historia da igreja_200511_eunice
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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS DE ANICUNS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
CURSO DE HISTÓRIA
A IGREJA NA IDADE MÉDIA
Eunice Pinheiro de Almeida
ANICUNS / GOIÁS NOVEMBRO / 2005.
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Eunice Pinheiro de Almeida
A IGREJA NA IDADE MÉDIA
Monografia apresentada a Coordenação Geral do TCC da Faculdade de Educação e Ciências Humanas de Anicuns - FECHA, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciatura Plena em História.
Profº Mestre João Afonso de Souza
ANICUNS / GOIÁS NOVEMBRO / 2005
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Eunice Pinheiro de Almeida
A IGREJA NA IDADE MÉDIA
Monografia apresentada a Coordenação Geral do TCC da Faculdade de Educação e Ciências Humanas de Anicuns - FECHA, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciatura Plena em História.
Data da Aprovação ______/______/_________
Profº Ms João Afonso de Souza
_____________________________________
Examinadores
Departamento de História
___________________________________________
Departamento de História
__________________________________________
13
Dedico este trabalho aos colegas de sala pelos
quais tenho muito carinho.
Dedico aos meus pais, amigos e irmãos.
Dedico em especial aos meus professores que
não mediram esforços para me ajudar na realização deste
trabalho.
Dedico também a todos que de uma maneira
ou de outra participaram ou contribuíram para a realização
deste.
14
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me
dado força para prosseguir com a minha pesquisa, que não
foi fácil.
Agradeço a meus pais e familiares em geral e
em especial ao professor orientador pelo carinho, atenção
e dedicação, não deixando que o desânimo tomasse conta
da turma.
E também aos colegas de sala pelos momentos
alegres que passamos juntos e pela força que transmitiam
nos momentos mais difíceis.
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Religião: “é a expressão do sofrimento real,
protesto contra um sofrimento real, suspiro da criatura
oprimida, coração de um mundo sem coração, espírito de
uma situação sem espírito, ópio do povo”.
(Rubens Alves)
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RESUMO
O objetivo deste trabalho é analisar a situação da Igreja Católica durante a Idade Média, dando prioridade do século XI ao século XIV. Passado os séculos iniciais da era cristã, quando a Igreja católica pouco se desenvolveu e foi muito perseguida, até ser reconhecida como religião oficial do Império Romano. O Império Romano torna-se frágil e sem condições para administrar os feudos. A Igreja Católica sendo a grande proprietária de terras na Europa Ocidental estava diretamente interessada na manutenção das relações servis. Pregava que a existência de senhores e servos era absolutamente normal em uma sociedade cristã e que os servos deviam obedecer a seus senhores. A infidelidade e a rebeldia eram pecadas mortais. Dessa forma a Igreja disfarçava sua verdadeira ideologia, contribuindo para o aumento das desigualdades sociais. Usando o poder que tinha a Igreja organizou as cruzadas para combater a expansão do islão. Sem um inimigo interno, desencadearam-se conflitos externos, isto é, no próprio mundo cristão. Várias cidades foram saqueadas e inúmeras plantações devastadas, a desorganização da produção provocou crise de abastecimento e alta dos preços dos alimentos. A intranqüilidade atingiu a burguesia. A insatisfação geral provocou o enfraquecimento da Igreja, no final do século XIV e na tentativa de recuperar seus poderes a Igreja criou o tribunal da Inquisição com o objetivo de combater a heresia.
PALAVRAS-CHAVES: 1 – Igreja; 2 – Cristianismo; 3 – Idade Média; 4 – Inquisição.
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ABSTRACT
The objective of this work is to analyze the situation of the Catholic Church during the Medium Age, giving priority a centuries XI and XIV. The centuries passed begin of the Christian era, when the Catholic Church a little grew and it was very pursued, even to be recognized as official religion of the Roman Empire. The Roman Empire becomes fragile and without conditions to administer the feuds. The Catholic Church being the great landlady of lands in Europa Ocidental was directly interested party in the maintenance of the servile relationships. He/she nailed that the gentlemen's existence and servants were quite normal in a Christian society and that the servants should obey their gentlemen. The infidelity and the rebelliousness were sinned humans. In that way the Church disguised his/her true ideology, contributing to the increase of the social inequalities. Using the power that had the Church organized the crusades to combat the expansion of the islão. Without an internal enemy, external conflicts were unchained, that is, in the own Christian world. Several cities were plundered and countless devastated plantations, the disorganization of the production provoked crisis of provisioning and high of the prices of the foods. The uneasiness reached the bourgeoisie. The general dissatisfaction provoked the weakness of the Church, in the end of the century XIV and in the attempt of recovering their powers the Church created the tribunal of the Inquisition with the objective of combating the heresy.
WORD-KEY: 1 - church; 2 - Christianity; 3 - Medium age; 4 - inquisition.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10
1. AS ORIGENS DO CRISTIANISMO E OS SEUS DESMEMBRAMENTOS..............15
1.1 História de Jesus........................................................................................................15
1.2 Origem da Igreja .......................................................................................................20
1.3 A Religião..................................................................................................................25
1.4 Bíblia Mitos e Verdades ...........................................................................................27
1.5 A fé nos Santos .........................................................................................................29
2. IDADE MÉDIA – IMPÉRIO DA IGREJA......................................................................31
2.1 A Grande Proprietária...............................................................................................32
2.2 O Feudalismo – A Igreja e o Tempo.......................................................................34
2.3 Século XI e a Igreja................................................................................................37
2.4 A Igreja Dirigindo Pensamento – Século XII..........................................................38
2.5 A Igreja No Século XIVe a Inquisição....................................................................40
2.5.1 – Tribunais Da Inquisição.............................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................47
BIBLIOGRAFIAS..................................................................................................................49
DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO...................................................................................50
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INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por finalidade relatar os meios que justificam as fases do
Poder da Igreja Católica durante a Idade média, dando ênfase no período que vai do século XI
ao século XIV, através da catalogação literária possibilitou-nos a encontrar autores sobre o
assunto além de contribuir para a definição decisiva do tema da pesquisa.
Outro fator que contribuiu para a escolha do tema em discussão foi às aulas de
História e a vivência em uma cidade pequena, onde nasci, cresci e convivi com pessoas de
diversas Igrejas, percebi que quando criança aqui em Anicuns-Go havia apenas duas Igrejas:
uma católica e outra protestante, hoje sou adulta e perdi a conta de quantas são as igrejas
existentes nesta cidade.
Observa-se que, embora sendo uma instituição de natureza sobrenatural (divina), a
Igreja é também uma organização humana. É indiscutível que seu papel e desempenho na
sociedade sempre despertou o interesse dos estudiosos de maneira geral. Até mesmo as
pessoas leigas são movidas por esse interesse. Segundo RIBEIRO (1998:02), “as pessoas, de
modo geral, voltam-se para o tema, desejosas de compreender essa participação. Por
conseguinte, reconhece-se a importância do poder religioso”. A questão assume particular
relevo em face da relação da Igreja com o Estado ser ao mesmo tempo um problema
complexo e fascinante. Assim sendo poucos são os que conseguem ficar neutros diante de
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fatos marcantes, como por exemplo, a Santa Inquisição, entre tantos outros de igual
importância para a História.
Durante a idade Média a igreja foi um importante elo entre o mundo antigo e o
mundo medieval, herdeira do poder romano ajudou a criar uma nova civilização da qual
resultou a unificação da sociedade européia e a construção da identidade histórica desse povo.
A história da Igreja e a Idade Média sempre confundem. “Os estudiosos sempre elaboram
seus trabalhos com base em fontes eclesiásticas” RIBEIRO (1998:03). É incontestável a
dominação da Igreja durante a Idade Média. Rendo acumulados grande riqueza e prestígios,
controlava o tempo e espiritual da população da época. A longa trajetória da Igreja como
instituição humana sempre pôs em, cheque a inteligência e a curiosidade de estudiosos sobre o
assunto.
O grande conflito entre a Igreja e o Estado durante a Idade Média girou entorno de
estabelecer limites de poder. A partir do século XII surgiu nova forma de pensar, a reflexão e
a reinterpretação dos domínios que conseguiu sacudir o poder da Igreja e triunfou a
autonomia do Estado. Mas a Igreja não perdeu seu total poder, apenas enfraqueceu e as
ideologias renascentistas possibilitaram o surgimento de várias outras religiões que não o
catolicismo, pois a partir do renascimento científico o mundo passou a ser analisado do ponto
de vista da ciência e não mais apenas pela ótica do sagrado. A Igreja deixou de ser o centro do
universo, mas não deixou de ser parte importante que integra e se completa o todo.
Antes do surgimento do cristianismo já existiam as religiões primitivas, quase
sempre politeístas, em Roma a religião primitiva era um animismo rústico, marcado pelo
temor ao sobrenatural, atualmente o animismo é o nome dado a religiões tradicionais de
diversas tribos Africanas, Americanas, Asiáticas e da Oceania, que têm em comum o culto aos
ancestrais; o xamanismo, conjunto de práticas mágicas executadas em estado de êxtase, pelos
xamãs, curandeiros presentes entre praticamente todas as tribos da Ásia central; o hinduísmo,
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religião sem organização eclética, sem crença ou práticas comuns a todos os hindus é
politeísta ao extremo, sendo adorados centenas ou até milhares de deuses; judaísmo é a
religião monoteísta mais antiga do mundo, e está deu origem ao cristianismo e ao islamismo,
cujo a história é contada pelos livros do antigo testamento da Bíblia, livro sagrado dos
cristãos; zoroastrismo religião fundada entre 630 e 580 anos a.c. religião que predominou no
Império persa; taoísmo influenciou a cultura chinesa, constituiu-se de um sistema filosófico e
doutrina religiosa, rejeita a paixão e o esforço humano, acredita que a educação mais descente
e harmonioso com a natureza, seita fundada no século VI a.c.; confucionismo filosofia ou
sistema ético que influenciou as formas de pensamento dos governos chineses, é a
benevolência do governo, baseada no amor, na bondade, no saber, na sinceridade, paz
mundial e harmonia familiar, fundada entre 551 a 479 a.c.,; rudismo religião baseada na
superação do sofrimento e da tristeza, é mais filosofia ética do que religião, fundada no ano
550 a.c.
