hoje macau 9 fev 2015 #3269

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GONÇALO LOBO PINHEIRO AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 9 DE FEVEREIRO DE 2015 ANO XIV Nº 3269 hojemacau CONDICAO DE ALTO RISCO TNR REVISÃO DE LEI PODE VIR A PROIBIR TRABALHO A TURISTAS O Regime de Contratação de Trabalhadores Não Residentes está novamente a ser alvo de alterações que deverão estar concluídas no primeiro trimestre deste ano. Entre as questões escrutinadas está a situação dos que vêm para Macau na qualidade de turistas e depois se mudam para o campo dos TNR. Embora ainda pouco se saiba, é possível que as normas de contratação nestes casos venham a ser mais restritas como defendem alguns deputados. ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 Violência doméstica Discussão atrás da porta. Jason Chao do lado de fora POLÍTICA PÁGINA 5 Liga de Elite Benfica vence Monte Carlo e é líder isolado DESPORTO PÁGINA 17 Património Guerra aberta à degradação do Centro Histórico POLÍTICA PÁGINA 6 PUB Nós por cá todos bem LILYBETH DEAPERA CÔNSUL DAS FILIPINAS ´ ˜ PÁGINA 4

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Hoje Macau N.º3269 de 9 de Fevereiro de 2015

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O Regime de Contratação de Trabalhadores Não Residentesestá novamente a ser alvo de alterações que deverão estar concluídas

no primeiro trimestre deste ano. Entre as questões escrutinadasestá a situação dos que vêm para Macau na qualidade de turistase depois se mudam para o campo dos TNR. Embora ainda pouco

se saiba, é possível que as normas de contratação nestes casosvenham a ser mais restritas como defendem alguns deputados.

entrevista páginas 2-3

Violência domésticaDiscussão atrás da porta. Jason Chao do lado de fora

política página 5

Liga de EliteBenfica vence Monte Carloe é líder isolado

desporto página 17

PatrimónioGuerra abertaà degradação do Centro Histórico

política página 6

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2 hoje macau segunda-feira 9.2.2015entrevista

AndreiA SofiA [email protected]

Acaba de assumir funções como cônsul-geral das Filipinas em Macau. Quais os assuntos mais prementes na sua agenda?Lilybeth Deapera (LD) – O con-sulado das Filipinas em Macau pretende melhorar as relações bilaterais entre o Governo de Ma-cau e das Filipinas e a melhoria das relações económicas na área dos negócios aqui e em Manila e também noutras cidades. Também estamos focados no trabalho de protecção à comunidade de filipi-nos aqui residente.

Quais as principais áreas de negócio que estão a ser desenvol-vidas entre Macau e as Filipinas?

A nova direcção do Consulado Geral das Filipinas em Macau tem vindo a receber vários pedidos de operadores ‘junket’ locais para investir em Manila, numa altura em que a capital acaba de inaugurar o casino City of Dreams. Contudo, Lilybeth Deapera, cônsul-geral, e Pete Raymond Delfin, cônsul, também querem atrair outro tipo de turismo. Quanto às necessidades sociais da comunidade filipina local, afirmam estar totalmente asseguradas

LiLybeth Deapera e pete raymonD DeLfin, CônsuLes Das fiLipinas em maCau

“Trabalhadores filipinos estão numa melhor situação aqui”

LD – Há muito interesse dos em-presários de Macau em estabelecer negócios em Manila, como por exemplo na área do Jogo. Recen-temente o casino City of Dreams foi inaugurado em Manila e há muitas empresas de ‘junket’ que estão a considerar Manila como um dos destinos de investimento, tal como o Vietname ou Coreia do Sul. Também estamos a tentar encorajar outro tipo de relações bilaterais com as agências de viagens para podermos promover o nosso país como um destino turístico.

O segmento VIP e o investimento por parte de ‘junkets’ de Macau pode tornar-se um dos principais negócios a estabelecer com as Filipinas? Isso porque vemos que o mercado VIP tem vindo a

sofrer uma quebra em Macau. LD – Já há ‘junkets’ que estão a investir nas Filipinas e há ligações com empresas daqui. Não entende-mos que essa seja a principal área de negócios, queremos mais turis-tas de Macau a ir para as Filipinas e não apenas ‘junkets’.

Quantos pedidos de apoio nessa área de investimento já recebe-ram? LD – Não temos dados, mas temos vindo a ser requisitados nesse sen-tido. [Esses empresários] querem levar jogadores de apostas elevadas para Manila e pretendem saber mais informações sobre vistos e a legislação.

Pete Raymond Delfin (PRD) – A indústria do Jogo nas Filipinas, os

jogadores e turistas chineses são um segmento muito importante no nosso mercado. O sector do Jogo ainda não está solidificado em termos do mercado chinês, porque penso que o mercado turístico nas Filipinas é mais generalizado. Queremos ter um mercado mais diversificado, por comparação a Macau, e esperamos que possamos atrair as nossas nações parceiras do Sudeste Asiático, tal como outros turistas. Por exemplo, os filipinos que estão espalhados por todo o mundo e que depois regressam a casa, esse também é o nosso [objectivo].

Então não querem apenas focar a vossa indústria do turismo no Jogo, mas também na área do en-tretenimento. Pretendem fazer a

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LiLybeth Deapera e pete raymonD DeLfin, CônsuLes Das fiLipinas em maCau

“Trabalhadores filipinos estão numa melhor situação aqui”

A indústria do Jogo nas Filipinas, os jogadores e turistas chineses são um segmento muito importanteno nosso mercado PeTe Raymond delfin

Há muitointeresse dos empresários de Macau em estabelecernegóciosem Manila, como por exemplo na área do Jogo. Recentemente o casino City of Dreams foi inaugurado em Manila e há muitas empresas de ‘junket’ que estão a considerar Manila como um dos destinos de investimento

Se estão a pensar aumentar essas tarifas no serviço de saúde, têm de ter em conta os custos associados. Espero que o aumento não seja muito para que os trabalhadores não tenham dificuldadesem ter acesso aos cuidados de saúde

Como paísmembro da ASEAN e tendo em contaa zona de comércio livre, queremosque os empresários de Macau olhempara o nosso país como uma portade entradalilybeTh deaPeRa

diferença em relação a Macau. PRD – Talvez sim. Os casinos vão continuar em Manila e espero que se transformem numa indús-tria lucrativa. Mas em relação ao mercado da China continental é diferente. Queremos oferecer entretenimento, talvez o que ofe-recemos nas Filipinas será mais adaptado ao gosto dos turistas ocidentais e não apenas para os turistas chineses. Mas claro que também constituem um importante segmento de mercado. LD – Como país membro da ASEAN e tendo em conta a zona de comércio livre, queremos que os empresários de Macau olhem para o nosso país como uma porta de entrada e que possam estabelecer negócios nas Filipinas no sector do comércio e serviços que possam depois ir para outros países do Sudeste Asiático. Estamos a falar de uma área que cobre milhões de pessoas. Claro que a China é um grande mercado, mas a ASEAN também o é.

Falou da protecção da comu-nidade filipina. A Secretária do Trabalho das Filipinas virá a Macau para reunir com o Go-verno local. Quando é que esse encontro vai acontecer? LD – Esse encontro vai acontecer provavelmente nas duas primeiras semanas de Março. Assim que tivermos tudo confirmado, iremos fornecer mais informações.

Em termos da protecção dos trabalhadores não-residentes (TNR), incluindo os filipinos, quais os pontos nos quais o Governo de Macau deve me-lhorar para garantir uma total protecção? LD – Já temos duas leis que cobrem os direitos dos TNR em Macau. Claro que todos sabemos que neste momento o Governo está a trabalhar em áreas como a eliminação do fumo nos casinos. Está também a ser discutida a lei do salário mínimo na área da limpeza e segurança. Vamos esperar que esses diplomas possam entrar em vigor para ver os resultados junto da nossa comunidade.

A comunidade de TNR em Macau tem muitos problemas, devido ao aumento das rendas e baixos salários, o que faz com que tenham muitas necessidades do ponto de vista social, que estão a aumentar. Como encara isso? O Governo poderia ter aqui um papel mais activo?LD – Li um artigo há dias que

dizia que era necessário olhar mais pelos direitos dos filipinos aqui residentes, com mais benefícios sociais. Isso seria algo que pode-ria ajudar a nossa comunidade. Mas penso que o Governo está a olhar para estas questões e todos os desenvolvimentos serão bem recebidos por nós.

Uma académica defendeu recen-temente melhorias ao nível das agências de emprego, as quais são acusadas de cobrar tarifas excessivas. Seria importante também para o Governo me-lhorar a legislação nesta área?Micheline Valdez (MV)* – Temos estado em constante comunicação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para discutir esta matéria. Do que sabemos é algo que está em estudo e estamos à espera dos resultados desses estudos, antes que possamos ter uma posição sobre o assunto. A questão das agências de emprego já é discutida há bastante tempo e concordo que há mudanças que

estão a acontecer. Mas queremos ver os resultados primeiro.

Que tipo de queixas ou proble-mas recebem aqui no consulado, por parte da comunidade? LD – São muito relacionados com a língua. Muitos deles têm patrões chineses e têm problemas de co-municação. Mas os trabalhadores filipinos adaptam-se facilmente e tentam aprender o chinês.

Recentemente uma deputada propôs o aumento das taxas moderadoras no hospital públi-co para TNR. Considera uma medida razoável para uma co-munidade com baixos salários?LD – Claro que o ideal seria ter o mínimo custo nos tratamentos médicos, para que os trabalhadores não pensem que é melhor não ir ao hospital, porque isso pode custar muito dinheiro. Mas diria que se estão a pensar aumentar essas ta-rifas no serviço de saúde, têm de ter em conta os custos associados. Espero que o aumento não seja muito para que os trabalhadores não tenham dificuldades em ter acesso aos cuidados de saúde.

A indústria do Jogo vai aumentar nos próximos anos e é possível que a comunidade filipina au-mente, pois serão necessários mais trabalhadores. Quais os principais desafios que o consu-lado vai enfrentar? LD – Se o mercado se vai expandir teremos de enfrentar um aumento das necessidades do nosso escri-tório em termos de atendimento e acompanhamento a potenciais investidores. Os recursos terão de aumentar para garantir todos os serviços à comunidade, em termos de passaportes ou resolução de problemas.

Em termos de respostas na área social, também podem haver desafios?LD – Já temos espaços de acon-selhamento, um serviço feito em parceria com a Cáritas de Macau.

Isso serve para providenciar aos trabalhadores mais conhecimen-tos sobre gestão das finanças e liderança. Porque muitas vezes o facto de se estar noutro país e noutra sociedade gera dificuldades e esse é um ponto ao qual o nosso governo dá atenção. PRD – Se nos pergunta se iremos subsidiar os custos de vida dos tra-balhadores, nós como uma agência governamental não estamos em posição de fazer isso. Contudo, na área do emprego fazemos o melhor para providenciar as melhores condições a quem procura traba-lho no estrangeiro. Na área dos trabalhadores domésticos, há uma cobertura mínima em termos de protecção e provisões que já estão previstos nos contratos de trabalho. Até agora em Macau temos um bom registo de implementação e, se há problemas, o que é natural, os patrões são cooperantes e dão os devidos benefícios, muitas ve-zes além do que está previsto nos contratos. Estamos satisfeitos com isso. Em relação aos abusos, não temos muitas queixas nessa área. A maioria das necessidades focam-se no ajustamento das condições de vida e o nosso gabinete de trabalho faz o seu melhor para providenciar as devidas condições para que os trabalhadores se possam adaptar melhor, com lições de chinês, se-minários sobre cuidados de saúde e lições de cozinha chinesa, por exemplo. Até agora este sistema tem funcionado e nós temos estado ligados a esta área e podemos asse-gurar que os trabalhadores filipinos estão numa melhor situação aqui em Macau do que noutros territó-rios de emigração.

Consideram então que não há de problemas de discriminação.LD - Sim. E a comunidade filipina é muito reunida, temos grupos próximos da comunidade que dão apoio. Isso também ajuda a que os trabalhadores se possam adaptar à sociedade e às condições de vida.

*Vice-Cônsul

Micheline Valdez

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4 hoje macau segunda-feira 9.2.2015política

Joana [email protected]

o Governo está a rever de novo a Lei da Contra-tação de Tra-

balhadores Não Residentes, depois de, em 2013, o diploma ter sofrido altera-ções. Isso mesmo confirmou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) ao HM.

De acordo com o orga-nismo, a revisão da lei tem sido feita sempre “tendo em consideração a situação real” e de forma “a respon-der às aspirações sociais”. Tal aconteceu em Abril de 2013, quando mudanças neste diploma vieram alterar o regime de impedimento, fazendo com que os tra-balhadores não-residentes (TNR) despedidos com justa causa tivessem de sair de Macau por seis meses antes de procurar novo trabalho. Agora, as mudanças vão focar-se noutro ponto, que tem levantado algumas dú-vidas entre deputados.

“Na presente fase, o Go-verno já iniciou os trabalhos de revisão da Lei da Contra-tação de Trabalhadores Não Residentes e está também a estudar a situação relativa aos não residentes que vêm para Macau na qualidade de

turistas e depois se mudam para o campo dos TNR”, diz a DSAL em resposta ao HM.

O organismo não adianta mais detalhes, mas vários deputados têm pedido que as normas de contratação sejam mais restritas, especialmente no que aos trabalhadores que vêm para Macau enquanto turistas diz respeito.

Debate no CPCSNuma interpelação escrita do ano passado, Ella Lei – deputada que se senta na Assembleia Legislati-

Ella Lei acusou ainda os TNR de dificultarem o acesso de locais a postos de trabalho e de causarem uma redução dos salários, defendendo mesmo que há mais rigor na importação de trabalhadores

va (AL) representando os Operários e uma das mais acérrimas contra os TNR - dizia ao Governo que eram necessárias medidas “para proibir que os estrangeiros procurem e mudem de emprego em Macau” na qualidade de turistas. Mais ainda, a deputada afirmava ser necessário que estes só pudessem “entrar e trabalhar em Macau depois de terem sido contratados no seu local de origem e depois de terem conseguido o seu visto de trabalho”.

da China continental do que de outros locais e que estes primeiros têm mais qualidade profissional.

