íi*í« 33Í;*f>3' *' -í1' i %m do partido liberal...

4
ii-'.'ãe:''. '?í:*r' TC tef" * Anno X —?— w- ASSIGNATURAS (Eecife) Semestre 5§000 Anno.. lüftOOO -*>, Recifer-Sexta-feira 1 de N embro de 1872 ¦""'¦ ¦ v; _,, ,'J§'; dy;--æ'. ¦ , . #¦*¦.""•" -m ' (Interior e Provincias) Semestre C$000. Annóv..,.! íaipop ';¦"' %í| assignaturas «orne- ; ^m èm iqualqner tempo c teriniiiani n^nltípip- de Pe-; vereiro. e. Ágòsib. Paga- men.^o ááiantttdjp.-APnbli^' ca.-se nas'* térçàs e sextas- feiras;i:.1; dm-.-' vi*,'' _______^ -"ç *'., f *-- N.° 17 —*_. COERESPONDENCIA A Redacçâo acceita e agradece a collaboracão. íi*í« *' -í1' i t.\i$ %m DO PARTIDO LIBERAL -•¦-'.t 33Í;*f>3"' 3>V3'-,'. . ,'A; correspondência e as reclamações serão dirigidas ao gerente ; ¦.' * i'HMÍ'1 •¦ •!• Vejo^or toda a parte um symptoma, que me assusta pela liberdade das naçües e Igreja: a centrolisação. Um dia os poToa despertarão clamando :--Onde aa nos- sas KbeMadee .d;1" p. rELix-Dísc. mo Cóngr. de Malinee, 1864. muicunn» '§fc.íuap.íe. eu*. •'d. fetíj . '.*- á rua Duque de Caxias n- 501- andar, ou árua Larga do Rosário n. 24, 2- andar. jX' k Í ' A PftQVÍWGIA ^fe&i^-sy*-'1' '•' •'*'¦' IvlirT-'•"• •'V" ' •'>•'•< i"*' ' - / JRflcííé, i? de Novembro, de 1872, ^v.^;;"'!'.;:.;'/ •:-.;.y- ¦;¦.'^f^,; *#£$ Os cedros Htoàríos- ou sòientifi- cos, os gj^mi0s:v:piraoticoá de certo ;genero, poçíéia limitar^e a uma pro- paganda,:pbf assim dizer, passiva, sem -que fiquem abaixo da sua missão : pre- gar a i<Jéa, depositar a semente e es- perar pela früctificação, levantar um padrão, uma estatua, para que o povo leia ahi a sua gloria, o seu direito e o seu dever, e taes grêmios e centros te- rão cumprido a sua grande tarefa, uma tarefa tanto mais gloriosa, quanto é certo que os* fruetos serão quasi sem- pre colhidos pela posteridade dos ope- ràrios. Na politica, porém, não é, não deve ser assim, pena de eondemnação pela posteridade, pela historia, por crime de falta de decisão, pois a decisão é tudo em politica, e pôde mui bem al- liar-se, e deve alliar-se á mais consum-- mada prudência. Politica passiva, politica de mera expectativa na imprensa, politica sem propaganda activa que tenda todos os •dias para concretisar a idéa, é umapo- litica sem gloria e sem proveito. Nas lutas políticas ha muito de trabalho para o futuro, é verdade; mas, toda e qualquer operação politica deve ter um tanto de actualidade, que se exter- ne e eífective. Os partidos no imperio nestes ulti- mos vinte annos, como que estão esquecidos do seu dever e do seu direi- . to: os paladinos foram affrouxando na pugna, foram abdicando na acção do tempo, e hoje gritam contra o seu pro- prio facto—o poder pessoal. O partido conservador, esse donata- rio do governo do imperio no reinado do Sr. D. Pedro II, clama hoje contra o poder pessoal, elle que sempre viveu pelo seu rei e para o seu rei (referimo- dos aos dissidentes, que os outros são apenas um grupo de áulicos); mas, esse partido vai por ahi pregando no deserto, porqué-o paiz ainda ouve a voz do seu prestigioso chefe Itaborahy, dizendo que o rei—reina, governa e administra.^ O partido republicano (hoje em la- boriosa trànsforiüàção, da qual depois trataremos)'que: :por.sua Índole devia ser a mais v/vá notma da acção quoti- diana para rehaver. o quinhão usurpa- do da opinião, declara-se todos os dias puro expectadòr,; professando não pôr embaraços ao poder pessoal, e tudo es- perandoda apção ésfragadora deste po- der^da acção do tempo; isto é, espe- rando que.o vulcão; irj-ompa, para ver o qüe se salva da i&indação das lavas. E' um crime de leso-patriotismo!.-.. Nòs liberaes, m«ais adiantados do que os outros partidos, porque.Reinos o nosso programma assentado, porque temos por elle compromettidos os nos- sos conspicúos chefes, talvez tenhamos também graves culpas no modo de combater o santo combate da liberdade. A Provincia irá estudando opportti- namente este assumpto, sem faltar ás attènções devidas. .^Çor.}^^^um wádò pela organisação. e disciplina do nosso partido, no imperio èm geral e particularmente em Pernambuco. A força de cohesão dos áulicos do poder pessoal (fácil cohesão) oppo- nhamos a força de cohesão da idéa liberal. Nós todos das provincias devemos convidar os nossos il.lustres chefes da corte, a que activem. a süa poderosa collaboracão no grande intuito da uni- ficação dos esforços. Dividir para reinar—eis a velha maxima de governo entre nós, maxi- ma hoje muito confessada pelos factos. Os conservadores ahi estão degla diando-se. Do nosso seio s«ahiram os republi- canos. : Os republicanos por sua vez estão divididos, tudo nol-o-diz. Isto posto, devemos continuar a vi- ver pura vida d'imprensa, sem intel- Ügencia reciproca de todos os dias, sem fortes pontos de contacto em todo o imperio, sem os meetings, sem os clubs, sem as caixas da Irlanda de O' Con- nell, sem a vigilância precisa pára que não sejam ustirpadostos nossos direitos eleitorais, sem todos os antecedentes necessários para que um dia marche- mos unidos e fortes ás urnas, ponto único donde nos pôde vir um triumpho serio e duradouro "JL A Provincia pergunta, consulta, pe- de o conselho dos amigos, no que res- peita ao movimento do nosso partido no imperio; e espera a madura delibe- ração dos nossos chefes da corte. No que é, porém, provincial, seremos mais explícitos: •—Que todos os nossos amigos do in- terior abram comnoseo activa corres- pondencia; -—Que todos os nossos amigos da capital venham ajudar-nos, confiados na boa vontade com que trabalhamos na imprensa, e queremos trabalhar fò- ra delia; —Que todos nos entendamos, e nos organisemos por^odaa parte ; —Que trabalhe por toda a parte o fio electrico da idéa, nias que também por toda a parte se assentem as bigor- nas para os malhos da acção; —Que á palavra .impressa junte-se a palavra fallada em publico, nos mee- tings, e a palavra conversada nas fa- milias políticas, nos clubs; —Finalmente, que se abram, no terreno da legalidade e em patriótica harmonia de vistas, os dias de ficção decidida e prudente, embora lenta, pre- cursores do dia do triumpho junto ás urnas, único objecto digno de verda- deiros liberaes. Se não queremos, e nfio devemos querer o poder por mera generosidade do imperador, o que esperamos nesta passividade "j A Provincia espera ser ouvida pelos ' liberaes de Pernambuco; e no intuito «apontado irá fazendo largas conside- rações. Hvjjê! tempo de sermos outra vez o heróico Pernambuco, se de moribundos não qjieremos passar a cadáveres. #-r m'..'-¦ , Um acto illegal A ilegalidade do acto do Sr. Paria Le- mos, qúe mandou pagar á Companhia «Ee- cife Drainage» com dinheiro de um empréstimo de applicação especial, está tão patente, que escusado é estarmos a insistir em provar o que a própria consciência do seu autor teia reconhecido. Voltamos hoje á imprensa tão someute para tornar mais sensivel a estravagancia das theorias do.defensor de S. Exc. Este diz que tirar dinheiro do Banca Brazil, onde a provincia o tem, proveniente de am empréstimo em conta corrente; a que pode soecorrer para fim determinado e certo, es- pecificado em lei, pagando juro, tudo para fim extranho e não previsto, é uma operação que se chama movimento de fundo! Eealmente admira como o Sr. Faria Le- mos pode ser juiz com taes mordomos. Que bons auxiliares tem S. Exc. na sua secre- taria! Também é cousa muito regular lançar mão dos depósitos da-thesouraria; e não ha- vendo renda sufficiente para pagal-os den- tro do exercício, podem ser satisfeitos no exercício seguinte!7 E quom reclamar o deposito, e não for satisfeito.; não terá o direito de declarar a thesôürárftT em banca rota fraudulenta ? Tudo isto é novidade digna desta actuali- dade. Assim todos os actos tem defeza. Então para que confessaram a illegalidade no pri- meiro artigo que publicaram, se tinham tão bom arsenal? A vista de taes argumentos, confessamos : estamos convencidos de que o Sr. Faria Le- mos é um saneto homem. Não queremos fazer praça de conhecimen- tos financeiros; isto fica para os escreventes do Sr. Faria Lemos. Entretanto, devemos recordar ao defensor da presidência que não falíamos em ¦movimentos de fundo, e sim em recursos a que se poderia soecorrer o the-- souro ou as thesourarias : são cousas muito; diversas. Foi por isso que dissemos que .só' em virtude de lei, que autorisa lançar máo dos depósitos em certos casos, podem os mesmos depósitos servir de recursos ou sup- primento da renda. Informe-se o defensor de quem quer que não meta o pela mão, que todos lhe dirão que esta é a verdadeira doutrina. E a razão é obvia : a lei deve autorisar esse recurso extremo, porque ella pode prevenir o meio pelo. qual devem os deposi- tos ser pagos quando forem reclamados, e não houver renda dispanivel para satisfa- zel-os. Ha lei provincial que autorise lançar mão dos depósitos ? Se ha, essa lei ha de prevê- nir o meio de suppril-os quando forem recla- mados em qualquer tempo; e com certeza n'essa lei não se hade dizer que não haven- do renda em um exercício os depósitos se- rão pagos em outro. Isto seria vergonhoso para esta província. Eis a verdade, meu caro e delicado defensor presidencial. Não teríamos mais nada a dizer, a vista de taes argumentos e da comparação de que faz o articulista entre os doiís con- tractos dos esgotos, se não quizessemos sal- var a provincia de mais um logro que hatu- ralmente lhe prepara o nosso Presidente. Nua temos á vista o contractò primitivo da empreza dos esgotos; estimaríamos que o defensor o publicasse, porque depois que o Sr. Faria Lemos ou o seu'chefe de Policia Luandoii-nòs dizer que a companhia «Per- nambucò Street Èailway» tinha um deposi- í.ü em dinheiro na thesouraria para garantir a sua emissão .de bonds, sem qne um real houvesse, custamos a acreditar na pala- vra doe defensores presidenciaes ; entretan- to, admitíamos o que affirma o articulista do •Diário». « Existia n'esse contractò, disse o defen- sor, a cláusula de ser substituído o velho systema de appareíhos, logo que outro mais aperfeiçoado fosse conhecido; e o preço da annuidade era de 20 $000. » Primeiramente eram conhecidos syste- mas mais aperfeiçoados do que aquelle; de- pois, acredita o articulista que a obrigação do primitivo contractante de substituir o sys- tema por outro mais aperfeiçoado importa- va também o ônus de o fazer percebendo a mesma annuinade ? Faço-lhe justiça, di- zendp que não. E com effeito, qualquer melhoramento traria um dispendio addicional considera- vel, e nenhuma empreza tomaria compro- misso tão vago. O facto está patente, observando-se que o novo systema que mais tarde foi adoptado, por, si custou um dispendio tlecuplo tal- vez do que custaria o primitivo. Poderia o Sr. Paranaguá, espirito recto, impor á em- preza uma annuidade inferior a que exigio ? Eesponda a consciência do articulista. Se no contractò da empreza «Drainage» se diz que esta é obrigada a fornecer gratuita- mente serviço e appareíhos, ás casas que ao tempo de sua assignatura pagaram 13$50O ou menos de décima, também se diz que por parcellas de duzentas ou quatrocen- tas casas, que deixarem de pagar aquella décima, diminue-se 1$(J00 no preço do ser- viço. E' portanto evidente, que, ou a empre- za dará appareíhos *e fará o. serviço gratui- tamente a duas ou mais casas que se ^acham" n'aqu~éirar"c9ffdiçoes "(completando- se o numero por outras ou terá de diminuir 2$000, 8 ou 4$000, no preço do serviço conforme as parcellas de quatrocentas ca- sas ou menos que se contarem. Pois não o articulista que o actualmente de que fal- Ia era necessário para definirão verdadeiro ônus qne tomava a empreza? * Onde está o embaraço ? Em hypothese alguma pode o governo perder a vantagem que lhe deu o contractò. Em todo o caso a empreza é obrigada a fornecer gratuitamen- te o numero de appareíhos correspondente ao de casas existentes ao tempo do contrac- to, que devia ser logo executado; e quanto a annuidade do serviço, ou ella deixa de recebel-as para o mesmo numero de casas (e as antigas são substituídas pelas novas igual décima) ou a diminue na proporção do contractò. Não é-- isto que o Sr. Faria Lemos quer faaer ? Entãc temos logro. Mai* non acto illegal \ O official ou officioso defensor do Sr. Fa- ria Lemos, no Diária de Pernambuco, procu- ra defender á S. Exc. da aceusação que lhe fizemos, em artigo com o titulo do presente, jú» pela evidente illegalidade que commetteu, mandando por insinuação ou ordem do go- verno geral, despender pelos cofre? provin- ciaes. sem para isto ter autorisaçào da pro- vincia, a quantia de dous contos de réis com a exposição que acaba de ter logar. Ainda desta vez foi o digno defensor pre- sidencial muito infeliz èm sua tarefa. Todavia quanto lhe foi preciso para dar conta delia ! Primeiramente teve que fazer passar por caduca e sem vigor a. lei provincial n. 575, que nos argúe.de ter desenterrado. Não nos disse entretanto qual a disposi- ção legal porque tivesse sido essa lei revo- gada. Como, pois, dizer que está ella caduca e sem vigor ? Quem revogou-a ? ; Se o articulista quer dizer que essa lei está de facto caduca, actualmente como muitas outras, mas caduca tão somente pelo •¦; -' r' 3' ¦M 3,:v,, m 3,!1"

