Grupo Po de Acar, divulgada durante evento promovido pela APAS, demonstrou que o consumi-dor espera que o varejo o ajude a melhorar suas escolhas. Segundo pesquisa publicada na Revista SuperVarejo de novembro de 2010, no Brasil, 71% dos consumidores tm expectativa de que as empresas eduquem sobre consumo sustentvel.

    Mas afinal qual a realidade de hoje?

    Conceito de loja verde vai muito alm de prdios que economizam gua ou energia.

  • OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%*

    DISTRIBUIO DE RENDANO MUNDO (ONU)

    *total da renda mundial.

    72%dos brasileiros se dizem MUITO INTERESSADOS em conhecer maisos meios que algumas empresas esto utilizando para ser socialmente responsveis

    PERCEPO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO SOBRE O PAPEL DAS GRANDES EMPRESAS NA SOCIEDADE

    1960 2000CRESCIMENTO MUNDIAL

    6BILHES DE

    PESSOAS

    POPULACIONAL3BILHES DE

    PESSOAS

    20TRILHES DE

    DOLARES

    EM 40 ANOS:2 VEZES + pessoas4 VEZES +consumo

    COMPRAS DE PRODUTOSE SERVIOS5

    TRILHES DEDOLARES

    OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%*

    DISTRIBUIO DE RENDANO MUNDO (ONU)

    *total da renda mundial.

    72%dos brasileiros se dizem MUITO INTERESSADOS em conhecer maisos meios que algumas empresas esto utilizando para ser socialmente responsveis

    PERCEPO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO SOBRE O PAPEL DAS GRANDES EMPRESAS NA SOCIEDADE

    1960 2000CRESCIMENTO MUNDIAL

    6BILHES DE

    PESSOAS

    POPULACIONAL3BILHES DE

    PESSOAS

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    DOLARES

    EM 40 ANOS:2 VEZES + pessoas4 VEZES +consumo

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    TRILHES DEDOLARES

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    Ddistribuio de renda

    O Brasil continua entre os DEz PIORES PASES em distribuio de renda, frente somente de Bolvia, Colmbia, Haiti, Paraguai e outros cinco pases da frica Subsaariana.(Fonte: PNUD RDH 2007 www.pnud.org.br)

    Em 2009, 65,6 MILHES DE PESSOAS sofreram algum tipo de restrio alimentar no Brasil e 11,2 MILHES sofreram com insegurana alimentar grave, ou seja, passaram fome.(Fonte: IBGE 2010 www.ibge.gov.br)

  • 72% dos brasileiros se dizem MUITO INTERESSADOS em conhecer mais os meios que algumas empresas esto utilizando para ser socialmente responsveis

    PERCEPO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO SOBRE O PAPEL DAS GRANDES

    EMPRESAS NA SOCIEDADE

    10 guia da loja verde

    CConsumoHoje o mundo j consome em mdia 30% a mais do que a Terra consegue renovar. Nesse ritmo, em 2050, consumir o dobro do que a Terra pode oferecer e absorver.

    Muitas empresas ainda no perceberam que o con-sumidor est cada vez mais crtico, consciente de seu papel e importncia e no quer prestigiar as compa-nhias que entende como no sustentveis, no ticas. Mesmo assim, em vez de partir para aes consistentes, estas empresas insistem em gerar elevados gastos em propaganda e maquiar seus produtos e servios relacio-nando-os a imagens de florestas e animais, utilizando selos ecolgicos duvidosos ou modificando apenas a embalagem.

    O consumidor comum, cada vez mais informado, sa-ber identificar claramente a camuflagem e passar a recusar as empresas que insistirem nessas prticas.

  • TRILHES DEDLARES

    TRILHES DEDLARES

    guia da loja verde 11

    Consumo CCrescimento populacional

  • Mudanas no clima influenciam a biodiversidade, oferta de gua, degradao dos oceanos, entre outros. A temperatura do pla-neta j subiu 0,6 C, o que torna nossa vida mais difcil.

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    CClima

    Fonte: planetasustentvel.abril.com.br

  • guia da loja verde 13

    AUMENTO DO NVEL DO MAREm 2010, com o constante

    derretimento de geleiras, o Mar do Norte tornou-se navegvel. Isso pode facilitar o transporte martimo, porm revela o grande problema do derretimento das calotas polares e sua influncia nas mudanas climticas.

    DESAPARECIMENTO DE ILHASCom o aumento do nvel do

    mar, diversas ilhas paradisacas e cidades beira-mar esto ame-aadas de sumir do mapa. Com faixas de areia menores, as guas alcanam as cidades, atingindo moradores e turistas.

    CHUVAS E SECAS: MAIORES E MAIS INTENSAS

    O desequilbrio do clima pro-duz suas compensaes. As chu-vas em alta intensidade levam mais sedimentos e resduos das cidades aos rios, o que provoca enchentes e deslizamentos. Tais mudanas tambm comprome-tem a produo das hidreltricas, que nas secas ficam sem reservas, trazendo a ameaa do apago energtico.

  • Um novo desafio para o destino do lixo: a Poltica Nacional de Re-sduos Slidos regulamentada em 2010 j est em vigor e estabe-lece a responsabilidade de todos por tudo o que produzido, con-sumido e descartado. Hoje as cidades brasileiras no dispem mais de aterros, que j esto em sua maioria cheios. Por isso a lei vem ao encontro das necessidades atuais: inovao, mudana de atitude, in-cluso social para os catadores e incentivo indstria de reciclagem. Alguns pontos importantes merecem destaque:

    As empresas tero que fabricar pro-dutos que geram menos resduos e sejam mais reciclveis

    As empresas e a sociedade civil, por meio das prefeituras, devero incluir os catadores na cadeia de coleta de resduos slidos

    O produtor e o consumidor esto proibidos de queimar lixo em cu aberto ou jog-lo em ruas, praias e rios

    Alguns produtos especficos devem ser devolvidos ao fabricante, para que ele os recicle

    At 2014, no poder existir mais nenhum lixo: todos os resduos de-vero receber tratamento e destino adequado

    14 guia da loja verde

    Rresduos

  • Solues Ambientais e Segurana do Trabalho

    Sustentabilidade

    A sustentabilidade entrou definitivamente na agenda dos

    negcios e empresas de todos os setores vm se

    adaptando a esta tendncia mundial. A partir do diagnstico

    inicial, desenvolvemos o plano de ao envolvendo

    colaboradores, estrutura fsica, operao e marketing, na

    implantao de seu projeto de sustentabilidade. O

    monitoramento de pontos chaves e o estabelecimento de

    metas completam a assessoria que s a SOLAM Solues

    Ambientais oferece para voc.

    GESTO DE

    RESDUOS

    SEGURANA DO

    TRABALHO

    LICENCIAMENTO

    AMBIENTAL

    PROJETOS EM

    SUSTENTABILIDADE

    estamos prontos para tornarDa construo operao,

    sua loja mais verde

    www.solam.com.br

    (19) 3043-3365

  • As lojas que ainda esto em fase de projeto tm a possibilidade de incluir prticas sustentveis desde o incio da construo e do planejamento.

    Elaboramos um roteiro para que voc conhea os requisitos de uma loja sustentvel. Muitos deles voc poder colocar em prtica, outros demandaro estudos. Nesse sentido, este guia pode servir como base para tratativas e contratao de profissionais de sustenta-bilidade, arquitetos e construtoras.

    Estudos de impacto e o resultado dos levantamentos vo resultar em um empreendimento que privilegia melhor qualidade ambiental interna, eficincia energtica, racionalizao do uso de gua, susten-tabilidade de espao e materiais, garantindo conforto, qualidade dos produtos e operao com padro de excelncia.

    H pontos importantes a serem observados antes, durante e aps o projeto de execuo de uma loja verde. Para as lojas que j esto em funcionamento, as informaes ajudam a refletir sobre mudanas que podem trazer a valorizao da marca, fidelizao dos clientes e melhores relaes econmicas, ambientais e sociais.

    Infraestrutura

    16 guia da loja verde

  • Fonte: SuperVarejo janeiro/fevereiro 2011, pg. 78

    Confira: as grandes redes possuem programas de visitao s novas lojas verdes. Agende sua visita.

    nove passos para uma construo sustentvel:

    1. Planejamento sustentvel da obra

    2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais

    3. Eficincia energtica

    4. Gesto e economia da gua

    5. Gesto dos resduos

    6. Qualidade do ar e do ambiente interior

    7. Conforto termo acstico

    8. Uso racional de materiais

    9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigveis

    po de aCar

    Utilizao de materiais certificados e aes integradas

    As primeiras lojas verdes do Po de Acar foram a da cidade de Indaiatuba, inaugurada em 2008, e a de Vila Clementino, em So Paulo, inaugurada em 2009. Outras cinco lojas, inauguradas em 2009 e 2010, tambm foram desenvolvidas com princpios verdes.