“No entanto, nenhuma das seitas primitivas não conseguiu se expandir ou
perdurar por tanto tempo como o cristianismo” (MAZZOLENIS, 1987:487). Alguns até
desapareceram completamente.
O cristianismo surgiu da crença que os Judeus tinha que Jesus de Nazaré, a quem
se deu o nome de Jesus Cristo, que viveu no período correspondente a 4 anos a.C. – 29
D.Cera o Messias prometido pela tradição hebraica. Sua vida e seus ensinamentos e as
circunstâncias de seu mártire. A teologia cristã se resume em um único e ao próximo como a
si mesmo. O caráter missionário da religião cristã foi decidido no conselho de Jerusalém (49
d.C.), em que São Paulo, apóstolo, propôs aos lideres do novo credo que o difundissem entre
os não-judeus. O fato de Roma ser a capital do mais poderoso império da época fez com que
convergissem para ela os esforços dos evangelizadores. O governo imperial moveu contra os
antigos cristãos severas perseguições, desde 64 d.C. até 313, ano m que Constantino I
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concedeu-lhes a liberdade de culto, quando esse imperador morreu (337) o cristianismo já
tinha se tornado a religião predominante. Durante séculos, a igreja foi dividida por
controvérsias teológicas que deram origem a doutrinas heréticas. Para combater a heresia ou
os heréticos a Igreja Católica criou o tribunal da inquisição. A criação da Santa Inquisição e as
atrocidades por ela cometidas fez surgir um grupo de rebeldes dentro da própria Igreja
católica. Aqueles que não aceitavam a luxuria do alto clero se rebelaram e fundaram as igrejas
protestantes.
O fato da Igreja Católica perdurar por tanto tempo despertou o no interesse em
pesquisar, analisar e compreender como ocorria a relação de poder entre a Igreja e o Estado
durante a idade média, com ênfase nos séculos de XI a XIV.
O trabalho está dividido em dois capítulos. No primeiro faz-se uma análise do
surgimento da Igreja e os seus desmembramentos, na tentativa de inseri-la num contexto das
manifestações populares. Através de um levantamento faz-se um breve histórico da Igreja
Católica, sobre o conceito de religião, fé, cristianismo, como também uma análise dos mitos e
verdade a respeito da bíblia e promovemos um dialogo com diversos autores sobre a temática
que envolve o surgimento da Igreja desta época.
No segundo capítulo fez-se uma abordagem sobre o fortalecimento da Igreja na
transição da Alta para a Baixa Idade Média onde foram analisados os fatores que contribuíram
para o enriquecimento da Igreja Católica como a maior proprietária de terra do período, bem
como o controle que ela vai exercer sobre o tempo, o pensamento e a cultura da época, e
dando ênfase ao embate entre o poder político e religioso no período que vai do século XI –
XIV, como também ocorre um dialogo com diversos autores que escrevem sobre esta
temática, que serviu de referencial teórico para esta pesquisa.
Nas considerações finais colocamos algumas conclusões que o exercício da pesquisa
nos permitiu, em função do dialogo promovido com diversos autores que tratam do assunto
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abordado, entre eles Miceli, Cardoso, Franco Jr, Junqueira etc, o que vai nos ajudar na
formulação da conclusão desta pesquisa deste rico período da História da Humanidade.
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1. AS ORIGENS DO CRISTIANISMO E OS SEUS DESMEMBRAMENTOS
Três fatores principais se combinaram para produzir a civilização européia dos
começos da Idade Média: o cristianismo, a influência dos bárbaros germânicos e a herança
das culturas clássicas. O efeito do terceiro foi provavelmente menor que o dos outros. Fora do
âmbito da filosofia, as civilizações grega e helenística tiveram uma influência relativamente
pequena. Se bem que a herança romana fosse ainda poderosa, os homens do começo da Idade
Média rejeitaram certos aspectos dela como incompatíveis com o cristianismo e barbarizaram
boa parte do resto.
1.1 História de Jesus
O principal alicerce da nova cultura foi a religião cristã, cujo fundador, Jesus de
Nazaré, nasceu numa cidadezinha da Judéia por volta do começo da era cristã e foi executado
cerca de trinta anos depois, no reinado de Tibério.
A crucificação de Jesus assinala um ponto decisivo da história cristã. A princípio
a morte do Mestre foi considerada pelos discípulos como o fim das suas esperanças. Esse
desespero, porem, não tardou a desvanecer-se, pois começaram a circular boato de que ele
estava vivo e fora visto por alguns dos seus adeptos mais chegados. Os restantes dos fiéis
convenceram-se sem dificuldade de que ele ressuscitara dos mortos e era realmente um ser
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divino. Recobrando a coragem, reorganizou o pequeno grupo e puseram-se a pregar e a
testemunhar em nome do seu chefe martirizado. Foi essa maneira obscura que nasceu mais
uma das grandes religiões do mundo, destinada a abalar os fundamentos do próprio império
romano.
Vamos falar aqui do verdadeiro Jesus, não do Jesus dos altares. Tampouco
daquele que cada um traz no peito quando comunga da fé dos cristãos o Jesus histórico é o
personagem que nasceu viveu e morreu na Palestina, em carne e osso, num período histórico
determinado, numa época em que reinava o imperador Augusto. Por volta do ano 6 a.C. e por
volta do ano 30 a.C foi condenado à morte sob as ordens de Poncio Pilatos. Naquela época os
cristãos eram terrivelmente perseguidos por Herodes, porque eles se negavam a adorar o
imperador e a cultura os deuses de Roma, os cristãos foram considerados fora da lei e sua
religião, colocada na ilegalidade. Os cristãos eram considerados inimigos da espécie humana.
O estado era acostumado a regular de maneira absoluta a vida religiosa de seus súditos e
como os cristãos não aceitavam a submissão, entraram em choque com o Estado, formou-se
uma forte oposição contra o Estado Romano, nutrindo sentimento de hostilidade pela
instituição imperial e preferindo a companhia dos que lutavam contra o poder.
Segundo alguns estudiosos americanos que analisaram os quatro evangelistas,
Marcus, Mateus, Lucas e João, que eles não tem valor como prova material da existência de
Cristo. Cabe a todo bom cristão, seja ele, católico ou evangélico ouvir os ensinamentos
religiosos.
No seu início, o cristianismo era uma seita do meio rural judaico que congregava
uma pequena comunidade reunida em torno dos ensinamentos de Jesus. Seus adeptos estavam
ali mais para ajudar uns aos outros do que em busca da salvação eterna. O cristianismo
cresceu e se espalhou no mundo empurrado pela força poderosa de sua mensagem. O
mandamento do amor ao próximo como a si mesmo foi uma novidade completa para a época.
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A capacidade de servir ao outro foi à moda propulsora que transformou a seita de dissidente
Judeus em religião oficial do Império Romano no curto espaço de 300 anos.
Além de Jesus não pedir nada para si mesmo, Cristo pregava a fé em um só Deus,
Deus único, verdadeiro, falava também de um reino de paz, amor e solidariedade. Isso não
agradava aos donos do poder Romano e nem a hierarquia religiosa Judaica, não ficava bem
um Jovem sem profissão ou título definidos fossem anunciado como o Filho de Deus e mais
ainda que convidasse imorais e gente de outras religiões a compartilhar desse Deus. De
acordo com Boscov (2002: 89) “Essas duas coisas já bastaram para fazer de Jesus um alvo.
Mas ele tinha ainda, segundo os Evangelhos, o dom de operar imensos milagres, como curar
leprosos, multiplicar os alimentos e ressuscitar os mortos. Tudo isso era motivo para o
crescimento de sua fama e para que suas palavras atraíssem cada vez mais ouvintes. Ainda
segundo Boscov (2004:90) “Num acordo político ainda não esclarecedor para os
historiadores, o sacerdote Caifás e o governador Pilatos”. Decidiram, então, condenar Jesus,
pelos simples fatos de que ele atraia os olhares para se e por invadir o Templo de Jerusalém
para expulsar os comerciantes que trabalhavam ali. E como forma de humilhá-lo ao máximo,
o Nazareno teve uma coroa de espinhos fincada em sua cabeça e o fizeram carregar sua
própria cruz até o monte chamado “Golgota”, onde foi crucificado entre dos ladrões.
Nem os doze discípulos de Jesus esperavam por um desfecho tão trágico. Mas foi
por causa desse final trágico, prematuro e aparentemente injusto que, nos anos seguintes à
morte de Jesus, um embrião de Igreja surgiu em torno dele. A principal razão gira em torno
dos maiores mistérios ligados a Jesus, e também um dos dogmas mais sagrados do
cristianismo (a Ressurreição). Os relatos Evangélicos são contundentes de que, após sua
morte, Jesus se fez ver em várias ocasiões, por seus discípulos. De acordo com Cardoso
(1999: 26) “Se Deus o fez ressurgir dos mortos, ele não era apenas um mensageiro divino,
como seus seguidores provavelmente o julgavam de início. Teria de ser o próprio Messias”.