Upload: others

Post on 17-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

"., ¦";.•

ii-'.'ãe:''.

'?í:*r'

TCtef"

*

Anno X—?—

w-

ASSIGNATURAS(Eecife)

Semestre 5§000Anno.. lüftOOO

-*>,

Recifer-Sexta-feira 1 de N embro de 1872¦""'¦ ¦ v;

_,,,'J§'; • dy;-- '.

¦ , . #¦*¦.""•" -m '

(Interior e Provincias)Semestre C$000.Annóv.. ,.! íaipop';¦"'

%í| assignaturas «orne- ;^m èm iqualqner tempo cteriniiiani n^nltípip- de Pe-;vereiro. e. Ágòsib. Paga-men.^o ááiantttdjp.-APnbli^'ca.-se nas'* térçàs e sextas-feiras;i:.1; dm-.-'

vi*,''

_______ ^ -"ç *' ., f *--

N.° 17—*_.

COERESPONDENCIA

A Redacçâo acceita eagradece a collaboracão.

íi*í«*' -í1' it.\i$

%m DO PARTIDO LIBERAL -•¦-'.t

33Í;*f>3"'3>V3'-,'. .

,'A; correspondência e asreclamações serão dirigidasao gerente

; ¦.'

* i'HMÍ'1

•¦ •!•

Vejo^or toda a parte um symptoma, que me assustapela liberdade das naçües e dã Igreja: a centrolisação.Um dia os poToa despertarão clamando :--Onde aa nos-sas KbeMadee .d;1"

p. rELix-Dísc. mo Cóngr. deMalinee, 1864.

muicunn»'§fc.íuap.íe.

eu*.

•'d. fetíj. '.*-

á rua Duque de Caxias n-501- andar, ou árua Largado Rosário n. 24, 2- andar.

jX' k

Í

'

A PftQVÍWGIA^fe&i^-sy*-'1''•' • •'*'¦' IvlirT-'•"• •'V" ' •'>•'•< i"*' '- / JRflcííé, i? de Novembro, de 1872,

^v.^;;"'!'.;:.;'/ •:-.;.y- ¦;¦.'^f^,; *#£$

Os cedros Htoàríos- ou sòientifi-cos, os gj^mi0s:v:piraoticoá de certo;genero, poçíéia limitar^e a uma pro-paganda,:pbf assim dizer, passiva, sem-que fiquem abaixo da sua missão : pre-gar a i<Jéa, depositar a semente e es-perar pela früctificação, levantar umpadrão, uma estatua, para que o povoleia ahi a sua gloria, o seu direito e oseu dever, e taes grêmios e centros te-rão cumprido a sua grande tarefa, umatarefa tanto mais gloriosa, quanto écerto que os* fruetos serão quasi sem-pre colhidos pela posteridade dos ope-ràrios.

Na politica, porém, não é, não deveser assim, pena de eondemnação pelaposteridade, pela historia, por crimede falta de decisão, pois a decisão étudo em politica, e pôde mui bem al-liar-se, e deve alliar-se á mais consum--mada prudência.

Politica passiva, politica de meraexpectativa na imprensa, politica sempropaganda activa que tenda todos os•dias para concretisar a idéa, é umapo-litica sem gloria e sem proveito. Naslutas políticas ha muito de trabalhopara o futuro, é verdade; mas, toda equalquer operação politica deve terum tanto de actualidade, que se exter-ne e eífective.

Os partidos no imperio nestes ulti-mos vinte annos, como que estãoesquecidos do seu dever e do seu direi-

. to: os paladinos foram affrouxando napugna, foram abdicando na acção dotempo, e hoje gritam contra o seu pro-prio facto—o poder pessoal.

O partido conservador, esse donata-rio do governo do imperio no reinadodo Sr. D. Pedro II, clama hoje contrao poder pessoal, elle que sempre viveupelo seu rei e para o seu rei (referimo-dos aos dissidentes, que os outros sãoapenas um grupo de áulicos); mas,esse partido vai por ahi pregando nodeserto, porqué-o paiz ainda ouve avoz do seu prestigioso chefe Itaborahy,dizendo que o rei—reina, governa eadministra.^

O partido republicano (hoje em la-boriosa trànsforiüàção, da qual depoistrataremos)'que: :por.sua Índole deviaser a mais v/vá notma da acção quoti-diana para rehaver. o quinhão usurpa-do da opinião, declara-se todos os diaspuro expectadòr,; professando não pôrembaraços ao poder pessoal, e tudo es-perandoda apção ésfragadora deste po-der^da acção do tempo; isto é, espe-rando que.o vulcão; irj-ompa, para vero qüe se salva da i&indação das lavas.E' um crime de leso-patriotismo!.-..

Nòs liberaes, m«ais adiantados doque os outros partidos, porque.Reinoso nosso programma assentado, porquetemos por elle compromettidos os nos-sos conspicúos chefes, talvez tenhamostambém graves culpas no modo decombater o santo combate da liberdade.

A Provincia irá estudando opportti-namente este assumpto, sem faltar ásattènções devidas..^Çor.}^^^ umwádò pela organisação. e disciplina donosso partido, no imperio èm geral eparticularmente em Pernambuco.

A força de cohesão dos áulicos dopoder pessoal (fácil cohesão) oppo-nhamos a força de cohesão da idéaliberal.

Nós todos das provincias devemosconvidar os nossos il.lustres chefes dacorte, a que activem. a süa poderosacollaboracão no grande intuito da uni-ficação dos esforços.

Dividir para reinar—eis a velhamaxima de governo entre nós, maxi-ma hoje muito confessada pelos factos.

Os conservadores ahi estão degladiando-se.

Do nosso seio s«ahiram os republi-canos.

: Os republicanos por sua vez estãodivididos, tudo nol-o-diz.

Isto posto, devemos continuar a vi-ver pura vida d'imprensa, sem intel-Ügencia reciproca de todos os dias, semfortes pontos de contacto em todo oimperio, sem os meetings, sem os clubs,sem as caixas da Irlanda de O' Con-nell, sem a vigilância precisa pára quenão sejam ustirpadostos nossos direitoseleitorais, sem todos os antecedentesnecessários para que um dia marche-mos unidos e fortes ás urnas, pontoúnico donde nos pôde vir um triumphoserio e duradouro JL

A Provincia pergunta, consulta, pe-de o conselho dos amigos, no que res-peita ao movimento do nosso partidono imperio; e espera a madura delibe-ração dos nossos chefes da corte.

