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IMPLANTAÇÃO DO MATERIALDIDÁTICO POSITIVO 2012
CIÊNCIAS DA NATUREZAE BIOLOGIA
Ana Paula Amorim
Irene Domareski
0800 725 3536
Lucas Nogueira
Marcelo Valério
Arilson Sartorelli Ribas
Coordenador de Ciências da Natureza e Educação Física
ienciasnaturais
http://www.portalpositivo.com.br/spe/c
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Ciências da Natureza e Biologia
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EXPEDIENTE
A apostila do curso de Implantação do Material Didático Positivo 2012 da área de Ciências da
Natureza e Biologia é destinada às Escolas Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino SPE.
Nela está contida a apresentação da Proposta Pedagógica do SPE e dos Livros Integrados de Ciências
da Natureza e Biologia.
Compõem a equipe de assessoria desta área:
Ana Paula Amorim
Irene Domareski
Lucas Nogueira
Marcelo Valério
Arilson Sartorelli Ribas
Coordenador de Ciências da Natureza e Educação Física
Ciências da Natureza e Biologia
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1. Apresentação do Livro Didático Integrado Positivo e da organização dos conteúdos
Olá, Educador; olá, Educadora. Sejam muito bem-vindos! Que este seja o primeiro de muitos
encontros que estão por vir.
No dia de hoje, apresentaremos o Livro Didático Integrado Positivo (LDIP), sua articulação com o
Portal Positivo e a proposta pedagógica da área de Ciências e Biologia. Compreender a organização didática
do Livro Integrado, bem como as possibilidades de exploração dos recursos didáticos nele descritos e a ele
articulados são os objetivos deste encontro. Também iremos refletir sobre aspectos de planejamento e
avaliação, que em nosso entender é fundamental para auxiliar a organizar de uma maneira mais eficiente o
tempo disponível e o fazer pedagógico em sala de aula.
O Livro Didático Integrado é para o Sistema Positivo de Ensino o eixo articulador de sua proposta de
organização curricular e mediação pedagógica e está planejado para atender as necessidades pedagógicas da
escola. Por isso, os programas conceituais consideram as necessidades de cada série ou ano, contemplando
diferentes níveis de profundidade e sistematização, bem como a inter-relação das diversas áreas de
conhecimento.
Elaborado por uma equipe de professores altamente capacitada, sendo resultado de um investimento
em estudos, pesquisas e tecnologia educacional, nossos materiais didáticos partem da premissa que a escola
deve acompanhar as mudanças para garantir ao cidadão uma experiência educacional que corresponda aos
ideais da sociedade. Dessa forma, este material didático sofre um processo contínuo de reescrita e
atualização, com o intuito de atender às necessidades e às mudanças educacionais que a nossa sociedade
sofre constantemente. Tais modificações ocorrem tanto no desenvolvimento dos conteúdos quanto na sua
organização e assim o LDIP se flexibiliza para atender melhor os seus clientes, apresentando-se da seguinte
maneira:
− Livro Didático Integrado Positivo Regular (LDIPR): Disponível do 6º ano ao 8º ano do Ensino
Fundamental e para as três séries do Ensino Médio. Está estruturado em quatro volumes anuais em todas as
séries, havendo um livro destinado ao professor, com orientações metodológicas, e outro, aos alunos.
- Livro Didático Digital do Ensino Médio: Disponível para a 1ª e 2ª série do Ensino Médio. É a versão
digitalizada do Livro Didático Integrado Positivo regular impresso. Assim como o Livro impresso, há o livro
destinado ao professor, com orientações metodológicas e, outro, aos alunos.
− Livro Didático Integrado Modular Positivo (LDIMP): Disponível para o Ensino Médio e estruturado
em doze volumes, tanto para o professor (contendo orientações metodológicas) como para o aluno; este
material pode ser utilizado na ordem de conteúdos desejada, visando atender às exigências de processos
seletivos seriados e às necessidades específicas da escola. Neste material os conteúdos estão organizados
conforme o quadro a seguir:
Ciências da Natureza e Biologia
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CÓDIGO
B1 Biologia Celular I
B2 Biologia Celular II
B3 Histologia
B4 Fisiologia Humana
B5 Reprodução e Desenvolvimento
B6 Genética e Biotecnologia
B7 Origem e evolução dos seres vivos
B8 Diversidade dos vírus e reinos Monera, Protista e Fungi
B9 Parasitologia
B10 Vegetais
B11 Zoologia
B12 Ecologia
Tabela 1. Volumes do LDIMP por código e seus respectivos conteúdos.
− Livro Didático Integrado Pré-Vestibular Positivo (LDIPVP): Está disponível para a 3ª série do Ensino
Médio nas seguintes versões: Extensivo/Terceirão, 30 horas semanais, em onze volumes por ano para o
aluno e professor; para o professor há também um manual anual para planejamento das atividades;
Semiextensivo, 30 horas semanais, em sete volumes para o aluno e para o professor, mais um manual
semestral para o planejamento do professor. Nos dois casos, a Biologia é dividida em 5 frentes, de A a E
(conforme tabela 2). Há, também, o Extensivo/Modular, que corresponde a 10 módulos com os conteúdos
de Biologia (ver tabela 3), tanto para o professor como para o aluno, podendo ser utilizados na ordem de
conteúdos desejada.
FRENTE
A Embriogênese; Biologia molecular; Citologia; Reprodução humana (DSTs).
B Ecologia; Evolução; Zoogeografia; Vitaminas; Sistemas do organismo humano; Órgãos dos
sentidos; Imunologia.
C Taxionomia animal; Reprodução animal; Embriologia; Reino Protista; Reino Animalia
D
Histologia vegetal; Organologia vegetal; Reprodução sexuada em vegetais superiores; Fruto;
Semente; Bactérias e cianofíceas; Fungos e liquens; Algas; Divisão Bryophyta; Divisão
Tracheophyta; Divisão Gymnospermae; Divisão Angiospermae; Fisiologia vegetal; Reprodução por
propagação vegetativa.
E Genética; Histologia humana; Sistemas do organismo (endócrino e nervoso).