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Séculos de estudo e debates teológicos ainda não deram conta de todas as
implicações da paixão e Ressurreição de Cristo. Mas elas estão na essência da maneira como
os cristãos enxergaram a enxergam Jesus no decorrer de 2000 mil anos. Os ensinamentos que
foi se cimentando nos primeiros séculos da Igreja pregam que Cristo tem uma dupla natureza:
é integralmente divino e totalmente humano. “É divino porque é uma das três formas de Deus
– a Santíssima Trindade, composta por Pai, Filho e Espírito Santo – e, como tal, existe desde
antes da criação”(CARDOSO 1999:168). Jesus é Deus encarnado em homem. Mas Jesus é
também porque nasceu de uma mulher e viveu entre os homens. A ressurreição justifica a
crença na vida eterna e também indica que os homens também podem ter um lugar ao lado do
merecimento de cada um frente aos ensinamentos de Jesus.
Diante do que já observarmos a intenção de Jesus não parecia ser fundar uma
Igreja, mas sim uma nova forma de viver em sociedade, onde o bem maior seria: o amor, a
solidariedade, a caridade e amizade. Mas de uma forma ou de outra a passagem do Cristo pela
Terra e os seus ensinamentos culminaram no cristianismo como religião e na fundação da
Igreja Católica. A “cristandade”, nunca primou pela a homogeneidade e por isso no decorrer
dos séculos Jesus tenha adquirido representações diversas. Quanto à Igreja nos seus primeiros
séculos, Jesus era quase sempre representado num trono, com uma esfera que simboliza o
mundo nas mãos.
Era o chamado Pantocrator, a palavra grega para “Senhor de todas as coisas”. Sob forte influência da filosofia helênica, o que se acentuava aí não era a dimensão humana de Jesus, mas, ao contrário, a sua majestade – a garantia de que o mundo seria regido por uma ordem eterna superior. (BOSCOV, 2002: 90)
Entre a Antiguidade e a Idade Média é considerado um dos períodos mais
obscuros da história da humanidade. Mas o que surgiu dele, nos séculos XII a XIV, é um
outro Jesus (o cristo humano). É dessa época que vem o cristo crucificado, é a crença em
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cristo pelos seguimentos dos mais relevantes para a história do cristianismo. Também foi o
das imitações do modo de vida de Cristo.
De acordo com Kostman (1979:185)
O cristianismo, embora violentamente perseguido, contribuiu de maneira indireta, mas bastante acentuada, para a evolução do direito. Isso porque, ao contacto dos cristãos, e mesmo quando ainda sujeitos a todos os vexames e a todas as calúnias, a nova mentalidade de justiça, de fraternidade e de igualdade que eles procuravam implantar ia insensivelmente ganhando terreno entre os seus próprios inimigos. Como freqüentemente acontece às idéias novas e combatidas, alguns dos imperadores que mais perseguiram o cristianismo promulgaram leis onde, individualmente, se revela forte influência da nova doutrina por eles considerada indesejável.
Ainda segundo Kostman (1979:18). “E interessante que muitos dos mais
afamados jurisconsultos, desses homens que introduziram no direito romano as concepções e
a nova mentalidade de justiça divulgada pelos cristãos, viveram exatamente no incerto e
agitado período da anarquia militar”.
Diante do contexto percebe-se que o cristianismo mesmo tendo sido rejeitado e os
cristãos perseguidos, no início dos tempos, teve forte influência nos mais diversos segmentos
da sociedade antiga. Mas que até hoje tem forte influência sobre nossa cultura. Isso significa
que apesar da decadência da Igreja devido ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o
cristianismo tem mostrado uma resistência espetacular, e recompõe a cada revés ou ataque.
A fé é um sentimento que só quem tem a conhece. Aqueles que não tem fé se
julgam superior aos que tem e os que têm fé olham para os descrentes com pena. O
sentimento da fé, e o seu desdobramento na forma de religião organizada têm se dividido em
duas correntes. Uma busca em razões exteriores, freqüentemente de cunho utilitarista. Outra
as localiza nas profundezas da natureza humana.
A mente humana exige explicações para o sentido da vida, a fé seria, então a explicação para tudo que a mente humana e a ciência não consegue explicar, nosso coração preciso de conforto e as sociedades não floresce sem a ordem legitimada por inspirações divina. A religião atenua nosso terror diante da finitude da vida, dá alguma explicação para a origem do mundo, impõe obediência a valores morais
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essenciais para a convivência humana. Se Deus não existe, tudo é permitido (BOSCOV, 2002:118).
Diante do citado percebe-se que a religião, a fé e a Igreja funcionam como
amenizadores de conflitos e mantenedores da moral e dos bons costumes. Além de semear a
justiça a solidariedade e o amor ao próximo.
1.2 Origem da Igreja
Igreja é a reunião de pessoas ligadas entre si pela confissão da mesma fé cristã e
pela participação nos mesmos sacramentos. Segundo a antiga tradição, a Igreja é chamada de
sociedade, quer dizer, associação moral e segura de muitos fiéis, para realizarem uma
finalidade pela ação comum. A Igreja também pode ser definida como sociedade perfeita,
querendo dizer que ela basta a se mesma. É denominada também de sobrenatural1, porque a
origem vem de Cristo, filho de Deus, e o fim são a salvação eterna independente de raça,
cultura e poder. A Igreja é santa e pecadora, é a salvação ou pode ser a condenação. A Igreja
surge com Jesus Cristo. Se não fosse o nascimento de Cristo, a Igreja não existiria porque
naquela época só os judeus acreditavam em um Deus único. Todo o restante da antiguidade
seguia Jesus não magotes de divindades. Sendo assim a pregação de Jesus só existiu para os
judeus. Assim seus discípulos fundaram a Igreja católica apostólica Romana. Jesus não
fundou a Igreja, mas deu possibilidades aos homens de continuar a sua obra.
A história da Igreja além de conservar a memória dos homens cristãos ou não
cristãos. Ex: o Islamismo é uma religião, não acredita em Jesus, mas forma uma Igreja e de
seus feitos, é fonte de atividade e vida, incentivo e interpretação, para enfrentar desafios
novos.
1 Sobrenatural – tudo aquilo que a ciência não explica.
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Os séculos I a VII foram decisivos para a organização, estruturação e
fortalecimento da Igreja. Naquele período, a cultura helenística ou grega dominava o Oriente
próximo (Israel, Egito e a Síria). O primeiro período da Igreja foi chamado de tempo
apostólico, pois os doze apóstolos juntos com São Paulo testemunham à passagem de Cristo,
enchendo todo o cenário religioso.
O cristianismo crença em o Messias, Jesus Cristo é a segunda maior crença do mundo. É a religião mais difundida geograficamente. Os maiores grupos são a Igreja católica de Roma, as Igrejas ortodoxas orientais e as igrejas protestantes. Além desses grupos, há numerosas igrejas independentes do cristianismo oriental e diversas seitas espalhada pelo mundo (ARTONI, 2002: 60).
No período apócrifo2 também os escritos se referem a Jesus e seus primeiros
discípulos. Período denso de heroísmo e também de perseguições constantes.
Segundo Arus (1981: 147) “Só no século IV, surgiu o primeiro senado universal,
chamado Concílio Ecumênico de Nicéia”.
Mas antes dele, aparecem grandes escritores no oriente. Entre eles, Clemente de
Alexandria, que tenta a síntese entre a cultura grega e o cristianismo, elaborando uma
pedagogia humana e Cristã.
Na América Latina, Tertuliano e Cipriano formam os mais práticos escritores que
se ocuparam das virtudes cristãs, das estruturas eclesiásticas e da educação cristã.
Os séculos IV e V ficaram marcados para sempre na história da Igreja, por
escritores, tanto do oriente quanto do ocidente. Nesse período surgiu à verdadeira literatura
cristã, fonte de pesquisas em todos os séculos, modelos de renovação de vida e verdade.
Os fatos que mais influenciaram a história deste período e no nosso, são os sete
primeiro concílios ecumênicos. Nesse mesmo período ocorreu a maior revolução da história
2 Apócrifo – sem autenticidade (sem fundamentação teórica)
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da antiguidade, chamada invasão dos bárbaros: o encontro dos povos de cultura primitiva, os
germânicos, com o império grego-romano de pensamento e costumes mais elaborados.
O tempo de Jesus foi pródigo. No entanto de uma perspectiva estritamente
histórica, tudo indica que a pregação do nazareno provavelmente não durou um ano inteiro, e
profetas não eram homens raros naqueles tempos. Os milagres, exorcismo, profecias e
ensinamentos que não se tratasse de multidões. Segundo Boscov (2002: 16) “Sinal disso é
que, só alguns dias após sua entrada em Jerusalém para celebrar a Páscoa, Jesus foi preso,
julgado e crucificado por Poncio Pilatos”. Na Páscoa, a guarda romana em Jerusalém se
punha em alerta máximo com a cidade repleta de gente inflamada por festival religioso, era
uma oportunidade quase certeira para rebeliões contra Roma. Se Jesus tivesse provocado tão
grande comoção, a reação teria sido imediata. De acordo com Boscov (2002:17)
“Provavelmente Jesus não passava de mais um entre muitos indícios de instabilidade na
religião”.
Cabe lembrar que, no tempo de Jesus, só os Judeus acreditavam num único Deus.