No que é, porém, provincial, seremosmais explícitos:

•—Que todos os nossos amigos do in-terior abram comnoseo activa corres-pondencia;-—Que todos os nossos amigos dacapital venham ajudar-nos, confiadosna boa vontade com que trabalhamosna imprensa, e queremos trabalhar fò-ra delia;

—Que todos nos entendamos, e nosorganisemos por^odaa parte ;—Que trabalhe por toda a parte ofio electrico da idéa, nias que tambémpor toda a parte se assentem as bigor-nas para os malhos da acção;

—Que á palavra .impressa junte-sea palavra fallada em publico, nos mee-tings, e a palavra conversada nas fa-milias políticas, nos clubs;

—Finalmente, que se abram, noterreno da legalidade e em patrióticaharmonia de vistas, os dias de ficçãodecidida e prudente, embora lenta, pre-cursores do dia do triumpho junto ásurnas, único objecto digno de verda-deiros liberaes.

Se não queremos, e nfio devemosquerer o poder por mera generosidadedo imperador, o que esperamos nestapassividade j

• A Provincia espera ser ouvida pelos '

liberaes de Pernambuco; e no intuito«apontado irá fazendo largas conside-rações.

Hvjjê! tempo de sermos outra vez oheróico Pernambuco, se de moribundosnão qjieremos passar a cadáveres.

#-r m'..'-¦

, Um acto illegalA ilegalidade do acto do Sr. Paria Le-

mos, qúe mandou pagar á Companhia «Ee-cife Drainage» com dinheiro de um empréstimode applicação especial, está tão patente, queescusado é estarmos a insistir em provar oque a própria consciência do seu autor játeia reconhecido.

Voltamos hoje á imprensa tão someutepara tornar mais sensivel a estravaganciadas theorias do.defensor de S. Exc.

Este diz que tirar dinheiro do Banca d»Brazil, onde a provincia o tem, proveniente deam empréstimo em conta corrente; a que só $«pode soecorrer para fim determinado e certo, es-pecificado em lei, pagando juro, tudo para fimextranho e não previsto, é uma operação quese chama movimento de fundo!

'¦Eealmente admira como o Sr. Faria Le-

mos pode ser juiz com taes mordomos. Quebons auxiliares tem S. Exc. na sua secre-taria!

Também é cousa muito regular lançarmão dos depósitos da-thesouraria; e não ha-vendo renda sufficiente para pagal-os den-tro do exercício, podem ser satisfeitos noexercício seguinte! 7

E quom reclamar o deposito, e não forsatisfeito.; não terá o direito de declarar athesôürárftT em banca rota fraudulenta ?

Tudo isto é novidade digna desta actuali-dade.

Assim todos os actos tem defeza. Entãopara que confessaram a illegalidade no pri-meiro artigo que publicaram, se tinham tãobom arsenal?

A vista de taes argumentos, confessamos :estamos convencidos de que o Sr. Faria Le-mos é um saneto homem.

Não queremos fazer praça de conhecimen-tos financeiros; isto fica para os escreventesdo Sr. Faria Lemos. Entretanto, devemosrecordar ao defensor da presidência que nãofalíamos em ¦movimentos de fundo, e sim emrecursos a que se poderia soecorrer o the--souro ou as thesourarias : são cousas muito;diversas. Foi por isso que dissemos que .só'em virtude de lei, que autorisa lançar máodos depósitos em certos casos, podem osmesmos depósitos servir de recursos ou sup-primento da renda.

Informe-se o defensor de quem quer quenão meta o pé pela mão, que todos lhe dirãoque esta é a verdadeira doutrina.

E a razão é obvia : só a lei deve autorisaresse recurso extremo, porque só ella podeprevenir o meio pelo. qual devem os deposi-tos ser pagos quando forem reclamados, enão houver renda dispanivel para satisfa-zel-os.

Ha lei provincial que autorise lançar mãodos depósitos ? Se ha, essa lei ha de prevê-nir o meio de suppril-os quando forem recla-mados em qualquer tempo; e com certezan'essa lei não se hade dizer que não haven-do renda em um exercício os depósitos se-rão pagos em outro. Isto seria vergonhosopara esta província. Eis a verdade, meucaro e delicado defensor presidencial.

Não teríamos mais nada a dizer, a vistade taes argumentos e da comparação de máfé que faz o articulista entre os doiís con-tractos dos esgotos, se não quizessemos sal-var a provincia de mais um logro que hatu-ralmente lhe prepara o nosso Presidente.

Nua temos á vista o contractò primitivoda empreza dos esgotos; estimaríamos queo defensor o publicasse, porque depois queo Sr. Faria Lemos ou o seu'chefe de PoliciaLuandoii-nòs dizer que a companhia «Per-nambucò Street Èailway» tinha um deposi-í.ü em dinheiro na thesouraria para garantir

a sua emissão .de bonds, sem qne um só reallá houvesse, custamos a acreditar na pala-

vra doe defensores presidenciaes ; entretan-to, admitíamos o que affirma o articulista do•Diário».

« Existia n'esse contractò, disse o defen-sor, a cláusula de ser substituído o velhosystema de appareíhos, logo que outro maisaperfeiçoado fosse conhecido; e o preço daannuidade era de 20 $000. »

Primeiramente já eram conhecidos syste-mas mais aperfeiçoados do que aquelle; de-pois, acredita o articulista que a obrigaçãodo primitivo contractante de substituir o sys-tema por outro mais aperfeiçoado importa-va também o ônus de o fazer percebendo amesma annuinade ? Faço-lhe justiça, di-zendp que não.

E com effeito, qualquer melhoramentotraria um dispendio addicional considera-vel, e nenhuma empreza tomaria compro-misso tão vago.

O facto está patente, observando-se que onovo systema que mais tarde foi adoptado,só por, si custou um dispendio tlecuplo tal-vez do que custaria o primitivo. Poderia oSr. Paranaguá, espirito recto, impor á em-preza uma annuidade inferior a que exigio ?Eesponda a consciência do articulista.

Se no contractò da empreza «Drainage» sediz que esta é obrigada a fornecer gratuita-mente serviço e appareíhos, ás casas queao tempo de sua assignatura pagaram13$50O ou menos de décima, também se dizque por parcellas de duzentas ou quatrocen-tas casas, que deixarem de pagar aquelladécima, diminue-se 1$(J00 no preço do ser-viço. E' portanto evidente, que, ou a empre-za dará appareíhos *e fará o. serviço gratui-tamente a duas mü ou mais casas que se

^acham" n'aqu~éirar"c9ffdiçoes "(completando-se o numero por outras ou terá de diminuir2$000, 8 ou 4$000, no preço do serviçoconforme as parcellas de quatrocentas ca-sas ou menos que se contarem. Pois nãovê o articulista que o actualmente de que fal-Ia era necessário para definirão verdadeiroônus qne tomava a empreza? *

Onde está o embaraço ? Em hypothesealguma pode o governo perder a vantagemque lhe deu o contractò. Em todo o caso aempreza é obrigada a fornecer gratuitamen-te o numero de appareíhos correspondenteao de casas existentes ao tempo do contrac-to, que devia ser logo executado; e quantoa annuidade do serviço, ou ella deixa derecebel-as para o mesmo numero de casas (eas antigas são substituídas pelas novas déigual décima) ou a diminue na proporçãodo contractò.

Não é-- isto que o Sr. Faria Lemos querfaaer ?

Entãc temos logro.

Mai* non acto illegal\

O official ou officioso defensor do Sr. Fa-ria Lemos, no Diária de Pernambuco, procu-ra defender á S. Exc. da aceusação que lhefizemos, em artigo com o titulo do presente, jú»pela evidente illegalidade que commetteu,mandando por insinuação ou ordem do go-verno geral, despender pelos cofre? provin-ciaes. sem para isto ter autorisaçào da pro-vincia, a quantia de dous contos de réis coma exposição que acaba de ter logar.

Ainda desta vez foi o digno defensor pre-sidencial muito infeliz èm sua tarefa.

Todavia quanto lhe foi preciso para darconta delia !

Primeiramente teve que fazer passar porcaduca e sem vigor a. lei provincial n. 575,que nos argúe.de ter desenterrado.

Não nos disse entretanto qual a disposi-ção legal porque tivesse sido essa lei revo-gada.

Como, pois, dizer que está ella caduca esem vigor ? Quem revogou-a ?

; Se o articulista quer dizer que essa leiestá de facto caduca, actualmente comomuitas outras, mas caduca tão somente pelo

•¦; -' r'3'

¦M3,:v,,

m3,!1"

- è -» !¦

''íí V

ç? '.__ ttlí' èi»,-o*?iiM;, A Provinoia _-íit' .'!'«**v

I .*' -•'V

#*-_¦ •*_? 1?..

arbitrio e menosofibo dos presidentes, que setem siujcudido na administração da provin-cia, nesta actualidade que atravessamos eque certamente não é do respeito ás leis, es-tamos de accordo ; toda a razão tem quandodiz que fomos desenterrar a lei. :i; .';

Serve-nos esta franqueza.Se, porém, leva a questão paraoiitroiter-

reno, o que não parece, então pèrnii*tttà*quelhe digamos que está*"* completamente cqui-vocado.

Em segundo lugar sem referir-se, nem déleve, á reclamação,que fez ao governo gerala commissão encarregada da exposição acer-ca da insufficiencia da quota marcada paraas respectivas despezas,; nem tambem á res-posta ido mesmo governo,, sahe-se dizendoque a despeza provincial eífectuou-se pelaverba eventual.

A.sahida* que pareceu tão fácil hão o é.Haveria dinheiro em caixa na thesouraria

para* essa verba? v.-.«.. •¦A verba 'eventual-nãò'

podia tér' applicaçãoem caso algum absolutamente á despeza quenão fosse provincial, e a exposição desde quefoi um facto exclusivamente ilo governo ge-Tal, não -podia'jamais constituir objecto dedespeza provincial.

'Não pode ignorar em siimhia, o articulista

que pela verba eventuaes náo é possivel oc-correr á despeza não prevista em lei.

Estátheoria tão ampla acerca de applicá-ção da verba eventuaes importaria dar cartabranca aos presidentes para quanto despezaquizessem, não autorisada em lei.

Não são por certo os errôneos principiosque pretende estabelecer o articulista os que' .regulam o assumpto. .''

Attenúe, como quizer, se áttenuação forpossivel, a illegalidade commettidà, mas nãová tão adiante que é comprometter a defesa.

Igualmente infeliz foi o incansável defen-sor presidencial, quando quiz sustentar quea despeza com á exposição era provincialporque uma lei provincial autorisou em1866 á presidência á auxiliar as despezasda exposição que houve naquella epocha.

