i pontifÍcia universidade catÓlica de sÃo paulo

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i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Sandirena de Souza Nery Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis custo de resposta e magnitude do reforço MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO SÃO PAULO 2008

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Page 1: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Sandirena de Souza Nery

Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis

custo de resposta e magnitude do reforço

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

SÃO PAULO

2008

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Sandirena de Souza Nery

Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis

custo de resposta e magnitude do reforço

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Psicologia Experimental – Análise do Comportamento – pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob orientação da Professora Doutora Tereza Maria de Azevedo Pires Sério.

SÃO PAULO

2008

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iii

BANCA EXAMINADORA

_________________________

_________________________

_________________________

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iv

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é resultado da colaboração de muitas pessoas, cada um em seu momento,

de sua maneira; mas, a ajuda de todos ficará marcada para sempre, tenham certeza.

Inicialmente, gostaria de agradecer à minha mãe, que me ensinou a ter persistência e a

nunca desistir diante dos desafios, e olha que desta vez, eles foram grandes!

Ao Henrique, meu filho, meu orgulho. Você é uma dávida, um presente do Céu. A sua

ajuda foi de fundamental importância, te amo muito!

Ao Beto, meu amado, por todo o apoio e amor. Agradeço demais toda a ajuda e

companheirismo em todos os momentos, nesta longa jornada.

À Téia, minha orientadora. Tenho certeza que te dei muito trabalho, mas quero que

saiba que você me ajudou muito, possibilitou meu crescimento, e, embora eu ainda

saiba pouco, aprendi muito com você: muito obrigada.

À Verônica. Você foi incrível, sempre disposta a ajudar, podemos dizer que você foi

parte integrante deste processo.

À Maria Amália e ao Roberto, que foram as primeiras pessoas que conheci, e que

fizeram com que eu me apaixonasse por Análise do Comportamento. Muito obrigada

pela ajuda e por tudo que me ensinaram: vocês são pessoas maravilhosas.

À Nilza, que também me apoiou em vários momentos, inclusive, no momento de maior

crise, muito obrigada pela disponibilidade e paciência, assim como pelo aprendizado

que me possibilitou.

À Paula pelos ensinamentos, pela amizade, e por estar, também, sempre pronta para me

ajudar e orientar.

Às professoras Maria Eliza, Maria do Carmo e Fátima que também tiveram uma

participação importante nesta jornada.

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À Neusa, Maurício e Conceição, companheiros presentes e disponíveis em todos os

momentos.

À Dinalva, que também me ajudou muito, sempre disposta a dar dicas importantes.

Seu entusiasmo, disponibilidade e alegria dão um brilho especial a este Programa.

Muito obrigada, foi muito boa nossa convivência.

Aos meus queridos amigos que muito me ajudaram: Thais Salles, Marcelo Barbosa,

Ghoeber, Candido, Denise Oliveira, Ana Paula Maestrello, Ana Carolina (Santista),

Ana Paula Basqueira, Marcio Juliano, Anna Beatriz, Daniel, Aline, Rodrigo, Mariana

de Souza , Clarissa e Edson Pereira.

Ao Jair que, mesmo de tão longe, também deu sua contribuição.

Aos colegas de faculdade, Cesar, Sandra e Paulo.

Aos participantes que me ajudaram, vindo até o laboratório e tornando possível este

projeto.

A Deus, pela vida, saúde, disposição e pelos amigos e pela família que tenho.

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Não considere nenhuma prática como imutável.

Mude e esteja pronto a mudar novamente.

Não aceite verdade eterna. Experimente.

Skinner, Walden II

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………………..……1 Conceito de cooperação ................................................................................................... 1 Alguns estudos sobre cooperação .................................................................................... 2 Este estudo ..................................................................................................................... 11 MÉTODO……………………….……………… ………………… ………………13 Participantes ................................................................................................................... 13 Equipamento e situação de coleta .................................................................................. 13

A tela de apresentação do jogo.............................................................................. 14 Procedimentos ................................................................................................................ 15

Instruções gerais .................................................................................................... 17 As condições experimentais ................................................................................... 17

Delineamento experimental ........................................................................................... 21 Fases do estudo .............................................................................................................. 22

Fase preparatória .................................................................................................. 22 Fase experimental .................................................................................................. 24

O registro dos dados....................................................................................................... 28

RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 29

Participantes P7 e P8...................................................................................................... 29 Participantes P9 e P19.................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 44

ANEXOS ....................................................................................................................... 48

Anexo I – Tabelas .......................................................................................................... 49 Anexo II – Modelo do termo de consentimento para a participação na pesquisa (próprio participantes) .......................................................... 56 Anexo III – Modelo do termo de consentimento para a participação na pesquisa (dirigido a pais e responsáveis) .......................................... 58

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema do aspecto geral da tela com todos os recursos possíveis ..........................14

Figura 2. Diagrama da tela do jogo, na condição cooperação forçada ......................................18

Figura 3. Diagrama da tela do jogo, na condição individualforçada ..........................................19

Figura 4. Diagrama da tela do jogo na condição de escolha.......................................................20

Figura 5. Número médio de pontos, por minuto, na condição deEscolha, dos

participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12 .............................................................30

Figura 6. Número médio de respostas por minuto, na condição de

escolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12......................................31

Figura 7. Número médio de pontos por minuto, na condição de

escolha, dos participantes P9e P19, nas sessões de 1 a 13.......................................34

Figura 8. Número médio de respostas por minuto, na condição de

escolha, dos participantes P9 e P19, nas sessões de 1 a 13...................................35

Figura 9. Curvas acumuladas de respostas e de pontos P7 E P8 ………….………………….39

Figura 10. Curvas acumuladas de respostas e de pontos P9 e P19 ............................................40

Figura 11. Curvas acumuladas de respostas e de pontos P9 e P19 .........................................41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase preparatória dos

participantes P1e P2, P3 e p6 e P4 e P5....................................................................................24

Tabela 2. Parâmetros da sessão de treino e das sessõesexperimentais da fase experimental –

participantes P7 e P8..................................................................................................................26

Tabela 3. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental –

participantes P9 e P19................................................................................................................27

Tabela 4. Aspectos das condições experimentais e resultados – P7 ..........................................32

Tabela 5 . Aspectos das condições experimentais e resultados – P8 ..........................................33

Tabela 6. Aspectos das condições experimentais e resultados – P9 (a).....................................36

Tabela 7. Aspectos das condições experimentais e resultados – P19 (a)....................................37

Tabela 8. Número de escolhas dos participantes P7 e P8, pelas alternativas ‘jogar sozinho’ e

‘jogar com a outra pessoa’, em cada sessão................................................................................42

Tabela 9. Número de escolhas: quantidade de vezes em que os participantes P9 e P19,

escolheram jogar individual ou cooperativamente, em cada sessão ...........................................42

Tabela 10. Aspectos das condições experimentais e resultados – P1 ........................................50

Tabela 11. Aspectos das condições experimentais e resultados – P2 ........................................51

Tabela 12. Aspectos das condições experimentais e resultados – P3 ........................................52

Tabela 13. Aspectos das condições experimentais e resultados – p6 ........................................53

Tabela 14. Aspectos das condições experimentais e resultados – P4 ........................................54

Tabela 15. Aspectos das condições experimentais e resultados – P5 ........................................55

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Autora: Sandirena de Souza Nery

Título: Algumas relações do comportamento cooperativo com as variáveis

custo de resposta e magnitude do reforço

RESUMO

Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar algumas relações do

comportamento cooperativo, manipulando-se reforços de maior magnitude para tarefa

cooperativa do que para a tarefa individual, e aumento gradativo da razão para obtenção

de reforços na alternativa cooperativa. Quatro participantes, de ambos os sexos, com

faixa etária variando de 16 a 24 anos, foram separados em duplas, e realizaram suas

atividades, utilizando um computador conectado em rede, um com o outro participante

da dupla. Uma dupla participou de 12 sessões experimentais e a outra, de 13 sessões.

As sessões foram divididas em três 3 dias, com duração média de 1 hora e 30 minutos,

cada sessão. Todos os participantes foram expostos às seguintes condições

experimentais: a) Condição Cooperação Forçada, na qual só puderam trabalhar

cooperativamente; b) Condição Individual Forçada, em que só puderam trabalhar

individualmente; e, c) Condição de Escolha, na qual puderam escolher ‘jogar sozinho’

ou ‘jogar com a outra pessoa’. Na primeira sessão, a de treino, os participantes

passaram pelas três Condições Experimentais, nas demais sessões, apenas nas

Condições Cooperação Forçada e de Escolha. Na sessão de treino, a tarefa cooperativa

teve valor de FR 1, e a magnitude do reforço valor 4; nas sessões seguintes, a

magnitude do reforço foi aumentando, passando para 10, 20 e depois 30. O FR também

foi aumentando chegando até FR11. A programação para a tarefa individual, em todas

as sessões, foi FR valor 1 e magnitude de reforço valor 1. Este estudo se trata de uma

replicação do estudo de Echagüe (2006), que observou uma ‘ruptura’ na preferência

por cooperar, quando o FR passou de 1 para 5. Neste estudo, o aumento do FR foi feito

de maneira gradual: 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,9 e 11, assim como o aumento da magnitude do

reforço. Ao longo do experimento, todos os participantes optaram por cooperar e

permaneceram cooperando até o final das atividades.

Palavras-chave: comportamento social, cooperação, magnitude do reforço, razão,

escolha.

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Author: Sandirena de Souza Nery

Títle: Some relations between cooperative behaviour relationships and the variables response-cost and magnitude of reinforcement

ABSTRACT

This study aimed to investigate some relations between the choice to engage on

cooperative behavior or an individual task and the manipulation of reinforcer

magnitudes contingent on the cooperative task and response cost (a gradual increase on

response ratio). Four participants, of both sex, with ages between 16 and 24, were

paired in two dyads: each participant of a dyad worked simultaneously with the other

on one of two computers connected through a network. The experiment lasted for 12

(90 minutes) sessions for one day and 13 for the other. All participants were exposed

to the following experimental conditions: a) Forced Cooperation Condition when they

could only work cooperatively; b) Forced Individual Condition when they could only

work individually, and c) Choice Condition when they could choose to “play alone” or

“play with the other person”. In the first session, of training, participants were

submitted to all three Experimental Conditions; in the following sessions either the

Forced Cooperation Condition or the Choice Condition was available. During the

training session, the cooperation task was assigned value FR 1 and the magnitude of

reinforcement value 4; in the subsequent sessions, the magnitude of reinforcement was

increased to 10, 20 and 30. The FR was also increased up to FR11. The programming

for the individual task in all sessions was FR 1 and magnitude of reinforcement of

value 1. Literature reports on the “rupture” in the preference to cooperate when FR

value was increased were not found on the present study, possibly as a result of the

gradual increase on the FR (from 1 to 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 and 11), as well as the increase

in the magnitude of reinforcement. Results showed that all participants chose to

cooperate form the onset and remained cooperating until the end of the experiment.

Key words: social behavior, cooperation, magnitude of reinforcement, ratio, choice.

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Muitas realizações humanas são concretizadas através da interação entre

as pessoas, através do comportamento social . Skinner (1981) definiu comportamento

social “como o comportamento de duas ou mais pessoas em relação a uma outra ou em

conjunto em relação ao ambiente comum”.(p.285). O estudo do comportamento social

abrange vários tipos de relacões sociais, porém este estudo irá se ater apenas à

cooperação.

O estudo da cooperação, na análise do comportamento, tem sido feito

levando-se em conta os princípios operantes das relações sociais, nos quais o

comportamento pode ser modificado em função de suas consequências reforçadoras

ao contatar o outro indivíduo. Os analistas do comportamento definem reforço como

um tipo de consequência que aumenta a probabilidade de um comportamento voltar a

ocorrer no futuro.

