história do saneamento

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SANEAMENTO BÁSICO SANEAMENTO BÁSICO Como tudo começou... Como tudo começou... Sonia Rosalie B Sonia Rosalie B www.eloambiental.org.br www.eloambiental.org.br

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SANEAMENTO BSICO Como tudo comeou...www.eloambiental.org.br

Sonia Rosalie Buff

O HOMEM E A GUA

A gua indispensvel vida das comunidades humanas, que procuraram sempre instalar-se prximas desse precioso recurso.

Desde a Antiguidade o homem aprendeu, pela prpria experincia, que a gua suja, o lixo e outros resduos podiam transmitir doenas e comeou a adotar medidas para dispor de uma gua limpa e livrar-se dos detritos. Nascia o saneamento bsico.

O QUE SANEAMENTO

Sanear vem do latim sanu: tornar saudvel, tornar habitvel, higienizar, limpar. Saneamento o conjunto de medidas para preservar as condies do meio ambiente, prevenir doenas e melhorar as condies de sade pblica.

ATIVIDADES DO SANEAMENTOAs principais atividades esto ligadas coleta e ao tratamento dos resduos produzidos pelo homem, como esgoto e lixo, tornando-os inofensivos sade.

O saneamento bsico atua tambm no fornecimento e qualidade da gua que abastece as populaes.

O trabalho dos sanitaristas inclui ainda a preveno de enchentes e a construo de canais e canalizaes subterrneas para esgotamento das guas das chuvas para os rios.

Os sanitaristas so os responsveis pela localizao e combate a insetos como os mosquitos da dengue e da malria; aos caramujos transmissores da esquistossomose, aos ratos e outros vetores, impedindo seu contato com a populao

O Saneamento Bsico busca solues para problemas causados, muitas vezes, pela prpria ao do homem.

SANEAMENTO E QUALIDADE DE VIDA

O saneamento bsico o elemento fundamental daquilo a que chamamos medicina preventiva, muito mais eficiente e barata que a medicina curativa. Saneamento promove a sade pblica preventiva. Reduz a necessidade de procura aos hospitais e postos de sade, porque elimina a chance de contgio por diversas molstias. Isto significa que, onde h Saneamento, os ndices de mortandade - principalmente infantil permanecem nos mais baixos patamares. O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelo qual , todo ano, os pases membros da ONU so classificados , mede o nvel de desenvolvimento humano utilizando como critrio entre outros, o de longevidade (esperana de vida ao nascer) O indicador de longevidade sintetiza as condies de sade e salubridade do local, uma vez que quanto mais mortes houver nas faixas etrias mais precoces, menor ser a expectativa de vida. O fornecimento ou no de saneamento bsico est intimamente relacionado qualidade de vida dos habitantes de uma comunidade e portanto sua longevidade.

Por que o saneamento bsico se tornou uma questo de sade pblica, no mundo atual?

Devido crescente concentrao das populaes humanas nos centros urbanos, aliada expanso industrial Busca-se medidas preventivas para minimizar, preservar ou corrigir possveis agravos ao meio ambiente e sade.

EVOLUO NO SANEAMENTO BSICO 1990 -2002

Traduo da legenda Verde - 95% ou mais Amarelo em andamento Vermelho sem andamento Cinza dados insuficientes Fonte: www.unicef.org

COMO O SANEAMENTO BSICO COMEOU?Voltemos ao passado...

Perodos histricos

HISTRIAPr-HistriaIdade Antiga I. Mdia I. Moderna I. Contempornea

V XV XVIII 2008 4 000 a.C. ----------I------------I_______ 0____________ I_______________I_____________I__________________________???? ----------I------------I_______ Revoluo Escrita Revoluo Revoluo Agrcola Comercial Industrial

10 000 a.C. a.C.

BRASIL Colnia Imprio Repblica

1500 1822 1889 2008 ------------------------------------I_________________I________I__________________ Invaso IndeRepblica e pendncia conquista portuguesaACCAR CAF 1930: CRISE DO CAF

???.

Os grupos humanos na Pr-Histria utilizavam mtodos simples para recolher as guas das chuvas, dos rios e dos lagos

Mudando-se constantemente, deixavam restos de alimentos e dejetos acumulando-se em seus abrigos temporrios

Consumiam apenas o essencial para a sobrevivncia e a populao era pequena. A quantidade de detritos produzida era insuficiente para produzir alteraes ambientais significativas

No perodo Neoltico, com o desenvolvimento da agricultura surgiram as primeiras aldeias a produo de lixo e guas servidas favoreceu a proliferao de ratos e insetos e e o incio da poluio dos rios. Os primeiros gatos domesticados eram muito teis para caar os ratos que atacavam os celeiros de gros.

ABASTECIMENTO DE GUA NA IDADE ANTIGA

Com o surgimento das cidades, na Idade Antiga e o crescimento da populao foi necessrio desenvolver projetos de engenharia para conduo e armazenamento de gua Procurando fontes de gua no subsolo, foram cavados poos, que inicialmente rasos, chegaram at 450 m de profundidade, como os construdos pelos chineses

O desenvolvimento do saneamento est sempre relacionado ao surgimento e o crescimento das cidades, como Babilnia, na antiga Mesopotmia.