    O processo de construo atendeu aos sistemas propostos pelo Le-adership in Energy and Environmental Design (Leed) e a execuo da obra teve total controle de sedimentao e eroso. A empresa afirma que 40% de todo o material utilizado na construo veio de fornecedores localizados a uma distncia prxima, evitando os fretes de longa distncia. Nos materiais e no mobilirio da loja, priorizou-se a sustentabilidade: nas gndolas, o destaque fica com a utilizao de madeira com certificao FSC. Nos corredores, circulam carrinhos 100% confeccionados em material reciclado, entre outros cuidados, como a grande variedade de produtos orgnicos.

    guia da loja verde 17

  • Walmart

    reduo de um sexto do consumo de gs: economia em energia

    Para o Walmart, a escolha integrada de produtos, sistemas e processos ocorre em diversas esferas:

    Utilizao de madeira com procedncia conhecida na fachada externa e no mobilirio interno

    Utilizao de piso de concreto aparente na rea de vendas, o que permite maior facilidade de limpeza

    Utilizao do cimento CPIII em todos os locais possveis (produ- to que reaproveita 70% do resduo gerado pelas siderrgicas, tem maior durabilidade e mais barato do que os demais cimentos)

    Utilizao de pastilhas de vidro na peixaria, o que facilita a limpeza

    Busca por fornecedores com ISO 14000 e que incorporam resduo na fabricao

    Comunicao visual feita em tecido feito de material lavvel, reciclvel e reciclado

    Utilizao de fluidos base de gua na loja, o que resulta na diminuio do consumo de gs para um sexto

    Utilizao de estrutura metlica

    Tintas base de gua e manta de l de vidro

    Telha sanduche metlica

    O piso, de cimento queimado neutro, custou 40% menos dos que as cermicas, apresenta a mesma resistncia para alto trfego e apreciado pelos clientes

    Com dois pavimentos e 6,6 mil metros quadrados de rea de vendas, a unidade Morumbi do Walmart comercializa 50 mil itens. Foi preciso apenas 1% mais do que seria investido em uma loja convencional para construir uma unidade sustentvel.

    18 guia da loja verde

  • sustentabilidade na construo financeiramente vivel

    No novidade que a Leroy Merlin vem investindo em ideias para

    garantir um planeta melhor. Em outubro de 2009, foi inaugurada em

    Niteri (RJ) a primeira loja do Brasil certificada atravs do processo de construo sustentvel Alta Qualidade Ambiental (Aqua), que estabe-

    lece os mais rigorosos padres de economia de recursos naturais. A

    rede tambm vem crescendo em aes que seguem a mesma filoso-

    fia, como o Programa Construir e Sustentar, que procura levar o pen-

    samento da preservao e da sustentabilidade das lojas para a casa do

    consumidor, atravs de produtos ecossustentveis.

    Alm dos benefcios ambientais e tangveis de reduo de gasto de

    gua e energia por seguir os critrios da Certificao Aqua, existem

    outros ligados ao conforto e sade dos usurios. A construo certificada mais saudvel e confortvel, pois alm de controle de

    rudo, conta com iluminao natural, proteo contra ofuscamento

    dos usurios pelo sol, conforto trmico e olfativo, aumento da sa-

    lubridade dos ambientes e reduo do nmero de manutenes e

    consequente incmodo para os usurios.

    O projeto oferece custo razovel. Se bem executado e racionalizado,

    o investimento em uma construo sustentvel pode ser similar ao

    de uma edificao convencional, sem falar na economia que um

    supermercado com certificao Aqua ter ao longo do tempo, pois

    o projeto reduz o gasto de gua e energia.

    leroy merlin

    guia da loja verde 19

  • Para minimizar os impactos ambientais, a escolha do local de construo da loja deve considerar: Topografia do terreno favorvel, que exija baixa interveno de sistemas de terraplanagem

    Existncia de vegetao nativa preservada para reintegrao loja

    A instalao da loja em local apropriado no meio ur-bano, minimizando os impactos da operao sobre a regio (quantidade de deslocamentos, acesso de for-necedores etc.), evitando desmatamento e prevendo conectividade com a comunidade (fcil acesso)

    A localizao pode permitir avanar no conceito de fornecimento de produtos com baixo impacto ambiental e grande fomento econmico local, entre outros, em Frutas, Legumes e Verduras (FLV), com produtores localizados prximo loja

    Llocalizao

  • Alm da mxima eficincia energtica e do uso de materiais sus-tentveis, a gesto da obra tambm deve ser ponto de ateno durante a construo e manuteno da loja. importante seguir os

    requisitos do sistema Leed, que solicita:

    Controle de sedimentao e eroso nas reas da construo

    Cuidados com incidncia de partculas suspensas (poeira) nas redondezas da obra

    Uso responsvel da gua e reaproveitamento com uso de cisternas

    Segregao dos entulhos da obra para posterior reciclagem e reso

    Fornecedores de materiais localizados perto da loja, evitando fretes de longa distncia

    Controle total e reaproveitamento dos resduos das obras

    guia da loja verde 21

    CConstruo

  • Os insumos do empreendimento devem ser avaliados sob a tica da sus-tentabilidade, ou seja, do ponto de vista ambiental, social e financeiro. Essa abordagem engloba compras, avaliao de fornecedores, investigao da procedncia de materiais, controle de produtividade, consumo de mate-riais e garantia da qualidade dos servios.

    Os materiais utilizados em uma obra so diretamente relacionados ao seu impacto ambiental e custo. A escolha de materiais ecologicamente cor-retos implica, em essncia, o menor impacto ambiental possvel.

    As escolhas da sua empresa podem orientar o mercado para uma pro-duo mais sustentvel. Assim, ao escolher fornecedores e produtos, reco-menda-se observar as seguintes caractersticas:

    Matrias-primas de origem renovvel

    Aproveitamento de resduos na composio dos produtos

    Fabricante com atuao social responsvel

    Origem e fabricao local, para minimizar os impactos de transporte

    Durabilidade e adaptabilidade em funo da vida til do produto

    Baixo impacto ambiental: produtos de fcil conservao, limpeza e com impacto ambiental limitado. A reciclabilidade do material tambm deve ser observada, pois acarreta menor consumo de matrias-primas virgens e maior preservao dos meios naturais. Produtos que tenham pouca embalagem tambm trazem bons resultados.

    Conhecimento da procedncia dos recursos naturais usados, como areia, brita e pedras, e caractersticas de fabricao e utilizao

    Identificao e valorizao do uso de materiais de produtos menos poluentes e de fornecedores prximos e que no pratiquem a informalidade na cadeia produtiva

    Lmpadas de baixo consumo e com produtos que no agridam o meio ambiente

    22 guia da loja verde

    Iinsumos e consumo responsvel

  • AP-0143-11 An Blog 148x21cm.indd 1 10/25/11 6:49 PM

  • a seguir, em ordem alfabtica, alguns produtos para construo civil para que voc conhea e considere nas suas escolhas:

    AcAbAmentOs: utilizao de verniz, sinteco e acabamentos que contenham pouco ou nenhum composto orgnico voltil (COV), principal causador da poluio do ar.

    ArgAmAssA pOzOlnicA: feita a partir da substituio do cimento por material pozolnico, normalmente proveniente de resduos de outras indstrias. Desse modo h o aproveitamento de resduos e consequentemente ganhos ambientais.

    AreiA reciclAdA e britA: produzidas a partir da reciclagem de resduos de construo e demo-lio (RCD). Podem ser utilizadas em concreto para uso no estrutural, em contrapisos (100%), para argamassa de assentamento, pavimentao (bica corrida), para base e sub-base.

    blOcOs de entulhO: feitos a partir do material modo. Desse modo h o reaproveitamento dos restos de construes, demolies ou reformas. Podem receber vigas em seu interior ou no.

    blOcOs de pedrA: podem ser usados em construes no lugar dos blocos comuns.

    cimentO: utilizar o cimento com, pelo menos, 75% de material reciclado em sua composio.

    cimentO ecOlgicO: reaproveita 70% do resduo gerado pelas siderrgicas, tem maior durabi-lidade e mais barato que os demais. Maior disponibilidade na Regio Sudeste.

    gessO: existe no mercado gesso sinttico ou cinzas volantes (material que sobra da queima de carvo).

    lAdrilhOs, tijOlOs e telhAs: de vidro, feitos de material 100% reciclado.

    mAdeirAs certificAdAs: extradas legalmente e que muitas vezes vm de rvores plantadas especialmente para este fim. H certificados como o Forest Stewardship Council (FSC) ou CERFLOR. O FSC fornecido pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal para identificar os produtos prove-nientes de florestas de manejo de forma responsvel, conciliando a extrao com a conservao dos recursos naturais e biodiversidade.

    mAdeirAs mAnufAturAdAs: tbuas feitas a partir de serragem e restos de madeiras de cons-trues demolidas. Dessa forma h reduo de entulho.

    mAteriAis AbsOrventes: a utilizao de cascalhos, lascas de madeira, conchas ou outros ma-teriais recuperados ajudam a gua a ser absorvida pelo solo.

    mAteriAis reciclAdOs e reciclveis: recomenda-se o uso, sempre que possvel, de mate-riais reciclveis, material reciclado e materiais com componentes reciclados.

    pAredes verdes: fachadas com vegetao natural, com utilizao de plantas trepadeiras ou que crescem em vasos, tanto em paredes externas como internas. Auxiliam na melhoria do ar, no ambien-te interno e no sobreamento externo.

    pAvimentAO permevel: permite a infiltrao da gua no solo, causando menor impacto ao

    24 guia da loja verde

  • meio ambiente e contribuindo para o ciclo hdrico, controle de enchentes e menor efeito de ilha de calor.

    pAvimentO pOrOsO: no deixa que a gua escorra, reduzindo dessa forma os problemas de drenagem e evitando que os poluentes contaminem a gua subterrnea.

