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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Importância da Alimentação no Aprendizado no
Ensino Superior
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.
Por: Eunuce Chaves da silva
Rio de Janeiro 2004
RESUMO
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A alimentação está diretamente ligada à apropriação do conhecimento, à
construção e reconstrução de nossa humanidade a nível social e intelectual.
Ela, quando equilibrada, saudável e em quantidade suficiente ao organismo, é
fator fundamental para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo,
principalmente no ensino superior.
O tipo de alimento que o homem ingere em sua infância e adolescência irá
determinar o desenvolvimento intelectual e a saúde do adulto. Os hábitos
alimentares são formados principalmente nela e a tendência é que permaneçam
durante toda a vida do indivíduo e sejam transmitidos por ele à sua descendência.
O quadro de desnutrição, mesmo quando leve, provoca profunda alteração no
organismo humano: diminui a produção de proteínas essenciais à formação de
anticorpos, de células sangüíneas de defesa e de preservação e manutenção dos
tecidos, dificultando a resistência a doenças corriqueiras. Por isso ficam mais
vezes doentes, podendo mesmo morrer de enfermidades às quais as pessoas
bem nutridas facilmente possuem defesas, e mais sensíveis a agressões
psíquicas e afetivas. A tudo isso se acrescenta o fato de que, a cada quadro de
enfermidade, a saúde do desnutrido mais se deprime.
Desta maneira, se negar ao indivíduo uma alimentação saudável e necessária a
seus gastos energéticos, está-se promovendo sua desnutrição.
Por outro lado, ao se lhe prejudicar a capacidade de aprendizagem por falta de
nutrientes, negação de seu direito de aprender e ter acesso à riqueza cultural
desenvolvida pela humanidade ao longo de sua história. Está-se, assim, se lhe
negando sua condição humana. Ele será sempre um indivíduo isolado
culturalmente num mundo onde o conhecimento é tudo. Ele perde sua capacidade
total de conhecer a maior parte do saber existente: torna-se órfão do saber
ancestral.
Estudos demonstraram que as deficiências nutricionais estão freqüentemente
associadas às perturbações de aprendizagem e aos problemas cognitivos do
3aluno. Um aluno bem alimentado chega à escola alegre, disposta, aprende com
facilidade; um aluno com fome, ao contrário, não consegue se concentrar fica
inquietas, nervosas, sonolentas, apáticas e tem dificuldades de aprendizagem, por
falta de concentração. Isso determina alterações, por vezes graves, no rendimento
escolar e no comportamento do estudante. No entanto, mesmo tendo diante dos
olhos a realidade, ainda existe muita polêmica entre a fome e desnutrição e o
processo de aprendizagem, altos níveis de repetência e abandono, e o fracasso
escolar observado nas universidades brasileiras.
Há teorias que afirmam que a causa do fracasso escolar se deve a seqüelas
produzidas no sistema nervoso central de crianças submetidas à desnutrição nos
dois primeiros anos de vida; ou ainda desde o útero da mãe desnutrida, que se
alimentam inadequadamente.
O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de
quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções,
como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são
controladas pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os
inúmeros sinais enviados pelo organismo e pelo exterior.
Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas
regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar,
dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, pouco
ainda se sabe sobre os mecanismos que reagem o pensamento e a memória.
Mais sabe que a falta de alimentação, diminui a atividade cerebral.
É comum que se encontre professores do ensino de graduação queixando-se
de seus alunos: são desatentos, agressivos, inquietos, desanimados e, às vezes
sonolentos. É quando o aluno sente enjôo, têm dor de cabeça, transpiração
excessiva, tonturas e visão turva, sintomas característicos da má nutrição.
Palavras-chaves.1.Aprendizagem. 2.Alimentação. 3.Cérebro.
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
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PROJETO A VEZ DO MESTRE
Importância da Alimentação no Aprendizado no
Ensino Superior
Por: Eunuce Chaves da silva
Orientador
Prof. Ms. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro 2002
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AGRADECIMENTOS
Eu, Eunice, agradeço a Deus por ter me
permitido chegar até aqui. A todos os
professores e colegas de sala que de uma
forma direta ou indireta contribuíram para
elaboração desta monografia. A minha
orientadora Fabiane Muniz.
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METODOLOGIA
A metodologia aplicada por pesquisa bibliográfica. Os livros utilizados foram principalmente livros de leitura corrente que
objetivam proporcionar conhecimento cientifico como
Estes livros foram consultados por estar relacionado diretamente com o
tema proposto e por auxiliarem na elaboração da monografia e da resolução dos
principais problemas encontrados, são livros que contem assuntos pertinentes ao
tema.