Tem-se notcia de que existiam coletores de esgoto em Nippur (Babilnia) desde 3.750 A.C.

O primeiro sistema pblico de abastecimento de gua, o aqueduto de Jerwan, foi construdo na Assria em 691 A.C.

CANALIZAO DE ESGOTO - ESHUNNA/BABILNIA (IRAQUE) E JOELHO E JUNTA DE CANALIZAO EM CERMICA

Uma caracterstica das antigas cidades do vale do rio Indo (2600 a 1900a.C) , como Mohenjo Daro e Harappa era a sofisticao do sistema de encanamento pelos quais a gua servida corria para dutos ou esgotos centrais. As ruas eram largas, pavimentadas e drenadas por esgotos cobertos. Esses canais de escoamento ficavam cerca de meio metro abaixo do nvel do pavimento e, geralmente, eram construdos em alvenaria de tijolos com uma argamassa de barro.

rea de banho em Mohenjo-Daro ( situada no atual Paquisto) Quase todas as casas nesta cidade eram equipadas com uma rea de banho privada, com canalizao para levar a gua suja para o esgoto.

Poo pblico em Harappa Havia tambm banhos pblicos, usados para lavar roupas, como comum hoje no Paquisto e na India

SANEAMENTO BSICO NAS CIDADES DO VALE DO INDO

Os esgotos, mantidos por uma autoridade municipal, eram forrados de tijolos e tinham aberturas a intervalos regulares para inspeo e manuteno. Os cidados de Harappa desenvolveram um privilgio bastante raro no mundo antigo: gua encanada. Cada casa dispunha de um banheiro com cho pavimentado em declive e de um sistema de escoamento de gua. A gua para o banho era puxada, com baldes, de poos revestidos de tijolos de barro cozido, e despejadas em pequenos reservatrios e da encaminhadas por curtos encanamentos cermicos para cair sobre o banhista no existiam banheiras. empregavam-se canos de drenagem feitos de cermica, embutidos e rejuntados com gesso, para que no ocorressem vazamentos. Sistema de esgotos: Uma fossa coberta do lado de fora de cada habitao, comunicavase com uma rede de canais de esgoto, revestidos e cobertos com tijolos, que corria ao longo das ruas principais. Em cada interseo, havia uma fossa com tampa removvel, para permitir a limpeza.

A civilizao minica se desenvolveu na ilha de Creta, no mar Egeu, entre 2700 a.C. e 1450 a.C. Teve como principal centro a cidade de Cnossos. O termo "minico" deriva de Minos, ttulo dado ao rei de Creta. Em Cnossos, fica o famoso palcio, com seu majestoso terrao, seus ptios inferiores, sua decorao mural, seu gigantismo . seu sistema de drenagem foi construdo em pedra e terracota, com um coletor ou emissrio final das guas residuais (guas pluviais e de excreta) que descarregava o efluente a uma distncia considervel da origem. As precipitaes freqentes e intensas na regio resultavam na ocorrncia cclica de condies de auto-limpeza.

CIVILIZAO EGIA OU MINICA ( CRETA 2750 a 1450 a.C.)

Cnossos foi o primeiro stio europeu a ter um sistema organizado de canalizao de gua limpa e de esgotos, alm de privada com descarga As placas de pedra foram removidas para visualizao do sistema de esgoto.

Sala de banhos da Rainha no palcio real de Cnossos ( ( 1700 a. C.) Havia uma latrina. com um reservatrio de gua que coletava a gua das chuvas para a descarga dos resduos (cerca de 1700 a.C)

O CONTROLE DAS GUAS ENTRE OS EGPCIOS

Os egpcios dominavam tcnicas sofisticadas de irrigao do solo na agricultura e mtodos de armazenamento de lquido, pois dependiam das enchentes

Os egpcios costumavam armazenar gua em grandes potes de barro durante aproximadamente um ano, tempo suficiente para que a sujeira se depositasse no fundo do recipiente. Em antigas pinturas egpcias dos sculos XV a XIII A.C. aparecem representaes de filtragem por sedimentao e uso de sifes, e se especula se utilizavam almen para remover slidos suspensos

DRENAGEM NO ANTIGO EGITO

No Mdio Imprio (2100-1700 a. C.) cidade de Kahum, construda, por ordem do fara, segundo um plano unificado, tinha a gua escoada, atravs de uma calha de pedra de mrmore implantada no centro da rua Em Tel-el-Amarna, do sculo XIV a. C. (com sistema de drenagem igual ao de Kahum) foram encontrados sinais da existncia de banheiros em casas mais humildes.

PURIFICAO DA GUA NO EXTREMO ORIENTE ANTIGO

Milnios antes de Cristo os chineses e japoneses utilizavam filtrao por capilaridade para obter gua limpa: o lquido era passado de uma vasilha a outra por meio de tiras de tecido, que removiam a sujeira

OS GREGOS ANTIGOS E O SANEAMENTO BSICO

O filsofo Empdocles de Agrigento (504443 a. C.) j havia estabelecido uma associao entre pntanos e malria. Empdocles livrou de uma epidemia o povo de Selinute, na Siclia, desviando dois rios para os pntanos, com o intuito de prevenir a estagnao das guas e torn-las saudveis Atenas possua um sistema de esgotos, o que no entanto no a livrou da grande peste que atingiu seus cidados em 430 a. C., durante a Guerra do Peloponeso.