Conceito de Cooperação

Uma das primeiras definições de cooperação é a de Keller & Schoenfeld

(1973), que a definem assim:

“a cooperação [...] implica vários tipos de respostas em muitos tipos de situação. Pode ser definida como o caso no qual o comportamento combinado de dois ou mais organismos é necessário para obter reforço positivo, ou remover negativo, para um ou para outro. Dois organismos podem desempenhar o mesmo ato, como puxar juntos uma corda para obter alimento, ou atos diferentes, como quando um pisa no pedal para abir uma porta enquanto o outro puxa o alimento. Este tipo de cooperação é facilmente obtido em adultos, instruindo-os verbalmente nos seus papéis ou deixando-os descobrir a eficácia da ação conjunta. Com animais, bem como com crianças novas, devemos treiná-los no início e podemos, então observar como a cooperação se desenvolve. A eficácia da instrução verbal no adulto depende, naturalmente, de uma longa história de treinamento, desde a infância; e, mesmo entre nós, esforço cooperativo em algumas atividades geralmente é conseguido só com muita dificuldade – às vezes nunca. Em qualquer caso, quer com seres humanos ou animais, em

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qualquer tarefa, a cooperação supõe duas coisas: (1) cada ação do organismo deve ser discriminativa para o desempenho do outro; e (2) cada organismo deve ser reforçado pela parte que desempenha no esquema cooperativo”. (pp. 374-375)

Outra contribuição ao estudo da cooperação foi a de Schmitt (1984), que

em sua definição ressaltou a importância do reforçamento mútuo em uma contingência

coperativa; nesta contingência, todos os participantes envolvidos recebem reforçador se

suas respostas alcançarem o critério especificado. O autor ao apresentar seu estudo

sobre cooperação, trouxe, também, uma contribuição ao relacionar cooperação com

desempenho. Para ele,

“cooperação tipicamente leva a um desempenho superior quando as tarefas são facilitadas pela coordenação, divisão de trabalo, assistência, porque estas atividades são reforçdas apenas sob contingências cooperativas” ( p. 378).

Alguns anos depois, Guerin (1994) apresentou uma definição de

cooperação, na qual somente é considerado comportamento cooperativo “os

comportamentos de grupo que permitam contato com uma contingência que não

poderia ser alcançada por um indivíduo sozinho”. (p. 127) O autor cita um exemplo de

uma pedra grande, que, para ser levantada, necessitaria de um grupo atuando junto e ao

mesmo tempo. Por esta definição, se uma tarefa é executada por mais de uma pessoa,

sendo que, na realidade, somente uma poderia realizá-la, não se pode caracterizar esta

relação social como um comportamento cooperativo.

Alguns estudos sobre cooperação

Um exemplo de estudo de cooperação realizado com animais é o de

Daniel (1942), que trabalhou com 10 ratos machos e 2 fêmeas. O autor tinha o objetivo

de investigar o estabelecimento de cooperação entre os animais em um arranjo

experimental no qual os animais teriam que obter alimento e, ao mesmo tempo, evitar

um choque elétrico. O equipamento utilizado para o estudo foi uma câmara

experimental com uma tampa de vidro com uma pequena abertura para a colocação dos

sujeitos dentro da câmara, que, por sua vez, era equipada com uma lâmpada que se

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acendia toda vez que o choque era administrado. Havia, também, uma grade que se

tornava eletrificada, de acordo com a programação feita; um recipiente com alimento

no centro da câmara; uma pequena plataforma no fim da câmara, que possibilitava ao

sujeito permanecer na plataforma e não receber choque, embora não fosse possível

alcançar o alimento, ou seja, era impossível se alimentar e não receber choque ao

mesmo tempo. Os sujeitos foram treinados em três etapas: (1) treino para se alimentar

na câmara experimental; (2) treino para ir para plataforma, quando a grade estava

eletrificada; e (3) treino para desenvolver a discriminação. No treino, os sujeitos

aprenderam a se alimentar e a evitar o choque, de maneira individual. Na sequência os

animais passaram por uma fase experimental, na qual trabalharam em pares. Nesta fase,

um sujeito só poderia se alimentar e não receber choque se o outro sujeito, seu par,

permanecesse na plataforma. Se ambos fossem buscar o alimento, ambos receberiam

choque. Este procedimento continuou por 40 dias. Os animais passaram a realizar a

tarefa tão bem, que ambos conseguiam se alimentar e a evitar o choque, trocando de

posição, indo do local onde estava o alimento para a plataforma, e vice-versa. O

comportamento cooperativo foi estabelecido.

Skinner (1962) também realizou um estudo sobre cooperação, com

animais. Em seu experimento dois pombos foram colocados em compartimentos

adjacentes, que permitiam que um visse o outro. Em cada compartimento havia três

dispositivos para resposta e um alimentador. Os dois pombos foram reforçados com

comida, a mesma quantidade para cada um, quando bicavam simultaneamente (era

permitido no máximo 0,5s entre uma bicada e outra) um par do dispositivo que estava

programado, randomicamente, como ‘correto’. O autor constatou um aumento na taxa

de respostas cooperativas, além de certa divisão de trabalho entre os pássaros:

“[...] em geral, houve uma divisão de trabalho: um dos pombos (o ‘lider’) explorava o ambiente e bicava os três dispositivos de resposta, em determinada ordem [...] O outro pombo (o ‘seguidor’) bicava o botão oposto aquele que estava sendo bicado pelo líder (p.533).

Dentre os estudos de cooperação realizados com humanos estão os

estudos de Peters e Murphree, (1954) e o de Azrin e Lindsley (1956). Peters e

Murphree investigaram o processo de aprendizagem de cooperação em pacientes

esquizofrênicos. Os autores acreditavam que, sendo a ausência de relacionamento

interpessoal uma característica destes pacientes, aprender a cooperar poderia ter efeitos

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terapêuticos nos pacientes. Nesse estudo, dois participantes trabalhavam em dupla,

sentados lado a lado diante de uma mesa, e podiam se ver livremente. Cada participante

ficava com uma caixa equipada com 10 alavancas, que podiam ser puxadas pelo

participante em sua direção, e um dispositivo para entrega de doces, que funcionavam

como reforçadores.

Inicialmente, foi feito um treino individual para puxar as alavancas. O

experimentador determinava a alavanca correta, aparentemente, a cada tentativa, e, se

os participantes puxassem a alavanca determinada pelo experimentador como a correta,

recebiam doces. O experimento foi programado para que, inicialmente, somente uma

alavanca fosse a correta; depois qualquer uma das duas alavancas poderia ser a correta.

Os autores não relatam a duração de cada fase, nem o critério para a mudança de fase.

Após este treino, foi demonstrado o uso correto da alavanca; os doces só seriam

conquistados se as alavancas corretas fossem puxadas simultaneamente por ambos os

participantes.

Os participantes do estudo, que foram expostos mais intensamente a

aprendizagem de interação, passaram a ter uma melhor interação entre eles, assim

como, aprenderam a cooperar um com o outro, e passaram a prestar atenção às

alavancas puxadas pelo parceiro, dizendo um ao outro que alavanca puxar, prendendo

para trás uma alavanca, até que o outro da dupla puxasse e a pressionasse novamente,

ao mesmo tempo em que o fazia o outro parceiro.

No estudo de Azrin e Lindsley (1956), os autores queriam investigar a

possibilidade de ensinar cooperação a humanos, utilizando o condicionamento

operante, sem fazer uso de instruções sobre a contingência cooperativa. Participaram do

estudo 20 crianças, com idades de 7 a 12 anos, separadas em duplas. As duplas ficavam

sentadas frente a frente, numa mesa, de tal forma que podiam se ver e se ouvir

livremente. Cada criança tinha à sua frente três furos dispostos horizontalmente na

mesa e um objeto similar a uma caneta, presa à mesa por um fio, com o comprimento

suficiente para alcançar os três furos. Os participantes foram instruídos que poderiam

jogar do jeito que quisessem, porém, para que o jogo funcionasse, eles deveriam

colocar as canetas em cada um dos três buracos. Foi informado, também, que enquanto

eles estivessem na sala, alguns doces seriam liberados e que poderiam comê-los na

própria sala, ou levá-los para casa.

Page 16: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

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O delineamento experimental foi dividido em 3 períodos: reforçamento,

extinção e reforçamento. Era considerada resposta cooperativa, uma sequência em que

as canetas eram colocadas nos buracos opostos correspondentes, simultaneamente, com

um intervalo de tempo máximo de 0,04s entre as respostas. Nas respostas cooperativas,

uma luz vermelha se acendia na mesa e um doce caia dentro de uma xícara que estava

acessível a ambas as crianças que haviam emitido a resposta cooperativa.

No período de reforçamento, cada resposta cooperativa foi reforçada por

15 minutos. Se a taxa de resposta não estabilizasse, o reforçamento continuava por mais

cinco minutos. No período de extinção, as respostas cooperativas não eram reforçadas

por um período de, pelo menos, 15 minutos. E no período de reforçamento, as respostas

cooperativas foram, novamente, reforçadas até, pelo menos, 3 minutos após a

estabilização da taxa. Isso foi feito para verificar se a redução na taxa de resposta

durante a extinção era devido à extinção, à fadiga ou à saciação.

Com os resultados do experimento, os autores puderam demonstrar que,

por meio do condicionamento operante, é possível instalar, manter e eliminar a

cooperação, sem o uso de instruções específicas sobre cooperação.

O interesse pelo tema continuou e, nos anos 70 e 80, várias pesquisas

foram realizadas, tendo com principais pesquisadores Hake e Vukelich (1972, 1973,

1975), Hake e Olvera (1978), Schmitt e Marwell (1968,1971,1972,1973) e Schmitt

(1976,1981,1984,1987). No Brasil, recentemente alguns autores também têm se

dedicado ao assunto, tais como: Farias (2001), que investigou os efeitos de regras e

iniquidades entre reforços em uma contigência de escolha entre cooperação e

competição; Rodrigues e colaboradores (2002), que investigaram os efeitos da

apresentação de uma instrução precisa em uma contingência de iniquidade de reforços;

Faleiros (2002), que realizou um estudo sobre a análise dos comportamentos de

membros de uma cooperativa de trabalho; e Echagüe (2006), que replicou o método

proposto por Schmitt e Marwell (1971), investigando algumas relações entre custo de

resposta, magnitude do reforço e comportamento cooperativo. Os estudos de Schmitt e

Marwell (1971) e Echagüe (2006) serão apresentados com maior riqueza de detalhes,

por terem servido de base para o desenvolvimento deste estudo.

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Schmitt e Marwell (1971) tinham como objetivo investigar se o risco de

perder pontos diminuiria a preferência por uma tarefa cooperativa e aumentaria a

preferência por uma tarefa individual. Esta pesquisa foi composta por três

experimentos. No experimento I, quatro duplas de estudantes universitários

participaram, em cinco sessões diárias, de duas horas cada uma. Os participantes não se

conheciam e, durante o experimento, nunca se viram. Em cada uma das salas, os

participantes tinham à sua frente um painel que continha, em seu lado esquerdo, um

botão que, de acordo com a programação, quando um dos participantes o pressionava,

tirava pontos do parceiro e transferia os pontos para si, período em que uma luz amarela

estava acesa; ao centro ficavam posicionados os marcadores de pontos, cuja função era

indicar quantos pontos tinha cada participante; ao lado de cada marcador, uma luz, que

se acendia, toda vez que um dos parceiros ganhava pontos; uma luz de timeout, que se

apagava quando os reforços não estavam disponíveis; um dispositivo que possibilitava

a escolha entre uma tarefa individual ou cooperativa. Ao lado deste dispositivo, uma

luz azul se acendia, quando um dos parceiros escolhia a tarefa cooperativa. Na parte

inferior do painel, havia um êmbolo que poderia ser puxado para baixo e, quando isto

ocorria, uma luz se acendia. Os participantes passaram por cinco sessões experimentais:

Condição I, em que só foram reforçadas respostas cooperativas; Condição II, em que os

participantes puderam escolher entre tarefa individual ou tarefa cooperativa; Condições

III e IV, nas quais os participantes também puderam escolher a tarefa, similar à

Condição II, com mudanças, porém, na magnitude do reforço.

Na Condição I, só foram reforçadas respostas cooperativas. Qualquer um

da dupla poderia puxar o êmbolo primeiro. Uma resposta era considerada cooperativa

se obedecesse à seguinte sequência: um participante puxava o êmbolo, uma luz branca

de respostas acendia no painel do outro participante por 3 segundos; se o parceiro da

dupla puxasse seu êmbolo em até 0,5 segundos após a luz do painel ter se apagado,

ambos seriam reforçados e os contadores dos dois avançariam seis pontos. Esta

resposta iluminava o painel do outro participante por 0,1 segundo. Se o segundo

participante emitisse sua resposta enquanto a luz estivesse acesa ou após 0,5 segundos

após a luz ter se apagado não o contador não avançaria. Cada reforçamento era seguido

por um período de timeout de 2 segundos, período em que a luz vermelha ficava

desligada e nenhuma resposta era reforçada. Na Condição II, os participantes poderiam

escolher entre tarefa individual ou tarefa cooperativa. Pela programação feita, somente

Page 18: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

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entrava em vigor a tarefa cooperativa se os dois participantes escolhessem trabalhar

juntos. Uma luz azul no painel de cada participante acendia, quando um dos parceiros

escolhia jogar com o outro. Os participantes ganhavam 6 cents, quando optavam pela

tarefa individual e apenas 1 cent, quando optavam pela tarefa cooperativa. A Condição

III foi planejada igual à Condição II, com a diferença de que, nessa condição, a

magnitude do reforçamento foi a inversa da anterior: os participantes ganhavam 6

cents quando escolhiam cooperar e 1 cent quando escolhiam trabalhar individualmente.