INTRODUÇÃO
A avaliação dos transtornos da aprendizagem constitui um dos desafios mais
freqüentemente enfrentado na universidade. A falta de êxito acadêmico ou as
dificuldades no rendimento escolar acarretam preocupações para os pais, para os
professores e também do próprio aluno, necessitando, portanto de uma avaliação
médica a fim de determinar se existem fatores neurológicos, psiquiátricos,
psicológicos e nutricional que possam ser remediados.
Além de problemas com a memória, inclui condições tais como uma falha de
percepção, dano cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia do
desenvolvimento.
Os transtornos da aprendizagem podem ser definidos como uma deficiência
especial na aprendizagem. Refere-se a uma alteração em um ou mais dos
processos psicológicos básicos para a compreensão ou o uso da linguagem
escrita ou oral, que pode se manifestar como uma falta de habilidade para escutar,
8pensar, ler, escrever, soletrar ou desempenhar cálculos matemáticos, Maban
(1999),
A falta de alimentação é um dos fatores de maior relevância para o transtorno
da aprendizagem. Os estudantes universitários muitas vezes não valorizam a
importância da alimentação, ela que determina a boa saúde a capacidade de
concentração, aprendizado e memorização, em fim tendo melhor qualidade de
vida. A atenção e interesse pela alimentação e nutrição vêm aumentando
constantemente. Sua importância é traduzida não só pela preocupação dos
professores, mas também pela indústria e dos governos, mas também pelo fato de
as Nações U, por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização
das Nações unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e do Fundo de
Socorro a Infância das Nações unidas (UNICEF) ao lado do Banco Mundial,
estarem continuamente enfatizando, cada vez mais, o papel da alimentação na
estabilidade e no processo sócio – econômico de toda a humanidade. Dutra
(1998).
É importante enfatizar que os universitários a sim como outros estudantes
precisam de nutrientes em quantidade adequada para atender todas as
necessidades energéticas para o bom funcionamento cerebral, sendo as
proteínas, carboidratos, gorduras, minerais, vitaminas, fibras e água são os
principais.
Os alimentos em gerais são de principal importância para manter os níveis
plasmáticos de glicose, pois, ele e o principal combustível para o cérebro, Champe
(1996).
A ingestão de alimentos em quantidade insuficiente pode ser por fatores que
levam a inapetência, falta de tempo, anorexia, desejo de perder peso, ou
ignorância, Dutra (1998).
As vitaminas são micronutrientes essenciais a diversas reações metabólicas do
organismo. Presentes em pequenas quantidades em alimentos naturais, uma dieta
variada normalmente é suficiente para suprir as necessidades diárias do
9organismo.O consumo insuficiente ou exagerado de certas vitaminas pode
ocasionar distúrbios nutricionais. Franco (1999).
Os sais minerais -São nutrientes inorgânicos que fornecem ao homem elementos
químicos como o cálcio, o fósforo, o ferro ou o enxofre, entre outros. O cálcio, por
exemplo, é um elemento químico de fundamental importância na estrutura dos
ossos. O ferro, presente na hemoglobina do sangue de diversos animais, é
fundamental para o transporte de oxigênio para as células. O fósforo faz parte da
molécula de ATP, responsável pelo fornecimento de energia a todas as reações
químicas fundamentais à vida. São elementos que desempenham diversas
funções essenciais no organismo, tanto como íons dissolvidos em líquidos
orgânicos como constituintes de compostos essenciais. SANTOS,(2000)
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CAPÍTULO I
1.1- O que é o cérebro?
O cérebro é à parte do sistema nervoso central que fica dentro do crânio. É a parte
mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesa cerca de 1,3 kg e é uma
massa de tecido cinza-róseo. Quando cortado, o cérebro apresenta duas
substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outras cinzentas, que
forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas
funcionalmente distintas. Cada uma delas controla uma atividade específica. A
presença de grandes áreas cerebrais relacionadas ao controle da face e das mãos
explica por que essas partes, Figueredo (2000).
Do corpo têm tanta sensibilidade. No córtex estão agrupados os neurônios.
1.2- Componentes do cérebro
Segundo, Figueredo (2000). O cérebro é composto por cerca de 100 bilhões de
células nervosas, conectadas umas às outras e responsáveis pelo controle de
todas as funções mentais. Além das células nervosas (neurônios), o cérebro
contém células da glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos
secretores.
Ele tem três componentes estruturais principais: os grandes hemisférios cerebrais,
em forma de abóbada (acima), o cerebelo, menor e com formato meio esférico
(mais abaixo à direita), e o tronco cerebral (centro).
No tronco cerebral, destacam-se a medula alongada ou bulbo raquiano (o
alargamento central) e o tálamo (entre a medula e os hemisférios cerebrais).
Os hemisférios cerebrais são responsáveis pela inteligência e pelo raciocínio.
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Os troncos encefálicos, formados pelo mesencéfalo, pela ponte e pela
medula oblonga, conecta o cérebro à medula espinal, além de coordenar e
entregar as informações que chegam ao encéfalo. Controla a atividade de
diversas partes do corpo.