ROMA ANTIGA EO SANEAMENTO BSICO

Roma foi fundada em torno de um forte no topo de uma colina, porm em torno de 600 a. C., a expanso da rea urbana exigiu que o vale pantanoso ao p da colina fosse drenado, produzindo uma rea plana e seca que iria se tornar o frum romano. Desenvolveu-se ali uma cidade-mercado, que alcanou a populao de cerca de um milho de habitantes no incio da era crist. A cidade, no perodo imperial era abastecida por onze aquedutos, porm gua canalizada era um privilgio de poucos e a maioria dos cidados abastecia-se em fontes pblicas, como amostrada acima. Havia extensos esgotos, de construo esplndida (alguns to grandes que neles se podia passar com uma carroa puxada por um cavalo), mas se conectavam apenas com o sistema pblico de drenagem e no com as casas particulares.

AQUEDUTO DE SEGVIA NA ESPANHA

As construes destinadas ao transporte de gua, chamadas de aquedutos, eram grandiosas e abasteciam as fontes pblicas, dezenas de termas ( ou banhos pblicos) alm de suprir os lagos e fontes e artificiais nas residncias dos ricos. Os grandes aquedutos romanos foram construdos em vrias partes do mundo, a partir de 312 A.C.

AQUEDUTO ROMANO DE PONT DU GARD ( NMES FRANA)

A Cloaca Mxima uma das mais antigas redes de esgotos do mundo. construda nos finais do sculo VI a.C. pelos ltimos reis de Roma, com base na engenharia etrusca, com a finalidade de drenar as guas residuais e o lixo, para o rio Tibre. o sistema original era um canal a cu aberto que seria progressivamente coberto devido s exigncias do espao do centro citadino. A Cloaca Mxima foi mantida em bom estado durante toda a idade imperial.

CLOACA MXIMA ( ~ 500 a. C.) observar, ao lado, o detalhe do arco de sustentao do teto e os degraus inferiores para inspeo

As termas eram construes sofisticadas com piscinas de gua quente, morna ou fria, ao lado de salas para a prtica de esportes e massagem. As Termas de Caracala foram construdas entre 212 e 217 durante o governo do imperador Caracala . Podiam acolher mais de 1.500 pessoas num edifcio que media 337 metros por 328

BANHOS ROMANOS EM BATH (INGLATERRA)

Os banhos pblicos podiam ter diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal e a terapia pela gua com propriedades medicinais; Os banhos eram pontos de encontro da vida das cidades do Imprio Romano. Por volta de 300 d.C. existiam em Roma mais de 300 banhos pblicos e consumiam-se cerca de 3 milhes de litros de gua por dia. em geral as manhs eram reservadas s mulheres e as tardes aos homens.

OS PRINCIPAIS AMBIENTES DA TERMA ROMANA

tepidarium - banhos mornos praefurnium - local das fornalhas que aqueciam a gua e o ar. caldarium - banhos de gua quente frigidarium - banhos de gua fria Sudatorium - espcie de sauna. As termas romanas dispunham ainda de ginsio de esportes, biblioteca, sala de massagem, jardim, alm de comes e bebes.

Runas de uma latrina pblica do perodo romano em feso na Turquia ( sc. I d.C) Em 315 depois de Cristo havia 144 latrinas pblicas em Roma

Engenharia e saneamento em Roma Antiga

O arquiteto e engenheiro, Marco Vitrvio Plio (c. 70-25 a. C.), em seu livro De Architectura, acentuou a importncia de se determinar a salubridade de um stio e oferece indicaes precisas para a seleo de lugares apropriados fundao de cidades e construo de prdios. tambm, deu muita ateno posio, orientao e ao sistema de drenagem das moradias

OS QUCHUAS DO PERU E O SANEAMENTO

Na Amrica do Sul, impressionantes runas de sistemas de esgotos e de banhos atestam as faanhas dos quichuas em engenharia sanitria. Essa civilizao que se desenvolveu entre os sculos XIII e XVI na regio do atual Peru e Equador, ergueu cidades drenadas e com suprimento de gua, garantindo assim, um terreno seguro para a sade da comunidade. Os quchuas construram ainda numerosos sistemas de canalizao para irrigao, principalmente nas terras ridas da costa do Peru. Estavam cnscios, ainda, da influncia possvel de outros elementos do ambiente fsico sobre a sade e reconheceram a relao entre aclimatao e m sade, a ponto de que tropas oriundas dos planaltos serviam nos vales quentes em um sistema de rodzio, permanecendo ali apenas alguns meses de cada vez

SANEAMENTO NAS CIDADES MEDIEVAIS

As cidades medievais consistiam num amontoado de edifcios num labirinto de ruas estreitas. Eram pequenas, densamente povoadas, barulhentas e sujas. A maioria de suas ruas no tinha pavimentao e tampouco obras de drenagem, e recebia toda sorte de refugos e imundcie.

