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História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

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Page 1: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

História da educação na Colônia

Por Suelen Maria Marques Dias

Page 2: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Os Jesuítas

“Por serem as missões muito necessárias nesta terra e principal fim das fundações de colégios.”

LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro,1938-1950. P.476-480.

Imagem: Benedito Calixto, Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu. (Coleção João Calixto)

Page 3: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

De acordo com a imagem, responda:

Quem são os personagens? O que eles estão fazendo? Qual é a relação com a educação? Quem ensina e quem aprende?

Page 4: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Os Jesuítas e as missões

Page 5: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Qual a localização das principais missões em relação à linha do Tratado de Tordesilhas?

Qual a importância das missões na ocupação do território?

Qual a sua importância na colonização do Brasil? As principais missões

Observe o mapa e responda:

Page 6: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Mapa: Colégios Jesuítas no Brasil Colonial.

Agora, observe o mapa dos Colégios Jesuítas do Brasil Colonial: Compare sua

localização com a localização das missões.

Quais são as principais cidades onde eles se localizam?

Na sua opinião, existe alguma ligação entre a localização dos Colégios e a importância das cidades no cenário colonial?

Page 7: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Em aldeias de índios a cargo do Colégio da Bahia: se "ensinam aos Índios as cousas necessárias à sua salvação, lhes dizem missa e ensinam a doutrina cristã duas vezes em cada dia, e também em cada uma ensinam aos filhos dos Índios a ler, escrever, contar e falar português, que aprendem bem e falam com graça, ajudar as missas, e desta maneira os fazem polidos e homens. Em uma delas lhes ensinam a cantar e tem seu coro de canto e flautas para suas festas, e fazem suas danças à portuguesa (...)

"Breve Narração das Coisas Relativas aos Colégios Residenciais da Companhia nesta Província Brasílica, no ano de 1584". In: ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: Edusp, 1988, p. 424.

Leia o trecho abaixo:

Page 8: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Com base trecho anterior, responda:

Que aspectos eram valorizados pelos jesuítas no ensino dos gentios?

O que era ensinado?

Page 9: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Leia atentamente os textos a seguir:

Page 10: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Texto 1: O que acontecia com os curumins depois que saíam dos colégios?

• Meninos índios ensinados pelos jesuítas que, ao chegarem à puberdade,

retornam aos costumes gentílicos, muito piores que antes, sobrepujando

“seus pais em maldade”

ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: Edusp, 1988, p. 163 e 173.

Page 11: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Texto 2 – Um índio velho diante do dogma da Virgindade de Maria

• Um índio velho, muito interessado em cristianizar-se, ficou abismado com a

virgindade de Nossa Senhora, e diante de Anchieta, “mostrou grande espanto e

contentamento de Nossa Senhora parir e ficar virgem, perguntando particularidades

acerca disso (o que é bem alheio dos outros, que nem sabe duvidar nem

perguntar nada)”.

ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: Edusp, 1988, p. 199.

Page 12: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Texto 3 – O índio velho diante do ideal cristão da castidade e das disciplinas que

se auto-aplicava o padre• “E, sabendo que não tínhamos mulheres, se espantou

muito, perguntando-nos : ‘E não as desejais, quando vedes algumas formosas?’ Nós como resposta lhes mostramos as disciplinas com que se domava a carne, quando se desmandava a esses maus desejos, falando-lhe também dos jejuns, abstinências e outros remédios que tínhamos, e que tudo fazíamos por não ofender a Deus, que manda o contrário. E ele replicou: ‘E Deus que lhes há de fazer? Por que tendes medo dEle?’Então lhes falamos do inferno e glória, etc. do que ele ficou maravilhado, e tendo-nos grande crédito [...]

ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: Edusp, 1988, p. 217.

Page 13: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Como era a assimilação dos costumes e idéias passadas pelos jesuítas por parte dos indígenas?

Com base nas informações anteriores, reflita:

Page 14: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Importante: Além dos jesuítas, outras ordens religiosas também participaram do

processo de colonização do Brasil, dentre estas as ordens dos franciscanos,

carmelitas e beneditinos. O papel do jesuítas não era apenas de

catequese dos índios e de auxiliar na formação dos futuros padres. Seus

colégios atendiam também à população de origem européia laica.

Page 15: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

As Reformas Pombalinas

Page 16: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Leia, a seguir, um trecho do alvará expedido em 28 de julho de 1759, pelo

Marquês de Pombal, expulsando os jesuítas de Portugal.

Como se sabe, até 1759, o ensino em Portugal e suas Colônias era em boa

parte de responsabilidade dos jesuítas.

Page 17: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

“Da cultura e das ciências depende a felicidade das Monarquias, conservando-se por meio delas a Religião e a Justiça na sua pureza e igualdade.(...) [os jesuítas] com o escuro fastidioso método que introduziram nas escolas destes Reinos, e seus Domínios, e muito mais com a inflexível tenacidade com que sempre procuraram sustentá-la contra as evidências das sólidas verdades.”

Clique aqui para saber mais sobre o Marquês de Pombal

Page 18: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Para refletir... De acordo com o texto, a Reforma Pombalina

pretendia um rompimento com a Igreja?

Quem eram considerados culpados pelo

atraso no ensino português?

Quais eram os objetivos da Reforma

Pombalina?

Page 19: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

As reformas pombalinas Instituíram um sistema público de ensino em Portugal. Levaram à fundação do Colégio dos Nobres. Alteraram os estatutos e o ensino na Universidade de Coimbra,

entre 1770 e 1772, imprimindo-lhe uma orientação que privilegiava as ciências naturais e a experimentação.

