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Instituto de Educação Infantil e Juvenil Outono, 2017. Londrina, de Nome: Ano: Temp o Início: Término: Total: Edição 7 MMXVII Especial Grupo alfa FAZENDA DA TOCA A startup caipira de Pedro Paulo Diniz Um mergulho na fazenda de orgânicos de Pedro Paulo Diniz. Fica em Itirapina (SP), mas opera como se estivesse no Vale do Silício

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Instituto de Educação Infantil e Juvenil

Outono, 2017. Londrina, deNome:

Ano:

Tempo Início: Término: Total:

Edição 7 MMXVII Especial Grupo alfa

FAZENDA DA TOCAA startup caipira de Pedro Paulo Diniz

Um mergulho na fazenda de orgânicos de Pedro Paulo Diniz. Fica em Itirapina (SP), mas opera como se estivesse no Vale do Silício

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DE MÔNACO A ITIRAPINA PEDRO PILOTA UM AMBICIOSO PROJETO: FAZER DA FAZENDA DA TOCA UM MODELO GLOBAL DE AGRICULTURA QUE NÃO DEGRADA O PLANETA (FOTO: ROGERIO

ALBUQUERQUE)

A gente cuida bem da galinha, o ovo é consequência. A frase de Rodrigo Cobrello, encarregado da criação de aves da Fazenda da Toca, especializada em alimentos orgânicos, poderia virar um lema da propriedade. Singela e certeira, ela resume bem a filosofia que o dono das terras, o empresário Pedro Paulo Diniz, filho de Abilio e ex-piloto de Fórmula 1, vem implementando no local, desde que começou a tocar o projeto de produção de orgânicos, em 2005. Cuidar bem das galinhas, do solo, da água, da biodiversidade, não é discurso vazio, marqueteiro. É método. “O propósito é criar sistemas de produção regenerativos, inspirados no conceito de plantio agroflorestal”, afirma Diniz, diante de um dos laranjais da fazenda, localizada a 212 km de distância da capital paulista, no município de Itirapina. É assim que a Toca se diferencia dos concorrentes. E é assim que Diniz pretende transformá-la na maior fazenda produtora de alimentos orgânicos do país.

Pausadamente, ele explica o que são esses sistemas e o que eles têm de único em relação a outras fazendas de produção orgânica. A agricultura, por requerer a derrubada de árvores para abrir linhas de plantio, é uma das atividades mais agressivas para o meio ambiente, e contribui para o desmatamento, para o empobrecimento do solo e para as mudanças climáticas. Há, no entanto, um sistema conhecido como agroflorestal, cuja proposta central é reunir a produção de alimentos à produção florestal, plantando comida em meio às árvores que, no fim de seu ciclo de vida, são comercializadas como madeira. “São sistemas que, ao produzir, ajudam a criar biodiversidade, a preservar a água e, assim, também regeneram o planeta”, diz Diniz.

É o que um dos expoentes desse modo de produção, Ernst Götsch, costuma chamar de “áreas de inclusão permanente” (em oposição às chamadas áreas de preservação). O suíço, radicado no Brasil há 40 anos, dedica a vida a pesquisar e a ensinar o sistema de agrofloresta, também chamado de agricultura sintrópica. Sua fazenda, em Piraí do Norte, na Bahia, é considerada um dos ambientes mais férteis e biodiversos da Mata Atlântica. Compradas em 1984, suas terras haviam sido completamente desmatadas pelo proprietário anterior, que comercializava madeira. Em pouco mais de 30 anos, Götsch reflorestou uma área de 500 hectares, ajudando a alterar o microclima

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da região e a reverter um cenário de seca: ele afirma que, hoje, todos os 17 córregos têm água o ano todo. “Conheci o Ernst, que vem trabalhando em pequenos sistemas agroflorestais há 40 anos, e demos a ele o desafio de começar a desenhar junto com a gente esses mesmos sistemas em uma escala maior”, conta Diniz.