O mesencéfalo recebe e coordena informações referentes ao estado de
contrações dos músculos e à postura, responsável por certos reflexos.
O cerebelo ajuda a manter o equilíbrio e a postura.
O bulbo raquiano está implicado na manutenção das funções involuntárias, tais
como a respiração.
A ponte é constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas que ligam o
córtex cerebral ao cerebelo.
O tálamo age como centro de retransmissão dos impulsos elétricos, que viajam
para e do córtex cerebral.
1.3-Funções dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo
Embora os hemisférios cerebrais tenham uma estrutura simétrica, ambos com os
dois lóbulos que emergem do tronco cerebral e com áreas sensoriais e motoras,
certas funções intelectuais são desempenhadas por um único hemisfério.
Geralmente, o hemisfério dominante de uma pessoa ocupa-se da linguagem e das
operações lógicas, enquanto que o outro hemisfério controla as emoções e as
capacidades artísticas e espaciais. Em quase todas as pessoas destras e em
muitas pessoas canhotas, o hemisfério dominante é o esquerdo. Esses dois
hemisférios são conectados entre si por uma região denominada corpo caloso.
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1.4-Funções do cérebro
O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de
quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções,
como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são controladas
pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros
sinais enviados pelo organismo e pelo exterior, Figueredo (2000).
Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas
regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar, dos
movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, pouco ainda se
sabe sobre os mecanismos que reagem o pensamento e a memória.
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CAPÍTULO II
2- Memória
De acordo com Souza (2000 ).O termo memória tem sua origem etmológica no
latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e
conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças,
reminiscências.
A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma
a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento
mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar
proveito da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que
abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente
associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso
comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória;
em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a
memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos. , FrancoG. (1999).
Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando
envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades
intelectuais e mecânicas.
Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento,
habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no
presente e prevermos o futuro. , FrancoG. (1999).
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2.1- Os Mecanismos Cerebrais da Memória
A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um
fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais
que funcionam juntos. SANTOS,(2000)
O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo
envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima
das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região freqüentemente são
os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo.
Existem consideráveis evidências apontando esta região como sendo
particularmente importante para armazenar eventos passados.
O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região
potencialmente envolvida com a memória em longo prazo.
Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si que
parece exercer a função da memória para fatos e eventos (memória declarativa),
entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as vias que
conectam estas estruturas com outras partes do cérebro.
O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e
eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de
novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota
rodoviária, Figueredo (2000).
A amígdala, por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se
comunica com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de
suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do meio externo como
som, cheiro, sabor, visualização e sensação de objetos, são traduzidos em sinais
elétricos, e ativam um circuito na amígdala que está relacionado à memória, o qual
depende de conexões entre a amígdala e o tálamo.
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Conexões entre amígdala e hipotálamo, onde as respostas emocionais
provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a
aprendizagem, porque elas ativam outras conexões da amígdala para as vias
sensoriais, por exemplo, o sistema visual.
O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução de
problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o
córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado
com o lobo temporal e o tálamo, Figueredo (2000).
2.2- Processo de memorização do Cérebro
O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações
químicas e circuitos interligados de neurônios.
As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios ou
neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações
denominadas sinapses.Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar
em nosso banco de dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos
recentes, que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua
capacidade de fixação alterada por razões relacionadas a variações de estado
emocional ou a problemas de ordem física, Souza (2000 ).
Cada célula cerebral(ou neurônio)contribui para o comportamento e para a
atividade mental, conduzindo ou deixando de conduzir impulsos.
Todos os processos da memória são explicados em termos dessas descargas.
As alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são chamadas
de plasticidade. Elas se referem a uma alteração na eficiência das sinapses e
podem aumentar a transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o
comportamento, Figueredo (2000).
16Quando uma célula é ativada, é desencadeada a liberação de substâncias
químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas.
Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados" possuem um número maior
de ramificações (dendritos) se comunicando com dendritos de outros neurônios.
Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas
formem novas interconecções e novas moléculas de proteína.
2.3- Perda da Memória
Segundo Souza (2000 ). A perda de memória pode estar associada a
determinadas doenças neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas
metabólicos e alimentares.
A falta de vitamina B1 (tiamina) pela ma alimentação levam a perda da memória
para fatos recentes e com freqüência estão associados a problemas de marcha e
de confusão mental.
Doenças da tireóide, como o hipotireoidismo, e causada pela deficiência de iodo
na alimentação ocorre o comprometimento da memória. Kathleen (1998).
A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma
dieta deficiente, favorece a perda de memória.
Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de
nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria
perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender.
A esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia.