Nos 15 minutos finais da sessão de treino, na condição IV, os participantes podiam

escolher entre a tarefa individual ou a cooperativa, e recebiam 3 cents para cooperar e 2

cents para trabalhar individualmente.

A partir da sessão 2, os participantes foram instruídos que poderiam

continuar escolhendo entre a tarefa cooperativa ou a individual, porém, quando a

contingência cooperativa estivesse em vigor, em alguns momentos, uma luz amarela

estaria acesa e seria possível tirar pontos do contador do parceiro e transferi-los para

seu contador. Isto poderia ser feito por qualquer um dos participantes, apertando um

botão no painel.

Os resultados do Experimento I mostraram que, na presença da condição

que possibilitava tirar pontos do parceiro, a taxa de respostas cooperativas caiu

significativamente, evidenciando uma ruptura na cooperação. Três dos pares pararam

de cooperar quase que totalmente e trabalharam individualmente.

Os autores realizaram o Experimento II, com o objetivo de investigar

qual seria a preferência entre as tarefas cooperativa e individual, se o risco de perder

pontos estivesse presente, não mais de maneira contínua, mas em apenas alguns

momentos durante a tarefa cooperativa. , Cinco duplas de estudantes universitários

participaram dessa pesquisa. As condições experimentais foram muito semelhantes ao

Experimento I, com algumas diferenças: a magnitude do reforço para tarefa cooperativa

foi de 4 cents e para tarefa individual de 3 cents; algumas sessões tiveram apenas dois

segmentos: um segmento no qual entrava em vigor a Condição IV, por 30 minutos, e

depois a Condição V, por 90 minutos. Na Condição V, com a duração de somente duas

sessões, a possibilidade de transferência de pontos só ficava disponível em alguns

momentos: 2 minutos a cada 30 minutos em média. Dessa forma, a qualquer momento,

quando estavam atuando cooperativamente, o botão de transferência começava a

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funcionar, sem nenhum aviso prévio para os participantes. Os resultados, assim como

no experimento anterior, indicaram uma baixa taxa de respostas cooperativas, no

período em que a transferência de pontos era possível.

O Experimento III foi realizado para investigar o que poderia ocorrer

com a taxa de respostas cooperativas, se a possibilidade de transferir pontos estivesse

disponível todo o tempo, independente da tarefa escolhida, individual ou cooperativa.

Nesse estudo, participaram seis duplas de universitários, e as condições

experimentais foram as mesmas do Experimento I, com exceção de que, durante as três

primeiras condições, transferir pontos era possível, independente da escolha por

tarefa, por parte das duplas. A magnitude do reforço foi a mesma do Experimento II: 4

cents para tarefa cooperativa, e 3 cents para tarefa individual.

Os resultados deste experimento indicaram que, quando existe o risco de

se perder pontos, independentemente da tarefa escolhida, o responder predominante foi

por tarefa cooperativa.

Echagüe (2006) conduziu um experimento com o objetivo de investigar

a preferência por uma tarefa cooperativa, em relação a uma individual, manipulando a

magnitude do reforço e da razão exigida para obter reforços na tarefa cooperativa. Sua

pesquisa replicou o Experimento I, de Schmitt e Marwell (1971), com algumas

mudanças:

a) foi utilizada uma tela de computador para emissão das respostas, em

substituição ao painel utilizado por Schmitt e Marwell (1971);

b) no experimento de Schmitt e Marwell (1971), quando um participante da dupla

emitia uma resposta, uma luz acendia no painel do parceiro por 3s. A resposta

seria considerada cooperativa caso o parceiro emitisse a resposta após a luz

apagar, porém, antes que se passassem 0,5 segundos. No estudo de Echagüe

(2006), para uma resposta ser considerada cooperativa, um participante

precisaria emitir a resposta no intervalo que compreende 0,5 e até 3 segundos,

após o parceiro ter emitido sua resposta, ou seja, enquanto a luz estivesse acesa.

Participaram do estudo oito duplas de ambos os sexos, com idades

variando de 25 a 40 anos. Os participantes foram informados de que participariam de

Page 20: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

9

uma pesquisa para dissertação de mestrado e que, nessa pesquisa, o participante jogaria

um jogo no computador que permitiria a ele acumular pontos e trocá-los por dinheiro.

Para a formação das duplas, o sexo ou a idade não foram variáveis consideradas. No

entanto, os participantes não poderiam se conhecer, nem se ver. Cada dupla passou por

três sessões experimentais.

A coleta de dados foi realizada em duas salas adjacentes. Cada

participante foi acomodado em uma cadeira e, à sua frente, havia um monitor colorido,

no qual foram apresentadas todas as instruções necessárias para a realização da tarefa

(instruções que serão detalhadas posteriormente), bem como a tela do jogo. Havia,

também, disponível um mouse para que os participantes emitissem suas respostas. A

iluminação interna foi realizada por duas lâmpadas de 40w, instaladas no teto da sala.

Ao lado de cada mesa, havia um microcomputador conectado ao

microcomputador da sala adjacente, por meio de cabo de rede. Um sistema foi

desenvolvido para este estudo em linguagem C++, o qual controlava a apresentação de

estímulos, a programação de contingências e o registro dos dados. A sala estava

equipada, também, com uma câmera filmadora em cores e sem áudio.

Foi utilizada uma sala para observação, equipada com uma televisão,

que mostrava imagens oriundas das câmeras, permitindo que os participantes fossem

observados o tempo todo.

A tela do jogo foi muito similar ao painel utilizado por Schmitt e

Marwell (1971) e continha: um indicador de disponibilidade de reforço, que ficava

vermelho quando os reforços estavam disponíveis; um indicador de respostas que se

tornava verde por, no máximo, 3 segundos, quando o outro participante da dupla emitia

sua resposta; um selecionador de tarefas, que possibilitava a escolha entre tarefa

individual ou cooperativa; um indicador de cooperação, que se tornava azul, para

indicar a escolha cooperativa do parceiro; dois contadores, que mostravam os pontos de

cada participante, de forma acumulada; indicadores dos contadores, que ficavam verdes

quando o contador correspondente avançava pontos; e o retângulo de pontos, local em

que os participantes poderiam clicar com o botão esquerdo do mouse para ganhar

pontos.

Page 21: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

10

No início de cada sessão, os participantes eram convidados (um de cada

vez) a se sentar na cadeira à frente do computador e, em seguida, as instruções

apareciam, automaticamente, na tela.

O experimento foi planejado de modo que todos os participantes

passassem por três sessões, e por três condições experimentais: Condição I – Tarefa

Individual Forçada, com duração de 5 minutos; Condição II – Tarefa Cooperação

Forçada, com duração de 10 minutos; e Condição III – Escolha, com duração de 10

minutos. Na Tarefa Individual Forçada, a dupla só gerava pontos trabalhando

individualmente; essa Condição só ocorreu na primeira sessão. Na Tarefa Cooperação

Forçada, a dupla só gerava pontos se trabalhasse cooperativamente. Na Tarefa Escolha,

a dupla poderia escolher jogar individualmente ou cooperativamente; se pelo menos um

dos participantes escolhesse ‘jogar sozinho’, a contingência que entraria em vigor era a

individual.

Na primeira sessão, cada dupla passou pelas três condições

experimentais. Na Condição Individual Forçada, cada resposta reforçada gerava 1

ponto. Na segunda sessão, os participantes foram expostos à Condição Cooperação

Forçada e à Condição de Escolha. Nestas sessões, a razão exigida para a tarefa

cooperativa era valor 1 e a magnitude do reforço valor 4. A terceira sessão teve a

mesma estrutura que a segunda, a exceção foi a exigência de cinco respostas (FR5)

cooperativas para que houvesse o reforço. Cada ponto equivalia a 1 centavo.

Echagüe (2006) procurou verificar se manipulando a razão e magnitude

do reforço encontraria resultados similares aos dos estudos de Schmitt e Marwell

(1971), que observaram uma ruptura no comportamento cooperativo, produzida pela

possibilidade de se perder pontos. Os resultados de Echagüe indicaram que, quando a

magnitude do reforço para cooperar foi aumentada, quase todos os participantes

preferiram cooperar, e passaram maior parte do tempo na opção trabalhar em conjunto,

realizando, na maioria dos casos, apenas uma escolha, a de cooperação. Porém, quando

a razão (FR) para respostas cooperativas foi aumentada de 1 para 5, segundo a autora,

os participantes passaram menos tempo cooperando.

No estudo da autora, os participantes foram expostos a FR 1, na primeira

e segunda sessões, e FR 5, na terceira sessão. Esta manipulação provocou uma ruptura

Page 22: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

11

no comportamento cooperativo. Os resultados seriam diferentes se a FR fosse

manipulada várias vezes e de forma gradual?

Echagüe trabalhou com a seguinte sequência: Condição Individual

Forçada, Cooperação Forçada e Escolha. Se o experimento tivesse se iniciado com a

Condição Cooperação Forçada, os resultados poderiam ser diferentes do que os que

foram encontrados pela autora?

Uma terceira pergunta que poderia ser explorada é: quando a Condição

de Escolha entrava em vigor, na tela do jogo, aparecia a opção ‘jogar sozinho’, e se o

participante quisesse jogar com a outra pessoa, teria que mudar a opção na tela do

jogo. Os resultados poderiam ser diferentes, nesta condição, se os participantes fizessem

a opção entre jogar sozinho ou com a outra pessoa, no lugar de trocar ou manter a

escolha feita pelo programa (jogar sozinho)?

Este Estudo

Esta dissertação se trata de uma replicação do trabalho realizado por

Echagüe (2006), e foi realizado com o objetivo de verificar em que condições se

estabelece o comportamento cooperativo, manipulando-se as seguintes variáveis: a)

reforços de maior magnitude para tarefa cooperativa, do que para a tarefa individual;

Aqui,, a magnitude de reforço se refere à quantidade de pontos que cada participante

poderia ganhar; b) aumento gradativo da razão para obtenção de reforços na alternativa

cooperativa. Razão (FR) é o número de respostas que precisam ser emitidas na

topografia que foi delineada, para que a dupla gere os pontos possíveis em cada jogada.

Este estudo teve uma fase preparatória, na qual foram testados alguns

procedimentos, bem como o equipamento a ser utilizado. Posteriormente, com o

aprendizado adquirido pela pesquisadora na fase preparatória, desenvolveu-se a fase

experimental, propriamente dita, com os ajustes de procedimentos derivados dos

Page 23: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

12

resultados da fase preparatória. Os detalhes desta fase serão descritos ao final da sessão

de método; no entanto, as informações, a seguir, referem-se à fase experimental.

Page 24: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

13

MÉTODO

Participantes

Participaram, deste estudo, duas duplas de ambos os sexos, com idade

variando entre 16 a 24 anos. Os participantes foram convidados a participar da pesquisa

pela própria pesquisadora, por meio da indicação de amigos, a, após a aceitação, foram

identificados como P7, P8, P9 e P19.

As sessões foram realizadas no Laboratório de Psicologia Experimental

da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sempre com a presença dos dois

membros de cada dupla.

Com o objetivo de aumentar a presença nas sessões, foi pago um bônus

de R$50,00 para os participantes que comparecessem a todas as sessões, mais as

despesas de deslocamento. Além disso, os pontos obtidos durante as sessões foram

trocados por dinheiro (R$).

Equipamento e situação de coleta

Utilizaram-se duas salas adjacentes, cada uma medindo 2,70 x 2,00mts e

3,10mts de pé direito. Cada sala tinha uma porta independente, uma mesa e uma

cadeira. A iluminação do local foi feita por duas lâmpadas fluorescentes de 40w,

instaladas no teto da sala.

Sobre cada mesa, havia um monitor colorido e um mouse. Ao lado da

mesa de cada participante do estudo, havia um microcomputador conectado ao

microcomputador do outro participante, por meio de um cabo de rede. No

microcomputador foi instalado um programa em linguagem C++, desenvolvido para o

estudo de Echagüe (2006), que além de apresentar os estímulos na tela, de acordo com

o delineamento desejado, também fazia o registro dos dados.

Page 25: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

14

Em cada sala de coleta, uma câmera filmadora captava as imagens dos

participantes, enquanto estes realizavam as atividades

Montou-se uma sala de observação, equipada com uma televisão, para

mostrar, em tempo real, as imagens provenientes das salas de coleta. Um micro-

computador, em rede com os demais computadores, por meio de um programa de

remote control instalado, Ultra VNC, mostrava o que estava ocorrendo na tela do

micro-computador de cada participante, permitia fazer a programação da sessão, e dar o

início e o encerramento das sessões na própria sala de observação.