Tabela 2. Volumes do LDIPVP Extensivo/Terceirão por frente e seus respectivos conteúdos.
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Botânica I Fisiologia humana e Saúde
Botânica II Fisiologia II e Histologia
Embriologia e Citologia I Genética
Citologia II Zologia I
Ecologia e Evolução Zoologia II
Tabela 3. Volumes do LDIPVP Extensivo/Modular por frente e seus respectivos conteúdos.
− Suplementos Pedagógicos (SP): Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Matemática Básica, Livro
Didático Integrado do Superintensivo e Memorex.
O LDIP do professor, nas orientações metodológicas, traz um quadro programático dos conteúdos
(unidades) de todas as séries, no primeiro volume, para facilitar um planejamento interdisciplinar, caso a
escola tenha um projeto pedagógico que promova as interações necessárias entre os professores. As
orientações metodológicas contêm, ainda, uma apresentação da unidade de trabalho e os conteúdos
privilegiados na unidade de ensino.
No livro do professor há sugestão de atividades complementares, gabarito com a resolução de todas
as atividades da unidade temática, sugestões de atividades complementares, como filmes, livros e artigos,
para auxiliar no planejamento de cada aula. Durante o ano, a Editora Positivo também encaminha
periodicamente para as escolas conveniadas um kit com simulados (para todas as séries) e revisões (para 3º
ano).
Com relação à organização da grade curricular, no LDIPR, cada bimestre está programado para 24
aulas (3 aulas/semana), e nas unidades de trabalho há, como sugestão, o número de aulas para os
conteúdos específicos. Na terceira série, caso a escola opte pelo material pré-vestibular, recomendamos a
reserva de 40 aulas por bimestre (5 aulas/semana) para a área.
Em sua elaboração textual e metodológica, o LDIP de Ciências e Biologia fornece alguns elementos
para que se possa superar um ensino centrado na transmissão de conteúdos conceituais por meio de aulas
expositivas e no consumo de informações. A proposta é a de que sejam priorizados assuntos que permitam
selecionar conteúdos conceituais de relevância científica, tecnológica e social, possibilitando uma imersão
cidadã.
A escolha rigorosa dos conteúdos conceituais busca elementos que fornecem instrumentos para a
compreensão do Universo, da condição humana, da vida, do espaço, do tempo, da matéria e dos processos
de transformação. Os conteúdos selecionados estão organizados em temas que abrigam a curiosidade, a
dúvida e a percepção do desenvolvimento histórico do conhecimento, permitindo que as definições sejam
pontos de chegada do ensino das Ciências Naturais e permitam a construção de significados.
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Nossa proposta oportuniza, assim, que o educando trabalhe os saberes da área científica
transversalizados pela ética das relações interpessoais, pela inserção da tecnologia no contexto escolar e
pela consciência ecológica.
Ao tratar das questões ambientais, por exemplo, os tópicos abordados evidenciam o papel do ser
humano como agente responsável pelas ações que determinam alterações na vida de todos os seres do
planeta, bem como responsabilidade pelo processo de extinção dos recursos naturais.
Ao professor de Ciências da Natureza cabe mediar o contato de seus educandos com os fenômenos
naturais e instrumentos tecnológicos, partilhando ações de observação e de experimentação que permitam
a solução de questões-problema, instiguem a curiosidade e despertem o gosto pelo conhecer e pelo viver a
própria experiência humana.
Quanto à organização dos conteúdos, para a 2ª fase do Ensino Fundamental, o Livro Didático
Integrado foi organizado em Unidades de Trabalho (UT), três por bimestre, nas quais os conteúdos foram
desenvolvidos. Em cada UT, existem ícones que identificam essas situações e sugerem atividades. Esses
ícones orientam os trabalhos dos educandos, provocando a observação e a interação com a realidade, a
troca de ideias, o levantamento de hipóteses, a pesquisa, a curiosidade, a experimentação, o exercício da
leitura e da escrita, a organização de dados e a representação, para que eles possam construir o
conhecimento estabelecendo relações com o meio social, a fim de serem agentes ativos. Os ícones usados
são os seguintes:
Engloba todas as ações substancialmente práticas, sejam elas aulas de campo ou experiências
científicas. As experiências ampliam a percepção do mundo e instigam a curiosidade, sendo peças-chave nas
aulas de Ciências. De acordo com a experiência proposta, cabe ao professor decidir se será realizada como
demonstração ou com a participação dos alunos. Caso alguma experiência sugerida não possa ser realizada,
pode ser substituída por outra com o mesmo tema. É no aprender a fazer, a experimentar, a criar que o
professor amplia a criatividade e o senso crítico dos alunos.
Envolve as propostas ligadas à pesquisa (livros, CDs, Portal Positivo, Internet e outros). A busca de
informações motiva os alunos a um aprendizado que valoriza a autonomia, ao mesmo tempo que coloca o
educando em contato com as mais diversas fontes de pesquisa. Para que a pesquisa tenha resultados
satisfatórios, é fundamental a participação do professor, que não somente vai orientar onde pesquisar, mas
também como organizar os dados obtidos, a fim de atingir os objetivos propostos. Dessa forma, toda
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pesquisa realizada deve ter um fechamento com a apresentação dos resultados, em forma de painel,
apresentação oral ou escrita, dramatização ou debate.
Este ícone indica orientações de projetos e trabalhos em grupo, com o objetivo de juntos construírem
um resultado. É uma grande oportunidade de aprofundamento do conteúdo e de inclusão de atividades
interdisciplinares. Os projetos representam um caminho muito importante no desenvolvimento da
criatividade, da curiosidade e da apropriação do conhecimento.
Este ícone vem acompanhado de pequenos boxes cujas informações servem de apoio ao conteúdo,
oferecendo dicas e curiosidades gerais. Pode ser acompanhado de atividades ou não. A curiosidade sempre
trará ao aluno a oportunidade de conhecer algo que vai além do conteúdo descrito no livro.
Representa situações ou perguntas que possam colocar em prática o assunto estudado, de forma que
o aluno tenha uma postura reflexiva e decisiva, moldando valores e atitudes voltados à cidadania.