Todo o restante da antiguidade seguia várias divindades, pode-se presumir, portanto, que a
pregação de Jesus só se dirigia aos judeus, e só interessaria a eles. Mas, durante o tempo que
peregrinou pela Palestina, Jesus teve oportunidade de se indispor com todo poder político e
religioso que houvesse ali. E de acordo com os escritos nos Evangelhos por: Marcos, Lucas e
Mateus, que são julgados as mais fiéis fontes sobre a obra de Jesus -, o Nazareno nunca pediu
fidelidade a si nem deu sinal de que pretendia fundar uma Igreja. Deixou claro que, para
Deus, escolhidos e a salvação pertenceria a toda que se arrependessem de seus pegados e que
amassem não só o próximo, mas também seus inimigos. Cristo pregava mais do que religião,
o seu intento parecia ser o de formar uma comunidade diferente das existentes na época, com
direitos iguais para todos (homens, mulheres, escravos, libertos, negros, pobres e ricos).
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Nos primórdios dos tempos, no início o cristianismo sofreu muito até deixar ser
uma seita judaica dissidente e se tornar à religião oficial do Império Romano. No segundo
milênio, imersos nas trevas da Idade Média, o período da Idade Média foi um período de
poucas realizações científicas, a Igreja era a dona de praticamente tudo e proibia o
desenvolvimento da ciência ou da reflexão crítica, a Igreja (Vaticano) passou a ser o centro do
universo: a arte, a literatura, a escultura e a ciência ficaram esquecidas e ninguém ousava a
critica a Igreja. Os cristãos mandaram seus guerreiros às cruzadas com a missão de combater
em nome de cristo os infiéis, muçulmanos, na época, Cardoso afirma (1990:170) “que eram
detentores de uma civilização refinada com conhecimentos de astronomia, matemática e
filosofia”. Entendiam também de coisas mais prosaicas, mas muito úteis naquele tempo, como
a fabricação de aço mais resistente para as espadas da Guerra Santa. Mais tarde o cristianismo
escaparia da armadilha cruel da Inquisição e da incômoda condição de fiador de monarquias
sanguinárias e corruptas baseadas no direito divino dos reis. O ramos mais vigoroso do
cristianismo, o católico , pode reivindicar como milagre o fato de ter sobrevivido a um grupo
de Papas dissoluto, assassinos e gananciosos que reinaram durante muito tempo. Segundo
ainda Cardoso (1999:171) “o cristianismo em geral e a Igreja Católica, em particular,
resistiram a impactos tão brutais que justifica seus seguidores acreditarem na natureza divina
de seus alicerces”.
A Igreja naquele tempo sofreu duras perseguições do poder civil.
No final deste período, afinal, inicia-se um movimento de divisão na história, que se projetará sobre os próximos milênios. Maomé, que criou vigorosa corrente religiosa, com grandes valores éticos e sociais, baseando-se em parte na Bíblia, mas, sobretudo em suas revelações, inicia a corrente histórica dos muçulmanos, que infelizmente separou a humanidade, tirando-lhe o germe precioso da unidade crista. (ARUS, 1981: 149)
33
Dos séculos XIII ao XVIII são caracterizados pela dissolução do mundo cristão e
ocidental, tempo da Igreja sem fronteiras, tempo em que a Igreja mandava, fazia justiça ou
cometia injustiça sem pedir a ninguém.
As rivalidades e as contradições internas provaram que o império e o papado; não
seriam as soluções únicas para a ordem do mundo. Na época, pelo fervor e generosidade, a
Igreja podia se estender para outros continentes que não fosse o europeu. Os padres jesuítas e
um exemplo dessa extensão. Mas faltaram aos centros de decisões a visão histórica, a
generosidade e a abertura para com os costumes e história rica dos povos conquistados.
É nesse período que a América Latina e o Brasil entraram na história sem poder
assumi-la pelos seus próprios povos e pelas suas virtualidades. Mesmo assim, houve grandes
efeitos de generosidade entre os missionários e leigos, com tentativas de criar novo tipo de
civilização. Mais pacífica e que aceitasse o cristianismo católico com sua única religião com
objetivo de expandir o catolicismo.
No período que vai do século XVIII a XX. A Igreja, que estava preparada pela
época anterior, à Revolução Francesa, levou a humanidade a uma espécie de estaca zero. A
Revolução Francesa (1789) é o marco divisor da história da humanidade e também da Igreja.
Com a Revolução houve maior abertura para os debates científicos e possibilitou o
surgimento das Igrejas Protestantes. Surgem então várias Igrejas e outras seitas. Iniciando
assim a história da exploração do povo simples, pelo liberalismo, socialismo, marxismo e
consumismo, provocando a crença no progresso e na ciência.
As massas populares sentem-se desprotegidas e deixam a Igreja.
O papado é a grande luz da Igreja e da histórica. Desde Leão XIII (fim do século
XIX) até João Paulo II (início do século XXI), podemos dizer que eles não são apenas a alma
da Igreja, mas do mundo.
34
No Brasil a Igreja surgiu em forma de missões numa ligação entre os padres
Jesuítas com os grupos a serem evangelizados, principalmente indígenas e escravos negros,
mas também com outros grupos e classes sociais e com a sociedade global.
1.3 A Religião
Segundo Alves (1981: 14) “A religião é a consciência de que Deus é
autoconsciência. (...) A religião é o solene desvelar dos tesouros ocultos do homem, a
revelação dos seus pensamentos íntimos, a confissão dos segredos de amor”.
A religião não é apenas a fantasia ou o mito propriamente dito. Ao contrário ela
tem o poder, o amor e a dignidade do imaginário. Para melhor explicá-la devemos voltar onde
à cultura nasceu e continua nascendo para os inventores da cultura a religião pertence ao
imaginário, ela é filha da fraternidade que une o povo; para a sociedade moderna que convive
com artifícios de adaptações física, criando e readaptando a cultura e, com ela redes
simbólicas da religião. (...) “A religião é um universo simbólico que toda realidade é
portadora de um sentido humano e invoca o cosmo inteiro para significar a validade da
existência humana”. (ALVES, 1991:15).
Nós recebemos a herança simbólica – religiosa dos hebreus e dos cristãos e as
tradições culturais dos gregos e dos romanos. Com estes símbolos vieram visões de mundo
totalmente distintas, mas eles transformaram-se mutuamente, e vieram a florescer em meio às
condições materiais de vida dos povos em que as receberam.
O universo religioso é encantado. Um mundo encantado abriga, no seu seio, poderes e possibilidades que escapam às nossas capacidades de explicar, manipular ou prever. Trata-se, portanto de algo que nem pode ser completamente compreendido pelo poder da razão, nem completamente racionalizado e organizado pelo poder do Estado. (ALVES, 1981: 33)
35
A religião representa o passado, a tradição. Trata-se de uma forma de
conhecimento em meio a uma organização social, política derrotada.
Segundo Alves (1981:37) “Não existe religião que seja falsa. Todas elas
respondem, de formas diferentes, a condições dadas da existência humana”. A religião é o
centro da sociedade mais antiga. Elas podem transformar, mas nunca desaparecerá. “Os
velhos deuses já estão avançados em anos ou já morreram, e outros ainda não nasceram”.
(CARDOSO, 1999: 168).
Entretanto “um dia virá quando nossas sociedades conhecerão de novo àquelas
horas de efervescência criativa, nas quais idéias novas aparecem e novas fórmulas são
encontradas que servirão, por um pouco como um guia para a humanidade...” ALVES (1981:
44).
“O sofrimento religioso é, ao mesmo tempo expressão de um sofrimento real e
protesto contra o sofrimento real. Suspiro da criatura oprimida, coração de um mundo sem
coração, espírito de uma situação sem espírito: a religião é ópio do povo”. (BOSCOV apud
MARX, 2002: 126).
Diante do que foi dito a respeito da religião, cabe nos concluirmos que a religião é
uma necessidade dos seres humanos, é o desejo de explicar algo inexplicado, é também uma
forma de manifestar os desejos ocultos.
Apesar da Igreja ter se transformado ao longo do tempo, ainda existe grandes
semelhanças entre a religião dos antigos gregos e a dos romanos. E para se conhecer está
última, bastará relembrar o que já foi dito em relação às crenças, ritos, sacrifícios, mitos e
cultos. Os cultos variam muito conforme a cultura de cada povo. Tanto nos cultos cristãos
quanto nos cultos mulçumanos ou islâmicos, a variação de Igreja e de culto e religião varia
bastante de um lugar para outro.
36
1. 4 A Bíblia, Mitos e Verdades.
Apesar de a Bíblia conter algumas normas consideradas inaceitáveis, tais como:
escravatura, poligamia, machismo e o etnocentrismo, a Bíblia ainda é o principal livro de
regras da fé e da vida das três grandes religiões do mundo (cristianismo, judaísmo e
islamismo (religião fundada por Maomé e seguida pelos mulçumanos)). Essa obra é um
emaranhado de histórias, ensinamentos, poesias, orações, fábulas e mitos. A bíblia foi escrita
por várias tribos, é como se fosse uma revista universitária, constituída por vários artigos, de
autoria diferente, ou seja, cada livro é de um autor. Na realidade a Bíblia é um conjunto de
livros considerados “Sagrados”, pela filosofia religiosa. Milhões de pessoas acreditam que os
escritos da Bíblia foram inspirados por Deus. E segundo Ferens (2005: 72). “Tudo isso seria
apenas prosaico3 se não fossem as terríveis conseqüências que essa crença tem trazido para a
humanidade”. Como exemplo podemos citar as crueldades cometidas pela Igreja católica na
época da inquisição e os ataques terroristas praticados pelos islâmicos.