O povo vivia na rua, amontoava-se entre as galinhas, os monturos e as centenas de ces e gatos que faziam o aproveitamento dos restos que encontravam. homens da Igreja como So Jernimo [343-420] no viam razes vlidas para um cristo tomar banho depois do batismo. Este preconceito teolgico em relao aos cuidados de higiene corporal vai ter conseqncias nefastas na sade da populao europia. Na maioria dos conventos e monastrios da Europa medieval, o banho era praticado duas ou trs vezes ao ano, em geral s vsperas de festas religiosas como a Pscoa e o Natal.

Na Idade Mdia, as pessoas costumavam atirar os excrementos nas ruas, s vezes atingindo os passantes.

Detalhe de um quadro de Peter Brueghel mostra um homem rico perto de um anexo que despeja os dejetos direto no rio

O BANHO NA IDADE MDIA

Durante a Idade Mdia, a maioria se casava no ms de junho (incio do vero, para eles), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em maio, em junho o cheiro ainda estava mais ou menos suportvel. Entretanto, como j comeavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar buqus de flores junto ao corpo, para disfarar. Da termos em maio o "ms das noivas" e a origem do buqu explicadas. Os banhos eram tomados numa nica tina, enorme, cheia de gua quente. O chefe da famlia tinha o privilgio do primeiro banho na gua limpa. Depois, sem trocar a gua, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, tambm por idade e, por fim, as crianas. Os bebs eram os ltimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a gua da tina j estava to suja que era possvel perder um beb l dentro. por isso que existe a expresso em ingls "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "no jogue fora o beb junto com a gua do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...

Ilustrao medieval de de um banho com refeio 1494-95

esquerda, ilustrao medieval de um grande banho comunitrio com farra gastronmica, numa casa de prostituio

IDADE MDIAPRIVADA INTERNA EM HAME CASTLE, FINLNDIA.

Somente pessoas privilegiadas como o capelo do castelo, tinham acesso a essa privada com tampa de madeira, que a nica do edifcio

Anexos para privadas no Castelo de Olavinlinna na Finlndia sculos XV e XVI. Anexas s paredes esto as privadas, feitas de pedra com assentos de madeira. Uma velha anedota as descreve como as primeiras privadas a gua da Finlndia , porque estavam acima da gua e a altura era grande, cerca de 20 metros.

O FLAUTISTA DE HAMLIN Alemanha

Essa lenda faz aluso s epidemias de peste que frequentemente assolavam as cidades medievais devido falta de higiene e aos ratos.

A PESTE NEGRA SC. XIV

Nos pores dos navios de comrcio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europias um ambiente favorvel, pois estas possuam condies precrias de higiene. Estes ratos estavam contaminados com a bactria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactria aos homens atravs da picada. Aps adquirir a doena, a pessoa comeava a apresentar vrios sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoo vrios bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vmitos e febre alta. no havia cura para a doena e a medicina era pouco desenvolvida. a doena fez tantas vtimas que faltavam caixes e espaos nos cemitrios para enterrar os mortos. Os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela prpria famlia, nas florestas ou em locais afastados.

A PESTE NEGRA

O regresso dos cruzados igualmente contribuiu para a introduo de muitas doenas transmissveis, at ento desconhecidas na Europa, e que se transformaram em terrveis epidemias. Estima-se que somente a peste negra vitimou cerca de 25 a 30 milhes de pessoas (entre um tero a um quarto da populao do Ocidente) em meados do Sc. XIV. A peste negra est admiravelmente retratada em quadros de Pieter Brueghel, o Velho (15251569) e em particular em O triunfo da morte (1556, Museu do Prado, Madrid).

IDADE MODERNA

Nesse perodo as preocupaes com sade pblica como conhecemos hoje tiveram maior desenvolvimento. Entre o sculo XVI e meados do sculo XVIII generalizouse a pavimentao das ruas e construo de obras de canais de drenagem onde escoavam os refugos indesejveis das ruas em direo aos rios e lagos. O uso desse mtodo produzia maus odores, alm do que as provises de gua tornavamse perigosamente poludas.

Dizia-se que os canais de Anturpia matavam at mesmo os cavalos que bebiam sua gua. Os poos e fontes se contaminavam com infiltraes oriundas das fossas e dos cemitrios.

A HIGIENE CORPORAL na Idade Moderna

Ainda para a maior parte das pessoas a higiene mnima era feita com jarras e bacias domsticas nos Sculos XVI e XVII, considerava-se que a gua era capaz de se infiltrar no corpo e supunha-se que a gua quente, especialmente, fragilizasse os rgos, abrindo os poros para os ares malignos. Durante o sculo XVII os banhos continuaram a ser olhados como algo perigoso e desaconselhado a pessoas doentes. Nesta poca, para disfarar o cheiro, as classes altas comearam a importar e a usar perfumes. A indstria cosmtica teve um enorme avano! No suntuoso Palcio de Versalhes, um decreto de 1715, baixado pouco antes da morte do rei Lus XIV, estipulava que as fezes seriam retiradas dos corredores uma vez por semana do que se deduz que o recolhimento era ainda mais esparso antes. Versalhes no tinha banheiros, mas contava com um quarto de banho equipado com uma banheira de mrmore encomendada pelo prprio Lus XIV objeto que serviria apenas ostentao, caindo no mais absoluto desuso A maior parte das pessoas utilizava-se de urinis para as suas necessidades fisiolgicas.