Relaciona o assunto estudado com inovações tecnológicas, explicando a relação com a ciência e a
tecnologia atual. A tecnologia inova o conhecimento científico e traz um novo limite à capacidade humana
de criar. Sempre que for falar sobre tecnologia, também discutirá os impactos ambientais que as indústrias
podem trazer ao ambiente.
Sempre aparecerá em experiência ou atividade que necessite de acompanhamento de um adulto ou
solicite algum material que possa ser perigoso (exemplo: água quente). Orientar os alunos, para que
cumpram as instruções de segurança descritas nas atividades e nas práticas propostas.
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Com a continuidade da escolarização, a passagem para o Ensino Médio causa grande expectativa no
jovem educando e é nesse período da vida que ele começa a ter as primeiras experiências que o levarão ao
mundo do trabalho e da vida adulta. A difícil e normalmente confusa escolha de uma futura profissão e o
assombro dos exames de seleção também acabam por caracterizar essa fase.
O LDIP de Biologia apresenta, então, um trabalho coerente com as intenções educativas que
evidenciam o domínio e a utilização dos códigos e linguagens da Biologia – conforme sinalizam documentos
como a matriz de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (BRASIL, 2009). Aos professores
é disponibilizado um material de qualidade conceitual e metodológica para que o ensino da Biologia possa
buscar, nas relações cotidianas, a formalização e as interpretações que esta área de conhecimento produz
para desvelar o modo como a natureza se comporta e de que forma a vida se processa.
O livro explora metodologicamente os conteúdos conceituais por meio de um corpo teórico e,
posteriormente, em um corpo de atividades, traz os exercícios apresentados na forma de questões dos
principais exames de seleção nacionais. Cada volume contém um conjunto de páginas dedicadas
exclusivamente a questões nos moldes do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Entendemos que o Ensino Médio precisa assegurar ao aluno (e permitir) a construção de esquemas
mentais complexos, no lugar de somente memorizar informações. Para tanto, os conteúdos do Ensino Médio
apresentam uma organização inovadora, com os temas centrais “evolução” e “ecologia” encerrando e
significando toda aprendizagem da área ao final desse nível. Os volumes trazem entre quatro e sete
unidades de trabalho, a serem desenvolvidas a cada bimestre, e contemplam também um grupo de ícones
sugerindo situações de ensino e atividades diferenciadas. Esses ícones conferem significado aos conteúdos,
dando a eles um caráter de atualidade e importância social, além de possibilitar motivação e
aprofundamento nos estudos.
No Ensino Médio, os ícones são os que seguem:
Esta seção relaciona os conhecimentos biológicos com as vivências do dia a dia. Os temas próprios
da Biologia cada vez mais fazem parte do cotidiano das pessoas e das decisões que devem tomar, individual
ou coletivamente.
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Propõe atividades que remetem à história da ciência e aos acontecimentos históricos que
influenciaram e influenciam o conhecimento científico.
A seção pesquisa aprofunda os temas abordados, por meio de pesquisas em fontes diversificadas,
como internet, livros, revistas, jornais, etc.
Esta seção possibilita maior interação e envolvimento dos alunos sobre os temas apresentados. Marca
momentos importantes no processo, sendo útil tanto para a ativação dos conhecimentos prévios quanto
para o desenvolvimento da capacidade de argumentação e articulação na exposição das idéias.
Propõe atividades entre o texto das unidades. Estas podem ser usadas para destacar o tema
abordado na aula e para aplicar o conhecimento construído.
Esta seção apresenta textos que ampliam o conhecimento e estimulam os alunos ao aprendizado da
Biologia. Além disso, estabelecem significativas relações com as mais diversas áreas.
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Destaca uma profissão, apresentando suas características e seus campos de atuação, informações
que podem ser úteis para a escolha da vida profissional.
Apresenta atividades desafiadoras que estabelecem múltiplas conexões do tema com diferentes
leituras (gráfico, textos, imagens ou raciocínio lógico).
Estimula a formação ética e o pensamento crítico dos alunos, por meio de temas que relacionam
aspectos sociais com as diferentes áreas da Biologia.
Tem por objetivo a sistematização, usando para isso diferentes recursos, como ilustrações,
esquemas, mapas conceituais, conceitos-chave ou idéias principais. Esses recursos favorecem o aprendizado
dos alunos e privilegiam uma abordagem diferenciada do conteúdo.
Apresenta, no final das unidades, diversas questões discursivas e objetivas, além de exercícios de
vestibulares de todos os estados brasileiros e do ENEM. Privilegiam-se as atividades que reforçam a
correlação dos temas com o cotidiano e que possibilitam a visão integrada que o material propõe.
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Com base nessas possibilidades, cabe ao professor realizar uma abordagem de ensino que busque a
conscientização e a crítica, necessárias para compreender a influência que a humanidade sofre e provoca no
meio, em si própria e nos outros.
2. A informática na escola
Na história da humanidade, a tecnologia instigou impactos significativos na sociedade, resultando
em transformações culturais e comportamentais. A tecnologia da informática mudou a forma como
elaboramos conhecimentos e o nosso relacionamento com o mundo. Os nossos meios digitais, como a
multimídia, a Internet, a telemática, oferecem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir.
Segundo LEVY (1994),
“Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das comunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, visão, audição e aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada.”
O computador promoveu muitas transformações nos processos intelectuais das pessoas, pois, com a
sua grande capacidade de processamento e armazenamento das informações e problematizações por meio
de programas diversificados, ele conduziu as pessoas a novas formas mentais de reflexão sobre as suas
atividades cotidianas. Portanto, a informática não é uma ferramenta neutra que usamos simplesmente para
apresentar um conteúdo aos nossos alunos. Quando a usamos, estamos sendo modificados por ela.
Aprender com a tecnologia possibilita a professores e alunos usarem os recursos da informática
como ferramentas que os auxiliam no processo de reflexão e de construção do conhecimento. Nesse caso, a
questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas, sim, a forma de considerar essa mesma
tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem. Nessa perspectiva, a
informática na escola permite ao educador ampliar os limites da sua ação pedagógica, tornando as suas
mediações mais dinâmicas e interativas, favorecendo o desenvolvimento de habilidades e competências e
oferecendo aos educandos oportunidades diversificadas de adquirir novos conhecimentos.
