imaginar/ação

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proposta de atividade educativa para o museu da cultura cearense do dragão do mar davi oliveira coordenação pedagógica de ícaro souza imaginar / ação

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Projeto gráfico de proposta educativa para o Museu da Cultura Cearense, do Centro Cultural Dragão do Mar.

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proposta de atividade educativa para o museu da cultura cearense do dragão do mar

davi oliveira coordenação pedagógica de ícaro souza

imaginar / ação

A pedido do nosso coordenador Icaro Souza, os educadores deveriam escrever um pequeno artigo, reflexões ou pensamentos sobre a exposição Sobrenaturezas Sobnaturezas do Museu da Cultura Cearense para que possamos em grupo, desenvolver outras possibilidades de mediações para grupos de escola. Minhas reflexões são as impressões obtidas durante mediações com alunos e visitantes em geral, e em seguida proponho uma oficina de criação que tem como título Imaginar/Ação. Aqui nada é concluído, fechado. A pesquisa deve ser extendida gerando outras possibilidades, discussões, até onde o pensamento permitir.

educadores do

museu da cultura cearense

clara bia cristiano abilio dandara leite davi oliveira

david queirozdelano soares

emanuella soares juliana tavares

johnatan queiroz natan marreiro

paulo w. lima

Quando falamos em Ceará, estamos diante de uma simplicidade de um povo que se manifesta de forma abundante, colorida e expressiva como os mamulengos de Antônio Wagner, e as esculturas de Nino.

Nino nos mostra o poder de imaginar e esculpir uma ave sobre o tronco da árvore que ainda sustenta um macaco e um outro. Os dois pombos brancos sustentados por dois troncos, mais parecem um cacto muito presente na região do Cariri, de onde veio o próprio Nino, Abraão Batista, Cícera Fonseca da Silva e outros. A brincadeira do uso das cores, experimentações com nanquim e lápis de cor, deram forma as criaturas fantásticas de Chico da Silva que habitam em algum espaço irreal em lendas, mitologias e contos. A capacidade do artista de concretizar o que não existe, o que nunca foi visto ou aquilo que se diz existir, nos leva de volta a infância quando podiamos voar, ficar invisível, ter super poderes. Na infância inventamos dragões, anjos, saci-pererê, lobisomem e sereias. A liberdade de ser e fazer constroem a capacidade da criança de desenvolver ações e hábitos que apenas acrescentam de forma positiva na vida fora e dentro da escola. É um processo humanizador.

Os museus e espaços culturais devem estar preparados para praticar experiências lúdicas e artísticas com o público infantil, uma vez que arte acaba sendo um termo difícil a ser definido para crianças.

Passamos por Gilson Nunes que utilizou da simplicidade do papelão, madeira, palha e outros materiais para a produção de suas máscaras de reisado, e a representação de um anjo negro de Racar que nos leva a refletir sobre os padrões estéticos que envolvem o divino e o sobrenatural. Anjo é branco ou negro? Anjo é homem ou mulher? O que é anjo? Orixá é anjo? As manifestações religiosas e culturais do Ceará transitam nas duas salas da exposição que mais parece um grande fábula contada e cantada pelas criaturas marítimas de José Cordeiro da Silva que nos encanta. A escultura diferente da gravura, nos dá a possibilidade dos diversos ângulos de visão da obra, explorando os detalhes, saindo da superfície plana das telas como visto nos experimentos de Antonio Bandeira e na xilogravura de Abraão Batista.

As obras expostas representam a simplicidade de um povo que de em múltiplas formas, manifestam suas vidas, crenças, e valores. Sobrenaturezas Sobnaturezas aproxima o

público ao nosso patrimônio cultural, à nossa história e nossa arte.

imaginar

Imaginar: Advém da infância. Criar, fantasiar.

Ação: Construir, produzir.

ação

A oficina consiste em que as crianças criem elementos da natureza, ou de algum personagem da cultura nordestina. As crianças utilizarão materiais como garrafa pet, papelão, latas, argila.

Materiais simples, assim utilizados pelos artistas da Sobrenaturezas Sobnaturezas. Durante a mediação, o educador deve dialogar com os alunos sobre o imaginar. Dialogar de qual seria a inspiração dos artistas para representar os personagens ali expostos. Provocar nos alunos a temática de padrões estéticos do divino. O ‘Anjo’ de Racar pode ser uma boa obra para se trabalhar a questão da cor da pele. Permitir que a criança busque em seu mundo imaginário, suas próprias representações da natureza, das lendas e histórias. Os educadores deverão fazer uma coleta de materiais que serão utilizados nas oficinas. Os materiais podem ser diversos como plástico, tecido, papel, tinta, entre outros. A atividade poderá ser realizada em algum espaço reservado com antecedência do Dragão do Mar.

Etapas da oficina 1. Os alunos deverão se dividir em grupo com 4 a 5 integrantes onde todos devem ser colaborativos na criação do objeto. 2. Os alunos terão até 40 minutos para criar o objeto. 3. Cada grupo fará a apresentação do seu objeto, devendo explicar suas formas, as inspirações, etc. 4. O grupo poderá levar para escola/casa o objeto criado. No fim da atividade, questionar as crianças o que acharam da atividade. Como se sentiram em criar o objeto, as dificuldades, os processos. Deixar a criança se ver como um artista através da atividade.

Objetivos da oficina

Permite a criança exercer sua liberdade de criação, invenção. A atividade lúdica aproxima a criança da arte, do fazer arte. Com o uso dos materiais, a criança terá a compreensão das coisas que se transformam, da noção de inventividade.

projeto para o museu da cultura cearenseimaginar / ação