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TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II TH 2 Profª. Ana Paula Zimmermann Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo

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TEORIA, HISTÓRIA E

CRÍTICA DA

ARQUITETURA E DO

URBANISMO II – TH 2

Profª. Ana Paula Zimmermann

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Escola de Artes e arquitetura

Curso de Arquitetura e Urbanismo

ANTECEDENTES

ARQUITETÔNICOS

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Período

Neolítico:

construção

dos

primeiros

abrigos e

monumentos

Antiguidade:

Egípcia,

Babilônia,

Etrusca,

Micênica,

Persa e

Suméria

Antiguidade

Clássica:

Grécia e

Roma

Arquitetura

Paleocristã,

Visigótica,

Moçarabe,

Bizantina,

Mourisca,

Românica,

Gótica.

Arquitetura:

Renascimento,

Maneirismo,

Barroco,

Rococó e

Neoclássico

Arquitetura:

Neogótica,

Arts e Crafts,

Art Noveau,

Ecletismo,

Art decó,

Moderna

(Bauhaus,

organico,

Internacional)

Pós-Moderno,

Contemporâ-

nea

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Período Neolítico – a construção

dos primeiros abrigos e

monumentos

Stonehenge, o mais conhecido monumento

pré-histórico

O abrigo, como sendo a

construção predominante

nas sociedades primitivas,

elemento principal da

organização espacial de

diversos povos.

São construídas as

muralhas de Jericó, os

primeiros traços de

Stonehenge.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Antiguidade:

Egípcia,

Babilônia,

Etrusca,

Micênica,

Persa e

Suméria

Antiguidade

Clássica:

Grécia e

Roma

A evolução das comunidades humanas

sujeitas a constantes ameaças bélicas

levam à primeira modalidade

arquitetônica a se desenvolver,

essencialmente a militar. A humanidade

confrontava-se com um mundo povoado

de deuses vivos, gênios e demônios. O

modo como os indivíduos lidavam com a

transformação de seu ambiente

imediato era bastante influenciado pelas

suas crenças. Muitos aspectos da vida

cotidiana estavam baseados no respeito

ou na adoração ao divino e ao

sobrenatural.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

O poder divino, portanto,

equiparava-se (ou mesmo

superava) o poder secular, fazendo

com que os principais edifícios das

cidades fossem os palácios e os

templos. Esta importância fazia

com que a figura do arquiteto

estivesse associada aos

sacerdotes (como no Antigo

Egipto) ou aos próprios

governantes e a execução dos

edifícios era acompanhada por

diversos rituais que simbolizavam

o contato do Homem com o divino.

Modelo de uma cidade sumeriana. 3000 -2000 a.C.

Zigurate de Ur (2.150 a 2.050 a.C; reconstrução)

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Paleocristã,

Visigótica, Moçarabe,

Bizantina, Mourisca,

Românica, Gótica.

A Arte paleocristã ou Arte cristã

primitiva é arte, arquitetura, pintura

e escultura produzida por cristãos

ou sob o patrocínio cristão, desde o

início do séc. II até o final do séc. V.

Após o final do século V a arte

cristã mostra o início do estilo

artístico bizantino. A Basílica de Constantino em Trier

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Paleocristã,

Visigótica, Moçarabe,

Bizantina, Mourisca,

Românica, Gótica.

Arte visigótica é aquela que designa as

expressões artísticas criadas

pelos visigodos, que entraram

na península Ibérica em 415 e se

tornaram o povo dominante da região até

à invasão dos mouros em 711. Este

período da arte ibérica se notabiliza

pela arquitetura, artesanato

(especialmente ourivesaria) e a escrita

visigótica.

San Pedro de la Nave, Zamora

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Paleocristã,

Visigótica, Moçarabe,

Bizantina, Mourisca,

Românica, Gótica.

Arte Moçárabe se refere à arte

dos Moçárabes, cristãos ibéricos que

viviam em territórios conquistados

pelos muçulmanos do período que vai

da invasão pelos árabes da Península

Ibérica (711) até o final do século XII,

quando eles adotaram alguns

costumes árabes, mas sem se

converter ao Islã. Vista lateral oeste de San

Miguel de Escalada

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Paleocristã,

Visigótica, Moçarabe,

Bizantina, Mourisca,

Românica, Gótica.

Arquitetura bizantina aquela desenvolvida pelo Império

Bizantino (assim chamado como referência a Bizâncio a capital

do Império Romano no oriente) durante a Idade Média . O estilo

caracteriza-se pelos mosaicos vitrificados e

pelos ícones, pinturas sacras normalmente feitas sobre madeira,

com disposição tríptica. A arquitetura é marcada pelo processamento

das várias influências estéticas recebidas pelo Império Bizantino.

