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Sagarana – João Guimarães Rosa (1946) SAGA + RANA= cidade mineira; à moda de, à maneira de lenda: espaço mítico ou real?

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Apresentação de slides sobre Guimarães Rosa

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  • Sagarana Joo Guimares Rosa (1946)

    SAGA + RANA= cidade mineira; moda de, maneira de lenda:espao mtico ou real?

  • Edies diversas

  • Edies diversas (cont.)

  • Ilustraes de Poty para Sagarana

  • As nove novelas (ou contos ou causos) so:

    1- O Burrinho Pedrs 2- A Volta do Marido Prdigo 3- Sarapalha 4- Duelo 5- Minha Gente 6- So Marcos 7- Corpo Fechado 8- Conversa de Bois 9- A Hora e a Vez de Augusto Matraga

  • Galeria: datilomanuscritos

  • Galeria: ilustraes / fotografias

  • Galeria: ilustraes / fotografias

  • Quanto aos narradores

    Contos narrados em terceirapessoa(narrador-observador e onisciente):O Burrinho Pedrs,A Volta do Marido Prdigo,Sarapalha,Duelo,Conversa de Bois, A Hora e a Vez de Augusto Matraga

    Contos narrados em primeira pessoa(narrador-personagem):Minha Gente, So Marcos,Corpo Fechado

  • Marca do processo narrativo dos contos de Sagarana

    Uso do discurso indireto livre: consiste na mistura da fala do narrador com o pensamento do personagem.O narrador tem completa adeso pelo personagem.

    Exemplo: Vestindo gua, s sado o cimo do pescoo, o

    burrinho tinha de se enquadrar para o alto, a salvar tambm de fora o focinho. Uma peitada. Outro tacar de patas. Chu-a!Chu-a...ruge o rio, como chuva deitada no cho. Nenhuma pressa! Outra remada, vagarosa. No fim de tudo, tem o ptio, com os cochos, muito milho, na Fazenda;e depois o pasto:sombra,capim e sossego...Nenhuma pressa(...)

  • Tema constante: A travessia, a viagem, a busca, a

    descoberta, o desejo de mudana interior, encontros e desencontros revestidos de uma certa aura mgica, sendo que o serto o centro irradiador de todas as narrativas.Temos reflexes de natureza filosfica, o que nos leva a comprovar o carter universalista dos textos.

  • Personagens

    So, de modo geral, seres em travessia: bichos, crianas, homens rudes e simples, vaqueiros, pees, valentes.

    So seres em disponibilidade, propensos ao sonho, ao devaneio e aventura e ao aprendizado da vida.

  • Espao

    Serto mineiro: o serto das Gerais(Minas Gerais), arraiais, povoados, vilas distantes, esquecidas de tudo e de todos

  • Tempo

    Tempos no medidos pelo relgio, mistura de passado/presente, tornando-se narrativas encantadas( fbulas)

  • Linguagem

    A linguagem de Guimares Rosa tem um grande intuito: retratar a oralidade do sertanejo mineiro. Para cumprir seu propsito, ele reinventa a linguagem, criando neologismos, trabalhando recursos poticos(aliterao, onomatopias, etc), utiliza provrbios, enfim, cria um novo mundo de linguagem.

  • Exemplos de inovaes lingsticas

    Inovaes fonolgicas(som)

    Ex:Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...(Temos aliterao e onomatopia)

    Inovaes morfolgicas

    (construo de palavras)

    Ex: amormeuzinho,nomopadrofilhospritossantamin, desfeliz, etc

  • Temos ainda:

    Inovaes sintticas, que dizem respeito ao arranjo das palavras nas frases e perodos

    Inovaes semnticas, que se referem ao significado das palavras

  • Presena de arcasmos(palavras que caram em desuso)

    Exemplos: em riba(em cima), de banda (de lado), a lembrar, arresolver, alumiar

  • 1- O Burrinho Pedrs

    Personagens: Sete de Ouros(o burrinho), Major Saulo(dono do burrinho), Joo Manico, Francolim e Badu(pees)

    Sntese: os pees e o Sete de Ouros tm a misso de levar mais de 400 bois para um arraial vizinho.Na volta, na cheia do rio, Sete de Ouros salva Badu e Francolim

    Interpretao:a sabedoria do burrinho faz com que ele consiga atravessar o rio e fazer o bem, salvando 2 pees

  • 2-A Volta do Marido Prdigo

    Personagens:Lalino Salthiel(mulato esperto que quer conhecer novos lugares e novas pessoas), Seu Ramiro(patro de Lalino) empresta-lhe dinheiro para conhecer o Rio de Janeiro),Maria Rita(esposa de Lalino), Oscar(simpatiza com Lalino, uma espcie de amigo)

  • (continuao de A Volta do Marido Prdigo)

    Sntese: Lalino um mulatinho esperto que tem sede de aventura. Empresta dinheiro do patro, seu Ramiro, para ir se aventurar no Rio, abandonando a esposa Maria Rita.Entra numa grande farra no Rio, cansa-se e resolve voltar.Encontra a esposa vivendo com seu Ramiro e decide que ir reconquist-la, cumprindo a promessa.