“Não existem regras, nem controlo relativamente aos trabalhadores oriundos

de outros países. Alguns trabalhadores domésticos chegam a provocar o seu próprio despedimento para poderem procurar outro emprego”, defende Ella Lei, apontando lacunas à lei nomeadamente no que concerne à autorização de trabalho.

Numa resposta à deputa-da a que o HM teve acesso, Wong Chi Hong, director da DSAL, explica que os a pos-se de visto de trabalho não é uma obrigação para os TNR poderem pedir autorização de residência, pelo que, ac-tualmente, nada se poderia fazer face a isso. Contudo, o responsável admitiu que o Governo está a efectuar a revisão não só da Lei da Contratação de TNR, como de regimes conexos. O foco principal, admitia Wong Chi Hong é precisamente a proibição da autorização de trabalho a quem vem sem visto para este efeito.

“Quanto à questão de colmatar os problemas e a situação confusa da im-portação de TNR, nomea-damente a proibição do pedido de autorização de trabalho a TNR que entram em Macau como turistas, o Governo encontra-se a fazer a revisão (...) e a estudar os respectivos problemas, a fim de aperfeiçoar o mecanismo vigente”, disse o responsá-vel em Dezembro.

Na calha pode, então, es-tar esta proibição. De acordo com a DSAL, prevê-se que a revisão desta lei esteja concluída “no primeiro trimestre de 2015”, sendo depois remetida ao Conselho Permanente de Concertação Social para debate. “Durante o processo de revisão, o Governo vai continuar a auscultar as opiniões dos diferentes sectores da so-ciedade”, assegura ainda a DSAL.

D E acordo com um comu-nicado do Gabinete do Secretário para a Eco-

nomia e Finanças, o Regime de Licenciamento de Importação dos Produtos Petrolíferos vai voltar a estar em vigor. A ideia passa por melhor controlar os preços que são praticados no território, não só ao nível do petróleo, mas também dos restantes bens de consumo, como mercadorias e serviços.

“Uma vez que o ajustamento dos preços dos produtos petro-líferos afecta directamente o ambiente operacional e a vida dos cidadãos, as diferentes unidades do Governo têm prestado muita

atenção, durante períodos longos, e para além da fiscalização con-tínua das variações dos preços a nível internacional de petróleo, têm iniciado ainda, no começo do novo Governo da RAEM, o estabelecimento do mecanismo de perseguição e fiscalização das variações dos preços dos produtos em causa, acelerando a determi-nação de medidas eficazes para reforço da monitorização, a fim

relativa aos preços do mesmo produtos vendido no território. “(...) Não foram verificados sinais de que esta subida está relacionada directamente com os preços dos produtos petrolíferos em stock de Macau”, assegurou o Executivo.

Lionel Leong referiu ainda que será feito um “estudo pro-fundo e avaliação geral” sobre a razoabilidade dos preços es-

de salvaguardar os direitos de consumo dos cidadãos, em termos legais”, avança a nota do Governo.

PreçoS em DiSCuSSãoO mesmo comunicado avança contudo que a subida do preço do petróleo – assunto polémico nos últimos meses – foi discutida com as empresas do sector, que referiram dever-se a uma “deci-são negocial”, que em nada está

tabelecidos pelas mais variadas entidades.

O Governo garante ainda estar a acelerar os trabalhos legislativos do diploma de Protecção dos Direi-tos e Interesses dos Consumidores. O mesmo comunicado refere que, em reunião com o Secretário para a Economia e Finanças, o sector empresarial concordou com a medida sobre o gasóleo e apoia a implementação da Lei de Protec-ção dos Consumidores. O colectivo acredita, no entanto, que é neces-sário ter mais “transparência” no que diz respeito ao conhecimento da população relativamente aos preços. - L.S.m.

Petróleo rePosição de lei sobre licenciamento de imPortação

Pelos direitos de quem consome

tnr Lei a ser revista pode proibir autorização de trabaLho a turistas

mudanças de novo a caminhoO Governo está a rever novamente a Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentese as mudanças vão ser debatidas pelo CPCS ainda no primeiro trimestre deste ano.A DSAL não dá muitos detalhes sobre a revisão, mas esta pode versar sobre a proibiçãode autorização de trabalho a quem chegue cá como turista

[o Governo] “está também a estudar a situação relativa aos não residentes que vêm para Macau na qualidadede turistas e depois se mudampara o campo dos TNR”

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5 políticahoje macau segunda-feira 9.2.2015

AndreiA SofiA [email protected]

A penas um deputado da 1.ª Comissão per-manente da assem-bleia Legislativa (aL)

aceitou que as reuniões de análise à proposta de Lei de prevenção e Correcção da Violência Doméstica passassem a ser à porta aberta. a nega ao pedido do grupo Macau Consciência, liderado por Jason Chao, foi quase geral e a presidente da Comissão, Kwan Tsui Hang, explicou as razões.

“não há uma especial necessi-dade para abrir as portas da reunião da Comissão. a importância que a sociedade dá a esta proposta de lei não é fundamento. por isso, a maioria dos membros da Comissão não concorda”, começou por dizer. “nas questões que podem ter um impacto com os hábitos e tradições da comunidade chinesa temos de ter muito cuidado e, cada vez que estamos a apreciar essas questões, todos os membros da Comissão prestam atenção a este aspecto. Não significa que se abrirmos as portas desta reunião as pessoas vão

dar mais atenção a esta proposta de lei”, explicou a deputada.

a falta de consenso é outro dos motivos. “na Comissão, cada deputado tem as suas opiniões e como essas opiniões são prematu-ras não é tempo oportuno para dar essas informações ao público. só quando tivermos a mesma via de entendimento é que podemos dar a entender ao público”, apontou Kwan Tsui Hang.

a deputada recusou a premissa de que este diploma deveria ser analisado à porta aberta por ser mais importante. “não devemos medir as leis dessa forma”, defen-deu, reconhecendo, contudo, que “[a discussão] à porta aberta pode contribuir para a elevação do grau de transparência”.

Contudo, assegura que “desde sempre” que a aL tem o mecanis-mo de, através da presidência, “dar a conhecer à comunicação social aquilo que foi discutido durante a reunião”.

Dolo será crime públicoO encontro de sexta-feira voltou a focar-se na definição de actos de violência com consequências leves e não leves. Kwan Tsui Hang explicou que apenas os actos cometidos com dolo, ou seja, com intenção por parte do agressor, serão considerados crime público.

“embora [os casos sem dolo] sejam violência doméstica, a con-sequência não será tão grave e esses casos poderão ser tratados pelo Ias para dar um acompanhamento. se os

“O que é que se entende por actos com consequências que não sejam leves? aí há um elemento muito importante que é o dolo. se são actos não preparados, sem dolo, que não causem graves feri-mentos ao ofendido, consideram--se actos com consequências não leves. para os actos com dolo, com consequências graves, serão considerados crimes públicos. para alguns casos simples, uma leve bofetada, ou uns ligeiros empurrões, serão considerados crimes semi-públicos e caberá ao próprio ofendido decidir se apre-senta ou não queixa”, explicou Kwan Tsui Hang.

casos são leves mas praticados reite-radamente deve haver uma medida de advertência. O essencial é ter medidas adequadas para proteger as vítimas de violência doméstica”, concluiu.

O ex-intendente alfandegário dos serviços de alfândega Choi Lai Hang foi nomeado para

assumir funções como Coordenador do Gabinete Coordenador de segurança. a tomada de pose acon-teceu na sexta-feira, ainda que Choi tenha começado a exercer funções na passada segunda-feira.

Choi Lai Hang fez parte da polícia Marítima e Fiscal, tendo desempenhado funções de adjunto de comandante do Departamento de Fiscalização aduaneira, comissário do Comissariado Fiscal do aeroporto, chefe da Divisão de Fiscalização de Macau, chefe da Divisão de Operações do Departamento de Gestão Operacional, chefe do Departamento de Gestão Operacional, segun-

do-comandante da polícia Marítima e Fiscal e de comandante da polícia Marítima e Fiscal. em 2001 foi nomeado director-geral dos serviços de alfândega.

O agora Coordenador do Gabinete Coordenador de segurança é formado em Ciências policiais pela escola superior das Forças de segurança de Macau e completou o primeiro curso de Comando e Direcção na mesma escola. O cargo será ocupado por dois anos e, segundo uma nota de imprensa, o secretário para a segurança, Wong sio Chak, admite que o gabinete está convicto de que “o novo Coordenador irá desempenhar uma boa liderança e assumir plenamente a prossecução no novo cargo”.

Segurança Choi Lai Hang é novo coordenador do Gabinete

Violência Doméstica DeputaDos recusam Debater lei à porta aberta

mais uma nega para Jason chaoO grupo Macau Consciência pediu aos deputados da 1.ª Comissão permanente para abrir ao público as reuniões que analisam a proposta de Lei da Violência Doméstica, mas tal não vai acontecer, uma vez que não há consenso e algumas opiniões poderiam ter “impacto” na comunidade chinesa. só um deputado votou a favor

deSApontAmentoJason Chao está “muito desapontado” com os deputados da 1.ª Comissão permanente que chumbaram o pedido para que as reuniões fossem à porta aberta. em declarações à Rádio Macau, Jason Chao disse estar muito desapontado com a rejeição da proposta por parte da Comissão e lamentou que apenas um deputado tenha votado a favor de abrir as reuniões da Comissão ao público. “Isto mostra que os deputados não estão interessados em prestar contas sobre o seu trabalho. Devemos vigiar de perto a forma como a discussão sobre esta proposta de lei vai decorrer”, frisou aos microfones da rádio. Kwan Tsui Hang não quis revelar o nome do único deputado que votou a favor.

“Nas questões que podem ter um impacto com os hábitos e tradições da comunidade chinesa temos de ter muito cuidado”Kwan tsui Hang Deputada

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hoje macau segunda-feira 9.2.20156 política

Fil ipa araú[email protected]

O s deputados José Pe-reira Coutinho e Leong Veng Chai defendem, numa interpelação

escrita, que o Centro Histórico de Macau “encontra-se num estado avançado de degradação”, situação que deixa os moradores das áreas envolventes “muito apreensivos”. Os deputados acusam o Governo de nunca mostrar preocupação com esta situação e pedem medidas de protecção imediatas e até técnicos formados em restauro.

Exemplificando com o aprovei-tamento e o “parcial rejuvenesci-mento da zona das redondezas da Rua Nossa senhora do Amparo”, os deputados indicam que existe uma “enorme quantidade de edi-fícios” a necessitar de renovações semelhantes.

“O problema reside no facto de em Macau existir uma enorme quantidade de edifícios e obras de

arte com valor histórico que fica-ram fora da classificação e que se vão degradando com o passar do tempo. Em Macau ainda não existe uma política geral de conservação e restauro no património”, escrevem.

Perante a situação, os deputa-dos questionam se o Governo tem planos para que seja realizado um levantamento “geo-referenciado de todo o património de Macau de

Relativamente ao Centro His-tórico do território os deputados perguntam quais as medidas, a aplicar de forma imediata, que o Governo tem para os edifícios e

forma exaustiva”, algo que, defen-dem, poderá evitar a degradação do mesmo, “quer por abandono, quer por desleixo das entidades responsáveis”.

obras de arte com valor histórico que ficaram de fora da classificação daquela área.

Também sobre aos recursos humanos, os deputados defendem que é necessário existir um maior número de técnicos de restauro e, por isso, querem saber se o Executivo tem planos para im-plementar “formação de técnicos especializados no restauro por forma a criar um corpo estável de técnicos e especialistas de área de manutenção, restauro e recriação e esculturas e outra obras de arte”.

Arquitectos A fAvorRecorde-se que a consulta públi-ca sobre o plano de salvaguarda e gestão do Centro Histórico da cidade foi alvo de várias críticas por parte dos arquitectos locais. Rui Leão, arquitecto, afirmou ao HM, em Novembro passado, que é necessário “deixar de agir em regime de bombeiros a apagar fo-gos”, ou seja, começar a restaurar os prédios e monumentos antes que exista o perigo de ruírem.

Também o arquitecto Vizeu Pinheiro confessou ter “dúvi-das” quanto à implementação efectiva da Lei de salvaguarda do Património e à gestão de grande parte da cidade. Além disso, aproveitou ainda para lembrar a monopolização que foi feita, no que diz respeito à tutela dos assuntos relacionados com o património do território. É que antes da aprovação deste diploma, a gestão e protecção dos monumentos e determinadas áreas da cidade eram feitas pelo Instituto para os Assuntos Cívi-cos e Municipais e pela Direcção dos serviços de solos, Obras Públicas e Transportes, hoje em dia sendo totalmente executadas pelo Instituto Cultural.

andreia SoFia [email protected]

j OsÉ Pereira Coutinho foi um dos primeiros deputados a mostrar

a sua indignação face ao processo de revisão da Lei Orgânica da Assembleia Le-gislativa (AL). O deputado directo entregou uma carta à 2.ª Comissão Permanente da AL na passada sexta-feira, um dia depois do HM ter noticiado a iniciativa, onde acusa a secretária-geral do hemiciclo de ter “cozinha-do” o processo.

Os colegas contestaram as declarações, mas Pereira Coutinho não desarma. “Não me espanta que as forças tradicionais venham a terreno defender [o actual processo de revisão], por-que todos sabemos que a

deputada Kwan Tsui Hang é amiga íntima da antiga presidente da AL (susana Chou). É também normal que os moradores (através do deputado Ho Ion sang) venham, por arrastamento, defender o vice-presidente da AL (Lam Heong sang). Existem problemas na AL e aquilo foi cozinhado nos bastidores, de tal forma que se esqueceram de ouvir deputados, trabalhadores e associações”, disse ao HM.

“Que legitimidade tem a AL para chamar a atenção ao Governo, quando ela própria não dá o exemplo de transparência?”, questionou

Associações de Moradores (UGAMM, ou Kaifong) afirmaram não existir qual-quer ligação do processo à secretária-geral da AL, stella Ieong, ou a favore-cimentos de pessoas, como acusa Pereira Coutinho.