Também destacou-se no desenvolvimento da engenharia e de

técnicas construtivas arrojadas, tendo sido responsável pela difusão

de novas formas e tipologias de cúpulas.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Vista e interior da Santa Sofia

- Istambul

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura:

Paleocristã,

Visigótica,

Moçarabe,

Bizantina,

Mourisca,

Românica,

Gótica.

A arquitetura românica é o estilo arquitetônico que surgiu

na Europa no século X e evoluiu para o estilo gótico no fim

do século XII. Caracteriza-se por construções austeras e robustas,

com paredes grossas e minúsculas janelas, cuja principal função

era resistir a ataques de exércitos inimigos.

Catedral de Pisa (sec. XI-XIV)

Fachada românica da Sé

Velha de Lisboa.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Paleocristã,

Visigótica, Moçarabe,

Bizantina, Mourisca,

Românica, Gótica.

Arquitetura gótica: desenvolvida no Norte da França durante a Alta

Idade Média (900 - 1300). Com o gótico, a arquitetura ocidental atingiu

um dos pontos culminantes da arquitetura pura. As abóbadas, cada vez

mais elevadas e maiores, não se apoiavam em muros e paredes

compactas e sim sobre pilastras ou feixes de colunas. Uma série de

suportes que eram constituídos por arcobotantes e

contrafortes possuíam a função de equilibrar de modo externo o peso

excessivo das abóbadas.

Catedral de Notre-Dame de

Chartes

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Abóbada da Abadia de Beverley, Inglaterra. Rosáceas da Catedral de Metz, França

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Renascimento,

Maneirismo, Barroco, Rococó e

Neoclássico

Chama-se de Arquitetura do Renascimento

ou renascentista àquela produzida durante o

Renascimento europeu, ou seja, durante os séculos

XIV, XV e XVI. No Renascimento, existe uma nova

atitude dos arquitetos em relação à sua arte,

passando a assumirem-se cada vez mais como

profissionais independentes, portadores de um estilo

pessoal. Inspiram-se, contudo, na sua interpretação

da Antiguidade Clássica e em sua vertente

arquitetônica, considerados como os modelos

perfeitos das Artes e da própria vida.

cúpula da Santa Maria del Fiore.

Tempieto, Barmante

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Renascimento,

Maneirismo, Barroco,

Rococó e Neoclássico O maneirismo foi o movimento artístico

ocorrido no Cinquecento que

evidenciou o desejo, por parte dos

arquitetos, humanistas e artistas do

período, de uma arte que se utilizasse

dos elementos clássicos, possuísse um

conteúdo bastante anticlássico. O

maneirismo será, portanto, este

segundo momento de confronto da

arquitetura clássica, já integralmente

conhecida. Os principais expoentes do

período são Michelangelo,

Palladio e Giulio Romano.

Igreja S. Susanna, antecipa o barroco. ( Roma: 1597)

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Renascimento,

Maneirismo, Barroco, Rococó e Neoclássico

A arquitetura barroca é o estilo arquitetônico praticado no século

XVII e decorre até a primeira metade do século XVIII. A

palavra "barroco" define uma pérola de formato irregular. O Barroco

foi inicialmente diretamente ligado à Contra-Reforma, um movimento

dentro da Igreja Católica para reformar-se, em resposta a Reforma

Protestante. A arquitetura barroca e seus enfeites eram por outro lado

mais acessíveis para as emoções e uma declaração visível da

riqueza e do poder da Igreja. O novo estilo manifestou-se no contexto

das novas ordens religiosas, como os jesuítas que visam melhorar a

piedade popular.

Sant’Andrea dellla Valle, 1591-1665.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Renascimento,

Maneirismo, Barroco,

Rococó e Neoclássico

O Rococó foi um movimento artístico europeu, que aparece

primeiramente na França ao final do barroco. Visto por muitos como a

variação "profana" do barroco, surge a partir do momento em que o

Barroco se liberta da temática religiosa e começa a incidir-se na

arquitetura de palácios civis, por exemplo. Literalmente, o rococó é o

barroco levado ao exagero. O Rococó é também conhecido como o

"estilo da luz” devido aos seus edifícios com amplas aberturas e sua

relação com o século XVIII.

Palácio Real de Queluz,.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura: Renascimento,

Maneirismo, Barroco,

Rococó e Neoclássico

A arquitetura neoclássica é o estilo arquitetônico surgido durante

o neoclassicismo, movimento cultural do fim do século XVIII,

identificada com a retomada da cultura clássica por parte da Europa

Ocidental. Nessa época, a relação entre a espécie humana e a

natureza havia se transformado. Havia aumentado a capacidade

humana de exercer controle sobre a natureza por meio da técnica.

Também houve uma mudança nas relações culturais e sociais. A

sexualidade influiu neste estilo originando a existência de inúmeras

obras com representação de mulheres nuas.

Holkham Hall, Norfolk, Inglaterra, 1734- 1765

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Pré- história Antiguidade

clássica Idade Média Idade Moderna

Idade Contemporânea

Arquitetura:

Paleocristã,

Visigótica,

Moçarabe,

Bizantina,

Mourisca,

Românica,

Gótica.

Arquitetura:

Renascimento,

Maneirismo,

Barroco,

Rococó e

Neoclássico

Durante o semestre estaremos estudando a ARQUITETURA

COLONIAL BRASILEIRA. Para tanto veremos desde as influências

recebidas por Portugal em sua formação: influências, romanas,

visigoticas, Islâmicas, romanicas, góticas, renascentistas, maneiristas,

barrocas e rococó. A fim de identificarmos as formas arquitetônicas e

urbanísticas que passaram a vigorar no Brasil Colônia (1500 ~1800).

A Península Ibérica é uma região cuja ocupação é antiga por esse motivo sofrerá a influência de

vários povos na formação de sua cultura arquitetônica.

A primeira distinção entre Norte e Sul ocorre já na Idade do Ferro (800 ao séc. I a.C.):

• Norte: Cultura Castreja - Imigrantes Celtas (povoados proto urbanos, casas redondas de pedra);

• Sul: Fixação de Fenícios e Gregos, e na faixa atlântica de Túrdulos.

Apesar das aglomerações muito primitivas, pode-se dizer que o primeiro surto de urbanização da Península se dará através da romanização (a invasão romana ocorre por volta do ano 218 a.C.).

Nesse período haverá o surgimento de uma arquitetura complexa e uma colonização sistemática na região que recebe o nome de Lusitânia (que correspondia praticamente a todo território português, há exceção de Mérida, a antiga capital, anexada pela Espanha após a queda do domínio romano).

Ainda hoje encontramos vários vestígios da ocupação romana no território português.

A presença do Forum na estrutura urbana das colônias romanas (como largos nas cidades medievais) são um elemento recorrente.

O urbanismo romano, rígido e cheio de regras, parece ter procurado uma síntese com o modelo local de aglomerado castrejo, abandonando em alguns casos, a sua habitual implantação em terrenos planos, como se vê na cidade de Conímbriga.

Ruínas da vila romana em Pisões.

Ruínas de um Templo Romano em Évora.

Uma das estratégias romanas de domínio cultural era a implantação de edifícios monumentais e construção de infra-estruturas como aquedutos e estradas, conferindo unidade ao vasto território ocupado pelo Império.

O período que segue a queda do Império Romano (Séc. V) e que corresponde à Idade Média, no caso de Portugal pode ser definido da seguinte forma:

• Arte tardo-romana ou paleocristã (Séc. V e VI);

• Arte dos Visigodos (Séc. VII e VIII);

• Arte dos Mulçumanos (Séc. VIII a XI).

Nos primeiros anos pós- queda romana, o norte de Portugal é invadido pelos suevos (povos da região da Alemanha) – 411 a 585; sendo que o Sul permanece cristão e romano até a unificação dos visigodos no século VI.

No Século VI há a unificação visigótica (Povos germânicos do Leste Europeu).

Azul – Suevos ; Ocre – Visigodos.

Fundam várias cidades – Braga, Porto, Lugo, Astorga. Como eram minoria, usavam a estratégia de se integrar à população, adaptaram-se à língua latina, ao direito romano e convertem-se ao cristianismo, desse modo, apesar da posição privilegiada, provocaram poucas transformações na sociedade e arquitetura do período.

Em termos arquitetônicos destaca-se a construção de

basílicas cristãs de influência românica.

Por volta do ano de 710, o reino visigodo encontra-se

enfraquecido (divido), facilitando o domínio árabe.

A ocupação árabe dura em torno de 5 séculos. Partindo das

Astúrias, a única região que resistiu ao domínio árabe, se

desenvolveu um movimento de reconquista da Península e

expulsão dos árabes.

Ruínas de uma Basílica Visigoda.

Império Islâmico

No ano de 622, Maomé recebeu a revelação de Alá, por meio das mensagens do anjo Gabriel. Como logo em seguida passou a pregar o monoteísmo e a condenar a idolatria, precisou fugir de Meca, por causa da perseguição dos coraixitas (tribo que controlava o comércio e lucrava com o politeísmo). Esse fato, que ficou conhecido como hégira foi o marco de fundação do islamismo e do calendário islâmico.

Sob os recursos de Maomé, os árabes mulçumanos expandiram sua civilização e comércio por toda Península Arábica, norte da África e mais tarde após a morte de Maomé chega até a Península Ibérica na Europa.

Os muçulmanos se estabeleceram então na península e, progressivamente, foram ampliando suas conquistas territoriais. Em consequência do domínio territorial e militar, veio também a influência cultural. A região das Astúrias abrigou durante o período da Invasão Mulçumana visigodos cristãos que se recusaram a submeter-se ao domínio árabe. Com o passar do tempo, tal sociedade foi se desenvolvendo, o que culminou com um processo de ampliação dos domínios em relação aos invasores mouros.

Na medida em que iam expulsando os invasores, os cristãos promoviam a reconstrução das povoações, dos templos e paços.

Durante o período do início da Reconquista – séculos XII e XIII, a região de Portugal assistiu ao auge do estilo românico.

O séulo XIV será marcado por duas expressões arquitetônicas principais:

• O Românico de Resistência – Norte;

• Gótico – Centro e Sul.

Com as navegações dos séculos XV e XVI, a arquitetura portuguesa vai levar suas tendências tradicionalistas e conservadoras, seu gosto pelas formas simples e concretas, pelos programas de pequena dimensão e até mesmo seu apego teimoso que a levou para um caminho próprio, às recém conquistadas colônias.

1490 1540 1580 1680 1750 1780

Estilo Manuelino Arquitetura Chã Pombalino

1540 1680 1800

Renascentista

/ Maneirista

Barroco Neoclássico

PANORAMA GERAL

1 1500 ~1530 Período Inicial de Ocupação

Primeiros aglomerados – função de defesa – litoral, modestas feitorias (embriões urbanos)

2 1530 ~1580 Primeiros Assentamentos

Primeiros assentamentos – donatários / colonizadores, controlados pela coroa.

3 1580 ~1640 Período Felipino Período de dominação espanhola

4 1640 ~1700 Restauração Portuguesa

Retomada do poder português

5 1700 ~1750 Urbanismo Minerador

Descoberta de ouro

Por volta de 1530, os portugueses começaram a se estabelecer na costa do Brasil, e iniciaram a construção de entrepostos para estocar o pau-brasil e outros produtos tropicais nativos, e também o para comércio de escravos. Os entrepostos eram construções precárias, cercadas de paliçadas que serviam como defesa contra os ataques dos índios e dos aventureiros, especialmente os franceses, que na época disputavam o comércio europeu com os portugueses.

Nos dois primeiros séculos é visível o protagonismo econômico do Nordeste na manutenção das relações políticas e econômicas com a Metrópole, uma vez que a atividade da cana-de-açúcar se desenvolvia essencialmente na zona da mata nordestina e a sede do Governo Geral se situava em Salvador.

Esta ordem social serviu de

base para o processo de transculturação que resultou do embate de matrizes culturais múltiplas: a cultura nativa existente dos indígenas; a cultura européia dos colonizadores portugueses e a cultura dos africanos escravos.

Salvador/BA

Não há mera transposição dos valores culturais hegemônicos para a Colônia. A própria cultura emissora sofre um processo de síntese e adaptação impostas não somente pela resistência do ambiente material, mas pelo contato com as culturas receptoras. Esta reciprocidade assimétrica de influências culturais marca o processo de miscigenação no Brasil, que não se reduz exclusivamente ao sincretismo cultural, mas se manifesta na miscigenação racial, traço cultural característico na formação do Brasil.

A arquitetura do período provém deste contexto. Verifica-se do ponto de vista dos programas arquitetônicos pouca diversidade tipológica, a saber: a arquitetura religiosa, a arquitetura militar e arquitetura civil de função pública e privada.

Mariana/MG

A importância do legado arquitetônico e artístico colonial no Brasil é atestada pelos conjuntos e monumentos que foram declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO. Estes são os centros históricos de Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São Luís do Maranhão, Goiás Velho, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo e as ruínas das Missões Jesuíticas Guarani em São Miguel das Missões.

Ouro Preto/MG

Olinda / PE

São Miguel das

Missões/RS

Salvador / BA

Cidade de

Goiás / GO