EVOLUO DO VASO SANITRIO

2500AC: Mohenjo Daro havia um sistema altamente desenvolvido de drenagem em que a gua servida de cada casa flua para o canal principal. 1000 a.C: ilha de Bahrein no Golfo Prsico : privada com fluxo de gua. 69 d.C.: Imperador romano Vespasiano, pela primeira vez cobra taxa para uso de banheiro pblico 1596 JD Harrington inventa o W.C. .1668 : se torna obrigatria a construo de vasos sanitrios em todas casas de Paris. 1824 : primeiro banheiro pblico em Paris. 1883 : primeiro vaso sanitrio de cermica, feito para a Rainha Vitria. 1889 : primeiro tratamento de esgoto no mundo. 1980 : instalao de banheiro pblico com controle automtico.

CURIOSIDADE...Os reis Lus XIII e XIV costumavam dar audincia enquanto estavam usando o vaso sanitrio.

Da a conhecida expresso: sentado no trono.

O SANEAMENTO NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

Com o desenvolvimento industrial, a partir de meados do sc. XVIII, houve grande xodo rural e as populaes concentraram-se nas cidades

As condies de vida nas cidades da Inglaterra, Frana, Blgic e Alemanha eram terrveis. As moradias eram superlotadas e sem as mnimas condies d higiene Os detritos eram acumulados em recipientes, de onde eram transferidos para reservatrios pblicos mensalmente

No incio do XIX, as condies de vida urbana comearam a melhorar. Houve a introduo gradual das bombas a vapor e canos de ferro. A generalizao do sistema de drenagem por carreamento pela gua logo originou mais problemas: as fossas raramente eram limpas e seu contedo se infiltrava pelo solo, saturando grandes reas do terreno e poluindo fontes e poos usados para o suprimento de gua. Como esses canais de esgotamento se destinavam a carrear gua de chuva, os rios de cidades maiores se transformaram em esgotos a cu aberto

SCULO XIX

O suprimento de gua e limpeza de ruas no acompanharam a expanso urbana. Ao mesmo tempo a proliferao das indstrias que lanavam seus resduos nas guas agravava a poluio ambiental Houve a volta, ento de graves epidemias, sobretudo do clera ( Londres, 1831-32, 1848-49, 1854 e 1857)e febre tifide, transmitidos pela gua contaminada A mortalidade era agravada pelas pssimas condies de vida e trabalho da classe operria

Bactria Escherichia coli

Diante da gravidade da situao, os governos passaram a investir muitos recursos em pesquisa e na rea mdica. Pasteur e outros cientistas descobriram que doenas infecciosas eram causadas por microorganismos patognicos A partir da foi possvel entender os processos de transmisso de doenas atravs da gua e de outros meios contaminados

PROGRESSOS NO SANEAMENTO SCULO XIX

as autoridades perceberam uma clara conexo entre a sujeira e a doena nas cidades. Os engenheiros hidrulicos (1842) propuseram, ento, a reforma radical do sistema sanitrio, separando rigorosamente a gua potvel da gua servida as valas de esgotos a cu aberto seriam substitudas por encanamentos subterrneos construdos com manilhas de cermica cozida.

OS ESGOTOS DE PARISOs esgotos transportavam as guas servidas em Paris desde o sculo XIII quando as ruas da cidade foram pavimentadas e canais foram construdos por ordem de Felipe Augusto, rei da Frana de 1180 a 1223. Esgotos cobertos foram introduzidos durante o governo de Napoleo Bonaparte Aps a grande epidemia de clera de 1832, se iniciou uma poltica de saneamento bsico. 1854 -Eugne Belgrand sob estmulo do prefeito Haussmann, constri uma grande rede de esgotos, que conta hoje com mais 2.300 km de extenso.

O SURGIMENTO DA SADE PBLICA Londres- Inglaterra

1848 -primeira Lei de Sade Pblica da Gr-Bretanha . 1859 incio da limpeza geral das canalizaes de esgotos da capital 1875- 133 quilmetros de coletores novos de esgotos percorriam o subsolo de Londres, recolhendo dejetos em uma rea de cerca de 260 quilmetros quadrados O exemplo seria seguido por outras cidades industriais da Inglaterra e de outros pases do continente europeu e americano.

O CONCRETO ARMADO NO SANEAMENTO BSICO

1866 divulgao do uso do concreto armado como material de construo por Joseph Monier generalizao do uso do material para a construo de reservatrios e encanamentos e canais vantagens do concreto armado: segurana , durabilidade, rapidez de execuo, economia de conservao, impermeabilidade e resistncia a choques e vibraes. Concreto possibilitou desenvolvimento das obras de drenagem, facilitando a construo de lajes de cobertura e o emprego de tubos pr-moldados para construo das galerias.