  • (continuao de A Volta do Marido Prdigo)

    Interpretao: Lalino um personagem que dialoga com Leonardinho e Macunama. Todos so anti-heris. Atravs de suas estratgias e com ajuda do destino reconquista Maria Rita. um exemplo de herosmo s avessas.

    (Intertextualidade com Memrias de um Sargento de Milcias e Macunama)

  • 3.Sarapalha

    Personagens: primo Ribeiro e primo Argemiro, ambos esto doentes. Sofrem de maleita, Lusa (moa da estria)

  • (continuao de Sarapalha)

    Sntese: Primo Ribeiro e primo Argemiro sofrem com as febres da doena. Nos seus delrios, comeam a recordar uma estria triste: Lusa, esposa de Ribeiro, abandona-o, fugindo com um boiadeiro.Argemiro se emociona e confessa a Ribeiro que tambm era apaixonado por Lusa , mas sempre a respeitou. Ribeiro no se conforma com a confisso e expulsa Argemiro da fazenda.Ribeiro morre e Argemiro vai embora, ardendo em febre, acompanhado de um cachorro e com as lembranas de Luisinha

  • Sarapalha

    Interpretao: o ritmo da narrativa extremamente lento, temos a ntida sensao de isolamento. No confronto passado/presente, Ribeiro acha que Argemiro o demo e o manda embora.Argemiro, que fora sincero, acha que seria compreendido por Ribeiro e acaba sendo punido por falar a verdade.

  • 4. Duelo

    Personagens: Turbio Todo(vaqueiro de profisso, considerado um homem mau), Cassiano Gomes (ex-oficial da Fora Pblica e amante da esposa de Turbio), esposa de Turbio

  • (continuao de Duelo)

    Sntese: Turbio Todo conhecido como um homem violento e vingativo. Descobre que a esposa, dona Silivana, o estava traindo com Cassiano Gomes, mas finge no saber de nada e elabora um plano de vingana. Numa emboscada, Turbio mata o irmo de Cassiano que nada tinha a ver com a vingana. Agora, quem quer se vingar Cassiano.

  • (continuao de Duelo)

    (continuao da sntese) Turbio e Cassiano duelam durante meses e

    acabam desistindo. Cassiano resolve visitar o lugar onde nascera e pressentia sua prpria morte para logo. No consegue chegar e recebe, na viagem, a ajuda de Timpim Vinte-e-Um, para quem conta toda a estria. Cassiano morre.

    Turbio acha que tudo estava resolvido quando, para seu espanto, Timpim vem honrar a vingana de Cassiano e mata Turbio.

  • (continuao de Duelo)

    Interpretao: A mensagem a inverso de papis, ou seja,Cassiano, de perseguido, passa a perseguidor e Timpim, que era um simples capiau(caboclo), tranforma-se em agente do bem, punindo Turbio, que, ao que parece, s tinha razo no incio da estria.

  • 5. Minha Gente

    Personagens: narrador-personagem (cujo nome no sabemos), Tio Emlio( tio da narrador-personagem), Maria Irma (filha de tio Emlio), Santana (empregado do tio Emlio)

  • (continuao de Minha Gente)

    Sntese: O narrador-personagem vai visitar o tio Emlio e se entrega a uma srie de recordaes. Apaixona-se por Maria Irma que fica dizendo que ora est apaixonada e ora no est mais.

    O narrador-personagem conhece Armanda, filha de um fazendeiro vizinho, apaixona-se por ela e com ela se casa, descobrindo, assim, seu verdadeiro amor.

  • (continuao de Minha Gente)

    Interpretao: toda a estria e a trama so desenvolvidas como uma partida de xadrez(jogo predileto do narrador-personagem e do capiau Santana).Depois de vrios xeque-mates, o narrador-personagem encontra a felicidade e o verdadeiro amor.

  • 6. So Marcos

    Personagens: Jos (ou Iz, narrador de vrias estrias, que no acredita em feitios e acaba sendo vtima de um feitio de Joo Mangol),S NhRita Preta e Aursio Manquitola (amigos de Jos) e Joo Mangol(negro feiticeiro)

  • (continuao de So Marcos)

    Sntese: Jos um homem de muitas histrias e sempre disse que no acreditava em feitios.Seus amigos lhe diziam para que no brincasse com o feiticeiro Joo Mangol e no invocasse a Orao de So Marcos. Nos seus passeios de domingo, Josprovoca o feiticeiro e acaba ficando cego.Desesperado, Jos acaba usando a reza brava de So Marcos.