Se tomarmos os escritos bíblicos ao pé da letra, esses textos são apenas geradores
de enganos e erros terríveis, mas também geram intolerância com relação às outras crenças
religiosas de outras culturas. Esses ensinamentos passam à idéia de que Deus tem prioridade,
manifestam uma preferência dolorosa, injusta e cruel para com as raças, um país ou religião.
Nisso a fé manifestada através dos livros bíblicos não são nem parecida com os ensinamentos
de Jesus que parecia não discriminar a ninguém, pois Jesus falava de um amor incondicional.
Os fundamentalistas utilizavam os textos ignorantes, considerados sagrados como
meio de justificar ideologias de dominação desculpa e motivo para as mais cruéis e sangrentas
guerras que já aconteceram no ocidente, desde a Idade Média. E até hoje alguns grupos de
fundamentalistas radicais ainda utilizam as mesmas justificativas para agredirem povos
inocentes. 3 Prosaico – vulgar (relativo a prosa)
37
Os fundamentalistas seguem os textos bíblicos ao pé da letra, “como palavra de
Deus, divina e soberana”, ALVES (2005: 3) e nega a crítica científica.
A Igreja Católica condena o fundamentalismo, ou seja, a interpretação dos textos
bíblicos ao pé da letra é acrescenta ainda que o fundamentalismo faça as pessoas deixarem de
crescer como ser humano e filho de Deus, pois leva a uma fé infantil e conduz a humanidade a
cometer atos de crueldade em nome de Deus.
Segundo Ferreira Jr. (2005: 5) “Os autores da Bíblia não pretendiam ensinar
Geografia, História, Física, Matemática etc. Eles pretendiam ensinar ao homem como se
relacionar com Deus e com outros homens e até como se relacionar com o mundo também”.
A Igreja Católica acredita na revelação bíblica, mas Deus continua sendo revelado de muitas
outras maneiras no decorrer da longa história do cristianismo.
O catolicismo que hoje condena o fundamentalismo islâmico, também já fez uso
do fundamentalismo e usou atos de extrema crueldade muito parecidos ou até piores do que os
atentados terroristas praticados pela organização ligada ao islamismo.
Apesar dos pesares e apesar dos desmandos cometidos pela Igreja Católica, no
passado. Ela é segundo Braga (2004: 81) “a Igreja fundada pelos apóstolos de Cristo em
Roma que cresceu e mantém-se unificada até início do segundo milênio.”
A primeira divisão formal da Igreja ocorreu no início do primeiro século do
segundo milênio, com a ruptura da Igreja de Constantinopla (capital do Império Romano do
Oriente), dando origem à Igreja Ortodoxa – “O grande cisma” – abalou o mundo cristão,
entretanto não levou muito tempo a Igreja Ortodoxia subdividiu-se em alguns países, mas
todos as novas denominações não geraram conflitos com a Igreja de Roma que manteve a fé
cristã e mantiveram doutrinas e rituais próximos aos Romanos.
Da fé cristã surgiram várias crenças que não estão ligadas à fé católica, os
protestantes são exemplos disso. Fundaram outras religiões, mas ainda professa a fé cristã e
38
também procuram se transformar para acompanhar as mudanças sociais, econômicas,
políticas e culturais de uma sociedade. Esta nova crença pelo que parece conseguiu abalar
profundamente a estrutura da Igreja Católica Apostólica Romana, a ponto do Papa João Paulo
II vir a público pedir perdão pelos erros que o catolicismo cometeu no passado.
De acordo com Braga (2004:3) “A primeira Igreja, fundada pelos apostolo, já
enfrentou dificuldade em manter uma unidade”, teve que se desdobrar para conseguir manter
a unidade, orientado-as na fé e no comportamento que deviam ser adotados pelos cristãos.
Apesar de todo esforço para manter a unidade, os católicos não conseguiram se
manter unidos. A reforma protestante provocou divisão do mundo cristão, no início do século
XVI. A Igreja católica romana estava deteorizada por erros de toda a sorte. Então Martinho
Lutero (monge alemão) começou a pregar mudanças internas. Além de não ser ouvido, foi
considerado herege e expulso da Igreja. Lutero defendia mudanças de comportamento da
Igreja como instituição do clero; ele defendia também uma reviravolta na doutrina. Em vez de
pregar a fé e as boas obras como necessários à salvação, ele dizia que apenas a fé bastava aos
cristãos. E daí surgiu o ramo protestante do cristianismo. Os protestantes crescerão, se
expandiram e se subdividiram em várias outras religiões e ainda no século XVI já eram três
grandes grupos: os luteranos, os calvinistas e os anglicanos. Hoje existem várias (centenas) de
Igrejas protestantes.
1.5 A Fé nos Santos
De acordo com Mengozzi (2005: 61) “Os santos nunca foram tão cultuados –
mesmo por aqueles que professam outras religiões. Eles saíram dos altares das Igrejas e dos
oratórios das casas do interior para os grandes centros urbanos brasileiros”. Estão em
tatuagens, em medalhas escapulários de modernos e descolados, em camisetas e calcinhas de
39
grife, em biografias publicadas por editoras laicas4. Mártires de uma causa, exemplos de vida
e heróis da fé, os santos cristãos nunca foram tão cultuados – mesmo por aqueles que
professem outra religião ou não seguem credo algum. “Os Santos estão na moda, viraram
moda, a devoção nem sempre está ligada à religiosidade”. (MENEZES, 2002: 8).
Os Santos Católicos são venerados por diversas razões. Para muitos, são
intermediários para falar com Deus. No passado, foram pessoas comuns, com fraquezas e
defeitos, porém virtuosas e de boa conduta. Devido à própria trajetória, acabaram associados
pela crença popular a alguma causa ou necessidade – dessa maneira, São Expedito atende aos
pedidos urgentes, São Judas Tadeu cuida das causas perdidas, Santo Antônio zela pelos
casamentos, São Francisco pelos animais e pelos fracos e desprotegidos e nossa Senhora, a
figura mais forte do catolicismo depois de Jesus Cristo, representação proteção e esperança. A
devoção aos Santos, assim, se espalha até mesmo entre evangélicos, que em tese não
reconhecem sua existência.
O apelo pelos Santos católicos além de expandir a fé cristã católica e atender
apelos de que, se encontra em crise, movimenta mercados bem lucrativos.
O apelo popular dos Santos leva à adoração até mesmo daqueles que nem sequer
foram canonizados. Apesar de não terem o reconhecimento oficial da Igreja Católica, são
considerados milagreiros e despertam as venerações dos beatos. Ex: São Longuinho que
mesmo não sendo canonizado pela Igreja, quem perde alguma coisa e está em apuros sempre
recorre a ele.
Reconhecido ou não, qualquer Santo pode ser invocado na hora do aperto. Mas
quase todas as pessoas também estão dispostas a festejar, comemorar, dar glórias pelas graças
recebidas ou glorificam até mesmo antes da graça ser concedida.
4 Laica – Leigas (Publicações do clero).
40
2. IDADE MÉDIA – IMPÉRIO DA IGREJA
Enquanto o rei e a nobreza tinham suas propriedades divididas por casamentos,
heranças, favores e lutas constantes, a Igreja pôde acumular entre 20% e 35% de todas as
terras.
Um texto do século VII mostra como a Igreja - assim como os senhores a ela não
ligados - procediam para fazer crescer sua riqueza. O vassalo (ou servo), que assumia essa
condição por toda a sua vida, assim se expressava:
Ao venerável padre em Cristo, o senhor abade do mosteiro de tal e a toda a sua congregação aí residente. Eu, em nove de Deus, venho até junto de vós com um pedido de precário (contrato através do qual se obtinha o benefício, ou seja, a concessão para cultivar a terra para o próprio sustento). De acordo com a minha petição, decidiu a vossa vontade e dos vossos irmãos que aquela vossa propriedade (...) me devesse ser entregue, por vosso benefício, enquanto eu fosse vivo, para a usufruir e cultivar; o que assim fizestes. E prometo-vos pagar (em cada ano, uma importância em moeda). E se eu me descuidar ou aparecer tardiamente, que vos faça uma promessa de pagamento ou vos satisfaça (o devido), não perdendo eu esta propriedade enquanto for vivo. (...) E depois da nossa morte voltará ao vosso domínio com os melhoramentos e acrescentamentos (que eu tenha feito), sem qualquer reclamação por parte dos meus herdeiros. (MICELI,1994: 22)
A riqueza da Igreja mantinha-se e crescia assim e principalmente devido à
organização do clero, que não dava margem ao surgimento de problemas de heranças, que
decorreriam de casamentos ou de outras alianças. Além disso, o recebimento de dízimos, as
doações por penitência, à cobrança de tributos feudais e o envolvimento direto nas lutas
territoriais, tudo isso somado fez com que a Igreja se transformasse em detentora da primeira
41
riqueza da Idade Média. Soberana das almas, ela também se fez senhora de vasto território e
das pessoas que nele viviam.
2.1 A Grande Proprietária
A expansão das Igrejas protestantes é um dos problemas que nos despertou para o
estudo da história da Igreja “católica apostólica romana”.