Duas salas de espera foram utilizadas para que os participantes

aguardassem o início das sessões ou permanecessem no período de descanso, ocasião

em que era servido um lanche com suco, refrigerante, água, café, bolo, bolacha ou

salgadinhos.

A tela de apresentação do jogo

A Figura 1, abaixo, apresenta um esquema do aspecto geral da tela, com

todos os recursos do programa que foram apresentados aos participantes ao longo das

sessões.

3

1

2

4

5

6

Figura 1 – Esquema do aspecto geral da tela com todos os recursos possíveis

Page 26: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

15

Detalhes da função de cada item:

1. contadores de pontos: localizados no lado superior esquerdo da tela, era

responsável pela apresentação do total de pontos de cada participante da dupla;

2. selecionador de tarefas: localizado no lado esquerdo da tela, possibilitava ao

participante escolher jogar sozinho ou jogar com a outra pessoa. Para tanto,

bastava que clicasse com o botão esquerdo do mouse sobre o círculo, que

antecedia a opção jogar sozinho ou jogar com a outra pessoa. Somente era

considerada tarefa cooperativa, se os dois participantes escolhessem a opção

jogar com a outra pessoa. Esse selecionador só aparecia na tela do computador

na condição ‘escolha’;

3. retângulo de trabalho: localizado ao centro da tela, possibilitava ao participante

ganhar pontos ao clicar sobre ele com o botão esquerdo do mouse;

4. indicador de seleção de tarefas: um círculo, localizado à esquerda da tela e

abaixo do selecionador de tarefas, permanecia branco, quando um dos

participantes, ou os dois, escolhiam a tarefa individual, ou se tornava azul,

quando qualquer um dos dois participantes escolhia a tarefa cooperativa;

5. indicador de disponibilidade de reforços: acima, à direita, um círculo se tornava

vermelho, quando os reforços estavam disponíveis, e branco nos intervalos entre

tentativas;

6. indicador de resposta: abaixo, à direita, um círculo se tornava verde, em até 3

segundos, sempre que o outro participante clicava com o botão esquerdo do

mouse sobre o retângulo de trabalho, e branco, quando o outro participante não

estava emitindo resposta.

Procedimentos

O convite para participar da pesquisa e a coleta de dados foram

atividades desenvolvidas pela própria pesquisadora, que contou com a ajuda de um

auxiliar, que recepcionava os participantes e monitorava a rede de computadores, para

evitar possíveis problemas.

Page 27: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

16

Por ocasião do convite, explicou-se a cada um dos participantes que se

tratava de uma pesquisa para Dissertação de Mestrado em Psicologia Experimental,

cujo objetivo era conhecer como as pessoas se comportavam participando de um jogo,

em dupla, no computador, no qual poderiam ganhar dinheiro. Apresentou-se o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido para que pudessem ler e assinar (Anexo II). Foi

também solicitada uma autorização dos pais ou responsáveis dos participantes menores

de idade, antes do início da coleta (Anexo III).

Informou-se aos participantes que a coleta seria realizada no Laboratório

de Psicologia Experimental da PUC (SP), e que seria preciso o comparecimento por

três vezes, para participação nas atividades propostas e que a duração das sessões seria

de, aproximadamente, uma hora e meia. Esclareceu-se, também, que os participantes

que comparecessem a todas as sessões receberiam, ao final da pesquisa, R$50,00 pela

participação; que cada ponto ganho no jogo teria valor equivalente a ½ centavo, os

quais poderiam ser trocados por dinheiro (R$) ao final do experimento e que o valor

gasto com as despesas de locomoção seria pago, antecipadamente, ao final da primeira

sessão.

Assim como no trabalho de Schmitt e Marwell (1971) e Echagüe (2006),

houve um cuidado especial para evitar que as duplas se vissem ou se conhecessem, até

que o estudo estivesse concluído. Agendou-se com um participante da dupla a ida ao

laboratório. Ao chegar, o participante era recebido, levado até uma das salas de espera,

onde era solicitado que aguardasse até que tudo estivesse pronto para o início da sessão.

Com o outro participante da dupla, foi marcado um local para encontro, próximo ao

laboratório, onde ele era recebido pelo auxiliar da pesquisadora, que o acompanhava até

o laboratório, utilizando, para isso, uma porta alternativa de acesso. Esse participante

também aguardava em outra sala de espera.

Quando os dois participantes já estavam presentes, eles eram

encaminhados, individualmente, para o local da coleta. Primeiro, a pesquisadora

orientava para que eles lessem as seguintes instruções gerais que estavam colocadas

sobre a mesa:

Page 28: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

17

Instruções gerais

• Você vai participar de um jogo no computador. • Você pode ganhar pontos, clicando com o botão esquerdo do mouse

sobre um retângulo que aparecerá no centro da tela. Você saberá, o

tempo todo, quantos pontos ganhar. Cada ponto vale ½ centavo.

• A cada dia de participação, serão anotados quantos pontos você ganhou e, ao

final do experimento, esses pontos serão trocados por dinheiro.

• Todas as informações necessárias para realizar o jogo aparecerão na tela

do computador.

• Você saberá quando a sessão terminar, e quando isso acontecer,

permaneça na sala e espere que venham falar com você.

• Se tiver entendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do

mouse sobre ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Ao final da leitura, a pesquisadora verificava a existência de dúvidas, e

informava que, durante as atividades, seria concedido um pequeno intervalo para

descanso. Com tudo esclarecido, ela se dirigia para a outra sala, realizando o mesmo

procedimento com o outro participante. Após a realização desses procedimentos, a

sessão poderia ter início. No segundo e terceiro dias de coleta, o procedimento foi

igual, com exceção de que não foi solicitado que lessem novamente as instruções

gerais, apenas foi informado que o jogo iria continuar funcionando da mesma maneira

que da última vez, e que todas as instruções necessárias apareceriam na tela.

As condições experimentais

O estudo foi composto pelas seguintes condições experimentais:

Cooperação Forçada; Individual Forçada e Condição de Escolha .

Condição Cooperação Forçada: nesta condição, a dupla só tinha a

possibilidade de trabalhar cooperativamente e, na tela de cada um dos participantes,

apareciam as seguintes informações:

Page 29: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

18

- Esta parte do jogo acontecerá em conjunto com outra pessoa. - Vocês só ganharão pontos se trabalharem juntos. - Se tiver compreendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo

do mouse sobre ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

- Quando um dos participantes clicava sobre o ‘prosseguir’ aparecia:

O jogo já vai começar...

Quando os dois participantes clicavam em ‘prosseguir’, aparecia a tela

que possibilitava o início do jogo (Figura 2).

Figura 2 – Diagrama da tela do jogo, na condição cooperação forçada

Condição Individual Forçada: nesta condição, os participantes só

geravam pontos quando trabalhavam individualmente, e só tinham acesso à informação

sobre a quantidade de seus pontos. Ao iniciar a sessão, eram apresentadas, na tela do

computador, as seguintes intruções:

- Nesta parte da atividade, você jogará sozinho, e poderá ganhar pontos, clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o retângulo que aparecerá no centro da tela.

- Se tiver entendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do mouse

em ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Quando um dos participantes clicava sobre o ‘prosseguir’, aparecia:

O jogo já vai começar...

Page 30: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

19

Quando os dois participantes clicavam em ‘prosseguir’, aparecia a tela

que possibilitava o início do jogo (Figura 3).

Figura 3 – Diagrama da tela do jogo, na condição individual forçada

Condição de Escolha entre tarefa Individual ou Cooperativa: nesta

condição, os participantes recebiam, pela tela do computador, as seguintes instruções:

- Você pode escolher entre jogar sozinho ou jogar junto com a outra pessoa. - Você pode trocar de escolha a qualquer momento. - Se tiver compreendido o que acabou de ler, clique com o botão esquerdo do

mouse em ‘Prosseguir’, para começar o jogo.

Quando um dos participantes clicava em ‘prosseguir’, aparecia:

O jogo já vai começar...

Quando os dois participantes clicavam no ‘prosseguir’, aparecia uma tela

(Figura 4), na qual cada participante deveria escolher ‘jogar sozinho’ ou ‘jogar com a

outra pessoa’, selecionando a opção escolhida por meio do botão esquerdo do mouse.

Somente entrava em vigor a contingência cooperativa, se ambos os participantes

escolhessem a opção ‘jogar com a outra pessoa’.

Page 31: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

20

Figura 4 – Diagrama da tela do jogo na condição de escolha

Uma resposta seria considerada cooperativa na Condição de Escolha ou

na Condição Cooperação Forçada, caso obedecesse aos seguintes critérios:

a) na tela de ambos os participantes, era apresentado um estímulo (luz que ficava

vermelha), estabelecendo disponibilidade de reforçamento, se os participantes

emitissem as respostas, obedecendo os outros critérios descritos nos itens b e c,

a seguir. Na ausência deste estímulo, qualquer resposta emitida, não seria

reforçada;

b) se o participante A, por exemplo, clicasse sobre o retângulo de trabalho, na

tela do participante B, seria apresentado um novo estímulo (luz verde),

indicando que o participante A clicou no retângulo de respostas. A luz verde

permanecia acesa por até 3 segundos, após a emissão da resposta.

c) se o participante B clicasse no retângulo de trabalho, durante o período em que

o estímulo, luz verde, estivesse presente (intervalo entre 0,5 segundos após o

aparecimento da luz e decorridos até 3 segundos de sua apresentação), ambos

ganhariam, simultaneamente, o mesmo número de pontos previstos para aquela

contingência.

Quando ocorriam respostas cooperativas, o contador de pontos de ambos

os participantes mostrava os pontos de cada jogada, assim como a quantidade de pontos

acumulados na sessão. Quando isso ocorria os contadores de pontos se tornavam

amarelos e o indicador de reforços se tornava branco por 1s. Se um dos participantes

Page 32: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

21

emitisse alguma resposta nesse intervalo de tempo, não provocaria nenhum efeito.

Passado este tempo, ambas as telas voltavam à aparência inicial.

Ação coordenada será considerada a seguinte sequência de ações/

respostas dos participantes: 1) quando ambos os participantes clicavam no ‘prosseguir’

para iniciar o jogo, um estímulo – luz vermelha acesa – indicava a disponibilidade de

reforços; 2) uma ação conjunta e necessária para obtenção de reforço para cada

participante: um participante emitia a resposta de clicar no retângulo de trabalho com o

botão esquerdo do mouse, e seu parceiro precisaria também emitir sua resposta no

intervalo de 0,5 a 3 segundos entre a resposta de um e do outro; 3) o mesmo número de

reforços para cada participante; 4) um participante servindo de estímulo discriminativo

para o outro, por meio da luz verde que se acendia, quando a resposta era emitida; e 5)

ambos os participantes estarem sob controle da variável intervalo de tempo, ou seja,

sob controle do tempo em que deveriam emitir as respostas.

Delineamento experimental

O delineamento foi composto por uma sessão de treino e sessões

experimentais. O número de sessões foi diferente para cada dupla, conforme Tabelas 2

e 3.

A sessão de treino foi realizada somente no primeiro dia e com as três

condições experimentais. Conforme já descrito anteriormente, os participantes, cada um

em sua sala, liam as instruções gerais, e dirimiam as dúvidas com a pesquisadora. Em

seguida, a pesquisadora se dirigia para a sala de observação, programava os parâmetros

da sessão na seguinte sequência: Cooperação Forçada, Individual Forçada e Escolha; e

possibilitava o início do jogo.

As sessões experimentais foram compostas de apenas duas condições

experimentais, na seguinte ordem: Cooperação Forçada e Escolha. As sessões

experimentais eram iniciadas logo após o treino e continuavam no segundo e terceiro

dias de coleta.

Page 33: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

22

O número de sessões, a duração das sessões e de cada condição

experimental, os valores de razão e a magnitude de reforço na contingência cooperativa

para cada dupla estão detalhados na Tabela 1 – para os participantes P7 e P8 – e Tabela

3 – para os participantes P9 e P19. Importante ressaltar que, na contingência individual,

a magnitude do reforço e a FR não sofreram variação, apresentaram sempre valor 1.

Fases do estudo

Fase Preparatória

Três duplas de ambos os sexos, com idade variando de 15 a 39 anos,

participaram da pesquisa. Os participantes foram expostos na sessão de treino às

condições ‘Cooperação Forçada’, ‘Individual Forçada’ e ‘Escolha’, e nas sessões

experimentais às condições ‘Cooperação Forçada’ e ‘Escolha’. O critério para

encerramento das sessões foi o tempo. As condições ‘Individual Forçada’ e

‘Cooperação Forçada’ tiveram a duração de 5 minutos, em todas as sessões e para todos

os participantes. A Condição de ‘Escolha’ teve a duração de 10 minutos. Terminado o

tempo programado, a sessão era, automaticamente, encerrada, independente do número

de respostas emitidas ou do número de pontos que os participantes haviam ganhado.