Hemiciclo com “disfunções”segundo o jornal Ponto Fi-nal, Pereira Coutinho adiou por um dia a entrega da carta por querer incluir mais opiniões dos trabalhadores. O documento contém três problemas que o deputa-do, também presidente da Associação dos Trabalha-dores da Função Pública de

o deputado, frisando: “Esta revisão do diploma chega tardia e está a ser feita de forma injusta e desajustada. É preciso mais transparência na casa do povo”. O deputa-do vai mais longe e afirma mesmo que, “no passado, a AL foi sempre considerada e gerida como se fosse uma empresa privada, onde o patrão faz o que melhor lhe apetece. Doa a quem doer, a verdade deve ser dita.”

Recorde-se que a depu-tada Kwan Tsui Hang, que representa a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e Ho Ion sang, da União Geral das

Macau (ATFPM), quer ver resolvidos.

“Há disfunções nas fun-ções que são exercidas e protecção de pessoal. Estão lá administrativos a exercer funções de relações públicas e relações públicas que fazem trabalho de secretariado. Há pessoas protegidas que en-tram na categoria de técnicos e passado um ano os contratos de trabalho são alterados e estes passam a técnicos superiores. Há ainda outros administrativos, com mais de dez anos de serviço, que não vêem alteradas as suas cláusu-las contratuais em termos de salários”, explicou Coutinho

ao HM. O deputado pede ainda a criação de um seguro individual para auxiliares que fazem trabalho na rua.

Ainda em resposta à reacção de Kwan Tsui Hang, o deputado explica que “em princípio” apoia o diploma, porque vem corrigir situa-ções que já deveriam ter sido resolvidas, pelo que nunca iria votar contra. “A esperança é que em sede de comissão possamos melho-rar o diploma para que seja mais abrangente”, refere.

sobre a possibilidade de apresentar as provas ao Comissariado contra a Cor-rupção (CCAC), também dito por Kwan Tsui Hang, Pereira Coutinho frisa: “se-ria incorrecto ir ao CCAC para averiguar algo que tem a ver com o sistema que existe na AL”, concluiu.

Regimento da aL PeReiRa Coutinho Reage às vozes que o CRitiCaRam

O poder das vozes “tradicionais”

PatRimónio DeputaDos querem meDiDas imeDiatas De protecção

o antigo quer-se bonitoJosé Pereira Coutinho e Leong Veng Chai querem que o Governo tome medidas imediatas para a preservação do património, assim como também aposte na formação de técnicos especializados em restauro

“Em Macau ainda não existe uma política geral de conservação e restauro no património”PeReiRa Coutinho e Leong veng Chai deputados

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7sociedadehoje macau segunda-feira 9.2.2015

Fil ipa araú[email protected]

F oi em Janeiro do ano pas-sado que a marca mundial-mente conhecida Booking.com – site de reservas de

alojamento - viu negada a autori-zação para poder avançar com o registo em Macau pela Direcção dos Serviços de Economia (DCE). A decisão foi contestada pela em-presa Boking.com B.V., parte do

MIECF dirigida porGro Harlem BrundtlandA ex-primeira-ministra da Noruega e actual enviada especial da ONU para as Alterações Climáticas, Gro Harlem Brundtland, será a principal oradora do próximo Fórum Ambiental a acontecer em Março, em Macau. Gro, conhecida pela “mãe do desenvolvimento sustentável”, vai juntar-se a outros especialistas convidados pelo MIECF (Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau) para debater o tema “Economia Verde – Soluções para um Ar Puro”. A edição passada contou com a presença de mais de 400 empresas de 20 países e territórios. O certame atraiu 9245 visitantes, foi palco de 800 bolsas de contacto e fechou com a assinatura de 26 protocolos, contra 41 firmados em 2013.

Aeroporto com mais passageiros em Janeiro

Face ao seu uso no tempo e à sua dimensão mundial, [a marca] já é conhecida pelos utilizadores desses serviços”Acórdão do TribunAlde SegundA inSTânciA

A marca Booking.com, com presença em 17 países e regiões, ganhou a batalha contra os tribunais de Macau e conseguiuver o seu registo autorizado no território. Depois do Tribunalde Primeira instância ter negado o recurso de uma decisãoda DSE, a marca recorreu e convenceu o Tribunalde Segunda instância. Presença e reconhecimentointernacional foram os argumentos usados

TribunAl BOOkING.COM AUtOrIzAdA A rEGIStAr MArCA EM MACAU

guerra ganha ao segundo round

grupo da americana Priceline, que recorreu ao Tribunal de Primeira instância.

A marca “goza de capacida-de distinta (...), sendo a RAEM membro da organização Mundial do Comércio e sendo signatária do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade intelectual relativos ao comércio, está vincu-lada a acompanhar os mecanismos de protecção dos direitos de pro-priedade industrial adoptados nos

outros países membros, razão por que deve ser concebível que uma marca estando registada em vários países da União possa, desde logo, merecer protecção em Macau, desde que requerido o respectivo registo”. Estes, e ser uma marca “registada em 17 jurisdições” foram alguns dos argumentos utilizados pela Booking.com, que mesmo assim não conseguiu convencer o Tribunal de Primeira instância.

Persistência recomPensadaSem desistir, a marcar seguiu para o Tribunal de Segunda instância (TSi) que, analisando a argumen-tação, autorizou, um ano depois, o registo da marca Booking.com em Macau.

Apesar do TSi considerar o argumento do registo em vários países como inválido, alegando que por estar registada “não implica necessariamente o registo nos res-tantes países/territórios da União,

pois as condições de apresentação e de registo de marcas de fábrica ou de comércio são fixadas, em cada país/território da União pela respectiva legislação nacional e uma marca regularmente regista-da num país é considerada como independente de marcas registadas nos outros países/territórios da União”, o tribunal considera que a marca Booking.com tem nome no mercado.

“(...) Face ao seu uso no tem-po e à sua dimensão mundial, já é conhecida pelos utilizadores desses serviços”, pode ler-se no acórdão emitido pelo tribunal, que deu razão à empresa e contrariou a decisão da DSE.

A marca Booking.com adi-ciona, assim, Macau à sua lista de países e regiões com registo.

o Aeroporto internacional de Macau registou 430 mil passa-

geiros em Janeiro, valor que traduz um aumento de 3% face ao período homólogo do ano passado, segundo números divulgados pela empresa que gere o aeroporto.

Em comunicado, a CAM - Companhia do Aeroporto inter-nacional de Macau indica que a maior subida se verificou nas rotas do Sudeste Asiático, com uma

quota de mercado de 44%, em que o interior da China e Taiwan sofreram um ligeiro declínio jus-tificado com políticas de Pequim, bem como com o facto de em 2013 o Ano Novo Chinês ter sido em Janeiro, pelo que se espera um ‘pico’ no tráfego em Fevereiro, por ocasião da festividade.

o Aeroporto internacional de Macau fechou 2014 com o registo de 5,48 milhões de passageiros, mais 9% face ao ano anterior. o movimento de aeronaves também aumentou (6%) em Janeiro, supe-rando 4700.

Para este ano, os responsáveis pelo Aeroporto internacional de

Macau querem ampliar em 3% o número de passageiros para 5,65 milhões de pessoas, atingir os 54.500 movimentos (mais 4%) e operar 29.343 toneladas de carga (mais 2%).

o Aeroporto internacional de Macau foi inaugurado em Dezembro de 1995 e constituiu a última grande infra-estrutura da administração portuguesa de Macau.

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hoje macau segunda-feira 9.2.20158 sociedade

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M A C A U A N G L I C A N C O L L E G E

PARENTS ARE WELCOME TO ATTEND APARENTS’ INFORMATION MEETING FOR ENROLING NEW K1 PUPILS

FOR SEPTEMBER 2015AT

M A C A U A N G L I C A N C O L L E G EAV. PADRE TOMÁS PEREIRA, NO. 109-117, TAIPA, MACAU

THIRD FLOOR, SCHOOL HALLON

TUESDAY, FEBRUARY 10th 2015, 7:30 P.M.

*Four new K1 classes commence in September 2015.*100 places will be offered to new K1 pupils aged 3, in 4 classes of 25. *English and Putonghua are the main languages of instruction. *Creative teaching styles; child centred learning.*Application Days, from March 2nd to 5th 2015.*Assessment Day, Saturday, March 7th 2015, from 9:00 a.m. (Details to follow).

Fil ipa araú[email protected]

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM)

oficializou ontem a criação, com a cerimónia de tomada de posse, do Secretariado Permanente da Comissão de Juventude da ATFPM. Presi-dida por Rita Santos, membro da Associação e Secretária--Geral Adjunta do Fórum Macau, o Secretariado tem já planos traçados.

“Vários jovens têm rea-lizado trabalhos, como por exemplo visitas aos asilos, visitas às creches. Estavam, e estão, divididos por grupos: um grupo de jovens está mais dedicado ao empreendedorismo, ao auxílio dos jovens empresá-rios, outro grupo actua mais na área política”, começa por explicar a presidente quando questionada sobre a necessidade de criação do Secretariado.

Conta Rita Santos que os jovens “por sua própria iniciativa” quiseram que a ATFPM apoiasse a criação de um Secretariado Permanen-te. Assim sendo, e aceitando o desafio proposto, a Associa-ção uniu-se e atribuiu cargos a alguns membros para diferentes áreas, tais como, relações públicas, assuntos sociais, assuntos jurídicos, administração e finanças, empreendimento, direitos para a juventude, assuntos dos deficientes, comunicação social, entre outros.

Assim, acompanhados por membros da ATFPM, “os jovens poderão receber orientação e ajuda para perceberem um pouco mais como funciona tudo”, defen-de a presidente. “Isto serve para os ajudar, ensiná-los como é que os jovens devem

Cotai Ferry Irmã de Lionel Leong é nova representanteno Conselho para o Desenvolvimento TurísticoO Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, nomeou a irmã, Melina Leong, para o cargo de representante da sua empresa no Conselho para o Desenvolvimento Turístico. De acordo com notícia da revista Macau Business, o anúncio foi publicado na passada sexta-feira, em Boletim Oficial. Melina Leong é Directora de Operações (C.O.O.) da empresa Cotai Ferry Co Ltd, que gere um dos serviços de transporte marítimo entre Macau e Hong Kong. A empresa é uma das subsidiárias do grupo Sands China Ltd.

ATFPM CriADA COMiSSãO DA JuvEnTuDE pArA “prEpArAr JOvEnS”

De pequenino se torce o meninoA ATFPM celebrou ontem o nascimento de um Secretariado Permanente da Comissão de Juventude, sob a alçada da associação, que pretende, segundo Rita Santos, presidente do grupo, preparar os jovens para o futuro, dando-lhes bases de empreendedorismo. O Secretariado conta com mais de cem jovens membros, número que se pretende bem maior

“Isto serve para os ajudar, ensiná-los como é que os jovens devem lidar com os problemas sociais, como é que eles devem resolver os seus próprios problemas, ou até se forem empresários como devem enfrentar o novo desafio da diversificação económica”RiTA SAnToS Presidente da ATFPM

lidar com os problemas so-ciais, como é que eles devem resolver os seus próprios problemas, ou até se forem empresários como devem enfrentar o novo desafio da diversificação económica ou também os processos pelos quais têm que passar na Função Pública”, esclarece.

Mãos à obraA primeira acção para o Se-cretariado agora criado está agendada já para o próximo domingo, 15 de Fevereiro. “O primeiro trabalho que eles [jovens membros do Secretariado] vão fazer é muito importante. Vão organizar uma visita A três

famílias carenciadas da zona norte. Contam com a ajuda de uma organização de mulheres para seleccionar as famílias. O objectivo é ouvir e perceber quais os problemas vividos por estas famílias”, relata a presiden-te, que explica que depois deste trabalho de campo, os jovens terão que “preparar os documentos necessários” para pedir ajuda ao Instituto de Acção Social (IAS) ou a outros serviços públicos, dependendo dos problemas por eles enunciados.

Mesmo com mais de cem jovens membros, Rita San-tos considera que este “não é um número suficiente” e

que, por isso, a ATFPM quer apostar na conquista de mais membros. “Ainda agora [na cerimónia de tomada de posse] mais jovens, de origem filipina residentes permanentes, se uniram a este novo Secretariado”, conta.

Diz a presidente que há muito trabalho a fazer e por isso é sempre preciso mais interesse e participação por parte dos jovens. “São tantas, tantas as perguntas que nos fazem e de diversos temas, por isso é que os aconselhei a conversarem entre grupos

e depois apresentarem um plano geral”, diz Rita Santos, sintetizando o nascimento no Secretariado. “Temos que formar jovens, para que um dia sejam líderes da so-ciedade de Macau”, remata, sublinhando a sua satisfação no “empenho dos jovens”.

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9 sociedadehoje macau segunda-feira 9.2.2015

Leonor Sá [email protected]

O Hotel St. Regis Ma-cao tem inauguração prevista para o fim do ano, entre os meses de

Setembro e Dezembro deste ano, anunciou a direcção no passado fim-de-semana. A St. Regis Hotels & Resorts promete, em comunica-do, estabelecer um “novo padrão de luxo”, com mais de uma centena de espaços de restauração e 600 espaços dedicados ao retalho.

“Através da sua atenção me-ticulosa aos detalhes e serviços intangíveis, o St. Regis Macao prepara-se para ser o hotel mais falado em Macau”, refere Josef Dolp, gerente do hotel.

A empresa garante uma oferta de 400 quartos e suites que podem ir dos 53 aos 477 metros e a réplica do conhecido St. Regis Bar, fundado no início do século XX, em Nova Iorque. Este deverá servir uma série de vinhos, bebidas espirituosas ex-clusivas e o cocktail “legendário e mundialmente conhecido” Bloody Mary, também criado no primeiro de todos os bares St. Regis.

MordoMos e relaxaMentoO hotel do território terá ainda um espaço dedicado à beleza e relaxa-mento, o Iridium Spa. Localizado no 38º andar, tem vista para a zona do Cotai Strip e pode aliar-se a uma tarde na piscina exterior com mais de dois mil metros. Outra das novidades será a disponibilização do serviço de mordomo para todos os clientes, permitindo assim que as pessoas possam marcar várias actividades com 24 horas de an-tecedência, “de acordo com as necessidades, gostos e preferências específicos dos clientes”.