Segundo Miceli (1994: 21) “Durante os períodos que antecederam Idade Média os
cristãos eram perseguidos e injustiçados. Enquanto a unidade do império romano se desfazia
lentamente, a crença dos homens em seus vários deuses também começou a ser abalada”. Pois
o cristianismo desenvolvia, provando que o Império e sua força faleciam. As crenças
politeístas entram em declínio também. A religião monoteísta (baseada na crença em um
único Deus) cresce e torna-se a dona absoluta de tudo: proibia a crença em outros deuses,
tinha poder, ameaçava e amedrontava, todos estavam submissos aos poderes da Igreja. Alguns
imperadores tentaram impor culto a outros deuses, mas fracassaram. Os primeiros cristãos
eram sacrificados, mas nada lhes importava perder o corpo, pois pensavam salvar suas almas.
O espírito de disciplina que os cristãos pregavam fez com que, os imperadores
percebessem que isso poderia ser usado não só para alcançar o paraíso, mas também na
relação de ambições terrenas. Os últimos imperadores assumem um relacionamento mais
pacífico com os cristãos, começa então por propor a excomunhão para os que não quisesse
prestar os serviços militares e em pouco tempo os perseguidos dos tempos anteriores
passassem a ser os perseguidos. Logo em seguida começa as proibições realização de cultos
pagãos nas cidades, com essa medida o imperador esperava, que com ajuda da religião
poderia expandir seu poder para além da Terra, tornando o caminho perfeito para a religião
(Igreja) se tornasse a grande poderosa.
42
A estreita articulação do Feudalismo-Igreja. (…) na verdade, a sociedade feudal (agrária, militar, localista, estratificada) era ao mesmo tempo uma sociedade clerical (controle eclesiástico sobre o tempo, as relações sociais, os valores culturais e mentais). De fato, a Igreja, ao determinar rigorosamente o uso do tempo, interferia no mais profundo e cotidiano da ação dos homens.(FRANCO JR., 1983: 56)
Durante o período feudal Deus era o centro do universo, baseado na teoria
Teocentrista e era testemunho de qualquer compromisso, todas as atividades deviam ser
abençoadas, as doenças era atribuída à desobediência, o sucesso e o fracasso, a sorte e o
destino também eram atribuídos às vontades de Deus. “Todos homens e mulheres deixavam
que suas vidas fossem conduzidas pelos intermediários entre eles e a divindade. E na luta
entre o bem e o mal, a vitória coube a Igreja”, MICELI (1994:49).
Diante do contexto percebe-se que a Igreja tinha mais poder que o próprio rei. O
poder dela estava muito além do poder religioso da Terra, estava em todos os seguimentos da
sociedade e até fazia guerra em nome de Deus.
Em meio ao esfacelamento do Império Romano, decorrente, em grande parte, das
invasões germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social mais
organizada. Ela consolidou sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os povos
bárbaros, preservando muitos elementos da cultura pagã greco-romana.
Apoiada em sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer
importante papel político na sociedade medieval. Desempenhou, por exemplo, a função de
órgão supranacional, conciliador das elites dominantes, contornando os problemas da
fragmentação política e das rivalidades internas da nobreza feudal. Conquistou, também, vasta
riqueza material: tornou-se dona de aproximadamente um terço das áreas cultiváveis da
Europa ocidental, numa época em que a terra era a principal base de riqueza. Assim, pode
estender seu manto de poder "universalista" sobre diferentes regiões européias.
Segundo Miceli (1994: 18):
43
enquanto a unidade do Império Romano se desfazia lentamente, a crença dos homens em vários deuses também começou a ser abalada. Clericalmente, havia no Feudalismo um papel de primeira ordem desempenhado pelo grupo eclesiástico. Papel que extravasava, em muito, sua atividade sacerdotal.
A respeito do assunto Franco Jr. (1997: 36) diz: “Sendo a Igreja a única instituição
organizada da época, de atuação realmente católica, universal, a ela cabia a função
cimentadora, unificadora, naquela Europa fragmentada em milhares de células”.
Por outro lado, a Igreja, naturalmente, não escapava às características básicas do
período, muito de seu poder temporal derivava da fragmentação dos Estados, o prestígio social
do clero estava ligado à sua origem nobiliárquica, sua imensa riqueza assentava-se na posse de
terras e no trabalho dos servos, suas relações com a elite laica5 davam-se através de laços
feudo-vassálicos, a proteção dos bens e pessoas da Igreja era realizada pelos cavaleiros.
2.2 O Feudalismo – A Igreja e o Tempo
A sociedade feudal era ao mesmo tempo uma sociedade clerical6. De fato, a Igreja,
ao determinar rigorosamente o uso do tempo, interferia no mais profundo e cotidiano da ação
dos homens. Tempo histórico: intervalo entre a Criação e o Juízo Final, tendo como grande
linha divisória à encarnação de Cristo, a partir da qual se passa a contar os anos. Tempo
natural: os ciclos das estações e os fenômenos meteorológicos, tão importantes numa
sociedade agrária, lembravam a onipotência de Deus e deixavam aos homens uma única
possibilidade de intervenção, realizada através do clero: as orações. Tempo social: festas
litúrgicas, determinando para certos momentos certas formas de agir e de pensar, de trabalhar
ou repousar, de se alimentar ou jejuar. Tempo político: a Paz de Deus fixando onde e quando
se poderia combater. Tempo pessoal: o cristão nascia com o batismo, reproduzia no casamento
5 Sociedade laica - se refere a sociedade leiga ao qual era dominada e ficava sobre o controle eclesiástico sobre o tempo, as relações sociais e mentais. 6 Controle eclesiástico sobre o tempo, as relações sociais, os valores culturais e mentais.
44
– desde que fora dos momentos de abstinência -, morria após a extrema-unção e era enterrado
no espaço sagrado do cemitério de sua localidade.
De acordo com FRANCO JR. (1997: 36):
O que dizia respeito às relações sociais, o papel de Igreja não era menos decisivo. O caráter do casamento ocidental, diferenciado do de outras sociedades, foi fixado por ela: monogâmico, indissolúvel, isogâmico7, público8. Conseqüentemente, todas as relações familiares9 passavam para a alçada da Igreja.
Segundo ARUS (1981: 64):
O ano de 313 a.D. representou para a Igreja triunfo e queda. Triunfo pela cessação da perseguição. Queda porque o preço foi uma aliança com o Estado, cujas conseqüências são sentidas até hoje. O imperador Constantino, após a vitória sobre seu adversário na Batalha da Ponte Mílvio, adotou o cristianismo como religião.
Segundo ele, viu antes da batalha um símbolo (chamado de lábaro10) e ouviu uma
voz, que dizia: “com este símbolo vencerás”. Incorporou este símbolo ao seu exército e
venceu a batalha.
Inverteu-se então a política romana. O cristianismo foi pouco a pouco se aliando
ao Império até tornar-se religião oficial. Constantino até hoje é considerado uma figura
ambígua e a sinceridade de sua conversão é constantemente questionada. Ele interferiu muitas
vezes em questões eclesiásticas e fundou a cidade de Constantinopla, onde antes era Bizâncio.
Queria criar uma nova Roma. O resultado foi que, no futuro, a existência dessa cidade como
outra sede do Império dividiu esse mesmo Império em dois: o do Oriente (capital
7 Entre não-familiares, estando proibido até o 7º grau de parentesco. 8 A relação homem – mulher deixava de ter caráter pessoal e privado, passando a ter normas controladas pela sociedade. 9 Adoção, deserção, herança, divórcio, adultério, incesto, etc. 10 Laboro, atividade econômica cujo símbolo foi adotado por Constantino e incorporado ao seu exercito, quando venceu a batalha da ponte Mílvia, por volta de 313 A.D.
45
Constantinopla) e o do Ocidente (capital Roma). Esta divisão influenciou um cisma futuro
que gerou as Igrejas Católicas Apostólicas Romanas e Ortodoxas11 Grega.
A desagregação do Império Romano deixava a Igreja em situação extremamente delicada diante da presença ameaçadora dos invasores, sobretudo porque os bárbaros que ocupavam a Itália, a Espanha e o Norte da África seguiam a doutrina arianista e, assim, não reconheciam a autoridade do bispo de Roma.(RIBEIRO, 1998: 17)
O arianismo, surgido no século IV, dava interpretação divergente do ensinamento
oficial da Igreja no tocante ao dogma da Trindade. Fundada por Ário, sacerdote de
Alexandria, essa doutrina não considerava Jesus filho de Deus, para ele só existe Deus o Pai.
A aceitação do arianismo no Império Romano do oriente foi muito grande, então o
concílio condenou o arianismo por heresia, mas mesmo perseguido e oficialmente condenado
pela Igreja, o arianismo se ampliou entre os povos.
A expansão do arianismo, as dificuldades decorrentes das invasões dos povos
bárbaros levaram o Império Romano do Oriente a buscar ajuda no Império Ocidente, porém
estabelecia uma situação de precariedade, pois o papa não confiava nos bizantinos, era
confronto entre o Estado e a nova Igreja; por outro lado os bizantinos também não confiavam
nos romanos, que gerava uma situação conflituosa entre oriente e ocidente.
Em fins do século IV o cristianismo foi reconhecido como religião oficial do
Estado. Assim, o desaparecimento do Império, isto é, da face política da sociedade romano-
cristã, alargou o campo de sua atuação.
Então, a Igreja Católica passou a dominar o cenário religioso, uma vez que a força
de uma religião exclusivista, baseada na crença de um Deus único e senhor da verdade
absoluta, impunha sua autoridade sobre uma infinidade de deuses que brilhavam aqui e ali.
11 Ao fundar a Igreja Ortodoxa Constantino se consagra o chefe supremo: religioso e militar, numa denominação de Cesaropapismo, que significava tal como César e Como Papa.