A boa alimentação é fundamental para a conservação da memória. Deve-se evitar
excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é a bem balanceada entre
proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A tiamina, o ácido fólico e
a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores
envolvidos no processo da memória, devendo ser utilizados de preferência
17produtos naturais . , FrancoG. (1999). A colina é uma vitamina do complexo B que
está presente em alimentos ricos em colesterol como ovos e fígado. A falta deste
componente pode causar comprometimento da memória e da capacidade de
concentração, pois é precursor do neurotransmissor acetilcolina. Não deixa de ser
uma boa desculpa para incluir ovos no seu plano alimentar, sem excessos, é
claro, Figueredo (2000).
A água é muito importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.
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CAPÍTULO III
3- MÁ ALIMENTAÇÃO PODE AFECTAR A INTELIGÊNCIA
Uma alimentação deficitária de certos nutrientes vitais para o cérebro pode ser a
responsável de muitos comportamentos estúpidos e irresponsáveis.
Se é verdade que a subnutrição crónica, impede a inteligência de se desenvolver,
não é menos verdade que a má nutrição (falta de certos nutrientes vitais) prejudica
seriamente o cérebro, dificultando a inteligência e o desempenho de funções
fundamentais como a memória, a concentração e a aprendizagem.
A alimentação do cérebro é extraordinariamente importante porque o nosso
amadurecimento intelectual e emocional depende, em primeiro lugar, dos
nutrientes que as células nervosas e outras que lhe estão associadas receberem,
Souza (2000 ).O juízo crítico, pensar, memorizar, imaginar, ler, ouvir e todas as
funções cognitivas que se produzem graças ao cérebro exigem o trabalho
simultâneo de milhões de células (neurónios, células gliais, etc) que o constituem.
Mas não só: é o cérebro quem comanda ou influencia todas as funções corporais,
nomeadamente a pressão sanguínea, o sistema imunitário, os batimentos
cardíacos, a respiração, as hormonas, enfim, tudo, Figueredo (2000).
Assim, tão importante como estudar e aprender (que vão alimentar o intelecto e
agilizar a mente) é também a alimentação do cérebro onde todas aquelas
actividades têm lugar. É como um automóvel: se espera um bom funcionamento e
uma viagem sem problemas torna-se necessário, no mínimo, cuidar do motor e
“alimentá-lo” da energia que vem do combustível.
Fazendo ainda a analogia com o automóvel, o cérebro é um órgão de grande
consumo. Com efeito, é o órgão que mais energia requer. Sozinho, o cérebro, que
pesa apenas, num adulto, cerca de 1,370 kg, exige, para si, 20% do total do
19oxigénio de que o corpo necessita para viver em condições saudáveis!
O sistema nervoso, de que cérebro é o seu elemento central, é um fluxo de
matéria, energia e informação. Da interacção destas três forças resulta a
consciência, a inteligência e o pensamento (incluindo as funções preceptivas, a
atenção, a memória, a imaginação, etc.).SANTOS(2000), diz que o cérebro “é o
máximo em complexidade. Caracteriza-se por forma e fluxo, interacção com o
meio ambiente, mudanças súbitas, sensibilidade a perturbações. Exige a parte de
leão da energia do corpo”.
A alimentação é um dos factores que mais intervém na idade biológica. A
qualidade e o bem-estar do organismo reflectem-se nesse plano. Cuidar do corpo
é uma necessidade para a própria mente pois esta não apenas inclui a inteligência
como também os esteios da personalidade e do comportamento.
Um cérebro bem nutrido não só se torna mais ágil como também proporciona uma
inteligência mais flexível. Manter um comportamento de alto nível implica em
manter um cérebro saudável.
Um dos grandes fatores desencadeantes de crises de enxaqueca é o fato
de não se alimentar. O jejum (mesmo não prolongado) pode, muito
freqüentemente, causar enxaqueca. A hipoglicemia (baixa do açúcar no
sangue), que ocorre em conseqüência do indivíduo ficar muito tempo sem
se alimentar, pode resultar em vasodilatação (aumento dos vasos
sangüíneos), levando a uma dor de cabeça como conseqüência, Kathleen
(1998.)
Quando se fica muito tempo sem comer, o cérebro entende que o corpo
está entrando em uma fase de escassez e tem de fazer economia. O corpo
reduz a velocidade do metabolismo e, com isso, passa a queimar menos
calorias.
Pessoas que não têm fome de manhã aprenderam a desprezar o relógio
interno; o "normal" é sentir fome depois de tantas horas de abstinência. O
prejuízo para quem modificou seus hábitos a ponto de "enganar" o
20estômago é baixo rendimento. O estudante deve restabelecer o ritmo
metabólico (reeducando-se a ponto de comer algo no café da manhã),
começará a sentir fome ao acordar", afirma. A fome também aparecerá nos
horários comuns e a vontade de beliscar irá desaparecer, FrancoG. (1999).