Essa maneira de proceder ocasionou um erro: os participantes não estavam, ainda, sob

controle dos estímulos discriminativos presentes na contingência e a FR era aumentada,

independentemente, da resposta dos participantes; sendo assim, os eles não entravam

em contato com a contingência em que cooperar era a mais reforçadora.

Quando a razão começou a ser aumentada, a partir da sessão 4, o número

de respostas reforçadas caiu significativamente, chegando a zero na maioria das

sessões, conforme pode ser observado nas Tabelas 10,11,12,13, 14 e 15 (Anexo I).

Um comportamento que merece ser destacado é o comportamento do

participante P3 (os dados gerais deste participante podem ser encontrados na Tabela

12, Anexo I). Nas últimas quatro sessões, observado de maneira assistemática, quando

entrava em vigor a condição ‘Cooperação Forçada’, o participante parava de emitir a

Page 34: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

23

resposta de clicar, ficava olhando para o teto, para a sala, cantando, batucando; quando

entrava em vigor a condição de ‘Escolha’, ele escolhia ‘jogar sozinho’, e, assim que

entrava em vigor a contingência individual, ele emitia seguidas respostas de clicar, ou

seja, aparentemente, o procedimento, como foi conduzido, gerou extinção no

comportamento de emitir resposta de clicar no retângulo de trabalho, quando estava em

vigor a condição ‘Cooperação Forçada’.

Outra variável importante foi o tempo de 5 minutos em que os

participantes se expuseram à condição ‘Cooperação Forçada’. Ao analisar as sessões,

percebeu-se que, na condição ‘Cooperação Forçada’, esse tempo era pouco para que os

participantes conseguissem desenvolver uma ação coordenada, principalmente, quando

na mudança de sessão havia aumento da FR.

A Tabela 1 apresenta detalhamento de todas as sessões: as informações

de duração das sessões, condiçoes experimentais, valores de FR e magnitude de

reforço desta fase preparatória. Nesta fase, nenhuma dupla desenvolveu o

comportamento cooperativo.

Page 35: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

24

Tabela 1. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase preparatória dos participantes P1 e P2, P3 e P6 e P4 e P5

Dias Sessão Condição Experimental

Duração (min)

Valor de FR Cooperação

Magnitude do Reforço Cooperação

Coop Forçada 5 1 2

Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1 (treino)

Escolha 10 1 2

Coop Forçada 5 1 4

1º. Dia

2

Escolha 10 1 4

Coop Forçada 5 1 10 3

Escolha 10 1 10

Coop Forçada 5 2 10 4

Escolha 10 2 10

Coop Forçada 5 4 10 5

Escolha 10 4 10

Coop Forçada 5 5 10

2º. Dia

6

Escolha 10 5 10

Coop Forçada 5 5 15 7

Escolha 10 5 15

Coop Forçada 5 7 15 8

Escolha 10 7 15

Coop Forçada 5 9 15 9

Escolha 10 9 15

Coop Forçada 5 11 15 10

Escolha 10 11 15

Coop Forçada 5 11 15

3º. Dia

11

Escolha 10 11 15

Fase Experimental

A partir dos resultados obtidos na fase preparatória, um novo

planejamento foi feito e algumas mudanças foram introduzidas no procedimento.

Os participantes iniciaram com a sessão de treino, que teve a duração de

35 minutos: ‘Cooperação Forçada’ (15 minutos), ‘Individual Forçada’ (5 minutos) e

Page 36: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

25

‘Escolha’ (15 minutos). Logo após a sessão de treino, já se iniciaram as sessões

experimentais (Tabelas 2 e 3).

As Sessões Experimentais, conforme já mencionado, eram iniciadas com

a condição ‘Cooperação Forçada’ e, na sequência, os participantes eram expostos a

condição ‘Escolha’. A dupla P7 e P8 participou de 12 sessões e a dupla P9 e P19, de 13

sessões. Para todos os participantes, as sessões foram distribuídas em três dias.

Nesta fase, o encerramento de uma sessão e o início da outra eram feitos,

a partir da observação do desempenho de cada participante, na sala de observação, onde

a pesquisadora acompanhava, em tempo real, o que estava acontecendo na tela de cada

participante, e programava as próximas sessões. Uma sessão só era interrompida

quando os dois participantes emitiam, pelo menos, quatro ações coordenadas, ou, pelo

menos, 50 respostas consecutivas, na tarefa ‘jogar sozinho’.

Quando este critério não era alcançado em um intervalo de 10 minutos, a

pesquisadora encerrava o jogo para não se tornar muito cansativo e, após um intervalo,

os participantes eram expostos a uma condição idêntica à anterior. Tão logo, o critério

de estabilidade era atingido e a sessão, encerrada.

O estudo foi planejado de tal forma que, na contingência individual,

momentos em que o participante optava pela tarefa individual, ou quando era exposto à

condição ‘Individual Forçada’, tanto a magnitude do reforço quanto a FR teriam valor

1. Já a estratégia para a contingência cooperativa, momento em que a condição

‘Cooperação Forçada’ estava em vigor ou quando o participante optava pela tarefa

‘jogar com a outra pessoa’, a magnitude do reforço teria seu valor aumentado, assim

como a FR. A magnitude do reforço começou com valor 4 e foi aumentando,

gradativamente, até chegar a 30. A FR também teve aumento gradual, começou com

valor 1 e chegou até 11.

Page 37: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

26

Tabela 2. Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental – participantes P7 e P8

Dias Sessão Condição Experimental

Duração (min)

Valor de FR Cooperação

Magnitude do Reforço Cooperação

Coop Forçada 15 1 4 Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1 (treino)

Escolha 15 1 4 Coop Forçada 10 1 10

1º. Dia

2 Escolha 10 1 10

Coop Forçada 10 2 10 3 Escolha 10 2 10

Coop Forçada 10 2 20 4 Escolha 10 2 20

Coop Forçada 10 3 20 5 Escolha 5 3 20

Coop Forçada 3 3 30

2º. Dia

6 Escolha 3 3 30

Coop Forçada 10 4 30 7 Escolha 8 4 30

Coop Forçada 10 5 30 8 Escolha 5 5 30

Coop Forçada 10 6 30 9 Escolha 4 6 30

Coop Forçada 10 7 30 10 Escolha 5 7 30

Coop Forçada 10 9 30 11 Escolha 3 9 30

Coop Forçada 10 11 30

3º. Dia

12 Escolha 3 11 30

Page 38: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

27

Tabela 3 – Parâmetros da sessão de treino e das sessões experimentais da fase experimental – participantes P9 e P19

Dias Sessão Condição Experimental

Duração (min)

Valor de FR Cooperação

Magnitude do Reforço Cooperação

Coop Forçada 15 1 4 Indiv. Forçada 5 em vigor somente para tarefa individual forçada

1(treino)

Escolha 15 1 4 Coop Forçada 10 1 10

1º. Dia

2 Escolha 10 1 10

Coop Forçada 10 1 10 3 Escolha 3 1 10

Coop Forçada 10 2 10 4 Escolha 4 2 10

Coop Forçada 3 2 20 5 Escolha 3 2 20

Coop Forçada 10 3 20

2º. Dia

6 Escolha 4 3 20

Coop Forçada 3 3 30 7 Escolha 3 3 30

Coop Forçada 10 4 30 8 Escolha 5 4 30

Coop Forçada 10 5 30 9 Escolha 3 5 30

Coop Forçada 10 6 30 10 Escolha 3 6 30

Coop Forçada 5 7 30 11 Escolha 3 7 30

Coop Forçada 5 9 30 12 Escolha 3 9 30

Coop Forçada 5 11 30

3º. dia

13 Escolha 3 11 30

Page 39: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

28

O registro dos dados

Todas as respostas de clicar com o botão esquerdo do mouse no

retângulo de respostas e no selecionador de tarefas foram registradas em um programa

desenvolvido em linguagem C++. O programa gerou um banco de dados no Access,

com as seguintes informações:

• identificação do participante;

• o número de sessão que estava em vigor;

• o tempo de cada resposta em unidade de milésimos de segundos;

• a razão em vigor;

• a escolha da tarefa do participante;

• a contingência em vigor (cooperativa ou individual);

• a quantidade de pontos de cada sessão;

• o número de respostas de cada participante;

• a sequência em que cada participante emitiu a resposta.

Page 40: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

29

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os participantes compareceram, com pontualidade, em todas as

sessões. Ao final da coleta, a pesquisadora pagou o valor correspondente aos pontos

acumulados e o bônus de R$ 50,00 pela participação. As despesas de locomoção foram

pagas, antecipadamente, no primeiro dia.

Após o pagamento, atendendo às solicitações dos participantes, cada

dupla teve a oportunidade de conhecer seu parceiro de pesquisa, e falar um pouco

sobre a experiência que haviam vivido. Esse momento, porém, não foi registrado.

A seguir, os seguintes resultados serão apresentados: a) número médio

de pontos por minuto na condição de ‘Escolha’; b) número médio de respostas por

minuto na condição de ‘Escolha’; c) número de escolhas dos participantes, pelas

alternativas ‘jogar individual’e ‘jogar com a outra pessoa’ d) frequência acumulada de

respostas; e) número total de pontos em cada sessão; f) número de ações coordenadas; e

g) percentual de ocasiões de reforços.

Participantes P7 e P8

A Figura 5 apresenta o número médio de pontos ganhos na condição de

‘Escolha’, pelos participantes P7 e P8. Para a construção da figura, o número médio de

pontos foi calculado, dividindo-se o número total de pontos, pelo tempo de duração da

sessão na condição de Escolha. Pode-se constatar um número mais elevado de pontos

nas sessões 2, 4 e 6, nas quais a magnitude do reforço foi aumentada e passou para

10, 20 e 30, respectivamente. Por outro lado, a direção da altura das colunas mostra

uma queda no número médio de pontos, principalmente, a partir da sessão 7. Pode-se

observar também que nas sessões 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11 e 12, sessões nas quais houve o

aumento da FR, conforme Tabela 2, os participantes fizeram menos pontos. Não foi

Page 41: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

30

possível comparar estes dados com o estudo de Echagüe (2006), porque o autor não

apresentou os resultados sobre o número de pontos.

0

50

100

150

200

250

300

350

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Sessões

nº m

édio

de

pont

os

P7P8

Figura 5 . Número médio de pontos, por minuto, na condição de escolha, dos participantes

P7 e P8, nas sessões de 1 a 12

A Figura 6 apresenta o número médio de respostas emitidas por minuto,

na condição de ‘Escolha’, em cada uma das sessões. Os pontos da figura foram obtidos,

após divisão do número total de respostas emitidas, pelo tempo de duração da sessão,

na condição de ‘Escolha’. Nota-se que, na sessão 3, houve um aumento no número de

respostas dos participantes, principalmente, do participante P7. Nessa sessão, houve

aumento do FR, que era 1, e passou para 2, conforme Tabela 4. Na sessão 4, a FR

permaneceu 2. O participante P7 aumentou novamente o número de respostas emitidas,

enquanto o participante P8 diminuiu. Na sessão 5, a FR passou para 3, e ambos os

participantes diminuíram o número de respostas emitidas, voltando a subir, nas sessões

seguintes, principalmente, no caso do participante P7.

Comparando a Figura 6 com a Figura 5, pode-se verificar que, a partir da

sessão 7, o número de pontos gerados por ambos os participantes diminuiu, porém a

diferença na quantidade de respostas emitidas pelos participantes aumentou. O fato de

um participante ter emitido muito mais respostas do que o outro dificultou a ação

Page 42: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

31

coordenada, e fez com que ambos ganhassem poucos pontos na sessão, porém, mesmo

assim, continuaram na condição de ‘Escolha’, optando por ‘jogar com a outra pessoa’.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Sessões

nº m

édio

de

resp

osta

s

P7P8

Figura 6. Número médio de respostas por minuto, na condição de escolha, dos participantes P7 e P8, nas sessões de 1 a 12

As Tabelas 4 e 5 apresentam aspectos das Condições Experimentais em

cada sessão, e os seguintes resultados, dos participantes P7 e P8, respectivamente: a)

número total de respostas que foram emitidas em cada sessão; b)total de pontos que

cada participante conseguiu em cada sessão; c) número de ações coordenadas: este

número foi obtido, dividindo-se o número de pontos pela magnitude do reforço; d)

percentual de ocasiões de reforços: obtido pela divisão do número de ações

coordenadas pelo número de respostas emitidas; quando a escolha foi por ‘jogar

sozinho’, não havia ações coordenadas, portanto, esse percentual foi obtido através da

divisão do número de pontos pelo número de respostas; d) número médio de respostas

por minuto: obtido pela divisão do total do número de resposta da sessão pela duração

da sessão; e) número médio de pontos por minuto: obtido dividindo-se o total de pontos

da sessão, pela duração da sessão.