O St. Regis fará parte da cadeia hoteleira Starwood Hotels, que inclui o grupo Sheraton. De acordo com comunicado, esta será a 36ª estância do colectivo, que marca já presença em cidades como Shen-zhen ou Banguecoque. A marca foi fundada na cidade norte-americana que nunca dorme, por John Jacob Astor IV, um empresário milioná-rio dos EUA.

APOMAC Subsídio de residência só com vontade política Gravidez SS subsidiam exames feitos em instituições privadas

OS Serviços de Saúde (SS) vão subsidiar grá-vidas do território que tenham feito exames

de rastreio de Síndrome de Down em instituições privadas entre Setembro e Dezembro do ano passado num montante máximo de mil patacas. A medida surge depois de várias mulheres se terem visto impossibilitadas de arranjar vaga de marcação para este exame específico nos serviços públicos, assim recorrendo ao privado. Estes testes – medição ecográfica da translucência da nuca (TN) – são, por norma, efectuados entre as 11ª e a 14ª semanas de gestação. Além disso, os SS vão ainda contactar 466 mulheres grávidas que efectuaram o mesmo exame noutros locais para uma explicação de como levantar este sub-sídio. A iniciativa dos SS está já em vigor desde a passada quinta-feira.

400quartos e suites que podem ir

dos 53 aos 477 metros

O Hotel St. Regis deverá inaugurar na zona do Cotai entre Setembro e Dezembro deste ano e a direcção promete trazer para Macau um serviço de excelência em várias vertentes, nomeadamente no atendimento de clientes e no luxo

Cotai Hotel St. RegiS abRe entRe SetembRo e DezembRo

Um outro patamar do luxo

A Associação dos Apo-sentados, Reformados

e Pensionistas de Macau (APOMAC) admite que

só Chui Sai On, Chefe do Executivo, pode resolver a questão de atribuição dos subsídio de residência aos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações.

Em entrevista à Rádio Macau, o presidente da APOMAC reconhece que o processo está encerrado judicialmente, depois do Tribunal de Última Ins-tância ter decidido que os aposentados residentes em Macau e que recebem as pensões da Caixa Geral de Aposentação de Portugal não têm direito a receber o subsídio de residência

no território. Ainda assim, Francisco Manhão acre-dita que o problema pode ser solucionado se houver vontade política por parte do Chefe do Executivo.

“Judicialmente [o pro-cesso]está arrumado. Agora resta saber se há vontade po-lítica por parte do Governo. Vamos tentar e continuar a dialogar com o Governo sobre esta matéria. Assim que tivermos oportunidade voltamos a falar com ele [Chefe do Executivo]”, explicou o presidente da APOMAC aos microfones da rádio.

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hoje macau segunda-feira 9.2.201510 publicidade

1. Depósito de lixo na Rua do Canal das Hortas n°472. Depósito de lixo na Rua Norte do Canal das Hortas n°2353. Depósito de lixo na Alameda da Tranquilidade n°1034. Contentor de compressão de lixo, Rua Seis do Bairro Iao Hon n.º 185. Depósito de lixo na Av. de Artur Tamagnini Barbosa (perto do auto-silo do edf. Tamagnini Barbosa) 6. Contentor de compressão de lixo, sito na Rua Seis do Bairro Iao Hon (ao lado das zonas de vendilhões)7. Depósito de lixo no Mercado de Tamagnini Barbosa8. Depósito de lixo fechado da Zona de Lazer da Rua Quatro do Bairro Iao Hon9. Depósito de lixo na Rua Nova de Toi San n°1210. Depósito de lixo na Estrada Marginal do Hipódromo11. Depósito de lixo na Travessa Norte do Patane n°1612. Depósito de lixo na Estrada Marginal da Ilha Verde (lado oposto do Matadouro)13. Depósito de lixo na Rua da Ilha Verde n°5114. Depósito de lixo na Rua do General Castelo Branco n°6715. Depósito de lixo na Rua do Templo Lin-Fong n°8916. Depósito de lixo na Rua do Marechal Gomes da Costa17. Depósito de lixo na Rua Sul do Patane n°18118. Depósito de lixo na Rua dos Estaleiros19. Contentor de compressão de lixo, na Avenida de Horta e Costa20. Depósito de lixo na Rua de Kun Iam Tong n°6321. Depósito de lixo no Beco do Pagode do Patane, n.º 1122. Contentor de compressão de lixo, Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 13123. Depósito de lixo na Rua do Coronel Mesquita, n.º 5 24. Depósito de lixo na Rua de Entre-Campos25. Depósito de lixo da Rua de Silva Mendes nº1 (Próximo da Casa Memorial do Dr. Sun Yat-Sen)26. Depósito de lixo na Rua de Tomás Vieira n°8027. Depósito de lixo na Travessa do Pau n°1928. Depósito de lixo no Beco dos Faitiões n°21

29. Depósito de lixo na Rua da Esperança30. Depósito de lixo na Calçada de S. Francisco Xavier n°1 31. Depósito de lixo na Travessa do Armazém Velho n°1 32. Depósito de lixo no Largo do Pagode do Bazar 33. Depósito de Lixo na Av. do Coronel Mesquita n°8534. Depósito de lixo na Rua de Luís João Baptista n°1335. Depósito de lixo na Rua de Henrique de Macedo n° 236. Depósito de lixo na Rua do Pato n°1237. Depósito de lixo no Pátio de S. Domingos nº 238. Depósito de lixo no Pátio de Hó Chin Sin Tong n°139. Contentor de compressão de lixo, Rua do Almirante Sérgio n.º 13B40. Depósito de lixo na Zona de Lazer do Largo do Aquino41. Depósito de lixo na Estrada do Visconde de S. Januário42. Contentor de compressão de lixo, Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques n.º 4943. Depósito de lixo no Miradouro de Henry Dunant44. Contentor de compressão de lixo, Rua das Alabardas, em frente ao nº 10 D45. Depósito de lixo fechado na Avenida da Praia Grande nº 291 (Cruzamento com o Pátio do Pagode)46. Depósito de lixo fechado na Praceta de 1 de Outubro47. Depósito de lixo fechado na Rua do Almirante Sérgio nº 20948. Depósito de lixo na Calçada da Paz n°449. Depósito de lixo naTravessa do Bom Jesus n°1650. Depósito de lixo na Travessa da Prosperidade n°2651. Depósito de lixo na Av. da República n°2A52. Depósito de lixo na Rua de S. Tiago da Barra n°1553. Depósito de lixo na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.º 745 (ao lado do Jardim Comendador Ho Yin) 54. Contentor de compressão de lixo, no Mercado Provisório do Patane55. Depósito de lixo na Rua Seis do Bairro da Areia Preta n°15256. Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 6157. Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 149

58. Contentor de compressão de lixo, no exterior do Templo Chok Lam59. Saída do Auto-Silo de Automóveis Pesados da Avenida 1º de Maio60. Contentor de compressão de lixo, na Estrada Marginal da Areia Preta n.º 8761. Depósito de lixo na Rua Cidade de Braga62. Alameda Dr. Carlos d’Assumpção 403 - 439 (Centro Unesco de Macau)63. Depósito de lixo na Travessa de S. Domingos, n.º 16B 64. Contentor de compressão de lixo, Rua das Estalagens nº. 110A65. Depósito de lixo na Avenida do Comendador Ho Yin66. Contentor de compressão de lixo, Estrada de Adolfo Loureiro nº 12J67. Contentor de compressão de lixo,Rua de Martinho Montenegro nº 1368. Depósito de lixo na Rua da Harmonia n°12969. Depósito de lixo na Rua do Matapau, n.º 8370. Depósito de lixo na Rua das Lorchas n°35771. Depósito de lixo na Travessa das Hortas n°372. Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 4 com a Rua de Silva Mendes73. Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 41 com a Rua do Almirante Costa Cabral74. Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 99 com a Rua da Madre Terezina75. Contentor de compressão de lixo, no Largo dos Bombeiros, na Taipa76. Depósito de lixo fechado na Rua de Évora, Taipa (Jardim da Cidade das Flores)77. Depósito de lixo fechado na Avenida de Kwong Tung78. Depósito de lixo fechado na Rua de Lagos nº 9079. Depósito de lixo fechado na Avenida dos Jardins do Oceano nº 147 (Ao lado do Centro de Saúde)80. Avenida Dr. Sun Yat Sen (Próximo da estação de autocarros do Edifício Chun Leong)81. Depósito de lixo na Travessa da Rebeca82. Depósito de lixo fechado na Rotunda do Estádio83. Depósito de lixo fechado no Caminho das Hortas

84. Depósito de lixo na Estrada Lou Lim Ieok85. Depósito de lixo na Rua dos Navegantes86. Depósito de lixo fechado no Largo da Cordoaria87. Depósito de lixo na Avenida da República88. Depósito de lixo na Estrada do Campo89. Depósito de lixo na Estrada de Hac Sá90. Depósito de lixo no Caminho da Povoação de Ká Hó91. Contentor de compressão de lixo, na Avenida da Longevidade nº. 4992. Contentor de compressão de lixo, na Rua Nova à Guia nº. 11993. Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira, em frente ao nº 19 C94. Contentor de compressão de lixo, na Rua da Madre Terezina, em frente ao nº 4 A95. Depósito de lixo na Rua do Lu Cao, n.º 6896. Contentor de compressão de lixo, Rua do Bispo Medeiros nº. 2497. Contentor de compressão de lixo, Estrada Marginal da Ilha Verde nº. 116298. Depósito de lixo na Praça de Luís de Camões99. Depósito de lixo na Rua de Luís Gonzaga Gomes (Jardim da Rua de Malaca)100. Contentor de compressão de lixo, Avenida do Almirante Lacerda nº 72101. Projecto de recolha automática de resíduos sólidos urbanos na Rua Central da Areia Preta n.º 103102. Projecto de recolha automática de resíduos sólidos urbanos na Rua Central da Areia Preta n.º 415103. Contentor de compressão de lixo, Rua do Padre João Clímaco n.º 23104. Contentor de compressão de lixo, na Estrada da Vitória, em frente ao n.º18105. Contentor de compressão de lixo, na Rua de Pequim, na Taipa (Edf. Do Lago bloco IV)106. Contentor de compressão de lixo, na Alameda da Harmonia (Edf. Ip Heng bloco IX)107. Contentor de compressão de lixo, na Alameda da Harmonia (Edf. Lok Kuan bloco III)108. Contentor de compressão de lixo, na Rua Um de Koi Nga (Edf. Koi Nga, entre os blocos III e V)

Posto de recolha de resíduos sólidos de objectos volumosos antes do Ano Novo Lunar【05/02/2015 - 18/02/2015 • 20H00 - 23H00】

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hoje macau segunda-feira 9.2.2015

Os NOssOs PríNciPes • Judite SousaLivro de homenagem a André Sousa Bessa, cuja morte, na flor da idade, abriu uma ferida do-lorosa na vida de todos quantos o amam. Iniciativa de sua mãe, Judite Sousa, o livro recolhe textos sentidos de familiares e amigos, assim como cartas de admiradores que viveram a mesma dor. Enriquecem este livro textos de Valter Hugo Mãe e José Tolentino Mendonça, importantes reflexões sobre a perda. Os direitos de autor deste livro revertem a favor da Bolsa de Estudo André Sousa Bessa, que irá ser criada no âmbito da Universidade Nova de Lisboa, destinada a apoiar estudantes universitários da UNL que tenham dificuldades económicas para prosseguir os seus estudos.

À venda na Livraria PortugueSa rua de s. dOmiNgOs 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

um aNO de milagres • Marianne Williamson365 conselhos espirituais para renovar a sua vida.Transforme a sua vida mu-dando simplesmente a sua forma de pensar. Marianne Williamson, autora bestseller mundial, propõe 365 orações, meditações e afirmações destinadas a orientar o nosso pensamento e a ilumi-nar o nosso caminho.

11eventos

A Fundação Macau (FM) e o Centro Científico e Cultural de Macau publi-caram o livro “Heráldica

Portuguesa na Porcelana da China Qing” que está já à venda. Da autoria do professor Pedro Dias, historiador português de História de Arte, o livro com 375 páginas é uma obra que versa sobre a heráldica portuguesa na porcelana da Dinastia Qing e é distribuído simultaneamente em Macau e em Portugal.

Nesta obra, Pedro Dias apresenta desenhos com elementos portugueses na porcelana chinesa da Dinastia Qing como sendo acontecimentos políticos e festivos portugueses, tais como a heráldica da corte real e a heráldica das famílias nobres e das ordens religiosas de Portugal. A recolha e organização dos dados científicos sobre a matéria durou dois anos e o autor faz uma abordagem com textos e ilustrações sobre as características dos elementos heráldicos portugueses da porcelana de exportação, apresentando uma co-lecção de peças caracterizada por uma riqueza de elementos explicativos tanto em termos históricos como culturais.

No livro é ainda mencionada a influência portuguesa no comércio da China com a Europa e a América e a importância do papel de Macau nas relações internacionais entre a China e o mundo ocidental nos séculos XVI a XVIII.

PortugueSeS PioneiroSA porcelana chinesa é um dos produtos chineses mais apreciado pelo mundo ocidental e os portugueses foram os primeiros comerciantes que levaram

O Centro Cultural de Macau apresenta ‘O Feio’, uma comédia negra que sobe ao palco a 18 de Abril pela companhia de teatro On & On

de Hong Kong. Baseada num guião escrito por Ma-rius von Mayenburg, um dos dramaturgos alemães do momento, a peça reflecte sobre a forma como a modernidade e o mercado estão a impor à sociedade e aos consumidores um conceito específico de beleza.

Lette, o protagonista, foi bafejado pela varinha da fealdade e ninguém tinha coragem de lho dizer. Quando o patrão o afasta de um trabalho importante e a mulher

finalmente lhe diz a verdade de forma directa, Lette marca uma consulta com um cirurgião plástico. Após uma reconstrução facial, recupera a auto-confiança, até ao dia em que, ao olhar em redor, percebe que toda a gente tem as mesmas feições.