A despeza foi provincial então porque as-sim determinou a lei, e este anno não o erade modo algum porque faltou lei que a fizes-se tal, isto é muito simples.

Porque uma lei provincial para um certocaso autorisou uma despeza esta não ficasendo sempre provincial e autorisada. Estalei é que está caduca. ; .

As despeza3 com o culto publico, porex-emplo são ha muito tempo feitas pela pro-vincia, mas isto nunca fará qué esta despe-za não seja geral, pagando-a a.provincia porque quer."

'

Ha argumentos que, comb se tem dito;,expor é refutal-os.

Se a despeza era provincial porque mar-cou o governo quota para ella ? ;

Por ultimo levanta o illustre articulistaum falso clamoroso á enterrada lei n. 575,dizendo que já servio ella para autorisar,du-rante a situação decahida, o dispendio de 12contos com o jardim de palácio e ajudas decusto addicionaes á deputados á assembléageral.

Saibam aquelles que não quizerem dar-seao trabalho de folhear essa lei, que ella denada mais trata do que de oppôr um óbice aoarbitrio dos presidentes no dispendio dosdinheiros provinciáes, prohibindo a applica-ção das sobras de qualquer verba da lei doorçamento á despeza differente daquella, pa-ra que foi votada a verba, ou á serviço nãodesignado em lei, dando destino especial átaes sobras, e difficultando a abertura de

FQLHETTM*A* \_/ *K.A *AnA# *A^A »A* «A. «A-AiA*

Os senhores sabem dizer-me, onde paramaquelles mil e oitocentos contos, tomados a juropar certas despezas ?-*

Fallo, ninguém me responde,Vlho, não vejo ninguém !

Pois o caso foi assim:O Sr. João das Alminhas, mediocridade pré-

tenciosa e inquieta, abandonando o seu logar,invadio as altas regiões, e.foi sentar-se na ca-deira do governo desto provincia.

Vmcs. devem saber, que nesta grande officinada sociedade todos tomam parte no trabalho,que reverte em beneficio commum; mascadaqual no posto que lhe foi destinado por Deus.Este traça, aquelle aperfeiçoa, um dirige, e ooutro chega o carvão ou toca o folie.-

Nisto se vé: o genjg^que inventa, o talentoque desenvolve,-o boníjuizo que encaminha e aforça que executa.

Não precisa carregar o sobr'olho, nem bateri.a testa para se saber, que a divisão do trabalhonão ó invenção humana, mas a lei da providen-cia divina.

Ora o Sr. João das Alminhas não é gênio, por

créditos supplementaf.es de que tanto abusose tem feito.

Foi uma das primeiras leis,.provinciáes.na situação decahida e que constitjiie um ti-tulo de gloria para a assembléa que votou-"a.

E' esta a lei ora enterrada segundo o arti-culista-official; mas enterrada viva!

Está'historia de dispendio de *'í2 contose dé"'ajudai de custo addiciohaes", '"'_ unia ac-cusação indigna do articulista; que, posa-nos, se tivesse feito, èchd

'de;Uipa *«|i|"inVen-fsão já a tanto tempo desmascarada e com-•pletamente refutada. í$Í$:.\ "'

Nunca se deram taes factos, que por nen-hum íhodo poderiam ser aiítorisádos poraquella pobre lei que os amigos do articu-lista enterraram viva.

Vé, pois, o articulista que não, defendeuseu amigo presidente e menos abalou se quera accusívção. " ' [úütnuv •"'

O Sr. Faria Lemos que lhe agradeça ape-nas a boa von/ade. . ¦$.,

¦ .::v*r ^tík^ÚàiV'- ¦ .fifi wmí^SrW.ÇV.UIÜlf.U non

Um livro fie meilto

Um dos assumptos que mais prendem ac-tualmente a attenção dos verdadeiros ho-mens de Estado da Europa, é o estudo dassciencias politicas. Um exame detido fez co-nhecer, nomeadamente na França e na In-glaterrà, que á ignorância de um dos maisimportantes ramos das sciencias politicas sodeve a perturbação freqüente que a classeoperaria, açulada pelos homens dé má fé,lança na' industria.

Não tardou tambem, que a administraçãopublica se resentisse desse pouco caso comque os homens do governo deixavam passarPs sãos e práticos princípios das scienciaseconômicas, parasse af errarem ás vagas theo-rias do direito public».

Era tempo de curar o mal. B com effeitoa França reforma seus cursos; crôa cadei-ras especiaes, e gradua seus filhos em scien-cias politicas e administrativas, e a Ingla-terra derrama o estudo da economia "politicapelas suas escolas primarias. O effeito dessaaova e benéfica instrucção não se fará es-perar. *

Com esta as classes laboriosas reconhe-cerão melhor a verdade'dó juizo do Sr. Lowe,quando vê nas greves o

"suicídio do próprio

operário.No Brazil, poucos são ainda os nossos ho-

ruens de lettras que se dedicam ao estudo daeconomia politica. ",.'¦. ¦•

A uns parece uma sciencia árida; a mui-tos cousa supérflua. E' prova incontestável,o facto de ha poucos annos passados rarosalumnos da nossa faculdade de direito estu-darem com prazer a bella sciencia de AdamSmith. W*

Hoje, parece que tambem alli, no nossoareopago da jurisprudência, penetrou a re-volução moral que vae transformando os ho-mens de lettras, em homens de sciencia ex-perimental, em homens práticos.

Tal foi a impressão que deixou-nos o in-teresse que tomaram os alumnos do 5."anno da nossa faculdade de direito por umdiscurso proferido pelo Sr. Dr. José JoaquimTavares Belfort no acto da abertura do cur-so de economia politica da mesma facul-dade.

Esse discurso, mandado imprimir poresses esperançosos mancebos, forma o livrode mérito, que é objecto deste artigo.

A cadeira de lente de economia politica,confiada ao robusto talento e á vasta era-

que nada ainda concebeo ou inventou; não tema intelligencia que aperfeiçoa, nem o bom juizoque derige, porque não consta que desenvolvessedescoberta alguma, ou desbravasse o caminhoque conduz ás regiões do util.

Já se vê, que julgando-se elle um portento, edeixando por isso o seu logar da officina, o qualnaturalmente era o de tangsdor de folie, o equi-librio desapparecoo, a ordem transtornou-se o osdesastres sobrevieram como natural consequen-cia dessa vaidosa deslocação.

O que ó governar povos, perguntou lá um diaás cadôas do seu relógio ?

Governar povos é... (aqui encheo elle as bo-Ghechas, e deixou fugir algumas baforadas de or-gulho) governar povos é seguir o systema davulgarisação americana, que tanta fama e tantodinheiro tem dado ao Dr. Ayer: farei estamparo meu nome é a minlia pessoa nas calçadas, nosbeccos, nas praias, e nos hospitaes; como ellenas suas folhinhas, nos seus abanas, nas suaspiluías e nas suas seringas.

Mãos a obra, Sr. João, quem adiante nãoolha, atraz se fica.

Daqui nasceo a inabalável resolução do met-ter o cacete naqulles desgraçados mil e oito-centos contos emprestados, o reduzir Pernam-buco aos horrores de uma guerra hollandeza.

No dia seguinte poz mãos á obra do jardim depalácio; cercou o campo das princezas de tijolo

dicção do seu lente cathedratico Dr.AprigióGuimarães,não sentiu-sedcslustrada comasprelecções do Sr. Dr. Tavares Belfort, que,.a/ppzar dó'.;jovem, revelou no seu. discursoproferido na abertura do curso não vulgarinstrucção da matéria em que leo, .esposamdo ao mesmp tempo os principios mais libe-raes, e mais conformes,á moderna organisa-ção da nossa sociedade.'

Ha, sobre todas, uma parte do livro doillustrado professor, qué'mostra a clareza omethodo com-que sabe expor» as doutrinas.Referinio-nos ao exame dos tres systemasrelativos as causas da riqueza.

Quem quer que tenha estudado a historiada economia politica, vé desde logo que ocaracter distinetivo das tres revoluções porque passou a moderna sciencia foram apa-nhadas com intelligencia pelo orador. E'principalmente 'ha condemuacão formal * dosysteiha protector, que o n\erito da analysedos systemas sobresahe. A synthese comqué neste ppnto termina o jãr. Dr.Belfprt assuas considerações, valeria só pòr si todo pseu livro. Eil-a:

«.'O sgstema protector repugna ao instinetonatural, ao sensp commum, á humanidade,á sciencia. e .ap christianismo; eè.ppis de-ver rigoroso de todos os que conhecem, osseus direitos e presam sua dignidade com-batel-o, porque elle realisa em definitivo pfatal e injusto principio da expoliação do ho-mem pelo homem..».i; ..¦•;!; n ,

'.Xí

No exame das doutrinas de Adam Smith'o Dr. Belfort soube distinguir aquellas queserviram de verdadeiras bases da sciencia,das que são tidas por erros deploráveis.

Ainda aqui prestou um serviço aos seusdiscipulos, poupando-lhes o trabalho de còm-pulsar os refutadore,. dessas doutrinas, queserão assim descriminadas com a simplesleitura da riqueza das nações. Não menor 6 oconcurso què presta o DivBelfort indicando ainfluencia que exerceo na sciencia cada umdos notáveis e modernos economistas, querem relação aos principios e sãs doutrinas deSmith, quer á sna applicação ás differentesquestões financeiras e industriaes.

Nos estreitos limites de um artigo de jor-nal é. difficil tocar nos differentes assumptosde que «e occupa um livro, como o que en-cerra o discurso do Sr. Dr. Belfort.; nãoterminaremos, porém, sem mencionar o pro-gramma motivado com que o hábil professorpronietteo entreter o espirito dos seus alum-110S-:. '¦¦():> iit}i&iw£ÚU", ;-íMj.:..*'.

Em cada um dos quatro ramos da econo-mia politica, o distincto orador toca nasprincipaes questões a que elle se paende.

Tratando da producção, menciona seus dif-fcrentes modos; e promette, sob todas asrelações, analysar o trabalho, o capital, e osagentes naturaes. ,;,,' .,jüíí

Na circulação da riqueza, as questões, datroca, da preferencia dos metaes para servirde moeda, as questões de credito, de cambio,de bancos, etc. são ainda objecto de exame.

Na distribuição, e consumo da riqueza,propõe-se tambem o illustre professor tratarda renda da terra, do rédito e do juro, dosalário, das greves etc.; do consumo publi-co e privado, da renda publica, dos impôs-tos, dos empréstimos, etc.