Diante desse cenário, a escola deve acompanhar as informações tecnológicas, não ficando alheia às
novas demandas do contexto atual. A sociedade exige, cada vez mais, cidadãos críticos e capazes de se
adaptar às mudanças. Assim, a escola deve buscar novas abordagens para garantir a cada cidadão uma
experiência educacional que corresponda aos ideais da sociedade.
Torna-se indispensável, portanto, acompanhar o desenvolvimento do ensino com esse recurso
tecnológico. O processo educativo contemporâneo está destinado a preparar as novas gerações para sua
inserção no mundo do trabalho e no universo das relações sociais. “Continuaremos a ensinar e a aprender
pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas
agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão
se aprofundando em nossas vidas” (GOUVÊA, 1999).
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2.1. O Livro Didático Digital do Ensino Médio de Biologia
O material é versão digitalizada dos livros impressos. Traz seções especiais para o aluno e para o
professor, com vídeos, links diretos com o Portal Positivo, atividades interativas, aulas previamente
preparadas para o professor com apresentações e imagens, simuladores e, ainda, questões de vestibulares e
do Enem. Ao final de cada unidade, são apresentados os pontos relevantes dos conteúdos abordados,
organizados de modo estruturado, visual e criativo.
2.2. O Portal Positivo (www.portalpositivo.com.br)
Em um processo que se mostra irreversível e irrestrito, a Internet vem sendo aplicada em todas as
áreas do conhecimento. Ela tem encontrado sua aplicação prática na educação, a fim de democratizar a
informação para construir o conhecimento.
Acompanhando esse pensamento e entendendo essa necessidade, o Grupo Positivo disponibiliza o
Portal Positivo, instrumento criado e desenvolvido especialmente para aqueles que se utilizam dos Livros
Integrados (educadores, educandos e comunidade escolar conveniada). Fazendo uso de senhas
personalizadas e individualizadas, que são disponibilizadas pelas escolas, educador e educando passam a
acessar conteúdos atualizados e associados ao saber e ao fazer pedagógico.
A seguir indicamos para os educadores uma pequena relação com conteúdos virtuais vinculados à
área de Ciências da Natureza, Física, Química, Biologia e Educação Física, que podem contribuir no seu
cotidiano e no desenvolvimento de suas aulas, atividades, avaliações e relações com o Livro Didático
Integrado e com seus educandos:
Artigos: especialistas das mais diferentes áreas pedagógicas assinam essa seção,
disponibilizando artigos sobre temas variados e que fazem parte do cotidiano escolar.
Atividades & Experiências: versão on-line da revista de mesmo nome distribuída pela
Editora Positivo às Escolas Conveniadas. Nela é possível acessar reportagens atuais ou em arquivos.
Banco de imagens: há fotos e ilustrações para os educadores e educandos ilustrarem seus
trabalhos e na elaboração de avaliações.
Construtor de páginas: através desse recurso é possível criar, manter e modificar sua própria
Home Page, permite, de maneira bem simples, publicação de trabalhos, gabaritos de provas, atividades,
relatos de experiências, enquetes e, ainda, manter contato virtual com os educandos.
Conteúdo multimídia: possui imagens, sons, simuladores e atividades que auxiliam na
construção do conhecimento.
Conversor de medidas: converte as mais variadas medidas de uma unidade para outra.
Editor de provas e questões: este recurso permite ao educador elaborar, montar, arquivar,
compartilhar e imprimir suas provas, podendo fazer uso de sugestões de questões pré-elaboradas,
separadas por área do conhecimento, série ou ano e assunto.
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Educação Física: é uma seção repleta de informações sobre saúde, esporte e ensino dessa
disciplina.
Encaminhamentos metodológicos: a seção orienta educadores para a utilização plena e
criativa dos recursos do Portal Positivo e da Internet em sala de aula.
Especiais: há conteúdos desenvolvidos especialmente para dar cobertura pedagógica aos
grandes acontecimentos contemporâneos do país.
Eventos: há informações sobre eventos ligados à educação em todo o Brasil para
educadores.
Livros recomendados: estão à disposição de educadores e educandos, centenas de resenhas
de livros de literatura e paradidáticos elaboradas por especialistas de cada área do conhecimento.
Microscopia virtual: possibilita aos educadores e educandos visualizar de modo virtual e
interativo imagens em lupa, microscópio ótico e eletrônico.
Atlas do corpo humano: é uma ferramenta fascinante que vai ajudá-lo a explorar os
sistemas, órgãos e estruturas do nosso organismo de diferentes ângulos e em imagens ampliadas.
Notícias educacionais: diariamente atualizadas, trazem notícias sobre o tema, pesquisadas
nos grandes veículos de comunicação do país e internacionais.
PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais na íntegra para consulta, download ou impressão.
Pesquisa escolar: ícone de pesquisa com enfoque pedagógico. Localiza conteúdos dentro do
Portal Positivo e de sites recomendados dentro da Internet. As informações estão organizadas por nível de
ensino, série e disciplina, facilitando a busca para educadores e educandos.
Temas para sala de aula: são sugestões de atividades para enriquecer o trabalho pedagógico
com datas e fatos importantes.
Enem: acervo de videoaulas exclusivas, em que uma experiente equipe de professores
resolve questões similares às do novo Enem, totalizando 64 horas de conteúdo. Também se encontra
disponível material de apoio (em PDF) para download, links, ferramentas multimídia e simuladores para
aprofundar os temas estudados nas aulas, notícias atualizadas e as provas passadas resolvidas.
Vestibulares (Ensino Médio): é um banco de questões das principais instituições de Ensino
Superior do país para resolver na tela do computador, imprimi-las ou realizar download, classificadas por
disciplina e assunto, além de notícias atualizadas diariamente sobre os principais vestibulares brasileiros.
3. Sobre planejamento do ensino 1
Acredita-se que a atividade de planejar é fundamental em qualquer atividade humana, pois permite
a produção da existência singular de cada sujeito no processo coletivo de construção da sociedade. Segundo
1 Texto adaptado de ROMAGNANI, Patrícia. O planejamento da ação educativa. Curitiba, Editora Positivo, 2003, [s.p.], (texto não publicado).