31- A NUTRIÇÃO E O FUNCIONAMENTO CEREBRAL
Segundo Kathleen (1998). O cérebro é responsável por grande parte das reações
químicas que ocorrem no organismo e algumas delas têm por objetivo tornar a
energia dos alimentos disponível para os diversos sistemas fisiológicos. Isso
acontece após o processo de digestão dos alimentos, tendo como resultado a
produção de ATP (trifosfato de adenosina) que é armazenado em todas as células
e utilizado como combustível para que as reações químicas necessárias ocorram.
A energia gerada é necessária para ativar a atividade muscular, a secreção pelas
glândulas, a manutenção de potenciais de membrana nas fibras nervosas e
musculares, a síntese de substâncias intracelulares e a absorção dos alimentos
pelo trato gastrintestinal. O trato digestivo fornece ao organismo um suprimento
contínuo de água, eletrólitos, substâncias e nutrientes. Isso exige movimentação
do alimento ao longo do trato digestivo, secreção de sucos digestivos e digestão
do alimento, absorção dos produtos da digestão, de água e dos vários eletrólitos,
circulação de sangue pelos órgãos gastrintestinais e o controle de todas essas
funções é feito pelo sistema nervoso e hormonal, FrancoG.(1999).
Sem uma fonte contínua de energia as células deixam de funcionar e morrem.
Sabe-se que o carboidrato é a melhor fonte energética e que um grama de
carboidratos fornece 4 kcal, sendo o produto final de sua desintegração, a glicose,
21molécula simples que rapidamente fornece energia. Os carboidratos são
essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a
glicose é o principal combustível para o cérebro. É ela que irá manter a integridade
funcional dos tecidos nervosos. Os sintomas de uma redução moderada na
glicose sangüínea (hipoglicemia) incluem sensações de fraqueza, fome e
vertigens. Uma queda contínua e profunda pode causar dano cerebral irreversível.
Assim como o resto do organismo, o cérebro necessita de uma alimentação
balanceada, com cereais, frutas ricas em vitamina C (laranja), legumes, carnes
magras, leite desnatado ou iogurte, e, principalmente, de carboidratos, como o
pão. O cérebro tem 2% do peso de uma pessoa, mas consome diariamente 30%
das calorias ingeridas. Além de ser energético, o carboidrato possui outras
funções: são ativadores do metabolismo das gorduras e poupa a queima de
proteínas com finalidade energética. Kathleen (1998).
Entretanto, se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a uma dieta
inadequada ou pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza as gorduras para o
consumo energético e ao esgotarem as reservas lipídicas, o organismo passa a
utilizar a proteína em maior quantidade como fonte de energia. Isso pode resultar
no acúmulo de substâncias ácidas (cetoácidos ou corpos cetônicos), que são
prejudiciais ao organismo, pois tornam o PH sanguíneo mais ácido. Por um
período prolongado pode ocorrer uma acidose metabólica, ausência de substrato
energético para funcionamento normal do cérebro, falência dos órgãos e até
morte. SANTOS,(2000)
3.2-Falta de Concentração
Quem ignora o café da manhã, costuma sentir fome entre as refeições ou acaba
ingerindo quantidades maiores de comida durante o almoço. Pior: porque o
metabolismo está em marcha lenta, as calorias extras são armazenadas no corpo
em forma de gordura. Se já é ruim para o corpo, imagine para a mente. "Pular o
22café da manhã pode afetar o corpo da mesma forma que o stress. A pessoa que
fica muito tempo sem se alimentar não vai conseguir se concentrar e produzir com
a mesma eficiência daquela que comeu pela manhã", afirma SANTOS,(2000)
O cérebro é como um carro, compara."Se a gasolina estiver no fim; o motor
engasgará; se acabar, o carro não andará. Depois de uma noite de sono, o nível
de açúcar (combustível necessário para o funcionamento celular) no sangue é
baixo. Se o combustível estiver baixo, as células do cérebro terão dificuldade de
funcionar, abalando a capacidade de concentração e a memória."
A chave para um bom desempenho durante o dia está na alimentação, confirma
NUNES, ( 2000). Um prato de cereal, um copo de leite e um de suco de laranja
fornecem em média 68% da dose diária recomendada de ácido fólico (vitamina do
complexo B), 54% de vitamina A, 50% de vitamina C, 40% de fibra, 40% de ferro,
38% de vitamina E e 37% de cálcio - valores que dificilmente serão repostos
durante o dia, Figueredo (2000).
Há pouco menos de um século a humanidade só consumia farinha de trigo
integral, que além das vitaminas do complexo B, contém quantidades razoáveis de
ácido glutâmico, um elemento que favorece o desenvolvimento cerebral e é
importante para o metabolismo das células nervosas. Uma dieta pobre em ácido
glutâmico reduz a capacidade de raciocínio e de reter informações e, como
conseqüência, atua negativamente no desenvolvimento do Q.I., Kathleen (1998).