46
Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as
formas de comportamento na Idade Média. A Igreja também tinha grande poder econômico.
2.3 Século XI e a Igreja
Segundo Miceli (1994:18),“A Igreja católica era extremamente poderosa. Em
primeiro lugar, porque a maioria das pessoas era católica fervorosa. Depois, porque a Igreja
era rica, dona de vastos feudos”. Muitos de seus bens vinham de doações que nobres
deixavam em testamentos. Geralmente, os altos postos eclesiásticos (da Igreja) eram
preenchidos por filhos da nobreza, ou seja, a cúpula da Igreja e os nobres pertenciam à mesma
classe dominante, a dos senhores feudais. Ao longo da Idade Média, a Igreja tornou-se a
maior proprietária de terras da Europa, uma vez que, além do recebimento de dízimos, as
doações por penitências, à venda de indulgências a cobrança de tributos feudais e o
envolvimento direto nas lutas territoriais, tudo isso somado fez com que a Igreja se
transformasse em detentora da primeira da Idade Média. Segundo Franco Jr. (1997:25),
“estima-se que no século IX ela detinha a maior parte das terras cultiváveis da Europa”.
É interessante ressaltar o destaque feito por Ribeiro (1998: 14):
Para a vitória do cristianismo, a Igreja além de expandir nas cidades, também fez adeptos nas camadas mais altas e no palácio imperial atraindo ex-generais e governadores ou homens que haviam exercido cargos de responsabilidades no Império: a ascensão social de cristãos que passaram a constituir a nova aristocracia do serviço foi outro fator de importância para a vitória do cristianismo.
Ainda de acordo com Ribeiro (1998: 14), “com a proteção imperial, foi possível a
edificação de novas Igrejas, substituindo a construção de pontes e aquedutos, caracterizando a
presença cristã em vários locais”. Com a Igreja adquirindo importância social, alguns de seus
membros ganharam prestígio político.
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Apoiada em sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer
importante papel político na sociedade medieval. Desempenhou, por exemplo, a função de
órgão supranacional, conciliador das elites dominantes, contornando os problemas da
fragmentação política e das rivalidades internas da nobre feudal. Conquistou, também vasta
riqueza material; tornou-se dona da maior parte das propriedades rurais da Europa Ocidental,
numa época em que a terra era a principal base de riqueza. Assim, pode estender seu manto de
poder “universalista”, sobre diferentes regiões européias.
Desde seus primeiros tempos, a Igreja recebia donativos dos fiéis, apesar dos
obstáculos colocados pelo Estado. A partir de 321, quando o imperador Constantino autorizou
a Igreja a receber legados, a quantidade de seus bens cresceu rapidamente.
2.4 A Igreja Dirigindo Pensamento – Século XII
Durante a Idade Média, a Bíblia foi o livro por excelência, quase todas as
produções estavam relacionadas aos textos bíblicos do cristianismo ou suas interpretações.
Tudo estava sobre o controle monopolista da Igreja, não se formava ou especializava alguém
a não ser para o aperfeiçoamento para os “ofícios de Deus”. As maiores parte dos monges não
sabiam ler os livros sagrados. A Igreja era a dona da cultura e era Igreja que fornecia
funcionários para a administração do rei.
Os ensinamentos da religião eram feitos nos sermões dominicais, controlando as crenças e a moral das pessoas dirigindo o sistema de ensino e o universo cultural, penetrando nas consciências através das confissões e controlando o tempo de todas as vidas, a Igreja estendeu um poder absoluto sobre todas as formas de saber. (MICELI, 1994: 28).
Durante muito tempo a Igreja católica controlou todos os seguimentos da
sociedade todo comportamento moral dos indivíduos, como se ela fosse à dona absoluta de
48
todas as coisas. Esse poder teve tanta influência que ficou arraigado nas mentes, pelo menos
até o século XVII, nas cidades, nos campos até no século XIX.
A partir do século XII Cristo passou a ser visto como símbolo da paixão, do
sofrimento e do amor. A Igreja passou a ser a orientadora de reis e sacerdotes, exerceu sua
autoridade com firmeza, destituindo de importantes cargos eclesiásticos, homens rebeldes ou
indóceis, batalharam para acabar com a cisma, procurou assegurar a unidade religiosa e reunir
a cristandade em torno da Igreja de Roma. Além de enfrentar problemas com a divisão da
Igreja Católica Romana e Ortodoxa teve que enfrentar problemas com o poderoso império que
se formava, o islã. Nesse período o islão expandiu tanto que conseguiu atingir a Europa,
houve confronto entre cristãos e islâmicos. Houve guerra santa entre cristãos e mulçumanos
com a justificativa de recuperar o santo sepulcro, situado em Jerusalém e estava sobre
domínio dos mulçumanos. Os europeus não admitiam que os lugares sagrados de sua religião
permanecessem sobre o domínio dos mulçumanos. Essa luta que ficou conhecida como
cruzadas perdurou o século XIII.
Final do século XIII, como as transações comerciais haviam se expandido
bastante, a compra e venda de produtos deram origem à outra forma de intercâmbio, a troca
de dinheiro. Surgiram banqueiros, cambistas e toda a espécie de imprestadores (agiotas) dos
mais variadas origens. A Igreja também mudou suas relações, desta vez começa a se
relacionar com os mercadores que também deveria pagar tributos e com obstáculos que era os
altos juros cobrados pelos empréstimos, mas esse problema logo foi controlado.
MICELI (1994: 64) faz a seguinte observação:
Os fatos que marcaram a vida da Igreja católica durante o século XIII foram: as cruzadas: os latinos tomam Constantinopla, construção da catedral de reins, a Magna Carta, fracasso da V cruzada no Egito, Revolta dos tecelões e prisioneiros em valenciennes, começo da Inquisição, perda definitiva de Jerusalém, VII cruzada: São Luiz conquista Damieta, cruzada de Afonso X, o sábio, consta salé, e expulsão dos Judeus da Inglaterra.
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Os séculos XII e XIII foram difíceis para a Igreja Católica, a luta do concílio
contra o Papa, desacreditou as instituições eclesiásticas, de acordo com Miceli (1994: 64) “aos
olhos dos cristãos e privou a Igreja de seus instrumentos normais de reforma”. Dos séculos de
discórdias a ameaçar a unidade da fé e as fraquezas da Igreja oficial abriram novas
perspectivas à cristandade.
2.5 A Igreja no Século XIV e a Inquisição
Passaram dois séculos de dificuldade e independência do poder secular tomou
corpo, revelando-se em meados do século XIV, “quando Luis Baviera não se curvou à
arbitragem do Papa João Paulo XXII na sucessão imperial” RIBEIRO (1998:86). O Conflito
entre o sacerdócio e o império, preparou o nascimento do Estado Moderno. Surgem nesse
período várias contestações sobre o poder da Igreja e do Papa, vários foram os que afirmavam
que o Estado devia ser governado segundo seus próprios princípios, sem laços com a Igreja
Católica. Ainda de acordo com Ribeiro (1998: 87) “A Igreja era uma instituição espiritual,
sem poder na área temporal (…) a autoridade era patrimônio do Estado, este o único com
poder de aplicar sanções”.
Durante o século XIV uma série de problemas assola a sociedade européia:
declínio populacional (peste negra), greves, revoltas, motins urbanos, queda na produção de
alimentos, desvalorização da moeda, crise na produção de tecidos e problemas no sistema
bancário. A peste negra e a fome abalaram a economia rural, a peste negra dizimou 50% da
população, favorecendo a redistribuição de renda, ajudou a provocar o desenvolvimento de
atividades mercantis e pré-capitalista e o financiamento das grandes navegações e o
enriquecimento da burguesia mercantil. A crise de subsistência promoveu o desenvolvimento
científico e teve início a guerra dos cem anos para o enfraquecimento da Igreja Católica.
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(…) Sem dívida, a cristandade latina esteve dominada por forte inquietação espiritual, o que favorecia a idéia de que as desgraças que ocorriam estavam associadas ao pecado. O deficiente atendimento às necessidades religiosas do povo – por carência, despreparo ou comportamento pouco pastoral do sacerdote – encontrou ambiente favorável à ação de pregadores. Apregoavam-se a próxima ruína de Roma e da Igreja, bem como a vida do anticristo. (MICELLI, 1998: 95)
Para Ferens (2005: 8), “a Igreja Católica talvez seja, se não a mais, uma das mais
organizadas instituições do mundo. Graças a essa organização ela vem se mantendo viva e
atuante desde os primórdios até hoje”. É certo que ela não goza mais do poder político do qual
gozou durante séculos. Pode ser que o inferno já não seja um lugar tão apavorante para os
habitantes do século XXI como era para os do século XIV. Entretanto a “nave” de Pedro
ainda pode ser considerada como uma organização respeitada.
Sem dúvida, um dos dispositivos que ajudam a Igreja Católica a manter-se viva
durante tanto tempo foi a Inquisição12. Um mecanismo muito simples, utilizado e aprovado
por todo o tipo de governante autoritário: elimine os focos de revolta e está eliminada a
revolução. Assim, com a tortura e a morte dos ditos heréticos os pilares do catolicismo foram
resguardados, a custa de muito sangue, é verdade, mas antes o sangue dos heréticos13 do que o
de Cristo.
De acordo com FRANCO JR. (1997: 82):
Para preservar a pureza da fé e assegurar a rigidez da doutrina, a Igreja Católica perseguiu, torturou e matou sem direito de defesa, dissidentes religiosos, judeus, prostitutas, homossexuais ou simplesmente acusado de heresia, naquele que foi o maior dos desvios do espírito cristão, a Santa Inquisição.