INCLUSÃO PERMANENTE NO POMAR, AS LARANJAS DIVIDEM ESPAÇO COM ÁRVORES QUE, EM FAZENDAS CONVENCIONAIS, SERIAM DERRUBADAS, COMO O ARARIBÁ E O EUCALIPTO (FOTO: ROGERIO ALBUQUERQUE)

Tradicionalmente aplicada em propriedades familiares, a agrofloresta vem sendo implantada em larga escala de maneira inédita no mundo pela Fazenda da Toca. Com 2,3 mil hectares, a propriedade da família Diniz produz frutas, hortaliças e ovos, abriga uma planta de engarrafamento de sucos e envase de molhos (que, além da marca própria, terceiriza a produção da linha orgânica da

marca Taeq) e ainda tem 32% de sua área total dedicada à preservação ambiental. “Esse sistema é muito inteligente, fechado, não requer aporte externo, não gera resíduo, é superprodutivo e se resolve sozinho”, diz Diniz. “Você olha para esse sistema perfeito, com altíssima tecnologia, e se inspira nele.” Embora tudo o que é produzido ali seja orgânico, apenas uma pequena parcela já é proveniente do sistema agroflorestal, de implantação mais recente. “A gente vem há mais de três anos fazendo esses desenhos com o Ernst”, afirma Diniz. “Ele já cuidou diretamente da área de pesquisa e desenvolvimento e agora atua como fonte de inspiração e coordenação – temos alguns técnicos que foram treinados por ele e que atuam diretamente com a gente aqui.”

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No momento, a área de pesquisas aplicadas para o desenvolvimento da agrofloresta ocupa 50 hectares. “Na carona dessas unidades piloto, temos universidades fazendo pesquisa”, diz Osvaldo Viu Serrano Júnior, o “Juca”, que é o gerente agrícola da Fazenda da Toca. Entre as parcerias acadêmicas, ele menciona a Unicamp, a Embrapa e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e diz que o desenvolvimento das áreas de pesquisa aplicada se dá de forma dinâmica. “Avaliamos os resultados do que estamos fazendo: o que não dá certo repensamos, prototipamos e vamos fazendo um ciclo de melhoria contínua.” Juca ressalta que as equipes têm como diretriz avaliar os resultados de forma isenta. “A gente quer que essa prática seja 100% do que a gente faz, mas isso não pode fazer com que analisemos os resultados de forma apaixonada”, diz ele. “A gente pretende crescer nos

mercados de alimentos, como sucos e molhos, com a base toda de produção de plantas orgânicas, agroecológicas e agroflorestais. Mas temos os outros negócios rodando.” Nos próximos quatro anos, a meta é expandir a área de agrofloresta para 400 hectares. E os pomares orgânicos de laranja, tangerina e manga já estão em processo de conversão.

EM CÍRCULOS DINIZ, NO ESCRITÓRIO-SEDE, ONDE AS EQUIPES TRABALHAM EM AMBIENTES COMPARTILHADOS, SEM PAREDES, E AS DECISÕES SÃO TOMADAS POR CONSENSO (FOTO: ROGERIO ALBUQUERQUE)

Novas fronteiras

É nessas áreas que se concentram os esforços de inovação, que têm como um de seus principais desafios desenvolver soluções de mecanização e de novas tecnologias que se adaptem aos requisitos de manejo do solo. Isso

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porque a agrofloresta requer uso de mão de obra intensiva. Um dos elementos fundamentais é a poda das árvores: os galhos e as folhas são triturados e incorporados às linhas de plantio como biomassa para alimentar os canteiros. Além de máquinas adaptadas a essa realidade e novas tecnologias, a equipe também se dedica a desenvolver parcerias e a pensar novos arranjos de trabalho, que permitam aplicar o modelo em larga escala, zelando pela sustentabilidade em termos ambientais, econômicos e sociais. “Nesse nosso desafio de ter 400 hectares agroflorestais em quatro anos, a gente está pensando muito em ter parceiros em vez de funcionários”, afirma Diniz, referindo-se ao modelo de parcerias agrícolas em que o proprietário da terra e o parceiro produtor compartilham os resultados (e os riscos) da colheita. “A gente vê isso como um modelo para escalonar, especialmente porque, socialmente, é muito interessante, gerando renda tanto para o dono da terra quanto para o parceiro.”