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao arroz branco em relação ao arroz
integral, no que se refere às vitaminas e ao ácido glutâmico, além da perda de
alguns aminoácidos e de minerais importantes durante o processo industrial de
descorticação e polimento. SANTOS,(2000)
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CAPÍTULO IV
4-Ação dos Nutrientes no Desenvolvimento Mental
4.1-Proteínas, Carboidratos e Gorduras
A síntese de tecidos, enzimas e fatores de crescimento pode ser negativamente
afetada pelo aporte insuficiente de macronutrientes (proteínas, carboidratos e
gorduras), que compromete o crescimento corporal e do cérebro. As proteínas são
utilizadas para a síntese de tecidos e os carboidratos para o fornecimento de
energia. As gorduras (em especial o colesterol, fosfatidilcolina, ácido linoléico,
ácido linolênico e os ácidos graxos de cadeia longa) são necessárias para o
desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro e da retina
Os períodos mais vulneráveis à desnutrição protéico-calórica (DPC) abrangem
toda a fase de desenvolvimento, do período pré-natal chegando ate a fase adulta,
ocorrendo prejuízo da formação de axônios e dendritos e da mielinização. O
metabolismo dos neurônios e particularmente o desenvolvimento do hipocampo
são extremamente sensíveis à disponibilidade de glicose, sendo facilmente
afetados pelo aporte insuficiente de carboidratos na dieta. Kathleen (1998).
4.2-Ácido Docosahexaenóico
O ácido docosahexaenóico (DHA) é um ácido graxo poliinsaturado de cadeia
longa (LC-PUFA), cuja ação é essencial para a síntese e integridade das
membranas celulares e para os mecanismos de transferência de sinais no sistema
24nervoso, devido a sua participação no processo de mielinização.
4.3- Iodo
O iodo é essencial para a síntese do hormônio tireóideo, que regula o
metabolismo de todas as células no organismo. O tipo de retardo mental evitável
mais comum no mundo todo está ligado ao hipotireoidismo congênito por carência
de iodo e, segundo, Figueredo (2000). Afeta pelo menos 30 milhões de pessoas,
enquanto 1,6 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco de deficiência de iodo.
A deficiência do iodo causa comprometimento funcional do cérebro, mas não
anatômico, aparentemente devido à redução do metabolismo oxidativo, sendo o
quadro reversível com terapia de reposição do hormônio tireóideo, Figueredo
(2000).
4.4-Ferro
A deficiência de ferro afeta 30% da população dos países em desenvolvimento e é
a deficiência nutricional de maior prevalência no Brasil, chegando a atingir 50 a
63% dos estudantes. Mais do que à classe socioeconômica, está relacionada aos
hábitos alimentares, baixa ingestão de carne ou outras fontes de ferro. O principal
tipo de ferro ingerido pela maioria dos universitário é o ferro não heme, obtido de
vegetais e legumes como o feijão e com biodisponibilidade menor que o ferro
heme, cujas principais fontes são as carnes, KATHLEEN(1998).
As principais ações do ferro no desenvolvimento mental estão ligadas aos
processos de mielinização, síntese e função de neurotransmissores (dopamina,
serotonina, catecolaminas e GABA) e metabolismo dos neurônios das áreas de
memória. O ferro é componente de enzimas que regulam a divisão celular no
sistema nervoso central (ribonucleotídio redutase), síntese de dopamina (tirosina
25hidroxilase), mielinização (delta 9- desaturase) e metabolismo oxidativo (citocromo
C oxidase) , Figueredo (2000).
A deficiência de ferro se associa tanto a danos estruturais como funcionais no
cérebro, com comprometimento das funções psicomotoras e cognitivas. Em adulto
com deficiência de ferro são apáticas, demonstram baixa atenção e têm alterações
de afetividade. Estudantes com anemia por deficiência de ferro demonstraram
maior imaturidade visual, auditiva e motora e alterações do ciclo sono-vigília,
quando comparados a estudantes normais do mesmo nível de escolaridade.
Devido ao comprometimento auditivo, podem ocorrer também falhas na aquisição
da linguagem. Deficiência de ferro é responsável por dificuldades de
memorização, FrancoG. (1999).
4.5--Sistema Nervoso Autônomo
No sistema nervoso autônomo, a deficiência de ferro provoca alterações ligadas à
deficiente mielinização, afetando tanto o sistema nervoso parassimpático - SNP
(responsável pelas funções anabólicas, recuperação e conservação de energia, e
ciclos vitais ligados ao repouso) como o sistema nervoso simpático - SNS
(responsável pelo aumento do metabolismo e pela resposta ao stress). A
mielinização do SNS ocorre mais cedo; já no SNP, a maior parte da mielinização
ocorre no período pós-natal. Por isso, o maior impacto da anemia por deficiência
de ferro na infância ocorre sobre o SNP, causando diminuição do tônus vagal e
maior reatividade ao stress, Figueredo (2000).