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KUENZER (1996): “(...) o planejamento reveste-se de função pedagógica, enquanto constitui-se em espaço
coletivo para discussão, para sistematização, para apropriação de instrumentos teórico-metodológicos que
permitam aos participantes rever suas posições, avaliar suas práticas e transformá-las”.
Mas, afinal, o que é planejamento e qual sua finalidade?
Planejar é “estudar” e, diante de um problema, refletir para decidir quais as melhores alternativas
de ação possíveis para alcançar determinados objetivos com base em certa realidade.
É projetar o futuro e as maneiras eficazes para concretizá-lo.
No processo de planejamento, é importante responder às seguintes perguntas:
O que pretendemos alcançar?
A quem pretendemos alcançar?
Em quanto tempo pretendemos alcançar?
Como podemos alcançar isso que pretendemos?
O que fazer e como fazer?
Quais os recursos necessários?
O que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendemos foi alcançado?
Na área da educação, há os seguintes tipos de planejamento: educacional, curricular e de ensino.
O planejamento educacional consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do
desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos a
longo prazo que definam uma política de educação.
Pensando o currículo como a “organização do conjunto das atividades nucleares distribuídas no
espaço e no tempo da escola” (SAVIANI, 1997)”, tem-se o planejamento curricular como a definição de
objetivos finais, conteúdos básicos, delineamento de métodos e estratégias de avaliação, bem como a
utilização de recursos de acordo com a realidade de cada escola e as sugestões apresentadas pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais, com a participação de todos aqueles que direta ou indiretamente estão
ligados à dinâmica do processo educativo.
Já o planejamento de ensino ou plano de ensino é a especificação do planejamento curricular.
Consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula para
organizar o processo de aprendizagem e alcançar os objetivos educacionais propostos. Desenvolve-se com
base na ação do professor, visando ao direcionamento sistemático das atividades. O processo de
planejamento de ensino se configura como condição essencial para o êxito do trabalho docente.
Para o planejamento do ensino, o professor inicialmente procede ao diagnóstico da realidade em
que se insere sua disciplina. Essa realidade envolve as necessidades e as expectativas dos alunos, a
importância e o status da disciplina no contexto do curso, os recursos disponíveis para o seu
desenvolvimento.
Com base nesse diagnóstico, o professor define objetivos, determina o conteúdo da disciplina,
seleciona estratégias e recursos de ensino e também de avaliação.
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Também durante o desenvolvimento do curso, o professor faz novas leituras, dialoga com outros
professores, toma contato com novas experiências educacionais e procede à avaliação dos alunos, da
programação e de sua própria atuação.
Com base na obtenção desses dados, o professor procede ao replanejamento de seu curso. E, muitas
vezes, alterações significativas podem ser feitas no decorrer do próprio ano. Fica claro, portanto, que o
planejamento efetivo constitui atividade contínua e flexível.
Conclui-se que planejar as atividades de ensino é importante, pois evita a rotina e a improvisação,
contribui para a realização dos objetivos visados, promove desta forma a eficiência do ensino, garante maior
segurança na direção do ensino e garante economia de tempo e energia.
Todo plano de ensino tem alguns componentes essenciais. A seguir, vejamos quais são esses
componentes essenciais:
− Identificação: Como a própria palavra diz, identificar um plano é apontar suas características,
discriminar a que disciplina ou atividade se refere, quais as condições em que será realizado, para quantas
turmas, quem é o professor responsável, qual a carga horária, etc.
− Objetivos: O estabelecimento de objetivos orienta o professor para selecionar o conteúdo,
escolher as estratégias de ensino e elaborar o processo de avaliação. Orienta também o aluno, que fica
sabendo o que se espera dele no curso, na disciplina, etc. Existem escolas nas quais o trabalho integrado e a
preocupação com a totalidade do aluno são situações experimentais de todo dia. Isso significa que o
conhecimento é construído e reconstruído, utilizando-se de recursos criativos e dinâmicos. À medida que o
aluno é colocado como sujeito da aprendizagem, a ênfase é para que aprenda a aprender. Existem algumas
formas históricas desse trabalho de integração interdisciplinar: estudo de meio, estudo de temas comuns a
várias disciplinas, projetos, etc.
− Conhecimentos privilegiados: “(...) Os conteúdos, ou seja, os conhecimentos privilegiados são
meios didáticos que proporcionam aos alunos desenvolvimento de competências necessárias ao acesso à
produção de bens culturais, sociais e econômicos e deles usufruírem” (PCNs, 1998). Trata-se de um conjunto
de temas ou assuntos que são estudados durante o curso em cada disciplina. Portanto, devem ser
considerados em uma perspectiva mais ampla, abrangendo conteúdos de natureza conceitual,
procedimental e atitudinal. Alguns critérios podem ajudar na seleção dos conteúdos, que devem trazer
assuntos: atuais e atualizados; que se relacionem diretamente com a vida e a realidade do aluno fora da
escola; que despertem o interesse do aluno e que sejam adequados à sua faixa etária; que permitam
integrar conhecimento de várias áreas, disciplinas ou ciências, levando à superação da fragmentação e
compartimentalização do saber; que despertem curiosidade e repercutam nos novos desafios; que apontem
para o futuro e que permitam diferentes ângulos de análise ou comportem diferentes interpretações.
− Estratégias: São os meios de que o professor se utiliza para facilitar a aprendizagem, ou seja, para
que os objetivos daquela aula, daquele conjunto de aulas ou de todo o curso sejam alcançados pelos seus
participantes. As estratégias ainda se revestem de uma característica instrumental: estão voltadas para a
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consecução de objetivos definidos e para a eficiência do processo de ensino e aprendizagem. Não existem
técnicas boas ou ruins. Há estratégias adequadas ou inadequadas aos objetivos que se pretende alcançar.
− Avaliação: De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a avaliação deve ter
critérios que explicitem as expectativas de aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos propostos
para a área do conhecimento, a organização lógica e interna dos conteúdos, as particularidades de cada
momento da escolaridade e as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do
desenvolvimento cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos tenham
condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social.