Os dados das Tabelas 4 e 5 mostram um declínio da taxa de ocasiões de

reforços, à medida que o FR aumentou, sendo as maiores quedas, quando a FR passa

de 1 para 2. Por outro lado, como a magnitude de respostas aumentou, ambos os

participantes obtiveram maior número de pontos por minuto nas sessões 4 e 6, nas

quais a razão era 2 e 3, respectivamente.

Page 43: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

32

Houve intercalação de escolhas, conforme Tabelas 4 e 5, entre ‘jogar

sozinho’ e ‘jogar com a outra pessoa’, por parte do participante P7. Isso ocorreu apenas

nas sessões de treino, na sessão 2, nas demais sessões, quando foi exposto à Condição

de Escolha, escolheu cooperar, no início da sessão, e não mudou de opção até o final;

seu parceiro optou sempre por “jogar com a outra pessoa”.

Pode-se observar, por meio das Tabelas 4 e 5, que os participantes

emitiram ações coordenadas, até o FR 11, ou seja, cada participante conseguiu emitir

duas sequências de ações coordenadas, e mantiveram a escolha pelo comportamento

cooperativo.

Tabela 4. Aspectos das condições experimentais e seus resultados : Número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasião de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P7

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de reforço

Respostas

Pontos Ações coorde.-nadas

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

15 Coop forç 1 4 357 1016 254 71.1 23.8 67.7

5 Ind for 1 1 212 212 0 100 42.4 42.4

1 Treino

15 Esc coop Esc ind

1 1

4 1

370 3

1390 3

347.5 0

93.9 100

24.6 0.2

92.6 0.2

10 Coop forç 1 10 254 2430 243 95.6 25.4 243 2

10 Esc coop Esc Indiv

1 1

10 1

258 2

2480 2

248 0

96.1 100

25.8 0.2

248 0.2

10 Coop for 2 10 390 940 94 24.1 39 94.0

1º. dia

3

10 Esc coop 2 10 444 1391 139.1 31.3 44.4 139.1

10 Coop for 2 20 500 2900 145 29.0 50 290.0 4

10 Esc coop 2 20 466 2800 140 30.0 46.6 280.0 10 Coop for 3 20 372 1720 86 23.1 37.2 172.0 5

5 Esc coop 3 20 169 900 45 26.6 33.8 180.0 3 Coop for 3 30 116 960 32 27.6 38.7 320.0

2º. dia

6

3 Esc coop 3 30 112 990 33 29.5 37.3 330.0 10 Coop for 4 30 458 1050 35 7.6 45.8 105.0 7

8 Esc coop 4 30 401 1080 36 9.0 50.1 135.0 10 Coop for 5 30 422 1110 37 8.8 42.2 111.0 8

5 Esc coop 5 30 230 600 20 8.7 46 120.0 10 Coop for 6 30 566 1020 34 6.0 56.6 102.0 9

4 Esc coop 6 30 233 450 15 6.4 58.3 112.5 10 Coop for 7 30 475 780 26 5.5 47.5 78.0 10

5 Esc coop 7 30 269 450 15 5.6 53.8 90.0 10 Coop for 9 30 577 690 23 4.0 57.7 69.0 11

3 Esc coop 9 30 211 120 4 1.9 70.3 40.0 10 Coop for 11 30 586 390 13 2.2 58.6 39.0

3º. dia

12

3 Esc coop 11 30 212 60 2 0.9 70.7 20.0

Page 44: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

33

Tabela 5. Aspectos das condições experimentais e seus resultados : aspectos das condições experimentais e os resultados: número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações

coordenadas, percentual de ocasião de reforços, número médio de respostas por minuto e número de pontos por minuto, em cada sessão do participante P8

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de reforço

Respostas

Pontos Ações coorde.-nadas

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

15 Coop forç 1 4 315 1016 254 80.6 21 67.7

5 Ind for 1 1 191 191 191 100.0 38.2 38.2

1 treino

15 Esc coop (conting I)

1

4

359 2

1390 2

347.5 0

96.4 100

23.9 0.1

92.6 0.2

10 Coop forç 1 10 248 2430 243 98.0 24.8 243

2

10 Esc coop (conting I)

1

10

252 2

2480 2

248 0

97.6 100

25.2 0.2

248 0.2

10 Coop for 2 10 330 940 94 28.5 33 94.0

1º. dia

3

10 Esc coop 2 10 376 1391 139.1 37.0 37.6 139.1

10 Coop for 2 20 382 2900 145 38.0 38.2 290.0 4

10 Esc coop 2 20 361 2800 140 38.8 36.1 280.0 10 Coop for 3 20 333 1720 86 25.8 33.3 172.0 5

5 Esc coop 3 20 168 900 45 26.8 33.6 180.0 3 Coop for 3 30 103 960 32 31.1 34.3 320.0

2º. dia

6

3 Esc coop 3 30 107 990 33 30.8 35.7 330.0 10 Coop for 4 30 274 1050 35 12.8 27.4 105.0 7

8 Esc coop 4 30 251 1080 36 14.3 31.4 135.0 10 Coop for 5 30 328 1110 37 11.3 32.8 111.0 8

5 Esc coop 5 30 175 600 20 11.4 35 120.0 10 Coop for 6 30 384 1020 34 8.9 38.4 102.0 9

4 Esc coop 6 30 172 450 15 8.7 43.0 112.5 10 Coop for 7 30 371 780 26 7.0 37.1 78.0 10

5 Esc coop 7 30 201 450 15 7.5 40.2 90.0 10 Coop for 9 30 356 690 23 6.5 35.6 69.0 11

3 Esc coop 9 30 129 120 4 3.1 43.0 40.0 10 Coop for 11 30 357 390 13 3.6 35.7 39.0

3º. dia

12

3 Esc coop 11 30 103 60 2 1.9 34.3 20.0

Participantes P9 e P19

A Figura 7 apresenta o número médio de pontos por minuto, na condição

de ‘Escolha’. Pode-se observar que os participantes, na sessão 7, fizeram maior número

Page 45: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

34

de pontos. A sessão 9, embora já estivesse programada com FR3, foi uma das sessões

em que os participantes fizeram o maior número de pontos. O desempenho da dupla

não foi constante, sendo que, em algumas sessões, eles fizeram menos pontos, como na

sessão12 em que a FR era 9, e na sessão 13, em que a FR era 11 em que fizeram maior

número de pontos.

0

50

100

150

200

250

300

350

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Sessões

nº m

édio

de

pont

os

P9P19

Figura 7. Número médio de pontos por minuto, na condição de escolha, dos participantes P9 e P19, nas sessões de 1 a 13

A Figura 8 apresenta o número médio de respostas por minuto, na

condição de ‘Escolha’. Observa-se que na sessão 8 (FR4) os participantes emitiram o

menor número de respostas, e que, depois dessa sessão, os participantes voltaram a

aumentar o número, diminuindo, porém, novamente, nas duas últimas sessões. Nota-se

também que em quase todas as sessões o participante P9 emitiu mais respostas que seu

parceiro. O participante P19 emitiu maior número, no treino, na sessão 2 e na sessão 7,

enquanto o participante P9 o fez nas demais sessões.

Page 46: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

35

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Sessões

nº m

édio

de

resp

osta

s

P9P19

Figura 8 . Número médio de respostas por minuto, na condição de escolha, dos participantes P9 e P19, nas sessões de 1 a 13

As Tabelas 6 e 7 apresentam aspectos das condições experimentais em

cada sessão, e os resultados da coleta, conforme já descritos anteriormente.

A segunda sessão teve o mesmo valor de FR da sessão anterior, porém a

magnitude do reforço para cooperar, que era 4, passou para 10. Nessa sessão, houve

uma inversão, o participante P9 passou a produzir respostas muito mais rapidamente,

emitiu 540 respostas, contra 334 de P19. Com esse desempenho, a dupla obteve poucas

ações coordenadas. Considerando o desempenho da dupla, a pesquisadora programou

uma sessão adicional, com os mesmos parâmetros da sessão anterior, ou seja, a FR

permaneceu 1, a magnitude do reforço 10 pontos para tarefa cooperativa e 1 ponto para

tarefa individual. Nessa terceira sessão, após 2 minutos, os participantes começaram a

emitir uma sequência de ações coordenadas. Quando foram expostos à condição de

escolha, tanto o participante P9 quanto o participante P19 escolheram jogar

cooperativamente.

Page 47: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

36

Tabela 6. Aspectos das condições experimentais e resultados: número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P9

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de reforço

Respostas

Pontos Ações coorde.-nadas

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

15 coop for 1 4 104 108 27 26.0

6.9 7.2

5 ind for 1 1 136 136 136 100.0 27.2 27.2

1 treino

15 Esc indiv 1 1 607 591 591 97.4

40.5 39.4

10 coop for 1 10 540 930 93 17.2

54.0 93 2

10 Esc indiv 1 1 401 388 388 96.8 40.1 38.8

10 coop for 1 10 772 960 96 12.4 77.2 96

1º. Dia

3

3 Esc coop 1 10 229 350 35 15.3

76.3 116.7

10 coop for 2 10 749 740 74 9.9 74.9 74 4

4 Esc coop 2 10 301 270 27 9.0 75.3 67.5

3 coop for 2 20 199 460 23 11.6 66.3 153.3 5

3 esc coop 2 20 218 400 20 9.2 72.7 133.3

10 coop for 3 20 744 840 42 5.6 74.4 84

2º. Dia

6 4 Esc coop 3 20 243 360 18 7.4 60.8 90 3 Coop for 3 30 194 510 17 8.8 64.7 170 7 3 Esc coop 3 30 171 600 20 11.7 57.0 200

10 Coop for 4 30 422 1320 44 10.4 42.2 132 8 5 esc coop 4 30 152 480 16 10.5 30.4 96

10 coop for 5 30 480 1440 48 10.0 48.0 144 9 3 Esc coop 5 30 167 420 14 8.4 55.7 140

10 Coop for 6 30 546 1140 38 7.0 54.6 114 10 3 Esc coop 6 30 213 270 9 4.2 71.0 90 5 Coop for 7 30 309 150 5 1.6 61.8 30 11 3 Esc coop 7 30 202 270 9 4.5 67.3 90 5 coop for 9 30 319 330 11 3.4 63.8 66 12 3 Esc coop 9 30 191 150 5 2.6 63.7 50 5 coop for 11 30 301 210 7 2.3 60.2 42

3º. Dia

13 3 Esc coop 11 30 152 180 6 3.9 50.7 60

Page 48: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

37

Tabela 7 . Aspectos das condições experimentais e resultados : número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P19

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coorde.-nadas

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

15 coop for 1 4 492 108

27

5.5 32.8 7.2

5 ind for 1 1 200 197 197 98.5 40.0 39.4

1 treino

15 Esc indiv 1 1 662 657 657 99.2

44.1 43.8

10 coop for 1 10 334 930 93 27.8

33.4 93 2

10 Esc indiv 1 1 432 423 423 97.9 43.2 42.3

10 coop for 1 10 308 960 96 31.2 30.8 96

1º. Dia

3

3 Esc coop 1 10 103 350 35 34.0

34.3 116.7

10 coop for 2 10 389 740 74 19.0 38.9 74 4

4 Esc coop 2 10 158 270 27 17.1 39.5 67.5

3 coop for 2 20 156 460 23 14.7 52.0 153.3 5

3 esc coop 2 20 172 400 20 11.6 57.3 133.3

10 coop for 3 20 524 840 42 8.0 52.4 84

2º. Dia

6 4 Esc coop 3 20 151 360 18 11.9 37.8 90 3 Coop for 3 30 56 510 17 30.4 18.7 170 7 3 Esc coop 3 30 224 600 20 8.9 74.7 200

10 Coop for 4 30 286 1320 44 15.4 28.6 132 8 5 esc coop 4 30 112 480 16 14.3 22.4 96

10 coop for 5 30 323 1440 48 14.9 32.3 144 9 3 Esc coop 5 30 93 420 14 15.1 31.0 140

10 Coop for 6 30 355 1140 38 10.7 35.5 114 10 3 Esc coop 6 30 121 270 9 7.4 40.3 90 5 Coop for 7 30 190 150 5 2.6 38.0 30 11 3 Esc coop 7 30 123 270 9 7.3 41.0 90 5 coop for 9 30 189 330 11 5.8 37.8 66 12 3 Esc coop 9 30 102 150 5 4.9 34.0 50 5 coop for 11 30 182 210 7 3.8 36.4 42

3º. Dia

13 3 Esc coop 11 30 93 180 6 6.5 31.0 60

A seguir serão apresentadas as Figuras 9, 10 e 11, que mostram as curvas

acumuladas de respostas e de pontos dos participantes P7 e P8, nas sessões 2, 3, 8 e 12,

e dos participantes P9 e P19, nas sessões 2, 3, 4, 9 e 13, nas condições ‘Cooperação

Forçada’ e ‘Escolha’. Comparando estes resultados com os de Echagüe (2006),

podemos verificar que a dupla P7 e P8 , assim como nos estudos daquela autora,

quando a razão era 1, os participantes na condição de ‘Escolha’ optaram pela condição

‘jogar com a outra pessoa’, e permaneceram até o final da sessão, não havendo,

Page 49: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

38

portanto, mudança na escolha. Já a dupla P9 e P19 optou por jogar sozinhos.