CoLeCCionador de PréMioSA versão trazida a Macau pela companhia On & On Theatre Workshop traz-nos um sabor local de um fe-nómeno global e é encenada em cantonês por Weigo Lee, cinco vezes vencedor do galardão de Melhor Encenador dos Prémios de Teatro de Hong Kong. A peça teve estreia em Berlim em 2007, tendo sido elogiada pela crítica e encenada por diversos grupos pela Europa, EUA e Ásia.

A complementar a peça, o CCM organiza uma tertúlia pré-espectáculo onde irá revelar detalhes sobre o guião e a estética de ‘O Feio’ numa sessão de entrada livre, que terá lugar na sala de conferências do CCM, uma hora antes do espectáculo. Haverá ainda lugar para um seminário moderado pelos fun-dadores do movimento “Escrita Contemporânea para Teatro” de Hong Kong, também eles elementos da companhia On & On Theatre Workshop. O seminário inclui noções básicas da “Escrita Contemporânea” e uma introdução a alguns dos seus mais conhecidos escritores e trabalhos.

‘O Feio’ sobe ao palco do pequeno auditório do CCM a 18 de Abril às 20h00, mas os bilhetes estão já disponíveis ao preço de 180 patacas. O espectá-culo contém linguagem moderadamente imprópria e conteúdo de teor adulto, pelo que é aconselhável a maiores de 13 anos.

Ponte 16Promoções e prémios no 7º aniversárioComo forma a celebrar o 7º aniversário, o hotel Ponte 16 vai levar a cabo, entre 9 de Fevereiro e 15 de Março, várias promoções e ofertas. Durante o período estipulado os clientes poderão contar com até 30% de desconto em vários restaurantes do hotel, tais como o Sixteen Eight Restaurant, o Green Wine Bar, o St. Tropez Bar, o MJ Café, o Le Chinois, o Privé, entre outros. A promoção conta também com descontos no So SPA. Também no dia 16 de Março será realizado um sorteio de material electrónico.

O historiador Pedro Dias publica a “Heráldica Portuguesa na Porcelana da China Qing”, que explica a presença de tradições portuguesas numa das mais conhecidas artes da China. O livroestá à venda e custa 500 patacas

HiSToRiADoR LAnçA oBRA SoBRE A PRESEnçA PoRTuGuESA nA PoRCELAnA CHinESA

A heráldica de todos nóspara a Europa e para os EUA o negócio da porcelana da China, tendo sido, por isso, os primeiros comerciantes que importaram a porcelana chinesa da Dinastia Ming para a comercializar na Europa. Posteriormente, e já nos séculos XVI a XVIII, a porcelana chi-nesa, produzida em grande quantidade, foi também exportada para a Europa e para a América por comerciantes holandeses, ingleses, franceses e di-namarqueses.

Pedro Dias é um historiador de renome e tem conseguido realizar grandes avanços históricos no estu-

do da História de Arte e Cultura da China e de Portugal. É doutorado em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Professor Catedrático aposentado da Universidade de Coimbra. Trabalhou no Centro de Investigação Histórica do Instituto Nacional de Investigação Científica em Portugal e efectuou estudos e investigação académica em países europeus, no Brasil e na Índia, entre outros. Foi Director do Instituto de Arquivos Nacional / Torre do Tom-bo Arquivo Histórico de Portugal e foi nomeado em 2011 como Director

da Biblioteca Nacional de Portugal. Publicou mais de uma centena de dissertações e monografias.

Nesta mais recente obra, o autor pretende perceber quais as verda-deiras razões para a inclusão de elementos heráldicos portugueses na porcelana chinesa e porque é que apareceu uma grande quantidade de porcelana chinesa com desenhos da heráldica portuguesa depois do ano de 1690, bem como porque é que se encontrou mais porcelana chinesa no Brasil e na Ásia do que na corte portuguesa.

O livro “Heráldica Portuguesa na Porcelana da China Qing” está à venda em todas as livrarias de Macau e custa 500 patacas.

CCM ‘O FeiO’ trAz teAtrO trágiCO-CóMiCO eM Abril

Todos patinhos, todos iguais

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12 china hoje macau segunda-feira 9.2.2015

Estado Islâmicomata três chinesesda etnia uigurO diário chinês Global Times afirma, num editorial publicado na edição de sexta-feira, que o Estado Islâmico matou três cidadãos da etnia uigur, oriundos da região autónoma de Xinjiang, no noroeste do país, que tentaram desertar do grupo ‘jihadista’. A fonte do diário é um funcionário de segurança curdo no Iraque, que acrescentou que os três cidadãos chineses fazem parte dos 120 membros do Estado Islâmico assassinados por tentarem abandonar a organização. O mesmo responsável indicou que os três cidadãos chineses eram membros do Movimento do Turquistão Oriental, uma organização descrita como terrorista, que segundo a China, pretende a independência de Xinjiang, e que um deles foi executado em Setembro, quando tentou fugir para a Turquia. Os outros dois cidadãos chineses, segundo a fonte, terão sido executados em Dezembro no Iraque, juntamente com 11 membros do Estado Islâmico de seis países por “traição”.

Comércio externo cai 10,8% em Janeiro Pequim denuncia ingerência depoisde Obama receber dalai-lama

a s autoridades chinesas confiscaram na sexta--feira 7.600 rolos de pa-pel higiénico e 20.000

pacotes de lenços de papel, com o rosto impresso do líder de Hong Kong, CY Leung, encomendados pelo Partido Democrático para venda durante o Ano Novo Chinês.

segundo informou sábado o diário de Hong Kong publicado em língua inglesa south China Morning Post, a encomenda foi apreendida numa fábrica no in-terior da China, quando já estava pronta para ser despachada para Hong Kong.

O Partido Democrático de Hong Kong realizou a encomenda com o objectivo de vender o papel higiénico e lenços de papel numa feira em Hong Kong, na próxima semana, durante as festividades do Ano Novo Chinês.

Em 2014, o primeiro ano em que a ideia foi concretizada, o partido obteve receitas brutas esti-madas em 100.000 dólares de Hong Kong com a venda de 4.000 rolos

7.600rolos de papel higiénico e 20.000

pacotes de lenços confiscados

pelas autoridades

A receita que no ano passado rendeu 100.000 dólares de Hong Kong durante as festas do Ano Novo Chinês foi desta vez travada por Pequim

Hong Kong PAPEl hIGIénICO COM IMAGEM DO ChEfE DO EXECuTIvO COnfISCADO

Ataques em todas as frentesde papel, pelo que este ano decidiu aumentar a oferta e encomendou uma maior quantidade à mesma fábrica chinesa.

No entanto, as autoridades entraram na sexta-feira na fábrica, apreenderam a mercadoria e sela-ram as instalações, disse ao jornal Kelvin Lai King-Wai, director do departamento de comunicação criativa do Partido Democrático.

Fundos perdidosO Partido Democrático já tinha pago 70.000 dólares de Hong Kong por duas bancas na feira a realizar no Parque Vitória, em

O comércio externo da China caiu 10,8% em Janeiro, em

termos anuais, totalizando 298.500 milhões de euros, informou sábado a Administração das Alfândegas chinesas.

As exportações da China em Janeiro diminuíram 3,2% para 1,23 mil milhões de yuans em relação a igual período do ano passado, enquanto as importações caíram 19,7% para 860.000 milhões de yuans, fazendo com que o supera-vit comercial se expandisse 87,5

por cento, para 366,9 bilhões de yuans.

A Administração das Alfân-degas alertou, no entanto, para o impacto do período do Ano Novo Lunar – designado Festival da Primavera –, que em 2014 ocorreu em Janeiro, promovendo o au-mento da actividade económica.

“O Festival da Primavera tem impacto nos dados do comércio externo no início de todos os anos”, informou o organismo no comuni-cado em que divulgou os dados.

Além disso, a queda das im-portações de Janeiro deste ano foi impulsionada pela queda acentua-da no volume de quotização de algumas matérias-primas que a China compra no exterior, como petróleo e carvão.

Apesar destes factores, o declínio do comércio exterior da China ocorre no quadro da contí-nua desaceleração do crescimento da segunda economia mundial, cujo PIB cresceu 7,4% em 2014 (o mais baixo em 24 anos), enquanto analistas estimam que em 2015 se situe em torno dos 7%.

A China reagiu sexta-feira com indignação à recepção,

em Washington, do dalai-lama, ao qual Barack Obama prestou homenagem, e denunciou “uma ingerência” dos Estados Unidos nos assuntos internos chineses.

“Opomo-nos à recepção do dalai-lama por países estrangeiros e opomo-nos à ingerência de países estrangeiros nos assuntos internos da China”, declarou Hong Lei, porta-voz da diplomacia chinesa.

“O dalai-lama é um exilado político que conduz há muito tempo actividades separatistas antichine-sas, a coberto da religião”, acres-centou Hong, repetindo a posição inflexível de Pequim em relação ao líder espiritual dos tibetanos.

“Quero dar as boas-vindas a um bom amigo”, declarou na quinta--feira o Presidente norte-america-no, num discurso pronunciado na presença do dalai-lama, durante um “pequeno-almoço de oração”, um encontro anual na capital federal.

Os dois prémios Nobel da Paz cumprimentaram-se à distância e a Casa Branca fez questão de anunciar, antecipadamente, que não estava previsto qualquer encontro entre Obama e o dalai--lama Tenzin Gyatso.

Pequim opõe-se, há décadas, que o dalai-lama seja recebido no país, especialmente por respon-sáveis oficiais.

O 14.º dalai-lama fugiu do Tibete em 1959, na sequência da invasão chinesa, e exilou-se em Dharamsala, no norte da Índia.

A China acusa o dalai-lama de lutar pela independência do Tibete, apesar de o chefe espiritual dos tibetanos defender apenas uma “autonomia cultural” para a região.

Hong Kong, e outros 20.000 dó-lares de Hong Kong de depósito pela mercadoria.

Kelvin Lai afirmou que o regime chinês “aparentemente aumentou a escalada dos seus ataques em todas as frentes contra o Partido Democrático depois do movimento” de protesto iniciado no Outono passado a favor de eleições totalmente democráticas em Hong Kong.

O mesmo responsável explicou

que o partido está em contacto com um fabricante de Hong Kong para tentar fazer uma encomenda de última hora, já que a feira começa dentro de uma semana.

Kelvin Lai recordou que a mesma fábrica já tinha produzido papel higiénico com imagens dos rostos do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do an-terior chefe do governo de Hong Kong, Donald Tsang Yam-kuen, sem nenhum problema.

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13 chinahoje macau segunda-feira 9.2.2015

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Hong Kong PaPel higiénico com imagem do chefe do executivo confiscado

Ataques em todas as frentes

P or estrada ou por mar, de avião ou de comboio, milhões de chineses já estão

a caminho da terra natal para festejar a passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta.

Durante 40 dias, até 16 de Março, só os caminhos--de-ferro esperam transpor-tar cerca de 289 milhões de passageiros, mais 26 milhões do que o ano pas-sado, e uma média de 7,2 milhões por dia.

Primeiro avião eléctrico recebe luz verde o primeiro avião eléctrico chinês, denominado Rx1e, recebeu o certificado oficial de voo e já pode ser comercializado, informou a imprensa oficial, citada pela agência espanhola efe. trata-se de um pequeno aparelho de dois lugares que pode alcançar a velocidade máxima de 160 quilómetros por hora e tem uma autonomia de 40 minutos, com as baterias completamente carregadas. o aparelho, que pesa 480 quilos, vai ser lançado no mercado pelo valor correspondente a 156.700 dólares. segundo os seus criadores, recarregar as baterias custa apenas cinco yuan. os promotores do avião estimam que o mercado chinês possa absorver cerca de mil unidades e estão a avaliar a possibilidade de exportação para a europa e estados unidos.

o Novo Ano Lunar celebra-se a 19 de Fevereiro, sob o signo da cabra. Para milhões de chineses a viagem de encontro aos seus familiares já teve início

maioR migRação inteRna do Planeta já começou

A caminho da cabra

289milhões de passageiros esperados pelos serviçosde caminhos-de-ferro

Nos aeroportos, o movi-mento será idêntico: a China Southern Airlines, a maior companhia aérea do país, programou cerca de 99.000 voos, um aumento de 27% em relação a 2014.

o novo ano lunar, a maior festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos paí-ses ocidentais, começa a 19 de Fevereiro, sob o signo da

Cabra, um dos doze signos do milenar zodíaco chinês.

Para os cerca de 250 milhões de trabalhadores

migrantes empregados nas novas indústrias e serviços das grandes cidades e das prósperas províncias do litoral, as folgas e feriados concedidos nesta quadra pelo governo e as empresas constituem as únicas férias do ano.

Todas as escolas, do ensino primário ao superior, fecham durante um mês.

os edifícios são enga-lanados com lanternas ver-melhas, símbolo tradicional de festa.

perigos espreitam pmCabras de vários tamanhos e feitios ornamentam as lojas e os centros comerciais. Em alguns casos, o meigo animal aparece a pastar junto a uma árvore de natal, associando duas tradições de grande consumo.

Em Pequim, na quinta--feira à noite, já se ouvia o som de petardos, outro ingrediente tradicional para saudar a entrada num novo ano.

Por coincidência, o pri-meiro-ministro chinês, Li Keqiang, que completará 60 anos em Julho, nasceu num Ano da Cabra e de acordo com a mitologia, as pessoas correm sempre perigos especiais no ano do seu signo.

o contínuo abranda-mento da economia será, sem dúvida, um desses “perigos”, mas mesmo nas previsões mais pessimistas, o crescimento do PIB chinês em 2015 deverá exceder os 6,5%.

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14 hoje macau segunda-feira 9.2.2015

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A JAulA de AçoMAx Weber e o MArxisMo WeberiAno

No seu novo livro, Michael Löwy aborda a paradoxal influência de Max Weber, pensador pessimista e resignado, sobre a teoria crítica e revolucionária. Um estudo cativante, nesta época de submissão total a forças impessoais - mercados, finança, dívida, austeridade - em que a barbárie moderna identificada por Weber volta a apresentar-se como destino inevitável

Max WeberKarl Marx

“A Jaula de Aço” é o mais re- cente livro do filósofo marxista Michael Löwy. Partindo da célebre obra

de Max Weber - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo -, Löwy apresen-ta alguns dos seus aspectos menos desta-cados, nomeadamente a crítica liberal de Weber ao capitalismo enquanto sistema total, que condena os indivíduos, em to-das as esferas da vida, a uma existência su-bordinada, enclausurada na “jaula de aço” do sistema.