Este programma dá uma idéa tia impor-tancia e valor, do curso regido durante .oanno leetivo pelo seu autor.

O livro do Dr. Tavares Belfort é digno doestudo dos seus alumnos; e deixa uo espiri-to de quem quer que o lé a impressão de queé o frueto de um talento fecundo, e de umhomem dc trabalho.

e pedra; ergueo sobro essa pedra, que mandoupintar para fingir pedra, uma grade mofina se-melhante a dentadura da avosinha. Fez levan-tar no centro do campo um esguio pavilhão dopestanas echanfretas, cercado de estatuas negras,com áreg de cenotaphio, que deo ao lugar osseus tantos de soturno e malassombrado.

O gerróte e o martello, depois de alluirem ascanastras do Thomazinho, cederam o campo áenxada e ao ferro de cova. Nunca me persuadi,que estes rústicos, instrumentos, antigos e inno-centes como o primeiro homem, se tornassomtãoroedores com o—peccado original...

Quo devastação!... O dinheiro, sahindo di-nheiro, vivo e são, daquellas honradas canastras,entrava alli transformado em asqueroso estéreo,que era depois balüeado em profundos jazigos,os quaes, como o tonei desfundado das Danai-des, nunca enchiam!

O negocio deo camizas..., o agora dizem osentendidos, que é um dos mais famosas sqitavedo mundo.

Eu não sei o que significa aquella endemonia-da palavra; mas á julgar pelo Diário, suppo-nho que squdre quer dizer logração, ou cousaainda mais grave; pois, desde que se adquire di-nheiro para despezas produetivas, o estas sãodesviadas do seu fim econômico, como em thea-tro para Coimbra; em construcções desconjun-tad as, como essa tenebrosa enchovia do... doMagalhães, na qual os palradores, com dois al-

CHMMJAJgjf. ¦V-ií;*, *...•/

Efievaltaii.e g>ai9i*_s_SM£_;i„*í''—E'.;d.iiplamente censurável o acto, pelo qualo, Sr. Dir. Faria Lemos resolveu sobro a re-presentação de certas casas bancarias c com-merciaes acerca.-da,..falta, .de segurança dopropriedade, de.que se, .resente esta capital,e, com ella, toda arproyincia.^ y

* - -Não é sóment,e'ppr;ter.siibjeitado taesca-

sas a um imposto, qMicioiycil que a a-esoluçãó-»de S. Exc. excita 'çerio reparo, segundo no-támos em nosso jtumero .anterior: ella pec-ca igualmente pela parcialidade, que, se riialquadra a qualquer agente da autoridade pu-blica, desvirtua sobremodo' a.s decisões d'a-quelle, que,.superin|e^den:dp*:ps, devo esfor-çar-se por" edifiéal-W cóiá -exemplos da numsevera e restricta justiça. ¦-

Os capitães e as fazendas ém deposito nasindicadas cíisás' hão teem mais direito, á pro-tecção dos poderes dp .estado , do eme os. di-iíliéiròs'e os' geiiáfòèj qtie guardám-se nosdiversos estabelecimentos;' mais' ou menosimportantes, que assentámiha freguezia deS. Frei PedroGonsa;lve_.,\;: •¦ ¦¦\:iXiv..- .r.^*

0 que cumpria, pois, ao, administrador daprovincia era providenciai*" pára que todasas ruas da referida parochia fossem assiduáe 'cuidadosamente patrulhadas por força res-pèitayel e moralisada, com expressa reeom-mendaçãO;de exercer a maior vigilância bo-bre áquéllás em que houvessem armazéns, 'lojas e escriptorios. '^rt !,-}i

Se assim providenciara,' S7 Exc. não sóprocedéia mais regularmente, senão tam-bem attenuára até certo ponto, o ludibrio a.quo se expoz, desde que, para decidir sobreassumpto' de tanianha gravidade, e que eraconhecido de todos, careceu dc _c. despoita-do por uma representação 'de particulares.

Nem se diga que outro não pudera ser oalvitré de S", Exc, desde que fôra esse o uni-co que lhe haviam suggerido os signatáriosda petição. '

Em sua larga esphera de acção, S. Exc.não estava. restriçtamenté obrigado a con-centrar-se no acanhado circulo, que traça--ram-lhe os peticionarios, tanto menos at-tendiveis -no expediente que lemlíraram-sede indicar,'quanto é certo qne já hão tinhaelle razão:de.ser. •..

De feito, que.'houvesse na antiga rua doTrapiéhé, hoje denominada do Commercio,um posto de guarda para vigiar a caixa fi-liai do banco do Brazil, quando esta lá es-tava, era natural, porque aquella caixa ti-nha o caracter de estabelecimento publico,,onde taes postos como que são de rigor; mas-qué se o restabelecesse ao tempo em que nãomais se achava ella alli, era cousa em quenão devera consentir a presidência da pro-vincia, ainda que instantemente lh'o pedis-sem os mais qualificados de seus habitantes;,.principalmente porque, com a medida quetemos indicado, prevenira o mal de qué osrepresentantes viám-se ameaçados, e aquel-le a que, com estes, estavam, como aindaestão, expostos todos os seus comparochia-nos.

$ "¦ '

§alve-§e qaeiiBa litnler. — Não ésomente ao noticiário dos crimes contra apropriedade que cabe a rubrica, que ahi ficaescripta.

Cumpre que tambem sób ella nos oecupe-mos dos deHctos contra as individualidades,dos quaes venhamos a ter conhecimento.

Se um tal brado indica que tomos afctingi-do á época em que, para salvaguardar-se do3

queires de cal despejados lá de cima, hão de dai-ponto na lingua quei* queiram, quer não; emjardins de bredos e cristas de gallo; tem-se pre-gado a mais famosa logração do mundo, o arras-tado esta pobro provincia aos hPrrores da ban-carrota.,

Mas, como dizia, -aquelles jazigos nunca en-chiam e a esterqu^çira não se erguendo á pedes-tal para o nome do fundador, tratou-se do redu-air dinheiro á cascas de ostras. As carroças con-duziam ostras em tal quantidade, que se suppuz,que o jardim se transformava era caieira ; maso terreno abateo, naturalmente com o peso, e asostras formaram pequenos rochedos, de cujasfondas surgiram esguichos d'agua em preguiço-sas e breves espiraes.

Afinal rosolvéo-se a questão do pedestal, pon-do-se na testa do square o nome do cujo em let-trás doudas.'

A solução fói amais agradável para o Sr. Joãodas Alminhas ;* a sua vaidade estava satisfeita.

Seus olhos mostravam depois a doce melan-colia, que se apoderara do sen ospirito, predilec-ta sucçessora dessas ;grande.^e alegres coinmo-ções.

Quem o visse nesso estado, diria que ello su-bia ao céo, mas nunca ao .ministério.

Ego sum, qui sii-m.

) ¦ ¦¦

;.:-.v ,-.<

;_?

À Provinciamalfeitores, ninguém deve contar senão comos próprios re-UJ.'_o'_,. ó evidente; que somos

i cohercntes, :.pplicaiulo-o aos casos que revê-Iam estarem cm risco tanto o.s nossos bensquanto as nossas vidas.

Com relação a attentados contra estas, eiso que soubemos, de 29 do corrente para cá ?•

0 assassinato de Francisco pòr João naKncrur.ílluuh, termo de Flores, em luetaque fra varara entre si, e, finda a qual, o ho-micida foi felizmente capturado;

O esfaqueamento mutuo de Manoel Jácin-tho da Silva e Antotti ò Damião Diodino, no

. sitio denominado Macaca, termo dô' Trium-¦ vim- 'x-:.:

¦•;¦'-

O ferimento mortal dò estivador Baziíia-- no pelo crioulo André, nò becco de.Noronha,

freguezia de S.. Frei Pedro Gotísalvcs, ás 5horas da tarde do,dia 29 de outubro do cor-rente anno, com' a circumstancia aggravan-te de ter-se o offprisor retirado mansa e tran-quillamentc do tlieatro ' do crime, sem quenem ao menos simulasse perseguil-o o ins-pector do quarteirão, Bernardo Pereira Lou-reiro, que, aò sahir de casa, attrahido pelo¦ clamor dos visinhos, limitou-se a inquirir-lhes o motivo d'elle, e, ha vendo-o sabido, es-

• tacionou em frente da paragem em que seperpetrará Ô^delictó, e não curou d. pôr-sea pista do delinqüente, que aliás ainda avis-tava; *

Uma bofetada, descarregada, dentro deum dos armazéns dit capatazia, no respecti-vo fiel por Antônio Ferreira de Carvalho,que, além de haver de_feiteado.d'aquell'arteo pobre moço por se não ter prestado a darprompta e immediata sahida avolumes seus,com preterição de outros, cujos despachostinham-lhe sido apresentados com antece-dencia, logrou ver despedida a sua victima,a qual\ com a affronta que recebera do au*dacioso commerciante, irá tragar o pão damiséria, se é tão pobre como nos dizem, e senão tem outro lucro, que não o que lhe re-sultava do exercício do lugar que arranca-ram-lhe em castigo de haverem-no injuriadopublicamente;

O espancamento de Marcos Ferreira daSilva por Francisco de Paula CavalcanteVárderley de Lins e Hemeterio Pereira deCarvalho no lugar conhecido por Barra notermo de Serinhãem.

FeHta nc .%-toatla.. imisicos ape'—E' este rim anexim popular, por quese explica o egoísmo com quo os festeiros dis-tribuem niúos tractos aos músicos, desde quenão mais carecem de seus serviços para bri-lhantismo àas festas que dirigem, ou reali-sam.

Parece que d'elle se pode fazer applicaçãoao Sr. Faria Lemos, se é exacto que, apenasoonstou na corte que S. Exc. ensaiara e fi-zera representai'! devidamente as farças elei-toraes, cuja mise en scene lhe incumbira oministério Eio-Branço, aprossára-se este emconceder-lhe a demissão solicitada, e cuidara dodar-lhe suecessor, que será segundo uns, acuja opinião referimo-nos em nosso numeroanterior, o Sr. Diogo Texeira de Macedo;segundo outros, cujas informações chega-ram-nos depois, o Sr. Henrique Pereira deLucena.,

A verificar-se com tamanha presteza adestituição do Sr. Faria Lemos, não peccarápor exagerado quem affirmar que ainda ne-nhum presidente de provincia se ostentoutão desbravadamente simples c mero agentesleitoral.