  • (continuao de So Marcos)

    Jos acaba indo parar na casa de Mangol, a quem queria matar com fria.

    O feiticeiro, no entanto, pede-lhe que no faa mal a ele,desfaz o feitio e od dois fazem as pazes

  • So Marcos

    Interpretao: trata-se de um conto metalingstico, uma vez que Josresponde s quadrinhas escritas com canivete no bambual. Jos e Mangol, nos seus versos, discutem os princpios da criao potica.

    Jos fazia pouco caso dos feiticeiros e das crendices e precisou de ambos para voltar a enxergar.

  • 7. Corpo Fechado

    Personagens: o narrador-personagem um mdico que est morando no arraial da Laginha, Manuel Ful(protagonista), Targino (um valento do arraial) e Maria-das-Dores(jovem por quem Ful se apaixona).

  • (Continuao de Corpo Fechado)

    Sntese: Manuel Ful contou muitas histrias para o narrador-personagem que vai recontando para ns, leitores, tais histrias. Manuel Ful se apaixona por Das-Dores e fica noivo dela, mas afrontado por Targino, valento do lugar, que diz que vai dormir com ela e depois a devolveria. Fulconta com a ajuda do curandeiro Antonicodas Pedras ou Antonico das guas que faz Ful ter corpo fechado, enfrentando Targino.

  • (continuao de Corpo Fechado)

    Interpretao: a cumplicidade com a feitiaria, adquirindo corpo fechadoleva Manuel Ful a ficar corajoso e enfrentar Targino. como se Fulconseguisse vencer o Demo.

  • 8. Conversa de Bois

    Personagens: Manuel Timborna(narrador-observador que conta sobre os bois), seu interlocutor ( algum que escuta Timborna), mais um narrador ( uma irara chamada Risoleta, que uma ave), Agenor Soronho (condutor do carro de bois) e Tiozinho (ajudante de Agenor)

  • (continuao de Conversa de Bois)

    Sntese: um carro de bois com 4 parelhas conduzido por Agenor e seu guia, o moleque Tiozinho. O carro leva um defunto que o pai de Tiozinho.

    Os bois conversam e contam estrias tristes. Tiozinho tambm um menino muito triste e maltratado por Agenor.

    Os bois se cansam de Agenor e chacoalham o carro at ele cair e desencarnar. Tiozinho continua a conduo do carro de bois, carregando, agora, dois defuntos.

  • (Continuao de Conversa de Bois)

    Interpretao: de novo, o fraco vence o forte, o bem vence o mal, num caso em que a irara conta a histria a Manuel Timborna, que a reconta ao escritor, que a repassa a ns. O carro de bois, assim, como Tiozinho, tambm cumpre uma travessia.

  • Conversa de Bois- estrutura dos narradores

    Conto Conversa de Bois

    Irara(conta para Manuel Timborna)

    Manuel Timborna(conta para o escritor)

    Escritor(narrador observador que conta para um interlocutor-leitor

  • 9.A Hora e a Vez de Augusto Matraga

    Personagens: Nh Augusto( homem perverso), Dona Dionra( sua esposa), Mimita( filha de dona Dionra), Joozinho Bem-Bem (lder de um bando de capangas)

  • (Continuao de A Hora e a Vez de Augusto Matraga)

    Sntese: Nh Augusto Matraga abandonado pela esposa e pela filha porque ningum suporta viver com ele.

    Alm disso, seus empregados o abandonam tambm provocados pelo Major Consilva. Augusto vai tirar satisfaes e atacado pelos antigos capangas que chegam a marc-lo com o ferro do gado.

  • (Continuao A Hora e a Vez...)

    Matraga encontrado por um casal negro que cuida dele e o adota.

    Matraga resolve se redimir e virar uma boa pessoa. O chefe de um bando de jagunos, Joozinho Bem-Bem, tenta convencer Matraga a se reunir ao seu grupo, mas ele se lembra das sbias palavras de um padre que lhe disse que ele precisava ser bom: Cada um tem a sua hora e a sua vez: voc h de ter a sua

  • (Continuao de A Hora e a Vez...)

    Depois de algum tempo, Augusto Matraga reencontra Joozinho Bem-Bem e seu bando lutando. Joozinho morre e a hora e a vez de Augusto Matraga tambm chegam.

  • (Continuao A Hora e a Vez...)

    Interpretao: equvoco, destino, acaso ou fatalidade as travessias se encerram com a de Nh Augusto que, de homem mal foi redeno, e sencontra refgio do bem e do mal na morte.