iii congresso nacional de educadores notre dame 03 a 06 de setembro de 2010 passo fundo - rs...
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III CONGRESSO NACIONAL DE EDUCADORES NOTRE
DAME
03 a 06 de setembro de 2010
Passo Fundo - RS
“Temos uma grande história para contar e uma grande missão a
realizar”.
Júlia Billiart, a mulher que acreditou na mudança.
Maria Rosa Júlia Billiart nasceu em Cuvilly, na região da Picardia, França, aos 12 de julho de 1751.Filha de Jean François Billiart e de Louise Antoinette Debraine.
Picardia:Picardia:Região localizada ao sul do famoso Canal inglês. Região com mais de 1,5 milhões de habitantes. Cenário esplêndido. Tem uma riqueza de diferentes culturas. Várias igrejas, mosteiros e maravilhosas catedrais.Picardia é o berço de arte gótica.
Cuvilly -Cuvilly - situada 10km ao norte de Compiègne. Cidade linda, casas bonitas, ruas largas, hortas bem cuidadas, campos fecundos, prados férteis. É um pedacinho de terra pacífico e abençoado, chamado: “ o celeiro dos “ o celeiro dos parisienses”. parisienses”.
Casa de Júlia Billiart, reformada em 1982. Hoje, propriedade da Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namur.
Júlia cresceu alegre e feliz no seio de sua família. Grande admiradora da natureza, da criação, cedo aprendeu a rezar, a silenciar, a contemplar Deus na vida. Criança ainda, (7anos) Júlia tornou-se catequista.
Reunia as crianças para contar-lhes histórias da vida de Jesus.
A família Billiart, por sua retidão e convicção religiosa, gozava de
grande estima.Mas o peso dos impostos, as
várias colheitas fracassadas, o roubo no pequeno mercado do
pai, aos poucos, levaram a família a experimentar os
efeitos da pobreza.
- foi vender o que restou no mercado; - no período das colheitas, como diarista, ia aos campos para trabalhar.
Júlia, aos 16 anos de idade, sentindo o sofrimento dos pais, redobrou os esforços para ajudar a família:
Transformou este serviço num espaço de EVANGELIZAÇÃO dos operários.
Menina humilde, de pouca formação, com o coração repleto de Deus, possuía as características do francês autêntico: inteligência prática, abertura, honestidade, autenticidade, espírito apaixonado, compreensão rápida.
Pe. Dangicourt, seu orientador, logo percebeu nela a ação do Espírito de Deus. Aos 15 anos, Júlia consagrou sua vida a Deus.
Júlia cultivava a espiritualidade da época: profundo amor ao Coração de Jesus, sintetizando sua experiência de Deus na expressão: “O bom Deus”“O bom Deus”, e, e especial especial amor à Virgem Maria, sob cuja proteção colocou a Congregação das Irmãs de Notre Dame.
Em 1774, aos 23 anos, no inverno, Júlia estava no mercado com seu pai, quando ele foi atingido por uma pedra, seguida de um tiro.
Esta agressão à vida do pai abalou a saúde de Júlia, gerando trinta anos de duro sofrimento até a paralisia completa, por mais de vinte anos.
Paralítica, acometida de muitas dores, restrita ao seu quarto, Júlia tornou-se grande catequista, mulher provada pelo sofrimento, mulher de escuta e de oração. Júlia atraia a todos pela sua bondade.Esta foi a escola que lhe conferiu o título de “mulher experimentada na dor, mulher de contemplação, mergulhada no mistério de Deus”.
Expressão que brotava de seus lábios, em todas as circunstâncias
de sua vida, traduz sua compreensão de Deus e revela a
grandeza de sua pessoa.
““OH! OH! Quanto é bom o bom Deus!”Quanto é bom o bom Deus!”
Revolução Francesa
À difícil situação política, econômica, religiosa e social,
somava-se a realidade do povo faminto e empobrecido.
O terror se fez presente, originando um cenário de medo
e de devastação.
Anos de intenso sofrimento sucediam-se... Por proteger os Padres fiéis à Igreja, de tempos em tempos, Júlia precisava fugir e esconder-se em outros lugares. Sua presença ameaçava também a vida dos que a protegiam.
Falando de Júlia, disse Pe. D´ Héry: “Júlia (38 anos) nos deixou a certeza de uma mulher forte na fé e que contribuiu para a conservação da religião durante o tempo difícil da Revolução. Sua influência, através da doutrina cristã, conseguiu fortificar a verdadeira fé do povo”.
Em junho de 1792, aos 41 anos, recebe a notícia da morte do
seu pai. Júlia estava impossibilitada de retornar a
Cuvilly para confortar sua mãe. A paralisia se agravava
sempre mais.
Deus, com amor e cuidado, acompanhava o peregrinar de Júlia. Ele reservava para ela uma grande missão junto à juventude.
Em oração, tocada por Deus, Júlia sentiu o chamado de fundar uma Congregação. (Visão - “Estas são as filhas que te darei em “Estas são as filhas que te darei em um Instituto marcado pela Cruz”).um Instituto marcado pela Cruz”).