, > Está, porém, reservado porventura á S.Exc. um grande prazer: terá talvez porcompanheiros de viagem quasi todos os des-p achados para deputados por este feudo á as-aembléa geral legislativa pelo seu omnipóten-te suzemno sób referenda de S. Exc.

INTERIOR

]$o_icia-f «Io SaiS

0 partido liberal não pleiteará a próximaeleição de senador pelo Eio de Janeiro.

Tratando do assumpto diz a Reforma que,para exigir dos correligionários que fossemexercer o seu direito de voto deveria animal-os francamente á que o fizessem com a in-tenção perfeita do se não deixarem espoliar,nem humilhar; deveria dizer-lhes que fizes-se direetamento a policia da cidade, impo-zessem silencio aos berradores, libertassemas igrejas das cohortes de navalhistas, obri-gassem os juizes de paz a respeitar a lei e amoral, e não procurassem protecção paraseus direitos no governo ou seus agentes,mas somente tirassem-na de seus própriosbraços e na firmeza de sua vontade.

Accresccnta, porém, que esse conselho dearmar* se o cidadão para defender-se do des-

potismo invasor, que tolera o crime em cer-tas classes sociaes para dominar pelo terroras outras classes illüstrádas c industrios-as,só o dará quando tiver perdido toda a espe-rança de embargar-se por outro modo, oprogresso do despotismo.

-r- A direetoria do Club Liberal de PortoAlegre communicou por telegramma no dia15 cio corrente ao Centro Liberal, para fazerconstar ao governo que era assoalhado pelosgovernistas haver plano assentado de ne-gar-sé diploma aos deputados eleitos e dal-os aos derrotados, para o que não seriamtomados os votos do collegio ou sél-o-hiamem separado.

Deu-se conhecimento do telegrninnia aogoverno.

— Sob o seguinte titulo: — O Sr. JoãoAlfredo que experimente—lé-se o seguinte naReforma de 10 do corrente :

« O governo fez inserir no alugado órgãode suas confidencias, a seguinte rhodamon-tada, que temos o prazer de reproduzir :*« A Reforma sempre nos deixa viver nascapitães sob a protecção das garantias le-gaes. Nesta benigna concessão parece quea Reforma attendeu á sua pelle, porque docontrario ella não existiria dous minutos ca-hindo em panda recos. Officina de injurias ecalumnias diárias, todo o offendido teria, odireito de dexforço pessoal, e então, ai da Re':forma. »

« Coíno se vê, a folha sustentada crimino-samente com o dinheiro, que todos nós Ie-vamos ao thesouro, tem a petulância deameaçar-nos e de appellar para as vias defacto !

« Essa valentia, por<'.'in, não passa de pa-lavrorio.

« Venham os Alfredos e Juvencios fazera experiência que sahirão frescos e ensina-dos.

« Experimentem: as portas do nosso es-tabelecimento estão sempre abortas..

« Entrem e ponham isto em pandarecos,mas venham resolvidos a receber o trocosomente e retumbante.

« Coitados ! »Este facto bem revela quaes os sentimen-

tos que nutrem os Íntimos do ministériopara com a imprensa quo tanto os incom-moda. _

Se é certo, como corre, que teremos esteanno reforma nas leis reguladoras da im-prensa, em que termos não será tal reforma!

Custa a crer que o Sr. Eio Branco queirabrincar com fogo e alguma cousa de convo-niente possa esperar do amordaçamento daimprensa.

—D» mesma folha extrahímos mais a se-guinte noticia, sob o titulo—Um vigário da...flor,—e que sem commentario oferecemos aapreciação dos leitores:

« O vigário da freguezia do Amparo, noPiauhy, padre Mamede Antônio de Lima,armou capangas para a luta eleitoral de 18de agosto!

E' um cabo de guerra denodado aquellesacerdote de paz !

E' um pastor exemplarissimo aquelle lo-bo devorador.

Admirem os leitores o seguinte documen-to de letra e firma do respeitável vigário :

« Illm. Sr. Anselmo Lauriano Teixeira.—Tenha a bondade de dar ao Sr. alferesBeltrand José Gomes de . Carvalho o rewol-ver, que se acha em seu poder empenhado,que me obrigo pela importância de vinte ecinco mil réis. Desejo-lhe feliz saude: soude Vmc.—amigo e criado obrigado—PadreMamede Antônio de Lima.

« Theresina, 19 de agosto de 1872. »A letra e firma estão reconhecidas pelo

tabelliao José Quintino de Brito.Foi justamente no dia 19 de agosto de

1872,_ dia em que "é datado esse bilhete do

vigário Mamede mandando entregar um re-wolver a um dos seus capangas, que se de-ram as scenas lamentáveis de sangue...

E quem foi esse capanga, que se muniudo rewolver empenhado por vinte cinco milréis ? Beltrand José Gomes de Carvailio,réo de policia pronunciado em Campo-maior,o mesmo que, no dia 19 de agosto, vocifera-va na mesa parochial de que era, membro,negando a identidade de pessoa dos votantesliberaes, e engrossando o grito de «hajapáo»*! ! ¦

O vigário Mamede é sem duvida algumaum «verdadeiro e perfeito» ministro de JesusChristo !

E o Sr. Eio-Branco o mais evangélicoarcebispo desta religião dos capangas !»

EXTERIORRevista j.olfiíSca

A situação financeira da Inglaterra se afi-

gura" aos seus estadistas mais prospera doque nunca. Em 80 de Setembro já as recei-tas do Estado apresentavam um augmentode cerca de seis milhões esterlinos sobre arenda do anno precedente.

Este facto habilita a Gran-Bretanha, dizum correspondente, para pagar a indemni-sação do Alabama sem recorrer ao augmentodos impostos.

Surge de novo a propaganda -republicanade Sir Charles Dulce, que parece ir arrole-cendo de enthusiasmo, a medida quo teste-munha o pouco effeito que na Gran-Breta-nha produzem as suas palavras.

O Sr. Dilke colloca agora a quentãoemnovo terreno. A sua linguagem do hoje nãoé a mesma do anno passado. O illustro de-mocrata já reconhece que na verdade a qua-si unanimidade do povo inglez quer a mo-narchia,; e appella para o futuro, que doei-dirá, na sua opinião, se a forma monarchicaé compatível com as: reformas constitueic-naes que estão ainda por fazer na Ingla-terra.* O Sr. Dilke cede, com effeito, á evidenciados factos. Quem se recordar, como os nos-sos leitores, d. profundo e geral ab»lo queem toda a Inglaterra causou ainda ha pou-co a moléstia do principe de Galles, veráquão longe e«tá a maioria do povo inglezdá republica. E que reformas são estas quehoje não aejam compativeis com' a monar-chia em Inglaterra ? Será difficil descrimi-nal-as. A questão republicana no Eeino Uni-do se reduz, como bem disse alguém, a umaquestão de preço : o governo republicano.é.m»is barato, e portanto preferível. Nesteterreno, raros são os ingiezes quo, por tãopouco, promovam a mudança de forma dogoverno do seu paiz.

Na Ailemanha, apesar da confiança que ogoverno imperial manifesta pelos sentimen-tos germânicos dos seus novos subditos daAlsacia e da Lorena, hão ha esperanças deque estas duas provincias gozem brevementede sua autonomia, e se façam representar noparlamento.

A lei dos circulos, e da qual tem o gover-no feito depender a lei orgânica da instruc-ção publica, parece encontrar sérios emba-raços na câmara dos senhores. Não obstan-te, sendo certo que o gabinete allemão fazde çua adopeão motivo de governo, é prova-vel que essa resistência dos senhores sejaimproficua.

Ainda oecupa a attenção publica na Alle-manha a luta com o clero. Apezar da ati-tude enérgica do governo, o partido ultra-montano não cede, e antes annuncia formi-dftvel resistência.

Por outro lado o Sr. Bismark parece dis-posto a ir por diante. Suspendeu a dotaçãoe emolumentos do bispo de Ermeland, me-dida que estende-se ao bispo de Crementz.Este conflicto só o parlamento terá de re-solvel-o. Corria que o bispo de Ermelandpretendia propor uma demanda ao fiscopara haver o pagamento dos emolumentosque foram suspensos pelo governo.

Na Baviera, depois de seis semanas deembaraçospresidência do Sr. Pfretzschner

O novo chefe do governo bávaro é liberalde idéas moderadas; e que só aos seus ta-lentos deve a elevada posição que hoje oc-cupa.

Na Itália diminuem as probabilidades deS. S. abandonar Eoma. E' o que effectiva-mente prevíamos e dissemos em nossas pre-cedentes revistas.

Em Hespanha houve novas sublevações. Onovo levantamento teve origem em Ferrol.Eram mil os insurgentes, numero que pro-vavelmente terá augmentado.

Ainda o governo não estava de todo livreda ultima revolta carlista, e já outra surgequasi tão poderosa.

Estamos ainda longe de ver a Hespanhapacificada; e o rei Amadeu pode considerar-se bem pouco seguro de sua própria exis-tencia.

Diseutia-se no parlamento a resposta aodiscurso da coroa.- Os federaes apresenta-ram a seguinte emenda ao projecto do go-verno:

« O estado geral da Europa, os esforçosgenerosos d'uma grande nação visinha parafundar definitivamente o governo democra-tico, a agitação vivissima que se experimen-ta em povos unidos com a Hespanha portantos laços, e desejos de mudar b seu idealpolitico, a forca e o porvir da raça a que sehonram de pertencer; a necessidade de con-jurar as guerras com os progressos do tra-balho, exigem quo se substitua immediata-mente os poderes permanentes hereditários,de origem theologica e com caracter de casta,pelos poderes amoviveis, responsáveis, nas-cidos de duplo movimento revolucionário escientifico, organismos genuinos do direitomoderno. O rei que, inspirando-se em exem-

pios at-gustos e merecedores de respeito atédos próprios inimigos da monarchia, contri-buisse com um rasgo de abnegação memora-vel, com uma renuncia opportuna, a estesgrandes fins que nenhum poder, nem porhábil, nem por forte, é capaz de evitar, me-receria a maior das recompensas, o apreçoda geração presente o o applauso eterno dahistoria;»

Está'emenda estava assignada pólos Srs.Gámdo, Castellar, Salmeron, Lorni Pi eOcon.

A questão que actiialmente preocupa ogoverno em Portugal, ó o julgamento do parcto reino'conde de Peniche pela' sita partici-pação nos últimos movimentou

Foi convocada a" câmara dos pares para,este fim, e simplesmente como tribunal dejustiça. Por este facto, deu a sua demissãoo duque de Loulé, presidente dessa câmara.