    tApetes: j existem tapetes produzidos a partir de material reciclado, como garrafas plsticas, no lugar de fibras sintticas.

    telhAdOs brAncOs: pintados na cor branca ou de cor clara refletem mais a luz solar, diminuindo sensivelmente os efeitos dessa incidncia luminosa. Ao aumentar a reflexo solar das superfcies ur-banas, h diminuio da temperatura e evita-se a transferncia de calor para a atmosfera. O Walmart, por exemplo, usou telhados brancos em suas lojas verdes, e o Carrefour aplicou na loja de Piracicaba a pintura termodinmica nos telhados, alternativa que tambm proporciona queda de temperatura e reduo no consumo de energia.

    telhAdOs verdes Ou ecOtelhAdOs: coberturas feitas com vegetao natural. Seus benefcios so a reduo do efeito de ilha de calor, o controle das enchentes pela absoro de parte das guas da chuva pela cobertura e o sequestro de CO2 da atmosfera, alm de proporcionar conforto trmico para o ambiente interno do estabelecimento. Os telhados verdes tm normalmente uma fina camada de solo (de 150 a 300 milmetros) que pode suportar uma grande variedade de plantas ou at algumas espcies de rvores e frutas.

    tijOlOs de terrA: h duas opes disponveis no mercado. Uma feita de uma mistura de terra argilosa, gua e palha (estilo pau a pique) colocada em uma estrutura de madeira tranada. A outra o tijolo adobe, de terra crua, gua e palha, que pode ser feito no local da obra. Os tijolos de terra em geral geram um bom conforto trmico e acstico.

    tijOlOs de terrA-cimentO Ou blOcOs de terrA cOmprimidA: levam terra, gua e um pouco de cimento. Geralmente no necessitam de argamassa e reduzem a utilizao de estruturas de ferro na construo.

    tintAs, vernizes e impermeAbilizAntes: feitos base de terra e minerais, so 100% natu-rais, isentas de solventes qumicos, portanto isentas de compostos orgnicos volteis (COVs). Estes so produtos de baixo impacto ambiental, ou seja, no geram poluio atmosfrica ou prejudicam a camada de oznio; alm de terem baixo odor.

    tintAs reciclAdAs: custam entre 30% e 50% menos que as tintas virgens. Caso no as encontre, opte pelas tintas de ltex em vez de tintas a leo, especialmente para uso interno.

    A APAS firmou parceria para oferecer aos associados uma linha de diversos produtos fabricados em polmeros reciclveis de alta tecnologia, como carrinhos ecolgicos, pallets e caixas reuti-lizveis com condies especiais. Mais informaes no Portal APAS (www.portalapas.org.br).

    guia da loja verde 25

  • Para todos os ambientes da loja, importante observar as dicas a se-guir, que so pr-requisitos para a certificao do edifcio como verde.

    Qualidade dos esPaos exteRnos ocuPados Identificao e afastamento de fontes poluentes tais como equipamentos, reas de estocagem de resduos e estacionamentos. Caladas: J que para a legislao brasileira quem deve manter o passeio bem conservado o proprietrio do imvel, que tal se comprometer com a questo e arrumar o calamento em frente loja?

    confoRto ambiental nas Reas exteRnas Proteo dos usurios de ventos, chuvas e sol Aproveitamento dos ventos para arejar os espaos da edificao Uso do sol para atividades de lazer Uso da chuva como fonte de gua para fins no potveis

    confoRto acstico Disposies arquitetnicas para proteger os usurios de incmodos acsticos Criao de uma qualidade de ambiente acstico adaptada aos diferentes locais

    confoRto visual Iluminao natural tima, limitando seus inconvenientes Iluminao artificial confortvel Iluminao exterior: deve ser preservada, por ser importante para dar conforto e sensao de segurana. Atividades realizadas nas reas de estocagem de resduos de uso e operao tambm sero beneficiadas com uma boa iluminao exterior

    confoRto olfativo Garantia de ventilao eficaz com bom posicionamento de janelas Gerenciamento das fontes de odores desagradveis

    nOrmAs de AcessibilidAde: Adaptao para que a loja possa atender todos os clientes, especialmente aqueles que demandam infraestrutura especial, como cadei-rantes e idosos. Instalao de rampas e elevadores que facilitem o acesso

    Ambientes AgrAdveis: Alguns locais da loja como aougue e docas podem ser feios, sujos ou barulhentos. Procure adequar estes espaos tendo em vista o tempo que seus funcionrios passam neles. Uma cor mais alegre nas paredes, melhor iluminao e facilidade na limpeza podem dar bons resultados

    26 guia da loja verde

    Eespaos externos e internos

  • Preservao e conservao do ambiente onde o supermercado est localizado: a diversidade de fauna e flora est completamente ameaada e a sociedade civil organizada deve se empenhar para equilibrar o meio em que vive. Portanto, preservar as vegetaes nativas demonstra que o empreendimento est atento a essa necessidade e minimiza futuras eroses no solo.

    Nas reas verdes do empreendimento devem-se adotar espcies ve-getais adaptadas ao clima e ao terreno.

    Consultar um paisagista, para ter mais informaes sobre as vegeta-es mais adequadas e sobre a necessidade de manuteno e podas. Lem-bre-se: a vegetao dentro da propriedade de responsabilidade da loja.

    uma rvore pode traba-lhar como 5 aparelhos de ar-condicionado

    Uma rvore isolada pode trans-pirar em mdia, 40 litros de gua por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a 5 condi-cionadores de ar com capacidade de 2.500 kcal cada um, funcio-nando 20 horas por dia.

    Fonte: Guia do Planejamento de Ar-borizao Urbana Cesp, CPFL e Ele-tropaulo.

    guia da loja verde 27

    Ppreservao

  • DE

    drenagem urbana

    estacionamento

    Investigao do risco de inundaes (se houver, reconsidere a construo da loja no local)

    Levantamento dos dados pluviomtricos e do solo e desenvolvimento de sistemas de infiltrao (poos abertos, lameiros, charcos e audes) e a reteno (telhados verdes, poos, cisternas e espelhos dgua) e de sua gesto.

    Uso de blocos de concreto vazados ou de outros materiais que favoream a per-meabilizao.

    O Po de Acar, por exemplo, realizou a pavimentao na rea dos estaciona-mentos com blocos de concreto vazado e preenchimento em grama, o que garante maior permeabilidade do terreno e possibilita o abastecimento de lenis freticos sem sobrecarregar vias pblicas com gua de chuva.

    Destinar vagas preferenciais, previstas por lei

    Reservar algumas vagas para carros flex

    Projetar espaos para bicicletrios: o fomento de meios de transporte alternativos tambm uma soluo para os problemas ambientais e mudanas climticas.

    Instalar solo permevel, para favorecer a drenagem e o reaproveitamento da gua e auxiliar o escoamento das vias pblicas

    Garantir espao no bicicletrio para uso dos funcionrios

    No Supermercado Rosa Felipe, de Araatuba (SP), o estacionamento merece desta-que pela arborizao e o sombreamento.

    28 guia da loja verde

  • Sade

    ORG

    NICOS

    AOU

    GUE

    PADARIA

    PEIXARIA

    DOAES

    CAIXAPREFERENCIAL

    CAIXA VERDE

    Ecobag

    s

    COLET

    A SELE

    TIVA

    BICICLET

    RIO

    PLSTICO

    METALPAPEL

    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    Tema pouco citado, mas de extrema importncia uma vez que todos os produtos do supermercado e os maiores recursos da empresa, as pessoas, dependem de um bom projeto de qualidade sanitria e manuteno.

    QualidadesanitriadaguaQualidadeedurabilidadedossistemasControledoriscosanitrionousode

    guas no potveisGerenciamentodatemperatura

    nas redes preveno de riscos de queimadura e legionelose*

    Gerenciamentodossistemasdetratamento

    Controledoriscosanitriorelacionado recuperao e reutilizao no empreendimento de guas no potveis. Este assunto possui como abordagem o tratamento das guas no potveis reutilizadas e a otimizao da concepo das bacias de reserva de gua no potvel reutilizadas

    * tipo de pneumonia causada pela bactria

    Legionella pneumophila

    QualidadesanitriadosambientesLimitaodosincmodos

    eletromagnticos Criaodecondiesdehigiene

    especficas

    QualidadesanitriadoarVentilaoeficazGerenciamentodasfontesde

    poluio internas e externas

    guia da loja verde 29

  • Gesto

    Dispositivos inteligentes geram economia imediata no consumo de gua potvel.

    nAs tOrneirAs: redutores de presso, arejadores, vlvulas duplo fluxo, mictrios secos, torneiras com sensores, torneiras de presso, torneiras com temporizador.

    nAs descArgAs: instalao de mecanismo dual flux, que utiliza quantidades diferentes de gua para cada necessidade.

    AlternAtivA custO zerO: colocar uma garrafa PET cheia dentro do reservatrio de gua. Dessa forma, vai precisar de menos gua para encher e a descarga ter a quantidade suficiente para uso.

    Agua

    30 guia da loja verde

  • fOntes AlternAtivAs: reaproveitamento de guas pluviais, do reso de gua e outras fontes de captao. A instalao de cisternas, por exemplo, so boas alternativas para usar a gua da chuva em jardins e vasos sanitrios.

    ecOnOmiA e resO: para irrigao dos espaos verdes, pode ser utilizada a gua da chuva; para limpeza das reas, priorizar a varrio, com ateno sobre no manter mangueiras abertas por muito tempo.

