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História de SavitriHistória de Savitri

...Então replicou o deus da Morte:...Então replicou o deus da Morte:

– – Pede-me tudo quanto quiseres menos a vida de teu esposo.Pede-me tudo quanto quiseres menos a vida de teu esposo.

Ao que Savitri respondeu:Ao que Savitri respondeu:

– – Se desejas oferecer-me um dom qualquer, ó rei da morte, Se desejas oferecer-me um dom qualquer, ó rei da morte, peço-te que devolvas a vista a meu sogro, peço-te que devolvas a vista a meu sogro,

para que ele seja feliz.para que ele seja feliz.

– – Cumpra-se teu piedoso desejo, filha admirável!Cumpra-se teu piedoso desejo, filha admirável!

E o rei da Morte seguiu o seu caminho, conduzindo E o rei da Morte seguiu o seu caminho, conduzindo

a alma de Satyavân.a alma de Satyavân.

De novo ouviu passos atrás de si e, ao volver, viu De novo ouviu passos atrás de si e, ao volver, viu que era ainda Savitri que o seguia. Então lhe disse:que era ainda Savitri que o seguia. Então lhe disse:

– – E, todavia me segues...E, todavia me segues...

– – Sim, meu pai, não posso fazer outra coisa, pois, embora Sim, meu pai, não posso fazer outra coisa, pois, embora procure retroceder, a minha mente acompanha meu procure retroceder, a minha mente acompanha meu

esposo e o corpo o segue. Levas a alma de Satyavân e, esposo e o corpo o segue. Levas a alma de Satyavân e, como seja ela minha também, meu corpo a acompanha.como seja ela minha também, meu corpo a acompanha.

Yama respondeuYama respondeu

– – Concordo filha amorosa. Volve, porém, ao teu lar, porque Concordo filha amorosa. Volve, porém, ao teu lar, porque vivo algum pode acompanhar a Yama.vivo algum pode acompanhar a Yama.

E o rei da morte prosseguiu no seu caminho...E o rei da morte prosseguiu no seu caminho...

Porém Savitri teimou em segui-lo. Porém Savitri teimou em segui-lo. E Yama, mais uma vez volvendo os passos, mantém com E Yama, mais uma vez volvendo os passos, mantém com

ela um novo diálogo:ela um novo diálogo:– – Nobre Savitri, não me sigas com a tua dor sem esperança.Nobre Savitri, não me sigas com a tua dor sem esperança.– – Não tenho outro remédio senão o de ir aonde conduzires Não tenho outro remédio senão o de ir aonde conduzires

o meu bem amado.o meu bem amado.– – Supõe, então, que teu esposo foi um malvado e eu o Supõe, então, que teu esposo foi um malvado e eu o

conduzo ao inferno. Irias aonde fosse o teu esposo?conduzo ao inferno. Irias aonde fosse o teu esposo?– – Feliz me sentiria em ir aonde ele fosse, tanto na vida, como Feliz me sentiria em ir aonde ele fosse, tanto na vida, como

na morte; tanto no céu, como no inferno. na morte; tanto no céu, como no inferno. (Orfeu vai ao Inferno em busca de Eurídice...).(Orfeu vai ao Inferno em busca de Eurídice...).

– – Abençoadas sejam as tuas palavras, minha filha! Abençoadas sejam as tuas palavras, minha filha! Muito me alegraste com elas.Muito me alegraste com elas.

Pede-me outra dádiva, contanto que não seja a Pede-me outra dádiva, contanto que não seja a vida de teu esposo.vida de teu esposo.

– – Pois que me permites, faz com que não se quebre a Pois que me permites, faz com que não se quebre a régia estirpe de meu sogro.régia estirpe de meu sogro.

É que seu reino seja herdado pelos filhos de Satyavân.É que seu reino seja herdado pelos filhos de Satyavân.O rei da Morte sorriu e disse:O rei da Morte sorriu e disse:

– – Minha, filha, cumprir-se-á o teu desejo. Minha, filha, cumprir-se-á o teu desejo. Aqui tens a alma de teu esposo. Aqui tens a alma de teu esposo.

Volverá à vida e, assim, poderá ser o pai de teus filhos Volverá à vida e, assim, poderá ser o pai de teus filhos que, com o tempo, serão reis.que, com o tempo, serão reis.

Volta, ao teu lar. O amor triunfou perante a morte. Jamais Volta, ao teu lar. O amor triunfou perante a morte. Jamais uma mulher amou como tu e a prova é que, mesmo eu, o uma mulher amou como tu e a prova é que, mesmo eu, o

deus da Morte, nada pode diante do poder de tão deus da Morte, nada pode diante do poder de tão perseverante e verdadeiro amor.perseverante e verdadeiro amor.

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