A imprensa discute o acto do governo,/queé reputado illegal; e é provável queseja este objeeto cie largo debate no parla-mento.

Não houve nó resto da Europa nenhumfacto politico que mereça especial mençãonesta revista.

Nos Estados Unidos, além das probabili-dades que crescem em favor da reeleição dopresidente Grant, as noticias não. teem im-portancia.

'

reorganisou-se o gabinete sob a

.-*,<..;' LITTERATURA... a (

-. frn.*,

Idea de unia exp©isiça .. emPernaitibaieo

¦;.;.¦", ....:;;, .'( >: ,.-, . . *-

(Conelusão) "'.'¦'-.-,'iiiu.. •¦•;

Não foram homens como esses os quetrouxeram os navios portuguezes para ospaises do sul: eram indivíduos rebeldes ásgrandes virtudes quo envolvi, un os primei-ros habitantes do norte... eram sceleradosque tinham aspirado (Is ares das terrasd'África, a pátria do negro fetichismo... ba-nidos, condemnados que vinham cumprir apena expiatória dos seus crimes n'esta parteda Atlântica que Platão sonhara.

Entretanto, lá existia, n'csse Portugal doséculo XVI, uma civilisação qualquer, umespirito audacioso-, eniprehendedor, que serevelava por grandes descobertas que origi-navam grandes combates, pelo g"enio dosseus navegadores, espécie de oceano quedevia .atirar á praia o maior livro que Por-tugal conhece.

¦ Não pretendemos afíirmar a identidade decivilisação nas duas raças do velho Conti-nente. Ambas são bastante conhecidas: —differem profundamente uma da outra.

_ Ambas differem, é certo, o que não impe-dio que o estado de suas faculdades revelas-se uma idade bastante avançada; que assuas aptidões próprias, suas tendências caracte-risticas, suas aspirações, existissem, não emgemeu, mais perfeitamente definidas.

Quereis, porém, ver o que produziram in-glezes e portuguezes, isto è, raças diversas,civilisações também diversas, eccos de aspi-rações diversas, porque uns haviam escuta-do a palavra revolucionaria de Luthero eexcediam-na, outros tinham os joelhos sobrea terra, a cabeça sobre o peito e o pensa-mento pregado nas paredes repugnantes dosantros da meia idade ? —Estudae os douspaises: a Bepublica e^o Império. Entraenas suas officmas; pedi-lhes os seus produc-tos d'arte, perguntae-lhes pela sua indus-tria; exigi os seus livros de sciencia e litte-ratura.—Analysae os costumes dos douspovos—.' Basta! .

Dir-se-hia que o clima dAmerica fora ad-verso aquellas naturezas européas completa-mente extranhas aos grandes movimentosdo seu continente • e que a vida perturbadaem suas leis habituaes fora forçada á soffreras mesmas alterações porque passam os in-dividuos que abandonam a terra em que porlongo tempo viveram.

Filho de Portugal, o Brazil devia ter-lheherdado essas faculdades fundas o amplasque sabem ser as origens fecundas do nas-cimento das grandes obras. Entretanto,como.a luz do sol do extenso Império, aindanão conseguio, desde o norte até o sul, d'es-de o oriente ate o occidente, extender osseus longos e sequiosos raios sobre a face dealguma d'essas obras déiproporções collos-saes que têem a mágica virtude de penetraraté a medula das multidões, e fazer estreme-cer cabeças e corações que se não dobramdiante das alvoradas, d'essas manhãs quesão cs primeiros momentos da infância dospovos..., é licito admittir-se, ou que taes fa-culdades não foramtransmittida., provável-

-.:' .

y- Mi'.'

'i;

A Provincia'

mente porque não existiam, ou alteraçõesjphysiologicas, resultado talvez d» extranhe-za do novo meio onde os emigrantes vieramenterrar os esteios da nova tenda, arrasta-ram á morte essas potências d'alma... queteriam portanto desapparecido como pega-das de beduino, dos Üancos do deserto.

A ultima hypothese é absurdamente in-suportável. Não ha exemplo de povo que,aom a terra que lhe servio de pátria, deixas-se, ao mesmo tempo, sensações, idéas, aspi-rações próprias, perfeitamente formuladas;isto de um modo rápido, radical, profunda-mente radical para abalar e extinguir essasforças vivas, características que possibili-tam as creações notáveis.

Prevalece portanto a primeira.Ninguém dá aquillo que não possuo.—

Portugal e a Hespanha, estes dous irmãosconquistadores que tinham as mãçs cheias desangue e os corações cheios de orgulho (1), es-moladores de virtudes, millionarios de toda& espécie de immoralidades, perdulários decorrupção, só tinham para legar ás suas co-lonias, com a hediondez dos seus vicios, oabsolutismo politico e religioso, e para com-plemento, os negros habitantes do Conti-nente que lhes é visinho, os adoradores deamuletos—fetichistas escravos!...

Eram povos invencivelmente decadentes.Abatidos no sentimento moral deviam rolaraté o fundo do abysmo; e obedeceram, fatal-mente á lei de evolução histórica, que tira infle-ceivelmente as conseqüências dos princípios umaves introduzidos na. sociedade, (2)

Nada as poude deter.— A queda daquellosentimento; arrastara, de um modo assus-tador, essas emulações que apparecem nosndividuos e nas sociedades que vivem noimeio das ambições do pensamento, da sededas descobertas, d'onde nascem os sábios,os gênios, essa aristocracia intellectual quen'aqueUes tempos a Allemanha, a França, aInglaterra poderam chamar seus filhos,

A Hespanha que possuio grandes poetas,¦esses poucos homens em cujos peitos aindavia-se bater a onda do desespero Bincero ;que nada mais podiam do que prantear asdesgraças de sua pátria, ou... entoar o can-to bachico na face 'hypocrita dos reis catho-licos, envolta n'essa atmosphera romana queos vigiava, não poude contar um philosophocomo a Espinosa, o judeu pantheista, cujospães tinham experimentado as dores acer-bas da expatriação.

Portugal... o pensamento não existia—.Com a queda moral, a sciencia que desejarapairar, talvez sobre o seu céo, fugira paraoutros povos.—Nem mesmo essa aetividadeindustrial que faz sahir da terra e das fabri-•cas os primeiros elementos da grandeza deum povo poude então viver alli.

Entumecidos de ouro, os nobres d-e Portu-(fal deixavam os solares dos seus maiores, ondeviviam em certa comm unhão com o poro, e iampara a cârte brilhar, ostentar... « mendigar no-bremeute. (3)

Nada nos podiam dar ; nada lhe devemos.Pois que não nos trouxeram essa civilisaçãoantiga e completa de que nos falia Taine, acôr local da região nova para onde vieram,penetrando-lhes a alma, transformou-os emindividualidades novas, produzio uma novajuventude, capaz .de aspirações próprias,distinetas, apenas modificaveis pelos ele-mentos todos os dias importados, de outrasterras que não são apenas as portuguezas, eque formam, de mistura com as impressõesordinárias da vida, um ambiente novo, aomesmo tempo moral e intellectual,—artisti-co, litterario, scientifico e industrial.

Eis os alicerces d'onde é permittido espe-rar uma grande raça' e com ella uma civili-sação notável.

E d'ahi que já se pode ver apontar algu-ma cabeça bem organisada, ousada e espe-rançosa, capaz de encarar os grandes pro-blemas, de provocar as lutas proveitosas, eguardar essas formas gravemente modestasque são .os caracteres de uma humanidadeséria.

E' d'ahi que, faculdades que apenas co-meçam a abandonar essas aspirações doen-tias da idade infantil — conseguem extrahira seiva substancial indispensável para ostrabalhos duradouros e fecundos.

Eis o que nos suggerio a/noticia de umaExposição próxima em Pernambuco.

Lá apparecerão esses signaes de uma in-dustria ainda resentida de naturalismo, tra-balhos cVarte muito iniciaes, ligeiros traba-lhos de sciencia; íicae certo, porem, que láencontrareis, se dispondes d'algum sensocritico—observador,' qun lidados admiráveis,de faculdades poderosas, de esperanças ar-

dentes, attestadas por objectos que symbo-lisarão tendências enérgicas d'uma mocida-de que busca o ar vivo da liberdade, queama o solo da pátria onde tudo cresce aocalor dos raios de um bello sol; que ousa tercrenças fundas de, n'um futuro próximo, sa-ber pensar e obrar como pensam e obramos seus irmãos do Norte, porque tem fé nasgrandes impressões, signaes evidentes da vi-talidade extraordinária de sua força internaque não treme diante das tempestades so-ciaes, e aspira uma sciencia vasta, e profumda, cVonde nasce a verdadeira moralidadedos grandos povos.

Recife 20 de Setembro de 1872..

João Pí.keiiu Lagos Juniob.

Iiialimeçao republicanaPOR A. GUJLLEMIN

\ <

VERSÃO LIVREpor A. G

Preliminares•¦

IV

1789 destruiu a existência legal das di-versas classes da sociedade: nobreza,_clero,burguezia ou terceiro-estado; o próprio cie-ro passa a ser umn ordem particular de func-cionarios, em qu;iutj uma mais radical re-forma não separa definitivamente do Esta-do as igrejas e os cultos. Para o povo, po-rém, que infelizmente pouco se preoecupa(no que faz mal) da igualdade proclamadapelo Código, e muito das desigualdades reaes,sempre ha —as classes votadas ao trabalho,e aquellas que por suas riquezas adquiridasou transmittidas estão mais ou menos isen-tas do ônus de ganhar a vida: em uma pa-lavra, ha sempre o operário e o patrão, o la-vrador e o proprietário, o trabalhador e oburguez.

Este antagonismo social era muito bemrepresentado, antes dc 1848, pelo privilegiodos eleitores censitarios, em contraposição ánullidade politica do resto da nação. *

Esta divisão, que o sutfragio universal de-via ir tornando menos sensível até faze-ladesapparecer, pelo contrario foi sendo maise mais avivada, aos esforços combinados eencontrados das diversas escolas socialistase do grande partido da resistência, ou do

partido da ordem, como ello se baptizou. .Por uma parte, as legitimas tendências

das massas populares, para a pesquisa dosmeios d'emanciparem-se da tutela burgueza,foram exageradas e desvairadas pelas uto-pias das seitas; e por outra parte, sob a in-fluencia d'um terror que por si gerava o pe-rigo, os adversários de toda a reforma socialprovocaram, por terríveis perseguições, con-seqüências inevitáveis das assuadas popula-res, a divisão da sociedade em duas classesoppostas em idéas, aspirações e interesses.