4.6 -Ritmo Circadiano e Ciclo Sono-Vigília
O ritmo circadiano é uma função do sistema nervoso central composta por eventos
fisiológicos, hormonais e celulares, que representam uma adaptação aos
estímulos ambientais ligados ao ciclo solar. Está diretamente relacionado com
26atividade motora, ingestão de alimentos e ciclo sono-vigília e é um fator decisivo
para a integração funcional e cognitiva do universitário, SOUZA, ( 2000).
No sono ativo há predomínio do SNS; no sono profundo predomina o SNP, que
pode estar mais afetado pela deficiência de ferro. Estudos demonstram que a
anemia por deficiência de ferro provoca alterações do ciclo sono-vigília ligadas a
distúrbios dos neurotransmissores, com repercussão sobre o controle emocional e
a afetividade. Essa seria uma das hipóteses para explicar o atraso cognitivo
apresentado por universitários com anemia por deficiência de ferro, Kathleen
(1998).
4.7-Zinco
O zinco é componente de mais de 200 enzimas, que participam da síntese de
proteínas e ácidos nucléicos. De forma semelhante ao ferro, o zinco tem funções
cruciais no desenvolvimento do cérebro humano, incluindo a formação de
sinapses, arborização dendrítica, formação do hipocampo e estabelecimento de
conexões entre o hipocampo e o córtex pré-frontal. A deficiência de zinco pode
comprometer o desenvolvimento do estudante, se as reservas tiverem sido
inadequadas, devido à dieta pobre em zinco ocorre uma diminuição do
desempenho motor, letargia, distúrbios neuropsicológicos e prejuízo da memória e
da capacidade, Franco M. (1998).
4.8--Cobre
Deficiência de cobre causa lesão nas mitocôndrias do cérebro, em decorrência da
inativação da citocromo C oxidase. Os radicais de oxigênio que saem da
mitocôndria lesada provocam apoptose mediada pelo stress oxidativo, com
conseqüente neurodegeneração, Franco M. (1998).
O cobre é incorporado na ceruloplasmina no fígado. Excesso de cobre também
pode ocasionar danos, acumulando-se nos hepatócitos, que sofrerão necrose,
27com saída de cobre para o plasma e sinais de intoxicação pelo cobre. A
ceruloplasmina também atua no metabolismo do ferro, com atividade de
ferroxidase; conseqüentemente, déficit de cobre interfere com a homeostase do
ferro, levando a acúmulo de ferro nos neurônios e na glia e perda de neurônios.
O cobre é parte da enzima Cu-, Zn-superoxido dismutase, que se constitui numa
barreira de defesa contra o stress oxidativo ao catalisar reações de peroxidação.
Essa enzima pode remover anions superóxido (O2-) de interações potencialmente
tóxicas com metais ou outros radicais que gera-riam oxidantes mais potentes,
como as hidroxilas (OH-), Franco M. (1998).
4.9-Selênio
O selênio afeta indiretamente o desenvolvimento mental, por seu papel na
ativação do hormônio tireóideo e interação com outros micronutrientes, como
ferro, zinco e cobre. O selênio também participa do metabolismo da dopamina e é
responsável pela ativação de genes ligados a mielinização. O universitário com
ingestão protéica insuficiente também podem ter aporte inadequado de selênio
causando deficiência de memória, Franco G. (1992).
4.10-Colina
A colina atua como fonte de radicais metila em processos metabólicos do sistema
nervoso, além de ser substrato para a síntese do neurotransmissor acetilcolina e
dos fosfolipídios que fazem parte das membranas celulares.
A deficiência de colina pode afetar o indivíduo ao longo do seu ciclo vital, mas a
maior vulnerabilidade a essa deficiência ocorre no feto, no lactente e na criança
até a idade adulta, estando ligada a dificuldades de processamento da memória
no hipocampo. Ingestão insuficiente de colina dos universitários conduz a
distúrbios na expressão de inibidores da cinase dependentes de ciclina (CDKI),
proteínas ligadas à maturação de axônios e dendritos, em células do hipocampo
do estudante, condicionando mudanças permanentes nas funções cognitivas e no
28comportamento. Os estudos nutricionais demonstraram melhora da memória
verbal e visual, após 24 semanas de suplementação com colina, Kathleen (1998).
4.11-Ácido Fólico
Em situações normais, proteínas transportadoras de folato ou de sua forma
reduzida provocam acúmulo de folato dentro das células, em concentrações 100 a
1000 vezes maiores que a concentração extracelular. Deficiência de ácido fólico
pode causar defeitos do fechamento do tubo neural por mecanismos não
completamente identificados: quando reduzido a ácido tetrahidrofólico (FH4), o
ácido fólico transforma-se em uma co-enzima metabolicamente ativa em reações
de transferência de metilas na síntese de purinas e ácidos nucléicos. Mutações ou
anomalias da enzima metileno tetrahidrofolato redutase são responsáveis por
aumento da susceptibilidade aos defeitos do tubo neural, Kathleen (1998).