Assim, a postura do professor perante o processo avaliativo passa pelas diferenças individuais e as
relações concretas que se estabelecem no âmbito da sala de aula, entendendo a avaliação não como um
momento, mas, sim, como sendo o desenrolar de todo um trabalho mediador que acontece a todo o
momento no espaço da sala de aula.
− Cronograma: O cronograma de atividades é importante porque dimensiona o tempo no
planejamento da aula. Ele deve ser flexível e realizado sempre no início de cada bimestre. Sua finalidade
principal é organizar as atividades que serão realizadas com os alunos durante o bimestre, com base na
sugestão de cronograma proposto pelo Livro Didático Integrado Positivo, pois cada Escola Conveniada tem
seu próprio calendário de eventos. Para isso, é necessário você saber quantas aulas realmente há no
bimestre (descontar feriados, eventos que a escola oferece, e a avaliação quando realizada em horário de
aula).
Em função dessas aulas que você realmente tem, utilize o cronograma proposto pelo material
didático e programe-se para o bimestre. Sempre que possível, deixe uma aula de margem de segurança para
futuras eventualidades que possam ocorrer no decorrer do período. No final desse texto, você encontrará
uma sugestão de cronograma.
− Bibliografia: São os textos com base nos quais os estudos serão realizados. Podem ser livros,
revistas, jornais, poemas, artigos, letras de música, peças teatrais, textos escritos por professores e alunos,
etc.
O planejamento de ensino é desdobrável em três tipos, diferenciados por seu grau crescente de
especificidade: plano de curso, de unidade e de aula.
O plano de curso consiste na previsão de um determinado conjunto de conhecimentos,
competências e habilidades a ser alcançado por uma “turma”, num certo período de tempo (ano letivo ou
semestre). Consiste na forma global das ações a serem desenvolvidas.
O plano de unidade é uma especificação maior do plano de curso. É a orientação da ação em relação
a cada uma das partes do plano de curso, durante uma ou mais aulas. Uma unidade de ensino é formada de
assuntos inter-relacionados. Em princípio, cada unidade deve ser planejada ao final da que a antecede, pois
esta lhe servirá de base ou apoio. Isso significa que as unidades serão planejadas ou replanejadas durante o
curso.
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A especificação das realizações diárias acontece no plano de aula. Neste plano, desenvolve-se a
sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. Constitui-se na sistematização de todas as
atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa
dinâmica de ensino e de aprendizagem.
4. Algumas sugestões sobre avaliação
Um dos desafios dos educadores na área do ensino de Ciências da Natureza e Biologia é, sem dúvida,
a avaliação. Esta questão está diretamente ligada à sua prática pedagógica, à sua concepção de educação, à
sua concepção de Ciências da Natureza e Biologia, à sua percepção das dificuldades e facilidades de seus
alunos, como também aos objetivos de ensino propostos durante a abordagem de determinados conceitos
em Ciências e Biologia ligados, didaticamente, à sua prática em sala de aula.
O que é, afinal, avaliação? A avaliação é um processo que possibilita refletir criticamente sobre
dificuldades, avanços e resistências e tomar decisões sobre os caminhos a serem seguidos. Ao planejar uma
ação, definem-se meios para a sua execução que, consequentemente, trarão resultados.
Como um meio de aprendizagem e uma forma de intervenção pedagógica integrante do processo de
ensino, a avaliação produz instrumentos capazes de acompanhar o movimento de construção de
conhecimento, subsidiando tomadas de decisões e redimensionando a direção da ação.
A avaliação escolar é um processo que indica e fornece informações para a compreensão do estágio
de aprendizagem em que se encontra o educando. Ao mesmo tempo que identifica o que ele é capaz de
fazer com autonomia, indica ao educador o momento e a qualidade da intervenção pedagógica. Isso significa
ajudar o educando a avançar, atendendo às suas necessidades, e a provocá-lo para novas aprendizagens: um
compromisso assumido com o saber, no qual o erro torna-se parte do processo, um momento de síntese
provisória, que revela estratégias cognitivas utilizadas pelo educando na busca do conhecimento. Tomada
nessa dimensão, a avaliação deve ocorrer sistematicamente durante todo o processo de ensino e
aprendizagem.
A avaliação contínua permite, didaticamente, diagnosticar avanços, dúvidas, dificuldade,
entendimentos e compreensões construídos. Essa postura de acompanhamento contínuo, conforme
explicita Libâneo (2001), requer um reposicionamento da escola, que envolve saberes, competências,
questionamentos e iniciativas:
A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e transformar-se num lugar de análises críticas e produção da informação, onde o conhecimento possibilita a atribuição de significado à informação. Nessa escola, os alunos aprendem a buscar a informação (nas aulas, no livro didático, na TV, no rádio, no jornal, nos vídeos, no computador, etc.), e os elementos cognitivos para analisá-la criticamente e darem a ela um significado pessoal. Para isso, cabe-lhe prover a formação cultural básica, assentada no desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas. Trata-se, assim, de capacitar os alunos a selecionar informações, mas, principalmente, a internalizar instrumentos cognitivos (saber pensar de modo reflexivo) para aceder ao conhecimento. (LIBÂNEO, 2001).
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Ao assumir que cognição se articula com reflexão, o educador permite um envolvimento dialogado
com seu educando, facilitando tomadas de decisões na tentativa de superar as dificuldades enfrentadas
durante a qualificação do processo de ensino de Ciências da Natureza e Biologia.
Mas como compreender a avaliação em Ciências da Natureza e Biologia?
Libâneo (2001) afirma que as estratégias do ensinar a aprender devem culminar com o ensinar a
pensar criticamente, pois o ensino deve criar modos para que os educandos pensem e atuem em suas
realidades; o que vale, na avaliação, é a capacidade problematizadora de aplicar conceitos como forma de
apropriação do conhecimento.
Libâneo (2001) também postula que a escola necessita revisar seus valores, num sentido
interdisciplinar, articular Ciências Naturais às Ciências Sociais. Dessa forma, o conhecimento não será
fragmentado ou específico, mas, sim, integrado, contextualizado e relacionado com a realidade dos
educandos envolvidos no processo.