Logo às primeiras páginas, Löwy dei-xa claro que Max Weber nada tem de ad-versário do capitalismo. Foi um naciona-lista alemão no seu tempo e um opositor do socialismo. Mas o seu individualismo liberal é sensível aos argumentos da crí-tica romântica da civilização e resulta numa visão negativa do capitalismo. Daí, a conexão deste legado com o marxismo que o estudou e trabalhou.

Na sua visita à crítica weberiana do capitalismo, Löwy coteja-a com os prin-cipais elementos do anticapitalismo de Marx. Primeiros acordos: a definição das classes sociais a partir da posição de po-

der sobre o mercado e da propriedade, assim como a definição do Estado ra-cional/burocrático e do seu monopólio da violência como condições necessá-rias do capitalismo. Logo começam os contrastes. Em primeiro lugar, acerca da origem do sistema, a que Marx chamou “acumulação primitiva de capital”, subli-nhando a violência social do processo. Pelo seu lado, Weber assume o essen-cial do discurso de auto-legitimação do capitalismo: no início, é a poupança do capitalista e a sua actividade económica legal, metódica e racional. Só secunda-riamente Weber reconhece o “capitalis-mo imperialista”, em que o lucro resulta da violência política coerciva e expansi-va, reduzindo-o porém a um sector do capital, sem o identificar como uma fase do desenvolvimento do próprio sistema (como faz o seu contemporâneo Lenine).

Quanto ao papel da religião, o pró-prio Weber coloca-se abertamente em contraponto ao materialismo histórico, invocando uma relação causal entre pro-testantismo e capitalismo. Mas esse con-fronto dilui-se quando o mesmo Weber recorre ao termo “afinidade electiva”. O conceito identifica elementos convergen-tes e análogos entre a ética religiosa pro-testante e o comportamento dos agentes económicos no capitalismo. Mais que re-lações de causa e efeito, os dois fenóme-nos vivem numa “conexão íntima e eficaz” (como aponta Marx).

Löwy recolhe referências mordazes dos escritos do sociólogo de Heidel-berg sobre esta conexão. Perante as desigualdades gritantes do capitalismo, Weber não só aponta a “boa consciên-cia” religiosa que aceita toda a acumu-lação desde que seja legal, como subli-nha na doutrina calvinista “a osmose suspeita entre o interesse de Deus e o interesse do empregador” ou ainda a in-versão entre meios e fins sob o capital: “é o homem que enfrenta o lucro como finalidade da vida; já não é o lucro que é colocado como meio de satisfazer as necessidades vitais do homem”.

É certo que a visão negativa de We-ber sobre o capitalismo não resulta em qualquer forma de dialéctica transfor-madora. Esse é o maior contraste com Marx, que não descarta a possibilidade histórica de um futuro emancipado, reconhecendo até a existência, no pas-sado, de formas sociais mais humanas destruídas pelo “progresso” capitalista.

Quase um século mais tarde, Gramsci vai baptizar como “optimismo da von-tade” esta aposta revolucionária de Karl Marx, mas não deixará de referir Max Weber como exemplo do igualmente necessário “pessimismo da razão”. De facto, a filiação de Weber na tradição alemã do pessimismo cultural resulta numa poderosa visão do devir burguês, a “servidão do futuro”. A obsessão com os “bens exteriores” não é o “manto leve que podemos sacudir a todo o momen-to”, como escrevia à época o pastor calvinista Baxter. Citando-o, Weber res-ponde-lhe que, ao invés, o capitalismo é “uma jaula dura como aço”, onde cessa toda a liberdade individual, restando a

“escravatura sem dono” (Economia e So-ciedade). Este destino trágico é denun-ciado também no final da Ética Protes-tante: “É perfeitamente ridículo atribuir ao actual capitalismo no seu apogeu (...) uma afinidade electiva com a “democra-cia” ou até com a “liberdade” (em qual-quer sentido do termo), quando a única questão que se coloca é saber como, sob a sua dominação, todas essas coisas se-rão, a longo prazo, possíveis”.

A AfinidAde negAtivAentre cAtolicismo e cApitAlismo

A religião romana é uma sonora au-sência na obra de Weber, que estudou

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15 artes, letras e ideiashoje macau segunda-feira 9.2.2015

Jorge Costain esquerda.net

Logo às primeiras páginas, Löwy deixa cLaro que max weber nada tem de adversário do capitaLismo. Foi um nacionaLista aLemão no seu tempo e um opositor do sociaLismo. mas o seu individuaLismo LiberaL é sensíveL aos argumentos da crítica romântica da civiLização e resuLta numa visão negativa do capitaLismoMichael Löwy

ao subLinhar a importância do contributo de weberpara a concepção do capitaLismo como sistema opressivo totaL, Löwy propõe-nos, em “a JauLa de aço”, um percursopeLa inFLuência desta ideia

expressões religiosas muito mais lon-gínquas do que o catolicismo, que era a segunda religião na Alemanha e, na Eu-ropa ocidental, a primeira. Para Weber, as características da religião católica proporcionam um ambiente muito me-nos favorável ao desenvolvimento do capitalismo do que o protestantismo calvinista e metodista: estranheza ao mundo e proximidade à magia (súplica pela chuva; confissão), poder do clero e da burocracia, falta de coerência éti-ca e flexibilidade dos dogmas. Mesmo no período de maior proximidade en-tre a Igreja e o poder do dinheiro nas cidades italianas, há uma “incapacida-de de atribuir ao lucro um valor ético positivo”. Abre-se o conflito entre a racionalidade formal católica (de base fraternal) e a racionalidade material ca-pitalista.

Para Weber, “com uma ambiguidade característica, o clero sempre apoiou o patriarcalismo [a relação de poder da caridade], no interesse do tradiciona-

lismo, contra as relações impessoais da dependência, mesmo se, pelo seu lado, a profecia arrasa as ligações patriarcais”. Esta incompatibilidade fundamental dá origem a um “socialismo cristão” (ex-pressão de Weber), que cedo enfren-tará a oposição da hierarquia. Diante da emergência do movimento operá-rio moderno e da experiência social da greve, a Igreja católica privilegia as “instituições de benfeitoria” (Weber) “que vão entravar a liberdade do mo-vimento anti-autoritário do proletaria-do”. Löwy, autor de vasta bibliografia sobre a relação entre religião e política, apresenta diversos exemplos históricos de discurso e acção católica anticapita-lista, partindo da Utopia renascentista de Thomas More até à doutrina social da Igreja, iniciada na encíclica Rerum Novarum (1891), ao “socialismo per-sonalista” de Mounier e à Teologia da Libertação latino-americana.

O capitalismO cOmO religiãO

Mais do que um dos leitores célebres de Max Weber partem desta ideia para um aprofundamento da crítica da ci-vilização capitalista. É de Ernst Bloch a primeira referência ao capitalismo como religião, com clara referência a Weber. Mais tarde, Walter Benjamin definirá o capitalismo não apenas como “uma formação condicionada pela reli-gião, como pensa Weber, mas um fenó-meno essencialmente religioso”. Para Benjamin, “o cristianismo, na época da Reforma, não favoreceu o advento do capitalismo, ele transformou-se em ca-pitalismo”.

Löwy elenca os argumentos de Ben-jamin: com o dinheiro como Deus, o capitalismo é uma religião sem dogma específico nem teologia - o que con-ta são as acções e a dinâmica social, a prática do culto. Esse culto é perma-

nente e todos os dias são “de festa”, como demonstra “o estado de tensão extrema que habita o adorador”. Ben-jamin aproxima-se de um Max Weber que realçava “a valorização religiosa do trabalho profissional no mundo - exercido sem descanso, contínua e sistematicamente”. Por fim, este culto “não é expiatório, mas culpabilizante”: o capitalista é culpado e devedor em relação ao seu capital (obrigado ao seu aumento ilimitado), mas o pobre tam-bém é culpado, porque falhou a reali-zar dinheiro e endividou-se. A schuld (em alemão, “dívida” e “culpa”) é tanto mais universal quanto se transmite de geração em geração. Para Benjamin, “o que o capitalismo tem de historica-mente inédito é que a religião já não é reforma, mas sim ruína do ser. O de-sespero estende-se ao estado religioso do mundo, do qual se deveria esperar a salvação”.

marxismO weberianO?

A origem do termo é a expressão do filósofo francês Merleau-Ponty acerca da obra História e Consciência de Classe, do húngaro Georgy Lukács. Trata-se de “uma provocação intelectualmente produtiva”, escreve Löwy, de um con-vite para usar “temas e categorias de Weber ao serviço de um percurso fun-damentalmente inspirado por Marx”. Löwy identifica essa pista weberiana no marxismo do próprio Lukács, que já estudou em livro anterior, também em Gramsci, na sua defesa do papel histórico das ideias e das representa-ções contra a vulgata economicista, e ainda no peruano José Carlos Maria-tegui, que já nos anos 20 sublinhava a “consanguinidade” entre capitalismo e protestantismo.  

Na crítica da sociedade industrial e burocrática moderna, também a escola

de Frankfurt tocará territórios já ex-plorados por Weber. A distinção entre razão substancial e razão instrumental aprofunda criticamente a distinção we-beriana entre racionalidade formal e material. Para Adorno e Horkheimer, “com a extensão da economia de mer-cado burguesa, o sombrio horizonte do mito é iluminado pelo sol da razão do cálculo, cuja luz gélida faz germi-nar a semente da barbárie” (Dialética da Razão). Marcuse criticará Weber, mais duramente do que já Adorno e Horkheimer tinham feito, pela defini-ção da racionalidade opressiva do ca-pitalismo como “destino” fatal e pela visão da separação entre trabalhadores e meios de produção como “necessida-de técnica”.

O périplo que MIchael Löwy rea-liza pelo diálogo entre a herança de Weber e a escola de Frankfurt é en-cerrado em Jurgen Habermas. Aqui, a crítica da ideologia tecnocrática concentra-se na eliminação, que esta opera na consciência humana, da distinção entre acção estratégica (a do trabalho, institucional e estatal) e acção comunicacional (a interacção no mundo sócio-cultural). Nos con-tributos iniciais de Habermas, essa distinção é essencial porque permite uma subordinação da razão estratégi-ca ao debate e à democracia, a acção comunicacional. Porém, mais tarde, Habermas reformulará a sua proposta, valorizando em termos de “evolução histórica” a burocracia de Estado e a economia de mercado. Para Haber-mas, “as esferas de acção formalmente organizadas do burguês (economia e aparelho de Estado) constituem as ba-ses para o mundo vivido pós-tradicio-nal de um Homem (esfera privada) e de um Cidadão (esfera pública)”. Para Löwy, o projecto político-cultural de Habermas acaba resumido à “tentativa de tornar a sociedade burguesa mais fiel à sua própria utopia racionalista”, ensaiando uma separação estanque da-quelas duas esferas de acção, como se pudessem ser suprimidos os conflitos e dilemas entre soluções radicalmente diferentes para a economia e as políti-cas públicas.

Ao sublinhar a importância do con-tributo de Weber para a concepção do capitalismo como sistema opressivo total, Löwy propõe-nos, em “A Jaula de Aço”, um percurso pela influência desta ideia. Nessa viagem apresenta--nos expressões do pensamento críti-co e utópico, de dentro e de fora da experiência religiosa, que desobede-ceram ao pessimismo de Weber e, à crítica, somaram a vontade praticada, a transformação.

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16 hoje macau segunda-feira 9.2.2015h

E stE é o nonagésimo sexto pe-queno volume da série «O Es-sencial sobre...», o que nem é assim tanto, considerando que

em Junho de 1986, por exemplo, era composto e impresso na Lousã já o déci-mo sétimo título da colecção (sobre Ce-sário Verde). A dado momento o ritmo de saída destes breves ensaios terá baixa-do significativamente, donde resulta que para alguns será surpresa topar com um dos escassos oitocentos exemplares em que foi reproduzido o precioso livrinho de Paulo Franchetti (e note-se, com olho sociológico, o contraste com a eufóri-ca tiragem de dez mil exemplares para o opúsculo de Joel serrão sobre Cesá-rio). Nada vem esclarecido, mas a bela sobrecapa de O Essencial sobre Camilo Pes-sanha sugere ainda, pela aposição de um carimbo, que houve co-edição, ou algo de similar, com a Associação Wenceslau de Moraes, criada em 2006.

O índice revela os seis andamentos em que este trabalho se divide: «Em Por-tugal», «A China», «O mito do poeta sem escrita», «O verso e a prosa ficcio-nal», «Pessanha tradutor» e, fechando, «A fortuna crítica», antes das notas e da «Bibliografia Referida e Recomendada». A leitura mostrará como, sem prometer nada que não estivesse nas expectati-vas regulares, este aparente resumo de conhecimentos prossegue aquilo que tem sido marca de Franchetti desde que começou a ocupar-se de Pessanha: não tocar em nada sem alterar sensivelmente tudo aquilo em que toca.

Dos dois capítulos iniciais espera-mos uma biografia distribuída pelos dois lugares de residência do poeta, mas já estávamos advertidos pelo autor de que não poderia ser assim sem assistirmos, antes ou em simultâneo, «à apresenta-ção e ao desmonte da biografia corren-te» (p. 6). tal acção crítica aplicada ao terreno biográfico já bastou para fazer entrar este Essencialno cerne das referên-cias obrigatórias da bibliografia passiva de Pessanha. Com o baixo preço (se não for o bónus) de «um tom mais próximo da narrativa de um romance policial do que de uma biografia comum» (ibid.) so-bretudo no segundo e terceiro capítu-los, recebemos um relato reorganizado e claro dos dados pessoais e familiares mais relevantes desde o nascimento, em setembro de 1867, até à morte no

Paulo Franchetti

O EssEncial sObrE camilO PEssanha

primeiro dia de Março de 1926. Mas os dois capítulos destacados acrescentam a isso uma crítica sem piedade de textos historicamente responsáveis pela propa-gação de «um estranho buquê de fanta-sias insustentáveis» (p. 16) que, perante a escassez «de informações verificáveis» (ibid.), teve como efeito a contracção do (mau) hábito biográfico de «ressaltar aquilo que, no poeta, seria estranho, de-sajustado, torpe, maldito» (ibid.).