Aliás, já existe em curso um piloto desse modelo de parceria agrícola, que foi implementado para contornar um problema. Ao converter um dos pomares para o sistema de agrofloresta, bananeiras foram plantadas sob as mangueiras. Quando chegou o momento de colher as bananas (e derrubar os pés para alimentar o solo), o diretor operacional, Otavio Negrelli, procurou Pedro Paulo Diniz. A conta não fechava. Apesar de as bananeiras serem muito eficientes em termos de geração de matéria orgânica para alimentar o solo, seria preciso colher cerca de 6 toneladas de banana por mês, e o custo de mão de obra inviabilizaria o sistema.

Diniz conta que este foi um dos momentos em que ficou muito claro para ele mesmo o impacto de sua mudança de vida radical – de piloto de Fórmula 1 que vivia em Mônaco a empreendedor rural – sobre a sua personalidade. “O contato com a natureza transformou principalmente o meu modo de fazer conexões. Eu me pus a pensar como é que a natureza fecha a conta. Como a banana funciona numa floresta nativa, quem a maneja para ela prosperar?” E concluiu que, na impossibilidade de contratar macacos, tinha de encontrar alguém com as mesmas motivações, alguém que viesse pela banana – e não só para mais um trabalho. Um dos biólogos que já haviam trabalhado na fazenda se voluntariou a ser esse parceiro. “É um cara novo, que decidiu que queria trabalhar com agricultura e virou um microempreendedor. Ele recebe por produtividade da banana, igual ao macaco”, afirma Diniz. “Para o futuro, essa tecnologia é o que a gente precisa para o braço social do sistema funcionar. Para mim, esse modelo é muito importante.”

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O modo com que a Fazenda da Toca explora essas novas fronteiras agrícolas reflete bem o que Diniz diz ser seu lema: “pensar grande, começar pequeno e agir rápido”. Dois outros movimentos refletem bem isso, apesar de caminharem em sentidos contrários: o das vacas e o das galinhas. Em meados de abril, a empresa anunciou que iria descontinuar a linha de produtos lácteos, que incluía iogurtes, requeijão e manteiga. Embora a fábrica tivesse apresentado diversos avanços de produtividade e os produtos contassem com alta aceitação de mercado, a complexidade da operação requeria uma decisão radical. “Constatamos que a cadeia de lácteo requer um alto nível de energia, esforço e investimento, e que isso estava competindo com os esforços da pesquisa de sistemas regenerativos”, afirma Diniz.

Para garantir que os produtos de seu laticínio atendessem às exigências da certificação orgânica e pudessem se posicionar em uma faixa premium de mercado, tudo era feito ali, incluindo o plantio do milho que seria posteriormente transformado em ração para o gado leiteiro. Feitos sem conservantes, os laticínios tinham tempo de gôndola extremamente reduzido em relação aos convencionais (um iogurte da Toca tinha validade de 28 dias; a de um produto padrão é de 45 dias). E, além dos desafios de logística impostos por isso, ainda era preciso competir com gigantes internacionais por um espaço caro das redes de varejo, que são as gôndolas frias. Alguns funcionários foram realocados, mas ainda assim mais de 30 pessoas foram demitidas. As vacas serão leiloadas, idealmente para um outro laticínio orgânico.

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E, antes que alguém tente atrelar o encerramento do laticínio a um reflexo da crise, outra decisão de negócio da Fazenda da Toca corrobora os números gerais do segmento de alimentos orgânicos, que ignorou o curso da economia e cresceu 30% no Brasil em 2015. Estamos falando das galinhas – mais especificamente de seus ovos. Iniciada com 1,2 mil aves, a criação soma hoje 30 mil galinhas da raça Lohmann Brown. E o plano é chegar ao final de 2016 com 70 mil, respondendo à demanda por ovos orgânicos nos principais centros de consumo do país. Divididas em lotes de 12 mil aves, elas são criadas soltas em piquetes de 45 mil metros quadrados. Embora passem o dia ciscando, são alimentadas com ração e milho germinado. Chamadas de “fias” por seus tratadores, as aves são apontadas como um bom exemplo do retorno que os investimentos de uma produção orgânica podem gerar.