Vale ressaltar que o educador de Ciências da Natureza e Biologia deve instigar a problematização,
através de um contínuo questionamento ao conhecimento. Cada questão explicitada pelo educador pode
desencadear processos reflexivos, questionadores do conhecimento, de seu caráter não neutro, de sua
produção e da presença de produtos em nossas vidas cotidianas. Portanto, a avaliação no ensino de Ciências
da Natureza e Biologia devem envolver critérios e elementos que possam ser adaptados às necessidades dos
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem (educadores, educandos, comunidade escolar, família,
etc.)
Especificamente, a avaliação deve ser participativa, com o educando permanentemente envolvido
no processo de reflexão sobre suas aprendizagens e sendo questionado e desafiado a construir, elaborar,
renovar e aprender criticamente sobre a sua vida (SANTOS, 2006). À medida que o educador está avaliando
as ações e as intenções de seu trabalho, o educando também poderá estar atento ao estágio de
aprendizagem em que se encontra, tomando consciência de seus avanços e necessidades. Para tanto, é
importante que o educando participe da análise dos resultados, discuta com os colegas e dê sugestões.
Trata-se de uma abordagem que capta, além dos aspectos científicos, os aspectos humano, político,
social e cultural envolvidos no processo. Nesse contexto, o professor se torna um educador, que coloca toda
a sua sensibilidade, criatividade e inteligência na compreensão de seu papel.
Essa concepção de avaliação acarreta algumas mudanças na postura do professor, como, por
exemplo:
conteúdo relacionado à prática social dos educandos;
utilização de estratégias que possibilitem a participação ativa do educando na reconstrução do
objeto de conhecimento por meio de problematizações, debates, exposições dialogadas, pesquisas,
trabalhos em grupo, experimentações, estudos do meio, etc.;
incentivo para a elaboração de perguntas por parte dos educandos durante a aula, as quais ajudam a
Ciências da Natureza e Biologia
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revelar o percurso que os educandos estão fazendo na construção do conhecimento;
avaliação processual, acompanhando a construção do conhecimento pelo educando;
compreensão de que a aprendizagem ocorre por ensaios, por tentativas e erros, avanços e recuos;
retomada do problema desde o início, ao constatar que uma noção não foi apreendida ou que as
estratégias de trabalho propostas não deram resultado.
Essas, entre outras, são alternativas que contribuem para uma prática transformadora, não só no
campo da avaliação, mas também da didática e das relações entre educador, educando e escola.
Tendo em vista essas considerações, fazem-se necessários a escolha adequada de formas, os tipos
de avaliação e o questionamento do tipo de conteúdo que é avaliado, ou seja,
“se a avaliação abrangerá aspectos meramente cognitivos ou também outras dimensões do comportamento; se abrangerá aspectos meramente descritivos dos assuntos ou também elementos analíticos e sintéticos; se abrangerá apenas os aspectos teóricos e/ou também práticos; se compreenderá apenas o ângulo da aprendizagem ou também o do ensino, etc.” (AMARAL, 2006).
A avaliação tem de levar em conta “as peculiaridades dos elementos didáticos mobilizados, tais
como: atividades, conteúdos, abordagens, técnicas de ensino e recursos didáticos” (AMARAL, 2006), levando
em consideração outros elementos como os pedagógicos e interacionais do contexto escolar.
Partindo-se do pressuposto de que a avaliação deve estar vinculada à realidade do contexto escolar
da sala de aula e dos referenciais acima apresentados, podemos apontar alguns direcionamentos:
O que avaliar?
A avaliação tem que incidir sobre os aspectos globais do processo de ensino e de aprendizagem.
Tudo deve ser avaliado. Devem-se considerar tanto o resultado final como o processo (atitudes, valores,
potencialidades e desempenho cognitivo do aluno).
Para que avaliar?
Avalia-se para compreender e explicar o processo de aprendizagem, para entender por que esse
processo se deu de determinada maneira, para identificar seus avanços e problemas e encontrar caminhos
para superá-los.
Como avaliar?
Nenhum instrumento de avaliação pode ser descrito como prioritário ou adotado como modelo. São
várias as estratégias de ensino, e também são várias as formas de avaliar.
Observação atenta e constante é a base para uma avaliação que privilegia a aprendizagem e leva em
conta o ritmo de cada estudante. A cada etapa do processo avaliativo o professor elege alguns aspectos e
objetivos a analisar. O problema não está no modo de coletar informações, mas, sim, no sentido da
avaliação, que deve ser de um contínuo diagnóstico das situações de ensino e aprendizagem e de um
instrumento a serviço das aprendizagens. O importante é diversificar o uso de instrumentos, de acordo com
as situações e os objetivos de ensino.
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Quando e como avaliar?
Entendida como um processo, a avaliação deve ser contínua, reveladora de toda a trajetória do
educando, e não centrada apenas no produto. Para tal, deve-se utilizar a maior quantidade e variedade de
meios possíveis (instrumentos diferentes).
Mas quem avalia?
Todos devem avaliar e ser avaliados (educandos, educadores, família, comunidade, indivíduo, o
grupo e o conselho de classe).
Dessa maneira, a avaliação reflete a própria caminhada dos educandos, fazendo com que eles
conheçam suas capacidades e desenvolvam as suas potencialidades, confrontando sua aprendizagem com os
objetivos pretendidos e situando-os em relação a si mesmos e em relação aos demais membros do grupo.
É oportuno dizer que a avaliação dos educandos não pode se restringir apenas a um tipo de
instrumento (prova escrita), pois a utilização de vários instrumentos pode enfocar o domínio de diferentes
habilidades cognitivas e detectar os pontos que são passíveis ou que necessitem de recuperação,
identificando dificuldades e lacunas, o que leva à introdução de modificações e adaptações precisas e
adequadas ao processo de aprendizagem.
A avaliação não deve ser absoluta, pois cada turma, junto com o educador, constitui uma identidade.
Mesmo que o instrumento de avaliação seja o mesmo, devem-se levar em conta as características que são
próprias a cada uma delas.