Procuravam criar uma nova elite cultural, mais aberta a um pensamento racional e empírico, e disseminar uma nova mentalidade na sociedade portuguesa, europeizando-a.

Com a expulsão dos jesuítas, criaram as Aulas Régias (aulas avulsas de latim, grego, retórica, gramática, filosofia e primeiras letras).

Page 20: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Observe, no mapa, a distribuição dessas aulas e dos estabelecimentos de ensino em Minas Gerais:

Page 21: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

A partir da análise do mapa, responda:

Quais as principais regiões onde se localizavam os estabelecimentos de ensino em Minas Gerais?

Na sua opinião, tais estabelecimentos eram suficientes para atender à população da capitania?

Page 22: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Problemas das aulas régiasLocalização.

Falta de professores.

Atrasos de salários

A maior parte da população continuou sem acesso à educação.

Somente os alunos que podiam pagar professores particulares estudavam.

Assim, o ensino, que após a reforma deveria adquirir um caráter público, continuou com um caráter privado.

Page 23: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

“Nessa Corte, anos há, se tem fundado,

Uma cousa, chamada Academia;

Mas isto, quanto a mim, sem diferença,

É um corpo sem alma que não pode

Produzir ação própria, ou um fantasma

Que em poucos minutos dissipa.”

Leia abaixo o trecho extraído do poema Reino da estupidez, de Francisco do Mello Franco (1785):

Este trecho foi adaptado clique aqui para ver a versão original.

A Universidade de Coimbra após a queda de Pombal (1777)

Page 24: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

O poema O Reino da Estupidez, publicado em 1818, reproduz as inquietações da atmosfera literária em Coimbra, em meados dos anos 1780, os efeitos da Ilustração e as contradições do Reformismo Ilustrado português. O livro, uma sátira poética à Universidade de Coimbra , circulou em manuscrito em 1785.

Atribuí-se a autoria do poema a Francisco de Mello Franco, mineiro de Paracatu, que foi perseguido pela Inquisição.

No poema, após ser escorraçada de toda a Europa culta, banida dos quatro cantos do mundo, a deusa Estupidez refugiou-se em Portugal, onde se uniu à “macilenta Inveja”, à “vingadora Raiva”, ao “duro Fanatismo”, à Hipocrisia e à Superstição, já que a capital portuguesa sob Dona Maria I (quando Pombal já não participava do governo) já não respirava os mesmos ares do reinado de D. José, podendo, assim a Estupidez instalar seu reino em terras lusas. Ou seja, o poema não critica diretamente a proposta do Marquês do Pombal, mas sim o retrocesso que o autor acredita ter ocorrido no reinado de D. Maria I.

Page 25: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Agora responda: Na sua opinião, o autor demonstra uma visão

favorável sobre a Universidade nesse período? Como estava o restante da Europa nesse período? Considerando o conteúdo do poema, você acredita

que a Universidade vivenciava a situação dos outros países europeus?

Os objetivos da Reforma Pombalina estavam sendo concretizados?

Page 26: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Seminário de Olinda (1800)

Page 27: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Leia com atenção o texto abaixo:“Desde a sua fundação em 1800, [o seminário de Olinda] exerceu uma

poderosa influência na formação intelectual do norte do Brasil. Era o

curso secundário mais completo do país. Acolhia elevado número de

alunos, não só os que se destinavam ao sacerdócio, como ainda todos

quantos não podiam ir à Coimbra fazer os seus estudos. A filosofia em

voga em suas cadeiras era cartesiana, a ponto do Seminário se

converter em ninho de idéias liberais e adotar como evangelho político

a doutrina dos filósofos do século 18. Mais que as ciências

eclesiásticas eram divulgadas os episódios da Revolução francesa,

partindo daquele núcleo intelectual o gosto pelas idéias subversivas,

cujos adeptos passaram a organizar academias secretas.”

MOACIR, P. A instrução e as províncias (Subsídios para a Historia da educação no Brasil): 1834-1889.São Paulo, Nacional, 1936, 1º.v., p.31.

Page 28: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Para refletir O ensino no Seminário de Olinda têm relações

com os objetivos propostos pela reforma Pombalina?

Page 29: História da educação na Colônia Por Suelen Maria Marques Dias

Governando sob os princípios do iluminismo, Pombal propôs projetos para equilibrar a balança comercial, estimular a indústria, reformar o ensino, etc. Também com contribuições do Brasil, reconstruiu Lisboa, arrasada pelo terremoto de 1755. Expulsou os jesuítas de Portugal e das colônias. Criou Juntas de Justiça na colônia e ordenou a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1762). Em 1769 foi nomeado marquês de Pombal.

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O Marquês de PombalSebastião José de Carvalho e Melo (1699 - 1782) nasceu em Lisboa, filho de um capitão da cavalaria real. Seu pai morreu cedo e sua mãe se casou novamente. Foi criado pelo tio Paulo de Carvalho, professor da Universidade de Coimbra, instituição em que se formou em direito, história e política. Em 1738, por recomendação do tio, foi nomeado embaixador na Inglaterra, onde estudou a política e a economia do país. Ao retornar a Lisboa, tornou-se secretário dos Negócios Estrangeiros em 1750. Em pouco tempo o rei José I lhe deu carta branca para decidir sobre os assuntos de Estado.