Tratadas com homeopatia, as aves chegam à fazenda com 1 dia de vida. E só começam a produzir com 19 ou 20 semanas, bem mais tarde do que as galinhas convencionais. Rodrigo Cobrello, encarregado agrícola que supervisiona a criação, conta que, em compensação, as galinhas da Toca botam ovos por mais tempo: chegam a produzir por até 115 semanas (a média das galinhas de granja é de 80).

“A gente cuida bem da galinha, o ovo é consequência”, diz Cobrello. Essa longevidade maior acaba se refletindo no custo. E alinhada com as tendências mundiais de consumo consciente, a Fazenda da Toca começa a

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estudar uma forma de destinar essas aves para consumo ao final de sua vida produtiva. “Eu digo que os sistemas agroflorestais são um sistema de free energy, como o do Nikola Tesla. Você vai gerar muito mais do que você põe. Os sistemas naturais são assim e isso é genial”, diz Pedro Paulo Diniz.

BEM-ESTAR AS GALINHAS, TRATADAS COM HOMEOPATIA, COMEÇAM A PRODUZIR BEM MAIS TARDE QUE AS GALINHAS CONVENCIONAIS. EM COMPENSAÇÃO, BOTAM OVOS POR MAIS TEMPO (FOTO: ROGERIO ALBUQUERQUE)

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DIVERSIFICAÇÃO COM 2,3 MIL HECTARES, A PROPRIEDADE DA FAMÍLIA DINIZ TAMBÉM ABRIGA UMA PLANTA DE ENGARRAFAMENTO DE SUCOS E ENVASE DE MOLHOS (FOTO: ROGERIO ALBUQUERQUE)

Gestão em círculos e meditação

O foco nos sistemas regenerativos e, consequentemente, na pesquisa aplicada dos sistemas de agrofloresta em grande escala é um

desdobramento da visão inicial de Diniz que, em 2005, começou a pesquisar como levar as novas diretrizes de sustentabilidade para a fazenda da família, a mesma em que passou as férias na infância. Na época, ele havia montado um pequeno fundo de investimentos em negócios sustentáveis, o GreenTech, e os orgânicos vieram como resposta óbvia. Mas o propósito e o diferencial da Fazenda da Toca foram lapidados em um processo de planejamento estratégico, concluído recentemente e conduzido por Marcelo Cardoso, da consultoria MetaIntegral, que foi vice-presidente de sustentabilidade da Natura e ajudou a empresa de cosméticos a implantar seu sistema de gestão.

O segmento de alimentos orgânicos ignorou o curso da economia e cresceu 30% em 2015”

Ao longo de nove meses, Cardoso e sua mulher, Del Mar Franco, auxiliaram a equipe de gestão da fazenda a mergulhar em um processo para entender o papel e o propósito do negócio, e onde eles pretendem estar em dez anos. “Os desafios socioambientais estão no centro do negócio da fazenda e são o motor das inovações que ela pode promover”, diz Marcelo Cardoso. “O objetivo do trabalho é colocar no desenho da empresa estratégias para que ela consiga criar impacto positivo no planeta, auxiliando-a a incorporar o que acredita em seu jeito de operar.” Em alguns workshops de dois dias e, posteriormente, em reuniões quinzenais que duravam um dia inteiro, um grupo de 15 pessoas trabalhou para construir a identidade e traçar um planejamento estratégico orientado pelos princípios de regeneração.

Também fazia parte deste trabalho implementar um sistema de gestão em círculos, horizontalizado, que quebra a hierarquia tradicional, e no qual as decisões são tomadas de forma coletiva. Um dos resultados imediatos foi uma reorganização, que integrou a gestão da fazenda à do Instituto Toca, que desenvolve projetos de pesquisa e educação para os saberes da natureza, e que ajudem a difundir uma cultura de vida orgânica. “Sentimos que, com o

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Instituto separado do negócio, perdíamos força de inovação”, diz Cardoso. Para integrar culturas de trabalho muito diferentes, eles se valeram de uma metodologia de tomada de decisões coletivas chamada de democracia profunda. Desenvolvida na África do Sul, ela se propõe a contemplar as opiniões das minorias. “É um sistema muito bacana porque, em vez de consenso, ela busca comprometimento”, explica Cardoso. “Investigamos o que aqueles que, a princípio, discordam de uma decisão precisam para se comprometer com ela. E isso fortalece as equipes.”