Uma das execuções na Santa Inquisição que gerou polêmica, foi à morte, em
1431, de Joana Darc, nascida no povoado de Lorena, aos 13 anos, afirmou ouvir vozes divinas
ordenando-lhe que ajudasse a libertar a França. Depois de vencer os Ingleses em Patay, no dia
16 de junho de 1429, no dia seguinte Joana sangrou o rei às pressas. A partir desse momento,
pode-se dizer que a carreira de Joana Darc terminara. Depois de algumas vitórias, em 24 de
12 Inquisição – Antigo tribunal eclesiástico instituído para investigar e punir crimes contra a fé católica. 13 Herético – que continham heresia (contrária ao que foi definido pela igreja em matéria de fé).
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maio, Joana quis sair para tomar um posto borguinhão, e caiu numa emboscada. Tornou-se
prisioneira do bastardo de Vendôme, vassalo do duque de Luxemburgo.
De acordo com Garcon (2004: 38), “após várias admoestações, em 24 de maio,
Joana foi conduzida ao cemitério Saint-ouem, foi declarada herética pelo tribunal da
Inquisição, e condenada à morte na fogueira”. Em 30 de maio ela foi executada, queimada em
praça pública. O caso de Joana Darc foi um dos casos, mais todas as pessoas que praticasse
adultério, fossem acusadas de bruxaria ou não professasse a fé católica era considerado herege
e como tal era castigada.
Em nome de Cristo, da fé e de Deus a Igreja Católica cometeu os pecados que ela
mesma condenava.
2.5.1 – Tribunais da Inquisição
Nos diversos países cristãos, nem sempre a fé popular manifestava-se nos termos
pretendidos pela doutrina católica. Havia uma série de crenças e ações, denominadas heresias,
que se chocavam com os dogmas da Igreja. Um famoso exemplo de heresia medieval é a dos
“albigenses14”, que acreditavam em dois deuses: no Deus do Bem, que havia criado as almas,
e Deus do Mal, que os encerrava nos corpos para fazê-los sofrer. Cristo era visto como um
anjo enviado pelo Deus do Bem para libertar as almas prisioneiras.
Para combater as heresias, o Papa Gregório IX criou, em 1321, os tribunais da
Inquisição, cuja missão era descobrir e julgar os heréticos. Os condenados pelo tribunal eram
entregues às autoridades do Estado, que se encarregavam da execução das sentenças. As
penas aplicadas iam desde a confissão de bens até a morte em fogueiras.
14 Abigen – Esse nome deriva da cidade de ALBI, no sul da França, local de onde se propagou a heresia (século XII). A crença no Deus do Bem e do Mal é inspirada no maniqueísmo de origem persa.
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Os tribunais da Inquisição atuaram em vários reinos cristãos: Itália, França e
Alemanha, Portugal e, sobretudo na Espanha. Neste último, a Inquisição penetrou
profundamente na vida social, munida de gigantesca “burocracia pública” com cerca de 25
mil funcionários.
Pressionada pelas monarquias católicas, a Inquisição atuou no sentido de
combater os movimentos contrários à ordem social dominante, ultrapassou o seu objetivo de
perseguir apenas as heresias. Assim, acabou desempenhando também de repressão sócia-
política.
Entre o século XI e o século XIII, a cristandade européia organizou oito cruzadas,
cada uma com características próprias, deixando conseqüências marcantes na política e na
economia da Idade Média. Entre elas citam-se empobrecimento dos senhores feudais;
fortalecimento do poder real; desenvolvimento do comércio internacional; ampliação do
universo cultural pelo contato com os orientais.
No século XVI começou o enfraquecimento da Igreja, como conseqüência dos
choques de interesse com as monarquias ascendentes. Outros motivos são os alastramentos da
corrupção, o aumento da resistência às cobranças da Igreja, a eclosão do cisma ocidental e a
proliferação das heresias.
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe a
noção de Estado ou mesmo de Nação. Portanto consideremos o poder como localizado, ou
seja, existência de cada feudo. Apesar da autonomia na administração da Justiça em cada
feudo, existiam elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a própria ordem
vassálica, onde o vassalo deve fidelidade a seu suserano; o segundo é a influência da Igreja
católica, única instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na
época, fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à “vontade de Deus”.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história da Igreja tem sido sempre, desde o seu nascimento até o presente, a
história da Graça de Deus para com o homem. Foi sempre uma História de benevolência,
solidariedade, amor, e compaixão e sofrimento. Segundo a crença católica o sofrimento do
corpo purifica a alma e prepara ou possibilita a salvação.
A própria igreja católica tenta ocultar sua História de poder, autoridade e
autoritarismo. Em nenhum culto católico é apregoado ou contado como a Igreja conseguiu
sobreviver e acumular tanta riqueza a ponto de transformá-la em uma das instituições que
mais acumulou bens materiais. Ela que pregou no passado à pobreza como virtude que
favorece a salvação da alma.
Os homens da Igreja – pelo senso de oportunidade sempre demonstrado, pela inteligência com que sobreviveram a várias e tormentosas mudanças nos mecanismos de dominação social e pelas relações mantidas com aqueles que, juntamente com eles, partilhavam o poder sobre os homens, surgem aqui sob a pele de lobo. MICELI (1994:58).
No seu início, o cristianismo era uma seita do meio rural judaico que congregava
uma pequena comunidade reunida em torno dos ensinamentos de Jesus. Seus adeptos estavam
ali mais para ajudar uns aos outros do que em buscar a salvação eterna. O cristianismo cresceu
e se espalhou no mundo empurrado pela força poderosa de sua mensagem. Segundo Cardoso
(1999:174), “o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo foi uma novidade
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completa para a época. A capacidade que transformou a seita de dissidentes Judeus em
religião oficial do Império Romano no curto prazo de 300 anos”.
Com a queda ou enfraquecimento do Império romano a Igreja ganha poder e
riqueza, torna-se a toda poderosa, passou a controlar a vida, o espírito e a alma da sociedade
romana.
Carregada de poder a Igreja Católica promoveu as Guerras Santas, onde muitos
morreram em nome de Deus, com o surgimento de outras seitas a Igreja criou o tribunal das
inquisições: matou, torturou e nem por isso foi condenada. A fé no cristianismo continuou,
mas fez surgir uma nova forma de pensar.
Diante da luxuria, da riqueza, e do poder, das perseguições, morte e tortura
praticada pelo “Tribunal da Inquisição”, surgiu o espírito questionador e investigador através
do qual busca explicação científica para o caos vivido pelo povo da época. O
desenvolvimento põe em choque o poder da igreja.
No final do século XIV, o estado se fortalece e limita os poderes do Estado e da
Igreja (estabelece o que é obrigação do Estado e o que é obrigação do poder da Igreja).
Observa-se o enfraquecimento da Igreja Católica e sua fragmentação e o surgimento de várias
outras seitas protestante, mas ao por em dúvida o poder da igreja, a ciência não conseguiu por
em dúvida a fé em cristo, pelo contrário o cristianismo e a fé se fortaleceram mesmo que em
novas religiões.
Analisando as bibliografias, a respeito do assunto percebe-se que em torno do
nome de Jesus Cristo gira uma História de mitos, crenças e esperanças de um povo que
viviam em constantes conflitos, numa relação de subordinação e dominação do homem pelo
homem.
E quanto às cruzadas ou a inquisição medieval, em que os padres atiraram à
fogueira os suspeitos de heresia, os pecados da igreja Católica muitas vezes se confundiram
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com a fé cristã, mas apenas momentamente. O cristianismo tem se mostrado muito resistente,
se compõe a cada revés ou ataque.
Conclui-se que a História do cristianismo e o poder atribuído a Igreja Católica
sempre caminharam juntas, mas durante a Idade Média, principalmente entre os séculos XI e
XIV, a Igreja teve períodos de poder e expansão, mas também teve período de decadência,
porém a fé em cristo tem aumentado dia após dia.
Esta pesquisa não encerra por aqui, infelizmente devido ao tempo, poderíamos ter
aprofundado em outros aspectos interessantes sobre a formação e consolidação da Igreja
Católica e principalmente no seu período de maior expansão que foi dentro da Idade Média
onde ela sem dúvida foi detentora de todo o poder existente dentro da Europa Ocidental, mas
de qualquer forma esperamos ter contribuído para o esclarecimento deste rico período e
estamos aberto as criticas que possam vir a contribuir para a melhoria deste trabalho.
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SILVA, Cláudio Manoel Nascimento Gonçalo da; ALMEIDA, Davi Silva. (Artigo) A religião, a religiosidade e os sistemas religiosos. Bahia, 1993.
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DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO
Eu, Eunice Pinheiro de Almeida, portadora do RG nº 3562525 DGP -GO, inscrita no
CPF nº 516834661- 87 residente e domiciliada na Rua João Cardoso n° 278, Centro,
declaro para os devidos fins e sob a pena da lei, que o Trabalho de Conclusão do Curso de
história: A Igreja na Idade Média é de minha única e exclusiva autoria.
Autorizo a Faculdade de Educação e Ciências Humanas de Anicuns – FECHA a
disponibilização do texto integral deste trabalho na biblioteca (consulta e empréstimo) e
divulgação pela Internet ou Impressão, gratuitamente, sem ressarcimento dos direitos autorais.
Anicuns – Go, ______/______________/_________.
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Eunice Pinheiro de Almeida