Mergulhada em Deus, Júlia se perguntava sobre o chamado que Deus lhe fazia.
Júlia , aos 44 anos, foi a Amiens, onde encontrou sua amiga e primeira companheira - a condessa Francisca Blin de Bourdon, (38 anos). Francisca, mulher da nobreza, e Júlia, a humilde moça do campo, iniciaram uma caminhada conjunta.
Júlia, Francisca e outras amigas, reúnem-se em comunidade, assumindo o cuidado dos pobres e doentes, procuram levar a todos o conforto espiritual.
Sob o olhar curioso dos moradores, reuniam as crianças, com o objetivo de introduzi-las na vida cristã.
Também Pe. Varin reconheceu, em Júlia, uma mulher de fé e de confiança inabalável em Deus. Percebeu que Júlia era chamada a um grande apostolado junto aos
órfãos e pobres.
Na capela de um pequeno Orfanato, no dia 02/02/1804, Júlia, Francisca e Catarina Duchâtel, fizeram sua consagração a Deus, assumindo o compromisso de dedicar-se à instruçãoda juventude feminina e a formar professoras (C 427).
Após dois anos de oração e discernimento, Júlia (53) e Francisca, em Amiens, iniciam o processo de fundação da Congregação.
Assim nasceu a Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namur. No dizer do Cardeal Sterckx: ““Um sopro apostólico, Um sopro apostólico, saído do Coração de Jesus”.saído do Coração de Jesus”. Seus membros deveriam levar, além dos mares, a Boa Nova do amor de
Jesus Cristo.
No início de sua obra, Júlia dizia às Irmãs: “A religião quase desapareceu em nossa Pátria; o número de sacerdotes reduziu-se consideravelmente. Queridas Irmãs, Deus escolheu vocês para fazer reviver a fé e para trabalhar na salvação das almas. Se nós, Irmã São José (Francisca) e eu, não tivéssemos diante dos olhos a salvação das almas, jamais teríamos iniciado esta obra”.
A Congregação cresceu e expandiu- se rapidamente. Aumentava o número de jovens que procuravam a Congregação e nela ingressavam.
Também se multiplicavam os convites para abrir novas escolas.
“Minhas queridas filhas, o tempo em que vivemos exige coragem, pessoas generosas que buscam a glória de Deus, como a maior aspiração do coração (C 23.06).
Em relação ao início da Congregação,Júlia dizia:
Na formação, Júlia acentuava, com energia, a necessidade da
vida espiritual.vida espiritual. À preocupação com a formação
interior de suas Irmãs, unia o esforço para formá-las como professoras competentes e, especialmente, como boas
catequistas (C 422).
Júlia, desde o início, procurou professores competentes da Sorbonne,
para proporcionar às Irmãs uma sólida formação pedagógica e para
introduzi-las, mais profundamente, no conhecimento da religião. Com
firmeza, repetia: “Poupai, poupai à “Poupai, poupai à família e à sociedade as vidas estéreis. família e à sociedade as vidas estéreis.
Formai pessoas devotadas, Formai pessoas devotadas, fecundas...”fecundas...”
Nas raízes da Congregação, está latente a sua finalidade, o pulsar do CARISMA:
““Proclamar ao mundo a bondade Proclamar ao mundo a bondade de Deus, através da educaçãode Deus, através da educação - dos órfãos e dos pobres, e da e da catequesecatequese - caminho para construir
a nova imagem de Deus, o Bom Deus”.
Com coragem e abertura, Júlia soube adequar-se ao tempo: - aceitou alunos pagantes para garantir a escola aos pobres; - abriu internatos para formar as jovens e preparar boas mães; - insistiu na formação de professoras.
As 454 Cartas de JúliaAs 454 Cartas de Júlia, preciosa herança da Congregação,
testemunham sua paixão pelo Bom paixão pelo Bom Deus,Deus, seu interesse pela formação dos membros, seu desejo de expandir a
Congregação, atuando na formação das crianças e jovens. Júlia, com perspicácia, sabia ler e interpretar os sinais dos tempos, adequando-se aos
mesmos.
Júlia, mulher ousada e corajosa, fez seu o pulsar do Coração do Mestre; como Ele, tornou-se a
incansável mulher das estradas,mulher das estradas, das buscas, das mudanças, de encontros que abriram novos espaços missionários (C 431).
Aos 16 de abril de 1816, tendo concluído a sua missão, Júlia entregou sua vida ao Bom Deus.
E o povo afirma: ““Morreu a Santa!”Morreu a Santa!”Aos 22 de junho de 1969, a Igreja elevou Júlia à glória dos altares, declarando-a: SANTA JÚLIA BILLIART!SANTA JÚLIA BILLIART!
SANTA JÚLIA SANTA JÚLIA BILLIART, a BILLIART, a Santa Santa da Bondade, a da Bondade, a mulher da mulher da mudança e da fé, mudança e da fé, acompanhe e acompanhe e abençoe a missão abençoe a missão NOTRE DAME.NOTRE DAME.