SANEAMENTO BSICO NOS EUA

1857 - concepo inicial de sistemas de esgoto pelo engenheiro civil J.W. Adams, que projetou os esgotos de Brooklyn, Nova Iorque 1873-formao do Departamento de Sade Nacional, precursor do Servio de Sade Pblica NorteAmericano. 1889- as maiores cidades americanas estavam com linhas de esgoto em funcionamento.

NOVOS HBITOS DE HIGIENE A PARTIR SCULO XIX

Foi s no sculo XIX, com a propagao da gua encanada e do esgoto e com o desenvolvimento de uma nova indstria da higiene principalmente nos Estados Unidos que o banho foi reabilitado. O sabo, conhecido desde a Antiguidade, mas por muito tempo considerado um produto de luxo, foi industrializado e popularizado. Em 1877, a Scott Paper, companhia americana pioneira na fabricao de papel higinico, comeou vender seu produto em rolos, formato que se mostra at hoje insuperado. O sculo XX prosseguiria com a expanso da higiene. Os desodorantes modernos datam de 1907 e a primeira escova de dentes plstica dos anos 50.

LEMBRETE...

importante ressaltar que, em todas as pocas e em todos os lugares, o saneamento bsico concentrou-se nas zonas urbanas e no atendimento das camadas privilegiadas. A democratizao do acesso ao saneamento fenmeno recente e restrito geograficamente.

SANEAMENTO BSICO NO MUNDO ATUAL

No sculo XX o desenvolvimento da cincia e da tecnologia permitiu que fontes contaminadas se tornassem potveis aps tratamento.

UMA VISO FANTSTICA: UM SISTEMA DE SANEAMENTO BSICO NO JAPO HOJE

AS PERSPECTIVAS : UM PLANETA ESGOTADO...

A humanidade levou quase 200 mil anos para atingir a marca de 1 bilho e 500 milhes de pessoas Em apenas um sculo ( o XX) a populao mundial quadruplicou, tendo atingido a marca de 6 bilhes de pessoas no ano 2000. Da a imensa presso sobre os recursos naturais, a grande produo de lixo e guas contaminadas. Urge encontrar solues para a questo ambiental.

O LIXOPRODUZIDO NO MUNDO

A produo mundial de lixo de 400 milhes de toneladas por ano, aproximadamente. Como possvel sanear um ambiente que sofre tamanho impacto? Este o desafio para todos ns!

COMO FOI A EVOLUO DO SANEAMENTO BSICO NO BRASIL?

BRASILColnia Imprio Repblica

-------------1500____________________1822___________________1889______________2008 ???? Invaso e conquista Proclamao Proclamao portuguesa da da Independncia Repblica

ACCAR

CAF

1930: CRISE DO CAF -incio da industrializao - urbanizao

SANEAMENTO NO BRASIL

As comunidades indgenas j se preocupavam com o saneamento Para o seu consumo, os indgenas armazenavam a gua em talhas de barro e argila ou at mesmo em caambas de pedra Com os dejetos, tambm havia um cuidado especial, haja vista que delimitavam reas usadas para as necessidades fisiolgicas e para disposio de detritos

SANEAMENTO NO BRASIL 1 fase Perodo Colonial

No Brasil, a histria do saneamento bsico tambm se confunde com a formao das cidades. o abastecimento de gua era feito atravs de coleta em bicas e fontes, nos povoados que ento se formavam As aes de saneamento se resumiam drenagem dos terrenos e instalao de chafarizes em algumas cidades

Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro Primeiro aqueduto construdo no Brasil, em 1723

O SANEAMENTO NO PERODO JOANINO

A vinda da corte portuguesa em 1808 e a abertura dos portos em 1810 geraram grandes impactos no pas, em especial no Rio de Janeiro. em menos de duas dcadas, sua populao duplicou, alcanando aproximadamente 100.000 habitantes em 1822 a 135.000 em 1840

O RIO DE JANEIRO NA P0CA DE D. JOO

Entretanto, a evoluo da higiene no acompanhou o aumento populacional e o progresso material e econmico da cidade. As instalaes sanitrias das casas ficavam localizadas nos fundos e os despejos eram recolhidos em barris especiais. Quando ficavam cheios, aps vrios dias de utilizao, acarretando mau cheiro e infectados, eram transportados pelos escravos, apelidados de tigres e despejados na atual Praa da Repblica ou na beiramar, onde eram lavados .

INOVAES DO PERODO JOANINO

Foram criadas leis que fiscalizavam os portos e evitavam a entrada de navios com pessoas doentes Foi instalada uma rede de coleta para escoamento das guas das chuvas no Rio de Janeiro, mas atendia apenas s reas da cidade onde morava a aristocracia

Na poca do Imprio os escravos eram encarregados de transportar gua dos chafarizes pblicos at as residncias, como mostra a pintura de Rugendas

ABASTECIMENTO DE GUA NO RIO DE JANEIRO

No ano de 1840, foi fundada uma empresa para explorar os servios de pipas de gua, transportadas por uma frota de carroas de duas rodas,puxadas por burros. Com o rpido crescimento da cidade,viu-se a necessidade de se implementar melhorias nos sistemas de abastecimento de gua. O produto passaria a ser comercializado, deixando de ser um bem natural para se tornar uma mercadoria.