Para quem acha o negócio meio hippie, Diniz exibe  planilhas: em 2015, dobrou o faturamento”

Pedro Paulo Diniz é um grande entusiasta desse tipo de gestão colegiada. Demonstra orgulho quando conta que as reuniões desse grupo de gestão começam sempre com uma sessão de “mindfulness”, uma espécie de meditação. Ele conta que a decisão de fechar a unidade de lácteos foi tomada nesse círculo de liderança, também como parte do trabalho de planejamento estratégico. “Foi uma decisão dura, pessoalmente difícil, mas também muito madura, graças a esse processo mais horizontalizado”, afirma Diniz. Ressaltando que é fundamental ser “caxias” com as metodologias, ele acredita que a gestão em círculos é transformadora por ser transparente, por criar relações de confiança e evitar o afastamento, o distanciamento. Diniz afirma que, inclusive, vem estimulando a adoção dessas metodologias pelo Península, o grupo empresarial que reúne seus irmãos e seu pai, Abilio Diniz. “Vários deles gostam da ideia. É uma escola diferente da do meu pai, mas acho que intuitivamente ele, que é um cara que sempre criou times fortes, acredita nela.” E para quem acha que tudo isso é um pouco hippie, ele gosta de ressaltar a importância das planilhas. Embora não abra os números, diz que o faturamento em 2015 foi mais do que o dobro do ano anterior. Com produtos presentes em 1,8 mil pontos de venda em todo o Brasil, espera repetir o feito em 2016. “Tem muito sonho, tem propósito, mas a gente tem de ter resultado financeiro. Porque senão, o modelo não é replicável. E precisamos trazer outras pessoas para cocriar soluções com a gente. E provar que dá para gerar abundância sem destruir o planeta, progredindo junto com ele.”

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Esta é a Julia. Ela quer renovar seu closet de sapato com modelos de grife.

E esta é a Carol. Ela precisa compra um par de sapatos para o seu namorado. Claro, elas usam o Google para encontrar a loja ideal.

E uma das possibilidades é a loja da Vanessa, uma empresária no ramo de calçados femininos.

A Julia procura no Google por sapatos e Carol fez sua busca usando palavras por

‘sapatos masculinos’. Ambas viram o anúncio da loja da Vanessa, que só configurou o termo “sapatos” em suas palavras-chave do Adwords. No mundo ideal o anúncio da Vanessa não deveria aparecer para Carol, ela quer comprar sapatos masculinos, um artigo que a Vanessa não vende. A solução para Vanessa é especificar as palavras-chave que mostrem o que ela vende: sapatos femininos; assim, seus anúncios de sapatos apareceriam para Julia, mas não para Carol.

Para fazer o seu resumo, hoje, escolha, adequadamente, as palavras-chave de cada parágrafo. O ideal são 3 palavras-chave por parágrafo.

Então, enumere os parágrafos dos textos lidos, lembrando-se de separá-los por subtítulos. Escreva, em sua folha de resposta, as palavras-chave destacadas.

Ao terminar de selecionar as palavras-chave, escreva, no espaço do resumo, um texto no qual você utilize todas as palavras-chave para mostrar o que entendeu do texto todo. O seu resumo deve apresentar INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO.

Não se esqueça de escrever títulos e subtítulos.

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VIZINHOS DO CHEFE DINIZ MORA NA FAZENDA COM A FAMÍLIA DESDE 2010, ONDE DIFERENTES COLÔNIAS (FOTO INFERIOR) ABRIGAM 61 RESIDÊNCIAS DE FUNCIONÁRIOS. AS CRIANÇAS DE ATÉ 6 ANOS ESTUDAM NA ESCOLA TOCA DO FUTURO, ONDE PLANTAM SUA PRÓPRIA MINIAGROFLORESTA