Para a realização de uma avaliação que leve em conta algumas dessas particularidades, faz-se
necessária uma mudança de postura do educador. Além dos registros numéricos no diário de classe, outros
registros auxiliares serão necessários, conversas durante as atividades, o que exige mais observação e tempo
de envolvimento em outras atividades planejadas que podem compor a avaliação, tais como:
leitura e interpretação de textos científicos;
produção de textos sobre temas específicos por parte dos educandos;
elaboração de relatórios de aulas práticas e demonstrações;
trabalho em equipe para atividades práticas e para pesquisa;
produção de material alternativo em laboratório;
trabalho de pesquisa de campo (entrevistas, observações, etc.);
atividades desenvolvidas em feiras de ciências;
pesquisas em livros, jornais, revistas, televisão, vídeos, Internet, etc.
Além disso, deve-se considerar a possibilidade de alteração das notas, desde que seja demonstrado
um novo conhecimento. Nesse sentido, a instituição ou a utilização de conselhos de turma, envolvendo os
seus diversos educadores, constitui-se numa atividade bastante desejável.
Finalmente, a avaliação deve marcar presença em todas as etapas do processo de ensino e de
aprendizagem, oferecendo bases para as decisões iniciais dos educadores e servindo-se de referência para
organizações de práticas pedagógicas que se adaptem mais ao contexto educativo. Neste sentido, e de
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acordo com HADJI (2001), deve-se estar atento às diferentes fases do processo avaliativo:
Especificação do objeto de avaliação.
Escolha de um desencadeador, ou seja, de um comportamento observável, apropriado.
Identificação e coleta de informações úteis no âmbito de um conjunto de questões a serem
colocadas ao produto avaliado.
Tratamento e interpretação das informações coletadas.
Comunicar o julgamento, respeitando certas exigências éticas.
Pensar e pôr em prática encaminhamentos e soluções.
5. A organização do trabalho do educador
Com base nessa reflexão sobre planejamento e avaliação, a abordagem do LDIP de Ciências e
Biologia objetiva promover a compreensão do mundo natural, sociocultural e tecnológico, por meio do
conhecimento científico, fundamentado na inter-relação dos conceitos e do universo cultural do educando.
Mas para que o trabalho desenvolvido pelo educador em sala de aula alcance as suas metas
objetivadas, é necessário criar suas próprias fichas de planejamento. E como contribuição para o seu
trabalho, elaboramos dois exemplos de fichas de planejamento de ensino (disponíveis nos anexos) que são
propostas de intervenção para duas unidades de trabalho dos materiais didáticos Positivo (uma do Ensino
Fundamental e outra de Ensino Médio). É com base nelas que, durante o encontro, iremos debater e refletir
nossa ação pedagógica e didática.
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Referências Bibliográficas
AMARAL, Ivan Amorosino. Metodologia do ensino de ciências como produção social. Disponível em:
http://www.fe.unicamp.br/ensino/graduacao/downloads/proesfMetodologiaEnsinoCiencias-Ivan.pdf.
Acesso em: 07 jun. 2008.
Pesquisador das relações históricas na formação de professores, Ivan Amaral apresenta uma
vinculação entre a prática pedagógica do professor e a produção da metodologia de ensino, considerando
condições de produção, ideológicas, educacionais e avaliativas dos processos de aprendizagem/ensino em
Ciências Naturais.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Matriz de referência para o ENEM 2009.
Brasília: MEC/INEP. 2009.
Documento da diretoria de avaliação do INEP formalizando os eixos cognitivos e, com base neles, as
competências e habilidades sinalizadas como metas do projeto formativo do Ensino Médio. Apresenta-se,
portanto, como importante documento norteador de projetos pedagógicos nesse nível de ensino.
GOUVÊA, Sylvia Figueiredo. Os caminhos do professor na era da tecnologia. Revista de Educação e
Informática. Ano 9. n.13. Abril. 1999.
Revista bianual da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE− criada para veicular os
conhecimentos em educação e informática e fomentar as discussões sobre a temática, além de possibilitar a
troca de experiências, visando ao desenvolvimento das práticas pedagógicas em conexão com as tecnologias
de informação e comunicação. Os artigos estão disponíveis em texto completo.
HADJI, C. Avaliação desmitificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.
O projeto desta obra abrange, prioritariamente, os professores e todos aqueles que estão envolvidos
com a avaliação escolar para que vejam o que significa colocar a avaliação a serviço das aprendizagens e
como isso pode ser concretamente feito. O propósito do autor é refletir e compreender o que está em jogo
quando se fala da avaliação na escola, para descobrir pistas de ação concretas, visando à superação dos
limites de uma avaliação tradicional, classificatória e punitiva.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, Nova Fronteira, 1994.
"De que lugar julgamos a informática e os estilos de conhecimento que lhe são aparentados? Ao
analisar tudo aquilo que, em nossa forma de pensar, depende da oralidade, da escrita e da impressão,
descobriremos que apreendemos o conhecimento por simulação, típico da cultura informática, com os
critérios e os reflexos mentais ligados às tecnologias intelectuais anteriores. Colocar em perspectiva,
relativizar as formas teóricas ou críticas de pensar que perdem terreno hoje, isto talvez facilite o
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indispensável trabalho que permitirá abrirmo-nos a novas formas de comunicar e conhecer. A tese
defendida neste livro refere-se a uma história mais fundamental que a das ideias: a história da própria
inteligência". − Pierre Lévy
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão
docente. São Paulo: Cortez, 2001.
Este livro discute os dilemas emergentes dessas novas realidades nas escolas, identifica novas
exigências educacionais e, principalmente, procura pensar proposições assertivas sobre a escola e os
professores dentro de um projeto emancipatório de educação. Discute a avaliação sob uma perspectiva
processual e integradora.
SANTOS, Rosemeri dos. Avaliação no ensino interdisciplinar de ciências sob a perspectiva discente. Porto
Alegre: PUCRS/Faculdade de Educação (Dissertação: Mestrado em Educação), 2006.
São apresentadas, nesta dissertação de Mestrado, questões teóricas sobre o processo avaliativo,
suas implicações para o ensino de Ciências e as interações com alunos, numa perspectiva de intervenção em
pesquisa.