Comparando as duplas deste estudo, pode-se observar que a dupla P7 e P8 emitiu

menos respostas e ganhou mais pontos; conseguiu emitir maior número de respostas

coordenadas (95,6% e 98% de ocasião de reforços). Quanto à outra dupla, observou-se

que P9 emitiu um número muito maior de respostas do que seu parceiro, e essa forma

de trabalhar, fez com que o número de ações coordenadas fosse bem menor do que o

possível (17,2% e 27,8% de ocasião de reforços). Quando foram expostos à condição

de ‘Escolha’, optaram por jogar sozinhos. Na sessão 8, para a dupla P7 e P8, e sessão 9,

para a dupla P9 e P19, pode-se comparar os dados de Echagüe (2006), porque a FR em

vigor era 5. Neste ponto, encontramos diferenças significativas: neste estudo, os

participantes continuaram cooperando enquanto no estudo daquela autora, os

participantes passaram a intercalar entre cooperar e jogar sozinhos, passando longos

períodos jogando sozinhos.

A sessão 12, para os participantes P7 e P8, e a sessão 13, para os

participantes P9 e P19, mostram a fase final deste experimento, em que todos os

participantes continuaram cooperando durante toda a sessão

Page 50: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

39

P7

P8

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P7

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pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P7

P8

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 6 0 9 0 1 20

1 50

180

210

240

270

300

330

360

3 90

420

4 50

4 80

510

5 40

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P7

P8pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P7P8

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

pontos

P7

P8

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

nº a

cum

ulad

o de

resp

osta

s

P7

P8

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

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210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P7

P8

pontos0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Tempo em segundos

Figura 9 – Curvas acumuladas de respostas e de pontos . As curvas à esquerda apresentam o desempenhos dos participantes P7 e P8, na condição ‘Cooperação Forçada’ e as curvas da direita

apresentam o desempenho na condição de ‘Escolha’, nas sessões 2 , 3, 8 e 12. Na sessão 2, a magnitude de reforço para tarefa cooperativa era 10 e FR 1. Na sessão 3, a magnitude de reforço para tarefa

cooperativa continuou 10, FR passou para 2. Na sessão 8, a magnitude de reforço 30 e FR 5 e, na sessão 12, a magnitude de reforço 30 e FR 11.

nº a

cum

ulad

o de

pon

tos

Ind

C S2

S3

S2 Coop S2

S3 esc coop

S12

S2 esc coop

S8 esc coop S8

S12 esc coop

Page 51: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

40

P9

P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P19

pontos P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

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270

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360

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450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

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210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P19pontos0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P 19 pontos0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

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480

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540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Tempo em segundos

nº a

cum

ulad

o de

resp

osta

s

Figura 10 – Curvas acumuladas de respostas e de pontos . As curvas à esquerda apresentam o desempenho dos participantes P9 e P19, na condição ‘Cooperação Forçada’, e as curvas da direita

apresentam o desempenho na condição de ‘Escolha’, nas sessões 2, 3 e 4 . Nas sessões 2 e 3, a magnitude de reforço para tarefa cooperativa era 10 e FR 1. Na sessão 4, a magnitude de reforço para

tarefa cooperativa continuou 10, porém, a FR passou para 2.

nº a

cum

ulad

o de

pon

tos

S4

S4 esc coop

S3 esc coop

S3

S2

S2 esc indiv

S4

Page 52: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

41

P 9

P 19pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

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210

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270

300

330

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390

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480

510

540

570

600

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1000

1500

2000

2500

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P9

P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Sessão 9

P9

P19

pontos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

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270

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390

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450

480

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540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

P9

P19 pontos0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 30 60 90 120

150

180

210

240

270

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

600

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Tempo em segundos

nº a

cum

ulad

o de

res

post

as

Figura 11. Curvas acumuladas de respostas e de pontos. As curvas à esquerda apresentam o desempenho dos participantes P9 e P19, na condição ‘Cooperação Forçada’, e as curvas da direita apresentam o desempenho na condição de ‘Escolha’, nas sessões 9 e 13 . Na sessão 9, a magnitude de reforço para tarefa cooperativa era 30 e FR 5. Na sessão 13, a magnitude de reforço para tarefa cooperativa continuou 30, porém a FR passou para 11.

nº a

cum

ulad

o de

pon

tos

As Tabelas 8 e 9 mostram o número de escolhas dos participantes P7, P8

e P9, P19. O participante P7 iniciou a sessão de treino, condição de ‘Escolha’,

escolhendo jogar cooperativamente, e estava emitindo muitas respostas coordenadas,

tendo em vista que chegou, com seu par, ao final da sessão com 71.1% de ocasião de

reforços; porém, aos 7 minutos, mudou para a opção individual, emitiu três respostas,

ganhou três pontos e voltou para a opção cooperativa; fez, portanto, uma escolha

individual e duas escolhas por cooperar. Na segunda sessão, o participante P7 iniciou

cooperando, depois de 1 minuto emitu duas respostas individuais, ganhou apenas 2

pontos, e voltou novamente para a opção cooperativa, onde permaneceu até o final do

experimento. O participante P8 escolheu e permaneceu em todas as sessões na opção

cooperativa. Os participantes P9 e P19, na sessão de treino e na segunda sessão,

S13 esc coop

S13

S9

S9 esc coop

Page 53: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

42

condição de ‘Escolha’, optaram por jogar individualmente e permaneceram jogando

assim durante todas as referidas sessões. A partir da terceira sessão, passaram a

escolher ‘jogar com a outra pessoa’e permaneceram nesta opção até o final do

experimento.

Tabela 8 . Número de escolhas dos participantes P7 e P8, pelas alternativas ‘jogar sozinho’ e ‘jogar com a outra pessoa’, em cada sessão

Participante P7 Participante P8

Dia

Sessão Escolheu

Individual Escolheu

Cooperação Escolheu

Individual Escolheu

Cooperação 1 Treino

1 2 0 1

2 1 2 0 1

1º. dia

3 0 1 0 1 4 0 1 0 1 5 0 1 0 1

2º. dia

6 0 1 0 1

7 0 1 0 1 8 0 1 0 1 9 0 1 0 1 10 0 1 0 1 11 0 1 0 1

3º. dia

12 0 1 0 1

Tabela 9 . Número de escolhas dos participantes P9 e P19, pelas alternativas ‘jogar sozinho’ e ‘jogar com a outra pessoa’, em cada sessão

Participante P9 Participante P9

Dia

Sessão Escolheu

Individual Escolheu

Cooperação Escolheu

Individual Escolheu

Cooperação 1 Treino

1 0 1 0

2 1 0 1 0

1º. dia

3 0 1 0 1 4 0 1 0 1 5 0 1 0 1

2º. dia

6 0 1 0 1

7 0 1 0 1 8 0 1 0 1 9 0 1 0 1 10 0 1 0 1 11 0 1 0 1 12 0 1 0 1

3º. dia

13 0 1 0 1

Page 54: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

43

O propósito deste estudo foi investigar algumas relações do

comportamento cooperativo, manipulando-se reforços de maior magnitude para tarefa

cooperativa do que para a tarefa individual e o aumento gradativo da razão para

obtenção de reforços na alternativa cooperativa.

No estudo de Echagüe (2006), os resultados foram de que diante de uma

tarefa individual e de uma tarefa cooperativa, quando a magnitude do reforço para

cooperar foi maior, tem-se que ocorreu uma preferência por cooperar. No entanto,

quando a razão aumentou, a preferência por cooperar diminuiu, ocasionando o que

autora chamou de uma ruptura na cooperação.

Neste estudo, com as estratégias adotadas na fase experimental, que

foram o aumento gradual de FR e aumento na magnitude do reforço, houve o

estabelecimento e a manutenção da cooperação entre os participantes até o final do

experimento.

Echagüe (2006) manipulou a razão e a magnitude do reforço, apenas

uma vez, nesse estudo, aqui relatado, os participantes foram expostos a diversos valores

de FR e vários valores de magnitude de reforço, que começou com 4 e chegou a 30.

Seria interessante averiguar o que aconteceria se esses valores variassem tanto para

cima quanto para baixo: os participantes escolheriam ‘jogar com a outra pessoa’ou

escolheriam ‘jogar sozinho’?

Os resultados parecem indicar que as mudanças em relação ao aumento

gradativo de FR, e da magnitude de reforço, principalmente nas primeiras sessões, para

a tarefa cooperativa, assim como observar o desempenho dos participantes antes da

introdução de um aumento de FR, foram mudanças importantes para estabelecer e

manter um comportamento cooperativo até o final do experimento.

Page 55: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

44

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Fontes

Page 59: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

48

ANEXOS

Page 60: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

49

ANEXO I – Tabelas

Tabelas 10, 11, 12, 13, 14 e 15, que contêm aspectos das Condições

Experimentais e os seguintes resultados da fase preparatória: número de respostas

emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de

reforços, número médio de respostas por minuto e número médio de pontos por minuto,

em cada sessão dos participantes P1, P2, P3, P4 , P5 e P6.

Page 61: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

50

Tabela 10 – Aspectos das condições experimentais e resultados : número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P1

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos n.ações coordena-

das

% Ocasiões Reforços

Resp min

Pt Min

5 coop for

1 2 192 6

3 1.6 38.4 1.2

5 ind for 1 1 186 186 0 100.0 37.2 37.2

1 treino

10 Esc indiv

1 2 391 390

0 99.7 39.1 39

5 coop for

1 4

310 284 71 22.9 62.0 56.8

2

10 Esc indiv 1 1 456 416 0 91.2 45.6 41.6 5

coop for 1

10 536 60 6 1.1 107.

2 12

1º. Dia

3

10 Esc indiv

1 1

447 430 0 96.2 44.7 43.0

5 coop for

2 10

565 10 1 0.2 113.0 2

4

10 Esc indiv 1 1 446 430 0 96.4 44.6 43 5 coop for 4 10 494 0 0 0.0 98.8 0.0 5

10 Esc indiv 1 1 446 416 0 93.3 44.6 41.6 5 coop for 5 10 393 0 0 0.0 78.6 0

2º. Dia

6

10 Esc indiv 1 1 492 418 0 85.0 49.2 41.8 5 Coop for 5 15 461 15 1 0.2 92.2 3 7

10 Esc ind 1 1 484 417 0 86.2 48.4 41.7 5 Coop for 7 15 375 0 0 0.0 75.0 0 8

10 Esc indiv 1 1 508 436 0 85.8 50.8 43.6 5 coop for 9 15 386 0 0 0.0 77.2 0 9

10 Esc indiv 1 1 491 433 0 88.2 49.1 43.3 5 Coop for 11 15 271 0 0 0.0 54.2 0

3º. Dia

10

10 Esc indiv 1 1 484 427 0 88.2 48.4 42.7

Page 62: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

51

Tabela 11 – Aspectos das condições experimentais e resultados. P2 Número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P2