O principal alvo directo é Francis-co de Carvalho e Rego, que, assinando Francisco Penajóia e tendo sido aluno de Pessanha no Liceu de Macau, nessa cidade publicou, em 1944, um artigo intitulado «Camilo Pessanha» (está dis-ponível no volume  Homenagem a Camilo Pessanha, organizado por Daniel Pires e editado em Macau em 1990, p. 40-44). trata-se de um escrito ignóbil, que de facto representa o máximo de que foi capaz a medíocre colónia portuguesa de Macau, ou parte dela, para denegrir deliberadamente a figura e a fama de Pessanha. Dada a insignificância histó-rica do seu autor, não seria porém alvo demasiado fácil para uma crítica a seis décadas de distância? Resumindo o texto e desmentindo várias das suas supostas descrições, Franchetti demonstra que o gesto se justifica plenamente, não só porque a falta de uma boa biografia de Pessanha é com regularidade lamentada por quem não se atreve a escrevê-la, mas acima de tudo porque é indesmen-tível «o facto de estudio-sos de várias gerações terem dado crédito a tal embuste» (p. 20). En-tre esses estudiosos está, por exemplo, Guilherme de Castilho, aqui acusa-do, sem apelo viável, de extrair acriticamente de Penajóia «informação» que reproduziu em dois textos, de 1954 e 1962, sobre Pessanha. Mas a imagem construída por Penajóia estende-se ain-da a Gaspar simões (que Franchetti, apesar de tudo, trata com benevo-lência), a António Dias Miguel, cujos trabalhos biográficos, num livro já

datado de 1956, gozam ainda de boa reputação, e ao próprio Danilo Barreiros — autor do imprescindível O Testamento de Camilo Pessanha (1961) e pessoa a cuja memória Paulo Franchetti dedica este seu Essencial.

O «desmonte da biografia corren-te» tem, portanto, um significado mui-to preciso no domínio da hermenêutica de Pessanha: corresponde a uma nunca antes feita revisão crítica da literatura biográfica disponível acerca do poeta da Clepsydra. É, pois, um gesto devedor da mesma atitude que guiou P. Franchet-ti quando se decidiu a trocar o estudo sobre a poesia de Pessanha, que tinha projectado para sua investigação de doutoramento, pela edição crítica da-Clepsydra  que acabou defendendo para obtenção desse grau académico no Bra-sil. Uma atitude pautada pelo sentido crítico da verdade textual e histórica, que não hesita em enfrentar as mais en-raizadas autoridades, instituições e tradi-ções, segundo a ética iluminista da me-lhor prática filológica. As consequências que daí advêm não serão agora as mes-mas, digamos cataclísmicas, que resulta-ram sobretudo da edição portuguesa, em 1995, da sua contestadíssima  Clepsydra, mas os leitores ideais de O Essencial sobre Camilo Pessanhaentenderão claramente como o exercício da honestidade em domínio biográfico está governado pela

mesma vontade de  ler e dar a ler Pessanha, ou seja, como o desejo de corri-gir a biografia decorre de uma preocupação ante-rior com o texto da obra.

Mas os leitores ideais não substituem aqui, por-ventura, os leitores reais de um género de texto que estaria previamente destinado a quem apenas quer uma informação ge-ral (e, no fundo, superfi-cial) a respeito do tema tratado?

A prosa de Pau-lo Franchetti está bem longe de ser obscura ou tortuosa, ou de se deixar invadir por incómodas pragas de jargão acadé-mico. também não cul-tiva o hábito de elaborar

perífrases defensivas nas alturas em que só faz sentido escrever directo e contun-dente. O que a distingue, neste texto, e sempre deveria distinguir quem aceite pronunciar-se sobre o essencial de Pessa-nha, é o cuidado de não abordar com brutalidade aquilo que requer cuidado e paciência, inteligência subtil e olhar educado e criativo. Entre as páginas 22 e 26, no comentário de algumas fotos de Pessanha bem conhecidas, pode apren-der-se o que seja esse olhar. No capítulo quarto, o mais longo, fora a lição de eco-nomia discursiva que estava obrigado a constituir, são sensíveis os cuidados para orientar uma primeira, mas não última nem definitiva interpretação dos pou-cos poemas transcritos. sabemos que essa leitura vai no caminho aberto pelo livro  Nostalgia, Exílio e Melancolia  (são Paulo, 2001), mas tal caminho, não só representa do melhor que se tem escrito sobre a poesia e a prosa de Pessanha em anos recentes, como está devidamente assinalado enquanto percurso adstrito à assinatura do autor.

O breve capítulo «Pessanha tradu-tor» dá apenas uma leve ideia do domí-nio que P. Franchetti tem sobre o proble-ma da relação de Pessanha com a poesia chinesa. Mas dá ao leitor uma noção clara do quadro em que esse problema se coloca hoje. Aos menos atentos a esta reavaliação de Pessanha como tradu-tor, recomenda-se que guardem bem na memória a afirmação da «amplitude de referências chinesas do poeta» e todo o sentido das palavras citadas de Yao Jing-ming sobre este assunto (p. 76-7).

O único traço da prática poética de Pessanha cuja menção me pareceria obrigatória em livro tão constrangido ao «essencial», e que nele está em falta, é a referência ao Pessanha reescritor de poe-mas alheios: os casos dos poemas «Cho-rai, arcadas» e «Meus olhos apagados», para a relação de Pessanha com Verlaine, e de «Branco e Vermelho» para a reescri-ta de Ruben Darío, são os mais evidentes e qualquer leitura deveria inscrevê-los no cerne de obra tão construída como antologia de si mesma. Não me atrevo, porém, a imaginar que a opção contrá-ria possa não ser argumentada por quem cria tão facilmente nos seus leitores ou, pelo menos, neste seu leitor, a impressão de nada fazer sem argumento que o fun-damente e valide.

Gustavo Rubimin Colóquio Letras

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RESULTADOS4.ª Jornada

17desportohoje macau segunda-feira 9.2.2015

Gonçalo lobo [email protected]

o campeão em título Benfica de Macau derrotou este sábado o Monte Carlo por dois

golos sem resposta em tarde fria para a prática do futebol no Está-dio da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST). Com esse resultado, os encarnados isolam-se no comando da Liga de Elite à 4.ª jornada. Mas não se pense que a vitória foi pêra doce.

Algumas dezenas de pessoas que se deslocaram até à Taipa viram uma primeira parte sempre equilibrada e com as maiores ocasiões de golo a pertencerem ao Monte Carlo, com Makson e Paulo Henrique – que apenas viu um cartão amarelo após agressão infantil ao avançado Niki Torrão aos nove minutos - a comandarem os canarinhos.

Jogo bem disputado, princi-palmente a meio-campo, coube ao todo-o-terreno Cuco e ao maestro Edgar Teixeira por parte do Ben-fica colocar a banda a tocar, mas William e, principalmente, Niki Torrão mostravam-se sem inspi-ração para desfeitear a baliza do adversário.

Bola cá e bola lá, até que já perto do intervalo, num livre mui-to perigoso a beneficiar o Monte Carlo, o defesa Renato quase que marcava não fosse a monstruosa defesa de Rui Nibra. Acto contí-nuo, e o guarda-redes encarnado volta a defender para canto nova bola que levava selo de golo. O

J V E D GM-GS P

1. Benfica 4 3 1 0 7-2 10

2. Chao Pak Kei 4 3 0 1 16-4 9

3. Ka I 4 3 0 1 10-4 9

4. Monte Carlo 4 3 0 1 6-3 9

5. Sporting 4 1 2 1 9-3 5

6. Lai Chi 4 1 2 1 4-5 5

7. Polícia 4 1 1 2 3-4 4

8. Casa de Portugal 4 1 0 3 4-11 3

9. Sub-23 4 0 1 3 2-6 1

10. Chuac Lun 4 0 1 3 4-22 1

Se o médio português Marco Meireles mostrou como se faz, já o guarda-redes Rui Nibra não permitiu que o Benfica sofresse males maiores até ao intervalo. Com isso, os encarnados venceram por 2-0o Monte Carloe já são os líderes do campeonato

Liga de eLite 2015 Benfica derrota Monte carlo e já é líder

Meireles mostra caminho em tarde Nibra

minhoto mostrava assim ser a figura de proa para que o Benfica chegasse ao intervalo sem sofrer qualquer golo.

MontE CarLo SEM CanEtaSSegunda parte e uma história com-pletamente diferente. As forças físicas e anímicas dos jogadores mais preponderantes do Monte Carlo parecem ter ficado no bal-neário. Paulo Henrique foi uma sombra daquilo que conseguiu mostrar durante a primeira parte e Makson, mesmo esforçado, não conseguia levar a equipa às costas.

O treinador dos amarelos viu o que se estava a passar e refrescou a equipa com a entrada de Geofredo Cheung e Thiago Silva. Se o pri-meiro ainda veio dar outro ânimo à equipa, apesar de ser um jogador defensivo, o avançado brasileiro nem se viu. Caiu em fora-de-jogo

algumas vezes, refilou com os árbitros assistentes e pouco mais.

Quem ganhou com a apatia do Monte Carlo foram os encarnados.

Chao Pak Kei, 4 – Sub-23, 1

Casa de Portugal, 2 – Polícia, 3

Monte Carlo, 0 – Benfica, 2

Lai Chi, 2 – Chuac Lun, 2

Sporting, 0 – Ka I, 1

CLASSIFICAÇÃO

Num contra-ataque rápido, Marco Meireles consegue inaugurar o marcador aos 59 minutos.

Se já estava difícil para os

canarinhos, com tanta ineficácia atacante e com uma defesa a tre-mer – capitão Paulo Cheang em tarde não e Renato a decair de forma na segunda parte –, o jogo passava a ter um único sentido, a baliza amarela. Com a entrada de Fabrício para a frente de ataque, mais notória se tornou a veia ata-cante do Benfica de Macau que, aos 81 minutos, dava frutos com mais um golo do aniversariante William.

Sem grandes casos, o jogo acabou por sorrir aos encarnados que assim se assumem como sé-rios candidatos à revalidação do título depois de um começo de campeonato menos conseguido. Arbitragem bem conseguida.

JuStIça Para aS áGuIaSNo final do jogo, o médio Marco Meireles considerou a vitória justa apesar de alguns percalços durante o primeiro tempo. “Foi um bom jogo contra uma boa equipa que nos criou algumas dificuldades durante a primeira parte mas acho que ao longo do jogo demostrámos ser melhores e a vitória foi merecida.”

Com esta vitória, o Benfica fica destacado no primeiro posto mas isso significa que as respon-sabilidades também crescem. “É tempo de continuar a trabalhar para ganharmos jogo a jogo.”

Da parte do Monte Carlo, o ve-terano Geofredo Cheung admitiu que “as coisas não correram como deviam”. “A meu ver, estivemos mal tacticamente. Penso que jo-gámos muito recuados e não era necessário. Seja como for, no final do primeiro tempo o resultado era justo.”

Para o médio canarinho, o pior veio depois. “Na segunda parte sofremos mais. Caímos sistemati-camente nos mesmos erros e fomos uma equipa de execução muito lenta. O Benfica mereceu ganhar.”

Com o campeonato no início, Geofredo admite que nada esta perdido mas assume dificuldades. “O plantel é curto de soluções mas tudo pode acontecer. Ainda falta muito campeonato.”

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• HojeDebate “Novos Desafios Da Lei Da CoNCorrêNCia”fundação rui Cunha, 18h30eNtraDa Livre

• amanhãCoNCerto De JazzCom fraNk staLLoNe (até 14/02)bar belinni, venetian, a partir das 22h00eNtraDa Livre

• Quarta-feira Debate “UNiversaLismo fiLosófiCo e o papeL Da CHiNaNo mUNDo De HoJe”fundação rui Cunha, 18h30Entrada livre

• Diariamenteexposição De esCULtUras Do aNo Da Cabra (até 01/03)venetian, todo o dia Entrada livre

exposição De sâNDaLo vermeLHo (até 22/03)Grande praça, mGmEntrada livre

exposição De piNtUra “koreaN art”, Com oH YoUNG sook e kim YeoN ok (até 15/02)Galeria iao HinEntrada livre

exposição De DesiGN De Cartazes “v•x•xv:” (obras De 1999, 2004 e 2009) [até 15/03]museu da transferência da soberania de macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

“seLf/UNseLf” – exposição De trabaLHos De artistas HoLaNDeses (até 15 De março)Centro de Design de macauEntrada livre

retratos a óLeo Dos séCULos xix e xx:CoLeCção Do mUseU De arte De maCaUmuseu de arte de macau, das 10h às 19h (até 31/12)Entrada livre

iLUstrações para CaLeNDário De GUaN HUiNoNG (até 10/05)museu de arte de macau, das 10h às 19hEntrada livre

“beYoND tHe sUrfaCe” De mio paNG fei (até 01/03)albergue sCm, das 12h às 20hEntrada livre

exposição e passeios De barCo GUiaDossobre a História Da pesCa em maCaUesplanada do museu marítimo, das 9h40 às 16h25(até 15/02)Bilhetes à venda por 25 patacas

tempo pouco nublado min 12 max 20 hum 35-75% • euro 9 .0 baht 0 .2 yuan 1 .2

O que fazer esta semana?