SANEAMENTO: QUESTO DE SADE PBLICA

Com o crescimento da cidade a situao sanitria do Rio de Janeiro se tornava cada vez mais precria. Entre 1830 a 1851, houve nada menos do que vinte e trs epidemias letais na Cidade, principalmente de febre amarela

SANEAMENTO NO BRASIL- 2 FASE meados do sculo XIX incio do sculo XX

se inicia a organizao dos servios de saneamento bsico as provncias entregam as concesses a companhia estrangeiras, principalmente inglesasNa cidade de Campinas, Estado de So Paulo no ano de 1875, uma proposta do engenheiro Jorge Harrat venceu a concorrncia aberta para construir e abastecer chafarizes no centro da cidade. A gua, gratuita para a populao, vinha das nascentes do crrego Tanquinho, que se localizam sob a quadra formada pelas avenidas Francisco Glicrio e Aquidab e as ruas Regente Feij e Uruguaiana, seguindo em tubos de ferro fundido at os chafarizes. A obra demorou 18 meses para ser concluda e custou 27 contos de ris.

EXTENSO DO SANEAMENTO S MAIORES CAPITAIS

1857 - 1877, o governo de So Paulo, aps a assinatura de contrato com a empresa Achilles Martin D'studens, constri o primeiro sistema Cantareira de abastecimento de gua encanada. 1861- Porto Alegre (RS) sistema instalado 1876- Rio de Janeiro utiliza o Decantador Dortmund pioneira na inaugurao em nvel mundial de uma Estao de Tratamento de gua (ETA), com seis Filtros Rpidos de Presso Ar/gua.

SANEAMENTO NO BRASIL- 3 FASE incio sculo XX

Se comea a se pensar em saneamento bsico para as cidades, isto , num plano para levar toda gua suja por meio de canos para um lugar onde ela pudesse ser tratada. Isso decorrncia da insatisfao geral da populao em funo da pssima qualidade dos servios prestados pelas empresas estrangeiras Ocorre ento a estatizao dos servios Neste perodo comea-se a vincular o Saneamento a seus recursos.

COMBATE S EPIDEMIAS

No final do sc. XIX e incio do XX, o Brasil era conhecido no exterior por ser um local onde proliferavam epidemias de febre amarela, varola e peste bubnica. As cidades constituam viveiros de ratos, pernilongos e outros vetores de doenas MOSQUITO TRANSMISSOR DA FEBRE AMARELA

COMBATE FEBRE AMARELA

Devido gravidade da situao, o mdico Emlio Ribas ( 1862-1925) realizou uma campanha de combate febre amarela em So Paulo, atacando os focos de mosquitos transmissores da doena

Baseado no sucesso de Ribas, Osvaldo Cruz ( 1872- 1917) , iniciou em 1903, no Rio de Janeiro, uma luta para erradicar essas epidemias. Oswaldo Cruz era mdico especializado em sade pblica. Em 1903, foi escolhido pelo governo federal para o cargo de Diretor de Sade Pblica.

A REVOLTA DA VACINA 1904 RJ

A charge acima ilustra a revolta da populao contra Oswaldo Cruz A vacinao era feita pela brigada sanitria, que era uma comisso de empregados da rea de sade preparados para executar esse servio. Eles entravam na casa das pessoas e vacinavam todos que l estivessem, uma forma de agir que indignou a populao. A oposio poltica, ao sentir a insatisfao popular, tratou de canaliz-la para um plano arquitetado tempos antes: a derrubada do presidente da Repblica Rodrigues Alves. O governo reagiu e o saldo foi 30 mortos, 110 feridos, cerca de 1000 detidos e centenas de deportados

SATURNINO DE BRITO patrono da engenharia sanitria no Brasil

Entre os inmeros sanitaristas brasileiros, destaca-se o engenheiro Saturnino de Brito ( 1864- 1929) . Em 1930 todas as capitais possuam sistemas de distribuio de gua e coleta de esgotos, graas, em parte, a seus esforos. Um de seus projetos a rede de canais de drenagem de Santos, iniciada em 1907, construda para secar terras encharcadas onde proliferavam transmissores da febre amarela.

BELO HORIZONTE: planejamento e saneamento

Um marco na engenharia urbana nacional foi a inaugurao da cidade de Belo Horizonte (1897) planejada para ser a capital do estado mineiro, foi servida com sistema de gua e esgotos projetado por Saturnino de Brito

INOVAES NO SANEAMENTO BSICO NO BRASIL SCULO XX 1912- adoo do sistemaseparador absoluto : sistemas de esgotos sanitrios passaram a ser obrigatoriamente projetados e construdos independentemente dos sistemas de drenagem pluvial

generalizao do emprego de tubos de concreto a drenagem torna-se um elemento obrigatrio dos projetos de urbanizao.