    A seguir, Aes prticAs cOm resultAdOs imediAtOs nA reduO dO cOnsumO de guA. vOc pOde AdAptAr A infrAestruturA dA lOjA e tAmbm OrientAr seus cOlAbOrAdOres:

    Elimine vazamentos. Uma torneira pingando desperdia cerca de 46 litros de gua por dia, 1.380 litros por ms e 16.560 litros por ano. O desperdcio anual de uma torneira mal fechada ou quebrada representa a quantidade de gua necessria para uma pessoa sobreviver durante 65 dias.

    possvel economizar 96 litros de gua por dia com um banho inteligente. Passe a informao aos funcionrios: fechar a torneira do chuveiro eltrico enquanto se ensaboa, passa xampu ou usa outros produtos de higiene.

    Instale em cada um dos chuveiros um contador para auxiliar os funcionrios no controle do tempo de banho.

    eco

    fit

    a aCademia eCofit dispe de ampUlhetas de at 5 minUtos nas dUChas. dessa forma os alUnos podem observar qUanto tempo levam para tomar banho.

    guia da loja verde 31

  • O uso da mangueira gera grande desperdcio de gua. A lavadora de alta presso tambm pode ser vil no consumo de gua potvel.

    Varra a calada para retirar o lixo e use o balde para lavar o quintal e o carro. Se possvel, use gua de reaproveitamento das chuvas.

    No deixe torneiras abertas desnecessariamente e chame a ateno dos colegas caso se esqueam de fech-las.

    Acione a descarga pelo tempo suficiente e apenas uma vez. Evite lanar objetos na bacia sanitria.

    S abra a torneira no momento em que for utiliz-la.

    Instale aeradores nas torneiras (peneirinhas ou telinhas na sada da gua). Elas aumentam a sensao de molhado e promovem menor vazo de gua.

    Ao lavar a loua, use uma bacia ou a prpria cuba para deixar pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem.

    Deixe tecidos e panos de molho antes de lav-los.

    Cuidado com o excesso de sabo para evitar maior nmero de enxgues.

    Use as mquinas de lavar roupas e loua apenas quando estiverem com sua capacidade preenchida.

    32 guia da loja verde

  • MoviMento Cyan

    Multa para queM lava a calada coM esguicho dgua

    nas cidades de indaiatuba, embu-guau e bauru, quem lavar a calada com esguicho dgua pode ser multado. nos estados do rio grande do sul e mato grosso, deputados debatem um projeto de lei que probe o uso de gua canalizada para lavagem no apenas da calada, mas tambm de veculos. A recomendao no usar gua corrente para lavagem da calada e sim a gua da chuva ou da lavagem das roupas.

    O Movimento Cyan uma ao coletiva com o objetivo de promover o uso consciente da gua, um recurso elementar para a vida no nosso planeta e que, no entanto, se encontra to ameaado.

    Criado pela Ambev a partir da percepo da importncia do tema para a sociedade, trata-se de uma rede aberta participao de todos aqueles que desejam melhorar as condies atuais dos recursos hdricos e tambm garantir o abastecimento das geraes futuras. Se voc est lendo este texto, voc j faz parte.

    Por meio da divulgao de informaes e realizao de aes de engajamento, o Movimento Cyan deseja despertar a conscincia para o valor da gua nos diversos aspectos da vida humana, alertar para os riscos que ameaam nossas preciosas fontes e mobilizar interesses e recursos para encontrarmos, juntos, um modo mais saudvel de utilizar o precioso lquido.

    A Ambev, com essa iniciativa, alm de apoiar a mobilizao da sociedade tambm assume seu compromisso de aperfeioar sua atuao, por meio de metas arrojadas de reduo de consumo de gua em seus processos de produo.

    Fonte: Movimento Cyan

    guia da loja verde 33

  • resUltados nas lojas Walmart

    Reduo de 40% do consumo de gua com captao de gua da chuva. O tempo de retorno pequeno em comparao ao investimento: aproximadamente dois anos, diz consultor de Sustentabilidade da rede.

    Fonte: SuperVarejo, agosto 2010, pg. 124

    efiCinCia e eConomia imediata

    O Supermercados Russi conta com redutores de vazo nas torneiras e vasos sanitrios de 2,5 litros, que reduzem em 15% o consumo de gua.

    A loja Walmart do Morumbi passou a economizar at 60% na conta de gua e esgoto depois da instalao de dispositivos automticos que regulam o tempo de vazo em pias e chuveiros. No caso dos sanitrios, cujo uso convencional gasta no mnimo 60 litros de gua, o Walmart investiu nos modernos vasos com descargas a vcuo, j utilizados em aeroportos e alguns shopping centers e diminuiu o consumo para 1 litro de gua.

    A gesto de energia um dos pontos mais relevantes para que o edifcio seja certificado como verde. importante ressaltar que, em mdia, o ar-condicionado res-

    ponsvel por 30% do consumo de energia da loja, a refrigerao por 35% e a iluminao por 12% a 15%.

    Por isso, o objetivo so aes que traro mais eficincia e resulta-dos imediatos e a longo prazo:

    Eenergia

    34 guia da loja verde

  • No Vip Supermercados, localizado no bairro do Tatuap, So Paulo (SP), o calor das mquinas reaproveitado.

    ORG

    NICOS

    AOU

    GUE

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    CAIXAPREFERENCIAL

    CAIXA VERDE

    Ecobag

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    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    IlumInao

    Verifique a possibilidade de utilizar ao mximo a iluminao natural, instalando claraboias, janelas, cobertura zenital nos telhados etc.

    Lmpadas econmicas custam mais caro, mas do mais resultados a longo prazo. As mais indicadas so as lmpadas LED e T5

    Utilize cores claras na sua loja, isso trar uma melhor climatizao

    Instale sensores de presena

    ar-condIcIonado e frIgorfIco

    Verifique a possibilidade de trocar o gs atual pelo gs ecologicamente correto R404 ou R-410A. Atualmente, o fluido refrigerante R-410A o candidato mais indicado para substituio do R22. O preo do R404 utilizado nas lojas verdes do Grupo Po de Acar ainda o dobro do gs R22. Mas h uma vantagem: preciso menor quantidade de R404 em relao ao R22. Na Europa, j proibida a utilizao do gs R22 em razo dos impactos na camada de oznio

    Aproveite o calor das mquinas como energia e para aquecimento de gua

    guia da loja verde 35

  • ORG

    NICOS

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    CAIXAPREFERENCIAL

    CAIXA VERDE

    Ecobag

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    PLSTICO

    METALPAPEL

    VIDROSUPERMERCADO SUSTENTVEL

    Telhados

    Verifique a possibilidade de adaptao do telhado da loja para o telhado verde, branco ou aplicao de pintura termodinmica, que promovem queda na temperatura interior. Todas essas solues resultaro em mdia de 10% de reduo no uso do ar- -condicionado

    Gesto

    Manuteno preventiva: controle eficiente para motores, temperaturas dos fornos e refrigeradores pode trazer no s economia de energia mas tambm menor desperdcio de produtos

    Verifique a possibilidade de investir em mecanismos automticos como timers e sensores inteligentes

    O carrefour utilizou na sua loja de piracicaba a tecnologia da pintura termodinmica, que promoveu queda de temperatura

    de 3 a 5 graus, resultando em 10% de economia no uso do ar-condicionado.

    O programa Caa-vazamento realizado em todas as lojas com mais de 20 anos da rede Carrefour. O programa tem como objetivo captar um possvel vazamento de energia, representado pelos gases refrigerantes, e exerce papel de manuteno sobre a questo da segurana alimentar. Atualmente, a rede opta pelo gs R22.

    CarrefoUr

    36 guia da loja verde

  • a seGUir, aes prtiCas ComresUltados imediatos na redUo

    do ConsUmo de enerGia.

    vOc pOde AdAptAr A infrAestruturA dA lOjA e tAmbm OrientAr seus cOlAbOrAdOres:

    Utilize equipamentos com selo de eficincia energtica (selo Procel: ver captulo sobre selos e certificaes). Verifique se a faixa de consumo de energia est entre as de maior eficincia: A e B

    Instale dispositivos de elevadores inteligentes. Isso trar enorme economia de energia

    Aproveite ao mximo a luz natural e tenha como preferncia as cores claras

    Substitua as lmpadas incandescentes por fluorescentes compactas nos locais onde ficam acesas por mais de quatro horas por dia. Elas duram dez vezes mais e economizam at um tero da energia eltrica

    No deixe computadores, luzes, ar-condicionado e outros equipamentos eltricos ligados por mais de 30 minutos sem uso

    Faa manuteno peridica na rede eltrica e no sobrecarregue as tomadas com benjamins e fios de extenso

    Desligue o televisor quando ningum estiver assistindo

    No deixe os aparelhos na funo stand by. Esse recurso gasta de 15% a 40% mais energia sem necessidade

    Apague sempre as luzes dos ambientes que no estiverem ocupados. Nestes casos, a instalao de dispositivos que acionem a luz na presena das pessoas tambm pode trazer bons resultados

    Conecte-se com o meio ambiente. Se no houver incidncia solar direta nas janelas, abra persianas e aproveite a iluminao natural. Assim possvel melhorar a qualidade visual e economizar a energia eltrica consumida com iluminao.

    guia da loja verde 37

  • sUpermerCados so viCente

    A rede realiza um bom trabalho com o Programa de Eficincia Energtica. A adeso muito grande e o retorno j confere economia financeira para a rede e economia de recursos do planeta. So algumas aes:

    Aproveitamento da luz natural: uso de lentes prismticas, que garantem distribuio uniforme da luz, com 100% de captao e filtragem de 98% de UV e 100% de IV, propiciando reteno total de calor. S em uma das lojas j foram poupadas emisso de 70 toneladas de CO2 por ano, o que equivale ao plantio de 350 rvores! O projeto est em vigor em 50% das lojas.