João Corvo

AcontEcEu HojE

U m D i s c o H o j e

Irrita saber que os olhos não vêem tudo!

c i n e m aCineteatro

Sala 1Jupiter aScending [c]filme de: andy Wachowski, Lana WachowskiCom: Channing tatum, mila kunis14.30, 16.45, 21.30

Sala 1Jupiter aScending [3d] [c]filme de: andy Wachowski, Lana WachowskiCom: Channing tatum, mila kunis19.15

Sala 2gangnam BlueS [c](faLaDo em CoreaNo)filme de: Yoo HaCom: Lee min-ho, kim rae-won, Jung Jin-young14.00, 16.30, 19.00, 21.30

Sala 3the con artiStS [B](faLaDo em CoreaNo)filme de: kim Hon-sunCom: kim Woo-bin, Lee Hyun-woo, Go Chang-suk19.15

JUpiter asCeNDiNG

fonte da inveja

nelson Mandela torna-se o primeiro Presidente negro da África do Sul• é dia de recordar Nelson mandela, que a 9 de fevereiro de 1994 se tornou o primeiro presidente negro da áfrica do sul. também neste dia, mas três décadas antes, os beatles fazem a primeira aparição na televisão americana e arrasam com audiências inacreditáveis.Corria o ano de 1994, quando Nelson mandela passa a ser o primeiro presidente sul-africano negro, um marco histórico naquele país, protagonizado por uma das grandes personalidades mundiais.No dia em que foi inventado o voleibol (por William George morgan, nos eUa, em 1895) e na data em que nasce a taça Davis (1900), dois boeing fazem história: o 727 leva a cabo o primeiro voo, a 9 de fevereiro de 1963, e o 747 estreia-se nos céus em 1969, também neste dia.em 1964, os beatles conseguem a primeira aparição na televisão dos estados Unidos, no programa the ed sullivan show. os ‘quatro de Liverpool’ arrasam audiências, com 73 milhões de espectadores, feito superado apenas pela ida do Homem à Lua.também a 9 de fevereiro, em 1986, dá-se a aparição do Cometa Halley. exactamente uma década depois, o ira declara o fim de um cessar-fogo de 18 meses, com um atentado à bomba em Londres.Nas artes, e em 1997, ‘os simpsons’ superam ‘os flints-tones’ e conquistam o título de série que mais tempo foi transmitida em horário nobre de televisão.Nasceram neste dia Constantino xi, último imperador do império romano do oriente (1404), William Henry Harrison, nono presi-dente dos eUa (1773), Carmen miranda, cantora luso-brasileira (1909), e mia farrow, actriz norte-americana (1945).a 9 de fevereiro assinala-se também a morte de fiódor Dos-toiévski, escritor russo (1881), Yuri andropov, ex-dirigente da União soviética (1984), e Halldór Laxness, escritor islandês que conquistou um prémio Nobel de Literatura (1998).

“PASSivE ME, AgrESSivE you”(tHE nAkEd And FAMouS, 2013)

a banda de rock alternativo The naked and Famous mistura as suas letras com sons electrónicos e foi constituída em 2008 na nova Zelândia, quando Thom Power e alisa Xayalith gravaram músicas com aaron short, um engenheiro. Foi em

auckland que tudo começou, mas o colectivo está agora baseado na cidade de Los angeles. a música ‘Young Blood’ é a mais conhecida da banda, tendo sido um hit na rádio de vários países este ano. no entanto, recomendam--se os singles ‘Punching in a Dream’ e ‘The ends’. - Leonor Sá Machado

18 hoje macau segunda-feira 9.2.2015(F)utilidades

9 De fevereiro

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hoje macau segunda-feira 9.2.2015

Turistas chineses

19OpiniãO

M ais um caso envolven-do turistas chineses foi coberto pelo site “pas-siontimes.hk” no dia 5 de Fevereiro deste ano, que mencionava uma situação verificada na Tailândia. segundo a mesma fonte, o “Wat Rong Khun Temple”

(ou “White Temple”) publicou no dia 3 do mesmo mês uma interdição aos turistas chineses de usar as suas casas-de-banho du-rante metade do dia devido a comportamento inadequado. segundo os responsáveis deste templo, as mulheres do continente costu-mavam deixar os seus pensos higiénicos cobertos de sangue em cima das sanitas, enquanto que os homens eram famosos por defecarem nos urinóis e por roubarem o papel higiénico, chegando uma visitante da RPC a atirar papel higiénico para o reservatório que abastecia água para os autoclismos.

Uma outra notícia foi publicada no dia 3 de Fevereiro pelo site “newsinfo.inquirer.net” sobre um caso que aconteceu no aeroporto de Chiang Mai. se a memória não nos falha, podemos com certeza nos relembrar ainda de um outro caso insólito que teve lugar nestes úl-timos dois meses, em que uma passageira atirou água a ferver sobre um membro da tripulação de bordo do avião em que viajava. Ora desta vez, o caso foi mais uma vez despoletado por uma turista do continente, que decidiu secar o seu soutien cor-de-rosa e as suas cuecas pretas na sala de espera deste aeroporto enquanto aguardava a chamada de embarque para o seu voo. Para este efeito, a mulher ocupou um total de seis lugares com a sua roupa interior, o que levou outros passageiros a registar a situação nos seus telefones portáteis e a partilhar a imagem no Twitter. O encarregado de relações públicas do aeroporto de Chiang Mai chegou mesmo a confirmar o incidente, adiantando ainda que funcionários do aeroporto haviam solicitado ao passageiro que removesse a sua roupa. Todavia, não foi tomada mais nenhuma medida de coacção pois o comportamento não infringia nenhuma das normas de segurança. Mas a situação deu que falar na internet, onde se registaram comentários variados. Uns criti-caram o seu comportamento com intervenções como “será que ela nunca ouviu falar de boas maneiras?” ou “muito mal educado... parece que foi à praia antes de vir para o aeroporto, por isso é que o vestido e biquíni ainda estão molhados”, mas outros vieram em sua defesa, afirmando que “se ela esteve na piscina, é ób-vio que precisa de secar a sua roupa! Qual é o problema? Nunca viram um soutien na vida?” ou “é por isto que eu adoro a liberdade” e ainda “eu apoio completamente a sua iniciativa”.

Quero ainda partilhar com vocês uma terceira notícia sobre turistas chineses que

se sucedeu na Coreia do sul. No dia 10 de Janeiro deste ano, o site “news.itn.com.tw” mencionou que vários visitantes do continen-te tinham sido acusados de atirar lixo para dentro de uma caixa de correio, constituído por géneros alimentícios comprados naquela mesma localidade. Em média, eram desta forma desperdiçadas 10 gramas de comida por dia, o que fez com que os responsáveis dos Correios da Coreia do sul decidissem por um aviso nessa mesma caixa de forma a prevenir que esta voltasse a ser utilizada como um caixote de lixo.

se prestarmos atenção aos eventos aqui descritos, podemos verificar que os turistas da China são frequentemente acusados de comportamentos com falta de civismo.

Em 2013, a República Popular da China (RPC) promulgou a primeira “Lei para Turis-tas”, que pedia aos turistas do continente que respeitassem as tradições locais dos países que visitavam. além disso, Li Jinzao, o presidente da “China National Tourism administration” referiu que o Governo de Pequim ia estabe-lecer um mecanismo de comunicação e de responsabilização para solucionar este tipo de problemas. Na altura foi então proposto que:

1. qualquer indivíduo que pretendesse viajar para o estrangeiro fosse obrigado a assinar um contrato ou a pagar um depósito bancário antes da sua partida,

2. se efectuassem chamadas telefónicas para outros turistas do Continente e ainda que se colocassem vídeos e fotografias online de modo a envergonhar publicamente aqueles indivíduos classificados como problemáticos,

3. se fomentasse a cooperação com com-panhias telefónicas de modo a transmitir mensagens para relembrar os turistas a terem cuidado com a sua segurança e a serem bem--educados e asseados assim como a não falar

muito alto, não escrever graffiti e a respeitar as regras locais quando no estrangeiro.

Estas medidas demonstram claramente que as autoridades chinesas querem resolver os problemas levantados pelo mau comporta-mento do seus cidadãos quando em viagem. A situação deve melhorar significativamente quando todas estas recomendações forem implementadas.

E como lidam outros países da região com o mau comportamento dos seus cida-dãos? Vamos tomar a Coreia do sul como exemplo. a sua “Law of Passport” estipula que o Governo da Coreia do sul pode re-cusar emitir passaportes, por um período máximo de três anos, aos indivíduos que se portem mal quando de férias no estrangeiro. a educação é também sem dúvida uma boa opção para melhorar esta situação. O Japão é um bom exemplo disto pois tem feito um grande esforço nos últimos 30 anos para educar os seus cidadãos na maneira correcta de se comportarem quando em viajem pelo estrangeiro. Estas experiências podem servir de referência para formular novas estratégias ou para criar novas leis de modo a regula-mentar este tipo de comportamentos com falta de civismo. E além das alternativas acima mencionadas, podemos acrescentar mais alguma boa ideia?

Em Hong Kong, o Governo fornece

habitações sociais a alguns dos seus resi-dentes. De forma a gerir este processo, as autoridades adoptaram o “Marking scheme for Estate Management Enforcement” para classificar problemas como a higiene, o ruído e a recolha de lixo.

Posto de uma maneira simples, este sistema atribui pontos aos comportamentos considerados inaceitáveis, que são poste-riormente registados numa tabela. assim, um residente pode ser atribuído com três pontos por deitar lixo numa área pública destas habitações sociais. E, aqueles que somarem um total de 15 pontos são forçados a abandonar as suas residências económicas. Mas estas listas têm uma duração máxima de três anos, sendo que após este período uma nova tabela tem de ser elaborada.

Esta estratégia inclui elementos de penaliza-ção e de reabilitação. Permite que uma pessoa cometa erros mas também garante que os infrac-tores sejam castigados. se as infracções forem pequenas e ocasionais, a penalização também é pequena, mas casos que envolvam infracções contínuas ou de maior severidade acarretam coimas mais significativas. E, em ambos os casos, os infractores são submetidos a avisos e multas, assim como obrigados a apresentar um pedido de desculpa à parte lesada, além de um período de vigilância e monitorização de três anos. Esta política parece ter sido bem sucedida pois, a seguir à sua implementação, o número de infractores reduziu significativa-mente, especialmente devido ao período de fiscalização de três anos e ao medo de virem a perder a própria casa.

Com algumas modificações, este regime de “Marking scheme for Estate Management Enforcement” podia até ser adoptado para gerir os grupos de turistas provenientes da China. Os critérios passivos de fiscalização incluiriam, por exemplo:

Mau comportamento observado no estran-geiro (Pontuação):

atirar lixo para o chão (3)atirar água a ferver sobre a hospedeira (10)Violência física dentro de um avião (15)

E, assim como em Hong Kong, um infrac-

tor que acumulasse aqui mais de 15 pontos em três anos poderia ver o seu passaporte ser cancelado.

Este método poderia eventualmente ser eficaz em relembrar os turistas do continen-te que têm de ter uma boa postura cívica constantemente e não apenas em certas situações. Todos nós desejamos observar chineses dotados de bom comportamento e imagem sem ter de recorrer a castigos.

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Agnes Lam; António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Todos nós desejamos observar chineses dotadosde bom comportamentoe imagem sem terde recorrer a castigos

macau v is to de hong kongDaviD Chan*[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

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hoje macau segunda-feira 9.2.2015

pubUM diversidade em falta

Um campusde mandarim

“Quando nos visitam de Hong Kong dizem ‘ Uau, parece a China’ porque toda a gente fala mandarim,até na cantina”Teresa Vong Professora

A mudança para o novo campus da Universi-dade de Macau, com uma área 20 vezes su-

perior ao anterior, não resolveu, segundo alunos e professores, a falta de diversidade e interna-cionalização, que consideram um dos grandes problemas da instituição.

“Seria bom se houvesse mais diversidade de alunos e julgo que o ensino também podia ser melhor, o inglês dos professores asiáticos não é assim tão bom, os professores de fora são melhores e acho que a universidade devia contratar mais”, afirmou Peter Sun, aluno do curso de Finanças, oriundo de Qingdao, na província chinesa de Shandong.

Actualmente, 80% dos alunos de licenciatura são locais (uma quota obrigatória) e os restantes são maioritariamente da China. Nos cursos de mestrado, os alunos da China são cerca de metade e em doutoramentos são perto de 75%, segundo dados da UM.

“Sinto-me um pouco isolado, às vezes não sei se estou em Ma-cau ou na China. A China é já ali e até a rede de telemóvel por vezes é da China”, disse o estudante de 22 anos, que agora só se desloca à cidade ao fim de semana devido à escassez de autocarros.

Mais do MesMoA sensação é partilhada pela professora Teresa Vong, que considera que a instituição “não é nada diversa”.

“Atraímos mais alunos da Chi-na, devíamos atrair mais alunos dos países de língua portuguesa porque mais ninguém vai fazer isso, devia ser o nosso nicho. Quando nos visitam de Hong Kong dizem ‘ Uau, parece a China’ porque toda a gente fala mandarim, até na cantina”, referiu.

Há um ano que os primeiros alunos começaram a mudar-se para o novo campus da UM - que seria oficialmente inaugurado em Agosto - localizado num ter-reno de um quilómetro quadrado na Ilha da Montanha, território chinês arrendado a Macau e que se encontra sob jurisdição da Região Administrativa Especial.

Antes da mudança, a UM estava localizada na colina da Taipa, numa zona de fácil acesso e frequentes transportes. Agora, a viagem a partir do centro de Macau pode demorar entre 20 a 30 minutos, consoante o tráfego e o meio de transporte.

Já Lucy Choi, aluna de 2.º ano de Educação disse apreciar o espaço, embora no início o tenha achado “grande demais”.

Para a jovem de Macau, a vida no campus trouxe a tão ambicio-nada independência, permitindo--lhe viver fora de casa.

Os quartos são divididos: duas camas lado a lado, roupeiros e secretárias. Há uma cozinha par-tilhada, com uma placa eléctrica e micro-ondas, e uma mesa comum.

O alojamento e 15 refeições semanais custam anualmente 20.000 patacas.

“Estes dormitórios são mui-to pequenos, os antigos eram maiores”, lamentou Peter Sun, considerando, ainda assim, que as condições são muito melhores que as das universidades chinesas.

“Na China é muito pior, partilha-se o quarto com oito pessoas e os jovens têm de estudar políticas chinesas. Aqui temos Facebook e Twitter, os professores são mais abertos e discutem coisas que não se dis-cutem na China”, acrescentou.

No entanto, precisou, isto não quer dizer que se pode falar de tudo: “Se formos contra o Gover-no não vamos ter um bom futuro aqui. Ao contrário de Hong Kong, Macau é bastante obediente”.