BOMBA DE ESGOTO PLUVIAL

SANEAMENTO NO BRASIL- 4 FASE a partir dos anos 40 sculo XX

Corresponde, grosso modo, ao Perodo Vargas no Brasil, com maior interveno do Estado na economia Aumento do xodo rural em direo aos grandes centros industriais do Sudeste como So Paulo Aumento da demanda por servios de saneamento. Se inicia a comercializao dos servios. Surgem autarquias e mecanismos de financiamento para abastecimento de gua setor de saneamento bsico gradativamente separado da sade pblica. criada a Inspetoria de guas e Esgotos Maiores investimento do IAE, na capital (RJ),em especial nos bairros de classe alta e zonas industriais.

SANEAMENTO NO BRASIL- 5 FASE anos 50 a 60 sculo XX

So criadas as empresas de economia mista Tm destacada participao os emprstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que previam o reembolso via tarifas e exigiam autonomia cada vez maior das companhias Corresponde ao perodo de arrancada desenvolvimentista do Brasil e maior abertura ao capital estrangeiro

PLANEJAMENTO NACIONAL PARA O SANEAMENTO

1964- estabelecimento da ditadura militar Centralizao das decises a nvel federal Criao do BNH - Banco Nacional da Habitao que passa a ser o gestor dos recursos do FGTS, principal fonte de recursos para o setor. 1965 o Brasil assina acordo com Estados Unidos, criando o "Fundo Nacional de Financiamento para Abastecimento de gua" que no perodo de 1965/1967 atendeu apenas a 21 cidades em todo o pas com obras de abastecimento de gua.

SANEAMENTO NO BRASIL- 6 FASE a partir da dcada de 70

1971- Regime Militar institui o PLANASA Plano Nacional de Saneamento. autonomia e auto-sustentao por meio das tarifas e financiamentos baseados em recursos retornveis. Extrema concentrao de decises, com imposies das companhias estaduais sobre os servios municipais Separao radical das instituies que cuidam da sade no Brasil das que planejam o Saneamento.

SANEAMENTO NO BRASIL HOJE

No Brasil, a situao geral do saneamento, tanto na zona rural, quanto urbana, continua precria para as populaes de baixa renda, apesar das melhoras realizadas nos ltimos 40 anos.

A implantao de obras de saneamento nunca acompanhou o ritmo de crescimento das reas urbanas. Ainda hoje, centenas de crianas morrem diariamente no pas de desidratao, clera, febre amarela, verminoses intestinais, ao ingerir gua e alimentos contaminados.

EVOLUO DOS SERVIOS DE GUA E ESGOTOS NO BRASIL (%).INDICADORES 1960 1970 1980 1990 2000

ABASTECIMENTO DE GUADomiclios urbanos Domiclios rurais 41,8 1,3 60,5 2,6 79,2 5 86,3 9,3 89,8 18,1

ESGOTAMENTO SANITRIODomiclios urbanos ( rede de coleta) domiclios urbanos ( rede + fossas spticas) domiclios rurais ( rede de coleta) domiclios rurais ( rede + fossas spticas). .

26

22,2

37

47,9

56

19,6 0,3 2,6

25,3 0,4 3,2

22,9 1,4 7,2

20,9 3,7 14,4

16 3,3 9,6

Fonte: IBGE, Censos Demogrficos 1970, 1980, 1990, 2000.

OBSERVAO GUA: refere-se distribuio de gua ESGOTO: refere-se coleta e no ao tratamento do esgoto LIXO: refere-se coleta e no ao tratamento de lixo

Acesso aos servios de saneamento ambiental no Brasil

O governo federal aumentou, de 2001 a 2004, seus gastos sociais, especialmente em programas de transferncia de renda. No entanto o gasto federal com saneamento bsico e habitao caiu 45,8% no perodo 2000 a 2004. Houve queda na proporo de domiclios entre os 40% mais pobres do pas com acesso a rede de esgoto ou fossa sptica de 59%, em 2001, para 55%, em 2004. Em quatro anos, o quadro de estagnao patente. Os servios de saneamento tm sido seriamente comprometidas devido falta sistemtica de recursos e escassez de mo de obra qualificada Esse dado pode estar revelando no s a ausncia de rede de esgoto em muitos domiclios, mas tambm um quadro de expanso populacional em reas de sade pblica precria, como favelas e cortios(FONTE:http://www.ambienteemfoco.com.br, com base em estudo da (FONTE: pesquisadora Lena Lavinas, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com colaborao de Marcelo Nicoll e Roberto Loureiro Filho )

QUADRO ATUAL DO SANEAMENTO BSICO NO BRASIL

OBSERVAO:o Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) prev fortes investimentos em saneamento bsico e habitao a partir de 2008.

SANEAMENTO E DEFESA DO MEIO AMBIENTE

O Brasil possui 12% da gua potvel do mundo, mas ela no est espalhada igualmente pelo territrio. Durante muito tempo no pas, no foi dada a devida importncia para o desperdcio de gua. em 1988, a nova Constituio aprovou leis que protegiam a fauna a flora e as guas. IMPORTANTE ter conscincia de que toda a degradao ambiental conseqncia do modo de agirmos ao longo do tempo.

FONTES CONSULTADAS E CRDITOS DAS IMAGENS

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