    No utilizao de ar-condicionado: o controle da temperatura realizado por meio de sistema de escape do ar quente, com exausto e renovao de todo o ar interno a cada trs minutos. H pintura reflexiva de quartzo no telhado e paredes de concreto alveolar com isolamento trmico, tudo isso em 70% das lojas.

    Fechamento dos freezers noite, para reduo do consumo de energia sem comprometer a qualidade dos produtos, em todas as lojas.

    Sistemas de refrigerao com ciclos de degelo por gs aquecido, reduzindo a necessidade de resistncias eltricas, em 80% das lojas.

    gua quente e reduo de consumo nos evaporadores: aproveitando o calor retirado das cmaras frias para o aquecimento da gua, no h consumo de energia nesse processo e ainda economiza-se gua por facilitar a limpeza. Alm disso, reduz-se o consumo de energia dos evaporadores, uma vez que os gases do sistema de refrigerao j chegam mais frios. As medidas esto em 70% das lojas.

    O programa de eficincia energtica faz parte do programa so vicente sustentvel, que desde 2008 vem alcanando altos nveis de reduo do consumo e valorizao da marca do grupo.

    38 guia da loja verde

  • teste jColoque um pedao de papel metade para dentro da geladeira e metade para fora. Se conseguir puxar o papel, voc pode ter problemas com a borracha de seus refrigeradores. Vale a pena verificar, voc pode economizar energia com uma simples manuteno.

    !Nas novas lojas, j foi substitudo o gs de refrigerao R22 por etilenoglicol, que no agride a camada de oznio, alm do menor consumo de energia eltrica.

    Os telhados so feitos de telhas zipadas sanduche e com cla-raboias prismticas de iluminao natural, o que garante con-forto trmico e acstico, alm da reduo de energia eltrica em iluminao de aproximadamente 30%.

    Trocou-se o sistema de iluminao, usando lmpadas fluores-centes T5, com maior eficincia e durabilidade com menor con-sumo de energia, alm de todos os setores de retaguarda con-tarem com sensores de presena e fotoclula.

    sUpermerCados rUssi

    A rede est substituindo os gases do sistema de refrigerao de freon, responsvel pela degenerao da camada de oznio, por etilenoglicol, um gs ecolgico.

    sUpermerCados saveGnaGo

    guia da loja verde 39

  • A gesto de energia observada em fatores como automa-o no controle de todos os sistemas da loja, com mnimo de atuao humana. Alguns dos diferenciais de sua infraestru-tura so:

    Automao do controle e regulagem da iluminao e do ar-condi-cionado do salo de vendas; utilizao de paredes verdes e uso de tintas claras (minimizao da carga de ar-condicionado); utilizao de um dos postes da iluminao externa com placa fotovoltaica e sensor de luminosidade para controlar o acionamento da iluminao

    Recuperador de calor para preaquecimento de gua

    Rampas com sensor de presena que detectam o usurio e aumen-tam a velocidade da esteira

    Armrios refrigerados com sensor de presena para ligar e desligar as luzes LED e uso de ar-condicionado roof-top

    Clculo das emisses da loja (gs e energia) conforme o GHG Pro-tocol*

    Sistema refrigerador que utiliza fluido intermedirio (gua e sal); o sal restrito casa de mquinas, diminuindo a possibilidade de vazamento, e os motores e compressores so mais resistentes, dimi-nuindo o gasto de energia

    *Protocolo internacional para quantificao de gases de efeito estufa

    Walmart

    cOvAbrA: reduO nO cOnsumO de energiAA nova loja em Limeira, no interior de So Paulo, foi inaugurada com projeto moderno e responsvel. A loja conta com diferenciais em economia e sustentabilidade, como refrigerao de ar base de gua gelada, que no emite gases poluentes, e iluminao 100% natural durante o dia, o que gera reduo de 43% em consumo de energia.

    40 guia da loja verde

  • AP-0143-11 An Escola 148x21cm.indd 1 10/26/11 10:58 AM

  • lmPada led x lmPada fluoRescenteNo Walmart Morumbi, as lmpadas LED, mais claras e utilizadas na fachada, mais as fluorescentes usadas na loja reduziram a conta de energia em 40% aproximadamente.

    A loja de Pinheiros da rede Futurama substituiu o sistema de lmpadas incandescentes por fluorescentes e hoje economiza mais de 60% nos custos de energia eltrica.

    XaPRoveitamento do leode cozinha como eneRGia

    Em 2009, o Carrefour deu incio a um programa de reaproveitamento de leo utilizado para frituras para aplicao no funcionamento de geradores de energia.

    O projeto tem como foco a preservao ambiental e funciona com a colaborao da populao, que deposita o leo para reaproveitamento em pontos de arrecadao de entrada da loja. Tambm usado o leo do prprio estabelecimento. O material recolhido transformado em biodiesel e utilizado nos geradores das lojas da rede.

    42 guia da loja verde

  • RresduospoltiCa naCional de resdUos slidos

    Aps 20 anos em tramitao, o decreto e a regulamentao da Polti-ca Nacional de Resduos Slidos foram aprovados em 2010.

    A nova legislao, alm de instituir a poltica, tem um vis edu-cacional j que dispe e esclarece sobre princpios, objetivos e ins-trumentos, alm de destacar as diretrizes relacionadas gesto in-tegrada e ao gerenciamento dos resduos slidos. Isso implicar em incentivo para a reciclagem e o reaproveitamento, patrocinando a coleta seletiva e outras medidas.

    oUtras determinaes relevantes:

    Comprometimento maior dos Estados em abrir espao para redu-o de resduos, reciclagem, reutilizao e outras formas sustentveis, visando reduo dos rejeitos. A contrapartida ser a prioridade na obteno de recursos da Unio de acordo com a regulamentao.

    Uma das inovaes o compartilhamento de responsabilidades pelo ciclo de vida dos produtos. A lei no se restringe a responsabilizar os fa-bricantes; considera tambm responsveis importadores, distribuidores, comerciantes e at consumidores e titulares dos servios de limpeza urbana ou manejo. A responsabilidade dever ser dividida de forma in-dividualizada e encadeada.

    A logstica reversa, j existente em casos pontuais como fabricantes de pilhas e pneus, atribui aos responsveis o recolhimento ou o retorno dos resduos ou partes no aproveitveis do produto visando a correta destinao ambientalmente indicada. Inclui, tambm, o correto descar-te de embalagens, resduos da construo civil, entre outros.

    Acordos setoriais em todas as instncias de governo com a iniciativa privada sero pontos fortes da poltica.

    guia da loja verde 43

  • identifiCao dos resdUos Gerados

    Identificar a produo de resduos de uso e operao da loja con-templa atividades como higiene, alimentao, limpeza, manuteno, de escritrio etc. com sua respectiva identificao.

    Cada seo do supermercado, dependendo da natureza de ati-vidade, gera embalagens e resduos orgnicos. Veja a seguir como classific-los.

    A adequao dos empreendimentos nova lei ser de vital im-portncia e, para que isso possa ocorrer de forma equilibrada e em conformidade legal, contratos com fornecedores e clientes precisaro ser revistos, com compartilhamento de responsabilidades.

    Neste tema, existe uma grande oportunidade do envolvimento da cadeia do varejo na educao ambiental de seus colaboradores e consumidores, pois a principal fonte de consumo e de gerao de resduos por causa disso.

    Fluxo dos resduos segundo a PNRS

    Produto

    Fabricante ouimportador

    Comerciante oudistribuidor

    ConsumidorPessoa fsica

    ConsumidorPessoa jurdica

    Resduo ps-consumo

    Destinao finalambientalmente

    adequada

    Logsticareversa

    44 guia da loja verde

  • material reCiClvel

    papel: jornais e revistas, folhas de papel, caixas em geral, aparas de papel, fotocpias, envelopes, embalagem longa vida

    metal: latas de ao, latas de alumnio

    vidro: garrafas de bebida, frascos em geral, copos, cacos de vidro

    plstiCo: embalagem de refrigerante, alimentos, produtos de limpeza, copos descartveis, embala-gens de margarina, canos e tubos, sacos plsticos em geral

    material no reCiClvel

    papel: etiqueta adesiva, papel carbono, fita crepe, papis sanitrios, papis metalizados, papis plas-tificados, papis sujos, fotografia, tocos de cigarro

    metal: grampos, esponjas de ao

    vidro: vidraas, copos de cristal, vidros de auto-mveis, ampolas de remdios, formas e travessas de vidro temperado, espelho

    plstiCo: cabo de panela, tomadas, misturas de papel, plstico e metais.

    guia da loja verde 45

  • resdUos espeCiais

    Alguns materiais possuem caractersticas peculiares e devem ser identificados para que possam ser reciclados ou encaminhados para disposio correta em destino especfico:

    remdios e seringas, lmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, ele-troeletrnicos, leo de cozinha, resduos da construo civil, pneus.

    reCiClaGem do leo

    possvel reciclar a garrafa pet que transporta o leo? A pre-ocupao pertinente, pois o leo reciclvel vai contaminar uma embalagem tambm reciclvel.

    A garrafa continua reciclvel, mas perde um pouco do va-lor, pois o que o mercado chama de PET-leo tem aplicaes diferentes de outras garrafas por causa, do leo impregnado. Alm disso, por ser mais difcil de lavar, seu preo acaba sendo menor que o de garrafas que ficam limpas com apenas uma enxaguada.

    De todo modo, observe: a garrafa permanece reciclvel e deve ser destinada corretamente, bastando que se tenha cuidado de no mistur-la com outras embalagens, evitando que o leo escorra e contamine outros materiais.

    Ento, deve-se fechar bem a garrafa vazia de leo. Se possvel, separ-la das demais embala-gens. No caso do papel, por exemplo, o leo inviabiliza a reciclagem se for misturado.

    Umasoluousarrecipientesmaiores,prpriosparajuntaroleo,etroc-los:naentregadeumcheio, a pessoa recebe outro vazio. Vivel para maiores quantidades, como quando se faz a coleta em grupo (condomnios, centros comerciais, escolas etc.).

    Osconsumidoresquevojuntaroleoindividualmentepodemusaraprpriagarrafadeleopara guard-lo, evitando assim contaminar outra garrafa.

    Garrafasdeleo,molhos,maioneseeoutroscontedosgordurosostmomesmotratamento.

    Garrafasvaziasdevemsempreseramassadasparareduodovolume.Issotambmcolaborapara evitar uso indevido das embalagens ps-consumo.

    REFORANDO: a garrafa com leo continua reciclvel. Se no for poss-

    vel evitar o uso de uma garrafa diferente para armazenar o leo, passe

    a us-la exclusivamente para isso ou destine-a juntamente com as de-

    mais embalagens de produtos gordurosos.

    46 guia da loja verde

  • Produto

    Fabricante ouimportador

    Comerciante ouDistribuidor

    ConsumidorPessoa fsica

    ConsumidorPessoa jurdica

    Resduo ps-consumo

    Destinao finalambientalmente

    adequada

    Logsticareversa

    resdUos orGniCos

    O lixo orgnico representa 60% do total dos resduos e muitas vezes no recebe a destinao correta.

    O biodigestor, equipamento que transforma o lixo orgnico em adubo, permite a reduo de volume (cerca de 80%) e espao de armazenamento, assim como reduo de custos e a reutilizao do material com reciclagem, tratamento e transfor-mao, resultando no uso adequado e consciente dos resduos no prprio jardim da loja.

    Os orgnicos que podem ser compostados e transformados so frutas, verduras, legu-mes, biscoitos, massas, gros, casca de ovos, espinhos, por exemplo.

    Os orgnicos que no podem ser transformados em adubo so ossos, conchas, cigarros, medicamentos, carnes e peixes.

    A rede de So Jos do Rio Preto (SP) fez parceria com a fbrica de refrigerantes Poti. A cada 2 litros de leo usado entregue no supermercado, o consumidor recebe em troca e 2 litros de refrigerante da marca prpria Laranjo. Os cerca de 2 mil litros de leo recolhidos mensalmente so destinados fabricao de sabo.

    sUpermerCado laranjo

    sUpermerCados boa

    A rede de Campinas (SP) coleta mensalmente cerca de 350 litros de leo usado na rotis-seria das quatro lojas e repassa a uma empresa para a produo de massa utilizada na instalao de vidros.

    sUpermerCado Galassi

    A rede de Jundia (SP) tem uma parceria com a Schincariol para estimular a coleta de garrafas PET. A cada cinco unidades vazias levadas ao supermercado, o consumidor ganha cupons que daro direito a uma garrafa de gua gratuita na compra de trs unidades. Outra parceria importante foi desenvolvida com a Cargill. Consiste em recolher tanto do consumidor quanto da rotisseria do supermercado o leo usado para ser destinado pro-duo de biodiesel. O dinheiro que as lojas recebem repassado integralmente a uma entidade que cuida de crianas vtimas de maus tratos que esto sob a guarda na justia.

    guia da loja verde 47

  • alternativas de valorizao e destinao dos resdUos 4 rs

    A gesto dos resduos pode ser resumida pelos 4 Rs: Reduzir, Reutilizar, Reci-clar e Repensar.Apesar de parecer simples, interessante pedir o auxlio de um profissio-

    nal ou uma empresa dedicada ao tema da gesto de resduos para traar um planejamento completo que indique o diagnstico dos resduos da sua loja, parcerias intersetoriais, treinamento dos recursos humanos, entre outras neces-sidades. De qualquer modo, este livro traz boas dicas para que voc comece uma melhor gesto de resduos agora!

    Reduzir consiste no dimensionamento correto das compras, ateno ao des-perdcio, dando preferncia a fornecedores de produtos com embalagens retor-nveis ou a granel, ou seja, utilizar menos recursos naturais e gerar menos lixo.

    J reutilizar significa usar mais de uma vez, evitando que os produtos con-sumidos se tornem rapidamente um resduo.

    Reciclar reaproveitar materiais pelo reprocessamento, transformando-os em outros novos. Atravs dessas prticas possvel diminuir o uso de recursos do ambiente bem como a sobrecarga de resduos destinados a ele. Essas aes hoje so realizadas e cobradas pela Poltica Nacional de Resduos Slidos, assim quanto antes sua loja e seus funcionrios estiverem adequados, menor ser a chance de voc precisar se adequar s pressas!

    Por fim, repensar os processos e volumes de consumo para contribuir ati-vamente para maior conscientizao da populao sobre aes sustentveis.

    As lojas da rede possuem coleta dos resduos reciclveis e incentivam o reaproveitamento de recursos. Os consu-midores podem levar os reciclveis para as lojas, pois h parcerias com cooperativas de catadores locais. Tambm h a campanha de coleta de leo, pela qual o consumidor que trouxer 4 litros de leo usado (equivalente a duas garrafas PET cheias) poder trocar por 1 litro de leo novo, fruto da parceria com a empresa Granol. A instalao de ponto de coleta seletiva incentiva o reaproveitamento dos recursos e promove a educao ambiental

    sUpermerCados saveGnaGo

    48 guia da loja verde

  • A gesto dos resduos o aspecto da reciclagem que mais depende de colaborao para dar certo, portanto invista em aes de comunicao e treinamento de fornece-dores, colaboradores e consumidores. Os resultados sero percebidos imediatamente.Confira os smbolos para que voc comece a incentivar a atitude na sua loja:

    Fonte: planetasustentavel.abril.com.br

    smbolos da reCiClaGem

    Walmart

    Nas lojas Walmart pode-se encontrar estao de reciclagem de resduos. A triagem no feita na fonte geradora: os resduos so depositados, misturados e depois recolhidos pela cooperativa que os separa. H tambm o programa de gesto de resduos com fornece-dores da comunicao visual e caixa preferencial para quem no usa sacolinha plstica. Ainda, para gerar aproveitamento e menor ndice de desperdcios, o Walmart desenvolveu em parceria com a ONG Banco de Alimentos um projeto que visa o encaminhamento de alimentos ainda em bom estado para a ONG, que trata de redistribuir os alimentos entre seus beneficirios.

    Para supermercados pequenos, a instalao de uma composteira pode trazer bons resul-tados.NoSupermercadoVIP,oequipamentoprocessaaproximadamente500quilosporms de resduos orgnicos que seriam descartados nos aterros.

    guia da loja verde 49

  • passo a passo

    Descartar resduos sempre limpos e secos impede a decomposio dos restos de alimentos presentes nas embalagens, o que gera odor ruim, proliferao de insetos e outras possveis contaminaes

    Separar resduos entre:

    -Secos: reciclveis, como plsticos, papis, metais etc.

    -Orgnicos que podem ser transformados em adubo

    -Especiais: produtos como lmpadas, eletroeletrnicos, pneus etc. necessitam de destinao especfica. Buscar empresas, associaes e cooperativas que traba-lhem com estes resduos

    Instalar maquinrios para reduzir o volume dos materiais: prensas so indicadas

    Garantir higiene e segurana das reas com resduos, buscando minimizar os incmodos para clientes e funcionrios

    Oferecer aos consumidores opes corretas de descarte, em adequao lei de Resduos Slidos quanto responsabilidade compartilhada

    Instalar Pontos de Entrega Voluntria (PEV), espaos para destinao dos res-duos reciclveis

    Estabelecer parceria com empresas e cooperativas da regio para triagem e coleta, obtendo resultados em volume de materiais reciclveis, menor impacto ao meio ambiente e alternativas de gerao de renda para a comunidade de catadores, representada pela cooperativa

    Atuar em conjunto com a Prefeitura e demais rgos pblicos para a capacita-o das cooperativas e melhor resultado da gesto dos resduos

    Adequar os resultados de coleta e reciclagem nos relatrios do empreendimento

    O site Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br) promove o encontro de clientes, cooperativas e demais re-cicladores. A partir desse canal voc tambm poder procu-rar seu novo parceiro local para as solues de reciclagem e coleta.

    50 guia da loja verde

  • pilhas Usadas e baterias de CelUlar no ja serve

    A primeira ao surgiu h alguns anos, quando as lojas Ja Serve comearam a receber pilhas velhas e baterias usadas de celular. A campanha no parou e hoje criou-se o hbito entre os consumidores, que costumeiramente levam esses objetos para o descarte correto. A empresa acredita que campanhas como essas criam uma rotina na vida das pesso-as, que se acostumam a dar um destino correto para o lixo reciclvel. No caso das pilhas e baterias, todos os meses os baldes que ficam na porta das lojas ficam abarrotados. Em pouco tempo, a empresa acredita que as pessoas tambm podem comear a usar o antigo carrinho de feira ou sacolas reutilizveis para diminuir o uso das sacolinhas descartveis.

    E o Grupo Ja Serve tem razo ao adotar a postura de acabar com as sacolas descartveis. No meio ambiente elas podem demorar centenas de anos para se decompor. No caso de pi-lhas velhas e baterias de celular, estimativas apontam que podem demorar at 500 anos at se desintegrarem.

    Na rede, 85% das caixas usadas para transporte de hortifrtis e 100% das caixas usadas para entrega em domiclio so retornveis. A iniciativa agrega funcionalidade ao material e poupa novos resduos no meio ambiente.

    sUpermerCados so viCente

    CarrefoUr

    O grupo oferece caixas de papelo para o consumidor transportar suas compras e instalou 134 estaes de coleta em parceria com cooperativas, contribuindo para sua instrumentalizao.

    GrUpo po de aCar

    A marca Taeq desenvolve desde 2009 um programa de reutilizao de em-balagens, destinando tudo o que coletado nos caixas verdes das lojas para sete cooperativas de catadores. Essas comunidades, por sua vez, entregam os materiais separados para a indstria de papel Papirus, que os usa em novas embalagens para os produtos Taeq.

    guia da loja verde 51

  • 1 por que os supermercados esto subs-tituindo as sacolas descartveis?Os supermercados esto atendendo a uma demanda da sociedade, cada vez mais atenta s questes ambientais. Pesquisa do Minist-rio do Meio Ambiente mostra que a reduo de sacolas foi apontada como a principal ao que os supermercados podem fazer em favor do meio ambiente.As sacolas descartveis so feitas de filme plstico produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). Esse material, com degradao inde-finida, ocupa espao nos aterros sanitrios, entope bueiros e galerias.No se pode ignorar o enorme volume desse material que vem sendo despejado no meio ambiente. As medidas de restrio, como a reutilizao e o uso de embalagens compos-tveis, fazem parte de um processo de trans-formao da mentalidade neste novo milnio.

    2 como elas devem ser substitudas?O foco da ao est no fim da cultura do des-carte. Por essa razo, a mensagem da cam-panha o uso de embalagens reutilizveis. No ano passado, em Jundia, foi desenvolvido um projeto piloto em parceria com a prefei-tura, o Procon, os supermercados e a associa-o comercial da cidade. Nesse caso, como alternativa, foram oferecidas sacolas biode-gradveis compostveis, feitas de amido de milho, alm das sacolas reutilizveis. O ob-jetivo que as pessoas levem essas sacolas quando forem s compras.

    3 de onde surgiu a ideia?A Prefeitura de So Paulo lanou, em agosto de 2007, a campanha Eu no sou de pls-tico para que os paulistanos reduzissem o uso de sacolas descartveis. A ideia da mu-nicipalidade era que o consumidor fosse s compras com a prpria sacola, de pano, de

    saColas: perGUntas e respostas

    O termo de cooperao firmado entre a APAS e o governo do Esta-do de So Paulo para o fim da distribuio de sacolas descart-veis nos supermercados paulistas a partir de janeiro de 2012 gerou dvidas e indagaes nos consumidores.

    Em comum, as iniciativas estimulam o consumidor a diminuir o uso e o descarte de sacolas descartveis, que demoram centenas de anos para se decompor, prejudicam a vida marinha, entopem bueiros e, por serem produzidas com petrleo, geram, em sua fabricao, ga-ses de efeito estufa que agravam o aquecimento global.

    A parceria assinada na abertura do 27 Congresso de Gesto e Feira Internacional de Negcios em Supermercados APAS 2011 est baseada em uma campanha educativa e sem fora de lei.

    A seguir as respostas para algumas perguntas recorrentes.

    52 guia da loja verde

  • lona ou de material reciclvel. A APAS aderiu e apoiou a campanha.Desde ento, a luta contra o uso desenfrea-do de sacolas descartveis passou a ganhar cada vez mais fora no Pas, em especial em So Paulo. A APAS assumiu o protagonismo das aes visando buscar alternativas e pas-sou a ajudar na criao de medidas de adap-tao visando a reduo de consumo e o fim da cultura do descarte.

    4 por que jundia foi a primeira cidade a desenvolver o projeto?Foi a primeira cidade onde as conversaes da entidade com o poder pblico se mate-rializaram em campanha. A campanha Va-mos Tirar o Planeta do Sufoco, idealizada pela Associao Paulista de Supermercados (APAS) com o apoio da prefeitura, do Sindi-cato do Comrcio Varejista e da Cmara de Dirigentes Lojistas foi lanada em 1 de ju-nho de 2010, durante a Eco Jundia - Semana do Meio Ambiente. O objetivo era engajar o comrcio, que tem papel fundamental na conscientizao e incentivo populao para utilizar sacolas reutilizveis no lugar das sa-colas descartveis, as quais passaram a ser retiradas de circulao. O projeto foi iniciado em 30 de agosto.A adeso dos empresrios locais alcanou 95% e a aprovao da populao superou 77%, conforme pesquisas realizadas pelo Ibope. Em um ano, mais de 960 toneladas de resduos deixaram de ser geradas. O sucesso no projeto de Jundia despertou o interesse de outras cidades, que passaram a estimular o uso de solues alternativas.

    5 Qual a diferena entre o projeto es-tabelecido por fora de lei e por acordo? em qual dos dois o resultado melhor?As medidas resultantes de um acordo, endos-sadas ou no por fora de lei, sempre tm o

    mrito de no serem impositivas, mas cons-trudas em parceria pelos diversos setores da sociedade e o poder pblico, visando a cons-cientizao da populao. o modelo mais efetivo, por ser mais democrtico.

    6 O que os supermercados ganham com essa medida?O Pas produz anualmente 135,9 bilhes de sacolas, o equivalente a 500 mil toneladas. Calcula-se que cerca de 90% desse material, com degradao indefinida, acaba servindo de lixeiras ou vira lixo. Esse material ocupa espao valioso nos aterros sanitrios e con-some recursos significativos das prefeituras.A reflexo sobre esse impacto levou a APAS a iniciar a campanha contra a cultura do des-carte e a fomentar iniciativas para a aplica-o de medidas que visem reduzir o consumo e despertar a conscincia para o uso de saco-las reutilizveis.Os supermercados entendem que preciso mudar os hbitos para que as futuras gera-es vivam em um mundo melhor. Isso im-plica abandonar a cultura do descarte, em sintonia com a Poltica Nacional de Resduos Slidos. Por seu contato direto com o consu-midor final, o setor supermercadista desem-penha importante papel na conscientizao da populao.

    7 se o preo da sacola descartvel j estava embutido no preo dos produtos, por que no fazer o mesmo com o valor da sacola compostvel?O objetivo das iniciativas apoiadas pelo setor supermercadista e outros ramos do varejo no substituir a sacola plstica descartvel por outra de material biodegradvel que tambm gera resduos. A inteno que o consumidor se conscientize de que a cultura do descarte de resduos slidos prejudica o meio ambien-te e passe a utilizar sacolas reutilizveis de

    guia da loja verde 53

  • qualquer material ou outras embalagens que possibilitem acondicionar suas compras, como caixas de papelo, carrinhos de feira etc.

    8 O valor de 19 centavos por uma uni-dade de sacola compostvel no muito alto para ser repassado ao consumidor, uma vez que o valor unitrio de uma sa-cola descartvel comum 2 centavos?O custo que os supermercadistas tm para a produo das alternativas disponveis apenas repassado ao consumidor, lembran-do que o objetivo no substituir a sacola descartvel por outra biodegradvel compos-tvel. A campanha tem como fundamento o fim da cultura do descarte e por isso estimula o uso de sacolas reutilizveis.Repassar ao consumidor o custo da sacola uma forma de desestimular o consumo desne-cessrio. A APAS incentiva que o consumidor v s compras munido da prpria sacola reu-tilizvel, seja de pano, lona, palha, TNT, plsti-co ou outro material reciclvel. O importante defender o fim da cultura do descarte.

    9 O consumidor que for ao supermerca-do para realizar uma compra grande no vai ser onerado pelo custo das sacolas?Se usar 40 sacolas biodegradveis, o consu-midor gastaria em sua compra R$ 7,60. Caso utilize cinco sacolas de TNT que ele preci-saria comprar seria necessrio desembolsar quase 10 reais a mais na compra.Para as compras de maior volume, o consu-midor sempre tem a alternativa de utilizar caixas e outros recipientes normalmente dis-ponveis nos supermercados, resultantes do fornecimento dos produtos.

    10 Os consumidores costumam usar as sacolas dos supermercados como sa-cos de lixo. com a medida, a indstria do lixo que sai ganhando? vai passar a

    produzir sacos de tamanho diferentes para caber nos diferentes tamanhos de cestinhos de lixo que o consumidor tem em casa, como por exemplo, lixi-nho de cozinha?As sacolas descartveis, que foram distribu-das nos supermercados nas ltimas dcadas, de fato passaram a ser utilizadas pelo consu-midor para embalar o lixo domstico. Isso parte do problema: esse material, com degra-dao indefinida, quando descartado no meio ambiente, ocupa espao nos aterros sanitrios, entope bueiros e galerias e asfixia animais.Os sacos de lixo, normalmente j resultantes de material reciclado, so utilizados mais ra-cionalmente pelo consumidor, uma vez que h um investimento direto para aquisio. Por outro lado, nada impede que as indstrias de embalagens biodegradveis desenvolvam sacos de lixo para todos os usos, em vrios tamanhos, e por preos acessveis medida que aumentar a escala de produo.

    11 para um pas carente de reciclagem como o brasil, no seria ideal o consu-midor receber gratuitamente a sacolinha biodegradvel compostvel e ter a cons-cincia que assim que comea o pro-cesso de reciclagem? importante reafirmar que o objetivo do se-tor supermercadista no substituir a sacola descartvel por outra biodegradvel. A cam-panha visa o fim da cultura do descarte e no contempla distribuir sacolas gratuitamente. H um consenso entre vrios estudos de que o consumidor valoriza mais aquilo pelo que paga; portanto, ao adquirir a sacola, far uso mais racional dela. A proposta da APAS conscientizar a populao para substituir as sacolas descartveis por reutilizveis.

    12 se a indstria do lixo no oferecer uma soluo ao consumidor tamanhos

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  • diferentes de sacos para lixo , ele pode passar a comprar sacolinhas biodegrad-veis para usar em casa?As sacolinhas biodegradveis produzidas como alternativa no tm objetivo de ser utilizadas para embalar o lixo domstico. A APAS entende que, medida que aumentar a escala, aumentar a produo de sacos de lixo e outros usos a partir das tecnologias biodegradveis.

    13 e a indstria do plstico, vai demitir funcionrios com a substituio da saco-linhas descartveis por reutilizveis nos supermercados?A indstria do plstico poder usar sua capa-cidade de produo para desenvolver outros produtos que sejam teis populao. De toda forma, a adoo de prticas sustentveis deve gerar muitos empregos em vrios seto-res, incluindo o setor supermercadista e seus fornecedores.

    14 A indstria do plstico acredita que a campanha para substituir as sacolas descartveis por reutilizveis tira do con-sumidor o direito de escolha, mesmo que tenha impacto ambiental. O que dizer sobre isso? no oferecer sacolas descar-tveis ferir um direto do consumidor?O consumidor tem e sempre ter alternativa, por exemplo, utilizar sacolas biodegradveis ou reutilizveis. O que os supermercados esto fazendo suprimir uma alternativa agressiva ao meio ambiente que vinha sendo encorajada por meio da distribuio de sa-colas, mesmo que embutida nos preos dos produtos.

    15 possvel que haja um movimento do consumidor para guardar as atuais sacolas descartveis e lev-las s com-pras, trazendo os produtos nas sacolas

    convencionais, j que so fceis de se-rem transportadas? possvel que essa soluo seja adotada pro-visoriamente por alguns consumidores e j ser um avano: sacolas que eram descarta-das sero utilizadas mais de uma vez. Infe-lizmente, elas so pouco resistentes para ser adotadas como reutilizveis.

    16 Os fabricantes afirmam que 100% das sacolinhas so reutilizadas quando chegam casa do consumidor. A reutili-zao tambm no um dos pilares dos 4 rs?O pilar fundamental a Reduo, o primei-ro dos Rs: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Re-pensar. Esse o propsito da campanha de substituio das sacolas descartveis por reutilizveis.Mesmo depois da reutilizao, calcula-se que cerca de 90% das sacolas descartveis, com degradao indefinida, acabam como lixeiras ou no meio ambiente com lixo.Entre os muitos temas abordados pelo pro-jeto, est contemplado o esgotamento dos aterros sanitrios e a responsabilidade da indstria e do varejo pelos resduos que suas atividades ajudam a produzir a denomi-nada responsabilidade ps-consumo. Dois aspectos diretamente afetados pela distribui-o de sacolas no varejo.

    17 A melhor alternativa s sacolas des-cartveis produzidas a partir do petrleo mesmo a feita com amido de milho? dizem que a pegada de carbono, con-siderando a energia gasta na produo desse material, seria ainda maior.A sacola de amido de milho tem sido uma alternativa oferecida como ocorreu no pro-jeto-piloto de Jundia enquanto o consumi-dor se adapta. O objetivo do setor supermer-cadista acabar com a cultura do descarte e

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  • no substituir a sacola descartvel por outra biodegradvel.

    18 A indstria de sacolas descartveis afirma que os consumidores no esco-lheram o fim dessa sacola e utilizam da-dos do ibope para se amparar. Os super-mercados esto s fazendo uma jogada de marketing para se livrar de um custo?A APAS desconhece os dados e a metodolo-gia da pesquisa utilizada pela indstria de sacolas descartveis, mas dispe em con-trapartida de pesquisa desenvolvida pelo Ministrio do Meio Ambiente isento nesse debate que demonstra que a reduo de sacolas foi apontada pela sociedade como a principal ao que os supermercados podem fazer em favor do meio ambiente.O custo das sacolinhas sempre foi repassado ao consumidor embutido no preo das mer-cadorias. Ou seja, entre os vrios custos da operao supermercadista que resultam na formao do preo dos produtos, como fo-lha de pagamento, luz, gua, impostos etc., tambm consta o custo das sacolas. Portanto, no h nenhuma base nessa argumentao.

    19 As pessoas reutilizam as sacolas de supermercado para embalar o lixo domstico. a forma mais adequada de descartar o lixo, por evitar contami-naes. A abolio das sacolas no pode gerar um problema de sade pblica para as camadas mais baixas, que no pode-ro adquirir sacolas?Pelo contrrio. Como sabemos, a sade p-blica piora com as enchentes causadas pe-las sacolas descartadas no meio ambiente, que entopem bueiros e galerias, espalhando muitas doenas. Com degradao indefinida, as sacolas descartveis ocupam espao nos aterros sanitrios e trazem muitos problemas para a gesto das prefeituras em todo o Pas.

    Por isso, seu uso em ambientes comerciais passou a ser cada vez mais contestado.O setor supermercadista, por seu contato dire-to com o consumidor final, pode desempenhar um importante papel na conscientizao da populao. preciso que o consumidor perce-ba que a mudana de hbitos essencial para a proteo do meio ambiente e para a garantia de um mundo melhor para as futuras geraes.

    20 As leis que probem a distribuio de sacolinhas em vrios municpios pau-listas tm sido suspensas por liminares pelo tribunal de justia, mas, mesmo as-sim, grande parte dos estabelecimentos deixou de distribuir essas embalagens. A ApAs vai incentivar projetos de lei?A supresso da distribuio de sacolas descar-tveis uma medida voluntria dos supermer-cados em prol do meio ambiente. No h lei que obrigue os estabelecimentos comerciais a oferecerem sacolas para o consumidor, mas evidentemente a APAS est atenta aos hbi-tos adquiridos e, por isso mesmo, est propon-do uma estratgia escalonada para retirar as sacolas descartveis de circulao at 2012.

    fiqUe atento: embora a utilizao de sacolas reu-tilizveis possa promover uma melhora nos ndices da destinao de plsti-co aos aterros, observe os fornecedores que voc vai escolher para oferecer o produto aos seus clientes. importante que a cadeia seja socialmente justa, eco-nomicamente vivel e am-bientalmente responsvel.

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  • possvel observar em algumas drogarias a substituio de sacolas pequenas de plstico por sacolas de papel. Em vez da distribuio de sacolas, os funcionrios perguntam ao cliente: O senhor vai precisar de sacola?.

    nas farmCias

    sUpermerCados Ki-leGal

    Com duas lojas em Jundia (SP), mesmo antes do projeto-piloto Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, a rede j entregava cupons aos clientes que levassem as pr-prias sacolas s compras. Essa ao reduziu em 30% a distribuio de sacolas descartveis. O diretor Edivaldo Bronzeri diz que hoje as lojas recolhem pilhas, baterias, leo de cozinha usado e captam gua de chuva.

    A loja em Sorocaba (SP) iniciou uma campanha de conscientizao sobre o uso de sacolas descartveis. O cliente que dispensar a utilizao de sacolas descar-tveis pode concorrer quinzenalmente a um carrinho de produtos no valor de 250 reais. A cada 50 reais o cliente tem direito a um cupom; de 50 a 100 reais, dois cupons, e acima de 100 reais o cliente pode concorrer com trs cupons. Os operadores de caixa que entregam os cupons so identificados e tambm podem ser sorteados com vale-compras de 50 reais. A campanha j obteve resultados visveis: o consumo de sacolas descartveis caiu de 120 mil para 60 mil unidades por ms.

    sUpermerCados sUpersiqUeira

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  • suPeRmeRcado GasPaR

    Na cidade de Tup, interior de So Paulo, o supermercado e a Comisso do Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseo Tup, distriburam 500 sacolas reu-tilizveis para compras no dia 5 de junho de 2011, Dia Mun-