Hoje, infelizmente, a valia ameaça tor-nar-sê um profundo fosso: á politica de pazprocura-se substituir uma politica de ódio.

Só póde haver um ponto de união, para osque têm a mira na regeneração da França :a republica, lealmente fundada, descansandona solida e larga base do sutfragio univer-sal, mas sutfragio livre e esclarecido.

Não ha tempo a perder.Conjunctamente á reparação de seus im-

mensos desastres, á libertação da presençadolorosa do estrangeiro, ao pagamento desua enorme divida de guerra, á continuaçãode todos os trabalhos, á reforma dc sua ad-minístração, á reorganisação de suas finan-

ças e de seu exercito, deve a França curar,sem demora, com a firme resolução d'ir aofim, de sua regeneração intellectual. .

Conservando os elementos da instruecâopublica tal como existia antes da guerra, aFrança deve crear uma outra órganisação,consoante ás necessidades da nova fôrma po-•litica; deve fundar a instrucçáo republicana.Dizemos instrucçáo republicana, porque sóa republica pôde prgamsar seriamente a ins-trucção popular. (*)

CAPITULO PRIMEIRO

A instruecâo universal

tineto, por assim dizer, que o facto se temdado cm todos os tempos, sob todas as for-mas, onde quer que tem havido um embryãode sociedade humana. Mesmo -, certos am-mães tê-lo-hiam suggeridò ao homem (vedeos últimos trabalhos de Darwin), se o ho-mem não fora, de todos os seres vivos, ornaisbem organísado a este respeito, se não fosseconstituído de modo a imitar as acções d'ou-trem, a fazer assimilações, em uma palavra,a aprender como que espontaneamente.

Õs nossos antepassados da idade de pedra,passando uma vida pouco menos precáriaque a das feras, já sabiam,

O patrimônio commum tem ido sempreem augmento. Artes agrícolas e iudustriaestêm progressivameute augmentado o thesou-ro; e isto antes que apparecesse a sciencia,isto é, as primeiras noções raciocinadas e lo-gicas das cousas da natureza. Mesmo quan-do a sciencia brotou em alguns cérebros so-litarios, no espirito dos primeiros observa-dores que tiveram consciência de suas pes-quisas e meditaçães, ficou por muitos secu-los no circulo apertado dos sábios, dos privi-legiados que a cultivavam.

Ainda hoje, na Europa, na França, que acertos respeitos está tão atrasada, como mos-traremos, que prodigiosa copia de preciososconhecimentos está disseminada peles espi-ritos epelosbraços d'esses milhões cVhoniense mulheres, que passam para nós por igno-rantissimos, graças aos nossos hábitos pe-dantescos de julgar as cousas! ?

Sim, em qiie pese aos nossos professoresuniversitários, aos nossos sábios, aos nossoslitteratos, o modesto operário ou agricultorsabe algumas vezes tanto ou mais, cio quemuito doutor com diploma. Qs conhecimen-tos de que fallo, embora não raciocinados,são mais úteis, do que a bagagem de palavrase formulas de muitos conhecimentos scien-tificos, ou que tal se pretendem.

Essa sciencia dos ignorantes tem um pon-to de vista commum com a dos lettrados :sem uma ou sem outra, fina-se a civilisação.

Fique pois assentado, que não está tudodito, quando se diz que alguém não sabe lere escrever. Mais d'um individuo, dos quenão sabem o abe, daria o que fazer a mais deum lettrado.

Estes conhecimentos do povo, que, se fal-tassem, deixariam o paiz na fome e na mise-ria, transmittiram-se e transmittem-se comoreceitas, cujas formulas raciocinadas nuncaexistiram, ou então perderam-se. Que the-souros cVinvenção, cuja origem é desconhe-cida, e data de milhares cVannos! O martel-lo, a serra, o machado, todos esses utensi-lios sem os quaes seriamos ainda selvagens,quem os inventou ?

Assim, além da sciencia dos lettrados, hamuitas acquisiçòesdevidas alenta accumula-ção dos séculos, que não menos do que a sei-encia pura contribuíram para o desenvolvi-mento da civilisação; e que pela tradiçãochegaram até nós.

Diderpt foi o primeiro a comprehendertoda a importância das artes e officios, atéentão iPéxclusivo domínio do vulgo, e con-sagrouÜhcs, para glorificação do trabalho edos trabalhadores, metade do monumentoque o século XVIII levantou ás sciencias —a grande Encgclopcdia.

ta cidade aeompanbado do Quimquim Cor-réia irmão do Alfredo, que o conduzio paraa casa do Dr. .Bellarmino, tambom irmão doAlfredo. Depois de apearem-sc do carro, aoaproximar-se o Quimquimpara o irmão Bel-larmino, conta-nos o Assis (o fugitivo dc (ra-melleira) que aquelle dirigira ao irmão Belloas seguintes palavras:—« meu irmão Beijar-mino° eu vos apresento e vos trago a enconi-menda do nosso irmão ministro! E* o SrvDr. da Bella graça juiz de direito da nossacomarca. Muito eu vos poderia dizer a seurespeito, se. quizesso revolver a historia an-tiga e mesmo a contemporânea; porém, não

querendo fatigar-vos, meu irmão, concluo,dizendo-vos—é conservador! é vermelho dc-cidido! é finalmente um homem capaz detudo! » A belleza abraçou a graça, o estafez-se dc casa, e começou ú receber os com-

primentos d'aquelles que a vinham vêr e ad-mirar.

Conta-nos ainda o Assis que o padre Mar-

quês indo visitar o da bella graça sahirá mm-to insultado porque esta nenhuma couside-ração prestou ao dito padre, não -obstante

este lhe dizer muitas vezes quo era presi-dente da eamara municipal. Esperemos pe-los seus actos.

Concluio-se a terceira sessão do jury des-te anno, tendo apenas entrado em julga-mento dous presos, e isto quando oxistem ^na cadeia desta cidade uns vinte e tantos,entre os quaes contam-se 14 com processosinstaurados, os quaes estavam promptos €preparados para serem julgados nesta ses-são, tendo cada um dos processados já osseus advogados. Mas, quereis saber o quesuecedeu ? No dia immediato ao ultimo jul-gamento tinha de principiar a moer o enge-nho Paraguassú, propriedade de um cunha-do do ministro do império. Estava annun-ciada uma grande festa para este dia, e erapreciso que o meu Joaquim Cintra, que ámuito estava na vara de direito, e que ,s§achava presidindo o jury, assistisse a essafesta tão fallada e desojada : mt verdade, oCintra vendo que não assistiria tão grand«festa, dissolveu a sessão do jury para quandofosse de novo convocada, dizendo que nãotendo comparecido as testemunhas dos ou-tros processos que deviam ser julgadospor isso ficava dissolvida a presehte sessão.Immediatamente deu de pernas e aqui sóchegou para passar o exercicio, visto teroompletamente o quatriennio.

A pouco tempo deu-se nesta comarca umfacto horroroso, o qual por ora deixo do com-municar minuciosamente por esta já meparecer demasiada, limitando-me unicamen-te a perguntar ao delegado João Gomes,quando é preso o Benedicto Correia rnçstrccie assucar do engenho da mãi do ministrodo império, que barbaramente assassinousua própria irmã, á titulo de ser burrinha ?

, Até breve.

(Continua).

(1) Lede as—Cansas da decadência dos povospeninsuláres nos últimos tres séculos do autorportuguoz Anthero do Quental—pag. 44.

(2) Anthero do Quental — obr.—sit.— pag.45.(3J Idom—pag. 41.

Ensinar, aprender, isto é, instruir os ou-tros ou a si, é cousa tão natural, tão de ins-

(*) E porque não poderá, nilo deverá faze-louma inonarchia democrática ?...

(O Traduclor).14. ¦

PUBLICAÇÕES SOLICITADAS(I>e G-oiaiina)

Depois que se concluíram as duas farçasdeste governo sem honra, sem prestigio, esem dignidade, nada ou quasi nada tenhoque dizer desta localidade que por ora vaina santa paz do Senhor, a nao ser os conti-nuos desmandos de uma policia desmorali-sada, cuja desmoralisação tem subido deponto principalmente depois que entrou paraa delegacia o conhecido capitão do barão deGoianna b—João Gomes.

Como estávamos a espera, realisou-se achegada do novo juiz de direito desta co-marca o Sr. Abel Graça, o enviado pelo Al-fredhiho para substituir o integro Dr. Ro-cha, visto ter sido removido para Iguarassúo Dr. Hermogencs, que não querendo verseu nome mareado na magistratura, porqueteria de sujeitar-se as imposições c tropeliasdas gentes do Sr. Alfredo, tratou de pôr-seao fresco.

O Sr. Abel da graça, encommenda do Al-frediuho, longe de proceder como o Dr. Her-mogenes, que procurou para.suai; residência

I nos poucos dias que esteve entre nós, urní botei, não obstante os reiterados Óffereci-' mentos dos potentados vermelhos, veio des-

H A PBOVINCIA 1lã5 0 gerente da Provincia tem o seu n|lWk escriptorio na rua Larga do Rosa- e^|m rio n. 24, segundo andar, onde póde J»jg[ ser procurado todos os dias úteis das JlEP 9 horas da manhã as 3 e lj2 da r|s

&WãaÊtaãmSmSamSumm BÜgBõf mmSSÊStmSSÊ^i

%

A PBOVINCIAAvulso nas mãos do des-tribuidor 160 réis

Nesta Typographia 120 réis

Maga rTt°-«°-«'-"—ma««iM"~ 7<>-> ' - - - - ' - - - -

ga A REFORMASr

Ssm

M Minervino Augusto de Souza Leão |8p|H declara aos Srs. assignantes da ile- |5|''"'"

forma, nesta provincia,-que acha-se >&¦<gK áutorisado a remover qualquer em- 1J|H| baraço que por ventura haja no re- SÍa|S| cebimento da mesma folha, podendo |5|

| ser para isto procurado todos o.s dias |J|>'l:tá úteis em o seu escriptorio, na rua KM, \Í Larga do Rosário n. 24 segundo an- £j|i$ dar; assim como pede aquelles Srs. |x|,%i assignantes cujas assignaturas te- >'M1$ nham expirado o obséquio de man- ta&l?s dar satisfazel-as cm o dito escripto- IM) lei '"-'Wm no. ü1 latu.vàexjú. tiiJaüi^fímfit^Xiltfmriw&^ea&tfiesitfiz.

<£np. b.o (tomwcvcio,

m

¦¦•