4.12-Vitamina A
A vitamina A liga-se a regiões de genes que regulam o crescimento e a
diferenciação dos neurônios e sua deficiência pode provocar desenvolvimento
anormal da inteligência, causando dificuldade de memorização. A vitamina A
aparentemente interage com o ácido fólico na determinação dos defeitos do tubo
neural, sendo um fator importante na regulação do receptor dopami-nérgico D2.
Se ingerida em quantidades excessivas, a vitamina A também pode ser
teratogênica para o sistema nervoso. Franco M. (1998).
4.13-Vitamina C
As elevadas concentrações de vitamina C no sistema nervoso provavelmente se
explicam pela necessidade de ascorbato para a síntese de neurohormônios e de
noradrenalina. A vitamina C participa no metabolismo do triptofano e dos
neurotransmissores serotonina e dopamina. Além disso, a vitamina C é importante
na dieta porque aumenta a absorção de ferro não heme, FrancoG. (1999)
29
CONCLUSÃO
Como observação final, os alimentos são geralmente fontes ricas em vitaminas,
proteínas, glicídios e lipídios, são fontes de todas as energias do organismo, a
falta desses nutrientes vai refletir diretamente na memória.
A nutrição adequada, ao lado de variáveis como a carga genética e o ambiente
psicológico e socioeconômico, têm influência decisiva no desenvolvimento e
manutenção das funções psicomotoras e cognitivas ao longo da vida. Todos os
nutrientes são importantes para o desenvolvimento estrutural e funcional do
cérebro; alguns, entretanto, têm importância particular em determinados períodos
do desenvolvimento mental. O armazenamento e subseqüente mobilização a partir
das reservas orgânicas asseguram que quantidades adequadas de cada nutriente
aportem ao cérebro, Figueredo (2000).
A desnutrição protéico-calórica e o déficit de nutrientes específicos, como ácido
fólico e vitamina A, podem afetar o desenvolvimento mental desde o período pré-
nata. Os ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LC-PUFAs) são
particularmente importantes para o desenvolvimento visual e cognitivo de
lactentes, sejam prematuros ou nascidos a termo. Nutrientes como iodo, ferro,
zinco, selênio, cobre, colina, inositol, vitaminas A, C e do complexo B, são
importantes para a estrutura e funções do sistema nervoso, Figueredo (2000).
A idade em que ocorre a deficiência de um determinado nutriente determinará o
tipo e a intensidade das conseqüências sobre o desenvolvimento mental. Embora
a formação de sinapses e a mielinização sejam processos contínuos, o período
crítico do desenvolvimento cerebral se situa entre os primeiros três a cinco anos
de vida. Algumas funções cognitivas ligadas à linguagem e à socialização
continuam a se desenvolver até os 20 anos ou mais. SANTOS,(2000)
30
O universitário que não tiveram uma alimentação correta na infância, pode
apresentar alterações no metabolismo basal, diminuição proporcional às
atividades basais, diminuição de albumina sérica, anemia e deficiência no
aprendizado. A nutrição do universitário deve ser balanceada tendo boa qualidade
e quantidade suficiente para repor as necessidades nutricionais exigida para a
manutenção do organismo.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DULTRA,OLIVEIRA, Ciências Naturais,Sarvier ,SP-1998.
FENICHEL, OTTO, Teoria Psicanalítica das Neuroses, Atheneu, SP-2000.
FIGUEIREDO, Dr. JORGE. Noções de Anatomia e Bioquímica, 2º Edição, Isbn,
RJ-2000.
FRANCO,GUIHLERME Tabela e Composição Química dos Alimentos, Ed.
Atheneu, 1999
FRANCO, NELSON. Tabela de Composição Química dos Alimentos 1992
KATHLEEN, MABAN L., Sylvia Escott-Stump Alimentos, Nutrição e Dietoterapia,
Ed. Roca, 1998.
NUNES, PORTELLA, Psiquiatria e Saúde Mental, Atheneu, SP-2000
SANTOS, ILCIMAR SOARES DOS, Bases de Neurologia para a
Psicanálise, Isbn, RJ-2000.
SOUZA, Dr. JOSÉLIO GOMES. Medicina Psicossomática, Isbn, RJ-2000.
.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 01
CAPÍTULO I – O que é o cérebro? 03
CAPÍTULO II- Memória
06
CAPÍTULO III-Má Alimentação pode Afetar a Inteligência 11
CAPÍTULO IV–-Ação dos Nutrientes no Desenvolvimento Mental 16
CONCLUSÃO 22
BIBLIOGRAFIACONSULTADA
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Título da Monografia: Importância da Alimentação no Aprendizado no
Ensino Superior
Autor: Eunuce Chaves da silva
Data da entrega: 30 julho 2004
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Conceito Final: