hoje macau 7 mai 2015 #3324

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h Metro Ligeiro, terrenos desocupados, TNR, recolha de resíduos ou o regulamento dos cibercafés são apenas alguns dos temas que vão estar em foco na próxima sessão plenária da AL. GCS GCS AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB AL | OBRAS PÚBLICAS UM ROSÁRIO DE QUEIXAS DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 7 DE MAIO DE 2015 ANO XIV Nº 3325 hojemacau Quem bate à porta? DEFENDIDAS MAIS CANDIDATURAS AO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS Fernando Gomes saiu da presidência do Conselho das Comunidades Portuguesas e, como manda a tradição, a ATFPM está na porta de entrada para assumir o cargo. Mas há quem defenda, a começar pelo ainda conselheiro Fernando Gomes, que seria mais saudável o aparecimento de outras candidaturas. PÁGINA 6 POLÍTICA PÁGINA 4 Os trilhos de Lionel Leong Nos labirintos de Borges GRANDE PLANO PÁGINA 3 PUB

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Hoje Macau N.º3325 de 7 de Maio de 2015

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Page 1: Hoje Macau 7 MAI 2015 #3324

hMetro Ligeiro, terrenos desocupados, TNR,

recolha de resíduos ou o regulamento dos cibercaféssão apenas alguns dos temas que vão estar em foco

na próxima sessão plenária da AL.

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Quembate à porta?

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Fernando Gomes saiu da presidência do Conselho das Comunidades Portuguesas e, como manda a tradição, a ATFPM está na porta

de entrada para assumir o cargo. Mas há quem defenda, a começar pelo ainda conselheiro Fernando Gomes, que seria mais saudável

o aparecimento de outras candidaturas.

página 6

política página 4

os trilhosde lionel leong Nos labirintos

de Borges

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de notícias, lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção andreia Sofia Silva; Filipa araújo; Flora Fong; leonor Sá Machado Colaboradores antónio Falcão; antónio graça de abreu; gonçalo lobo pinheiro; José Simões Morais; Maria João belchior (pequim); Michel reis; rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas antónio Conceição Júnior; arnaldo gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais guedes; isabel Castro; Jorge rodrigues Simão; leocardo; paul Chan Wai Chi; paula bicho Cartoonista Steph Grafismo paulo borges Ilustração rui rasquinho Agências lusa; Xinhua Fotografia hoje Macau; lusa; gCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo agostinho, n.º 19, Centro Comercial nam Yue, 6.º andar a, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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É talvez preciso assumirmos de uma vez por todas que em Macau não existe estado de direito, aquilo que os anglo-saxónicos chamam de “rule of law”. Aqui, neste abençoado niquinho de terra, bafejada pelos tsunamis do Jogo, está a ficar muito claro, depois da transferência de soberania, à imagem do acontecia antes, que os poderosos podem agir e fazerem o que bem lhe convém e apetece, que nada terá as devidas consequências.Por exemplo, por que razão não deu o Ministério Público ordem de prisão a Angela Leong, apanhada como dona

de uma pensão ilegal? Mandaram alguém revistar a sua casa à procura de documentos, quer relacionados com este caso da pensão, quer com eventuais outros? Se a senhora não fosse deputada e a dita quarta mulher de Stanley Ho, para além de ser multimilionária, não estaria neste momento nos calabouços da polícia, depois de ser apresentada às câmaras de televisão encapuzada?Basta, no entanto, uma denúncia de alguém que não gostou de uma mensagem no nosso Facebook para que a Polícia Judiciária surgisse na redacção deste jornal com uma

ordem para apagar o comentário, sem autorização de um juiz.Bastou, no entanto, uma queixa de um deputado contra este jornal, para eu, enquanto director, ter sido sujeito a um humilhante interrogatório e obrigado a deixar na sede da PJ a minha fotografia, de frente e de perfil, para além das impressões digitais. Caso eu me recusasse a fazê-lo, fui ameaçado de ser acusado do crime de desobediência... Claro que estes dois casos deram em águas de bacalhau...Este caso mostra bem como os po-derosos desta terra podem participar em negócios ilegais, sem que com

isso sofram verdadeiras consequên-cias. Foi preciso o dossiê Ao Man Long cair acabadinho na mesa do CCAC, vindo de Hong Kong e com conhecimento de Pequim, para que alguma coisa tivesse acontecido.Onde estão o MP e a PJ quando se trata de poderosos? No mesmo sítio onde sempre estiveram, antes e de-pois da transferência de soberania. Há coisas que não mudam.

pS: Já agora, queria aproveitar para pedir aos responsáveis da pJ se me poderiam ceder as minhas fotos. Ficariam a matar numa futura fotobiografia...

REFuGIADoS DA SíRIA chegam à ilha de Kos, na grécia, ontem. De acordo com a guarda Costeira grega, o númerode refugiados sem documentos que entraram por mar no país já ultrapassa os 10440 só no primeiro trimestre deste ano. no ano passado, foram 2863 os que chegaram no mesmo período.

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Há coisas que não mudam

“Queremos alargar o âmbito de acção do IPOR. Pensamos que há espaço, e o IPOR está consolidado, para que se olhe à volta e se encontrem sinergias, criando uma rede. Esta é mais uma estratégia para fortalecer o papelde Macau”João laurentino neves• Presidente do IPOR

“Com os colóquios do Fórum Macau, a China dedicou-se a trazer os países lusófonos para o seu lado, acentuando o ‘soft power’ diplomático”• Estudo de Émilie Trane José Carlos Matias, da USJ

“Em Macau, os processos de sociais estão ainda a amadurecer e por isso não me importo que haja um sufrágio semi-aberto”ng KuoK Cheong• Deputado, justificando a ideia de que seria bom a RAEM imitar Hong Kong na escolha do Chefe do Executivo

Declaro aqui que, no caso de a exigência de trabalho de uma empresa ser ajustadae não precisar de tanta mão-de-obra, é necessário que os patrões refiram isso à Direcção

dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e ao GRH dentro de 15 dias”lionel leong, secretário para a economia e Finanças, sobre a contratação de tnr | P. 4

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3grande planohoje macau quinta-feira 7.5.2015

o anúncio da saída de Fernando Gomes da presidência do Conse-lho das Comunidades

Portuguesas (CCP) coincidiu com a notícia de que Rita Santos irá ocupar o seu lugar nas próximas eleições para um organismo com presença no mundo inteiro. Apesar de ainda não haver data para o acto eleitoral, poderão aparecer outros candidatos para além da tradicio-nalmente candidata Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM)?

Fernando Gomes, ainda conse-lheiro, considerou ao HM que tal seria “interessante”, mas não quer, para já, fazer previsões. “As pes-soas são livres de se candidatarem e de sentirem essa responsabilidade. Num sistema democrático é sem-pre saudável haver mais listas e um debate de ideias, para que se possa promover o CCP. Com a alteração da nova lei, ainda há pessoas que desconhecem e é sempre interes-sante e motivante”.

Jorge Fão, membro da direcção da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), considera que a ATFPM será a única entidade na corrida, com os nomes de Rita Santos, José Pereira Coutinho e Armando de Jesus à cabeça.

Em jEito dE balançoPara Fernando Gomes, os sete anos de trabalho à frente dos destinos do CCP foram proveitosos. “Tem funcionado na sua plenitude. Somos 150 mil portugueses inscritos, e a percepção do trabalho é para todo o núcleo da comunidade portuguesa. Alguns membros de etnia chinesa precisam de maior orientação por causa do desconhecimento da língua. O trabalho é positivo e deve continuar”, disse, assumindo a existência de algum “desconhecimento” face àquilo que o CCP pode fazer. “Há uma série de problemas, muitas vezes por desconhecimento. Em termos de acesso consular, a atribuição de uma série de documentos e pedidos, o gabinete tem funcionado muitas vezes complementando o trabalho do consulado. Imagine-se qualquer cidadão ter de se dirigir ao consulado para esclarecer uma dúvida, seria o caos”, concluiu. Já Jorge Fão fala de um “trabalho que me é distante”. “Não vi nada de concreto em benefício da comunidade portuguesa aqui residente, tirando o trabalho pessoal feito por Fernando Gomes. Acredito mais no trabalho feito por um bom cônsul ou diplomata. Faria mais sentido se o Governo português dedicasse mais atenção às comunidades portuguesas através de missões diplomáticas”, frisou.

“Devia haver mais candidatos, é sempre bom que num acto eleitoral hajao mínimo de disputa”Miguel de Senna FernandeS Presidente da associaçãodos Macaenses

CCP Em dEfEsa dE mais candidaturas

Haverá vida para além da aTFPM?Ainda não há data para as eleições do Conselho das Comunidades Portuguesas, mas já se sabe que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública está na corrida. Poderão haver mais candidatos, tal como no passado? Miguel de Senna Fernandes fala da “força de mobilização” da ATFPM. Jorge Fão acredita que não vão haver mais candidaturas

“Acho que não vai haver mais candidatos. No passado foram chineses de Macau que votaram, na sua maioria. A ATFPM arrebanhou um grupo de chineses para ir lá votar e ganhou as eleições. Acho

“Num sistema democrático é sempre saudável haver mais listas e um debatede ideias, para quese possa promovero CCP”Fernando goMeSConselheiro do Conselhodas Comunidades Portuguesas

“Acho que não vai haver mais candidatos. No passado foram chineses de Macau que votaram, na sua maioria. A ATFPM arrebanhou umgrupo de chinesespara ir lá votar e ganhou as eleições”Jorge Fão Membroda direcção aPoMaC

que isso vai acontecer, porque basta ver o que se tem passado nestes dias. Mais ninguém se vai candidatar”, disse Fão ao HM, numa referência ao apoio que a ATFPM tem prestado junto dos

chineses portadores do passaporte português no recenseamento elei-toral no Consulado de Portugal.

“Não queremos dividir a co-munidade, entre portugueses de passaporte e sem passaporte, mas é isso que está a acontecer. Como a [ATFPM] já arrebanhou essas pessoas, já se sabe de antemão que, mesmo que falantes de Português votem em peso, é bem capaz de não ganhar [outros candidatos]”, adiantou Jorge Fão.

Prognósticos só no finalMiguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM), confessa ser cedo para fazer previsões, mas fala do poder eleitoral que a ATFPM já tem.

“Parece-me que a ATFPM é a única força, neste momento, com capacidade de mobilização. Portanto é legítimo que eles se candidatem”, explicou ao HM.

“Devia haver mais candidatos, é sempre bom que num acto eleitoral haja o mínimo de disputa. Mas o que está aqui em causa é também o debate de ideias. Haverá e há questões de interesse da comuni-dade portuguesa em Macau que merecem ser discutidas”, adiantou.

Miguel de Senna Fernandes prefere esperar para ver se as neces-sidades da comunidade portuguesa vão despertar o interesse de outros candidatos. “Quando as pessoas se querem mobilizar, mobilizam-se sempre. Dentro daquilo que o con-selho pode fazer, o que vai motivar as pessoas para uma candidatura deste género? Admite-se sempre a hipótese de haver uma única lista, mas tem a ver com a opinião que as pessoas têm sobre o conselho. Se faz alguma coisa e é útil para a comunidade.”

Fernando Gomes assumiu a presidência do CCP em 2008, sen-do que em 2003 houve quatro listas na corrida. José Pereira Coutinho, José Silveira Machado e Mário Alberto Gabriel seriam os eleitos, com mais de dois mil votos.

andreia sofia [email protected]

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4 hoje macau quinta-feira 7.5.2015

Condutores nãoresidentes em estudoLionel Leong revelou que o Governo já pediu a uma instituição académica para estudar se é necessária a introdução de condutores não residentes em Macau, tendo prometido a divulgação do relatório “em curto prazo”. O Secretário disse que “vai analisar com rigor se a medida é operacional e correspondente à lei actual”, bem como “auscultar as opiniões de diversas associações”.

Alterações à Lei do Comércio Externo na ALJá deu entrada na Assembleia Legislativa (AL) a proposta de lei que visa implementar algumas alterações à Lei do Comércio Externo. Olhando para a nota justificativa, pretende-se introduzir a escolha do “desalfandegamento antes da declaração” na alfândega, algo que “aumentará a facilidade dos operadores logísticos, especialmente os que usam os veículos pesados de contentores como equipamentos de transporte, na passagem alfandegária das mercadorias, fazendo com que Macau possa acompanhar o desenvolvimento regional, no sentido de desenvolver os efeitos de Macau a nível da cooperação regional”, pode ler-se.

LioneL Leong LiCEnçA dE pAtErnidAdE nO CpCS E tnr dEbAixO dE OLhO

os caminhos do SecretárioPela terceira vez, um Secretário respondeu a dúvidas de residentes num programa de rádio. Lionel Leong garantiu que, em caso de crise económica, o Governo se reserva ao direito de diminuir a percentagem de não residentes no mercado laboral. A revisão das licenças de Jogo foi também debatida, no dia em que o Secretário para a Economia e Finanças avançou ainda que a licença de paternidade vai arrancar este ano

O Secretário para a Eco- nomia e Finanças, Lionel Leong, referiu ontem no programa

do canal chinês da Rádio Macau “Macau Talk”, que os trabalhado-res não-residentes (TNR) servem apenas como um “complemento para a insuficiência de mão-de--obra em Macau”, tendo garantido que os trabalhadores locais nunca sairão prejudicados do recrutamen-to de trabalhadores ao exterior. O responsável falava pela primeira vez aos residentes, tendo garantido que as quotas de TNR podem ser diminuídas caso seja necessário.

Lionel Leong respondia a um ouvinte que se queixou de “in-

justiça” numa empresa com dez quotas para TNR, mas apenas com três funcionários locais. O mesmo ouvinte disse que alguns locais foram despedidos sem justa causa depois do Gabinete de Recursos Humanos (GRH) ter atribuído essas quotas.

“Nunca iremos permitir que os empregadores demitam traba-lhadores locais sem justa causa, depois de serem atribuídas as quotas”, disse, frisando que em Macau já existe um mecanismo para a saída dos TNR. “[O que o ouvinte apontou] é uma absoluta violação da política de emprego e dos direitos laborais. Declaro aqui que, no caso de a exigência

de trabalho de uma empresa ser ajustada e não precisar de tanta mão-de-obra, é necessário que os patrões refiram isso à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e ao GRH dentro de 15 dias”, afiançou.

O Secretário para a Economia e Finanças frisou ainda que, caso a economia de Macau mude e in-fluencie o desenvolvimento de um determinado sector, o Governo tem o direito de diminuir ou eliminar as quotas de TNR desse sector.

Licença de paternidadejá este anoO Secretário para a Economia e Finanças adiantou ainda que a nova licença de paternidade pode-rá entrar em vigor este ano, uma vez que o Conselho Permanente de Concertação Social já está a debater o assunto. Lionel Leong, respondendo a um ouvinte, pro-

“Nunca iremos permitir que os empregadores demitam trabalhadores locais sem justa causa, depois de serem atribuídas as quotas”

maior Consenso faCe à publiCidade ilegalUm ouvinte disse a Lionel Leong que os organismos do Governo teriam diferentes posições face à publicidade ilegal sobre o Jogo. Contudo, o Secretário revelou que, numa reunião recente com Sónia Chan, da Administração e Justiça, incluindo o IACM e DSE, “foi consolidada a comunicação entre direcções, tendo sido gerado um maior consenso quanto à execução da lei”. Lionel Leong garantiu que já pediu informações aos assessores jurídicos sobre a melhor definição de publicidade ilegal, para que se possa produzir uma lei mais adequada à realidade.

revisão as licenças de Jogo, tendo explicado que a revisão intercalar, já iniciada, “não tem uma relação directa com a autorização, ou não, de mais licenças”, sendo um pro-cesso semelhante ao de um exame médico. “É como um exame feito ao corpo, de forma a esclarecer o futuro das operadoras de Jogo.”

O Secretário frisou que o Go-verno Central não emitiu quaisquer instruções para a RAEM adoptar durante esse processo, esperando ainda que as operadoras possam oferecer formações aos seus fun-cionários. Tudo para que cresçam na carreira e diversifiquem os trabalhos desenvolvidos.

Questionado sobre a quebra das receitas de Jogo, Lionel Leong apenas confirmou que essa situação apenas gerou menos excedentes financeiros para o Governo, em relação aos anos anteriores, sendo possível o ajustamento dos cheques entregues à população. Algo que, aliás, já tinha referido na AL.

“É possível que tenhamos de ajustar os montantes da compartici-pação pecuniária com o desenvol-vimento económico nos próximos anos”, voltou a dizer Lionel Leong, que revelou a tentativa do Execu-tivo em equilibrar o orçamento nos próximos tempos, para que continuem a existir excedentes.

O estudo sobre as operadoras está a ser levado a cabo por uma ins-tituição de ensino superior, como tinha já sido anunciado, ainda que Lionel Leong se tenha recusado a divulgar o nome.

Flora Fong [email protected]

meteu analisar as práticas interna-cionais para defender quantos dias de licença serão implementados.

Actualmente, recorde-se, a legislação permite apenas que os homens possam ter dois dias de faltas justificadas depois do nascimento dos filhos, enquanto as mães gozam de uma licença de 56 dias desde 2009.

revisão “como um exame Físico”Lionel Leong respondeu ainda a questões sobre o processo de

GCS

pOlítica

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IHIH nas IlHas

5 políticahoje macau quinta-feira 7.5.2015

pub

• Foi ontem inaugurada a delegação do Instituto da Habitação (IH) das Ilhas, que ficará localizada no Edifício do Lago, na Taipa. Em comunicado, o organismo afirma que “além da prestação dos serviços de administração de edifícios já existentes anteriormente, foram disponibilizados ainda os serviços relativos à actividade de mediação imobiliária a partir de Abril. O IH espera servir melhor os residentes das Ilhas com a criação dessa Delegação”.

DsaT Chiang Ngoc Vai novo director. Wong Wan volta ao IACM

Obras Públicas Fusão de departamentos

N AdA a fazer. Os filhos de idosos do continente que são residentes do território não vão poder

usufruir da fixação de residência em Macau. A decisão voltou ontem a ser afirmada pela Direcção dos Serviços de Identificação (DSI).

A questão dos “filhos maiores” está relacionada com a atribuição de bilhetes de identidade de re-sidentes a idosos do interior da China, que foram autorizados a residir em Macau. Os filhos destes, contudo, não têm o mesmo direito e a separação familiar tem levado os idosos a marchar nas ruas de Macau sempre que há manifestações. O pedido é sempre semelhante: que os descendentes possam vir para cá, até para tratarem dos pais.

Num comunicado emitido após uma reunião que aconteceu entre a dSI e representantes da Associa-ção dos Filhos Não Beneficiados de Pais Residentes Permanentes de Macau, o organismo do Go-verno explica que não vai haver mudanças.

“Os princípios e o âmbito de aplicação da política relativa a requerimentos de fixação de resi-dência em Macau dos cidadãos do interior da China têm vindo a ser os mesmos, não tendo o Gover-no Popular Central procedido a quaisquer alterações, mesmo nos arranjos para a questão dos ‘filhos maiores’. [Conforme] dezembro de 2009, os requerentes terão de reunir os requisitos estipulados nos termos das normas da altura”, reitera a nota da dSI.

O Secretário para os Transpor-tes e Obras Públicas, Rai-

mundo do Rosário, quer reduzir os departamentos da sua tutela. O responsável quer acabar com “três a quatro departamentos”, sendo que o objectivo passa por fundir alguns deles.

À margem da inauguração da nova delegação do Instituto de Habitação nas ilhas, Raimundo do Rosário falou do novo objec-tivo. Actualmente, a Secretaria das Obras Públicas conta com 15 serviços, sendo que sete deles têm menos de uma centena de fun-cionários, como o Secretário já tinha, aliás, dito na apresentação

das Linhas de Acção Governativa para a sua pasta. de acordo com a Rádio Macau, a Autoridade de Aviação Civil, o Gabinete para o desenvolvimento de Infra--estruturas, o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, o Gabinete para o desenvolvimento do Sector Energético, o Conselho de Ciência e Tecnologia, a Comis-são de Segurança dos Combustí-veis e a Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações são alguns destes departamentos. De acordo com informações reco-lhidas pela Rádio, é deste grupo de departamentos que vai sair a fusão de alguns serviços.

O subdirector da Direcção dos Serviços para os Assuntos de

Tráfego (DSAT) vai ser o substituto de Wong Wan, que deixa o cargo actual e regressa ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

O anúncio de que Chiang Ngoc Vai toma os comandos do organis-mo foi feito ontem, por Raimundo Rosário, Secretário para as Obras Públicas e Transportes, à margem da inauguração da nova delegação

do Instituto de Habitação nas ilhas. Chiang, que trabalha na Função Pública desde 1990, inicia funções na quarta-feira.

Chiang Ngoc Vai é licenciado em Engenharia Civil pelo Chu Hai College, de Hong Kong.

Já Wong Wan, o director que pediu a saída do cargo recentemente, está de regresso ao IACM. A confir-mação foi dada ao HM pelo Gabinete da Secretária para a Administração

e Justiça, Sónia Chan. De acordo com este organismo, “dependerá do IACM” o cargo a ser ocupado por Wong Wan, mas fontes próximas do HM falaram na hipótese de este vir a ocupar o cargo de técnico-assessor.

Wong Wan já desempenhou funções no IACM, tendo saído do instituto quando Lau Si Io, ex--Secretário para os Transportes e Obras Públicas, deixou também o cargo no organismo.

Não vão ser abertos precedentes: os filhos de idosos residentes de Macau que nasceram no interior da China não vão poder vir para cá viver, simplesmente porque não preenchem os requisitos pretendidos para tal. Nem a justificação de necessidade de mão-de-obra, apresentada pelos pais, satisfaz o Governo, que diz que não se podem misturar reunificações com recursos humanos

“Filhos Maiores” DSI reItera ImpeDImento De fIxação em macau

Chineses de outro lado

Foi em 2001 que as autoridades da Polícia de Segurança Pública do interior da China abriram uma ex-cepção para estes idosos. Antes de 1 de Novembro desse ano, os filhos dos residentes de Macau, menores de 14 anos, que se encontravam a residir na China e que satisfizessem as condições estipuladas puderam requerer a deslocação a Macau para fixação de residência. Contudo, se durante a apreciação do pedido tivessem completado 14 anos ou mais, deixavam de apresentar con-dições para autorização do pedido.

“Os ‘filhos maiores’ referem-se a filhos nascidos no interior da Chi-na de pais residentes de Macau que, durante o processo da apreciação do pedido, se tornaram maiores da idade permitida”, avança a DSI.

FILHOs E rEcursOsOs representantes da Associação entendem que a vinda para Macau

dos filhos residentes no continente poderia resolver o problema da falta de recursos humanos, além de poderem estes cuidar dos pais idosos e dependentes, e solicitam com base nesta justificação a au-torização da fixação de residência em Macau.

Para a dSI, contudo, a questão não se mistura e, se os pais preci-sam de cuidados, deverão seguir outras políticas.

“Os filhos residentes no in-terior da China podem requerer perante as autoridades da Polícia de Segurança Pública da China a deslocação a Macau para fixação de residência, a título de cuidar dos pais idosos, segundo as nor-mas do Regulamento Provisório de Controlo da Deslocação dos Cidadãos Chineses a Hong Kong e Macau por Motivos Pessoais. O Governo chinês tem requisitos rigorosos e a autorização da des-locação a Macau para aqui fixar residência, a título de reunião familiar, é requerida nas autori-dades competentes do interior da China. O pedido só será deferido se o requerente preencher todos os requisitos exigidos, caso contrário o pedido será recusado.”

A DSI diz ainda que a fixação de residência em Macau dos filhos nascidos na China e o reforço de recursos humanos “são assuntos distintos” e que se “se satisfizesse a pretensão de algumas pessoas, poderiam surgir mais outras novas reivindicações”.

Joana [email protected]

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6 política hoje macau quinta-feira 7.5.2015

I nformações sobre os 48 terrenos não recuperados do Go-verno e novidades sobre o prazo de finalização, funcionamento

e o orçamento do metro. Estes são os assuntos que os deputados mais colocam em cima da mesa da próxima sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL). Mas o hemiciclo volta ainda a receber questões sobre a percentagem de TNR, infiltrações de água, número de profissionais de saúde necessá-

Obras públicas. Este é o principal assunto a ser debatido na futura sessão plenária da Assembleia Legislativa, que vai acontecer na próxima segunda-feira. Os deputados querem saber novidades sobre o metro, habitação pública e terrenos desocupados. Mas há ainda a questão dos TNR, que Ella Lei leva de novoao hemiciclo

AL Obras públicas dOminam sessãO plenária

Os doze trabalhos de Raimundo

[os deputados] Zheng Anting, Chan Hong, Angela Leong e Wong Kit Cheng vão trazer ao hemiciclo questões relacionadas com o auxílio a vítimas de abuso sexual, tratamento e recolha de resíduos electrónicos e como regulamentodos cibercafés

rios e a revisão da lei que regula a actividade dos cibercafés.

Kwan Tsui Hang vai inquirir o Governo acerca do prazo de funcionamento do metro, sem esquecer novidades sobre a defi-nição do orçamento e das obras. Ainda que o próprio Secretário já tenha referido não haver notícias para dar, outra das questões que a deputada vai colocar tem que ver com a inspecção do processo de construção.

“Existe um mecanismo de avaliação de desempenho dos empreiteiros?”, questiona. É que para a representante da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), chegou-se a “uma situação caótica” e é preciso apertar o cerco à falta de supervisão e falta de um orçamento.

Também Ng Kuok Cheong denuncia problemas na supervi-são desta obra. De acordo com o deputado, é um processo que se encontra atrasado e é preciso infor-mar a população acerca de prazos. Ng quer ainda saber como é que vão ser punidos os responsáveis pela “negligência administrativa” que provocou estas derrapagens. “De que medidas dispõem para a imputação de responsabilidades aos governantes envolvidos?”, pergunta.

A insatisfação e indignação com o rumo das obras públicas não acaba aqui. Song Pek Kei refere a construção do metro para justificar uma necessidade eminente de alterar os processos de adjudicação de obras, hoje em dia decidido para a empresa que oferecer o orçamento mais baixo.

Porém, a deputada considera que este lema nem sempre ajuda a es-colher a empresa que melhor faz o trabalho. “Este regime [do preço mais baixo] deve ser alterado por outro mais específico, por exemplo

[metro ligeiro] “De que medidas dispõe [o Executivo] para a imputação de responsabilidades aos governantes envolvidos?”Ng KuOK CheONg Deputado

“A grande quantidade de TNR, para além de causar implicações no trabalho dos residentes, também é motivo do aumento das rendas, da elevação da pressão na passagem das fronteiras (...) entre outros problemas negativos”eLLA Lei Deputada

a criação de uma base de dados dos adjudicatários, dos sistemas de classificação dos empreiteiros e obras públicas por classe, etc”, refere a deputada. A ideia parece ir ao encontro da criação de um processo de selecção que tenha em conta o background profissional das empresas e equipas de trabalho para que tais informações sirvam para extrapolar a média de tempo e orçamento que determinada obra vai demorar. Por outro lado, é Au Kam San quem volta a insistir em saber o que é feito dos 48 terrenos que ainda não foram recuperados, pedindo ainda uma lista pública com as suas localizações que a população possa consultar.

Chega de inflitraçõesJá Si Ka Lon e Mak Soi Kun levam ao hemiciclo um assunto que tem sido bastante falado. No-vamente, trata-se de um problema relacionado com obras públicas, desta feita com o Instituto de Habitação. Si Ka Lon quer ver implementado um melhor siste-ma de resolução das queixas que chegam ao Centro Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios.

“Perante a prática em que cada serviço empurra as responsabili-dade para o outro, os problemas não são atempada e efectivamente resolvidos”, lamenta Si na sua interpelação. Assim, espera que o Governo aumente o número de tra-balhadores do centro para facilitar e acelerar as inspecções a edifícios. Mak Soi Kun também aponta pro-blemas, mas ao nível do tempo que demora até que os sistemas de água

com problemas voltem a ficar em mau estado depois de reparados. O deputado pede explicações sobre os dinheiros gastos para colmatar esta questão.

outros dos outros assuntos da próxima sessão plenária têm que ver com a revitalização dos bairros antigos e estabelecimento de negócios nestes locais, que será trazido por Kou Hoi In.

ella lei e os tnrElla Lei insiste em saber mais sobre os TNR, como o seu background escolar e profissional e idade. Para a deputada, os trabalhadores es-trangeiros estão a ocupar empregos em Macau que poderiam ser para residentes. “A grande quantidade de TNR, para além de causar impli-cações no trabalho dos residentes, também é motivo do aumento das rendas, da elevação da pressão na passagem das fronteiras (...) entre outros problemas negativos”, aponta.

Já Leong Veng Chai vai debru-çar-se na tese de proibição total de fumo nos casinos, lei que quer ver implementada quanto antes, juntamente com um aumento dos impostos sobre o tabaco.

Por último, Zheng Anting, Chan Hong, Angela Leong e Wong Kit Cheng vão trazer ao hemiciclo questões relacionadas com o au-xílio a vítimas de abuso sexual, tratamento e recolha de resíduos electrónicos – que Leong considera serem prejudiciais para a saúde –, com o regulamento dos cibercafés que permite que jovens com 16 anos joguem em máquinas que podem incitar ao vício e, finalmente, uma lista do número de profissionais necessários para a área da saúde.

leonor sá [email protected]

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7sociedadehoje macau quinta-feira 7.5.2015

s heldon Adelson mantém a tese de que não houve qualquer pressão junto de Pequim para a obtenção da sua licença de

jogo e assegura que nunca conheceu sequer ng lap Seng, o empresário que, alegadamente, teria ajudado nesse pro-cesso. o magnata da Sands continua a testemunhar num tribunal de las Vegas, no processo que o opõe a Steve Jacobs, ex-director da Sands China.

de acordo com a imprensa norte--americana, Sheldon Adelson assegurou, quando questionado sobre se conhecia ng lap Seng, que não conhecia o em-presário de Macau, ainda que tivesse ouvido falar dele. “ouvi dizer que ele era construtor, ou que era o presidente de uma associação do sector imobiliário ou assim”, frisou, citado pelo The Guardian.

Adelson disse ainda não saber de alguém da empresa que tenha lidado com ng lap Seng, quando confrontado por James Pisanelli, advogado de Ja-cobs, com o perfil do empresário: terá servido de mensageiro para a empresa de Adelson e é membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

emails postos a descoberto pelo Pro-grama de Jornalismo de Investigação da Universidade da Califórnia mostraram

U M terreno de mais de mil metros quadrados foi re-cuperado na doca do lam

Mau, no Fai Chi Kei, e vai ser reservado para a construção de habitação pública. o anúncio foi ontem feito pela direcção dos Serviços para os Assuntos Sociais e Cultura (dSSoPT), no dia em que o terreno foi revertido.

“Será sobretudo aproveitado para a construção de habitação pública e, segundo a estimativa, permitirá proporcionar cerca de cem fracções T2”, pode ler-se num comunicado.

Continua o testemunho de Sheldon Adelson no processo que opõe o magnata a Steve Jacobs. o empresário nega novamente pagamentos feitos em Pequim alegadamente pelo empresário de Macau ng lap Seng e diz que nem o conhece

Adelson Desconhece ng Lap seng e nega pagamento De Licença De Jogo

“Há muitos ng em Macau”

HAbitAção PúblicA RecuPeRAdo teRReno no lAM MAu PARA constRução

Seja feita a vossa vontadeo terreno terá sido ilegalmente

ocupado e vedado e estava a servir como depósito de contentores, de materiais de construção e estacio-namento de veículos, pelo que a dSSoPT abriu um processo. em finais do ano passado foi enviado o edital para notificar os ocupan-tes e lhes exigir a desocupação e reversão do terreno dentro do prazo fixado.

“os ocupantes manifestaram que iriam cooperar com a Adminis-tração neste sentido, tendo por fim removido a maioria dos objectos e

materiais de construção existentes no local por iniciativa própria. Porém, havendo ainda algumas construções ilegais e objectos no local, a Administração veio então [ontem] proceder à acção de rever-são do terreno que foi ilegalmente ocupado e estas despesas ficarão ao encargo dos respectivos [ocu-pantes]”, escreve ainda o Governo.

Mão cheia de projectoseste é um dos poucos terrenos re-cuperados ultimamente que não é industrial e que poderá servir para a

construção de habitação pública. o lote integra a lista onde vão surgir edifícios para a população, a par de outros como o edifício do lago e o complexo habitacional de Seac

Pai Van, que foram já concluídos e habitados, e a habitação social na estrada nordeste da Taipa, ainda em construção.

Mas o Governo diz ter mais truques na manga. “A par dis-so, em função da localização dos terrenos e do planeamento, outros terrenos revertidos serão destinados a protecção da manta vegetal das colinas, construção de jardins ou zonas de lazer, assim como infra-estruturas viárias e sistema pedonal”, compromete-se a dSSoPT.

desde 2009, o Governo recu-perou um total de 57 terrenos da RAeM que foram ilegalmente ocupados, perfazendo uma área global superior a 235 mil metros quadrados. j.F.

• Ocorreu ontem, às seis da manhã, uma forte explosão num depósito de materiais de construção, na Areia Preta, junto ao Centro Industrial Furama. Três rebentamentos, seguidos de um incêndio, alarmaram a população da zona, mas não fizeram feridos. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o fogo foi controlado e as autoridades suspeitam que o incidente tenha estado relacionado com as baterias que eram armazenadas no depósito.

Explosão na arEia prEta

que, em 2012, Ng foi identificado como o contacto de leonel Alves em Pequim. Adelson respondeu apenas que “em Macau, há muitas pessoas com apelido ng. não é tão comum como Kim ou Park, na Coreia, mas há.”

ataques reFutadosJacobs, recorde-se, acusou Adelson de o ter despedido devido ao facto do antigo responsável da Sands em Macau ter acu-sado o magnata de ligações às tríades e de ter feito pagamentos avultados a leonel Alves, deputado e advogado de Macau, para subornar membros do Governo para obter uma licença. Jacobs também acusa Adelson de o ter despedido por este ter recusado fazer pagamentos ao advogado que seriam, de acordo com o ex-director, para subornar os oficiais de Pequim. De acordo com a imprensa dos eUA, Adelson rejeita qualquer das acusações.

“nunca houve subornos. nunca aconteceu. empresas como a nossa recebem ofertas de pessoas todos os dias. da Índia, da Rússia. ontem, foi do Cazaquistão”, disse, acrescentando que rejeita estas “ofertas”, normalmente ligadas à abertura de casinos, porque “cheiram a corrupção”.

em causa no processo está ainda o pagamento de de 5,5 milhões de patacas a leonel Alves. Pagamento esse que o departamento legal da Ssnds China disse ser demasiado elevado e eventualmente contrário às leis anti-corrupção dos estados Unidos.

Adelson negou que os pagamentos não fossem adequados às taxas pratica-das no território e disse que, apesar de documentos revelados em 2012 terem indicado que Alves assumiu “que podia resolver os problemas da Sands por 300 milhões de dólares”, estes se referiam “apenas a uma mensagem” do advogado sobre as taxas para resolver problemas de propriedade – os apartamentos do Four Seasons e a sua venda – e a um outro “processo” que a operadora enfrentava.

“não houve subornos”, disse nova-mente o magnata, que defendeu ainda Alves, considerando-o “um honesto... quer dizer, um bom advogado”. j.F.

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8 sociedade hoje macau quinta-feira 7.5.2015

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AnúncioHM 1ª vez 7-5-15

Acção Ordinária n.º CV3-05-0029-CAO 3º Juízo Cível

AUTOR: MAI GOU, casado, residente em HONG KONG, Flat/RM 43 9/F Tshun Ngen BLDG 41-43 Hillwood RD KL HK.RÉUS: CHOI IO WENG, masculino, residente em Macau, na Rua de S. Domingos, n.º 5-A; CHIN KEI TAK, masculino, com última morada conhecida em Macau, na Avenida Dr. Sun Yat Sen, Edf. Va Fong Kok, 12º andar “A”.

***

FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, notificando o Réu CHIN KEI TAK para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, constituir novo mandatário, sob pena de o processo prosseguir os seus termos, aproveitando-se os actos anteriormente praticados pelo advogado nos termos do artº 81º do Código de Processo Civil de Macau, face à renuncia aos mandatos pelos seus advogados, Sr. Dr. PEDRO REDINHA, Sra. Dra. CÉLIA SILVA PEREIRA, Sr. Dr. KUONG KUOK ON e Sr. Dr. CHEANG SENG CHEONG.

Macau, aos 29 de Abril de 2015.

*****

A Fundação Ma-cau atribuiu no primeiro trimes-tre mais de 260

milhões de patacas em sub-sídios. Ao contrário do que é habitual, a Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST) não integra a lista e uma boa parte dos fundos foi dedicada a custear planos de actividades.

O valor dos apoios finan-ceiros – mais 112 milhões de patacas do que no mesmo período do ano passado – chegou aos 266,121,759 patacas, com a Federação das Associações dos Ope-rários de Macau (FAOM) a receber a fatia mais choruda. À FAOM – das deputadas Kwan Tsui Hang e Ella Lei – foram atribuídos mais de 22,5 milhões de patacas para as despesas com o plano anual de 2014 e das 45 ins-tituições e 30 unidades a si subordinadas.

DSEJ “Atitude sem barreiras” importante na educação especial

LEOng Wai Kei, Che-fe do Departamento

de Estudo da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), defen-deu ontem no programa “Call in Macau”, do canal chinês da Rádio Macau, que a atitude da população em relação à educação especial deve ser diferen-te. A responsável referiu que não basta criar infra--estruturas físicas para facilitar as deslocações dos deficientes, mas que é necessário implementar uma “atitude sem bar-reiras”.

“Muitos residentes acham que é preciso ter rampas para os deficien-tes físicos, um percurso especial para os deficien-tes visuais e sistemas auditivos para os defi-cientes auditivos. Mas uma coisa mais impor-tante é a nossa atitude, a aceitação de pessoas com necessidades diferentes”.

Leong Wai Kei acres-centou que há pais com filhos sem deficiência que procuram escolas com educação especial, para que estes saibam compreender e aceitar pessoas com outros pro-blemas. A responsável da DSEJ disse ainda no programa de rádio que a disciplina de Educação Cívica deveria ensinar ainda os alunos a não discriminar pessoas di-ferentes. F.F.

Pensões ilegais Fracção de Angela Leong nos Lake View selada

Mais 112 milhões do que no primeiro trimestre do ano passado, mas maior distribuição. A Fundação Macau voltou a ser generosa com as entidades do território, atribuindo mais de 260 milhões de patacas. A FAOM fica no topo da lista e os Lai Si do ano novo contribuem para as despesas

Lai Si de peSona lista de atribuições de subsídios da Fundação Macau pode ver-se que foram ainda atribuídos 8,6 milhões de patacas para Lai Si, os envelopes vermelhos. Ainda que distribuídos por diferentes associações, foram quase nove milhões para “apoios financeiros para a distribuição de sobrescritos auspiciosos por ocasião do Ano novo Chinês 2015”, revela a lista da Fundação.

Fundação Macau Mais de 260 Milhões doados eM três Meses

a dar e a vender

Segue-se o apoio finan-ceiro para o plano anual de 2015 da União geral dos Moradores de Macau (UggAM), da qual faz parte o deputado Ho Ion Sang, e das suas 26 filiais, que foi de 17,5 milhões de patacas. Também a Associação geral das Mulheres recebeu mais de 17,9 milhões de patacas: 5,9 milhões para a primeira fase das obras de construção do novo edifício escolar da Escola Fu Luen e o restante para o plano anual de 2015 da entidade e das 19 unidades a si subordinadas.

A Fundação Católica de Ensino Superior Universi-tário recebeu 15,2 milhões de patacas para o plano de

actividades do ano lectivo 2014/2015 da Universidade de São José.

Soma e SegueA Cáritas de Macau faz também parte da lista, tendo recebido mais de 14 milhões de patacas para despesas de funcionamento dos primeiros três anos da prestação de “Serviços de Apoio a Idosos

em Casa da Cáritas de Macau” e para o plano de actividades de 2013 e de 2015. Segue-se a Aliança de Povo de Instituição de Macau, dos deputados Chan Meng Kam, Song Pek Kei e Si Ka Lon, que recebeu 11 mi-lhões de patacas para o plano de actividades da associação.

A Obra das Mães está in-cluída na lista (6,1 milhões de patacas), bem como a Casa de Portgual em Macau (cinco mi-lhões) e o Centro Incubador de novas Tecnologias de Macau, que recebeu 6,9 milhões de pa-tacas em apoio financeiro para o desenvolvimento do plano “Incubação, Investigação e Desenvolvimento de novas Tecnologias de Macau”.

À Associação de Benefi-cência do Kiang Wu foram atribuídos 2,16 milhões de patacas para pagar despesas com o plano de actividades do Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, de 2013, e com a aquisição de equipamentos para o hospital privado.

A Fundação Macau atri-buiu ainda 16,7 milhões de patacas em bolsas de estudo, tendo as “Bolsas Especiais de Mérito” atingido os 14,2 milhões.

Joana [email protected]

UMA fracção autónoma no edifício “Lake View” foi

selada pelos Serviços de Turismo (DST) pela suspeita de prestação ilegal de alojamento e a proprie-dade está em nome da deputada Angela Leong. De acordo com um mandato de notificação publicado pelo jornal All About Macau, um apartamento, localizado no bloco 3 do edifício “Lake View”, frente aos lagos nam Van, foi selado por alegado alojamento ilegal. Também o fornecimento de água e electrici-dade estão suspensos desde dia 14 de Abril.

O mandato mostra que a proprie-tária da alegada fracção autónoma é Angela Leong, deputada e directora

executiva de Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Uma moradora da-quele edifício disse desconfiar que está a ser prestado alojamento ilegal noutras fracções do prédio, mas ao tentar fazer queixas ao escritório de gestão predial, nada ficou resolvido.

O mesmo jornal investigou ainda que a empresa de gestão é a Administração de Propriedades de STDM, que tem Angela Leong na Administração. Além disso, um website da China intitulado “w.cn” mostra informações onde refere que existem “pensões familiares no edifício Lake View”, por 400 renminbis por dia. no entanto e ao abrigo da lei vigente de Macau, não é permitido criar pensões familiares.

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9 sociedadehoje macau quinta-feira 7.5.2015

F oi o ano passado que o ins-tituto Português do oriente (iPoR) deixou de ter no seu grupo de associados

as empresas CESL-Ásia e Banco Espírito Santo do oriente (BESoR, actual Novo Banco Ásia), confor-me disse ao HM João Laurentino Neves, o director da instituição.

o que terá então motivado à saída de dois accionistas do orga-nismo de ensino do português a estrangeiros? José Morgado, CEo do Novo Banco Ásia, garante que a decisão foi feita em Portugal e estará ligada à crise vivida no seio da instituição bancária. Recorde-se que o Banco Espírito Santo (BES) faliu e passou a chamar-se Novo Banco, estando num processo de venda.

Morgado garante que não há, para já, a possibilidade do banco voltar a participar financeiramen-te no iPoR. “o banco está num processo de venda, não faz sentido estar a analisar uma questão desse tipo. Não sabemos quem vai ser o futuro dono do banco. o processo está a evoluir e a decisão foi feita em Portugal, a decisão foi vei-culada ao iPoR directamente de Portugal”, explicou.

Sem raízeSJá António Trindade, CEo da CESL-ÁSIA, justifica a saída com o facto da Somague, empresa por-

A directora do Departamento de Português da Univer-sidade de Macau (UM)

disse ontem que é preciso fazer um estudo sobre a procura dos cursos de Língua Portuguesa, para dar uma resposta adequada às necessidades dos alunos e do mercado. Fernanda Gil Costa falava aos jornalistas à margem da conferência internacio-nal “Memória e história na escrita de Macau: uma abordagem pós--colonial”, que decorre até quarta--feira na Universidade de Macau.

Para a académica, a procura pelo Português é “exponencial”, conside-rando que anualmente entram cerca de 80 alunos para a licenciatura em Português da UM, mas as candida-turas rondam as 150.

Para Fernanda Gil Costa, “há uma grande procura pelo Portu-guês em Macau e as instituições devem fazer alguma coisa para ir ao encontro dessa procura”, mas ao mesmo tempo “devia começar a fazer-se estudos bem conduzidos” sobre a capacidade que o mercado local terá daqui a três ou quatro anos para absorver e dar resposta a

essa formação de quadros que está a ocorrer neste momento.

“Há pouco conhecimento sobre o que é de facto a procura do [es-tudo] do Português em Macau. Era preciso saber mais sobre aquilo que motiva os estudantes e os pais dos estudantes de verem o futuro dos filhos ligados aparentemente a uma licenciatura em Português”, conti-nuou, salientando que o aumento da procura “é uma situação muito recente e que não está estudada da melhor maneira”.

DeSenho a curto prazoA docente duvida que os 150 alunos que se candidatam anualmente à UM “queiram todos ser professores de Português ou investigadores de estudos de português”, colocando a hipótese de alguns quererem “uma licenciatura para entrar num banco ou na Administração Pública em Macau ou eventualmente nalguns sectores da Administração Pública na China, que pelos seus contactos, por vezes precisam de pessoas que têm conhecimentos de Português”.

Para a académica, a falta de

“dados suficientemente claros” não permite desenhar uma política de expansão do departamento de Português da UM a mais do que quatro ou cinco anos.

“Precisava que as pessoas da sociedade de Macau respondessem a algumas dúvidas que eu tenho, en-quanto directora do Departamento de Português, para poder responder até que ponto é que vale a pena investir em professores para daqui a uns cinco anos. [Para] os alunos descobrirem que, afinal o estudo de Português não é o mais importante para eles, mas talvez antes tirar uma licenciatura em Gestão ou uma Engenharia com uma especialização em português”, disse Fernanda Gil Costa.

Questionada sobre o interesse e estratégia para continuar a aumentar a procura, Fernanda Gil Costa res-pondeu com uma pergunta: “Porque é que eu tenho de meter 150 alunos [a estudar português] na Universidade de Macau? o que é que eu lhes dou? o que é que eu tenho de lhes dar? Suponho que é um caminho que se corre devagar e com cuidado”, concluiu. hm/LuSa

APoMAC quer expandirserviços clínicos e alterar requisitospara habitação social

Português uM Pede estudo sobre Procura da língua

“Falta de dados não permite política de expansão” A Associação dos Aposenta-

dos, Reformados e Pensio-nistas de Macau (APoMAC) celebrou ontem o 14.º ani-versário e pretende chegar ao terceiro lustro com mais oferta de serviços clínicos para os seus associados, uma meta antiga invocada pelo presidente.

“Gostaríamos de ter mais um piso na nossa sede e ofe-recer serviços de medicina tradicional chinesa e serviços dentários para reforçar a nossa clínica”, afirmou à agência Lusa Francisco Manhão. Ac-tualmente, a associação já ofe-rece serviços clínicos na área da medicina geral, fisioterapia, contando com os serviços de três médicos, um fisioterapeuta e um enfermeiro.

Para o co-fundador e presi-dente da APoMAC, a neces-sidade de alargar os serviços médicos é justificada com a idade avançada de grande parte dos associados. “Esta classe não tem assim tantos meios”, justificou.

Para além desta questão, Francisco Manhão, referiu no discurso proferido antes do jantar, a “necessidade de

serem alterados os requisitos preferenciais para atribuição de habitação social ou económica. o presidente da APoMAC explicou que tal se deve passar de modo a que “os naturais de Macau e aqui residentes sejam mais privilegiados, como acon-tece em outras paragens.”

Com cerca de mil asso-ciados aposentados de vários sectores de actividade, incluin-do da Função Pública, a APo-MAC tem outra meta antiga que ainda não viu concretizada: elevar a pensão para idosos para quatro mil patacas.

Francisco Manhão recor-dou à agência Lusa que ao longo de quase década e meia de existência a APoMAC tem vindo “a procurar e a propor ao Governo melhorias na área da segurança social”.

Financiada pelo Governo e Fundação Macau, a APoMAC ocupa desde 2003 as antigas instalações do Centro de Trans-fusões de Sangue de Macau. Além dos serviços clínicos e administrativos, é ali que fun-ciona a cantina – aberta também a não-sócios – uma sala de leitura e uma sala recreativa.

A crise vivida pelo BES, ou Novo Banco, em Portugal, terá determinado a saídado grupo de associados do instituto Português do oriente. Já a CESL-ÁSiA saiudevido à saída do seu maior accionista, a Somague. António Trindade diz que deixoude fazer sentido a ligação a um projecto de matriz portuguesa

IPor BESOR E CESL-ÁSIA juStIfICAm SAídAS

accionistas e outros negócios

tuguesa do sector da construção, ter deixado de ser o accionista principal.

“Tínhamos apenas uma peque-na participação no iPoR, que foi correspondendo a uma indicação do então sócio maioritário da CESL-ÁSiA, a Somague, a quem tinha sido pedida a participação no iPoR. A CESL-ÁSiA deixou de ter raízes em Portugal e o papel no iPoR deixou de fazer sentido, por se tratar de uma entidade de matriz portuguesa, sendo que as assembleias-gerais são feitas lá”, revelou ao HM.

António Trindade não deixa, contudo, de destacar o trabalho do iPoR em Macau. “Como a empresa saiu, é porque não é importante

[a presença]. A empresa tem um programa de responsabilidade social grande e este era um pro-grama do accionista principal da CESL-ÁSiA de então. Acho que o iPoR, nos últimos anos, tem vindo a produzir actividades de grande mérito. Mas devo dizer que a CESL-ÁSiA apoia actividades de promoção de Portugal em Macau com regularidade”, referiu António Trindade.

o iPoR continua à procura de dois novos associados que possam cobrir a ausência destas duas empre-sas. Recorde-se que o BESoR era associado fundador do iPoR, jun-tamente com o instituto Camões.

andreia Sofia [email protected]

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10 hoje macau quinta-feira 7.5.2015eventos

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

um cRime capiTal • Francisco José viegasNo fantástico cenário do auditório ao ar livre da Fundação de Serralves, na cidade do Porto, um homem e uma mulher são encontrados mortos depois de um concerto da Capital Europeia da Cultura de 2001. Jaime Ramos, investigador da Polícia Judiciária e personagem de vários livros do autor, regressa então às páginas de um romance para se ocupar do caso. Um Crime Capital é um divertimento que não deixa de tocar o mundo temático dos anteriores livros do autor: a proximidade da morte, o difícil e perigoso universo das paixões, a ilusão do poder. Cruzamento de realidade com delírio, de ficção com não ficção, de uma escrita poética e emocional com a maior frieza do género policial, Crime Capital é também uma homenagem à cidade do Porto.

o pai maiS HoRRível do mundo • João FazendaTexto de João Miguel Tavares Menção Especial - Prémio Nacional de Ilustração 2013 O jornalista João Miguel Tavares inspirou-se no seu filho Gui para retratar o mais antigo conflito doméstico: a vocação dos filhos para fazer asneiras e o esforço dos pais para os educar e proteger. Com belíssimas ilustrações de João Fazenda, este é o livro ideal para todos os miúdos que acham os pais uns grandes chatos, e para todos os pais que ainda assim conseguem manter o sentido de humor.

C ENtENaS de pes-soas, a maioria mu-lheres jovens, acor-

rem diariamente à exposição “Miss Dior” em Pequim, que reúne peças encomendadas por aquela marca francesa de perfumes a 17 artistas plásticas contemporâneas, entre as quais a portuguesa Joana Vasconcelos.

Inaugurada no passado fim de semana com a pre-sença de várias estrelas de cinema chinesas, a exposição estará patente até ao fim de Maio numa das principais galerias do “distrito artístico 798”, no nordeste de Pequim.

a enchente dos primei-ros dias, com longas filas à porta, desapareceu, mas na terça-feira de manhã, entre as 10:00 e o meio-dia, o número de visitantes já tinha

ultrapassado os 450, disse um empregado da galeria.

a exposição, lançada em Paris em Novembro de 2013 e entretanto apresentada em Xangai e outras cidades, cele-bra o aniversário do perfume Miss Dior, criado em 1947.

dar nas vistasUma das peças mais visto-sas, colocadas logo á entrada da galeria, é a assinada por Joana Vasconcelos.

trata-se de um laço cor--de-rosa com três metros de largura, construído em fibra de carbono e com cerca de 1.660 frascos de perfume de outra marca famosa da casa Dior, “J´adore” (Eu adoro), que dá o nome à peça da artista portuguesa.

O catálogo descreve a peça como “uma festiva

e exuberante criação” de Joana Vasconcelos, “intei-ramente produzida no seu atelier em Lisboa”.

Entre as outras 16 ar-tistas convidadas pela casa Dior e oriundas de mais de uma dezena de países, figuram a brasileira Maria Nepomuceno e duas chine-sas (Ma Qiusha e Liu Lijie).

O frasco mais pequeno de Miss Dior custa cerca de 850 yuan - mais de metade do salário mínimo mensal em Pequim, mas a entrada na exposição é gratuita.

Instalado numa grande unidade industrial desac-tivada, o “distrito artísti-co 798” é uma das mais concorridas atracções tu-rísticas de Pequim, com centenas de galerias e boutiques.

“Se conseguirem apanhar-nos aos quatro numa sala ao mesmo tempo, existe a tendência para aconteceremsó coisas boas”

Os Blur actuam em Hong Kong no dia 22 de Junho, às 20h00, para apresentar “Magic Whip”, o novo álbum.No entanto, este não é um concerto qualquer: é que grande parte do disco foi produzida na região vizinha, com direitoa documentárioe tudo

Música Blur actuam em Hong Kong para apresentar novo álBum

coincidência ou lugar de inspiração

o S Blur sobem ao palco do Centro de Convenções e Exposições de

Hong Kong, às 20h00 de dia 22 de Junho. O colectivo che-ga à RaEHK para apresentar o seu mais recente álbum intitulado “Magic Whip”, o primeiro em 12 anos.

Este é um dos nomes mais influentes do estilo Britpop, que triunfou na década de 90 ao lado dos míticos Oasis e de bandas menos conhecidas como these animal Men, Dodgy ou Heavy Stereo. Os Blur ficaram essencialmente lembrados no mundo da música por singles como “Girls & Boys”, “Coffee & TV” e “Country House”.

Os bilhetes custam entre 480 e 1080 dólares de Hong Kong. Contudo, este não parece ser apenas mais um concerto. É que de acordo com entrevistas da banda e com o próprio documentário sobre os Blur, grande parte do disco de estreia foi gravado

no território vizinho e por isso mesmo tem na sua capa caracteres chineses e um cone de gelado feitos de néon co-

lorido. a capa parece aludir a um colectivo musical asiático, mas na verdade serve apenas para demonstrar que parte da

Joana Vasconcelos expõe eM pequiM para Multidões

Encomenda de “Miss Dior”

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11 eventoshoje macau quinta-feira 7.5.2015

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Congresso Internacional de Jornalistasde Língua Portuguesa em 2017A próxima edição do Congresso Internacional de Jornalistas de Língua Portuguesa será realizado em 2017. A decisão foi tomada durante a IV Assembleia Geral da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa e Conferência Internacional sobre Jornalismo na Era Digital, que tiveram lugar na semana passada em Cabo Verde. A representar Macau estiveram o vice-presidente e o Secretário da direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês (AIPIM), Gilberto Lopes e José Carlos Matias. Os eventos serviram ainda para fazer o balanço da cooperação e intercâmbio entre os media dos vários países lusófonos. Foi reafirmado o propósito de promover a liberdade de imprensa e livre circulação de jornalistas no espaço dos Países de Língua Portuguesa bem como o lançamento do Prémio Internacional de Jornalismo em Língua Portuguesa”, refere a organização do evento em comunicado.

UM Debate sobre cooperação sino-europeiaA Universidade de Macau (UM) vai acolher um debate sobre relações de cooperação sino-europeias na próxima segunda-feira, entre as 15h00 e as 17h00. A iniciativa, intitulada “40 anos de relações diplomáticas entre a União Europeia (UE) e a China: Perspectivas de reforço na cooperação” pretende explorar novas formas de reinventar as relações que até agora têm tido lugar entre a UE e a China. Os oradores incluem o representante da União Europeia em Macau e Hong Kong, Vincent Piket, Hao Yufan da Faculdade de Ciências Sociais da UM, e José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau. A sala G020 recebe assim um debate conduzido em língua inglesa e com entrada gratuita.

Moda H&M abre portasno Venetian em JunhoA conhecida marca H&M – de Hennes & Mauritz – vai inaugurar no Venetian Shoppes a 13 de Junho deste ano. A loja, que esteve já várias vezes para abrir num resort do Cotai, tem finalmente data de abertura. Segundo a organização, o espaço vai ocupar dois andares e ter um total de 1900 pés quadrados. A H&M é uma marca sueca fundada em 1947 e neste momento opera em 57 diferentes países.

Música BLUr ACtUAM EM HOnG KOnG PArA APrESEntAr nOVO áLBUM

coincidência ou lugar de inspiraçãoalma de “Magic Whip” foi concebida em Hong Kong.

Da música à televisão“The Magic Whip made in Hong Kong” é o nome do do-cumentário feito unicamente a pensar na história de como o novo CD foi feito. As criações foram fruto de um feliz inciden-te. A banda estava na Ásia para dar um concerto que acabou por

ser cancelado e assim acabaram nos Avon Studios, com um produtor local.

“Se conseguirem apanhar--nos aos quatro numa sala ao mesmo tempo, existe a tendên-cia para acontecerem só coisas boas”, diz um dos membros dos Blur na abertura da curta de 30 minutos. O disco parece ser uma espécie de homenagem à cidade que dizem ser “frenética” e onde

a criação e edição foi quase “espontânea”. O documentário mostra o colectivo a passear por Hong Kong e capta imagens da cidade que são conhecidas de quase todos.

O concerto de dia 22 de Ju-nho espera-se de sala cheia e só de Macau vão mais de duas mil pessoas, de acordo com a página de Facebook intitulada “Blur Live in Hong Kong 2015”.

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12 china hoje macau quinta-feira 7.5.2015

U m grupo de 26 empresas portuguesas participa en-tre 26 e 28 de Junho na Wine & Gourmet Taipei

2015, o maior certame do género de Taiwan e numa iniciativa da As-sociação Empresarial Portuguesa com o apoio da empresa Voyager.

O Pavilhão de Portugal, com 144 metros quadrados será ainda animado pelo grupo ‘Alentejanos de Serpa’ que levam os cantares tradicionais alentejanos ao pavi-lhão português.

Vinhos, águas cervejas, azei-tes, conservas e outros produtos

Pequim quer “ampliar a parceria estratégica” com a UE

Taiwan EmprEsas portuguEsas à conquista do mErcado

Ofensiva lusitanaO pavilhão de Portugal na Wine & Gourmet Taipei 2015 reúne a maior participação lusa de sempre naquele que é o mais importante evento do génerona ilha Formosa

“Os negócios terão de estar longe da política e nós portugueses temos de promover e vender mais para fora e procurar destinos que sejam atractivos para os nossos empresários”CarlOs COuTO arquitecto e proprietário da Voyager

alimentares de norte a sul de Portugal vão estar presentes no certame que Carlos Couto, arqui-tecto e proprietário da Voyager, a empresa associada da AEP, garante ser a “maior participação nacional num evento do género em Taiwan”.

“Nunca participámos de forma tão organizada e com uma delega-ção tão variada e de qualidade”, explicou o arquitecto/empresário que há três anos criou a Voyager para importar para a ilha Formosa vinhos, cervejas e águas nacionais e agora se prepara-se para “abrir o ‘Tuga’”, um restaurante portu-guês que é simultaneamente uma montra, espaço de provas e venda, e espaço cultural de promoção portuguesa.

Carlos Couto explica que só em 2014 foram importados para Taiwan 19 contentores de cerveja e água nacional e que desde que

começou a importação de vinhos, azeites, conservas e outros produ-tos alimentares já foram enviados quatro contentores e prepara-se para enviar o quinto.

“Há um mercado muito apete-cível para os produtos nacionais de qualidade e depois de um ano a preparar terreno, a apresentar os nossos produtos, começamos a ter alguns resultados que, estou con-vencido disso, serão potenciados com o ‘Tuga’”, afirmou.

O restaurante, que terá na co-zinha o chefe Gonçalo Rocha, terá uma zona de provas virada para a

O Presidente chinês, Xi Jin- ping, manifestou a dispo-

sição de “ampliar a parceria estratégica global com a União Europeia”, afirmando que “a China atribui grande importân-cia às relações” com os “28”, anunciou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

“É do interesse dos povos da China e da União Europeia construir uma parceria de paz,

crescimento, reforma e civili-zação, que ajudará também a impulsionar a paz e o desen-volvimento da humanidade”, afirmou Xi Jinping numa men-sagem enviada aos líderes da UE por ocasião do 40.º aniversário das relações diplomáticas entre a União Europeia e a China, que se assinalou ontem.

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China e,

em média, em 2014, o comércio bilateral somou quase 1.700 milhões de dólares por dia.

Na terça-feira, em Pequim, a Alta Representante da UE para a Política Externa e de Se-gurança, Federica mogherini, realçou que o comércio bilate-ral “mais do que quadruplicou desde 2003”, quando Pequim e Bruxelas assinaram o acordo de parceira estratégica global.

rua, uma loja de produtos ‘gourmet’ e uma zona de leitura com todas as informações sobre Portugal, dos produtos portugueses, às viagens, aos hotéis e passeios turísticos e culturais.

“Não queremos ser apenas mais um restaurante. A nossa aposta passa também por ser um espaço cultural onde a presença portugue-sa pode ser sentida e vivida pelos taiwaneses. O ‘Tuga’ tem diversos painéis artísticos sob a assinatura do ‘designer’ de Victor marreiros; a nossa história está representada com imagens e arte ligada a Fer-

nando Pessoa, Amália Rodrigues, Luís de Camões, D. Henrique ou mesmo D. Sebastião, e sem es-quecer o nosso tão querido Galo (de Barcelos) reinterpretado pelo Victor, tudo numa mistura da arte com a culinária, promovendo-se Portugal e tudo o que temos de melhor”, explicou.

Abrir portAsCarlos Couto, que no seu currículo tem assinatura, por exemplo, em obras como o Pavilhão de Portugal na Exposição mundial de Xangai, salienta a “nova ofensiva asiática” portuguesa, lembra a “necessidade e vantagem de abrir uma delegação económica e comercial” na ilha para que se “possa abrir mais uma porta, um canal para as exportações portuguesas”.

“Um país em crise, com pro-dutos de excelência reconheci-dos em todo o mundo não pode desperdiçar todos os mercados possíveis e Taiwan é apenas um mercado com cerca de 23 milhões de consumidores, mais do dobro da população portuguesa e onde os portugueses também são reco-nhecidos”, acrescentou.

E nem as questões políticas, da não existência de relações diplo-máticas com a ilha, devem impedir qualquer objectivo comercial até porque até macau, que integra a China, “tem também uma repre-sentação comercial e cultural em Taiwan”, defendeu.

“Os negócios terão de estar longe da política e nós portugueses temos de promover e vender mais para fora e procurar destinos que sejam atractivos para os nossos empresários, papel que Taiwan pode desempenhar também até com a ajuda e conhecimento em-presarial asiático que existe em macau”, concluiu.

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hoje macau quinta-feira 7.5.2015

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 13 de Abril de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de um Analisador de Imunoensaio e Química Clínica aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 6 de Maio de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral

destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17:45 horas do dia 1 de Junho de 2015.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 2 de Junho de 2015, pelas 10:00 horas, na sala do «Museu» situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP22.000,00 (vinte e duas mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 27 de Abril de 2015

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.o 13/P/15

Assine-oTelefone 28752401 | fax 28752405

e-mail [email protected]

www.hojemacau.com.mo

pub

1. As Rendas de Concessões de Terrenos referentes ao ano de 2015 serão cobradas durante o mês de Maio do ano corrente.2. No mês de pagamento, se os Srs. contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que dirijam ao

NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Cen-tro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança. Por outro lado, os contribuintes que sejam titulares do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM, podem recorrer aos quiosques desta Direcção de Serviços para efectuar a impressão de 2.ª via do conhecimento de cobrança pessoal.

3. O pagamento de Rendas pode ser efectuado, até ao último dia do mês de Maio, nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa, do Centro de Serviços da RAEM ou do

Edifício Long Cheng;- Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da

China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O valor total de pagamento não pode ser superior a MOP$100.000,00 (cem mil patacas), sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão. Poderá também optar pelo pagamento através do cartão “Quick Pass” do Banco da China, sendo que o valor total de pagamento não pode ser superior a MOP$1.000,00 (mil patacas).

- Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados: Banco da China Banco Comercial de Macau Banco Delta Ásia Banco Industrial e Comercial da China Banco Luso Internacional Banco Nacional Ultramarino Banco Tai Fung Banco OCBC Weng Hang

- Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação <<Jet payment>>;- Por pagamento electrónico (“banca-on-line”) :

Banco da China Banco Nacional Ultramarino Banco Tai Fung Banco OCBC Weng Hang

- Por pagamento telefónico “banca por telefone” : Banca da China Banco Tai Fung

4. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da <<Direcção dos Serviços de Finanças>>, nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008. Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$ 50 000,00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

5. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa, cheque bancário ou cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques:- O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento

de cobrança.6. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviço

de cobrança.7. Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.

Aos 30 de Abril de 2015.

A Directora dos Serviços Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DE RENDAS DE CONCESSÕES DE TERRENOS

C inco suspeitos de envolvimento no se-questro, em Hong Kong, de uma jovem

herdeira da cadeia de lojas de vestuário Bossini, foram detidos no interior da china, elevando para seis o número de detidos relacionados com o caso.

De acordo com o South china Morning Post, diário em língua inglesa publicado em Hong Kong, os cinco homens terão escapado de Hong Kong e foram detidos pela polícia chinesa em vários locais na província de Guangdong.

Dois dos suspeitos foram detidos num hotel da cidade de Shenzhen na manhã de segunda-feira, escreveu ontem o jornal, citando testemunhas e fontes não identificadas.

Estas detenções ocorrem depois de, no domingo pas-sado, outro suspeito ter sido detido pela polícia de Hong Kong. o homem, de 29 anos

Sondagem na camacom smartphones

DetiDos cinco suspeitos De sequestro De jovem em Hong Kong

o caso da neta do magnata

A família de Queenie Rosita Law entregou o equivalente a 28 milhõesde dólares de Hong Kong pelo resgate

e de apelido Zheng, foi detido no posto fronteiriço de Lo Wu, quando tentava escapar para o interior da china.

Seis homens entraram na casa de Queenie Rosita Law, a 25 de Abril, em Sai Kung, Hong Kong, e raptaram a jovem, que é neta do magnata dos têxteis Law Ting-pong. Além do rapto, o gangue rou-bou objectos no valor de dois milhões de dólares de Hong Kong em casa da jovem.

A polícia tinha lançado uma caça ao homem para encontrar os seis suspeitos do sequestro.

Queenie Rosita Law foi libertada três dias após o rapto, a 28 de Abril passado.

Segundo a imprensa local, a família de Queenie Rosita Law entregou o equivalente a 28 milhões de dólares de Hong Kong pelo resgate.

os criminosos tinham inicialmente reivindicado o pagamento de 50 milhões de dólares de Hong Kong.

A maioria dos chine-ses nunca desliga

os smartphones e mui-tos casais usam-nos até quando estão na cama, segundo os resultados de uma sondagem di-vulgados ontem pelo china Daily.

“Mania dos smar-tphones divide as famí-lias”, proclama o jornal a propósito das con-clusões da sondagem, realizada há uma semana pela revista “casamento e Família”, publicação patrocinada pela Fede-ração das Mulheres da china.

num inquérito a 13.000 pessoas, meta-de das quais casadas e com uma média de ida-des de 28 anos, quase metade (47,2%) disse que usa o smartphone quando estão acom-panhados pelo seus parceiros e 60% acham que o outro passa de-masiado tempo com aquele dispositivo.

cerca de 62% usam o smartphone na cama, a maioria dos quais já depois de apagar as luzes do quarto, e mais de um terço (36,6%) recorrem a aparelhos electrónicos para “manter os filhos calmos”.

A maioria dos in-quiridos tem formação universitária e 73,3% nunca desligam os smartphones.

“os casais devem desligar os dispo-sitivos electrónicos e conversar”, reco-menda a revista ca-samento e Família”, afirmando que os que usam os smartphones quando estão juntos “tendem a ser menos felizes do que os ou-tros casais”.

Mais de 650 milhões de chineses usam a in-ternet e 80% acede ao ciberespaço através de dispositivos móveis (pc, tablets e smartphones).

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hoje macau quinta-feira 7.5.2015

“O mundo está feito de his-tórias. São as histórias que contamos, escu-tamos, multiplicamos,

que permitem converter o passado em presente e o distante em próximo, o que está longe em algo próximo, possí-vel e visível”. (Eduardo Galeano, 1940 - 2015).

Do microcosmo, Eduardo Galea-no, que morreu no mês passado (13/4), pretendia alcançar toda a humanidade. Com os pequenos fatos quotidianos, recriar a história oficial, contada para que os pequenos, os pobres, as mulhe-res, os negros, os indígenas não tives-sem voz. Trabalhou toda a vida para inverter a perversa ordem.

De “As Veias Abertas da América Latina”, obra histórica visceral, símbolo

CinCo livros essenCiais para entendera obra de eduardo Galeano

De “As Veias Abertasda América Latina”, obra histórica visceral, o escritor uruguaio passou ao relato poético e breve, mas não menos essencial

da esquerda latino-americana, Galeano passou ao relato poético e breve, mas não menos essencial. Classificar as suas obras nas categorias existentes é uma di-fícil e às vezes impossível missão, já que mistura poesia, história, análise, relatos.

1. As Veias Abertasda América Latina (1971)Edição em português do Brasil da edi-tora L&PM.“Negamo-nos a escutar as vozes que nos advertem: os sonhos do mercado mundial são os pesadelos dos países que se submetem aos seus caprichos. Continuamos a aplaudir o sequestro de bens naturais com que Deus, ou o Dia-bo, nos distinguiu, e assim trabalhamos para a nossa perdição e contribuímos para o extermínio da escassa natureza que nos resta”. O trecho consta no pre-fácio de Galeano à edição do livro “As Veias Abertas da América Latina”.

Publicado pela primeira vez em 1971, o autor passou a vida lamen-tando a actualidade da obra que pela transcendência, marcou a esquerda latino-americana e chegou a ser proi-bida na Argentina, Chile, Brasil e no Uruguai, durante as ditaduras militares nesses países.

Do período colonial até a contem-poraneidade, passando pelas ditaduras do sub-continente, a obra questiona: “o subdesenvolvimento é uma etapa no caminho do desenvolvimento ou é consequência do desenvolvimento alheio?” e analisa a exploração econó-mica e a dominação política na Amé-rica Latina.

A obra ganhou ainda mais notorie-dade quando em 2009, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez o deu de presente ao mandatário norte-ameri-cano, Barack Obama, durante a 5ª Cú-pula das Américas. Mas Galeano con-siderou, no final da vida, a obra ultra-passada. Em declarações a jornalistas durante a 2ª Bienal do Livro de Brasília no ano passado, o autor afirmou: “Não seria capaz de lê-lo de novo. Cairia desmaiado. Para mim, essa prosa da es-querda tradicional é chatíssima. O meu físico não aguentaria. Seria internado no pronto-socorro”.

2. Memória do fogo (1982-1986)Publicado em forma de trilogia, o livro, premiado pelo Ministério da Cultura do Uruguai e com o American Book Award, distinção fornecida pela Uni-versidade de Washington, combina

elementos de poesia, história e conto. É composto pelos livros “Os Nasci-mentos” (1982), “As Caras e as Más-caras” (1984) e “O Século do Vento” (1986) (Edição em português do Brasil pela L&PM, 2010, 1584 páginas).

Os livros trazem poemas, trans-crição de documentos, descrição dos factos e interpretação de movimentos sociais e culturais, que compõem uma cronologia de acontecimentos, propor-cionando uma visão de conjunto sobre a identidade latino-americana.

Como em “As Veias Abertas”, o li-vro propõe-se ser uma revisão da his-tória da região, desde o descobrimen-to até os nossos dias, para enfrentar a “usurpação da memória” da história ofi-cial. Com textos independentes que se encaixam e se articulam entre si, a obra traz um quadro completo dos últimos 500 anos. Apesar de manter a cronolo-gia das histórias, o autor ignora a geo-grafia para dar, assim, uma melhor ideia da unidade da história americana, para além das fronteiras fixadas “em função de interesses alheios às realidades na-cionais”, como definiu.

Os dois primeiros volumes de “Me-mória do Fogo”, “Los nacimientos” e “Las caras y las máscaras” estão dispo-

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 7.5.2015

Vanessa Martina silVaOpera Mundi

níveis para download em pdF, edição em castelhano disponibilizada pela te-leSur

3. Dias e Noitesde Amor e Guerra (1975)Vencedor do prémio Casa das améri-cas de 1978, “dias e noites de amor e de Guerra” (publicado em português do Brasil pela L&pM, 2001, 200 páginas) é uma crónica romanceada das ditaduras da argentina e do uruguai, um relato autobiográfico, uma memória íntima, convertida em memória coletciva.

Junto ao horror dos amigos que desapareceram, Galeano traz o amor, os amigos, os filhos, a paisagem, tudo aquilo que ainda na escuridão de uma guerra suja e desapiedada contra os mais fracos continua a ser motivo para viver, para defender as ideias e para le-vantar a voz contra os que actuavam impunemente para implantar o medo e a conseguinte paralisação.

“Às vezes, sinto que a alegria é um delito de alta traição, que sou culpado do privilégio de continuar vivo e livre. então me faz bem lembrar o que disse o cacique Huillca, no peru, falando diante das ruínas: ‘aqui chegaram. Quebraram até as pedras. Queriam nos fazer desa-parecer. Mas não conseguiram, porque estamos vivos’. e penso que Huilca ti-nha razão. estar vivos: uma pequena vitória. estar vivos, ou seja: capazes de alegria, apesar dos adeuses e os crimes”, como consta na contracapa do livro.

“O mundO está feitO de histórias. sãO as histórias que cOntamOs, escutamOs, multiplicamOs, que permitem cOnverter O passadOem presente e O distanteem próximO, O que estálOnge em algO próximO, pOssível e visível” eduardO galeanO, 1940 - 2015

4. Os filhos dos Dias (2012)“Os Filhos dos dias” (edição em portu-guês do Brasil da L&pM, 2012) inspira--se na sabedoria maia e traz 366 relatos que compõem a história, desde a anti-guidade até o presente. É baseado numa versão do Génesis que Galeano escutou numa comunidade maia da Guatemala. “Se somos filhos dos dias, nada há de estranho que cada dia tenha uma histó-ria para oferecer”. assim, o livro, escrito em forma de calendário, traz episódios que ocorreram no México de 1585, no Brasil de 1808, na alemanha de 1933 e noutras épocas e países.

a obra, que não pode ser definida em nenhum género por ser, ao mesmo tempo, todos (jornalismo, literatura, música e poesia), foi trabalhada ao longo de quatro anos. Teve 11 versões antes de ser publicada. “Sou um per-feccionista insuportável”, reconheceu Galeano. “É um livro que dói, mas tam-bém faz rir”, disse.

a mulher, o poder, os maias, as culturas originárias, o homem, a lega-lização das drogas são temas presen-tes. Com um olho no microscópio e outro no telescópio, Galeano forma um mosaico que permite contemplar o micromundo, de onde acredita que sai a grandeza do universo. “O prazer de encontrar essas histórias é descobrir o que não foi contado, ou que foi menti-do pelas vozes do poder: essas contra vozes que o poder oculta porque não lhes convém que saibamos”.

em entrevista ao site mexicano La Jornada, disse: “Vivemos presos numa cultura universal que confunde a gran-deza com o grandinho. Creio que a grandeza alenta, escondida, nas coisas pequeninas, as pequenas histórias da vida quotidiana que vão formando o colorido mosaico da história grande.

não é fácil ouvir esses sussurros quan-do vivemos mal a vida convertida no espectáculo grande e gigantesco”.

5. Mulheres (1997)Mulheres” (edição em português do Brasil da L&pM, 1998) é uma colec-tânea de textos publicados nos livros “Vagamundo e outros contos”, “dias e noites de amor e de Guerra”, “Me-mória do Fogo” (trilogia), “O Livro dos abraços” e “as palavras andantes”.

de forma lírica e poética, o autor traz relatos de mulheres célebres, anó-nimas que, com a sua vivência, deixa-ram marcas no dia-a-dia das pessoas com as quais conviveram e, por isso, devem ser lembradas.

O livro traz histórias de Charlotte perkins Gilman (1860-1935), escritora norte-americana, cuja produção literá-ria tem o foco nas relações entre mu-lher e homem e a opressão da socieda-de em que viveu; da escrava Jacinta de Siqueira, “africana do Brasil, fundadora da Vila do príncipe e das minas de ouro dos barrancos de Quatro Vinténs”; de Xica da Silva, escrava que virou rainha no século XViii; da revolucionária Ma-nuela Saénz, que junto a Simón Bolívar, seu amante, lutou pela independência das colónias sul-americanas; da com-positora e cantora Violeta parra, con-siderada a mais importante folclorista do Chile e ainda de Frida Khalo, Tina Modotti, evita, Carmem Miranda, isa-dora duncan.

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16 hoje macau quinta-feira 7.5.2015h

fichas de leitura* Manuel afonso Costa

P ara mim a antologia de tex-tos desta obra designada por Ficções estará sempre associada à impressão de deslumbramen-

to que me deixou a primeira história in-titulada As Ruínas Circulares. Por vezes o poder de uma narrativa acaba por atirar as outras para uma espécie de limbo amnésico. Durante muito tempo se qui-sesse falar do livro Ficções, só a história das Ruínas Circulares me vinha à ideia, as-sim como ao pensar no Bestiário de Júlio Cortázar apenas o Diário de Alina Reys me acorre imediatamente ao campo da consciência. a memória é sempre selec-tiva e sendo assim, retém preferencial-mente o que provocou uma impressão maior. Mas mesmo que o livro Ficções de Jorge Luís Borges não contivesse mais nada com interesse, esta pequena nar-rativa, As Ruínas Circulares era suficiente, mais do que suficiente, para justificar a sua leitura. Mas a verdade é que todas as outras histórias justificam sem reservas a leitura do livro.

Nesta antologia de contos, ou seja de Ficções, encontram-se alguns dos textos mais emblemáticos da galeria genial de Borges, tanto no plano da sua natural abertura ao fantástico como na tendência para a especulação filosófica, sendo justo destacar o tema das Ruínas Circulares em que um homem, o pro-tagonista, decide sonhar um homem, sendo que no fim descobrimos que ele mesmo não passa de uma aparência e que também ele está naquele momen-to a ser sonhado. Mas o que dizer de Funes, cuja memória possuía mais lem-branças do que todos os homens des-de que o mundo é mundo. Ou ainda Pierre Menard, autor de Um D. Qui-xote que tinha como ambição produ-zir páginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes. Na Biblioteca de Babel o autor aborda o mundo através da homologia com uma biblioteca. O mundo afinal não existe senão na ima-ginação e nos livros onde geralmente a imaginação se fixa. E assim por diante.

Para mim, contudo, não é no carác-ter fantástico e inesperado das histórias, já de si genial, que reside o maior fas-cínio literário do autor destas Ficções. Eu fui sobretudo sensível à economia de meios, à pontaria certeira do adjectivo e ao modo como no contexto da ficção Borges continua a sua exploração dos grandes temas poéticos e metafísicos, a

Borges, Jorge Luís, Ficções, Teorema, Lisboa, 1998Descritores: Literatura, argentina, realismo Mágico, ISBN: 972-695-330-8 Cota:  821.134.2 (82)-32  Lui

Jorge FranCisCo isiDoro Luis Borges aCeveDo  nasceu em Buenos aires a 24 de agosto de 1899 e faleceu em Genebra a 14 de Junho de 1986, tendo-se notabilizado em vida como escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta. Uma parte da sua vida, concretamente entre 1914 e 1921 foi vivida na Suíça, país onde fez os seus estudos e onde viria a morrer. É porém no seu regresso à argentina em 1921 que começa a publicar em revista surrealistas os seus primeiros poemas e ensaios. Depois de ter exercido funções como bibliotecário foi director da Biblioteca Nacional da república argentina em 1955 e professor de literatura na Universidade de Buenos aires. as obras mais emblemáticas de Borges são em prosa as Ficções de 1944 e O Aleph  de 1949 e na poesia, O fervor de Buenos Aires de 1923 (livro de juventude, o meu preferido) e O Outro, o Mesmo de 1964 (obra de maturidade, o seu preferido). Estas obras possuem todos os ingredientes que imortalizaram o escritor. Estou a pensar nos seus labirintos temáticos onde se cruzam mitemas alimentados por sonhos, bibliotecas, pedaços de metafísica, segmentos de religiões e temas comuns, isto na prosa. Mas também, na poesia, os temas que ele próprio invoca a propósito da sua obra preferida, como Buenos aires, o culto dos antepassados, a germanística, a contradição entre o tempo que passa e a eternidade que perdura, o meu (seu) espanto de que o tempo, a nossa substância, possa ser partilhado. Há sempre qualquer coisa de fantástico e irónico nos livros de Borges. ao mesmo tempo os seus textos, em particular os poéticos, alimentaram um diálogo contínuo com fantasmas imortais da nossa cultura, como por exemplo Espinosa, Shakespeare, Virgílio, Luís de Camões, etc. Está ainda por estudar o imenso papel de Jorge Luís Borges na renovação dos géneros literários assim como no sucesso da literatura sul-americana, designada por realismo mágico, fantástico ou misterioso. Contudo Jorge Luís Borges, descendente de portugueses, é único e inclassificável, tal como Dante, Shakespeare, rimbaud, T. S. Eliot ou Fernando Pessoa.

Da suprema elegânciaDe um universo paraDoxal

*No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Central de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.

saber, o tempo, a eternidade, o infinito, os paradoxos do universo, o carácter la-biríntico e indecidível da verdade ou do seu oposto. O estilo de Borges é muito seco, por vezes mesmo lapidar condu-zindo a narrativa pelos caminhos de um estilo tão rigoroso e contudo paradoxal.

Neste caso, não resisto à tentação de oferecer como aperitivo os primeiros dois parágrafos do conto As Ruínas Cir-culares. Neles se pode apanhar imedia-tamente o carácter enxuto, da prosa, a imensa capacidade de síntese, o carácter alusivo do texto, inesperado e descon-certante. É sobretudo surpreendente o modo como o autor situa o texto quer no tempo quer no espaço através de alu-sões cultas intercaladas no caudal narra-tivo sem que este perca a sua fluência e harmonia. O texto parece um poema e contudo não o é de modo nenhum.

“Ninguém o viu desembarcar na unânime noite, ninguém viu a canoa de bambu sumindo-se no lodo sagrado, mas em poucos dias ninguém ignorava que o homem taciturno vinha do Sul e

que sua pátria era uma das infinitas al-deias que estão águas acima, no flanco violento da montanha, onde o idioma zenda não se contaminou de grego e

onde é infrequente a lepra. O certo é que o homem cinza beijou o lodo, subiu as encostas da ribeira sem afastar (pro-vavelmente, sem sentir) as espadanas que lhe dilaceravam as carnes e se arras-tou, enjoado e sangrando, até ao recinto circular dominado por um tigre ou um cavalo de pedra, que teve outrora a cor do fogo e agora a da cinza. Esse círculo é um templo que os incêndios antigos devoraram, que a selva pantanosa pro-fanou e cujo deus não recebe as honras dos homens. O forasteiro estendeu-se sob o pedestal. O sol alto o despertou. Comprovou sem assombro que as feri-das haviam cicatrizado; fechou os olhos pálidos e adormeceu, não por fraque-za da carne, mas por determinação da vontade. Sabia que esse templo era o lugar que seu invencível propósito pos-tulava; sabia que as árvores incessantes não tinham conseguido estrangular, rio abaixo, as ruínas de outro templo pro-pício, também de deuses incendiados e mortos; sabia que a sua imediata obriga-ção era o sono. Por volta da meia-noite, despertou-o o grito inconsolável de um pássaro. rastros de pés descalços, al-guns figos e um cântaro advertiram-no de que os homens da região haviam es-piado com respeito o sono e solicitavam o seu cuidado ou temiam a sua magia. Sentiu o frio do medo e buscou na mu-ralha dilapidada um nicho sepulcral e tapou-se com folhas desconhecidas.

O objectivo que o guiava não era im-possível, ainda que sobrenatural. Queria sonhar um homem: queria sonhá-lo com integridade minuciosa e impô-lo à reali-dade. Este projecto mágico esgotara o inteiro espaço de sua alma; se alguém lhe perguntasse o próprio nome ou qualquer traço de sua vida anterior, não seria capaz de responder. Convinha-lhe o templo inabitado e derruído, porque era um mínimo de mundo visível; a vi-zinhança dos lenhadores também, dado que estes se encarregavam de prover às suas necessidades frugais. O arroz e os frutos do seu tributo eram pábulo sufi-ciente para o seu corpo, consagrado à única tarefa de dormir e sonhar”.

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17hoje macau quinta-feira 7.5.2015 (F)utilidadestempo aguaceiros ocasionais min 26 max 30 hum 75-95% • euro 8.9 baht 0.24 yuan 1.2

João Corvofonte da inveja

Aconteceu Hoje 7 de maio

termina a II Guerra Mundial• A 7 de Maio de 1945, a Alemanha assina a sua rendição, fazendo com que a segunda maior grande guerra chegasse ao fim. A Segunda Guerra Mundial começou em 1939 e foi um conflito militar global, que envolveu a maioria das nações do mundo — incluindo todas as grandes potências — or-ganizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da História, com mais de cem milhões de militares mobilizados. Geralmente considera-se o ponto inicial da guerra como sendo a invasão da Polónia pela Alemanha nazi a 1 de Setembro de 1939 e subsequentes declarações de guerra contra a Alemanha pela França e pela maioria dos países do Império Britânico e da Commonwealth. Alguns países já estavam em guerra nesta época, como a Etiópia e o Reino de Itália na Segunda Guerra Ítalo-Etíope e a China e o Japão na Segunda Guerra Sino-Japonesa.Muitos dos que não se envolveram inicialmente acabaram por aderir ao conflito em resposta a eventos como a invasão da União Soviética pelos alemães e os ataques japoneses contra as forças dos Estados Unidos no Pacífico em Pearl Harbor e em colónias ultramarinas britânicas, que resultou em declarações de guerra contra o Japão pelos Estados Unidos, Países Baixos e o Commonwealth Britânico.Em estado de “guerra total”, os principais envolvidos dedica-ram toda a sua capacidade económica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.A guerra terminou com a vitória dos Aliados em 1945, alte-rando significativamente o alinhamento político e a estrutura social mundial. Neste dia, em 1945, as forças alemãs na Itália, Holanda, Dinamarca e noroeste da Alemanha acabam por se render, depois de Hitler se refugiar numa fortaleza militar e se suicidar. O assédio da União Soviética cresce e o seu exército ocupa Berlim. A guerra chegava ao fim.

“MAGIc WHIp”(Blur, 2015)

U m d i s c o h o j e

O que fazer esta semana? c i n e m aCineteatro

Sala 1the avengerS: ageof ultron [3d] [b]Filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo14.15, 19.15

the avengerS:age of ultron [b]Filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo16.45, 21.45

Sala 2helioS [c]FAlADO EM CANtONêS lEGENDADOEM CHINêS E INGlêSFilme de: longman leung, Sunny lukCom: Jacky Cheung, Nick Cheung, Shawn Yue, Ji Jin-hee14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3murmur of the heartS [b]FAlADO EM MANDARIM lEGENDADOEM CHINêS E INGlêSFilme de: Sylvia ChangCom: Isabella leong, Joseph Chang, lawrence Ko, lee Sinje14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sexta-feiratEAtRO “O FAtO”

(FEStIvAl DE ARtES DE MACAU)

Centro Cultural de Macau, 20h00

Bilhetes das 150 às 200 patacas

ExPOSIçãO DE ARtES vISUAIS DE MACAU (Até 2/8)

Pintura e Caligrafia Chinesas

Edifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00

entrada livre

ExPOSIçãO “A ÚltIMA

FRONtEIRA: MIStéRIOS DO

OCEANO PROFUNDO” (Até 31/05)

Centro de Ciência de Macau

PAlEStRAS SOBRE O OCEANO

Centro de Ciência de Macau, 18h00 às 19h00

entrada livre

SábadotEAtRO “O FAtO” (FEStIvAl DE ARtES DE MACAU)

Centro Cultural de Macau, 20h00

Bilhetes das 150 às 200 patacas

DANçA “AERODINâMICA” (FEStIvAl DE ARtES DE MACAU)

Centro Cultural de Macau, 20h00

Bilhetes das 100 às 250 patacas

PAlEStRAS SOBRE O OCEANO

Centro de Ciência de Macau, 18h00 às 19h00

entrada livre

RESIDêNCIA ARtÍStICA “EqUIlÍBRIO”, DE lEE KIHO

Armazém do Boi, 16h00

entrada livre

Domingo tEAtRO “O FAtO”

(FEStIvAl DE ARtES DE MACAU)

Centro Cultural de Macau, 20h00

Bilhetes das 150 às 200 patacas

Diariamente ExPOSIçãO DE FOtOGRAFIA DE ERWIN OlAF (Até 8 DE MAIO)

Casa Garden

entrada livre

ExPOSIçãO “HOMENAGEM A MEStRES INSPIRADORES”

(Até 10 DE MAIO)

Armazém do Boi

entrada livre

ExPOSIçãO “vAlqUÍRIA”,

DE JOANA vASCONCElOS

(Até 31 DE OUtUBRO)

MGM Macau, Grande Praça

entrada livre A santa da ladeira escorregou num carrinho de rolamentos.

Os amantes de boa música ficam sempre um pouco reticentes com o anúncio do lançamento do próximo álbum da sua banda preferida. É o medo de que o trabalho não vá ao encontro da mestria. Receio de que a desilusão substitua a excitação. No entanto, não há que temer a chegada do novo disco dos Blur, britânicos com uma carreira de ouro e que tem conseguido ultrapassar os sinais do tempo, as novas modas e tendências musicais. No fundo, têm-se mantido fiéis a si próprios, característica de personalidade que transparece para as músicas, batida e sentimento transmitidos no álbum. Recomenda-se o ‘repeat’ em “My Terracota Heart” e “There Are Too Many Of Us”. Por um qualquer azar, a banda teve que ficar uns dias por Hong Kong, onde acabou por compor grande parte das faixas contidas em “Magic Whip”. A capa, essa, coloca dois caracteres chineses e um gelado feitos de néon na linha da frente. Hoje a crítica (positiva) faz-se aos Blur, sem nunca esquecer que todos os dias são bons para ouvir êxitos intemporais como “Coffee & TV” ou “Boys & Girls”. leonor Sá Machado

Page 18: Hoje Macau 7 MAI 2015 #3324

18 opinião hoje macau quinta-feira 7.5.2015

pub

AnúncioHM 1ª vez 7-5-15Acção de interdição n.º cV2-15-0016-cPE 2º Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO.------------------Requerida: LEI CHOI SOI, casada, residente em Macau, na Rua dos Hortelãos, 142, Edif. Da Alameda da Tranquilidade, Bloco 1, 20º andar “B”.-----------------------

O MERETÍSSIMO JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.:---- FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra LEI CHOI SOI, casada, residente em Macau, na Rua dos Hortelãos, 142, Edf. Da Alameda da Tranquilidade, Bloco 1, 20º andar “B”, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.--

Macau, em 28 de Abril de 2015.-------------------

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N ada tão actual como pensar em algo que ocorreu faz amanhã (hoje) cem anos. Porque foi aí que começou verdadeiramente o mundo em que vivemos: com o naufrágio do Lusi-

tânia, a 7 de Maio de 1915.Quando a I° Guerra Mundial re-

bentou, no verão de 1914, foi apenas o velho mundo a acabar — os impérios europeus que se foram levando um a um para a guerra. Mas quando o Lusitânia, que vinha da américa para a Europa e foi atingido por um tor-pedo alemão ao largo da Irlanda (que então ainda não era independente), foi inevitável a entrada dos EUa na Grande Guerra. E foi aí que começou o século americano em que, de certa forma, ainda estamos.

Pode dizer-se que a desagre-gação europeia já vinha de longe, e que a pujança norte-americana vinha do fim da sua Guerra Civil. Os EUa eram considerados o país do futuro tanto por reaccionários como por revolucionários (Marx escrevia para a imprensa de Nova Iorque e pensou mudar-se para o outro lado do atlântico). Mas essas

grandes tendências são feitas de muitas pequenas coisas contradi-tórias, e precisam de momentos desencadeadores que as revelem: pontos de viragem.

O presidente Woodrow Wilson, dos EUa, seguia com interesse o conflito europeu e não excluía (ou, segundo alguns, procurava activa-mente) uma ocasião para participar nele. Sem o naufrágio do Lusitânia, que afundou em 18 minutos e no qual pereceram mais de cem cidadãos estado-unidenses, teria sido impos-sível virar a opinião daquele país contra os alemães. Com a entrada dos EUa na Iª Guerra Mundial, os pratos da balança desequilibram--se a favor dos aliados ocidentais — mas em troca de uma dívida colossal aos americanos e de uma possibilidade de intervenção em assuntos europeus que duraria por várias gerações.

Essa é metade da nossa história do século XX (a outra metade é, evidentemente, a do nascimento da União Soviética a partir do colapso do Império Soviético no fim da guer-ra). assim, entre o mundo antigo e o mundo novo, medeiam dois nau-frágios de barcos. O naufrágio do Titanic, em 1912, é parte do mundo antigo: dos impérios europeus, da

cultura burguesa e do capitalismo globalizado. O naufrágio do Lusi-tânia, em 1915, é parte do mundo novo, que seria de ascendência dos EUa (e depois da URSS), dos revanchismos nacionais, dos mo-vimentos de massas e do fogacho da Sociedade das Nações, antes de ser do Holocausto e da Guerra Fria. a URSS desapareceu e a Rússia de Putin tem hoje um impacto amplo, mas regional. Os EUa, apesar da ascendência da China, continuam a ser uma potência global.

Não se sabe quanto mais tempo durará esta fase, mas na véspera do seu centenário, o que mais im-pressiona é a velocidade com que tudo basculou. Entre o naufrágio do Titanic e o do Lusitânia passaram apenas três anos, de abril de 1912 a Maio de 1915. O que aconteceu depois durou cem anos e resistiu a mais uma guerra mundial.

Quando as vulnerabilidades são evidentes e as grandes tendências estão instaladas, não demora muito a que um qualquer evento consiga fazer balançar o mundo. a partir daí, já não há volta a dar. Essa conclusão tem, parece claro, aplicação hoje em dia. Sabemos quais são as nossas vulnerabilidades. Só não sabemos qual é o nosso Lusitânia.

Vésperas do Lusitânia

Rui TavaResin Público

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Page 19: Hoje Macau 7 MAI 2015 #3324

19 opiniãohoje macau quinta-feira 7.5.2015

cartoon por Stephff eleições no reino unido

E stamos a chegar ao 13 de maio, data que para os portugueses está associada ao culto mariano, à adora-ção de Nossa senhora de Fátima. Em macau a data é assinalada com uma roma-ria até à Ermida da Penha, acompanhada de cânticos de louvor, e mesmo para os não-

-crentes insere-se numa espécie de evidência da especificidade cultural do território, com o condão ainda de ser um acontecimento única nesta região do Globo.

se em macau se presta o culto pelo culto, sem se pedir dos fiéis mais do que a mera participação, em Portugal o 13 de maio é o ponto alto de uma indústria alimentada pela fé e pela superstição, e nesse dia todos os caminhos vão dar ao santuário da Cova da Iria, na localidade de Fátima, no concelho de ourém, distrito de Leiria, onde muita gente acredita que a mãe de Jesus apareceu pela primeira vez a três crianças que pastavam gado num monte. Para que não se pensasse tratar-se apenas de coincidência, a Virgem apareceria mais cinco vezes no mesmo local, uma delas a 19 de agosto, quiçá já com a devoção dos emigrantes em perspectiva, mas teve a delicadeza de não aparecer entre ou-tubro e maio, para não interferir com Natal e Páscoa, festivais por excelência reservados à adoração do Seu filho.

Não quero estar aqui a questionar a ve-racidade das aparições, mesmo que pareça estranho uma divindade desta importância se vir dar a ver no Portugal profundo e rural, enquanto no Vaticano teria uma recepção muito mais digna da sua graça – se foi por “humildade” que o fez, não terá sido com o sumptuoso santuário que ali se erigiria em mente. o que aqui me incomoda não é tanto “o quê”, pois cada um acredita no que muito bem entender, mas o “como”, ou seja, aquilo que leva a fé a sair do âmbito do privado e bate na porta dos que em vez de irem na procissão preferem ficar em casa a ver a bola – se há bola para ver, e agora há sempre.

Uma “prova”, se assim lhe quiserem chamar, ou demonstração de fé muito comum de observar quando se visita o santuário de Fátima, são as voltas que alguns fiéis fazem ao santuário, recorrendo para tal ao uso dos joelhos. se há quem “respeite” esta forma de devoção feita na posição com que se esfrega o chão de casa ou se lavam escadas, eu não me incluo nesse grupo. Não respeito, não tolero, e qualquer divindade que aprecie este tipo de submissão, ou Igreja que a ratifique não valem a pena, pura e simplesmente. se aqui o prémio é a “salvação eterna”, que outro tipo de humilhações nos reserva essa perspectiva de “eternidade”? E não me venham dizer que não é humilhação, pois acredito que estou a ser lido por pessoas de bem, civilizadas e alfabetizadas. se ainda duvidam, deixem-me que vos faça esta pergunta: gostariam de ver um familiar vosso prostado de joelhos num

bairro do or ienteLeocardo

Fé em Fátima (Fia-te na Virgem)Em pleno século XXI, depois das fogueiras do Santo Ofício, do Homem Novo ter separado a Igreja do Estado, Marx ter decretado a morte de Deus, o evento do laicismo, a afirmação plena do ateísmo e do agnosticismo, há quem continue amordaçado e de joelhos, à volta do Santuário de Fátima

local ironicamente chamado de “joelhódro-mo”, em esforço, denotando sofrimento, feito centro das atenções? tudo bem, está a pagar uma promessa, mas não o pode fazer de outro jeito? Que queime a cera toda que encontrar, ou que reze avé-marias de manhã até à noitinha. mas aquilo não, por favor.

E não é tudo. Há ainda a peregrinação a pé ao santuário realizada anualmente por milhares de devotos, que em muitos casos fazem centenas de quilómetros, chegan-do a iniciar o percurso com semanas de antecedência. Não tenho nada a apontar a este tipo de manifestação de fé, a todos os títulos pessoal, comum a praticamente todas as romarias – ao contrário do lamentável espectáculo que é ver gente a rastejar de joelhos em agonia. Contudo a caminhada implica riscos, como outra caminhada qual-quer que se faça de dia e também de noite, por estradas mal sinalizadas e à mercê de automobilistas que nem sempre retêm na me-mória a presença destes peões sasonais. No último fim-de-semana deu-se exactamente o pior dos cenários, quando cinco peregrinos foram mortalmente colhidos por um veículo de pesados. Uma tragédia a lamentar em qualquer circunstância.

Estava em taiwan quando soube da notícia através da edição online de uma conhecida publicação portuguesa, mas o que mais me chamou a atenção foi a secção reservada aos comentários dos leitores, que mais parecia um oratório. Havia um pouco de tudo, desde preces a “ai jesuses”, e até apelos a que o país inteiro ficasse suspenso para deixar os peregrinos rumar com segu-rança até Fátima. seria como o Carnaval brasileiro, mas bem mais funesto, com ge-midos graves no lugar do samba, e em vez

de mulatas desnudadas tínhamos idosas de ceroulas e xailes pretos. o mais surrealista era ver apelos à virgem no sentido de “dar protecção aos restantes peregrinos”, como se estes não fossem merecedores de tal graça. talvez fossem uma família incestuosa, como a primeira família segundo a Bíblia. Idólatras eram com toda a certeza, e nisso não eram diferentes de todos os outros peregrinos.

talvez inspirado pelos ares da ilha nacio-nalista, não resisti e deixei um comentário com laivos de remoque, chamando a atenção para a ironia que representava o facto de nem em pleno acto de devoção os crentes poderem usufruir da protecção divina. Foi aí que um indivíduo resolve atirar os sais de fruta que fazem efervescer a minha de outra maneira impávida gasosa, e qual juiz em causa pró-

pria delibera que eu NÃo Posso DIZER estas coisas. aí está: 41 anos depois da Revolução dos Cravos e poucos meses após tantos se terem rebaptizado de “Charlie”, é este o bagaço que estoira com o barómetro do nosso provincianismo – pode-se falar de tudo, minha gente!...mas alto lá. Depois de ter dito àquele torquemada do Correio da manhã para ir mandar rezar uma missa em memória dos peregrinos defuntos (por uma questão de coerência, entenda-se) debitei habitual profuso verbatim destas ocasiões, com ênfase nos prejuízos que a fé pode trazer à saúde, e de como quem preferiu ficar em casa em vez de ir a pé a Fátima aumentou em grande número a possibilidade de vir a usufruir mais tempo das suas funções vitais. Porquê? ora essa, cinco exemplos não são mais que prova suficiente?

Já o calor da discussão ia na sua fase mais incandescente, cheguei mesmo a ser ameaçado de porrada! Por um indivíduo tão crente que o fiz ir esperar pela minha chegada, mesmo depois de o deixar saber que me encontrava a milhares de quilóme-tros de distância. Reparei contudo que a animosidade ia aumentando à medida que aumentava também o número de “likes” ao meu comentário inicial. Enquanto os crentes irados reconheciam em mim o po-der da “desenvagelização”, para qualquer outra pessoa com dois palmos de testa isto só pode querer dizer uma coisa: em pleno século XXI, depois das fogueiras do santo ofício, do Homem Novo ter separado a Igreja do Estado, marx ter decretado a morte de Deus, o evento do laicismo, a afirmação plena do ateísmo e do agnosticismo, há quem continue amordaçado e de joelhos, à volta do santuário de Fátima.

Page 20: Hoje Macau 7 MAI 2015 #3324

hoje macau quinta-feira 7.5.2015

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O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) diz que não houve corrup-

ção no caso que envolveu um vogal do Fundo das Indústrias Culturais (FIC). Mais ainda, de acordo com um comunicado do organismo, este revela que tal como o Gabinete do Secretá-rio para os Assuntos Sociais e Cultura, também concorda que não houve prática de actividade ilegal. Contudo, recorde-se, Alexis Tam decidiu cessar a comissão de serviço de Chan Son U de forma a trazer confiança à população.

Em prol da famíliaChan Son U, vogal do FIC, foi despedido do cargo por alegada-mente ter atribuído ou ajudado a contribuir para a atribuição de um fundo desta área a um fami-liar. O Gabinete do Secretário tinha enviado o caso ao CCAC para que este “se debruce sobre o que não foi possível esclarecer através do processo de averi-guações”, conforme adiantou o Jornal Tribuna de Macau. O organismo liderado por André Cheong arquivou o caso.

“Após a análise das infor-mações fornecidas pelo GSASC e a realização das diligências complementares necessárias, o CCAC concorda com as conclu-sões que resultaram do processo de averiguações levado a cabo pelo GSASC, ou seja, não se verificou qualquer indício ou prova que demonstrasse que o então vogal do Conselho de Administração do FIC tivesse praticado qualquer acto ilegal ou irregular no procedi-mento de apresentação do pedido de subsídio ao FIC por parte de seus familiares, nem no processo da apreciação e aprovação do pedido”, começa por escrever o CCAC, em comunicado.

“Quanto à denúncia de que há quem tivesse exercido pressão ou influência sobre os colegas no referido processo de averigua-ções, após investigação, também não se verificou qualquer prova que confirmasse a veracidade da denúncia. Pelo exposto, o CCAC procedeu ao arquivamento deste processo.”

O HM tentou obter esclare-cimentos junto do Gabinete de Alexis Tam, mas não foi possível até ao fecho desta edição. J.f.

FIC CCAC desCArtA Corrupçãono CAso de ChAn son u

Caso arquivado

Morreu Oscar Mascarenhas

O jornalista Oscar Mascare-nhas, que trabalhou muitos

anos no “Diário de Notícias” e na agência Lusa, morreu esta quarta-feira, aos 65 anos, em Lisboa, vítima de ataque car-díaco, informou fonte ligada à família. De acordo com a mes-ma fonte, Oscar Mascarenhas sentiu-se mal pela manhã e ainda foi assistido por uma equipa do INEM- Instituto Nacional de Emergência Médica.

Estava no segundo ano de Direito, na Universidade de Lisboa, quando, em janeiro de 1975, pela mão de dois grandes amigos, Carlos Cáceres Mon-teiro e Luís Almeida Martins, começou a trabalhar no vesper-tino “A Capital”. Durante a sua longa carreira trabalhou ainda no “Página Um”, “Diário de

Notícias” (1982-2002 e 2012-2014 como provedor do leitor) e “Jornal do Fundão”.

Oscar Mascarenhas co-laborou ainda com diversos organismos como por exemplo o extinto Conselho de Impren-sa (constituído em 1975 para salvaguardar a liberdade de imprensa), a Comissão da Car-teira Profissional, a direção do Sindicato dos Jornalistas, tendo presidido durante oito anos ao seu Conselho Deontológico.

Como jornalista, relatou momentos históricos, como a cerimónia da independência da Cabo Verde, em 1975, os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, ou ainda as primeiras eleições livres na RDA, em 1990, após a queda do Muro de Berlim.