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coordena-

das

% Ocasiões reforços

Resp Min

Pt Min

5 coop for

1 2

308 6 3 1.0 61.6 1.2

5 ind for

1 1

197 186 0 94.4 39.4 37.2

1 treino

10 Esc indiv

1 2

406 397 0 97.7 40.6 39.7

5 coop for

1 4

305 284 71 23.3 61.0 56.8

2

10 Esc indiv

1 1

434 411 0 94.7 43.4 41.1

5 coop for

1 10

579 60 6 1.0 115.8 12

1º. Dia

3

10 Esc indiv

1 1

410 406 0 99.0 41.0 40.6

5 coop for

2 10

583 10 1 0.2 116.6 2

4

10 Esc indiv

1 1

426 422 0 99.1 42.6 42.2

5 coop for

4 10

580 0 0 0.0 116.0 0.0

5

10 Esc indiv

1 1

416 407 0 97.8 41.6 40.7

5 coop for

5 10

555 0 0 0.0 111.0 0

2º. Dia

6

10 Esc indiv

1 1 419 402 0 95.9 41.9 40.2

5 Coop for 5 15 297 15 1 0.3 59.4 3

7

10 Esc indiv

1 1 441 399 0 90.5 44.1 39.9

5 Coop for 7 15 491 0 0 0.0 98.2 0

8

10 Esc indiv

1 1 444 422 0 95.0 44.4 42.2

5 coop for 9 15 518 0 0 0.0 103.6 0

9

10 Esc indiv

1 1 430 417 0 97.0 43.0 41.7

5 Coop for 11 15 493 0 0 0.0 98.6 0

3º. Dia

10

10 Esc indiv

1 1 442 415 0 93.9 44.2 41.5

Page 63: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

52

Tabela 12 – Aspectos das condições experimentais e resultados : Número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P3 Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coordena-

das

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

5 coop for

1 2

70 76 38 54.3 14.0 15.2

5 ind for 1 1 201 198 0 98.5 40.2 39.6

1 treino

10 Esc indiv

1 1

461 411 0 89.1 46.1 41.1

5 coop for

1 4

160 276 69 43.1 32.0 55.2

2

10 Esc indiv 1 1 455 398 0 87.5 45.5 39.8 5 coop for 1 10 118 870 87 73.7 23.6 174

1º. Dia

3

10 Esc indiv

1 1

497 489 0 98.4 49.7 48.9

5 coop for 2 10 165 560 56 33.9 33.0 112 4

10 Esc indiv 1 1 477 435 0 91.2 47.7 43.5 5 coop for 4 10 80 10 1 1.3 16.0 2.0 5

10 Esc indiv 1 1 562 435 0 77.4 56.2 43.5 5 coop for 5 10 103 0 0 0.0 20.6 0

2º. Dia

6

10 Esc indiv 1 1 572 428 0 74.8 57.2 42.8 5 Coop for 5 15 190 45 3 1.6 38.0 9 7

10 coop/ind 1 1 458 414 0 90.4 45.8 41.4 5 Coop for 7 15 163 0 0 0.0 32.6 0 8

10 Esc indiv 1 1 490 427 0 87.1 49.0 42.7 5 coop for 9 15 54 0 0 0.0 10.8 0 9

10 Esc indiv 1 1 599 427 0 71.3 59.9 42.7 5 Coop for 11 15 113 0 0 0.0 22.6 0

3º. Dia

10

10 Esc indiv 1 1 540 427 0 79.1 54.0 42.7

Page 64: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

53

Tabela 13 – Aspectos das condições experimentais e resultados : número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P6

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coordena-

das

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

5 coop for 1 2 64 76 38 59.4 12.8 15.2

5 ind for 1 1 220 151 151 68.6 44.0 30.2

1 treino

10 Esc indiv 1 1 336 334 0 99.4 33.6 33.4

5 coop for 1 4 226 276 69 30.5 45.2 55.2

2

10 Esc indiv 1 1 336 335 0 99.7 33.6 33.5 5 coop for 1 10 136 870 87 64.0 27.2 174

1º. Dia

3 10 Esc indiv 1 1 337 336 0 99.7

33.7 33.6 5 coop for 2 10 203 560 56 27.6 40.6 112 4

10 Esc indiv 1 1 336 335 0 99.7 33.6 33.5 5 coop for 4 10 535 10 1 0.2 107.0 2.0 5

10 Esc indiv 1 1 336 335 0 99.7 33.6 33.5 5 coop for 5 10 617 0 0 0.0 123.4 0

2º. Dia

6 10 Esc indiv 1 1 336 335 0 99.7 33.6 33.5 5 Coop for 5 15 474 45 3 0.6 94.8 9 7

10 coop/ind 1 1 340 339 0 99.7 34.0 33.9 5 Coop for 7 15 510 0 0 0.0 102.0 0 8

10 Esc indiv 1 1 345 334 0 96.8 34.5 33.4 5 coop for 9 15 563 0 0 0.0 112.6 0 9

10 Esc indiv 1 1 348 348 0 100.0 34.8 34.8 5 Coop for 11 15 575 0 0 0.0 115.0 0

3º. Dia 10

10 Esc indiv 1 1 358 355 0 99.2 35.8 35.5

Page 65: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

54

Tabela 14 – Aspectos das condições experimentais e resultados : número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P4

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coordena-

das

% Ocasiões Reforços

Resp min

Pt Min

5 coop for 1 2 31 12 6 19.4

6.2 2.4 5 ind for 1 1 105 105 0 100.0 21.0 21

1 treino

10 Esc indiv 1 1 326 310 0 95.1

32.6 31 5 coop for 1 4 242 324

81 33.5 48.4 64.8

2

10 Esc indiv 1 1 428 423 0 98.8 42.8 42.3 5 coop for 1 10 238 1320 132 55.5 47.6 264

1º. Dia

3 10 Coop (I) 1 1 424 421

0 99.3 42.4 42.1

5 coop for 2 10 365 730 73 20.0 73.0 146 4 10 Coop (I) 1 1 425 422 0 99.3 42.5 42.2 5 coop for 4 10 379 290 29 7.7 75.8 58.0 5

10 Coop (I) 1 1 436 436 0 100.0 43.6 43.6 5 coop for 5 10 365 180 18 4.9 73.0 36

2º. Dia

6 10 Coop (I) 1 1 434 425 0 97.9 43.4 42.5 5 Coop for 5 15 425 360 24 5.6 85.0 72 7

10 Coop (I) 1 1 427 423 0 99.1 42.7 42.3 5 Coop for 7 15 411 255 17 4.1 82.2 51 8

10 Coop (I) 1 1 422 417 0 98.8 42.2 41.7 5 coop for 9 15 307 195 13 4.2 61.4 39 9

10 Esc indiv 1 1 410 410 0 100.0 41.0 41 5 coop for 11 15 329 165 11 3.3 65.8 33 10

10 Coop (I) 1 1 436 428 0 98.2 43.6 42.8 5 coop for

11 100

284 700 7 2.5

56.8 140

3º. Dia

11

10 Coop (I) 1 1 424 424 0 100.0 42.4 42.4

Page 66: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

55

Tabela 15 – Aspectos das condições experimentais e resultados: Número de respostas emitidas, total de pontos, número de ações coordenadas, percentual de ocasiões de reforços, número médio de respostas

por minuto e número médio de pontos por minuto, em cada sessão do participante P5

Dias Sessão

Tempo

Condição/ escolha do participante

FR Magnit. de

reforço

Respostas

Pontos Ações coordena-

das

% Ocasiões reforços

Resp min

Pt Min

5 coop for 1 2 137 12 6 4.4

27.4 2.4 5 ind for 1 1 258 215 0 83.3 51.6 43

1 treino

10 Esc indiv 1 1 482 417 0 86.5

48.2 41.7 5 coop for 1 4 241 324

81 33.6 48.2 64.8

2

10 Esc indiv 1 1 463 427 0 92.2 46.3 42.7 5 coop for 1 10 238 1320 132 55.5 47.6 264

1º. Dia

3 10 Esc indiv 1 1 452 430

0 95.1 45.2 43.0

5 coop for 2 10 368 730 73 19.8 73.6 146 4 10 Esc indiv 1 1 461 429 0 93.1 46.1 42.9 5 coop for 4 10 396 290 29 7.3 79.2 58.0 5

10 Esc indiv 1 1 457 433 0 94.7 45.7 43.3 5 coop for 5 10 345 180 18 5.2 69.0 36

2º. Dia

6 10 Esc indiv 1 1 435 430 0 98.9 43.5 43 5 Coop for 5 15 425 360 24 5.6 85.0 72 7

10 coop/ind 1 1 447 438 0 98.0 44.7 43.8 5 Coop for 7 15 432 255 17 3.9 86.4 51 8

10 Esc indiv 1 1 470 433 0 92.1 47.0 43.3 5 coop for 9 15 334 195 13 3.9 66.8 39 9

10 Esc indiv 1 1 483 434 0 89.9 48.3 43.4 5 coop for 11 15 380 165 11 2.9 76.0 33 10

10 Esc indiv 1 1 477 428 0 89.7 47.7 42.8 5 coop for 11 100 296 700 7 2.4 59.2 140

3º. Dia

11 10 Esc indiv 1 1 479 435 0 90.8 47.9 43.5

Page 67: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

56

ANEXO II – Modelo do termo de consentimento para a participação na

pesquisa (próprio participante)

Page 68: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

57

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Meu nome é Sandirena de Souza Nery e sou aluna de Pós Graduação do Programa de Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC/SP.

Estou realizando uma pesquisa, cujo objetivo é aprofundar nosso conhecimento sobre as várias maneiras de se executar uma tarefa. Para que a pesquisa possa ser realizada, é necessária a participação de alguns colaboradores voluntários.

Peço sua participação, comparecendo ao Laboratório de Psicologia Experimental da PUC/SP, localizado à Rua João Ramalho, 301, por três dias, para participar das atividades com duração média de uma hora e meia. Os dias e horários serão agendados de acordo com sua disponibilidade.

A tarefa a ser realizada é simples; será um jogo no computador, no qual você ganhará pontos os quais poderão ser trocados, ao final do trabalho, por dinheiro (reais). Além disso, como forma de ressarcimento pelo tempo despendido neste experimento, será pago, a todos os colaboradores que comparecerem a todas as sessões, o valor de R$50,00. Será reembolsado, também, o valor gasto com despesas de locomoção.

Sua participação nesta pesquisa não lhe trará nenhum dano, nem constrangimento e você poderá interromper sua participação no momento em que desejar.

Informo que as sessões serão filmadas e, em alguns momentos, poderão ser gravadas, para uso exclusivo da pesquisadora e sua orientadora.

Sua autorização, representada por este documento, será outorgada mediante o preenchimento de seu nome e assinatura. Sua identidade será preservada e as informações obtidas apenas serão utilizadas em publicações científicas ou congressos.

Eu,..............................................................................................................., concordo em participar voluntariamente da pesquisa de Sandirena de Souza Nery. Declaro que li e entendi todas as informações referentes ao estudo e que todas as minhas dúvidas e perguntas foram dirimidas.

Assinatura:

Data: RG:

Dados do pesquisador:

Endereço para contato Telefone: RG:

Dias programados para comparecimento: Horário:

Page 69: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

58

ANEXO III – Modelo do termo de consentimento para a participação

na pesquisa (dirigido a pais e responsáveis)

Page 70: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

59

São Paulo, de de 2006

Prezados Pais e/ou Responsáveis

Meu nome é Sandirena de Souza Nery e sou aluna de Pós Graduação do

Programa de Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC/SP.

Estou realizando uma pesquisa, cujo objetivo é aprofundar nosso conhecimento

sobre as várias maneiras de se executar uma tarefa. Para que a pesquisa possa ser

realizada, é necessária a participação de alguns colaboradores voluntários.

Peço vosso consentimento para que --------------------------------- participe dessa

pesquisa, comparecendo ao Laboratório de Psicologia Experimental da PUC/SP,

localizado à Rua João Ramalho, 301, por três dias, participando das atividades com

duração média de uma hora e meia. Os dias e horários serão agendados, de acordo com

a disponibilidade de vosso (a) filho (a).

A tarefa a ser realizada será a participação em um jogo no computador, que

possibilitará acúmulo de pontos, os quais poderão ser trocados por dinheiro (Reais) ao

final de todo o trabalho. Além disso, como forma de ressarcimento pelo tempo

despendido neste experimento, será pago a todos os colaboradores que comparecerem a

todas as sessões, o valor de R$50,00. A título de reembolso de despesas com

locomoção, será pago o valor de R$5,00 por dia.

Informo que a atuação, nesta pesquisa, não oferecerá nenhum constrangimento

nem dano ao menor, e será mantida sob sigilo a identificação dos envolvidos e a

participação poderá ser interrompida a qualquer momento em que o participante e/ou

responsável desejar.

Esclareço que as sessões serão filmadas e, em alguns momentos poderão ser

gravadas, para uso exclusivo da pesquisadora e sua orientadora.

Coloco-me inteiramente à disposição para os esclarecimentos que se fizerem

necessários, agradecendo, sincera e antecipadamente, por dispor de sua colaboração.

Atenciosamente,

Page 71: i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

60

Eu ___________________________ CPF na condição de e

responsável autorizo a participação do menor _______________________, conduzida

pela pesquisadora Sandirena de Souza Nery, para conclusão de seus estudos de

mestrado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC/SP.

______________________________

Pais e/ou responsáveis